536
DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO – 10º AM-AN-BN

Direito Internacional Privado 36 h/a – 10º AM-AN-BN Ementa da disciplina: Nivelamento sobre a Sociedade Internacional. (2 aulas) Sistema de Recepção dos

Embed Size (px)

Citation preview

DIREITO INTERNACIONAL PBLICO 3 SEMESTRE

DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO 10 AM-AN-BNDireito Internacional Privado 36 h/a 10 AM-AN-BNEmenta da disciplina:Nivelamento sobre a Sociedade Internacional. (2 aulas)Sistema de Recepo dos Tratados Internacionais. (1 aula)Sujeitos do DIPr e Legislao no mbito do DIPr. (2 aulas)Soluo de conflitos no DIPr. (4 aulas)Arbitragem Internacional.(2 aulas)Contratos Internacionais. (2 aulas)02 provas bimestrais. (2 aulas)02 aulas de reviso antes das provas.

DIREITO INTERNACIONAL

Direito Internacional o conjunto de normas que regula as relaes externas dos atores que compem a sociedade internacional. Estes atores, chamados sujeitos de direito internacional, so, principalmente, os Estados nacionais, embora a prtica e a doutrina reconheam tambm outros atores, como as organizaes internacionais.Organismos ou organizaes internacionais, tambm chamados de instituies multilaterais, so entidades criadas pelas principais naes do mundo com o objetivo de trabalhar em comum para o pleno desenvolvimento das diferentes reas da atividade humana: poltica, economia, sade, segurana, etc.

A sociedade internacional formada no apenas pela interao entre indivduos e instituies oriundas de diferentes pases. Ela tambm formada pelas complexas relaes entre os Estados que representam esses indivduos e essas instituies.Os Estados , pela sua prpria natureza, representam as mltiplas diversidades que eles tm, cada um, em sua sociedade interna. Mas, quando os Estados se relacionam na sociedade internacional, por mais diversificados que sejam os interesses dentro daquela sociedade nacional, ser necessrio que o Estado se relacione com os demais Estados na qualidade de indivduo.

Por isso, o relacionamento entre diversos Estados , do ponto de vista da sua organizao poltica, bem mais complicado do que o relacionamento entre pessoas dentro de um Estado.Consequentemente, o nvel de sofisticao desta sociedade internacional ser menor. Ou seja, o grau de desenvolvimento civilizatrio da sociedade internacional muito menor do que aquele que sociedade estatal experimenta. (Luiz Albuquerque) O direito o resultado do Ubi societas, Ibi jus. Processo de interao dos sujeitos na sociedade. Nesse sentido, o direito reflete essa sociedade. Onde houver uma sociedade, haver a necessidade do direito. Se houver uma sociedade internacional, ento dever haver um direito que regule as relaes entre seus membros.Quando falamos desta sociedade internacional, ento temos que o direito que produzido neste mbito de relacionamento social chamado de direito internacional, international law, law of nations, droit international, derecho international, Vlkerrecht.Quando se estuda o direito internacional no mesmo contexto em que se estuda outras disciplinas de direito, fundamental no perder de vista o fato de que cada direito reflete uma determinada sociedade.Portanto, diferentes sociedades desenvolvero diferentes tipos de direitos.

Shanghai 2012Crime- corrupo passivaPena- morte por enforcamento

Uma sociedade sofisticada ter um direito sofisticado e , naturalmente, uma sociedade primitiva como o caso da sociedade internacional ter uma organizao jurdica primitiva.O direito internacional est para o direito, assim como a sociedade internacional, est para a sociedade nacional. Por isso intil, a postura (comum entre jovens estudiosos) de querer cobrar do direito internacional algo que a sociedade internacional no permite que ele seja.Diversamente do que ocorre em relao aos estados de direito contemporneos, e no mbito interno de considervel parte destes nos quais se respeitam os assim chamados direitos fundamentais, garantias individuais, direitos polticos e direitos sociais nas relaes dos estados, no mbito internacional, pode-se dizer, comparavelmente falando, estarmos na poca em torno do ano 500 a.C. na altura e contexto em que o ento homo lber comear o percurso de cerca de mil anos, at atingir a condio do cidado nos estados de bemestar social. (ACCIOLY: 2009, p. 755)

Comparando diferentes ramos do Direito no que se refere ao seu grau de desenvolvimento, alguns civilistas dizem que o Direito Privado seria uma obra clssica , enquanto o Direito Pblico seria um gibi . Nesta linha, como estaria o Direito Internacional? E por que?Para entender a razo desta diferena, preciso analisar as diferenas entre uma sociedade de pessoas e uma sociedade de entidades soberanas.

SISTEMA INTERNACIONALNo plano externo, a soberania implica na independncia , no h subordinao (a priori) de um Estado a qualquer entidade superior.ESTADO DOS ESTADOS(No existe)

E1- E2- E3- E4- E5

A igualdade soberana significa que um Estado no pode ser formalmente subordinado a outro Estado, resultando em uma sociedade horizontal. (Luiz Albuquerque)SISTEMA ESTATAL

ESTADO

Poder:Normativo, Econmico, Jurisdicional , Coercitivo

Sujeito 1 - Sujeito 2 - Sujeito 3

No plano interno a soberania implica na supremacia, na subordinao dos sujeitos ao Estado, resultando em uma sociedade vertical.Caractersticas do Sistema InternacionalBaseado na Igualdade Soberana; Estado no reconhece qualquer autoridade superior que lhe defina obrigaes, direitos e competncias; Estados se relacionam juridicamente no mesmo plano, criando, atravs de negociaes voluntrias, as normas (tratados) que vo reger as relaes entre eles; Por isso a sociedade internacional descentralizada e horizontal organizada na idia de cooperao; Sistema coercitivo fraco; eficcia muito dependente de fatores polticos.SERVIDO RESUMO PRTICO

SERVIDO RESUMO PRTICOAPRESENTAR Fazer conhecer o significado daquilo que revelado.ASSINALAR Marcar a existncia de algo por suas caractersticas.CARACTERIZAR Pr em evidncia caracteres, explicando seu significado.ESTABELECER Fixar as bases de; demonstrar a compreenso sobre.EXPLICAR Conhecer a origem ou os motivos de fatos ou processos.EXPOR Tornar claro, conhecido, evidente.FOCALIZAR Dar destaque, salientar um fato do conjunto que o cerca.MOSTRAR Provar, demonstrar, convencer o leitor.JUSTIFICAR Demonstrar, provar.

SISTEMA ESTATALBaseado na supremacia do Estado; Sociedade elege governo que administra o Estado e impe sua jurisdio aos cidados, instituies; Relao entre Estado, como agente normativo, e cidados, como destinatrios das normas, vertical;Sistema centralizado, estruturado na idia de subordinao; Sistema coercitivo forte com o aparato estatal que garante o cumprimento das normas; Tradio positivista, legalista no estudo do direito;

Mas ateno: NADA impede que os Estados criem, por sua prpria vontade soberana, uma instituio internacional dotada de poderes e competncias (oriundos dos estados).

Ainda assim, seria uma relao horizontal marcada pela especializao de competncias e no por uma superioridade hierrquica.Debate sobre a Juridicidade do Direito InternacionalAfinal Direito Internacional direito mesmo?Muitos estudantes de Direito reagem com uma certa indulgncia quando encontram o termo direito internacional, como se dissessem:Bem, ns sabemos que no realmente direito, mas tambm sabemos que os atores do direito internacional tm interesse profissional em cham-lo de direito...... Ou eles podem concordar em conversar sobre direito internacional como se fosse direito, uma espcie de quase-direito...Mas no pode ser verdadeiramente direito, dizem eles, porque no se pode garantir a sua execuo compulsoriamente o seu cumprimento atravs de uma ao institucional ou de uso ou ameaa de sano.Como se poderia forar todo um Estado a cumprir uma norma, especialmente se for uma superpotncia como os Estados Unidos ou a Unio Sovitica?

A crtica austinianaO jurista ingls John Austin (1790-1859) desenvolveu uma teoria do direito segundo a qual o direito consistiria em comandos (ordens, expresses de vontade), oriundos de uma autoridade superior direcionados a um subordinado, aos quais estariam vinculadas sanes no caso de descumprimento.Para Austin, como o direito internacional rege a relao entre Estados (igualmente) soberanos, ele no poderia ser considerado direito positivo porque no resultaria do comando de um soberano sobre seus subordinados, assim como porque naquela poca o direito internacional no contava com um sistema coercitivo considervel. Ento, o direito internacional, na sua opinio no poderia ser propriamente considerado como direito, mas , to somente como uma ordem moral.

Smbolo da Ordem Moral Mundial Eduardo Prado, autor de A Iluso Americana, obra publicada em 1893, ressaltou que "no se leva a srio o direito internacional, exceto entre as potncias cujas foras se equilibram. E como o nico direito que no prescreve o da fora os juristas universalmente reconhecidos so Armstrong, Bange e Krupp, os grandes fabricantes de armamentos nos fins do sculo XIX. Este tipo de opinio bastante compreensvel tendo em vista que a maior parte dos exemplos de manifestaes do direito a que as pessoas esto diariamente submetidas, como constitucional, civil ou direito penal, apresentam caractersticas um tanto diferentes daquilo que elas enxergam como direito internacional, e da a sensao de que o direito internacional no seria direito:

Destas premissas conclui-se que a existncia do direito internacional est[ria] condicionada pela de uma Organizao da sociedade internacional. Ora, uma tal organizao inteiramente incompatvel com a soberania do Estado. No podem existir e, de fato, no existem na sociedade internacional [ a priori], nem legislador, nem juiz, nem polcia. Faltando esta trade necessria, o direito internacional seria simplesmente um mito. (DAILLER, PELLET: 1992, p. 77)

Verificao da aprendizagemConceitue direito internacional.Quais as caractersticas do sistema internacional?Fim da aula n 1Aula n 2Kelsen e a sano na base do conceito de direito.

Entendendo o Direito como ordem normativa de coao, Kelsen repudiou a possibilidade da existncia, sempre afirmada pela doutrina, de obrigaes jurdicas sem sano para o seu descumprimento, de dever jurdico sem coao. Assim se expressa o autor:Aula n 2 por isso, de rejeitar uma definio do direito que no o determine como ordem de coao, especialmente porque s atravs do elemento coao, no conceito do direito, este pode ser distintamente separado de toda outra ordem social, e porque, como elemento de coao, se toma por critrio, um fator sumamente significativo para conhecimento das relaes sociais e altamente caracterstico da ordem social a que chamamos de direito (KELSEN apud AFONSO: 1997, p. 5)Kelsen se pergunta se haveria sano no Direito Internacional .Estabelece o Direito Internacional atos coercitivos (aes de imposio de sanes) como consequncia estabelecida pelo direito Internacional para certa conduta de Estados.

O Direito Internacional determina certa conduta dos Estados como condio para a aplicao de determinadas aes de coero, fazendo assim dessa conduta um delito internacional e tendo as aes de coero o carter de sano (KELSEN: 2010, p. 51-52).Para Kelsen h, sim, sanes no Direito InternacionalNo h, portanto, nada que nos impea de chamar as represlias de sanes de Direito Internacional, pois retaliaes so reaes a violaes do Direito Internacional, isto aos delitos internacionais. O Direito Internacional geral confere a cada Estado o poder jurdico de tomar determinadas medidas coercitivas que tm o carter de represlia [...]O Estado que, autorizado pelo Direito Internacional, recorrer a retaliaes*, pode ser considerado um rgo da comunidade internacional constitudo por Direito Internacional. (KELSEN: 2010, p. 54-55) A definio usual de retaliao a seguinte: so atos que apesar de, normalmente, ilegais so excepcionalmente permitidos como reao de um Estado violao de seus direitos por outro. (KELSEN: 2010, p. 53)

Exemplos de Sanes em Direito Internacional posteriores a Kelsen. Sanes comerciais na OMC e no Mercosul; Suspenso de financiamentos, ajuda humanitria, assistncia tcnica, etc.;Congelamento de bens, confisco de propriedade; Bloqueio de comunicaes, comrcio, e trnsito; Suspenso ou expulso de organizaes internacionais como a OEA; Uso da fora pelo Conselho de Segurana;

Dificuldades no Sistema Coercitivo da Sociedade InternacionalH vrios tipos de sanes no Direito Internacional.Contudo, preciso reconhecer que a aplicao ou a eficcia destas sanes, muitas vezes, dependem de fatores no jurdicos, como: Conjunturas polticas, Situao econmica e Capacidade militar.A fragilidade do sistema coercitivo no faz com que o Direito Internacional deixe de ser um sistema jurdico.A poltica externa, a sociedade internacional e o direito internacional como resultantes de fatores oriundos da poltica interna dos pases.Um dos equvocos mais comuns no estudo das relaes internacionais o de achar que as questes internacionais so decididas (apenas) por razes de ordem internacional e no (tambm) por motivos de mbito interno.Tanto no plano interno, quanto no plano internacional, o direito fruto de um processo poltico.

Os problemas existentes no plano do relacionamento internacional no que se refere assimetria do poder de barganha ...so parecidos com os problemas enfrentados na poltica interna.

O direito internacional tambm direito interno.Por fim, vale esclarecer que o direito internacional direito porque alm de tudo ele tambm parte do direito interno positivado na legislao ordinria. Um tratado no apenas uma norma de direito internacional, ele provoca a criao de uma formulao jurdica de direito interno. Por exemplo, um tratado internalizado atravs de um Decreto Executivo com a aprovao prvia pelo Legislativo. Nesse sentido, o Decreto 1.355/94, cujo contedo semntico de direito internacional (Acordos da OMC) to direito interno quanto o Decreto 1.354/94 sobre, p. ex., direito previdencirio, ou o Decreto 1.356/94 sobre direito tributrio. Vale ainda lembrar que o direito um fruto da sociedade, e por isso acompanha as transformaes da sociedade. Se a sociedade se globaliza, ento no h nada mais natural do que o direito se internacionalizar.Neste sentido importante que os estudiosos do direito tenham a capacidade analtica e a flexibilidade intelectual para compreender a dinmica das transformaes da sociedade e a forma pela qual elas modificam o que se pode entender por direito.A Natureza do Direito Internacional.As fontes de direito internacional tm natureza jurdica.Isso significa que so normas cujo cumprimento tido, pelos prprios sujeitos de direito internacional que as criaram, como obrigatrio, e portanto, seu descumprimento pode estar sujeito a sanes , ainda que, s vezes, no seja juridicamente ou factualmente possvel garantir a sua observncia .Conceito tradicionalConjunto de regras e princpios que regem as relaes jurdicas entre os Estados na sociedade internacional. Conceito Operacional AdotadoSistema de normas jurdicas aplicvel aos sujeitos de direito internacional pelo qual se estabelecem conceitos, direitos e obrigaes em seus inter-relacionamentos na sociedade internacional.Este sistema normativo constitudo, essencialmente, por (fontes): princpios, costumes, convenes (tratados), atos unilaterais, normas de organizaes internacionais e sentenas proferidas por jurisdies internacionais.Por que alguns autores dizem que o direito internacional uma utopia?Existiria uma parte do direito internacional que seria um resultado da convivncia coletiva na sociedade internacional e que independeria da vontade especfica de um ou de outro Estado para seja universalmente reconhecido como norma jurdica vinculante. Este tipo de padro argumentativo segundo o qual o direito internacional deve ser assim parece uma Utopia.E o que seria a teoria da apologia (ascendente) no direito internacional?Koskenniemi chama de Apologia o tipo de argumentao segundo o qual o direito internacional seria aquilo que o Estado faz no exerccio do seu poder soberano.Por esta orientao o Estado quem seria o criador do direito internacional.

A PAZ DE WESTPHALIA: O marco fundador do Direito Internacional A Paz de Westphalia propiciou o surgimento de um sistema inter-estatal que, por sua vez, possibilitou o desenvolvimento do direito internacional. Os pilares deste sistema consistiam nos:Soberania dos Estados;Auto-determinao;Igualdade soberana entre os Estados;No-interveno nos assuntos internos.

Qual a importncia do Tratado de Paz de Vestflia de 1648?Conjunto de 11 Tratados assinados em Osnabruck e Mnster que selou o fim da Guerra dos 30 anos, entre catlicos e protestantes. Pode ser considerado o antecedente mais remoto das diferentes declaraes que vigoram atualmente no direito internacional. Foi a partir deste instrumento que se tornou obrigatrio, em tratados de paz, a incluso de dispositivos que garantissem a liberdade individual das minorias religiosas residentes em pases governados pelos crentes de religio adversa, uma vez que neste instrumento ficou selada, teoricamente, a paz entre catlicos e protestantes, que passaram a gozar dos mesmos direitos.

Quais os princpios bsicos da sociedade internacional?Da soberania territorial dos Estados e da Igualdade entre os Estados, que decorrem do Tratado de Paz de Vestflia (Mnster) de 1648.

Verificao da aprendizagemQual a importncia do Tratado de Paz de Vestflia para o direito internacional?Quais os princpios bsicos da sociedade internacional?

Fim da aula n 2Aula n 3 A evoluo do direito internacional.SISTEMA COLONIAL

Grandes navegaes e a ampliao da sociedade internacional impem novos desafios ao direito internacional

Kelsen e a sano na base do conceito de direito.

Entendendo o Direito como ordem normativa de coao, Kelsen repudiou a possibilidade da existncia, sempre afirmada pela doutrina, de obrigaes jurdicas sem sano para o seu descumprimento, de dever jurdico sem coao. Assim se expressa o autor:

De Mare Liberum discute os direitos de Inglaterra, Espanha e Portugal a governar os mares. Se tais pases pudessem legitimamente governar e dominar os mares, os holandeses estariam impedidos de navegar s ndias Ocidentais. O argumento de Grotius que a liberdade dos mares era um aspecto primordial na comunicao entre os povos e naes. Nenhum pas pode monopolizar o controle do oceano dada sua imensidade e falta de limites estabelecidos. Em 1604 escreveu De Jure Praedae (Sobre a lei do Apresamento).

DIP era um direito euro-cntrico, entre europeus, no aplicvel a outros povos. Europeus se relacionavam com nativos como se relacionam entre eles.Com a Revoluo Americana, os Estados Unidos conquistaram militarmente, e com apoio da Frana o direito de ser tratado como Estado.

Amrica declarava, na Declarao de Independncia dos Estados Unidos que considerava... "incontestveis e evidentes em si mesmas as seguintes verdades: que todos os homens foram criados iguais, que eles foram dotados pelo Criador de certos direitos inalienveis, que entre esses direitos esto, em primeiro lugar, a vida, a liberdade e a busca da felicidade .Nota-se que a igualdade proclamada como condio fundamental, ao passo que a liberdade est entre outros direitos

Tratava-se de uma "igualdade" de contedo moral de fundamento tnico-religioso, desprovida de base legal positiva, que permitiu, por exemplo, a convivncia paradoxal da discriminao racial com a liberdade e a vida.

Napoleo rompe o equilbrio na Europa.Foram necessrias sucessivas alianas para restabelecer a paz at que Napoleo foi derrotado em Waterloo.

Quais as inovaes trazidas pela Revoluo Francesa que influenciaram o direito internacional?a) Queda do absolutismob) princpio democrticoc) princpio das nacionalidades;d) princpio da soberania nacional

Congresso de Viena de 1815 Tentando Manter a paz atravs do equilibrio e o equilbrio atravs do multilateralismo. O Congresso de Viena foi uma conferncia entre as potncias vencedoras da batalha contra o Imprio de Napoleo que ocorreu entre 1 de Outubro de 1814 e 9 de Junho de 1815.Congresso de VienaFoi o primeiro tratado coletivo, reunindo todos os tratados particulares em um s documento;Tinha como objetivo o trfico de escravos e a internacionalizao dos grandes rios europeus.Reuniu Rssia, ustria, Inglaterra e Prssia para redesenhar o mapa poltico da Europa aps a derrota de Napoleo, formando a Santa Aliana, organizao que tinha como objetivo conter a difuso da revoluo liberal (burguesa), semeada por Napoleo. O Brasil foi elevado a Reino Unido a Portugal e Algarves. Espanha e Portugal faziam parte desse acordo, por isso a Santa Aliana podia intervir nas colnias em caso elas tentassem libertar-se. Em 1856, foi celebrado o Tratado de Paris, primeiro tratado coletivo perfeito, foram celebrados tratados com pases no-europeus e acabou a Santa Aliana, substituda por uma poltica de "equilbrio de poder", baseada na Doutrina Monroe.Os objetivos desses pases eram redesenhar o mapa poltico europeu, restabelecer a ordem na Frana e equilibrar suas foras, no sentido de garantir a paz na Europa.Dos cerca de 300 Estados pr-napolenicos restaram umas 30 unidades polticas. Instrumento de Ao: Santa Aliana (ustria, Rssia, Prssia), aliana poltico-militar reunindo exrcitos feudais prontos para intervir em qualquer situao que ameaasse o Antigo Regime.Com a posterior entrada da Inglaterra no grupo criou-se a Qudrupla Aliana, e em 1818, o ingresso da Frana criou a Quntupla Aliana.

Princpios acordados no Congresso de Viena As diretrizes fundamentais do Congresso de Viena foram: o princpio da legitimidade, a restaurao, o equilbrio de poder e, no plano geopoltico, a consagrao do conceito de "fronteiras geogrficas. Tratam-se de princpio de relaes internacionais e no de direito internacional.Outra deciso importante das grandes potncias reunidas em Viena foi a consagrao da idia de balana do poder. As grandes potncias decidiram ento dividir os recursos materiais e humanos da Europa, de tal maneira que uma potncia no pudesse ser mais poderosa que a outra (balana e equilbrio de poder); sendo assim, nenhum outro Napoleo se atreveria a desafiar seu vizinho, sabedor de que este contaria com os mesmos recursos. A primeira conveno multilateral conclui-se no Congresso de Viena, em 1815, incorporado pela sua ata final. um novo mecanismo diplomtico que permite uma mais fcil entendimento de vrios Estados, sem impedir a expresso da vontade de cada um sobre as diferentes matrias. Em paralelo, da sociedade internacional dinmica do sc. XIX vai decorrer uma diferente concepo da gesto das relaes internacionais, pelo que a par dessa nova ferramenta diplomtica criada em Viena ( tratado multilateral), a derrota de Napoleo abriria caminho para processos inditos de entendimento e de equilbrio entre as grandes potncias europias.Os Libertadores da Amrica e os novos Estados na sociedade internacional.Hora da ona beber gua.

Todos os alunos devero elaborar uma resposta para a seguinte pergunta:Apresentar as razes que expliquem por que a colnia espanhola na Amrica se fragmentou em vrias naes e ao contrrio a colnia portuguesa se manteve una.Doutrina Monroe: A Amrica para os (Norte) AmericanosNo interveno nos assuntos internos dos pases americanos;No criao de novas colnias nas Amricas; No interveno dos Estados Unidos em conflitos relacionados aos pases europeus como guerras entre estes e suas colnias.

Julgamos propcia esta ocasio para afirmar, como um princpio que afeta os direitos e interesses dos Estados Unidos, que os continentes americanos, em virtude da condio livre e independente que adquiriram e conservam, no podem mais ser considerados, no futuro, como suscetveis de colonizao por nenhuma potncia europia [...] (Mensagem do Presidente Monroe ao Congresso dos EUA, 1823).ADoutrina Calvo(1868), denominada assim por seu autor,Carlos Calvo, uma doutrinalatino-americanadedireito internacionalque estabelece que, aqueles que vivem em um pas estrangeiro devem realizar suasdemandas, reclamaes e queixas jurisdiodostribunaislocais, evitando recorrer s presses diplomticas ou intervenes armadas de seu prprio Estado ou governo. Tem sido adotada em vrias constituies latino-americanas.

Congresso de Berlim de 1887:

Com a Realpolitik de Bismarck, a paz na Europa permitiu uma partilha negociada da frica, facilitando o novo imperialismo europeu.

Imperialismo: Ocidente subjuga, pela fora, o resto do mundo.Imperialismo ao extremo: Europa faz guerras para obrigar a China a aceitar trfico do pio em seu territrio. Potncias europeias cercam a China: Alemanha em Tsingtao e na pennsula de Shantung ; Inglaterra em Hong Kong, Portugal em Macao, e Frana na Indo-China.

EUA e potncias europias negociam entre si o destino do resto do mundo. O direito internacional o instrumento usado para regular a forma deles compartilharem os benefcios desta dominao.Fim da aula n 3Aula n 4 parte final da aula de evoluo do Direito InternacionalEmenta da disciplina:Nivelamento sobre a Sociedade Internacional. (2 aulas)Sistema de Recepo dos Tratados Internacionais. (1 aula)Sujeitos do DIPr e Legislao no mbito do DIPr. (2 aulas)Soluo de conflitos no DIPr. (4 aulas)Arbitragem Internacional.(2 aulas)Contratos Internacionais. (2 aulas)02 provas bimestrais. (2 aulas)02 aulas de reviso antes das provas.

No incio do sculo XX, os EUA comearam a projetar seu poder sobre o seu quintal na Amrica central e Caribe, especialmente aps o declnio da Espanha.Apesar de ter tido uma experincia diferente da europia, os EUA passaram a ser uma potncia internacional que projetava sua fora conforme a tradio europia da poltica do poder. Mas eles tinham uma vantagem: Isolamento Esplndido, ausncia de vizinhos poderosos.Brasil se consolida como a liderana na Amrica do Sul com a diplomacia inteligente do Baro do Rio Branco que soube como usar a fora, a diplomacia e o direito internacional.

Ocupem, eles no tem condies de virGen. Galtieri

Evo Morales

ADoutrina Dragofoi anunciada em 1902 pelo chanceler argentinoLus Maria Dragoem resposta ao descumprimento daDoutrina MonroedosEUA. Afirma que nenhuma potncia estrangeira pode usar a fora contra uma nao americana com a finalidade de cobrar uma dvida.

ADoutrina Dragofoi uma resposta s aes daGr-Bretanha,AlemanhaeItlia, que impuseram um bloqueio naval Venezuelano final de 1902, como resposta enorme dvida que o presidente daVenezuela,Cipriano Castro, havia se recusado a pagar.Somente haveria defesa por parte dosEUA se as potncias europias desejassem recolonizar algum territrio naAmrica.

Uma verso modificada foi aprovada por Horace Porter em Haia, em 1907. Esta acrescentou que a arbitragem e o litgio devem ser sempre utilizados primeiro.A fragilidade institucional do sistema internacional:Lies da Primeira Guerra MundialDa busca pelo equilbrio, corrida armamentista. Da busca pela paz, por segurana.Dramtica concluso: Para uma Nao confiar apenas no equilbrio internacional foi e sempre ser perigoso.A preocupao com manuteno de um equilbrio geopoltico-militar internacional como mecanismo para manuteno da paz levou as grandes potncias a se articularem em grandes alianas militares.O processo de formao de alianas vai crescendo em crculos, envolvendo um nmero cada vez maior de pases. Isso faz com que todo mundo acredite ser obrigado a lutar, sem ter a menor idia da razo pela qual est lutando.

A Guerra foi fruto de uma armadilha que o prprio jogo de equilbrio entre os pases construiu.Os pases caminharam rumo a esta guerra torcendo para que ela no acontecesse, mas se comportando como se ela fosse inevitvel.Idealismo de WilsonWilson acreditava que os pases deveriam empreender esforos diplomticos no sentido de constituir um sistema internacional pautado por valores, princpios, direito internacional e instituies internacionais. Ele condicionava a entrada dos EUA na Guerra aceitao das suas 14 condies e com isso contribui muito com o direito internacional, pois a partir da sua iniciativa poltica, foi criada a Liga das Naes.

Da culpa, s reparaes.A clusula de reconhecimento da responsabilidade pelos danos causados pela guerra foi redigida justamente para justificar a obrigao de a Alemanha pagar a pesadas reparaes previstas pelos artigos 233 247 Esta clusula foi escrita pelo americano John Foster Dulles e teve um significado histrico muito simblico pois pressupe uma confisso de culpa que marcou a Alemanha e as relaes internacionais.Alemanha foi obrigada a pagar pesadas reparaes.O valor total da reparao foi calculado por uma Comisso de Reparao dos Estados Aliados foi algo que hoje seria equivalente a US$ 385 bilhes de dlares.

Vingana da Frana por ter sofrido o mesmo tipo de punio de Bismarck na Guerra franco Prussiana. Porm, enquanto a punio da Frana poderia ser paga em 5 anos, a da Alemanha s seria paga em 59 anos. E na verdade ela s foi finamente integralizada em 2010 .

A Segunda Guerra Mundial e a era das organizaes internacionaisConferncias Internacionais no contexto da IIGM esto na origem da ONU e outras organizaes internacionais

Nova Ordem Econmica InternacionalAs propostas situavam-se em torno de algumas reivindicaes especficas dos pases em desenvolvimento, dentre os quais podemos citar: Estabilidade de preos para commodities e matria prima;

Transferncia de recursos de pases ricos para pobres; Industrializao e tecnologia, corporaes transnacionais, acesso a mercados; Reforma no Sistema Monetrio Internacional; e Maior poder nas discusses internacionaisDesta forma, pases como o Brasil exigiam o reconhecimento internacional de seu direito ao desenvolvimento, reivindicando maior participao na definio das normas constantes do Direito internacional, de forma a refletir nelas seus interesses.A forma escolhida por estes pases para atingirem os seus objetivos foi a atuao na Assemblia Geral da ONU, por meio da criao de um rgo, a Conferncia das Naes Unidas para o Comrcio e Desenvolvimento (UNCTAD).Fim da Guerra Fria

O que ocorreu na sequncia da queda do muro de Berlim, em novembro de 1989, foi a imploso da maior parte dos regimes socialistas, entre essa data e 1991, e do prprio desaparecimento da Unio Sovitica e unificao das duas Alemanhas, representando o declnio irremedivel do socialismo enquanto alternativa ao modo capitalista de produo.

Europa realizou, nos vinte anos seguintes, seu movimento de unificao econmica e poltica, por meio da Unio Europia e da OTAN. O processo ainda no est completo, mas as fronteiras foram em grande medida contornadas ou superadas.A Integrao de mercados e a gradual aproximao dos modelos polticos tornar os conflitos militares, seno uma impossibilidade terica, pelo menos uma ocorrncia remota. A periferia russa, contudo, ainda tem alguns obstculos a vencer.

(1) Guerra do Golfo

A guerra do Golfo desafiou o corpo existente do direito internacional, relativo ao recurso da fora - jus ad bellum. Em particular, foi vista como violao ou reinterpretao dois dispositivos legais para o uso da fora: auto-defesa (reconhecido no artigo 51 da Carta da ONU) e a autorizao do Conselho de Segurana da ONU.Genocdio na Iuguslvia

Srebrenica- 2008Genocdio em Ruanda

Massacre de civis na Sria

HojeMomento de institucionalizao

Novo paradigma de integrao:

A supranacionalidade da Unio Europia

O Sistema multilateral de comrcio: 153 pases membros

OMCTemas atuais do direito internacional Acordos de Defesa ColetivaTrato de no-proliferao NuclearDireito Internacional AmbientalDireitos do MarFim do nivelamento sobre a Sociedade InternacionalPrxima aula veremos o sistema de recepo dos tratados internacionaisAula n 3 Sistema de recepo dos Tratados InternacionaisEmenta da disciplina:Nivelamento sobre a Sociedade Internacional. (2 aulas)Sistema de Recepo dos Tratados Internacionais. (1 aula)Sujeitos do DIPr e Legislao no mbito do DIPr. (2 aulas)Soluo de conflitos no DIPr. (4 aulas)Arbitragem Internacional.(2 aulas)Contratos Internacionais. (2 aulas)02 provas bimestrais. (2 aulas)02 aulas de reviso antes das provas.

APRESENTAOPor muito tempo, o Direito Internacional cuidou principalmente das relaes soberanas entre Estados, fator que contribuiu para uma certa solenidade da matria, limitando seu interesse a grupos restritos. Direito Internacional PblicoVimos que o direito internacional pblico trata das relaes entre Estados soberanos, Organizaes Internacionais Intergovernamentais, como a ONU, FMI, por exemplo, e pessoas e demais entes, como as organizaes no governamentais (Greenpeace) no mbito internacional.Ele abrange assuntos dos mais relevantes, no s do ponto de vista terico mas tambm do ponto de vista prtico. Seu estudo fornece soluo a questes variadas, cujo conhecimento se torna cada vez mais necessrio ao mundo civilizado.

A partir desta aula abordaremos o Direito Internacional Privado cuja finalidade a satisfao de interesses de particulares, pertencentes a naes diversas e, por conseguinte, pertencentes a sistemas jurdicos distintos cujas as normas so conflitantes.

Veremos como resolver o problema da harmonia das regras jurdicas de um Pas com as de outros com referncia s relaes privadas constitudas no trato internacional.

Assim, o objetivo deste nossa matria de oferecer aos alunos, uma doutrina com linguagem simples e direta, apresentada de forma sinttica, em conceitos essenciais, resumos complementados por respectivas leis, alm de bibliografia selecionada.

Cabe lembrar que trata-se de uma designao imprpria, porque esse Direito no internacional nem privado. A bem ver, o Direito Internacional Privado no possui regras que disciplinem as relaes entre as pessoas, mas sim regras destinadas a determinar quais as regras que devem ser aplicadas para disciplinar aquelas relaes.

Objetivo da 3 aula: 1) Conhecer o procedimento de recepo dos tratados internacionais.

DefinioDireito internacional privado(DIPr) o conjunto de normas jurdicas, criado por uma autoridade poltica autnoma (umEstado nacional)ou uma suaprovnciaque disponha de umaordem jurdicaautnoma, com o propsito de resolver os conflitos de leis no espao.O direito internacional privado um sobredireito, pois indica o direito aplicvel e no soluciona um litgio. Assim, trata-se de um ramo que possui normas conflituais indiretas, que no proporcionam uma soluo, mas trazem o direito incidente sobre determinado fato jurdico.Em termos simples, o DIPr um conjunto de regras de direito interno que indica ao juiz local que lei se a do foro ou a estrangeira; ou dentre duas estrangeiras - dever ser aplicada a um caso (geralmente privado) que tenha relao com mais de um pas.Nesta aula, pretendo apenas trazer uma amostragem do procedimento de recepo dos tratados internacionais pelo direito interno brasileiro. Inicialmente, deve-se demonstrar qual o sistema de recepo adotado pelo Brasil para transformar as normas internacionais em normas internas.

Recepo dos Tratados Internacionais no ordenamento jurdico nacional.Por determinao constitucional, os tratados internacionais, entendidos no seu sentido amplo, entram no ordenamento jurdico brasileiro por um processo de transformao denominado por internao, internalizao, incorporao ou recepo dos tratados internacionais.

um tipo de transformao para que o tratado internacional vire uma norma interna, com todas as caractersticas que a norma possui. Isto porque, no Brasil, quando se estudam tratados internacionais, adota-se um sistema dualista no qual a norma internacional, o tratado internacional in casu, no aplicada diretamente, necessitando, por ser dualista, passar por um processo para transform-lo em norma do ordenamento jurdico interno.

Trs sistemas bsicos so reconhecidos, quanto ao relacionamento entre o direito internacional e o direito interno de determinado Estado:Dualismo e monismo.

Segundo a doutrina dualista, para que uma norma internacional seja aplicada na ordem interna de um Estado, este deve primeiramente transform-la em norma de direito interno, incorporando-a ao seu ordenamento jurdico domstico. Esta doutrina costuma ser chamada de teoria da incorporao.

monismo com supremacia do direito internacional (a ordem jurdica uma s, mas as normas de direito interno devem ajustar-se ao direito internacional); emonismo com supremacia do direito interno (uma nica a ordem jurdica, mas as normas de direito internacional devem ajustar-se ao direito interno).

A Incorporao dos tratados ao sistema interno brasileiro, equiparando-o lei interna, transforma-os em uma lei nacional e extingue o conflito prprio da teoria monista. A regra vigente de revogao de lei anterior pela lei posterior princpio assente no sistema jurdico brasileiro e aplicvel ao ordenamento como um todo.

Esta equiparao lei interna a fonte de toda a discusso doutrinria, pois, a qualquer tempo: "(...) Um tratado obrigando o Brasil pode deixar de ser cumprido se o Congresso legislar, posteriormente, em sentido contrrio.

Considerando a relevncia deste debate, esta aula visa a trazer uma breve amostragem de casos discutidos nos Tribunais brasileiros acerca deste tipo de controvrsia; mas, antes, faremos uma introduo sobre a transformao dos tratados internacionais em normas internas.

Fases da recepoDe acordo com Cachapuz de Medeiros, so duas as fases que compem o iter procedimental na elaborao dos tratados internacionais: o processo simples, pela negociao, assinatura e publicao, e o processo solene, pela negociao, assinatura, ratificao, promulgao, publicao e registro. Com efeito, a boa doutrina segue estes passos.

consenso de que o processo de recepo dos tratados internacionais pode ser dividido em quatro fases distintas:a) 1 Fase: NegociaoNeste momento, os termos do contedo do tratado internacional so discutidos entre os signatrios. No Brasil, funo tpica do Ministrio das Relaes Exteriores desenvolver a agenda das relaes internacionais brasileiras, compreendida no grande bojo da poltica externa brasileira.

As misses diplomticas, destinadas tarefa de preparar o texto do tratado internacional, so compostas de diplomatas de carreira e de especialistas sobre a matria a ser tratada; tambm no rara a presena de polticos nestas misses .

Na verdade, podemos dizer que muito comum misses de carter multidisciplinar; quer dizer, existem tratados contendo matrias estranhas aos estudos de relaes internacionais e direito como, por exemplo, assuntos referentes energia nuclear, petrleo, agricultura, biogentica, informtica e muitos outros cujo domnio s possui o especialista daquela rea .

importante ressaltar, ainda, que nesta fase da negociao os tratados internacionais sofrem o primeiro controle prvio de sua constitucionalidade. Na elaborao do texto final, so apreciados os pressupostos de constitucionalidade atinentes matria objeto do tratado para que, ento, o texto final possa ser assinado. um tipo de controle prvio saneador, preparatrio do instrumento para sua ulterior assinatura.

2 fase: AssinaturaAps a redao ser meticulosamente avaliada pela equipe negociadora, o texto final deve ser assinado. Pela leitura do art. 84, VIII da CF/88, compete privativamente ao Presidente da Repblica celebrar todos os tratados, convenes e atos internacionais; neste dispositivo, a CF designa quem detm a competncia reservada para assinar tratados internacionais em nome da Repblica Federativa do Brasil.

No custa nada lembrar que o Brasil por ser uma Repblica Federativa com regime presidencialista, o Presidente da Repblica acumula a funo de Chefe de Estado e Chefe de Governo. Assim, o Presidente da Repblica, na sua funo de Chefe de Estado, como representante do Estado brasileiro nas suas relaes exteriores, quem detm a competncia exclusiva de assinar tratados internacionais.

Ocorre, no entanto, que nem sempre o Presidente da Repblica pode estar presente no ato formal da assinatura, tampouco estar presente a toda fase de negociao, ento, surge a figura do plenipotencirio Atualmente, segue-se a orientao da Conveno de Viena sobre Direito dos Tratados, de 1969, que j em seu art. 1 define plenos poderes como sendo:

(...) um documento expedido pela autoridade competente de um Estado e pelo qual so designadas uma ou vrias pessoas para representar um Estado para a negociao, a adoo ou a autenticao do texto de um tratado, para exprimir o consentimento do Estado em obrigar-se por um tratado ou para praticar qualquer outro ato relativo a um tratado;

Ademais, a Conveno de Viena segue dispondo sobre o plenipotencirio quando trata da Concluso dos Tratados, afirmando, em seu artigo 6 que "todo Estado tem capacidade para concluir tratados" e segue elencando, no art. 7, a possibilidade de outras pessoas, que no o Presidente da Repblica, para concluir com a assinatura os tratados internacionais.

Artigo 7. Conveno de VienaPlenos poderes 1. Para a adoo ou autenticao de um texto ou para manifestar o consentimento do Estado em obrigar-se por um tratado, considerar-se- que um a pessoa representa um Estado: a) Se apresenta os plenos poderes adequados;b) .....

Desta forma, a assinatura, seja ela do Presidente da Repblica ou por seu representante, completa um ciclo, o ciclo da negociao. Importante notar, quanto eficcia das normas internacionais, que, no direito brasileiro, a assinatura gera apenas responsabilidade com relao aos demais signatrios e no obrigao na ordem interna.

3 Fase: ReferendumNesta fase, inicia-se o fenmeno propriamente dito da internalizao ou recepo dos tratados internacionais. De acordo com o art. 49, I da CRFB, cabe ao Congresso Nacional resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais que acarretam encargos ou compromissos gravosos ao patrimnio nacional.

A deliberao do Parlamento resulta na aprovao do tratado, instrumentalizada no texto de um Decreto de Legislativo. Este Decreto dispensa a sano ou promulgao por parte do Presidente da Repblica e contm um duplo teor: a aprovao e, simultaneamente, a autorizao para o Presidente da Repblica ratific-lo. Este Decreto promulgado pelo Presidente do Senado Federal e publicado posteriormente em Dirio Oficial .

4 Fase:Ratificao e PromulgaoO Decreto do Legislativo chega ao Presidente da Repblica para a ratificao e promulgao, que ocorrem em um nico ato, pela edio do Decreto do Executivo. Aps a promulgao e posterior publicao do Decreto do Executivo pelo Presidente da Repblica, este adquire vigncia no ordenamento jurdico interno brasileiro com hierarquia de lei federal ordinria.

As normas previstas nos tratados internacionais, devidamente aprovadas pelo Poder Legislativo e promulgadas pelo Presidente da Repblica, ingressam no ordenamento jurdico brasileiro como atos normativos infraconstitucionais

De acordo com o texto constitucional, depois que o tratado internacional internaliza-se por meio do Decreto, este alcana o status de lei lato sensu, pois no h disposio que mencione o lugar de sua hierarquia no ordenamento jurdico; ou seja, se estes tratados estariam abaixo das leis ou a elas se sobreporiam em caso de conflito, se as revogariam ou se seriam por elas revogados.

Cumpre, desde logo, ressaltar que no existe no ordenamento positivo brasileiro qualquer disposio sobre o lugar que os tratados internacionais ocupariam na hierarquia normativa brasileira, omisso esta que alcana o texto constitucional .

Diante da ausncia de dispositivos constitucionais, a jurisprudncia brasileira orienta-se pela doutrina e pelos acrdos. Por essa razo, deve-se observar como a jurisprudncia brasileira tem se posicionado perante a questo referente ao conflito entre DI e D. interno, envolvendo tratados internacionais e leis internas.

O texto constitucional de 1988, como se sabe, salvo no que diz respeito aos tratados de proteo dos direitos humanos, que tm ndole e nvel constitucional (art. 5, 2.), em nenhum de seus dispositivos estatuiu, de forma clara, qual a posio hierrquica do direito internacional perante o nosso direito interno. Deixou para a jurisprudncia e para a doutrina esta incumbncia.

A Excelsa Corte brasileira (Supremo Tribunal Federal) h mais de vinte anos (desde 1977), j firmou, de modo praticamente absoluto, seu posicionamento no que diz respeito a essa matria. Esclarea-se que estamos tratando, aqui, dos tratados internacionais comuns ou tradicionais. O problema da concorrncia entre tratados internacionais e leis internas de estatura infraconstitucional pode ser resolvido, em princpio, de duas maneiras. Numa, dando prevalncia aos tratados sobre o direito interno infraconstitucional, a exemplo das constituies francesa (art. 55), grega (art. 28, 1.) e peruana (art. 101), garantindo ao compromisso internacional plena vigncia, sem embargo de leis posteriores que o contradigam.

Noutra, tais problemas so resolvidos garantindo-se aos tratados apenas tratamento paritrio, tomando como paradigma leis nacionais e outros diplomas de grau equivalente. Ou seja, havendo conflito entre tratado e lei interna a soluo encontrada aplicando-se o princpio lex posterior derogat priori.

O Brasil, segundo a Egrgia Corte, enquadra-se nesse segundo sistema (monismo nacionalista moderado). H mais de vinte anos (desde 1977, como j se falou) vigora na jurisprudncia do STF o sistema paritrio, no qual o tratado, uma vez formalizado, passa a ter fora de lei ordinria (v. RTJ 83/809 e ss.), podendo, por isso, revogar as disposies em contrrio, ou ser revogado (rectius: perder eficcia) diante de lei posterior.

Com esse entendimento da Excelsa Corte, a norma convencional passou a ser considerada como tendo o mesmo status e valor jurdico das demais disposies legislativas internas. E, desta forma, aos tratados internacionais seria vedado disciplinar matria reservada lei complementar.Desta feita, em caso de conflito entre a norma internacional e a lei interna, deve-se aplicar o princpio geral relativo s normas de idntico valor, isto , o critrio cronolgico, onde a norma mais recente revoga a anterior que com ela conflite. Na afirmativa de Francisco Campos, mesmo quando a Constituio manda incorporar ao direito interno as normas provenientes do direito internacional, isto "no significa que o Corpo Legislativo fique impedido de editar novas leis contrrias ao disposto nos tratados. O nico efeito de recepo do direito internacional no quadro do direito interno de dar fora de lei s normas jurdicas assim incorporadas legislao.

Neste caso, os tratados valero como lei e, nesta qualidade, sero aplicados pelos Tribunais, da mesma maneira, na mesma extenso e com a mesma obrigatoriedade prpria aplicao do direito interno.A doutrina da Excelsa Corte, entretanto, peca pela impreciso. Admitir que um compromisso internacional perca vigncia em virtude da edio de lei posterior que com ele conflite permitir que um tratado possa, unilateralmente, ser revogado por um dos Estados-partes, o que no permitido e tampouco compreensvel. Seria fcil burlar todo o pactuado internacionalmente se por disposies legislativas internas fosse possvel modificar tais normas. Se um Estado se obriga livremente a cumprir um acordo internacional, como explicar possa ele editar leis contrrias a todo o pactuado? Qual o valor de um tratado se por meio de lei interna se pudesse deixar de aplic-lo?

Aprovando um tratado internacional, o Poder Legislativo se compromete a no editar leis a ele contrrias. E de tal fato decorre a vinculao do Estado no que atine aplicao de suas normas, devendo cada um dos seus Poderes cumprir a parte que lhes cabe nesse processo: ao Legislativo cabe aprovar as leis necessrias, abstendo-se de votar as que lhe sejam contrrias; ao Executivo fica a tarefa de bem e fielmente regulament-las, fazendo todo o possvel para o cumprimento de sua fiel execuo; e ao Judicirio incumbe o papel preponderante de aplicar os tratados internamente, bem como as leis que o regulamentam, afastando-se da aplicao de leis nacionais que lhes sejam contrrias.Verificao da aprendizagemExplicar o procedimento de recepo dos tratados internacionais.

Fim da aula n3Aula n 4 Fontes do DIPr/ Legislao no mbito do DIPr.Ementa da disciplina:Nivelamento sobre a Sociedade Internacional. (2 aulas)Sistema de Recepo dos Tratados Internacionais. (1 aula)Fontes do DIPr e Legislao no mbito do DIPr. (2 aulas)Soluo de conflitos no DIPr. (4 aulas)Arbitragem Internacional.(2 aulas)Contratos Internacionais. (2 aulas)02 provas bimestrais. (2 aulas)02 aulas de reviso antes das provas.

Reviso de conhecimentosJurisprudncia, smulas e precedente tem juridicamente o mesmo sentido?A jurisprudncia pode ser conceituada tanto em termos gerais quanto pela tica do caso particular. Sob a primeira perspectiva definida como o conjunto das solues dadas pelos tribunais as questes de Direito. Para a segunda, denomina-se Jurisprudncia o movimento decisrio constante e uniforme dos tribunais sobre determinado ponto do Direito.A contribuio dos tribunais a esse princpio norteador do ordenamento jurdico constitucional ocorre pela uniformizao da jurisprudncia via publicao de smulas de jurisprudncia predominante. o que se percebe no caput do artigo 479 do Cdigo de Processo Civil: o julgamento, tomado pelo voto da maioria absoluta dos membros que integram o tribunal, ser objeto de smula e constituir precedente na uniformizao da jurisprudncia.O magistrado constri, por meio de uma atividade criativa, a deciso de acordo com seu convencimento, procurando no legislativo, fundamentos para a mesma, em outras palavras, inicialmente o magistrado decide o caso e, em seguida, busca no sistema (legislao, princpios etc.) amparo para motivar sua deciso.O juiz dever demonstrar o fundamento, a norma geral do ordenamento jurdico, que soluciona o caso concreto (no apenas a lei em si, mas o entendimento do juiz acerca dessa lei). Assim, a norma geral do caso concreto a interpretao feita pelo juiz, do direito positivo. As normas gerais criadas a partir de casos concretos esto na fundamentao das decises e se configuram como aquilo que se chama de precedente judicial, que exatamente essa norma geral criada a partir do caso concreto.Equidade considerada como um importante recurso auxiliar de aplicao da lei. A melhor definio de equidade o da sua concepo aristotlica, onde equidade entendida como a justia do caso concreto.O juiz pode afastar-se de observar o critrio de legalidade estrita, podendo adotar em determinado caso a soluo que reputar mais conveniente ou oportuna?

Atualmente, por fora do art. 127 do CPC, o julgamento por equidade somente admitido em casos excepcionais quando a lei autorizar o juiz a faz-lo.Ex: art. 20 do CPC a fixao dos honorrios advocatcios de sucumbncia nas causas de pequeno valor e nas de valor inestimvel, onde a lei delega ao prudente arbtrio do julgador a estipulao do quantum debeatur.Art. 20. 3 Os honorrios sero fixados entre o mnimo de dez por cento (10%) e o mximo de vinte por cento (20%) sobre o valor da condenao, atendidos:a) o grau de zelo do profissional;b) o lugar de prestao do servio;c) a natureza e importncia da causa, o trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para o seu servio. 4 Nas causas de pequeno valor, nas de valor inestimvel, naquelas em que no houver condenao ou for vencida a Fazenda Pblica, e nas execues, embargadas ou no, os honorrios sero fixados consoante apreciao equitativa do juiz, atendidas as normas das alneas a, b e c do pargrafo anterior.

art. 1.109, segunda parte, do CPC, segundo o qual, nos procedimentos de jurisdio voluntria, o o juiz decidir o pedido no prazo de 10 dias; no , porm, obrigado a observar critrio de legalidade estrita, podendo adotar em cada caso a soluo que reputar mais conveniente ou oportuna.

A modernidade trouxe situaes em que as pessoas podem livremente transacionar, somente sendo necessria a homologao das vontades contratuais, surgindo dessa forma a jurisdio voluntria.Dessa forma os procedimentos especiais de jurisdio voluntria so aquelas aes em que no havendo controvrsias entre as partes no necessria a interveno do juiz como rbitro, mas que ao mesmo tempo tenha validade jurdica.

A jurisdio voluntria no resolve conflitos, mas apenas tutela interesses. No se pode falar em partes, no sentido em que esta palavra tomada na jurisdio contenciosa.Tambm chamada de jurisdio graciosa ou intervolentes, a jurisdio voluntria, como o prprio nome diz, refere-se homologao de pedidos que no implique litgio.

atos meramente receptivos (funo passiva do magistrado, como publicao de testamento particular - Cdigo Civil, artigo 1646);atos de natureza simplesmente certificante (legalizao de livros comercias, "visto" em balanos);

Reviso de conhecimentosConexo e Continncia1 : conexo e continncia s podem alterar competncia relativa (art. 102 do CPC). So relativas as competncias fixadas em razo do Territrio e do Valor (art. 111 do CPC).2: So conexas duas ou mais aes quando entre elas houver identidade de causa de pedir ou de objeto (pedido), conforme art. 103 CPC.Lembre: partes + causa de pedir +objeto (pedido) so os elementos da ao (art.301, pargrafo 2 CPC).Ento para que ocorra conexo entre duas ou mais aes no h necessidade de identidade de todos os elementos da ao. Bastaria coincidir a causa de pedir ou o pedido.Por favor... Mesmas partes NO requisito para a conexo.

3 - Na continncia a identidade entre os elementos da ao maior. Para que ocorra continncia entre aes h necessidade de mesmas PARTES, mesma CAUSA DE PEDIR, s que o OBJETO de uma mais amplo e engloba o que pedido na outra (art. 104 CPC).Por isso podemos afirmar que toda causa em continncia conexa, mas nem sempre causas conexas geram continncia.S no confunda continncia com litispendncia (art. 301, pargrafo 2 CPC). Nesta a identidade total. E por isso a segunda ao ser extinta nos termos do art. 267, V CPC. Na continncia as aes sero reunidas para julgamento simultneo.4 - Lembre-se a conexo pode ser verificada de ofcio ou a requerimento das partes (art.105 CPC).5 - Como o objetivo da conexo evitar sentenas conflitantes...no faz sentido a reunio de aes se uma delas j tiver sido sentenciada (Smula 235 STJ: A conexo no determina a reunio dos processos, se um deles j foi julgado).

6 - Finalmente lembre que havendo conexo, as aes sero reunidas para julgamento simultneo perante o juzo prevento.E quem o juzo prevento? Depende:a) Aes coletivas: o juzo da primeira ao proposta. - ao civil pblica (observar o art. 2, pargrafo nico da Lei n 7347/85). - ao popular ( observar o art. 5,prgrafo 3 da Lei n 4717/65). Lei n 7347/85 Ao civil pblicaArt. 2 As aes previstas nesta Lei sero propostas no foro do local onde ocorrer o dano, cujo juzo ter competncia funcional para processar e julgar a causa.Pargrafo nico-A propositura da ao prevenir a jurisdio do juzo para todas as aes posteriormente intentadas que possuam a mesma causa de pedir ou o mesmo objeto.Lei n 4717/65Ao popularArt. 5 Conforme a origem do ato impugnado, competente para conhecer da ao, process-la e julg-la o juiz que, de acordo com a organizao judiciria de cada Estado, o for para as causas que interessem Unio, ao Distrito Federal, ao Estado ou ao Municpio. 3 A propositura da ao prevenir a jurisdio do juzo para todas as aes, que forem posteriormente intentadas contra as mesmas partes e sob os mesmos fundamentos.

b) Aes comuns: Depende: - quando os juzes tiverem a mesma competncia territorial, ser prevento o juzo que primeiro tiver despachado (art.106 CPC). - quando os juzes tiverem competncias territoriais distintas, ser competente o juzo que ocorrer a primeira citao vlida ( art.219 CPC).Objeto do DIPrVimos que o direito internacional privado regula e promove o estudo de um conjunto de regras que determinam qual o direito material aplicvel s relaes jurdicas particulares, sejam entre pessoas fsicas como o divrcio, por exemplo, jurdicas, como o comrcio, e estabelece qual a jurisdio competente para dirimir determinado conflito. Feitas tais colocaes, cabe apresentar os objetos do direito internacional privado, que so:a) Condio jurdica do estrangeiro: visa dar o conhecimento dos direitos do estrangeiro de entrar e permanecer no pas, domiciliar-se ou residir-se no territrio nacional, sem haver prejuzo sob o crivo econmico, poltico e social.b) Conflito de Jurisdies: atenta-se a observar a competncia do Poder Judicirio, solucionando determinadas situaes que dizem respeito a pessoas, coisas ou interesses que extrapolam o limite soberano de um Estado, devendo reconhecer e executar sentenas proferidas no estrangeiro.c) Conflito de leis: analisam-se as relaes humanas conectadas a dois ou mais sistemas jurdicos, nos quais as regras materiais no so concordantes, apenas o direito aplicvel a uma ou diversas relaes jurdicas de direito privado com conexidade internacional.d) Direitos adquiridos no mbito internacional: visa considerar a mobilidade das relaes jurdicas, surgindo-se uma jurisdio, refletindo seus efeitos posteriormente a sujeio de uma legislao distinta.e) Nacionalidade: caracteriza-se o nacional de cada Estado, sob as formas originrias e derivadas de atribuio de nacionalidade, da perda, requisio, dos conflitos positivos e negativos em caso de polipatrdia, apatrdia e restries nacionais por naturalizao.Trata-se, na verdade, de normas dedireito pblico, destinadas ao juiz e ao intrprete da lei, que lhes permitam resolver os mencionados conflitos de leis. Assemelham-se aqui, para fins to somente de classificao em direito pblico ou privado, s normas de direito processual, que so pblicas.

A segunda incorreo terminolgica frente natureza do DIPr o fato de que, a despeito do nome, o DIPr essencialmente direito nacional, interno.As regras de resoluo dos conflitos de leis no espao a ser aplicadas, por hiptese, por um juizportugus, constituem direito interno, produzido pelo legislador portugus.Direito Comparado e DIPrO direito comparado estuda, mediante contraposio, vrios sistemas jurdicos distintos examinando suas regras, fontes, histrias e diversos agentes sociais e polticos. No direito internacional privado, distintamente do direito comparado, no h estudo de sistemas jurdicos, mas sim, concretiza-se no momento da busca pela melhor composio para os conflitos envolvendo diferentes ordenamentos jurdicos.Lex Mercatoria e DIPrA lex mercatoria um complexo de normas que compem um sistema jurdico ntegro e com mecanismos concisos para a soluo de controvrsias e sanes prprias, com o intuito de aumentar a segurana nas relaes jurdicas comerciais internacionais realizadas entre indivduos que se localizam em diferentes Estados.

Conforme o conceito exposto sobre lex mercatoria percebe-se que no tem nenhuma ligao com o direito internacional privado, j que este apenas visa indicar o direito aplicvel trazendo o direito incidente sobre determinado fato jurdico. ( voltaremos ao tema em contratos internacionais)A possibilidade de o juiz de um pas (juiz do foro) aplicar lei estrangeira decorre da necessidade de se reconhecer fatos e atos jurdicos constitudos em outros pases e cuja negao pelo juiz do foro causaria uma injustia.

Este apenas um exemplo do conjunto de regras que o Brasil criou para evitar conflitos semelhantes. Da mesma maneira que o Brasil, cada Estado nacional possui o seu DIPr, com regras no necessariamente uniformes.Ao estudo dos conflitos de leis no espao, muitos juristas acrescentam no escopo do DIPr as normas de direito interno referentes ao conflito de jurisdies, nacionalidadee condio jurdica do estrangeiro.

Por exemplo, o DIPr brasileiro dispe que a lei do pas em que fordomiciliadaa pessoa determina as regras sobre acapacidade: esta regra especfica foi estabelecida pelo direito brasileiro para evitar, dentre outros problemas, que uma pessoa domiciliada num pas estrangeiro e reconhecida ali como maior de idadevenha a ser considerada menor de idade noBrasil(caso a lei brasileira e a estrangeira divirjam nesse particular um conflito de leis), o que seria inconveniente e injusto. Fontes do Direito Internacional PrivadoO sentido jurdico da palavra fonte no difere daquele que lhe atribudo cotidianamente, de seu significado corriqueiro. Fonte, assim, sinnimo de nascente, origem, causa.

Ora, o Direito nada mais do que uma processo de adaptao social utilizado pela sociedade para sua prpria manuteno, ante os inevitveis conflitos de interesses intersubjetivos ou coletivos que ameaam sua existncia. Sendo a inteligncia humana fonte primria do Direito, vrias formas h como pode ser expressa. Em nosso curso cuidaremos, no entanto, somente daquelas afetas ao Direito Internacional Privado: a lei, os tratados e convenes internacionais, o costume, a doutrina e, por fim, a jurisprudncia.Estatuto da Corte Internacional de Justia(Naes Unidas)Artigo 1A CORTE INTERNACIONAL DE JUSTIA estabelecida pela Carta das Naes Unidas, como o rgo judicial principal das Naes Unidas, ser constituda e funcionar de acordo com as disposies do presente Estatuto.

AsNaes Unidasso a principal organizao internacionalda atualidade. Na foto, a sua Assemblia-Geral.Artigo 2A Corte ser constituda por um corpo de magistrados independentes eleitos, sem levar em conta a nacionalidade destes, de pessoas que gozem de alta considerao moral e que renam as condies necessrias para o exerccio das mais altas funes judiciais em seus respectivos pases, ou que sejam jurisconsultos de reconhecida competncia na rea do direito internacional.

o advogadoRoberto CaldasArtigo 38 do ECIJ1. A Corte, cuja funo seja decidir conforme o direito internacional as controvrsias que sejam submetidas, dever aplicar;2. as convenes internacionais, sejam gerais ou particulares, que estabeleam regras expressamente reconhecidas pelos Estados litigantes;3. o costume internacional como prova de uma prtica geralmente aceita como direito;4. os princpios gerais do direito reconhecidos pelas naes civilizadas;

5. as decises judiciais e as doutrinas dos publicitrios de maior competncia das diversas naes, como meio auxiliar para a determinao das regras de direito, sem prejuzo do disposto no Artigo 59.6. A presente disposio no restringe a faculdade da Corte para decidir um litgio ex aequo et bono, se convier s partes.

Ex aequo et bono - "conforme o correto e vlido uma expresso jurdica latina. No contexto da arbitragem, ela utilizada quando as partes optam por conferir aos rbitros o poder de decidir o conflito com base em seu leal saber e entender. Assim, a questo resolvida conforme o senso de justia dos rbitros, que pode, inclusive, vir a ser contrrio ao disposto na legislao aplicvel.1

Mas o tratado mais famoso da Antigidade remota , possivelmente, o deKadesh, concludo entre Ramss IIdo EgitoeHatusil IIIdos hititasno sculo XIII a. C.

Exemplar do Museu de Arqueologia deIstambul -Turquia.Leis Apesar da denominao, o Direito Internacional Privado tem a natureza da direito interno, pois estar-se a determinar qual o ordenamento jurdico aplicvel a soluo dos litgios decorrentes de relaes jurdicas de direito privado com conexo internacional. , por via de consequncia, composto, na maior parte, por leis nacionais (internas), adequadas s peculiaridades de cada ordenamento jurdico.Assim, as fontes primrias do Direito Internacional Privado so a lei em sentido lato, ou seja, o conjunto de disposies legais contidas na Constituio da Repblica Federativa do Brasil e nos tratados internacionais, assim como as leis ordinrias e complementares.

A exemplo disto, podemos citar a Lei de Introduo s Normas do Direito Brasileiro (do art. 7 ao 19), alguns dispositivos da vigente Constituio, como, por exemplo, o caput do art. 5, e mais aqueles contidos no texto do art. 12 respectivo. Art. 5 Todos so iguais perante a lei, sem distino de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no Pas a inviolabilidade do direito vida, liberdade, igualdade, segurana e propriedade, nos termos seguintes:Art. 12. CF/88 - So brasileiros:I - natos:II - naturalizados:b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na Repblica Federativa do Brasil h mais de quinze anos ininterruptos e sem condenao penal, desde que requeiram a nacionalidade brasileira.(Redao dada pela Emenda Constitucional de Reviso n 3, de 1994)O Estatuto do Estrangeiro, Lei n 6.815, de 19.08.1980, atualizada pela Lei n 6.964, de 09.12.1981, devidamente regulamentada pelo Decreto n 86.715, de 10.12.1981, Alm da Lei n 7.180, de 20.12.1983, reguladora da concesso da permanncia no Brasil de estrangeiros registrados provisoriamente.

Como leis extravagantes e dispositivos contidos em Cdigos, temos de citar: o Decreto-Lei n 2.044, de 31.12.1908, arts. 42 a 47, os arts. 98 e 100 do Cdigo Tributrio Nacional, o art. 88 do Cdigo de Processo Civil, que disciplina competncia internacional; o art. 337 do mesmo diploma legal que trata da prova do direito estrangeiro; DECRETO N 2.044, DE 31 DE DEZEMBRO DE 1908art. 42. Pode obrigar-se, por letra de cmbio, quem tem a capacidade civil ou comercial.Pargrafo nico. Tendo a capacidade pela lei brasileira, o estrangeiro fica obrigado pela declarao que firmar, sem embargo da sua incapacidade, pela lei do Estado a que pertencer.DECRETO N 2.044, DE 31 DE DEZEMBRO DE 1908art. 47. A substncia, os efeitos, a forma extrnseca e os meios de prova da obrigao cambial so regulados pela lei do lugar onde a obrigao foi firmada.Cdigo Tributrio NacionalArt. 98. Os tratados e as convenes internacionais revogam ou modificam a legislao tributria interna, e sero observados pela que lhes sobrevenha.Cdigo Tributrio NacionalArt. 100. So normas complementares das leis, dos tratados e das convenes internacionais e dos decretos:I -os atos normativos expedidos pelas autoridades administrativas; II - as decises dos rgos singulares ou coletivos de jurisdio administrativa, a que a lei atribua eficcia normativa;III - as prticas reiteradamente observadas pelas autoridades administrativas;IV - os convnios que entre si celebrem a Unio, os Estados, o Distrito Federal e os Municpios.Pargrafo nico. A observncia das normas referidas neste artigo exclui a imposio de penalidades, a cobrana de juros de mora e a atualizao do valor monetrio da base de clculo do tributos.

Art. 88. competente a autoridade judiciria brasileira quando:I - o ru, qualquer que seja a sua nacionalidade, estiver domiciliado no Brasil;II - no Brasil tiver de ser cumprida a obrigao;III - a ao se originar de fato ocorrido ou de ato praticado no Brasil.Pargrafo nico. Para o fim do disposto no noI, reputa-se domiciliada no Brasil a pessoa jurdica estrangeira que aqui tiver agncia, filial ou sucursal.

Cdigo de Processo Civil Cap II Da competncia InternacionalArt. 89. Compete autoridade judiciria brasileira, com excluso de qualquer outra:I - conhecer de aes relativas a imveis situados no Brasil;II - proceder a inventrio e partilha de bens, situados no Brasil, ainda que o autor da herana seja estrangeiro e tenha residido fora do territrio nacional.

Art. 90. A ao intentada perante tribunal estrangeiro no induz litispendncia, nem obsta a que a autoridade judiciria brasileira conhea da mesma causa e das que Ihe so conexas.

Cdigo de Processo CivilArt. 337. A parte, que alegar direito municipal, estadual, estrangeiro ou consuetudinrio, provar-lhe- o teor e a vigncia, se assim o determinar o juiz.Tratados e Convenes InternacionaisTais institutos jurdicos possuem natureza internacional, o que os tornam meios idneos criao de um Direito Internacional Privado Uniformizado. Contudo, em relao matria em estudo interessa, to-somente, a eficcia interna destes acordos internacionais, vez que seus efeitos irradiar-se-o sobre as relaes jurdicas de direito privado com conexo internacional.Constituindo-se a Repblica Federativa do Brasil em um Estado Democrtico, isto , naquele em que todo poder emana do povo, as pessoas que se encontram no territrio nacional somente podem ser obrigadas a fazer ou deixar de fazer alguma coisa em virtude de lei, cuja legitimidade funda-se no consentimento popular o qual manifestado direta (plebiscito, referendum e iniciativa popular) ou indiretamente (por intermdio de seus representantes Deputados Federais). Portanto, para que as normas de Direito Internacional Privado previstas em acordos internacionais sejam aplicveis aos particulares que se encontrem no Brasil, mister o consentimento popular, o qual manifestado atravs da ratificao do acordo pelo Congresso Nacional (CF, Art. 84 VIII). Outrossim, o acordo internacional somente adquire eficcia aps sua promulgao e publicao pelo Presidente da Repblica, atos estes condicionados troca ou depsito das cartas de ratificaes entre os pases signatrios (condio suspensiva).

Vimos que os tratados e convenes internacionais devem obedincia Constituio Federal, estando, inclusive, sujeitos ao controle de constitucionalidade. Problema de grande relevncia e de constantes divergncias doutrinrias e jurisprudenciais, contudo, a posio hierrquica dos acordos internacionais diante das leis ordinrias.Da anlise das decises proferidas pelo pleno do STF que discutiram a matria referente hierarquia dos tratados internacionais no ordenamento jurdico brasileiro, conclui-se que, no STF predomina o entendimento de que: a) os tratados internacionais no podem versar sobre matrias reservadas pela constituio lei complementar, sob pena de serem inconstitucionais; b) todos os tratados so subordinados Constituio;

c) os tratados internacionais que no versarem sobre direitos humanos possuem paridade hierrquica com as leis ordinrias;

d) os tratados que versarem sobre direitos humanos e que forem aprovados na forma estabelecida pelo art. 5, 3 da CF/88, sero equiparados a emenda constitucional, e tero assim, hierarquia de norma constitucional.Pergunta: quais matrias so reservadas pela constituio lei complementar?Fim da aula n 4Aula n 5Ementa da disciplina:Nivelamento sobre a Sociedade Internacional. (2 aulas)Sistema de Recepo dos Tratados Internacionais. (1 aula)Fontes do DIPr e Legislao no mbito do DIPr. (2 aulas)Soluo de conflitos no DIPr. (4 aulas)Arbitragem Internacional.(2 aulas)Contratos Internacionais. (2 aulas)02 provas bimestrais. (2 aulas)02 aulas de reviso antes das provas.

O senador Roger Pinto Molina pedira asilo ao Brasil e este fora concedido, apesar de o poltico estar respondendo a processos por crimes comuns inclusive corrupo na Justia local. Detalhe os processos foram instaurados 9 dias aps o pedido de asilo.A concesso de asilo poltico uma tradio brasileira e latino-americana e um dos orgulhos da diplomacia regional. O Brasil tem acolhido refugiados da esquerda e da direita (tanto ex-guerrilheiros esquerdistas perseguidos como ex-ditadores direitistas cados em desgraa). Conveno de Caracas sobre asilo diplomtico.Os Governos dos Estados Membros da Organizao dos Estados Americanos, desejosos de estabelecer uma Conveno sobre Asilo Diplomtico, convieram nos seguintes artigos:

Artigo IO asilo outorgado em legaes, navios de guerra e acampamentos ou aeronaves militares, a pessoas perseguidas por motivos ou delitos polticos, ser respeitado pelo Estado territorial, de acordo com as disposies desta Conveno.Para os fins desta Conveno, legao a sede de toda misso diplomtica ordinria, a residncia dos chefes de misso, e os locais por eles destinados para esse efeito, quando o nmero de asilados exceder a capacidade normal dos edifcios.

Artigo VO asilo s poder ser concedido em casos de urgncia e pelo tempo estritamente indispensvel para que o asilado deixe o pas com as garantias concedidas pelo governo do Estado territorial, a fim de no correrem perigo sua vida, sua liberdade ou sua integridade pessoal, ou para que de outra maneira o asilado seja posto em segurana.454 dias , este o tempo de permanncia do senador boliviano permaneceu na embaixada brasileira por ter acusado o governo boliviano de ter feito acordo com o trfico de drogas.

Artigo XIO governo do Estado territorial pode, em qualquer momento, exigir que o asilado seja retirado do pas, para o que dever conceder salvo-conduto e as garantias estipuladas no Artigo V.

Artigo XIIConcedido o asilo, o Estado asilante pode pedir a sada do asilado para territrio estrangeiro, sendo o Estado territorial obrigado a conceder imediatamente, salvo caso de fora maior, as garantias necessrias a que se refere o Artigo V e o correspondente salvo-conduto.

Artigo XVQuando para a transferencia de um asilado para outro pas for necessrio atravessar o territrio de um Estado Parte nesta Conveno, o trnsito ser autorizado por este sem outro requisito alm da apresentao, por via diplomtica, do respectivo salvo-conduto visado e com a declarao, por parte da misso diplomtica asilante, da qualidade de asilado.Durante o mencionado trnsito o asilado ficar sob a proteo do Estado que concede o asilo.

Artigo XVIIEfetuada a sada do asilado, o Estado asilante no obrigado a conceder-lhe permanncia no seu territrio; mas no o poder mandar de volta ao seu pas de origem, salvo por vontade expressa do asilado.

Os erros que acompanham o caso podem ser divididos entre ambos os governos. Em primeiro lugar, depois de ter concedido o asilo era de esperar que o governo boliviano respeitasse a posio do Brasil, que tem um longo histrico a esse respeito, que bem conhecido internacionalmente. A delonga excessiva do salvo conduto foi ofensiva a um pas irmo. Por sua parte, Braslia deveria ter usado os poderes de presso (exigir o cumprimento da Conveno de Caracas), de que dispe e no o fez. A, veio a ao ilegal que dificilmente poderia ser aceita luz dos tratados internacionais.

Competncia internacional do Juiz BrasileiroComo vimos, o objeto de estudo do direito internacional privado so os conflitos de leis no espao. Os conflitos de jurisdio so objeto de estudo do direito processual civil, e ambos campos do direito no se confundem.Vamos abordar com correo e objetividade a soluo dos conflitos (internacionais) de jurisdio que, na tcnica de soluo de casos, antecedem a soluo dos conflitos de leis de direito material. Isto , uma vez instaurada a relao processual, antes de o juiz se perguntar qual lei aplicvel soluo do caso multinacional, ele se questionar sobre a sua competncia/jurisdio.

Em outras palavras, antes de buscarmos a lei material aplicvel, precisamos saber se o juiz brasileiro competente para conhecer a ao que pretendemos propor em territrio brasileiro. Para tanto, a LINDB, em seu art. 12, o melhor caminho para comearmos a nossa anlise, a qual nos conduzir, inevitavelmente, aos arts. 88, 89 e 90 do CPC.

Estabelece o art.12 da LINDB

Art. 12. competente a autoridade judiciria brasileira, quando for o ru domiciliado no Brasil ou aqui tiver de ser cumprida a obrigao. 1 S autoridade judiciria brasileira compete conhecer das aes relativas a imveis situados no Brasil. 2 A autoridade judiciria brasileira cumprir, concedido o exequatur e segundo a forma estabelecida pela lei brasileira, as diligncias deprecadas por autoridade estrangeira competente, observando a lei desta, quanto ao objeto das diligncias.

No Brasil, a competncia para se conceder o exequatur (significando execute-se, cumpra-se) do STJ, de acordo com o artigo 105 da CF/88. O artigo 109, X, da Constituio Federal determina que compete ao juiz federal a execuo de carta rogatria, aps concesso de "exequatur" pelo STJ. Trata-se, portanto, de um instrumento de intercmbio processual que viabiliza medidas judiciais entre diferentes pases.Cartas rogatrias: A carta rogatria tem por objetivo a realizao de atos e diligncias processuais no exterior, como, por exemplo, audio de testemunhas, e no possui fins executrios.Quando se fala das cartas rogatrias, verifica-se a finalidade de citar, intimar ou notificar os atos que tem por finalidade a produo de provas ou execuo de uma determinada providencia. So os atos ordinatrios, e instrutrios .O art 12 da LINDB contm normas imperativas definidoras da competncia internacional do juiz brasileiro, tanto para o exerccio da jurisdio do Estado nos tribunais domsticos, como para o cumprimento de cartas rogatrias, dentro de um ambiente de cooperao judiciria internacional.Por conter normas unilaterais, estendendo imediatamente a competncia internacional do juiz brasileiro, o art. 12 da LINDB deve ser interpretado sistematicamente com a disciplina processual domstica, em especial os arts. 88, 89 e 90 do CPC, que tratam, , fundamentalmente, da competncia concorrente, competncia exclusiva e litispendncia processual internacional.O art. 12 delimita a competncia do juiz brasileiro, quando se tratar:De ao ajuizada em face de ru domiciliado no Brasil;De litgio versando sobre obrigao a ser cumprida no Brasil; eLitgio envolvendo bem imvel situado no territrio nacional.

Nada obstante ser una a jurisdio, enquanto atividade especfica atribuda ao Poder Judicirio, o exerccio efetivo e concreto da funo jurisdicional distribudo internamente pelo Poder Judicirio, segundo a competncia que a Constituio Federal, o Cdigo de Processo Civil, as leis de cada Estado e assentos regimentais conferem aos juzes e aos Tribunais.Costuma-se definir competncia, assim, como a medida da jurisdio, isto , a poro dela atribuda a cada magistrado ou aos tribunais colegiados, para apreciar e julgar determinada causa. Trata-se da especificao gradual e sucessiva do poder jurisdicional, que possibilita a sua concretizao num dado rgo do Poder Judicirio.A determinao da competncia , necessariamente, feita por etapas, cumprindo, em primeiro lugar, verificar se competente a justia brasileira:a quem necessite, perante o direito brasileiro, determinar a competncia para o processo e julgamento de uma determinada causa de natureza civil, a primeira tarefa a ser realizada a comprovao de que a jurisdio brasileira efetivamente competente para tal causa, o que se faz consultando as disposies constantes dos arts. 88-90 do CPC, a respeito da chamadacompetncia internacional.

Sendo a soberania a expresso maior do poder do Estado, as limitaes ao exerccio desse poder s podem ser aquelas estabelecidas pelo Estado mesmo, sejam de ordem interna, por meio das leis editadas pelo Estado, seja na ordem internacional, por meio dos tratados e acordos internacionais celebrados com outros Estados. princpio de no-interveno e no ingerncia, em direito internacional, o dever dos Estados de se absterem em assuntos que digam essencialmente respeito competncia de outros Estados.segundo Amlcar de Castro, significa que o juiz incompetente para proferir sentena que no tenha possibilidade de executar, por estarem fora de seu alcance as coisas objeto da demanda, ou o sujeito passivo.Vejamos um exemplo, o juiz poderia processar e julgar uma ao de despejo relativa a imvel situado em La Paz, promovida por cidado boliviano, tambm domiciliado fora do Brasil. Mas como executar a sentena concessiva do despejo, fora dos limites espaciais em que se afirma a soberania brasileira? E que motivo iria legitimar a ingerncia da jurisdio brasileira na composio do litgio inteiramente alheio ao Brasil?Tem-se, pois, que o juiz brasileiro somente atua relativamente s causas de algum modo vinculadas a pas estrangeiro se houver possibilidade de tornar efetiva, de realmente fazer cumprir sua sentena, de molde a justificar como razovel o exerccio da soberania estatal.Ao processo civil instaurado no Brasil aplicar-se- a lei processual brasileira, considerando o princpio da territorialidade dos atos processuais. Assim, permitido concluir que a determinao da competncia internacional dos tribunais brasileiros ser estabelecida em razo da lei processual brasileira (lex fori), e no em razo de lei estrangeira.Havendo conflito entre as determinaes dalex fori e as determinaes dalex causae, aquelas devem prevalecer para fins de fixao da competncia. Todavia, de se ter presente o alerta de Arruda Alvim no sentido de que funo desempenhada pelos arts. 88 e 89, esse ltimo especialmente, a de limitar a jurisdio estrangeira, sendo que a aplicabilidade do direito material pode ser regulada em funo de outros princpios disciplinados pelo Direito Internacional Privado.Exemplo: partilha de bens situados no Brasil, de casal estrangeiro que tenha se divorciado no estrangeiro(isto , vnculo conjugal tenha sido desconstitudo por sentena estrangeira).Competncia ser da lei brasileira.Art. 88. competente a autoridade judiciria brasileira quando: I - o ru, qualquer que seja a sua nacionalidade, estiver domiciliado no Brasil; II - no Brasil tiver de ser cumprida a obrigao; III - a ao se originar de fato ocorrido ou de ato praticado no Brasil. Pargrafo nico. Para o fim do disposto no I, reputa-se domiciliada no Brasil a pessoa jurdica estrangeira que aqui tiver agncia, filial ou sucursal.

Nos casos de competncia concorrente a justia brasileira tida por competente para processar e julgar uma demanda, mas no fica excluda a possibilidade de a causa ser validamente (do ponto de vista do direito ptrio) processada e julgada em tribunal aliengena. De acordo com o artigo 88 do Cdigo de Processo Civil, so casos de competncia internacional concorrente:a)quando o ru, mesmo se estrangeiro, for domiciliado no Brasil (art. 88, inciso I). Assim, a ao indenizatria por ato ilcito havido na Sucia pode ser aqui proposta se o ru, ainda que sueco, for domiciliado no Brasil. Mas se a outra parte, por ser domiciliado na Sucia, preferir l ajuizar a demanda, no h impedimento, devendo ser o ru citado, no Brasil, por carta rogatria.b)Quando a obrigao tiver de ser cumprida no Brasil, mesmo que sejam os litigantes estrangeiros e domiciliados no exterior. Desimporta, no caso, o lugar onde a obrigao foi contrada, mas sim a conveno para que a mesma seja executada no nosso pas.

Se uma rede internacional de hotis com sede em Paris, na Frana, contrata uma empresa francesa para construo de um hotel no Brasil e a empresa deixa de cumprir esta obrigao, a ao para cumprimento pode ser proposta no Brasil. Trata-se do foro do local do cumprimento e no do contrato.Quando a ao se originar de fato ocorrido ou de ato praticado no Brasil (art. 88, inciso III). Por fato h de se entender todo e qualquer acontecimento, ocorrido em territrio nacional, capaz de provocar consequncias jurdico materiais.O ato jurdico praticado no Brasil e o contrato firmado no Brasil tambm podem determinar a competncia da autoridade brasileira. Se houver o desabamento de um prdio, no Brasil, e todos os atingidos forem alemes, eventual ao indenizatria contra o causador dos danos pode ser proposta no Brasil, como na Alemanha.Nos termos do pargrafo nico do artigo 88 do CPC, considera-se domiciliada no Brasil a pessoa jurdica estrangeira que aqui tiver agncia, filial ou sucursal. Esta regra deve ser conciliada com aquela posta no artigo 12, par. 3 do mesmo estatuto, segundo a qual se estabeleceu que o gerente, o representante ou o administrador de tal agncia, filial ou sucursal sero os representantes em juzo da pessoa jurdica. De acordo com Jos Carlos Barbosa Moreira os pressupostos para a competncia concorrente acima no so cumulativos: cada um deles deper si, bastante. Assim, a justia brasileira ser competente quando o ru tiver domiclio no Brasil, mesmo que a causa se origine de fato ocorrido no exterior; igualmente quando aqui haja de ser cumprida a obrigao, mesmo que o ru no seja domiciliado no Brasil.Segundo entendimento do E. Superior Tribunal de Justia, a competncia concorrente da autoridade judiciria no pode ser afastada por vontade das partes ajustadas em contrato.No agravo regimental n 9.794, a Terceira Turma daquela Corte, ante recurso dos que, acionados no Brasil, no puderam chamar ao processo devedores solidrios domiciliados na Itlia, constou do voto condutor que tal argumento no deveria prevalecer, considerando o direito jurisdio invocado pelo autor da ao.Athos Gusmo Carneiro: a imposio de tribunal estrangeiro para dirimir lides relativas a contrato executado ou em execuo no Brasil, ofensiva ao direito constitucional de acesso justia brasileira e, assim, ofensiva prpria soberania nacional. O direito de invocar a jurisdio brasileira no pode ser previamente (antes do surgimento, em concreto, da lide) excludo ou renunciado.De toda forma, h que se ponderar que a regra do artigo 88, inciso I, por exemplo, constitui-se numa garantia para o ru. Assim, se esse concordar em ser demandado em justia estrangeira (ressalvada a hiptese do artigo 89 do CPC), no h qualquer bice a vedar tal procedimento. Trata-se, de certo modo, da aplicao do princpio da submisso.A questo relativa eleio do foro ganha contornos prprios em se tratando de contratos de natureza civil ou comercial, considerando o Protocolo de Buenos Aires sobre Jurisdio Internacional em matria contratual, ratificado pelo Decreto Legislativo n 129, de 05 de outubro de 1995.Segundo o artigo 4 do Protocolo, nos conflitos que decorram dos contratos internacionais em matria civil ou comercial sero competentes os tribunais dos Estados-parte em cuja jurisdio os contratantes tenham acordado submeter-se por escrito, sempre que tal ajuste no tenha sido obtido de forma abusiva, podendo-se acordar, igualmente, a eleio de tribunais arbitrais.Como j se disse, se proposta no Brasil a ao nos casos do artigo 88 do CPC, ter ela curso normal. No entanto, se for proposta em algum pas estrangeiro, ser vlida a sentena l prolatada, desde que devidamente homologada pelo E. Superior Tribunal de Justia. Conforme o direito brasileiro, a sentena proferida por juiz ou tribunal estrangeiro somente ser eficaz no pas aps a sua homologao pelo Superior Tribunal de Justia STJ, sediado em Braslia / DF.A finalidade do processo homologatrio, o reconhecimento da eficcia jurdica da sentena estrangeira perante a ordem jurdica brasileira.A competncia para a homologao de sentena estrangeira passou a ser do Superior Tribunal de Justia, com as modificaes decorrentes da Emenda Constitucional n 45, de 2004, em que a estabeleceu no artigo 105, I, i, da Constituio Federal.A sentena estrangeira a ser homologada no Brasil dever ser legalizada no Consulado Brasileiro no pas que proferiu a sentena. Para a autenticao ou legalizao, faz-se igualmente necessrio que a sentena venha revestida das formalidades exteriores, segundo a legislao do pas em que foi prolatada.Outro fator imprescindvel homologao, a condio da sentena estrangeira estar acompanhada de traduo juramentada feita por tradutor juramentado no Brasil.Outros requisitos, indispensveis homologao da sentena estrangeira, so o seu trnsito em julgado no pas que a proferiu e o seu revestimento das formalidades necessrias execuo no lugar em que foi proferida.

Outro fator imprescindvel homologao, a condio da sentena estrangeira estar acompanhada de traduo juramentada feita por tradutor juramentado no Brasil.Outros requisitos, indispensveis homologao da sentena estrangeira, so o seu trnsito em julgado no pas que a proferiu e o seu revestimento das formalidades necessrias execuo no lugar em que foi proferida.

Indispensvel para a instruo da ao homologatria, ser ainda, a juntada da certido ou cpia autntica do texto integral da sentena estrangeira.A funo judiciria do Superior Tribunal de Justia no processo de homologao de sentena estrangeira limita-se a observar se o julgado proferido no estrangeiro coaduna-se com os princpios bsicos do direito vigentes no Brasil. Por tal razo, em princpio, no permitido discutir o mrito da sentena estrangeira para o fim de sua homologao, apenas a homologar nos mesmos termos em que foi proferida.Para se examinar se o juiz de uma deciso ou no internacionalmente competente, ser investigado se a matria objeto do litgio est totalmente fora do escopo da competncia internacional brasileira, ou se est sujeita a competncia concorrente, ou ainda, se submete a competncia exclusiva.Nos casos de competncia concorrente, deve se observar o Princpio da Submisso: o tribunal prolator ser competente se a parte se houver a ele submetido, em conjunto com o exame de outro requisito indispensvel para homolao, a saber, terem sido as partes citadas ou houver-se legalmente verificado a revelia.Princpios da submisso no mbito da competncia internacional. O princpio da Submisso condiciona a competncia internacional de cada Estado. A princpio, cada Estado tem competncia somente sobre o seu prprio territrio.

Princpio da Submisso: em limitado nmero de casos, uma pessoa pode voluntariamente submeter-se jurisdio de Tribunal que no estava sujeita. Mas este princpio est sujeito a duas limitaes: NO prevalece onde se encontre estabelecida por lei a competncia de justia estrangeira.Fim da aula n 5Aula n 6 Soluo de conflitos com aplicao das normas do DIPr - Elementos de conexo. Ementa da disciplina:Nivelamento sobre a Sociedade Internacional. (2 aulas)Sistema de Recepo dos Tratados Internacionais. (1 aula)Fontes do DIPr e Legislao no mbito do DIPr. (2 aulas)Soluo de conflitos no DIPr. (4 aulas)Arbitragem Internacional.(2 aulas)Contratos Internacionais. (2 aulas)02 provas bimestrais. (2 aulas)02 aulas de reviso antes das provas.

Conflitos de leis no espao.O conflito de leis no espao decorre de dois fatores: a diversidade legislativa (cada sistema jurdico, autnomo e soberano, d tratamento diferente a aspectos sociais) e a existncia de uma sociedade transnacional (relaes entre indivduos vinculados a sistemas jurdicos diferentes).

A regra geral a aplicao do direito ptrio, aplica-se o direito estrangeiro por exceo, quando expressamente determinado pela legislao interna. Nesses caso