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Analista do MPU – Apoio Jurídico Direito Penal Prof. Joerberth Nunes

Direito Penal Prof. Joerberth Nunes · Imputabilidade penal. 4 Concurso de pessoas. 5 Crimes contra a pessoa. 6 Crimes contra o ... pena quando o erro deriva de culpa e o fato é

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Analista do MPU – Apoio Jurídico

Direito Penal

Prof. Joerberth Nunes

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Direito Penal

Professor Joerberth Nunes

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Edital

DIREITO PENAL: 1 Aplicação da lei penal. 1.1 Princípios da legalidade e da anterioridade. 1.2 A lei penal no tempo e no espaço. 1.3 Tempo e lugar do crime. 1.4 Lei penal excepcional, especial e temporária. 1.5 Territorialidade e extraterritorialidade da lei penal. 1.6 Pena cumprida no estrangeiro. 1.7 Eficácia da sentença estrangeira. 1.8 Contagem de prazo. 1.9 Frações não computáveis da pena. 1.10 Interpretação da lei penal. 1.11 Analogia. 1.12 Irretroatividade da lei penal. 1.13 Conflito aparente de normas penais. 2 O fato típico e seus elementos. 2.1 Crime consumado e tentado. 2.2 Pena da tentativa. 2.3 Concurso de crimes. 2.4 Ilicitude e causas de exclusão. 2.5 Excesso punível. 2.6 Culpabilidade. 2.6.1 Elementos e causas de exclusão. 3 Imputabilidade penal. 4 Concurso de pessoas. 5 Crimes contra a pessoa. 6 Crimes contra o patrimônio. 7 Crimes contra a fé pública. 8 Crimes contra a administração pública. 9 Lei nº 8.072/1990 (delitos hediondos). 10 Disposições constitucionais aplicáveis ao direito penal.

BANCA: CESPE

CARGO: Analista do MPU – Apoio Jurídico – Direito

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Direito Penal

CÓDIGO PENAL

PARTE GERAL

TÍTULO I

Da Aplicação da Lei Penal

Anterioridade da Lei

Art. 1º Não há crime sem lei anterior que o de-fina. Não há pena sem prévia cominação legal.

Lei penal no tempo

Art. 2º Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessan-do em virtude dela a execução e os efeitos pe-nais da sentença condenatória.

Parágrafo único. A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica--se aos fatos anteriores, ainda que decidi-dos por sentença condenatória transitada em julgado.

Lei excepcional ou temporária

Art. 3º A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua vigência.

Tempo do crime

Art. 4º Considera-se praticado o crime no mo-mento da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado.

Territorialidade

Art. 5º Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito inter-nacional, ao crime cometido no território nacio-nal.

§ 1º Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território nacional as embarcações e aeronaves brasileiras, de na-tureza pública ou a serviço do governo bra-sileiro onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves e as embarcações bra-sileiras, mercantes ou de propriedade priva-da, que se achem, respectivamente, no es-paço aéreo correspondente ou em alto-mar.

§ 2º É também aplicável a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de aeronaves ou embarcações estrangeiras de propriedade privada, achando-se aquelas em pouso no território nacional ou em vôo no espaço aéreo correspondente, e estas em porto ou mar territorial do Brasil.

Lugar do crime

Art. 6º Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deve-ria produzir-se o resultado.

Extraterritorialidade

Art. 7º Ficam sujeitos à lei brasileira, embora co-metidos no estrangeiro:

I – os crimes:

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a) contra a vida ou a liberdade do Presiden-te da República;

b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado, de Território, de Município, de empresa públi-ca, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público;

c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço;

d) de genocídio, quando o agente for brasi-leiro ou domiciliado no Brasil;

II – os crimes:

a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir;

b) praticados por brasileiro;

c) praticados em aeronaves ou embarca-ções brasileiras, mercantes ou de proprie-dade privada, quando em território estran-geiro e aí não sejam julgados.

§ 1º Nos casos do inciso I, o agente é punido segundo a lei brasileira, ainda que absolvido ou condenado no estrangeiro.

§ 2º Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira depende do concurso das seguin-tes condições:

a) entrar o agente no território nacional;

b) ser o fato punível também no país em que foi praticado;

c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradição;

d) não ter sido o agente absolvido no es-trangeiro ou não ter aí cumprido a pena;

e) não ter sido o agente perdoado no es-trangeiro ou, por outro motivo, não estar extinta a punibilidade, segundo a lei mais favorável.

§ 3º A lei brasileira aplica-se também ao crime cometido por estrangeiro contra bra-

sileiro fora do Brasil, se, reunidas as condi-ções previstas no parágrafo anterior:

a) não foi pedida ou foi negada a extradição;

b) houve requisição do Ministro da Justiça.

Pena cumprida no estrangeiro

Art. 8º A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando diversas, ou nela é computada, quando idênticas.

Eficácia de sentença estrangeira

Art. 9º A sentença estrangeira, quando a aplica-ção da lei brasileira produz na espécie as mes-mas conseqüências, pode ser homologada no Brasil para:

I – obrigar o condenado à reparação do dano, a restituições e a outros efeitos civis;

II – sujeitá-lo a medida de segurança.

Parágrafo único. A homologação depende:

a) para os efeitos previstos no inciso I, de pedido da parte interessada;

b) para os outros efeitos, da existência de tratado de extradição com o país de cuja au-toridade judiciária emanou a sentença, ou, na falta de tratado, de requisição do Minis-tro da Justiça.

Contagem de prazo

Art. 10. O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo. Contam-se os dias, os meses e os anos pelo calendário comum.

Frações não computáveis da pena

Art. 11. Desprezam-se, nas penas privativas de liberdade e nas restritivas de direitos, as frações de dia, e, na pena de multa, as frações de cru-zeiro.

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Legislação especial

Art. 12. As regras gerais deste Código aplicam--se aos fatos incriminados por lei especial, se esta não dispuser de modo diverso.

TÍTULO II

Do Crime

Relação de causalidade

Art. 13. O resultado, de que depende a existên-cia do crime, somente é imputável a quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omis-são sem a qual o resultado não teria ocorrido.

Superveniência de causa independente

§ 1º A superveniência de causa relativa-mente independente exclui a imputação quando, por si só, produziu o resultado; os fatos anteriores, entretanto, imputam-se a quem os praticou.

Relevância da omissão

§ 2º A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem:

a) tenha por lei obrigação de cuidado, pro-teção ou vigilância;

b) de outra forma, assumiu a responsabili-dade de impedir o resultado;

c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado.

Art. 14. Diz-se o crime:

Crime consumado

I – consumado, quando nele se reúnem to-dos os elementos de sua definição legal;

Tentativa

II – tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente.

Pena de tentativa

Parágrafo único. Salvo disposição em con-trário, pune-se a tentativa com a pena cor-respondente ao crime consumado, diminu-ída de um a dois terços.

Desistência voluntária e arrependimen-to eficaz

Art. 15. O agente que, voluntariamente, desis-te de prosseguir na execução ou impede que o resultado se produza, só responde pelos atos já praticados.

Arrependimento posterior

Art. 16. Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, reparado o dano ou res-tituída a coisa, até o recebimento da denúncia ou da queixa, por ato voluntário do agente, a pena será reduzida de um a dois terços.

Crime impossível

Art. 17. Não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio ou por absoluta im-propriedade do objeto, é impossível consumar--se o crime.

Art. 18. Diz-se o crime:

Crime doloso

I – doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo;

Crime culposo

II – culposo, quando o agente deu causa ao resultado por imprudência, negligência ou imperícia.

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Parágrafo único. Salvo os casos expressos em lei, ninguém pode ser punido por fato previsto como crime, senão quando o prati-ca dolosamente.

Agravação pelo resultado

Art. 19. Pelo resultado que agrava especialmen-te a pena, só responde o agente que o houver causado ao menos culposamente.

Erro sobre elementos do tipo

Art. 20. O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas permite a punição por crime culposo, se previsto em lei.

Descriminantes putativas

§ 1º É isento de pena quem, por erro ple-namente justificado pelas circunstâncias, supõe situação de fato que, se existisse, tornaria a ação legítima. Não há isenção de pena quando o erro deriva de culpa e o fato é punível como crime culposo.

Erro determinado por terceiro

§ 2º Responde pelo crime o terceiro que de-termina o erro.

Erro sobre a pessoa

§ 3º O erro quanto à pessoa contra a qual o crime é praticado não isenta de pena. Não se consideram, neste caso, as condições ou qualidades da vítima, senão as da pessoa contra quem o agente queria praticar o cri-me.

Erro sobre a ilicitude do fato

Art. 21. O desconhecimento da lei é inescusá-vel. O erro sobre a ilicitude do fato, se inevitá-vel, isenta de pena; se evitável, poderá diminuí--la de um sexto a um terço.

Parágrafo único. Considera-se evitável o erro se o agente atua ou se omite sem a consciência da ilicitude do fato, quando lhe era possível, nas circunstâncias, ter ou atin-gir essa consciência.

Coação irresistível e obediência hierár-quica

Art. 22. Se o fato é cometido sob coação irre-sistível ou em estrita obediência a ordem, não manifestamente ilegal, de superior hierárquico, só é punível o autor da coação ou da ordem.

Exclusão de ilicitude

Art. 23. Não há crime quando o agente pratica o fato:

I – em estado de necessidade;

II – em legítima defesa;

III – em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito.

Excesso punível

Parágrafo único. O agente, em qualquer das hipóteses deste artigo, responderá pelo ex-cesso doloso ou culposo.

Estado de necessidade

Art. 24. Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar de perigo atual, que não provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razo-ável exigir-se.

§ 1º Não pode alegar estado de necessida-de quem tinha o dever legal de enfrentar o perigo.

§ 2º Embora seja razoável exigir-se o sacrifí-cio do direito ameaçado, a pena poderá ser reduzida de um a dois terços.

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Legítima defesa

Art. 25. Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessá-rios, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem.

TÍTULO III

Da Imputabilidade Penal

Inimputáveis

Art. 26. É isento de pena o agente que, por do-ença mental ou desenvolvimento mental in-completo ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de enten-der o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.

Redução de pena

Parágrafo único. A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, em vir-tude de perturbação de saúde mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou retardado não era inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendi-mento.

Menores de dezoito anos

Art. 27. Os menores de 18 (dezoito) anos são penalmente inimputáveis, ficando sujeitos às normas estabelecidas na legislação especial.

Emoção e paixão

Art. 28. Não excluem a imputabilidade penal:

I – a emoção ou a paixão;

Embriaguez

II – a embriaguez, voluntária ou culposa, pelo álcool ou substância de efeitos análo-gos.

§ 1º É isento de pena o agente que, por embriaguez completa, proveniente de caso fortuito ou força maior, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendi-mento.

§ 2º A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, por embriaguez, prove-niente de caso fortuito ou força maior, não possuía, ao tempo da ação ou da omissão, a plena capacidade de entender o caráter ilí-cito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.

TÍTULO IV

Do Concurso de Pessoas

Art. 29. Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade.

§ 1º Se a participação for de menor impor-tância, a pena pode ser diminuída de um sexto a um terço.

§ 2º Se algum dos concorrentes quis partici-par de crime menos grave, ser-lhe-á aplica-da a pena deste; essa pena será aumentada até metade, na hipótese de ter sido previsí-vel o resultado mais grave.

Circunstâncias incomunicáveis

Art. 30. Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo quando elementares do crime.

Casos de impunibilidade

Art. 31. O ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo disposição expressa em contrá-rio, não são puníveis, se o crime não chega, pelo menos, a ser tentado.

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TÍTULO V

Das penas

CAPÍTULO IIIDA APLICAÇÃO DA PENA

Concurso material

Art. 69. Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais cri-mes, idênticos ou não, aplicam-se cumulativa-mente as penas privativas de liberdade em que haja incorrido. No caso de aplicação cumulativa de penas de reclusão e de detenção, executa-se primeiro aquela.

§ 1º Na hipótese deste artigo, quando ao agente tiver sido aplicada pena privativa de liberdade, não suspensa, por um dos cri-mes, para os demais será incabível a subs-tituição de que trata o art. 44 deste Código.

§ 2º Quando forem aplicadas penas restri-tivas de direitos, o condenado cumprirá si-multaneamente as que forem compatíveis entre si e sucessivamente as demais.

Concurso formal

Art. 70. Quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não, aplica-se-lhe a mais grave das penas cabíveis ou, se iguais, somente uma de-las, mas aumentada, em qualquer caso, de um sexto até metade. As penas aplicam-se, entre-tanto, cumulativamente, se a ação ou omissão é dolosa e os crimes concorrentes resultam de desígnios autônomos, consoante o disposto no artigo anterior.

Parágrafo único. Não poderá a pena exce-der a que seria cabível pela regra do art. 69 deste Código.

Crime continuado

Art. 71. Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais cri-mes da mesma espécie e, pelas condições de tempo, lugar, maneira de execução e outras se-melhantes, devem os subseqüentes ser havidos como continuação do primeiro, aplica-se-lhe a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, aumentada, em qual-quer caso, de um sexto a dois terços.

Parágrafo único. Nos crimes dolosos, contra vítimas diferentes, cometidos com violência ou grave ameaça à pessoa, poderá o juiz, considerando a culpabilidade, os antece-dentes, a conduta social e a personalidade do agente, bem como os motivos e as cir-cunstâncias, aumentar a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se di-versas, até o triplo, observadas as regras do parágrafo único do art. 70 e do art. 75 deste Código.

Multas no concurso de crimes

Art. 72. No concurso de crimes, as penas de multa são aplicadas distinta e integralmente.

Erro na execução

Art. 73. Quando, por acidente ou erro no uso dos meios de execução, o agente, ao invés de atingir a pessoa que pretendia ofender, atinge pessoa diversa, responde como se tivesse pra-ticado o crime contra aquela, atendendo-se ao disposto no § 3º do art. 20 deste Código. No caso de ser também atingida a pessoa que o agente pretendia ofender, aplica-se a regra do art. 70 deste Código.

Resultado diverso do pretendido

Art. 74. Fora dos casos do artigo anterior, quan-do, por acidente ou erro na execução do crime, sobrevém resultado diverso do pretendido, o agente responde por culpa, se o fato é previs-to como crime culposo; se ocorre também o re-

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sultado pretendido, aplica-se a regra do art. 70 deste Código.

Limite das penas

Art. 75. O tempo de cumprimento das penas privativas de liberdade não pode ser superior a 30 (trinta) anos.

§ 1º Quando o agente for condenado a pe-nas privativas de liberdade cuja soma seja superior a 30 (trinta) anos, devem elas ser unificadas para atender ao limite máximo deste artigo.

§ 2º Sobrevindo condenação por fato poste-rior ao início do cumprimento da pena, far--se-á nova unificação, desprezando-se, para esse fim, o período de pena já cumprido.

Concurso de infrações

Art. 76. No concurso de infrações, executar-se-á primeiramente a pena mais grave.

PARTE ESPECIAL

TÍTULO I

Dos Crimes Contra a Pessoa

CAPÍTULO IDOS CRIMES CONTRA A VIDA

Homicídio simples

Art. 121. Matar alguem:

Pena – reclusão, de seis a vinte anos.

Caso de diminuição de pena

§ 1º Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou mo-ral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da ví-tima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço.

Homicídio qualificado

§ 2º Se o homicídio é cometido:

I – mediante paga ou promessa de recom-pensa, ou por outro motivo torpe;

II – por motivo futil;

III – com emprego de veneno, fogo, explosi-vo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum;

IV – à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido;

V – para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime:

Pena – reclusão, de doze a trinta anos.

Feminicídio

VI – contra a mulher por razões da condição de sexo feminino:

VII – contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou con-tra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição:

Pena – reclusão, de doze a trinta anos.

§ 2º-A Considera-se que há razões de con-dição de sexo feminino quando o crime en-volve:

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I – violência doméstica e familiar;

II – menosprezo ou discriminação à condi-ção de mulher.

Homicídio culposo

§ 3º Se o homicídio é culposo:

Pena – detenção, de um a três anos.

Aumento de pena

§ 4º No homicídio culposo, a pena é aumen-tada de 1/3 (um terço), se o crime resulta de inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de pres-tar imediato socorro à vítima, não procura diminuir as conseqüências do seu ato, ou foge para evitar prisão em flagrante. Sendo doloso o homicídio, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) se o crime é praticado contra pessoa menor de 14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos.

§ 5º Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar de aplicar a pena, se as conseqüências da infração atingirem o pró-prio agente de forma tão grave que a san-ção penal se torne desnecessária.

§ 6º A pena é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for praticado por milícia privada, sob o pretexto de prestação de serviço de segurança, ou por grupo de extermínio.

§ 7º A pena do feminicídio é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for praticado:

I – durante a gestação ou nos 3 (três) meses posteriores ao parto;

II – contra pessoa menor de 14 (catorze) anos, maior de 60 (sessenta) anos ou com deficiência;

III – na presença de descendente ou de as-cendente da vítima.

Induzimento, instigação ou auxílio a suicídio

Art. 122. Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou prestar-lhe auxílio para que o faça:

Pena – reclusão, de dois a seis anos, se o suicídio se consuma; ou reclusão, de um a três anos, se da tentativa de suicídio resulta lesão corporal de natureza grave.

Parágrafo único. A pena é duplicada:

Aumento de pena

I – se o crime é praticado por motivo egoís-tico;

II – se a vítima é menor ou tem diminuída, por qualquer causa, a capacidade de resis-tência.

Infanticídio

Art. 123. Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho, durante o parto ou logo após:

Pena – detenção, de dois a seis anos.

Aborto provocado pela gestante ou com seu consentimento

Art. 124 – Provocar aborto em si mesma ou con-sentir que outrem lho provoque:

Pena – detenção, de um a três anos.

Aborto provocado por terceiro

Art. 125. Provocar aborto, sem o consentimen-to da gestante:

Pena – reclusão, de três a dez anos.

Art. 126. Provocar aborto com o consentimento da gestante:

Pena – reclusão, de um a quatro anos.

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Parágrafo único. Aplica-se a pena do artigo anterior, se a gestante não é maior de qua-torze anos, ou é alienada ou debil mental, ou se o consentimento é obtido mediante fraude, grave ameaça ou violência

Forma qualificada

Art. 127. As penas cominadas nos dois artigos anteriores são aumentadas de um terço, se, em conseqüência do aborto ou dos meios empre-gados para provocá-lo, a gestante sofre lesão corporal de natureza grave; e são duplicadas, se, por qualquer dessas causas, lhe sobrevém a morte.

Art. 128. Não se pune o aborto praticado por médico:

Aborto necessário

I – se não há outro meio de salvar a vida da gestante;

Aborto no caso de gravidez resultante de estupro

II – se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de consentimento da gestante ou, quando incapaz, de seu repre-sentante legal.

CAPÍTULO IIDAS LESÕES CORPORAIS

Lesão corporal

Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem:

Pena – detenção, de três meses a um ano.

Lesão corporal de natureza grave

§ 1º Se resulta:

I – Incapacidade para as ocupações habitu-ais, por mais de trinta dias;

II – perigo de vida;

III – debilidade permanente de membro, sentido ou função;

IV – aceleração de parto:

Pena – reclusão, de um a cinco anos.

§ 2º Se resulta:

I – Incapacidade permanente para o traba-lho;

II – enfermidade incuravel;

III – perda ou inutilização do membro, senti-do ou função;

IV – deformidade permanente;

V – aborto:

Pena – reclusão, de dois a oito anos.

Lesão corporal seguida de morte

§ 3º Se resulta morte e as circunstâncias evidenciam que o agente não quís o resulta-do, nem assumiu o risco de produzí-lo:

Pena – reclusão, de quatro a doze anos.

Diminuição de pena

§ 4º Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou mo-ral ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da ví-tima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço.

Substituição da pena

§ 5º O juiz, não sendo graves as lesões, pode ainda substituir a pena de detenção pela de multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis:

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I – se ocorre qualquer das hipóteses do pa-rágrafo anterior;

II – se as lesões são recíprocas.

Lesão corporal culposa

§ 6º Se a lesão é culposa:

Pena – detenção, de dois meses a um ano.

Aumento de pena

§ 7º Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se ocorrer qualquer das hipóteses dos §§ 4º e 6º do art. 121 deste Código.

§ 8º Aplica-se à lesão culposa o disposto no § 5º do art. 121.

Violência Doméstica

§ 9º Se a lesão for praticada contra ascen-dente, descendente, irmão, cônjuge ou companheiro, ou com quem conviva ou te-nha convivido, ou, ainda, prevalecendo-se o agente das relações domésticas, de coabita-ção ou de hospitalidade:

Pena – detenção, de 3 (três) meses a 3 (três) anos.

§ 10. Nos casos previstos nos §§ 1º a 3º des-te artigo, se as circunstâncias são as indica-das no § 9º deste artigo, aumenta-se a pena em 1/3 (um terço).

§ 11. Na hipótese do § 9º deste artigo, a pena será aumentada de um terço se o cri-me for cometido contra pessoa portadora de deficiência.

§ 12. Se a lesão for praticada contra auto-ridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Se-gurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônju-ge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição, a pena é aumentada de um a dois terços.

CAPÍTULO IIIDA PERICLITAÇÃO DA

VIDA E DA SAÚDE

Perigo de contágio venéreo

Art. 130. Expor alguém, por meio de relações sexuais ou qualquer ato libidinoso, a contágio de moléstia venérea, de que sabe ou deve saber que está contaminado:

Pena – detenção, de três meses a um ano, ou multa.

§ 1º Se é intenção do agente transmitir a moléstia:

Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa.

§ 2º Somente se procede mediante repre-sentação.

Perigo de contágio de moléstia grave

Art. 131. Praticar, com o fim de transmitir a ou-trem moléstia grave de que está contaminado, ato capaz de produzir o contágio:

Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa.

Perigo para a vida ou saúde de outrem

Art. 132. Expor a vida ou a saúde de outrem a perigo direto e iminente:

Pena – detenção, de três meses a um ano, se o fato não constitui crime mais grave.

Parágrafo único. A pena é aumentada de um sexto a um terço se a exposição da vida ou da saúde de outrem a perigo decorre do transporte de pessoas para a prestação de serviços em estabelecimentos de qualquer natureza, em desacordo com as normas le-gais.

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Abandono de incapaz

Art. 133. Abandonar pessoa que está sob seu cuidado, guarda, vigilância ou autoridade, e, por qualquer motivo, incapaz de defender-se dos riscos resultantes do abandono:

Pena – detenção, de seis meses a três anos.

§ 1º Se do abandono resulta lesão corporal de natureza grave:

Pena – reclusão, de um a cinco anos.

§ 2º Se resulta a morte:

Pena – reclusão, de quatro a doze anos.

Aumento de pena

§ 3º As penas cominadas neste artigo au-mentam-se de um terço:

I – se o abandono ocorre em lugar ermo;

II – se o agente é ascendente ou descenden-te, cônjuge, irmão, tutor ou curador da víti-ma.

III – se a vítima é maior de 60 (sessenta) anos

Exposição ou abandono de recém--nascido

Art. 134. Expor ou abandonar recém-nascido, para ocultar desonra própria:

Pena – detenção, de seis meses a dois anos.

§ 1º Se do fato resulta lesão corporal de na-tureza grave:

Pena – detenção, de um a três anos.

§ 2º Se resulta a morte:

Pena – detenção, de dois a seis anos.

Omissão de socorro

Art. 135. Deixar de prestar assistência, quan-do possível fazê-lo sem risco pessoal, à criança

abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave e iminen-te perigo; ou não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade pública:

Pena – detenção, de um a seis meses, ou multa.

Parágrafo único. A pena é aumentada de metade, se da omissão resulta lesão corpo-ral de natureza grave, e triplicada, se resulta a morte.

Condicionamento de atendimento médico-hospitalar emergencial

Art. 135-A. Exigir cheque-caução, nota promis-sória ou qualquer garantia, bem como o preen-chimento prévio de formulários administrativos, como condição para o atendimento médico--hospitalar emergencial:

Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa.

Parágrafo único. A pena é aumentada até o dobro se da negativa de atendimento resul-ta lesão corporal de natureza grave, e até o triplo se resulta a morte.

Maus-tratos

Art. 136. Expor a perigo a vida ou a saúde de pessoa sob sua autoridade, guarda ou vigilân-cia, para fim de educação, ensino, tratamento ou custódia, quer privando-a de alimentação ou cuidados indispensáveis, quer sujeitando-a a trabalho excessivo ou inadequado, quer abu-sando de meios de correção ou disciplina:

Pena – detenção, de dois meses a um ano, ou multa.

§ 1º Se do fato resulta lesão corporal de na-tureza grave:

Pena – reclusão, de um a quatro anos.

§ 2º Se resulta a morte:

Pena – reclusão, de quatro a doze anos.

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§ 3º Aumenta-se a pena de um terço, se o crime é praticado contra pessoa menor de 14 (catorze) anos.

CAPÍTULO IVDA RIXA

Rixa

Art. 137 – Participar de rixa, salvo para separar os contendores:

Pena – detenção, de quinze dias a dois me-ses, ou multa.

Parágrafo único. Se ocorre morte ou lesão corporal de natureza grave, aplica-se, pelo fato da participação na rixa, a pena de de-tenção, de seis meses a dois anos.

CAPÍTULO VDOS CRIMES CONTRA A HONRA

Calúnia

Art. 138. Caluniar alguém, imputando-lhe falsa-mente fato definido como crime:

Pena – detenção, de seis meses a dois anos, e multa.

§ 1º Na mesma pena incorre quem, saben-do falsa a imputação, a propala ou divulga.

§ 2º É punível a calúnia contra os mortos.

Exceção da verdade

§ 3º Admite-se a prova da verdade, salvo:

I – se, constituindo o fato imputado crime de ação privada, o ofendido não foi conde-nado por sentença irrecorrível;

II – se o fato é imputado a qualquer das pes-soas indicadas no nº I do art. 141;

III – se do crime imputado, embora de ação pública, o ofendido foi absolvido por sen-tença irrecorrível.

Difamação

Art. 139. Difamar alguém, imputando-lhe fato ofensivo à sua reputação:

Pena – detenção, de três meses a um ano, e multa.

Exceção da verdade

Parágrafo único. A exceção da verdade so-mente se admite se o ofendido é funcioná-rio público e a ofensa é relativa ao exercício de suas funções.

Injúria

Art. 140. Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dig-nidade ou o decoro:

Pena – detenção, de um a seis meses, ou multa.

§ 1º O juiz pode deixar de aplicar a pena:

I – quando o ofendido, de forma reprovável, provocou diretamente a injúria;

II – no caso de retorsão imediata, que con-sista em outra injúria.

§ 2º Se a injúria consiste em violência ou vias de fato, que, por sua natureza ou pelo meio empregado, se considerem aviltantes:

Pena – detenção, de três meses a um ano, e multa, além da pena correspondente à vio-lência.

§ 3º Se a injúria consiste na utilização de elementos referentes a raça, cor, etnia, reli-gião, origem ou a condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência:

Pena – reclusão de um a três anos e multa.

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Disposições comuns

Art. 141. As penas cominadas neste Capítulo aumentam-se de um terço, se qualquer dos cri-mes é cometido:

I – contra o Presidente da República, ou contra chefe de governo estrangeiro;

II – contra funcionário público, em razão de suas funções;

III – na presença de várias pessoas, ou por meio que facilite a divulgação da calúnia, da difamação ou da injúria.

IV – contra pessoa maior de 60 (sessenta) anos ou portadora de deficiência, exceto no caso de injúria.

Parágrafo único. Se o crime é cometido me-diante paga ou promessa de recompensa, aplica-se a pena em dobro.

Exclusão do crime

Art. 142. Não constituem injúria ou difamação punível:

I – a ofensa irrogada em juízo, na discussão da causa, pela parte ou por seu procurador;

II – a opinião desfavorável da crítica literá-ria, artística ou científica, salvo quando ine-quívoca a intenção de injuriar ou difamar;

III – o conceito desfavorável emitido por funcionário público, em apreciação ou in-formação que preste no cumprimento de dever do ofício.

Parágrafo único. Nos casos dos ns. I e III, responde pela injúria ou pela difamação quem lhe dá publicidade.

Retratação

Art. 143. O querelado que, antes da sentença, se retrata cabalmente da calúnia ou da difama-ção, fica isento de pena.

Parágrafo único. Nos casos em que o que-relado tenha praticado a calúnia ou a difa-mação utilizando-se de meios de comunica-ção, a retratação dar-se-á, se assim desejar o ofendido, pelos mesmos meios em que se praticou a ofensa.

Art. 144. Se, de referências, alusões ou frases, se infere calúnia, difamação ou injúria, quem se julga ofendido pode pedir explicações em juízo. Aquele que se recusa a dá-las ou, a critério do juiz, não as dá satisfatórias, responde pela ofen-sa.

Art. 145. Nos crimes previstos neste Capítu-lo somente se procede mediante queixa, salvo quando, no caso do art. 140, § 2º, da violência resulta lesão corporal.

Parágrafo único. Procede-se mediante re-quisição do Ministro da Justiça, no caso do inciso I do caput do art. 141 deste Código, e mediante representação do ofendido, no caso do inciso II do mesmo artigo, bem como no caso do § 3º do art. 140 deste Có-digo.

CAPÍTULO VIDOS CRIMES CONTRA

A LIBERDADE INDIVIDUAL

Seção IDOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE PESSOAL

Constrangimento ilegal

Art. 146. Constranger alguém, mediante violên-cia ou grave ameaça, ou depois de lhe haver re-duzido, por qualquer outro meio, a capacidade de resistência, a não fazer o que a lei permite, ou a fazer o que ela não manda:

Pena – detenção, de três meses a um ano, ou multa.

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Aumento de pena

§ 1º As penas aplicam-se cumulativamente e em dobro, quando, para a execução do crime, se reúnem mais de três pessoas, ou há emprego de armas.

§ 2º Além das penas cominadas, aplicam-se as correspondentes à violência.

§ 3º Não se compreendem na disposição deste artigo:

I – a intervenção médica ou cirúrgica, sem o consentimento do paciente ou de seu re-presentante legal, se justificada por iminen-te perigo de vida;

II – a coação exercida para impedir suicídio.

Ameaça

Art. 147. Ameaçar alguém, por palavra, escrito ou gesto, ou qualquer outro meio simbólico, de causar-lhe mal injusto e grave:

Pena – detenção, de um a seis meses, ou multa.

Parágrafo único. Somente se procede me-diante representação.

Seqüestro e cárcere privado

Art. 148. Privar alguém de sua liberdade, me-diante seqüestro ou cárcere privado:

Pena – reclusão, de um a três anos.

§ 1º A pena é de reclusão, de dois a cinco anos:

I – se a vítima é ascendente, descenden-te, cônjuge ou companheiro do agente ou maior de 60 (sessenta) anos;

II – se o crime é praticado mediante interna-ção da vítima em casa de saúde ou hospital;

III – se a privação da liberdade dura mais de quinze dias.

IV – se o crime é praticado contra menor de 18 (dezoito) anos;

V – se o crime é praticado com fins libidino-sos.

§ 2º Se resulta à vítima, em razão de maus--tratos ou da natureza da detenção, grave sofrimento físico ou moral:

Pena – reclusão, de dois a oito anos.

Redução a condição análoga à de escravo

Art. 149. Reduzir alguém a condição análoga à de escravo, quer submetendo-o a trabalhos for-çados ou a jornada exaustiva, quer sujeitando--o a condições degradantes de trabalho, quer restringindo, por qualquer meio, sua locomoção em razão de dívida contraída com o emprega-dor ou preposto:

Pena – reclusão, de dois a oito anos, e mul-ta, além da pena correspondente à violên-cia.

§ 1º Nas mesmas penas incorre quem:

I – cerceia o uso de qualquer meio de trans-porte por parte do trabalhador, com o fim de retê-lo no local de trabalho;

II – mantém vigilância ostensiva no local de trabalho ou se apodera de documentos ou objetos pessoais do trabalhador, com o fim de retê-lo no local de trabalho.

§ 2º A pena é aumentada de metade, se o crime é cometido:

I – contra criança ou adolescente;

II – por motivo de preconceito de raça, cor, etnia, religião ou origem.

Art. 149-A. Agenciar, aliciar, recrutar, transpor-tar, transferir, comprar, alojar ou acolher pes-soa, mediante grave ameaça, violência, coação, fraude ou abuso, com a finalidade de:

I – remover-lhe órgãos, tecidos ou partes do corpo;

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II – submetê-la a trabalho em condições análogas à de escravo;

III – submetê-la a qualquer tipo de servidão;

IV – adoção ilegal; ou

V – exploração sexual.

Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.

§ 1º A pena é aumentada de um terço até a metade se:

I – o crime for cometido por funcionário pú-blico no exercício de suas funções ou a pre-texto de exercê-las;

II – o crime for cometido contra criança, adolescente ou pessoa idosa ou com defici-ência;

III – o agente se prevalecer de relações de parentesco, domésticas, de coabitação, de hospitalidade, de dependência econômi-ca, de autoridade ou de superioridade hie-rárquica inerente ao exercício de emprego, cargo ou função; ou

IV – a vítima do tráfico de pessoas for retira-da do território nacional.

§ 2º A pena é reduzida de um a dois terços se o agente for primário e não integrar orga-nização criminosa.

Seção IIDOS CRIMES CONTRA A

INVIOLABILIDADE DO DOMICÍLIO

Violação de domicílio

Art. 150. Entrar ou permanecer, clandestina ou astuciosamente, ou contra a vontade expressa ou tácita de quem de direito, em casa alheia ou em suas dependências:

Pena – detenção, de um a três meses, ou multa.

§ 1º Se o crime é cometido durante a noi-te, ou em lugar ermo, ou com o emprego de

violência ou de arma, ou por duas ou mais pessoas:

Pena – detenção, de seis meses a dois anos, além da pena correspondente à violência.

§ 2º Aumenta-se a pena de um terço, se o fato é cometido por funcionário público, fora dos casos legais, ou com inobservância das formalidades estabelecidas em lei, ou com abuso do poder.

§ 3º Não constitui crime a entrada ou per-manência em casa alheia ou em suas de-pendências:

I – durante o dia, com observância das for-malidades legais, para efetuar prisão ou ou-tra diligência;

II – a qualquer hora do dia ou da noite, quando algum crime está sendo ali pratica-do ou na iminência de o ser.

§ 4º A expressão "casa" compreende:

I – qualquer compartimento habitado;

II – aposento ocupado de habitação coleti-va;

III – compartimento não aberto ao público, onde alguém exerce profissão ou atividade.

§ 5º Não se compreendem na expressão "casa":

I – hospedaria, estalagem ou qualquer ou-tra habitação coletiva, enquanto aberta, sal-vo a restrição do nº II do parágrafo anterior;

II – taverna, casa de jogo e outras do mes-mo gênero.

Seção IIIDOS CRIMES CONTRA

A INVIOLABILIDADE DE CORRESPONDÊNCIA

Violação de correspondência

Art. 151. Devassar indevidamente o conteúdo de correspondência fechada, dirigida a outrem:

Pena – detenção, de um a seis meses, ou multa.

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Sonegação ou destruição de correspondência

§ 1º Na mesma pena incorre:

I – quem se apossa indevidamente de cor-respondência alheia, embora não fechada e, no todo ou em parte, a sonega ou destrói;

Violação de comunicação telegráfica, radioelétrica ou telefônica

II – quem indevidamente divulga, transmite a outrem ou utiliza abusivamente comuni-cação telegráfica ou radioelétrica dirigida a terceiro, ou conversação telefônica entre outras pessoas;

III – quem impede a comunicação ou a con-versação referidas no número anterior;

IV – quem instala ou utiliza estação ou apa-relho radioelétrico, sem observância de dis-posição legal.

§ 2º As penas aumentam-se de metade, se há dano para outrem.

§ 3º Se o agente comete o crime, com abu-so de função em serviço postal, telegráfico, radioelétrico ou telefônico:

Pena – detenção, de um a três anos.

§ 4º Somente se procede mediante repre-sentação, salvo nos casos do § 1º, IV, e do § 3º

Correspondência comercial

Art. 152. Abusar da condição de sócio ou em-pregado de estabelecimento comercial ou in-dustrial para, no todo ou em parte, desviar, so-negar, subtrair ou suprimir correspondência, ou revelar a estranho seu conteúdo:

Pena – detenção, de três meses a dois anos.

Parágrafo único. Somente se procede me-diante representação.

Seção IVDOS CRIMES CONTRA A

INVIOLABILIDADE DOS SEGREDOS

Divulgação de segredo

Art. 153. Divulgar alguém, sem justa causa, con-teúdo de documento particular ou de corres-pondência confidencial, de que é destinatário ou detentor, e cuja divulgação possa produzir dano a outrem:

Pena – detenção, de um a seis meses, ou multa.

§ 1º Somente se procede mediante repre-sentação.

§ 1º-A. Divulgar, sem justa causa, informa-ções sigilosas ou reservadas, assim defini-das em lei, contidas ou não nos sistemas de informações ou banco de dados da Admi-nistração Pública:

Pena – detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

§ 2º Quando resultar prejuízo para a Admi-nistração Pública, a ação penal será incondi-cionada.

Violação do segredo profissional

Art. 154. Revelar alguém, sem justa causa, se-gredo, de que tem ciência em razão de função, ministério, ofício ou profissão, e cuja revelação possa produzir dano a outrem:

Pena – detenção, de três meses a um ano, ou multa.

Parágrafo único. Somente se procede mediante representação.

Art. 154-A. Invadir dispositivo informático alheio, conectado ou não à rede de computado-res, mediante violação indevida de mecanismo de segurança e com o fim de obter, adulterar ou destruir dados ou informações sem autorização expressa ou tácita do titular do dispositivo ou

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instalar vulnerabilidades para obter vantagem ilícita:

Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa.

§ 1º Na mesma pena incorre quem produz, oferece, distribui, vende ou difunde dispo-sitivo ou programa de computador com o intuito de permitir a prática da conduta de-finida no caput.

§ 2º Aumenta-se a pena de um sexto a um terço se da invasão resulta prejuízo econô-mico.

§ 3º Se da invasão resultar a obtenção de conteúdo de comunicações eletrônicas pri-vadas, segredos comerciais ou industriais, informações sigilosas, assim definidas em lei, ou o controle remoto não autorizado do dispositivo invadido:

Pena – reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa, se a conduta não constitui crime mais grave.

§ 4º Na hipótese do § 3º, aumenta-se a pena de um a dois terços se houver divul-gação, comercialização ou transmissão a terceiro, a qualquer título, dos dados ou in-formações obtidos.

§ 5º Aumenta-se a pena de um terço à me-tade se o crime for praticado contra:

I – Presidente da República, governadores e prefeitos;

II – Presidente do Supremo Tribunal Fede-ral;

III – Presidente da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, de Assembleia Legislati-va de Estado, da Câmara Legislativa do Dis-trito Federal ou de Câmara Municipal; ou

IV – dirigente máximo da administração di-reta e indireta federal, estadual, municipal ou do Distrito Federal.

Ação penal

Art. 154-B. Nos crimes definidos no art. 154-A, somente se procede mediante representação, salvo se o crime é cometido contra a administra-ção pública direta ou indireta de qualquer dos Poderes da União, Estados, Distrito Federal ou Municípios ou contra empresas concessionárias de serviços públicos.

TÍTULO II

Dos Crimes Contra o Patrimônio

CAPÍTULO IDO FURTO

Furto

Art. 155. Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel:

Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa.

§ 1º A pena aumenta-se de um terço, se o crime é praticado durante o repouso notur-no.

§ 2º Se o criminoso é primário, e é de pe-queno valor a coisa furtada, o juiz pode substituir a pena de reclusão pela de deten-ção, diminuí-la de um a dois terços, ou apli-car somente a pena de multa.

§ 3º Equipara-se à coisa móvel a energia elétrica ou qualquer outra que tenha valor econômico.

Furto qualificado

§ 4º A pena é de reclusão de dois a oito anos, e multa, se o crime é cometido:

I – com destruição ou rompimento de obs-táculo à subtração da coisa;

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II – com abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou destreza;

III – com emprego de chave falsa;

IV – mediante concurso de duas ou mais pessoas.

§ 5º A pena é de reclusão de três a oito anos, se a subtração for de veículo automo-tor que venha a ser transportado para outro Estado ou para o exterior.

§ 6º A pena é de reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos se a subtração for de semo-vente domesticável de produção, ainda que abatido ou dividido em partes no local da subtração.

Furto de coisa comum

Art. 156. Subtrair o condômino, co-herdeiro ou sócio, para si ou para outrem, a quem legitima-mente a detém, a coisa comum:

Pena – detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.

§ 1º Somente se procede mediante repre-sentação.

§ 2º Não é punível a subtração de coisa co-mum fungível, cujo valor não excede a quo-ta a que tem direito o agente.

CAPÍTULO IIDO ROUBO E DA EXTORSÃO

Roubo

Art. 157. Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou violên-cia a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência:

Pena – reclusão, de quatro a dez anos, e multa.

§ 1º Na mesma pena incorre quem, logo de-pois de subtraída a coisa, emprega violência contra pessoa ou grave ameaça, a fim de as-segurar a impunidade do crime ou a deten-ção da coisa para si ou para terceiro.

§ 2º A pena aumenta-se de um terço até metade:

I – se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma;

II – se há o concurso de duas ou mais pes-soas;

III – se a vítima está em serviço de transpor-te de valores e o agente conhece tal circuns-tância.

IV – se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado para outro Es-tado ou para o exterior;

V – se o agente mantém a vítima em seu po-der, restringindo sua liberdade.

§ 3º Se da violência resulta lesão corporal grave, a pena é de reclusão, de sete a quin-ze anos, além da multa; se resulta morte, a reclusão é de vinte a trinta anos, sem preju-ízo da multa.

Extorsão

Art. 158. Constranger alguém, mediante violên-cia ou grave ameaça, e com o intuito de obter para si ou para outrem indevida vantagem eco-nômica, a fazer, tolerar que se faça ou deixar de fazer alguma coisa:

Pena – reclusão, de quatro a dez anos, e multa.

§ 1º Se o crime é cometido por duas ou mais pessoas, ou com emprego de arma, aumen-ta-se a pena de um terço até metade.

§ 2º Aplica-se à extorsão praticada median-te violência o disposto no § 3º do artigo an-terior.

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§ 3º Se o crime é cometido mediante a res-trição da liberdade da vítima, e essa condi-ção é necessária para a obtenção da vanta-gem econômica, a pena é de reclusão, de 6 (seis) a 12 (doze) anos, além da multa; se resulta lesão corporal grave ou morte, apli-cam-se as penas previstas no art. 159, §§ 2º e 3º, respectivamente.

Extorsão mediante seqüestro

Art. 159. Seqüestrar pessoa com o fim de ob-ter, para si ou para outrem, qualquer vantagem, como condição ou preço do resgate:

Pena – reclusão, de oito a quinze anos.

§ 1º Se o seqüestro dura mais de 24 (vinte e quatro) horas, se o seqüestrado é menor de 18 (dezoito) ou maior de 60 (sessenta) anos, ou se o crime é cometido por bando ou quadrilha.

Pena – reclusão, de doze a vinte anos.

§ 2º Se do fato resulta lesão corporal de na-tureza grave:

Pena – reclusão, de dezesseis a vinte e qua-tro anos.

§ 3º Se resulta a morte:

Pena – reclusão, de vinte e quatro a trinta anos.

§ 4º Se o crime é cometido em concurso, o concorrente que o denunciar à autoridade, facilitando a libertação do seqüestrado, terá sua pena reduzida de um a dois terços.

Extorsão indireta

Art. 160. Exigir ou receber, como garantia de dívida, abusando da situação de alguém, docu-mento que pode dar causa a procedimento cri-minal contra a vítima ou contra terceiro:

Pena – reclusão, de um a três anos, e multa.

CAPÍTULO IIIDA USURPAÇÃO

Alteração de limites

Art. 161. Suprimir ou deslocar tapume, marco, ou qualquer outro sinal indicativo de linha divi-sória, para apropriar-se, no todo ou em parte, de coisa imóvel alheia:

Pena – detenção, de um a seis meses, e multa.

§ 1º Na mesma pena incorre quem:

Usurpação de águas

I – desvia ou represa, em proveito próprio ou de outrem, águas alheias;

Esbulho possessório

II – invade, com violência a pessoa ou gra-ve ameaça, ou mediante concurso de mais de duas pessoas, terreno ou edifício alheio, para o fim de esbulho possessório.

§ 2º Se o agente usa de violência, incorre também na pena a esta cominada.

§ 3º Se a propriedade é particular, e não há emprego de violência, somente se procede mediante queixa.

Supressão ou alteração de marca em animais

Art. 162. Suprimir ou alterar, indevidamente, em gado ou rebanho alheio, marca ou sinal indi-cativo de propriedade:

Pena – detenção, de seis meses a três anos, e multa.

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CAPÍTULO IVDO DANO

DanoArt. 163. Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa alheia:

Pena – detenção, de um a seis meses, ou multa.

Dano qualificado

Parágrafo único. Se o crime é cometido:

I – com violência à pessoa ou grave ameaça;

II – com emprego de substância inflamável ou explosiva, se o fato não constitui crime mais grave

III – contra o patrimônio da União, Estado, Município, empresa concessionária de ser-viços públicos ou sociedade de economia mista;

IV – por motivo egoístico ou com prejuízo considerável para a vítima:

Pena – detenção, de seis meses a três anos, e multa, além da pena correspondente à violência.

Introdução ou abandono de animais em propriedade alheia

Art. 164. Introduzir ou deixar animais em pro-priedade alheia, sem consentimento de quem de direito, desde que o fato resulte prejuízo:

Pena – detenção, de quinze dias a seis me-ses, ou multa.

Dano em coisa de valor artístico, arqueológico ou histórico

Art. 165. Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa tombada pela autoridade competente em virtu-de de valor artístico, arqueológico ou histórico:

Pena – detenção, de seis meses a dois anos, e multa.

Alteração de local especialmente protegido

Art. 166. Alterar, sem licença da autoridade competente, o aspecto de local especialmente protegido por lei:

Pena – detenção, de um mês a um ano, ou multa.

Ação penal

Art. 167. Nos casos do art. 163, do inciso IV do seu parágrafo e do art. 164, somente se procede mediante queixa.

CAPÍTULO VDA APROPRIAÇÃO INDÉBITA

Apropriação indébita

Art. 168. Apropriar-se de coisa alheia móvel, de que tem a posse ou a detenção:

Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa.

Aumento de pena

§ 1º A pena é aumentada de um terço, quando o agente recebeu a coisa:

I – em depósito necessário;

II – na qualidade de tutor, curador, síndico, liquidatário, inventariante, testamenteiro ou depositário judicial;

III – em razão de ofício, emprego ou profis-são.

Apropriação indébita previdenciária

Art. 168-A. Deixar de repassar à previdência so-cial as contribuições recolhidas dos contribuin-tes, no prazo e forma legal ou convencional:

Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.

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§ 1º Nas mesmas penas incorre quem dei-xar de:

I – recolher, no prazo legal, contribuição ou outra importância destinada à previdência social que tenha sido descontada de paga-mento efetuado a segurados, a terceiros ou arrecadada do público;

II – recolher contribuições devidas à previ-dência social que tenham integrado despe-sas contábeis ou custos relativos à venda de produtos ou à prestação de serviços;

III – pagar benefício devido a segurado, quando as respectivas cotas ou valores já tiverem sido reembolsados à empresa pela previdência social.

§ 2º É extinta a punibilidade se o agente, es-pontaneamente, declara, confessa e efetua o pagamento das contribuições, importân-cias ou valores e presta as informações de-vidas à previdência social, na forma definida em lei ou regulamento, antes do início da ação fiscal.

§ 3º É facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou aplicar somente a de multa se o agente for primário e de bons anteceden-tes, desde que:

I – tenha promovido, após o início da ação fiscal e antes de oferecida a denúncia, o pa-gamento da contribuição social previdenci-ária, inclusive acessórios; ou

II – o valor das contribuições devidas, inclu-sive acessórios, seja igual ou inferior àquele estabelecido pela previdência social, admi-nistrativamente, como sendo o mínimo para o ajuizamento de suas execuções fiscais.

Apropriação de coisa havida por erro, caso fortuito ou força da natureza

Art. 169. Apropriar-se alguém de coisa alheia vinda ao seu poder por erro, caso fortuito ou força da natureza:

Pena – detenção, de um mês a um ano, ou multa.

Parágrafo único. Na mesma pena incorre:

Apropriação de tesouro

I – quem acha tesouro em prédio alheio e se apropria, no todo ou em parte, da quota a que tem direito o proprietário do prédio;

Apropriação de coisa achada

II – quem acha coisa alheia perdida e dela se apropria, total ou parcialmente, deixando de restituí-la ao dono ou legítimo possuidor ou de entregá-la à autoridade competente, dentro no prazo de quinze dias.

Art. 170. Nos crimes previstos neste Capítulo, aplica-se o disposto no art. 155, § 2º

CAPÍTULO VIDO ESTELIONATO E OUTRAS FRAUDES

Estelionato

Art. 171. Obter, para si ou para outrem, van-tagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio fraudulento:

Pena – reclusão, de um a cinco anos, e mul-ta, de quinhentos mil réis a dez contos de réis.

§ 1º Se o criminoso é primário, e é de pe-queno valor o prejuízo, o juiz pode aplicar a pena conforme o disposto no art. 155, § 2º

§ 2º Nas mesmas penas incorre quem:

Disposição de coisa alheia como própriaI – vende, permuta, dá em pagamento, em locação ou em garantia coisa alheia como própria;

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Alienação ou oneração fraudulenta de coisa própriaII – vende, permuta, dá em pagamento ou em garantia coisa própria inalienável, gra-vada de ônus ou litigiosa, ou imóvel que prometeu vender a terceiro, mediante pa-gamento em prestações, silenciando sobre qualquer dessas circunstâncias;

Defraudação de penhorIII – defrauda, mediante alienação não con-sentida pelo credor ou por outro modo, a garantia pignoratícia, quando tem a posse do objeto empenhado;

Fraude na entrega de coisa

IV – defrauda substância, qualidade ou quantidade de coisa que deve entregar a al-guém;

Fraude para recebimento de indenização ou valor de seguro

V – destrói, total ou parcialmente, ou oculta coisa própria, ou lesa o próprio corpo ou a saúde, ou agrava as conseqüências da lesão ou doença, com o intuito de haver indeniza-ção ou valor de seguro;

Fraude no pagamento por meio de chequeVI – emite cheque, sem suficiente provisão de fundos em poder do sacado, ou lhe frus-tra o pagamento.

§ 3º A pena aumenta-se de um terço, se o crime é cometido em detrimento de enti-dade de direito público ou de instituto de economia popular, assistência social ou be-neficência.

Estelionato contra idoso§ 4º Aplica-se a pena em dobro se o crime for cometido contra idoso.

Duplicata simuladaArt. 172. Emitir fatura, duplicata ou nota de venda que não corresponda à mercadoria ven-dida, em quantidade ou qualidade, ou ao servi-ço prestado.

Pena – detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.

Parágrafo único. Nas mesmas penas incor-rerá aquêle que falsificar ou adulterar a es-crituração do Livro de Registro de Duplica-tas.

Abuso de incapazesArt. 173. Abusar, em proveito próprio ou alheio, de necessidade, paixão ou inexperiência de me-nor, ou da alienação ou debilidade mental de outrem, induzindo qualquer deles à prática de ato suscetível de produzir efeito jurídico, em prejuízo próprio ou de terceiro:

Pena – reclusão, de dois a seis anos, e multa.

Induzimento à especulaçãoArt. 174. Abusar, em proveito próprio ou alheio, da inexperiência ou da simplicidade ou inferio-ridade mental de outrem, induzindo-o à prática de jogo ou aposta, ou à especulação com títulos ou mercadorias, sabendo ou devendo saber que a operação é ruinosa:

Pena – reclusão, de um a três anos, e multa.

Fraude no comércio

Art. 175. Enganar, no exercício de atividade co-mercial, o adquirente ou consumidor:

I – vendendo, como verdadeira ou perfeita, mercadoria falsificada ou deteriorada;

II – entregando uma mercadoria por outra:

Pena – detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.

§ 1º Alterar em obra que lhe é encomenda-da a qualidade ou o peso de metal ou subs-

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tituir, no mesmo caso, pedra verdadeira por falsa ou por outra de menor valor; vender pedra falsa por verdadeira; vender, como precioso, metal de ou outra qualidade:

Pena – reclusão, de um a cinco anos, e multa.

§ 2º É aplicável o disposto no art. 155, § 2º

Outras fraudes

Art. 176. Tomar refeição em restaurante, alojar--se em hotel ou utilizar-se de meio de transpor-te sem dispor de recursos para efetuar o paga-mento:

Pena – detenção, de quinze dias a dois me-ses, ou multa.

Parágrafo único. Somente se procede me-diante representação, e o juiz pode, con-forme as circunstâncias, deixar de aplicar a pena.

Fraudes e abusos na fundação ou administração de sociedade por ações

Art. 177. Promover a fundação de sociedade por ações, fazendo, em prospecto ou em comu-nicação ao público ou à assembléia, afirmação falsa sobre a constituição da sociedade, ou ocul-tando fraudulentamente fato a ela relativo:

Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa, se o fato não constitui crime contra a economia popular.

§ 1º Incorrem na mesma pena, se o fato não constitui crime contra a economia popular:

I – o diretor, o gerente ou o fiscal de socie-dade por ações, que, em prospecto, rela-tório, parecer, balanço ou comunicação ao público ou à assembléia, faz afirmação falsa sobre as condições econômicas da socieda-de, ou oculta fraudulentamente, no todo ou em parte, fato a elas relativo;

II – o diretor, o gerente ou o fiscal que pro-move, por qualquer artifício, falsa cotação das ações ou de outros títulos da sociedade;

III – o diretor ou o gerente que toma em-préstimo à sociedade ou usa, em proveito próprio ou de terceiro, dos bens ou haveres sociais, sem prévia autorização da assem-bléia geral;

IV – o diretor ou o gerente que compra ou vende, por conta da sociedade, ações por ela emitidas, salvo quando a lei o permite;

V – o diretor ou o gerente que, como garan-tia de crédito social, aceita em penhor ou em caução ações da própria sociedade;

VI – o diretor ou o gerente que, na falta de balanço, em desacordo com este, ou me-diante balanço falso, distribui lucros ou divi-dendos fictícios;

VII – o diretor, o gerente ou o fiscal que, por interposta pessoa, ou conluiado com acio-nista, consegue a aprovação de conta ou parecer;

VIII – o liquidante, nos casos dos ns. I, II, III, IV, V e VII;

IX – o representante da sociedade anônima estrangeira, autorizada a funcionar no País, que pratica os atos mencionados nos ns. I e II, ou dá falsa informação ao Governo.

§ 2º Incorre na pena de detenção, de seis meses a dois anos, e multa, o acionista que, a fim de obter vantagem para si ou para ou-trem, negocia o voto nas deliberações de assembléia geral.

Emissão irregular de conhecimento de depósito ou "warrant"

Art. 178. Emitir conhecimento de depósito ou warrant, em desacordo com disposição legal:

Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa.

Fraude à execuçãoArt. 179. Fraudar execução, alienando, desvian-do, destruindo ou danificando bens, ou simu-lando dívidas:

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Pena – detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.

Parágrafo único. Somente se procede me-diante queixa.

CAPÍTULO VIIDA RECEPTAÇÃO

ReceptaçãoArt. 180. Adquirir, receber, transportar, conduzir ou ocultar, em proveito próprio ou alheio, coisa que sabe ser produto de crime, ou influir para que terceiro, de boa-fé, a adquira, receba ou oculte:

Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa.

Receptação qualificada

§ 1º Adquirir, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em depósito, desmontar, mon-tar, remontar, vender, expor à venda, ou de qualquer forma utilizar, em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comer-cial ou industrial, coisa que deve saber ser produto de crime:

Pena – reclusão, de três a oito anos, e mul-ta.

§ 2º Equipara-se à atividade comercial, para efeito do parágrafo anterior, qualquer for-ma de comércio irregular ou clandestino, inclusive o exercício em residência.

§ 3º Adquirir ou receber coisa que, por sua natureza ou pela desproporção entre o va-lor e o preço, ou pela condição de quem a oferece, deve presumir-se obtida por meio criminoso:

Pena – detenção, de um mês a um ano, ou multa, ou ambas as penas.

§ 4º A receptação é punível, ainda que des-conhecido ou isento de pena o autor do cri-me de que proveio a coisa.

§ 5º Na hipótese do § 3º, se o criminoso é primário, pode o juiz, tendo em conside-ração as circunstâncias, deixar de aplicar a pena. Na receptação dolosa aplica-se o dis-posto no § 2º do art. 155.

§ 6º Tratando-se de bens e instalações do patrimônio da União, Estado, Município, empresa concessionária de serviços pú-blicos ou sociedade de economia mista, a pena prevista no caput deste artigo aplica--se em dobro.

Art. 180-A. Adquirir, receber, transportar, con-duzir, ocultar, ter em depósito ou vender, com a finalidade de produção ou de comercialização, semovente domesticável de produção, ainda que abatido ou dividido em partes, que deve sa-ber ser produto de crime:

Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.

CAPÍTULO VIIIDISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 181. É isento de pena quem comete qual-quer dos crimes previstos neste título, em pre-juízo:

I – do cônjuge, na constância da sociedade conjugal;

II – de ascendente ou descendente, seja o parentesco legítimo ou ilegítimo, seja civil ou natural.

Art. 182. Somente se procede mediante repre-sentação, se o crime previsto neste título é co-metido em prejuízo:

I – do cônjuge desquitado ou judicialmente separado;

II – de irmão, legítimo ou ilegítimo;

III – de tio ou sobrinho, com quem o agente coabita.

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Art. 183. Não se aplica o disposto nos dois arti-gos anteriores:

I – se o crime é de roubo ou de extorsão, ou, em geral, quando haja emprego de grave ameaça ou violência à pessoa;

II – ao estranho que participa do crime.

III – se o crime é praticado contra pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos.

TÍTULO X

Dos Crimes Contra a Fé Pública

CAPÍTULO IDA MOEDA FALSA

Moeda Falsa

Art. 289. Falsificar, fabricando-a ou alterando-a, moeda metálica ou papel-moeda de curso legal no país ou no estrangeiro:

Pena – reclusão, de três a doze anos, e mul-ta.

§ 1º Nas mesmas penas incorre quem, por conta própria ou alheia, importa ou expor-ta, adquire, vende, troca, cede, empresta, guarda ou introduz na circulação moeda fal-sa.

§ 2º Quem, tendo recebido de boa-fé, como verdadeira, moeda falsa ou alterada, a res-titui à circulação, depois de conhecer a fal-sidade, é punido com detenção, de seis me-ses a dois anos, e multa.

§ 3º É punido com reclusão, de três a quinze anos, e multa, o funcionário público ou dire-tor, gerente, ou fiscal de banco de emissão que fabrica, emite ou autoriza a fabricação ou emissão:

I – de moeda com título ou peso inferior ao determinado em lei;

II – de papel-moeda em quantidade supe-rior à autorizada.

§ 4º Nas mesmas penas incorre quem des-via e faz circular moeda, cuja circulação não estava ainda autorizada.

Crimes assimilados ao de moeda falsa

Art. 290. Formar cédula, nota ou bilhete repre-sentativo de moeda com fragmentos de cédu-las, notas ou bilhetes verdadeiros; suprimir, em nota, cédula ou bilhete recolhidos, para o fim de restituí-los à circulação, sinal indicativo de sua inutilização; restituir à circulação cédula, nota ou bilhete em tais condições, ou já recolhidos para o fim de inutilização:

Pena – reclusão, de dois a oito anos, e mul-ta.

Parágrafo único. O máximo da reclusão é elevado a doze anos e multa, se o crime é cometido por funcionário que trabalha na repartição onde o dinheiro se achava reco-lhido, ou nela tem fácil ingresso, em razão do cargo.

Petrechos para falsificação de moeda

Art. 291. Fabricar, adquirir, fornecer, a título oneroso ou gratuito, possuir ou guardar maqui-nismo, aparelho, instrumento ou qualquer ob-jeto especialmente destinado à falsificação de moeda:

Pena – reclusão, de dois a seis anos, e multa.

Emissão de título ao portador sem per-missão legal

Art. 292. Emitir, sem permissão legal, nota, bi-lhete, ficha, vale ou título que contenha pro-messa de pagamento em dinheiro ao portador ou a que falte indicação do nome da pessoa a quem deva ser pago:

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Pena – detenção, de um a seis meses, ou multa.

Parágrafo único. Quem recebe ou utiliza como dinheiro qualquer dos documentos referidos neste artigo incorre na pena de detenção, de quinze dias a três meses, ou multa.

CAPÍTULO IIDA FALSIDADE DE TÍTULOS

E OUTROS PAPÉIS PÚBLICOS

Falsificação de papéis públicos

Art. 293. Falsificar, fabricando-os ou alterando--os:

I – selo destinado a controle tributário, pa-pel selado ou qualquer papel de emissão le-gal destinado à arrecadação de tributo;

II – papel de crédito público que não seja moeda de curso legal;

III – vale postal;

IV – cautela de penhor, caderneta de depó-sito de caixa econômica ou de outro estabe-lecimento mantido por entidade de direito público;

V – talão, recibo, guia, alvará ou qualquer outro documento relativo a arrecadação de rendas públicas ou a depósito ou caução por que o poder público seja responsável;

VI – bilhete, passe ou conhecimento de empresa de transporte administrada pela União, por Estado ou por Município:

Pena – reclusão, de dois a oito anos, e mul-ta.

§ 1º Incorre na mesma pena quem:

I – usa, guarda, possui ou detém qualquer dos papéis falsificados a que se refere este artigo;

II – importa, exporta, adquire, vende, troca, cede, empresta, guarda, fornece ou restitui à circulação selo falsificado destinado a con-trole tributário;

III – importa, exporta, adquire, vende, ex-põe à venda, mantém em depósito, guarda, troca, cede, empresta, fornece, porta ou, de qualquer forma, utiliza em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comer-cial ou industrial, produto ou mercadoria:

a) em que tenha sido aplicado selo que se destine a controle tributário, falsificado;

b) sem selo oficial, nos casos em que a legis-lação tributária determina a obrigatorieda-de de sua aplicação.

§ 2º Suprimir, em qualquer desses papéis, quando legítimos, com o fim de torná-los novamente utilizáveis, carimbo ou sinal in-dicativo de sua inutilização:

Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa.

§ 3º Incorre na mesma pena quem usa, de-pois de alterado, qualquer dos papéis a que se refere o parágrafo anterior.

§ 4º Quem usa ou restitui à circulação, em-bora recibo de boa-fé, qualquer dos papéis falsificados ou alterados, a que se referem este artigo e o seu § 2º, depois de conhe-cer a falsidade ou alteração, incorre na pena de detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.

§ 5º Equipara-se a atividade comercial, para os fins do inciso III do § 1º, qualquer forma de comércio irregular ou clandestino, inclu-sive o exercido em vias, praças ou outros lo-gradouros públicos e em residências.

Petrechos de falsificação

Art. 294. Fabricar, adquirir, fornecer, possuir ou guardar objeto especialmente destinado à falsi-ficação de qualquer dos papéis referidos no ar-tigo anterior:

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Pena – reclusão, de um a três anos, e multa.

Art. 295. Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do cargo, au-menta-se a pena de sexta parte.

CAPÍTULO IIIDA FALSIDADE DOCUMENTAL

Falsificação do selo ou sinal público

Art. 296. Falsificar, fabricando-os ou alterando--os:

I – selo público destinado a autenticar atos oficiais da União, de Estado ou de Municí-pio;

II – selo ou sinal atribuído por lei a entidade de direito público, ou a autoridade, ou sinal público de tabelião:

Pena – reclusão, de dois a seis anos, e mul-ta.

§ 1º Incorre nas mesmas penas:

I – quem faz uso do selo ou sinal falsificado;

II – quem utiliza indevidamente o selo ou sinal verdadeiro em prejuízo de outrem ou em proveito próprio ou alheio.

III – quem altera, falsifica ou faz uso indevi-do de marcas, logotipos, siglas ou quaisquer outros símbolos utilizados ou identificado-res de órgãos ou entidades da Administra-ção Pública.

§ 2º Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena de sexta parte.

Falsificação de documento público

Art. 297. Falsificar, no todo ou em parte, docu-mento público, ou alterar documento público verdadeiro:

Pena – reclusão, de dois a seis anos, e multa.

§ 1º Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena de sexta parte.

§ 2º Para os efeitos penais, equiparam-se a documento público o emanado de entidade paraestatal, o título ao portador ou trans-missível por endosso, as ações de sociedade comercial, os livros mercantis e o testamen-to particular.

§ 3º Nas mesmas penas incorre quem inse-re ou faz inserir:

I – na folha de pagamento ou em docu-mento de informações que seja destinado a fazer prova perante a previdência social, pessoa que não possua a qualidade de se-gurado obrigatório;

II – na Carteira de Trabalho e Previdência Social do empregado ou em documento que deva produzir efeito perante a previ-dência social, declaração falsa ou diversa da que deveria ter sido escrita;

III – em documento contábil ou em qual-quer outro documento relacionado com as obrigações da empresa perante a previ-dência social, declaração falsa ou diversa da que deveria ter constado.

§ 4º Nas mesmas penas incorre quem omi-te, nos documentos mencionados no § 3º, nome do segurado e seus dados pessoais, a remuneração, a vigência do contrato de tra-balho ou de prestação de serviços.

Falsificação de documento particular

Art. 298. Falsificar, no todo ou em parte, docu-mento particular ou alterar documento particu-lar verdadeiro:

Pena – reclusão, de um a cinco anos, e multa.

Falsificação de cartão

Parágrafo único. Para fins do disposto no caput, equipara-se a documento particular o cartão de crédito ou débito.

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Falsidade ideológica

Art. 299. Omitir, em documento público ou par-ticular, declaração que dele devia constar, ou nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, com o fim de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante:

Pena – reclusão, de um a cinco anos, e mul-ta, se o documento é público, e reclusão de um a três anos, e multa, se o documento é particular.

Parágrafo único. Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do cargo, ou se a falsificação ou alteração é de assentamento de registro civil, aumenta--se a pena de sexta parte.

Falso reconhecimento de firma ou letra

Art. 300. Reconhecer, como verdadeira, no exercício de função pública, firma ou letra que o não seja:

Pena – reclusão, de um a cinco anos, e mul-ta, se o documento é público; e de um a três anos, e multa, se o documento é particular.

Certidão ou atestado ideologicamente falso

Art. 301. Atestar ou certificar falsamente, em razão de função pública, fato ou circunstância que habilite alguém a obter cargo público, isen-ção de ônus ou de serviço de caráter público, ou qualquer outra vantagem:

Pena – detenção, de dois meses a um ano.

Falsidade material de atestado ou cer-tidão

§ 1º Falsificar, no todo ou em parte, atesta-do ou certidão, ou alterar o teor de certidão ou de atestado verdadeiro, para prova de fato ou circunstância que habilite alguém a obter cargo público, isenção de ônus ou de

serviço de caráter público, ou qualquer ou-tra vantagem:

Pena – detenção, de três meses a dois anos.

§ 2º Se o crime é praticado com o fim de lucro, aplica-se, além da pena privativa de liberdade, a de multa.

Falsidade de atestado médico

Art. 302. Dar o médico, no exercício da sua pro-fissão, atestado falso:

Pena – detenção, de um mês a um ano.

Parágrafo único. Se o crime é cometido com o fim de lucro, aplica-se também multa.

Reprodução ou adulteração de selo ou peça filatélica

Art. 303. Reproduzir ou alterar selo ou peça fila-télica que tenha valor para coleção, salvo quan-do a reprodução ou a alteração está visivelmen-te anotada na face ou no verso do selo ou peça:

Pena – detenção, de um a três anos, e mul-ta.

Parágrafo único. Na mesma pena incorre quem, para fins de comércio, faz uso do selo ou peça filatélica.

Uso de documento falso

Art. 304. Fazer uso de qualquer dos papéis fal-sificados ou alterados, a que se referem os arts. 297 a 302:

Pena – a cominada à falsificação ou à alte-ração.

Supressão de documento

Art. 305. Destruir, suprimir ou ocultar, em be-nefício próprio ou de outrem, ou em prejuízo alheio, documento público ou particular verda-deiro, de que não podia dispor:

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Pena – reclusão, de dois a seis anos, e mul-ta, se o documento é público, e reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o documento é particular.

CAPÍTULO IVDE OUTRAS FALSIDADES

Falsificação do sinal empregado no contraste de metal precioso ou na fis-calização alfandegária, ou para outros fins

Art. 306. Falsificar, fabricando-o ou alterando-o, marca ou sinal empregado pelo poder público no contraste de metal precioso ou na fiscaliza-ção alfandegária, ou usar marca ou sinal dessa natureza, falsificado por outrem:

Pena – reclusão, de dois a seis anos, e mul-ta.

Parágrafo único. Se a marca ou sinal falsifi-cado é o que usa a autoridade pública para o fim de fiscalização sanitária, ou para au-tenticar ou encerrar determinados objetos, ou comprovar o cumprimento de formalida-de legal:

Pena – reclusão ou detenção, de um a três anos, e multa.

Falsa identidadeArt. 307. Atribuir-se ou atribuir a terceiro falsa identidade para obter vantagem, em proveito próprio ou alheio, ou para causar dano a ou-trem:

Pena – detenção, de três meses a um ano, ou multa, se o fato não constitui elemento de crime mais grave.

Art. 308. Usar, como próprio, passaporte, título de eleitor, caderneta de reservista ou qualquer documento de identidade alheia ou ceder a ou-trem, para que dele se utilize, documento dessa natureza, próprio ou de terceiro:

Pena – detenção, de quatro meses a dois anos, e multa, se o fato não constitui ele-mento de crime mais grave.

Fraude de lei sobre estrangeiro

Art. 309. Usar o estrangeiro, para entrar ou per-manecer no território nacional, nome que não é o seu:

Pena – detenção, de um a três anos, e mul-ta.

Parágrafo único. Atribuir a estrangeiro falsa qualidade para promover-lhe a entrada em território nacional:

Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa.

Art. 310. Prestar-se a figurar como proprietário ou possuidor de ação, título ou valor perten-cente a estrangeiro, nos casos em que a este é vedada por lei a propriedade ou a posse de tais bens:

Pena – detenção, de seis meses a três anos, e multa.

Adulteração de sinal identificador de veículo automotor

Art. 311. Adulterar ou remarcar número de chassi ou qualquer sinal identificador de veículo automotor, de seu componente ou equipamen-to:

Pena – reclusão, de três a seis anos, e mul-ta.

§ 1º Se o agente comete o crime no exer-cício da função pública ou em razão dela, a pena é aumentada de um terço.

§ 2º Incorre nas mesmas penas o funcio-nário público que contribui para o licencia-mento ou registro do veículo remarcado ou adulterado, fornecendo indevidamente ma-terial ou informação oficial.

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CAPÍTULO VDAS FRAUDES EM CERTAMES DE

INTERESSE PÚBLICO

Fraudes em certames de interesse público

Art. 311-A. Utilizar ou divulgar, indevidamente, com o fim de beneficiar a si ou a outrem, ou de comprometer a credibilidade do certame, con-teúdo sigiloso de:

I – concurso público;

II – avaliação ou exame públicos;

III – processo seletivo para ingresso no ensi-no superior; ou

IV – exame ou processo seletivo previstos em lei:

Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

§ 1º Nas mesmas penas incorre quem per-mite ou facilita, por qualquer meio, o aces-so de pessoas não autorizadas às informa-ções mencionadas no caput.

§ 2º Se da ação ou omissão resulta dano à administração pública:

Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa.

§ 3º Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se o fato é cometido por funcionário público.

TÍTULO XI

Dos Crimes Contra a Administração Pública

CAPÍTULO IDOS CRIMES PRATICADOS POR

FUNCIONÁRIO PÚBLICO CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL

PeculatoArt. 312. Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em ra-zão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio:

Pena – reclusão, de dois a doze anos, e mul-ta.

§ 1º Aplica-se a mesma pena, se o funcio-nário público, embora não tendo a posse do dinheiro, valor ou bem, o subtrai, ou con-corre para que seja subtraído, em proveito próprio ou alheio, valendo-se de facilidade que lhe proporciona a qualidade de funcio-nário.

Peculato culposo

§ 2º Se o funcionário concorre culposamen-te para o crime de outrem:

Pena – detenção, de três meses a um ano.

§ 3º No caso do parágrafo anterior, a repa-ração do dano, se precede à sentença irre-corrível, extingue a punibilidade; se lhe é posterior, reduz de metade a pena imposta.

Peculato mediante erro de outremArt. 313. Apropriar-se de dinheiro ou qualquer utilidade que, no exercício do cargo, recebeu por erro de outrem:

Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa.

Inserção de dados falsos em sistema de informações

Art. 313-A. Inserir ou facilitar, o funcionário au-torizado, a inserção de dados falsos, alterar ou excluir indevidamente dados corretos nos sis-temas informatizados ou bancos de dados da Administração Pública com o fim de obter van-tagem indevida para si ou para outrem ou para causar dano:

Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.

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Modificação ou alteração não autorizada de sistema de informações

Art. 313-B. Modificar ou alterar, o funcionário, sistema de informações ou programa de infor-mática sem autorização ou solicitação de autori-dade competente:

Pena – detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos, e multa.

Parágrafo único. As penas são aumentadas de um terço até a metade se da modificação ou alteração resulta dano para a Adminis-tração Pública ou para o administrado.

Extravio, sonegação ou inutilização de livro ou documento

Art. 314. Extraviar livro oficial ou qualquer do-cumento, de que tem a guarda em razão do cargo; sonegá-lo ou inutilizá-lo, total ou parcial-mente:

Pena – reclusão, de um a quatro anos, se o fato não constitui crime mais grave.

Emprego irregular de verbas ou rendas públicas

Art. 315. Dar às verbas ou rendas públicas apli-cação diversa da estabelecida em lei:

Pena – detenção, de um a três meses, ou multa.

Concussão

Art. 316. Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vanta-gem indevida:

Pena – reclusão, de dois a oito anos, e multa.

Excesso de exação

§ 1º Se o funcionário exige tributo ou con-tribuição social que sabe ou deveria saber indevido, ou, quando devido, emprega na

cobrança meio vexatório ou gravoso, que a lei não autoriza:

Pena – reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa.

§ 2º Se o funcionário desvia, em proveito próprio ou de outrem, o que recebeu inde-vidamente para recolher aos cofres públi-cos:

Pena – reclusão, de dois a doze anos, e mul-ta.

Corrupção passiva

Art. 317. Solicitar ou receber, para si ou para ou-trem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem:

Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.

§ 1º A pena é aumentada de um terço, se, em conseqüência da vantagem ou promes-sa, o funcionário retarda ou deixa de prati-car qualquer ato de ofício ou o pratica in-fringindo dever funcional.

§ 2º Se o funcionário pratica, deixa de prati-car ou retarda ato de ofício, com infração de dever funcional, cedendo a pedido ou influ-ência de outrem:

Pena – detenção, de três meses a um ano, ou multa.

Facilitação de contrabando ou desca-minho

Art. 318. Facilitar, com infração de dever fun-cional, a prática de contrabando ou descaminho (art. 334):

Pena – reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa.

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Prevaricação

Art. 319. Retardar ou deixar de praticar, indevi-damente, ato de ofício, ou praticá-lo contra dis-posição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal:

Pena – detenção, de três meses a um ano, e multa.

Art. 319-A. Deixar o Diretor de Penitenciária e/ou agente público, de cumprir seu dever de vedar ao preso o acesso a aparelho telefônico, de rádio ou similar, que permita a comunicação com outros presos ou com o ambiente externo:

Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano.

Condescendência criminosa

Art. 320. Deixar o funcionário, por indulgência, de responsabilizar subordinado que cometeu infração no exercício do cargo ou, quando lhe falte competência, não levar o fato ao conheci-mento da autoridade competente:

Pena – detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.

Advocacia administrativaArt. 321. Patrocinar, direta ou indiretamente, in-teresse privado perante a administração públi-ca, valendo-se da qualidade de funcionário:

Pena – detenção, de um a três meses, ou multa.

Parágrafo único. Se o interesse é ilegítimo:

Pena – detenção, de três meses a um ano, além da multa.

Violência arbitráriaArt. 322. Praticar violência, no exercício de fun-ção ou a pretexto de exercê-la:

Pena – detenção, de seis meses a três anos, além da pena correspondente à violência.

Abandono de função

Art. 323. Abandonar cargo público, fora dos ca-sos permitidos em lei:

Pena – detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.

§ 1º Se do fato resulta prejuízo público:

Pena – detenção, de três meses a um ano, e multa.

§ 2º Se o fato ocorre em lugar compreendi-do na faixa de fronteira:

Pena – detenção, de um a três anos, e mul-ta.

Exercício funcional ilegalmente anteci-pado ou prolongado

Art. 324. Entrar no exercício de função pública antes de satisfeitas as exigências legais, ou con-tinuar a exercê-la, sem autorização, depois de saber oficialmente que foi exonerado, removi-do, substituído ou suspenso:

Pena – detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.

Violação de sigilo funcional

Art. 325. Revelar fato de que tem ciência em ra-zão do cargo e que deva permanecer em segre-do, ou facilitar-lhe a revelação:

Pena – detenção, de seis meses a dois anos, ou multa, se o fato não constitui crime mais grave.

§ 1º Nas mesmas penas deste artigo incorre quem:

I – permite ou facilita, mediante atribuição, fornecimento e empréstimo de senha ou qualquer outra forma, o acesso de pessoas não autorizadas a sistemas de informações ou banco de dados da Administração Públi-ca;

II – se utiliza, indevidamente, do acesso res-trito.

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§ 2º Se da ação ou omissão resulta dano à Administração Pública ou a outrem:

Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa.

Violação do sigilo de proposta de con-corrência

Art. 326. Devassar o sigilo de proposta de con-corrência pública, ou proporcionar a terceiro o ensejo de devassá-lo:

Pena – Detenção, de três meses a um ano, e multa.

Funcionário público

Art. 327. Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem, embora transitoria-mente ou sem remuneração, exerce cargo, em-prego ou função pública.

§ 1º Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, emprego ou função em entidade paraestatal, e quem trabalha para empresa prestadora de serviço contratada ou conveniada para a execução de atividade típica da Administração Pública.

§ 2º A pena será aumentada da terça par-te quando os autores dos crimes previstos neste Capítulo forem ocupantes de cargos em comissão ou de função de direção ou assessoramento de órgão da administração direta, sociedade de economia mista, em-presa pública ou fundação instituída pelo poder público.

CAPÍTULO IIDOS CRIMES PRATICADOS POR

PARTICULAR CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL

Usurpação de função públicaArt. 328. Usurpar o exercício de função pública:

Pena – detenção, de três meses a dois anos, e multa.

Parágrafo único. Se do fato o agente aufere vantagem:

Pena – reclusão, de dois a cinco anos, e multa.

Resistência

Art. 329. Opor-se à execução de ato legal, me-diante violência ou ameaça a funcionário com-petente para executá-lo ou a quem lhe esteja prestando auxílio:

Pena – detenção, de dois meses a dois anos.

§ 1º Se o ato, em razão da resistência, não se executa:

Pena – reclusão, de um a três anos.

§ 2º As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuízo das correspondentes à violên-cia.

Desobediência

Art. 330. Desobedecer a ordem legal de funcio-nário público:

Pena – detenção, de quinze dias a seis me-ses, e multa.

Desacato

Art. 331. Desacatar funcionário público no exer-cício da função ou em razão dela:

Pena – detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.

Tráfico de Influência

Art. 332. Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para outrem, vantagem ou promessa de van-tagem, a pretexto de influir em ato praticado por funcionário público no exercício da função:

Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.

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Parágrafo único. A pena é aumentada da metade, se o agente alega ou insinua que a vantagem é também destinada ao funcioná-rio.

Corrupção ativa

Art. 333. Oferecer ou prometer vantagem inde-vida a funcionário público, para determiná-lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofício:

Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.

Parágrafo único. A pena é aumentada de um terço, se, em razão da vantagem ou pro-messa, o funcionário retarda ou omite ato de ofício, ou o pratica infringindo dever fun-cional.

Descaminho

Art. 334. Iludir, no todo ou em parte, o paga-mento de direito ou imposto devido pela entra-da, pela saída ou pelo consumo de mercadoria

Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.

§ 1º Incorre na mesma pena quem:

I – pratica navegação de cabotagem, fora dos casos permitidos em lei;

II – pratica fato assimilado, em lei especial, a descaminho;

III – vende, expõe à venda, mantém em depósito ou, de qualquer forma, utiliza em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, mercado-ria de procedência estrangeira que introdu-ziu clandestinamente no País ou importou fraudulentamente ou que sabe ser produto de introdução clandestina no território na-cional ou de importação fraudulenta por parte de outrem;

IV – adquire, recebe ou oculta, em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, mercadoria de pro-

cedência estrangeira, desacompanhada de documentação legal ou acompanhada de documentos que sabe serem falsos.

§ 2º Equipara-se às atividades comerciais, para os efeitos deste artigo, qualquer for-ma de comércio irregular ou clandestino de mercadorias estrangeiras, inclusive o exerci-do em residências.

§ 3º A pena aplica-se em dobro se o crime de descaminho é praticado em transporte aéreo, marítimo ou fluvial.

Contrabando

Art. 334-A. Importar ou exportar mercadoria proibida:

Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 ( cinco) anos.

§ 1º Incorre na mesma pena quem:

I – pratica fato assimilado, em lei especial, a contrabando;

II – importa ou exporta clandestinamente mercadoria que dependa de registro, análi-se ou autorização de órgão público compe-tente;

III – reinsere no território nacional merca-doria brasileira destinada à exportação;

IV – vende, expõe à venda, mantém em depósito ou, de qualquer forma, utiliza em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, mercado-ria proibida pela lei brasileira;

V – adquire, recebe ou oculta, em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, mercadoria proibi-da pela lei brasileira

§ 2º Equipara-se às atividades comerciais, para os efeitos deste artigo, qualquer for-ma de comércio irregular ou clandestino de mercadorias estrangeiras, inclusive o exerci-do em residências.

§ 3º A pena aplica-se em dobro se o crime de contrabando é praticado em transporte aéreo, marítimo ou fluvial.

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Impedimento, perturbação ou fraude de concorrência

Art. 335. Impedir, perturbar ou fraudar concor-rência pública ou venda em hasta pública, pro-movida pela administração federal, estadual ou municipal, ou por entidade paraestatal; afastar ou procurar afastar concorrente ou licitante, por meio de violência, grave ameaça, fraude ou ofe-recimento de vantagem:

Pena – detenção, de seis meses a dois anos, ou multa, além da pena correspondente à violência.

Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem se abstém de concorrer ou licitar, em razão da vantagem oferecida.

Inutilização de edital ou de sinal

Art. 336. Rasgar ou, de qualquer forma, inutili-zar ou conspurcar edital afixado por ordem de funcionário público; violar ou inutilizar selo ou sinal empregado, por determinação legal ou por ordem de funcionário público, para identificar ou cerrar qualquer objeto:

Pena – detenção, de um mês a um ano, ou multa.

Subtração ou inutilização de livro ou documento

Art. 337. Subtrair, ou inutilizar, total ou parcial-mente, livro oficial, processo ou documento confiado à custódia de funcionário, em razão de ofício, ou de particular em serviço público:

Pena – reclusão, de dois a cinco anos, se o fato não constitui crime mais grave.

Sonegação de contribuição previdenci-ária

Art. 337-A. Suprimir ou reduzir contribuição social previdenciária e qualquer acessório, me-diante as seguintes condutas:

I – omitir de folha de pagamento da empre-sa ou de documento de informações previs-to pela legislação previdenciária segurados empregado, empresário, trabalhador avulso ou trabalhador autônomo ou a este equipa-rado que lhe prestem serviços;

II – deixar de lançar mensalmente nos títu-los próprios da contabilidade da empresa as quantias descontadas dos segurados ou as devidas pelo empregador ou pelo tomador de serviços;

III – omitir, total ou parcialmente, receitas ou lucros auferidos, remunerações pagas ou creditadas e demais fatos geradores de con-tribuições sociais previdenciárias:

Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.

§ 1º É extinta a punibilidade se o agente, es-pontaneamente, declara e confessa as con-tribuições, importâncias ou valores e presta as informações devidas à previdência social, na forma definida em lei ou regulamento, antes do início da ação fiscal.

§ 2º É facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou aplicar somente a de multa se o agente for primário e de bons anteceden-tes, desde que:

I – (VETADO)

II – o valor das contribuições devidas, inclu-sive acessórios, seja igual ou inferior àquele estabelecido pela previdência social, admi-nistrativamente, como sendo o mínimo para o ajuizamento de suas execuções fiscais.

§ 3º Se o empregador não é pessoa jurídica e sua folha de pagamento mensal não ul-trapassa R$ 1.510,00 (um mil, quinhentos e dez reais), o juiz poderá reduzir a pena de um terço até a metade ou aplicar apenas a de multa.

§ 4º O valor a que se refere o parágrafo an-terior será reajustado nas mesmas datas e nos mesmos índices do reajuste dos benefí-cios da previdência social.

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CAPÍTULO II-A DOS CRIMES PRATICADOS

POR PARTICULAR CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

ESTRANGEIRA

Corrupção ativa em transação comer-cial internacional

Art. 337-B. Prometer, oferecer ou dar, direta ou indiretamente, vantagem indevida a funcionário público estrangeiro, ou a terceira pessoa, para determiná-lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofício relacionado à transação comercial in-ternacional:

Pena – reclusão, de 1 (um) a 8 (oito) anos, e multa.

Parágrafo único. A pena é aumentada de 1/3 (um terço), se, em razão da vantagem ou promessa, o funcionário público estran-geiro retarda ou omite o ato de ofício, ou o pratica infringindo dever funcional.

Tráfico de influência em transação co-mercial internacional

Art. 337-C. Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, van-tagem ou promessa de vantagem a pretexto de influir em ato praticado por funcionário público estrangeiro no exercício de suas funções, rela-cionado a transação comercial internacional:

Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.

Parágrafo único. A pena é aumentada da metade, se o agente alega ou insinua que a vantagem é também destinada a funcioná-rio estrangeiro.

Funcionário público estrangeiro

Art. 337-D. Considera-se funcionário público estrangeiro, para os efeitos penais, quem, ain-da que transitoriamente ou sem remuneração,

exerce cargo, emprego ou função pública em entidades estatais ou em representações diplo-máticas de país estrangeiro.

Parágrafo único. Equipara-se a funcionário público estrangeiro quem exerce cargo, em-prego ou função em empresas controladas, diretamente ou indiretamente, pelo Poder Público de país estrangeiro ou em organiza-ções públicas internacionais.

CAPÍTULO IIIDOS CRIMES CONTRA A

ADMINISTRAÇÃO DA JUSTIÇA

Reingresso de estrangeiro expulso

Art. 338. Reingressar no território nacional o es-trangeiro que dele foi expulso:

Pena – reclusão, de um a quatro anos, sem prejuízo de nova expulsão após o cumpri-mento da pena.

Denunciação caluniosa

Art. 339. Dar causa à instauração de investiga-ção policial, de processo judicial, instauração de investigação administrativa, inquérito civil ou ação de improbidade administrativa contra al-guém, imputando-lhe crime de que o sabe ino-cente:

Pena – reclusão, de dois a oito anos, e mul-ta.

§ 1º A pena é aumentada de sexta parte, se o agente se serve de anonimato ou de nome suposto.

§ 2º A pena é diminuída de metade, se a im-putação é de prática de contravenção.

Comunicação falsa de crime ou de con-travenção

Art. 340. Provocar a ação de autoridade, comu-nicando-lhe a ocorrência de crime ou de contra-venção que sabe não se ter verificado:

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Pena – detenção, de um a seis meses, ou multa.

Auto-acusação falsa

Art. 341. Acusar-se, perante a autoridade, de crime inexistente ou praticado por outrem:

Pena – detenção, de três meses a dois anos, ou multa.

Falso testemunho ou falsa perícia

Art. 342. Fazer afirmação falsa, ou negar ou ca-lar a verdade como testemunha, perito, conta-dor, tradutor ou intérprete em processo judicial, ou administrativo, inquérito policial, ou em juí-zo arbitral:

Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.

§ 1º As penas aumentam-se de um sexto a um terço, se o crime é praticado mediante suborno ou se cometido com o fim de obter prova destinada a produzir efeito em pro-cesso penal, ou em processo civil em que for parte entidade da administração pública direta ou indireta.

§ 2º O fato deixa de ser punível se, antes da sentença no processo em que ocorreu o ilí-cito, o agente se retrata ou declara a verda-de.

Art. 343. Dar, oferecer ou prometer dinheiro ou qualquer outra vantagem a testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete, para fazer afirmação falsa, negar ou calar a verdade em depoimento, perícia, cálculos, tradução ou interpretação:

Pena – reclusão, de três a quatro anos, e multa.

Parágrafo único. As penas aumentam-se de um sexto a um terço, se o crime é cometido com o fim de obter prova destinada a pro-duzir efeito em processo penal ou em pro-cesso civil em que for parte entidade da ad-ministração pública direta ou indireta.

Coação no curso do processo

Art. 344. Usar de violência ou grave ameaça, com o fim de favorecer interesse próprio ou alheio, contra autoridade, parte, ou qualquer outra pessoa que funciona ou é chamada a in-tervir em processo judicial, policial ou adminis-trativo, ou em juízo arbitral:

Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa, além da pena correspondente à vio-lência.

Exercício arbitrário das próprias razões

Art. 345. Fazer justiça pelas próprias mãos, para satisfazer pretensão, embora legítima, salvo quando a lei o permite:

Pena – detenção, de quinze dias a um mês, ou multa, além da pena correspondente à violência.

Parágrafo único. Se não há emprego de vio-lência, somente se procede mediante quei-xa.

Art. 346. Tirar, suprimir, destruir ou danificar coisa própria, que se acha em poder de terceiro por determinação judicial ou convenção:

Pena – detenção, de seis meses a dois anos, e multa.

Fraude processual

Art. 347. Inovar artificiosamente, na pendência de processo civil ou administrativo, o estado de lugar, de coisa ou de pessoa, com o fim de indu-zir a erro o juiz ou o perito:

Pena – detenção, de três meses a dois anos, e multa.

Parágrafo único. Se a inovação se destina a produzir efeito em processo penal, ainda que não iniciado, as penas aplicam-se em dobro.

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Favorecimento pessoal

Art. 348. Auxiliar a subtrair-se à ação de autori-dade pública autor de crime a que é cominada pena de reclusão:

Pena – detenção, de um a seis meses, e multa.

§ 1º Se ao crime não é cominada pena de reclusão:

Pena – detenção, de quinze dias a três me-ses, e multa.

§ 2º Se quem presta o auxílio é ascendente, descendente, cônjuge ou irmão do crimino-so, fica isento de pena.

Favorecimento real

Art. 349. Prestar a criminoso, fora dos casos de co-autoria ou de receptação, auxílio destinado a tornar seguro o proveito do crime:

Pena – detenção, de um a seis meses, e multa.

Art. 349-A. Ingressar, promover, intermediar, auxiliar ou facilitar a entrada de aparelho telefô-nico de comunicação móvel, de rádio ou similar, sem autorização legal, em estabelecimento pri-sional.

Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano.

Exercício arbitrário ou abuso de poder

Art. 350. Ordenar ou executar medida privativa de liberdade individual, sem as formalidades le-gais ou com abuso de poder:

Pena – detenção, de um mês a um ano.

Parágrafo único. Na mesma pena incorre o funcionário que:

I – ilegalmente recebe e recolhe alguém a prisão, ou a estabelecimento destinado a execução de pena privativa de liberdade ou de medida de segurança;

II – prolonga a execução de pena ou de me-dida de segurança, deixando de expedir em tempo oportuno ou de executar imediata-mente a ordem de liberdade;

III – submete pessoa que está sob sua guar-da ou custódia a vexame ou a constrangi-mento não autorizado em lei;

IV – efetua, com abuso de poder, qualquer diligência.

Fuga de pessoa presa ou submetida a medida de segurança

Art. 351. Promover ou facilitar a fuga de pessoa legalmente presa ou submetida a medida de se-gurança detentiva:

Pena – detenção, de seis meses a dois anos.

§ 1º Se o crime é praticado a mão armada, ou por mais de uma pessoa, ou mediante arrombamento, a pena é de reclusão, de dois a seis anos.

§ 2º Se há emprego de violência contra pes-soa, aplica-se também a pena correspon-dente à violência.

§ 3º A pena é de reclusão, de um a quatro anos, se o crime é praticado por pessoa sob cuja custódia ou guarda está o preso ou o internado.

§ 4º No caso de culpa do funcionário in-cumbido da custódia ou guarda, aplica-se a pena de detenção, de três meses a um ano, ou multa.

Evasão mediante violência contra a pessoa

Art. 352. Evadir-se ou tentar evadir-se o preso ou o indivíduo submetido a medida de seguran-ça detentiva, usando de violência contra a pes-soa:

Pena – detenção, de três meses a um ano, além da pena correspondente à violência.

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Arrebatamento de preso

Art. 353. Arrebatar preso, a fim de maltratá--lo, do poder de quem o tenha sob custódia ou guarda:

Pena – reclusão, de um a quatro anos, além da pena correspondente à violência.

Motim de presos

Art. 354. Amotinarem-se presos, perturbando a ordem ou disciplina da prisão:

Pena – detenção, de seis meses a dois anos, além da pena correspondente à violência.

Patrocínio infiel

Art. 355. Trair, na qualidade de advogado ou procurador, o dever profissional, prejudicando interesse, cujo patrocínio, em juízo, lhe é con-fiado:

Pena – detenção, de seis meses a três anos, e multa.

Patrocínio simultâneo ou tergiversação

Parágrafo único. Incorre na pena deste ar-tigo o advogado ou procurador judicial que defende na mesma causa, simultânea ou sucessivamente, partes contrárias.

Sonegação de papel ou objeto de valor probatório

Art. 356. Inutilizar, total ou parcialmente, ou deixar de restituir autos, documento ou objeto de valor probatório, que recebeu na qualidade de advogado ou procurador:

Pena – detenção, de seis meses a três anos, e multa.

Exploração de prestígio

Art. 357. Solicitar ou receber dinheiro ou qual-quer outra utilidade, a pretexto de influir em

juiz, jurado, órgão do Ministério Público, funcio-nário de justiça, perito, tradutor, intérprete ou testemunha:

Pena – reclusão, de um a cinco anos, e mul-ta.

Parágrafo único. As penas aumentam-se de um terço, se o agente alega ou insinua que o dinheiro ou utilidade também se destina a qualquer das pessoas referidas neste artigo.

Violência ou fraude em arrematação judicial

Art. 358. Impedir, perturbar ou fraudar arre-matação judicial; afastar ou procurar afastar concorrente ou licitante, por meio de violência, grave ameaça, fraude ou oferecimento de van-tagem:

Pena – detenção, de dois meses a um ano, ou multa, além da pena correspondente à violência.

Desobediência a decisão judicial sobre perda ou suspensão de direito

Art. 359. Exercer função, atividade, direito, au-toridade ou múnus, de que foi suspenso ou pri-vado por decisão judicial:

Pena – detenção, de três meses a dois anos, ou multa.

CAPÍTULO IVDOS CRIMES CONTRA

AS FINANÇAS PÚBLICAS

Contratação de operação de crédito

Art. 359-A. Ordenar, autorizar ou realizar opera-ção de crédito, interno ou externo, sem prévia autorização legislativa:

Pena – reclusão, de 1 (um) a 2 (dois) anos.

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Parágrafo único. Incide na mesma pena quem ordena, autoriza ou realiza operação de crédito, interno ou externo:

I – com inobservância de limite, condição ou montante estabelecido em lei ou em re-solução do Senado Federal;

II – quando o montante da dívida consoli-dada ultrapassa o limite máximo autorizado por lei.

Inscrição de despesas não empenhadas em restos a pagar

Art. 359-B. Ordenar ou autorizar a inscrição em restos a pagar, de despesa que não tenha sido previamente empenhada ou que exceda limite estabelecido em lei:

Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos.

Assunção de obrigação no último ano do mandato ou legislatura

Art. 359-C. Ordenar ou autorizar a assunção de obrigação, nos dois últimos quadrimestres do último ano do mandato ou legislatura, cuja despesa não possa ser paga no mesmo exercício financeiro ou, caso reste parcela a ser paga no exercício seguinte, que não tenha contrapartida suficiente de disponibilidade de caixa:

Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.

Ordenação de despesa não autorizada

Art. 359-D. Ordenar despesa não autorizada por lei:

Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.

Prestação de garantia graciosa

Art. 359-E. Prestar garantia em operação de crédito sem que tenha sido constituída contra-garantia em valor igual ou superior ao valor da garantia prestada, na forma da lei:

Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano.

Não cancelamento de restos a pagar

Art. 359-F. Deixar de ordenar, de autorizar ou de promover o cancelamento do montante de restos a pagar inscrito em valor superior ao per-mitido em lei:

Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos.

Aumento de despesa total com pessoal no último ano do mandato ou legislatura

Art. 359-G. Ordenar, autorizar ou executar ato que acarrete aumento de despesa total com pessoal, nos cento e oitenta dias anteriores ao final do mandato ou da legislatura:

Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.

Oferta pública ou colocação de títulos no mercado

Art. 359-H. Ordenar, autorizar ou promover a oferta pública ou a colocação no mercado fi-nanceiro de títulos da dívida pública sem que tenham sido criados por lei ou sem que estejam registrados em sistema centralizado de liquida-ção e de custódia:

Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.

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LEI Nº 8.072, DE 25 DE JULHO DE 1990.

Dispõe sobre os crimes hediondos, nos termos do art. 5º, inciso XLIII, da Constituição Federal, e determina outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei:

Art. 1º São considerados hediondos os seguin-tes crimes, todos tipificados no Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 – Código Pe-nal, consumados ou tentados: (Redação dada pela Lei nº 8.930, de 1994) (Vide Lei nº 7.210, de 1984)

I – homicídio (art. 121), quando praticado em atividade típica de grupo de extermínio, ainda que cometido por um só agente, e ho-micídio qualificado (art. 121, § 2º, incisos I, II, III, IV, V, VI e VII); (Redação dada pela Lei nº 13.142, de 2015)

I-A – lesão corporal dolosa de natureza gravíssima (art. 129, § 2º) e lesão corporal seguida de morte (art. 129, § 3º), quan-do praticadas contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou pa-rente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição; (Incluído pela Lei nº 13.142, de 2015)

II – latrocínio (art. 157, § 3º, in fine); (Inciso incluído pela Lei nº 8.930, de 1994)

III – extorsão qualificada pela morte (art. 158, § 2º); (Inciso incluído pela Lei nº 8.930, de 1994)

IV – extorsão mediante seqüestro e na for-ma qualificada (art. 159, caput, e §§ lo, 2º e 3º); (Inciso incluído pela Lei nº 8.930, de 1994)

V – estupro (art. 213, caput e §§ 1º e 2º); (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009)

VI – estupro de vulnerável (art. 217-A, caput e §§ 1º, 2º, 3º e 4º); (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009)

VII – epidemia com resultado morte (art. 267, § 1º). (Inciso incluído pela Lei nº 8.930, de 1994)

VII-A – (VETADO) (Inciso incluído pela Lei nº 9.695, de 1998)

VII-B – falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto destinado a fins te-rapêuticos ou medicinais (art. 273, caput e § 1º, § 1º-A e § 1º-B, com a redação dada pela Lei nº 9.677, de 2 de julho de 1998). (Inciso incluído pela Lei nº 9.695, de 1998)

VIII – favorecimento da prostituição ou de outra forma de exploração sexual de criança ou adolescente ou de vulnerável (art. 218-B, caput, e §§ 1º e 2º). (Incluído pela Lei nº 12.978, de 2014)

Parágrafo único. Considera-se também he-diondo o crime de genocídio previsto nos arts. 1º, 2º e 3º da Lei nº 2.889, de 1º de ou-tubro de 1956, tentado ou consumado. (Pa-rágrafo incluído pela Lei nº 8.930, de 1994)

Art. 2º Os crimes hediondos, a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins e o terrorismo são insuscetíveis de: (Vide Súmula Vinculante)

I – anistia, graça e indulto;

II – fiança. (Redação dada pela Lei nº 11.464, de 2007)

§ 1º A pena por crime previsto neste arti-go será cumprida inicialmente em regime fechado. (Redação dada pela Lei nº 11.464, de 2007)

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§ 2º A progressão de regime, no caso dos condenados aos crimes previstos neste ar-tigo, dar-se-á após o cumprimento de 2/5 (dois quintos) da pena, se o apenado for primário, e de 3/5 (três quintos), se reinci-dente. (Redação dada pela Lei nº 11.464, de 2007)

§ 3º Em caso de sentença condenatória, o juiz decidirá fundamentadamente se o réu poderá apelar em liberdade. (Redação dada pela Lei nº 11.464, de 2007)

§ 4º A prisão temporária, sobre a qual dis-põe a Lei nº 7.960, de 21 de dezembro de 1989, nos crimes previstos neste artigo, terá o prazo de 30 (trinta) dias, prorrogável por igual período em caso de extrema e com-provada necessidade. (Incluído pela Lei nº 11.464, de 2007)

Art. 3º A União manterá estabelecimentos pe-nais, de segurança máxima, destinados ao cum-primento de penas impostas a condenados de alta periculosidade, cuja permanência em presí-dios estaduais ponha em risco a ordem ou inco-lumidade pública.

Art. 4º (Vetado).

Art. 5º Ao art. 83 do Código Penal é acrescido o seguinte inciso:

"Art. 83. .......................................................

......................................................................

V – cumprido mais de dois terços da pena, nos casos de condenação por crime hedion-do, prática da tortura, tráfico ilícito de en-torpecentes e drogas afins, e terrorismo, se o apenado não for reincidente específico em crimes dessa natureza."

Art. 6º Os arts. 157, § 3º; 159, caput e seus §§ 1º, 2º e 3º; 213; 214; 223, caput e seu parágrafo único; 267, caput e 270; caput, todos do Código Penal, passam a vigorar com a seguinte redação:

"Art. 157. .....................................................

§ 3º Se da violência resulta lesão corporal grave, a pena é de reclusão, de cinco a quin-

ze anos, além da multa; se resulta morte, a reclusão é de vinte a trinta anos, sem preju-ízo da multa.

......................................................................

Art. 159. .......................................................

Pena – reclusão, de oito a quinze anos.

§ 1º ..............................................................

Pena – reclusão, de doze a vinte anos.

§ 2º ...............................................................

Pena – reclusão, de dezesseis a vinte e qua-tro anos.

§ 3º ..............................................................

Pena – reclusão, de vinte e quatro a trinta anos.

......................................................................

Art. 213. .......................................................

Pena – reclusão, de seis a dez anos.

Art. 214. .......................................................

Pena – reclusão, de seis a dez anos.

......................................................................

Art. 223. .......................................................

Pena – reclusão, de oito a doze anos.

Parágrafo único. ...........................................

Pena – reclusão, de doze a vinte e cinco anos.

......................................................................

Art. 267. .......................................................

Pena – reclusão, de dez a quinze anos.

......................................................................

Art. 270. .......................................................

Pena – reclusão, de dez a quinze anos.

...................................................................."

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Art. 7º Ao art. 159 do Código Penal fica acresci-do o seguinte parágrafo:

"Art. 159. ......................................................

.....................................................................

§ 4º Se o crime é cometido por quadrilha ou bando, o co-autor que denunciá-lo à auto-ridade, facilitando a libertação do seqües-trado, terá sua pena reduzida de um a dois terços."

Art. 8º Será de três a seis anos de reclusão a pena prevista no art. 288 do Código Penal, quando se tratar de crimes hediondos, práti-ca da tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins ou terrorismo.

Parágrafo único. O participante e o associa-do que denunciar à autoridade o bando ou quadrilha, possibilitando seu desmantela-mento, terá a pena reduzida de um a dois terços.

Art. 9º As penas fixadas no art. 6º para os cri-mes capitulados nos arts. 157, § 3º, 158, § 2º, 159, caput e seus §§ 1º, 2º e 3º, 213, caput e sua combinação com o art. 223, caput e pará-grafo único, 214 e sua combinação com o art. 223, caput e parágrafo único, todos do Código

Penal, são acrescidas de metade, respeitado o limite superior de trinta anos de reclusão, es-tando a vítima em qualquer das hipóteses refe-ridas no art. 224 também do Código Penal.

Art. 10. O art. 35 da Lei nº 6.368, de 21 de outu-bro de 1976, passa a vigorar acrescido de pará-grafo único, com a seguinte redação:

"Art. 35. ........................................................

Parágrafo único. Os prazos procedimentais deste capítulo serão contados em dobro quando se tratar dos crimes previstos nos arts. 12, 13 e 14."

Art. 11. (Vetado).

Art. 12. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 13. Revogam-se as disposições em contrá-rio.

Brasília, 25 de julho de 1990; 169º da Indepen-dência e 102º da República.

FERNANDO COLLOR Bernardo Cabral

Este texto não substitui o publicado no DOU de 26.7.1990

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CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988

TÍTULO II

Dos Direitos e Garantias Fundamentais

CAPÍTULO IDOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem dis-tinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

I – homens e mulheres são iguais em direi-tos e obrigações, nos termos desta Consti-tuição;

II – ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei;

III – ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante;

IV – é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;

V – é assegurado o direito de resposta, pro-porcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem;

VI – é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercí-cio dos cultos religiosos e garantida, na for-ma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;

VII – é assegurada, nos termos da lei, a pres-tação de assistência religiosa nas entidades civis e militares de internação coletiva;

VIII – ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei;

IX – é livre a expressão da atividade intelec-tual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença;

X – são invioláveis a intimidade, a vida pri-vada, a honra e a imagem das pessoas, as-segurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua viola-ção;

XI – a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem con-sentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determina-ção judicial;

XII – é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no úl-timo caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução proces-sual penal;

XIII – é livre o exercício de qualquer traba-lho, ofício ou profissão, atendidas as quali-ficações profissionais que a lei estabelecer;

XIV – é assegurado a todos o acesso à in-formação e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional;

XV – é livre a locomoção no território na-cional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, per-manecer ou dele sair com seus bens;

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XVI – todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anterior-mente convocada para o mesmo local, sen-do apenas exigido prévio aviso à autoridade competente;

XVII – é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter para-militar;

XVIII – a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas independem de au-torização, sendo vedada a interferência es-tatal em seu funcionamento;

XIX – as associações só poderão ser com-pulsoriamente dissolvidas ou ter suas ati-vidades suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado;

XX – ninguém poderá ser compelido a asso-ciar-se ou a permanecer associado;

XXI – as entidades associativas, quando ex-pressamente autorizadas, têm legitimidade para representar seus filiados judicial ou ex-trajudicialmente;

XXII – é garantido o direito de propriedade;

XXIII – a propriedade atenderá a sua função social;

XXIV – a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em di-nheiro, ressalvados os casos previstos nesta Constituição;

XXV – no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de pro-priedade particular, assegurada ao proprie-tário indenização ulterior, se houver dano;

XXVI – a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela família, não será objeto de penhora para pagamento de débitos decorrentes de sua

atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios de financiar o seu desenvolvimento;

XXVII – aos autores pertence o direito ex-clusivo de utilização, publicação ou repro-dução de suas obras, transmissível aos her-deiros pelo tempo que a lei fixar;

XXVIII – são assegurados, nos termos da lei:

a) a proteção às participações individuais em obras coletivas e à reprodução da ima-gem e voz humanas, inclusive nas ativida-des desportivas;

b) o direito de fiscalização do aproveita-mento econômico das obras que criarem ou de que participarem aos criadores, aos intérpretes e às respectivas representações sindicais e associativas;

XXIX – a lei assegurará aos autores de in-ventos industriais privilégio temporário para sua utilização, bem como proteção às criações industriais, à propriedade das mar-cas, aos nomes de empresas e a outros sig-nos distintivos, tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento tecnológico e econômico do País;

XXX – é garantido o direito de herança;

XXXI – a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será regulada pela lei brasi-leira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do "de cujus";

XXXII – o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor;

XXXIII – todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu inte-resse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à se-gurança da sociedade e do Estado;

XXXIV – são a todos assegurados, indepen-dentemente do pagamento de taxas:

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a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder;

b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclare-cimento de situações de interesse pessoal;

XXXV – a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito;

XXXVI – a lei não prejudicará o direito ad-quirido, o ato jurídico perfeito e a coisa jul-gada;

XXXVII – não haverá juízo ou tribunal de ex-ceção;

XXXVIII – é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, assegu-rados:

a) a plenitude de defesa;

b) o sigilo das votações;

c) a soberania dos veredictos;

d) a competência para o julgamento dos cri-mes dolosos contra a vida;

XXXIX – não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal;

XL – a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu;

XLI – a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades funda-mentais;

XLII – a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei;

XLIII – a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura , o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles respon-dendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem; (Regu-lamento)

XLIV – constitui crime inafiançável e impres-critível a ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático;

XLV – nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de repa-rar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido;

XLVI – a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes:

a) privação ou restrição da liberdade;

b) perda de bens;

c) multa;

d) prestação social alternativa;

e) suspensão ou interdição de direitos;

XLVII – não haverá penas:

a) de morte, salvo em caso de guerra decla-rada, nos termos do art. 84, XIX;

b) de caráter perpétuo;

c) de trabalhos forçados;

d) de banimento;

e) cruéis;

XLVIII – a pena será cumprida em estabele-cimentos distintos, de acordo com a nature-za do delito, a idade e o sexo do apenado;

XLIX – é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral;

L – às presidiárias serão asseguradas con-dições para que possam permanecer com seus filhos durante o período de amamen-tação;

LI – nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime co-mum, praticado antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico

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ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei;

LII – não será concedida extradição de es-trangeiro por crime político ou de opinião;

LIII – ninguém será processado nem senten-ciado senão pela autoridade competente;

LIV – ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal;

LV – aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defe-sa, com os meios e recursos a ela inerentes;

LVI – são inadmissíveis, no processo, as pro-vas obtidas por meios ilícitos;

LVII – ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória;

LVIII – o civilmente identificado não será submetido a identificação criminal, salvo nas hipóteses previstas em lei; (Regulamen-to).

LIX – será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo legal;

LX – a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da in-timidade ou o interesse social o exigirem;

LXI – ninguém será preso senão em flagran-te delito ou por ordem escrita e fundamen-tada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei;

LXII – a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados ime-diatamente ao juiz competente e à família do preso ou à pessoa por ele indicada;

LXIII – o preso será informado de seus direi-tos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da famí-lia e de advogado;

LXIV – o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou por seu interrogatório policial;

LXV – a prisão ilegal será imediatamente re-laxada pela autoridade judiciária;

LXVI – ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança;

LXVII – não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo inadimplemen-to voluntário e inescusável de obrigação ali-mentícia e a do depositário infiel;

LXVIII – conceder-se-á habeas corpus sem-pre que alguém sofrer ou se achar amea-çado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder;

LXIX – conceder-se-á mandado de seguran-ça para proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público;

LXX – o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por:

a) partido político com representação no Congresso Nacional;

b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados;

LXXI – conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamenta-dora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogati-vas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania;

LXXII – conceder-se-á habeas data:

a) para assegurar o conhecimento de infor-mações relativas à pessoa do impetrante,

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constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público;

b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judi-cial ou administrativo;

LXXIII – qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anu-lar ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à mo-ralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência;

LXXIV – o Estado prestará assistência jurídi-ca integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos;

LXXV – o Estado indenizará o condenado por erro judiciário, assim como o que ficar preso além do tempo fixado na sentença;

LXXVI – são gratuitos para os reconhecida-mente pobres, na forma da lei:

a) o registro civil de nascimento;

b) a certidão de óbito;

LXXVII – são gratuitas as ações de habeas corpus e habeas data, e, na forma da lei, os atos necessários ao exercício da cidadania.

LXXVIII – a todos, no âmbito judicial e admi-nistrativo, são assegurados a razoável dura-ção do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação.

§ 1º As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação ime-diata.

§ 2º Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorren-tes do regime e dos princípios por ela ado-tados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte.

§ 3º Os tratados e convenções internacio-nais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Na-cional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equi-valentes às emendas constitucionais.

§ 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tri-bunal Penal Internacional a cuja criação te-nha manifestado adesão.

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MATERIAL DE APOIO

DAS GARANTIAS CONSTITUCIONAIS

• incisos mais importantes: II, XI, XII, XXXVIII, XXXIX, XL, XLII, XLIII, XLIV, XLV, XLVI, XLVII, LIII, LV, LVII, LXI, LXII,, LXIII, LXVIII.

DA TEORIA A NORMA PENAL

• diferença entre norma e lei.

• classificação das leis penais:

Incriminadoras e não incriminadoras:

Espécies de leis penais não incriminadoras: leis penais permissivas (art. 23, 128, CP); leis penais exculpantes (art. 26, 27, CP); leis penais explicativas, interpretativas ou complementares (art. 10, 327,CP); leis penais diretivas (art. 1º, CP); leis penais finais complementares ou de aplicação (art.2º, 5º, CP)

Leis penais de ampliação, extensão ou integrativas (art. 14, II, 29,CP)

Leis penais completas (art. 121, CP);

Leis penais incompletas (leis penais em branco: art. 237, CP; tipos penais abertos: art.233, CP)

DA APLICAÇÃO DA LEI PENAL

1. art. 1º, CP: princípio da anterioridade da lei penal e princípío da legalidade ou da reserva legal

2. rt. 2º, CP: “abolitio criminis” e art. 107, III, CP

3. art. 3º, CP: lei excepcional e temporária: princípio da ultra-atividade

4. art. 4º, CP: teoria da ação ou da atividade

5. art. 6º, CP: teoria mista ou da ubiqüidade

6. art. 5º, CP: princípio da territorialidade

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7. art. 7º, I, e par. 1º, CP: princípio da extraterritorialidade incondicionada

8. art. 7º, II, e par. 2º, CP: princípio da extraterritorialidade condicionada

9. art. 7º, par. 3º, CP: princípio da extraterritrialidade condicionada

10. art. 10, CP: contagem de prazo

11. art. 8º, 9º, 11 e 12, CP: leitura

12. art. 7º: princípio da extraterritorialidade; art. 7º, I,CP: “a”,”b”,”c”: princípio real, da defesa ou da proteção; art. 7º, I, “d”, CP: princípio da justiça universal; art. 7º, II, ‘a”, CP: princípio da justiça universal, art. 7º, II, “b”, CP: princípio da nacionalidade ativa; art. 7º, II, “c”, CP: princípio da representação; art. 7º, parágrafo 3º, CP: princípio real, da defesa ou da prote-ção ou personalidade passiva

13. do conflito aparente de normas: especialidade, consunção, subsidiariedade, sucessividade, alternatividade)

14. outros princípios: da dignidade da pessoa humana, da culpabilidade, da inervenção míni-ma, da fragmentariedade, da proporcionalidade, da individualização da pena, da alteridade ou da transcendentalidade, da confiança, ne bis in idem, da ofensividade, da lesividade.

TEORIA GERAL DO CRIME

1. Infração Penal: crimes (CP e leis especiais) e contravenções (DL 3688/41)

2. sujeitos ativo e passivo, objeto jurídico e objeto material do crime;

classificação dos crimes: comum ou próprios, instantâneos ou permanentes ou de efeitos per-manentes, unissubisistentes ou plurissubisistentes, unissubjetivos ou plurissubjetivos, mate-riais, formais ou de mera conduta, comissivos ou omissivos (próprios ou impróprios/comissivos por omissão), habituais.

3. Fato Típico:

3.1. conduta humana voluntária (dolosa ou culposa)

Espécies de dolo: dolo direto ou eventual (dentre outras)

Espécies de culpa: consciente (com previsão): previsibilidade objetiva e subjetiva ou incons-ciente (sem previsão): previsibilidade objetiva

3.2. resultado: teoria naturalística; concepção normativa; classificação: materiais (art. 121, CP), formais (de consumação antecipada ou de consumação por antecipação: art. 316, CP), mera conduta (art. 150, CP)

• crimes materiais: o tipo penal prevê um resultado e somente se consuma com sua ocorrên-cia; Ex.: art. 121, CP

• crimes formais: o tipo penal prevê um resultado, mas se consuma independente de ocor-rência do resultado; Ex.: art. 316, CP

• crimes de mera conduta: o tipo penal não prevê nenhum resultado; Ex.: art. 151, CP

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3.3. nexo de causalidade: art. 13, CP: Teoria dos equivalentes causais; art. 13, par. 1º, CP: Teoria da Condicionalidade Adequada: superveniência causal; art. 13, par. 2º, CP; garantidores: nexo normativo

3.4. tipicidade: art. 18, CP: tipo normal e anormal, aberto e fechado, básico ou derivado; crimes qualificados pelo resultado, entre os quais, o preterdoloso (dolo + culpa: ex.: art. 129,par. 2º, V, CP e art. 129, par. 3º, CP)

Tipicidade conglobante: conceito

4. conduta omissiva (non facere): crimes omissivos próprios ou puros; impróprios (comissivos por omissão); omissivos por comissão

5. Princípio da insignificância: afasta a tipicidade; Princípio da adequação social: afasta a tipi-cidade

6. crimes dolosos: Teoria da vontade e do Assentimento: art. 18, I, CP

7. crimes culposos: conduta voluntária; resultado involuntário; nexo causal; tipicidade; pre-visibilidade objetiva (não a previsibilidade subjetiva – culpabilidade); ausência de previsão (exceto na culpa consciente); quebra do dever objetivo de cuidado (negligência, imprudên-cia, imperícia)

8. culpa inconsciente (sem previsão) e culpa consciente (com previsão); culpa imprópria ( por extensão ou equiparação – erro de tipo inescusável: art. 20, parágrafo 1º, CP)

9. compensação de culpas: não há em nosso direito penal

10. concorrência de culpas: pode haver

11. Tentativa: art. 14, II, CP: o crime não se consuma por motivos alheios à vontade do agente.

• imperfeita: o agente não pratica toda a execução do crime, não consumando por motivos alheios a sua vontade.

• perfeita ou crime falho: o agente pratica toda a execução, mas não consuma o crime por motivos alheios a sua vontade.

• branca ou incruenta: a vítima não é atingida

• cruenta: a vítima é atingida.

Não admitem tentativa: infrações culposas; preterdolosas; contravenções penais; crimes omis-sivos próprios; habituais; crimes em que a lei pune somente o resultado (art. 122, CP); crimes em que a lei equipara a tentativa a delito consumado (art. 352, CP). Em tese, cabe tentativa nos crimes unissubsistentes e crimes formais

12. desistência voluntária e arrependimento eficaz: espécies de tentativa abandonada ou qua-lificada: art. 15, CP: o agente desiste voluntariamente do crime ou impede a produção do resultado.

13. arrependimento posterior: art. 16, CP .É causa de diminuição de pena. (ver regra especial do art. 312, parágrafo 3ª, CP, a qual não é arrependimento posterior, mas espécie de repa-ração de dano)

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14. crime impossível: art. 17, CP: não se pune sequer a tentativa; Teoria objetiva temperada; Súmula 145 do STF e Súmula 73 do STJ.

15. erro de tipo: art. 20, CP: “caput”: erro de tipo incriminador; parágrafo 1º: erro de tipo per-missivo

• erro de proibição: art. 21, CP

16. antijuridicidade (ilicitude): art. 23, CP: causas de exclusão e supralegais; consentimento do ofendido: -elementar objetivo do tipo penal: art. 126, CP; -excludente do tipo: art. 164, CP; -excludente de ilicitude: art. 163, CP

17. culpabilidade: imputabilidade, potencial consciência da ilicitude, exigibilidade de conduta diversa.

• Causas de exclusão: art. 27, 26, 28, par. 1º, 22, 21, primeira parte, CP.

20. art. 20, parágrafo 3º, CP: erro sobre a pessoa (diferenciar do erro na execução, previsto no art. 73, CP)

ERRO DE TIPO E ERRO DE PROIBIÇÃO

É a falsa percepção da realidade, seja quanto a elementos do tipo – erro de tipo-, seja quanto à ilicitude da ação – erro de proibição.

ERRO DE TIPO INCRIMINADOR: art. 20, “caput”, CP: o agente ERRA sobre elementos objetivos do tipo penal. Neste caso, resta excluído o DOLO (tipicidade do crime doloso), contudo, pode ser responsabilizado pelo crime na forma CULPOSA, uma vez previsto na lei (tipicidade). Assim, caso haja a previsão deste crime na forma culposa, deve-se verificar se o ERRO é ESCUSÁVEL (INEVITÁVEL) ou INESCUSÁVEL (EVITÁVEL). Se o ERRO for INEVITÁVEL, o agente não responderá pela forma culposa, ou seja, não haverá o crime. Já se o ERRO for EVITÁVEL, uma vez previsto na forma culposa, responderá o agente pelo crime CULPOSO.

Ex.: Uma pessoa age desreipeitosamente em relação a outro sem saber que se tratava de um funcionário público no exercício da suas funções. O agente ERROU sobre o elemento do tipo penal do art. 331, CP, qual seja, “funcionário público”. Aplica-se o art. 20, “caput”, CP, nos ter-mos do acima exposto.

ERRO DE TIPO PERMISSIVO: art. 20, par. 1º, CP. É sinônimo de DESCRMINANTE PUTATIVA ou DESCIMINANTE PUTATIVA POR ERRO DE TIPO. Parte da doutrina, o considera um ERRO DE PROIBIÇÃO. Possui um tratamento legal parecido com o ERRO DE TIPO INCRIMINADOR, mas possui conseqüência semelhante ao ERRO DE PROIBIÇÃO (art. 21, CP).

Neste caso, o agente ERRA sobre a existência dos pressupostos fáticos de uma causa de ex-clusão de ilicitude (antijuridicidade). Assim, resta a afastada a CULPABILIDADE DOLOSA, (não responderá pelo crime na forma dolosa), se o ERRO é EVITÁVEL. Mas responderá na forma cul-posa, se prevista esta modalidade na lei (tipicidade), a não ser que seja o ERRO seja inevitável, caso em que restará excluída, ainda, a CULPA (crime na forma culposa) e não responderá pelo crime.

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Ex.: O agente é abordado por um amigo seu, devidamente disfarçado, o qual simula tratar-se de um assalto. Assim, diante da situação, supondo estar em legítima defesa, saca de uma faca que possui na cintura e reage, vindo por matar o suposto assaltante. Aplica-se a regra do art. 20, par. 1º, CP. O agente achou que estavam presentes os pressupostos da legítima defesa. (le-gítima defesa putativa)

ERRO DE PROIBIÇÃO: art. 21, CP. O agente ERRA quanto ao conteúdo da norma, ou seja, quan-to à ilicitude do fato. O agente sabe exatamente o que está fazendo, não se enganando sobre a realidade fática. Neste caso, sendo o ERRO INEVITÁVEL, resta o agente isento de pena. (exclui culpabildade). Contudo, sendo o ERRO EVITÁVEL , somente haverá uma REDUÇÃO DA PENA.

A doutrina divide em ERRO DE PROIBIÇÃO DIRETO E INDIRETO. No ERRO DE PROBIÇÃO DIRETO, o agente ERRA sobre a norma proibitiva. O agente, por interpretar mal a norma, acha que está cometendo uma conduta permitida. Aplica-se o art. 21, CP. Mas, em contrapartida, se o agente ERRA sobre a EXISTÊNCIA de uma norma pemissiva de conduta ou sobre os limites desta, há o ERRO DE PROBIIÇÃO INDIRETO (diferente do ERRO DE TIPO PERMISSIVO). É chamado por parte da doutrina de ERRO DE PERMISSÃO. Recai o art. 21, CP nesta hipótese.

Ex.: supondo que estejamos em grande discussão no país sobre a legalização da eutanásia, sen-do por um meio de comunicação é divulgado erroneamente que tal foi aprovada. Um leitor, apressado, estando com um parente em situação de desengano, apressa sua morte. Aplica-se o art. 21, CP. Aí, é de verificar-se se o erro era inevitável ou evitável.

ERRO SOBRE A PESSOA: art. 20, par. 3º, CP. O agente quer cometer o crime contra uma pessoa e comete contra outra, achando tratar-se de quem queria de fato. Responderá como se tivesse acertado contra quem queria.

Ex.: O agente quer matar a esposa, porém mata a prima desta, achando que fosse sua esposa. Responderá como se tivesse acertado a esposa, incidindo a circunstância agravante do art. 61, II, CP.

Concurso de pessoas:arts. 29 e 30, CPB

• concurso eventual ou concurso necessário

• teoria monista da ação e exceções principais: arts.124 e 126, CP; 318 e 334, CP; 316 e 317, CP.

• autor, co-autor, partícipe

• requisitos: pluralidade de pessoas e de condutas; relevância causal de cada conduta; víncu-lo subjetivo entre os agentes;unidade de fato

• teoria do domínio do fato: conceito de autor

• teoria da acessoriedade limitada: conceito de partícipe

• autoria incerta: ocorre no caso da autoria colateral não saber-se quem de fato foi o respon-sável pela morte da vítima. Assim, ambos os autores respondem por tentiva de homicídio.

• autoria colateral: ocorre no caso de os agentes, sem vínculo subjetivo entre si, contribuem para o mesmo resultado, desconhecendo cada um a conduta do outro. Ex.: “A” e “B” atiram

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em “C”, mediante emboscada, sem um saber do outro, sendo que “C” vem a falecer pelos projéteis da arma de “A”. Este responde por homicídio consumado; já “B” responde por tentativa de homicídio. Não há concurso e pessoas.

• incomunicabilidade das circunstâncias de caráter pessoal: art. 30, CP

CONCURSO DE CRIMES

Art. 69, CP: concurso material

Art. 70, CP: concurso formal: próprio ou impróprio

Art. 71, CP: crime continuado

Art. 73, CP: erro na execução; aberractio ictus; na confundir com erro sobre a pessoa, art. 20, par. 3º, CP.

Art. 74, CP: resultado diverso do pretendido; aberractio criminis

DOS CRIMES EM ESPÉCIE

(mais importantes)

1. DOS CRIMES CONTRA A PESSOA:

• ART. 121 A 128, CP; crimes contra a vida

• ART. 121, CP: homicídio, espécies e qualificadoras

• ART. 122, CP: observar a pena

• ART. 123, CP: possibilidade ou não de concurso de pessoas na modalidade de co-autoria

• ART. 124 A 128, CP: aborto; art.128, CP: excludente de ilicitude

• ART. 129, CP: importante; lembrar que o art. 129,par. 3º, CP é um crime preterdoloso;

• ART. 135, CP:crime omissivo puro

• ART. 137, CP: crime plurissubjetivo

• ART. 138, CP: cabe exceção da verdade, exceto no caso do par. 3º; não confundir com os arts. 339 e 340, CP.

• ART. 139, CP: cabe exceção da verdade somente no caso do parágrafo único.

• ART. 140, CP: não cabe exceção da verdade; cabe perdão judicial no caso do par. 1º; formas qualificadas: parágrafos 2º e 3º.

• ART. 141, CP: causas de aumento de pena.

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• ART. 142, CP: causas de exclusão do crime na difamação e na injúria.

• ART. 143, CP: retratação cabível na calúnia e na difamação.

• ART. 144, CP: pedido de explicações em juízo.

• ART. 145, CP: ação penal. Súmula 714 do STF

• ART. 149-A, CP: lei 13344/16.

2. DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO

• ART. 155, CP: lembrar o princípio da insignificância; art. 155, par. 2º, CP: furto na forma privilegiada

• ART. 157, CP: lembrar a diferença com o art. 158, CP; lembrar que a arma de brinquedo não se enquadra no art. 157, par. 2,I, CP;ler art. 157,par. 3º, CP, parte final, CP: crime de latrocí-nio

• ART. 158, CP:crime formal

• ART. 159, CP: não confundir com crime de extorsão; crime formal

• ART. 160, CP: leitura

• ART. 163, CP:não admite forma culposa; art. 163, p.u, CP: dano qualificado

• ART. 168, CP: não confundir com o art. 171, CP

• ART. 171, CP:diferenciar do crime de furto qualificado pela fraude

• ART. 180, CP: receptação própria (crime material) e receptação imprópria (crime formal); receptação culposa; ver art. 180,par. 5º, CP

• ARTS. 181 A 183, CP: IMUNIDADES: MUITO IMPORTANTE

3. DOS CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA

• ART. 289, CP: importante a leitura e seus parágrafos: forma privilegiada e forma qualifica-da; Súmula 73 do STJ.

• ART. 297, CP: falsificação de documento público; ver parágrafos 1º, 2º,3º; não confundir com art. 298 e 299,CP.

• ART.298, CP: crime de falsificação de documento particular

• ART. 299, CP: crime de falsidade ideológica; não confundir com arts. 297 e art. 298, CP

• ART. 304, CP: uso de documento falso; crime remetido; ver verbo “fazer uso”; Súmula 17 do STJ

• ART. 307, CP: falsa identidade

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5. DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

• ART. 312 , CP: Peculato (IMPORTANTE)

• Espécies: caput : peculato-apropriação e peculato-desvio

• Parágrafo 1º: peculato-furto

• crime material

• admite tentativa

• cabe o arrependimento posterior, nos termos do art. 16, CP e após o recebimento da denúncia cabe a atenuante genérica do art. 65, III, b, CP.

• admite a forma culposa: art. 312, parágrafo 2º, CP

• art. 312, parágrafo 3º, CP: reparação no dano (não aplica-se, neste caso, o art. 16, CP, eis que temos regra especial, sendo uma forma de exteinção da punibilidade, confor-me o citado dispositivo legal, 1ª parte)

• apesar de ser um crime próprio, o terceiro que não é funcionário público, responde pelo tipo penal, consoante art. 30, CP.

• ART. 313, CP: Peculato mediante erro de outrem (IMPORTANTE)

• “peculato-estelionato”

• o agente apropria-se de bem de terceiro por erro da vítima

• não confundir com art. 171, CP, caso o agente crie o erro em desfavor da referida vítima

• ART. 313-A, CP: Inserção de dados falsos em sistemas de informações

• sujeito ativo: somente o funcionário autorizado

• ART. 314, CP: Extravio, sonegação de livro ou documento oficial (IMPORTANTE);

• princípio da subsidiariedade expressa

• art. 3º, I, lei 8137/90: princípio da especialidade

• ART. 316: concussão (IMPORTANTE)

• núcleo do tipo: “exigir”

• crime formal

• qualquer vantagem, não necessariamente patrimonial

• cabe arrependimento posterior (art. 16, CP)

• em tese, admite-se a tentativa.

• art. 3º, II, lei 8137/90: princípio da especialidade

• ART. 317, CP: corrupção passiva (IMPORTANTE)

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• núcleo do tipo: “solicitar” ou “receber” ou “aceitar promessa”

• crime formal

• crime próprio

• objeto material: vantagem indevida

• exceção à teoria monista da ação: art. 29, CP (art. 333, CP)

• parágrafo 2º: corrupção passiva privilegiada

• não confundir com art. 333, CP; pode haver um crime de corrupção passiva sem cor-rupção ativa e vice-versa, ou haver ambos num único plano fático.

• art. 3º, II, lei 8137/90: princípio da especialidade

• A-RT. 318, CP: facilitação de contrabando ou descaminho (IMPORTANTE)

• exceção à teoria monista: art. 29, CP (art. 334, CP)

• sujeito ativo: somente o funcionário público que agir com infração do dever funcional

• crime próprio

• ART. 319, CP: prevaricação (IMPORTANTE)

• dolo de fazer ou deixar de fazer alguma coisa com o objetivo de satisfazer sentimento ou interesse pessoal

• consuma-se com a omissão

• crime próprio

• nas condutas omisssivas, não se admite a tentativa, enquanto nas condutas comissivas, é perfeitamente possível.

• não confundir com os crimes dos arts. 317, parágrafo 2º, CP e art. 320, CP

• ART. 320, CP: Condescendência Criminosa (IMPORTANTE)

• crime próprio

• não confundir com prevaricação, art. 319, CP

• elemento subjetivo do tipo: por indulgência

• ART. 321, CP: Advocacia Administrativa (IMPORTANTE)

• crime próprio

• núcleo do tipo: “patrocinar”: favorecer, advogar interesse perante a administração pú-blica

• art. 3º, III, lei 8137/90: princípio da especialidade

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• ART. 325, CP:

• não admite forma culposa;

• princípio da subsidiariedade

• forma qualificada: par. 2º

• ART. 327, CP: conceito legal de funcionário público (IMPORTANTE)

• conceito mais amplo do que o conceito de funcionário público no Direito Administrati-vo

• crimes funcionais próprios: a ausência da qualidade de funcionário público torna o fato atípico: art. 319, CP; art. 320, CP

• crimes funcionais impróprios: a ausência da qualidade de funcionário público não tor-na o fato atípico: art. Art. 312, CP, o qual pode ser art. 168, CP,uma vez não sendo o autor funcionário público

• ART. 328, CP: Usurpação de Função Pública

• núcleo do tipo: apoderar-se

• os crimes do capítulo II são de particulares contra a Administração Pública

• parágrafo único: forma qualificada

• ART. 329, CP: Resistência (IMPORTANTE)

• deve ser mediante grave ameaça ou violência

• crime formal

• sujeito passivo: Estado, funcionário público que executa o ato ou o terceiro que o auxi-lia

• resistência passiva: art. 330, CP

• parágrafo 2º, CP: concurso de crimes com o crime de lesões leves, graves ou gravíssi-mas ou homicídio; a simples ameaça, se este for o meio executório restará absorvida.

• ART. 330, CP: Desobediência

• ordem legal;

• pode ser omissivo ou comissivo

• ART. 331, CP: Desacato (IMPORTANTE)

• é desacatar funcionário público em razão de sua função, ainda que fora dela, porém devido à função

• pode ser por meio de qualquer ato;

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• deve ser na presença do funcionário público, sob pena de ser outro crime, nos termos do art. 138, 139, 140, c/c art. 141, II, CP

• ver decisão recente do STJ sobre a atipicidade.

• ART. 332, CP: Tráfico de Influência (IMPORTANTE)

• crime formal

• objeto material: qualquer vantagem ou promessa de vantagem

• diferenciar do art. 357, CP

• ART. 333, CP: Corrupção ativa (IMPORTANTE)

• núcleo do tipo: “oferecer” ou “prometer”

• crime formal

• não confundir com o crime do art. 317, CP

• ART. 334, CP e 334-A, CP: Contrabando ou Descaminho

• contrabando: ingressou exportação no país de mercadoria ilegal

• descaminho: iludir, no todo ou em parte, o pagamento de direito ou imposto devido na entrada ou saída de mercadoria permitida

• ART. 337-A: sonegação de contribuição previdenciária (IMPORTANTE)

• suprimir: eliminar; reduzir: diminuir

• ART. 339, CP: Denunciação Caluniosa

• atribuir a alguém (determinado) a prática de um crime. No que à contravenção, vide art. 339, parágrafo 2º, CP

• imputação de fato preciso e determinado

• não confundir com calúnia

• ART. 340, CP:Falsa Comunicação de Crime ou Contravenção

• o agente comunica falsamente a prática de crime ou contravenção, sem, no entanto, atribuir a terceiro determinado

• diferenciar do crime do art. 339, CP

• ART. 341, CP: Auto-Acusação Falsa

• núcleo do tipo: atribuir a si a autoria de crime inexistente ou praticado por terceiro

• pode haver concurso de crimes com o art. 339, CP

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• ART. 342, CP: Falso Testemunho ou Falsa Perícia

• núcleo do tipo: “fazer afirmação falsa”, “negar” ou “calar a verdade” (reticência)

• crime de mão própria

• ver parágrafo 1º e parágrafo 2º (retratação, como forma de extinção da punibilidade, art. 107, CP)

• não confundir com o crime do art. 138, CP

• ART. 343, CP: Suborno

• se for contra perito, contador, tradutor ou intérprete oficial, haverá o crime do art. 333, CP, eis que se trata de funcionários públicos

• objeto material: dinheiro ou qualquer vantagem

• ART. 348, CP: Favorecimento Pessoal

• ver parágrafos, principalmente o 2º

• ART. 349, CP: Favorecimento Real

• não confundir com art. 180, CP

• ART. 350, CP: Exercício Arbitrário ou Abuso de Poder:

• diferenciar do crime de Abuso de Autoridade da lei 4898/65

• ART. 355, CP: ler com atenção; crime próprio

• ART. 357, CP:não confundir com art. 332 do CP; crime formal

• Art. 359-A a H: Crimes contra as Finanças Públicas

• leitura atenta (IMPORTANTE)

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Questões

1. (4146) CESPE – 2012 – DIREITO PENAL – Aplicação da Lei Penal, Princípios Penais, Lei Penal no Tempo, Teoria da Norma Penal

A respeito de princípios gerais do direito pe-nal, julgue os itens a seguir.

A teoria da atividade, adotada pelo Código Penal Brasileiro, considera praticado o cri-me no momento em que ocorre o resulta-do.

( ) Certo   ( ) Errado

2. (100629) CESPE – 2014 – DIREITO PENAL – Desistência Voluntária e Arrependimento Eficaz, Arrependimento Posterior

Com relação ao disposto na parte geral do Código Penal, ao inquérito policial, à prisão em flagrante e à prisão preventiva, julgue o item a seguir.

Denomina-se arrependimento eficaz a re-paração do dano ou a restituição voluntária da coisa antes do recebimento da denúncia, o que possibilita a redução da pena, em se tratando de crimes contra o patrimônio.

( ) Certo   ( ) Errado

3. (100555) CESPE – 2009 – DIREITO PENAL – Crimes Contra o Patrimônio

Assinale a opção correta com referência aos crimes contra o patrimônio.

a) No crime de roubo, se a arma não é apreendida e, consequentemente, não pode ser submetida a perícia, o autor do crime responde por roubo simples, pois, tratando-se de crime não tran-seunte, a prova testemunhal não supre a ausência da perícia, mesmo que te-nha havido disparo da arma de fogo.

b) A jurisprudência tem aplicado analogi-camente o entendimento já consolida-do quanto ao crime de furto, para fins de afastar a tipicidade do roubo de uso.

c) Inexiste concurso material entre os de-litos de quadrilha armada e o roubo qualificado pelo emprego de arma, de-vendo o porte ou a posse da arma de fogo ser considerado uma única vez, sob pena de bis in idem.

d) Ocorre crime de latrocínio se, logo após a subtração da coisa pretendida, por aberractio ictus, o agente atinge seu comparsa, querendo matar a vítima.

e) Se o agente, após subtrair os pertences da vítima com grave ameaça, obriga-a a entregar o cartão do banco e a fornecer a respectiva senha, há concurso formal entre os crimes de extorsão e roubo, pois são crimes da mesma espécie, isto é, contra o patrimônio.

4. (100646) CESPE – 2014 – DIREITO PENAL – Erro de Tipo e Erro de Proibição e Erro sobre a Pessoa

No que diz respeito aos diversos institutos previstos na parte geral do Código Penal, julgue o item seguinte.

Em direito penal, conforme a teoria limita-da da culpabilidade, as discriminantes pu-tativas consistem em erro de tipo, ao passo que, de acordo com a teoria extremada da culpabilidade, elas consistem em erro de proibição.

( ) Certo   ( ) Errado

5. (100651) CESPE – 2014 – DIREITO PENAL – Crimes Contra a Fé Pública, Crimes Contra a Administração Pública

Julgue o item que se segue, referente aos diversos tipos penais.

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Considere que Paulo, servidor público lota-do no INSS, tenha inserido nos bancos de dados dessa autarquia informações falsas a respeito de Carlos, o que possibilitou a este receber quantia indevida a título de apo-sentadoria. Nessa situação hipotética, Paulo cometeu o crime de falsidade ideológica.

( ) Certo   ( ) Errado

6. (100676) CESPE – 2013 – DIREITO PENAL – Princípios Penais, Tipicidade

À luz das fontes do direito penal e conside-rando os princípios a ele aplicáveis, julgue o item abaixo.

Segundo a jurisprudência do STF e do STJ, a aplicação do princípio da insignificância no direito penal está condicionada ao aten-dimento, concomitante, dos seguintes re-quisitos: primariedade do agente, valor do objeto material da infração inferior a um salário mínimo, não contribuição da vítima para a deflagração da ação criminosa, au-sência de violência ou grave ameaça à pes-soa.

( ) Certo   ( ) Errado

7. (100603) CESPE – 2014 – DIREITO PENAL – Culpabilidade, Crimes Contra a Pessoa, Erro de Tipo e Erro de Proibição e Erro sobre a Pessoa, Desistência Voluntária e Arrependi-mento Eficaz

A respeito da inimputabilidade penal, do erro, da desistência voluntária, do arrepen-dimento eficaz, do crime impossível e da relevância da omissão, assinale a opção cor-reta.

a) Crime impossível e delito putativo são considerados pela doutrina como ex-pressões sinônimas.

b) Aquele que causa um acidente e, sem justo motivo, deixa de socorrer a vítima,

que falece no local, comete crime de omissão de socorro.

c) De acordo com o entendimento do STJ, aquele que pratica um crime no mesmo dia em que tenha completado dezoito anos é considerado inimputável.

d) Aquele que porta carteira nacional de habilitação falsa, acreditando ser ela um documento legítimo, não pratica o delito de uso de documento falso, uma vez que incide em erro de tipo aciden-tal.

e) O agente que tenha desistido volunta-riamente de prosseguir na execução ou, mesmo depois de tê-la esgotado, atue no sentido de evitar a produção do re-sultado, não poderá ser beneficiado com os institutos da desistência volun-tária e do arrependimento eficaz caso o resultado venha a ocorrer.

8. (100602) CESPE – 2014 – DIREITO PENAL – Lei dos Crimes Hediondos (Lei 8072/90)

Acerca de crimes hediondos, assinale a op-ção correta à luz da Lei nº 8.072/1990 bem como da jurisprudência e da doutrina.

a) Aquele que dá a conhecer a existência do crime de extorsão mediante seques-tro sem indicar dados que permitam a libertação da vítima por ele sequestra-da, ainda que coautor ou partícipe, será beneficiado pela delação.

b) É permitida a progressão de regime em crimes hediondos, sendo necessário, para isso, que o juízo da execução avalie se o condenado preenche os requisitos objetivos e subjetivos do benefício, po-dendo determinar, ainda, a realização de exame criminológico.

c) É admitido o indulto, graça e anistia a agente que praticou crime de natureza hedionda.

d) Os crimes de extorsão mediante se-questro e sequestro são equiparados ao hediondo.

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e) Para que possa vir a obter o benefício do livramento condicional, o réu não poderá ser reincidente em qualquer cri-me, independentemente da natureza do crime anteriormente praticado.

9. (100627) CESPE – 2014 – DIREITO PENAL – Ilicitude e Antijuricidade

Com relação ao disposto na parte geral do Código Penal, ao inquérito policial, à prisão em flagrante e à prisão preventiva, julgue o item a seguir.

Haverá isenção de pena se o agente prati-car o fato em estrito cumprimento de dever legal.

( ) Certo   ( ) Errado

10. (100480) CESPE – 2013 – DIREITO PENAL – Lei dos Crimes Hediondos (Lei 8072/90), Lei da Lavagem de Dinheiro (Lei 9613/98)

No que diz respeito aos crimes previstos na legislação penal extravagante, julgue o item subsequente.

O crime de lavagem de capitais, delito au-tônomo em relação aos delitos que o ante-cedam, não está inserido no rol dos crimes hediondos.

( ) Certo   ( ) Errado

11. (100467) CESPE – 2013 – DIREITO PENAL – Princípios Penais

Considerando a distinção doutrinária entre culpabilidade de ato e culpabilidade de au-tor, julgue o seguinte item.

Tratando-se de culpabilidade pelo fato indi-vidual, o juízo de culpabilidade se amplia à total personalidade do autor e a seu desen-volvimento.

( ) Certo   ( ) Errado

12. (100716) CESPE – 2013 – DIREITO PENAL – Tipicidade, Culpabilidade, Ilicitude e Antiju-ricidade, Conceito de Crime

Em relação ao direito penal, julgue o próxi-mo item.

A embriaguez completa pode dar causa à exclusão da imputabilidade penal, mas não descaracteriza a ilicitude do fato.

( ) Certo   ( ) Errado

13. (100614) CESPE – 2014 – DIREITO PENAL – Crimes Contra a Fé Pública

Julgue o item a seguir, acerca de crimes con-tra a administração pública e contra a fé pú-blica.

Considere que determinado servidor pú-blico, prevalecendo-se de seu cargo, tenha falsificado o teor de um testamento parti-cular. Nesse caso, o servidor praticou o de-lito de falsificação de documento particular, que não se equipara a documento público, e está sujeito ao aumento da pena prevista na lei penal.

( ) Certo   ( ) Errado

14. (100663) CESPE – 2014 – DIREITO PENAL – Erro de Tipo e Erro de Proibição e Erro sobre a Pessoa, Excludente de Ilicitude, Concurso de Pessoas, Teoria Geral Do Crime

No que concerne à teoria do domínio do fato, ao conceito de autoria mediata, ao erro e às causas de exclusão da ilicitude, as-sinale a opção correta.

a) Se, por hipótese, Joaquim furtar bem de Américo, supondo estar praticando um ato de vingança contra Emílio, ocor-rerá erro na execução.

b) Supondo que Júlio deseje agredir Cami-lo, mas, por erro de representação, fira Reinaldo, seu próprio irmão, incidirá, nessa hipótese, em relação ao crime praticado, a agravante de parentesco.

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c) O erro determinado por terceiro pode configurar hipótese de autoria mediata, embora a autoria mediata não ocorra somente nos casos em que o executor material do delito atue sem dolo ou sem culpabilidade.

d) Conforme a teoria do domínio do fato, não há nenhuma utilidade no conceito de autoria mediata, porque o domínio da vontade, elemento especial dessa modalidade de autoria, insere-se no elemento geral da figura da autoria — que é o próprio domínio do fato —, po-dendo-se, por isso, concluir que autor mediato é o mesmo que mandante.

e) No âmbito da dogmática jurídico-penal, não se admite legítima defesa contra le-gítima defesa putativa.

15. (100677) CESPE – 2013 – DIREITO PENAL – Lei Penal no Tempo, Lei do Estatuto do Ido-so (Lei 10741/03), Aplicação da Lei Penal, Leis Penais Especiais

Jonas, de vinte e cinco anos de idade, foi condenado, em janeiro de 2005, pelo se-questro de Márcio. A vítima, que, à épo-ca do sequestro, contava com sessenta e dois anos de idade, ficou em cativeiro de 8/9/2003 a 13/10/2003 e foi solta após o pagamento de cem mil reais exigidos pelo agente.

Com base nessa situação hipotética e con-siderando que o Estatuto do Idoso (Lei nº 10.741, de 1º /10/2003) inseriu, no § 1º do art. 159 do CP, a expressão “ou maior de 60 anos”, estabelecendo, para esse caso, pena entre doze e vinte anos de reclusão, muito superior à prevista no caput do referido ar-tigo (de oito a quinze anos) e que, por isso, a conduta de Jonas amoldou-se a essa nova qualificação, julgue o item a seguir.

Sendo a extorsão com sequestro crime per-manente, a sua consumação se protrai no tempo, renovando-se a cada momento. Por isso, na hipótese em apreço, incide a norma

qualificadora editada durante o período da privação da liberdade de Márcio.

( ) Certo   ( ) Errado

16. (110201) CESPE – 2016 – DIREITO PENAL – Concurso de Pessoas, Crimes Contra o Patri-mônio, Crimes em Espécie

Assinale a opção correta de acordo com a jurisprudência do STJ.

a) Diz-se tentado o latrocínio quando não se realiza plenamente a subtração da coisa, mas ocorre a morte da vítima.

b) Tendo o CP adotado a teoria monista, não há como punir diferentemente to-dos quantos participem direta ou indi-retamente para a produção do resulta-do danoso.

c) É impossível o concurso de pessoas nos crimes culposos, ante a ausência de vín-culo subjetivo entre os agentes na pro-dução do resultado danoso.

d) O crime de latrocínio não admite forma preterdolosa, considerando a exigência do animus necandi na conduta do agen-te.

e) No crime de roubo praticado com plura-lidade de agentes, se apenas um deles usar arma de fogo e os demais tiverem ciência desse fato, todos responderão, em regra, pelo resultado morte, caso este ocorra, pois este se acha dentro do desdobramento normal da conduta.

17. (110275) CESPE – 2016 – DIREITO PENAL – Arrependimento Posterior, Desistência Voluntária e Arrependimento Eficaz, Teoria Geral Do Crime

Assinale a opção correta a respeito dos ins-titutos da desistência voluntária, do arre-pendimento eficaz e do arrependimento posterior.

a) A voluntariedade e a espontaneidade da interrupção da execução do crime são requisitos caracterizadores funda-

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mentais das hipóteses de desistência voluntária.

b) Conforme previsto no CP, a consequên-cia penal do arrependimento eficaz é a mesma do arrependimento posterior.

c) Caso a restituição da coisa ou a repara-ção do dano se dê até o recebimento da denúncia, configurar-se-á o arrepen-dimento posterior. Caso se dê após o recebimento da denúncia e até a sen-tença, a restituição ou reparação será considerada circunstância atenuante.

d) No arrependimento posterior, o agen-te pratica todos os atos executórios, e, arrependido, assume nova conduta, vi-sando impedir que o resultado inicial-mente almejado se concretize.

e) De acordo com o artigo pertinente do CP, a restituição da coisa, quando cabí-vel e desde que feita até o recebimento da denúncia, é condição indispensável para a redução da pena em razão do ar-rependimento posterior, mas a recusa do ofendido em receber a coisa de volta inviabilizará a referida causa de dimi-nuição da pena.

18. (115408) CESPE – 2016 – DIREITO PENAL – Culpabilidade, Ilicitude e Antijuricidade, Te-oria Geral Do Crime, Tipicidade, Fato Típico

Acerca das questões de tipicidade, ilicitude (ou antijuridicidade) e culpabilidade, bem como de suas respectivas excludentes, assi-nale a opção correta.

a) A inexigibilidade de conduta diversa e a inimputabilidade são causas excluden-tes de ilicitude.

b) O erro de proibição é causa excludente de ilicitude.

c) Há excludente de ilicitude em casos de estado de necessidade, legítima defesa, em estrito cumprimento do dever legal ou no exercício regular do direito.

d) Há excludente de tipicidade em casos de estado de necessidade, legítima de-fesa, exercício regular do direito e estri-to cumprimento do dever legal.

e) A inexigibilidade de conduta diversa e a inimputabilidade são causas excluden-tes de tipicidade

19. (100472) CESPE – 2013 – DIREITO PENAL – Dolo e Culpa

No que se refere à teoria geral do crime, jul-gue o próximo item.

Segundo a teoria causal, o dolo causalista é conhecido como dolo normativo, pelo fato de existir, nesse dolo, juntamente com os elementos volitivos e cognitivos, considera-dos psicológicos, elemento de natureza nor-mativa (real ou potencial consciência sobre a ilicitude do fato).

( ) Certo   ( ) Errado

20. (100361) CESPE – 2014 – DIREITO PENAL – Culpabilidade, Crimes Contra a Administra-ção Pública

Miguel, Abel e Laerte, ocupantes de cargos de direção em determinada câmara mu-nicipal, previamente ajustados e em união de esforços com Pires, empresário, todos agindo consciente e voluntariamente, asso-ciaram-se permanentemente com vistas à apropriação de verbas públicas, simulando operações comerciais entre a referida casa legislativa e empresa de fachada. Para tan-to, os referidos servidores públicos deter-minavam que seus subordinados emitissem ordens de pagamento em valores superio-res aos efetivamente contratados. O grupo foi objeto de investigação, que resultou em denúncia pela prática dos crimes de pecula-to doloso e de quadrilha, recebida por juízo criminal. Antes da prolação da sentença, os acusados efetuaram a reparação do dano ao erário.

Em relação à situação hipotética apresenta-da acima, assinale a opção correta.

a) Dada a manifesta ilegalidade da deter-minação dada aos subordinados para a expedição de ordens de pagamento

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em valores superiores aos efetivamen-te contratados, o fato de os ocupantes de cargo de direção se valeram de seus subordinados como instrumentos para a prática da infração penal caracteriza caso de autoria mediata.

b) Na hipótese de impossibilidade de co-nhecimento da ilicitude do fato pelos subordinados que cumpriram a ordem manifestamente ilegal, ficaria afastado o dolo da conduta, consoante a teoria normativa pura da culpabilidade.

c) O crime de peculato é delito próprio de agente na função de servidor público, de modo que Pires, por ser empresário, deve responder por delito diverso do praticado pelos servidores da câmara municipal.

d) A reparação do dano ao erário antes da sentença extingue a punibilidade dos agentes apenas em relação ao delito de peculato doloso, devendo o processo prosseguir quanto ao crime de quadri-lha.

e) É possível ao magistrado fixar a pena--base em conjunto para os corréus ser-vidores públicos, na hipótese em que todos eles sejam funcionários da mes-ma entidade pública e as circunstâncias judiciais se mostram equivalentes, sem que isso importe em ofensa ao princípio constitucional da individualização da pena, segundo entendimento do STJ.

21. (14236) CESPE – 2010 – DIREITO PENAL – Leis Penais Especiais, Lei dos Crimes He-diondos (Lei 8072/90)

No que diz respeito aos crimes hediondos, julgue os seguintes itens.

Os crimes hediondos, embora inafiançáveis e insuscetíveis de graça e indulto, podem ser anistiados.

( ) Certo   ( ) Errado

22. (97379) CESPE – 2015 – DIREITO PENAL – Ili-citude e Antijuricidade, Culpabilidade

No que se refere aos princípios do direito penal e às causas de exclusão da ilicitude, julgue o próximo item. No que diz respeito às causas de exclusão da ilicitude, é possível alegar legítima defesa contra quem pratica conduta acobertada por uma dirimente de culpabilidade, como, por exemplo, coação moral irresistível.

( ) Certo   ( ) Errado

23. (14354) CESPE – 2009 – DIREITO PENAL – Ti-picidade, Teoria Geral Do Crime, Ilicitude e Antijuricidade, Fato Típico

A tipicidade, elemento do fato típico, é a correspondência entre o fato praticado pelo agente e a descrição de cada espécie de infração contida na lei penal incrimina-dora, de modo que, sem tipicidade, não há antijuridicidade penal, pois, comportadas as exclusões legais, todo fato típico é anti-jurídico.

( ) Certo   ( ) Errado

24. (14199) CESPE – 2011 – DIREITO PENAL – Ti-picidade, Fato Típico, Teoria Geral Do Crime

Acerca do direito penal, julgue o item sub-sequente.

Os crimes de ação múltipla são aqueles que possuem diversas modalidades de condutas descritas no tipo, impondo-se a prática de mais de uma para a sua caracterização.

( ) Certo   ( ) Errado

25. (7445) CESPE – 2012 – DIREITO PENAL – Concurso de Pessoas

Em relação ao concurso de pessoas, assina-le a opção correta.

a) Os requisitos para o concurso de pes-soas incluem a pluralidade de agentes

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e de condutas, identidade da infração penal e a existência de prévio acordo entre os agentes.

b) No concurso de pessoas, comunicam-se as circunstâncias e as condições de ca-ráter pessoal, ainda que não sejam ele-mentares do crime.

c) Em sede de concurso de pessoas, o sim-ples ajuste, a instigação ou o auxílio são puníveis a título de participação, mes-mo que o autor não tenha iniciado a execução do delito.

d) O servidor público somente será pro-cessado por crime funcional próprio se desconhecia, quando do crime, a condi-ção de servidor público do comparsa.

e) Aquele que se serve de pessoa inimpu-tável ou inconsciente para realizar ação delituosa é responsável pelo evento na condição de autor indireto ou mediato.

26. (82335) CESPE – 2014 – DIREITO PENAL – Crimes Contra a Administração Pública, Cri-mes em Espécie

Com relação a crimes contra a pessoa, con-tra o patrimônio e contra a administração pública, julgue o item que se segue.

Considere a seguinte situação hipotética.

Carlos praticou o crime de sonegação previ-denciária, mas, antes do início da ação fis-cal, confessou o crime e declarou esponta-neamente os corretos valores devidos, bem como prestou as devidas informações à pre-vidência social.

Nessa situação, a atitude de Carlos ensejará a extinção da punibilidade, independente-mente do pagamento dos débitos previden-ciários.

( ) Certo   ( ) Errado

27. (82291) CESPE – 2015 – DIREITO PENAL – Lei Penal no Tempo, Extinção da Punibilida-de, Aplicação da Lei Penal

No que concerne à lei penal no tempo, ten-tativa, crimes omissivos, arrependimento posterior e crime impossível, julgue o item a seguir.

A revogação expressa de um tipo penal in-criminador conduz a abolitio criminis, ainda que seus elementos passem a integrar ou-tro tipo penal, criado pela norma revogado-ra.

( ) Certo   ( ) Errado

28. (82333) CESPE – 2014 – DIREITO PENAL – Princípios Penais, Aplicação da Lei Penal

No que se refere à aplicação da lei penal o item abaixo apresenta uma situação hipoté-tica, seguida de uma assertiva a ser julgada.

Sob a vigência da lei X, Lauro cometeu um delito. Em seguida, passou a viger a lei Y, que, além de ser mais gravosa, revogou a lei X. Depois de tais fatos, Lauro foi levado a julgamento pelo cometimento do citado de-lito. Nessa situação, o magistrado terá de se fundamentar no instituto da retroatividade em benefício do réu para aplicar a lei X, por ser esta menos rigorosa que a lei Y.

( ) Certo   ( ) Errado

29. (7446) CESPE – 2012 – DIREITO PENAL – Lei do Crime de Racismo (Lei 7716/89), Lei do Abuso de Autoridade (Lei 4898/65), Lei de Trânsito (Lei 9503/97), Lei do Desarmamen-to (Lei 10826/03), Lei dos Crimes Hediondos (Lei 8072/90)

No que concerne ao Estatuto do Desarma-mento, aos crimes de racismo, aos delitos hediondos, ao abuso de autoridade e aos crimes de trânsito, assinale a opção correta.

a) O crime de participação em competição não autorizada previsto na Lei de Trân-sito exige, para a sua configuração, que a conduta dos participantes ocorra em via pública.

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b) O porte de arma branca, a exemplo de um facão ou um punhal, evidenciada a vontade do agente de sua utilização para fins de ataque ou defesa, configura crime previsto no Estatuto do Desarma-mento.

c) A conduta típica do crime de racismo limita-se aos atos discriminatórios refe-rentes à cor e à etnia.

d) Os crimes hediondos não comportam fiança, liberdade provisória, relaxamen-to de prisão, graça ou indulto.

e) No crime de abuso de autoridade, a ação penal, de natureza exclusivamente privada, será iniciada por representação da vítima, dispensando-se a denúncia.

30. (97380) CESPE – 2015 – DIREITO PENAL – Princípios Penais

No que se refere aos princípios do direito penal e às causas de exclusão da ilicitude, julgue o próximo item. Em consequência da fragmentaridade do direito penal, ainda que haja outras formas de sanção ou ou-tros meios de controle social para a tutela de determinado bem jurídico, a criminali-zação, pelo direito penal, de condutas que invistam contra esse bem será adequada e recomendável.

( ) Certo   ( ) Errado

31. (100354) CESPE – 2014 – DIREITO PENAL – Dolo e Culpa

Com referência a fundamentos e noções ge-rais aplicadas ao direito penal, julgue o pró-ximo item.

A partir da teoria tripartida do delito e das opções legislativas adotadas pelo Código Penal, é correto afirmar que o dolo integra a culpabilidade e corrobora a aplicação con-creta da pena.

( ) Certo   ( ) Errado

32. (97432) CESPE – 2015 – DIREITO PENAL – Crimes Contra o Patrimônio

A respeito dos crimes contra o patrimônio, julgue o item a seguir. O crime de extorsão mediante sequestro, desde que se prove que a intenção do agente era, de fato, se-questrar a vítima, se consuma no exato ins-tante em que a pessoa é sequestrada, pri-vada de sua liberdade, independentemente de o(s) sequestrador(es) conseguir(em) solicitar(em) ou receber(em) o resgate.

( ) Certo   ( ) Errado

33. (97440) CESPE – 2015 – DIREITO PENAL – Crimes Contra a Fé Pública, Lei de Drogas (Lei 11343/06), Lei do Desarmamento (Lei 10826/03), Crimes Contra o Patrimônio

Em cada uma das opções abaixo, é apresen-tada uma situação hipotética, seguida de assertiva a ser julgada. Assinale a opção que apresenta a assertiva correta.

a) Júlio recebeu de boa-fé moeda falsa em transação comercial e, após saber da falsidade e visando evitar prejuízo, res-tituiu a moeda à circulação ao realizar compras em um supermercado. Nessa situação, ao fazer pagamento de suas compras com moeda falsa, Júlio prati-cou crime punido com pena de deten-ção.

b) Renato, guarda municipal de cidade brasileira, favoreceu a remessa de um lote de trinta armas de fogo de uso per-mitido, sem autorização da autoridade competente, para país fronteiriço com o Brasil. Nessa situação, Renato prati-cou crime de tráfico internacional de arma de fogo, sem que incida causa de aumento de pena prevista no Estatuto do Desarmamento.

c) José, com o intuito de enganar repre-sentante de instituição bancária para celebrar contrato de mútuo, apresen-tou contracheque e identidade falsos na ocasião do negócio. Nessa situação,

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praticou crime contra o sistema finan-ceiro.

d) Paulo e Pedro, ambos com bons ante-cedentes e sem condenação anterior transitada em julgado, associaram-se a outros quatro indivíduos com o intuito de praticar reiteradamente a venda de substâncias entorpecentes. Nessa situa-ção, Paulo e Pedro cometeram delito de associação para o tráfico e, em razão de seus antecedentes pessoais, devem ser beneficiados com diminuição de pena prevista na Lei de Entorpecentes.

e) Tarcísio, presidente de uma organização não governamental, deixou de repassar à previdência social as contribuições re-colhidas dos empregados dessa associa-ção no prazo e na forma legal e conven-cional. Nessa situação, caso tenha agido com dolo específico, ou seja, com intui-to deliberado de fraudar a previdência social, Tarcísio terá cometido delito de apropriação indébita previdenciária.

34. (97443) CESPE – 2015 – DIREITO PENAL – Crimes Contra o Patrimônio

Em cada uma das opções seguintes, é apre-sentada uma situação hipotética, seguida de uma assertiva a ser julgada à luz da disci-plina legal e jurisprudencial relativa aos cri-mes contra o patrimônio. Assinale a opção em que a assertiva está correta.

a) Cláudia, que trabalha há dois anos como empregada doméstica na resi-dência de Lucrécia e possui cópia das chaves da residência, subtraiu um colar de diamantes pertencente a sua empre-gadora. Nessa situação, Cláudia respon-derá pelo delito de furto qualificado.

b) Hélio, em comunhão de esforços e de-sígnios com Josué, subtraiu, sem usar de violência ou grave ameaça, veículo automotor pertencente a Manuela, ge-nitora de Josué. Nessa situação, a con-duta de Hélio é atípica e impunível.

c) Bruno e Abelardo são proprietários em condomínio de um veículo automotor.

Bruno, em unidade de desígnios com Célio, seu irmão, subtraiu o referido ve-ículo automotor, tendo o transportado para outra unidade da Federação. Nes-sa situação, Bruno deverá responder pelo delito de furto de coisa comum, e Célio, ser processado por furto qualifi-cado.

d) Renato, dolosamente, atirou uma pedra sobre o automóvel de Tales, causando danos consideráveis ao veículo. Nes-sa situação, Tales não poderá oferecer queixa-crime contra Renato, visto que o crime de dano é de ação penal pública condicionada à representação do ofen-dido.

e) Daniel, após ter subtraído furtivamen-te a carteira de Sílvio, ameaçou-o com uma arma de fogo para que ele não o seguisse e não tentasse recuperar o bem subtraído. Nessa situação, Daniel deverá responder por furto qualificado e ameaça em concurso material.

35. (97352) CESPE – 2014 – DIREITO PENAL – Princípios Penais

Considerando o entendimento da doutrina majoritária e do STJ, assinale a opção corre-ta quanto ao princípio da insignificância.

a) Conforme o entendimento da doutrina majoritária, o princípio da insignificân-cia afeta a tipicidade formal.

b) Em se tratando do crime de contraban-do, é possível a aplicação do princípio da insignificância.

c) Independentemente do valor do tributo sonegado em decorrência de crime de descaminho, é possível a aplicação do princípio da insignificância.

d) A reiteração delitiva impede a aplicação do princípio da insignificância em ra-zão do alto grau de reprovabilidade do comportamento do agente.

e) Para a aplicação do princípio da insig-nificância, exige-se a satisfação de um único requisito: ausência de periculosi-dade social da ação.

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36. (82341) CESPE – 2014 – DIREITO PENAL – Crimes Contra a Administração Pública

Acerca dos crimes contra a administração pública, assinale a opção correta.

a) Em caso de crime de sonegação de con-tribuição previdenciária, se o agente, espontaneamente, declarar e confessar as contribuições, importâncias ou va-lores e prestar as informações devidas à previdência social antes do início da ação fiscal, será extinta a punibilidade.

b) Caso um servidor público retarde a prá-tica de ato de ofício em razão de van-tagem ou promessa de vantagem ofere-cida, ocorre exaurimento da conduta, a qual deixa de ser relevante para a fixa-ção do quantum da pena.

c) Não se considera sujeito ativo do cri-me de corrupção passiva, caracterizado como crime próprio, o servidor público que ainda não tenha assumido o cargo, visto que tal condição é elementar do tipo.

d) Caso a reparação do dano, no pecula-to culposo, anteceda o recebimento da denúncia, extingue-se a punibilidade; sendo-lhe posterior, a pena imposta deve ser reduzida pela metade.

e) Pratica o crime de desobediência o agente que se oponha à execução de ato legal, mediante violência ou amea-ça a funcionário competente para exe-cutá-lo ou a quem lhe esteja prestando auxílio.

37. (82346) CESPE – 2014 – DIREITO PENAL – Crimes Contra a Pessoa, Crimes Contra o Pa-trimônio

A respeito dos crimes contra a pessoa e o patrimônio, assinale a opção correta.

a) Se, após passar horas em poder de as-saltantes e sob a mira de uma arma, a vítima fornecer-lhes a senha para saque em caixas eletrônicos, estará caracteri-zado o roubo circunstanciado pela res-trição da liberdade da vítima.

b) Em se tratando do crime de extorsão mediante sequestro, será reduzida a pena do corréu que, agindo em concur-so de agentes, denunciar o delito à au-toridade competente, ainda que a dela-ção não seja meio eficaz de facilitação da libertação da vítima.

c) A incidência da qualificadora consisten-te em emprego de arma independe da comprovação, por meio de apreensão e perícia, do grau de lesividade da arma utilizada na prática do crime de roubo.

d) Se o porte ilegal de arma de fogo fun-cionar como crime meio para a prática do roubo, aplicar-se-á o princípio da subsidiariedade, respondendo o agente pela prática do crime fim.

e) Se, em um jogo de futebol, as torcidas rivais se agredirem mutuamente e um dos contendores atingir, com o bastão de uma bandeira, a boca do adversário, causando-lhe lesões corporais graves, todos os envolvidos responderão pelo resultado mais gravoso, por se tratar do crime de rixa, em que se encontra presente o animus rixandi, ainda que o agressor seja prontamente identificado e preso em flagrante.

38. (97387) CESPE – 2015 – DIREITO PENAL – Crimes Contra o Patrimônio

Com base na jurisprudência do STJ e na do STF, assinale a opção correta a respeito dos crimes contra o patrimônio.

a) No crime de roubo, a intimidação rea-lizada com arma de brinquedo permite que se reconheça causa de aumento de pena.

b) No crime de roubo, a multiplicidade de condutas e o concurso de crimes esta-rão caracterizados caso o agente utilize violência ou grave ameaça contra mais de um indivíduo, mesmo que a intenção seja direcionada à subtração de bem do patrimônio de uma única pessoa.

c) A conduta de subtrair veículo automo-tor e transportá-lo para município di-

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MPU (Analista) – Direito Penal – Prof. Joerberth Nunes

verso localizado no mesmo estado da Federação constitui crime de furto sim-ples.

d) A subtração de coisa alheia móvel é conduta tipificada como crime de furto e, caso seja praticado contra descen-dente, tal fato incidirá como circunstân-cia agravante.

e) A conduta de destruir dolosamente bem pertencente a patrimônio de so-ciedade de economia mista estadual configura crime de dano simples.

39. (115412) CESPE – 2016 – DIREITO PENAL – Crimes Contra a Pessoa, Crimes em Espécie

Acerca dos crimes contra a pessoa, assinale a opção correta.

a) Quando o homicídio for praticado por motivo fútil, haverá causa de diminui-ção de pena.

b) Sempre que um agente mata uma víti-ma mulher, tem-se um caso de feminicí-dio.

c) O homicídio e o aborto são os únicos ti-pos penais constantes no capítulo que trata de crimes contra a vida.

d) O aborto provocado é considerado cri-me pelo direito brasileiro, não existindo hipóteses de exclusão da ilicitude.

e) O aborto provocado será permitido quando for praticado para salvar a vida da gestante ou quando se tratar de gra-videz decorrente de estupro.

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Gabarito: 1. (4146) Errado 2. (100629) Errado 3. (100555) D 4. (100646) Errado 5. (100651) Errado 6. (100676) Errado  7. (100603) E 8. (100602) B 9. (100627) Errado 10. (100480) Certo 11. (100467) Errado 12. (100716) Certo  13. (100614) Errado 14. (100663) C 15. (100677) Errado 16. (110201) E 17. (110275) C 18. (115408) C  19. (100472) Certo 20. (100361) E 21. (14236) Errado 22. (97379) Certo 23. (14354) Certo 24. (14199) Errado  25. (7445) E 26. (82335) Certo 27. (82291) Errado 28. (82333) Errado 29. (7446) A 30. (97380) Errado  31. (100354) Errado 32. (97432) Certo 33. (97440) A 34. (97443) A 35. (97352) D 36. (82341) A 37. (82346) C  38. (97387) C 39. (115412) E