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    DIREITO PROCESSUAL CIVIL I

    PREPARAO PARA EXAME ESCRITO E ORAL

    SETEMBRO 2005

    Com base nas aulas e!"#$as le$$#ona%as

    &ela P"o'( Ana Paula Cosa e S#)a

    no ano le$#)o %e 200*+2005

    Ctia Feiteiro

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    ,-DICE DE MAT.RIAS

    I / I-TRODUO ERAL1 TRAMITAOII / PRI-C,PIOS

    1 Princpios gerais do Direito Processual Civil

    2 Princpios estruturantes do Direito Processual Civil

    3 Princpios instrumentais do Direito Processual Civil

    III / O ACTO PROCESSUAL

    1 Tipologia de actos

    2 Tipologia de actos em especial: actos postulativos

    3 Caractersticas do acto processual

    4 Forma dos actos

    5 Interpreta!o dos actos

    IV / AS PARTES

    1 "s conceitos departe

    2 Pressupostos relativos #s partes

    V / PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS

    1 Personalidade $udici%ria

    2 Capacidade $udici%ria

    2&' (epresenta!o $udici%ria

    3 Compet)ncia do tri*unal

    3+1 Compet)ncia internacional

    i, Fontes da compet)ncia internacionalii, Posi-es doutrin%rias na aplica!o das regras internas

    iii, Pactos de $urisdi!o

    iv, (egime e e.eitos da incompet)ncia a*soluta .undada nos

    crit/rios de compet)ncia internacional

    3+2 Compet)ncia interna

    i, Compet)ncia territorial

    ii, Compet)ncia em ra0!o da mat/riaiii, Compet)ncia em ra0!o da ieraruia

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    iv, Pactos de compet)ncia

    3+3 Compet)ncia ar*itral

    3+4 "utras regras relativas # compet)ncia

    4 egitimidade das partes

    4+1 " litisconsrcio

    5 Patrocnio $udici%rio

    " interesse processual

    6 " o*$ecto do processo

    VI / O OBECTO DO PROCESSO

    1 " pedido e a causa de pedir

    2 Inadmissi*ilidade do o*$ecto processual

    3 Cumula!o de pedidos

    4 De.esa por impugna!o e de.esa por e7cep!o

    5 (econven!o

    'precia!o incidental

    6 Coliga!o de autores e r/us

    8 Interven!o de terceiros na ac!o

    VII / COMPOSIO DA ACO

    1 9egcios processuais2 Composi!o provisria da ac!o

    3 (evelia

    4 Decis!o $udicial

    VIII / RECURSOS

    1 9ulidades da sentena

    2 Tipos de recurso

    3 (egimeIX / A PROVA

    1 "*$ecto da prova

    2 nus da prova

    3 Tipos de prova

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    I / I-TRODUO ERAL1 TRAMITAO

    ;egundo o disposto no art+ 26+ a peti!o inicial / o acto de impulso ue ir% desencadear o e7erccio

    do poder $urisdicional> poder este ue se delimita pelo o*$ecto processual ue /

    possvel encontrar de.inido pela PI+

    3 / T#&os e 'o"mas %e &"o$esso e #&olo4#a %a a$6o

    " processo pode ser comum ou especial ?art+ 4@+ assim> o*$ecto de ac-es declarativas ou executivas

    ?art+ 4+

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    apreciao,> a condena!o # reali0a!o de uma presta!o ou # entrega de uma coisa>

    supondo ou prevendo a viola!o de um direito ?sendo uma aco declarativa de

    condenao, ou a constitui!o de uma mudana na ordem $urdica e7istente ?sendo

    uma aco declarativa de constituio, ?art+ 4+ o autor

    reuer as provid)ncias adeuadas # repara!o e.ectiva do direito violado ?art+ 4+ desde logo> recusar a PI> se veri.icada alguma das

    situa-es constantes do art+ 464+< ?ue elenca reuisitos formaisde validade

    da PI,+ Caso a PI este$a .ormalmente correcta> ser% necess%rio o e7erccio dopoder $urisdicional e iniciar&se&% a instBncia+

    2(* / In%e'e"#meno l#m#na"

    9os casos previstos no art+ 234+ a cita!o do r/u depende de pr/vio

    despaco $udicial> sendo o processo entregue ao $ui0 antes da cita!o+ "

    momento do despaco liminar /> por isso> e7cepcionalmente o momento por

    e7cel)ncia da veri.ica!o pelo tri*unal do preencimento dos pressupostos

    processuais> podendo o $ui0> em ver de ordenar a cita!o do r/u> inde.erir

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    liminarmente a peti!o se o pedido .or mani.estamente improcedente ou

    ocorram de .orma evidente e7cep-es dilatrias insuprveis e de

    conecimento o.icioso ?art+ 234+ o r/u / camado ao processo para contestaratrav/s da

    citao ?art+ 48@+5atrav/s da apresenta!o posterior

    da contestaodo r/u+

    'ssim> a ac!o s tem e.eitos so*re o r/u aps a regular cita!o+ 'inda> nos

    termos do art+ 481+ a cita!o torna est%veis os elementos essenciais da causa >.a0

    cessar a *oa ./ do possuidor e ini*e o r/u de propor contra o autor ac!o destinada #

    aprecia!o da mesma uest!o $urdica> entre outros e.eitos especialmente prescritos

    na lei+

    * / A $onesa6o

    " r/u dever% contestar> no pra0o de 3@ dias a contar da cita!o ?art+ 48+ caso

    contr%rio aver% revelia> ue pode ser operante ou inoperante6> i+e+> produ0ir ou n!o

    e.eitos no processo+

    9a contesta!o> o r/u poder% de.ender&se por impugnaoou por excepo?art+ 486+ contradi0endo os .actos ? impugnao de facto, ou a.irmando

    ue estes n!o podem produ0ir o e.eito $urdico pretendido pelo autor ?impugnao de

    direito, de.ende&se por excepouando apresenta contra-factos> i+e+> uando alega

    .actos ue o*stam # aprecia!o do m/rito da ac!o ?excepes dilatrias art+ 4E4+ modificativaou extintivado direito invocado pelo

    autor e determinam a improced)ncia total ou parcial do pedido ?excepes

    peremptrias art+ 4E3+

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    Por .im> o r/u tem o nus da impugnao?art+ 4E@+ i+e+> ao contestar> deve

    tomar posi!o de.inida uanto aos .actos articulados na PI> considerando&se admitidos

    por acordo os .actos ue n!o .orem impugnados ?salvo se estiverem em oposi!o com

    a de.esa considerada no seu con$unto> se n!o .or admissvel a con.iss!o so*re eles ou

    se s puderem ser provados por documento escrito,+

    'inda> se o r/u declarar ue n!o sa*e se determinado .acto / real> a

    declara!o euivale a con.iss!o uando se trate de .acto pessoal ou de ue o r/u

    deva ter conecimento e euivale a impugna!o no caso contr%rio ?art+ 4E@+

    os ausentes e os incertos> uando representados pelo inist/rio PG*lico ou por

    advogado o.icioso ?art+ 4E@+ caso tena sido modi.icado o

    pedido ou a causa de pedir na r/plica> ou se o autor tiver dedu0ido alguma e7cep!o #

    reconven!o> e apenas uanto a esta ?art+ 5@3+

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    ? / Au%#@n$#a &"el#m#na"

    Concludas as dilig)ncias prescritas pelo art+ 5@8+< ?se a elas tiver avido lugar,> o $ui0

    dever% convocar uma audi)ncia preliminar> a reali0ar num dos 3@ dias su*seuentes

    ?art+ 5@8+ nesta situa!o> a convoca!o da audi)ncia preliminar / o*rigatria> na

    medida em ue ser% a Gltima oportunidade para as partes discutirem asuest-es dauele processo+

    'inda> a discuss!o possi*ilita uma apro7ima!o das partes>

    .acilitando uma possvel concilia!o+

    ?(9 / De'#n#6o %o ob:e$o %o &"o$esso a"( 50?(A+3 al( $

    Discute&se> ent!o> as posi!o ue as partes t)m no processo de modo a ue

    se$a possvel delimitar e7actamente auilo ue est% e.ectivamente emdiscuss!o> i+e+> de modo a ue> por acordo> se de.ina o o*$ecto do processo>

    sendo so*re ele ue o tri*unal ir% e7ercer a .un!o $urisdicional+

    Desta discuss!o o $ui0 poder% in.erir ue deveria ter sido redigido um

    despaco pr/&saneador> caso n!o tena acontecido> por este n!o se ter

    aperce*ido da .alta de uest-es necess%rias # delimita!o do o*$ecto do

    processo+ 'ssim> o $ui0 pode tam*/m na audi)ncia preliminar emitir despaco

    )= transaco ser apreciada mais demoradamente quanto ;s cep?es dilatrias sero apreciadas em sede de pressupostos processuais + infra3.

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    para suprir as irregularidades s agora identi.icadas> em sede de delimita!o

    do o*$ecto do processo+

    ?(* / Sele$$#ona" os factos assentes e %e'#n#" a base instrutria a"(

    50?(A+3 al( %

    "utra .un!o *astante relevante da audi)ncia preliminar / possi*ilitar ao $ui0 e

    #s partes a discuss!o da mat/ria ue ser% dada por assente neste .ase do

    processo e uais s!o os .actos ue necessitam de produ!o de prova+ Isto s

    / possvel uando a ac!o tena sido contestada> na medida em ue a .alta

    de contesta!o implica a aceita!o dos .actos por acordo> con.orme .oi $%

    suprare.erido+

    ' mat/ria de .acto assente / inscrita na relao de factos assentese

    a mat/ria a ser provada insere&se na base instrutria+

    ' rela!o de .actos assentes e a *ase instrutria s!o passveis de

    reclama!o pelas partes> uando em desacordo com o tri*unal+

    ?(5 / In%#$a6o %os me#os %e &"o)a a"( 50?(A+2 al( a

    ' audi)ncia preliminar serve ainda para as partes indicarem os meios de

    prova ue ir!o produ0ir> relativamente # *ase instrutria+11

    ?(< / Em#ss6o %o despacho saneadora"( 50?(A+3 al( %

    " despaco saneador / pro.erido .ora da audi)ncia preliminar uando n!o %

    lugar a esta> i+e+> uando o $ui0 dispensou a sua reali0a!o+12 Havendo

    audi)ncia preliminar> um dos actos ue a integra / precisamente o despaco

    saneador> regulado no art+ 51@+ o $ui0 pode conecer imediatamente dom/rito da causa sempre ue o estado do processo o permita> n!o avendo

    necessidade de mais provas ?art+ 51@+ al+ *,> sendo o caso julgado

    material+

    " $ui0 deve ainda conecer das e7cep-es dilatrias e nulidades

    processuais ue a$am sido suscitadas pelas partes ou ue deva apreciar

    11ais so%re a prova ser desenvolvido no captulo IX A prova+infra3.12am%$m a dispensa de reali@ao da audiAncia preliminar pode ser impugnada pelas partes.

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    o.iciosamente> constituindo> nestes casos> o despaco caso julgado formal

    uanto #s uest-es concretamente apreciadas+

    H / ase %a #ns"u6o

    ;egundo o disposto no art+ 513+ a instruo tem por objecto os factos relevantes para

    o exame e deciso da causa que devam considerar-se controvertidos ou necessitados

    de prova+> i+e+> os .actos indicados na *ase instrutria> o objecto da prova+

    " art+ 514+< elenca os .actos ue n!o carecem de alega!o ou de prova ?os

    .actos notrios ou de conecimento geral> entre outros, e o art+ 515+< de.ine uais s!o

    asprovas atendveis> segundo oprincpio da aquisio processual da prova+ 'ssim> o

    tri*unal deve ter em considera!o todas as provas produ0idas> uer pela parte a uem

    aproveitam uer pela parte contr%ria+

    " art+ 51+< disp-e ainda ue a d$vida sobre a realidade de um facto e sobre

    a repartio do nus da prova resolve-se contra a parte a quem o facto aproveita>

    princpio cu$a e7ist)ncia se releva necess%ria na medida em ue o $ui0 n!o se pode

    a*ster de pro.erir uma decis!o ?art+ 8+< do CC,+

    " art+ 516+< plasma o princpio do contraditrioem mat/ria de prova> ue

    impede o tri*unal de valorar ualuer prova sem a pr/via admiss!o do contraditrio daparte contra a ual a prova / apresentada+

    " art+ 51E+< cont/m o dever de cooperaoentre as partes ?e entre as partes

    e o tri*unal, para a desco*erta da verdade> ue se revela como um princpio geral do

    direito processual+13

    30 / Au%#@n$#a %e %#s$uss6o e :ul4ameno

    'ps a instru!o> inicia&se a fase de discusso e julgamento da causa+ Disp-e o art+52+ n!o avendo ra0-es de adiamento ?como se$a a n!o compar)ncia dos

    mandat%rios $udiciais,> reali0ar&se&% a discuss!o da causa+

    ;egundo o dispositivo do art+ 52+ a primeira .un!o da audi)ncia de

    discuss!o e $ulgamento /> mais uma ve0> a tentativa de concilia!o das partes> se a

    causa estiver na disponi*ilidade destas+

    1"= mat$ria da prova ser desenvolvida no cap!tulo prprio, %em como a mat$ria relativa aos princ!piosgerais enunciados.

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    ;e a concilia!o n!o .or conseguida> reali0ar&se&% a prestao de

    depoimentos de parte> a exibio de reprodues cinematogrficas ou de registos

    fonogrficos> os esclarecimentos verbais dos peritos> a inquirio das testemunhase o

    debate sobre a matria de facto> podendo cada advogado replicar uma ve0> i+e+> a

    produ!o de prova ue apenas dever% tem lugar nesta .ase do processo+

    Findo o de*ate oral so*re a prova ue .oi produ0ida> i+e+> a discuss!o so*re a

    *ase instrutria> o tri*unal recole para decidir a mat/ria de .acto ?mat/ria da *ase

    instrutria> uma ve0 ue os .actos assentes est!o $% de.inidos,+ " tri*unal julga a

    matria de facto indicando uais os .actos ue considera provados e os ue n!o

    considera provados> *em como aueles ue considera apenas parcialmente provados+

    's partes podem reclamar do $ulgamento da mat/ria de .acto ?art+ 53+

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    II / PRI-C,PIOS

    3 / PRI-C,PIOS ERAIS DO DIREITO PROCESSUAL CIVIL

    Disp-e o art+ 1+< ue a ningum lcito o recurso % fora com o fim de reali&ar ou

    assegurar o prprio direito' salvo nos casos e dentro dos limites declarados na lei+16>

    i+e+> a auto-tutela n!o / admssivel+ Desta proi*i!o da auto&tutela resulta

    necessariamente a imposi!o de um dever ue impende so*re o stado e ue implica

    a possi*ilidade dos cidad!os recorrerem aos meios $urisdicionais adeuados #resolu!o dos litgios ue podem surgir+ Ter%> portanto> ue aver meios institucionais

    adeuados e su.icientes # resolu!o de con.litos e rg!os $urisdicionais capa0es de

    a*sorver toda a compet)ncia possvel para o $ulgamento de todos os tipos de litgios

    possveis> i+e+> tem de aver poder jurisdicional concretamente institudo em rgos

    jurisdicionais e> por outro lado> aver uma universalidade da compet!ncia afecta a

    essa jurisdio: a proibio da auto-tutela implica a garantia do direito de acesso

    aos tribunais+

    9este sentido> o art+ 2@+

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    ?art+ 3+ mesmo ue a ttulo o.icioso> sem ue as partes tenam tido

    27#ste princ!pio ser mais longamente apreciado em sede de o%jecto do processo, em especial no tocante ;cumulao de pedidos +infra3.

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    possi*ilidade de so*re elas se pronunciarem> a menos ue a$a mani.esta

    desnecessidade em ouvir as partes ?art+ 3+ de modo a evitar decises supresa+

    " art+ 3+ o princpio do contraditrio pressup-e o

    direito de resposta> i+e+> o direito de tomar posi!o so*re todos os actos da

    contraparte+ " direito de resposta n!o pode ser posto em causa> mesmo uando .inda

    a .ase dos articulados+ uanto a isto> disp-e o art+ 3+emplo clssico desta preterio do princ!pio do contraditrio $ o processo cautelar. Eisp?e o art."89.-1 que o tribunal ouvir o requerido, excepto quando a audincia puser em risco srio o fim ou aeficcia da providncia.22ais so%re este tipo de recurso e a sua admissi%ilidade no captulo !III "ecursos+infra3.

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    causa' t!m o dever de prestar a sua colaborao para a descoberta da verdade+ uer

    este preceito di0er ue todos os cidad!os devem cola*orar com a $ustia> podendo

    estar su$eitos #s san-es previstas no art+ 51E+ nos termos do art+ 2+ o ue

    pode ser garantido> por e7emplo> atrav/s do convite ao aper.eioamento das peas

    processuais ?art+ 5@8+ *em

    como atrav/s do 0elo pela o*servBncia do princpio do contraditrio+

    9(2 / P"#n$7o %o %#s&os##)o

    " art+ 24+ isto porue o jui& s pode fundar a

    deciso nos factos alegados pelas partessem pre$u0o das mat/rias de conecimento

    o.icioso ?art+ 24+ o tribunal no pode resolver o conflito de

    interesses que a aco pressupe sem que a resoluo lhe seja pedida por uma das

    partes ?art+ 3+emplo do r$u que se recusa a

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    Tam*/m oprincpio da oficiosidade/ corol%rio do princpio do dispositivo>

    sendo> todavia> relativo ao tri*unal+24 Disp-e> assim> o art+ 25+ o Gltimo grande corol%rio do princpio do dispositivo / o princpio da

    disponibilidade privada relativamente # con.orma!o do o*$ecto do processo:

    incum*e #s partes de.inir o o*$ecto do processo e prestar prova so*re os .actos ue

    nele se inserem> i+e+> as partes t)m o nus de alegao dos factose o nus da prova

    dos factos+

    9(9 / P"#n$7o %o #nFu#s#!"#o

    " princpio do inuisitrio / relativo ao tri*unal+ Disp-e o art+ 25+

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    aueles ue o tri*unal tem conecimento por virtude do e7erccio das suas .un-es 28

    ?art+ 514+ *em como uando o processo / usado para .ins anormais ?art+ 5+ *em como o inde.erimento liminar s!o mani.esta-es deste

    princpio+

    9(5 / P"#n$7o %a o"al#%a%e

    Por uest-es de celeridade> economia e simpli.ica!o do processo> a oralidade

    coe7iste com a .orma escrita dos actos+ Contudo> muito em*ora se$a admitida a .orma

    escrita nas alega-es de direito> a discuss!o da mat/ria de .acto / sempre oral+ 2E

    "princpio de imediao/ um corol%rio da oralidade+ ' discuss!o da causa

    e a produ!o da prova devem decorrer perante o tri*unal a uem compete pro.erir a

    decis!o+ ;!o e7cep-es ao princpio da imedia!o> por e7emplo> a antecipa!o do

    depoimento de parte ou de testemuna ?art+ 52@+ o depoimento de parte ou de

    testemunas .ora da audi)ncia ?art+ 556+ ue se imp-e #s

    partes e ao tri*unal> i+e+> o processo deve seguir determinado .ormalismo legalmenteimposto+

    " princpio da legalidade .oi .le7i*ili0ado na re.orma de E5=E pela introdu!o

    doprincpio da adequao formal?art+ 25+

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    incompatveis>31se veri.icadas as circunstBncias necess%rias+ Desta .orma> o princpio

    da adeua!o .ormal pode constituir uma e7cep!o ao princpio da legalidade+

    III / O ACTO PROCESSUAL

    "1Como por e>emplo, o processo comum e o processo especial.

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    ' doutrina tem discutido um crit/rio ue de.ina o acto processual+ ;egundo o Pro.+

    MTS32 ser% necess%rio atender a um critrio funcional> ue de.ine os actos

    processuais como actos jurdicos que produ&em directamente efeitos no processo> i+e+>

    atrav/s de um crit/rio de produo de efeitos+ ste raciocnio parte da premissa deue ao acto processual importa a produ!o directa de e.eitos no processo>

    independentemente do seu conteGdo material+

    Do ue ser% infra e7plicitado> resultaria daui ue apenas os actos

    constitutivosseriam actos processuais+ Por isso> a nosso ver> / de re$eitar este crit/rio

    .uncional assim apresentado+

    3 / TIPOLOIA DE ACTOS7istem actos do tri*unal e actos das partes+

    "s actos do tri*unal s!o> em regra> decises> ue ser!o sentenas?uando

    s!o decis-es .inais pro.eridas numa causa ou num seu incidente, ou despachos?em

    regra> decis-es n!o .inais,+33 Tam*/m / possvel distinguir as decises

    interlocutrias?ue n!o p-em termo ao processo nem ao incidente, e as decises

    finais?ue p-em termo ao processo ou ao incidente,+ Todas as decis-es s!o actos de

    um rg!o de so*erania e por isso o*rigatrias para todas as entidades pG*licas e

    privadas ?por via do art+ 11@+< da C(P e do art+ 2@5+ % ue distingui&los uanto aos

    intervenientes e uanto aos seus e.eitos+ 7istem os actos unilaterais?praticados por

    uma Gnica das partes,34 e os actos bilaterais ?praticados por am*as as partes,+35

    uanto aos e.eitos> os actos das partes podem ser constitutivos ?produ0indo

    imediatamente e.eitos sem necessidade de uma decis!o do tri*unal,3 ou

    postulativos?solicitando a decis!o do tri*unal e s produ0indo e.eitos com ela,+ Foi

    Koldscimdt uem primeiro de.iniu os actos postulativos: so actos que se destinam a

    obter uma deciso atravs do exerccio de uma influ!ncia psicolgica sobre o jui&+

    'ssim> os actos postulativos podem ser pedidos> a.irma-es> produ-es de prova> etc+

    "2Proeira de Sousa, ao qual nos re

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    3, ;!o incondicionais> a sua e.ic%cia n!o pode ser su*metida a ualuer

    condi!o+3EContudo> % e7cep-es a esta incondicionalidade: por e7emplo> uanto

    aos negcios $urdico&processuais / possvel condicionar a desist)ncia do pedido

    numa determinada ac!o # desist)ncia do pedido do r/u noutra ac!o di.erente> na

    ual / autor ?art+ 2E3+ art+ 2E4+ os actos dos

    tri*unais no so revogveis contudo o $ui0 pode recti.icar erros materiais e lapsos

    mani.estos> suprir nulidades ou re.ormar a sentena ?art+ + i+e+>

    enuanto esta n!o tivesse contestado> de acordo com o art+ 2E+ os actos processuais poder!o ser escritos ou orais+ Contudo>

    % actos cu$a .orma est% legalmente esta*elecida: os articulados t)m o*rigatoriamente

    a forma escrita*#

    e a discuss!o da mat/ria de .acto / sempre oral+" art+ 15@+ valendo como data da pr%tica do

    acto a data da respectiva entrega ?art+ 15@+ al+ a,> a remessa por correio' sob

    registo> valendo como data da pr%tica do acto a da e.ectiva!o do registo postal ?art+

    15@+ al+ *,> o envio atrav/s de telecpia> valendo como data da pr%tica do acto a

    data da e7pedi!o ?art+ 15@+ al+ c, e o envio atrav/s de correio electrnico ou o

    envio atrav/s de outro meio de transmisso electrnica de dados> valendo como datada pr%tica do acto a data da e7pedi!o> devidamente certi.icada ?art+ 15@+ al+ d, e

    al+ e, e devendo as partes remeter ao tri*unal todos os documentos ue devam

    acompanar a pea no pra0o de 5 dias ?art+ 15@+

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    5 / I-TERPRETAO DOS ACTOS

    9o direito comparado> Letti de.ende ue os actos processuais n!o podem ser

    regulados por outra lei ue n!o a lei processual> a.astando> assim> a possi*ilidade de

    aplica!o do direito su*$ectivo constante do cdigo civil italiano ao direito ad$ectivo

    italiano+

    ntre ns> tam*/m o Pro.+ 'nselmo de Castro e o Pro.+ uso ;oares

    sustentam ue o acto processual deve ser interpretado por si sem recurso a elementos

    e7trnsecos> .undando este conclus!o no car%cter unilateral estritamente .ormal dos

    actos processuais> *em como na limitada relevBncia da vontade na pr%tica de tais

    actos> parecendo assim indiciar ue como resultado da interpreta!o n!o se poder%

    .i7ar um sentido ue n!o tena um mnimo de apoio na .orma> sem pre$u0o da

    possi*ilidade de erros na declara!o> aos uais deve ser dada relevBncia+

    ;egundo o Pro.+ MTS> a aplica!o dos crit/rios de.inidos no art+ 23+< do CC> por via

    do art+ 2E5+< do CC> *asta # interpreta!o dos actos das partes+ Por este motivo> os

    actos das partes devem ser interpretados de acordo com o sentido ue um destinat%rio

    ?declarat%rio, normal> colocado na posi!o do real destinat%rio> possa dedu0ir do

    comportamento do declarante+ " Pro.+ acrescenta ainda ue> em caso de dGvida s/ria>o tri*unal deve procurar o esclarecimento $unto da parte declarante+ 41De.ende ainda

    ue n!o / possvel atri*uir ualuer relevBncia aos vcios da vontade> admitindo

    contudo a possi*ilidade de revoga!o de actos processuais em determinadas

    situa-es+

    ' posi!o do Pro.+ /> de resto> seguida pela $urisprud)ncia dominante+

    ' Pro.+ APCS desenvolveu esta mat/ria na sua tese de doutoramento> levantandouest-es ue permitem .ormular um novo entendimento uanto # uest!o da

    interpreta!o do acto> especialmente uanto ao acto postulativo+ ' Pro.+ critica a

    aplica!o do art+ 23+< do CC aos actos processuais em geral> de.endendo a pr/via

    necessidade de demonstrar a e7ist)ncia de uma analogia entre o acto processual e o

    negcio $urdico> isto porue a aplica!o do art+ 23+< do CC por via do art+ 2E5+< do

    CC signi.icaria ue os actos processuais seriam actos negociais> na medida em ue o

    regime est% pensado especialmente para os negcios $urdicos+ evanta tam*/m

    (1/ que parece ser uma mani

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    uest-es uanto # possi*ilidade de su*stitui!o do declaratrio pelo destinatrio> na

    medida em ue os actos n!o t)m apenas um destinat%rio> mas sim> em regra> dois o

    tri*unal e a contraparte+ " Pro.+ T; e7plica a admissi*ilidade deste preceito na

    medida em ue % dois declaratrios-tipo na rela!o entre a parte o tri*unal ?em ue

    o declaratrio-tiposer% ojui& realcolocado na posi!o dejui& normal,> valendo o acto

    com o sentido ue o jui&-tipo le possa atri*uir e na rela!o entre as partes

    ?construindo&se a .igura do autor-tipo ou do ru-tipo,+ ' Pro.+ 'PC; re$eita esta

    constru!o porue ela pode condu0ir # delimita!o de dois o*$ectos processuais

    di.erentes+ 'ssim> a Pro.+ de.ende ue o sentido ue a parte-padropossa dar ao acto

    prevalece sempre so*re o sentido ue o jui&-padrole possa atri*uir> em*ora este

    possa tam*/m ter relevBncia> uma ve0 ue os interesses su*stBncias em causa s!o os

    interesses das partes e n!o o interesse do tri*unal+

    De.ende ue os actos processuais s!o actos $urdicos porue produ0em

    e.eitos de direito mediante uma conduta voluntria+ Contudo> os actos processuais

    est!o necessariamente integrados numa cadeiade actos sucessivos> produ0indopor

    si so andamento do processo+42Por este motivo> aos actos processuais / irrelevante

    o dese$o das partes> i+e+> ao sistema desinteressa por completo ue a parte ueira ou

    n!o o andamento do processo atrav/s da pr%tica de determinado acto+ " acto

    processual temper sio efeito de propulso da instncia+ Contudo> mesmo em teoriageral do negcio $urdico e7iste a necessidade de uma pluralidade de actos em cadeia

    para ue se possa .ormar um negcio+43'ssim> nem os actos em processo> nem os

    actos das partes em teoria geral do negcio $urdico s!o auto&su.icientes: o seu

    o*$ectivo Gltimo n!o / conseguido apenas pela pr%tica do acto> sendo necess%ria uma

    sucess!o de actos para ue as partes consigam o seu .im+ 'inda> as partes n!o

    procuram os e.eitos automticosdos actos> mas sim o .im Gltimo> ue em processo

    ser% ajusta composio do litgio+44

    m suma> actos $urdicos e actos processuais s!o igualmente actos $urdicos

    voluntrioscu$a potestatividade n!o se *astaper si> necessitando ser inseridos numa

    cadeia sucessiva de actos para ue produ0am o seu e.eito .inal> dese$ado pelas

    (2=pesar de no produ@irem directamente o e

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    partes+ Todavia> a intensidade da relevncia da vontade nos actos jurdicos

    gradativa> i+e+> n!o / igual em todos os actos e mesmo dentro do mesmo acto pode ter

    intensidade di.erente uanto aos di.erentes e.eitos+ H% e.eitos ue s!o a*solutamente

    heternomos> i+e+> e.eitos produ0idos pelo acto sem ualuer vontade das partes+45

    sta tens!o entre autonomia e heteronomiacria 0onas de so*reposi!o de regime

    incerto+

    'ssim> tanto os actos $urdicos como os actos processuais podem ser

    igualmente mais ou menos potestativos+ M> ent!o> possvel a aplica!o do regime

    previsto no CC aos actos praticados pelas partes no processoN

    " direito processual sempre aceitou a aplica!o das regras de direito privado uanto

    aos negcios processuais+ Todavia> o direito processual tem princpios .undamentais

    prprios e / # lu0 desses princpios ue / necess%rio procurar o regime geral aplic%vel

    aos actos praticados pelas partes ue n!o se$am negcios $urdicos+ ' teoria

    processual dei7ou> contudo> espao # utili0a!o do art+ 23+ uanto #

    interpreta!o dos actos+ ' Pro.+ 'PC; .ala&nos da necessidade de encontrar pontos de

    contacto entre os actos necessariamente a*rangidos pelo art+ 23+ resulta ue % uma identidade

    uase total entre aueles actos e os actos praticados em processo+' Pro.+ re$eita ainda a constru!o do art+ 2E5+< do CC> de.endendo ue esta

    n!o / a melhor analogia existente no sistema entre actos $urdicos e actos

    processuais+

    'ssim> / de re.erir ue o art+ 1E3+ sim> conece toda a .actualidade ue le d% origem+ ste

    preceito revela> ent!o> um vector ue n!o / possvel encontrar no CC mas ue deve

    ser tido em conta como o primeiro comando relativo # interpreta!o do acto

    processual: o sentido comum que as partes atribuem a uma qualquer declarao de

    vontade o sentido juridicamente vinculante+ ' interpreta!o de terceiros n!o deve>

    (9Como seja a transmisso do direito de propriedade num contrato de compra e venda.

    25

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    por isso> relevar+ m suma> o sistema processual pretende ue se$a o sentido comum

    das partes o vector ue presida # interpreta!o dos actos processuais+

    Contudo> como resolver as situa-es nas uais as partes n!o atri*uem um

    sentido comum ao acto> i+e+> uando % diverg)ncia uanto ao sentido $uridicamente

    vinculante do actoN 9esta situa!o ser% de aplicar o art+ 23+ portanto> se

    o r/u ?o declarat%rio, conece a real inten!o do autor ?do declarante, deve ser esse o

    sentido a prevalecer> i+e+> prevalece a vontade real do autor ?do declarante,+

    Para a Pro.+> a aplica!o do art+ 23+ os actos processuais das partes s!o> por

    nature0a> actos formaise aos actos .ormais n!o / directamente aplic%vel este preceito

    mas sim o art+ 238+< do CC+ Disp-e este preceito ue nos negcios formais no pode a

    declarao valer com um sentido que no tenha um mnimo de correspond!ncia no

    texto do respectivo documento' ainda que imperfeitamente expresso ?art+ 238+ como sntese> / Gtil

    recordar as palavras da Dr+O ;o.ia Henriues> pro.eridas na aula de 1 de 9ovem*ro

    de 2@@4> as uais passamos a transcrever:

    / 0rof( 123 entende que os actos das partes devem ser interpretados de acordo com

    o art( )4(+ do ..( 5ste artigo 678 di&-nos que a declarao

    negocial vale com um sentido que o declaratrio normal' colocado na posio

    do real declaratrio' possa dedu&ir do comportamento do declarante' salvo se

    este no puder ra&oavelmente contar com ele( / 0rof( 123 fundamenta esta

    sua posio na aplicao aos actos no negociais do regime previsto para a

    declarao negocial ao abrigo do art( 9:(+ do CCQ(

    ;o passar % concreti&ao do art( )4(+,"' este 0rof( sustenta que os

    actos das partes devem ser interpretados de acordo com o sentido que um

    destinatrio normal' colocado na posio do real declaratrio 6entenda-se importa re.erir ue> em*ora pensado apenas para a PI> o

    art+ 1E3+ servindo este

    preceito como vector para a interpreta!o de todos os actos processuais+

    " pro*lema essencial ue se coloca / ue os actos processuais s!o actos

    formais4> sendo> portanto> de aplicar o art+ 238+< do CC ue prescreve ue

    nos negcios formais no pode a declarao valer com um sentido que no

    tenha um mnimo de correspond!ncia no texto do respectivo documento'

    ainda que imperfeitamente expresso+46 Devemos> ent!o> dar preval)ncia #

    vontade do autor ?como determina o art+ 1E3+ ou tem de aver um mnimo

    de correspond)ncia entre essa vontade e o te7to da declara!oN

    " art+ 23+ ue o legislador tomou uma

    posi!o *astante clara uanto a esta mat/ria> podendo> contudo> e7istir casos

    em ue este preceito n!o se aplicar%+

    5(2 / APCS1 )7$#os %a )ona%e no a$o &"o$essual

    ' possi*ilidade de e7ist)ncia de vcios da vontade na .orma!o do acto processual /

    de di.cil concep!o+ 'ssim> a relevBncia e.ectiva ue o sistema de impugna!o dos

    actos com .undamento em vcios da vontade pode ter> uando pensada para os actos

    processuais> / muito di.erente da ue pode ter uando pensada para as declara-es

    negociais+ Contudo> a Pro.+ 'PC; de.ende ue e7iste a possi*ilidade de invoca!o

    dos vcios da vontade> com a aplica!o praticamente integral de todo o sistemaprevisto no CC> modelando&o em termos de e.eitos e invalidades ao sistema das

    invalidades processuais> sendo este o vector a partir do ual se poder% construir um

    sistema de invalidade su*$ectiva do acto processual+

    (*=o contrrio do que possa ser dito quanto ao princ!pio da oralidade, os actos processuais so em regraescritospor quest?es de eequ!vel a prtica de determinados actos oralmente.

    Para al$m disso, o prprio sistema, por e>emplo, em sede de recurso, e>ige a e>istAncia de um suportematerial,formalpara chegar a um %om termo.(6#sta re

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    9o sistema processual s / possvel encontrar uma categoria de invalidade: a

    nulidade processual> previsto nos art+ 1E3+< a 2@8+< e 8+< e ss+ Contudo> / necess%rio

    distinguir entre os actos de seu)ncia no processo e o processo enuanto acto

    completo+ Portanto> o art+ 2@1+< aplicar&se&% ao acto $urdico enuanto procedimento>

    enuanto ue os restantes preceitos re.eridos aplicar&se&!o aos actos isoladamente

    considerados: o art+ 1E3+< e ss prev) as nulidades primriase o art+ 2@1+< prev) as

    nulidades secundrias+48' cl%usula geral de .uncionamento deste preceito seria a

    influ!ncia decisiva da nulidade no julgamento da causa> podendo> por isso> aver uma

    invalidade prim%ria cu$a e7ist)ncia n!o tena e7press!o+

    ' Pro.+ de.ende ue / possvel ela*orar uma grada!o das invalidades

    atrav/s das suas .ormas de conecimento+ Isto porue % casos em ue o tri*unal

    pode conecer ex officioda nulidade> i+e+> independentemente de ualuer pedido das

    partes> % casos em ue o tri*unal pode conecer por si mesmo o vcio de um acto

    processual+ uando isto n!o acontece> i+e+> uando o tri*unal n!o tem a possi*ilidade

    legal de o .a0er> a invalidade s pode ser conecida pelo tri*unal se .or arguida pelas

    partes+ ste regime parece con.igurar&se em analogia com os art+ 28+< e 286+< do CC>

    em ue se contrap-e a anula*ilidade # nulidade do negcio $urdico> estando a

    argui!o da anula*ilidade apenas limitada aos interessados+ stas situa-es t)m

    paralelo no art+ 2@3+ segundo a Pro.+ 'PC;+

    3 P"#n$7os Fue "e4em o "e4#me %as #n)al#%a%es &"o$essua#s

    Perante a e7ist)ncia de uma invalidade processual apenas se dever%

    desaproveitar auilo ue n!o se pode aproveitar> o ue se tradu0 no

    princpio do aproveitamento do acto nulo> previsto no art+ 2@1+ previsto no art+

    2@8+ acautela as situa-es de repeti!o da mesma nulidade no mesmo

    processo+

    2 Con>e$#meno %as #n)al#%a%es &"o$essua#s

    (8/ Pro

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    H% invalidades ue podem ser o.iciosamente conecidas pelo tri*unal ?art+

    2@2+ sendo a parte

    legtima para arguir o vcio auela ue n!o praticou o acto viciado e # ual o

    acto possa ainda aproveitar ?art+ 2@3+

    integrando necessariamente uma parte activa e uma parte passiva> para al/m do

    32

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    tri*unal+ Disp-e ainda o art+ 28+< ue citado o ru' a instncia deve manter-se a

    mesma quanto %s pessoas+4E

    Contudo> a lei n!o nos di0 o ue / uma parte processual+ De notar ue>

    em*ora reguladas uanto ao captulo Das Partes no CPC> a personalidade e a

    capacidade $udici%rias> a legitimidade e a representa!o> n!o se con.undem com o

    prprio conceito de parte este pree7iste a estas veri.ica-es e n!o / um pressuposto

    processual mas t!o s a uem se re.ere esse pressuposto+

    sta aus)ncia de de.ini!o legal deu origem a v%rias teorias em torno do

    conceito de parte processual> num acesso de*ate ue distingue entre o conceito

    materiale o conceito formalde parte+

    3 / OS CO-CEITOS DE !"#$%

    3(3 / O $on$e#o mae"#al %e &a"e

    "s conceitos materiais de parte di0em&nos ue aparte/ o sujeito que envolvido pelo

    objecto do processo> .a0endo> portanto> uma liga!o entre auele ue / o autor ou r/u

    e o o*$ecto do prprio processo+5@

    Contudo> a Pro.+ 'PC; .a0 notar ue> ao o*servarmos esta pro*lem%tica pelo

    prisma material> aca*aremos por con.undir o conceito de partee o conceito departelegtima> porue a parte aca*a por ser o verdadeiro titular da rela!o material

    controvertida+

    's teorias materiais .oram evoluindo e sendo largamente aceites at/ a

    doutrina se de*ruar so*re a dis$un!o total entre a legitimidadee a parte> evoluindo

    para um conceito formalde parte+

    3(2 / Con$e#o 'o"mal %e &a"e

    Tendo como ponto de partida a situa!o dos falidos como sendo ou n!o de

    incapacidade> um autor do s/c+ SIS estuda a mat/ria da .al)ncia e vem de.ender ue o

    administrador da massa .alida interv/m no processo n!o como representante do .alido

    mas como parte> interessado em de.ender os interesses dos credores+

    ()Com as e>cep?es constantes dos preceitos que lhe seguem.97 =ssim, segundo esta doutrina, seriam partes no processo os sujeitos da relao material litigada noprocesso, i.e., numa aco por incumprimento de um contrato seriam partes o credor e o devedor.

    33

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    sta doutrina de.ende> ent!o> ue este administrador / uma parte funcional>

    ue est% no processo por dever de o.cio> ue> no entanto> / algu/m ue n!o tem

    ualuer liga!o com a rela!o material controvertida> com os interesses implicados

    no processo+

    Isto .oi o ponto de partida para a constru!o do conceito de parte ue o$e em

    dia a doutrina tende a adoptar: o conceito formal de parte> separando&se

    completamente a parte do o*$ecto do processo e passando a de.ender&se

    e7clusivamente ueparte aquele que demanda em nome prprio e parte aquele

    que demandado em nome prprio> sem se esta*elecer ualuer liga!o entre as

    partes na ac!o e o o*$ecto do prprio procedimento+ ssa liga!o / depois

    assegurada por um pressuposto processual ue adere # parte: a legitimidade+

    3(9 / Pos#6o %a P"o'( APCS

    Contrariamente ao Pro.+ T;> a Pro.+ 'PC; tem algumas reservas uanto a esta

    constru!o e em di0er ue o conceito de parte ue usamos na aplica!o de todas as

    regras $urdicas ue re.erem a parte> ou ue t)m a parte como centro de imputa!o de

    e.eitos> se$a o conceito .ormal de parte+

    ' Pro.+ de.ende ue % 0onas do ordenamento em ue / necess%rio operar

    com o conceito material de parte> % regimes ue s .ar!o sentido se o conceito emcausa .or o conceito material e % regimes ue> pelo contr%rio> s .ar!o sentido se o

    ue estiver em causa .or o conceito .ormal+

    (elativamente # mat/ria dos pressupostos processuais> a Pro.+ de.ende ue

    deve ser tido em conta o conceito formalde parte+ A% uanto a outros e.eitos ue

    so*rev)m ao processo ?por e7emplo> o e.eito de caso $ulgado,> as disposi-es ue le

    s!o relativas s .ar!o sentido se pensarmos num conceito materialde parte+

    Portanto> / necess%rio distinguir> uando .ormos camando # cola!o osdi.erentes regimes $urdicos> ual / o centro de imputao ue a lei escole para

    tentarmos compreender se nos *aste um conceito .ormal ou se / necess%rio avanar

    para um conceito material de parte+

    2 / PRESSUPOSTOS RELATIVOS JS PARTES

    Partindo do conceito .ormal de parte> ser% necess%rio distinguir uma s/rie de

    pressupostos ue aderem> uns #s partes principais> outros #s partes acessrias e

    outros ainda aos intervenientes processuais ue n!o t)m estatuto de parte+

    34

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    2(3 / Pa"e &"#n$#&al e &a"e a$ess!"#a+se$un%K"#a e ou"os #ne")en#enes

    ' parte acessria> tal como a parte principal> tem estatuto de parte+ Como tal> est% no

    processo em nome prprio> litiga em nome prprio e / demandada tam*/m em nome

    prprio+ as enuanto o interesse da parte principal / o interesse priorit%rio ue se

    discute na ac!o> o interessa da parte acessria / sempre um interesse cone7o com o

    interessa da parte principal> i+e+> um interesse sempre su*ordinado ao interessa da

    parte principal+

    7istem uma s/rie de pressupostos ue devem ser a.eridos tendo como

    centro de imputa!o a parte principal e outros tendo como centro de imputa!o a parte

    secund%ria+

    M necess%rio ainda distinguir outros intervenientes processuais como as

    testemunas> os peritos ou os advogados> ue n!o s!o partes no processo> mas t!o

    s intervenientes processuais+ (elativamente a estes intervenientes processuais>

    algumas das regras previstas para as partes podem ou n!o ser&les aplic%veis+

    V / PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS

    "spressupostos processuaist)m uma origem remota+ 7istem para tutelar interessesespec.icos das partes envolvidas no processo+ m regra> ser!o os interesses do r/u>

    mas tam*/m poder!o ser interesses do stado> uma ve0 ue o stado uer ue a

    35

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    $ustia administrada se$a a melor possvel+ 'ssim> os pressupostos processuais

    e7istem para garantir n!o s a justa composio do litgio como a mais justa

    composio do litgio+

    ' .alta de ualuer um destes pressupostos .a0 surgir uma e&cepo

    dilatria ?art+ 4E4+ uma ve0 ue avanar para a

    deciso de mritoda causa sem a o*serva!o de todos os pressupostos poderiam

    implicar uma injustiauanto # outra parte+ Tendo como principal $usti.ica!o a tutela

    dos interesses do r/u> a .alta de preencimento dos pressupostos processuais

    implicara> em regra> a absolvio do ru da inst'ncia ?art+ 4E3+

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    Com a re.orma de 1EE5=E d%&se a rotura do dogma da prioridade dos pressupostos

    processuais sobre a anlise do mrito> por in.lu)ncia da doutrina alem! $% dos anos @

    ?.undada na $usti.ica!o da e7ist)ncia de pressupostos processuais,54+ste dogma n!o

    permitia uma an%lise de m/rito caso .altasse algum pressuposto processual+ 'ssim> a

    veri.ica!o do preencimento dos pressupostos processuais tina prioridade a*soluta

    so*re a resolu!o do litgio+

    ' doutrina alem! compreendeu ue n!o .a0 sentido ue o tri*unal n!o avance

    para uma decis!o de m/rito se esta se apresenta como .avor%vel # parte ue seria

    protegida pela veri.ica!o do pressuposto em .alta+ nsina esta doutrina ue n!o .ar%

    sentido a*solver o r/u incapa0 da instBncia uando o pode a*solver do pedido>

    perante os dados de ue disp-e+ Isto porue a a*solvi!o do r/u da instBncia

    permitiria ao autor intentar nova ac!o contra o r/u com o mesmo o*$ecto processual+

    Disp-e o art+ 288+ al+ e, ue o jui& deve abster-se de conhecer do pedido e

    absolver o ru da instncia quando julgue procedente alguma outraQ excepo

    dilatria+ disp-e ainda o art+ 288+ o$e em dia dispomos de um sistema misto+ '*andonou&se o dogma

    da prioridade do pressuposto processual e s ser% desencadeado o e.eito tpico da

    e7cep!o dilatria ?a a*solvi!o do r/u da instBncia, uando a decis!o a pro.erir n!o

    .avorea integralmente a parte ue seria protegida pelo pressuposto em .alta+55

    'ssim> as e7cep-es dilatrias podem ser veri.icadas nos mesmos momentos

    em ue se possa emitir uma decis!o de m/rito uanto #uele o*$ecto processual> pore7cel)ncia> no despaco pr/&saneador> no despaco saneador e na sentena+

    3 / PERSO-ALIDADE UDICIRIA

    9(= tutela dos interesses das partes e do tri%unal para a mais justa composio do lit!gio.99Kuer isto di@er que pode

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    39/114

    ' personalidade/ o primeiro pressuposto processual relativo #s partes principais e

    acessrias+ Contudo> / um pressuposto ue n!o .oi pensando por LUloV auando da

    caracteri0a!o dospressupostos processuais> muito em*ora a doutrina e o legislador

    instigado por esta a tena tentado inserir na teoria dos pressupostos processuais+

    9os termos do art+ 5+ ue demanda

    ou / demandada em nome prprio> / susceptvel de ser parteN " art+ 5+

    esta*elecendo assim o princpio da coincid!nciaentre a personalidade $urdica e a

    personalidade $udici%ria+

    ' lei estende> ainda> no art+ + a personalidade $udici%ria a realidades ue

    s!o destitudas de personalidade $urdica+ 'ssim> estas entidades podem ter o estatuto

    de parte sendo destitudas de personalidade $urdica+

    " art+ 6+< atri*ui personalidade $udici%ria #s sucursais ?ue s!o destitudas de

    personalidade $urdica,> numa e7tens!o da personalidade semelante # e7tens!o da

    compet)ncia+5

    Como pressuposto processual ue /> em regra> a .alta de personalidade

    $udici%ria desencadeia uma e7cep!o dilatria+ sta e7cep!o dilatria / suprvel nos

    casos re.eridos no art+ 8+< ?a falta de personalidade judiciria das sucursais' ag!ncias'filiais' delegaes ou representaes pode ser sanada mediante a interveno da

    administrao principal e a ratificao ou repetio do processado,+ 9outras

    circunstBncias> a .alta de personalidade $udici%ria / insanvel e tem como

    conseu)ncia a absolvio do ru da instncia+

    9o entanto> a Pro.+ 'PC; .a0 notar ue a personalidade $udici%ria levanta

    grandes pro*lemas dogm%ticos> sendo su*metida ao mesmo regime dos restantes

    pressupostos processuais uando a sua nature0a n!o / id)ntica+56' Pro.+ de.ende anecessidade de encontrar um regime especial aplic%vel ao caso de .alta de

    personalidade> devendo o tri*unal emitir uma decis!o ue de.ina ue admita ue a

    instBncia n!o .oi validamente constituda+58

    9*= e>tenso da competAncia ser mais largamente apreciada em sede de competAncia.96 &elem%ramos que o autor original da teoria dos pressupostos processuais, MNloO, no a considerouenquanto pressuposto processual.

    98Concordamos com a doutrina da Pro

  • 8/12/2019 DIREITO_PROCESSUAL_CIVIL_I[1].doc

    40/114

    2 / CAPACIDADE UDICIRIA

    ' capacidade judiciriae7iste para tutelar as partes no processo> para as proteger>

    coincidindo> em regra> com a capacidade de e7erccio+ uer isto di0er ue pode estar

    em processo> litigando como parte> auela pessoa ue .or capa0 de e7erccio nos

    termos do CC+

    ' capacidade $udici%ria est% prevista no art+ E+< e ss+ (esulta do art+ E+ sendo> tal como a

    capacidade de e7erccio> a suscepti*ilidade de agir pessoal e livremente ou atrav/s de

    representante voluntrio+5E'ssim> tem capacidade $udici%ria uem puder ser parte

    pessoal ou livremente ou uem puder ser representado+ Daui e7cluem&se aueles

    ue n!o disp-em de capacidade de e7erccio: os menores> os interditos e os

    inabilitados> ue para estar em $u0o t)m de ser assistidos ou representados+

    9a a.eri!o da capacidade $udici%ria e dos seus e.eitos / sempre necess%rio

    ter em conta ue as ac-es em $u0o podem ter des.ecos .avor%veis ou des.avor%veis

    ao incapa0+ Todo o regime deve ser analisado com *ase nesta realidade+ 'ssim> /

    sempre necess%rio ue a capacidade de e7erccio se veri.iue uanto a todos os

    possveis e.eitos decorrentes da ac!o s estando preencida esta condi!o / ue a

    parte tem capacidade de e7erccio e> conseuentemente> capacidade $udici%ria+

    2(3 / Me#os %e su&"#meno %a #n$a&a$#%a%e :u%#$#K"#a

    "s meios de suprimento da incapacidade $udici%ria s!o a assist!ncia e a

    representao+ " regime ad$ectivo / e7actamente id)ntico ao regime su*stantivo+

    'ssim>

    1, os inabilitados s!o assistidos e nalguns casos representados pelo

    curador>2, os menoress!o representados ou pelos seuspais> ou pelo tutor> ou ainda

    por um administrador de bens>

    3, por .im> os interditoss!o representados pelotutor+

    de concluir que, no sendo as QpartesR suscept!veis de serem parte por carecerem de personalidadejudiciria, a inst5ncia no se

  • 8/12/2019 DIREITO_PROCESSUAL_CIVIL_I[1].doc

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    H% uma especialidade processual na designa!o de um representante especial ou

    provisrio para designar a parte num determinado processo ?o curador a% l#em,>

    .igura prevista no art+ 11+ / o caso da sobrepresentao> prevista noart+ 15+ ue s se veri.ica em rela!o ao r/u e numa situa!o especial e tem por

    .inalidade garantir ou proteger os interesses do r/u incapa0+

    9estes casos> se o representante do r/u incapa0 n!o contestar a ac!o n!o

    % uma situa!o imediata de revelia> evitando assim ue se d) por con.essados os

    .actos articulados pelo autor> o ue poderia ser gravoso para o incapa0+ 'ssim> d%&se a

    possi*ilidade do inist/rio PG*lico contestar a ac!o pelo r/u+

    as> resulta ainda do art+ 15+ cessando a representa!o pelo

    P logo ue se$a constitudo mandat%rio $udicial do incapa0+

    *7/ curadorad litem pode ser da parte activa ou da parte passiva.*1Dm e>emplo de uma destas situa?es $ quando h divergAncia entre os pais na representao do menor,especialmente regulada no art. 12. /utra situao em que pode acontecer esta hiptese $ no caso deoposio ou con

  • 8/12/2019 DIREITO_PROCESSUAL_CIVIL_I[1].doc

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    2(2 / Me#os %e su&"#meno %a #n$a&a$#%a%e :u%#$#K"#a( Em es&e$#al1 os meno"es

    H% ue re.erir ue os menores s!o representados por am*os osprogenitores+ Disp-e

    neste sentido o art+ 1@+ de.inindo a uem

    deve competir a representa!o do menor> podendo tam*/m ser nomeado um curador

    ad litem ?art+ 12+

  • 8/12/2019 DIREITO_PROCESSUAL_CIVIL_I[1].doc

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    ac!o+ I+e+> o tutor> ao contr%rio dos pais> tem sempre de pedir autori0a!o ao tri*unal

    para propor uma ac!o em nome do representado ?art+ 1E38+ al+ a, do CC,> e7cepto

    nos casos em ue a$a urg)ncia+

    2(* / Re&"esena6o ou ass#s@n$#a #nab#l#a%os

    uanto aos ina*ilitados % ue distinguir ue podem agir uer assistidos> uer

    representados+ m princpio> os ina*ilitados s!o ass#s#%os por um curador> mas

    tam*/m podem ser representados> nomeadamente> uanto aos actos de

    administra!o do seu patrimnio> nos termos do art+ 154+< do CC+ " regime do curador

    ue assume as .un-es de representa!o nos termos do art+ 15+< do CC / o mesmo

    ue o do tutor> portanto> necessita das mesmas autori0a!o $udiciais ue o tutor+

    " art+ 13+< do CPC re.ere&se # posi!o do ina*ilitado em $u0o e di0&nos ue

    podem intervir em todas as ac-es> devem at/ ser citados> s ue> con.orme disp-e o

    art+ 13+ a posi!o do ina*ilitado est% su*ordinada #uele ue o curador acar a

    mais adeuada ao caso+ " ina*ilitado> apesar de ter conecimento de ue contra ele

    .oi proposta uma ac!o e de para ela ter sido citado> tem uma posi!o su*ordinada #

    posi!o assumida pelo prprio curador+

    2(5 / P"ee"#6o %a "e&"esena6o :u%#$#K"#a e $a&a$#%a%e em sen#%o laouando .alta a representa!o ou % uma representa!o irregular> gera&se a

    incapacidade judiciriada parte+ Para tal / necess%rio considerar um conceito amplo

    de capacidade $udici%ria a capacidade judiciria lato sensu ue a*range tr)s

    situa-es:

    1, In$a&a$#%a%e strictu sensu> ue se veri.ica uando / proposta uma

    ac!o por um incapa0> desacompanado pelo seu representante legal ouuando / proposta uma ac!o contra um incapa0 sem indica!o do seu

    representante legal+ stas s!o as ipteses em ue n!o % nenum

    representante legal em $u0o+2

    2 I""e4ula"#%a%e %e "e&"esena6o> uando % representante s ue este

    n!o .oi regularmente constitudo+

    *2 &elem%ramos que a capacidade judiciria $ um pressuposto processual que deve ser preenchido peloautor. G ao autor que ca%e indicar o representante legal do r$u incapa@.

    43

  • 8/12/2019 DIREITO_PROCESSUAL_CIVIL_I[1].doc

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    3, ala %e auo"#Na6o> ue se re.ere aos casos em ue> para a propositura

    da ac!o> o representante necessita de pr/via autori0a!o $udicial

    ?incapacidade latu sensu,+

    " regime destas tr)s modalidades de incapacidade .oi simpli.icado desde a re.orma de

    1EE5=E e consta dos art+ 23+< a 25+< do CPC> re.erindo&se os art+ 23+< e 24+< #

    incapacidade strictu sensu e # irregularidade da representa!o e o art+ 25+< #

    incapacidade lato sensu> ue / a .alta de autori0a!o+

    uanto aos dois primeiros casos> o art+ 24+< imp-e ao $ui0 ue logo ue se

    aperce*a desse vcio> providencie pela regulari0a!o da instBncia atrav/s da

    intervenoou citaodo representante do incapa0+ "s representantes camados a

    intervir podem rati.icar o processado at/ ao momento ?ratificao dos actos

    anteriormente praticados, ou podem repetir os actos indevidamente praticados pelo

    incapa0 ?repetio do processado,+ ;e o representante n!o .i0er nem uma coisa nem

    outra o vcio n!o se sana+ 9este ponto> ser% necess%rio distinguir os e.eitos uando o

    vcio tem origem na parte activa e uando o vcio tem origem na parte passiva:

    1, ;e o vcio tiver origem na .alta ou irregularidade de representa!o do auo"#n$a&aN estaremos perante uma e7cep!o dilatria nominada ?art+ 4E4+ al+

    c, ue origina a a*solvi!o do r/u da instBncia

    2, ;e> pelo contr%rio> o vcio tiver origem no ";u #n$a&aN> a conseu)ncia da

    sua n!o sana!o / considerar&se o r/u em revelia> mesmo ue a$a

    contesta!o+ Wai> ent!o> .uncionar a sobrepresentaoprevista no art+ 15+

    como se a contesta!o apresentada pelo incapa0 .icasse sem e.eito+

    3, uanto # 'ala %e auo"#Na6o> disp-e o art+ 25+< impondo a suspens!o da

    instBncia at/ ser o*tida a autori0a!o+ Tam*/m aui o regime / di.erente

    consoante se trate da parte activa e da parte passiva+ ;e o representante

    legal do autor tina de pedir uma autori0a!o ao tri*unal e n!o o .e0> o r/u /

    a*solvido da instBncia por .alta de um pressuposto processual> nos termos do

    art+ 25+ o vcio ca*e ao r/u> apenas .ica sem e.eito a

    contesta!o e % lugar # sobrepresentaoprevista no art+ 15+

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    2(A / REPRESE-TAO UDICIRIA

    ' representao judiciria/ uma .igura muito pr7ima e> nalguns casos> muito id)ntica

    # incapacidade $udici%ria> em*ora n!o se con.unda+

    Weri.ica&se nas ipteses em ue determinadas pessoas s podem estar em

    $u0o mediante determinados representantes+ M o caso> por e7emplo> das pessoas

    colectivas+ M a estas entidades as ue s podem estar em $u0o representadas ue

    se aplica o regime da representao judiciria+

    2(A(3 / Re&"esena6o %o Esa%o

    " stado / representado pelo inist/rio PG*lico nos termos do art+ 2@+ e7cepto nos

    casos da segunda parte do art+ 2@+ os casos em ue> uer por

    norma especial> uer porue as entidades estaduais ue interv)m se$am autnomas>

    essas representa!o cai*a a outras entidades> como se$a um advogado+3

    2(A(2 / Re&"esena6o %as &essoas $ole$#)as

    uanto #s pessoas colectivas e sociedades % ue distinguir dois casos: o caso em

    ue a sociedade litiga com um terceiro> i+e+> a sociedade prop-e uma ac!o ou /

    proposta uma ac!o contra a sociedade e a situa!o em ue o litgio se veri.ica dentroda prpria sociedade> i+e+> entre o representante e a prpria sociedade> entre os

    rg!os encarregados de representa!o da sociedade e a prpria sociedade ou entre

    os scios da sociedade+ m suma> uando o litgio / com um terceiro ou uando o

    litgio / interno+

    9o primeiro caso> a representa!o da pessoa colectiva ou da sociedade est%

    dependente do direito su*stantivo> sendo uma associa!o representada por uem a lei

    ou os estatutos designarem4?art+ 21 o art+ 21+ s!o estes representados pelo inist/rio PG*lico+ sta

    solu!o resulta da lei orgBnica do P e do art+ 16+

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    2(A(* / Re&"esena6o %epessoas meramente judicirias

    's pessoas meramente judicirias s!o auelas ue n!o t)m personalidade $urdica

    mas t)m personalidade $udici%ria+ ;!o por e7emplo> as situa-es do art+ +< do CPC

    como a erana $acente e outros patrimnios autnomos semelantes+ uanto a isto

    disp-e o art+ 22+< ue salvo disposio especial em contrrio' os patrimnios

    autnomos so representados pelos seus administradores e as sociedades e

    associaes que caream de personalidade jurdica' bem como as sucursais'

    ag!ncias' filiais ou delegaes' so representadas pelas pessoas que ajam como

    directores' gerentes ou administradores+

    9 / COMPET-CIA DO TRIBU-AL

    M necess%rio ue o tri*unal tena compet!nciapara decidir determinada causa porue

    a compet)ncia e7iste para ue o rg!o $udicial ue se pronuncie se$a o rg!o melor

    colocado> atendendo # mat/ria a apreciar+ 'ssim> a compet)ncia e7iste tam*/m para

    tutelar o interesse das partes e para racionali0ar a m%uina $udicial ?principalmente no

    tocante # distri*ui!o dos processos em ra0!o da mat/ria e do territrio,> atrav/s da

    escola de determinados factores de conexo ue permitam a melor afectao

    possvel do processo ao tri*unal ue o vai decidir+' compet)ncia / a medida de jurisdio que tem uma ordem de tribunais

    6compet!ncia de primeiro nvel8 ou a medida de jurisdio que tem um concreto

    tribunalintegrado nalguma das ordens de tri*unais do stado+ m suma> auilo ue a

    compet)ncia de.ine / a medida do poder para conecer do m/rito da causa de

    determinado rg!o $udicial+

    ' compet)ncia pode ter origem legal ou convencional tanto uanto #

    compet)ncia interna como # compet)ncia internacional+ "s dois crit/rios so*rep-em&se> n!o se e7cluem+5

    m mat/ria de compet)ncia vigora uma regra normalmente camada de

    regra da compet!ncia Ccompet!nciaD+ Isto signi.ica ue cada tri*unal / competente

    para a.erir da sua prpria compet)ncia+

    *9Ee notar que podem, por isto, e>istir conflitos positivose conflitos ne&ativos de %urisdio, i.e., podemvrios tri%unais ser competentes +o portuguAs e o emplo3 ou pode mesmo nenhum deles tercompetAncia. Kuanto a con

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    a In$om&e@n$#a absolua aps a re.orma de 1EE5=E> a redac!o do art+ 1@5+ a Pro.+ adverte ue esta posi!o n!o / v%lida no tocante #

    incompet)ncia internacional> uma ve0 ue a compet)ncia internacional / uma das

    prerrogativas de so*erania de cada stado> n!o sendo possvel a remessa do

    processo de um stado para outro+

    b In$om&e@n$#a "ela#)a

    ;egundo o disposto no art+ 1@8+< a infraco das regras de compet!ncia fundadas novalor da causa' na forma do processo aplicvel' na diviso judicial do territrio ou

    decorrentes do estipulado nas convenes previstas no art( 99(+ pactos de $urisdi!oQ

    e "##(+ compet)ncia convencionalQ determina a incompet!ncia relativa do tribunal+

    semelana da incompet)ncia a*soluta> / tam*/m uma excepo dilatria

    nominadaporue est% prevista no art+ 4E4+ al+ a,+ Contudo> no/ de conecimento

    o.icioso> nos termos do art+ 4E5+< e do art+ 1@E+ uma ve0 ue o art+ 11@+< elenca uma s/rie de situa-es em ue aincompet)ncia relativa / de conecimento o.icioso> entre elas: a incompet!ncia em

    **/ regime e e

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    ra&o do valor da causa ou da forma de processo aplicvel sempre de conhecimento

    oficioso do tribunal?art+ 11@+ com e7cep!o da incompet)ncia relativa decorrente da preteri!o

    de um pacto ?privativo, de $urisdi!o> caso em ue o r/u / a*solvido da instBncia ?art+

    111+ o primeiro crit/rio a.eridor de compet)nciainternacional devem ser as .ontes internacionais e s depois as .ontes

    nacionais> no caso das internacionais n!o atri*urem compet)ncia+

    ' uni.ormi0a!o internacional das regras de compet)ncia para $ulgar

    uma causa ?i+e+> a compet!ncia primria, aca*am por simpli.icar tam*/m os

    processos de concess!o de e.ic%cia a decis-es pro.eridas por tri*unais

    estrangeiros ?i+e+> a compet!ncia secundria> ue di0 respeito aoprocesso de

    reconhecimento de deciso estrangeira,+E

    a Re4ulameno CE n( **+2003 %e 22 %e DeNemb"o %e 2000

    ste regulamento veio su*stituir a .onveno de Eruxelas+ 9os

    termos do art+ 1+ os

    regimes matrimoniais> os testamentos e as sucess-es> entre outras

    *)=rt. 17)(.. e ss do CPC.

    48

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    mat/rias ?art+ 1+ estando assim de.inido o 'mbito material de

    aplica!o deste regulamento+

    " critrio geralde atri*ui!o de compet)ncia internacional

    prescrito por este regulamento / o crit/rio do domiclio do

    demandado nos termos do art+ 2+ i+e+> s!o internacionalmente

    competentes para $ulgar uma causa no espao da uni!o os tri*unais

    do stado do domiclio do demandado> valendo este crit/rio

    independentemente da nacionalidade do r/u+

    " r/u s poder% ser demandado em tri*unal di.erente

    dauele do seu domiclio caso se veri.iuem determinadas

    circunstBncias previstas nos art+ 5+< a 24+< do regulamento> sendo

    estes os critrios especiaisde compet)ncia internacional previstos

    neste regulamento+ H% casos em ue se veri.ica uma verdadeira

    excluso do crit/rio geral pelos crit/rios especiais>6@ sendo

    totalmente postergado o crit/rio do domiclio do r/u+ m todos os

    outros casos e7iste uma rela!o de concursoentre os dois crit/rios>

    o ue signi.ica ue o autor pode escoler demandar o r/u com *ase

    na aplica!o do crit/rio geral de domiclio ou com *ase na aplica!o

    de crit/rios especiais no exclusivos+;e ouver &"ee"#6o %os $"#;"#os de compet)ncia

    e7clusiva previstos no art+ 22+< do regulamento> o tri*unal deve

    declarar o.iciosamente a sua incompet)ncia> sendo de aplicar o

    regime de direito interno relativo # compet)ncia internacional do

    stado ue tiver sido demandado nauele espec.ico processo+61

    A% a preteri!o do crit/rio do domiclio encontra o seu

    regime plasmado no art+ 2+< ue> mais uma ve0> ter% de sercompletado com as regras de direito interno relativas # e7cep!o de

    incompet)ncia a*soluta decorrente da incompet)ncia internacional+

    uando veri.iue violado o crit/rio do domiclio do r/u> o tri*unal

    deve suspender a instBncia para veri.icar a regularidade do processo

    67G, por e>emplo, o caso do art. 22. que prevA competAncias internacionais exclusivase quando as partescele%rampactos de %urisdio+art. 2".3.

    61Se cepo de incompetAncia $ o previsto no art. 171. e ss do CPC, i.e., o regime daincompetncia absoluta.

    49

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    ?mas apenas se o r/u n!o interveio no processo,+ ;e se entender

    ue a situa!o / irregular mas o r/u nada disse porue n!o uis %

    duas solu-es: ou a compet)ncia do tri*unal ?ue n!o / o do

    domiclio do r/u, resulta especi.icamente da aplica!o de um

    ualuer crit/rio especial> prosseguindo a ac!o ou o tri*unal

    conclui ue a sua compet)ncia internacional n!o .oi seuer

    concreti0ada por nenum dos crit/rios especiais> declarando&se

    o.iciosamente incompetente> terminando o processo nos termos do

    direito interno do stado em ue o rg!o se sediar+ 9o caso

    portugu)s> o processo terminar% por absolvio do ru da instncia

    ou por inadmissibilidade da acopro.erida num despaco posterior

    ao do di.erimento preliminar+

    b Re4ulameno CE n( 39*=+2000 %e 23 %e Ma#o %e 2000

    " mbito materialde aplica!o deste regulamento encontra&se no

    art+ 1+

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    com a compet)ncia internacional e7clusiva dos tri*unais portugueses

    nem seuer vale a pena a.erir a possi*ilidade de aplica!o do art+

    5+ o$e em dia> n!o tem

    aplica!o porue> sempre ue este$am em causa este tipo de

    ac-es> nunca se cegar% a aplicar o art+ 5+

  • 8/12/2019 DIREITO_PROCESSUAL_CIVIL_I[1].doc

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    concreti0a!o da compet)ncia internacional desse mesmo tri*unal

    integrado na es.era dos tri*unais da $urisdi!o portuguesa>

    de.endendo uma dupla funcionalidade da territorialidade+ 'ssim>

    num litgio> deve primeiro concreti0ar&se a compet)ncia interna e n!o

    .ar% sentido ue um tri*unal internamente competente n!o se$a

    internacionalmente competente> atri*uindo uma dupla .un!o #s

    regras relativas # compet)ncia interna> de.endendo ue estas

    normas valem n!o s para a determina!o da compet)ncia interna

    como> tam*/m> para a determina!o da compet)ncia internacional>

    ignorando por completo o crit/rio da al+ a,+63 'ssim> o Pro.+ T;

    de.ende a prim%ria aplica!o do art+ 5+ al+ *, e s depois a

    aplica!o da al+ a,> uando n!o se consegue atri*uir compet)ncia

    internacional aos tri*unais portugueses por aplica!o dos crit/rios da

    compet)ncia territorial interna> isto porue estes Gltimos crit/rios

    asseguram uma melor cone7!o entre o litgio e a ordem $urdica

    portuguesa do ue o crit/rio do domiclio do r/u+

    ' Pro.+ APCS critica esta posi!o+ Primeiro> porue .oi

    pensada com *ase no sistema $urdico alem!o ue n!o / igual ao

    portugu)s e> para al/m disto> n!o / possvel entender ue oscrit/rios ue prevalecem na ordem $urdica interna s!o os crit/rios

    ue prevalecem na ordem internacional e nesta o legislador disse

    ual era a ordem pela ual ueria ue o litgio .osse a.ectado #

    ordem $urdica portuguesa e o interprete n!o se pode su*stituir ao

    legislador na valora!o+ Por estes motivos> a Pro.+ re$eita a aplica!o

    desta doutrina+

    Partilando a aplica!o doprincpio da coincid!nciacom adoutrina tradicional64> ser% de concluir ue os Gnicos crit/rios de

    cone7!o ue aui poder!o estar em causa s!o os crit/rios especiais

    constantes do art+ 63+< a 84+< e os crit/rios gerais constantes do art+

    85+

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    r/u> entendendo ue o crit/rio do domiclio assegura uma melor

    cone7!o do ue a cone7!o resultante da aplica!o do crit/rio da

    coincid)ncia+

    'ssim> a doutrina tradicional comea por aplicar a al+ a,+ '

    dGvida / sa*er se> aplicando&se o crit/rio do domiclio do r/u da al+ a,

    no plano internacional> se devem ou n!o camar # cola!o as regras

    de compet)ncia territorial interna para a concreti0ar uando tena

    aplica!o o crit/rio da al+ a,+ " Pro.+ e*re de Freitas entende ue

    sim> i+e+> ue devem ser camadas # cola!o as regras do art+ 63+< e

    ss+ s ue esta posi!o permite ue se$a possvel ue se aca*e por

    concluir ue n!o % nenum tri*unal na ordem interna ue se$a

    territorialmente competente para conecer o litgio+

    'ssim> em*ora considere ue se deva aplicar o art+ 5+ a Pro.+ APCSre$eita a solu!o

    do Pro.+ e*re de Freitas de.endendo uma dupla funcionali&aoda

    al+ a,> comeando por aplicar o crit/rio do domiclio do r/u> ue n!o

    ir% prevalecer apenas na ordem internacional> mas levar% tam*/m #

    imediata concreti0a!o do tri*unal territorialmente competente na

    ordem interna+

    ### Pa$os %e :u"#s%#6o

    ' compet)ncia internacional pode ter origem convencional> i+e+> pode ser

    regulada por conven!o das partes numpacto de jurisdio+

    a !actos atributivosepactos privativos%e :u"#s%#6o

    Xm pacto uali.ica&se como atri*utivo ou privativo sempre do pontode vista da ordem $urdica portuguesa+ Xm pacto atri*utivo / um

    pacto ue atri*ui uma $urisdi!o> i+e+> ue atri*ui $urisdi!o ao stado

    portugu)s+ Pelo contr%rio> um pacto privativo priva uma $urisdi!o>

    i+e+> priva $urisdi!o ao stado portugu)s+ "s dois tipos de pacto de

    $urisdi!o t)m regimes $urdicos totalmente diversos+

    Como ualuer pacto .undando na autonomia privada> os

    pactos de $urisdi!o conecem limites # sua validade: desde logo>

    n!o s!o admissveis pactos ue contenam a determina!o de uma

    54

  • 8/12/2019 DIREITO_PROCESSUAL_CIVIL_I[1].doc

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    $urisdi!o contra as cl%usulas de salvaguarda do sistema $urdico

    portugu)s+ stes limites # validade dos pactos de $urisdi!o

    encontram&se previstos no art+ EE+ i+e+> a atri*ui!o ou priva!o de $urisdi!o por

    escola ar*itr%ria> ue poder% implicar um pre$u0o para uma das

    partes e uma vantagem para a outra+

    b P"ee"#6o %o &a$o %e :u"#s%#6o

    (esulta do art+ 1@1+< ue a preteri!o de um pacto de $urisdi!o n!o

    determina uma incompet)ncia a*soluta> determinando sim a

    incompet(ncia relativa por via do art+ 1@8+ em

    articula!o com o art+ EE+< resultaria a conclus!o de ue a preteri!o

    tanto dos pactos atri*utivos como das pactos privativos de $urisdi!o

    desencadearia a incompet)ncia relativa+ 9o entanto> a Pro.+ 'PC;

    .a0 notar ue um tri*unal n!o pode conecer a viola!o de um pacto

    atri*utivo a n!o ser em sede de reconecimento de sentena

    estrangeira+ 'ssim> apenas a viola!o de um pacto privativo

    desencadear% a incompet)ncia relativa a viola!o de um pacto

    atri*utivo originar% t!o s um obstculo ao reconhecimento dasentena estrangeira por preteri!o de uma compet)ncia

    internacional de origem convencional> apenas no e7erccio da

    compet)ncia secund%ria+66

    'ssim> / necess%rio .a0er uma interpretao restritiva do

    art+ 1@8+ admitindo ue apenas a viola!o do pacto privativo de

    $urisdi!o origina incompet)ncia relativa+

    ' preteri!o do pacto ?privativo, de $urisdi!o implica aa*solvi!o do r/u da instBncia> nos termos do art+ 111+ a Pro.+ 'PC; lem*ra ue a incompet)ncia decorrente da

    viola!o de um pacto de $urisdi!o n!o / nem uma incompet)ncia

    a*soluta nem uma incompet)ncia totalmente relativa> mas sim uma

    .orma de incompet)ncia hbrida> partilando traos de uma e de

    outra .orma de incompet)ncia+

    66= competncia primria$ a competAncia para o conhecimento da aco.

    55

  • 8/12/2019 DIREITO_PROCESSUAL_CIVIL_I[1].doc

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    #) Re4#me e e'e#os %a incompet(ncia absoluta'un%a%a nos $"#;"#os %a

    $om&e@n$#a #ne"na$#onal

    ;egundo o art+ 1@2+ a incompet)ncia a*soluta .undada nos crit/rios de

    compet)ncia internacional pode ser invocada a todo o tempo e deve ser

    conecida o.iciosamente pelo tri*unal+ (egra geral> o $ui0 deve conecer

    deste tipo de incompet)ncia a*soluta imediatamente> uando o processo le

    / concluso ?art+ 1@3+ / possvel ue o $ui0 reserve o

    conecimento da incompet)ncia a*soluta para o despaco saneador se esta

    tiver sido arguida na contesta!o e pode ainda relegar o conecimento da

    e7cep!o at/ # sentena> uando ainda n!o disp-e de elementos para ue

    possa decidir> no momento do despaco saneador> emitindo um despaco

    .undamentando e relegando o conecimento da e7cep!o para a sentena+

    ' incompet)ncia a*soluta implica a a*solvi!o do r/u da instBncia no

    despaco saneador ou na sentena ou ainda o inde.erimento liminar da P+I+

    se a cita!o do r/u necessitar de pr/vio despaco ?art+ 1@5+

  • 8/12/2019 DIREITO_PROCESSUAL_CIVIL_I[1].doc

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    mat/ria de .acto vigente ao tempo da propositura da ac!o> *em como a mat/ria de

    direito+8@uer isto di0er ue a compet)ncia .icaperpetuada+

    ' esta .i7a!o da compet)ncia auando da propositura da ac!o est% ligado

    um outro regime> ue tam*/m vai ao encontro da regra da perpetua!o do .oro> ue /

    o regime daproibio de desaforamentoconstante do art+ 23+< da "FTA+ 9os termos

    deste preceito> nenuma causa pode ser deslocada de um tri*unal competente para

    outro depois de ter sido proposta> salvo nas e7cep-es previstas na lei+ stas regras

    convergem no sistema e no conceito dojui& natural+81

    a O"4an#Na6o e 'un$#onameno %os "#buna#s :u%#$#a#s

    3 Su&"emo T"#bunal %e us#a

    " ;TA n!o tem alada82 ?uma ve0 ue n!o % possi*ilidade de

    recurso das suas decis-es, e tem $urisdi!o so*re todo o territrio+

    Funciona em plen%rio ou por sec-es> com compet)ncias diversas

    ?sec-es em mat/ria cvel> em mat/ria penal e em mat/ria social,>

    sendo o plen%rio o con$unto de todas as sec-es+

    Disp-e o art+ 25+ Porto> Coim*ra> Mvora>

    Kuimar!es e Faro, tendo cada um $urisdi!o so*re o seu crculodistrital+83

    ' alada dos tri*unais da (ela!o / de Y 14+E3>E4 em

    mat/ria cvel ?art+ 24+

  • 8/12/2019 DIREITO_PROCESSUAL_CIVIL_I[1].doc

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    9 T"#buna#s %e 3( #ns8n$#a / "#buna#s %e $oma"$a e "#buna#s

    %e $7"$ulo

    9os termos do art+ 2+ como regra geral+M importante relem*rar ue os tribunais de comarca t)m $urisdi!o

    so*re a comarca e os tribunais de crculot)m $urisdi!o so*re o crculo ue>

    em regra> englo*a v%rias comarcas+ Porue os tri*unais de crculo s!o> em

    regra> colectivos> ca*er!o na sua compet)ncia os processos ue reueiram a

    interven!o de um tri*unal colectivo e porue as comarcas s!o> em regra>

    singulares> ca*er!o na sua compet)ncia os processos para os uais n!o se

    preve$a a interven!o de um tri*unal colectivo+;e .orem violados os crit/rios da compet)ncia em .un!o do territrio

    gera&se incompet(ncia relativa>84ue tem como conseu)ncia a remessa do

    processo para o tri*unal competente ?art+ 111+ n!o avendo

    a*solvi!o do r/u da instBncia+

    ' regra geral / a do noconecimento o.icioso da preteri!o dos

    crit/rios do territrio+ as o art+ 11@+

  • 8/12/2019 DIREITO_PROCESSUAL_CIVIL_I[1].doc

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    #I Com&e@n$#a em "aN6o %a ma;"#a

    Disp-e o art+ 18+

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    previstos no art+ E+< e ss da "FTA> determinados pelo valor e tipo de

    processo: as varas> osju&ose aspequenas instncias+

    ' vara/ um tri*unal tendencialmentecolectivo ?tendo> em regra> tr)s

    $u0es,> os ju&oss!o tri*unais tendencialmentesingulares ?tendo> em regra>

    um ou dois $u0es,> com *ase nos mapas ane7os # "FTA+

    ' viola!o dos crit/rios em ra0!o da mat/ria gera incompet(ncia

    absoluta do tri*unal ?art+ 1@1+< do CPC,+ " Pro.+ T; entende ue a

    preteri!o destes crit/rios gera uma e7cep!o dilatria insan%vel mas a Pro.+

    'PC;> com *ase no art+ 1@5+ admite&a como san%vel+86

    ### Com&e@n$#a em "aN6o %a >#e"a"Fu#a

    ' ieraruia interessa essencialmente para e.eitos de recurso+ (egra geral> a

    causa inicia&se nos tri*unais de 1+O instBncia: crculo ou comarca+ Contudo>

    e7ceptuam&se algumas situa-es em ue o tri*unal da (ela!o / a 1+O

    instBncia e o ;TA se apresenta como a 2+O instBncia+ as> relem*ra&se> s!o

    situa-es e7cepcionais+

    semelana da mat/ria e com as mesmas diverg)ncias

    doutrin%rias uanto aos seus e.eitos> a preteri!o da compet)ncia em ra0!o

    da ieraruia gera incompet(ncia absoluta> nos termos do art+ 1@1+< doCPC+

    #) Pa$os %e $om&e@n$#a

    a Pa$os atributivose &a$osprivativos%e $om&e@n$#a

    " pacto atributivo de compet)ncia atri*ui compet)ncia> na ordem

    interna> ao tri*unal ue n!o a tina+ " pacto privativo priva acompet)ncia> a nvel interno> de um tri*unal ue a tina+

    Dis-e o art+ 1@@+

  • 8/12/2019 DIREITO_PROCESSUAL_CIVIL_I[1].doc

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    conecimento o.icioso da incompet)ncia relativa ?art+ 11@+ i+e+> os

    pactos de compet)ncia podem apenas regular a compet)ncia

    territorial+ ;e o pacto de compet)ncia .or cele*rado contra o disposto

    no art+ 1@@+< / invlido+

    " art+ 1@8+< determina a incompet(ncia relativado tri*unal

    em ue a ac!o / proposta # revelia do pacto de compet)ncia+ sta

    incompet)ncia no/ de conecimento o.icioso> uma ve0 ue s /

    possvel ao tri*unal conecer da e7cep!o de incompet)ncia relativa

    decorrente da viola!o de um pacto de compet)ncia se a parte

    contra a ual o processo .oi instaurado a vier arguir+

    9(9 / Com&e@n$#a a"b#"al

    Xm tribunal arbitral / um rg!o parajurisdicional composto por pessoas escolidas

    pelas partes+ ste tipo de compet)ncia pode a*arcar a compet)ncia interna mas

    tam*/m internacional> uma ve0 ue o litgio pode ser plurilocali0ado+ ;endo

    internacional> desencadeia o*viamente uma ar*itragem internacional poder%> contudo>

    n!o ter ualuer cone7!o com ualuer ordem $urdica estrangeira> originado uma

    ar*itragem apenas interna+88

    ' compet)ncia ar*itral est% regulada na ei n+< 31=8 de 2E de 'gosto+8E

    conven!o pela ual as partes atri*uem compet)ncia ou $urisdi!o a um tri*unal

    ar*itral cama&se conveno de arbitragem+ ' viola!o desta conven!o gera uma

    excepo de preterio do tribunal arbitral voluntrio+

    Disp-e o art+ 1+< da 'W ue as conven-es s podem ser cele*radas

    relativamente a litgios ue envolvam direitos disponveis pelas partese relativamente

    a litgios ue no estejam submetidos a arbitragem necessria+

    Para al/m destes reuisitos de validade relacionados com a amplitude daautonomia privada para a cele*ra!o de conven-es de ar*itragem> a lei e7ige ainda

    ue estas conven-es se$am cele*radas por escrito ?art+ 2+< da 'W,+ Wiolando&se os

    limites de autonomia privada e os limites .ormais impostos> a conven!o / nula+

    'inda> nos termos do art+ 21+< da 'W> o tri*unal ar*itral tem compet)ncia

    para a.erir da sua prpria compet)ncia> tal como ualuer outro tri*unal> mesmo ue a

    88Bo se dever cono com o com$rcio internacionalL aar%itragem estrangeira $ a ar%itragem que decorre perante tri%unais constitu!dos no estrangeiro.8)T qual nos re

  • 8/12/2019 DIREITO_PROCESSUAL_CIVIL_I[1].doc

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    conven!o se$a nula ?caso em ue se declarar% incompetente> como ser% evidente

    in.erir,+ ' rela!o entre a compet)ncia dos tri*unais $udiciais e a compet)ncia dos

    tri*unais ar*itrais / de excluso> i+e+> a cele*ra!o da conven!o de ar*itragem

    previne a compet)ncia dos tri*unais $udiciais+ ' viola!o da conven!o de ar*itragem

    d% origem a uma excepo dilatria nominada> prevista no art+ 4E4+ al+ $, do CPC de

    conecimento noo.icioso # semelana dos pactos de $urisdi!o e de compet)ncia e

    por disposi!o do art+ 4E5+< do CPC+E@sta e7cep!o provoca a a*solvi!o do r/u da

    instBnciajudicial+

    's regras aplic%veis ao processo ar*itral s!o as ue as partes escolerem>

    sendo> contudo> necess%rio o*servar os princpios essenciais da instBncia como a

    imparcialidade> o dispositivo> a igualdadee o contraditrio+ ;e ao longo do processo

    algum destes princpios .or violado> a sentena pro.erida pelo tri*unal ar*itral /

    anulvel+E1

    Por Gltimo> as conven-es de ar*itragem podem ser cele*radas para

    ualuer con.lito ue vena a surgir numa rela!o contratual entre as partes ?casos

    em ue se cama clusula compromissria, mas podem tam*/m ser cele*radas

    uanto a um con.lito ue $% eclodiu ?caso em ue / um compromisso arbitral,+ stes

    Gltimos podem ser cele*rados nos termos do art+ 2E@+< do CPC> estando $% uma ac!o

    pendente perante um tri*unal $udicial+ ;e a conven!o de ar*itragem .or cele*rada napend)ncia da ac!o $udicial procede&se imediatamente # preteri!o da compet)ncia do

    tri*unal $udicial com extino da instncia judicial+

    9(* / Ou"as "e4"as "ela#)as Q $om&e@n$#a

    Para al/m do regime geral da compet)ncia> e7istem regras relativas # compet)ncia

    dos tri*unais ue s!o de particular interesse conecer+

    a Eens6o %a $om&e@n$#a

    uando se .ala em extenso da compet!ncia> .ala&se na amplia!o da

    compet)ncia de um tri*unal para o conecimento de mat/rias cone7as com a

    )7Ee notar que, se as partes tAm autonomia para convencionar, tAm tam%$m autonomia para no invocar ae>cepo de preterio da conveno. Beste caso no haver o conhecimento da e>cepo, nem a a%solvioda inst5ncia.)1Ee notar que as decis?es pro

  • 8/12/2019 DIREITO_PROCESSUAL_CIVIL_I[1].doc

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    causa ue determinou a atri*ui!o de compet)ncia a esse mesmo tri*unal>

    i+e+> a compet)ncia ue le tena sido atri*uda em .un!o do objecto do

    litgio+ Uma %esas s#uaGes ; a eens6o %e $om&e@n$#a %e um "#bunal

    e""#o"#almene #n$om&eene Fue &o" 'ala %a a"4u#6o %a e$e&6o %e

    #n$om&e@n$#a "ela#)a &assa a se" $om&eene+

    3 T"#bunal $om&eene &a"a FuesGes #n$#%ena#s e e$e&Ges

    " art+ E+ a compet!ncia primria a*sorve a compet)ncia ara as

    e7cep-es e a compet)ncia para as mat/rias incidentais+

    " art+ E+ o art+ E+ se o tri*unal da ac!o n!o .or

    competente em termos de compet)ncia a*soluta para a mat/ria da

    e7cep!o ou para a mat/ria do incidente> n!o / possvel ue adecis!o pro.erida so*re essa e7cep!o e nesse incidente tena .ora

    de caso $ulgado ue se estende para al/m do processo em ue a

    decis!o .oi pro.erida+ Portanto> se se estende a compet)ncia para a

    aprecia!o da e7cep!o e da mat/ria incidental> n!o se permite a

    .orma!o de caso $ulgado nas decis-es para as uais o tri*unal n!o

    se$a a*solutamente competente> com as conseu)ncias ue isso

    tra0+

    2 C"#;"#os %e a'e$a6o %o l#74#o &lu"#$ausal a um %ee"m#na%o

    "#bunal> no sentido do litgio ser composto por uma pluralidade de

    o*$ectos> i+e+> uando s!o dedu0idos v%rios pedidos+

    (egra geral> o tri*unal competente para a aprecia!o de um dos

    o*$ectos v) a sua compet)ncia estendida para o conecimento dos

    outros o*$ectos ?art+ 86+

  • 8/12/2019 DIREITO_PROCESSUAL_CIVIL_I[1].doc

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    H%> contudo> uma e7cep!o: se e7istir uma rela!o de

    pre$udicialidade entre o*$ectos processuaisE2 e se para o o*$ecto

    pre$udicial ou para um dos o*$ectos integrados na cumula!o

    vigorarem regras de compet)ncia territorial indisponveis> os o*$ectos

    n!o pre$udiciais devem aderir ao o*$ecto pre$udicial o ue leva #

    determina!o da compet)ncia territorial por crit/rios indisponveis>

    i+e+> a compet)ncia do tri*unal territorialmente competente por

    aplica!o de um crit/rio indisponvel e7tende&se para o

    conecimento dos demais o*$ectos processuais relativamente aos

    uais n!o e7istem regras ue n!o se$am posterg%veis+

    9 Plu"al#%a%e sub:e$#)a %o l#74#o

    " art+ 86+ se o nGmero de domiclios

    di.erentes .or igual o autor pode escoler demandar os r/us perante

    ualuer um dos tri*unais territorialmente competente auele

    tri*unal ue era competente apenas de acordo com um dosdomiclios passa a ser competente para todas as ac-es com essa

    cone7as ue tenam enca*eados r/us di.erenciados+

    b Com&e@n$#a e""#o"#al &a"a os &"o$essos em Fue se:am %eman%a%os

    o Esa%o ou"as &essoas $ole$#)as ou so$#e%a%es

    " art+ 8+

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    representao em 0ortugal pode ser proposta no tribunal da sede destas'

    ainda que seja pedida a citao da administrao principal+E3

    * / LEITIMIDADE DAS PARTES

    "s cidad!os s podem dispor de situa-es ue se encontrem na sua es.era $urdica>

    ou relativamente #s uais dispona de poderes especiais+ 'ssim> a legitimidade

    assegura a tutela dos interesses em causa+

    ' legitimidade processual/ um pressuposto processual ue se *aseia na

    rela!o da parte com o o*$ecto e / em .un!o do o*$ecto da ac!o ue se veri.ica se a

    parte tem ou n!o legitimidade nessa ac!o+ Distingue&se da personalidade e

    capacidade $udici%rias porue> enuanto estas constituem uma ualidade da parte

    genericamente e7igida para ualuer processo> a legitimidade re.ere&se # posi!o da

    parte na concreta ac!o+E4

    Dentro da legitimidade % ue distinguir a legitimidade singular> ue

    respeita a um autor e a um r/u e a legitimidade plural ue respeita> ou deve

    respeitar> a v%rios autores ou r/us+

    a Le4##m#%a%e s#n4ula"

    ' legitimidade singular pressup-e essa rela!o da parte com o o*$ecto>resultando daui ue uem .or titular ou uem se a.irmar como titular do

    prprio o*$ecto / sempre parte legtima> em princpio+

    as a lei admite tam*/m ue se$a parte legtima uem n!o / titular

    de um direito> levando # constru!o de di.erentes situa-es de legitimidade

    como a legitimidade directa ?auela ue pertence ao prprio titular do

    direito> ue / a situa!o normal, e legitimidade indirecta?nos casos em ue

    a lei admite ue algu/m ue n!o / titular de um direito vena a e7erc)&lo em$u0o> i+e+> permite ue um terceiro e7era um determinado direito em $u0o,+

    m suma> a legitimidade directa/ auela ue respeito ao prprio titular da

    rela!o controvertida ?activo e passivo, e a legitimidade indirecta / auela

    ue / atri*uda a uem n!o / titular dessa rela!o controvertida+

    )"Ee notar que o que aqui est em causa no $ uma regra de e>tenso da personalidade judiciria, nem umaregra de legitimidade mas sim, exclusivamente, uma regra de ao do domic!lio da pessoa colectiva em

    territrio nacional.)( I.e., enquanto que um incapa@ tem personalidade judiciria para toda e qualquer aco e incapacidadepara quase todas as ac?es, poder ter ou no legitimidade, con

  • 8/12/2019 DIREITO_PROCESSUAL_CIVIL_I[1].doc

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    " art+ 2+< regula ue a legitimidade se a.ere pelo interesse directo

    em demandar ou em contradi0er ao dispor ue o autor parte legtima

    quando tem interesse directo em demandarB o ru parte legtima quando

    tem interesse directo em contradi&er+ ste interesse directo em demandar e

    em contradi&er/ a.erido nos termos do art+ 2+ contudo> esuecer as

    situa-es de legitimidade indirecta> ue acontecem nos casos de substituio

    processuale ue podem ter origem na lei ou em conven!o das partes+E

    b ConseFu@n$#as %a #le4##m#%a%e s#n4ula"

    uando uma parte