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livraria-juridica
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Em Julho de 2012, um jornalista britânico, colunista do Financial Times, foi convidado para palestrar em Lisboa sobre a crise financeira e quando foi confrontado, à chegada, com a decisão do Tribunal Constitucional português que acabara de declarar a inconstitucionalidade dos cortes dos 13.º e 14.º meses de funcionários públicos e pensionistas, não lhe ocorreu melhor que exclamar algo do género: isso de entregar a um bando de juízes um poder sério é de loucos... Este livro é, em alguma medida, uma espécie de comentário àquele episódio e uma tomada de posição sobre esta controvérsia, mas também uma crítica desenvolvida ao nosso sistema constitucional de garantia dos direitos fundamentais.
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Coimbra Editora ®
Págs.
INTRODUÇÃO ............................................................................................. 5
PARTE I
DIREITOS FUNDAMENTAIS: TRUNFOS CONTRA A MAIORIA AFECTADOS POR UMA RESERVA
GERAL IMANENTE DE PONDERAÇÃO
APRESENTAÇÃO .......................................................................................... 15
CAPÍTULO I — ESTADO DE DIREITO (DIREITOS FUNDAMENTAIS) E DEMOCRACIA ................................................................................. 17
1. A tese da integração .......................................................................... 192. A tese da oposição potencial ............................................................. 223. A proposta de reconhecimento de uma tensão entre direitos funda-
mentais e princípio democrático ....................................................... 25
CAPÍTULO II — DIREITOS FUNDAMENTAIS COMO TRUNFOS ...... 37
1. Dworkin e a origem da metáfora dos direitos como trunfos ............ 372. Dignidade da pessoa humana e direitos como trunfos na teoria dos
direitos fundamentais ....................................................................... 433. Fundamento jurídico-constitucional e sentido da teoria dos direitos
fundamentais como trunfos contra a maioria ................................... 55
CAPÍTULO III — DIREITOS COMO TRUNFOS SUJEITOS A UMA RESERVA GERAL IMANENTE DE PONDERAÇÃO ....................... 65
1. A complexidade da natureza dos direitos fundamentais enquanto garantias jurídico-constitucionais: trunfos e limitáveis?..................... 65
2. O paradoxo da ideia de direitos como trunfos e a reserva geral ima-nente de ponderação......................................................................... 68
Coimbra Editora ®
370 Índice
Págs.
3. Ponderação de bens e riscos envolvidos de decisionismo judicial ...... 734. Reserva imanente de ponderação versus teoria dos limites imanentes
dos direitos fundamentais ................................................................. 80
CAPÍTULO IV — RESTRIÇÕES AOS DIREITOS FUNDAMENTAIS E CONTROLO JUDICIAL DA ACTUAÇÃO DOS PODERES PÚBLICOS........................................................................................ 87
1. A natureza diferenciada das normas de direitos fundamentais e dos deveres estatais envolvidos e os procedimentos de controlo judicial nos casos difíceis ............................................................................... 87
2. Delimitação interpretativa do conteúdo do direito ........................... 973. Justificação das restrições aos direitos fundamentais ......................... 102
3.1. Razões inadmissíveis para justificar a restrição de direitos fun-damentais ................................................................................. 103
3.2. Bens susceptíveis de justificar a restrição de direitos funda-mentais .............................................................................. 114
4. Controlo da observância dos limites aos limites dos direitos funda-mentais ............................................................................................. 122
4.1. Ponderação e proporcionalidade ............................................... 126
PARTE II
DIREITOS FUNDAMENTAIS E COMPETÊNCIA DE CONTROLO DE CONSTITUCIONALIDADE
APRESENTAÇÃO .......................................................................................... 137
CAPÍTULO I — LEGITIMIDADE DA JUSTIÇA CONSTITUCIONAL E DIREITOS FUNDAMENTAIS ............................................................ 139
1. Limitação dos direitos fundamentais e justiça constitucional............ 1392. Justiça constitucional e a objecção democrática ................................ 1433. Constitucionalismo forte ou constitucionalismo débil ....................... 145
CAPÍTULO II — DESACORDO SOBRE DIREITOS FUNDAMENTAIS E JURISDIÇÃO CONSTITUCIONAL ............................................... 149
1. Waldron e o revigoramento da contestação à justiça constitucional ... 1492. A verdadeira natureza do desacordo sobre os direitos fundamentais ... 155
Coimbra Editora ®
Índice 371
Págs.
3. Desacordo sobre direitos fundamentais e necessidade da jurisdição constitucional ................................................................................... 159
4. Direitos como trunfos e justiça constitucional .................................. 172
CAPÍTULO III — MODELOS DE JUSTIÇA CONSTITUCIONAL ......... 183
1. Estado de Direito e supremacia da Constituição na América e na Europa .............................................................................................. 183
2. Kelsen e a proposta de uma jurisdição constitucional especializada ....... 1893. O novo constitucionalismo da segunda metade do século XX e a
superação da discussão clássica sobre os modelos de jurisdição cons-titucional .......................................................................................... 197
4. A importância capital da garantia dos direitos fundamentais e a hibridização ou convergência dos modelos ......................................... 201
4.1. A comum politização das jurisdições constitucionais supremas ...... 212
5. A realização da promessa da tutela judicial plena dos direitos funda-mentais e o recurso de amparo (queixa constitucional) como verda-deiro coroamento do Estado de Direito ........................................... 217
PARTE III
AVALIAÇÃO CRÍTICA DO SISTEMA PORTUGUÊS DE GARANTIA CONSTITUCIONAL DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS
APRESENTAÇÃO .......................................................................................... 239
CAPÍTULO I — O SISTEMA PORTUGUÊS DE FISCALIZAÇÃO DE CONSTITUCIONALIDADE: BREVE APRESENTAÇÃO E BALANÇO............................................................................................. 243
1. Breve discussão do sistema e balanço (ainda assim…) globalmente positivo do desempenho da justiça constitucional ............................ 243
2. A raiz dos males do sistema e a questão da última palavra ............... 251
CAPÍTULO II — INCOERÊNCIA E INSUFICIÊNCIA DO SISTEMA DE PROTECÇÃO DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS ......................... 259
1. Défices significativos de protecção no domínio das intervenções restritivas nos direitos fundamentais ................................................. 259
2. Défice e incoerência de protecção no domínio da responsabilização civil extracontratual do Estado ......................................................... 269