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Direito Penal I Elizon Medrado

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Direito Penal I

Elizon Medrado

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PRINCÍPIO DA LEGALIDADE. APLICAÇÃO DA LEIPENAL EM RELAÇÃO AO TEMPO, AO LUGAR E ÀSPESSOAS. FRAÇÕES NÃO COMPUTÁVEIS DE PENA.APLICAÇÃO DA PARTE GERAL À LEGISLAÇÃOESPECIAL. CONFLITO APARENTE DE NORMAS.

1 – Princípio da Legalidade: para que umaconduta seja considerada como crime, a lei temque prever, o mesmo ocorrendo em relação àpena.

Art. 1º do CP: não há crime sem lei anterior que odefina; não há pena sem prévia cominação legal.

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1.1 – Princípio da anterioridade: segundo o qualuma pessoa só pode ser punida se, à época do fatopor ela praticado, já estava em vigor a lei quedescrevia o delito. O mesmo ocorre em relação àpena, que somente poderá ser aplicada se anteshouver sido cominada a alguma condutaestabelecida como crime.

1.2 – Princípio da reserva legal: segundo o qualapenas a lei pode descrever condutas criminosas. Évedado ao legislador utilizar-se de decretos,medidas provisórias ou outras formas legislativaspara incriminar condutas.

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2 – Lei Penal no Tempo

Art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato que leiposterior deixa de considerar crime, cessando emvirtude dela a execução e os efeitos penais dasentença condenatória.

Parágrafo único - A lei posterior, que de qualquermodo favorecer o agente, aplica-se aos fatosanteriores, ainda que decididos por sentençacondenatória transitada em julgado.

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2.1 – Irretroatividade da lei penal: emregra a lei não é aplicada a fatosanteriores à sua vigência, ou seja, a leinão retroage;

2.2 – Retroatividade da lei penal: deacordo com o § 2º do art. 2º, a lei que dealguma forma favoreça o acusado,retroagirá. (vide art. 5º XL daConstituição).

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3 – Hipóteses de conflitos de leis penais notempo

3.1 – Abolitio criminis: pode ocorrer que uma leiposterior deixe de considerar como infração umfato que era anteriormente punido. É a abolitiocriminis, hipótese do art. 2º, caput, do CP: a leinova retira do campo da ilicitude penal a condutaprecedentemente incriminada. Qual a lei a seraplicada: a anterior, que incrimina, ou a posterior,que descrimina? Claro que a posterior, em face doprincípio da retroatividade da lei mais favorável,consagrado na legislação penal e na Carta Magna(art. 5º, XL). A abolitio criminis, também chamadanovatio legis, constitui fato jurídico extintivo dapunibilidade, ex vi do art. 107, III, do CP, que reza:extingue-se a punibilidade pela retroatividade da leique não mais considera o fato como criminoso.

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3.2 – Novatio legis incriminadora: ocorre

novatio legis incriminadora quando umindiferente penal em face de lei antiga éconsiderado crime pela posterior. A lei queincrimina novos fatos é irretroativa, umavez que prejudica o sujeito. O fundamentodesse princípio se encontra no aforismonullum crimen sine preavia lege (não hácrime sem lei anterior). Se não há crimesem lei anterior, a lei nova incriminadoranão pode retroagir para alcançar fatosantes de entrar em vigor.

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3.3 – Novatio legis in pejus (a lei nova modifica oregime anterior, agravando a situação do sujeito):se a lei posterior, sem criar novas incriminações ouabolir outras precedentes, agrava a situação dosujeito, não retroage. Há duas leis em conflito: aanterior, mais benigna, e a posterior, mais severa.Em relação a esta, aplica-se o princípio dairretroatividade da lei mais severa; quanto àquela,o da ultra-atividade da lei mais benéfica. Dessaforma, se o sujeito pratica um fato criminoso navigência da lei X, mais benigna, e, no transcorrerda ação penal, surge a lei Y, mais severa, o casodeve ser apreciado sob a eficácia da antiga, emface da exigência de não fazer recair sobre ele umavaloração mais grave que a existente no momentoda conduta delituosa.

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3.4 – Novatio legis in mellius (a lei novamodifica o regime anterior, beneficiando osujeito): se a lei nova, sem excluir aincriminação, é mais favorável ao sujeito.Aplica-se o princípio da retroatividade da leimais benigna. Ex: A pratica o crime sob avigência da lei X, que comina pena dedetenção. Após, passa a vigorar a lei Y,cominando, para o mesmo fato, penapecuniária. A lei nova comina pena menosrigorosa e, assim, deve retroagir.

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3.5 – Combinação de leis: é possível combinarvárias leis para favorecer o sujeito? Há autoresque entendem que sim, outros que não. Dentreos que têm posição negativa, a exemplo deNelson Hungria, argumentam que a disposiçãomais favorável ao sujeito não deve ser obtidaatravés da combinação da lei antiga com a leinova. Se isso fosse possível, afirmam, o juizestaria criando uma terceira lei, o que não épermitido. Por outro lado, os que adotamposição favorável, dentre os quais RogérioGreco, assim se posicionam por entender que seestende aos princípios da ultra-atividade eretroatividade benéficas.

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4 – Ultratividade da lei penal: existem leisque somente regulam fatos praticados durantesua vigência, não retroagindo mesmo se foremmais benéficas aos acusados, são as chamadasleis ultra-ativas, que continuam a ser aplicadasaos fatos praticados durante sua vigênciamesmo depois de sua auto-revogação. Estamosfalando da lei excepcional e da lei temporária.

Art. 3º - A lei excepcional ou temporária,embora decorrido o período de sua duração oucessadas as circunstâncias que a determinaram,aplica-se ao fato praticado durante suavigência.

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4.1 – Lei temporária: é aquela feita paravigorar por determinado tempo,estabelecido previamente pelo legislador.Este determina que a lei terá vigência atécerta data.

4.2 – Lei excepcional: é aquela feita paravigorar em épocas especiais como guerra,calamidade pública, revoluções,epidemias, etc. É aprovada para vigorarenquanto perdurar o período excepcional.

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5 – Tempo do crime: a análise do âmbito

temporal de aplicação da lei penal necessita dafixação do momento em que se considera odelito cometido. A determinação do tempo emque se reputa praticado o delito tem relevânciajurídica não somente para fixar a lei que o vaireger, mas também para fixar a imputabilidadedo sujeito. Além disso, é preciso fixar omomento da prática do delito para efeitos daapreciação de seus elementos subjetivos,circunstâncias, prescrição, anistia, etc. Há trêsteorias acerca do tempo do crime: daatividade, do resultado e mista.

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Art. 4º - Considera-se praticado o crime nomomento da ação ou omissão, ainda que outroseja o momento do resultado.

5.1 – Teoria da ação ou da atividade: o crime éconsiderado praticado no momento da ação ou daomissão, ainda que outro momento seja o doresultado. Esta é a teoria adotada pelo CódigoPenal.

5.2 – Teoria do resultado: o crime é consideradopraticado no momento da consumação.

5.3 – Teoria mista (ou da ubiqüidade): o crime éconsiderado praticado tanto no momento da açãoquanto no do resultado.

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5.4 – Aplicação da teoria da atividade noscrimes permanentes: nos crimes permanentes,em que o momento consumativo se prolonga notempo sob a dependência da vontade do sujeitoativo, se iniciado sobre a eficácia de uma lei eprolongado sob outra, aplica-se esta, mesmoque mais severa. Aplica-se a lei nova tambémem relação ao crime habitual e ao crimecontinuado.

Súmula nº 711, do STF:

“A lei penal mais grave aplica-se ao crimecontinuado ou ao crime permanente, se a suavigência é anterior à cessação da continuidadeou permanência”.

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6 – Aplicação da lei penal no espaço

Art. 5º, do Código Penal:

“aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo deconvenções, tratados e regras de direitointernacional, ao crime cometido no territórionacional”.

6.1 – Territorialidade

Absoluta e Temperada

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6.2 – Extraterritorialidade

a) – Extraterritorialidade Incondicionada

Art. 7°, inciso I, do Código Penal

Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira,embora cometidos no estrangeiro:

I - os crimes:

a) contra a vida ou a liberdade doPresidente da República;

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b) contra o patrimônio ou a fé pública daUnião, do Distrito Federal, de Estado, deTerritório, de Município, de empresapública, sociedade de economia mista,autarquia ou fundação instituída peloPoder Público;

c) contra a administração pública, porquem está a seu serviço;

d) de genocídio, quando o agente forbrasileiro ou domiciliado no Brasil.

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b) – Extraterritorialidade Condicionada

Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, emboracometidos no estrangeiro:

II - os crimes:

a) que, por tratado ou convenção, o Brasil seobrigou a reprimir;

b) praticados por brasileiro;

c) praticados em aeronaves ou embarcaçõesbrasileiras, mercantes ou de propriedadeprivada, quando em território estrangeiro e aínão sejam julgados.

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§ 1º - Nos casos do inciso I, o agente épunido segundo a lei brasileira, ainda queabsolvido ou condenado no estrangeiro.

§ 2º - Nos casos do inciso II, a aplicação dalei brasileira depende do concurso dasseguintes condições:

a) entrar o agente no território nacional;

b) ser o fato punível também no país em quefoi praticado;

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c) estar o crime incluído entre aquelespelos quais a lei brasileira autoriza aextradição;

d) não ter sido o agente absolvido noestrangeiro ou não ter aí cumprido apena;

e) não ter sido o agente perdoado noestrangeiro ou, por outro motivo, nãoestar extinta a punibilidade, segundo alei mais favorável.

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§ 3º - A lei brasileira aplica-se também aocrime cometido por estrangeiro contrabrasileiro fora do Brasil, se, reunidas ascondições previstas no parágrafo anterior:

a) não foi pedida ou foi negada aextradição;

b) houve requisição do Ministro da Justiça.

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7 - Regra Ne bis in idem

“Art. 8°. A pena cumprida noestrangeiro atenua a pena imposta noBrasil pelo mesmo crime, quandodiversas, ou nela é computada,quando idênticas”.

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8 - PRINCÍPIOS RELACIONADOS À APLICAÇÃO DALEI NO ESPAÇO

Princípio da Territorialidade: segundo esseprincípio, a lei penal só tem aplicação noterritório do Estado que a determinou, sematender à nacionalidade do sujeito ativo dodelito ou do titular do bem jurídico lesado. Étambém denominado princípio territorialexclusivo ou absoluto, pois exclui a aplicação dalei penal de um país fora de seu território.

Princípio da Extraterritorialidade: o princípioda extraterritorialidade preocupa-se com aaplicação da lei brasileira às infrações penaiscometidas fora de nossas fronteiras, em paísesestrangeiros. A extraterritorialidade pode serincondicionada ou condicionada.

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Princípio da Nacionalidade: de acordo comesse princípio, também denominado dapersonalidade, a lei penal do Estado é aplicávela seus cidadãos onde quer que se encontrem.Assim, para esse princípio, por exemplo, se umbrasileiro praticar crime no Uruguai, cairá o fatosobre o império da lei penal de nosso país. Oque importa é a nacionalidade do sujeito.

a) Princípio da Nacionalidade Ativa: o critériolevado em conta é o da nacionalidade do sujeitoativo.

b) Princípio da Nacionalidade Passiva: o critériolevado em conta é o da nacionalidade do sujeitopassivo.

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Princípio da Defesa: é também chamadoprincípio real. Leva em conta a nacionalidade dobem jurídico lesado pelo crime, independentementedo local de sua prática ou da nacionalidade dosujeito ativo.

Princípio da Justiça Penal Universal: é tambémdenominado princípio universal, da universalidadeda justiça cosmopolita, da jurisdição mundial, darepressão mundial e da universalidade do direito depunir. Preconiza o poder de cada Estado de punirqualquer crime, seja qual for a nacionalidade dodelinqüente e da vítima, ou o local de sua prática.Para a imposição da pena bastaria encontrar-se ocriminoso dentro do território de um país.

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Princípio da Representação: nos termos

do sistema da representação, a lei penal dedeterminado país é também aplicável aos delitoscometidos em aeronaves e embarcaçõesprivadas, quando realizados no estrangeiro e aínão venham a ser julgados.

* O Código Penal adotou o princípio daTerritorialidade como regra; os outroscomo exceção.

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9 – Lugar do Crime

Art. 6º, do Código Penal:

“considera-se praticado o crime no lugar emque ocorreu a ação ou omissão, no todo ouem parte, bem como onde se produziu oudeveria produzir-se o resultado”.

a) Teoria da ação ou da atividade: éconsiderado o lugar do crime aquele em queo agente desenvolveu a atividade criminosa(ação ou omissão)

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a) Teoria do resultado: é considerado o lugardo crime aquele em que se produziu oresultado.

c) Teoria mista (ou da ubiqüidade): éconsiderado o lugar do crime tanto aqueleem que se praticou a ação ou omissão,quanto o lugar onde se produziu ou deveriaproduzir-se o resultado. Esta foi a teoriaadotada pelo nosso Código.

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10 – Aplicação da Lei Penal em relação àspessoas:

10.1 – Imunidades Diplomáticas: as denominadasimunidades diplomáticas advêm do DireitoInternacional, excluindo os Chefes de Estado e osrepresentantes dos governos estrangeiros dajurisdição criminal dos países onde se encontramacreditados. Os funcionários do corpo diplomáticotambém gozam dessa imunidade, acontecendo omesmo com os componentes da família dorepresentante. A embaixada é consideradaterritório estrangeiro. Os lugares em que seexercem os serviços da embaixada sãoinvioláveis, não no sentido daextraterritorialidade, mas em função daimunidade dos representantes.

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10.2 – Imunidades Parlamentares: ao ladodas imunidades diplomáticas há asparlamentares, que diferem das primeirasporque constituem, em parte, causasfuncionais de exclusão de pena e, em parte,prerrogativa processual, enquanto aquelasnão excluem o crime e suas conseqüências,apenas colocando os seus titulares fora dajurisdição criminal do Estado onde estãoacreditados, submetendo-os às de seuspaíses. A imunidade parlamentar pode ser:

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a) Material: que constitui causa de isenção depena, referindo-se à imunidade do parlamentar(senador, deputados federal e estadual evereador), garantindo que tais autoridades nãopodem ser punidas por crime de opinião quandono desempenho da função. No caso específicodos vereadores, essa imunidade restringe-se aomunicípio de usa atuação.

b) Formal (processual): que constituiprerrogativas processuais que, entretanto, nãose estendem a vereadores. As imunidadesparlamentares processuais, ou relativas, são asque se referem à prisão, ao processo, àsprerrogativas de foro e para servir comotestemunha. No caso específico de vereador, nãotêm eles imunidade processual.

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10.3 – Imunidade Prisional: de acordo com oart. 50, § 2º, da Constituição, “desde aexpedição do diploma, os membros doCongresso Nacional não poderão ser presos,salvo em flagrante de crime inafiançável”.Nesse caso, os autos serão remetidos dentrode 24 horas à Casa respectiva, para que,pelo voto da maioria de seus membros,resolva sobre a prisão. Em crimesafiançáveis os parlamentares jamais podemser presos. Membros do Ministério Público eda Magistratura também só podem serpresos em flagrante de crime inafiançável.

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10.4 – Imunidade para servir de Testemunha: oagente diplomático não é obrigado a prestardepoimento como testemunha; só é obrigado adepor sobre fatos relacionados com o exercíciode suas funções. Os deputados e senadoresnão são obrigados a testemunhar sobreinformações recebidas ou prestadas em razãodo exercício do mandato, nem sobre as pessoasque lhes confiaram ou dele receberaminformações (art. 53, § 6°, CF). Os presidentesda República, do Senado, da Câmara e do STFpoderão, inclusive, optarem pelo depoimentopor escrito (art. 221, § 1º, CPP).

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10.5 – Imunidade penal temporária do Presidenteda República: A Constituição Federal, no art. 86,§ 4°, impede, durante a vigência do mandatopresidencial, a instauração de processo-crimecontra o Chefe do Executivo. É necessário, noentanto, que os fatos imputados sejam estranhosao exercício da função, uma vez que, em setratando de atos estanhos não estará impedida apersecução penal.

10.6 – Imunidades Parlamentares e Estado deSítio: as imunidades de deputados e senadoressubsistirão durante o estado de sítio, só podendoser suspensas mediante o voto de 2/3 dosmembros da respectiva Casa (art. 53, § 8º, CF)

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10.7 – Imunidade de advogado: o artigo 7º,§ 2º do Estatuto da OAB (Lei nº 8.906/94)estabelece que “o advogado tem imunidadeprofissional, não constituindo injúria,difamação puníveis qualquer manifestaçãode sua parte, no exercício de sua atividade,em juízo ou fora dele, sem prejuízo dassanções disciplinares perante a OAB, pelosexcessos que cometer”. O § 3º do mesmoartigo estabelece ainda que:

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“o advogado somente poderá ser preso emflagrante, por motivo de exercício da profissão,em caso de crime inafiançável”, devendo “ter apresença de representante da OAB, quandopreso em flagrante, por motivo ligado aoexercício da advocacia, para lavratura do autorespectivo, sob pena de nulidade e, nos demaiscasos, a comunicação expressa à seccional daOAB” (inciso IV).Por sua vez, o art. 133, da Constituição Federalestabelece o seguinte:

“o advogado é indispensável à administração dajustiça, sendo inviolável por seus atos emanifestações no exercício da profissão, noslimites da lei”.

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10.8 – Foro especial por prerrogativa defunção (ratione personae) (art. 84): emface da relevância do cargo ou da funçãoexercida por determinadas pessoas, são elasjulgadas originariamente por órgãossuperiores da jurisdição e não pelos órgãoscomuns. A competência por prerrogativa defunção é do Supremo Tribunal Federal, doSuperior Tribunal de Justiça, dos TribunaisRegionais Federais e Tribunais de Justiçados Estados e do Distrito Federal,relativamente às pessoas que devamresponder perante eles por crimes comuns ede responsabilidade.

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a) Supremo Tribunal Federal (STF): julga oPresidente da República, o Vice-Presidente,Deputados Federais, Senadores, os própriosMinistros do Supremo Tribunal Federal,Procurador-Geral da República, Ministros deEstado, Membros dos Tribunais Superiores(STJ, TSE, TST e STM), os membros dosTribunais de Contas da União, osComandantes da Marinha, do Exército e daAeronáutica e os chefes de missãodiplomática de caráter permanente (art.102 da CF)

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b) Superior Tribunal de Justiça (STJ): julgaos Governadores de Estados e do DistritoFederal, os Desembargadores e membrosdos Tribunais de Contas dos Estados eDistrito Federal, dos Tribunais RegionaisFederais, Tribunais Regionais Eleitorais,Tribunais Regionais do Trabalho, membrosdos Tribunais de Contas dos Municípios e osMembros do Ministério Público da União queoficiem perante os Tribunais (art. 105 daCF).

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c) Tribunais Regionais Federais: julgam osJuízes Federais, incluídos os da Justiça MilitarFederal e da Justiça do Trabalho e osmembros do Ministério Público da União queoficiem junto à primeira instância. (art. 108 daCF).

d) Tribunais de Justiça Estaduais: julgam osPrefeitos, os Juízes Estaduais, (abrangendo osintegrantes dos Tribunais de Alçada, doTribunal de Justiça Militar Estadual, os Juízesde primeira instância e os auditores da JustiçaMilitar) e os membros do Ministério PúblicoEstadual.

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INFRAÇÃO PENAL

Conceito de infração penal:

a) formal: típico e antijurídicob) material: efetiva lesão a um bem jurídicoc) analítico: típico, antijurídico e culpável

Elementos das infrações penais:verbo que descreve a conduta, objeto material(pessoa ou coisa sobre as quais recai a conduta),objeto jurídico (bem jurídico ou interesse protegidopela norma penal) sujeitos ativo e passivo.

Espécies infrações penais: crimes ou delitos econtravenções.

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Conceito de crime

Art. 1º da Lei de Introdução ao Código Penal:“considera-se crime a infração penal a que alei comina pena de reclusão ou de detenção,quer isoladamente, quer alternativa oucumulativamente com a pena de multa”.Aos crimes a lei comina as seguintes penas:reclusãoreclusão e multareclusão ou multadetençãodetenção e multadetenção ou multa

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Conceito de contravenção

Art. 1º da Lei de Introdução ao Código Penal:

“considera-se contravenção, a infração penala que lei comina, isoladamente, pena deprisão simples ou multa, ou ambas,alternativa ou cumulativamente”.

Para as contravenções a lei comina as penasde:

prisão simples

prisão simples e multa

prisão simples ou multa

multa

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Diferenças entre crime e contravenção:

CRIME CONTRAVENÇÃO

Ação pública incondicionada, condicionada ou privada

Ação pública sempre incondicionada

A peça inicial do processo é a denúncia ou a queixa

A peça inicial do processo é sempre a denúncia

A tentativa é punível A tentativa não é punível

O elemento subjetivo é o dolo ou a culpa Basta a voluntariedade

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Elementos da Infração Penal

Sujeito ativo do crime

Sujeito passivo do crime

Objeto jurídico do delito: é o bem ou interesseque a norma penal tutela. É o bem jurídico, quese constitui em tudo o que é capaz de satisfazeras necessidades do homem, como a vida, aintegridade física, a honra, o patrimônio, etc.

Objeto material do delito

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CONDUTA. RELAÇÃO DE CAUSALIDADE.

CONDUTA

Conceito:

Conduta penalmente relevante é toda açãoou omissão humana, consciente evoluntária, dolosa ou culposa, voltada auma finalidade, que produz ou tentaproduzir um resultado previsto na lei comocrime.

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Teorias sobre a conduta

a) Teoria naturalista ou causal (Franz vonLiszt)

b) Teoria finalista (Hans Welzel)

c) Teoria social (Hans-Heinrich Jescheck)

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Elementos da conduta – vontade,finalidade, exteriorização (inexiste quandoenclausurada na mente) e consciência.

Diferença entre ato e conduta

Formas de conduta – ação:comportamento positivo, movimentaçãocorpórea; omissão: comportamentonegativo, abstenção de movimento.

Ausência de conduta

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RELAÇÃO DE CAUSALIDADE

Nexo de causalidade (nexo causal): é o elofísico que se estabelece entre a conduta doagente e o resultado.

Teoria da equivalência dos antecedentes:conhecida como teoria da conditio sine qua non,segundo a qual causa é toda ação ou omissãoanterior que contribui para a produção doresultado.

Art. 13, caput, CP: “o resultado de que dependea existência do crime, somente é imputável aquem lhe deu causa. Considera-se causa a açãoou omissão sem a qual o resultado não teriaocorrido”.

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Damásio de Jesus:

“Suponha-se que ‘A’ tenha matado ‘B’. A condutatípica do homicídio possui uma série de fatos,alguns antecedentes, dentre os quais sugerem-se osseguintes: 1) a produção do revólver pela indústria;2) aquisição da arma pelo comerciante; 3) comprado revólver pelo agente; 4) refeição feita pelohomicida; 5) emboscada; 6) disparo dos projéteis navítima; 7) resultado morte. Dentro dessa cadeia,excluindo-se os fatos sob os números 1 a 3, 5 e 6, oresultado não teria ocorrido. Logo, são consideradoscausa. Excluindo-se o fato sob o número 4, aindaassim o resultado teria ocorrido. Logo, a refeiçãofeita pelo sujeito não é considerada causa”. A essesistema, preconizado por Thyrén, de aferição, dá-seo nome de “procedimento hipotético de eliminação”.

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Superveniência causal: o art. 13, § 1º do CP,dispõe que a superveniência de causarelativamente independente exclui a imputaçãoquando, por si só, produziu o resultado.

Causa – é toda condição que atuaparalelamente à conduta, interferindo noprocesso causal.

Causa dependente – é aquela que,originando-se da conduta, insere-se dentro dalinha normal de desdobramento causal daconduta.

Causa independente – é aquela que refoge aodesdobramento causal da conduta, produzindopor si só, o resultado.

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Causas absolutamente independentes: sãoaquelas que têm origem totalmente diversa daconduta. O advérbio de modo “absolutamente”serve para designar que a causa não partiu daconduta, mas de forma totalmente distinta.

Espécies de causas absolutamenteindependentes:

a) preexistentes: atuam antes da conduta. Ex: “A”atira em “B” e este não morre em conseqüênciados tiros, mas de um envenenamento provocadopor “C” no dia anterior.

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b) concomitantes: atuam no mesmo tempo da conduta. Ex: “A” e “B”, um desconhecendo a conduta do outro, atiram ao mesmo tempo em “C”, tendo este morrido em conseqüência dos tiros de “B”.

b) supervenientes: atuam após a conduta. Ex: “A” envenena “B”, que morre posteriormente assassinado a facadas. O fato posterior não tem qualquer relação com a conduta de “A”.

Conseqüência das causas absolutamenteindependentes – rompem totalmente o nexocausal, e o agente só responde até entãopraticados. Nos três exemplos, “A” responderápor tentativa de homicídio.

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Causas relativamente independentes: comosão causas independentes, produzem por si só oresultado, não se situando dentro da linha dedesdobramento causal da conduta.

Espécies de causas relativamenteindependentes

a) preexistentes: atuam antes da conduta. Ex:“A” desfere um golpe de faca na vítima, que éhemofílica e vem a morrer em face da conduta,somada à contribuição de seu peculiar estadofisiológico.

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b) concomitantes: atuam no mesmo tempo daconduta. Ex: “A” atira na vítima que, assustada,sofre um ataque cardíaco e morre.

b) supervenientes: atuam após a conduta. Ex: avítima sofre um atentado e, levada ao hospital,sofre um acidente no trajeto, vindo, por essemotivo, falecer.

Conseqüência das causas relativamenteindependentes – nenhuma causarelativamente independente tem o condão deromper o nexo causal.

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Relevância causal da omissão (art. 13, § 2º).O dever de agir incumbe a quem:

a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ouvigilância. Ex: dever de proteção e assistência paracom os filhos. A imposição resulta da lei civil.

b) de outra forma assumiu a responsabilidade deimpedir o resultado: pode resultar de relaçãocontratual, profissão ou quando, por qualquer outraforma, assumiu a pessoa a posição de garantidora(garante) de que o resultado não ocorreria.

c) com o seu comportamento anterior, criou o risco daocorrência do resultado: Ex: aquele que, porbrincadeira, joga uma pessoa na piscina e,posteriormente, percebe-se que esta não sabenadar tem o dever de salvá-la. Se não fizer,responde pelo crime.

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19 – Crime consumado (art. 14, I):

19.1 – Conceito19.2 – Iter criminis – é o caminho do crime,as etapas que ocorrem até a consumação dodelito. São quatro as etapas do crime:cogitação, preparação, execução econsumação.a) cogitaçãob) preparaçãoc) execuçãod) consumação

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20 – Crime tentado (art. 14, II)

20.1 – Conceito20.2 – Natureza jurídica da tentativa – trata-se de norma de extensão cuja finalidade épropiciar a punição do autor da tentativaatravés de uma adequação típica mediata ouindireta.20.3 – Classificação ou formas de tentativaa) tentativa imperfeita ou inacabadab) tentativa perfeita ou acabada, ou crimefalhoc) tentativa brancad) tentativa cruenta