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Direito Tributário Prof.: Alessandro Spilborghs Aula: 1/10 – Intensivo II Data: 05/02/15 DIREITO TRIBUTÁRIO 1. Introdução: o direito tributário pode ser analisado pelo texto da CF dentro do capitulo Sistema Tributário Nacional (art. 145 ao 162) engloba Poder de Tributar; Limitações ao Poder de Tributar; e Regras sobre a Repartição de Receitas. Art. 146 – Mostra que falta na CF normas gerais de Direito Tributário, devem ser desenvolvidas por lei complementar. Portanto, as normas gerais de direito tributário serão desenvolvidas no Código Tributário Nacional – Lei 5172/66 (Ex.: Fato Gerador, Obrigação Tributária, Crédito Tributário e lançamento). Obs: Essas Normas Gerais são responsáveis por descrever um roteiro tributário ou linha do tempo da cobrança tributária. Começa com o Fato Gerador, vai para a obrigação tributária, cria-se o lançamento, vai para o crédito tributário, se existir inadimplência gera a execução fiscal. 2. ASPECTOS DA HIPÓTESE DE INCIDÊNCIA: Todo e qualquer tributo depende de lei (princípio da legalidade) e isso torna o seu pagamento obrigatório. A lei precisa apontar quais são as características desse tributo: 2.1 Aspecto Material: é aquela situação prevista em lei que descreve quando um tributo deverá incidir. Também é denominado de hipótese de incidência. Cuidado para não confundir hipótese de incidência com fato gerador. Hipótese de incidência é o que está previsto em lei (plano abstrato) enquanto fato gerador é algo que se pratica pelo contribuinte (plano concreto). Obs: o CTN não utiliza a expressão hipótese de incidência, apenas vale- se do vocábulo fato gerador. Por isso a jurisprudência em alguns momentos costuma dividir o fato gerador em duas modalidades: A) Fato Gerador In Abstrato: é o que é reconhecido como hipótese de incidência. B) Fato Gerador In Concreto: é o que ocorre no mundo fenomênico. 2.2 Aspecto Temporal: Momento da prática do fato gerador. Art. 19 do CTN: O imposto, de competência da União, sobre a importação de produtos estrangeiros tem como fato gerador a entrada destes no território nacional (material = importar produtos estrangeiros; Temporal = na entrada desses produtos no território nacional). Obs: Decreto Lei 37/66, art. 23, descreve como se dá o fato gerador do imposto de importação (data da declaração de importação). 2.3 Aspecto Pessoal: a lei deve declarar quem é o sujeito ativo (direito de cobrar o tributo) e o sujeito passivo (quem tem o dever de pagar esse tributo). SA = União, Estados, DF e Municípios SP = Contribuinte responsável. 2.4 Aspecto Espacial: é o responsável por limitar onde o tributo deve incidir. Página 1 de 11

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Direito TributrioProf.: Alessandro SpilborghsAula: 1/10 Intensivo IIData: 05/02/15

DIREITO TRIBUTRIO

1. Introduo: o direito tributrio pode ser analisado pelo texto da CF dentro do capitulo Sistema Tributrio Nacional (art. 145 ao 162) engloba Poder de Tributar; Limitaes ao Poder de Tributar; e Regras sobre a Repartio de Receitas.

Art. 146 Mostra que falta na CF normas gerais de Direito Tributrio, devem ser desenvolvidas por lei complementar. Portanto, as normas gerais de direito tributrio sero desenvolvidas no Cdigo Tributrio Nacional Lei 5172/66 (Ex.: Fato Gerador, Obrigao Tributria, Crdito Tributrio e lanamento).

Obs: Essas Normas Gerais so responsveis por descrever um roteiro tributrio ou linha do tempo da cobrana tributria.

Comea com o Fato Gerador, vai para a obrigao tributria, cria-se o lanamento, vai para o crdito tributrio, se existir inadimplncia gera a execuo fiscal.

2. ASPECTOS DA HIPTESE DE INCIDNCIA: Todo e qualquer tributo depende de lei (princpio da legalidade) e isso torna o seu pagamento obrigatrio. A lei precisa apontar quais so as caractersticas desse tributo:

2.1 Aspecto Material: aquela situao prevista em lei que descreve quando um tributo dever incidir. Tambm denominado de hiptese de incidncia. Cuidado para no confundir hiptese de incidncia com fato gerador. Hiptese de incidncia o que est previsto em lei (plano abstrato) enquanto fato gerador algo que se pratica pelo contribuinte (plano concreto).

Obs: o CTN no utiliza a expresso hiptese de incidncia, apenas vale-se do vocbulo fato gerador. Por isso a jurisprudncia em alguns momentos costuma dividir o fato gerador em duas modalidades:

A) Fato Gerador In Abstrato: o que reconhecido como hiptese de incidncia.

B) Fato Gerador In Concreto: o que ocorre no mundo fenomnico.

2.2 Aspecto Temporal: Momento da prtica do fato gerador. Art. 19 do CTN: O imposto, de competncia da Unio, sobre a importao de produtos estrangeiros tem como fato gerador a entrada destes no territrio nacional (material = importar produtos estrangeiros; Temporal = na entrada desses produtos no territrio nacional).Obs: Decreto Lei 37/66, art. 23, descreve como se d o fato gerador do imposto de importao (data da declarao de importao).

2.3 Aspecto Pessoal: a lei deve declarar quem o sujeito ativo (direito de cobrar o tributo) e o sujeito passivo (quem tem o dever de pagar esse tributo).SA = Unio, Estados, DF e MunicpiosSP = Contribuinte responsvel.

2.4 Aspecto Espacial: o responsvel por limitar onde o tributo deve incidir.Obs: IPVA onde ir incidir: SP Proprietrio Domiclio; RJ: Veculo registrado; PE: Emprestado trafega. O Cdigo de Trnsito Brasileiro resolve essa situao no art. 120 o veculo deve ser registrado no domiclio de residncia do proprietrio, pois se o veculo estiver registrado em estado diverso do que o proprietrio tem domicilio ele pode responder por falsificao de documento.

2.5 Aspecto Quantitativo: Relaciona duas informaes sobre tributo, a alquota e a base de clculo (elas devem ser definidas pela legislao).Obs: Base de clculo de qualquer tributo sempre ser dependente de lei (no h excees). As alquotas de alguns impostos (II, IE, IPI e IOF) que podem ser alteradas por atos do poder executivo.

3. FATO GERADOR: o incio do roteiro tributrio e classifica-se como:

3.1 Classificao Doutrinria Jurisprudencial:

a) Fato Gerador Instantneo: aquele que faz surgir uma obrigao tributria a cada fato gerador praticado. Exemplo: ICMS, ISS e ITBI.

b) Fato Gerador Continuado: aquele que se perpetua ao longo do tempo, exigindo da lei a definio de uma data para a sua ocorrncia. Exemplo:

c) Fatos Geradores Complexivos:

3.2 Fato Gerador no CTN (Art 114 at o 118):

a) Art. 114: Fato gerador a situao definida em lei como necessria e suficiente sua ocorrncia (art. 114). Quando trata de lei, em sentido estrito.

b) Art. 115: fato gerador da obrigao acessaria qualquer situao que, na forma da legislao aplicvel, impe a prtica ou a absteno de ato que no configure obrigao principal. Prtica de prestaes positivas ou negativas. Trata de legislao em sentido amplo, no s a lei, nas obrigaes acessrias o rigor menor do que o da principal.

c) Art. 116: Salvo disposio de lei em contrrio considera-se ocorrido o fato gerador e existentes os seus efeitos: I tratando-se de situao de fato, desde o momento em que o se verifiquem as circunstncias materiais necessrias a que produza os efeitos que normalmente lhe so prprios; II tratando-se de situao jurdica, desde o momento em que esteja definitivamente constituda, nos termos de direito aplicvel. P. nico (ATENO): a autoridade administrativa poder desconsiderar atos ou negcios jurdicos praticados com a finalidade de dissimular a ocorrncia do fato gerador do tributo ou a natureza dos elementos constitutivos da obrigao tributria, observados os procedimentos a serem estabelecidos em lei ordinria (ainda no existe). Esse P. nico uma norma antielisiva ou seja, ela autoriza o fisco a desconsiderar atos ou negcios jurdicos cujo nico objetivo seja pagar menos tributos.Obs: Eliso ineficaz ou Eluso: abuso de formas jurdicas para camuflar contrato de compra e venda e assim burlar o fisco (no pagar imposto).

d) Art. 117 CTN: Para os efeitos do inciso II do artigo anterior e salvo disposio de lei em contrrio, os atos ou negcios jurdicos condicionais reputam-se perfeitos e acabados: I sendo suspensiva a condio, desde o momento de seu implemento; II Sendo resolutria a condio, desde o momento da prtica do ato ou da celebrao do negcio.

d.1) Condio Suspensiva: aquela hiptese em que o pai promete doar um carro para seu filho, desde que ele passe no vestibular. Aqui a doao depende do evento futuro, que incerto. Passou, o carro dele, nesse instante ocorre a incidncia do fato gerador.

d.2) Condio Resolutria: aquela hiptese em que o pai diz o carro seu, desde que, voc continue estudando. O negcio celebrado e desde j o carro foi doado e permanecer com ele desde que continue estudando.OBS: Ocorrendo a situao resolutria h direito a restituir o tributo? No, no d direito a restituio do imposto.

e) Art. 118: A definio legal do fato gerador interpretada abstraindo-se:I da validade jurdica dos atos efetivamente praticados pelos contribuintes, responsveis, ou terceiros, bem como da natureza do seu objeto ou dos seus efeitos (Representa o princpio do pecnia non olit o dinheiro no tem cheiro pouco importa a origem do dinheiro.); II dos fatos efetivamente ocorridos (pouco importa se a operao realizada surtiu o efeito esperado pelo contribuinte trata-se da irrelevncia dos efeitos).Obs: O art. 118 explica como interpretar o fato gerador.Obs2: No confunda operao inadimplida com operao cancelada, a primeira aconteceu mas no surtiu o efeito esperado, aqui tributa, a segunda no se concretizou e no deve ser tributada.

4. OBRIGAO TRIBUTRIA: Prevista no art. 113, CTN.

4.1 Caractersticas:

a) Decorre do Fato Gerador (sempre);b) dividida em duas modalidades;c) Existem a obrigao tributria principal e a obrigao tributria acessria;d) No direito tributrio a obrigao acessria independe da obrigao principal.

QUADRO RESUMO

PRINCIPALACESSRIA

Depende de LeiPrevista na Legislao

Prestao de DarPrestao de Fazer ou No Fazer

Corresponde ao pagamentoCorresponde as atividades de fiscalizao e arrecadao

Ex.: Pagar tributo.Ex.: Emitir Nota Fiscal.

Obs: Suponha que uma pessoa isenta ao Imposto de Renda (no paga o imposto), porm ela precisa declarar o imposto de renda. Se ela no declarar ela descumpre a legislao e ser autuada (multada) e ser obrigada a pagar. Concluso: uma vez descumprida a obrigao acessria esta ser convertida em principal, em relao a penalidade pecuniria (art. 113 3 do CTN). ATENO: Quem est isento/imune a um tributo no cumpre a obrigao principal, porm, deve observar as obrigaes acessrias.

12/02/2014 2 Aula

RELAO DA OBRIGAO TRIBUTRIA COM O CRDITO TRIBUTRIO

1. No direito civil a obrigao e o crdito advm de uma mesma relao jurdica. No direito tributrio a obrigao decorre do Fato Gerador enquanto o crdito depende do lanamento.Concluso: Obrigao: o contribuinte sabe que o tributo devido, porm, ainda no exigvel. Em relao ao crdito o momento em que o lanamento traz a exigibilidade que at ento no exigia.Obs: Lanamento: O art. 142 do CTN afirma que o lanamento responsvel por:a) Constituir o crdito tributrio;b) Verificar a ocorrncia do fato gerador da obrigao.

Art. 142. Compete privativamente autoridade administrativa constituir o crdito tributrio pelo lanamento, assim entendido o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrncia do fato gerador da obrigao correspondente, determinar a matria tributvel, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicao da penalidade cabvel. Pargrafo nico. A atividade administrativa de lanamento vinculada e obrigatria, sob pena de responsabilidade funcional

2. Natureza Jurdica do Lanamento: H quem diga que o lanamento tem natureza declaratria (o lanamento surge apenas para dar entregar a exigibilidade que relao jurdica estava dependente dela), h quem afirma que sua natureza constitutiva (significa dizer que o nico papel do lanamento constituir o crdito portanto ele modifica a obrigao tributria transformando-o em crdito tributrio posicionamento minoritrio), outra forte corrente diz que a natureza mista/dplice (de acordo com essa teoria o lanamento declaratrio da obrigao e constitutivo do crdito).Obs: Segundo o art. 144 do CTN a teoria para natureza jurdica que melhor se adequa a natureza declaratria.

Art. 144. O lanamento reporta-se data da ocorrncia do fato gerador da obrigao e rege-se pela lei ento vigente, ainda que posteriormente modificada ou revogada.

3. Sujeito Ativo da Obrigao Tributria: Segundo o CTN a pessoa jurdica de direito pblico titular de competncia tributria e titular da competncia para exigir o seu cumprimento (no so apenas Unio, Estados, DF ou Municpios, podem ser tambm autarquias e fundaes).Art. 119. Sujeito ativo da obrigao a pessoa jurdica de direito pblico, titular da competncia para exigir o seu cumprimento.

Obs: Segundo a jurisprudncia (STJ e STF) para ser sujeito ativo de uma relao tributria no necessrio que a pessoa jurdica de direito pblico seja titular de competncia tributria.

Obs2: No confundir sujeito ativo com o beneficiado por uma receita tributria. Por exemplo SESC / SENAC / SESI / SENAI so beneficiadas por receitas tributrias, entretanto, so entidades para estatais, sujeitam-se as regras do direito privado.Ateno: possvel afirmar que uma pessoa para ser sujeito ativo ela no precisa, necessariamente, ter competncia tributria, ela pode ter competncia tributria, ou, pelo menos, capacidade tributria.

Competncia VS Capacidade Tributria

Competncia TributriaCapacidade Tributria Ativa

Indelegvel pois definida pela CFDelegvel atravs de lei

Tem condies de legislar, fiscalizar e arrecadar tributos.Tem somente condies de fiscalizar e arrecadar tributos.

Exemplo: ITR a Unio tem competncia tributria para legislar, fiscalizar e arrecadar esse tributo. Se um municpio que tem capacidade tributria ativa ele pode fiscalizar e arrecadar esse tributo (est autorizado por lei federal). Obs: Quando for delegada ao municpio a capacidade tributaria ativa, permanecer com ele 100% do produto arrecadado. Obs2: Parafiscalidade quando um tributo arrecadado por uma pessoa diversa daquela que possui competncia.Art. 7 A competncia tributria indelegvel, salvo atribuio das funes de arrecadar ou fiscalizar tributos, ou de executar leis, servios, atos ou decises administrativas em matria tributria, conferida por uma pessoa jurdica de direito pblico a outra, nos termos do 3 do artigo 18 da Constituio. 3 No constitui delegao de competncia o cometimento, a pessoas de direito privado, do encargo ou da funo de arrecadar tributos. (isso no capacidade tributria ativa, mas a funo tpica de um banco, de uma instituio financeira).

4. Sujeito Passivo: o CTN no art. 121 identifica duas pessoas:

a) Contribuinte:

b) Responsvel Tributrio:

Obs: Ambos esto ligados ao fato gerador.

Obs: Contribuinte VS Responsvel

ContribuinteResponsvel Tributrio

Est Diretamente e Pessoalmente ligado ao fato geradorEst ligado ao Fato Gerador de forma indireta

Pratica o Fato GeradorNo pratica o fato gerador.

S tem essa qualidade porque existe lei colocando-o nesta condio

Ex. Filho menor de idade que venha a receber uma herana.

Concluso: Para ser sujeito passivo no necessrio estar diretamente ligado ao fato gerador.

Art. 121. Sujeito passivo da obrigao principal a pessoa obrigada ao pagamento de tributo ou penalidade pecuniria.Pargrafo nico. O sujeito passivo da obrigao principal diz-se:I - contribuinte, quando tenha relao pessoal e direta com a situao que constitua o respectivo fato gerador;II - responsvel, quando, sem revestir a condio de contribuinte, sua obrigao decorra de disposio expressa de lei.

4.1 Capacidade Tributria Passiva: a capacidade tributria pode ser ativa ou passiva. A ativa diz respeito ao sujeito ativo (fiscalizar e arrecadar tributos). A passiva diz respeito a quem deve pagar o tributo, o sujeito passivo.Ateno: no confundir capacidade tributria ativa com capacidade contributiva (est relacionada ao sujeito passivo, diz respeito a uma condio pessoal de suportar o encargo tributrio).

Art. 126. A capacidade tributria passiva independe:I - da capacidade civil das pessoas naturais;II - de achar-se a pessoa natural sujeita a medidas que importem privao ou limitao do exerccio de atividades civis, comerciais ou profissionais, ou da administrao direta de seus bens ou negcios;III - de estar a pessoa jurdica regularmente constituda, bastando que configure uma unidade econmica ou profissional.Obs: os dois primeiros incisos dizem respeito Pessoa Fsica e o III a Pessoa Jurdica.

5. Responsabilidade Tributria: O CTN nos ART. 128 ao 138 divide a responsabilidade pelo pagamento (do tributo 128 ao 135) e pelas infraes (multa 136 ao 138).

5.1 Responsabilidade Pelo Pagamento: se divide em duas:A) Por Transferncia:

B) Por Substituio:

5.1.1 Responsabilidade por Transferncia: pode ser:

A) Solidria: o fisco cobra tudo de qualquer devedor;

B) Integral (pessoal): o fisco cobra tudo do responsvel;

C) Subsidiria: O fisco cobra 1 do contribuinte e depois do responsvel.

Obs: Solidariedade: Prevista nos art. 124 e 125 do CTN, ela pode se dar quando a lei impe ou em razo de interesse comum (recursos que recaem sobre o patrimnio comum exemplo: imvel com trs proprietrios, cada um possui 1/3 do bem, a dvida do IPTU de R$ 3.000,00, os trs coproprietrios tem interesse comum no bem de modo que eles respondem de maneira solidria pela dvida, ou seja, o fisco pode cobrar tudo de qualquer dos codevedores.

Ateno: A solidariedade no comporta benefcio de ordem. Art. 124. So solidariamente obrigadas:I - as pessoas que tenham interesse comum na situao que constitua o fato gerador da obrigao principal;II - as pessoas expressamente designadas por lei.Pargrafo nico. A solidariedade referida neste artigo no comporta benefcio de ordem.Art. 125. Salvo disposio de lei em contrrio, so os seguintes os efeitos da solidariedade:I - o pagamento efetuado por um dos obrigados aproveita aos demais;II - a iseno ou remisso de crdito exonera todos os obrigados, salvo se outorgada pessoalmente a um deles, subsistindo, nesse caso, a solidariedade quanto aos demais pelo saldo;III - a interrupo da prescrio, em favor ou contra um dos obrigados, favorece ou prejudica aos demais.

Efeitos da Solidariedade:1) O pagamento de 1 exonera os demais;2) A iseno (e a remisso) exonera a todos, salvo quando pessoal;3) A interrupo da prescrio beneficia ou prejudica a todos.

Cuidado: Em regra, a responsabilidade do adquirente. Excees: 1 quando conste prova de quitao dos tributos; 2 Na hiptese de leilo judicial.

Obs: Um bem mvel penhorado por R$ 100.000.00 para garantir uma dvida nesse valor. Ele vai para leilo e recebe um lance e arrematado por R$ 70.000.00. O restante da dvida no pode ser cobrado do arrematante, conforme art. 130 CTN.

Ateno: Segundo a jurisprudncia do STJ, imvel adquirido em leilo est sujeito ao ITBI. Para o STJ imvel arrematado em hasta pblica equivale a uma alienao judicial (portanto sujeita ao arrecadamento do ITBI).

Cuidado: no STJ ficou superado o entendimento de que a arrematao judicial igual a aquisio originria da propriedade. A base de clculo do ITBI equivalente ao montante da arrematao, mesmo que seja menor do que o montante da avaliao.

Obs: O adquirente responde pelas taxas de servio, se houver taxa de polcia no ser responsabilizado.

ESTUDAR RESPONSABILDIADE TRIBUTRIA

Aula 05/05/2015 FALTEI UM MONTE DE AULAS

Relembrando: 1 Pagamento Indevido 165 a 169 CTN A restituio do tributo pode acontecer de duas formas:a) Ao Repetitria do Indbito o montante ser devolvido na ordem dos precatrios;b) Por compensao via administrativa (STJ smula 461). uma faculdade do contribuinte a via administrativa ou a ao repetitria de indbito.Em qualquer das alternativas (administrativa ou judicial) o prazo para requerer de 5 anos contados da data do pagamento indevido.A restituio requerida pelo contribuinte d lugar a juros/multa na proporo do valor devido (salvo multas decorrentes de infracao por descumprimento de obrigao acessria).O montante restitudo: caber correo monetria calculada desde a data do pagamento indevido Smula 162 STJ.Juros desde a deciso transitada em julgado.Importante: Em relao ao montante restitudo lembre-se que a partir do dia 01/01/1996 os tributos federais passaram a ser corrigidos por taxa Selic (lei 9250/95). possvel aplicar taxa Selic para tributos estaduais e municipais, porm necessria legislao local autorizando. Smula 523 STJ. A taxa de juros de mora incidente na repetio de indbito de tributos estaduais deve corresponder utilizada para cobrana do tributo pago em atraso, sendo legtima a incidncia da taxa Selic, em ambas as hipteses, quando prevista na legislao local, vedada sua cumulao com quaisquer outros ndices.

1. RESTITUIO DE TRIBUTOS INDIRETOS

1.1 Classificao: existem tributos diretos e indiretos:a) Diretos: aquele que no enseja a transferncia do encargo financeiro, ou seja, o contribuinte do imposto a pessoa que pratica o fato gerador e a mesma que fica com o nus tributrio. Ex. IPVA, IPTU, IR.

b) Indiretos: Enseja a transferncia do encargo financeiro. b.1 Contribuinte de Direito: Enseja o Fato Gerador;b.2) Contribuinte de Fato: o que fica com o nus do tributo.

Cuidado: Tributos diretos ou indiretos so passveis de restituio, mas o STF j se manifestou sobre o assunto nas sumulas 71 e 546. A 71 est superada, a que vale a 546 (em vigor - cabe a restituio do tributo pago indevidamente, quando reconhecido por deciso, que o contribuinte "de jure" (de direito) no recuperou do contribuinte "de facto"(de fato) o "quantum" respectivo).

1.2 Legitimidade para Solicitar a restituio: a regra que a legitimidade para pedir a restituio do contribuinte de direito.Obs: Caso excepcional Resp 1299303 /SC voto de Cesar Asfor Rocha caso do ICMS sobre energia eltrica. No ICMS a Concessionaria contribuinte de direito e o Consumidor o Contribuinte de fato. Nesse caso, em especial, segundo o art. 9 3 da lei 8987/95 a concessionaria no sofre nenhum prejuzo em razo da alterao tributria (pagamento do tributo), pois qualquer alterao no tributo, autorizada est a reviso da tarifa. Logo, no seria justo, ou legitimo, autorizar a concessionria pedir restituio pelos tributos pagos indevidamente. Trata-se da nica hiptese em que a legitimidade do contribuinte de fato.

2. COMPENSAO:

2.1 Conceito: quando 2 pessoas forem ao mesmo tempo credoras e devedoras uma da outra, quando ento as 2 obrigaes se extinguem, at onde se compensarem (C. Civil art. 368).Importante: Apenas se compensa tributos pertencentes ao mesmo ente (AgRg Aresp 57701/RS).

2.2 Compensao do CTN: Prevista nos art. 170 e 170-A do CTN. Ela depende de lei (AgRg no Resp 462.057/RS) ou seja, no basta que a compensao esteja prevista no CTN para ser utilizada, necessrio que exista lei regulando a compensao e autorizando que seja utilizada.Obs 1: Compensa-se crditos vencidos e ou vincendos.Obs 2: vedada a compensao de tributos objeto de discusso judicial.

2.3 Compensao na legislao extravagante (Federal): a) A primeira lei sobre isso foi a 8383/91 at ento no havia lei federal versando sobre esse tema. No art 66 dessa lei dizia que era possvel compensar tributos, desde que fossem idnticos (IR com IR; IPI com IPI, etc).b) Lei 9250/95 em seu art. 39 traz uma nova regra, dava para compensar tributos que tivessem a mesma destinao constitucional (taxas com qualquer taxas; impostos federais com qualquer imposto federal IR com IPI por ex).c) Lei 9430/96 art. 74 d pra compensar todos os tributos federais sob a administrao da secretaria da receita federal do Brasil (compensar um imposto com uma taxa, por ex., desde que esteja sob a administrao da receita).CUIDADO: Lei 11457/07 esta lei, no seu art. 26 P. nico, prev que contribuies previdencirias s podem ser compensadas com outras contribuies previdencirias no se aplica, portanto, s contribuies previdencirias, o que est previsto no art. 74 da lei 9430, mesmo que elas estejam sob a resp. da Receita Federal. Vide Ag Rg no REsp 146.953/SC.

3. DECISES JUDICIAIS/ADMINISTRATIVAS:

3.1 Quais decises? a) Judicial: transitada em julgado.b) Administrativa: Irreformvel;

obs: Desde que favorveis ao contribuinte.

3.2 Opo pelas Esferas Administrativa / Judicial: O contribuinte tem como opo se valer de um recurso administrativo ou de uma ao judicial para defender seus interesses. Hipteses:a) Se venceu na Administrativa: ocorre a extino do crdito;b) Se perde na Administrativa: ele pode tentar reverter na judicial;c) Se o fisco perde na Administrativa: NO pode reverter na judicial.Cuidado. O contribuinte no precisa esgotar a esfera administrativa para buscar a judicial, ou seja, o contribuinte pode partir direto para a judicial, mas nesse caso ele no pode retornar para a administrativa (REsp 129.4946/MG).

3.3 Posicionamento do STF sobre a exigncia de depsito como pressuposto de medidas judiciais ou de recursos administrativos ou medidas judiciais: Existem duas vinculantes sobre esse assunto:a) SV 21: Referente administrativa - inconstitucional a exigncia de depsito ou arrolamento prvios de dinheiro ou bens para admissibilidade de recurso administrativo.b) SV 28: Aes Judiciais. inconstitucional a exigncia de depsito prvio como requisito de admissibilidade de ao judicial na qual se pretenda discutir a exigibilidade de crdito tributrio.

4. Remisso:

4.1 Conceito: uma modalidade de extino do crdito tributrio que se caracteriza como um perdo legal da dvida.

4.2 Remisso e Remio: Qual a diferena?a) Remisso: Advm do verbo remitir e est disposta no art. 172 do CTN. o perdo legal da dvida.

b) Remio: Advm do verbo remir e est disposta no art. 685 2 do CPC. Oferece a possibilidade de resgatar bens.

4.3 Tipos de Remisso (art. 172 CTN):

a) Remisso Total: extingue toda a dvida;

b) Remisso Parcial: extingue parte da dvida.

AnistiaRemisso

Perdo legal da multaPerdo legal da dvida

Somente a multa dispensadaO tributo e a multa so dispensados

Permanece a cobrana do tributoO tributo dispensado.

um benefcio fiscal que ocorre antes do lanamentoOcorre aps o lanamento.

5. Transao

5.1 Conceito: concesso mutua entre os sujeitos ativo e passivo com vistas a extino do crdito tributrio.

5.2 Caractersticas (Art. 171 CTN):

a) a transao depende de lei: igual a compensao. No basta estar prevista no CTN. No autoaplicvel. b) Concesses Mtuas;c) Terminao do litigio no CTN est escrito determinao, mas deveria ser terminao. d) Serve para extinguir o crdito tributrio.

EXCLUSO DO CRDITO TRIBUTRIO

1. Introduo: trata-se de modalidade prevista nos art. 175 a 182 do CTN. Existem duas modalidades de excluso a anistia e a iseno. Elas so dependentes de lei (LO) seja federal, estadual ou municipal. Ambos os institutos devem ser sempre interpretados de maneira literal. Nem a anistia, nem a iseno so capazes de dispensar as obrigaes acessrias.

2.1 Conceito:a) CTN: a dispensa legal do tributo.b) Doutrina: uma regra de no incidncia legalmente qualificada.c) Jurisprudncia: Pegar no material do professor.

Obs: a) CTN + JURISPRUDNCIA h o fato gerador, mas a obrigao principal dispensada.b) Se usa o conceito da doutrina no ocorre o fato gerador, porque a lei no deixa.

2.2 Tipos de Iseno:

a) Iseno Condicional e Incondicional: 1 Condicional: aquele tipo de beneficio que concedido sob prazo certo e segundo determinadas condies. No pode ser revogada a qualquer tempo.

2 Incondicional: No depende de prazo e de condies. Pode ser revogada a qualquer tempo.

b) Isenes Gerais e Individuais: art. 179 CTN.1) Geral: No depende de requerimento, concedida a toda populao ou camada de contribuinte.

2) Individual: Depende de requerimento.

2.3 Iseno e Anterioridade:1 premissa: a anterioridade deve ser observada sempre que um tributo for institudo ou majorado.

2 Premissa: a iseno (incondicional) pode ser concedida ou revogada a qualquer tempo.

Questo: Quando uma iseno for revogada deve ser observada a anterioridade? Discusso:I Na ADIN 2325/DF (2000) de relatoria do ministro Marco Aurlio, quando se revoga uma iseno tem que se observar a anterioridade.II RE 236881/RS (2002) no voto do relator do Ministro Maurcio Correa: No observa a anterioridade.III posicionamento atual do STF: RE 564225 de relatoria do Ministro Marco Aurlio (2014) deve observar a anterioridade.

3. Anistia

3.1 Conceito: Dispensa legal do pagamento da multa, tambm pode ser chamada de perdo legal da multa.

3.2 Alcance desse benefcio: Art. 180 do CTN S alcana as infraes cometidas antes da lei que conferiu o benefcio.Cuidado: A anistia no se aplica:

a) Infraes enquadradas como crimes ou contravenes;b) Infraes praticadas atravs de dolo, fraude ou simulao.c) Infraes resultantes de conluio (ajuste doloso entre duas ou mais pessoas fsicas ou jurdicas com o objetivo de fraude ou sonegao).

3.3 Tipos de Anistia: (Art. 182 CTN)

a) Geral ou individual1) Geral: independe de requerimento;2) Individual: Depende de requerimento (estabelece condies, no para qualquer um).Obs: o despacho administrativo meramente declaratrio e no constitutivo do benefcio.

FORMAS DE SUSPENSO DA EXIGIBILIDADE DO CRDITO TRIBUTRIO

1. Introduo: so indicadas no CTN nos art. 151 a 155 CTN. No 151 existe uma lista taxativa das hipteses de suspenso da exigibilidade do CT (Ag Rg no Ag 641.237/RS).Cuidado: a apresentao de precatrio capaz de suspender a exigibilidade de crdito tributrio? No, pois no est previsto no art. 151 (Ag Rg no Resp 134.9552/RS).

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