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1 DIREITO PROCESSUAL CIVIL Ano Lectivo de 2010/2011 – 1º Semestre Professor Doutor Rui Pinto [email protected] FICHA DE INTRODUÇÃO Conteúdo temático: Introdução. Função e formas da tutela executiva

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DIREITO PROCESSUAL CIVIL Ano Lectivo de 2010/2011 – 1º Semestre

Professor Doutor Rui Pinto [email protected]

FICHA DE INTRODUÇÃO

Conteúdo temático: Introdução. Função e formas da tutela executiva

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1. SUMÁRIO. 2. BIBLIOGRAFIA

MÓDULO 1: INTRODUÇÃO

§ 1º Introdução 1. Apresentação 2. Metodologia 3. Recursos

a. Fontes b. Bibliografia c. Jurisprudência d. Outros elementos

4. Avaliação 5. Calendário 6. A reforma de 2003 7. A reforma de 2009

§ 2º Função e formas da tutela executiva 1. Função

a. Integração nos tipos de acções b. Tripartição

LEBRE DE FREITAS/J. REDINHA/R. PINTO, CPCAnot I, 1999. PAULA COSTA E SILVA, A reforma da acção executiva 3, 2003, 41-42. LEBRE DE FREITAS, A acção executiva. Depois da reforma 4, 2004, 7-24. RUI PINTO, A acção executiva depois da reforma, 2004, 11-17.

TEIXEIRA DE SOUSA, A reforma da acção executiva, 2004, 9-45, 65-66, 221-223.

Reforma da acção executiva. Boas práticas, 2006. AMÂNCIO FERREIRA, Curso de processo de execução10 , 2007, 13-18. LEBRE DE FREITAS, Apreciação do projecto de diploma de reforma da acção executiva, ROA 68/I (2008).

2. Forma

a. Processo comum de execução b. Processos especiais de execução

LEBRE DE FREITAS/RIBEIRO MENDES, CPCAnot III, 2003, 240-241. LEBRE DE FREITAS, A acção executiva. Depois da reforma 4, 2004, 149-151, 403-406. RUI PINTO, A acção executiva depois da reforma, 2004, 17-21.

TEIXEIRA DE SOUSA, A reforma da acção executiva, 2004, 65.

Reforma da acção executiva. Boas práticas, 2006.

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AMÂNCIO FERREIRA, Curso de processo de execução10 , 2007, 89-91, 437-449. LEBRE DE FREITAS, Apreciação do projecto de diploma de reforma da acção executiva, ROA 68/I (2008).

3. LEGISLAÇÃO

LEGISLAÇÃO DA ACÇÃO EXECUTIVA

���� Alterações, aditamentos e revogações a preceitos do Código de Processo Civil na área executiva

- DL nº 38/2003, de 8 de Março (Reforma da Acção Ex I) - DL nº 324/2003, de 27 de Dezembro (respeitante, entre outros

aspectos, à revisão do Código das Custas Judiciais); - Decreto-Lei nº 53/2004, de 18 de Março (Código da Insolvência e da Recuperação de Empresas), cujo nº 4 alterou os arts. 222º e 806º) - DL nº 226/2008, de 20 de Novembro (Reforma da Acção Ex I

���� Requerimento executivo e a sua entrega

- Decreto-Lei nº 200/2003, de 10 de Setembro (modelo de

requerimento executivo em suporte de papel), entretanto

alterado pelo Decreto-Lei nº 324/2003, de 27 de Dezembro e já

revogado pelo Decreto-Lei nº 226/2008, de 20 de Novembro

- Portaria nº 114/2008, de 6 de Fevereiro (CITIUS; revogou ainda

a Portaria nº 642/2004, de 16 de Junho (revogatória da Portoria

nº 337-A/2004, de 31 de Março, antes revogatória da Port nº

1168-E/2000, de 15 de Dezembro)),

- Portaria nº 457/2008, de 20 de Junho (estende o CITIUS ao

requerimento executivo), mas desde 31 de Março, e para os

novos processos (cf. art. 22º nº 1 do Decreto-Lei nº 226/2008, de

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20 de Novembro) que passou a vigorar o novo art. 810º, sendo

certo que este diploma revoga o Decreto-Lei nº 200/2003, de

10 de Setembro (cf. o respectivo art. 21º);

���� Apoio judiciário, incluindo para honorários com o solicitador de

execução: Lei nº 34/2004, de 29 de Julho (Acesso ao Direito e aos Tribunais)

���� Modelos de carta para citação: Portaria nº 953/2003, de 9 de Setembro ���� Penhora e a venda pelo agente de execução

- Portaria nº 700/2003, de 31 de Julho (modelos de auto de penhora, edital de penhora de imóveis, selos de penhora de veículos automóveis) - Portaria nº 331º-B/2009, de 30 de Março, que quanto ao depósito público veio revogar a Portaria nº 512/2006, de 5 de Junho (Regulamento do depósito público), já antes revogatória da Portaria nº 941/2003, de 5 de Setembro (procedimentos e condições da venda em depósitos públicos).

���� Registo informático de execuções

- Decreto-Lei nº 201/2003, de 10 de Setembro (quanto ao seu regime), alterado pelo Decreto-Lei nº 53/2004, de 18 de Março, pela Lei nº 60-A/2005, de 30 de Dezembro e pelo Decreto-Lei nº 226/2008, de 20 de Novembro - Portaria nº 985-B/2003, de 15 de Setembro (quanto ao seu acesso)

���� Regime do solicitador de execução

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- Decreto-Lei nº 88/2003, de 26 de Abril (Estatuto da Câmara dos Solicitadores), alterado pelas Leis nº 44/2004, de 24 de Agosto e 14/2006, de 26 de Abril e pelo Decreto-Lei nº 226/2008, de 20 de Novembro

- Portaria nº 331º-B/2009, de 30 de Março, que veio revogar a Portaria nº 708/2003, de 4 de Agosto (remuneração e reembolso das despesas do solicitador de execução), alterada pela Portaria nº 436-A/2006, de 05 de Maio

���� Actuação do funcionário judicial, enquanto agente de execução: Portaria nº 946/2003, de 6 de Setembro

����Comunicações por meios telemáticos entre a secretaria de execução e o solicitador de execução: Decreto-Lei nº 202/2003, de 10 de Setembro, alterado pelo Decreto-Lei nº 226/2008, de 20 de Novembro ���� Regime das custas processuais

- Decreto-Lei nº 34/2008, de 26 de Fevereiro (Regulamento das Custas Judiciais (cf. art. 26º nº 1 RCJ após a alteração feita pelo art. 156º da Lei 64-A/2009 (Lei do Orçamento de Estado para 2009)).

���� Organização judiciária executiva

- Lei nº 3/99, de 13 de Janeiro (Lei de Organização e Funcionamento dos Tribunais Judiciais), após a alteração pelo Decreto-Lei nº 38/2003, de 8 de Março, revogada em algumas comarcas pela Lei nº 52/2008 de 28 de Agosto (Lei de Organização e Funcionamento dos Tribunais Judiciais) - Portaria nº 969/2003, de 13 de Setembro (criou a Secretaria-Geral de Execução das Varas Cíveis, dos Juízos Cíveis e dos Juízos de Pequena Instância Cível de Lisboa) - Decreto-Lei nº 148/2004, de 21 de Junho (cria os juizos de execução de Lisboa, Porto, Oeiras, Loures, Sintra, Maia e Guimarães)

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- Portaria nº 1029/2004, de 14 de Agosto (Secretaria Geral de Execuções de Lisboa e seu quadro de pessoal) - Portaria nº 1322/2004, de 16 de Outubro (declara instalados o 1º

e 2º Juízos de Execução da Comarca de Lisboa e o 1º Juízo de Execução da Comarca do Porto e cria a Secretaria-Geral de Execução do Porto) - Portaria nº 822/2005, de 14 de Setembro (instalação do 3.o Juízo de Execução da Comarca de Lisboa e ao 2.o Juízo de Execução da Comarca do Porto) - Decreto-Lei n.o 35/2006, de 20 de Fevereiro (os processos pendentes nas comarcas onde sejam criados juízos de execução transitam para os novos juízos de execução após a sua instalação) - Portaria nº 262/2006, de 16 de Março (declara instalados os Juízos de Execução da Comarca de Oeiras e da Comarca de Guimarães) - Portaria nº 1406/2006, de 18 de Dezembro (declara instalado o Juízo de Execução da Comarca da Maia) - Decreto-Lei nº 250/2007, de 29 de Junho (o art. 8º nº 1 cria os Juízos de Execução de Braga, Coimbra, Leiria, Matosinhos e Vila Nova de Gaia)

���� Injunção

- Decreto-Lei 269/98, de 1 de Setembro (acção declarativa especial para cumprimento de obrigações pecuniárias emergentes de contratos e da injunção) - Portaria nº 220-A/2008, de 4 de Março (Balcão Nacional de Injunções (BNI),

���� Regulamentos comunitários

- Regulamento (CE) n.º 44/2001 do Conselho, de 22 de

Dezembro de 2000 (competência judiciária,

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reconhecimento e execução de decisões em matéria civil e

comercial)

- Regulamento (CE) n.º 2201/2003 do Conselho, de 27 de

Novembro de 2003 (competência, ao reconhecimento e à

execução de decisões em matéria matrimonial e em

matéria de responsabilidade parental 1);

- Regulamento (CE) n.º 805/2004 do Parlamento Europeu e

do Conselho, de 21 de Abril de 2004 (título executivo

europeu para créditos não contestados 2);

- Regulamento (CE) n.º 1896/2006 do Parlamento Europeu e

do Conselho, de 12 de Dezembro de 2006 (procedimento

europeu de injunção de pagamento 3);

- Regulamento (CE) n.º 861/2007 do Parlamento e do

Conselho, de 11 de Julho de 2007 (processo europeu para

acções de pequeno montante 4);

1 Publicado no JO L 338, de 23/12/2003, com rectificação pelo JO L 174, de 28/12/2006, vindo revogar o Regulamento (CE) n.º 1347/2000. Vigora desde1/3/2005 (cf. o seu artº 72.º), tendo sido alterado pelo Reg. 2116/2004 (JO L 367, de 14/12/2004). 2 Publicado no JO L 143, de 30/4/2004, rectificado no JO L 168, de 30/6/2005 e aplicável desde 21/10/2005 (cf. o seu artº 33.º). Os respectivos anexos deste foram alterados pelo Regulamento (CE) n.º 1869/2005 da Comissão, de Novembro de 2005; 3 Publicado no JO L 399, de 30/12/2006, para vigorar a partir de 12/12/2008 (cf. o seu artº 33.º). 4 Publicado no JO L 199, de 31/7/2007 para vigorar a partir de 1/1/2009 (cf. o respectivo artº 29.º).

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5. ESQUEMAS

MARCHA EM VIGOR DESDE 31 DE MARÇO DE 2009

A1 - EXECUÇÃO PARA PAGAMENTO DE QUANTIA CERTA (801º-923º) 1. FASE INTRODUTÓRIA

1.1. Apresentação do Requerimento Executivo (R/Ex) no Tribunal de Execução, em modelo aprovado (810º/9)

ELEMENTOS COMUNS

� direcção ao tribunal de execução (810º/1) � identificação das partes (810/1 a> 806º/1 c) > 467/1 a) indicação do domicílio profissional do mandatário judicial (810/1 b)

� delimitação da pretensão executiva: fim, factos/c/pedir (810º/1, d,e), pedido (810º/ 1 f)

� identificação do valor da causa (810º/1 g)

ELEMENTOS EVENTUAIS � liquidação por simples cálculo aritmético (810º/1h > 805/1) � acertamento da prestação, quando caiba ao credor (810º/1h)

� indicação de bens à penhora, com respectiva identificação (810/5), incluindo

empregador, número de contas bancárias, ónus e encargos (810/1i) � Designação do agente de execução (810/1 c) > 808/3 e 4 > 811-A/1)

� pedido de dispensa de citação prévia (810/1j)

apresentação do requerimento executivo e documentos que o acompanham por via electrónica (810/7 > 810/10 > 138-A)

DOCUMENTOS (810/6)

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� título executivo � documentos / títulos sobre os bens penhoráveis indicados � documentos do 467/3 � comprovativo do pagamento de taxa de justiça inicial ou da concessão do

benefício de apoio judiciário 1.2. Apreciação pelo Agente de Execução

RECUSA

� Falta ou insuficiência do título executivo (811/1 b) � Omissão dos requisitos do 810/1(811/1 a) � Omissão dos requisitos do art. 474/1 f,g e h � Não uso do modelo aprovado (811/1 a) � Omissão de formalidades do 474/1 f, g, h (comprovativo do prévio pagamento da

taxa de justiça devida ou a concessão de apoio judiciário, assinatura do requerimento executivo, redacção em língua portuguesa)

⇒ RECLAMAÇÃO para o juiz,

com decisão irrecorrível (811/2)

Ou

⇒ novo R/ Ex / doc. em falta, em 10 dias com benefício de data (811/3)

RECEBIMENTO � designação eventual de agente de execução (811º-A)

1.3 Diligências preliminares promovidas por

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AGENTE DE EXECUÇÃO

Liquidação

� Juros vincendos (805/2) � Sanção pecuniária compulsória (805/3)

Obrigação condicional ou dependente d prestação

� Promover a intervenção do tribunal quando a prova de que se verificou a

condição ou que se efectivou ou ofereceu a prestação pelo credor não possa ser feita por documentos (804/2 > 804/3)

Remessa do processo para despacho liminar

� Recebido o processo, deve analisar o mesmo e remetê-lo electronicamente ao

juiz para despacho liminar nos casos previstos no art. 812º D

JUIZ DE EXECUÇÃO

� Apreciação sumária da prova produzida pelo credor de que se verificou a

condição se efectivou ou ofereceu a prestação quando esta não possa ser feita por documentos (804/3)

� Indeferimento liminar do requerimento executivo quando seja manifesta a falta ou insuficiência do título; ocorram excepções dilatórias não supríveis e de conhecimento oficioso; seja manifesta a inexistência de factos constitutivos ou a existência de factos impeditivos ou extintivos da obrigação exequenda que ao juiz seja lícito conhecer, tratando-se de execução fundada em título negocial (812-E/1 > 812-D)

� Indeferimento parcial quanto à parte do pedido que exceder os limites constantes do título executivo (812-E/2 > 812-D)

� Convida o exequente a suprir as irregularidades do requerimento executivo, bem como a sanar a falta de pressupostos (812-E/3 > 265/2), sob pena de indeferimento do requerimento executivo (812-E/4)

1.4. CITAÇÃO PRÉVIA À PENHORA (antigo processo ordinário)

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1.4.1.

� Com despacho liminar (regra: 812-F/2)

� indeferimento (812-Aº/1), eventualmente parcial (812-E/ 2) � aperfeiçoamento (812-E/3) � citação (812-E/5)

Sem despacho liminar = garantia de citação prévia (812-F/2),

• execução de devedor subsidiário, sem pedido de dispensa (812-F/2 a) • liquidação incidental(812-F/2 b) > (805/1)) • execução de título extrajudicial de empréstimo hipotecário para compra de

casa própria (812-F/2 c) 1.4.2. Como é feita

� Postal, pela secretaria (234º/ 4, e 1 al. e) havendo frustração, por � contacto pessoal, pelo Agente de Execução (239) 1.4. bis DISPENSA DE CITAÇÃO PRÉVIA À PENHORA (antigoprocesso

sumário) 1.4.1. Casos do art. 812-C

� Sem despacho liminar Casos do art. 812º-C

1.4.2. Como é feita

� Pessoal ou edital, pelo agente de execução no acto de penhora ou em 5 dias contados sobre a realização da última penhora (864º/ 2)

1.5. REACÇÃO DO EXECUTADO

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1.5.1. Pagamento (916/1), por

� Depósito, após obtenção de guias na secretaria (916/2 > 916/3) � entrega directa ao agente de execução (916/2)

1.5.2. Oposição à execução, 20 dias a contar da citação, seja prévia ou posterior à penhora (813/1; cfr. 812-E/5), incluindo à exigibilidade (804/4) e para o

incidente de liquidação (805º/ 4); com efeito

� efeito não suspensivo < citação prévia (818/1) � efeito suspensivo < dispensa de citação prévia (818/2), com eventual

responsabilidade civil e pagamento de multa pelo exequente que não agiu com prudência normal (819); citação prévia quando o executado que se opõe preste caução ou tendo impugnado a assinatura do documento particular e apresentado documento que constitua princípio de prova, o juiz entenda que se justifica a suspensão (818/1)

2. PENHORA

2.1. INDICAÇÃO DE BENS

� pelo exequente, � no R/Ex (810º/1 ) � sucessivamente, por frustração (833B/3)

� pelo executado, na falta de indicação pelo exequente (833-B/4), sujeito a sanção pecuniária compulsória (833/7)

� dispensada (835º)

2.2. DILIGÊNCIAS E ACTOS PREPARATÓRIOS 2.2.1. Início das diligências

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� SEM CITAÇÃO PRÉVIA E SEM DESPACHO LIMINAR

O agente de execução começa as diligências após ter recebido o requerimento executivo do tribunal (812-C/ > 832/1 a), no prazo máximo de 5 dias contados da apresentação do requerimento executivo

� EM TODO OS RESTANTES CASOS O agente de execução começa as diligências após ter sido notificado pela secretaria de que foi despachada a dispensa de citação, de que foi não foi deduzida oposição, de que foi deduzida oposição sem efeito suspensivo, ou de que esta foi julgada improcedente (832/1, b e c)

2.2.2. Actos preparatórios

� Consulta prévia /inscrição no registo de execuções (832/2-6)

⇒ REMESSA para execução pendente, em coligação ou

⇒ REMESSA para execução pendente, em reclamação

� Diligências subsequentes, de identificação e localização dos bens (833/1 e

2), com necessidade de DESPACHO JUDICIAL DE AUTORIZAÇÃO nos casos de elementos protegidos por regimes de sigilo e de confidencialidade (833-A/7)

� Após as consultas efectuadas, o agente de execução notifica o exequente do resultado da consulta ao registo informático das execuções e dos bens penhoráveis identificados ou do facto de não ter identificado quaisquer bens penhoráveis.

2.3. ESCOLHA E EFECTIVAÇÃO 2.3.1. Escolha dos bens, pelo agente de execução (834) DESPACHO JUDICIAL apenas na penhora de depósito bancário (861º-A)

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2.3.2. Efectivação pelo agente de execução (834) 2.3.3. Auto de penhora (836) 2.4. NOTIFICAÇÃO

� SEM CITAÇÃO PRÉVIA: notificação consumida pela citação para a execução, pessoal ou edital, pelo agente de execução no acto de penhora ou em 5 dias contados sobre a realização da última penhora (864º/ 2)

� COM CITAÇÃO PRÉVIA: notificação autónoma, pessoal ou edital, pelo agente

de execução no acto de penhora ou em 5 dias contados sobre a realização da última penhora (864/8 > 864º/ 2 > 235)

2.5. FRUSTRAÇÃO / REFORÇO / SUSPENSÃO / LEVANTAMENTO

� Frustração das diligências: (837) � Substituição / reforço (834/3)

� Suspensão / levantamento (maxime, 847)

2.6. OPOSIÇÃO À PENHORA

� incidente de oposição à penhora (863º-A, 863º-B) � em 10 dias < citação prévia (863-B/1 a) - suspende-se com caução

(863-B/3) � em 20 dias < dispensa de citação prévia (863-B/1 b) - está suspensa por

efeito da oposição à execução (818/2) � reclamação de acto do agente de execução (809/1 c)

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� simples requerimento (827/2)

� prova documental inequívoca de que o bem é de terceiro (848º/ 2)

� embargos de terceiro (351º e ss.)

� acção de reivindicação (1311º /1 CC, 1315º CC)

3. CONCURSO DE CREDORES E CITAÇÃO DO CÔNJUGE

3.1. Citação pessoal

� cônjuge (864º/3 a) � credores registados ou conhecidos com garantia real (864/3 b) � Entidades referidas na lei fiscal - Fazenda Pública (864/4) � Instituto de Gestão Financeira da Segurança Social(864/4)

3.2. Estatuto processual do cônjuge (864-A) 3.3. Concurso de credores, com título exequível garantia real e obrigação

certa e líquida (865/1, 2 e 7)

> FALTA DE TÍTULO > possibilidade de formação de título na própria execução (869)

� reclamação

� em 15 dias (865º/2) � espontânea até à transmissão dos bens penhorados (865/3)

� Exclusão : credor de privilégio creditório geral, quando

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� seja qual for o valor da obrigação exequenda, a penhora

incida sobre rendimentos periódicos pessoais, parcialmente

penhoráveis nos termos do art. 824º, ou incida sobre

automóvel

� se a obrigação exequenda for inferior a 190 UC

• a penhora incida sobre moeda corrente ou depósito

bancário em dinheiro

• o exequente tenha requerido procedentemente, antes

de convocados os credores, a consignação de

rendimentos ou adjudicação, em dação em

cumprimento, de um crédito penhorado.

� admissão da reclamação, pela secretaria, sem despacho judicial (866, nº

1) � notificação ao executado, exequente e credores reclamantes (866/1) � impugnação pelas mesmas partes em 15 dias, incluindo do crédito

exequendo(866/2)

� resposta à impugnação (867)

� verificação e graduação dos créditos (868) 4. VENDA E PAGAMENTO

4. 1. Venda executiva

� dispensa da venda executiva � entrega de dinheiro (874 > 861/3 e > 861-A/13) � adjudicação (875 ss) � consignação de rendimentos (879 ss.)

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� regime geral (886 - 887); venda única de bem indiviso (826/2; 862/5) � regime específicos

o proposta em carta fechada (886/ a; 889- 901-A) o directa (903) o em bolsa de valores/ mercadorias (902) o por negociação particular (904, 905) o em estabelecimento de leilão (906, 907) o em depósito público (907-A)

� direitos de terceiro: preferentes (892/1, 896, 897), e cônjuge, ascendentes , descendentes (912-915)

� vícios da venda (908 - 911)

4.2. Pagamento

� normas gerais (872 - 874) � pagamento a prestações (882 ss) 5. EXTINÇÃO / RENOVAÇÃO

� Extinção

� pelo pagamento ou outra causa (916 - 919) � por anulação (921)

� Renovação (920)

A2 – EXECUÇÕES ESPECIAIS PARA PAGAMENTO DE QUANTIA CERTA

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ALIMENTOS (1118º - 1121º- A), CUSTAS ( 116º - 123º CCJ)

PROCESSO SUMÁRIO ABREVIADO (Decreto-Lei nº 274/97, de 8 de Outubro) – revogado pelo art. 22º do DL 38/2003, de 8 de Março Mas cfr. art. 812º-A/1-d)

PROCESSO DE INJUNÇÃO (Decreto-Lei nº 269/98, de 1 de Setembro) 5 1. Noção e objecto

providência que tem por fim dar força executiva a requerimento destinado a exigir o cumprimento destas obrigações (7º)

� execução de obrigações pecuniárias, emergentes de contratos, de valor não superior à alçada do tribunal de 1ª instância (art. 1º/ diploma preambular do DL 269/98)

� Transacção comercial, “independentemente do valor da dívida” (art. 7º DL nº 32/2003, de 17 de Fevereiro, pelo qual se transpôs para a ordem jurídica interna a Directiva 2000/35/CE do PEuropeu e do Conselho, de 29 de Junho de 2000)

2. Fase inicial 1.1. Entrega de requerimento de injunção (RI)

� na secretaria ou do tribunal do lugar do cumprimento ou do domicílio do devedor (art. 8º)

5 Alterado, entre outros e nomeadamente, pelos Decretos-Lei nºs 383/99, de 23 de

Setembro, 183/2000, de 10 de Agosto, 32/2003, de 17 de Fevereiro, 38/2003 de 8

de Março.

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� segundo o modo constante do art. 9º � conteúdo (10º

1.2. Secretaria > recusa (11º / > recebe 1.3. Notificação do requerido em 5 dias, para no prazo de15 dias, pagar a quantia e

taxa de justiça ou deduzir oposição (12º/1, 13º) 2.4. Comportamento do executado

� procede ao pagamento – extingue-se o processo � nada faz: aposição da fórmula executória (14º/1) - > devolução de todo o

expediente ao requerente (14º/4) e execução por - com dispensa de citação prévia (812º-A/1-b)

� opõe-se ou frusta-se a notificação - > após apresentação dos autos à distribuição (16º), segue-se, com as necessárias adaptações, a acção declarativa condenatória na forma sumaríssima abreviada regulada no mesmo diploma de 1 de Setembro de 1998. 6

B1 – EXECUÇÃO PARA ENTREGA DE COISA CERTA (928º-931º) Disposições subsidiriamente aplicáveis

� com adaptações, na parte em que o puderem ser, as disposições relativas à execução para pagamento de quantia certa (466º/2)

6 Esta forma sumaríssima abreviada retira à forma sumaríssima as acções destinadas

ao cumprimento de obrigações pecuniárias, quando fundadas em contrato, e que antes

nela cabiam por força do art. 462º. Deste modo, a obrigação de alimentos não cabe

aqui.

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1. FASE INTRODUTÓRIA 1.1. Apresentação do Requerimento executivo (cfr. 810+467º/ 1) de citação do executado para fazer a entrega de coisa devida no prazo de 20 dias (928º), ainda que seja bem do Estado ou de pessoa colectiva referida no nº 1 do art. 823º (930º/1) 1.3. Secretaria > recusa (811/1) � reclamação (811/2) / recebe 1.4. Diligências preliminares de acertamento/exigibilidade da obrigação (803º-

805º), vg, prova da verificação da condição (art. 804º) 1.5. Com despacho liminar (812)

� Indeferimento, total ou parcial (812 /2+3) ---- cf. ainda o art. 820º

� aperfeiçoamento (812º/4) ---- o art. 820º

Sem despacho liminar nos casos do art. 812º-A/1-a) a c) 1.6. Citação (812º/ 6 + 928º), salvo no caso do 812º-B/27 1.7. Reacção do executado (em 20 dias a contar da citação)

� entrega a coisa � oposição à execução (929º/1), aos fundamentos comuns (814º - 816º )

acresce o direito ao pagamento de benfeitorias feitas na coisa (929º/2) � não entrega a coisa, tendo ou não embargado-- (cfr., porém, 921º/1, falta de

citação) ; segue-se para a fase de

2. APREENSÃO JUDICIAL 7 Segue-se aqui Lebre de Freitas / Ribeiro Mendes, Código…, III, 645 ss e Teixeira de

Sousa, A Reforma…, 213-214: não há nestas acções princípio de coincidência; a regra

é a de que há sempre citação e está implícita no art. 928º. No entanto, contra, Rui

Pinto, A acção executiva…., 218.

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2.1 Consiste, nos termos do art. 930º/1, em

� buscas decretadas pelo tribunal � e demais diligências necessárias

Segue, subsidiariamente, o regime da realização da penhora de imóveis e de móveis, i.é, do arts. 838º e ss., e 848º e ss., respectivamente

2.2. Oposição à apreensão

� incidente de oposição à penhora (863º-A/a) e c), 863º-B) � embargos de terceiro (351º e ss.), pelo terceiro possuidor com direito

incompatível, já que a sua posse não obsta à apreensão (831º, ex vi 930º/1) � agravo (676º/1, 733º) ou reclamação de despacho do juiz (663º/3) � protesto do acto da apreensão (848/2º) � reclamação de acto do agente de execução (809º/1-c)) � acção de reivindicação (1311º /1 CC, 1315º CC) � simples requerimento

2.3. Convocação do cônjuge: 864º/3-a, primeira parte) (por analogia)

3. ENTREGA JUDICIAL (930º, 930º-A)

[CONVOLAÇÃO DA EXECUÇÃO] 1. Objecto: conversão da execução para entrega de coisa certa em execução para

pagamento de quantia certa 2. Tem lugar quando a coisa

a) não foi encontrada no património do devedor (931º/1) b) a entrega seja impossível pela prevalência de direitos de terceiro

oponíveis à execução (v.g., o exequente-comodatário requer a entrega da coisa ao executado-comodante que já a vendeu)

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3. Direitos do exequente

• no caso a) tem direito a pedir a entrega do valor da coisa e da indemnização do dano por falta de entrega (931º/1)

• no caso b) tem direito a pedir a entrega do indemnização do dano resultante incumprimento contratual por impossibilidade culposa (801º CC

4. Tramitação:

• liquidação, nos termos dos arts. 378º, 380º e 805º. (931º/1) • possibilidade de indicação à penhora de bens necessários para o

pagamento da quantia liquidada (931º/2)) • fases subsequentes da execução para pagamento de quantia certa:

penhora, convocação e reclamação, etc. (931º/2)

B1 – EXECUÇÃO PARA PRESTAÇÃO DE FACTO 1. Disposições subsidiriamente aplicáveis

� com adaptações, na parte em que o puderem ser, as disposições relativas à execução para pagamento de quantia certa (466º/2)

2. Objecto

• facto positivo (45º/2), fungível (828º CC; 933º/1) ou infungível (933º/1) • facto negativo (45º/2)

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TRAMITAÇÃO 1 – facto fungível 1. Fase introdutória

� O credor mantém o interesse apesar da mora

> requer a prestação do facto (por terceiro) à custa do devedor (828º CC), bem como indemnização moratória (804º/1 CC) - 933º/1,1ªparte

� O credor perdeu o interesse 8com a mora � requer a indemnização compensatória (798º CC) -933º/1,2ªparte � Com despacho liminar (812)

� Indeferimento, total ou parcial (812 /2+3) ---- cf. ainda o art. 820º

� aperfeiçoamento (812º/4) ---- o art. 820º

� Sem despacho liminar nos casos do art. 812º-A/1-a) a c) � Citação

� Oposição do executado em 20 dias a contar da citação (933º/2) – efeitos:

818 (933/3) � Realização da prestação pelo devedor se tiver sido pedida, no mesmo

prazo (cfr., a analogia do art. 928º; ainda, os arts. 916º/1 e 466º/2)

2. Liquidação (934º)

8 Em ambos os casos, a manutenção ou perda do interesse do credor no cumprimento

da prestação aferere-se em face do prazo para o cumprimento. Por isso, se este não

estiver determinado no título executivo ou não o haja sido antes da acção executiva

(cfr., processo especial de fixação judicial de prazo – arts. 1456º e 1457º), haverá que

fixar o prazo preliminarmente na própria execução, nos termos dos arts. 939º e 940º,

nº 1.

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Tem lugar após o termo do prazo para oposição ou decisão de improcedência da oposição à execução que haja suspendido a execução (cfr., 818º/1 e 934º)

� Objecto da liquidação se o credor mantiver o interesse apesar da mora - valor da prestação de facto por terceiro: avaliação de perito ( 935º/1) - valor da indemnização moratória - > conversão da execução (934º

e 931º/1): liquidação nos termos dos arts. 378º, 380º e 805º

� Objecto da liquidação se o credor perder o interesse - liquidação da indemnização compensatória - > conversão da

execução (934º e 931º/1): liquidação nos termos 378º, 380º e 805º 3. Realização do facto

� por terceiro (o credor mantém o interesse), haverá que ser pago com o produto da venda (cfr., 828º CC) - mas tendo-se excutido os bens do executado sem se obter o valor suficiente, o exequente pode desistir da prestação de facto – desde que ainda não haja tido início – e requerer que fique com a quantia obtida (938º)

� pelo exequente, em antecipação, com obrigação de prestar contas (936º/1 e 1018º)

4. Extinção da execução

após a realização da prestação ou com o recebimento da quantia apurada nos termos do art. 937º (919º/1)

[Convolação da execução] A) Ocorre nos casos referidos de liquidação de

� pedido de indemnização moratória ou compensatória (934º) e ainda de � pedido de prestação de facto após, a conclusão da avaliação do respectivo

custo (935º/2)

B) O exequente nomeará os suficientes bens à penhora e seguem-se os termos da execução para pagamento de quantia certa (931/2; 935º/2)

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TRAMITAÇÃO 2 – facto infungível 1. Fase introdutória

� O credor pede no requerimento executivo

o indemnização compensatória (798º CC) o e eventual sanção pecuniária compulsória (829º-A/1 CC;

933º/1,2ªparte)

salvo se renunciar à fungibilidade (por ser a seu favor), valendo a execução de facto fungivel 9 � Com ou sem despacho liminar (vide supra) � Citação � Oposição do executado em 20 dias a contar da citação (933º/2) � Realização da prestação pelo executado no mesmo prazo (cfr., a analogia

do art. 928º/1; cfr., ainda, arts. 916º/1 e 466º/2) 2. Pagamento e extinção da execução Após o pagamento da indemnização ou/e da sanção pecuniária compulsória nos termos do art. 937º extingue-se a execução (919º/1)

[Convolação da execução] Terminado o prazo para oposição ou decisão de improcedência dos embargos de executado que hajam suspendido a execução, ocorre a conversão da execução (934)º: o exequente nomeará os suficientes bens à penhora e seguem-se os termos da execução para pagamento de quantia certa (931º/2)

9 Também aqui, se o prazo para o cumprimento da prestação, não estiver

determinado no título executivo ou não o haja sido antes da acção executiva (cfr.,

processo especial de fixação judicial de prazo – arts. 1456º e 1457º), haverá que fixar

o prazo preliminarmente na própria execução, nos termos dos arts. 939º e 940º, nº 1.

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TRAMITAÇÃO 3 – facto negativo 1. Fase introdutória

� Objecto/ Requerimento Executivo

a) remoção dos efeitos da violação de um dever de omissão, quando possível a reconstituição in natura da situação que existiria se não houvesse ocorrido o incumprimento: o exequente requer a verificação da obra 10por perito11 e que seja demolida à custa do executado (829º/1 CC; 941º/1), e ainda indemnização compensatória, caso a reconstituição natural não abarque todos os danos (566º/1 CC; 941º/1)

b)ressarcimento dos efeitos da violação de um dever de omissão, quando aquela não seja possível: o exequenter requer indemnização compensatória (566º/1 CC; 941º/1) e eventual sanção pecuniária compulsória (829º-A/1 CC; 941º/1)

� Com ou sem despacho liminar (vide supra) � Citação � Oposição do executado em 20 dias a contar da citação (941º/2) a qual

pode, além dos termos gerais dos art. 814 ss., , suspender a execução com base em fundamento específico (941º/4)

� Realização da demolição no mesmo prazo (941º/2; cfr., a analogia do art. 928º/1)

2. Despacho judicial (942º)

o Não reconhece falta de cumprimento da obrigação

o Reconhece a falta de cumprimento da obrigação e � ordena a demolição da obra (ou semelhante) à custa do

executado, segundo o valor apurado pelo perito, e o pagamento de indemnização compensatória (caso a))

� ordena o pagamento de indemnização compensatória pelo executado(caso b))

10 Ou qualquer situação de violação de obrigação de non facere 11 Este ou outro meio de prova comum.

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3. Realização da demolição (eventual)

� por terceiro: haverá que ser pago com o produto da venda, mas tendo-se excutido os bens do executado sem se obter o valor suficiente, o exequente pode desistir da demolição – desde que ainda não haja tido início – e requerer que fique com a quantia obtida (938º e 942º)

� pelo exequente, em antecipação, com obrigação de prestar contas (942º/2, 936º, 937º e 1018º)

4. Extinção da execução

Após a conclusão da demolição ou com o recebimento da quantia apurada nos termos do art. 938º (919º/1)

[Convolação da execução] para pagar a demolição e/ou as indemnizações (942º/2)

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DIREITO PROCESSUAL CIVIL Ano Lectivo de 2010/2011 – 1º Semestre

Professor Doutor Rui Pinto [email protected]

FICHA Nº 1

Conteúdo temático: Juiz, agente de execução e secretaria

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3. SUMÁRIO. 4. BIBLIOGRAFIA

MÓDULO 1: INTRODUÇÃO (Continuação)

§ 3º Juiz, agente de execução e secretaria 1. Juiz

c. Competência funcional activa d. Competência funcional passiva

2. Agente de execução e. Competência funcional f. Escolha g. Honorários h. Estatuto i. Natureza jurídica j. Responsabilidade

3. Secretaria a. Guarda do processo b. Registo informático

LEBRE DE FREITAS, Agente de Execução e Poder Jurisdicional, Themis 4/VII (2003), 19-34. LEBRE DE FREITAS/RIBEIRO MENDES, CPCAnot III, 2003, 262-275. PAULA COSTA E SILVA, A reforma da acção executiva 3, 2003, 12-15, 17-20, 37-40. LEBRE DE FREITAS, A acção executiva. Depois da reforma 4, 2004, 24-28.

MARIA OLINDA GARCIA, A responsabilidade do Exequente e de Outros Intervenientes

Processuais. Breves Considerações, Coimbra, Coimbra Editora, 2004, 33-40

LOPES DO REGO, Papel e Estatuto dos Intervenientes no Processo Executivo, 2004.

TEIXEIRA DE SOUSA, A reforma da acção executiva, 2004, 47-65.

MARIANA FRANÇA GOUVEIA, Poder geral de controlo , Sub Judice 29 (2005).

Reforma da acção executiva. Boas práticas, 2006. AMÂNCIO FERREIRA, Curso de processo de execução10 , 2007, 111-122. LEBRE DE FREITAS, Apreciação do projecto de diploma de reforma da acção executiva, ROA 68/I (2008).

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3. JURISPRUDÊNCIA

a. Solicitador de execução (designação) RL 28/04/2005 I- O critério de designação dos solicitadores de execução atende em primeira linha à proximidade geográfica: solicitadores inscritos na comarca e nas comarcas limítrofes (artigo 808º/2 do C.P.C.) II- Num segundo momento, ou seja, na falta de solicitadores, atende-se aos inscritos “ em outra comarca do mesmo círculo judicial” (artigo 808º/2 do C.P.C.): critério fundado na organização judiciária do território. III- Não tendo sido propósito da lei o de facultar a escolha de solicitadores de execução aos inscritos em qualquer ponto do território nacional, evitando-se, assim, indesejadas concentrações de grupos de solicitadores, não foi igualmente seu propósito limitar a escolha de solicitadores apenas pela área do círculo judicial onde corre a execução. IV- A lei permite, assim, uma mais ampla e desejável possibilidade de escolha de solicitadores, considerando os inscritos em comarcas limítrofes daquela onde corre a execução, afastando-se desse critério de proximidade geográfica, quando não os haja nem na comarca nem nas suas limítrofes, para considerar então a área do círculo judicial, o que não exclui, se se der o caso, a possibilidade de designação de solicitadores de comarcas não limítrofes. V- É, pois, de afastar interpretação restritiva do artigo 808º/2 do C.P.C. segundo a qual os solicitadores de execução apenas podem ser designados dentre os inscritos na área do círculo judicial da comarca onde corre a execução. b. Solicitador de execução (honorários/obrigação do exequente/destituição) RL 02/10/2008 1. O solicitador de execução, nos termos do artigos 2º nº 1, 7º, 8º e 9º da Portaria n.º 708/2003, de 4 de Agosto, tem direito a receber honorários pelos serviços prestados de acordo com as tarifas legais, bem como a ser reembolsado das despesas realizadas que devidamente comprove. 2. O solicitador de execução pode exigir, a título de provisão, quantias por conta de honorários ou despesas -artigo 3º nº 1 da Portaria nº 708/2003, de 4 de Agosto. 3. Nos termos dos artigos 454º nº 3, do Código de Processo Civil, 5º nº 2 da Portaria nº 708/2003, de 4 de Agosto e 33º nº 1 alª e), do Código das Custas Judiciais, é o exequente que deve suportar a remuneração devida ao solicitador de execução e o reembolso das despesas por ele realizadas, sem prejuízo destes encargos integrarem as custas de parte que o exequente tenha direito a receber do executado. 4. O exequente pode, no termo do processo, requerer ao juiz que proceda à

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revisão da nota de honorários e despesas, com fundamento na desconformidade com o disposto na portaria 708/2003 – artigo 6º da referida portaria. 5. Nos termos do artigo 808º nº 4, do Código de Processo Civil, o solicitador de execução designado pode ser destituído por decisão do juiz, oficiosamente ou a requerimento do exequente, com fundamento em actuação processual dolosa ou negligente ou em violação grave de dever que lhe seja imposto pelo respectivo estatuto, o que será comunicado à Câmara dos Solicitadores.

4. FORMULÁRIOS

a. Requerimento de designação de solicitador Processo nº … … º Juízo Exmo. Senhor Juiz de Direito do Tribunal de Execução de Lisboa LUSO MOTOR, S.A., Exequente nos autos supra identificados e aí melhor identificada, tendo sido notificada da destituição do Solicitador de Execução de fls. , vem, ao abrigo do nº 2 do artigo 808º do C.P.C., designar como Solicitador de Execução Mário Antunes Rodrigues, portador da cédula profissional nº …, com domicílio profissional na Avenida Duque de Loulé, nº 54, 1º Esquerdo, 1150-056, em Lisboa, juntando para o efeito declaração da aceitação dessas funções, nos termos do nº 6 do artigo 810º do C.P.C. [

b. Requerimento de destituição de solicitador Processo nº … … º Juízo

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Exmo. Senhor Juiz de Direito do Tribunal de Execução de Lisboa LUSO MOTOR, S.A., Exequente nos autos supra identificados e aí melhor identificada, e que é Executada STAND UNIVERSAL, S.A., vem, ao abrigo do nº 1 do artigo 845º do Código de Processo Civil requerer DESTITUIÇÃO DO SOLICITADOR DE EXECUÇÃO com os fundamentos seguintes:

1º No dia 27 de Janeiro de 2004, a Exequente deu entrada ao presente requerimento executivo para pagamento de quantia certa, não tendo designado solicitador de execução.

Conforme dispõe o artigo 811º-A, nº 1, a secretaria procedeu à designação do mesmo. Assim,

Foi designado solicitador nos presentes autos Vítor Gustavo Simões, titular da cédula profissional nº 3453, inscrito na Comarca de Lisboa. Acontece que,

4º A … de … de …, o Solicitador de Execução requereu o pagamento de € 1.000,00 (mil euros) a título de provisão de despesas e honorários. Ora,

A Exequente, entendendo ser tal montante manifestamente excessivo, procedeu apenas ao pagamento de € 500,00 (quinhentos euros). Sendo certo que,

O solicitador de execução não pode auferir, na qualidade de agente de execução, remuneração diversa da que consta da Portaria nº 708/2003, de 4 de Agosto. Aliás,

A quantia já entregue pela Exequente ultrapassa em muito os valores constantes da tabela fixada pelo referido diploma.

Acontece que, 8º

Nenhuma diligência foi efectuada pelo solicitador de execução.

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Tendo a Exequente sido informado pelo Solicitador de Execução que a situação se manteria até ao pagamento da quantia remanescente. Pelo que,

10º

A conduta do solicitador de execução é violadora dos deveres a que está obrigado. Nomeadamente,

11º A prática diligente dos actos processuais, com observância escrupulosa dos prazos legais ou judicialmente fixados e dos deveres deontológicos que sobre si impedem (alínea a) do artigo 123º ECS).

12º Prejudicando com a sua conduta dolosa os interesses do Exequente.

Pelo que,

13º

Deve o Solicitador de Execução Vítor Gustavo Simões ser destituído das suas funções, nos termos e para os efeitos do disposto nº 4 do artigo 808º do C.P.C., o que desde já se requer. Termos em que requer e

E.D.

A Advogada,

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DIREITO PROCESSUAL CIVIL Ano Lectivo de 2010/2011 – 1º Semestre

Professor Doutor Rui Pinto [email protected]

FICHA Nº 2

Conteúdo temático: Fase introdutória I

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5. SUMÁRIO. 6. BIBLIOGRAFIA

MÓDULO 2: FASE INTRODUTÓRIA

§ 4º Impulso processual do credor: o requerimento executivo 1. Condições

a. Título executivo i. Judicial; a execução provisória e a condenação

implícita ii. Judicial impróprio iii. Extra-judicial

1. Documento autênticos 2. Documentos particulares; títulos de crédito

iv. Avulsos b. Obrigação exequenda

i. Exigibilidade ii. Certeza iii. Liquidez

LOPES-CARDOSO, Manual da Acção Executiva 3 (2ª reimp.1996), 1968, 13-83, 169-227. TEIXEIRA DE SOUSA, Acção executiva singular, 1998, XXX LEBRE DE FREITAS/J. REDINHA/R. PINTO, CPCAnot I, 1999, XXX REMÉDIO MARQUES, Curso de processo executivo comum à face do Código revisto, 2000, 43-98.

ABRANTES GERALDES, Títulos Executivos, Themis 4/VII (2003), 35-36. LOPES DO REGO, Requisitos da Obrigação Exequenda, Themis 4/VII (2003), 67-78. LEBRE DE FREITAS/RIBEIRO MENDES, CPCAnot III, 2003, 242-261. PAULA COSTA E SILVA, A reforma da acção executiva 3, 2003, 27-36. LEBRE DE FREITAS, A acção executiva. Depois da reforma 4, 2004, 29-103. RUI PINTO, A acção executiva depois da reforma, 2004, 32-49.

TEIXEIRA DE SOUSA, A reforma da acção executiva, 2004, 69-80.

Reforma da acção executiva. Boas práticas, 2006. AMÂNCIO FERREIRA, Curso de processo de execução10 , 2007, 19-49, 95-110. LEBRE DE FREITAS, Apreciação do projecto de diploma de reforma da acção executiva, ROA 68/I (2008).

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2. Pressupostos processuais a. Competência b. Personalidade, capacidade e representação c. Patrocínio d. Legitimidade

i. Singular ii. Litisconsorcial

LOPES-CARDOSO, Manual da Acção Executiva 3 (2ª reimp.1996), 1968, 95-153.

TEIXEIRA DE SOUSA, Acção executiva singular, 1998, XXX LEBRE DE FREITAS/J. REDINHA/R. PINTO, CPCAnot I, 1999, XXX REMÉDIO MARQUES, Curso de processo executivo comum à face do Código revisto, 2000, 98-130.

MARIA JOSÉ CAPELO, Pressupostos Processuais Gerais na Acção Executiva, Themis 4/VII (2003), 79-104. PAULA COSTA E SILVA, A reforma da acção executiva 3, 2003, 21-26. LEBRE DE FREITAS, A acção executiva. Depois da reforma 4, 2004, 33, 105-145. RUI PINTO, A acção executiva depois da reforma, 2004, 49-58.

TEIXEIRA DE SOUSA, A reforma da acção executiva, 2004, 80-98.

Reforma da acção executiva. Boas práticas, 2006. AMÂNCIO FERREIRA, Curso de processo de execução10 , 2007, 51-87.

3. Acto a. Conteúdo

i. Causa de pedir ii. Pedido; cumulação iii. Escolha do solicitador

b. Forma c. Entrega

i. Suporte ii. Justo impedimento

d. Cópias e junção de documentos e. Data f. Custas e despesas g. Apoio judiciário

LOPES-CARDOSO, Manual da Acção Executiva 3 (2ª reimp.1996), 1968, 84-93, 229-241.

LEBRE DE FREITAS/J. REDINHA/R. PINTO, CPCAnot I, 1999, XXX REMÉDIO MARQUES, Curso de processo executivo comum à face do Código revisto, 2000, 135-140. LEBRE DE FREITAS/RIBEIRO MENDES, CPCAnot III, 2003, 275-288.

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PAULA COSTA E SILVA, A reforma da acção executiva 3, 2003, 43-45. LEBRE DE FREITAS, A acção executiva. Depois da reforma 4, 2004, 146-147, 157-159. RUI PINTO, A acção executiva depois da reforma, 2004, 23-31.

TEIXEIRA DE SOUSA, A reforma da acção executiva, 2004, 66-67, 98-99, 105-106.

Reforma da acção executiva. Boas práticas, 2006. AMÂNCIO FERREIRA, Curso de processo de execução10 , 2007, 123-131. LEBRE DE FREITAS, Apreciação do projecto de diploma de reforma da acção executiva, ROA 68/I (2008).

§ 5º Controlo da regularidade da instância

1. Administrativo (secretaria) a. Apreciação b. Actos subsequentes

2. Judicial a. Liminar b. Sucessiva

LEBRE DE FREITAS/RIBEIRO MENDES, CPCAnot III, 2003, 289-304. PAULA COSTA E SILVA, A reforma da acção executiva 3, 2003, 45-49, 60-61, 73-74. LEBRE DE FREITAS, A acção executiva. Depois da reforma 4, 2004, 160-168. RUI PINTO, A acção executiva depois da reforma, 2004, 58-66.

TEIXEIRA DE SOUSA, A reforma da acção executiva, 2004, 107-115.

Reforma da acção executiva. Boas práticas, 2006. AMÂNCIO FERREIRA, Curso de processo de execução10 , 2007, 131-140. LEBRE DE FREITAS, Apreciação do projecto de diploma de reforma da acção executiva, ROA 68/I (2008).

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3. JURISPRUDÊNCIA

A. Título executivo

a. Condenação implícita / juros) RE 10/3/1987 (CJ 87/2, 67) O “enquadramento da pretensão do exequente nos limites do título executivo deve ser conhecido oficiosamente pelo tribunal, independentemente de o executado deduzir ou não oposição” e que, em conformidade, “quando a sentença condenatória compreenda uma ordem de cumprimento de obrigação pecuniária e não haja condenação em juros, o pedido do exequente pode abranger o crédito do capital e o dos respectivos juros de mora, à taxa legal, a contar da data da notificação da sentença ao executado” = RP 24/1/1995 = RP 2/2/1998 = RP 18/1/2001 RC 10/3/1997 (CJ 87/2, 67) Não havendo condenação em juros, ainda que o exequente, em face do direito substantivo, possa ter direito a eles não pode exigi-los na acção executiva, pois o âmbito do pedido está limitado pelo título = RC 18/12/1984 (CJ 84/5, 98), RC 10/3/1987 (BMJ 365, 705) = RE 14/12/1988 (relativamente à acção de despejo) – BMJ 382/545 = RC 10/12/1992 (BMJ 422, 437) n= RC 30/11/99 RC 30/11/1999 Os “juros de mora não são devidos automaticamente, têm de constar da sentença condenatória”, pelo que, “se não constarem da sentença, não estão contidos no título” e, não “constando do título executivo a obrigação do pagamento de juros, a execução com base nessa sentença não os pode abranger” = STJ 22/11/90 = RL 6/2/1991 = RP 15/2/1993 = RL 27/4/1995 = STJ 10/5/1994 (CJ/STJ II/2, 91) = RP 8/5/1995 = STJ /2/11/1995 (CJ/STJ III/3, 220) = RL 26/3/1996 = RP 8/5/1996 (CJ XXI/3 225) = RP 21/10/1996 = RP 30/3/1995.

RP 25/6/2002

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Se “a escritura de confissão de dívida dada à execução não "indica" juros de mora, tem de concluir-se que, quanto a tais juros, o pedido formulado na acção executiva não se harmoniza, nessa parte com o título”

b. Condenação implícita / obrigações acessórias)

RL 4/11/1983 (BMJ 338, 457)

No caso de títulos de crédito podem-se pedir as despesas de protesto, por força dos arts. 48º e 53º LULLv

RL 6/2/1991 A partir do trânsito em julgado da sentença, à quantia exequenda acrescem automaticamente juros à taxa legal de 5% ao ano, ex vi do art. 829º-A, nº 4, CC

RL 17/3/1994 (CJ 94/2, 89)

Não podem ser pedidos os juros remuneratórios do contrato de financiamento que justificou a emissão da livrança. Mas já pode ser pedido o montante do imposto de selo que incide sobre os juros dessa livrança

c. Sentença não condenatória RL de 19/11/1990 Numa acção em que o autor havia pedido a declaração de nulidade da compra e venda de um veículo e, expressamente, a condenação na restituição preço, no pagamento de indemnização pelos prejuízos sofridos e nos respectivos juros de mora, a sentença veio precisamente julgar improcedente o pedido de juros por entender que seriam de “compensar com o proveito do autor na utilização” do veículo; fesse modo, “não pode o exequente incluir na liquidação os juros de mora vencidos desde a propositura da acção até à instauração da execução”, conclui o aresto.

d. Sentença condenatória em alimentos

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STJ 31-05-2007 2. A sentença condenatória do obrigado a prestar alimentos aos filhos enquanto menores é insusceptível de constituir de título executivo para além da quantia exequenda devida até eles atingiram a maioridade.

do Supremo Tribunal de Justiça

e. Abertura de crédito STJ 15-05-2001 1- A abertura de crédito visa a disponibilidade do dinheiro, sendo um contrato que fica perfeito com o acordo das partes, sem necessidade de qualquer entrega monetária. 2- O contrato de abertura de crédito titulado por documento particular, assinado pelo devedor, sendo as obrigações pecuniárias determináveis nos termos da liquidação do exequente, através da junção do extracto de conta corrente, constitui título executivo.

f. Título de crédito prescrito (mero quirógrafo) RL 7/1/1977 (BMJ 265, 274) A prescrição da acção cambiária não se estende à relação subjacente e a letra pode valer como título executivo desde que satisfaça os requisitos dos “outros escritos particulares”. Mas é indispensável que dela conste a obrigação de pagamento e, consequentemente, que contenha ou represente um acto jurídico por virtude do qual alguém se tenha constituído em obrigação de pagar determinada quantia a outrém = ac. RC 7/5/1991 (BMJ 407, 637) STJ 23-01-2001 I - Prescrita a acção cartular, o cheque que não mencione a obrigação subjacente constitui título executivo previsto no artigo 46, alínea c), do CPC, se aquela obrigação não tiver natureza formal, for invocada no requerimento executivo e a assinatura do cheque importar promessa de uma prestação ou reconhecimento de uma dívida, nos termos do artigo 458, n.º 1, do Código Civil. STJ4-12-2007 I. Um cheque é título executivo cambiário quando apresentado a pagamento no prazo de oito dias a partir do dia nele indicado como

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data de emissão. II. Ocorre a prescrição do cheque como título executivo cambiário se a acção executiva não vier a ser instaurada no prazo de seis meses após o termo do prazo para a sua apresentação. III. Um cheque pode no entanto continuar a poder servir de título executivo, mas agora como mero quirógrafo, se nele se tiver feito constar a relação causal ou subjacente ou a petição executiva indicar essa relação causal.

Acórdão

g. Fotocópias/literalidade RC 7/5/1985 (BMJ 347, 466) As fotocópias dos títulos cambiários não são títulos executivo, ainda que obedecendo aos requisitos da lei notarial = STJ 1/3/1988 (BMJ 375, 352 = STJ 23/3/1993 (CJ/S 93/2, 27) Contra: RL 25/6/1992 (BMJ 418, 865) RL 19/12/1985 (CJ 85/5, 120) A certidão de letra existente num processo passada pela respectiva secretaria judicial tem o mesmo valor que a própria letra. RC 24/3/1987 (CJ 87/2, 79) As fotocópias de documentos (livranças) se não impugnadas fazem prova plena da sua exactidão. RC 5/1/1988 (BMJ 373, 614) A pública-forma de uma livrança é suficiente = ac. RC 3/1/1989 (BMJ 383, 625)

STJ 24-05-2005 I - Anulado, por decisão judicial determinado negócio jurídico e ordenada a restituição pelas partes de tudo quanto entre elas havia sido prestado e sendo também que a prestação duma delas consistira na cedência de determinadas quotas, não pode esta instaurar execução para o pagamento de quantia certa, calculada no valor acordado de tais quotas, alegando que estas haviam deixado de ter qualquer valor. II - Falta o título executivo, pois falta um dos requisitos do mesmo que é o da literalidade, conforme o artº 45º do C. P. Civil. III - A restituição das partes ao status quo ante deve fazer-se sem prejuízo das regras do enriquecimento sem causa. IV - No entanto, sempre estaríamos no campo do direito substantivo que tem de ser declarado e nunca poderia ser definido pelo seu eventual titular (…) em acção executiva.

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h. Escritura pública

STJ 12-02-2008 Torna-se necessário à exequibilidade de uma escritura pública a prova de que alguma prestação foi realizada para conclusão do negócio ou a prova de que alguma obrigação foi constituída na sequência da previsão das partes

B. Obrigação exequenda

a. Liquidação

RP 5/7/1994 (CJ 94/4, 175 Se o executado discordar da liquidação, que dependa de simples cálculo aritmético, feita pelo exequente no requerimento inicial da execução, pode impugná-la através do incidente previsto no art. 807º do Código de Processo Civil ou por meio de embargos RP 08-02-2007 I - A partir de 15.9.2003, data da entrada em vigor do DL 38/2003, de 8 de Março – Reforma da Acção Executiva – a liquidação da dívida exequenda quando resultante de condenação ilíquida (art. 661º, n°2, do Código de Processo Civil) e cuja liquidação não dependa de simples cálculo aritmético, deixou de ter lugar como preliminar da acção executiva e passou a efectivar-se no próprio processo de declarativo.

C. Competência

Juízo de Ex Lisboa 26/01/2005 (SubJudice 29, 45 ss) Os juízos de execução não são competentes para as execuções por multa (enquanto sanção penal), coima, custas, multas processuais e outros valores contados (com excepção das previstas no art. 92º CPC)

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e, bem assim, para as execuções de sentenças condenatórias proferidas em processos crime RL 14-03-2007 I – Os tribunais do trabalho são tribunais de competência especializada (art.º 78.º al. d) do Lei 3/99 de 13 de Janeiro (Lei de Organização e Funcionamento dos Tribunais Judiciais - LOFTJ); II - A competência dos tribunais do trabalho para executar as coimas devidas por decisões por si proferidas provinha da competência-regra estabelecida no art.º 103.º da LOFTJ; III – Com a entrada em vigor do DL 38/2003 de 8.3, (que alterou o regime jurídico da acção executiva e deu nova redacção a vários artigos da LOFTJ) a competência-regra para execução de coimas devidas por decisões proferidas por tribunais de competência especializada passou para os juízos de execução, nas comarcas onde já se encontram criados e instalados (art.ºs 102.º-A e 103.º da LOFTJ). IV – No caso de execução por coima e custas em circunscrição abrangida pela competência dos juízos de execução, há que fazer aplicação do regime-regra: são competentes, para tramitar a execução, os juízos de execução.

D. Legitimidade RP 8/6/1982 (BMJ 319/334) Não é admissível chamamento à autoria na acção executiva, ainda que precedida de liquidação STJ 14-10-2004 2. Na acção executiva, se o exequente, cujo crédito gozar de garantia real sobre bens de terceiro, pretender fazer valer a garantia, deve instaurar a execução contra o titular dos bens que garantem o crédito exequendo que, assim, é parte legítima, independentemente da posterior sorte daqueles bens.

RC 24/4/2007 1. A jurisprudência tem, em regra, adoptado a orientação de que, se a execução deve ser instaurada apenas contra a pessoa que no título executivo tenha a posição de devedor, não podendo ser executado quem no título não figure, daí decorre, logicamente, que não seja admissível a intervenção principal provocada de um terceiro que não figura no título executivo, para se associar a um executado, quer este figure ou não como devedor no mesmo título.

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2. No entanto, no caso “sub judice”, no próprio requerimento de execução, a

exequente identificou devidamente os herdeiros relativos às duas heranças indivisas

abertas por óbito, respectivamente, de C... e de D..., e pediu que os mesmos fossem

citados, nessa qualidade, para a presente acção executiva, tendo comprovado

documentalmente a sua qualidade de sucessores dessas heranças indivisas.

3. Por outro lado, foi proferido um despacho judicial a convidar a exequente, se assim

o entendesse e no prazo de 10 dias, a fazer intervir no processo os herdeiros das

heranças indivisas abertas por óbito de C... e D..., considerando que os herdeiros são

os executados.

- E foi em cumprimento desse despacho judicial que a exequente veio requerer a

intervenção no processo, como executados, dos herdeiros das respectivas heranças

indivisas, e que devidamente identificou.

- Esse despacho pode considerar-se como um despacho de aperfeiçoamento do

requerimento de execução, visando sanar a falta de um pressuposto processual –

ilegitimidade de uma das partes, fundamentando-se, nomeadamente, nos artigos

265.º, n.º 2, 812.º, n.º 4, e 820.º, n.º 1, todos do Código de Processo Civil.

4. O preceituado no artigo 56.º, n.º 1, do Código de Processo Civil, constitui um desvio

à regra geral da legitimidade para a acção executiva, podendo esta ser intentada por

e contra pessoas que não figuram no título executivo, por, entretanto, ter ocorrido

transmissão no direito ou na obrigação, quer inter vivos, quer mortis causa.

- A legitimidade que é concedida aos sujeitos que constam do título executivo como

credor e devedor é igualmente reconhecida aos seus sucessores: se houver sucessão

no direito ou na obrigação, são partes legítimas os sucessores dos sujeitos que figuram

no título como credor e devedor da obrigação exequenda. E a herança, como

conjunto das relações jurídicas patrimoniais que, em virtude da morte, passam da

titularidade de uma pessoa para os seus sucessores, constitui um património

autónomo.

- Enquanto a herança permanecer na situação de indivisão, os seus herdeiros não têm

qualquer direito próprio a qualquer dos bens que a integram, pelo que, os direitos

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relativos à herança só podem ser exercidos conjuntamente por todos os herdeiros ou

contra todos os herdeiros, nos termos prescritos no artigo 2091.º, n.º 1, do Código Civil.

E. Cumulação

RE 18-10-2007 Uma mera relação familiar entre os executados não é suficiente para sustentar uma cumulação de vários pedidos.

F. Tramitação

a. Requerimento executivo RL 8/7/2004 SubJudice 29, 51 ss) O preenchimento, ainda que sumário, dos espaços destinados à finalidade da execução, título executivo e valor da execução, constantes do modelo de requerimento executivo é suficiente para se considerar deduzido com clareza o pedido na acção executiva.

b. Indeferimento liminar RL 17-02-2004 I. A execução para pagamento de quantia certa em que o título executivo consiste numa injunção é passível de censura liminar, nos termos do art. 811º-A, nº 1 [art. 812º, nº 2 CPC/2008]do Cód. de Proc. Civil , da mesma forma que o é quando o título executivo é outro documentoextra-judicial. II. A al. a) do nº 1 do art. 811º-A1 [art. 812º, nº 2 CPC/2008 citado apenas permite o indeferimento liminar do requerimento executivo quando a falta ou insuficiência do título executivo sejam manifestas.

c. Citação

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RC 13-06-2006 IV- Verificando-se que a citação do executado ocorreu mais de um ano depois da instauração da execução, por razões de natureza processual relacionadas com o novo regime da acção executiva (já que nesta a citação do executado só acontece depois de realizada a penhora, cuja efectivação pode ser demorada), a causa da não citação dentro dos cinco dias subsequentes não é imputável ao exequente, devendo considerar-se interrompida a prescrição nos termos do artº 323º, nº 2, do C. Civ.

d. Justo impedimento RL de 17/10/1996 (CJ 96/4, 135) Acidentes e deficiências que ocorram na transmissão ou recepção da telecópia podem e devem ser alegados e comprovados através do respectivo incidente processual, podendo caber na figura de justo impedimento quando independentes da vontade das pessoas que utilizem aqueles meios ou quando fruto de erro totalmente desculpável. RE 15/1/1975 (BMJ 244, 328) Valem razões semelhantes às da jurisprudência que defende que os atrasos nos serviços de correio provocados por greve consubstanciam justo impedimento. Contra: STJ 8/7/1980 (BMJ 299, 248). RP 10/3/1987 (CJ 87/2, 208) Certos acidentes ou certas avarias de automóveis, quando absolutas, constituem justo impedimento. Contra: STJ 14/1/1982 (BMJ 313, 282). RL 15/11/1994 Constatando-se face ao alegado, que o recorrente guardou para os últimos 30 minutos do prazo, a transmissão via fax (telecópia) do requerimento de interposição do recurso e respectiva motivação, com 19 folhas dactilografadas, – o que já de si, é, pelo menos, temerário – e que, as tentativas para essa transmissão se iniciaram já depois do encerramento da secretaria do tribunal, não pode invocar-se justo impedimento. RL 14/11/1997 Remetida por telecópia apenas uma parte de petição inicial de providência de suspensão de deliberação social no último dia do prazo legal para o efeito, verifica-se caducidade, pois, não prevendo a lei a

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apresentação de articulados "em prestações", tal petição não é deficiente, mas inepta”.

e. Taxa de Justiça RL 05-01-2008 Na sequência de requerimento executivo, em que por qualquer motivo não se mostra tempestivamente comprovada a junção do pagamento da respectiva taxa de justiça, deve notificar-se o interessado para, em 10 dias, efectuar o pagamento omitido, com acréscimo de multa de igual montante, mas não inferior a 1 UC nem superior a 10 UC.

E. Suspensão STJ 14-10-2004 3. A norma do artigo 279º, nº 1, do C.Proc.Civil, que prevê a suspensão da instância com fundamento na existência de causa prejudicial, não é aplicável às acções executivas.

G. Aplicação da lei no tempo

STJ 23-01-2001 II - É considerando a lei vigente à data do requerimento da execução que se aprecia a exequibilidade do título.

RP 08-02-2007 II - Já quanto às liquidações de condenações genéricas/ilíquidas, proferidas antes daquela 15.9.2003, continua a aplicar-se o regime do processo executivo vigente antes da entrada em vigor daquele diploma, sendo desse modo possível deduzir na execução o incidente de liquidação, mesmo quando a mesma não dependa de simples cálculo aritmético (art. 802° do Código de Processo Civil na redacção pré-vigente). RL 29-06-2007

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I- Considerada a redacção ao artigo 21.º do Decreto-Lei n.º 38/2003, de 8 de Março, que foi dada pelo DL 199/2003, de 10 de Setembro, a liquidação da sentença de condenação genérica proferida anteriormente a 15 de Setembro de 2003, ainda que não transitada em julgado, deve continuar a processar-se no âmbito da acção executiva em conformidade com o disposto no artigo 806.º do Código de Processo Civil (anterior redacção). II- O novo regime aplica-se nos ou relativamente aos processos declarativos em que, até 15 de Setembro de 2003, não tivesse sido proferida sentença em 1ª instância. II- Assim sendo, e porque no caso vertente a sentença exequenda é de 12 de Fevereiro de 2003, a competência para a tramitação da acção executiva, incluída a fase de liquidação, cabe ao Juízo de Execução e não à Vara Cível. RL 20-06-2008 1- À execução requerida nos termos do art. 860º, nº 3, do CPC, em processo de execução instaurado antes da vigência do Decreto-Lei nº 38/03, de 8 de Março, não se aplicam as disposições que, em sede de requerimento executivo, passaram a vigorar por força desse diploma legal. 2- A não aplicabilidade deve-se à natureza incidental e acessória desse procedimento executivo, que não lhe confere relevância e autonomia processuais bastantes que imponham a entrega do requerimento executivo através do modelo e formulário aprovado pelo Decreto-Lei nº 200/03, de 10/9.

4. ESQUEMAS PORTARIA 114/2008 (6 de Fevereiro)

1- SÍNTESE A)���� Apresentação de peças processuais por via electrónica

Os actos processuais praticados por escrito pelas partes e os documentos respectivos, são apresentados mediante o simples preenchimento de formulários electrónicos, aos quais se anexam os ficheiros com os actos em causa, em http://citius.tribunaisnet.mj.pt.

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Tal é um avanço perante o Habilus.net

B) ���� Quem utilizar esta funcionalidade beneficiará de um forte

incentivo (entre 75% a 50% de redução) nas custas judiciais Cf. artº 6º nº 3 e 4 RegCustasJud, por exemplo.

C)���� Distribuição automática e diária Distribuição de processos efectuada duas vezes por dia, de forma electrónica e automática e sem intervenção humana. Deixa assim de haver um hiato temporal e uma intervenção humana entre a entrada da peça processual e a distribuição do documento.

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D) ���� Actos processuais de magistrados judiciais devem ser

praticados através do CITIUS, a partir de 30 de Junho de 2008. Para o efeito, deverá ser usada uma assinatura electrónica avançada ou qualificada, que dispensa a assinatura autógrafa no suporte de papel dos actos processuais. Os magistrados deixam de praticar actos e assinar documentos em papel (emitir sentenças, proferir despachos, etc.)

É possível ao magistrado trabalhar o processo num computador não ligado à rede do Ministério da Justiça (pessoal) desde que tenha previamente gravado os documentos digitalizados que entender necessários.

E) ���� Actos processuais de magistrados do MP a partir de 5 de Janeiro

(cf. Port 457/2008, de 20 de Junho)

F) ���� As peças, autos ou termos do processo que não sejam relevantes para a decisão material da causa, e que sejam praticados, recebidos ou enviados através do CITIUS, não devem ser impressos e juntos ao processo em suporte físico.

2- ACESSO A MANDATÁRIOS JUDICIAIS

A) ���� Registo

a) Aceder ao site http://citius.tribunaisnet.mj.pt; b) Registar-se no Portal CITIUS, salvo se já estava registado em

Habilus.net, caso em que se mantêm nome de utillizador e palavra-passe

Por correio normal, para

Direcção-Geral da Administração da Justiça

Divisão de Informatização dos Tribunais

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Projecto Habilus

Rua João Machado, nº 100, 1º Piso – Sala 105

3000-226 Coimbra

Por correio electrónico com assinatura digital certificada, para

[email protected]

juntando declaração sobre a veracidade da informação fornecida, contendo os

seguintes dados pessoais:

- Qualidade (Advogado, Advogado Estagiário ou Solicitador)

- Nome profissional

- Nome Completo

- Endereço ou endereços profissionais (Morada, Localidade, Código Postal, Telefone,

Fax)

- Número de identificação fiscal

- Número de cédula profissional

- Endereço de correio electrónico atribuído pela Ordem dos Advogados ou Câmara

dos Solicitadores.

Após a validação dos dados e efectuado o registo será enviado um e-mail para o

endereço indicado (apenas para endereços certificados pela Ordem dos Advogados

ou Câmara dos Solicitadores) com instruções para acesso a este serviço.

Uma vez efectuado o registo, são atribuídos ao mandatário os elementos secretos,

pessoais e intransmissíveis (nomeadamente nome de utilizador e palavra chave) que

permitem o acesso à área reservada do sistema informático CITIUS.

B) ���� Envio de peças

Para entregar peças processuais por via electrónica com o CITIUS – Entrega de Peças Processuais, o advogado ou solicitador deve:

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C) ���� Funcionalidades

• Proceder à entrega electrónica de peças processuais, requerimentos de execução e de injunções.

1) Seguir os passos indicados no site. (existem instruções detalhadas disponibilizadas no site http://citius.tribunaisnet.mj.pt), preencher os formulários e anexar a peça processual e os documentos previamente digitalizados;

2) Assinar electronicamente a peça e os documentos com a assinatura digital que a Ordem dos Advogados e a Câmara dos Solicitadores lhes disponibiliza;

3) Receber o comprovativo da entrega, que certifica imediatamente a data e hora da mesma.

4) Cada sessão expira ao fim de 180 minutos sem interacção com a aplicação. Quando tal sucede deve voltar a efectuar o seu log in.

• Conhecer da distribuição de processos em que é mandatário;

• Aceder em listagem personalizada aos agendamentos de diligências nos seus processos;

• Conhecer o movimento ocorrido nos seus processos nos últimos trinta dias;

• Visualizar e aceder ao histórico dos processos em que é mandatário, bem como consultar os actos processuais desses processos que existam em formato electrónico; de uma forma agregada independentemente do tribunal em que se encontram.

• Visualização dos Intervenientes nos processos e respectivos detalhes

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• Visualização de documentos anexos ao processo

• Listagem personalizada da distribuição de processos evitando a pesquisa nas pautas públicas de Distribuição

• Conhecer o estado das notas de honorários da responsabilidade do Instituto de Gestão Financeira e Infra-estruturas da Justiça;

• Informações úteis

5. FORMULÁRIOS

Anexo 2 - Reclamação da recusa pela secretaria

Exmo. Senhor

Juiz de Direito do Tribunal de Execução de Lisboa LUSO MOTOR, S.A., Exequente devidamente identificada no Anexo C1 do requerimento executivo em que é Executada Stand Universal, S.A., com sede em Oeiras, tendo sido notificado da recusa pela secretaria e não se conformando com a mesma, vem, nos termos e para os efeitos do disposto no nº 2 do artigo 811º do C.P.C., apresentar RECLAMAÇÃO com os fundamentos seguintes:

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A 27 de Janeiro de 2004, a ora Requerente, Luso Motos, S.A., propôs contra a Stand Universal, S.A., com sede em Oeiras, acção executiva para pagamento de quantia certa, com base numa letra no valor de € 100.000,00 - conforme comprovativo do envio electrónico que ora se junta e se dá por integralmente reproduzido para todos os efeitos legais - Doc. 1.

2º A secretaria recusou o recebimento do presente requerimento executivo com fundamento em incompetência deste tribunal. Ora,

A secretaria só pode recusar receber o requerimento quando este não contenha os requisitos impostos pelo nº 3 do artigo 810º do C.P.C.

Certo é que, 4º

Para os títulos extrajudiciais, como é o caso das letras, a regra geral fixa a competência do tribunal do lugar onde a obrigação deva ser cumprida, nos termos do nº 1 do artigo 94º do C.P.C.

5º A letra, título executivo nos presentes autos de execução, tem inscrito que o lugar de pagamento é Lisboa - conforme documento que se encontra junto aos autos. Pelo exposto,

É a comarca de Lisboa a competente para a execução. Termos em que, deve ser a presente reclamação julgada procedente e em consequência, que seja recebido o requerimento executivo e, porque tempestivo, devem os efeitos da apresentação do requerimento executivo retroagir-se à data da apresentação do requerimento recusado.

P.D.

O Advogado,

AUTORIA : Dra. Lídia Chaves]

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Exmo Senhor Juíz de Direito

Tribunal Judicial de Setúbal Na qualidade de mandatária de Anabela Antunes e de acordo com o consubstanciado no artigo 811 nº 2 do CPC, venho proceder a reclamação do acto de recusa de recepção do requerimento executivo pela secretaria, nos seguintes termos:

A secretaria recusou o recebimento do requerimento executivo por falta de designação de solicitador de execução.

Ora de acordo com o art. 808 nº 2 do CPC, por remissão do art. 810 nº 3 CPC , o agente de execução é designado pelo exequente ou pela secretaria.

O art. 811-A do CPC, refere ainda que não tendo o exequente designado solicitador de execução ou ficando a designação sem efeito, é esta feita pela secretaria, segundo a escala constante da lista informática para o efeito fornecida pela Câmara dos Solicitadores. Pelo exposto, venho requerer a Vª. Ex.ª se digne julgar a presente reclamação procedente, e em consequência revogue o acto de recusa da secretaria e ordene o prosseguimento da acção executiva. ______________________ (A Advogada)

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DIREITO PROCESSUAL CIVIL Ano Lectivo de 2009/2010 – 1º Semestre

Professor Doutor Rui Pinto [email protected]

FICHA Nº 3

Conteúdo temático: Fase introdutória II

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7. SUMÁRIO. 8. BIBLIOGRAFIA

MÓDULO 2: FASE INTRODUTÓRIA (continuação)

§ 6º Citação e oposição à execução

1. Citação a. Momento b. Diligências e conteúdo

LEBRE DE FREITAS/RIBEIRO MENDES, CPCAnot III, 2003, 302-307. PAULA COSTA E SILVA, A reforma da acção executiva 3, 2003, 51-60, 64-68. LEBRE DE FREITAS, A acção executiva. Depois da reforma 4, 2004, 169-170. RUI PINTO, A acção executiva depois da reforma, 2004, 67-73.

TEIXEIRA DE SOUSA, A reforma da acção executiva, 2004, 115-122, 133-137.

Reforma da acção executiva. Boas práticas, 2006. AMÂNCIO FERREIRA, Curso de processo de execução10 , 2007, 141-144. LEBRE DE FREITAS, Apreciação do projecto de diploma de reforma da acção executiva, ROA 68/I (2008).

2. Oposição à execução

a. Função e fundamentos i. Título judicial

1. Sentença condenatórias 2. Sentença arbitral

ii. Título judicial impróprio 1. Injunção 2. Título executivo europeu

iii. Título extra-judicial iv. Título avulso

b. Momento c. Procedimento d. Procedência

i. Efeito material ii. Efeito processual iii. Responsabilidade civil do exequente

LOPES-CARDOSO, Manual da Acção Executiva 3 (2ª reimp.1996), 1968, 245-283. TEIXEIRA DE SOUSA, Acção executiva singular, 1998, XXX

REMÉDIO MARQUES, Curso de processo executivo comum à face do Código revisto, 2000, 146-168.

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LEBRE DE FREITAS/RIBEIRO MENDES, CPCAnot III, 2003, 307-336. PAULA COSTA E SILVA, A reforma da acção executiva 3, 2003, 68-72, 75-77.

PAULA COSTA E SILVA, As Garantias do Executado, Themis 4/VII (2003), 199-214. LEBRE DE FREITAS, A acção executiva. Depois da reforma 4, 2004, 171-204

MARIA OLINDA GARCIA, A responsabilidade do Exequente e de Outros Intervenientes

Processuais. Breves Considerações, Coimbra, Coimbra Editora, 2004, 61 ss RUI PINTO, A acção executiva depois da reforma, 2004, 73-77.

TEIXEIRA DE SOUSA, A reforma da acção executiva, 2004, 99-104, 122

Reforma da acção executiva. Boas práticas, 2006. AMÂNCIO FERREIRA, Curso de processo de execução10 , 2007, 145-165. LEBRE DE FREITAS, Apreciação do projecto de diploma de reforma da acção executiva, ROA 68/I (2008).

3. JURISPRUDÊNCIA

i. Obrigação /Liquidação

STJ 18-01-2000 A liquidação visa não o apuramento do que se tenha como novos ou outros prejuízos mas a determinação do valor dos já considerados.

ii. Pedido

STJ 18-01-2000 Se o pedido de liquidação não se contiver dentro dos limites definidos no título executivo e se estiver ultrapassada a fase em que o aspecto processual devia prevalecer, o excesso apenas pode ser sancionado com a improcedência do pedido, absolvição do pedido (total ou parcial, consoante a extensão do excesso).

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iii. Causa de pedir

STJ 18-01-2000 Na execução, a causa de pedir não se confunde com o título - é a obrigação exequenda; o título não só a incorpora como a demonstra, mas não é a obrigaçãoexequenda. STJ: 21-11-2006 Traduzindo-se a causa de pedir, não no documento dado à execução, mas sim no facto jurídico que constitui a causa da pretensão deduzida em juízo - art. 498.º, n.º 4, segunda parte, do CPC -, da factualidade tida por assente, e que constitui reprodução do alegado no requerimento executivo, decorre que os montantes pecuniários insertos nos aludidos documentos representam o saldo credor do exequente, relativamente ao fornecimento de mercadorias efectuadas aos recorrentes, caindo, assim, pela base, a invocada ocorrência de alteração pelas instâncias da causa de pedir. RC 26-02-2008 1. O título executivo não é a causa de pedir na acção executiva, porquanto a causa de pedir é um facto, um elemento essencial de identificação da pretensão processual, enquanto que o título executivo é o documento ou a obrigação documentada, um instrumento probatório especial da obrigação exequenda. 2. O título executivo, apesar de ser um pressuposto específico da execução, de carácter formal, condiciona, igualmente, a exequibilidade extrínseca da pretensão. 3. Não condenando a decisão a satisfazer a prestação exequenda, inexiste título executivo, faltando a respectiva causa de pedir, carecendo de relevância o pedido, por estar em desconformidade com o título executivo.

iv. Litispendência/caso julgado

RL 11-05-2004 Entre uma acção executiva e uma acção declarativa não existe identidade de causa de pedir, pelo que não se verifica a excepção de litispendência. RL: 02-12-2004

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A excepção de litispendência normalmente não surge no processo executivo, pois dificilmente se poderá verificar a hipótese de o credor, autor da execução, ser réu em outra movida pelo devedor e pelo mesmo título. Não se verifica litispendência entre uma acção declarativa de nulidade de um contrato de financiamento proposta pelo mutuário contra o mutuante e uma acção executiva proposta por este contra aquele fundada numa livrança que foi subscrita como garantia do referido financiamento.

v. Oposição à execução

a. Fundamentos/documento particular/letra de crédito STJ 16-11-2006 O executado, subscritor do documento particular dado à execução, pode alegar, como fundamentos de oposição à execução, além dos especificados no art. 814.º do CPC, quaisquer outros que lhe seja lícito deduzir como defesa no processo de declaração - designadamente, os factos atinentes à relação subjacente.

STJ 14-12-2006 I. Não tendo o executado na oposição à execução de letra alegado o fundamento de oposição consistente na inexistência da obrigação decorrente da relação subjacente à emissão daquela letra, não pode alegá-lo apenas nas alegações do recurso do despacho que julgou improcedente a mesma oposição. II. A compensação formulada pelo executado na oposição do crédito exequendo com um seu alegado contra-crédito sobre a exequente, não reconhecido previamente e cuja existência pretende ver declarada na instância de oposição, não é legalmente admissível.

b. Fundamentos/decisão condenatória administrativa RC 04-03-2008 Sendo a decisão condenatória da autoridade administrativa uma decisão “de inspiração jurisdicional”, os fundamentos para a oposição à execução devem reconduzir-se aos que são enunciados no art. 814º do C.P.C., pelo que deve ser liminarmente indeferida a petição inicial de embargos, quando o

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executado embargante mais não faz senão questionar o mérito da condenação constante do título executivo

c. Falta de título executivo / falta de defesa RL 22-01-2004 I. A falta de junção com o requerimento inicial de execução da livrança – que se protestara juntar - em que conjuntamente com uma escritura de hipoteca, o exequente fundamenta a execução, é fundamento de despacho a convidar a apresentá-la antes da citação do executado, nos termos do art. 811º-B do Cód. de Proc. Civil, então em vigor. II. Não tendo tal convite sido formulado, sido logo o executado citado, ficou este privado da análise do título executivo a tempo de o impugnar nos embargos que deduziu. III. A junção da mesma livrança, após a dedução dos embargos, privou o executado do direito de defesa contra a livrança, defesa essa que tem nos embargos o momento processual admitido. IV. Tendo esta defesa sido deduzida na resposta à contestação dos embargos, resposta essa não admitida, ficou o executado privado do direito de defesa e sendo, por isso, nulo o processamento dos embargos, devendo ser repetido o prazo para dedução dos embargos, agora que a livrança está nos autos.

d. Confissão de dívida STJ 17-04-2008 1. Na oposição à acção executiva para pagamento de quantia certa baseada em documento escrito de reconhecimento de dívida sem indicação de causa, subscrito pelo oponente, está o oponido dispensado de provar a relação fundamental, porque a sua existência se presume até prova em contrário. 2. Incumbe ao oponente, em quadro de datio pro solutum, o onus de alegação e de prova dos factos reveladores do pagamento da quantia exequenda por via da entrega ao oponido de materiais de construção, STJ10-07-2008 2) A oposição deduzida à execução deve proceder se o executado provar que o contrato de mútuo a que se refere a “confissão de dívida” exarada num documento particular foi concluído, não com o exequente, mas com um terceiro.

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3) A veracidade do conteúdo das declarações inseridas num documento particular cuja autoria foi reconhecida não está abrangida pela força probatória plena a que alude o art. 376º do Código Civil. 4) O autor do documento, por isso, pode impugnar essa veracidade, alegando e demonstrando por qualquer meio de prova legalmente admissível o contrário do que declarou e dele consta. 7) Se o título executivo não garantir a validade formal do negócio jurídico que lhe subjaz e a nulidade deste for de conhecimento oficioso – tal o caso se se tratar dum mútuo de valor superior a 20.000 euros – a oposição à execução com tal fundamento procede, devendo a execução ser julgada extinta. 8) Na situação referida em 7) a invalidade formal do negócio atinge a exequibilidade da pretensão incorporada no título e a do próprio título executivo.

e. Falsidade do documento Rl 24-01-2008 1. – A discordância do executado relativamente à apreciação feita no processo declarativo de um certo documento não constitui questão que possa relevar em sede de oposição à execução, no caso de esta se fundar em execução de sentença. 2. – A invocação da falsificação de documento não constitui facto extintivo ou modificativo da obrigação, pois o trânsito em julgado da sentença condenatória já definiu o objecto da obrigação a que o executado está adstrito, nem é excepção de conhecimento oficioso.

f. Falsidade da assinatura/caução para suspensão

RL 19-04-2007 I - Se o executado citado para a execução prestar caução, a suspensão da execução é automática, devendo o juiz determiná-la. II - Se o executado impugnar a assinatura do documento particular e apresentar documento que constitui princípio de prova, o juiz só ordenará a suspensão se se convencer da séria probabilidade de a assinatura não ser do devedor. III - A caução pode ser prestada em qualquer altura do processo e não altera os actos já praticados. IV - Assim, a penhora já efectuada, deverá subsistir, não tendo que ser levantada, excepto se no acto de oposição, o opoente requerer a sua substituição por caução idónea. V - Operada a suspensão da execução, no seguimento de prestação de caução, não tem a execução que prosseguir, nomeadamente para a realização da penhora em curso, não dependendo isso de requerimento do executado, pois que a expressão «salvo se o embargante requerer a

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suspensão e prestar caução» constante da redacção do art. 818 nº 1 CPC, na redacção anterior às alterações do DL 38/2003, foi suprimida, passando o efeito da suspensão a depender apenas da prestação de caução.

g. Caso jugado/litispendência :STJ 25-11-2004 2. Inexiste identidade de causas de pedir nas acções declarativa de condenação, executiva baseada em documento particular simples e nos embargos à última se na primeira se invoca a omissão do pagamento de metade do preço de um prédio, na segunda o reconhecimento de direito de crédito sem indicação de causa e, nos últimos, o reconhecimento na primeira da confissão de pagamento em escritura ou antes e o próprio acto de pagamento incluindo o constante do título executivo. 3. Não ocorre identidade de pedidos nas referidas espécies processuais se na primeira é pedida a condenação no pagamento de € 14 983,94, na segunda a citação para pagamento de € 14 983,94 e juros ou para nomeação de bens à penhora e, nos últimos, a declaração da extinção da instância executiva. 4. Tendo o fundamento lógico necessário da absolvição dos réus do pedido na acção declarativa sido o da prova plena da confissão extrajudicial em escritura pública de que eles haviam pago aos autores o preço do prédio e de estes não terem provado pelo meio idóneo que os primeiros só lhe haviam pago metade dele, o trânsito em julgado da respectiva sentença não inviabiliza a instauração pelos últimos contra os primeiros de acção executiva com base em documento com a declaração de reconhecimento de dívida sem indicação de causa. 5. O facto de um documento de reconhecimento de dívida haver sido apresentado numa acção declarativa de condenação como meio de prova não obsta à sua apresentação em ulterior acção executiva como título executivo. RL 12-07-2006 I- A acção de indemnização por responsabilidade civil conexa com a criminal quando proposta em separado, fora dos casos previstos na lei, é causa de incompetência em razão da matéria; tal situação é diversa tratando-se de acção executiva, pois aqui não se trata já de declarar a existência da indemnização, mas de assegurar a realização desse direito, finalidades diversas que não impõem nem justificam a adesão da acção executiva ao processo penal. II- No entanto, pode verificar-se a excepção de litispendência designadamente quando, ocorrendo identidade de partes e de pedido, se constate identidade de causa de pedir considerada a obrigação exequenda que não se confunde com o título executivo que a corporiza.

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III- Não tendo sido invocada a excepção de litispendência no processo penal como no caso se impunha face ao disposto no artigo 499.º do Código de Processo Civil, a decisão final absolutória proferida em processo penal, transitada em julgado, constitui caso julgado nos termos em que a lei atribui eficácia de caso julgado às sentenças civis (artigo 89.º do Código de Processo Penal). IV- O acatamento do caso julgado material formado pela decisão penal atinente ao pedido de indemnização obsta a que a questão se volte a suscitar (função negativa do caso julgado) e, no que respeita à acção executiva pendente onde foram deduzidos embargos de executado, a excepção dilatória do caso julgado conduz à absolvição da instância executiva ( artigos 288.º,alínea e), 493.º, n.ºs 1 e 2, 494.º, alínea i), 495.º, 497.º e 498.º todos do Código de Processo Civil)

h. Intervenção de terceiros RL26-07-2003 No que se refere aos embargos de executado, tendo em conta a sua natureza e estrutura (uma vez que nele não ocorre uma sentença de condenação contra o embargante), dado que o âmbito do caso julgado material em relação ao chamado se circunscreve às questões de que dependa o direito de regresso do réu chamante (cfr. art.º 341, n.º4, do CPC), igualmente se mostra processualmente inadmissível o incidente de intervenção acessória provocada.

i. Questão prejudicial RL 26-07-2003 Constituindo os embargos de executado verdadeiras acções declarativas, estruturalmente autónomas (embora ligadas instrumental e funcionalmente à acção executiva), não ocorre obstáculo à admissibilidade da figura da suspensão por causa prejudicial no domínio do processo de embargos de executado.

RL 11-05-2004 A acção executiva não pode ser suspensa com fundamento na pendência de causa prejudicial, pois, não tendo por fim a decisão de uma causa, não pode nela verificar-se a relação de dependência exigida pelo art. 279º do CPC. Todavia, tal suspensão já será possível nos embargos de executado ou nos embargos de terceiro.

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j. Natureza jurídica

RE 8-07-2004 I - O que à primeira vista parecer ser um título executivo, pode não o ser. Embora assim, a sua força desencadeia uma acção executiva e o executado só poderá opor-se deduzindo embargos e, mesmo assim, para suspender os seus termos, prestar caução. II - A oposição à execução é uma verdadeira contra-acção, cujo objecto é destruir a força do “título executivo” e onde o requerimento inicial de embargos se nos apresenta como uma verdadeira petição e não como uma contestação.

vi. Arguição de nulidades RL 27-11-2003 A nulidade da citação para a acção executiva deve ser arguida no próprio processo executivo, não constituindo fundamento para embargos de executado ( actualmente oposição à execução)

vii. Intervenção de terceiros

RL 26-07-2003 A intervenção acessória provocada não tem cabimento processual no âmbito da acção executiva por se mostrar com ela incompatível, tendo em conta a finalidade deste tipo de processo – visa obter a realização coactiva da prestação não cumprida, pois que o dever de prestar já se encontra corporizado no título executivo.

viii. Suspensão da instância

RL 26-07-2003 Não é aplicável à acção executiva a suspensão da instância por existência de causa prejudicial, já que no seu âmbito a decisão de mérito constitui questão ultrapassada e, por isso, se não compadece com a dependência do julgamento de outra causa.

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RL 11-05-2004 A acção executiva não pode ser suspensa com fundamento na pendência de causa prejudicial, pois, não tendo por fim a decisão de uma causa, não pode nela verificar-se a relação de dependência exigida pelo art. 279º do CPC.

ix. Apoio judiciário

RP 30-03-2006 A competência para conhecer do recurso de impugnação da decisão que indeferiu o pedido de concessão de apoio judiciário respeitante a acção executiva ainda não proposta pertence aos juízos de execução.

4. FORMULÁRIOS

[AUTORIA: Dra. Lídia Chaves] Dedução de Oposição à Execução + Oposição à Penhora

Exmo Senhor Juíz de Direito

Tribunal Judicial de Setúbal Proc. nº 2121 …°…

Na qualidade de mandatária da Sra Beatriz Branco, executada nos autos supra indicados, venho deduzir oposição à execução efectuada contra a minha constituinte e deduzir cumulativamente oposição à penhora, nos termos e com os seguintes fundamentos

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Da Oposição à execução 1° A acção executiva movida tem como base uma sentença na qual a minha constituinte foi condenada a pagar a Anabela Antunes, a titulo de indemnização a quantia de duzentos mil euros. Porém, 2° Como se poderá aferir através da analise do referido processo ( doc. 1), a Sra Beatriz Branco, não foi citada no âmbito desse processo, pelo que não pôde intervir nele. 3°

A falta de citação para a acção declarativa quando o réu não tenha intervido no processo é fundamento para a oposição à execução, ( Artigo 814 al.d) do C.P.P. )

Nestes termos, deverá a presente oposição à execução ser considerada procedente e por conseguinte ser extinta a execução no seu todo. Da Oposição à penhora 1º Foi efectuada penhora do recheio da casa de morada de família da executada, nomeadamente, 2º Foram penhorados as camas, mesas e cadeiras, o frigorífico, a máquina de lavar e secar roupa, como o comprova o auto de penhora que ora se junta e se dá por integralmente reproduzido como doc. 2. 3º

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Os bens referidos são essenciais para o bom funcionamento da vida familiar da executada 4º De acordo com o consubstanciado no artigo 822 al. f) do CPC, são absolutamente impenhoráveis os bens imprescindíveis a qualquer economia doméstica que se encontrem na residência permanente do executado. Pelo exposto, venho requerer a Vª. Ex.ª se digne julgar a presente oposição à penhora procedente, e em consequência revogue a penhora dos bens descritos em 2.

_________________________

(A advogada)

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DIREITO PROCESSUAL CIVIL Ano Lectivo de 2009/2010 – 1º Semestre

Professor Doutor Rui Pinto [email protected]

FICHA Nº 4

Conteúdo temático: Penhora I

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9. SUMÁRIO. 10. BIBLIOGRAFIA

MÓDULO 3: PENHORA

§ 7º Objecto 1. Delimitação; proporcionalidade 2. Bens impenhoráveis

a. Pela qualidade b. Pela extensão

3. Penhorabilidade subsidiária a. Objectiva b. Subjectiva

4. Bens indivisos 5. Execução de herdeiro

LOPES-CARDOSO, Manual da Acção Executiva 3 (2ª reimp.1996), 1968, 287-364. TEIXEIRA DE SOUSA, Acção executiva singular, 1998, XXX

REMÉDIO MARQUES, Curso de processo executivo comum à face do Código revisto, 2000, 168-224. LEBRE DE FREITAS/RIBEIRO MENDES, CPCAnot III, 2003, 336-383, 393-400. PAULA COSTA E SILVA, A reforma da acção executiva 3, 2003, 79-88. LEBRE DE FREITAS, A acção executiva. Depois da reforma 4, 2004, 205-241. RUI PINTO, A acção executiva depois da reforma, 2004, 79-114.

TEIXEIRA DE SOUSA, A reforma da acção executiva, 2004, 139-154.

Reforma da acção executiva. Boas práticas, 2006. AMÂNCIO FERREIRA, Curso de processo de execução10 , 2007, 167-197, 203-204. LEBRE DE FREITAS, Apreciação do projecto de diploma de reforma da acção executiva, ROA 68/I (2008).

3. JURISPRUDÊNCIA

x. Objecto da penhora

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RC 13-05-2008

1. O conceito de suficiência dos bens penhorados desdobra-se, para o

exequente, em duas exigências de sentido diverso: por um lado, a de que o

valor a realizar com os bens apreendidos se mostre superior ou, pelo menos,

equivalente, em termos matemáticos, ao da soma das importâncias relativas

ao crédito do exequente e às custas; por outro lado, a de que a realização

desse valor possa ser eficientemente obtida pelo exequente, o que também

quer dizer num período de tempo razoável.

2. Se o exequente, para obter o seu crédito, tem de aguardar vários anos pela

acumulação do desconto de quantias extraídas de créditos do executado,

não se pode afirmar que os bens penhorados satisfaçam plenamente o

escopo da execução e, nessa acepção, sejam eficientes, isto é, dispensem a

penhora de outros bens com possibilidade de mais célere realização de valor.

3. Não há excesso de penhora quando é penhorado um imóvel, não obstante

já estarem a ser efectuados descontos da pensão do executado que, a

manter-se, faça prolongar a realização do crédito por tempo excessivo.

xi. Artº 824º

STJ 9/12/1967 (BMJ 172, 186) A penhora incidente sobre o vencimento não abrange um subsidio de deslocação para o estrangeiro, nem as ajudas de custo relativas ao período dessa deslocação. RL 26/10/1973 (BMJ 230, 150), STJ - 7/5/1974 (BMJ 237, 253) Inaplicabilidade da regra da impenhorabilidade de dois terços à execução por alimentos (= RC 26/5/1981 (CJ 81/3, 211) STJ 4/6/1976 (BMJ 258, 177) A terça parte refere-se quer ao valor que o executado aufira no momento da penhora, quer aos valores que venha a receber até integral pagamento da dívida RC 9/2/1988 (CJ 88/1, 78) Sentido semelhante ao actual artº 824º nº 3

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RE 17/3/1988 (CJ 88/2, 290 = BTE, 2ª, 4-5-6, (1990), 544) O salário mínimo e as reformas são totalmente impenhoráveis = STJ 9/10/1996 RC 30/4/1991 (BMJ 406, 733 = CJ 91/2, 105),). O salário mínimo é parcialmente penhorável, nos termos do artº 824º (= STJ 23/1/1992 (BMJ 413, 464), STJ 11/02/1992(apud www.dgsi.pt), RP 9/11/1995 (BMJ 451, 510 = CJ 95/5, 267) STJ 28/5/1991 (AcJ 19, 13) 0s rendimentos periódicos de causa pessoal podiam ser penhorados entre um sexto e um terço do valor líquido

STJ 11/11/1999 Podendo para tal recorrer a diversos meios de prova, incluídos os de natureza testemunhal TC nº 318/99, de 26/5/1999 ( DR, II série, de 22/10/1999) Declara a inconstitucionalidade dos nºs 1 e 2 do art. 824º, por violação do princípio da dignidade humana que resulta da conjugação dos arts. 1º, 59º, nº 2, al. a), e 63º CRP, quando nterpretados no sentido de não deixar livre de penhora uma quantia pelo menos igual ao salário mínimo nacional (TC de 23/4/2002, DR I-A, de 2/7/2002; TC 96/2004 (DR, II, .01.04.05)

xii. Penhorabilidade subsidiária: artº 824º

STJ 28/5/1974 (BMJ 237, 255) Oos bens comuns referidos no nº 2 do art. 1696º CC, como o produto do trabalho, respondem ao mesmo tempo que os bens próprios, e, por isso, não carecem se ser sujeitos a partilha; podem, assim, ser penhorados, sem necessidade de citação do cônjuge ( = STJ 4/6/1976 (BMJ 258, 177), STJ 28/10/1976 (BMJ 260, 120), RL 24/11/1976 (BMJ 263, 293), RL 14/2/1978 (CJ 3/78, 100), RL 13/12/1983 (BMJ 339, 453), STJ 30/10/1984 (BMJ 340, 343); contra, RL 6/6/2000 (CJ 3/2000, 119)

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4. FORMULÁRIOS

Anexo C5/13 (Modelo em papel) PEDIDO DE DISPENSA DE CITAÇÃO PRÉVIA (artigo 812º-B) EXPOSIÇÃO DOS FACTOS 02 O executado é devedor subsidiário da dívida, por ter sido fiador de um mútuo celebrado por escritura pública (Título Executivo). O executado renunciou ao benefício da excussão prévia em cláusula contratual, como Doc. nº 1 que ora se junta. Tem o exequente receio que, ao ser citado previamente, o devedor subsidiário dissipe o seu património. Tendo o devedor subsidiário renunciado ao benefício da excussão prévia, não pode recusar-se a pagar a dívida ao exequente. Nestes termos, ao abrigo do disposto nos artigos 812º nº 7 alínea a), 812-B nº 2 e 828º nº 3 alínea b), requer-se, muito respeitosamente, que seja dispensada a citação prévia do executado, tendo em vista o fundado receio de dissipação da sua garantia patrimonial, tendo em conta que o executado renunciou ao beneficio da excussão prévia.

Bens comuns (alegação da comunicabilidade pelo executado) Autoria: Dr. João Almeida Proc. N.º 1234 Exmo. Senhor Doutor Juiz de Direito Tribunal Judicial da Comarca de Cascais Júlio César, Executadonos autos supra identificados, vem, nos termos do art. 825.º, n.º 6 do CPC, alegar a comunicabilidade da dívida, nos seguintes termos: 1. O Exequente e o Executado celebraram contrato de mútuo no valor de 17 500. 2. A quantia mutuada foi empregue na aquisição de uma carrinha comercial, Ford

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Courier, a MundialCar, SA, pelo preço de 20 000. 3. O Executado é casado com Cleópatra desde Setembro de 1992, conforme certidão de casamento (Doc. 1) que se anexa e cujo teor se dá por integralmente reproduzido. 4. O regime de bens do casamento é o regime de comunhão de adquiridos. 5. O Executado e o seu cônjuge são sócios de uma empresa de canalização e de reparação de esquentadores e similares. 6. O veículo adquirido encontra-se totalmente afecto à actividade comercial da empresa de que o Executado e a sua mulher são sócios, sendo utilizado, nomeadamente, para fazer deslocações dos técnicos a casa dos clientes e para o transporte de equipamentos avariados e reparados. 7. Encontra-se assim preenchido o preceituado legal previsto no art. 1691.º/1 alínea d) do Código Civil. Pelo exposto, vem o executado requerer que seja a presente reclamação julgada procedente e em consequência, que seja a dívida considerada comum e o cônjuge do Executado notificado nos termos e para os efeitos legais. Pede deferimento. Junta: 1 Documento.

O Advogado

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DIREITO PROCESSUAL CIVIL Ano Lectivo de 2009/2010 – 1º Semestre

Professor Doutor Rui Pinto [email protected]

FICHA Nº 5

Conteúdo temático: Penhora II

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11. SUMÁRIO. 12. BIBLIOGRAFIA

MÓDULO 3: PENHORA (continuação) § 8º Procedimento

1. Regime comum a. Indicação de bens b. Actos preparatórios

i. Início ii. Consulta do registo de execuções iii. Remessa para execução pendente iv. Diligências subsequentes v. Escolha dos bens

c. Realização da penhora i. Bens na posse de terceiro ii. Auto iii. Frustração, substituição e reforço

d. Notificação e. Impugnação da penhora

i. Oposição à penhora ii. Reclamação do acto de penhora iii. Simples requerimento iv. Oposição à penhora de móveis não registáveis v. Embargos de terceiro: causa de pedir e pedido;

tramitação; efeitos vi. Recurso vii. Reclamação

f. Efeitos g. Suspensão; levantamento

LOPES-CARDOSO, Manual da Acção Executiva 3 (2ª reimp.1996), 1968, 365-384, 397-418. TEIXEIRA DE SOUSA, Acção executiva singular, 1998, XXX

REMÉDIO MARQUES, Curso de processo executivo comum à face do Código revisto, 2000, 165-229, 271-348 LEBRE DE FREITAS/RIBEIRO MENDES, CPCAnot III, 2003, 386-392, 400-401, 484-489. PAULA COSTA E SILVA, A reforma da acção executiva 3, 2003, 88-93, 100-105. LEBRE DE FREITAS, A acção executiva. Depois da reforma 4, 2004, 243-246, 257-302. RUI PINTO, A acção executiva depois da reforma, 2004, 114-146.

TEIXEIRA DE SOUSA, A reforma da acção executiva, 2004, 122-131, 154, 166-175, 177-178.

Reforma da acção executiva. Boas práticas, 2006.

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AMÂNCIO FERREIRA, Curso de processo de execução10 , 2007, 197-203, 239-271. LEBRE DE FREITAS, Apreciação do projecto de diploma de reforma da acção executiva, ROA 68/I (2008).

3. JURISPRUDÊNCIA

xiii. Despacho ordenatório da penhora STJ 8/05/97 Sobre o despacho que ordena a penhora forma-se caso julgado formal, quer em relação à determinação de se proceder à penhora, quer à determinação de bens a penhorar; que só pode ser alterada nos termos e circunstâncias especificamente previstos na lei processual.

xiv. Auto de penhora RL 22-03-2007 I – Não é possível arguir a falsidade ou anulação do Auto de Penhora ou do Auto de Nomeação do segundo Fiel Depositário, atento o desfasamento temporal entre ambos os momentos e documentos e a natureza e finalidade de cada um deles; II – A actuação do Fiel Depositário nomeado, na sequência do falecimento do anterior (aliás, pai daquele), quando conjugada com a anterior situação e historial dos bens penhorados, não permite afirmar que a mesma não foi desenvolvida com “a diligência e zelo de um bom pai de família” (artigo 843.º, número 1 do Código de Processo Civil).

xv. Auto/Notificação/Efeitos da penhora STJ, 6/5/1998 Os efeitos da penhora produzem-se a partir do auto da penhora; não havendo auto de penhora, os efeitos produzem-se a partir da notificação do despacho que a ordena. STJ, 28/10/1993

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A falta de notificação da penhora aos executados equivale à falta de citação e produz nulidade, o que invalida todos os actos posteriores a essa falta.

xvi. Efeitos da penhora STJ, 28/4/1975 Penhorado o direito e acção do executado a uma herança ilíquida e indivisa nos termos do artigo 842 do Código de Processo Civil, a partilha dessa herança na pendência da execução é ineficaz em relação ao exequente dado o disposto no artigo 819 do Código Civil, sendo de afastar a solução de que a penhora do direito se converteria automaticamente com a partilha na penhora dos bens que nesta vierem a caber ao executado. STJ 25/11/1975 (BMJ 251, 163) A penhora não afecta a validade dos actos praticados em relação a terceiros, actos que somente são ineficazes face ao exequente e aos demais credores intervenientes na execução, pelo que é valido o arrendamento efectuado pelo proprietário dos bens penhorados, na pendência da execução, relativamente a terceiro que posteriormente os adquiriu (contra, no sentido da ineficácia do arrendamento celebrado depois de efectuada a penhora: ac. STJ 19/105/1995 e o art. 819º CC após a reforma de 2003). STJ 24/01/1991 (BMJ 406, 569) Segundo o artigo 820 do Código Civil a extinção do credito penhorado por causa dependente da vontade do executado ou do seu devedor verificado depois da penhora, é ineficaz em relação ao exequente. Sendo a causa de resolução do contrato anterior a penhora, não é aplicável a disciplina do artigo 820, não havendo qualquer obstáculo à oponibilidade ao exequente da extinção do direito penhorado. STJ de 3/6/1992 Penhorado numa execução o direito ao trespasse e arrendamento de um estabelecimento comercial do executado existente em prédio arrendado, e vendido esse direito no processo, é ineficaz, em relação ao exequente e arrematante, o despejo obtido pelo senhorio contra o executado em data posterior à da penhora e da qual ele tinha sido notificado (contra, admitindo o despejo, STJ 16/6/1992)

STJ 25/2/1993

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A propriedade horizontal posterior à penhora não é um caso de nulidade da arrematação por inexistência legal do objecto, nem de redução da penhora e da arrematação às fracções autónomas não vendidas pelo executado, mas de inoponibilidade, em relação à execução, da propriedade horizontal, por constituída e registada depois de registada a penhora sobre o mesmo imóvel.

STJ 15/12/1998 O devedor/executado pode livremente alienar os bens penhorados, embora a execução prossiga como se esses bens pertencessem ao executado RL27/02/2001 I - Decretado o despejo do local arrendado por decisão, transitada em julgado, posteriormente à penhora do direito ao trespasse e arrendamento do mesmo local em processo de execução, o despejo deve haver-se por ineficaz sobre a penhora anteriormente efectuada, a menos que venha a ser levantada, devendo a execução prosseguir, designadamente ordenando-se a venda do bem penhorado. II - Estando em causa a eficácia de duas decisões judiciais incompatíveis: por um lado, a que ordenou a penhora e, por outro, a que ordenou o despejo, deverá no caso prevalecer a primeira STJ 05-06-2008 O facto de um bem ter sido penhorado nem por isso deixa de ser pertença de quem é seu titular, apesar de dele não poder dispor enquanto essa situação se mantiver.

xvii. Responsabilidade civil

RL 05/07/2001 1 – Pratica um acto ilícito e culposo o exequente que nomeia à penhora uma fracção autónoma de quem não é seu devedor, obrigando o seu proprietário a deduzir embargos de terceiro para anular a penhora, mormente se antes foi alertado para o erro na identidade do executado. 2 - Os correspondentes prejuízos sofridos - penhora da residência registada durante certo tempo, afectação do estado de espírito, bom nome e reputação do lesado e agravamento de doença psíquica - são indemnizáveis. 3 - Para ressarcir os danos sofridos é equitativa a quantia de 3.600.000.00.

RC 13-05-2008

O titular do direito de propriedade que incide sobre o bem penhorado fica numa situação de indisponibilidade material do bem, perdendo, por completo,

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todos os poderes de gozo sobre o mesmo; os prejuízos que possam advir para o dono do bem penhorado poderão ser indemnizáveis nos termos gerais, como, v.g. no caso de penhora ilicitamente efectuada, mercê de actuação pré-ordenada a um efeito, desenvolvida pelo exequente - ac. STJ, 25/6/1996 (apud www.dgsi.pt).

xviii. Embargos de terceiro

a. Contrato-promessa

RL 07/05/92 I - A penhora de imóvel prometido vender não ofende a posse do promitente comprador, também titular do direito de retenção sobre aquele. II - Por isso, não pode o retentor opôr-se à penhora através de embargos de terceiro. RL 03/11/94 I - Porque se trata de um direito real de garantia e não de um direito real de gozo, o direito de retenção do promitente-comprador não obsta à penhora da coisa, quer a penhora seja requerida por quem tiver direito real de garantia, quer seja promovida por um dos credores comuns do proprietário da coisa. II - Na execução em que foi efectuada a penhora, os titulares do direito de retenção podem acorrer ao chamamento da convocação de credores e verificação de créditos, nos termos do art. 864 do CPC, para aí fazerem valer o seu direito, mas não podem deduzir embargos de terceiro, pois aquele direito não envolve nenhum direito pessoal de gozo sobre o imóvel susceptível de ser ofendido pela apreensão judicial dos bens à ordem do Tribunal para satisfação dos credores. RL 03/11/94 I - O promitente comprador não adquire a posse com a tradição da coisa. II - O direito de retenção de que goza como garantia do seu crédito pelo incumprimento do contrato-promessa não é afectado pela penhora da coisa. III - Assim, não assiste ao promitente comprador o direito a deduzir embargos de terceiro contra a penhora da coisa. RL 15/12/94 O direito de retenção e a posse sobre coisa imóvel de que goze o promitente-comprador da mesma não são afectados pelo mero acto de penhora em execução instaurada contra o seu dono, promitente-vendedor, razão por que devem ser indeferidos liminarmente os embargos de terceiro por aquele deduzidos.

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b. Arrendamento

RL 21/01/93 Não sendo o executado, à data da penhora, titular do direito ao arrendamento e trespasse do estabelecimento comercial, a penhora ofendeu a posse de terceiro, o embargante, devendo assim proceder os respectivos embargos. RL 11/01/94 II - A penhora do direito ao trespasse e arrendamento, a penhora do estabelecimento enquanto unidade jurídica, com sede em prédio arrendado, mesmo em execução movida contra o arrendatário, em nada afecta a posição do senhorio. III - A posse do embargante (senhorio), relativamente ao prédio, é de todo distinta da do bem penhorado. O embargante não tem posse relativamente ao direito penhorado, a penhora, registada, não obstaculando a que, através da acção própria, a de despejo, faça valer o seu direito, ocorrendo fundamento legal para a resolução do contrato de arrendamento. IV - A posse a que alude o art. 1037, n. 1, CPC é tão só a que incide directamente sobre o bem penhorado. V - Essa não a tem o embargante (senhorio), razão pela qual, considerando o disposto nos arts. 1037, n. 1, e 1040, CC, bem andou o Sr. Juiz ao rejeitar liminarmente os embargos de terceiro.

c. Outros aspectos RL 12/12/91 Para fundamentar os embargos de terceiro, a posse relevante tem de ser anterior à diligência de penhora.

RP 28/5/1992 (CJ 3/92, 299) Sendo condenados marido e mulher e a execução promovida só contra o marido, pode esta embargar de terceiro.

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5. FORMULÁRIOS

EXMº SENHOR JUÍZ DE DIREITO DO TRIBUNAL DE EXECUIÇÃO DE LISBOA

1º Juizo

Proc. n.º 111/04

BERNARDO BELLO, Executado nos autos à margem

referenciados, em que é exequente ANTONIO ALLEGRO, tendo sido notificado

da penhora, vêm deduzir

OPOSIÇÃO À PENHORA

nos termos e pelos fundamentos seguintes:

Na pendência da execução ordinária acima identificada, veio a exequente

requerer penhora, o que veio a ser deferido, do prédio urbano, destinado a

habitação, casa de rés do chão e dois andares, sito na Rua … no Porto

Sucede que, tal prédio pertence ao ora Executado e à ora Oponente em virtude do casamento de ambos

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NESTES TERMOS, e nos melhores de direito, deve o presente incidente ser julgado procedente por provado, decretando-se o levantamento da penhora que recaiu sobre o imóvel. PARA TANTO, requerem a V. Exa. Se digne ordenar a citação do exequente, nos termos e para os efeitos do disposto no art. 303º do C. P. C., seguindo-se os demais termos legais.

PROVA TESTEMUNHAL:

1 – Cecília do Céu Santos Soares

2 – Paula Alexandra Pereira Araújo

VALOR: 14.963,95 €.

PROTESTA: apresentar procuração

JUNTA : 1 Doc., comprovativo do pagamento de taxa de justiça e duplicados

legais.

A Advogada,

[AUTOR: Dr. Manuel Campos]

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Exmº. Senhor

Juiz de Direito

do ... Juízo de Execução de

Lisboa

Proc. nº

Brígida Branco, executada nos autos à margem identificados, vem ao abrigo

do nº 1 do art. 863º-A e da alínea a) do nº 1 do art. 863º-B do Código de

Processo Civil, deduzir OPOSIÇÃO À PENHORA, o que faz nos termos e com os

fundamentos seguintes:

1 – Na presente execução foi penhorado o veículo, matrícula ...-...-..., marca

Ford, modelo Focus SW, pertença da executada ora opoente. Acontece que,

2 – a opoente exerce a profissão de delegada de propaganda médica, sendo

sua entidade patronal os Laboratórios Pharma Portugal – doc. nº 1.

3 – Para o exercício da sua actividade profissional e em ordem à divulgação

dos produtos dos Laboratórios Pharma Portugal, a opoente tem a obrigação

de visitar médicos nos respectivos locais de trabalho – hospitais e consultórios –

situados numa área geográfica que compreende os distritos de Portalegre,

Évora, Beja e Faro.

4 – De harmonia com o seu contrato de trabalho, foi condição da

contratação da opoente a circunstância de ter viatura própria, sendo-lhe

pagas as deslocações em serviço “ao quilómetro”, para além da manutenção

e dos prémios de seguro contra todos os riscos – doc. nº 1.

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5 – Com a penhora do veículo de que é proprietária e consequente

imobilização do mesmo, a opoente encontra-se totalmente impossibilitada de

exercer a sua actividade profissional.

6 – A penhora do veículo automóvel efectivada nos presentes autos é assim

inadmissível por violação do disposto no nº 2 do art. 823º do Código de

Processo Civil, inadmissibilidade que, por esta via se argui nos termos da alínea

a) do nº 1 do art. 863º-A do mesmo Código.

Termos em que,

Requer o levantamento da penhora efectivada sobre o veículo automóvel

matrícula ...-...-..., marca Ford, modelo Focus SW por violação do nº 2 do art.

823º do Código de Processo Civil.

Valor: € 10.000,00.

Junta: Um documento e duplicados legais.

Testemunhas:

Manuel Farmacêutico, casado, com domicílio profissional na Rua da Farmácia

em Lisboa;

Joana Farmácia, solteira, residente na Praça do Medicamento, em Loures.

Exmo. Senhor Doutor Juiz de Direito Tribunal Judicial da Comarca de Cascais

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Proc. N.º 1234 Júlio César, Executado nos autos supra identificados, vem, nos termos do art. 848.º, n.º 3 do CPC, requerer a ilisão da presunção de propriedade da televisão XPTO, nos seguintes termos:

1. O Agente de Execução penhorou, no âmbito do processo executivo supra identificado, um aparelho de televisão de marca XPTO, modelo 12.

2. Sucede que esse aparelho não é propriedade do Executado, mas sim de seu primo António Silva.

3. António Silva é proprietário do aparelho veículo desde 1 de Novembro de 2003, conforme atesta factura (Doc. 1) que se anexa e se dá por integralmente reproduzido. Pelo exposto, vem o Exequente requerer que seja a presente reclamação julgada procedente e em consequência, que seja levantada a penhora sobre o bem e o mesmo seja restituído ao seu legítimo proprietário. Pede deferimento. Junta: 1 Documento.

Espera Deferimento,

O Advogado, [Autoria: Dr. João Almeida]

Exmº. Senhor

Juiz de Direito

do ... Juízo de Execução de

Lisboa

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Proc. nº

Carlos Castelo, casado em regime de separação de bens com Brígida Branco,

executada nos autos à margem identificados, e com ela residente, vem ao

abrigo dos artigos 352º e 353º do Código de Processo Civil, deduzir EMBARGOS

DE TERCEIRO, o que faz nos termos e com os fundamentos seguintes:

1 – No passado dia 4 de Março de 2005, foi efectivada, no âmbito dos

presentes autos de execução, a penhora da totalidade do recheio da

residência comum do ora embargante e da executada. Ora sucede que,

2 – embargante e executada são casados desde 1996 em regime de

separação de bens, cfr. certidão de casamento que se junta como doc. nº 1.

3 – o embargante é proprietário do imóvel onde reside com a executada, que

adquiriu em 1985, cfr. escritura pública de compra e venda e certidão de

registo que junta como docs. nºs 2 e 3.

4 – praticamente a quase totalidade do recheio da residência, sobretudo o

que tem valor relevante, é pertença do embargante. Na verdade,

5 – após a aquisição do imóvel que efectuou em 1985, o embargante adquiriu

o que hoje constituem os bens com valor significativo que o integram,

designadamente a mobília de sala de jantar, a mobília da sala, a mobília do

quarto único e os quadros que se encontram expostos pela casa.

6 – aliás, conforme decorre do auto de penhora elaborado pelo solicitador de

execução, são precisamente os quadros que apresentam valor mais

expressivo, que totaliza € 80.000.

7 – dado o tempo já decorrido, não tem o embargante possibilidade de

apresentar prova documental da aquisição dos bens em causa –

basicamente, porque a destruiu entretanto.

8 – adentro do recheio da residência penhorado, foram apenas adquiridos

pela executada nos presentes autos os bibelots identificados nas verbas 27 a

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36 do auto de penhora e o aparelho de televisão identificado na verba 42 do

mesmo auto.

Todas a restantes verbas são pertença do ora embargante. Pelo que,

9 – A penhora das verbas 1 a 26, 37 a 41 e 43 a 50 do auto de penhora de

bens móveis (recheio de residência) ofendeu a posse e a propriedade dos

bens nelas identificados que pertencem ao ora embargante e não à

executada.

Nestes termos,

requer a admissão dos presentes embargos de terceiro, nos termos do art. 354º

do Código de Processo Civil e a consequente suspensão dos termos da

execução à margem identificada quanto aos bens a que respeitam ao abrigo

do art. 356º do mesmo Código, seguindo-se os ulteriores termos do processo

ordinário de declaração.

Valor: € 99.000,00.

Junta: 3 documentos e duplicados legais.

Testemunhas:

João Pintor, divorciado, residente na Rua da Creatividade, Loft 1, Lisboa;

José Galeria, casado, residente na Praça dos Artistas, em Oeiras.

António Castelo, solteiro, residente na Avenida da Família, em Almada;

Virgínia Antunes, viúva, residente na Travessa da Esperança em Lisboa.

Espera Deferimento,

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O Advogado,

[AUTOR: Dr. Manuel Campos]

Processo nº …

…º Juízo

Exmo. Senhor Juiz de Direito do Tribunal de Execução de Lisboa BANCO INTERNACIONAL E DE COMÉRCIO, vem, ao abrigo do disposto no artigo 351º e seguintes do Código de Processo Civil, deduzir

EMBARGOS DE TERCEIRO, contra LUSO MOTOR, S.A. e STAND UNIVERSAL, S.A., já devidamente identificadas nos autos, nos termos e com os seguintes fundamentos:

No âmbito dos autos à margem referenciados, veio a Exequente Luso Motor,

S.A. requerer a penhora do veículo automóvel, marca …, modelo …, matrícula

00-13-XX.

Penhora que foi efectuada a … de … de 2004 - conforme auto de penhora

que ora junta - Doc. 1.

Acontece que,

O veículo automóvel não pertence à Executada, Stand Universal, S.A.

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O referido veículo foi vendido em regime de leasing, a 25 de Janeiro de 2004,

a Artur Reis, sob reserva de propriedade a favor do ora embargante -

conforme documentos que se juntam e se dão por integralmente reproduzidos

para todos os efeitos legais - Doc. 2 e 3.

Assim sendo,

A penhora efectuada ofende o direito de propriedade do ora embargante.

O ora embargante não é parte nos presentes autos, sendo os embargos de

terceiro o meio legalmente idóneo para a efectiva defesa do seu direito, nos

termos do previsto no nº 1 do artigo 351º do C.P.C.

Nestes termos,

Devem os presentes embargos de terceiro ser

admitidos e, produzidas as provas, ser

julgados procedentes, e, em consequência,

ser ordenado o levantamento da penhora

efectivada sobre o veículo automóvel

identificado em 1º deste articulado.

Mais se requer, a restituição provisória da

posse do veículo automóvel ao embargante,

ao abrigo do disposto no artigo 356º do

Código de Processo Civil.

PROVA:

� Documental: os documentos que ora se juntam;

� Testemunhal:

1. Maria Odete Leite Faria Ramos, casada, residente na Avenida das

Tormentas, nº 124, 2º Direito, xxxx-xxx, em Lisboa;

2. Paulo Sérgio Ribeiro, casado, residente na Rua da Anunciação, nº 70, 4º

Esquerdo, xxxx-xxx, em Lisboa;

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Valor: € 12.500,00 (doze mil e quinhentos euros)

Protesta juntar: procuração forense.

Junta: 3 documentos, comprovativo do pagamento de taxa de justiça e

duplicados legais.

A

Advogada,

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DIREITO PROCESSUAL CIVIL Ano Lectivo de 2009/2010 – 1º Semestre

Professor Doutor Rui Pinto [email protected]

FICHA Nº 6

Conteúdo temático: Penhora III

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13. SUMÁRIO. 14. BIBLIOGRAFIA

MÓDULO 3: PENHORA (continuação) § 8º Procedimento (…….)

2. Penhora de coisas corpóreas a. Imóveis

i. Âmbito ii. Procedimento iii. Depósito

b. Móveis não registáveis i. Âmbito ii. Procedimento iii. Depósito

c. Móveis registáveis i. Âmbito ii. Procedimento iii. Depósito

LOPES-CARDOSO, Manual da Acção Executiva 3 (2ª reimp.1996), 1968, 385-408, 419-430. TEIXEIRA DE SOUSA, Acção executiva singular, 1998, XXX REMÉDIO MARQUES, Curso de processo executivo comum à face do Código revisto, 2000, 229-239.

MARIANA FRANÇA GOUVEIA, Penhora e Alienação de Bens Móveis na Reforma da Acção Executiva,

Themis 4/VII (2003), 165-198. LEBRE DE FREITAS/RIBEIRO MENDES, CPCAnot III, 2003, 383-384, 402-443. PAULA COSTA E SILVA, A reforma da acção executiva 3, 2003, 93-96. LEBRE DE FREITAS, A acção executiva. Depois da reforma 4, 2004, 247-248. RUI PINTO, A acção executiva depois da reforma, 2004, 146-151.

TEIXEIRA DE SOUSA, A reforma da acção executiva, 2004, 154-166.

Reforma da acção executiva. Boas práticas, 2006. AMÂNCIO FERREIRA, Curso de processo de execução10 , 2007, 204-217. LEBRE DE FREITAS, Apreciação do projecto de diploma de reforma da acção executiva, ROA 68/I (2008).

3. Penhora de direitos

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a. Regime comum b. Regimes especiais

i. Créditos incorporados ii. Rendimentos periódicos iii. Depósitos bancários

c. Penhora de outros direitos i. Direitos e expectativas de aquisição ii. Direitos e patrimónios autónomos iii. Quotas sociais, lucros e quotas de liquidação iv. Direitos reais de gozo em sobreposição v. Estabelecimento comercial vi. Outros direitos

LOPES-CARDOSO, Manual da Acção Executiva 3 (2ª reimp.1996), 1968, 433-457. TEIXEIRA DE SOUSA, Acção executiva singular, 1998, XXX

REMÉDIO MARQUES, Curso de processo executivo comum à face do Código revisto, 2000, 239-271. LEBRE DE FREITAS, Da impenhorabilidade do direito do lojista de centro comercial, sep. ROA 59/I, (1999), 60. REMÉDIO MARQUES, A penhora e a reforma do processo civil , em especial a penhora de depósitos bancários e do estabelecimento comercial, 2000. LEBRE DE FREITAS, A penhora do direito ao arrendamento e trespasse, Estudos em Homenagem ao Professor Doutor Inocêncio Galvão Telles III, 2002, 477-491. JANUÁRIO DA COSTA GOMES, Penhora de direitos de crédito. Breves notas, Themis 4/VII (2003), 105-132. LEBRE DE FREITAS/RIBEIRO MENDES, CPCAnot III, 2003, 443-483. PAULA COSTA E SILVA, A reforma da acção executiva 3, 2003, 96-100. LEBRE DE FREITAS, A acção executiva. Depois da reforma 4, 2004, 249-257. RUI PINTO, A acção executiva depois da reforma, 2004, 152-177.

TEIXEIRA DE SOUSA, A reforma da acção executiva, 2004.

LOPES DO REGO, Penhorabilidade de vencimentos e pensões, Sub Judice 29 (2005).

Reforma da acção executiva. Boas práticas, 2006. AMÂNCIO FERREIRA, Curso de processo de execução10 , 2007, 217-239. LEBRE DE FREITAS, Apreciação do projecto de diploma de reforma da acção executiva, ROA 68/I (2008).

3. JURISPRUDÊNCIA

xix. Penhora de créditos (regime geral)

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STJ 25/11/1993 (BMJ 431, 25) O terceiro devedor deve pronunciar-se sobre o crédito no prazo geral de 10 dias. STJ 26/5/1994 (BMJ 437, 471) A penhora de créditos por meio de notificação ao devedor fica feita logo que se proceda a essa notificação e não também com a declaração a que se refere o nº 2 do art. 856º STJ 9/10/1996 O terceiro devedor deve pronunciar-se sobre o crédito no prazo 5 dias STJ 6/2/1997 Efectuada a penhora de um crédito, e, tendo o devedor, notificado da penhora, confirmado a existência deste, os actos ulteriores do devedor no sentido de extinguirem o crédito são ineficazes em relação ao exequente, em conformidade com o disposto no art. 820º CC STJ 28/11/1998 A penhora de créditos constitui uma apreensão simbólica, sendo o efeito da sua notificação o de ficar o devedor a saber que só se desonera mediante o pagamento à pessoa que o tribunal designar STJ 04-10-2007 (SANTOS BERNARDINO) 1. Efectuada – através da notificação ao devedor de que o crédito fica à

ordem do tribunal da execução – a penhora de um crédito do executado sobre um terceiro, recai sobre este o ónus de declaração a que alude o n.º 2 do art. 856º do CPC. 2. A omissão da declaração tem o mesmo efeito da declaração de reconhecimento da dívida, constituindo, conjugadamente com o despacho que ordenou a penhora, título executivo contra o terceiro devedor. 3. Esta equiparação da falta de declaração ao reconhecimento expresso da existência da dívida, operada pelo n.º 3 do citado art. 856º, não encaixa bem com a qualidade de terceiro do devedor do executado, que é apenas chamado a colaborar numa execução a que é estranho. 4. O n.º 2 do art. 856º (na redacção aqui aplicável, que é a anterior ao Dec-lei 38/2003, de 8 de Março) não estabelece prazo para o cumprimento, pelo devedor, do ónus de declarar se o direito existe, quando tal declaração não tem lugar no acto da notificação.

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5. E, não sendo este parte na execução, não lhe é aplicável, nem directamente nem por analogia, o prazo de dez dias fixado no art. 153º do CPC. 6. Ao contrário do que hoje sucede (face à nova redacção daquele n.º 2), o terceiro devedor não estava sujeito a um prazo legal, mas apenas a prazo judicial – ao prazo que, no caso, fosse fixado pelo juiz – não sendo de acolher a doutrina do Assento do STJ 2/94, de 25.11.93. 7. A notificação a que se alude em 1. é uma verdadeira notificação pessoal, devendo ser feita de acordo com as regras da citação pessoal, observando, designadamente, as formalidades gerais do art. 235º do CPC, adaptadas em função das especificidades próprias da natureza do acto a notificar. 8. Não tendo sido fixado, no despacho judicial, o prazo para a declaração do terceiro devedor, a notificação a este feita, por ofício elaborado e assinado por funcionário judicial, fixando aquele prazo em dez dias, é, nesta parte, um acto ineficaz e irrelevante, não decorrendo para o notificado, por via do esgotamento de tal prazo – estabelecido por quem, para tal, não tinha poderes – quaisquer efeitos preclusivos da possibilidade de fazer a declaração. 9. A garantia bancária prestada, a favor de uma Câmara Municipal, por uma sociedade adjudicatária de empreitada de obra pública, e destinada a assegurar o pagamento do depósito obrigatório, previsto no Regime Jurídico das Empreitadas de Obras Públicas, no caso de ocorrer incumprimento contratual da empresa adjudicatária, não traduz qualquer crédito desta sobre o Banco garante, sendo, por isso, ilegal, por afrontar o disposto no art. 821º/1 do CPC, a penhora da garantia em execução movida contra a referida sociedade. 10. Não viola o direito de acesso à justiça, consagrado no art. 20º da Constituição, a norma do art. 856º/3 do CPC, já que a cominação nela prevista pressupõe que ao devedor foi previamente dada a possibilidade de defender o seu direito, contestando a existência do crédito. (= AC. TC 6/2001 de 16 de Janeiro)

RC 11-12-2007 1. Na falta de impugnação do direito de crédito penhorado, este considera-se confessado, importando o reconhecimento, «ope legis», da existência da obrigação, com o conteúdo estabelecido pelo titular do direito da nomeação, incumbindo ao terceiro devedor cumprir a obrigação, na data do vencimento, depositando a quantia, na Caixa Geral de Depósitos, à ordem do Tribunal, juntando ao processo o respectivo documento de depósito, atento o disposto pelo artigo 860º, nºs 1 e 2, do CPC95/96. 2. Se o terceiro devedor não cumprir a obrigação, na data do vencimento,

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pode o exequente executá-lo, servindo de título executivo a confissão ou a falta de impugnação, por parte daquele, e a subsequente certificação desses actos.

xx. Penhora de créditos (contas bancárias) RL 08/10/1996 A nomeação à penhora de saldos de contas bancárias é feita com a identificação possível. STJ 14/12/1996 Não se exige a indicação dos montantes depositados, por serem legalmente secretos. STJ 17/6/1997 A indicação das contas deve conter o estabelecimento de crédito onde se encontram e o nome do titular, o que não implicará, por parte do banco, violação do sigilo ( = STJ 8/4/1997 (BMJ 466 , 427) RL 4/11/1998 Devolvido ao exequente o direito de nomeação de bens à penhora nos termos do artigo 836 CPC, e nomeando este "os saldos credores existentes nas contas de depósito à ordem e a prazo em nome do(s) executado(s), sejam(m) titular(es) ou co-titula(es)", com indicação do nome e domicílio das instituições bancárias, porque lhe assiste tal direito (arts. 2 n. 2, 3-A, 265 n. 1 e 3, 266 n. 1, 466 n. 1, 837, 837-A, 861-A, todos do CPC/96), não pode o Tribunal indeferir a penhora assim requerida por inobservância do disposto no art. 837 que impõe a identificação tanto quanto possível dos bens a penhorar. RL 9/3/1999 Numa execução para pagamento de quantia certa, ordenada a penhora em saldo de conta bancária do executado, referindo a instituição de crédito não poder cumprir tal penhora porque a conta em causa não é da titularidade do executado, não tem fundamento legal o pedido do exequente para que tal instituição junte o extracto dessa conta, uma vez que, sendo conta de terceiros pode eventualmente traduzir violação de sigilo bancário. STJ, 15/6/1999 Indicado à penhora um saldo bancário a cominação para a falta de declaração do devedor, ou seja do banco, só pode respeitar ao saldo que efectivamente exista no momento da notificação, devendo a instituição bancária informar se o valor do depósito for inferior ao valor certo mandado penhorar.

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RL 29/6/2004 Para que o Tribunal deva solicitar ao Banco de Portugal informação sobre quais as instituições em que o executado é detentor de contas bancárias, nos termos do nº 6, do art. 861º-A, do CPC, não se exige ao exequente fundamentação pormenorizada das dificuldades encontradas na sua identificação. Com a simples nomeação à penhora, seguida do requerimento no sentido de se oficiar ao Banco de Portugal, estão, em princípio, justificadas as dificuldades (concretas) encontradas na identificação adequada dos saldos dessas mesmas contas.

xxi. Penhora de créditos (rendimentos periódicos)

STJ de 9/12/1967 (BMJ 172, 186), A penhora incidente sobre o vencimento não abrange um subsídio de deslocação para o estrangeiro, nem as ajudas de custo relativas ao período dessa deslocação RC 11-12-2007 A penhora do crédito do ordenado mensal do executado equivale à exigência do pagamento do seu valor, como se a mesma fosse efectuada, por este, ao ora executado, entidade patronal, porquanto o mesmo se venceu, na data em que esta recebeu a notificação da sua penhora.

xxii. Penhora de créditos (valores mobiliários) STJ de 24/03/92 (BMJ 415, 547) Penhora de acções

xxiii. Penhora de estabelecimento comercial/trespasse STJ, de 3/2/1981 (BMJ 304, 348 = RLJ 115 (1982/1983), 251, c/ anotação de ANTUNES VARELA); [direito anterior à Reforma de 1995/1996]

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Na falta de norma especial, a jurisprudência entendia que a penhora do estabelecimento, enquanto penhora do direito ao trespasse, não carecia de descrição dos bens componentes. RL 15/5/1968 (JR 14, 643). [direito anterior à Reforma de 1995/1996] A penhora de bens concretos do estabelecimento poder ter lugar nos termos respectivos de penhora de imóveis ou de móveis. STJ 7/1/1992 Dada essa natureza do direito penhorado, não há lugar ao cumprimento do disposto no artigo 858, n. 1, do Código de Processo Civil. RL 04/06/1992 BMJ N418 ANO1992 PAG844 I - O conteúdo da nomeação à penhora do direito ao arrendamento e trespasse de estabelecimento comercial é o próprio estabelecimento enquanto unidade jurídica (STJ 3/02/81, Bol. 304-348). II - Não tem lugar no auto de penhora do estabelecimento a descrição dos respectivos elementos constitutivos. III - Os senhorios deverão ser notificados da efectivação da penhora apenas para que fiquem inteirados da situação existente no processo. Hoje, por maioria de razão, face ao seu direito de preferência na venda (art. 116-1, RAU). IV - A sua falta de notificação não produz qualidade face ao disposto no artigo 892-2, C.P.Civil. RL 15/12/1993 (CJ ANOXVIII 1993 TV PAG155)

II - No despacho que ordena a penhora do direito ao arrendamento e

trespasse, além da notificação imposta pelo n. 1 do art. 838 do Código Proc.

Civil, a notificação do senhorio pode ser ordenada, nomeadamente, para

exercer o direito de preferência que lhe confere o n. 1 do artigo 116 do RAU.

RL 26/05/94 I - A prática corrente, mas incorrecta, de indicar à penhora o direito ao trespasse, muitas vezes acompanhado da nomeação do direito ao arrendamento, tem que ser entendida como se tratando da nomeação do próprio estabelecimento, pois que este, sim, é que é, rigorosamente o bem penhorável. II - Penhorável é não só o estabelecimento como unidade jurídica. mas

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também o direito ao estabelecimento, cumprindo-se neste caso o disposto no art. 863 do CPC para efectivação da penhora. III - Nada impede que o exequente requeira, juntamente com a penhora global ou unitária do estabelecimento, a penhora de bens isolados (uti singuli) do estabelecimento. IV - Não se pode concluir pela inexistência de um estabelecimento comercial se do auto de penhora constar que esta não se pôde efectivar por as portas das instalações, estarem fechadas e por, segundo informações da vizinhança, não haver indício da respectiva actividade. V - Neste caso é de deferir o requerimento da exequente no sentido de a penhora ser efectuada, se for necessário, nos termos do art. 840 do CPC, ex-vi do art. 850 do mesmo código, uma vez que, e além do mais, foram nomeados à penhora não só o estabelecimento comercial como unidade jurídica, mas também alguns móveis que o integram. STJ 15/4/1997 Penhorar o direito a trespasse e arrendamento de estabelecimento comercial ou industrial é o mesmo que penhorar o estabelecimento (= STJ, de 3/3/1981 (BMJ 304, 348). STJ 21/1/1998 Nega-se a penhorabilidade do estabelecimento comercial derivado de um contrato inominado de instalação de logista em centro comercial, dada a sua natureza intuitus personae (= STJ 27/10/1998).

xxiv. Penhora de móveis sujeito a registo STJ 20/10/1992 I - Enferma de omissão grave de diligência, face à obrigatoriedade do registo dos veículos automóveis, a sua nomeação à penhora pelo exequente sem antes se certificar se eles pertencem ou não ao executado. II - Efectuada a apreensão (e ou penhora) indevida de veículos não pertencentes ao executado, fica o exequente (ou quem os tenha indicado) responsável pelos prejuízos que dessa apreensão (e ou penhora) resultem para o verdadeiro dono, estranho à execução.

xxv. Penhora de direitos (arrendamento)

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STJ 27/1/1993 Defende a notificação ao senhorio da penhora do arrendamento (= STJ 19/4/1994 = STJ, de 5/12/1995). STJ 13/10/1993 A penhora do direito ao arrendamento integra-se na penhora do estabelecimento da executada, pelo que deveria seguir-se a tramitação própria da penhora de bens móveis, prevista nos artigos 848, e seguintes do Código de Processo Civil, com a nomeação de fiel depositário e não os trâmites próprios da penhora de direitos. RL de 12/7/1988 (BMJ 379, 629) Considera ilegal a penhora do direito ao arrendamento englobado no estabelecimento comercial. STJ, de 30/01/97, (BMJ 463, 525 Admite a penhora do direito ao arrendamento englobado no estabelecimento comercial. ). Nomeado à penhora o direito ao arrendamento e trespasse de um estabelecimento comercial, é o próprio estabelecimento, enquanto unidade jurídica, que representa o seu conteúdo (cf. RL, de 12/4/1957 (JR 3, 354).

xxvi. Penhora de direitos (bens indivisos) STJ 15/1/1974 (BMJ 233, 126) A nomeação à penhora de bens que fazem parte de um património indiviso, sem que todos os titulares sejam executados, é ilegal por violar o art. 1408º CC e, portanto, insusceptível de produzir o efeito que lhe e próprio, implicando o não exercício pelo executado do direito de nomeação e a sua correspondente devolução ao exequente. RP, de 16/1/1974 (BMJ 233, 243) Uma coisa é a penhora de parte em património autónomo ou universalidade - bens comuns, herança - onde caibam bens imóveis, outra coisa é a penhora de bens imóveis em compropriedade: só no primeiro caso que não há lugar a registo, porquanto o que é penhorado é a parte no direito à universalidade, e não as partes nos direitos que a compõem; isto traduz-se em se desconhecer se virão a calhar ao executado bens imóveis ou móveis sujeitos a registo STJ 20/7/1976

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Pode penhorar-se ou ser arrolado o direito e acção à herança indivisa, mas não os bens compreendidos em tal universalidade ou uma fracção de qualquer deles, nem uma parte especificada dos bens indivisos RP, de 9/4/1992 (BMJ 416, 712) Na execução for movida contra algum dos contitulares apenas pode ser penhorada a quota-parte do executado, e que é em si mesma uma realidade ou quid de natureza jurídica, nos termos do art. 826º, nº 1 - STJ 05/06/2008 II. A penhora do direito a bens indivisos faz-se mediante simples notificação do facto ao administrador dos bens, se o houver, e aos contitulares, com a expressa advertência de que o direito do executado fica à ordem do Tribunal da execução. III. Para essa penhora não é exigível certidão de direitos, ónus ou encargos inscritos no registo.

xxvii. Depositário STJ 3/12/1986 O depositário de bens penhorados que os desencaminhe responderá pelo crime do artº 397 CP/82 (violação de arresto ou apreensão legítimos) = 355º CP/95 (descaminho ou destruição colocados sob o poder público) ou pelo crime da al. b) do nº 2 do art. 300º CP/82 = art. 205º, nº 5 CP/95 (abuso de confiança agravado), consoante for ou não dono dos bens (STJ 10/12/1986 = STJ 4/2/1987)

xxviii. Penhora e registo STJ, 24/6/1982 (BMJ 318, 394) A penhora, não registada, anterior ao registo da clausula de reserva de propriedade, não pode ser oposta a embargante-vendedora por forma a prevalecer sobre o registo da reserva na medida em que o registo da reserva lhe e anterior e goza da prioridade que lhe advém do disposto no art. 9º, nº1 do Codigo do Registo Predial. STJ 03/12/92 I - Terceiros para efeitos de registo predial são as pessoas que do mesmo autor ou transmitente adquiriram direitos incompatíveis.

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II - Sendo a penhora posterior ao acto de aquisição do imóvel e registada antes do registo da transferência da propriedade deste, o acto da compra e venda gerador da transferência do direito de propriedade prevalece sobre a penhora e seu registo desde que o beneficiário titular da Penhora e respectivo registo não seja terceiro, com o sentido assinalado em I. RL 23/06/1994 I - O registo predial tem apenas valor declarativo e não constitutivo. II - O registo definitivo constitui presunção "juris tantum" de que o direito existe e pertence ao titular insenito mas elidível por prova em contrário. III - Assim sendo não devem ser indeferidos liminarmente os Embargos de Terceiro a bem penhorado em execução só pelo facto de o registo de penhora ser anterior ao registo de aquisição desse bem se este for efectuado em momento anterior ao do registo da penhora e/ou mesmo anterior à realização deste. IV - Com efeito deve ser ao dado Embargante a possibilidade de exibir a presunção derivada do registo de penhora RL 17/5/2000 I - Para efeitos de registo predial não é terceiro em relação ao comprador dum prédio o exequente que sobre esse imóvel veio a fazer recair a penhora já depois de operada a transferência do direito da propriedade. II - A transmissão do direito de propriedade do imóvel operada por escritura pública prevalece sobre a penhora, registada após essa transmissão, embora o registo da transmissão tivesse sido posterior ao registo da penhora.

RL 3/07/2001 I - Sendo nomeado à penhora um veículo automóvel indicado como propriedade do executado, não impende sobre o exequente, em tal acto, a prova do seu registo a favor daquele. II - As dúvidas ocorridas no acto da penhora devem ser decididas de harmonia com o preceituado no artigo 832º do CPCivil. III - As dúvidas ocorridas posteriormente ao acto da penhora, caso o bem esteja inscrito em nome de terceiro, são resolvidas com o cumprimento do preceituado no artigo 119º do CRPredial. RL 11/04/2002 I - A reserva de propriedade constitui um direito real de gozo que, tendo registo anterior à penhora, não caduca com a respectiva venda judicial, nos termos do artigo 824º nº2 do CCIV. II - Por isso, estando registada a reserva de propriedade sobre veículo penhorado, a favor da exequente, registo esse anterior ao registo da penhora, não pode a execução prosseguir para a venda do mesmo veículo (STJ 18/5/2006)

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xxix. Penhora de expectativas (reserva de propriedade) STJ 12/1/1999 No caso da penhora do direito do vendedor reservante, deve ser notificado o comprador reservatário. RL 6/12/2001 II - Na compra e venda de coisa com reserva de propriedade, o vendedor pode nomear o bem vendido à penhora. III - Neste caso, perde o respectivo direito de propriedade, por a ele renunciar RL 21/02/2002 II - Do facto da exequente haver nomeado à penhora o veículo automóvel sobre cujo direito tinha reserva, não resulta que a ela tenha renunciado tácita e eficazmente. III - Perante a anomalia verificada, não pode seguir-se para a fase da venda, devendo a acção executiva ser suspensa em relação ao referido bem até que a exequente demonstre em juízo o cancelamento do registo da reserva de propriedade. RL 28/02/2002 I - Requerida e ordenada penhora sobre veículo automóvel, não é necessário que o exequente requeira o cancelamento da existente reserva de propriedade a seu favor. II - E o facto desta reserva de propriedade estar registada não impede o prosseguimento da penhora RL 11/04/2002 I - A reserva de propriedade constitui um direito real de gozo que, tendo registo anterior à penhora, não caduca com a respectiva venda judicial, nos termos do artigo 824º nº2 do CCIV. II - Por isso, estando registada a reserva de propriedade sobre veículo penhorado, a favor da exequente, registo esse anterior ao registo da penhora, não pode a execução prosseguir para a venda do mesmo veículo. ( = STJ 18/5/2006) RL 20/04/2002 Não pode ser dado à penhora, nem vendido, um veículo automóvel com reserva de propriedade a favor da exequente. Enquanto o registo da reserva se mantiver, a propriedade do veículo pertence à exequente que não pode dar à execução bens que lhe pertencem e de cuja propriedade não abdicou.

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O simples facto de a exequente ter nomeado à penhora o veículo, não configura o reconhecimento tácito de renúncia à reserva registada. RL 27/02/2003 Havendo reserva de propriedade registada a favor do exequente sobre o bem (veículo automóvel) que este nomeou à penhora, mas tendo o mesmo optado pelo pagamento coercivo da dívida em detrimento da resolução do contrato, isto significa que quando nomeou o bem à penhora, renunciou tacitamente à reserva e, por isso, a acção executiva pode prosseguir RL 12/02/2008

II - A reserva de propriedade, revestindo a natureza de direito real de gozo,

beneficia in casu dum registo anterior ao da penhora, pelo que subsistirá

mesmo após a venda do respectivo veículo automóvel, não podendo ser

cancelado nos termos do artº 824º, nº 2, do Cod. Civil

III - Não faz sentido admitir a renúncia do exequente à reserva de

propriedade, uma vez que não está na disponibilidade deste a unilateral e

arbitrária alteração dos termos contratuais que firmou aquando da celebração

do contrato de compra e venda em causa.

IV - Não há lugar à aplicação do disposto no artº 119º, do Código do Registo

Predial, uma vez que não existem quaisquer dúvidas quando à titularidade do

bem penhorado – não pertence, certamente, ao executado, contrariamente

ao que o exequente quis fazer crer.

STJ/Unif Jurisp 09-10-2008 (PAULO SÁ)

«A acção executiva na qual se penhorou um veículo automóvel, sobre o qual

incide registo de reserva de propriedade a favor do exequente, não pode

prosseguir para as fases de concurso de credores e da venda, sem que este

promova e comprove a inscrição, no registo automóvel, da extinção da

referida reserva.»

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DIREITO PROCESSUAL CIVIL Ano Lectivo de 2009/2010 – 1º Semestre

Professor Doutor Rui Pinto [email protected]

FICHA Nº 7

Conteúdo temático: Concurso de credores I

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15. SUMÁRIO. 16. BIBLIOGRAFIA

MÓDULO 4: CONCURSO DE CREDORES E CITAÇÃO DO CÔNJUGE

§ 9º Função e pressupostos 1. Função 2. Pressupostos

a. Título exequível b. Crédito

3. Citação do cônjuge 4. Estatuto dos intervenientes

LOPES-CARDOSO, Manual da Acção Executiva 3 (2ª reimp.1996), 1968, 473-474. TEIXEIRA DE SOUSA, Acção executiva singular, 1998, XXX REMÉDIO MARQUES, Curso de processo executivo comum à face do Código revisto, 2000, 354-368. LEBRE DE FREITAS/RIBEIRO MENDES, CPCAnot III, 2003, 489-512. PAULA COSTA E SILVA, A reforma da acção executiva 3, 2003, 107-116.

RIBEIRO MENDES, Reclamação de Créditos no Processo Executivo, Themis 4/VII (2003), 215-240. LEBRE DE FREITAS, A acção executiva. Depois da reforma 4, 2004, 303-317. RUI PINTO, A acção executiva depois da reforma, 2004, 107-109, 181-184.

TEIXEIRA DE SOUSA, A reforma da acção executiva, 2004, 178-182.

Reforma da acção executiva. Boas práticas, 2006. AMÂNCIO FERREIRA, Curso de processo de execução10 , 2007, 273-286. LEBRE DE FREITAS, Apreciação do projecto de diploma de reforma da acção executiva, ROA 68/I (2008).

§ 10º Procedimento

1. Citação do cônjuge 2. Intervenção dos credores

a. Por citação b. Espontânea

5. Pluralidade de execuções 4. Reclamação 5. Impugnação 6. Verificação e graduação

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LOPES-CARDOSO, Manual da Acção Executiva 3 (2ª reimp.1996), 1968, 459-494. TEIXEIRA DE SOUSA, Acção executiva singular, 1998, XXX REMÉDIO MARQUES, Curso de processo executivo comum à face do Código revisto, 2000, 368-376. LEBRE DE FREITAS/RIBEIRO MENDES, CPCAnot III, 2003, 491-527. PAULA COSTA E SILVA, A reforma da acção executiva 3, 2003, 116-118.

RIBEIRO MENDES, Reclamação de Créditos no Processo Executivo, Themis 4/VII (2003), 215-240. LEBRE DE FREITAS, A acção executiva. Depois da reforma 4, 2004, 317-320, 323-326. RUI PINTO, A acção executiva depois da reforma, 2004, 178-181, 184-189.

TEIXEIRA DE SOUSA, A reforma da acção executiva, 2004, 182-189.

Reforma da acção executiva. Boas práticas, 2006. AMÂNCIO FERREIRA, Curso de processo de execução10 , 2007, 283-293, 301-306. LEBRE DE FREITAS, Apreciação do projecto de diploma de reforma da acção executiva, ROA 68/I (2008).

7. Critérios de graduação

TEIXEIRA DE SOUSA, Acção executiva singular, 1998, XXX REMÉDIO MARQUES, Curso de processo executivo comum à face do Código revisto, 2000, 373-375. LEBRE DE FREITAS/RIBEIRO MENDES, CPCAnot III, 2003, 518-519.

RIBEIRO MENDES, Reclamação de Créditos no Processo Executivo, Themis 4/VII (2003), 215-240. LEBRE DE FREITAS, A acção executiva. Depois da reforma 4, 2004, 320-323.

Reforma da acção executiva. Boas práticas, 2006. AMÂNCIO FERREIRA, Curso de processo de execução10 , 2007, 293-301.

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5. FORMULÁRIOS FALTA DE CITAÇÃO PARA RECLAMAÇÃO DE CRÉDITOS Proc. N.º 1234 Exmo. Senhor Doutor Juiz de Direito Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa Pedro, vem, nos termos do art. 196.º, aplicável ex vi artigo 864.º, n.º 10, ambos do CPC, arguir a falta da sua citação, nos seguintes termos: 1. Pedro, o Executado e Maria (cônjuge do Executado) celebraram, a 1 de Janeiro de 2003, contrato-promessa de compra e venda da casa, sita na Ericeira, propriedade do Executado e de Maria. 2. No referido contrato o Executado e Maria comprometiam-se a transferir a propriedade do imóvel e Pedro comprometia-se a pagar o preço acordado de 100 000, realizando escritura pública até 10 de Novembro de 2003. 3. Pedro entregou, como sinal, a quantia de 25 000. 4. Pedro, com o consentimento das contrapartes que lhe entregaram as chaves do imóvel, passou a utilizar e a usufruir a respectiva moradia como se fosse sua. 5. Deste modo, existou a tradição da coisa. 6. O Executado e Maria não compareceram na data marcada, 10 de Novembro de 2003, para a realização da escritura pública. 7. Inviabilizaram, deste modo e por sua culpa exclusiva, o negócio. 8. Deste modo, Pedro é detentor de um direito de crédito sobre o Executado e Maria, correspondente ao sinal em dobro, isto é, 50 000, nos termos do artigo 442.º do Código Civil. 9. Direito esse que se encontra garantido por um direito de retenção sobre o imóvel sito na Ericeira, nos termos do artigo 755.º alínea f) do Código Civil. 10. Imóvel que, nos termos dos autos supra mencionados, foi indicado como bem a penhorar.

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11. O agente de execução, ao proceder à penhora, verificou que Pedro tinha o imóvel em seu poder por via do referido direito de retenção, 12. pelo que anotou o domicílio de Pedro para que se procedesse à respectiva citação. 13. Não obstante, Pedro não foi citado para a reclamação de créditos. 14. Tal consubstancia um vício de falta de citação, por preterição do artigo 864.º, n.º 10.

Pelo exposto, Vem o Pedro requerer que seja a presente arguição julgada procedente e em consequência, que seja declarado nulo todos os actos posteriores nos termos e para os efeitos do artigo 864.º, n.º 10.

Pede deferimento. O Advogado

[Autoria: Dr. João Almeida]

RECLAMAÇÃO ESPONTÂNEA DE CRÉDITOS Nº 1 Proc. N.º 1234 Exmo. Senhor Doutor Juiz de Direito Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa Pedro, vem, nos termos do art. 865.º, n.º 3 do CPC, reclamar espontaneamente o seu crédito, nos seguintes termos: 1. Pedro, o Executado e Maria (cônjuge do Executado) celebraram, a 1 de Janeiro de 2003, contrato-promessa de compra e venda da casa, sita na Ericeira, propriedade do Executado e de Maria. 2. No referido contrato o Executado e Maria comprometiam-se a transferir a propriedade do imóvel e Pedro comprometia-se a pagar o preço acordado de100 000, realizando escritura pública até 10 de Novembro de 2003. 3. Pedro entregou, como sinal, a quantia de 25 000. 4. Pedro, com o consentimento das contrapartes que lhe entregaram as

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chaves do imóvel, passou a utilizar e a usufruir a respectiva moradia como se fosse sua. 5. Deste modo, existou a tradição da coisa. 6. O Executado e Maria não compareceram na data marcada, 10 de Novembro de 2003, para a realização da escritura pública. 7. Inviabilizaram, deste modo e por sua culpa exclusiva, o negócio. 8. Deste modo, Pedro é detentor de um direito de crédito sobre o Executado e Maria, correspondente ao sinal em dobro, isto é, 50 000, nos termos do artigo 442.º do Código Civil. 9. Direito esse que se encontra garantido por um direito de retenção sobre o imóvel sito na Ericeira, nos termos do artigo 755.º alínea f) do Código Civil. 10. Imóvel que, nos termos dos autos supra mencionados, foi indicado como bem a penhorar. Pelo exposto, Vem o Pedro requerer que seja a presente reclamação julgada procedente e em consequência, que seja o seu crédito ressarcido pelo produto resultante da penhora do imóvel. Pede deferimento.

O Advogado

[Autoria: Dr. João Almeida RECLAMAÇÃO ESPONTÂNEA DE CRÉDITO Nº2

Exmº. Senhor

Juiz de Direito

do ... Juízo de Execução de

Lisboa

Proc. nº

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Gracinda Gomes, casada, residente em ........, vem nos termos do art. 865º, nº 3

do Código de Processo Civil, RECLAMAR ESPONTANEAMENTE O SEU CRÉDITO, o

que faz nos termos e com os fundamentos seguintes:

1 – A ora reclamante é exequente nos autos de acção executiva que, sob o nº

5080/2004, correm termos pelo Tribunal Judicial de Fornos de Algodres, na qual

é executada Brígida Branco, para cobrança da quantia de € 15.000,00,

acrescida de juros até integral pagamento – cfr. certidão judicial que se junta

sob doc. nº 1.

2 – No decurso da execução referida no artigo anterior, foi penhorado o

prédio urbano, sito em Montalvo, freguesia de Santa Maria, concelho de

Alcácer do Sal, descrito sob o nº 6789 da referida freguesia na respectiva

Conservatória de Registo Predial, inscrito na matriz sob o art. 456º, no qual a

executada é comproprietária – cfr. auto de penhora constante da certidão

junta como doc. nº 1.

3 – A aludida penhora encontra-se registada na indicada Conservatória sob a

inscrição F-2 – cfr. certidão de registo predial que se junta como doc. nº 2.

4 – A reclamante tomou agora conhecimento, através do respectivo agente

de execução nos autos referidos no artigo 1º, da certidão que se junta como

doc. nº 2.

5 – Pela consulta da mesma certidão, posteriormente confirmada pela

consulta do registo informático de execuções, a reclamante constata que o

imóvel penhorado tem sobre ele inscrita penhora anterior, registada sob F-1,

efectivada nos presentes autos.

Nestes termos,

requer o reconhecimento e graduação do crédito ora reclamado no lugar

que lhe competir, por forma a ser pago pelo produto da venda do imóvel

penhorado.

Valor: € 15.000,00.

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Junta: 2 documentos e duplicados legais.

Espera Deferimento,

O Advogado,

[Autoria: Dr. Manuel Campos]

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DIREITO PROCESSUAL CIVIL Ano Lectivo de 2009/2010 – 1º Semestre

Professor Doutor Rui Pinto [email protected]

FICHA Nº 8

Conteúdo temático: Concurso de credores II

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17. SUMÁRIO. 18. BIBLIOGRAFIA

MÓDULO 4: CONCURSO DE CREDORES E CITAÇÃO DO CÔNJUGE

§ 9º Função e pressupostos 1. Função 2. Pressupostos

a. Título exequível b. Crédito

3. Citação do cônjuge 4. Estatuto dos intervenientes

LOPES-CARDOSO, Manual da Acção Executiva 3 (2ª reimp.1996), 1968, 473-474. TEIXEIRA DE SOUSA, Acção executiva singular, 1998, XXX REMÉDIO MARQUES, Curso de processo executivo comum à face do Código revisto, 2000, 354-368. LEBRE DE FREITAS/RIBEIRO MENDES, CPCAnot III, 2003, 489-512. PAULA COSTA E SILVA, A reforma da acção executiva 3, 2003, 107-116.

RIBEIRO MENDES, Reclamação de Créditos no Processo Executivo, Themis 4/VII (2003), 215-240. LEBRE DE FREITAS, A acção executiva. Depois da reforma 4, 2004, 303-317. RUI PINTO, A acção executiva depois da reforma, 2004, 107-109, 181-184.

TEIXEIRA DE SOUSA, A reforma da acção executiva, 2004, 178-182.

Reforma da acção executiva. Boas práticas, 2006. AMÂNCIO FERREIRA, Curso de processo de execução10 , 2007, 273-286. LEBRE DE FREITAS, Apreciação do projecto de diploma de reforma da acção executiva, ROA 68/I (2008).

§ 10º Procedimento

1. Citação do cônjuge 2. Intervenção dos credores

a. Por citação b. Espontânea

5. Pluralidade de execuções 8. Reclamação 9. Impugnação 10. Verificação e graduação

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116

LOPES-CARDOSO, Manual da Acção Executiva 3 (2ª reimp.1996), 1968, 459-494. TEIXEIRA DE SOUSA, Acção executiva singular, 1998, XXX REMÉDIO MARQUES, Curso de processo executivo comum à face do Código revisto, 2000, 368-376. LEBRE DE FREITAS/RIBEIRO MENDES, CPCAnot III, 2003, 491-527. PAULA COSTA E SILVA, A reforma da acção executiva 3, 2003, 116-118.

RIBEIRO MENDES, Reclamação de Créditos no Processo Executivo, Themis 4/VII (2003), 215-240. LEBRE DE FREITAS, A acção executiva. Depois da reforma 4, 2004, 317-320, 323-326. RUI PINTO, A acção executiva depois da reforma, 2004, 178-181, 184-189.

TEIXEIRA DE SOUSA, A reforma da acção executiva, 2004, 182-189.

Reforma da acção executiva. Boas práticas, 2006. AMÂNCIO FERREIRA, Curso de processo de execução10 , 2007, 283-293, 301-306. LEBRE DE FREITAS, Apreciação do projecto de diploma de reforma da acção executiva, ROA 68/I (2008).

11. Critérios de graduação

TEIXEIRA DE SOUSA, Acção executiva singular, 1998, XXX REMÉDIO MARQUES, Curso de processo executivo comum à face do Código revisto, 2000, 373-375. LEBRE DE FREITAS/RIBEIRO MENDES, CPCAnot III, 2003, 518-519.

RIBEIRO MENDES, Reclamação de Créditos no Processo Executivo, Themis 4/VII (2003), 215-240. LEBRE DE FREITAS, A acção executiva. Depois da reforma 4, 2004, 320-323.

Reforma da acção executiva. Boas práticas, 2006. AMÂNCIO FERREIRA, Curso de processo de execução10 , 2007, 293-301.

3. JURISPRUDÊNCIA

xxx. [Direito antigo]

STJ 9/5/1989

São credores interessados para efeitos do art. 869º, nº 7 todos aqueles que

tiverem garantia sobre os mesmos bens, independentemente de virem a ser

graduados e pagos com privilégio

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xxxi. Arresto

RL 01/10/98

Resulta dos artigos 619 n. 1 CC e 402 e 846 do CPC que o Arresto visa apenas

acautelar um direito de crédito e, apesar de lhe serem aplicáveis as regras

próprias da Penhora, não é garantia real, enquanto não for convertido em

penhora.

SJ 26-09-2002

I. O caso julgado apenas surte, em princípio, eficácia inter-partes (princípio da

eficácia relativa do caso julgado).

II. O despacho que decrete o arresto de crédito do requerido sobre um

terceiro e o que, posteriormente, mandou notificar este para efectuar o

depósito do respectivo montante, podem servir de título executivo, nos termos

do art. 860º, nºs 1 e 3 do CPC.

III. Trata-se, de um título executivo atípico, ancorado em norma legal especial

e cuja eficácia dependerá da verificação cumulativa dos seguintes requisitos:

- que tenha sido ordenado o arresto do crédito;

- que o devedor haja sido notificado, com as formalidades da citação e sob a

cominação de que o crédito ficará à ordem do tribunal;

- que a dívida se encontre vencida;

- que o devedor não tenha depositado a importância do seu débito.

.

STJ 21-11-2006

I - Nos termos do art. 865.º do CPC, o reclamante tem de estar munido de

garantia real sobre o bem penhorado e dispor de título executivo.

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II - Se o “destino” natural do arresto é ser convertido em penhora - art. 846.º do

CPC - parece-nos, desde logo, que o arresto não é garantia real.

III - A decisão que decreta o arresto nunca pode servir como título executivo

em qualquer reclamação de créditos, já que por definição não se declara,

condena ou constitui qualquer obrigação, salvo evidentemente a decorrente

do arresto do bem.

IV - Mas, se se entender que o reclamante goza de uma garantia real, pode

socorrer-se da faculdade prevista no art. 869.º, n.º 1, do CPC, requerendo que

a graduação de créditos, relativamente aos bens abrangidos pela sua

garantia, aguarde a obtenção do título em causa. *

STJ 03-05-2007

1 . O arresto não constitui garantia real para efeitos de reclamação de crédito

em processo executivo.

2 . Se convertido em penhora, surge a preferência derivada desta, não sendo

rigorosa, para estes efeitos, a expressão “arresto convertido em penhora”.

3 . A preferência derivada da penhora alcança, por retroactividade, a data do

arresto.

4 . Não obstante, não implica a admissão duma reclamação de créditos

levada a cabo em processo executivo em que se invoca apenas o arresto, o

qual só veio a ser convertido em penhora posteriormente

xxxii. Direito de retenção

RL 03/11/1994

I - Porque se trata de um direito real de garantia e não de um direito real de

gozo, o direito de retenção do promitente-comprador não obsta à penhora da

coisa, quer a penhora seja requerida por quem tiver direito real de garantia,

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119

quer seja promovida por um dos credores comuns do proprietário da coisa.

II - Na execução em que foi efectuada a penhora, os titulares do direito de

retenção podem acorrer ao chamamento da convocação de credores e

verificação de créditos, nos termos do art. 864 do CPC, para aí fazerem valer o

seu direito, mas não podem deduzir embargos de terceiro, pois aquele direito

não envolve nenhum direito pessoal de gozo sobre o imóvel susceptível de ser

ofendido pela apreensão judicial dos bens à ordem do Tribunal para

satisfação dos credores

STJ 12-00-2006

I - Para que o crédito do exequente, garantido por direito de retenção, fosse

graduado depois do crédito hipotecário reclamado pelo Banco, devia este ter

impugnado vitoriosamente tal garantia real no apenso de reclamação de

créditos, impugnação que podia ter feito, por ser esse o lugar próprio e

porque, sendo o Banco um terceiro juridicamente indiferente, não estava

abrangido pela força do caso julgado da sentença exequenda.

II - O art. 759.º, n.º 2, do CC não colide com o princípio da confiança ínsito no

art. 2.º da CRP, quando, como sucede no caso em apreço, a hipoteca foi

constituída após a entrada em vigor do DL n.º 236/80, situação em que não se

pode falar de expectativas anteriormente firmadas.

RL 22-05-2007

I- No domínio da redacção do artigo 864.º do Código de Processo Civil

anterior às alterações introduzidas pelo Decreto-Lei n.º 38/2003, de 8 de Março

que, no nº3, alínea b) passou a prescrever a citação “ dos credores que sejam

titulares de direito real de garantia, registado ou conhecido para reclamarem

os seus créditos”, é de adoptar idêntica solução.

II- Nos casos - hipótese não prevista na lei a justificar integração analógica

(artigo 10.º do Código Civil) - em que o Tribunal, na execução, tem

conhecimento de titular de direito de retenção sobre o imóvel penhorado

(artigo 755.º,n.º1, alínea f) do Código Civil) que inclusivamente deduziu

embargos de terceiro, impõe-se ordenar a sua citação, tal como se o seu

crédito estivesse registado

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xxxiii. Privilégio creditório

Ac. TC 363/2002 (DR, I-A, 16.10.04)

Considera inconstitucional a prevalência do privilégio creditório imobiliário

geral da Segurança Social em face da Hipoteca.

STJ 22/06/2005

1. Na sua sistematização, o Cód. Civil prevê privilégios mobiliários e

imobiliários, sendo estes sempre especiais, não se prevendo nele também

privilégios imobiliários gerais.

2. Por isso, reportando-se o art. 751 do CC apenas à graduação de créditos

com privilégio imobiliário especial, não cabe no seu contexto a graduação de

créditos com privilégios imobiliário gerais, como são os que a Lei 17/86, de

14.6 concede aos trabalhadores.

3. Inexistindo no Cód. Civil norma que preveja a graduação destes últimos

créditos com créditos que gozam de privilégio imobiliário geral, o

preenchimento da lacuna há-de fazer-se recorrendo à analogia, ou, no caso

desta faltar, criando a norma que o próprio intérprete criaria se houvesse de

legislar dentro do espírito do sistema.

4. Regendo o art. 751 para os privilégios imobiliários especiais, a única norma

que versa sobre privilégios gerais é o art. 749, sendo, por isso, esse normativo o

aplicável na graduação dos créditos dos trabalhadores que gozam de

privilégio imobiliário geral no confronto com o crédito imobiliário hipotecário

da recorrida.

RP 28-02-2008

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Conflituando os direitos de crédito garantidos pelos privilégios imobiliários gerais

– consubstanciados, no caso, nos créditos laborais reclamados pelos

trabalhadores, provenientes de contratos individuais de trabalho, sua violação

ou cessação… – cedem, são preteridos na sua ordem de graduação, perante

os créditos garantidos por hipoteca, por aplicação do disposto nos arts. 686º e

749º e inaplicabilidade do estatuído no art. 751º, do CC.

Reclamações: Decisão Texto Acordam no Tribunal da Relação do Porto: No …..º Juízo do Tribunal do Comércio de Vila Nova de Gaia, nos autos de reclamação de créditos que correm termos por apenso ao proc. nº ……./03.3.TYVNG, em que foi declarada a falência de B…………….., L.da, foi proferida sentença que fixou a data da falência em 10.11.2003, e procedeu à verificação e graduação dos créditos reclamados, em 24.11.2006 (fls. 254-262), em que, em relação aos bens móveis e imóvel da falida, e consequentemente do produto da sua liquidação, se graduaram os créditos reconhecidos e devidamente discriminados – que aqui temos por inteiramente identificados e integrados: - os reclamados pelos trabalhadores – 2 a 12 e 19 – emergentes de contrato individual de trabalho, com indemnização e juros, ao abrigo da Lei nº 17/86, de 14.6, art. 12º- 1 e 3 e da Lei nº 96/2001, de 20.8, art. 4º, que gozam de privilégio mobiliário e imobiliário gerais, e resultantes de despedimento, em 13.9.2003; - o crédito hipotecário do Banco C…………….., SA – 17 – a título de opera-ções bancárias, no valor de € 146.857,81, garantido por hipoteca sobre o imóvel apreendido para a massa falida, com preferência sobre s demais credores que não gozem de privilégio especial ou de prioridade de registo (art. 686º, CC); e - demais credores, tidos por comuns. Então, diz a instância recorrida que do produto da liquidação dos bens da massa falida serão pagos: dos bens móveis 1º.-do remanescente, os créditos dos trabalhadores 2º.- “ “ , os créditos comuns. do imóvel 1º.-do remanescente, os créditos privilegiados dos trabalhadores 2º.- “ “ , o crédito hipotecário do C……………., SA 3º.- “ “ , os créditos comuns. Assim, como créditos privilegiados destaca a sentença recorrida os dos trabalhadores (2 a 12 e 19) e o hipotecário do C…………, SA de € 146.857,81. Sobre este fez prevalecer aqueles dos trabalhadores da falida. Isto é, graduou o crédito hipotecário do C………….., SA após os créditos laborais reconhecidos. Inconformado, o reclamante Banco, credor hipotecário do imóvel apreendido para a massa falida apelou; e, alegando, concluiu: - não está comprovado que os trabalhadores, titulares dos créditos laborais reconhecidos prestassem a sua actividade no imóvel sobre que impende a hipoteca constituída e registada a favor do apelante (escritura e registo juntos); - o art. 377º, do actual Código de Trabalho é inaplicável ao caso; - o crédito do apelante beneficia de hipoteca, o que documentou; - tem preferência sobre os demais credores – art. 686º, CC: tem privilégio imobiliário especial e prioridade de registo; - aos créditos laborais reconhecidos aplica-se o regime do art. 749º-1, CC (privi-légio imobiliário geral que cede ao privilégio imobiliário especial do apelante);

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- Nesta medida, deve revogar-se a sentença, na parte em que gradua o crédito hipotecário do apelante atrás dos créditos reconhecidos aos trabalhadores, para serem pagos pelo produto da venda do imóvel hipotecado, devendo, em conformidade, o crédito do apelante Banco passar a ser declarado como crédito preferencial, à frente dos créditos laborais, independentemente da sua natureza. Não foram apresentadas contra-alegações. Conhecendo. Atender-se-á à temática recursiva – art.s 684º-3 e 690º-1,CPrC. Os pressupostos de facto que lhe são subjacentes ressaltam dos autos e do relatório precedente, estando documentados, para eles ora se remete e aqui se integram, não vindo “ad quem” questionados, à excepção da afirmação feita na sentença recorrida de que o imóvel apreendido e registado a favor do Banco apelante, era aquele onde laboravam as credoras reclamantes dos créditos laborais (fls. 261), pois não tem qualquer suporte documental demonstrativo de que claramente assim fosse, radicando-se na sua não alegação explícita na petição das respectivas reclamações apresentadas (fls. 9-15 e 134 confrontadas com a escritura e registo do imóvel hipotecado, fls. 117-124); além de que, para a aplicação que, de seguida, faremos do Direito, ao caso, tal facto será irrelevante, pelo que aqueles ora os temos como certos e seguros. Será que o direito de crédito hipotecário do Banco reclamante C…………., SA, deve preceder o das trabalhadoras, devendo ser graduado antes e à frente, prioritariamente a este ? Eis a questão a resolver. A resposta terá de ser afirmativa. O actual Código da Insolvência e da Recuperação de Empresas, aprovado pelo Dec. Lei nº 57/2004, de 19.3, entrado em vigor em 15.9.2004, não é o aplicável ao concurso de credores em análise (seu art. 12º-1). Por isso, sê-lo-á, então, o CPEREF, aprovado pelo Dec. Lei nº 132/93, de 23.4. O Código de Trabalho que contém o novo regime dos privilégios mobiliários que servem de garantia dos direitos de crédito da titularidade dos trabalhadores, entrou em vigor, em 28.8.2004, 30 dias após a publicação da Lei nº 35/2004, de 29.7, que regulamentou a Lei nº 99/2003, de 27.8 [art.s 3º e 21º-2 e)]. O art. 377º desse Código, que se reporta aos mencionados privilégios, é aplicável a todos os direitos de crédito dos trabalhadores constituídos desde o dia 28.8.2004, independentemente de derivarem de relações jurídicas laborais ou de instrumentos de regulamentação colectiva de trabalho celebrados ou aprovados, conforme os casos, antes ou depois daquela data. Apenas se exceptuam do mencionado regime, com a consequência de dever aplicar-se o pertinente regime anterior, os direitos de crédito laborais que se tenham constituído antes de 28.8.2004, no âmbito de contratos de trabalho que se tenham extinguido anteriormente. Assim, não é aplicável aos direitos de crédito laborais constituídos antes de 28.8. 2004, por via de contratos de trabalho que anteriormente se tenham extinguido. Como no caso vertente os direitos de crédito reclamados pelos trabalhadores se constituíram antes de 28.8.2004, por via dos contratos de trabalho que se extinguiram, por virtude da declaração de falência, antes da mencionada data, certo é que o regime legal aplicável nesta matéria é do pretérito; ou seja, o previsto nos artigos 737º-1 d), CC, 12º, da Lei 17/86, de 14.6 e 4º, da Lei nº 96/2001, de 20.8 (art. 12º-1, CC). Resulta do contexto que os mencionados direitos de crédito laborais se venceram antes de 15.9.2003, data em que começou a vigorar a alteração dos artigos 735º-3, 749º e 751º, CC, implementada pelo art. 5º, do Dec. Lei nº 38/2003, de 8.3 (art. 23º). Todavia, essa circunstância não assume qualquer relevo no quadro da aplicação do art. 749º, CC no âmbito da sucessão das leis no tempo, porque o nº 1 mantém a redacção anterior do mesmo artigo e o nº 2 não tem aplicação no caso vertente.

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Ademais, a alteração do disposto no nº 3, do art. 735º e do art. 751º, CC dada a sua estrutura normativa, visou o esclarecimento de dúvidas que se suscitavam no âmbito da aplicação daqueles normativos. Trata-se, por isso, de normas interpretativas que, “ut” art. 13º-1, CC, se integrem nos normativos que visaram esclarecer, sem que se verifique a restrição a que alude a 2ª parte daquele normativo. Já antes, porém, em 8.1.1998, por escritura pública, a sociedade falida constituíra a favor do Banco reclamante (então, C……….., SA) a hipoteca sobre o imóvel aqui apreendido para a massa falida, para garantia do pagamento de todas as responsabilidades que assumira, então e entretanto, perante ele. Hipoteca essa definitivamente registada a favor do Banco reclamante pela inscrição C-1 e Ap. 3/2000600 (fls. 125), da CRP de Espinho, Paramos (art. 687º, CC). Tais direitos da hipoteca, tendo sido objecto de registo, eles produzem efeitos em relação à massa falida e a terceiros, designadamente no confronto dos outros credores reclamantes que com o recorrente Banco concorram sobre o mencionado imóvel (citado artigo 687º, CC). A hipoteca consubstancia-se em garantia real de cumprimento de obrigações presentes ou futuras, condicionais ou incondicionais, conferindo ao credor o direito de ser pago pelo valor de certas coisas imóveis ou equiparadas pertencentes ao devedor ou a terceiro, com preferência sobre os demais credores que não gozem do privilégio especial ou de prioridade de registo (art. 686º, CC). É, pois, de salientar que, em geral, o direito de crédito do credor hipotecário relativamente a determinado imóvel só cede perante o direito de crédito dos credores que disponham de algum privilégio imobiliário especial ou de prioridade de registo. Assim, diremos que o crédito do recorrente e reclamante Banco, garantido por hipoteca prevalece sobre tais outros créditos garantidos pelos privilégios imobiliários gerais. No que concerne aos créditos dos trabalhadores, as leis avulsas especiais nºs 17/86 de 14.6 e 96/2001, de 20.8, instituíram tais privilégios imobiliários gerais. Contudo, os privilégios creditórios imobiliários, “ut” art. 735º-3, CC vigente desde 1.6.1967, são sempre privilégios especiais, envolvidos em sequela e que se traduzem em garantia real e cumprimento de obrigações. Assim, não previu este diploma substantivo – CC – privilégios imobiliários gerais. Aquelas leis avulsas especiais nada estabeleceram expressamente quanto ao concurso dos privilégios imobiliários gerais que criaram com outras garantias reais, como no caso a hipoteca nem regularam a sua relação com os direitos de terceiros. Em concreto, nos termos de aplicação da Lei, diremos, então, que a questão “hic et nunc” consiste em saber se aos privilégios imobiliários gerais – nomeadamente os instituídos por tais leis especiais avulsas – deve ser aplicado o regime decorrente do art. 751º, CC [ (privilégio imobiliário e direitos de terceiros) - «os privilégios imobiliários (sem-pre especiais – art. 735º-3) são oponíveis a terceiros que adquirem o prédio ou um direito real sobre ele, e preferem à ... hipoteca ... ainda que estas garantias sejam anteriores»] que, afinal, se reporta aos privilégios imobiliários especiais, ou o regime resultante do art. 749º, CC [ (privilégio geral e direitos de terceiro) - «o privilégio geral não vale contra terceiros, titulares de direitos que, recaindo sobre as coisas abrangidas pelo privilégio, sejam oponíveis ao exequente»] que, afinal, se refere aos privilégios mobiliários gerais. Lembrar-se-á que a constituição dos privilégios gerais é independente da existência de qualquer relação entre o crédito e o bem que o garante; ao contrário do que sucede com o privilégio especial que se baseia sempre numa relação entre o crédito garantido e a coisa que o garante (Menezes Cordeiro, Direito das Obrigações, II; 500/1). De foram sintética mas exacta, diremos que os privilégios imobiliários gerais - afinal, aqueles de que beneficiam os créditos laborais, - nem sequer são verdadeiros direitos subjectivos, mas tão só preferências gerais anómalas, - são de natureza absolutamente excepcional, - não incidem sobre coisas corpóreas, bens imóveis certos e determinados; não se consubstanciam em

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garantias reais, com direito de sequela, de cumprimento de obrigações; derrogando o princípio geral estabelecido no art. 735º-3, CC, - nem sequer existiam na realidade jurídica, à data da entrada em vigor daquele diploma legal, - afectam gravemente os legítimos direitos de terceiros, designadamente os do credor cuja hipoteca se encontra devidamente registada, em virtude de não estarem sujeitos a registo (art. 733º, CC), é-lhes inaplicável o princípio previsto no art. 751º, CC (que tem o seu campo de aplicação limitado aos privilégios imobiliários especiais, nos quais se radica o direito de sequela, próprio dos direitos reais de garantia). Antes, pelo facto de serem privilégios imobiliários gerais, lhes deve ser aplicado o regime previsto nos artigos 749º e 686º, CC, constituindo tais referidos privilégios meras preferências legais de pagamento, só prevalecendo relativamente aos créditos comuns. Deste modo, conflituando, os direitos de crédito garantidos pelos privilégios imobiliários gerais – consubstanciados no caso nos créditos laborais reclamados pelos trabalhadores, provenientes de contratos individuais de trabalho, sua violação ou cessação ... – cedem, são preteridos na sua ordem de graduação, perante os créditos garantidos por hipoteca, por aplicação do disposto nos artigos 686º e 749º e inaplicabilidade do estatuído no art. 751º, CC. Com sentido mais pormenorizado, reflectido e enriquecedor, neste mesmo sentido, temos as indicações que seguem e para que remetemos: - Acórdãos do STJ . de 5.2.2 002 (Reis Figueira), proc. 3 613/01, CJSTJ, X, 1º, pág. 71-74 . de 12.6.2 003, (Santos Bernardino), proc. nº 03 B 1 550 . de 25.10.2 005 (Silva Salazar), proc. nº 2 606/2 004, CJSTJ, III, pág. 86-91 . de 31.1.2 007 (Silva Salazar), proc. nº 07 A 111 . de 22.3.2 007 (João Camilo), proc. nº 07 A 580 . de 17.5.2 007 (Salvador da Costa), proc. nº 07 B 1 309 . de 4.5.2006, revistas nºs 332/06, 2ª secção e 1 408/05 - acórdão do TC nº 284/07, de 8.5.2 007, proc. nº891/04, 1ª secção, publicado no DR, II, nº 122, de 27.6, pág. 18 153 ss. - Almeida Costa, Direito das Obrigações, 6ª edição, Coimbra, 1994, pág. 850 - A. Luís Gonçalves, Privilégios Creditórios ... BFDUC, LXVII, Coimbra, 1991, pág. 7 - Salvador da Costa, O Concurso de Credores, 2ª edição, Almedina, pág. 249 - A. João Leal Amado, A Protecção do Salário, Coimbra, 1993, pág. 154/5 - Menezes Cordeiro, Salários em Atraso e Privilégios Creditórios, ROA, ano 58, Julho de 1998, II, pág. 665 - Luís Miguel Lucas Pires, Os privilégios Creditóros dos Créditos Laborais, in Questões Laborais, ano IX, nº 20, 2002, pág. 173 e . António Nunes de Carvalho, Reflexos Laborais do CPEREF, pág. 73. Na sentença deve o Juiz proceder à verificação e graduação dos créditos, sendo que esta é geral para os bens da massa falida e especial para os bens a que respeitam direitos reais de garantia (art. 200º, 1 e 2, CPEREF). Por isso, no caso, quanto ao bem imóvel com hipoteca, o direito de crédito por esta garantido prevalece na graduação em causa em relação ao produto do prédio apreendido para a massa falida sobre o direito de crédito dos trabalhadores garantido por privilégio imobiliário geral. Procedem na íntegra as conclusões da alegação do recurso. Termos em que se decide, . julgar procedente a apelação e, em consequência, . se revoga a sentença na parte impugnada e, em conformidade, com o que exposto fica, se reformula, . por forma a que o crédito do credor apelante Banco C………….., SA, garantido por hipoteca sobre o imóvel apreendido para massa falida seja graduado preferencialmente e à frente dos créditos dos

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trabalhadores, provenientes dos contra-tos individuais de trabalho (laborais), garantidos por privilégio imobiliário geral. Custas devidas nas instâncias pela massa falida. Porto, 28 de Fevereiro de 2008 António Domingos R. Coelho da Rocha Fernando Manuel Pinto de Almeida Trajano A. Seabra Teles de Menezes e Melo

RL 01/09/2008

I – A Executada está obrigada a entregar à Fazenda Pública o IRS dos

trabalhadores dependentes, através de substituição tributária, por força do

disposto nos arts 103º, nº 1 e 21º do Código do Imposto sobre o Rendimento das

Pessoas Singulares.

II – Como substituta, a Executada é considerada para todos os efeitos legais

como devedora principal do IRS, nos termos do preceituado no art. 21º do

citado Código.

III – A Fazenda Pública goza de privilégio mobiliário geral e de privilégio

imobiliário, nos termos do art. 111º do CIRPS, sobre os bens existentes no

património da Executada à data da penhora para garantir o pagamento dos

montantes de IRS em dívida.

xxxiv. Procedimento (lei no tempo)

STJ 21/11/2005

Considerando que o concurso de credores se traduz numa acção declarativa

com natureza incidental face ao processo executivo, aceita-se o

entendimento de que, para efeito de aplicação das leis no tempo, quando a

lei prescreve que “ as alterações ao Código das Custas Judiciais constantes

deste diploma só se aplicam aos processos instaurados após a sua entrada em

vigor”, tal significa que se tem apenas em vista os processos novos, não os

procedimentos incidentais, subordinados necessariamente a processo

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126

instaurado antes da entrada em vigor das alterações introduzidas pelo

Decreto-Lei nº 324/2003, de 27 de Dezembro.

RC 8-04-2008

I – Nos termos do artº 24º, nº 4, da Lei nº 34/2004, de 29/07 (que regula o regime

de acesso ao direito e aos tribunais), quando o pedido de apoio judiciário é

apresentado na pendência da acção judicial e o requerente pretende a

nomeação de patrono, o prazo que estiver em curso interrompe-se com a

junção aos autos do documento comprovativo da apresentação do

requerimento com que é promovido o procedimento administrativo.

II - Assim, para que um prazo processual em curso fique interrompido e um

interessado possa intervir assistido por mandatário forense, basta que, antes do

decurso desse prazo, dê entrada em tribunal, onde corre essa acção, de

documento comprovativo de ter solicitado a nomeação de patrono oficioso

no âmbito do apoio judiciário.

III – Nos termos do artº 60º, nº 2, do CPC, no apenso de verificação de créditos

o patrocínio de advogado só é necessário quando seja reclamado algum

crédito de valor superior à alçada do tribunal da comarca e apenas para

apreciação dele.

IV – É entendimento pacífico que no apenso de reclamação e de verificação

de créditos o patrocínio judiciário só se torna obrigatório nos casos em que

exista litígio sobre algum dos créditos reclamados, ou seja, tal patrocínio não é

obrigatório para a reclamação dos créditos em si, mas tão só para a sua

impugnação, para a resposta à mesma e para os seus termos posteriores (e

pressupondo que o valor de algum dos créditos reclamados exceda o valor

da alçada do tribunal de comarca).

STJ 18/11/2008

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127

I - A acção de reclamação, verificação e graduação de créditos numa

situação processual de abertura de concurso de credores, apesar de

apensada a uma execução, mantém a sua estrutura e autonomia de acção

declarativa em relação àquela.

II - A apensação é apenas determinada por razões de funcionalidade e de

agilização das várias fases de um tal processo executivo.

III - Assim, numa acção executiva instaurada no domínio da alteração da lei

que reformou a acção executiva (Dec Lei 38/2003) em que se verifica a

existência de mais que uma penhora sobre os mesmos bens e, por isso se

susta a execução, é essa lei nova que rege, entre outras, as circunstâncias de

tempo (prazo) para o exequente reclamar os seus créditos.

IV - Nesse caso, o exequente da execução sustada pode reclamar o seu

crédito, a todo o tempo e até à transmissão dos bens penhorados (art. 865.º,

n.º 3, do CPC).

V - Entendimento diferente afrontará, cremos, as legítimas expectativas do

exequente tuteladas pelos princípios da acção executiva, (ponderação de

interesses e prioridade), da segurança e certeza do direito, e do acesso à

justiça, constitucionalmente garantidos.

xxxv. Procedimento (impugnação)

STJ 10/10/1989 (BMJ 390, 363)

Os credores reclamantes podem impugnar o crédito exequendo

(= STJ 6/2/1992 (BMJ 414, 404), STJ 11/5/1995 (CJ / S 95/2, 91) = art. 866º, nº 3, in

fine.; contra RL 8/3/1990 , RL 22/1/1991 (CJ 91/1, 145), STJ 11/10/1992 (BMJ 420,

431).

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128

STJ 6/2/1998 (BMJ 414, 404)

Afirma-se no nº 5 do ar. 866º que a restrição aos fundamentos de crédito

reconhecido por sentença vale para o impugnante para quem a sentença

“tenha força de caso julgado (= STJ 11/5/1995 (CJ/S 95/2, 81) )

STJ de 12/1/1993 (BMJ 423, 463)

A sentença homologatória de transacção entre autor e réu, na acção

declarativa, constitui caso julgado oponível ao reclamante de crédito com

hipoteca registada sobre o bem em execução apensa àquela acção (= STJ de

29/9/1993 (CJ 93/3, 31); STJ 10/10/1989 (BMJ 390, 363), RL 22/1/1991 (CJ 91/1,

145), STJ 24/3/1992 (BMJ 415, 622)).

STJ22-11-2007

1. Na acção declarativa destinada a exigir indemnização do prejuízo derivado

da omissão de citação do credor com garantia real de que derivou a perda

desta é aplicável a versão do artigo 864º do Código de Processo Civil que

vigorava ao tempo da instauração da acção executiva em que ocorreu

aquela omissão.

2. No regime do nº 3 do artigo 864º do Código de Processo Civil - redacção

anterior - a responsabilidade do exequente pela indemnização do prejuízo

sofrido pelo credor com garantia prioritária, por virtude da perda de garantia

patrimonial do direito de crédito, a que se reporta aquele normativo, apenas

depende da omissão da sua citação para o concurso.

3. No domínio da vigência do mencionado regime, recai sobre o exequente a

aludida responsabilidade, independentemente de algum outro credor ter

aproveitado, no concurso de credores, do produto da venda do bem

penhorado

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129

RP 21/11/2005

Não sendo a Reclamação de Créditos um processo novo, nas reclamações de

créditos apresentadas após a entrada em vigor da Reforma da acção

executiva (DL nº 38/2003), mas que se encontrem apensas a uma execução

intentada antes dessa Reforma, não são de aplicar as novas regras previstas

pela nova redacção dos artigo 871º e 865º (designadamente os prazos aí

previstos) ambos do Código de Processo Civil, mas sim as anteriormente

vigentes.

xxxvi. Pluralidade de execuções

STJ, 23/9/1993 (BMJ 429, 744/

Não são válidos os actos praticados posteriormente à suspensão, salvo os

urgentes, destinados a evitar danos irreparáveis devendo ser anulado todo o

processado posterior, incluindo a venda

STJ 1/7/1999

Apresentada na sequência de outra acção executiva sustada nos termos do

art. 871º, na qual já se tinha procedido à penhora, não pode o executado

impugnar o crédito reclamado na base de questões que devia ter colocado

mediante embargos à execução sustada.

STJ, 16/4/1998

A suspensão vigora até ao momento em que a penhora mais antiga é

levantada

STJ, 4/6/1998

Havendo mais que uma penhora sobre o mesmo prédio, o que conta para

efeitos de prioridade no pagamento são as datas dos respectivos registos

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130

RL 23/09/2003

I – Sendo parcial a sustação de uma execução, por aí terem sido penhorados

diversos bens, alguns dos quais já antes o haviam sido em outra execução, a

lei permite que numa e noutra execução se prossiga, simultaneamente, o

pedido de pagamento do mesmo crédito.

II – Esta situação não envolve litispendência, que em sede de acção executiva

apenas tem lugar quando em dois processos se exerce actividade executiva

quanto ao mesmo bem, ainda que por créditos e com exequentes diferentes.

III – A circunstância de o exequente, credor hipotecário, poder fazer-se pagar

através da reclamação do seu crédito feita em execução onde o bem

hipotecado foi já penhorado antes, não impede que na execução por ele

movida se proceda a nova penhora do mesmo bem ou, demonstrada a

insuficiência deste para o pagamento integral da dívida garantida, de outros

bens do executado.

STJ, 20/11/2003

I - Se tiver sido ordenada a sustação da execução, nos ternos do art.o 871, n.º

1, do CPC, face à comprovada existência de penhora anteriormente registada

sobre os mesmos bens, não pode o exequente reclamar o seu crédito por

apenso à execução onde foi feita a penhora registada em primeiro lugar caso

o executado nesta última não tenha sido demandado naquela primeira

execução.

II - Se na execução sustada a dívida era provida de garantia real (hipoteca)

sobre bens de terceiro (face à obrigação exequenda), mas esse terceiro não

foi aí demandado, isso significa que o exequente não quis fazer valer contra

ele a garantia, e que, portanto, só deviam ter sido objecto de penhora nesse

processo bens da executada: é o que resulta das disposições combinadas dos

art. 818º do CC e 821º, n.º 2, do C PC.

III - O princípio de que não podem penhorar-se bens ou direitos de alguém

que não seja demandado na execução não comporta nenhuma excepção.

IV - A invocabilidade do regime previsto no art. 871º do C PC depende do

facto da penhora ter incidido sobre bens de alguém que seja parte na

execução.

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131

V - Quanto à execução que prossegue exige-se, correlativamente, que o

devedor do crédito reclamado seja parte nesse processo.

VI - Após a penhora, abre-se a execução a alguns, não a todos, os credores

do executado: aos titulares de um direito real de garantia sobre os bens

penhorados e ao exequente que tenha obtido uma penhora do mesmo bem

noutra execução (art. 865º, n.º 1, e 871º, n.º 1, ambos do C PC). Terá de ser

sempre, porém, um credor do executado, sob pena de violação do princípio

referido no ponto III

STJ, 14/02/2007

A decisão que, na sequência da sustação da execução, remete o

pagamento das despesas devidas ao depositário judicial para o processo em

que penhora de bens seja mais antiga, e cuja execução prossegue, segundo

o disposto no artigo 871º, n.º 1, do Código de Processo Civil, não viola o caso

julgado formal constituído por anterior decisão que havia ordenado entretanto

o pagamento dessas despesas. *

RL 21/06/2007

I- Desistindo o exequente da penhora quanto a bem por reporte ao qual fora

deduzida reclamação de créditos, e declarada, nessa circunstância, extinta a

instância no apenso respectivo, por inutilidade superveniente da lide, as custas

da reclamação devem ser suportadas pelo exequente.

II- Que a reclamação haja sido deduzida com base em penhora –

ulteriormente efectuada sobre o mesmo imóvel, numa outra, assim sustada,

execução – registada (também) apenas provisoriamente, por natureza, pelo

mesmo facto da inscrição de propriedade do dito imóvel a favor de terceiro, é

ponto transcendendo a circunstância da concretamente declarada

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132

impossibilidade superveniente da lide.

III- Tal situação, podendo ter interessado ao liminar indeferimento da

reclamação como à não graduação do crédito reclamado, a final, nem por

isso releva no domínio da responsabilidade por custas em caso de declarada

impossibilidade ou inutilidade superveniente da lide.

(E.M.)

xxxvii. Sentença de graduação

STJ 8/2/1994

Se “está formalmente correcta a sentença, proferida em processo de

reclamação de créditos, que, na falta de impugnação do crédito reclamado,

reconheceu a sua existência. [...], provando-se, embora só já no recurso,

mediante a junção - ainda que incorrecta mas não reclamada - de

documento que, na data da reclamação, o crédito reclamado já se havia

extinto por pagamento feito em data anterior, deve aquela sentença ser

revogada”

xxxviii. Cônjuges (artº 825º)

STJ 6/12/1989

A qualidade de bem comum dura enquanto durar o casamento: após o

divórcio não podem penhorar-se, na execução contra o marido, bens próprios

da ex-mulher, como seja parte do seu vencimento, já que este deixou de ser

bem comum em consequência do decretado divórcio.

RL 29/03/2000

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133

Logo que tenha sido apresentado novo requerimento de penhora ou simples

requerimento dessa citação, fica suprida a nulidade, devendo então o juiz

ordenar a penhora a penhora e a citação do cônjuge.

RG 19-05-2004

I- O meio competente para a separação de meações requerida pelo cônjuge

do executado, nos termos do artigo 825º do CPC, é o processo de inventário

previsto pelo artigo 1404º do CPC, aplicável ex vi do disposto no artigo 1406º,

nº 1, do mesmo diploma legal.

II- A certidão comprovativa de pendência de processo de separação litigiosa

de pessoas e bens, em que são partes o executado e o seu cônjuge, não

cumpre aquela finalidade e não é adequada a fundamentar a suspensão da

execução nos termos do nº 3 do artigo 825º do CPC.

RC 11-12-2007

O princípio da exigência da convocação do cônjuge do executado, a que

aludem os artigos 825º, nº 1 e 864º, nº 1, a), do CPC, que se destina a assegurar

aquele a participação nos actos de venda dos bens, restringe o seu âmbito de

incidência aos imóveis comuns do casal, ou de que o executado não tenha a

livre disposição, o que não acontece, em relação aos imóveis que constituam

bens próprios do executado, com excepção daqueles que este não possa

alienar, livremente

STJ 22-01-2008

I - Efectuado o requerimento para separação de meações (inventário que

segue as normas adjectivas próprias do inventário, com as especificidades dos

arts. 1404.º a 1406.º do CPC), a instância executiva fica suspensa até à partilha.

A partir deste momento prosseguirá sobre os bens penhorados se ficarem a

pertencer ao executado, ou sobre outros que lhe tenham cabido, caso os

penhorados não lhe couberem (mas fiquem a pertencer ao seu cônjuge).

II - Neste inventário, o cônjuge do executado tem o direito de escolha dos

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134

bens que hão-de formar a sua meação. Mas nesse caso, os credores podem

reclamar contra essa escolha, fundamentando a sua queixa, inferindo-se do

n.º 2 do art. 1406.º que o fundamento da reclamação só pode ser a má

avaliação dos bens.

���� 1406 nº 1 al. c)

III - Teve aqui o legislador evidentes preocupações com os credores, pois,

como é evidente, uma avaliação incorrecta, pode resultar em manifesto

prejuízo deles. Note-se que o que se trata aqui é a possibilidade de o

exequente vir a penhorar bens que couberam ao executado, sendo evidente

o dano se existir uma avaliação por defeito dos bens escolhidos pelo cônjuge

deste.

IV - Hoje o inventário pode findar na conferência de interessados (em caso de

acordo dos interessados e quando o juiz, atendendo à simplicidade da

partilha, o consinta). Porém, mesmo nesta circunstância, a partilha terá que ser

concretizada e depois judicialmente homologada em acta, onde constarão os

elementos relativos à composição dos quinhões e a forma da partilha (art.

1353.º, n.º 6, do mesmo Código).

V - Mesmo que se entenda que o processo pode terminar com uma

transacção, nela têm que intervir, para além dos interessados no inventário, os

credores exequentes cuja penhora em bens comuns do casal originou a

instauração do processo (para separação de meações - art. 293.º, n.º 2, do

CPC).

VI - Tendo os interessados, no presente inventário para separação de

meações, chegado a acordo, sem que estivesse presente a credora,

exequente no processo principal, vindo a ser homologada por sentença a

referida transacção, fazendo-se terminar o processo, inviabilizou-se a

realização da partilha e a consequente ajudicação dos bens a cada um dos

cônjuges (ou seja, o preeenchimento dos respectivos quinhões), não se

permitindo, assim, o prosseguimento da execução com penhora de bens.

VII - Deverá, pois, revogar-se a sentença homologatória da transacção,

realizando-se nova conferência de interessados e subsequente partilha.

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135

RC 12-02-2008

1. Na estrutura do processo actual, de matriz publicista, não individualista,

torna-se necessário, para obviar as insuficiências do princípio do dispositivo,

por vezes, a intervenção supletiva do princípio do inquisitório, mediante a

imposição de ónus, que constituem outros tantos estímulos para que a parte

assuma no processo a atitude que convém à descoberta da verdade e ao

triunfo da justiça.

2. Não tendo o requerente, sobre quem recaía o ónus de identificar os bens de

que se arrogava titular e cuja penhora, alegadamente, ofendia os seus

direitos, apesar de, expressamente, advertido, para tanto, por despacho

judicial, correspondido a essa determinação, por entender que tal implicava a

prática de um acto inútil, deve o Tribunal não considerar como demonstrado o

facto que se queria provar.

Encontrando-se nos autos certidão comprovativa da pendência da acção de

separação judicial de bens, instaurada nos termos do estipulado pelo artigo

1406º, nº 1, a), importa, consequentemente, determinar a suspensão da

execução, até à partilha, em conformidade com o disposto pelo artigo 825º,

nºs 2 e 3, ambos do CPC, mantendo-se, entretanto, as penhoras já decretadas

STJ 28-02-2008

I - O facto de os executados serem casados no regime da comunhão geral de

bens e de terem sido ambos condenados no mesmo documento que agora

constitui título executivo, não torna dispensável o cumprimento do disposto no

art. 825.º do CPC.

II - A omissão dessa formalidade constitui irregularidade que pode ser suprida

mediante a apresentação de novo requerimento, não determinando a perda

definitiva do direito de penhorar bens comuns.

III - Ante as penhoras e a omissão do exequente, poderiam os executados

reagir mediante embargos de terceiro - art. 352.° do CPC - já que são terceiros

em relação aos bens próprios e aos bens comuns, no caso destes não

deverem ser atingidos pela penhora.

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136

IV - O facto de estarmos perante coligação passiva, não impede, na

especificidade do caso, que na oposição os executados possam deduzir,

conjuntamente com a oposição à execução, oposição à penhora. Esta

solução não colide com a ratio legis do n.º 3 dos arts. 926.° e 863.º-A, n.º 1, do

CPC, sua parte final.

V - No caso dos autos, não tendo sido deduzidos embargos de terceiro mas

tendo suscitado a ilegalidade dessa penhora no contexto da oposição, não

pode o Tribunal deixar de apreciá-la, já que razões de economia processual

não devem ser invocadas quando direitos são violados.

VI - Ante tal pertinente invocação, existe nulidade com severas

consequências, já que a omissão do acto (notificação) tem manifesto prejuízo

para os executados, que podem ver indevidamente penhorado o seu

património, não sendo despiciendo considerar que, no normal curso da

execução, não sendo decretada a nulidade e o inerente levantamento das

penhoras, o processo atingirá a fase da venda, com o perigo iminente dos

bens de cada um dos cônjuges, serem o meio de pagamento de dívida que

os não responsabi1iza.

VII - Tendo-se admitido a coligação passiva, seria demasiado formalista e

implicaria tratamento desigual impor a cada um dos cônjuges que reagisse

penhora à feita com preterição do art. 825.°, n.º 1, do CPC, na

redacção anterior - mediante oposição (embargos de executado) e,

simultaneamente, mediante embargos de terceiro, estes com fundamento no

art. 352.° do referido diploma. Razões de celeridade processual, que não ferem

interesses das partes, impõem solução mais expedita.

VIII - Ao considerar nulas e insubsistentes as penhoras, feitas sem coevo pedido

de citação, nos termos do art. 825.°, n.º 1, do CPC, na redacção anterior ao DL

n.º 38/2003, de 08-03, o Acórdão recorrido não merece censura. Decisão Texto

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137

STJ 6-11-2008

1.Do nº 1 do artigo 612º do Código Civil resulta que só é exigida a má fé nos

intervenientes no acto que se pretende impugnar.

2. Não é assim condição de procedência da impugnação pauliana a má fé

do cônjuge do comprador de má fé, que não interveio no acto de compra do

prédio alienado.

3. Da consideração conjunta da finalidade da impugnação pauliana e do

regime das consequências patrimoniais do casamento resulta que a solução

contrária tornaria facilmente inconsistente a garantia dos interesses do credor.

4. A impugnação pauliana é um meio de conservação da garantia

patrimonial; tem portanto em vista a protecção do interesse do credor.

5. Seria contraditório colocar exclusivamente nas mãos de quem pratica o

acto lesivo, em prejuízo consciente do credor, os meios de impedir o

funcionamento da garantia contra tais actos que a lei a este quis conferir,

como sucederia se fosse exigida a má fé do cônjuge (que adquire sem intervir

no acto) do terceiro (que pode adquirir sem a intervenção ou o consentimento

do cônjuge).

6. Desta solução não resulta qualquer contradição com a necessidade de

intervenção, na acção de impugnação, do cônjuge que não interveio na

compra, porque da acção pode resultar a “perda” de um bem, entretanto

entrado para a comunhão conjugal, que só por ambos pode ser alienado.

7. Na constância do casamento, vigorando um regime de comunhão de bens,

os cônjuges não são titulares de nenhuma “meação”sobre os bens

determinados que integram essa comunhão.

8. Não pode assim proceder a pretensão de que a impugnação apenas afecte

a “meação” do cônjuge que interveio na compra.

9. A procedência da impugnação conduz a que os bens alienados podem ser

executados como se não tivessem saído do património do devedor; não

conflitua, nem com o regime aplicável à determinação da comunicabilidade

da dívida exequenda, nem com a eventual aplicabilidade do disposto no

artigo 825º do Código de Processo Civil.

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139

DIREITO PROCESSUAL CIVIL Ano Lectivo de 2009/2010 – 1º Semestre

Professor Doutor Rui Pinto [email protected]

FICHA Nº 9

Conteúdo temático: Venda e pagamento i

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140

19. SUMÁRIO. 20. BIBLIOGRAFIA

MÓDULO 5: VENDA E PAGAMENTO

§ 11º Venda 1. Regime comum

a. Modalidades b. Procedimento c. Preferências reais d. Remição e. Bens indivisos e patrimónios autónomos f. Adjudicação e transmissão do direito

LOPES-CARDOSO, Manual da Acção Executiva 3 (2ª reimp.1996), 1968, 520-522, 569-585, 612-620 TEIXEIRA DE SOUSA, Acção executiva singular, 1998, XXX REMÉDIO MARQUES, Curso de processo executivo comum à face do Código revisto, 2000, 382-385, 401-418. LEBRE DE FREITAS/RIBEIRO MENDES, CPCAnot III, 2003, 556-571, 577-579, 583-585, 590-594, 620-625. PAULA COSTA E SILVA, A reforma da acção executiva 3, 2003, 123-125, 128.

RIBEIRO MENDES, Reclamação de Créditos no Processo Executivo, Themis 4/VII (2003), 215-240. LEBRE DE FREITAS, A acção executiva. Depois da reforma 4, 2004, 327-332, 334-343. RUI PINTO, A acção executiva depois da reforma, 2004, 189-199.

TEIXEIRA DE SOUSA, A reforma da acção executiva, 2004, 192-196, 201-202.

Reforma da acção executiva. Boas práticas, 2006. AMÂNCIO FERREIRA, Curso de processo de execução10 , 2007, 318-322, 337-351. LEBRE DE FREITAS, Apreciação do projecto de diploma de reforma da acção executiva, ROA 68/I (2008).

2. Especialidades

a. Venda por proposta em carta fechada b. Venda de estabelecimento comercial c. Venda em bolsa de capitais d. Venda directa e. Venda por negociação particular f. Venda em estabelecimento de leilão g. Venda em depósito público

LOPES-CARDOSO, Manual da Acção Executiva 3 (2ª reimp.1996), 1968, 523-577. TEIXEIRA DE SOUSA, Acção executiva singular, 1998, XXX

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141

REMÉDIO MARQUES, Curso de processo executivo comum à face do Código revisto, 2000, 386-395. LEBRE DE FREITAS/RIBEIRO MENDES, CPCAnot III, 2003, 572-608. PAULA COSTA E SILVA, A reforma da acção executiva 3, 2003, 127.

RIBEIRO MENDES, Reclamação de Créditos no Processo Executivo, Themis 4/VII (2003), 215-240. LEBRE DE FREITAS, A acção executiva. Depois da reforma 4, 2004, 330-332, 349. RUI PINTO, A acção executiva depois da reforma, 2004, 199-208.

TEIXEIRA DE SOUSA, A reforma da acção executiva, 2004. 196-199.

Reforma da acção executiva. Boas práticas, 2006. AMÂNCIO FERREIRA, Curso de processo de execução10 , 2007, 322-336. LEBRE DE FREITAS, Apreciação do projecto de diploma de reforma da acção executiva, ROA 68/I (2008).

3. JURISPRUDÊNCIA

xxxix. Despacho sobre a venda

RL 17/04/2008

I - Constituindo regime regra a fixação em 70% do valor base o anunciado

para a venda em execução, deve entender-se que a lei admite possa a

adjudicação do bem a vender ser feita por valor àquele inferior -

nomeadamente se inexistirem quaisquer propostas que o excedam.

II- Reveste natureza discricionária a faculdade, prevista na parte final do art.

889º, nº2, do C.P.Civil, de atribuição, para o efeito, de valor daquele diverso –

sendo, como tal, insindicável, em sede de recurso, a opção, nesse ponto,

seguida pelo julgador.

RC 9/12/2008

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VI – Determinam os nºs 1 e 4 do artº 886º-A, do CPC, que quando a lei não

disponha diversamente, a decisão sobre a venda (judicial) cabe ao agente de

execução, ouvidos o exequente, o executado e os credores com garantia

sobre os bens a vender, sendo a decisão notificada aos mesmos.

VII – Esta notificação, desde que a parte tenha constituído em simultâneo

advogado e solicitador, pode ser feita em qualquer um deles.

VIII – De resto, tendo ocorrido tal notificação na pessoa do mandatário deixou

de existir fundamento para que a mesma também seja feita na pessoa do

solicitador, dada a conectividade das duas possíveis notificações, não

impondo a lei que essas notificações tenham de ser feitas quer na pessoa do

advogado quer na pessoa do solicitador constituídos em simultâneo nos autos.

xl. Preferências reais

RL 16/01/2007

I- O exequente, que detém o ónus de impulso processual, deve indagar a

identificação dos preferentes a fim de se proceder à notificação a que alude o

artigo 892.º do Código de Processo Civil, não se justificando que os autos

prossigam sem se procurar proceder à notificação apesar de, a prosseguirem

os autos sem a notificação, não ficar precludida a possibilidade de se propor

acção de preferência

II- No caso de prédios confinantes, tratando-se, portanto, da preferência legal

a que alude o artigo 1380.º do Código Civil, essa diligência não se esgota com

a mera referência ao facto de não constar a morada dos proprietários dos

prédios confinantes no registo predial, pois, a ser assim, muito limitado seria, da

parte do exequente, o primeiro interessado de uma execução efectiva, o

alcance do princípio da cooperação (artigo 266.º do Código de Processo

Civil).

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143

xli. Remição

RC 5/06/2008

1. O instituto incidental da remição analisa-se na faculdade de,

potestivamente, determinados interessados poderem fazer-se substituir ao

adjudicatário ou ao comprador, na preferencial aquisição de bens

penhorados, mediante o pagamento do preço por eles oferecido.

2. Com tal direito real de aquisição ou de resgate, de carácter estritamente

pessoal, exercitável por procuração, quis proteger-se o património familiar,

evitando que os bens saíssem para fora da família, pondo o património do

executado (membro dela) a coberto de outros maiores prejuízos, de qualquer

das maneiras sem pôr em causa a essência da satisfação do interesse do

exequente.

3. Tratando-se de venda por negociação particular, tem de haver-se por

indispensável que o remidor tenha conhecimento do acerto do preço da

venda, como dos encargos a suportar com o acto, para ser-lhe exigível que

disponha dos meios adequados ao resgate.

4. A prova da extemporaneidade de actuação, designadamente por o

remidor estar ciente de todos os elementos do negócio, são do ónus das

contrapartes (comprador e exequente).

xlii. Adjudicação do bem vendido

RL 24/06/2004

I - Proferido, em acção executiva, despacho de adjudicação de bens, e

passado o título de transmissão, poderá o adquirente requerer o

prosseguimento da execução contra o detentor dos bens, nos termos

prescritos para a entrega de coisa certa.

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144

II – Não tendo o detentor dos bens lançado mão de embargos de terceiro na

fase inicial da execução, pode, prosseguindo a execução contra ele, deduzir

embargos de executado.

RC 11/12/2007

1. Quando o adquirente de bens em execução tiver dificuldades em obter a

sua entrega, material ou simbólica, pode, com base no despacho de

adjudicação, requerer o prosseguimento da execução, deduzindo,

imediatamente, contra o detentor dos bens o correspondente incidente, nos

termos prescritos para a execução destinada à entrega de coisa certa, mas

sem que tal importe a instauração autónoma desta acção executiva.

xliii. Efeitos da venda

RL 12/02/2008

I – Impõe-se a suspensão dos termos do processo executivo de molde a

permitir ao exequente que obtenha o cancelamento do registo de reserva de

propriedade, existente a seu favor, sobre o veículo que nomeou à penhora.

II - A reserva de propriedade, revestindo a natureza de direito real de gozo,

beneficia in casu dum registo anterior ao da penhora, pelo que subsistirá

mesmo após a venda do respectivo veículo automóvel, não podendo ser

cancelado nos termos do artº 824º, nº 2, do Cod. Civil

III - Não faz sentido admitir a renúncia do exequente à reserva de

propriedade, uma vez que não está na disponibilidade deste a unilateral e

arbitrária alteração dos termos contratuais que firmou aquando da celebração

do contrato de compra e venda em causa.

IV - Não há lugar à aplicação do disposto no artº 119º, do Código do Registo

Predial, uma vez que não existem quaisquer dúvidas quando à titularidade do

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145

bem penhorado – não pertence, certamente, ao executado, contrariamente

ao que o exequente quis fazer crer.

RL 26/06/2008

I. Em processo executivo, a venda judicial de imóvel hipotecado faz caducar

o arrendamento de tal bem, não registado, celebrado após a constituição e

registo da hipoteca, por na expressão «direitos reais» a que se reporta o artº

824º do CC se dever incluir, por recurso à analogia, o aludido arrendamento;

II. Acresce que o recurso à analogia nem se torna necessário se se entender

que o direito ao arrendamento é um direito real, como tem vindo a ser

defendido por uma importante corrente doutrinal.

xliv. Anulação da venda

RL 26/02/2008

1.O facto de ter sido desrespeitada a prioridade de penhoras a que se reporta

o art. 871º do CPC, sendo vendido o bem penhorado no âmbito do processo

executivo em que a penhora era posterior, não autoriza que se ordene a

realização de nova venda no processo de execução cuja penhora tinha

prioridade.

2.Arguida pelo exequente a nulidade da venda já efectuada, deve suspender-

se instância no processo cuja penhora era prioritária até que seja decidida tal

questão.

STJ 05/06/2008

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146

A anulação da venda em processo executivo pode ser requerida com base

na falta ou nulidade de citação por qualquer credor que não tenha sido

regularmente citado nos termos do art. 864.º do CPC, mas não ao abrigo do

art. 909.º do CPC, que se aplica apenas ao executado.

RL 23/10/2008

1- A falta de citação de credor hipotecário com garantia inscrita no registo

tem o mesmo efeito da falta de citação, determinando a nulidade de todo o

processado posterior à omissão.

2- A falta da referida citação não importa, todavia, a anulação das vendas,

adjudicações, remissões ou pagamentos já ordenados - e não apenas já

ordenados - no momento da arguição atempada da nulidade.

3- A excepção aos efeitos anulatórios dos actos referidos no número anterior

não se aplica quando o exequente tiver sido o exclusivo beneficiário dos

mesmos.

4- É exclusivo beneficiário o exequente que seja comprador ou adjudicatário,

sem que lhe sobrevenha preferência ou remissão e, cumulativamente, a quem

couber em pagamento todo o preço da coisa adquirida.

4. FORMULÁRIOS

Venda de estabelecimento comercial

Secretaria Geral de Execução de Lisboa 1º Juízo de Execução Processo n.º 123/2003 Ex.mo Senhor Dr. Juiz António Manuel Ferreira da Cunha, solicitador de execução nomeado nos autos supra referenciados, vem expor e requerer a V. Ex.ª o seguinte:

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147

1. Foi objecto de penhora, e será vendido no presente processo, o estabelecimento comercial designado por Travesseiros de Sintra , sito na Praceta da Piriquita, n.º 1-r/c, 2710-524 Sintra. 2. O Travesseiros de Sintra encontra-se localizado no centro histórico de Sintra. 3. Desde 1819 que é conhecido pela sua confecção exclusiva, especialmente pelos seus travesseiros, e reconhecido pela atribuição dos diversos prémios de doçaria. 4. Além de ser também um interessante pólo de atracção turística para a zona de Sintra. 5. O estabelecimento comercial tem, pois, um valor consideravelmente elevado. 6. O seu valor é estimado em, pelo menos, 200.000,00 (duzentos mil euros), conforme avaliação por perito (doc.1). 7. Porquanto, nos termos do art.º901-A, n.º1 do CPC, se requer que a venda se proceda mediante propostas em carta fechada. Espera deferimento,

O SOLICITADOR DE EXECUÇÃO / O ADVOGADO

[Autoria: Dra. Joana Mantas]

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DIREITO PROCESSUAL CIVIL Ano Lectivo de 2009/2010 – 1º Semestre

Professor Doutor Rui Pinto [email protected]

FICHA Nº 10

Conteúdo temático: Venda e pagamento. Extinção e renovação

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149

21. SUMÁRIO. 22. BIBLIOGRAFIA

MÓDULO 5: VENDA E PAGAMENTO (continuação)

§ 11º Venda 1. (…)

2. Invalidades

LOPES-CARDOSO, Manual da Acção Executiva 3 (2ª reimp.1996), 1968, 586-611.

TEIXEIRA DE SOUSA, Acção executiva singular, 1998, XXX REMÉDIO MARQUES, Curso de processo executivo comum à face do Código revisto, 2000, 418-423. LEBRE DE FREITAS/RIBEIRO MENDES, CPCAnot III, 2003, 609-620.

MARIANA FRANÇA GOUVEIA, Penhora e Alienação de Bens Móveis na Reforma da Acção Executiva,

Themis 4/VII (2003), 165-198.

RIBEIRO MENDES, Reclamação de Créditos no Processo Executivo, Themis 4/VII (2003), 215-240. LEBRE DE FREITAS, A acção executiva. Depois da reforma 4, 2004, 343-348. RUI PINTO, A acção executiva depois da reforma, 2004, 208.

TEIXEIRA DE SOUSA, A reforma da acção executiva, 2004, 201

Reforma da acção executiva. Boas práticas, 2006. AMÂNCIO FERREIRA, Curso de processo de execução10 , 2007, 351-359. LEBRE DE FREITAS, Apreciação do projecto de diploma de reforma da acção executiva, ROA 68/I (2008),

§ 12º Pagamento

1. Regime comum a. Procedimento b. Pagamento mínimo c. Insuficiência de património

2. Pagamento por entrega de dinheiro 3. Adjudicação 4. Consignação de rendimentos

LOPES-CARDOSO, Manual da Acção Executiva 3 (2ª reimp.1996), 1968, 495-519.

TEIXEIRA DE SOUSA, Acção executiva singular, 1998, XXX REMÉDIO MARQUES, Curso de processo executivo comum à face do Código revisto, 2000, 395-400. LEBRE DE FREITAS/RIBEIRO MENDES, CPCAnot III, 2003, 527-555.

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150

PAULA COSTA E SILVA, A reforma da acção executiva 3, 2003, 119-123.

RIBEIRO MENDES, Reclamação de Créditos no Processo Executivo, Themis 4/VII (2003), 215-240. LEBRE DE FREITAS, A acção executiva. Depois da reforma 4, 2004, 332-334, 351-355. RUI PINTO, A acção executiva depois da reforma, 2004, 208-214.

TEIXEIRA DE SOUSA, A reforma da acção executiva, 2004, 189-192, 199-200, 202-208.

Reforma da acção executiva. Boas práticas, 2006. AMÂNCIO FERREIRA, Curso de processo de execução10 , 2007, 307-318. LEBRE DE FREITAS, Apreciação do projecto de diploma de reforma da acção executiva, ROA 68/I (2008).

MÓDULO 6: NULIDADE, EXTINÇÃO E RENOVAÇÃO DA EXECUÇÃO

§ 13º Extinção e nulidades 1. Causas; pagamento voluntário 2. Verificação 3. Nulidades

LOPES-CARDOSO, Manual da Acção Executiva 3 (2ª reimp.1996), 1968, 621-650.

REMÉDIO MARQUES, Curso de processo executivo comum à face do Código revisto, 2000, 424-429. LEBRE DE FREITAS/RIBEIRO MENDES, CPCAnot III, 2003, 626-634, 637-638. PAULA COSTA E SILVA, A reforma da acção executiva 3, 2003, 129-130

RIBEIRO MENDES, Reclamação de Créditos no Processo Executivo, Themis 4/VII (2003), 215-240. LEBRE DE FREITAS, A acção executiva. Depois da reforma 4, 2004, 357-362. RUI PINTO, A acção executiva depois da reforma, 2004, 215-217.

TEIXEIRA DE SOUSA, A reforma da acção executiva, 2004, 208-210.

Reforma da acção executiva. Boas práticas, 2006. AMÂNCIO FERREIRA, Curso de processo de execução10 , 2007, 361-366, 369-370. LEBRE DE FREITAS, Apreciação do projecto de diploma de reforma da acção executiva, ROA 68/I (2008), XXX

§ 14º Renovação

4. Causas; pagamento voluntário 5. Verificação

LOPES-CARDOSO, Manual da Acção Executiva 3 (2ª reimp.1996), 1968, 621-650.

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151

REMÉDIO MARQUES, Curso de processo executivo comum à face do Código revisto, 2000, 424-429. LEBRE DE FREITAS/RIBEIRO MENDES, CPCAnot III, 2003, 635-637.

RIBEIRO MENDES, Reclamação de Créditos no Processo Executivo, Themis 4/VII (2003), 215-240. LEBRE DE FREITAS, A acção executiva. Depois da reforma 4, 2004, 362-366. RUI PINTO, A acção executiva depois da reforma, 2004, 217.

TEIXEIRA DE SOUSA, A reforma da acção executiva, 2004, 211.

Reforma da acção executiva. Boas práticas, 2006. AMÂNCIO FERREIRA, Curso de processo de execução10 , 2007, 366-369. LEBRE DE FREITAS, Apreciação do projecto de diploma de reforma da acção executiva, ROA 68/I (2008), XXX

2. ESQUEMAS

xlv. Pagamento garantido (artº 873º nº 4 )

Ao exequente são garantidos 50% do seu crédito. Em que termos?

GRADUÇÃO PRODUTO Credor 1 (PC) – 1000 UC 1250 UC Credor 2 (Hip) – 500 UC Credor 3 (Exeq) – 100 UC DISTRIBUIÇÃO ATÉ 14.09.03 DESDE 15.09.03 (segundo LF) Credor 1 > 1000 UC (250) Credor 3 > 50 UC = 50% (1200) Credor 2 > 250 UC (0) Credor 2 > 500 UC (700) Credor 3 > 0 Credor 1 > 700 UC

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xlvi. Honorários do AEx em função dos resultados

(art. 8º + Tabela do Anexo II Port nº 708/03, de 4 de Agosto)

Numa execução com um produto de € 111 250 1º) divide-se em duas partes (Anexo II) € 75 000 (P1) € 36 250 (P2) 2º) multiplica-se P1 x 0,00790 (taxa residual do maior dos escalões que cabe no valor total)= € 592, 50 multiplica-se P2 x 0,00250 (taxa base do escalão imediatamente superior sobre o exedente) = € 90, 625 TOTAL: € 683, 125

3º) multiplica-se pelo factor que varia em função do momento processual da recuperação (após a realização da venda : 1, 80)

RESULTADO : 1, 80 x € 683, 125 = € 1 229, 625

� Os honorários (por actos / por resultado) e despesas do SE são suportados pelo exequente, sendo custas da execução, precípuas do produto da venda (art. 455~º CPC + artº 5º Port 708/03)

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DIREITO PROCESSUAL CIVIL Ano Lectivo de 2009/2010 – 1º Semestre

Professor Doutor Rui Pinto [email protected]

FICHA Nº 11

Conteúdo temático: Entrega de coisa certa

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23. SUMÁRIO. 24. BIBLIOGRAFIA

MÓDULO 7: EXECUÇÃO PARA ENTREGA DE COISA CERTA

§ 15º Especialidades 1. Fase introdutória 2. Apreensão e entrega 3. Extinção

LOPES-CARDOSO, Manual da Acção Executiva 3 (2ª reimp.1996), 1968, 667-677.

TEIXEIRA DE SOUSA, Acção executiva singular, 1998, XXX REMÉDIO MARQUES, Curso de processo executivo comum à face do Código revisto, 2000, 431-440. LEBRE DE FREITAS/RIBEIRO MENDES, CPCAnot III, 2003, 644-655. PAULA COSTA E SILVA, A reforma da acção executiva 3, 2003, 133.

RIBEIRO MENDES, Reclamação de Créditos no Processo Executivo, Themis 4/VII (2003), 215-240. LEBRE DE FREITAS, A acção executiva. Depois da reforma 4, 2004, 373-386. RUI PINTO, A acção executiva depois da reforma, 2004, 218-219.

TEIXEIRA DE SOUSA, A reforma da acção executiva, 2004, 213-216. AMÂNCIO FERREIRA, Curso de processo de execução10 , 2007, 371-379. LEBRE DE FREITAS, Apreciação do projecto de diploma de reforma da acção executiva, ROA 68/I (2008).

3. JURISPRUDÊNCIA

c. Sentença não condenatória RE 11/6/1992 (BMJ 418, 884) = RL 26/11/1992 (CJ 92/5, 128) A sentença homologatória de partilha em processo de inventário fixa definitivamente o direito dos interessados quanto aos bens adjudicados, podendo servir de titulo executivo para a entrega de coisa certa

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STJ de 18/3/1997 (BMJ 465, 507 = CJ/S 97/1, 160) A sentença de reconhecimento do direito de preferência também seria título bastante para a execução da entrega da coisa

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DIREITO PROCESSUAL CIVIL Ano Lectivo de 2009/2010 – 1º Semestre

Professor Doutor Rui Pinto [email protected]

FICHA Nº 12

Conteúdo temático: Prestação de facto

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25. SUMÁRIO. 26. BIBLIOGRAFIA

MÓDULO 8: EXECUÇÃO PARA PRESTAÇÃO DE FACTO

§ 16º Especialidades 1. Fase introdutória 2. Prestação pelo exequente 3. Prestação por terceiro 4. Convolação 5. Extinção

LOPES-CARDOSO, Manual da Acção Executiva 3 (2ª reimp.1996), 1968, 679-707.

TEIXEIRA DE SOUSA, Acção executiva singular, 1998, XXX REMÉDIO MARQUES, Curso de processo executivo comum à face do Código revisto, 2000, 440-445. LEBRE DE FREITAS/RIBEIRO MENDES, CPCAnot III, 2003, 655-671. PAULA COSTA E SILVA, A reforma da acção executiva 3, 2003, 134.

RIBEIRO MENDES, Reclamação de Créditos no Processo Executivo, Themis 4/VII (2003), 215-240. LEBRE DE FREITAS, A acção executiva. Depois da reforma 4, 2004, 387-402. RUI PINTO, A acção executiva depois da reforma, 2004, 219.

TEIXEIRA DE SOUSA, A reforma da acção executiva, 2004, 216-220. AMÂNCIO FERREIRA, Curso de processo de execução10 , 2007, 381-393.

~

3. JURISPRUDÊNCIA

EXECUÇÃO PARA PRESTAÇÃO DE FACTO

SANÇÃO PECUNIÁRIA COMPULSÓRIA

A s. p. comp. só pode ser pedida em acção declarativa e fixada na sentença aí proferida. Se na sentença que serve de base à execução para a prest. Facto não consta a s.p.c. procedem os embarghos de executado porque a obrigação exequenda não consta do título - RL 13/1/1993 (CJ 93/1, 174)

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TJ Acórdão do Supremo Tribunal de Justiça

Processo: 05A3310

Nº Convencional: JSTJ000 Relator: LOPES PINTO Descritores: EXECUÇÃO PARA PRESTAÇÃO DE FACTO TÍTULO EXECUTIVO INDEFERIMENTO LIMINAR ABSOLVIÇÃO DA INSTÂNCIA REFORMATIO IN PEJUS Nº do Documento: SJ200511080033101 Data do Acordão: 08-11-2005 Votação: UNANIMIDADE Tribunal Recurso: T REL LISBOA Processo no Tribunal Recurso: 378/05 Data: 21-04-2005 Texto Integral: S Privacidade: 1 Meio Processual: REVISTA. Decisão: CONCEDIDA A REVISTA. Sumário : I - Sendo título executivo uma sentença condenando a ré (ora executada) a adoptar os actos indispensáveis a tornar operacionais e, como tal utilizáveis, todos os módulos e programas adquiridos pela ora exequente com recurso se necessário, a nova instalação dos aludidos programas, e alegando esta, no requerimento inicial, que, por não poder ficar aqueles parados e sem utilidade prática quase três anos, tomou a iniciativa de «pôr todos os programas que estavam instalados a funcionar», com o que tornou inútil «a prestação», razão por que «pretende que a presente execução se converta para pagamento de quantia certa, sendo a mesma indemnizada pelo dano sofrido», devia ela ter sido liminarmente indeferida. II - A absolvição da instância não representa nem pode constituir, em relação à solução decretada pelas instâncias - procedência dos embargos, uma reformatio in pejus.

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Acórdãos TRL Acórdão do Tribunal da Relação de Lisboa

Processo: 46/2007-4 Relator: MARIA JOÃO ROMBA Descritores: ACÇÃO EXECUTIVA SANÇÃO PECUNIÁRIA COMPULSÓRIA Nº do Documento: RL Data do Acordão: 14-03-2007 Votação: UNANIMIDADE Texto Integral: S Meio Processual: AGRAVO Decisão: PROVIDO Sumário: Embora não conste do título executivo a condenação em sanção pecuniária compulsória, a lei – 2ª parte do nº 1 do art. 933º do Cod. Proc. Civil, na redacção do do DL 38/2003, de 8/3 - permite agora ao exequente ampliar o título de forma a abranger tal sanção, numa fase preliminar da própria execução.

Acórdãos TRL

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Acórdão do Tribunal da Relação de Lisboa Processo: 3586/2008-8 Relator: ANA LUÍSA GERALDES Descritores: ACÇÃO EXECUTIVA EXECUÇÃO PARA PRESTAÇÃO DE FACTO EXECUÇÃO DE DECISÃO ARBITRAL Nº do Documento: RL Data do Acordão: 08-05-2008 Votação: UNANIMIDADE Texto Integral: S Meio Processual: AGRAVO Decisão: PROVIDO Sumário: 1. A sentença condenatória pressuposto indispensável da execução, com base neste título executivo, não só possibilita o recurso imediato à acção executiva, como define o seu fim e fixa os seus limites. 2. Em execução com base em sentença condenatória, não se pode utilizar este título executivo para realizar coactivamente outra obrigação que não seja aquela que o título comprova ou documenta, nos seus precisos termos. 3. Na execução para prestação de facto o credor, perante o alegado incumprimento do devedor e estando em causa a prestação de um facto fungível, pode optar entre a prestação por outrem e a indemnização moratória a que tenha direito ou a indemnização do dano sofrido com a não realização da prestação. (ALG)