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Direito Previdenciário p/ Receita Federal Seguridade Social. Conceituação. Organização e Princípios Constucionais Professor Julio Araujo www.ricardoalexandre.com.br PDF PDF VÍDEO Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil AULA 00

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Direito Previdenciário p/Receita Federal

Seguridade Social. Conceituação.Organização e Princípios

Constitucionais

ProfessorJulio Araujo

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Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil

AULA 00

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Direito Previdenciário p/ Receita FederalAuditor-Fiscal da Receita Federal do BrasilAULA 00 | Seguridade Social. Conceituação. Organização e Princípios Constitucionais Prof. Julio Araujo

Apresentação PessoalE ai pessoal, tudo bem? Meu nome é Julio Araujo e vou ser o professor da

Disciplina de Direto Previdenciário do Portal Ricardo Alexandre e meu objetivo é levar

você até o seu sonho!! A aprovação no cargo de Auditor-Fiscal da Receita Federal do

Brasil!! Para isso, além de todo esforço que eu puder fazer, trazendo para vocês o

mais completo e atualizado curso com centenas de questões, é necessário, da parte

de vocês, comprometimento, dedicação e muitas horas de estudo. Com isso, eu tenho

certeza que você vai gabaritar a prova de Direito Previdenciário, combinado!? Lembre-

se que com nosso material, você, com certeza, não precisará adquirir mais nenhum

outro para “fechar” a prova de Direito Previdenciário.

O cargo de Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil é o sonho de muita

gente. Seja porque é a oportunidade de trabalhar em qualquer lugar do Brasil, seja

pela possibilidade de trabalhar em um órgão de excelência, responsável por 98% da

arrecadação da União e praticamente 70% de tudo que se arrecada no Brasil. O

Auditor-Fiscal está envolvido diretamente no combate ao contrabando, descaminho,

sonegação fiscal e em ações de crimes contra como a corrupção, em ações como a

Lava-Jato. Com a aprovação da Lei oriunda da negociação salarial dos Auditores-

Fiscais, a carreira ficou muita mais atraente. A remuneração inicial passa dos 20 mil

reais, ai incluído o Bônus de Eficiência, uma remuneração variável nos moldes de

alguns fiscos estaduais e internacionais, como o IRS Norte-Americano. Além disso, o

os níveis para progressão diminuíram dos antigos 13 para somente 9.

Importante que já temos pedido para novo concurso em 2018 e a autorização

pode sair a qualquer momento. Atualmente temos somente 9.400 Auditores ativos (já

tivemos 12.700 em 2007!! A classe também tem muitos Auditores em condições de se

aposentar, o que leva as expectativas de aposentadorias nos próximos anos a

números alarmantes. Vamos nessa, que uma vaga vai ser sua!! Desde 2010, a Receita

Federal nomeia mais do que os aprovados nas vagas. Em 2010 foram mais 50% e em

2012 e 2014 simplesmente todos os aprovados foram nomeados!!

Vou falar um pouco mais de mim. Sou Auditor-Fiscal da RFB do Concurso de

2014. Antes disso, fui Analista Tributário do Concurso de 2012. Fui aprovado também

nos concursos para o TRF2 – RJ/ES e para o MPE/RJ. Antes disso, fui Militar das Forças

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Armadas por um bom tempo. Meu primeiro concurso foi aos 10 anos de idade!! Isso

mesmo, fiz um concurso para ingresso no tradicional Colégio Pedro II, na cidade do

Rio de Janeiro (o Colégio está lá no Art. 242 da Constituição Federal de 1988 – norma

materialmente constitucional, lembra? Se não lembrar, pergunte ao seu professor de

Direito Constitucional). Passei em 5º lugar e conclui o Ensino Médio lá. O Colégio

Pedro II é famoso também porque nele estudaram 5 presidentes da República e,

atualmente, dois dos Ministros do STF também passaram pelas suas salas de aula.

Sou formado em Gestão Pública e Pós-Graduando em Direito Previdenciário e em

Auditoria e Perícia Contábil e na Receita atuo há algum tempo na área do Direito

Previdenciário.

Após o ensino médio, resolvi fazer outro concurso quando ainda tinha 17 anos,

o de Sargento do Exército. Fui aprovado e fui passar um ano na cidade de Três

Corações em Minas Gerais, com recém-completados 18 anos. Graças a minha vida

“cigana”, quer como Militar ou como Servidor Civil, já morei de norte ao sul do Brasil.

Depois disso fui morar em Curitiba-PR, onde fui cursar Ciências Econômicas na UFPR.

Depois morei ainda em Marabá-PA, Campos dos Goytacazes-RJ, Foz do Iguaçu-PR,

Porto Velho-RO e finalmente no interior de São Paulo, onde estou lotado atualmente

na Delegacia da Receita Federal do Brasil em Piracicaba-SP, onde trabalho com

Arrolamento de Bens e Direitos e Revisão de Ofício Previdenciária e Fazendária.

Apresentação do CursoPois bem, vamos ao que interessa!! Essa é nossa aula 00 e vamos aqui

destrinchar o último edital de Direito Previdenciário da prova de Auditor-Fiscal

organizada pela temida ESAF. Em alguns anos a disciplina de Direito Previdenciário

veio inserida na disciplina de Direito Tributário e isso salvou a nota mínima de alguns

aprovados. Por isso, é importantíssimo estar afiado. Posso apostar que com a reforma

da previdência em voga nosso querido Direito Previdenciário será muito cobrado no

próximo concurso para Auditor e você não vai querer ser ultrapassado nessa fila, não

é mesmo?! Com esse grande hiato sem concursos para a RFB, os candidatos estão

afiadíssimos e a disputa vai ser alta, mas você só precisa de uma vaga!!

Pessoal, ressalto que apesar de nosso curso estar atualizado, caso a reforma da

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previdência seja aprovada, ou quando for aprovada, vou disponibilizar uma aula só

para tratarmos dela, seus aspectos mais relevantes para concurso e o que mudou no

nosso material, combinado?!

Vamos trabalhar muitas questões também!! Para isso vou usar duas formas que

gosto muito. Claro que as questões com 5 opções, estilo ESAF, serão trabalhadas, mas

durante as explicações vamos trabalhar somente as assertivas para poder dar ênfase

em determinado assunto, OK?!

Vamos lá olhar o nosso temido edital!! Importante ressaltar que nos últimos

três concursos para Auditor da RFB os itens cobrados pela disciplina mudaram muito

pouco. Entretanto, o Direito Previdenciário tem um grande problema!! Ele desatualiza

muito rápido!!

A numeração começa no item 26, porque como dito anteriormente, no último

ano veio junto à disciplina de Direito Tributário (lembre-se, caso venham juntas

novamente nossa disciplina pode salvar sua prova!!)

26. Seguridade social. 26.1. Conceituação. 26.2. Organização e princípios

constitucionais. 27. Regime Geral de Previdência Social. 27.1. Segurados obrigatórios.

27.2. Conceito, características e abrangência: empregado, empregado doméstico,

contribuinte individual, trabalhador avulso, segurado especial. 27.3. Segurado

facultativo: conceito, características. 28. Empresa e empregador doméstico: conceito

previdenciário. 29. Financiamento da seguridade social. 29.1. Receitas da União. 29.2.

Receitas das contribuições sociais: dos segurados, das empresas, do empregador

doméstico, do produtor rural, do clube de futebol profissional, sobre a receita de

concursos de prognósticos, receitas de outras fontes. 29.3. Salário de contribuição.

29.3.1. Conceito. 29.3.2. Parcelas integrantes e parcelas não-integrantes. 29.4.

Arrecadação e recolhimento das contribuições destinadas à seguridade social. 29.4.1.

Obrigações da empresa e demais contribuintes. 29.4.2. Prazo de recolhimento. 29.4.3.

Recolhimento fora do prazo: juros, multa e atualização monetária. 29.4.4. Obrigações

acessórias. Retenção e Responsabilidade solidária: conceitos, natureza jurídica e

características.

O conteúdo, apesar de não ser muito extenso, requer muita atenção. Como

falei, negligenciar Direito Previdenciário pode ser um erro fatal, tanto para sua

classificação final, quanto para uma possível eliminação por não atingir a nota

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mínima. Mas lembre-se, nosso curso vai buscar ser o seu único material para que

nada fique de fora e você gabarite nossa disciplina, OK?!

Sem mais conversas, vamos ao cronograma do curso e à aula de hoje!!!

Cronograma do Curso Vamos ao cronograma do nosso curso. Serão 9 aulas, contando com a de hoje,

e inclui os itens do último edital, para facilitar o seu controle. Tão logo o edital de

2018 saia, e vai sair tenha fé, vamos atualizando para você. Nos editais de 2009 e

2012 foi cobrado na prova de Direito Penal a parte de Crimes contra a Previdência

Social, então, por prudência, resolvi incluí-lo no nosso curso na aula 06.

Aula Assuntos Abordados Data

00 26. Seguridade social. 26.1. Conceituação. 26.2. Organização e

princípios constitucionais

Disponível

01 27. Regime Geral de Previdência Social. 27.1. Segurados

obrigatórios. 27.2. Conceito, características e abrangência:

empregado, empregado doméstico, contribuinte individual,

trabalhador avulso, segurado especial. 27.3. Segurado facultativo:

conceito, características. 28. Empresa e empregador doméstico:

conceito previdenciário

12/03

02 29. Financiamento da seguridade social. 29.1. Receitas da União.

29.2. Receitas das contribuições sociais: dos segurados, das

empresas, do empregador doméstico, do produtor rural, do clube

de futebol profissional, sobre a receita de concursos de

prognósticos, receitas de outras fontes

26/03

03 29.3. Salário de contribuição. 29.3.1. Conceito. 29.3.2. Parcelas

integrantes e parcelas não-integrantes.

09/04

04 29.4. Arrecadação e recolhimento das contribuições destinadas à

seguridade social. 29.4.1. Obrigações da empresa e demais

contribuintes. 29.4.2. Prazo de recolhimento. 29.4.3. Recolhimento

fora do prazo: juros, multa e atualização monetária.

23/04

05 29.4.4. Obrigações acessórias. Retenção e Responsabilidade

solidária: conceitos, natureza jurídica e características.

07/05

06 Crimes contra a Previdência Social (Lei de Apropriação Indébita 21/05

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Previdenciária) (art. 168-A do Código Penal) e sonegação de

contribuição previdenciária (art. 337-A do Código Penal)

07 Resumos, Simulado, Questões e Jurisprudência 04/06

08 Legislação Esquematizada e Comentada 18/06

IconografiaIremos agora mostrar alguns ícones gráficos que ilustrarão o curso, no sentido deacompanhar o nosso assunto. Esses iconográficos aparecerão sempre parademonstrar as seguintes ideias:

CAI NA PROVA DESPENCA NA PROVA

ESQUEMATIZOU ACORDE

PEGADINHA ESSA CONFUNDE

LISTA DE QUESTÕES COMPLEMENTO DO ALUNO

ATENÇÃO INTERVALO

QUESTÕES COMENTADAS GABARITO

Com isso, desta forma, fica bem mais fácil para você usuário poder acompanhar eentender aquilo que o professor deseja lhe passar. Basta notar alguns desses íconespara saber aquilo que virá em seguida, em seu material.

Boa Leitura!

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Sumário

1. CONCEITO DE DIREITO PREVIDENCIÁRIO ….......................................... 08

2. SEGURIDADE SOCIAL – CONCEITUAÇÃO …............................................ 11

3. ORGANIZAÇÃO, PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS E COMPETÊNCIA LEGISLATIVA …......................................................................................... 18

3.1 Universalidade da cobertura e do atendimento …........................ 23

3.2 Uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais ….................................................................. 24

3.3 Seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços …................................................................................................. 26

3.4 Irredutibilidade do valor dos benefícios ….................................. 28

3.5 Equidade na forma de participação no custeio …......................... 32

3.6 Diversidade da base de financiamento ….................................... 34

3.7 Caráter democrático e descentralizado da administração, mediante gestão quadripartite, com participação dos trabalhadores, dos empregadores,dos aposentados e do Governo nos órgãos colegiados …............................ 35

3.8 Princípios Implícitos …................................................................ 37

3.8.1 Preexistência de custeio ou Princípio da Contrapartida .. 38

3.8.2 Progressividade das contribuições sociais …................... 38

3.8.3 Solidariedade ….............................................................. 40

3.9 Competência Legislativa ….......................................................... 41

4. SAÚDE …................................................................................................ 44

5. ASSISTÊNCIA SOCIAL …......................................................................... 53

6. PREVIDÊNCIA SOCIAL …........................................................................ 62

7. ANOTAÇÕES …........................................................................................ 85

8. QUESTÕES COMENTADAS ….................................................................... 87

9. LISTA DE QUESTÕES ….....................................................................…. 108

10. GABARITO …....................................................................................... 126

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1 Conceito de Direito Previdenciário

Direito Previdenciário é ramo do Direito Público (público!!) que busca estudar,

regulamentar e organizar a Seguridade Social (e não somente a Previdência!!).

É pautado nos direitos sociais de segunda geração, e como tal, deve ser

entendido como necessário e intimamente vinculado ao princípio da dignidade da

pessoa humana. No Brasil, a Seguridade Social é tratada na Constituição Federal de

1988 (arts. 193 a 204), assim como em outras normas como Lei Orgânica da

Seguridade Social (Lei nº 8.212/91), Lei Orgânica de Benefícios Previdenciários (Lei nº

8.213/91), Lei Orgânica da Saúde (Lei nº 8.080/90), Lei Orgânica da Assistência

Social (Lei 8.742/93), Regulamento da Previdência Social (Decreto n. 3.048/99) e

Instrução Normativa RFB 971/2009. Lembram das fontes do Direito? Lembram da

Pirâmide de Kelsen? Pois é, ambas podem ser entendidas nessas normas que citei.

Tanto a hierarquia das normas quanto no que diz respeito as mais diversas fontes.

1. (Procurador – MP-TCE-BA/CESPE - 2010): O conceito de

seguridade social compreende a saúde, a previdência e a

assistência social e está positivado expressamente no

ordenamento jurídico brasileiro, tanto no texto constitucional

quanto na legislação infraconstitucional.

Correto!! Acabamos de falar sobre isso. Só para ilustrar, o conceito de

Seguridade está expresso no Art. 194 da CF88 e no art. 1º da Lei 8.212/91 e

do Decreto 3.048/99. Isso é muito comum e durante o curso veremos vários

artigos que se repetem não só nessas, mas nas mais diversas normais. Vejam

o conceito:

A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações

de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a

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assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à

assistência social.

2. (TSS – INSS/FCC - 2012): Em relação as fontes do direito

previdenciário, é correto afirmar que a lei delegada e a medida

provisória são fontes secundárias.

Bom, entrando um pouco no Direito Constitucional, a Lei Delegada e a Medida

Provisória são fontes primárias, pois de mesma hierarquia das Lei Ordinárias e Leis

Complementares. Fontes secundárias são as que decorrem da Lei, como Decretos e

Instruções Normativas. Assertiva Errada.

Destaco que para nosso curso, entendo não ser necessário leitura da Lei

Seca, uma vez que quando necessário eu vou procurar reproduzi-la aqui.

Essa definição do Direito Previdenciário, reconhecido como ramo autônomo,

decorre do fato dele possuir métodos, objetos, fontes, jurisprudência, Leis e

Normas específicas. Possui ainda princípios reconhecidos, explicitamente ou

não, na nossa Constituição Federal e em leis ordinárias e complementares. Alguns

desses princípios, inclusive, são exclusivos do Direito Previdenciário.

3. (Consultor Legislativo - Câmara dos Deputados/CESPE

-2014): O direito previdenciário é classificado como ramo do

direito privado, tendo reconhecida, pela doutrina majoritária,

sua autonomia didática em relação a outros ramos do direito.

Essa assertiva está errada porquanto o Direito Previdenciário é ramo do Direito

Público. Mas troque o “privado” pelo “público” e teremos um excelente definição!!

Importante dizer que no Direito Previdenciário, em relação a sua aplicação no

tempo, temos o famoso princípio tempus regit actum. O que isso significa? Que

o tempo rege o ato, ou seja, a lei vigente na data da ocorrência do fato é a que

vai ser usada para abarcar aquela determinada situação.

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ATENÇÃO

Importante dizer que a jurisprudência do STF não adota a tese que vale a

data do ingresso no sistema previdenciário, mas sim, na data em que atingidos

todos os requisitos para a aquisição do benefício. É o famoso, “não há direito

adquirido a regime jurídico”. Merece destaque o fato de que a retroatividade da

Lei pode ocorrer, desde que atendida a fonte de custeio total.

CAI NA PROVA

4. (Procurador Federal – AGU/CESPE - 2013/ADAPTADA):

Segundo a atual jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, a

concessão do benefício previdenciário de pensão por morte aos

dependentes do segurado deve ser disciplinada pela legislação

em vigor ao tempo do fato gerador do benefício em questão,

qual seja, a morte do segurado, por fora da aplicação do

princípio “lex tempum regit actum”

A assertiva está certa!!! Lembram do que falei acima?! Não vale a data de

entrada no regime, mas a data em que ocorrer a contingência ou quando se

atingirem todos os critérios para recebimento de determinado benefício.

Por fim, um detalhe importante sobre a aplicação da lei previdenciária no

espaço. Por óbvio, elas se aplicam aos que vivem no território nacional, inclusive

estrangeiros em algumas situações particulares. Somado a isso, temos

situações em que a Lei previdenciária também se aplica a brasileiros fora do

País. É o caso, por exemplo, do brasileiro ou do estrangeiro domiciliado e

contratado no Brasil para trabalhar como empregado em sucursal ou agência de

empresa nacional no exterior ou do brasileiro civil que trabalha para a União, no

exterior, em organismos oficiais brasileiros ou internacionais dos quais o Brasil seja

membro efetivo, ainda que lá domiciliado e contratado.

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2 Seguridade Social. Conceituação

A Constituição Federal no art. 6º estabelece quais os direitos sociais,

elencando entre eles o direito à Previdência Social, a Saúde e a Assistência aos

desemparados.

Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o

trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência

social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos

desamparados, na forma desta Constituição

Antes, no art. 3º, estabelece entre os objetivos fundamentais da República

Federativa do Brasil a construção de uma sociedade livre, justa e solidária. Assim,

como a Previdência Social se baseia no princípio da solidariedade (guardem isso!!)

podemos afirmar, para as provas de direito previdenciário, que ela constitui-se num

dos objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil.

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Como já falamos, a Constituição Federal no art. 194 define seguridade como

“conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da

sociedade, destinada a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência

e à assistência social”. Nós vamos detalhar essa definição, porque sem sombra de

dúvidas, ela é a mais cobrada nas provas.

DESPENCA NA PROVA

5. (TSS – INSS/CESPE - 2016): A Constituição Federal define

seguridade social como um conjunto integrado de áreas de

iniciativa dos poderes públicos e da sociedade, destinadas a

assegurar direitos relativos a saúde, a previdência e

assistência social.

Perfeito!! Essa é exatamente a definição do art. 194 da CF88

6. (Consultor Legislativo - Câmara dos Deputados/CESPE -

2014): A seguridade social compreende um conjunto integrado

de ações destinadas a assegurar os direitos relativos saúde,

previdência e assistência social, tendo entre seus objetivos a

universalidade da cobertura e do atendimento bem como a

uniformidade e a equivalência dos benefícios e serviços as

populações urbanas e rurais.

Correto também. Vamos falar dos princípios mais a frente, mas viram como o

art. 194 se repete em provas?!

Importante dizer, e vamos insistir bastante nisso, que a Seguridade

compreende além da Previdência (não confundir!!), a Assistência Social e a

Saúde, cada área apresentando legislação infraconstitucional específica, em que

pese apresentarem alguns normativos em comum.

7. (ACE - Fiscalização - Especialidade Direito -TCE-PA/CESPE -

2016): A saúde e a assistência social integram a seguridade

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social e são prestadas, independentemente de contribuição, nos

casos legais; já a previdência social apresenta caráter

contributivo.

Vamos falar muito isso durante nosso curso. A Saúde é direito de todos, a

Assistência Social é prestada a quem dela necessitar, ambas

independentemente de contribuição. Já a Previdência Social tem caráter

contribuitivo, ou seja, se aproxima da ideia que temos de um seguro comum. Só

pode receber o benefício o segurado regularmente inscrito e contribuindo para o

sistema. Questão Correta

Essa proteção social existe e decorre do princípio da dignidade da

pessoal humana e busca cumprir, via de regra, que o indivíduo tenha meios de

se sustentar quando não mais o possa fazer (como a velhice ou a invalidez) ou

em ações voltadas a área da saúde.

No Brasil, o Sistema Previdenciário engloba o Regime Geral de Previdência

Social (RGPS), os Regimes Próprios de Previdência (dos servidores públicos

federais, dos militares, etc...) e a Previdência Complementar, que pode ser aberta

ou fechada. Por essa ser uma questão onde os autores divergem muito, vamos

detalhar isso mais para frente no nosso curso, ok?!

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Ou seja, é altamente abrangente, procurando compreender em seu universo

todos os trabalhadores quaisquer que sejam suas rendas ou funções. Lembro

que nossa CF88 ainda prevê que a filiação é obrigatória, o que não significa ser

“obrigado a contribuir” (afinal temos a figura do Segurado Facultativo, que veremos

em outra aula), mas que em determinadas situações previstas em Lei, essa

filiação é sim obrigatória (no caso do segurado empregado, por exemplo).

ATENÇÃO

GUARDEM ISSO !!!Seguridade Social = Previdência

Social + Assistência Social + Saúde

Agora, vamos ao texto da nossa Carta Magna, a gloriosa Constituição Federal

de 1988:

Art. 194. A seguridade social compreende um conjunto integrado de

ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade,

destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à

assistência social.

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Parágrafo único. Compete ao Poder Público, nos termos da lei,

organizar a seguridade social, com base nos seguintes objetivos:

I - universalidade da cobertura e do atendimento;

II - uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às

populações urbanas e rurais;

III - seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e

serviços;

IV - irredutibilidade do valor dos benefícios;

V - eqüidade na forma de participação no custeio;

VI - diversidade da base de financiamento;

VII - caráter democrático e descentralizado da administração,

mediante gestão quadripartite, com participação dos

trabalhadores, dos empregadores, dos aposentados e do

Governo nos órgãos colegiados.

Esse artigo é tão, mas tão importante, que ele é repetido na Lei nº 8.212/91 e

no Decreto 3.048/99. Um detalhe importante, com a EC20 de 1998 o inciso VII do

art. 194 acabou deixando a Lei 8.212/91 desatualizada já que a lei não traz a

parte final do inciso “e do governo nos órgão colegiados”. Mas aqui cabe uma

ressalva!!!

ESSA CONFUNDE

Na Lei nº 8.212/91 e no Decreto 3.048/99, existem também os

princípios e diretrizes da Previdência Social e não só da Seguridade!! Essas

normas tratam diferentemente os Princípios e Diretrizes da Seguridade e os

Princípios e Diretrizes da Previdência. Isso se repete nas normas que tratam

da Saúde e da Assistência Social. Guarde isso agora, mas vamos nos aprofundar

um pouco mais para frente, não se preocupe.

Lembro ainda que o art. 5º da Lei 8.212/91 prevê que as ações nas áreas de

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Saúde, Previdência Social e Assistência Social, conforme o disposto no Capítulo

II do Título VIII da Constituição Federal, serão organizadas em Sistema Nacional

de Seguridade Social, na forma desta Lei. Prevê ainda no art. 9º que as áreas de

Saúde, Previdência Social e Assistência Social serão objeto de leis específicas, que

regulamentarão sua organização e funcionamento (falei dessa normatização

infraconstitucional um pouco antes, lembram?!).

Assim, ficamos, de forma geral, com a Lei 8.742/1993 regulando a Assistência

Social, a Lei 8.080/1990 regulando a Saúde e a Lei 8.213/1991 para a Previdência

Social (a Seguridade como um todo é regulada pela Lei 8.212/1991, OK?!). Eu

citei de “forma geral” porque como nosso direito é extenso, acabamos tendo, vez

ou outra, alguns pontos dessas áreas da Seguridade regulamentado em leis

esparsas.

A definição “A seguridade social compreende um conjunto integrado de

ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a

assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social” é

importantíssima e deve ficar gravada na sua memória. Como falei, as bancas gostam

de uma pegadinha clássica, trocar seguridade por previdência e vice-versa,

fique atento!!!

Esse “conjunto integrado” significa que a Seguridade Social é dever de

todos, literalmente. Não só do Poder Público, mas também da Sociedade.

Portanto, caro concurseiro, guarde bem essas palavras, elas despencam na prova.

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ATENÇÃO

Já falei da diferença entre a Lei nº 8.212/91, o Decreto 3.048/99 e nossa

gloriosa Constituição, sobre a gestão quadripartite, que acabou deixando a Lei nº

8.212/91 desatualizada, mas é sempre bom relembrar, não é mesmo?!

Pois é, mas tem mais uma: No parágrafo único a CF88 diz que compete ao

Poder Público, nos termos da Lei, organizar a Seguridade Social, com base em alguns

objetivos, que falaremos mais a frente. O detalhe é que a Lei 8.212/91 e o Decreto

3.048/99 chamam esses objetivos de “Princípios e Diretrizes”, então cuidado ao

responder a uma questão da prova que cobre no enunciado a literalidade de algum

desses termos, OK?! Lembrando que ainda existem os princípios e diretrizes

somente da Previdência Social, da Assistência e da Saúde nas suas

respectivas Leis reguladoras (caso não se recorde, volte alguns parágrafos!!)

Vamos em frente!!

Mais uma prova do conjunto integrado entre Poder Público e a Sociedade

está no Art. 195, da CF88:

Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade,

de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos

provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito

Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais:

Depois disso o constituinte enumera uma série de contribuições sociais que

falaremos mais para frente em capítulo próprio sobre o Financiamento da Seguridade

Social, mas que reafirmam o caráter solidário da Seguridade (guardem o termo

solidário, ele é importante!!) O princípio da solidariedade está exarado na

Constituição Federal por meio do seu artigo 3º, quando é explicitado que constitui

objetivo fundamental da República Federativa do Brasil construir uma sociedade livre,

justa e solidária (também já comentei isso aqui!!). Essa atuação solidária, decorre

da própria característica dos direitos sociais de segunda geração, que

buscam de certa forma, promover justiça social.

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3 ORGANIZAÇÃO, PRINCÍPIOSCONSTITUCIONAIS E COMPETÊNCIA

LEGISLATIVA

Em relação à Organização da Seguridade Social, o art. 294 do Regulamento

da Previdência Social (nosso Decreto 3.048/1999) prevê que as ações relativas a

Saúde, previdência social e assistência social serão organizadas em Sistema

Nacional de Seguridade Social, com representantes da União, dos Estados, do

Distrito Federal, dos Municípios e da Sociedade Civil. As demais disposições,

estão no Art. 294 a 309 do Decreto 3.048/1999. Elas não são comumente cobradas

em prova, mas uma olhada na letra da lei é sempre bom.

Art. 294. As ações nas áreas de saúde, previdência social e assistência

social, conforme o disposto no Capítulo II do Título VIII da

Constituição Federal, serão organizadas em Sistema Nacional de

Seguridade Social.

Parágrafo único. As áreas de que trata este artigo organizar-se-ão em

conselhos setoriais, com representantes da União, dos Estados,

do Distrito Federal, dos Municípios e da sociedade civil.

Atenção para não confundir, a Lei 8.212/1991 previa a existência de um

Conselho Nacional da Seguridade Social, mas esses termos foram revogados!!

ATENÇÃO

Seguindo, temos na sequência os artigos que tratam do Conselho Nacional

da Previdência Social, órgão superior de deliberação colegiada, que tem como

membros seis representantes do governo federal, nomeados pelo Presidente da

República e nove da sociedade civil, sendo três representantes dos aposentados, três

dos trabalhadores em atividade e por fim, mais três representantes dos

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empregadores, indicados pelas centrais sindicais e confederações nacionais. Ressalto

que as resoluções do Conselho devem ser pulicadas no Diário Oficial da União (DOU).

As competências do Conselho estão discriminadas no Art. 296

CAPÍTULO ÚNICO

DOS ÓRGÃOS COLEGIADOS

Seção I

Do Conselho Nacional de Previdência Social

Art. 295 O Conselho Nacional de Previdência Social, órgão superior de

deliberação colegiada, terá como membros:

I-seis representantes do Governo Federal; e

II-nove representantes da sociedade civil, sendo:

a)três representantes dos aposentados e pensionistas;

b)três representantes dos trabalhadores em atividade; e

c)três representantes dos empregadores.

§1ºOs membros do Conselho Nacional de Previdência Social e seus

respectivos suplentes serão nomeados pelo Presidente da

República, tendo os representantes titulares da sociedade civil

mandato de dois anos, podendo ser reconduzidos, de imediato, uma

única vez.

§2º Os representantes dos trabalhadores em atividade, dos

aposentados, dos empregadores e seus respectivos suplentes serão

indicados pelas centrais sindicais e confederações nacionais.

§3º O Conselho Nacional de Previdência Social reunir-se-á,

ordinariamente, uma vez por mês, por convocação de seu Presidente,

não podendo ser adiada a reunião por mais de quinze dias se houver

requerimento nesse sentido da maioria dos conselheiros.

§4º Poderá ser convocada reunião extraordinária por seu Presidente

ou a requerimento de um terço de seus membros, conforme dispuser o

regimento interno do Conselho Nacional de Previdência Social.

Art.296. Compete ao Conselho Nacional de Previdência Social:

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I- estabelecer diretrizes gerais e apreciar as decisões de

políticas aplicáveis à previdência social;

II- participar, acompanhar e avaliar, sistematicamente, a gestão

previdenciária;

III- apreciar e aprovar os planos e programas da previdência social;

IV- apreciar e aprovar as propostas orçamentárias da

previdência social, antes de sua consolidação na proposta

orçamentária da seguridade social;

V- acompanhar e apreciar, mediante relatórios gerenciais por ele

definidos, a execução dos planos, programas e orçamentos no âmbito

da previdência social;

VI- acompanhar a aplicação da legislação pertinente à

previdência social;

VII- apreciar a prestação de contas anual a ser remetida ao

Tribunal de Contas da União, podendo, se for necessário,

contratar auditoria externa;

VIII- estabelecer os valores mínimos em litígio, acima dos quais será

exigida a anuência prévia do Procurador-Geral ou do Presidente do

Instituto Nacional do Seguro Social para formalização de desistência

ou transigência judiciais, conforme o disposto no art. 353;

IX- elaborar e aprovar seu regimento interno;

X- aprovar os critérios de arrecadação e de pagamento dos

benefícios por intermédio da rede bancária ou por outras

formas; e

XI- acompanhar e avaliar os trabalhos de implantação e manutenção

do Cadastro Nacional de Informações Sociais.

O Artigo 296A criou os Conselhos da Previdência Social, que funcionam

como unidades descentralizadas junto as gerências Executivas do INSS, compostos

por 10 conselheiros e respectivos suplentes. O art. 303 trata do Conselho de

Recursos da Previdência Social, que é órgão colegiado e de controle

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jurisdicional das decisões do INSS, nos processos referentes aos benefícios da

Autarquia. É composto por vinte e nove Juntas de Recursos, que julgam em

primeira instância, quatro Câmaras de Julgamento, responsáveis pelas decisões em

segunda instância e o Conselho Pleno, que tem competência para uniformizar a

jurisprudência previdenciária mediante enunciados.

Importante ressaltar que esses Conselhos não tem nada a ver com as

competências relativas ao recolhimento, cobrança e outras atividades de

arrecadação e fiscalização de contribuições previdenciárias, que é atribuição

da Receita Federal e seus Auditores-Fiscais (como você será um dia, certo??)

ESQUEMATIZOU

Então, se lembram dos princípios lá do artigo 194? Pois bem, vamos

trabalhá-los a exaustão agora.

Princípios, em síntese, foram criados para nortear o estudo, a aplicação e

a normatização do Direto, em suas mais diversas áreas. Como o próprio nome

diz, princípio é aquilo que vem antes, no início, ou seja, deve orientar, sobretudo

ao legislador e ao aplicador da Lei, o caminho a se seguir, em que pese, via

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de regra, não se referirem a casos concretos.

Segundo Miguel Reale, na sua obra Lições Preliminares de Direito, princípios

são:

“enunciações normativas de valor genérico, que

condicionam e orientam a compreensão do ordenamento

jurídico, a aplicação e integração ou mesmo para a elaboração

de novas normas.”

Vamos ao texto da CF88:

Art. 194. A seguridade social compreende um conjunto integrado de

ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade,

destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à

assistência social.

Parágrafo único. Compete ao Poder Público, nos termos da lei,

organizar a seguridade social, com base nos seguintes objetivos:

I - universalidade da cobertura e do atendimento;

II - uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às

populações urbanas e rurais;

III - seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e

serviços;

IV - irredutibilidade do valor dos benefícios;

V - eqüidade na forma de participação no custeio;

VI - diversidade da base de financiamento;

VII - caráter democrático e descentralizado da administração,

mediante gestão quadripartite, com participação dos

trabalhadores, dos empregadores, dos aposentados e do

Governo nos órgãos colegiados.

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3.1 Universalidade da Cobertura e do Atendimento

Aqui é importante diferenciar os dois aspectos: Universalidade da

cobertura e a Universalidade do atendimento. A Universalidade da cobertura

é entendida como aspecto objetivo desse princípio e significa, em síntese, que a

Seguridade Social deve cobrir todas as contingências possíveis, garantindo que

estas pessoas, quando lhe ocorram determinada contingência, estejam cobertas pela

seguridade. Como exemplo, temos a invalidez, morte e aposentadoria. Para cada

contingência, temos um comando legal que garante respectivamente determinado

benefício (aposentadoria, Auxílio-doença, Auxílio-maternidade...)

Por outro lado, a Universalidade do atendimento é o aspecto subjetivo, ou

seja, é enxergada pela ótica do beneficiário, e garante, ou deveria garantir, que a

Seguridade Social tem como objetivo (diretriz ou princípio) o antedimento a todas

as pessoas.

ATENÇÃO

Seguridade = Previdência ( para os segurados/filiados) +

Assistência Social (somente aos necessitados) + Saúde

(para todos independente de contribuição)

Cabe ressaltar que esse princípio tem por objetivo tornar a Seguridade

acessível inclusive a estrangeiros, residentes ou não.

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8. (ATA -DPU/CESPE - 2016): O princípio constitucional da

universalidade da cobertura e do atendimento implica no

entendimento de que o Estado deve prover, por meio da

seguridade social, gratuitamente e independentemente de

contribuição, assistência social, saúde e previdência a todos

que necessitam desses benefícios e serviços.

A assertiva vinha bem, mas ao incluir a previdência a tornou incorreta!!

Lembrem-se: Assistência Social, a quem dela necessitar; Saúde, para todos, e

ambas independente de qualquer contribuição. Já a Previdência Social

somente para quem contribuir!!

9. (TSS – INSS/CESPE - 2016): De acordo com o princípio da

universalidade da seguridade social, os estrangeiros no Brasil

poderão receber atendimento da seguridade social.

Está correto!! A universalidade é justamente isso. Estrangeiros, turistas,

imigrantes, não importa. Se precisarem usar o SUS, por exemplo, poderão fazê-lo.

Isso é universalidade!!

3.2 Uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às

populações urbanas e rurais

A Constituição Federal, em seu art. 7º, trata dos direitos sociais dos

trabalhadores urbanos e rurais e nos diz que, em tese, não deve haver diferenças

entre essas duas classes de trabalhadores. Por isso, nessa mesma toada, a

Seguridade Social também não deve fazer distinção entre eles. Podemos dizer,

assim, que o Constituinte proíbe a criação de benefícios diferentes entre trabalhadores

urbanos e rurais.

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Alguns autores citam que essa uniformidade e equivalência decorre também

da famosa igualdade do Art. 5º da CF88. Por isso, não devemos confundir o

conceito de igualdade previsto na constituição com aquele conceito que temos

normalmente (lembram da célebre frase, “...tratar os desiguais nas medidas das suas

igualdades...?!”), estando mais intimamente ligado a nossa concepção de

isonomia.

Isso justifica, por exemplo, o fato do trabalhador rural ter uma forma de

contribuir para a Seguridade diferente da do trabalhador urbano. É bom ressaltar

que por conta dessa forma diferente de contribuição, em que pese os benefícios

serem os mesmos, aposentadoria, por exemplo, eles não são materialmente

iguais, mas sim equivalentes, como decorre do próprio princípio e da forma de

contribuição diferenciada. Ou seja, recebe o mesmo benefício, mas com valor

proporcional aquilo que contribuiu.

Assim, podemos resumir no sentido de que a Uniformidade diz respeito as

diversas situações (contingências – Velhice, invalidez, morte, etc.) que deverão ser

atendidas pela Seguridade, tanto para os trabalhadores urbanos quanto para os

rurais. Já a Equivalência, significa, como já falado, o valor do benefício de

acordo com a contribuição de cada um.

Nesse sentido, na lição de Marly Cardone, na sua obra Previdência, Assistência,

Saúde: o não trabalho na Constituição de 1988:

“Uniformidade é igualdade quanto ao aspecto objetivo, isto é, no que

se refere aos eventos cobertos. Equivalência é quanto ao valor

pecuniário ou qualidade da prestação”

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3.3 Seletividade e distributividade na prestação dos

benefícios e serviços

Esse é um princípio interessante. Lembram que falei que a Seguridade Social

decorre dos princípios da Solidariedade e da Dignidade da Pessoa Humana?!

Pois então, o princípio da Seletividade e Distributividade na prestação dos

benefícios e serviços é justamente isso. Buscar da melhor forma possível

administrar os escassos recursos da Seguridade Social de forma que as

pessoas mais necessitadas recebam, de certa forma, mais benefícios dos que

aqueles segurados de alta renda (lembram da Assistência Social a quem dela

necessitar?!).

A seletividade nada mais é do que administrar os recursos da

Seguridade Social de forma a “selecionar” aqueles que mais necessitam para

usufruir dos benefícios nos casos das contingências. Inclusive o próprio teto de

benefício do RGPS é decorrência desse princípio, assim como também o salário-família

para os segurados de baixa renda ou o próprio Benefício de Prestação Continuada

(BPC).

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É princípio, em regra, direcionado ao legislador, sempre observados os

demais princípios da Seguridade, para que, assim, o legislador direcione, na medida

do possível, os benefícios a quem mais precise. Alguns autores sugerem que a

seletividade busca ponderar o princípio da universalidade, de modo que andem

sempre em harmonia.

Já a distributividade é umbilicalmente ligada a seletividade e decorre da

ideia de distribuição de renda, buscando sempre que possível, devido a justiça

social, fazer com que os mais necessitados recebam mais recursos oriundos

da Seguridade do que os mais abastados.

10. (Auditor-Fiscal do Trabalho/ESAF - 2010): A Constituição

Federal estabelece objetivos da seguridade social, que a

doutrina constitucionalista de José Afonso da Silva tem

preferido chamar de princípios. Sobre tais objetivos, é correto

afirmar que a distributividade não é uma consequência da

seletividade, na medida em que não se dá mais a quem mais

necessite. A distributividade deve ocorrer de maneira uniforme.

Pelo contrário!! Como estudamos, os princípios estão umbilicalmente

ligados. Como os recursos da Previdência são escassos, o Constituinte determina que

o legislador ao utilizar esses recursos, procure selecionar aqueles que receberão a

maior parte deles dentre os mais necessitados. Justamente para promover a

distributividade.

11. (Auditor e Conselheiro-Substituto – TCE-PR/CESPE - 2016):

O princípio da previdência social que visa conciliar a

universalização, objetiva e subjetiva, do seguro social com a

capacidade econômica do Estado, de modo a cobrir os riscos

sociais reputados mais relevantes, é o da seletividade.

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Correto!! A seletividade é justamente isso, buscar a integração dos recursos,

ou seja, a capacidade econômica do Estado, para os riscos mais relevantes.

Só relembrando que o aspecto objetivo da universalidade diz respeito a cobertura de

todas as contingências e o aspecto subjetivo diz respeito aos sujeitos da ação, ou

seja, a cobertura a todos os beneficiários.

3.4 Irredutibilidade do valor dos benefícios

Esse princípio decorre de outro mandamento constitucional, localizado no Art. 201, §

4.º da nossa CF88:

É assegurado o reajustamento dos benefícios para preservar-

lhes, em caráter permanente, o valor real, conforme critérios

definidos em lei

ATENÇÃO

Alguns autores chamam esse princípio simplesmente de irredutibilidade. Aqui

o principal ponto a ser analisado nesse princípio é se o valor considerado como

irredutível é o valor real ou o valor nominal.

O valor nominal é aquele que o beneficiário recebe na ocorrência da

contingência, por exemplo, R$ 2.000,00 de benefício de aposentadoria. Esse valor de

R$ 2.000,00 não pode ser reduzido. Se depois de 10 anos o segurado continuasse a

receber o mesmo valor, o benefício teria seu valor nominal preservado. Já o valor real

é aquele decorrente da aplicação do dinheiro no tempo, ou seja, que sofre a

influência dos índices de inflação.

Vamos concordar que, principalmente no Brasil, R$ 2.000,00 hoje valerão muito

menos do que R$ 2.000,00 em dez anos. A correção desse valor, é o que garante

então a preservação do valor real, entenderam?!

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Nesse sentido, ressalto que o art. 201, §4º busca garantir a preservação do

valor real somente da Previdência Social, porém no caso da Seguridade como

um todo, podemos entender que somente o valor nominal deve ser preservado,

mas não pelo comando do art. 201, mas pelo princípio aqui estudado presente no art.

194 da CF88.

ESSA CONFUNDE

Preste muita atenção, isso não significa aquela máxima que muitos já devem

ter ouvido de que “Fulano contribuiu sobre 5 salários-mínimos e hoje recebe só

três”!!!

Isso decorre de outros tempos e também de uma previsão no Ato das

Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT) da nossa Constituição. Além disso,

temos o fato de que nos últimos anos a regra do reajuste do Salário Mínimo foi

diferente da regra que reajusta os benefícios (veremos essas regras mais a

frente) Dessa forma, o Salário Mínimo teve no decorrer desses anos reajustes maiores

do que os benefícios do RGPS.

Nesse sentido, para ficar mais claro, no nosso exemplo de aposentadoria de R$

2.000,00, benefício da Previdência, a CF88 garante sua preservação do valor real

(reajustes por conta da inflação e preservação do poder de compra), por conta

do princípio aqui estudado da Irredutibilidade de vencimentos, conjugado com o art.

201, §4º.

Mas lembre-se, esse artigo diz respeito somente a Previdência!! Por

isso aos demais benefícios da Seguridade Social – Assistência Social e Saúde

– somente o valor nominal é garantido, por conta do princípio da

irredutibilidade.

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CAI NA PROVA

12.(Procurador – PGE-PI/CESPE - 2014): O princípio da

irredutibilidade do valor dos benefícios previdenciários é

extensivo saúde e assistência social, sendo obrigatório o

reajuste anual.

Questão incorreta. Ao falar de reajuste anual, a questão nos pede para

analisarmos sobre o prisma da reservação do valor real. Então não confunda:

Preservação do valor real é somente para a Previdência, já a preservação do

valor Nominal diz a respeito a Seguridade como um todo. Atenção aqui!!

13. (Auditor-Fiscal – TCE-SC/CESPE 2016): Maria recebe

proventos de aposentadoria de professora de determinada

universidade federal. A administração verificou irregularidades

na concessão da aposentadoria a Maria, que, sanadas,

resultariam em redução do valor nominal por ela recebido.

Nessa hipótese, conforme o entendimento do Supremo Tribunal

Federal, não é possível a redução do valor nominal da

aposentadoria de Maria, dado o princípio constitucional da

irredutibilidade do valor do benefício.

Questão sobre jurisprudência do STF. O Tribunal entende que “a redução de

proventos de aposentadoria, quando concedida em desacordo com a lei, não

ofende o princípio da irredutibilidade” - (MS/25552/DF) . Questão errada, pois

segundo o STF, é cabível sim a redução.

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Ainda sobre o princípio da Irredutibilidade, destaco que a CF88, no art. 58 do

ADCT, já previa um próprio mecanismo de reajuste (quem não viveu, pelo menos

ouviu falar da hiperinflação dos anos 80 e 90, correto?!). Lembram que falei da

história da vinculação ao salário-mínimo? Então, em parte veio daqui:

Art. 58. Os benefícios de prestação continuada,

mantidos pela previdência social na data da promulgação da

Constituição, terão seus valores revistos, a fim de que seja

restabelecido o poder aquisitivo, expresso em número de salários

mínimos, que tinham na data de sua concessão, obedecendo-se a esse

critério de atualização até a implantação do plano de custeio e

benefícios referidos no artigo seguinte.

Parágrafo único. As prestações mensais dos benefícios atualizadas de

acordo com este artigo serão devidas e pagas a partir do sétimo mês a

contar da promulgação da Constituição.

Ressalto que apesar de chamar de benefícios de prestação continuada, o

Constituinte não se referia somente ao BPC da Assistência Social (falaremos

um pouco do BPC ainda nessa aula, fiquem tranquilos!!)

Para finalizar, chamo mais uma vez a atenção e destaco que antigamente os

Tribunais Superiores entendiam que a preservação do Benefício Previdenciário (não

estamos falando de Assistência Social!!) deveria ser somente em relação ao valor

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nominal, entretanto hoje já essa pacificado o entendimento do STF de que a

preservação do benefício previdenciário deve ser sobre seu valor real.

Ressalto que o STF não tem o mesmo entendimento jurisprudencial em relação

aos benefícios da Seguridade Social como um todo, onde na maior parte dos julgados

garante somente a preservação do valor nominal.

ATENÇÃO

Outro entendimento recente dos nossos tribunais superiores, diz respeito a

deflação ou inflação negativa. Se o beneficio deve preservar o valor real, o que

fazer em caso de deflação? Reduzir o beneficio? O STJ entende que é possível, nos

seguintes termos:

Os índices negativos de correção monetária (deflação) serão

considerados no cálculo de atualização, com a ressalva de que, se, no

cálculo final, de atualização implicar redução do principal, deve

prevalecer o valor nominal

Em outras palavras, isso significa que pode ser aplicado o índice negativo,

entretanto no cálculo final, não pode haver redução no valor nominal

(irredutibilidade, lembram?!)

Concluindo, sempre que a questão fizer referência ao princípio da

irredutibilidade do valor dos benefícios, lembrem-se que o princípio garante a

preservação do valor nominal na Seguridade como um todo. Já se fizer referência

ao mandamento previsto no art. 201 da CF88, ou seja, exclusivamente sobre a

Previdência, ai sim, temos a garantia da preservação do poder de compra, ou

valor real.

3.5 Equidade na forma de participação no custeio

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Equidade não significada igualdade!! É melhor compreendido se

analisarmos pela ótica dos princípios da Isonomia, Capacidade Contributiva e

Solidariedade. Ou seja, quem pode mais deverá contribuir mais.

Em síntese, podemos dizer que as Empresas, por exemplo, pagam

contribuições sobre lucro, faturamento e sobre os salários. Muito mais do que os

empregados, por exemplo. Assim como dentre os segurados empregados também

existe escalonamento de acordo com a renda. Outro exemplo é a contribuição do

trabalhador rural ou do segurado de baixa renda, que é diferente da

contribuição do trabalhador urbano. Não se preocupem, pois na aula onde

abordaremos o financiamento da Seguridade Social aprofundaremos bastante esses

aspectos. Por hora, para compreender o princípio da Equidade é suficiente.

14.(Auditor-Fiscal do Trabalho/ESAF - 2010): A Constituição

Federal estabelece objetivos da seguridade social, que a

doutrina constitucionalista de José Afonso da Silva tem

preferido chamar de princípios. Sobre tais objetivos, é correto

afirmar que a equidade, na forma de participação, significa que

cada fonte de financiamento há de contribuir com valores

iguais.

Questão Errada!! Equidade não é igualdade, lembram!? Equidade é que cada

um contribua para o sistema conforme possa mais ou menos.

15. (Analista Judiciário – TRT-5/FCC - 2013): Em Direito

Previdenciário, torna-se possível a solução de controvérsias

mediante aplicação da equidade, de que é exemplo a concessão

de salário-maternidade para o segurado homem que, em

relação homoafetiva, adota criança.

Questão correta. A equidade, como princípio da Seguridade Social, pode ser

usada no caso de lacunas na legislação ou no caso de controvérsias.

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3.6 Diversidade da base de financiamento

Esse princípio é bastante intuitivo e significa que a base de financiamento não

deve vir somente de um lugar. Solidariedade de novo!! Deve vir das empresas,

do Governo, do Trabalhador e de quem mais possa contribuir.

Essa diversidade busca garantir não só uma melhor equidade (princípio

anterior) mas também garantir que a arrecadação seja preservada caso ocorra algo

excepcional em algum setor da economia, por exemplo. Garantindo, dessa forma,

maior segurança para o Sistema, preservando a arrecadação previdenciária.

Na aula de financiamento da Seguridade falaremos mais sobre isso, mas saiba

que por decorrência desse princípio a CF88 permite no seu Art. 195, §4º que

sejam instituídas outras fontes destinadas a garantir a manutenção da

Seguridade Social.

Segundo o STF e a CF88, essa Lei deve ser Complementar e não Ordinária.

Veremos isso mais a frente. Também define que deve ser observado o Art. 154, I,

assim, novas fontes de custeio só podem ser criadas por meio de lei

complementar, desde que não cumulativas e que não tenham fato gerador ou

base de cálculo próprios dos já discriminados na CF88.

DESPENCA NA PROVA

16.(Procurador da Fazenda Nacional/ESAF - 2012): A

diversidade da base de financiamento decorre do fato de que o

montante de recursos necessários para as ações estatais nas

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áreas de saúde, assistência e previdência é extremamente

elevado.

Questão correta!! Principio da Diversidade da base de financiamento.

17. (Juiz do trabalho substituto/FCC - 2015) No tocante à

seguridade social, considere: A diversidade e base de

financiamento corresponde à diversidade de fontes de custeio.

Correto!! É exatamente isso

3.7 Caráter democrático e descentralizado da administração,

mediante gestão quadripartite, com participação dos

trabalhadores, dos empregadores, dos aposentados e do

Governo nos órgãos colegiados.

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Vamos começar pelo caráter democrático. Devemos entender esse princípio

sobre dois prismas. O primeiro é que a participação na administração pode ser

voluntária. O segundo é que, em tese, a formulação e implementação de

políticas públicas de gestão da seguridade deveriam ter o mesmo peso dos

gestores do sistema. Vemos hoje que isso acontece mais comumente na Saúde e na

Assistência do que na Previdência.

A administração descentralizada e a gestão quadripartite (vem do número

quatro mesmo) significa que tanto trabalhadores, quanto empregadores,

aposentados e Governo devem participar da administração da Seguridade de forma

descentralizada, ou seja, nos vários níveis de Governo ou de entes federados como

Estados e Municípios. Novamente, isso é muito mais percebido na administração da

Saúde e da Assistência Social.

ATENÇÃO

A CF88 prevê lá no seu Art. 10 que os trabalhadores e empregadores têm o

direito de participar nos colegiados dos órgãos públicos em que haja

discussão ou deliberação sobre questões profissionais ou previdenciárias.

Vocês lembram dos Conselhos que a Previdência Social tem, os quais

estudamos na parte de Organização da Seguridade Social? Lembram que eles

tem participação de empregadores, trabalhadores, aposentados e Governo?!

Pois bem, decorre desse princípio.

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GATE – GOVERNO – APOSENTADOS – TRABALHADORES – EMPREGADORES

ESQUEMATIZOU

3.8 PRINCÍPIOS IMPLÍCITOS

Além dos princípios citados, podemos dizer que a Seguridade Social traz

ainda alguns princípios implícitos, alguns deles expressos em outras partes da

CF88, outros por serem citados por alguns autores. Chamamos portanto de

princípios implícitos da Seguridade Social aqueles que não estão listados no

art. 194 da Constituição Federal. Os princípios mais afetos ao Direito

Tributário, como legalidade, anterioridade, noventena e outros, nós

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trataremos na aula sobre o financiamento da Seguridade, OK?!

3.8.1 Preexistência de custeio ou Princípio da Contrapartida

Esse princípio decorre do art. 195, §5º da Constituição Federal:

Nenhum benefício ou serviço da previdência social poderá ser

criado, majorado ou estendido, sem a correspondente fonte de

custeio total.

Assim, o principal objetivo é a manutenção do equilíbrio financeiro-

atuarial da Seguridade. Dessa forma, o Executivo, por exemplo, só pode criar,

majorar ou estender (lembre-se que não é somente criar!!) determinado

benefício desde que esteja coberto por alguma fonte de custeio total, justamente

para preservar o equilíbrio atuarial.

3.8.2 Progressividade das contribuições sociais

Esse assunto confunde bastante o concurseiro por conta dos estudos de Direito

Tributário. Mas, na verdade é bem simples. Isso ocorre porque antes das Emendas

Constitucionais que alteraram esses dispositivos (EC20/98 e EC47/2005) a

progressividade era permitida somente aos impostos. Vejam, o art. 195, §9º

prevê que:

§ 9º As contribuições sociais previstas no inciso I do caput deste artigo

poderão ter alíquotas ou bases de cálculo diferenciadas, em razão

da atividade econômica, da utilização intensiva de mão-de-

obra, do porte da empresa ou da condição estrutural do

mercado de trabalho

Essas contribuições previstas no inciso I citado acima são as contribuições

devidas pelo empregador (Lucro, Faturamento, Salários…). Esse princípio, em

síntese, decorre também do princípio da Equidade da Participação no Custeio,

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assim, o objetivo é que cada um contribua conforme possa mais ou menos,

admitindo-se para isso a progressividade nas contribuições sociais (o melhor

exemplo do conceito de progressividade é o da tabela do Imposto de Renda, lá das

aulas de Direito Tributário)

Ou seja, o constituinte autorizou que não só alíquotas, mas a base de cálculo

também pudesse ser diferenciada. Assim, quatro critérios foram discriminados nesse

parágrafo 9º: Atividade Econômica; Utilização Intensiva da mão de obra, porte

da empresa e condição estrutural do mercado de trabalho

18. (Auditor-Fiscal de Controle Externo – TCE-PI/FCC 2014): As

contribuições sociais do empregador sobre folha de salários,

receita ou lucro não poderão ter alíquotas ou bases de cálculo

diferenciadas, em razão da atividade econômica ou da

utilização intensiva de mão de obra.

Errado!! Acabamos de ver: Quatro critérios foram discriminados nesse

parágrafo 9º: Atividade Econômica; Utilização Intensiva da mão de obra, porte

da empresa e condição estrutural do mercado de trabalho

19. (Analista Executivo – SEGER-ES/CESPE - 2013): Em virtude

do princípio da equidade na forma de participação no custeio, é

possível, no âmbito do regime geral de previdência social, a

estipulação de alíquotas de contribuição social diferenciadas,

de acordo com as diferentes capacidades contributivas

Correto!! Ressalto que a afirmativa estaria correta também se fizesse referência

a progressividade das contribuições sociais.

20. (Procurador da Fazenda Nacional/ESAF - 2012): Constituem

elementos que auxiliam na busca pela equidade, dentre outros,

a possibilidade de que as contribuições possam ter alíquotas

diferenciadas em razão da atividade econômica ou da utilização

intensiva de mão de obra.

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Correto novamente!! Atenção a esse assunto, tendo em vista que é muito

cobrado em provas!!

3.8.3 Solidariedade

Esse princípio decorre do famoso mandamento constitucional:

Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República

Federativa do Brasil:

I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;

ATENÇÃO

Vou falar muito desse princípio aqui. Lembrem-se sempre que é por conta da

Solidariedade que decorrem diversos outros princípios, como a

universalidade da cobertura e do atendimento, uniformidade e equivalência

dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais, seletividade e

distributividade na prestação dos benefícios e serviços e equidade na forma

de participação no custeio. Nada mais é do que tentar mediante a solidariedade,

fazer justiça social.

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21. (Auditor-Fiscal – RFB/ESAF - 2014): A solidariedade que

justifica a cobrança de contribuições pelo aposentado que volta

a trabalhar.

Exatamente. A solidariedade é princípio basilar da Seguridade Social.

Todos devem, na medida de suas capacidades, contribuir para o custeio da

Seguridade.

22. (Auditor-Fiscal – RFB/ESAF - 2014): A solidariedade é

pressuposto para a ação cooperativa da sociedade, sendo essa

condição fundamental para a materialização do Bem-Estar

Social, com a necessária redução das desigualdades sociais.

Correto novamente!! Lembram que falei sobre justiça social e solidariedade?

Não deixem de estudar e compreender o conceito de solidariedade. Com ele, você

pode intuitivamente responder diversas questões!!

3.9 COMPETÊNCIA LEGISLATIVA

Competência Legislativa, nada mais é do que a faculdade (alguns entendem

como obrigação) que o Constituinte concedeu a cada ente federativo, nas suas mais

variadas formas, a edição de normas sobre determinado assunto. Complicado?!

Não, na verdade é bem simples. Provavelmente você já estudou isso em Direito

Constitucional e essa parte da disciplina está umbilicalmente ligada a esse

ramo do direito.

A União foi dada a competência privativa, que nada mais é que aquela espe-

cífica que só um ente pode fazer, entretanto admite delegação, diferentemente da

exclusiva, que não admite delegação. De acordo com artigo 22 da CF 88, o constituin-

te nos disse:

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Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:

(...)

XXIII - Seguridade Social;

(...)

Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar os Estados a le-

gislar sobre questões específicas das matérias relacionadas neste arti-

go

Ou seja, dentre as diversas competências privativas (não exclusivas) da União,

está a Seguridade Social. Repare que no parágrafo único diz que Lei Complementar

(aquela que exige quórum qualificado, lembram?!) poderá autorizar os Estados (e não

os municípios, importante!!) a legislar sobre questões específicas das matérias

relacionados no artigo, entre elas, claro, nossa Seguridade.

Já em relação a competência concorrente, cabe a União determinar as normas

gerais. Uma vez determinadas, aos Estados cabe somente suplementar essas

normas gerais. Entretanto, e isso é bastante cobrado em concursos, nos casos em

que a União não tenha editado lei sobre as normas gerais, os Estados, nesse caso,

podem exercer a competência legislativa plena, tratando portanto de normas ge-

rais sobre aquele assunto. Se Lei Federal superveniente, ou seja, editada após o Esta-

do ter exercido sua competência legislativa plena, as disposições que forem con-

trárias a essa Lei federal, terão sua eficácia suspensa (suspensa, não confundir

com revogada!!)

Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar

concorrentemente sobre:

(...)

XII - Previdência Social, Proteção e Defesa da Saúde;

(...)

§ 1.º No âmbito da legislação concorrente, a competência da União li-

mitar-se-á a estabelecer normas gerais.

§ 2.º A competência da União para legislar sobre normas gerais não

exclui a competência suplementar dos Estados.

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§ 3.º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão

a competência legislativa plena, para atender a suas peculiaridades.

§ 4.º A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a

eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário

Concluindo esse ponto, lembro que é bastante cobrado nos concursos, que a

Previdência Social faz parte da competência concorrente e a Seguridade Soci-

al faz parte da competência privativa. Isso fica claro, por exemplo, quando os es-

tados legislam sobre a previdência dos seus servidores.

23. (ACE - Área Administrativa - Especialidade Direito – TCE-

PA/CESPE - 2016): É competência privativa da União legislar

sobre previdência social, sendo, portanto, vedado aos estados e

ao Distrito Federal legislar sobre essa matéria.

Pegadinha!! A assertiva trocou seguridade por previdência social. Vamos

relembrar que a competência sobre previdência não é privativa e sim concorrente.

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4 SAÚDE

Então, vocês lembram que a Seguridade Social é dividida em

Previdência, Assistência Social e Saúde, certo?! (Se não lembram, voltem ao

início!! Isso despenca na prova!!!). Vamos falar agora sobre a área da SAÚDE. Como

prometido, vamos ao texto da CF88 que vai nos guiar:

Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado,

garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à

redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso

universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção,

proteção e recuperação.

ATENÇÃO

A doutrina majoritária considera o direito a saúde como um direito

subjetivo, onde no polo passivo temos o Estado e no polo ativo todos os que

encontram-se assistidos, independente de contribuição (isso é importante,

pois diferente da Previdência, a Saúde independe de contribuição ou filiação).

Ressalto que a lei específica que regula a Saúde é a 8.080/90, a qual reproduzirei

algumas vezes quando necessário. Também existem dispositivos importantes na Lei

8.212/1991, que regula a Seguridade e falamos aqui por diversas vezes, OK?!

Nesse sentido, ressalto a importância do Art. 2º da Lei 8.212/1991:

Art. 2º A Saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido

mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução

do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e

igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e

recuperação.

Parágrafo único. As atividades de saúde são de relevância pública e

sua organização obedecerá aos seguintes princípios e diretrizes:

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a) acesso universal e igualitário;

b) provimento das ações e serviços através de rede regionalizada e

hierarquizada, integrados em sistema único;

c) descentralização, com direção única em cada esfera de governo;

d) atendimento integral, com prioridade para as atividades

preventivas;

e) participação da comunidade na gestão, fiscalização e

acompanhamento das ações e serviços de saúde;

f) participação da iniciativa privada na assistência à saúde,

obedecidos os preceitos constitucionais.

ATENÇÃO

Meu caros, vou falar de novo e procurar lembrar sempre: Existem os objetivos

da Seguridade Social, previstos no art. 194 da CF88 e repetidos na Lei 8.212/91 e no

Decreto 3.048/99 (onde são chamados de princípios e diretrizes, lembram?!).

Estudamos eles no item anterior. Entretanto, existem tanto na Lei 8.212/91

quanto no Decreto 3.048/99 e nas Leis que regulam cada área da

Seguridade, princípios e diretrizes mais específicos para a Previdência, a

Assistência e a Saúde. Nós aprofundaremos aqui quando necessário, mas de forma

geral, só o que constam na CF88 e na lei 8.212/91 são suficientes para nossa prova.

Trazer mais textos só vai servir para confundir o aluno, OK?!

Em linhas gerais, podemos entender que a saúde é um direito de todos, e

um dever do Estado (atenção as pegadinhas, DEVER DO ESTADO e não da

sociedade, em que pese está estar inserida na Seguridade como um todo).

Importantíssimo, nesse sentido, é a decisão recentíssima do STF que os planos

de saúde devem ressarcir o SUS por procedimentos realizados em pacientes que

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possuem plano. O argumento principal utilizado seria o enriquecimento ilícito dos

planos de saúde. Ou seja, apesar de ser direito de todos e por isso não ser negado

atendimento em um hospital público ao paciente que possuir plano, o STF

considerou constitucional essa cobrança suplementar.

Essa importância a saúde é tão latente que consta também no art. 6° da

Constituição, assim como a Previdência (aqui chamo a atenção que Saúde e

Previdência estão no art. 6º da CF88, mas a assistência social não, mas sim o

termo “assistência aos desemparados”, então cuidado em questões com a

literalidade da CF88). Além disso, a Lei 8.080/90, traduz essa importância nos

seguintes termos, fazendo ressalva inclusive ao fato da saúde expressar a

organização social e econômica do país.

Art. 3o Os níveis de saúde expressam a organização social e

econômica do País, tendo a saúde como determinantes e

condicionantes, entre outros, a alimentação, a moradia, o saneamento

básico, o meio ambiente, o trabalho, a renda, a educação, a atividade

física, o transporte, o lazer e o acesso aos bens e serviços essenciais.

Parágrafo único. Dizem respeito também à saúde as ações que, por

força do disposto no artigo anterior, se destinam a garantir às pessoas

e à coletividade condições de bem-estar físico, mental e social.

Destaco também o acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua

promoção, proteção e recuperação, onde vemos claramente em campanhas

como vacinação contra a febre amarela, Outubro Rosa, Novembro Azul, entre

outras coisas.

Em relação ao texto da Lei 8.212/1991, destacamos os princípios e diretrizes

que, em que pese não serem cobrados com tanta frequência, são de fácil

entendimento. Aqui, basta uma boa leitura da lei citada. Mais uma vez, cuidado

para não confundir com os objetivos, princípios e diretrizes da Seguridade

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Social (você ainda lembra, certo?! Acho que vale a pena ir lá olhar de novo.

Eu espero!!)

Seguindo temos o art. 197 da CF88:

Art. 197. São de relevância pública as ações e serviços de saúde,

cabendo ao Poder Público dispor, nos termos da lei, sobre sua

regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua execução ser

feita diretamente ou através de terceiros e, também, por

pessoa física ou jurídica de direito privado.

PEGADINHA

Eita, que aqui tem pegadinhas boas!! Então vamos ficar atentos. Primeiro a

relevância pública. Não precisamos nem nos aprofundar muito. Depois, cabe ao poder

público, REGULAMENTAR, FISCALIZAR E CONTROLAR. Entretanto (importante!!)

a execução pode ser feita diretamente ou através de terceiros, inclusive pessoal física,

como seu médico de confiança, por exemplo (Guardem isso!!).

Nos termos da Lei 8.080/90, essa participação será viabilizada via contrato ou

convênio, precedidos de licitação (obviamente não nos casos de atividade privada,

mas nos casos, por exemplo de convênios Santas Casas e outras entidades sem fins

lucrativos). Mas aqui, o que você precisa saber para sua prova é que o STF vem

confirmando essa exigência de licitação para contratos ou convênios.

O Sistema Único de Saúde (o famoso SUS) está no art. 198:

Art. 198. As ações e serviços públicos de saúde integram uma

rede regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema

único, organizado de acordo com as seguintes diretrizes:

I - descentralização, com direção única em cada esfera de

governo;

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II - atendimento integral, com prioridade para as atividades

preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais;

III - participação da comunidade.

LEMBRAM DOS PRINCÍPIOS E DIRETRIZES DA SAÚDE, LÁ NA LEI

8.212/91? ENTÃO, VIERAM DAQUI…

Aqui, importante não esquecer, as diretrizes determinam a participação da

comunidade, prioridade na prevenção e descentralização e que esses

princípios não são destinados somente ao poder público, mas aos

particulares que atuam em complementação ao SUS.

§ 1º O sistema único de saúde será financiado, nos termos do art.

195, com recursos do orçamento da seguridade social, da União,

dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, além de outras

fontes.

§ 2º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios aplicarão,

anualmente, em ações e serviços públicos de saúde recursos

mínimos derivados da aplicação de percentuais calculados sobre:

I - no caso da União, a receita corrente líquida do respectivo

exercício financeiro, não podendo ser inferior a 15% (quinze

por cento); (Importante!! – Mudança recente, EC 86/2015)

II – no caso dos Estados e do Distrito Federal, o produto da

arrecadação dos impostos a que se refere o art. 155 e dos recursos de

que tratam os arts. 157 e 159, inciso I, alínea a, e inciso II, deduzidas

as parcelas que forem transferidas aos respectivos Municípios;

(ITCMD, IPVA, ICMS, FPE, IPI e demais repartições de receitas

tributárias)

III – no caso dos Municípios e do Distrito Federal, o produto da

arrecadação dos impostos a que se refere o art. 156 e dos recursos de

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que tratam os arts. 158 e 159, inciso I, alínea b e § 3º. (IPTU, ITBI,

ISS, FPM, IPI e demais repartições de receitas tributárias)

Aqui também não tem muito mistério. Mas vamos lá. É importante lembrar que

a Saúde será financiada com recursos do orçamento da Seguridade Social

(Seguridade = Previdência + Assistência +Saúde, lembram ainda, né?!), além

de outras fontes. A CF88 também determina a aplicação de um percentual

mínimo.

Lembram que falei da mudança recente da EC 86/2015? Então, alterou o artigo

3º abaixo. Agora a Lei Complementar não mais define o inciso primeiro, que

fala da aplicação dos recursos da União, mas o faz somente em relação ao

Estado e Municípios.

§ 3º Lei complementar, que será reavaliada pelo menos a cada

cinco anos, estabelecerá:

I - os percentuais de que tratam os incisos II e III do § 2º;

II – os critérios de rateio dos recursos da União vinculados à saúde

destinados aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, e dos

Estados destinados a seus respectivos Municípios, objetivando a

progressiva redução das disparidades regionais;

III – as normas de fiscalização, avaliação e controle das despesas com

saúde nas esferas federal, estadual, distrital e municipal;

CAI NA PROVA

24. (Defensor Público Estadual-TO/CESPE - 2013): Para que o

usuário possa usufruir dos serviços públicos de saúde será

necessária a contribuição mensal ao SUS.

Fácil, não? A saúde é direito de todos e não exite contraprestação por

parte dos usuários. Questão Errada!!

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Um detalhe interessante e que pode ser considerado recente, é em relação a

figura do agente comunitário de saúde, vejam só:

§ 4º Os gestores locais do sistema único de saúde poderão

admitir agentes comunitários de saúde e agentes de combate às

endemias por meio de processo seletivo público, de acordo com a

natureza e complexidade de suas atribuições e requisitos específicos

para sua atuação.

§ 5º Lei federal disporá sobre o regime jurídico, o piso salarial

profissional nacional, as diretrizes para os Planos de Carreira e a

regulamentação das atividades de agente comunitário de saúde e

agente de combate às endemias, competindo à União, nos termos da

lei, prestar assistência financeira complementar aos Estados, ao

Distrito Federal e aos Municípios, para o cumprimento do referido piso

salarial.

§ 6º Além das hipóteses previstas no § 1º do art. 41 e no § 4º do

art. 169 da Constituição Federal, o servidor que exerça funções

equivalentes às de agente comunitário de saúde ou de agente de

combate às endemias poderá perder o cargo em caso de

descumprimento dos requisitos específicos, fixados em lei, para o

seu exercício.

Vejam que interessante!! O agente de saúde pode ser admitido por

processo seletivo público, que, em tese, é mais rápido que um concurso

tradicional. Compete também a União prestar assistência financeira

complementar aos Estados e Municípios. Já a Lei Federal citada nos parágrafos 5º e

6º já existe, é a Lei 11.350/2006.

Podemos dizer, então que o Agente de Saúde não segue um regime

estatutário nem celetista, mas um regime híbrido ou sui generis, previsto

nesta Lei federal citada. Lembram do foco nas atividades preventivas? Então, os

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agentes comunitários de saúde e agentes de combate às endemias são reflexo dessa

diretriz!!

No artigo 197, a CF88 fala que a execução pode ser feita diretamente ou

através de terceiros e também por pessoa física ou jurídica de direito

privado. Pois bem, o artigo 199, fala mais sobre isso:

Art. 199. A assistência à saúde é livre à iniciativa privada.

§ 1º As instituições privadas poderão participar de forma

complementar do sistema único de saúde, segundo diretrizes deste,

mediante contrato de direito público ou convênio, tendo preferência

as entidades filantrópicas e as sem fins lucrativos.

§ 2º É vedada a destinação de recursos públicos para auxílios ou

subvenções às instituições privadas com fins lucrativos.

§ 3º - É vedada a participação direta ou indireta de empresas ou

capitais estrangeiros na assistência à saúde no País, salvo nos casos

previstos em lei.

§ 4º A lei disporá sobre as condições e os requisitos que facilitem

a remoção de órgãos, tecidos e substâncias humanas para fins de

transplante, pesquisa e tratamento, bem como a coleta,

processamento e transfusão de sangue e seus derivados, sendo

vedado todo tipo de comercialização.

Ou seja, a assistência a saúde é livre a iniciativa privada e as instituições

atuam de forma complementar ao SUS. Fica vedada a destinação de recursos

públicos a entidades sem fins lucrativos, assim como a comercialização de

órgãos e tecidos para transplante.

Por fim, ainda na parte constitucional sobre Saúde, temos o Art. 200 falando

sobre as competências do SUS, lembrando que pelo próprio texto da CF88, essa lista

não é exaustiva, pelo contrário, uma nova Lei pode determinar outras

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atribuições ao Sistema Único de Saúde!! Nesses incisos, destaco o controle,

fiscalização e participação em medicamentos, ações de vigilância sanitária e

epidemiológica (Febre Amarela, Zika, assunto atual!!) e fiscalizar e inspecionar

alimentos

Art. 200. Ao sistema único de saúde compete, além de outras

atribuições, nos termos da lei:

I - controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias

de interesse para a saúde e participar da produção de medicamentos,

equipamentos, imunobiológicos, hemoderivados e outros insumos;

II - executar as ações de vigilância sanitária e

epidemiológica, bem como as de saúde do trabalhador;

III - ordenar a formação de recursos humanos na área de saúde;

IV - participar da formulação da política e da execução das ações

de saneamento básico;

V - incrementar, em sua área de atuação, o desenvolvimento

científico e tecnológico e a inovação;

VI - fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido o

controle de seu teor nutricional, bem como bebidas e águas para

consumo humano;

VII - participar do controle e fiscalização da produção,

transporte, guarda e utilização de substâncias e produtos

psicoativos, tóxicos e radioativos;

VIII - colaborar na proteção do meio ambiente, nele

compreendido o do trabalho.

25. (Analista Judiciário - Área Judiciária – TRT-2/FCC - 2014):As áreas e serviços públicos de saúde constituem um sistemaúnico, organizado de acordo com diretrizes determinadas.Dentre elas, está o atendimento integral, com prioridade paraas atividades preventivas.

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Questão correta. Cobrou a literalidade do art. 198, inciso II da CF 88:

Art. 198. As ações e serviços públicos de saúde integram uma

rede regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema único,

organizado de acordo com as seguintes diretrizes:

I - descentralização, com direção única em cada esfera de

governo;

II - atendimento integral, com prioridade para as

atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais;

III - participação da comunidade.

26. (Analista-Técnico Administrativo – DPU/CESPE -

2016): A assistência à saúde deve ser exercida pelo poder

público por intermédio do Sistema Único de Saúde, sendo

admitida a participação da iniciativa privada de forma

complementar, desde que esse serviço seja prestado por

entidades filantrópicas e sem fins lucrativos.

Questão Errada. A inciativa privada participa de forma suplementar e as

entidades filantrópicas têm preferência e não exclusividade.

5.ASSISTÊNCIA SOCIAL

Vamos falar da segunda área da Seguridade Social, a Assistência Social.

Regulada pela Lei 8.742/1993, apresenta, da mesma forme que a área da

Saúde e da Previdência, dispositivos importantes na Lei 8.212/91 e no

Decreto 3.048/99. Mas inicialmente, vamos ao texto da nossa Carta Magna:

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Art. 203. A assistência social será prestada a quem dela

necessitar, independentemente de contribuição à seguridade

social, e tem por objetivos:

I - a proteção à família, à maternidade, à infância, à

adolescência e à velhice;

II - o amparo às crianças e adolescentes carentes;

III - a promoção da integração ao mercado de trabalho;

IV - a habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de

deficiência e a promoção de sua integração à vida comunitária;

V - a garantia de um salário mínimo de benefício mensal à

pessoa portadora de deficiência e ao idoso que comprovem não

possuir meios de prover à própria manutenção ou de tê-la

provida por sua família, conforme dispuser a lei.

Aqui, logo de cara, temos algo muito cobrado em concurso!! A Assistência

Social será prestada a quem dela necessitar, independentemente de

contribuição à Seguridade Social!! Vamos esclarecer. A Saúde é de acesso a todos,

lembram? A Previdência para quem contribuir, mas e a Assistência? Ah não!! A

Assistência Social é somente para os mais necessitados!! Já falei aqui do

artigo 6º da Constituição: “assistência aos desamparados”, não é mesmo?!

27. (Procurador – PGE-RN/FCC - 2014): Tendo em vista o

objetivo da universalidade da cobertura e do atendimento,

princípio vetor do sistema de seguridade social brasileiro,

contexto no qual está inserida a previdência social, todo aquele

que seja alcançado por um risco social terá direito a benefícios

previdenciários, levando-se em conta apenas a efetiva

existência de necessidade social.

Questão errada. Reparem que a questão apesar da redação difícil, faz

referência a Assistência Social e não a Previdência, que como já falamos, só dispõe de

benefícios quem contribuir para tanto.

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28. (Defensor Público – DPE-TO/CESPE - 2013): A assistência

social atende os hipossuficientes, por meio da concessão de

benefícios, independentemente de contribuição

Questão correta. A Assistência Social independe de contribuição.

29. (Analista Técnico de Políticas Sociais – MPOG/ESAF -

2012): São objetivos da Assistência Social, definidos no artigo

203 da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988,

entre outros, a garantia de um salário-mínimo de benefício

mensal pessoa que comprove não possuir qualquer renda.

ATENÇÃO

Questão incorreta. Não é “não possuir qualquer renda”, mas segundo a CF88 é

“ a garantia de um salário mínimo de benefício mensal à pessoa portadora de

deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover à própria

manutenção ou de tê-la provida por sua família, conforme dispuser a lei.”

Seguindo, nos incisos I a IV temos claramente a finalidade da Assistência Social,

que é buscar a integração dos menos favorecidos, em consonância com o

princípio da Dignidade da Pessoal Humana e da solidariedade (lembram dela?!)

No inciso V temos o famoso BPC, Benefício de Prestação Continuada, pago

aos portadores de deficiência e aos idosos que comprovem não possuir meios para

sua própria manutenção, conforme dispuser a Lei.

Já falei que cada área da Seguridade teria sua lei específica. Pois bem, lá no iní-

cio da aula eu disse que Lei que regulava especificamente a Assistência Social era a

Lei 8.742/1993 e essa Lei define, para o recebimento do BPC, o idoso como a pes-

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soa com idade superior a 65 anos, cuja família tenha uma renda mensal de

no máximo 1/4 de salário-mínimo por pessoa e define a pessoa portadora de

deficiência como aquela que deve comprovar que a deficiência obstrui a sua

participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as

demais pessoas e cuja família não perceba renda mensal superior a 1/4 de

salário-mínimo por pessoa.

Em relação ao BPC, muitos autores consideram esse termo “continuada” erra-

do, tendo em vista que em teoria o benefício deveria ser temporário. Aqui ressalto

que alguns julgados recentes dos nossos tribunais superiores retiraram do conceito

de renda para recebimento do BPC e cálculo da renda per capita exigida o be-

nefício previdenciário de até um salário-mínimo recebido por integrante do

núcleo familiar.

Inclusive em decisões do STJ, o Tribunal entende que esse critério não pode

ser o único para determinar a miserabilidade do individuo, podendo, por ou-

tros meios de prova que não a renda pura e simples, determinar o direito a

Assistência Social.

Entendido até aqui? Vamos em frente!! As diretrizes da assistência social estão o

Art. 204, a CF88:

Art. 204. As ações governamentais na área da assistência social

serão realizadas com recursos do orçamento da seguridade

social, previstos no art. 195, além de outras fontes, e

organizadas com base nas seguintes diretrizes:

I - descentralização político-administrativa, cabendo a

coordenação e as normas gerais à esfera federal e a

coordenação e a execução dos respectivos programas às

esferas estadual e municipal, bem como a entidades

beneficentes e de assistência social;

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II - participação da população, por meio de organizações

representativas, na formulação das políticas e no controle das ações

em todos os níveis.

Parágrafo único. É facultado aos Estados e ao Distrito Federal

vincular a programa de apoio à inclusão e promoção social até cinco

décimos por cento de sua receita tributária líquida, vedada a

aplicação desses recursos no pagamento de:

I - despesas com pessoal e encargos sociais;

II - serviço da dívida;

III - qualquer outra despesa corrente não vinculada diretamente

aos investimentos ou ações apoiados.

Aqui temos itens importantíssimos e que frequentemente confundem o

candidato. Prestem muita atenção!! As ações da Assistência Social são realizadas com

recursos do Orçamento da Seguridade Social, claro, pois junto com a Saúde e a

Previdência temos ai o trinômio da Seguridade Social (acho que já ficou claro, não é

mesmo?!).

Da mesma maneira, uma das diretrizes da Assistência é a

descentralização Político Administrativa, onde a coordenação e as normas

gerais cabem ao governo federal e a execução às esferas estaduais e

municipais, bem como as famosas EBAS, Entidades Beneficentes e de

Assistência Social.

CAI NA PROVA

30. (Auditor-Fiscal – RFB/ESAF - 2014): O entendimento do

Supremo Tribunal Federal, no que toca à imunidade de que

gozam as entidades beneficentes de assistência social, é no

sentido de que se entendem por serviços assistenciais as

atividades continuadas que visem a melhoria de vida da

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população e cujas ações, voltadas para as necessidades

básicas, observem os objetivos, os princípios e as diretrizes

estabelecidos em lei.

A lei 8.742/83 prevê que:

Art. 23. Entendem-se por serviços socioassistenciais as atividades

continuadas que visem à melhoria de vida da população e cujas ações,

voltadas para as necessidades básicas, observem os objetivos,

princípios e diretrizes estabelecidos nesta Lei

Acontece que essa alteração é de 2011!! A redação original chamava os

serviços socioassistenciais somente de assistenciais, como está no enunciado da

questão. A ESAF deveria ter anulado a questão, mas não o fez porque alegou que o

comando da questão se referia a jurisprudência do STF. De fato, encontramos alguns

julgados do STF se referindo ao antigo art. 23 da Lei 8.742/93 e ao termo

“assistenciais” e não “socioassistenciais”. Portanto a assertiva foi considerada correta.

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31. (Defensor Público – DPU/CESPE - 2007): A assistência

social será prestada a quem dela necessitar,

independentemente da contribuição à seguridade social.

Entretanto, no tocante à garantia de um salário-mínimo de

benefício mensal à pessoa portadora de deficiência e ao idoso

que comprovem não possuir meios de prover a própria

manutenção ou de tê-la provida por sua família, há exigência

de contribuição social.

Fácil essa, hein?! Não há exigência de contribuição social para os

benefícios da assistência social!! Questão errada.

Temos ainda a famosa participação da população, por meio de organizações

representativas. E, importante, é FACULTADO (não obrigatório) aos Estados e ao

Distrito Federal (e não a União) vincular a programa de apoio a inclusão e

promoção social até cinco décimos por cento de sua receita tributária líquida,

vedados a utilização desses cinco décimos em pagamento de pessoal,

serviços da dívida e qualquer outra despesa corrente não vinculada

diretamente aos investimentos ou ações para qual foram destinados os

recursos inicialmente. Apesar de pouco cobrado em concursos da área fiscal,

devemos ficar atentos a literalidade da Lei, pois as bancas adoram pegadinhas com

alguns termos, como por exemplo, trocar a palavra “Facultado” pelo “Obrigatório”.

Prezados, eu disse que além dos objetivos da Seguridade Social previstos na

CF88 e dos princípios e diretrizes previstos na Lei 8.212/91 cada lei específica de cada

área da Seguridade também trazia objetivos, princípios e diretrizes adicionais ou

complementares, sempre em consonância com o que manda a Constituição

Federal.

Pois bem, achei interessante mostrar para vocês, adicionalmente, o texto da Lei

Orgânica da Assistência Social (LOAS), Lei 8.742/93, na parte que

praticamente repete o Art. 203 da Lei 8.212/1991. Em que pesem não serem

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muito cobrados em concursos que não pedem o estudo específico da Lei 8.742/93,

compreendê-los é de fundamental importância para o estudo da Assistência Social.

Como a leitura da lei seca não é muito prática, uma rápida olhada acredito já

ser suficiente.

Art. 1º A assistência social, direito do cidadão e dever do Estado, é

Política de Seguridade Social não contributiva, que provê os

mínimos sociais, realizada através de um conjunto integrado de

ações de iniciativa pública e da sociedade, para garantir o

atendimento às necessidades básicas.

Art. 2o A assistência social tem por objetivos:

I - a proteção social, que visa à garantia da vida, à redução de

danos e à prevenção da incidência de riscos, especialmente:

a) a proteção à família, à maternidade, à infância, à

adolescência e à velhice;

b) o amparo às crianças e aos adolescentes carentes;

c) a promoção da integração ao mercado de trabalho;

d) a habilitação e reabilitação das pessoas com deficiência e a

promoção de sua integração à vida comunitária; e

e) a garantia de 1 (um) salário-mínimo de benefício mensal à

pessoa com deficiência e ao idoso que comprovem não possuir

meios de prover a própria manutenção ou de tê-la provida por

sua família;

II - a vigilância socioassistencial, que visa a analisar

territorialmente a capacidade protetiva das famílias e nela a

ocorrência de vulnerabilidades, de ameaças, de vitimizações e

danos;

III - a defesa de direitos, que visa a garantir o pleno acesso

aos direitos no conjunto das provisões socioassistenciais.

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Parágrafo único. Para o enfrentamento da pobreza, a assistência social

realiza-se de forma integrada às políticas setoriais, garantindo

mínimos sociais e provimento de condições para atender contingências

sociais e promovendo a universalização dos direitos sociais.

(...)

Art. 4º A assistência social rege-se pelos seguintes princípios:

I - supremacia do atendimento às necessidades sociais sobre as

exigências de rentabilidade econômica;

II - universalização dos direitos sociais, a fim de tornar o

destinatário da ação assistencial alcançável pelas demais políticas

públicas;

III - respeito à dignidade do cidadão, à sua autonomia e ao seu

direito a benefícios e serviços de qualidade, bem como à convivência

familiar e comunitária, vedando-se qualquer comprovação vexatória de

necessidade;

IV - igualdade de direitos no acesso ao atendimento, sem

discriminação de qualquer natureza, garantindo-se

equivalência às populações urbanas e rurais;

V - divulgação ampla dos benefícios, serviços, programas e

projetos assistenciais, bem como dos recursos oferecidos pelo

Poder Público e dos critérios para sua concessão.

Art. 5º A organização da assistência social tem como base as

seguintes diretrizes:

I - descentralização político-administrativa para os Estados, o

Distrito Federal e os Municípios, e comando único das ações em cada

esfera de governo;

II - participação da população, por meio de organizações

representativas, na formulação das políticas e no controle das ações

em todos os níveis;

III - primazia da responsabilidade do Estado na condução da

política de assistência social em cada esfera de governo.

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6. PREVIDÊNCIA SOCIAL

Bom, agora é hora de descansar, comer alguma coisa, alongar, porque vai

começar a parte mais pesada e importante da aula de hoje. Vamos falar agora da

Previdência Social (Eu já falei que Seguridade = Previdência + Assistência +

Saúde??)

INTERVALO

Para começar, um ponto que confunde bastante: Os princípios da

Previdência Social (e não só da seguridade) que constam na lei 8.212/91,

são diferentes dos da Lei 8.213/91 e tem uma pequena diferença em relação

aos que estão no Decreto 3.048/99. – Já falei isso em capítulos anteriores,

lembram? Mas vou detalhar melhor na próxima aula, quando falaremos sobre o

Regime Geral de Previdência Social. Por enquanto, vamos ficar com a versão mais

atualizada, a que está no Decreto 3.048/99:

Art.4ºA previdência social rege-se pelos seguintes princípios e

objetivos:

I- universalidade de participação nos planos previdenciários;

II- uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às

populações urbanas e rurais;

III- seletividade e distributividade na prestação dos benefícios;

IV- cálculo dos benefícios considerando-se os salários-de-contribuiçãocorrigidos monetariamente;

V- irredutibilidade do valor dos benefícios, de forma a preservar-lheo poder aquisitivo;

VI- valor da renda mensal dos benefícios substitutos do salário-de-contribuição ou do rendimento do trabalho do segurado não inferior

ao do salário mínimo; e

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VII-c aráter democrático e descentralizado da administração, mediante

gestão quadripartite, com participação dos trabalhadores, dosempregadores, dos aposentados e do governo nos órgãos colegiados.

ESSA CONFUNDE

Aqui o raciocínio é o mesmo de quando falei sobre a Saúde e Assistência e as

diretrizes que não constavam na CF88, mas sim nas leis que regulam cada área

da Seguridade. Não são comumente cobrados em prova, mas uma leitura atenta e

que se faça um paralelo com os objetivos da Seguridade Social previstos na

CF88 (estes sim, despencam na prova) e com o que estudamos aqui. Isso vai

ajudar a ter uma visão mais ampla da disciplina.

Bem parecidos, não?! Cuidado então nas questões que tratem a literalidade do

dispositivo. Detalharemos oos princípios exclusivos da Previdência na próxima aula

Vamos lá!! Continuando, vamos ressaltar o que prevê nossa gloriosa Carta Mag-

na que este ano completa 30 anos:

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Art. 201. A Previdência Social será organizada sob a forma de regime

geral (Regime Geral da Previdência Social - RGPS), de caráter con-

tributivo e de filiação obrigatória, observados critérios que preser-

vem o equilíbrio financeiro e atuarial, e atenderá, nos termos da

lei, a:

I - Cobertura dos eventos de doença, invalidez, morte e idade

avançada;

II - Proteção à maternidade, especialmente à gestante

III - Proteção ao trabalhador em situação de desemprego involuntá-

rio;

IV - Salário Família e Auxílio Reclusão para os dependentes dos segu-

rados de baixa renda, e;

V - Pensão por Morte do segurado, homem ou mulher, ao cônjuge ou

companheiro e dependentes, observado o disposto no § 2.º

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32. (Juiz do Trabalho - TRT-3/2013): Previdência Social é o sis-

tema pelo qual, mediante contribuição, as pessoas vinculadas a

algum tipo de atividade laborativa e seus dependentes ficam

resguardadas quanto a eventos de infortunística, ou outros que

a lei considere que exijam um amparo financeiro ao indivíduo,

mediante prestações pecuniárias ou serviços.

Questão correta!! Deixei essa aqui para vocês terem a ideia de que uma ques-

tão com a redação mais rebuscada ou truncada (o objetivo de algumas bancas, da

ESAF inclusive, é confundi-lo já no enunciado) fica fácil ao termos estudado e com-

preendido a matéria e não somente decorá-la.

Primeiro ponto a ser abordado e importantíssimo para sua prova é que a Previ-

dência tem caráter contribuitivo. Isso significa que ela se assemelha a ideia de se-

guro que nós temos. Assim, só pode usufruir de seus benefícios em caso de con-

tingência se estiver regularmente segurado. Lembro mais uma vez (e é impor-

tante!!) que a Previdência, por seu caráter contribuitivo, só atende a quem contribuir,

diferente da Assistência, para quem dela necessitar e a Saúde, para todos, in-

dependente de contribuição.

ATENÇÃO

Pessoal, lembro que nas aulas sobre benefícios falaremos a exaustão sobre

cada uns dos incisos do art. 201 da CF88. Por enquanto, como essa aula é para tratar

da parte constitucional, vamos tentar resumir para que quando chegue mais na frente

na parte pesada do curso, vocês não fiquem perdidos. Mas, de qualquer forma, é

importante estudar essa parte com comprometimento, porque muitas ques-

tões de concursos saem desses dispositivos. Vamos lá!!

Em relação ao equilíbrio financeiro e atuarial, podemos dividi-los em dois. O

equilíbrio financeiro, podemos dizer que é a garantia da equivalência e equilíbrio

das receitas previdenciárias com os gastos para o pagamento desses benefícios (essa

conta é muito utilizada para explicar o “rombo” da Previdência), normalmente diz

respeito a um exercício financeiro.

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Já o equilíbrio atuarial, diz respeito ao equilíbrio de receitas futuras com os

recursos projetados para pagamento dos benefícios. Podemos dizer que represen-

ta a busca pelo equilíbrio para não “quebrar” no futuro.

Cobertura dos eventos de doença, invalidez, morte e idade avançada

Esse inciso é aquele que temos normalmente mais contato. Busca cobrir as

contingências geradas por doença, invalidez, morte e idade avançada. Lembro

mais uma vez que essas coberturas são da Previdência e não da Seguridade no

geral, portanto atenção em questões que buscam confundir o candidato!!

Hoje temos como benefício para eventos de doença o Auxílio-doença e o Auxí-

lio-acidente; para invalidez, a aposentadoria por invalidez (não confundir com o be-

nefício da Assistência Social ao deficiente!!); para eventos de morte, a pensão

por morte e, por fim, para a Idade Avançada as tão faladas aposentadorias por idade

ou tempo de contribuição.

Proteção à maternidade, especialmente à gestante

Esse dispositivo tem como benefício o Salário Maternidade. A parte “especial-

mente a gestante” não exclui outras formas de maternidade, como a adoção, do

rol protetivo. Isso é importante, principalmente nos dias atuais.

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Proteção ao trabalhador em situação de desemprego involuntário

Aqui vamos por partes. Primeiramente vamos ressaltar que o benefício previ-

denciário previsto nas Leis 8.212/91 e 8.213/91 que cobre a contingência de de-

semprego, não é o auxílio-desemprego, mas sim a concessão que a lei dá ao trabalha-

dor segurado desempregado de permanecer um tempo sem recolher suas contribui-

ções e ainda permanecer coberto para contingências. A esse período damos o

nome de período de graça. Este período é aquele em que o segurado mantém seu

vínculo com o sistema, ainda que sem contribuir.

O alumo vai perguntar: Mas e o Seguro-Desemprego? Ah, o seguro-desem-

prego, apesar de não ser administrado pelo INSS, também tem características de

benefício previdenciário, em que pese não se aplicarem a ele os critérios pre-

vistos nas leis citadas acima.

Vejam o que diz o art. 9º da Lei 8.213/91:

§ 1o O Regime Geral de Previdência Social - RGPS garante a cobertura

de todas as situações expressas no art. 1o desta Lei, exceto as de de-

semprego involuntário, objeto de lei específica, e de aposentadoria

por tempo de contribuição para o trabalhador de que trata o § 2o do

art. 21 da Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991.

Nesse sentido, ele não integra os benefícios do Regime Geral de Previ-

dência Social, até por exclusão legal, mas não se pode negar, e assim é entendido

pela grande maioria da doutrina e da jurisprudência, que o Seguro-Desemprego

possui natureza de benefício previdenciário. Cabe ressaltar, que a CF88 prevê

que o Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) destinado ao Programa do Se-

guro-Desemprego é constituído também pelas contribuições sociais do

PIS/PASEP e, por fim, a Lei 7998/90, em seu art. 22, prevê que os recursos do

FAT integrarão o orçamento da seguridade social na forma da legislação vi-

gente.

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Salário-Família e Auxílio-reclusão para os dependentes dos segurados de

baixa renda

Chamo atenção para o fato de que esses benefícios (não se preocupe agora

com critérios de concessão, período e valor, por exemplo, já que nós veremos

isso com mais profundidade nas aulas sobre benefícios), apesar de se aproxi-

marem do conceito de benefícios da assistência social, são benefícios da Pre-

vidência e para receberem os beneficiários precisam contribuir para a Previ-

dência.

Um exemplo disso, é que muitas pessoas acham que o auxílio-reclusão é pago

a qualquer detento. Na verdade, além do preso (antes de ser preso, óbvio) ser segu-

rado da Previdência, ele também precisa ser de baixa renda (vamos detalhar o au-

xílio-reclusão em aula própria, OK!!)

Pensão por Morte do segurado, homem ou mulher, ao cônjuge ou compa-

nheiro e dependentes, observado o disposto no § 2.º

Começando pela parte final do inciso, a Pensão por morte não será inferior

a um salário-mínimo. Lembro que isso significa a cota da pensão, ou seja, o segu-

rado que morreu deixa a pensão de um salário-mínimo. Entretanto, digamos que ele

deixou dois dependentes. Nesse caso cada um receberá metade do SM e não um

salário-mínimo cada um, OK?! Por fim, a pensão é aquela quando o segurado mor-

re, ele deixa aos seus dependentes. Tranquilo, não?!

ESQUEMATIZOU

Nunca é demais lembrar!! Guardem nosso quadrinho:

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DESPENCA NA PROVA

33. (Auditor – TCE-PR/CESPE - 2016): A seguridade social ca-

racteriza-se pela contribuição direta do beneficiário do seguro

social, embora se admitam benefícios assistenciais como o se-

guro-desemprego.

Questão Errada. São dois erros. Primeiro o Seguro-Desemprego não é be-

nefício assistencial e a Seguridade não se caracteriza pela contribuição do

beneficiário, que tem mais a ver com a Previdência

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34. (Inédita): A Assistência Social caracteriza-se, entre outras

coisas, pelo benefício da aposentadoria por invalidez aos segu-

rados de baixa renda.

Não!! Não confundam. O benefício da assistência social aos deficientes

não tem nada a ver com a aposentadoria por invalidez, que é benefício da

Previdência Social!! A CF88 prevê: “ a garantia de um salário-mínimo de benefício

mensal à pessoa portadora de deficiência e ao idoso que comprovem não possuir

meios de prover à própria manutenção ou de tê-la provida por sua família,

conforme dispuser a lei.”

35. (Analista-Tributário – RFB/ESAF - 2012): É vedada a utiliza-

ção dos recursos provenientes das contribuintes sociais do em-

pregador incidentes sobre a folha de salários para a realização

de despesas distintas das enumeradas na Constituição. Logo, é

vedada a aplicação de recursos dessa origem na cobertura dos

eventos de doença, invalidez, morte e idade avançada.

Questão Errada. Realmente é proibido a utilização dos recursos proveni-

entes das contribuintes sociais do empregador incidentes sobre a folha de

salários, além das contribuições do próprio trabalhador para a realização de

despesas distintas das enumeradas na Constituição. Mas essas despesas são

justamente as de doença, invalidez, morte e idade avançada. Logo não são vedadas,

como a questão sugeriu.

36. Estagiário de Direito - INSS/AGU -2015) EC 20/98, ao res-

tringir a concessão do salário-família e do auxílio-reclusão aos

dependentes dos segurados de baixa renda, tornou efetivo o

princípio da seletividade e distributividade na prestação dos be-

nefícios.

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Questão correta!! Exatamente isso. A Seletividade e a Distributividade

pressupõem que os recursos são escassos e devem ser direcionados aqueles

que mais necessitam.

Ainda no Art. 201 da Constituição Federal:

§ 1.º É vedada a adoção de requisitos e critérios diferencia-

dos para a concessão de aposentadoria aos beneficiários do Re-

gime Geral de Previdência Social (RGPS), ressalvados os casos de

atividades exercidas sob condições especiais que prejudi-

quem a saúde ou a integridade física e quando se tratar de

segurados portadores de deficiência, nos termos definidos em

lei complementar.

Aqui, o dispositivo trata dos requisitos para concessão da aposentadoria, que,

em regra, não devem apresentar distinção (repare que aqui diz respeito ao Regi-

me Geral e não ao Regime próprio dos servidores). O grande mote desse inciso

é que ele traz as ressalvas que o constituinte entendeu como pertinentes, mais uma

vez de acordo com a ideia de solidariedade e justiça social.

ATENÇÃO

Essas ressalvas dizem respeito a atividades exercidas sob condições espe-

ciais que prejudiquem a saúde ou a integridade física (por exemplo atividades in-

salubres) e também nos casos dos portadores de deficiência.

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Os que exercem atividades sob condições especiais se aposentam, em regra,

com menos anos de contribuição do que os trabalhadores “em condições normais”. A

depender da atividade o do grau de insalubridade da atividade, por exemplo, podem

se aposentar com até mesmo 15 anos de contribuição.

Já em relação aos portadores de deficiência, a lei que trata dessa aposen-

tadoria e seus critérios diferenciados é a Lei Complementar n.º 142/2013, regulamen-

tada pelo Decreto n.º 8.145/2013

Seguindo, temos no segundo parágrafo:

§ 2.º Nenhum benefício que substitua o Salário de Contribuição ou o

rendimento do trabalho do segurado terá valor mensal inferior ao

salário-mínimo.

Aqui temos uma arma que as bancas podem usar para pegar o concurseiro de-

satento. Em regra, o benefício que substitua o salário de contribuição não pode

ser inferior ao mínimo, tudo bem, aqui sem problemas. Mas repare que é salário

de contribuição ou o rendimento do trabalho e não o total da remuneração!!

Muitas vezes o salário de contribuição é diferente da remuneração, isso porque exis-

tem diversas verbas que até se enquadram no conceito de rendimentos, mas não

são consideradas salário de contribuição, como auxílio-alimentação, auxílio-

creche e outras verbas indenizatórias, por exemplo. Muita atenção aqui!!

ATENÇÃO

Agora, mais atenção!! Os benefícios que substituem o salário de contri-

buição não podem ser inferiores ao mínimo, entretanto, outros benefícios

(que não substituem o salário de contribuição) podem sim ser inferiores ao

salário-mínimo, OK!?

§ 3.º Todos os Salários de Contribuição considerados para o cálculo de

benefício serão devidamente atualizados, na forma da lei.

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Dispositivo autoexplicativo. Ao se calcular o benefício para a aposentado-

ria, todos os salários de contribuição serão atualizados. A lei 8.212/91, usa a

expressão “corrigidos monetariamente”. Por exemplo, R$ 1000,00 há dez anos se-

rão corrigidos na forma da lei para valor presente para que o aposentando não fique

prejudicado no cálculo do seu benefício.

A correção está prevista na Lei 8213/91, no art. 29B e prevê como índi-

ce de correção mensal o INPC do IBGE.

Art. 29-B. Os salários-de-contribuição considerados no cálculo do valor

do benefício serão corrigidos mês a mês de acordo com a variação in-

tegral do Índice Nacional de Preços ao Consumidor - INPC, cal-

culado pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Esta-

tística - IBGE

Vamos em frente!!

§ 4º É assegurado o reajustamento dos benefícios para preservar-lhes,

em caráter permanente, o valor real, conforme critérios definidos

em lei

Explicamos bem esse inciso quando falamos do Princípio da irredutibilidade

do valor dos benefícios. Lembro que a preservação do valor real diz respeito

somente a Previdência Social, já para a Seguridade Social, de forma geral, a

redução proibida diz respeito ao valor nominal, não confundam, OK?!

A regra para a preservação do valor real está também na Lei 8.213/91,

no seu Art. 41A

Art. 41-A. O valor dos benefícios em manutenção será reajustado,

anualmente, na mesma data do reajuste do salário mínimo, pro

rata, de acordo com suas respectivas datas de início ou do último rea-

justamento, com base no Índice Nacional de Preços ao Consumi-

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dor - INPC, apurado pela Fundação Instituto Brasileiro de Geo-

grafia e Estatística - IBGE

Aqui um rápido comentário para diferenciar os artigos anteriormente citados. A

atualização dos salários de contribuição (portanto antes da aposentadoria ou

pensão, por exemplo) será feita mês a mês pelo INPC, já o reajuste dos benefícios

será feito anualmente, na mesma data do salário-mínimo, também pelo INPC.

Lembro que as regras de reajuste do salário-mínimo atualmente vigentes são dife-

rentes. As disposições sobre o reajuste do salário-mínimo estão na Lei

13.152/2015 e são, em síntese, INPC do ano anterior mais PIB de dois anos antes.

37. (Defensor Público – DPE-RO/CESPE - 2012): A

irredutibilidade do valor dos benefícios tem como escopo

garantir que a renda dos benefícios previdenciários preserve

seu valor real segundo critérios estabelecidos por lei, sem

qualquer vinculação ao salário-mínimo, dada a vedação de sua

vinculação para qualquer fim.

Questão correta. A vedação ao salário-mínimo para qualquer fim está prevista

no art. 7º da CF88. Já a irredutibilidade do valor dos benefícios é o que garante que o

benefício preserve seu valor real (poder de compra ao passar do tempo)

38. (Auditor-Fiscal – TCE-SC/CESPE - 2016): Maria recebe pro-

ventos de aposentadoria de professora de determinada univer-

sidade federal. A administração verificou irregularidades na

concessão da aposentadoria a Maria, que, sanadas, resultariam

em redução do valor nominal por ela recebido. Nessa hipótese,

conforme o entendimento do Supremo Tribunal Federal, não é

possível a redução do valor nominal da aposentadoria de Maria,

dado o princípio constitucional da irredutibilidade do valor do

benefício.

Questão sobre jurisprudência do STF. O Tribunal entende que “a redução de

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proventos de aposentadoria, quando concedida em desacordo com a lei, não

ofende o princípio da irredutibilidade” - (MS/25552/DF). A decisão é correta,

erro administrativo, fraude, entre outras, não pode ser utilizado como

argumento para irredutibilidade dos benefícios. Questão errada.

§ 5.º É vedada a filiação ao Regime Geral de Previdência Social

(RGPS), na qualidade de segurado facultativo, de pessoa participante

de Regime Próprio de Previdência (RPPS).

Esse dispositivo também requer atenção aos detalhes. Ele veda ao participante

de Regime Próprio (Servidor Público, por exemplo) a participação como Segurado

Facultativo no Regime Geral. O Segurado facultativo, resumindo, é aquele que

contribui por conta própria. Mas reste bem atenção, a proibição diz respeito somente

ao servidor que queira ser segurado facultativo. Mas não fala nada em ser, além

de segurado no regime próprio do seu ente federado, como por exemplo, o

Servidor que trabalha como professor em uma instituição de ensino privada

(Segurado Empregado) ou um médico concursado da Prefeitura que também

atende em seu consultório particular (Contribuinte Individual).

ATENÇÃO

Os conceitos de Segurado Facultativo e de Segurado Individual confun-

dem um pouco no início, mas não se preocupe com eles agora que os deta-

lharemos em aula própria, OK?! Por enquanto guarde que a proibição desse inciso

é somente para o Servidor também se filiar ao RGPS como Segurado Facultativo. Mar-

que qualquer questão que diga que é proibido ao servidor se filiar ao Regime Geral

como errada, porque como vimos ele pode sim, na condição de Segurado Empregado

ou como Contribuinte Individual.

Por sua vez, o Art. 55, § 5. da Instrução Normativa INSS/PRESS nº 77/2015

traz um entendimento um pouco distinto, vejamos:

§ 5º É vedada a filiação como segurado facultativo no RGPS para os

participantes do RPPS, não podendo ser consideradas, para qualquer

efeito, as contribuições vertidas para o RGPS do:

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I - servidor público civil ou militar da União, do Estado, do DistritoFederal ou do Município, bem como o das respectivas autarquias efundações, sujeito a regime próprio de previdência social, inclusiveaquele que sofreu alteração de regime jurídico, no período de 6 demarço de 1997, data da publicação do RBPS, aprovado pelo Decreto nº2.172, de 5 de março de 1997, véspera da vigência da EmendaConstitucional nº 20, de 1998, exceto o que acompanha cônjugeque presta serviço no exterior;II - servidor público civil da União, do Estado, do Distrito Federal ou doMunicípio, bem como o das respectivas autarquias e fundações salvona hipótese de afastamento sem vencimento e desde que nãopermitida, nesta condição, contribuição ao respectivo regimepróprio a partir de 16 de dezembro de 1998, data da publicaçãoda Emenda Constitucional nº 20, de 1998; eIII - servidor público efetivo civil da União, de suas respectivasAutarquias ou Fundações, participante de RPPS, inclusive nahipótese de afastamento sem vencimentos, a partir de 15 demaio de 2003, data da publicação da Lei nº 10.667, de 14 de maio de2003.

Mas o que isso significa? Essa IN proíbe o servidor federal de ser segurado fa-

cultativo, ainda que esteja em licença sem vencimentos. Mas não proíbe o servi-

dor dos demais entes de que caso estejam em licença sem vencimentos, possam vir a

se filiar ao RGPS como Segurado Facultativo, desde que o Estatuto dos Servidores

de seus respectivos entes, não permitam a contribuição ao regime próprio

durante a licença sem vencimentos.

Caso seja permitido, o Servidor não poderá vir a ser segurado facultativo ain-

da que não opte por contribuir. E como é essa contribuição? O Servidor de licença

sem vencimentos, recolhe ele mesmo seus 11% (ou 14%, depende do Ente) sobre

seu salário de contribuição, assim, ainda que de licença sem vencimentos, ele

não perde tempo de contribuição!!

ESSA CONFUNDE

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Repare que essa diferença na IN entre os servidores Federais e os demais

ocorre porque no âmbito da União é permitido esse recolhimento quando de

licença sem vencimentos, justamente por conta da Lei nº 10.667/2003, que

alterou a famosa Lei 8.112/90. Portanto, ainda que as regras fosse iguais, o Servi-

dor Federal não poderia ser Segurado Facultativo porquanto existe a opção de conti-

nuar contribuindo individualmente para seu regime próprio. Assim, automaticamente

ele incidiria na mesma hipótese do Servidor Estadual e Municipal que tem a opção de

contribuir para o regime próprio quando de licença sem vencimentos.

Assim, pelas regras da Instrução Normativa INSS/PRESS nº 77/2015, o único

servidor que poderia ser segurado facultativo é o Servidor Estadual, Distrital e Munici-

pal, quando de licença sem vencimentos e desde que o Ente Federado não lhe

dê a opção de, mesmo de licença sem vencimentos, continuar contribuindo para

seu regime próprio. Nesse caso, para quando o servidor estiver de licença

não perder tempo de contribuição, ele poderia se filiar como Segurado Facul-

tativo, OK?!

Não se preocupem, para nossa prova isso dificilmente será cobrado. Esqueçam

a letra da instrução normativa e foquem na explicação, acredito que já é suficiente.

39. (Juiz Federal Substituto – TRF-1/CESPE - 2013) A pessoa

participante de regime próprio de previdência pode filiar-se, na

qualidade de segurado facultativo, ao regime geral de

previdência social, se para ele contribuir.

Vamos tentar entender a lógica da questão. Em provas que não exigem o

aprofundamento em normas secundárias, fique sempre com o texto da CF88. A

Constituição diz explicitamente que é proibido participante de regime próprio se filiar

ao regime geral como segurado facultativo. Mas e a explicação da IN do INSS que

falamos acima? Bom, como a questão não fez referência a essa norma, então

não vamos fugir do texto constitucional, OK?! Além disso a questão fala em

“participante”, em tese, ao sair de licença sem vencimentos e sem a opção de

continuar contribuindo, não estaria portanto o servidor na condição de

participante. Questão Errada.

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§ 6.º A gratificação natalina dos aposentados e pensionistas terá por

base o valor dos proventos do mês de dezembro de cada ano.

Regra simples (pelo menos uma!!). Os aposentados também tem direito ao 13º

salário (na verdade, benefício), conhecido como gratificação natalina. E essa grati-

ficação terá por base o salário de dezembro. Em regra o reajuste dos benefícios

ocorre no início do ano, mas pouco importa, será o valor do benefício de dezem-

bro que será utilizado como base. O único porém é que o salário de dezembro

será dividido em 12 avos, para pagamento proporcional daqueles que começa-

ram a receber o benefício depois de janeiro. Por exemplo, caso tenha começado

a receber o benefício em julho, em dezembro o beneficiário receberá 6/12

dos proventos de dezembro como gratificação natalina, mas sempre como

base os proventos do mês de dezembro.

§ 7.º É assegurada aposentadoria no Regime Geral de Previdência So-

cial (RGPS), nos termos da lei, obedecidas as seguintes condições:

I - 35 anos de contribuição, se homem, e 30 anos de contribui-

ção, se mulher, e;

II - 65 anos de idade, se homem, e 60 anos de idade, se mulher,

reduzido em 5 anos o limite para os trabalhadores rurais de am-

bos os sexos e para os que exerçam suas atividades em regime de

economia familiar, nestes incluídos o produtor rural, o garim-

peiro e o pescador artesanal.

§ 8.º Os requisitos a que se refere o inciso I do parágrafo anterior se-

rão reduzidos em 5 anos, para o professor que comprove exclusiva-

mente tempo de efetivo exercício das funções de magistério na

educação infantil e no ensino fundamental e médio.

§ 9.º Para efeito de aposentadoria, é assegurada a contagem recíp-

roca do tempo de contribuição na administração pública e na ativi-

dade privada, rural e urbana, hipótese em que os diversos regimes de

previdência social se compensarão financeiramente, segundo crité-

rios estabelecidos em lei

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Esses parágrafos, sem dúvida, serão os mais alterados com a reforma da previ-

dência, se ela acontecer é claro. Lembro que assim que a reforma sair vou dispo-

nibilizar uma aula sobre ela para deixar nosso curso atualizadíssimo, OK?!

ESSA CONFUNDE

Primeiramente, vamos ressaltar que essas regras dos parágrafos 7º e 8º valem

somente para os benefícios do Regime Geral e não são aplicáveis aos Servi-

dores Públicos, que tem regras próprias previstas lá no art. 40 da CF88.

O parágrafo 7º trata de forma genérica dos requisitos para aposentadoria por

idade e por tempo de contribuição. Em relação ao tempo de contribuição, sem

mistérios, 35 anos para homem e 30 para mulheres. Em relação a aposenta-

doria por idade, 65 anos para os homens e 60 para mulheres, com redução de

5 anos para os trabalhadores rurais de ambos os sexos e para os que exerçam

suas atividades em regime de economia familiar, nestes incluídos o produtor

rural, o garimpeiro e o pescador artesanal.

Alguns podem perguntar porque esses trabalhadores e também as mulheres

têm essas benesses previstas no texto constitucional e a resposta é simples, lembra

do que falei sobre Equidade e Solidariedade? Então, o constituinte entendeu

que essa era uma forma de trazer justiça para esses critérios de aposentado-

ria.

Mesmo caso é o parágrafo 8º que trata da redução de 5 anos do tempo de con-

tribuição (e não da idade!!) para o professor que comprove exclusivamente tem-

po de efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil e no

ensino fundamental e médio.

ATENÇÃO

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Aqui também temos um detalhe importante. O tempo precisa ser exclusiva-

mente na atividade de magistério, ainda que tal benesse não alcança os profes-

sores universitários. Em que pese a redução do tempo de contribuição não

contemplar os professores universitários, a Lei de Diretrizes e Bases

(9.344/1996), ampliou o conceito de funções de magistério previsto na CF88 para

não somente os professores, mas também para especialistas em educação, que

além do exercício da docência, exerçam funções de direção de unidade esco-

lar e as de coordenação e assessoramento pedagógico.

Já o art. 9º fala da compensação financeira. Isso significa que será assegu-

rada a contagem recíproca do tempo de contribuição na administração pública

e na atividade privada, rural e urbana, independente onde o trabalhador con-

tribuiu. Por exemplo, 5 anos no regime geral, 10 no Regime Próprio do Estado do Rio

de Janeiro e 20 anos no Regime Próprio dos Servidores da União, valem para os 35

anos de contribuição, justamente pela contagem recíproca e pela compensação

determinada na CF88 .

Assim, nessa hipótese, os diversos regimes de previdência social se

compensarão financeiramente, segundo critérios estabelecidos em lei

Vale dizer, que o STF já decidiu que o tempo de serviço rural também

pode ser utilizado para a contagem recíproca prevista no art. 9º, desde que o

segurado tenha recolhido nesse tempo as respectivas contribuições

DESPENCA NA PROVA

40. (Analista Judiciário – TRT-2/FCC - 2014): Para efeito de

aposentadoria perante o regime próprio, o tempo de contribui-

ção regularmente feito pelo segurado no regime geral poderá

ser computado, hipótese em que os diversos regimes previden-

ciários se compensarão financeiramente.

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Questão Correta!! Exatamente o que prevê o texto constitucional.

§ 10. Lei disciplinará a cobertura do risco de acidente do trabalho, a

ser atendida concorrentemente pelo Regime Geral de Previdência Soci-

al (RGPS) e pelo setor privado.

Esse parágrafo trata da cobertura do risco do acidente de trabalho e determina

solidariedade entre o Regime Geral e o Setor Privado. Falaremos mais sobre esse

item e a contribuição social relativa a acidentes de trabalho mais para frente em outra

aula. Para essa aula, basta que você guarde que o risco de acidente de traba-

lho é concorrente entre o RGPS (podemos dizer Setor Público) e pelo Setor

Privado.

§ 11. Os ganhos habituais do empregado, a qualquer título, serão

incorporados ao salário para efeito de contribuição previden-

ciária e consequente repercussão em benefícios, nos casos e na forma

da lei.

Lembram-se que falei do salário de contribuição e que nem todos os ganham

o integravam? Pois bem, existem alguns subterfúgios para que o empregador e até

mesmo o próprio segurado diminuam seu salário de contribuição, que é recebendo

parcelas com os mais diversos nomes para fugir da tributação previdenciária. Mas

para isso, a CF88 previu que caso os ganhos sejam habituais devem integrar

o salário de contribuição.

§ 12. Lei disporá sobre Sistema Especial de Inclusão Previdenciá-

ria para atender os trabalhadores de baixa renda e àqueles sem

renda própria que se dediquem exclusivamente ao trabalho do-

méstico no âmbito de sua residência, desde que pertencentes a fa-

mílias de baixa renda, garantindo-lhes acesso a benefícios de valor

igual a um salário-mínimo

§ 13. O Sistema Especial de Inclusão Previdenciária de que trata o §

12 deste artigo terá alíquotas e carências inferiores às vigentes

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para os demais segurados do Regime Geral de Previdência So-

cial

Mais dois artigos decorrentes do princípio da equidade na forma de partici-

pação no custeio. O Sistema Especial de Inclusão Previdenciária é de certa for-

ma recente. Seu principal propósito é incluir no sistema previdenciário aqueles

trabalhadores de baixa renda, princialmente os não empregados, que não te-

nham condições de contribuir para o sistema. Vejam que não só as carências

são inferiores, mas também as alíquotas. Um exemplo disso é a alíquota de 5% dos

Microempreendedores Individuais (MEI) e do Segurado Facultativo domésti-

co de Baixa Renda (por exemplo, diaristas, costureiras, entre outras, desde que de

baixa renda)

CAI NA PROVA

41. (Procurador Especial de Contas – TCE-ES/CESPE - 2009): O

sistema de inclusão previdenciária dos trabalhadores de baixa

renda deve ter alíquotas e carências inferiores às vigentes para

os demais segurados do Regime Geral de Previdência Social.

Questão correta. Está lá no § 13°, do art. 195 da CF88: O sistema especial

de inclusão previdenciária de que trata o § 12° deste artigo terá alíquotas e

carências inferiores às vigentes para os demais segurados do Regime Geral

de Previdência Social

42.(Inédita) O Sistema Especial de Inclusão Previdenciária de-

corre do princípio da Equidade na forma de participação no cus-

teio e, assim, busca mediante alíquotas e carências inferiores

às vigentes para os demais segurados, conceder benefícios pro-

porcionais ao salário de contribuição.

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Opa!! Questão errada. O Sistema Especial de Inclusão Previdenciária decorre

sim no princípio da Equidade, mas seu benefício é com valor igual a um salário-

mínimo e não proporcional ao salário de contribuição.

Vamos em frente, aqui transcrevemos o art. 202 da CF88

Art. 202. O regime de previdência privada, de caráter complemen-

tar e organizado de forma autônoma em relação ao Regime Geral de

previdência Social, será facultativo, baseado na constituição de re-

servas que garantam o benefício contratado, e regulado por lei com-

plementar

§ 1.º A lei complementar de que trata este artigo assegurará ao par-

ticipante de planos de benefícios de entidades de previdência privada o

pleno acesso às informações relativas à gestão de seus respec-

tivos planos.

Esse artigo trata da previdência complementar. Primeiro, chamo atenção que a

Previdência Complementar será organizada de forma autônoma ao RGPS. Ela tam-

bém será facultativa e regulado por Lei Complementar. Atenção que as bancas

adoram cobrar hipóteses de Lei Complementar!!

§ 2.º As contribuições do empregador, os benefícios e as condições

contratuais previstas nos estatutos, regulamentos e planos de benefí-

cios das entidades de previdência privada não integram o contrato de

trabalho dos participantes, assim como, à exceção dos benefícios con-

cedidos, não integram a remuneração dos participantes, nos termos

da lei.

§ 3.º É vedado o aporte de recursos à entidade de previdência pri-

vada pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios, suas autarqui-

as, fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista e ou-

tras entidades públicas, salvo na qualidade de patrocinador, situ-

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ação na qual, em hipótese alguma, sua contribuição normal po-

derá exceder a do segurado.

§ 4.º Lei complementar disciplinará a relação entre a União, Esta-

dos, Distrito Federal ou Municípios, inclusive suas autarquias, funda-

ções, sociedades de economia mista e empresas controladas direta ou

indiretamente, enquanto patrocinadoras de entidades fechadas de pre-

vidência privada, e suas respectivas entidades fechadas de previdência

privada.

§ 5.º A lei complementar de que trata o parágrafo anterior aplicar se-

á, no que couber, às empresas privadas permissionárias ou concessio-

nárias de prestação de serviços públicos, quando patrocinadoras de

entidades fechadas de previdência privada.

§ 6.º A lei complementar a que se refere o § 4.º deste artigo estabele-

cerá os requisitos para a designação dos membros das diretorias das

entidades fechadas de previdência privada e disciplinará a inserção dos

participantes nos colegiados e instâncias de decisão em que seus inte-

resses sejam objeto de discussão e deliberação.

Para finalizar, temos esses dispositivos que não são muito cobrados em concur-

so (entretanto uma leitura atenta é sempre bom, princialmente nas exigências relati-

vas a Lei Complementar). Chamo a atenção para o fato de que o ente público só

pode realizar aportes a fundo de previdência complementar como patrocina-

dor, é o caso por exemplo do POSTALIS dos Correios, PREVI , na Caixa e do PETROS

da Petrobras. Além disso a contribuição normal do ente público não pode ser maior

que a do segurado. No FUNPRESP, por exemplo, que é a previdência complementar

dos servidores federais, se o participante contribui com 8.5%, o governo também con-

tribui com esse valor.

É isso. Encerramos então a aula de hoje. Até a próxima aula.

Me sigam nas redes sociais!!

Grande abraço, Julio Araujo

E-mail: [email protected]

Instagram: @julio2caraujo

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7 Anotações

COMPLEMENTO DO ALUNO

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8 Questões Comentadas

QUESTÕES COMENTADAS

43. (TSS – INSS/CESPE - 2016): A universalidade da coberturae do atendimento inclui-se entre os princípios que regem asações dos poderes públicos e da sociedade destinadas aassegurar o direito relativo saúde, previdência e assistênciasocial.

Questão Correta. Praticamente a literalidade da CF88.

44. (Juiz do Trabalho – TRT-16 /2015): A solidariedade podeser considerada um postulado fundamental do Direito daSeguridade Social previsto implicitamente na Constituição

Questão correta!! Lembram o que falei sobre o princípio da solidariedade?! Ele nãoestá expresso no art. 194, por isso grande parte da doutrina o considera implícito.

45. (Analista de Comércio Exterior – MDIC/ESAF - 2012): Nos

termos da atual redação da Constituição, são objetivos

estabelecidos para a organização da seguridade social, entre

outros, a seletividade e distributividade na prestação dos

benefícios e serviços.

Correto!! Decorem os princípios do Art. 194 da CF88!! Eles salvam provas!!

46. (Juiz Federal – TRF-5/CESPE - 2015): A universalidade de

cobertura restringe-se ao aspecto objetivo da seguridade

social, ao passo que a universalidade de atendimento, ao

aspecto subjetivo.

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Questão correta!! Aspectos objetivos dizem respeitos as tipos de contingênciascobertas e o aspecto subjetivo diz respeito aos beneficiários atendidos ecobertos por essas contingências.

47. (Juiz Federal Substituto – TRF-1/CESPE - 2013): A

seguridade social compreende um conjunto integrado de aıes

de iniciativa dos poderes públicos e da sociedade destinadas a

assegurar os direitos relativos ao trabalho, saúde, previdência

e assistência social.

Questão errada!! Literalidade da Lei!! Trabalho não faz parte da SeguridadeSocial!!

48. (Defensor Público-TO/CESPE - 2013): No Brasil, a

seguridade social é caracterizada por uma administração

democrática e descentralizada, mediante gestão quadripartite,

com participação, nos órgãos colegiados, dos trabalhadores,

empregadores, pensionistas e do governo.

Questão Errada!! Letra da lei novamente. Não existe participação dospensionistas na gestão quadripartite.

49. (Procurador da Fazenda Nacional/ESAF - 2007): À luz da

Previdência Social definida na Constituição Federal e na

legislação infraconstitucional, é errado afirmar que no Brasil,

existe mais de um sistema de previdência. O sistema público

caracteriza-se por ter filiação compulsória. O sistema privado

caracteriza-se por ter filiação facultativa.

A questão está errada. O próprio enunciado faz referência aos dois sistemas previstosna CF88, o Publico, de filiação obrigatória e o Privado de adesão facultativa.Ou seja, não é “errado” afirmar, mas “correto” afirmar

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50. (Advogado da União/CESPE - 2012): De acordo com a

jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, é correto afirmar

que o direito à proteção da seguridade social, no Brasil, é

garantido apenas aos segurados de um dos regimes

previdenciários previstos em lei. O indivíduo que não contribui

para nenhum desses regimes não faz jus à referida proteção.

Mais uma questão tentando confundir a Seguridade (Previdência + Assistência +Saúde) com a única área contribuitiva, que é a Previdência Social. Guarde isso, poisdespencam nas provas.

51. (Auditor-Fiscal do Trabalho/CESPE - 2013): A meta da

universalidade da cobertura e do atendimento a que se refere a

CF é a de que as ações destinadas a assegurar os direitos

relativos à saúde, previdência e assistência social alcancem

todas as pessoas residentes no país, sem nenhuma distinção.

Questão correta. Vejam só: A universalidade da cobertura e do atendimento daSeguridade é justamente isso. Alcançar todas as pessoas sem qualquerdistinção. Não confundir com a previdência para quem dela contribuir, a assistência,para quem dela necessitar e a saúde, que é direto de todos independente decontribuição.

52. (Procurador -PB/FCC - 2013): A Seguridade Social está

inserida na Constituição da República Federativa do Brasil como

objetivo da ordem social, cabendo ao Poder Público organizá-la

com base em alguns objetivos ou princípios. Assim sendo, a

escolha de um plano básico compatível com a força econômico-

financeira do sistema e as reais necessidades dos protegidos,

refere-se ao objetivo ou princípio da seletividade na prestação

dos benefícios e serviços.

Questão correta!! Perfeita definição do princípio da Seletividade. Como falamos, osrecursos da Seguridade são escassos, então o constituinte direcionou ao legislador oprincípio da Seletividade, com a finalidade de que os benefícios fossemdirecionados primeiramente e principalmente aos mais necessitados.

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53.(Juiz Federal – TRF-5/CESPE - 2013): De acordo com a CF,

nenhum benefício pago pela previdência social pode ter valor

inferior a um salário-mínimo.

Questão errada!! O que a CF proíbe é que benefício que substitua o salário decontribuição não pode ser inferior ao mínimo. O salário-família por exemplo, queé benefício previdenciário que não substitui o salário de contribuição, não apresentavedação para que seja menor que o salário-mínimo.

54. (Auditor-Fiscal – RFB/ESAF - 2010): A respeito da Ordem

Social e princípios constitucionais da Seguridade Social, as

contribuições sociais da empresa podem ter alíquotas

diferenciadas.

Questão correta. Literalidade do Art. 195, § 9.º, CF88, que prevê que as contribuiçõessociais previstas no inciso I do caput deste artigo (contribuição do empregador)poderão ter alíquotas ou bases de cálculo diferenciadas, em razão daatividade econômica, da utilização intensiva de mão de obra, do porte daempresa ou da condição estrutural do mercado de trabalho. Lembro que essetexto faz referência a contribuição do empregador e não do empregado!

55. (Juiz do Trabalho – TRT-5/CESPE - 2013): Apesar de a

elaboração da proposta de orçamento da seguridade social ser

efetuada de forma integrada pelos órgãos por ela responsáveis,

a execução do orçamento é realizada por cada área

separadamente.

Questão correta. Vejamos o texto da CF88, em seu Art. 195, § 2: “A proposta deorçamento da seguridade social será elaborada de forma integrada pelosórgãos responsáveis pela Saúde, Previdência Social e Assistência Social,tendo em vista as metas e prioridades estabelecidas na lei de diretrizesorçamentárias, assegurada a cada área a gestão de seus recursos. ” Assim, aproposta será elaborada de forma integrada, mas a CF88 assegura a cada área agestão de seus recursos.

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56. (Analista Judiciário – TRT-16/FCC - 2014): Terá direito ao

recebimento de um salário mínimo mensal, conforme dispuser a

lei, a pessoa com deficiência e o idoso que comprovem não

possuir meios de prover propria manutenção ou de tê-la

provida por sua família, desde que contribuam para a

seguridade social.

Não!! Pessoal, repetindo: Para acesso aos benefícios da Assistência Social não énecessário contribuir para a Seguridade!!

57.(Assistente Prev – RIOPREVIDÊNCIA/CEPERJ - 2014): Os

sistemas previdenciários europeus costumam ser criticados

pela abrangência dos benefícios e pela remuneração das

prestações percebidas pelos aposentados e pensionistas. Uma

das primeiras providências orçamentárias utilizadas consiste

em limitar o pagamento dos benefícios percebidos. No Brasil,

uma das proteções contra essa política consiste na denominada

flexibilidade.

Questão errada!! A limitação dos pagamentos dos benefícios não tem nada a ver com

flexibilidade, mas sim com a seletividade!! Lembram-se que falei que o próprio teto

dos benefícios do RGPS é decorrência da Seletividade e Distributividade?!

58. (Juiz do Trabalho – TRT-5/CESPE - 2013): Excetuados

determinados setores da economia, verifica-se, no

financiamento da seguridade social, que os empregadores, em

geral, pagam uma contribuição previdenciária incidente sobre

folha de remuneração de pessoal, em percentual superior ao

deduzido dos vencimentos dos trabalhadores respectivos. Essa

diferenciação decorre da seletividade tributária.

Questão errada. Essa afirmação decorre na verdade do princípio da equidade na forma

de participação no custeio e não da seletividade. Vamos falar sobre essas formas de

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contribuição em aula própria, mas em regra, a Empresa paga sobre a folha 20% sobre

a remuneração, sem limite. Já os empregados pagam em regra, 8%, 9% ou 11%

sobre o salário, a depender da remuneração e limitados ao teto do RGPS.

59. (Analista do Seguro Social – INSS/Funrio - 2014): Para

efeito dos benefícios previstos no Regime Geral de Previdência

Social RGPS) ou no serviço público é assegurada a contagem

recíproca do tempo de contribuição na atividade privada, rural

e urbana, e do tempo de contribuição ou de serviço na

administração pública, hipótese em que os diferentes sistemas

de previdência social se compensarão financeiramente.

Questão corretíssima!! Praticamente a literalidade do texto constitucional.

60. (Auditor-PR/CETRO - 2014): Sobre os princípios do Direito

Previdenciário, assinale a alternativa correta.

a) A diferença de tratamento dado aos trabalhadores urbanos e

rurais não fere o Princípio da Uniformidade, uma vez que ela

existe em função da diferença existente entre as atividades

exercidas.

b) A seletividade é um princípio voltado para o legislador e não

diretamente aos beneficiários e beneficiados da proteção

social.

c) A universalidade de cobertura está relacionada às pessoas

que têm direito à proteção social.

d) Universalidade de atendimento está vinculada ao objeto

passível de prevenção, proteção e recuperação.

e) Os objetivos da seguridade social não se confundem com os

princípios da seguridade social.

GABARITO LETRA B

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a) Errado. A doutrina e a jurisprudência entendem que esse princípio é mitigado

já que apesar dos benefícios em tese serem os mesmos, o valor seria

equivalente.

b) Correto. O princípio da Seletividade é, em regra, voltado ao legislador. Assim

deve se buscar na formulação de políticas públicas voltadas a Seguridade, assim como

nas normas legais e infralegais, o uso da Seletividade, já que sua aplicação no caso

concreto é muito difícil.

c) Errado. A universalidade da cobertura é o aspecto objetivo, ou seja, cobrir,

se possível, todas as contingências. Já a universalidade do atendimento é o

aspecto subjetivo, ou seja, abarcar o maior número de pessoas possível

d) Errado. Universalidade do atendimento é aspecto subjetivo, lembram? Já o Art. 196

da CF88, fala da Saúde: “ A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido

mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de

outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua

promoção, proteção e recuperação.” Ou seja, a questão tentou misturar os

conceitos.

e) Questão Errada. Segundo a doutrina, os Objetivos da Seguridade Social são

verdadeiros princípios. Inclusive falamos disso, nas diferenças entre o texto da

CF88 e da Lei 8.212/91, lembram?!

61. (Juiz do Trabalho Substituto - TRT 2ª Região/2015) Em

relação aos princípios constitucionais da seguridade social,

aponte a alternativa correta:

a) O princípio da universalidade de cobertura prevê a

participação equitativa de trabalhadores, empregadores e

Poder Público no custeio da seguridade social.

b) O princípio da anterioridade nonagesimal estipula que a

definição do valor dos benefícios deve preservar a uniformidade

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e equivalência dos benefícios e serviços do sistema da

seguridade social.

C) A Constituição Federal veda a instituição de alíquotas e

bases de cálculo diferenciadas para as contribuições devidas à

seguridade social em razão do porte da empresa ou da condição

estrutural do mercado de trabalho.

d) É princípio constitucional especifíco o da seletividade e

distributividade na prestação dos benefícios e serviços, sendo

que o primeiro implica a escolha das necessidades que o

sistema poderá proporcionar às pessoas e o segundo implica a

necessidade da solidariedade para serem distribuídos recursos.

e) A solidariedade é um princípio constitucional especifico que

prevê a necessidade de que primeiro exista a fonte de custeio

para depois ser criado benefício ou serviço da seguridade

social.

GABARITO LETRA D

a) Errado. A universalidade da cobertura é o aspecto objetivo, ou seja, cobrir,

se possível, todas as contingências. Participação equitativa como sugere a

questão, é o Principio da Equidade na forma de participação no custeio

b)Errado. A anterioridade nonagesimal fala que as contribuições destinadas ao

financiamento da seguridade social só poderão ser exigidas depois de decorridos 90

dias da data da publicação da lei que as houver instituído ou modificado CF88, art.

195, § 6. A equivalência é o Princípio da Uniformidade e equivalência dos

benefícios e serviços às populações urbanas e rurais

c) Errado. CF88, art. 195, parágrafo 9º: as contribuições a cargo da empresa

poderão ter alíquotas ou bases de cálculo diferenciadas, em razão da

atividade econômica, utilização intensiva de mão-de-obra, porte da empresa

ou da condição estrutural do mercado de trabalho.

d) Correto. É exatamente isso. A seletividade e distributividade determinam que

o legislador busque as necessidades e contingências que poderão ser

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cobertas pela Seguridade, são intimamente ligados aos recursos disponíveis,

devendo ter prioridade na distribuição aqueles mais necessitados.

e) Errado. Falamos da Solidariedade acima. Nesse sentido, o princípio da

Preexistência de custeio ou Princípio da Contrapartida é o que prevê a

necessidade de que primeiro exista a fonte de custeio para depois ser criado

benefício ou serviço da seguridade social.

62. (Procurador-AL/CS-UFG - 2015) Dentre os princípios

estabelecidos na Constituição Federal para a Seguridade Social

encontra-se o que “atua na delimitação do rol de prestações, ou

seja, na escolha dos benefícios e serviços a serem mantidos

pela seguridade social [...]”, encaminhando a atuação à

seguridade social às pessoas com maior necessidade

IBRAHI, Fábio Zambitte. Curso de Direito Previdenciário. 16.

ed. Rio de Janeiro: Impetus, 2011. p. 67

Este conceito refere-se ao princípio

a) universalidade de cobertura e atendimento.

b) uniformidade e equivalência de prestação entre as

populações urbanas e rurais

c) seletividade e distributividade na prestação de benefícios e

serviços

d) equidade na forma de participação no custeio.

GABARITO LETRA C. A seletividade é relacionada a escolha dos benefícios e

serviços a serem prestados e as contingências a serem cobertas pela

Seguridade Social. Significa também não só o rol de beneficiários, mas as condições

e critérios legais para concessão do benefício. A distributividade impõe, que se

busque o atendimento e o acesso aos benefícios de forma que se possa

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atingir o maior número de pessoas, com diversos e abrangentes benefícios,

buscando em primeiro lugar o atendimento aos mais necessitados.

63. (Juiz do trabalho substituto/FCC - 2015) No tocante à

seguridade social, considere:

I. O princípio da equidade na forma de participação no custeio é

um desdobramento do princípio da igualdade.

II. A diversidade e base de financiamento corresponde à

diversidade de fontes de custeio.

III. Para a extensão de determinado benefício ou serviço da

seguridade social é mister que exista previamente a

correspondente fonte de custeio no mínimo parcial.

IV. A irredutibilidade do valor do benefício é a real e não a

nominal, independendo de lei ordinária.

Está correto o que consta APENAS em

a)I, III e IV.

b) I, II e IV.

c) I e II.

d) I, II e III.

e) II, III e IV.

GABARITO LETRA C

I - Correto: Lembram que falei disso, lá no início da aula? Equidade não significa

igualdade, mas decorre no princípio constitucional da igualdade. São coisas

diferentes. O princípio da Igualdade previsto na CF88, na lição de NELSON NERY

JUNIOR é: “O princípio da igualdade pressupõe que as pessoas colocadas em

situações diferentes sejam tratadas de forma desigual: Dar tratamento isonômico às

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partes significa tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais, na exata

medida de suas desigualdades”. E é exatamente isso o princípio da equidade na forma

de participação no custeio

II -Correto. Apesar de ainda não termos estudado o Financiamento da Seguridade

Social, a diversidade das fontes de custeio implicam justamente uma

diversidade na base de financiamento. Somente com o estudo dos princípios, já

acertaríamos essa.

III -Errado. Princípio da Preexistência de custeio ou Princípio da

Contrapartida, prevê que a fonte seja total e não parcial:

“Art. 195 § 5º Nenhum benefício ou serviço da seguridade social poderá ser criado,

majorado ou estendido sem a correspondente fonte de custeio total.”

IV – Errado. Vamos por partes. A questão fala da Seguridade como um todo e não da

Previdência Social especificamente. Portanto, Seguridade garante o Valor Nominal

e a Previdência, ai sim, garante o Valor Real. O que garante o valor nominal é o

Principio da Irredutibilidade do valor dos benefícios, previso no Art. 194, V da CF88. Já

o que prevê a preservação do Valor Real (poder de compra no tempo) é o previsto no

Art. 201 §4 da CF88 § 4º “É assegurado o reajustamento dos benefícios para

preservar-lhes, em caráter permanente, o valor real, conforme critérios definidos

em lei. “

GABARITO LETRA C

64. (Defensor Público -DPE-MA/FCC - 2015) Quanto aos

princípios e objetivos do sistema de Seguridade Social, analise

as seguintes afirmativas:

I. De acordo com o princípio da universalidade da cobertura,

todas as situações que representam riscos sociais devem estar

compreendidas no âmbito de proteção do sistema de

seguridade.

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II. A Previdência Social será organizada sob a forma de regime

geral, de caráter contributivo e de filiação obrigatória, devendo

ser observados os critérios que preservem o equilíbrio

financeiro e atuarial, para a cobertura dos riscos sociais.

III. A Previdência Privada adota o regime de repartição

simples, em que há alto grau de solidariedade entre os

participantes. Os trabalhadores em atividade financiam os

inativos, que, no futuro, quando na inatividade, também serão

financiados pelos trabalhadores em atividade.

Está correto o que se afirma em

a) II, apenas

b) I, II e III

c) I e II, apenas

d) II e III, apenas

e) III, apenas

GABARITO LETRA C

I. CERTO. Previsto no art. 194, I, o princípio universalidade da cobertura e do

atendimento buscam cobrir todos os riscos possíveis. Em que pese ser

ponderado por outros princípios como o da Seletividade e Distributividade, já

que os recursos são escassos, a assertiva não deixa de estar correta.

II. CERTO. Literalidade do Art. 201 da CF88 “Art. 201. A previdência social será

organizada sob a forma de regime geral, de caráter contributivo e de filiação

obrigatória, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial, e

atenderá, nos termos da lei, a:

I - cobertura dos eventos de doença, invalidez, morte e idade avançada

II - proteção à maternidade, especialmente à gestante

III - proteção ao trabalhador em situação de desemprego involuntário

IV - salário-família e auxílio-reclusão para os dependentes dos segurados de baixarenda;

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V - pensão por morte do segurado, homem ou mulher, ao cônjuge ou companheiro edependentes, observado o disposto no § 2º

III. ERRADO. O regime de repartição simples não é característica da previdência

privada. É, em regra, característica da maioria das previdências públicas pelo mundo.

Onde, em síntese, os benefícios pagos são repartidos entre todos os integrantes do

sistema, em especial os trabalhadores em atividade. É conhecido como pacto

intergeracional. Já a previdência privada é caracterizada pelo Regime de

Capitalização, ou seja, o financiamento se dá por contribuições vertidas pelo

próprio beneficiario, gerando uma reserva acumulada.

65. (Procurador da procuradoria especial – TCM RJ/FCC -

2015)O princípio constitucional com dupla dimensão, uma

objetiva atinente aos fatos sobre os quais incidirão

contribuições e outra subjetiva relativa às pessoas naturais ou

jurídicas que verterão as contribuições, cujo objetivo é a

diminuição do risco do sistema protetivo é o da

a) contrapartida.

b) diversidade na base de financiamento.

c) caráter democrático e descentralizado de gestão.

d) equidade na forma de participação no custeio.

e) solidariedade.

Pessoal, cuidado aqui!! Nem sempre quando se falar em dupla dimensão, uma

subjetiva e outra objetiva, estamos nos referindo a Universalidade da Cobertura e do

Atendimento (por sorte, nessa questão específica, não havia essa opção). Na

doutrina de a Wagner Balera, ele explica que pode-se falar numa diversidade

objetiva (atinente aos fatos sobre os quais incidirão as contribuições),

quanto numa diversidade subjetiva, (relativa a pessoas naturais ou jurídicas

que verterão as contribuições) GABARITO LETRA B.

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66. (Analista judiciário – Serviço Social – TRT 3º região/FCC -

2015: Segundo a Lei nº 8.212/1991, no seu art. 1º , a

Seguridade Social compreende um conjunto integrado de ações

de iniciativa dos poderes públicos e da sociedade, destinado a

assegurar o direito relativo à saúde, à previdência e à

assistência social." Quaisquer que sejam seus objetos

específicos de intervenção, o escopo da seguridade

a) É assegurada a diversidade da base de financiamento,

integrando recursos provenientes de toda a sociedade, de

forma direta e indireta, além da participação de recursos dos

orçamentos da União, dos Estados e dos Municípios e de

contribuições sociais

b) Cabe ao poder público organizar a seguridade social de modo

a assegurar o caráter democrático e descentralizado da

Administração, mediante gestão tripartite, com participação do

poder público, iniciativa privada e organizações internacionais

de defesa dos direitos dos trabalhadores

c) Dentre as contribuições sociais que financiam a seguridade

social encontram-se a contribuição sobre a receita dos

concursos de prognósticos e a contribuição do trabalhador e

demais segurados da previdência social, incidindo esta última

sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo regime geral de

previdência social

d) O produtor, parceiro, meeiro, arrendatário rural e pescador

artesanal que exerçam suas atividades em regime de economia

familiar, sem empregados permanentes, não contribuirão para

a seguridade social

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e) É vedada a criação de novos benefícios e serviços da

seguridade social, exceto para atender situações de guerra ou

catástrofe

Uma das características de bancas como a FCC é o apego a literalidade. Vamos nessa,

então:

GABARITO LETRA A

a) Certo. Mescla do Art 194, VI - “A seguridade social compreende um conjunto

integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a

assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social.(...) - VI -

diversidade da base de financiamento; e do caput do Art. 195. “A seguridade social

será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei,

mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito

Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais...”

b) ERRADO. CF88 Art. 194, VII - “caráter democrático e descentralizado da

administração, mediante gestão quadripartite, com participação dos trabalhadores,

dos empregadores, dos aposentados e do Governo nos órgãos colegiados.”

c) ERRADO. CF88 Art. 195, Contribuições: II - “do trabalhador e dos demais

segurados da previdência social, não incidindo contribuição sobre aposentadoria e

pensão concedidas pelo regime geral de previdência social de que trata o art. 201.”

d) ERRADO. CF/88 Art. 195,§ 8º - “O produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário

rurais e o pescador artesanal, bem como os respectivos cônjuges, que exerçam suas

atividades em regime de economia familiar, sem empregados permanentes,

contribuirão para a seguridade social mediante a aplicação de uma alíquota sobre o

resultado da comercialização da produção e farão jus aos benefícios nos termos da

lei.”

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e) ERRADO. CF/88 Art. 195, § 5º” Nenhum benefício ou serviço da seguridade social

poderá ser criado, majorado ou estendido sem a correspondente fonte de custeio

total.”

67. (Juiz Federal Substituto – TRF 1ª Região/CESPE - 2015)

Com base na CF e na legislação sobre seguridade social —

saúde, previdência e assistência social —, assinale a opção

correta

a) Apesar de ser constitucionalmente previsto o caráter

democrático da administração da seguridade social, de sua

gestão não participam os trabalhadores e empregados

b) A previdência está organizada sob a forma de regime geral,

de caráter contributivo e de filiação facultativa, ainda que o

trabalhador não esteja amparado por regime próprio de

previdência

c) Enquanto o acesso à saúde é universal e independe de

qualquer retribuição financeira por parte do usuário, o acesso à

previdência e à assistência social exige a contribuição direta do

beneficiário ou do assistido

d) A irredutibilidade do valor dos benefícios está elencada entre

os princípios constitucionais da seguridade social.

e) Todas as entidades beneficentes são isentas de contribuição

para a seguridade social

Gabarito LETRA D

a) Errado. Gestão quadripartite, lembram?! Governo, Empregadores,

Trabalhadores e Aposentados.

b) Errado. Essa é fácil. A filiação é obrigatória ao Regime Geral. Não confundir

com o caráter facultativo da previdência complementar.

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c) Errado. A Assistência Social independe de contribuição. É prestada a quem

dela necessitar.

d) Certo. Art. 194, IV da CF88. A Constituição chama de objetivos, mas a Lei

8.212/91 assim como a doutrina, os tratam como Princípios.

e) Errado. Não são todas as entidades beneficentes de assistência social que

são isentas, mas somente as que atendam as exigências estabelecidas em lei.

Art. 195, §7º da CF88

68. (Advogado – Prefeitura de São José – PR /UEL - 2017)

Analise os enunciados abaixo:

I - A previdência social é regida pelo princípio da

contributividade, no entanto, em algumas situações, é possível

a concessão de benefícios previdenciários às pessoas em

situação de miséria, independente de qualquer contribuição.

II - O equilíbrio financeiro e atuarial é princípio constitucional

informador da Previdência social.

III - É possível que determinado regime previdenciário esteja

financeiramente equilibrado - equilíbrio entre receitas e

despesas - e, ao mesmo tempo, atuarialmente desequilibrado.

IV - De acordo com o princípio da uniformidade e equivalência

de benefícios entre segurados urbanos e rurais,

constitucionalmente assegurado, veda-se tratamento

diferenciado em favor das pessoas que laboram nas cidades ou

nos campos.

V - O princípio da distributividade diz respeito à obrigação de o

legislador escolher quais riscos serão cobertos pela Previdência

Social.

Assinale a opção CORRETA:

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a) São verdadeiros apenas os itens II, III e V.

b) São verdadeiros apenas os itens II, III e IV.

c) São verdadeiros apenas os itens II e III.

d) São verdadeiros apenas os itens I, II e V.

e) São verdadeiros apenas os itens I, III e IV.

GABARITO LETRA C

I – Errado. A questão busca confundir a Previdência, contribuitiva, com a

Assistência Social, destinada a quem dela necessitar.

II - Certo. Decorre do princípio da contrapartida e está previsto no caput do Art.

201 da CF 88 “ A previdência social será organizada sob a forma de regime geral, de

caráter contributivo e de filiação obrigatória, observados critérios que preservem o

equilíbrio financeiro e atuarial, e atenderá, nos termos da lei, a: (...)”

III – Certo. Falamos disso na aula. Em síntese, equilíbrio financeiro nos dá a ideia

do ano corrente, batimento de receitas e despesas no presente. O equilíbrio

Atuarial decorre da ideia de futuro, ou seja, alguns anos para frente, as

projeções de benefícios e contribuições podem estar desequilibradas.

IV – Errado. Essa é difícil. São, na verdade, duas áreas que precisam ser analisadas

juntas. A uniformidade e a equivalência. Isso não significa igualdade, lembram?!

Isso decorre da ideia de isonomia. Então o tratamento diferenciado não é

vedado, desde que respeitado o princípio da isonomia. Recordam-se que a

própria forma de contribuição do trabalhador rural é diferenciada?

V – Errado - A seletividade diz respeito à obrigação de o legislador escolher quais

riscos serão cobertos pela Previdência Social. A distributividade diz respeito a

“distribuição” dos recursos. Apesar de estarem intimamente ligados, cuidado em

questões que os tratem separadamente.

69. (Advogado CRM – MG/Fundep - 2017) No capítulo que trata

da seguridade social, a Constituição Federal reuniu os direitos

relativos à saúde, à previdência e à assistência social,

explicitando no Artigo 194 que “A seguridade social

compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos

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Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os

direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social.”.

Nesses termos, quanto à seguridade social, é incorreto afirmar:

a) A proposta de orçamento da seguridade social será

elaborada de forma integrada pelos órgãos responsáveis pela

saúde, Previdência Social e assistência social, tendo em vista as

metas e prioridades estabelecidas na Lei de Diretrizes

Orçamentárias, assegurada a cada área a gestão de seus

recursos

b) A seguridade social será financiada mediante recursos

provenientes dos orçamentos da União, dos estados, do Distrito

Federal e dos municípios, sendo que as receitas de todos eles

destinadas à seguridade social não constarão de seus

respectivos orçamentos, uma vez que decorrem de repartição

constitucional

c) Com base no princípio da solidariedade, a Constituição

atribui o custeio da seguridade social a toda sociedade.

Enquanto o financiamento direto é efetivado por meio de

contribuições sociais destinadas à seguridade social, o

financiamento indireto é realizado por toda sociedade por meio

de pagamento de outros tributos

d) As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede

regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema único,

cujas diretrizes de organização são descentralização, com

direção única em cada esfera de governo; atendimento integral,

com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo

dos serviços assistenciais; e participação da comunidade,

refletindo o caráter democrático que deve informar toda a

seguridade social

GABARITO LETRA B

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a) Certo. Literalidade do §2º do Art. 195 “A proposta de orçamento da seguridade

social será elaborada de forma integrada pelos órgãos responsáveis pela saúde,

previdência social e assistência social, tendo em vista as metas e prioridades

estabelecidas na lei de diretrizes orçamentárias, assegurada a cada área a gestão de

seus recursos.”

b) Errada. Também questão literal da CF88, Art.195 §1º “As receitas dos Estados, do

Distrito Federal e dos Municípios destinadas à seguridade social constarão dos

respectivos orçamentos, não integrando o orçamento da União.”

-

c) Certo. Olhem que definição excelente de do Princípio da Solidariedade!! Mas

ressalto que Solidariedade também abarca outros pontos, como por exemplo,

a íntima ligação com os princípios da equidade na forma de participação no

custeio e a busca pela redução nas desigualdades sociais.

d) Certo. Mais uma vez, vamos ao texto constitucional: Art. 198 As ações e serviços

públicos de saúde integram uma rede regionalizada e hierarquizada e constituem um

sistema único, organizado de acordo com as seguintes diretrizes:

I - descentralização, com direção única em cada esfera de governo; II- atendimento

integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços

assistenciais; III- participação da comunidade.

70. (Analista em gestão previdenciária – FUNAPE/FCC - 2017 )

Todos os membros da sociedade devem, em regra, contribuir

para a seguridade social. Todavia, por princípio, quem tem

maior capacidade financeira contribui com mais para a

manutenção do sistema da Seguridade Social, e, quem tem

menos, deve arcar com menos, visando ao equilíbrio entre a

capacidade econômica de todos que devem contribuir e o

esforço financeiro que eles necessitam para a manutenção da

seguridade social, o que enseja a aplicação do princípio

a) democrático da Seguridade Social.

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b) da universalidade de cobertura e atendimento.

c) da uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às

populações urbanas e rural

d) da equidade na forma de participação do custeio da

Seguridade Social

e) da distributividade na prestação dos serviços e benefícios

GABARITO LETRA D

Essa foi fácil, não?! Equidade na forma de participação no custeio, decorre dos

princípios da igualdade, ou isonomia, assim como da solidariedade. Significa que

aqueles que podem mais, como os empregadores e os trabalhadores de renda mais

alta, devem contribuir de forma diferente daqueles que podem menos.

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9 Lista de Questões

LISTA DE QUESTÕES

1. (Procurador – MP-TCE-BA/CESPE - 2010): O conceito de

seguridade social compreende a saúde, a previdência e a

assistência social e está positivado expressamente no

ordenamento jurídico brasileiro, tanto no texto constitucional

quanto na legislação infraconstitucional.

2. (TSS – INSS/FCC - 2012): Em relação as fontes do direito

previdenciário é correto afirmar que a lei delegada e a medida

provisória são fontes secundárias.

3. (Consultor Legislativo - Câmara dos Deputados/CESPE -

2014): O direito previdenciário é classificado como ramo do

direito privado, tendo reconhecida, pela doutrina majoritária,

sua autonomia didática em relação a outros ramos do direito.

4. (Procurador Federal – AGU/CESPE – 2013 Adaptada):

Segundo a atual jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, a

concessão do benefício previdenciário de pensão por morte aos

dependentes do segurado deve ser disciplinada pela legislação

em vigor ao tempo do fato gerador do benefício em questão,

qual seja, a morte do segurado, por fora da aplicação do

princípio “lex tempum regit actum”

5. (TSS – INSS/CESPE - 2016): A Constituição Federal define

seguridade social como um conjunto integrado de aıes de

iniciativa dos poderes públicos e da sociedade destinadas a

assegurar direitos relativos a saúde, a previdência e

assistência social.

6. (Consultor Legislativo - Câmara dos Deputados/CESPE -

2014): A seguridade social compreende um conjunto integrado

de ações destinadas a assegurar os direitos relativos saúde,

previdência e assistência social, tendo entre seus objetivos a

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universalidade da cobertura e do atendimento bem como a

uniformidade e a equivalência dos benefícios e serviços as

populações urbanas e rurais.

7. (ACE - Fiscalização - Especialidade Direito – TCE-PA/CESPE -

2016): A saúde e a assistência social integram a seguridade

social e são prestadas, independentemente de contribuição, nos

casos legais; já a previdência social apresenta caráter

contributivo.

8. (ATA – DPU/CESPE - 2016): O princípio constitucional da

universalidade da cobertura e do atendimento implica no

entendimento de que o Estado deve prover, por meio da

seguridade social, gratuitamente e independentemente de

contribuição, assistência social, saúde e previdência a todos

que necessitam desses benefícios e serviços.

9. (TSS – INSS/CESPE - 2016): De acordo com o princípio da

universalidade da seguridade social, os estrangeiros no Brasil

poderão receber atendimento da seguridade social.

10. (Auditor-Fiscal do Trabalho/ESAF - 2010): A Constituição

Federal estabelece objetivos da seguridade social, que a

doutrina constitucionalista de José Afonso da Silva tem

preferido chamar de princípios. Sobre tais objetivos, é correto

afirmar que a distributividade não é uma consequência da

seletividade, na medida em que não se dá mais a quem mais

necessite. A distributividade deve ocorrer de maneira uniforme.

11. (Auditor e Conselheiro-Substituto – TCE-PR/CESPE - 2016):

O princípio da previdência social que visa conciliar a

universalização, objetiva e subjetiva, do seguro social com a

capacidade econômica do Estado, de modo a cobrir os riscos

sociais reputados mais relevantes, é o da seletividade.

12.(Procurador – PGE-PI/CESPE - 2014): O princípio da

irredutibilidade do valor dos benefícios previdenciários é

extensivo saúde e assistência social, sendo obrigatório o

reajuste anual.

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13. (Auditor-Fiscal – TCE-SC/CESPE - 2016): Maria recebe

proventos de aposentadoria de professora de determinada

universidade federal. A administração verificou irregularidades

na concessão da aposentadoria a Maria, que, sanadas,

resultariam em redução do valor nominal por ela recebido.

Nessa hipótese, conforme o entendimento do STF, não é

possível a redução do valor nominal da aposentadoria de Maria,

dado o princípio constitucional da irredutibilidade do valor do

benefício.

14.(Auditor-Fiscal do Trabalho/ESAF - 2010): A Constituição

Federal estabelece objetivos da seguridade social, que a

doutrina constitucionalista de José Afonso da Silva tem

preferido chamar de princípios. Sobre tais objetivos, é correto

afirmar que a equidade, na forma de participação, significa que

cada fonte de financiamento há de contribuir com valores

iguais.

15. (Analista Judiciário – TRT-5/FCC - 2013): Em Direito

Previdenciário, torna-se possível a solução de controvérsias

mediante aplicação da equidade, de que é exemplo a concessão

de salário maternidade para o segurado homem que, em

relação homoafetiva, adota criança.

16.(Procurador da Fazenda Nacional/ESAF - 2012): A

diversidade da base de financiamento decorre do fato de que o

montante de recursos necessários para as ações estatais nas

áreas de saúde, assistência e previdência é extremamente

elevado.

17. (Juiz do trabalho substituto/FCC – 2015) No tocante à

seguridade social, considere: A diversidade e base de

financiamento corresponde à diversidade de fontes de custeio.

18. (Auditor-Fiscal de Controle Externo -/TCE-PI/FCC - 2014):

As contribuições sociais do empregador sobre folha de salários,

receita ou lucro não poderão ter alíquotas ou bases de cálculo

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diferenciadas, em razão da atividade econômica ou da

utilização intensiva de mão de obra.

19. (Analista Executivo – SEGER-ES/CESPE - 2013): Em virtude

do princípio da equidade na forma de participação no custeio, é

possível, no âmbito do regime geral de previdência social, a

estipulação de alíquotas de contribuição social diferenciadas,

de acordo com as diferentes capacidades contributivas

20. (Procurador da Fazenda Nacional/ESAF - 2012): Constituem

elementos que auxiliam na busca pela equidade, dentre outros,

a possibilidade de que as contribuições possam ter alíquotas

diferenciadas em razão da atividade econômica ou da utilização

intensiva de mão de obra.

21. (Auditor-Fiscal – RFB/ESAF - 2014): A solidariedade que

justifica a cobrança de contribuições pelo aposentado que volta

a trabalhar.

22. (Auditor-Fiscal – RFB/ESAF - 2014): A solidariedade é

pressuposto para a ação cooperativa da sociedade, sendo essa

condição fundamental para a materialização do Bem-Estar

Social, com a necessária redução das desigualdades sociais.

23. (ACE - área Administrativa - Especialidade Direito – TCE-

PA/CESPE - 2016): competência privativa da União legislar

sobre previdência social, sendo, portanto, vedado aos estados e

ao Distrito Federal legislar sobre essa matéria.

24. (Defensor Público – DPE-TO/CESPE - 2013): Para que o

usuário possa usufruir dos serviços públicos de saúde será

necessária a contribuição mensal ao SUS.

25. (Analista Judiciário - Área Judiciária – TRT-2/FCC - 2014):

As áreas e serviços públicos de saúde constituem um sistema

único, organizado de acordo com diretrizes determinadas.

Dentre elas, está o atendimento integral, com prioridade para

as atividades preventivas.

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26. (Analista-Técnico Administrativo – DPU/CESPE - 2016): A

assistência à saúde deve ser exercida pelo poder público por

intermédio do Sistema Único de Saúde, sendo admitida a

participação da iniciativa privada de forma complementar,

desde que esse serviço seja prestado por entidades

filantrópicas e sem fins lucrativos.

27. (Procurador-RN/FCC - 2014): Tendo em vista o objetivo da

universalidade da cobertura e do atendimento, princípio vetor

do sistema de seguridade social brasileiro, contexto no qual

está inserida a previdência social, todo aquele que seja

alcançado por um risco social terá direito a benefícios

previdenciários, levando-se em conta apenas a efetiva

existência de necessidade social.

28. (Defensor Público-TO/CESPE - 2013): A assistência social

atende os hipossuficientes, por meio da concessão de

benefícios, independentemente de contribuição

29. (Analista Técnico de Políticas Sociais – MPOG/ESAF -2012):

São objetivos da Assistência Social, definidos no artigo 203 da

Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, entre

outros, a garantia de um salário-mínimo de benefício mensal

pessoa que comprove não possuir qualquer renda.

30. (Auditor-Fiscal – RFB/ESAF - 2014): O entendimento do

Supremo Tribunal Federal, no que toca à imunidade de que

gozam as entidades beneficentes de assistência social, é no

sentido de que se entendem por serviços assistenciais as

atividades continuadas que visem a melhoria de vida da

população e cujas ações, voltadas para as necessidades

básicas, observem os objetivos, os princípios e as diretrizes

estabelecidos em lei.

31. (Defensor Público/CESPE - 2007): A assistência social será

prestada a quem dela necessitar, independentemente da

contribuição à seguridade social. Entretanto, no tocante à

garantia de um salário mínimo de benefício mensal à pessoa

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portadora de deficiência e ao idoso que comprovem não possuir

meios de prover a própria manutenção ou de tê-la provida por

sua família, há exigência de contribuição social.

32. (Juiz do Trabalho - TRT-3/2013): Previdência Social é o

sistema pelo qual, mediante contribuição, as pessoas

vinculadas a algum tipo de atividade laborativa e seus

dependentes ficam resguardadas quanto a eventos de

infortunística, ou outros que a lei considere que exijam um

amparo financeiro ao indivíduo, mediante prestações

pecuniárias ou serviços.

33. (Auditor – TCE-PR/CESPE - 2016): A seguridade social

caracteriza-se pela contribuição direta do beneficiário do

seguro social, embora se admitam benefícios assistenciais

como o seguro-desemprego.

34. (Inédita): A Assistência Social caracteriza-se, entre outras

coisas, pelo benefício da aposentadoria por invalidez aos

segurados de baixa renda.

35. (Analista-Tributário – RFB/ESAF - 2012): É vedada a

utilização dos recursos provenientes das contribuintes sociais

do empregador incidentes sobre a folha de salários para a

realização de despesas distintas das enumeradas na

Constituição. Logo, é vedada a aplicação de recursos dessa

origem na cobertura dos eventos de doença, invalidez, morte e

idade avançada.

36. Estagiário de Direito - INSS/AGU -2015) EC 20/98, ao

restringir a concessão do salário-família e do auxílio-reclusão

aos dependentes dos segurados de baixa renda, tornou efetivo

o princípio da seletividade e distributividade na prestação dos

benefícios.

37. (Defensor Público – RO/CESPE - 2012): A irredutibilidade

do valor dos benefícios tem como escopo garantir que a renda

dos benefícios previdenciários preserve seu valor real segundo

critérios estabelecidos por lei, sem qualquer vinculação ao

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salário mínimo, dada a vedação de sua vinculação para

qualquer fim.

38. (Auditor-Fiscal – TCE-SC/CESPE - 2016): Maria recebe

proventos de aposentadoria de professora de determinada

universidade federal. A administração verificou irregularidades

na concessão da aposentadoria a Maria, que, sanadas,

resultariam em redução do valor nominal por ela recebido.

Nessa hipótese, conforme o entendimento do Supremo Tribunal

Federal, não é possível a redução do valor nominal da

aposentadoria de Maria, dado o princípio constitucional da

irredutibilidade do valor do benefício.

39. (Juiz Federal Substituto – TRF-1/CESPE - 2013) A pessoa

participante de regime próprio de previdência pode filiar-se, na

qualidade de segurado facultativo, ao regime geral de

previdência social, se para ele contribuir.

40. (Analista Judiciário – TRT-2/FCC - 2014): Para efeito de

aposentadoria perante o regime próprio, o tempo de

contribuição regularmente feito pelo segurado no regime geral

poderá ser computado, hipótese em que os diversos regimes

previdenciários se compensarão financeiramente.

41. (Procurador Especial de Contas – TCE-ES/CESPE - 2009): O

sistema de inclusão previdenciária dos trabalhadores de baixa

renda deve ter alíquotas e carências inferiores às vigentes para

os demais segurados do Regime Geral de Previdência Social.

42. (Inédita)O Sistema Especial de Inclusão Previdenciária

decorre do princípio da Equidade na forma de participação no

custeio e, assim, busca mediante alíquotas e carências

inferiores às vigentes para os demais segurados, conceder

benefícios proporcionais ao salário de contribuição.

43. (TSS – INSS/CESPE - 2016): A universalidade da cobertura

e do atendimento inclui-se entre os princípios que regem as

ações dos poderes públicos e da sociedade destinadas a

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assegurar o direito relativo saúde, previdência e assistência

social.

44. (Juiz do Trabalho - TRT-16/2015): A solidariedade pode ser

considerada um postulado fundamental do Direito da

Seguridade Social previsto implicitamente na Constituição

45. (ACE – MDIC/ESAF - 2012): Nos termos da atual redação da

Constituição, são objetivos estabelecidos para a organização da

seguridade social, entre outros, a seletividade e

distributividade na prestação dos benefícios e serviços.

46. (Juiz Federal – TRF-5/CESPE - 2015): A universalidade de

cobertura restringe-se ao aspecto objetivo da seguridade

social, ao passo que a universalidade de atendimento, ao

aspecto subjetivo.

47. (Juiz Federal Substituto – TRF-1/CESPE - 2013): A

seguridade social compreende um conjunto integrado de aıes

de iniciativa dos poderes públicos e da sociedade destinadas a

assegurar os direitos relativos ao trabalho, saúde, previdência

e assistência social.

48. (Defensor Público – TO/CESPE - 2013): No Brasil, a

seguridade social é caracterizada por uma administração

democrática e descentralizada, mediante gestão quadripartite,

com participação, nos orgãos colegiados, dos trabalhadores,

empregadores, pensionistas e do governo.

49. (Procurador da Fazenda Nacional/ESAF - 2007): À luz da

Previdência Social definida na Constituição Federal e na

legislação infraconstitucional, é errado afirmar que no Brasil,

existe mais de um sistema de previdência. O sistema público

caracteriza-se por ter filiação compulsória. O sistema privado

caracteriza-se por ter filiação facultativa.

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50. (Advogado da União/CESPE - 2012): De acordo

jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, é correto afirmar

que o direito à proteção da seguridade social, no Brasil, é

garantido apenas aos segurados de um dos regimes

previdenciários previstos em lei. O indivíduo que não contribui

para nenhum desses regimes não faz jus à referida proteção.

51. (Auditor-Fiscal do Trabalho/CESPE - 2013): A meta da

universalidade da cobertura e do atendimento a que se refere a

CF é a de que as ações destinadas a assegurar os direitos

relativos à saúde, previdência e assistência social alcancem

todas as pessoas residentes no país, sem nenhuma distinção.

52. (Procurador – PB/FCC - 2013): A Seguridade Social está

inserida na Constituição da República Federativa do Brasil como

objetivo da ordem social, cabendo ao Poder Público organizá-la

com base em alguns objetivos ou princípios. Assim sendo, a

escolha de um plano básico compatível com a força econômico-

financeira do sistema e as reais necessidades dos protegidos,

refere-se ao objetivo ou princípio da seletividade na prestação

dos benefícios e serviços.

53.(Juiz Federal – TRF-5/CESPE - 2013): De acordo com a CF,

nenhum benefício pago pela previdência social pode ter valor

inferior a um salário mínimo.

54. (Auditor-Fiscal – RFB/ESAF - 2010): A respeito da Ordem

Social e princípios constitucionais da Seguridade Social, as

contribuições sociais da empresa podem ter alíquotas

diferenciadas.

55. (Juiz do Trabalho – TRT-5/CESPE - 2013): Apesar de a

elaboração da proposta de orçamento da seguridade social ser

efetuada de forma integrada pelos órgãos por ela responsáveis,

a execução do orçamento é realizada por cada área

separadamente.

56. (Analista Judiciário – TRT-16/FCC - 2014): Terá direito ao

recebimento de um salário mínimo mensal, conforme dispuser a

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lei, a pessoa com deficiência e o idoso que comprovem não

possuir meios de prover propria manutenção ou de tê-la

provida por sua família, desde que contribuam seguridade

social.

57. (Assistente Previ – RIOPREVIDENCIA/CEPERJ - 2014): Os

sistemas previdenciários europeus costumam ser criticados

pela abrangência dos benefícios e pela remuneração das

prestações percebidas pelos aposentados e pensionistas. Uma

das primeiras providências orçamentárias utilizadas consiste

em limitar o pagamento dos benefícios percebidos. No Brasil,

uma das proteções contra essa política consiste na denominada

flexibilidade.

58. (Juiz do Trabalho – TRT-5/CESPE - 2013): Excetuados

determinados setores da economia, verifica-se, no

financiamento da seguridade social, que os empregadores, em

geral, pagam uma contribuição previdenciária incidente sobre

folha de remuneração de pessoal, em percentual superior ao

deduzido dos vencimentos dos trabalhadores respectivos. Essa

diferenciação decorre da seletividade tributária.

59. (Analista do Seguro Social – INSS/Funrio - 2014): Para

efeito dos benefícios previstos no Regime Geral de Previdência

Social ou no serviço público é assegurada a contagem recíproca

do tempo de contribuição na atividade privada, rural e urbana,

e do tempo de contribuição ou de serviço na administração

pública, hipótese em que os diferentes sistemas de previdência

social se compensarão financeiramente.

60. (Auditor-PR/CETRO - 2014): Sobre os princípios do Direito

Previdenciário, assinale a alternativa correta.

a) A diferença de tratamento dado aos trabalhadores urbanos e

rurais não fere o Princípio da Uniformidade, uma vez que ela

existe em função da diferença existente entre as atividades

exercidas.

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b) A seletividade é um princípio voltado para o legislador e não

diretamente aos beneficiários e beneficiados da proteção

social.

c) A universalidade de cobertura está relacionada às pessoas

que têm direito à proteção social.

d) Universalidade de atendimento está vinculada ao objeto

passível de prevenção, proteção e recuperação.

e) Os objetivos da seguridade social não se confundem com os

princípios da seguridade social.

61. (Juiz do Trabalho Substituto – TRT 2ª Região/2015) Em

relação aos princípios constitucionais da seguridade social,

aponte a alternativa correta:

a) O princípio da universalidade de cobertura prevê a

participação equitativa de trabalhadores, empregadores e

Poder Público no custeio da seguridade social.

b) O princípio da anterioridade nonagesimal estipula que a

definição do valor dos benefícios deve preservar a uniformidade

e equivalência dos benefícios e serviços do sistema da

seguridade social.

C) A Constituição Federal veda a instituição de alíquotas e

bases de cálculo diferenciadas para as contribuições devidas à

seguridade social em razão do porte da empresa ou da condição

estrutural do mercado de trabalho.

d) É princípio constitucional especifíco o da seletividade e

distributividade na prestação dos benefícios e serviços, sendo

que o primeiro implica a escolha das necessidades que o

sistema poderá proporcionar às pessoas e o segundo implica a

necessidade da solidariedade para serem distribuídos recursos.

e) A solidariedade é um princípio constitucional especifico que

prevê a necessidade de que primeiro exista a fonte de custeio

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para depois ser criado benefício ou serviço da seguridade

social.

62. (Procurador-AL/CS-UFG - 2015) Dentre os princípios

estabelecidos na Constituição Federal para a Seguridade Social

encontra-se o que “atua na delimitação do rol de prestações, ou

seja, na escolha dos benefícios e serviços a serem mantidos

pela seguridade social [...]”, encaminhando a atuação à

seguridade social às pessoas com maior necessidade

IBRAHI, Fábio Zambitte. Curso de Direito Previdenciário. 16.

ed. Rio de Janeiro: Impetus, 2011. p. 67

Este conceito refere-se ao princípio

a) universalidade de cobertura e atendimento.

b) uniformidade e equivalência de prestação entre as

populações urbanas e rurais

c) seletividade e distributividade na prestação de benefícios e

serviços

d) equidade na forma de participação no custeio.

63. (Juiz do trabalho substituto/ FCC – 2015) No tocante à

seguridade social, considere:

I. O princípio da equidade na forma de participação no custeio é

um desdobramento do princípio da igualdade.

II. A diversidade e base de financiamento corresponde à

diversidade de fontes de custeio.

III. Para a extensão de determinado benefício ou serviço da

seguridade social é mister que exista previamente a

correspondente fonte de custeio no mínimo parcial.

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IV. A irredutibilidade do valor do benefício é a real e não a

nominal, independendo de lei ordinária.

Está correto o que consta APENAS em

a)I, III e IV.

b) I, II e IV.

c) I e II.

d) I, II e III.

e) II, III e IV.

64. (Defensor Público-DPE-MA/ FCC - 2015) Quanto aos

princípios e objetivos do sistema de Seguridade Social, analise

as seguintes afirmativas:

I. De acordo com o princípio da universalidade da cobertura,

todas as situações que representam riscos sociais devem estar

compreendidas no âmbito de proteção do sistema de

seguridade.

II. A Previdência Social será organizada sob a forma de regime

geral, de caráter contributivo e de filiação obrigatória, devendo

ser observados os critérios que preservem o equilíbrio

financeiro e atuarial, para a cobertura dos riscos sociais.

III. A Previdência Privada adota o regime de repartição

simples, em que há alto grau de solidariedade entre os

participantes. Os trabalhadores em atividade financiam os

inativos, que, no futuro, quando na inatividade, também serão

financiados pelos trabalhadores em atividade.

Está correto o que se afirma em

a) II, apenasb) I, II e III

c) I e II, apenas

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d) II e III, apenas

e) III, apenas

65. (Procurador da procuradoria especial – TCM RJ/ FCC -

2015)O princípio constitucional com dupla dimensão, uma

objetiva atinente aos fatos sobre os quais incidirão

contribuições e outra subjetiva relativa às pessoas naturais ou

jurídicas que verterão as contribuições, cujo objetivo é a

diminuição do risco do sistema protetivo é o da

a) contrapartida.

b) diversidade na base de financiamento.

c) caráter democrático e descentralizado de gestão.

d) equidade na forma de participação no custeio.

e) solidariedade.

66. (Analista judiciário – Serviço Social – TRT 3º região/FCC -

2015: Segundo a Lei nº 8.212/1991, no seu art. 1º , a

Seguridade Social compreende um conjunto integrado de ações

de iniciativa dos poderes públicos e da sociedade, destinado a

assegurar o direito relativo à saúde, à previdência e à

assistência social." Quaisquer que sejam seus objetos

específicos de intervenção, o escopo da seguridade

a) É assegurada a diversidade da base de financiamento,

integrando recursos provenientes de toda a sociedade, de

forma direta e indireta, além da participação de recursos dos

orçamentos da União, dos Estados e dos Municípios e de

contribuições sociais

b) Cabe ao poder público organizar a seguridade social de modo

a assegurar o caráter democrático e descentralizado da

Administração, mediante gestão tripartite, com participação do

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poder público, iniciativa privada e organizações internacionais

de defesa dos direitos dos trabalhadores

c) Dentre as contribuições sociais que financiam a seguridade

social encontram-se a contribuição sobre a receita dos

concursos de prognósticos e a contribuição do trabalhador e

demais segurados da previdência social, incidindo esta última

sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo regime geral de

previdência social

d) O produtor, parceiro, meeiro, arrendatário rural e pescador

artesanal que exerçam suas atividades em regime de

economiafamiliar, sem empregados permanentes, não

contribuirão para a seguridade social

e) É vedada a criação de novos benefícios e serviços da

seguridade social, exceto para atender situações de guerra ou

catástrofe

67. (Juiz Federal Substituto – TRF 1ª Região/CESPE - 2015)

Com base na CF e na legislação sobre seguridade social —

saúde, previdência e assistência social —, assinale a opção

correta

a) Apesar de ser constitucionalmente previsto o caráter

democrático da administração da seguridade social, de sua

gestão não participam os trabalhadores e empregados

b) A previdência está organizada sob a forma de regime geral,

de caráter contributivo e de filiação facultativa, ainda que o

trabalhador não esteja amparado por regime próprio de

previdência

c) Enquanto o acesso à saúde é universal e independe de

qualquer retribuição financeira por parte do usuário, o acesso à

previdência e à assistência social exige a contribuição direta do

beneficiário ou do assistido

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d) A irredutibilidade do valor dos benefícios está elencada entre

os princípios constitucionais da seguridade social.

e) Todas as entidades beneficentes são isentas de contribuição

para a seguridade social

68. (Advogado – Prefeitura de São José – PR / UEL - 2017)

Analise os enunciados abaixo:

I - A previdência social é regida pelo princípio da

contributividade, no entanto, em algumas situações, é possível

a concessão de benefícios previdenciários às pessoas em

situação de miséria, independente de qualquer contribuição.

II - O equilíbrio financeiro e atuarial é princípio constitucional

informador da Previdência social.

III - É possível que determinado regime previdenciário esteja

financeiramente equilibrado - equilíbrio entre receitas e

despesas - e, ao mesmo tempo, atuarialmente desequilibrado.

IV - De acordo com o princípio da uniformidade e equivalência

de benefícios entre segurados urbanos e rurais,

constitucionalmente assegurado, veda-se tratamento

diferenciado em favor das pessoas que laboram nas cidades ou

nos campos.

V - O princípio da distributividade diz respeito à obrigação de o

legislador escolher quais riscos serão cobertos pela Previdência

Social.

Assinale a opção CORRETA:

a) São verdadeiros apenas os itens II, III e V.

b) São verdadeiros apenas os itens II, III e IV.

c) São verdadeiros apenas os itens II e III.

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d) São verdadeiros apenas os itens I, II e V.

e) São verdadeiros apenas os itens I, III e IV

69. (Advogado CRM – MG/Fundep - 2017) No capítulo que trata

da seguridade social, a Constituição Federal reuniu os direitos

relativos à saúde, à previdência e à assistência social,

explicitando no Artigo 194 que “A seguridade social

compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos

Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os

direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social.”.

Nesses termos, quanto à seguridade social, é incorreto afirmar:

a) A proposta de orçamento da seguridade social será

elaborada de forma integrada pelos órgãos responsáveis pela

saúde, Previdência Social e assistência social, tendo em vista as

metas e prioridades estabelecidas na Lei de Diretrizes

Orçamentárias, assegurada a cada área a gestão de seus

recursos

b) A seguridade social será financiada mediante recursos

provenientes dos orçamentos da União, dos estados, do Distrito

Federal e dos municípios, sendo que as receitas de todos eles

destinadas à seguridade social não constarão de seus

respectivos orçamentos, uma vez que decorrem de repartição

constitucional

c) Com base no princípio da solidariedade, a Constituição

atribui o custeio da seguridade social a toda sociedade.

Enquanto o financiamento direto é efetivado por meio de

contribuições sociais destinadas à seguridade social, o

financiamento indireto é realizado por toda sociedade por meio

de pagamento de outros tributos

d) As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede

regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema único,

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cujas diretrizes de organização são descentralização, com

direção única em cada esfera de governo; atendimento integral,

com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo

dos serviços assistenciais; e participação da comunidade,

refletindo o caráter democrático que deve informar toda a

seguridade social

70. (Analista em gestão previdenciária – FUNAPE/ FCC - 2017 )

Todos os membros da sociedade devem, em regra, contribuir

para a seguridade social. Todavia, por princípio, quem tem

maior capacidade financeira contribui com mais para a

manutenção do sistema da Seguridade Social, e, quem tem

menos, deve arcar com menos, visando ao equilíbrio entre a

capacidade econômica de todos que devem contribuir e o

esforço financeiro que eles necessitam para a manutenção da

seguridade social, o que enseja a aplicação do princípio

a) democrático da Seguridade Social.

b) da universalidade de cobertura e atendimento.

c) da uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às

populações urbanas e rural

d) da equidade na forma de participação do custeio da

Seguridade Social

e) da distributividade na prestação dos serviços e benefícios

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10 Gabarito

GABARITO

1. CERTO 2. ERRADO 3. ERRADO

4. CERTO 5. CERTO 6. CERTO

7.CERTO 8. ERRADO 9. CERTO

10. ERRADO 11. CERTO 12. ERRADO

13. ERRADO 14. ERRADO 15. CERTO

16. CERTO 17. CERTO 18. ERRADO

19. CERTO 20. CERTO 21. CERTO

22. CERTO 23. ERRADO 24. ERRADO

25. CERTO 26. ERRADO 27. ERRADO

28. CERTO 29. ERRADO 30. CERTO

31. ERRADO 32. CERTO 33. ERRADO

34. ERRADO 35. ERRADO 36. CERTO

37. CERTO 38. ERRADO 39. ERRADO

40. CERTO 41. CERTO 42. ERRADO

43. CERTO 44. CERTO 45. CERTO

46. CERTO 47. ERRADO 48. ERRADO

49. ERRADO 50. ERRADO 51. CERTO

52. CERTO 53. ERRADO 54. CERTO

55. CERTO 56. ERRADO 57. ERRADO

58. ERRADO 59. CERTO 60. B

61. D 62. C 63. C

64. C 65. B 66. A

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67. D 68. C 69. B

70. D

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