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Direitos Fundamentais Luís Alberto

Direitos Fundamentais Luís Alberto...XXXV, da CF, no que respeita à inafastabilidade da jurisdição. STF. Plenário. ADI 4145/DF, Rel. Min. Edson Fachin, red. p/ o ac. Min. Alexandre

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  • Direitos Fundamentais

    Luís Alberto

  • 2

    INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA

    Ordem Judicial (MP, CPI, Delegado)

    REQUISITOS Lei (Lei 9.296/96)

    Crime (investigação ou processo criminal)

    Cláusula de

    Reserva

    Jurisdicional

  • 2

    Princípio da Reserva Legal

    Simples

    Princípio da Reserva Legal

    Qualificada

    Restrição constitucional em lei

    Ex: art. 5º, VII

    Fórmulas: na forma da lei; nos

    termos da lei;

    salvo nas hipóteses previstas em lei;

    assim definida em lei; no prazo da

    lei.

    Restrição Constitucional em lei

    +

    Preocupação com o conteúdo da

    lei.

    Ex: art. 5º , XII

  • 2

    OBS 1: Inconstitucionalidade das interceptações realizadas

    antes de 1996 (provas ilícitas) - HC 74.586.

    OBS 2: Os elementos informativos da interceptação podem ser

    compartilhados para instruir o PAD (Inq 2.424-QO).

    OBS 4: aplicação da Lei 9.296/96 em sistemas de informática e telemática.

    OBS 3: crimes punidos com detenção: o STF (HC 83.515/RS)

    entende que as provas são admissíveis, desde que haja conexão

    com o delito que originou a interceptação;

  • Interrupção ou perturbação de

    serviço telegráfico, telefônico,

    informático, telemático ou de

    informação de utilidade pública, é

    crime?

    1

  • CÓDIGO PENAL

    Interrupção ou perturbação de serviço telegráfico, telefônico, informático,

    telemático ou de informação de utilidade pública

    Art. 266 - Interromper ou perturbar serviço telegráfico,

    radiotelegráfico ou telefônico, impedir ou dificultar-lhe o

    restabelecimento:

    Pena - detenção, de um a três anos, e multa.

    § 1o Incorre na mesma pena quem interrompe serviço telemático ou de

    informação de utilidade pública, ou impede ou dificulta-lhe o

    restabelecimento.

    § 2o Aplicam-se as penas em dobro se o crime é cometido por ocasião

    de calamidade pública.

  • Novos

    entendimentos do

    STF

  • É inconstitucional Resolução do CNJ que proíbe o juiz de

    prorrogar a interceptação telefônica durante o plantão judiciário

    ou durante o recesso do fim de ano

    A Resolução 59/2008 do CNJ disciplina e uniformiza o

    procedimento de interceptação de comunicações telefônicas e

    de sistemas de informática e telemática nos órgãos

    jurisdicionais do Poder Judiciário.

    Foi proposta uma ADI contra esse ato normativo. O STF

    decidiu que essa Resolução é constitucional, com exceção do §

    1º do art. 13, que prevê o seguinte: “§ 1º Não será admitido

    pedido de prorrogação de prazo de medida cautelar de

    interceptação de comunicação telefônica, telemática ou de

    informática durante o plantão

  • judiciário, ressalvada a hipótese de risco iminente e grave à

    integridade ou à vida de terceiros, bem como durante o Plantão

    de Recesso previsto artigo 62 da Lei nº 5.010/66”. Em relação

    ao § 1º do art. 13 da Resolução 59/2008, o CNJ extrapolou sua

    competência normativa, adentrando em seara que lhe é

    imprópria. Essa previsão violou: a) a competência dos Estados

    para editar suas leis de organização judiciária (art. 125, § 1º, da

    CF/88); b) a competência legislativa na União para a edição de

    normas processuais (art. 22, I); c) a norma constante do art. 5º,

    XXXV, da CF, no que respeita à inafastabilidade da jurisdição.

    STF. Plenário. ADI 4145/DF, Rel. Min. Edson Fachin, red. p/ o

    ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 26/4/2018 (Info 899).

  • Constitucionalidade da Resolução 36/2009-CNMP

    É constitucional a Resolução 36/2009 do CNMP, que

    dispõe sobre o pedido e a utilização de interceptações

    telefônicas, no âmbito do Ministério Público, nos termos da Lei

    nº 9.296/96. A norma foi editada no exercício das atribuições

    previstas diretamente no art. 130-A, § 2º, I e II, da CF/88. A

    Resolução apenas regulamentou questões administrativas e

    disciplinares relacionadas ao procedimento de interceptação

    telefônica, sem adentrar em matéria de direito penal, processual

    ou relativa a nulidades. Não foram criados novos “requisitos

    formais de validade” das interceptações.

  • Tanto isso é verdade que a inobservância dos preceitos

    contidos na resolução não constitui causa de nulidade, mas sim

    motivo para a instauração de procedimento administrativo

    disciplinar contra o agente público infrator, pois consistem em

    regras ligadas aos deveres funcionais de sigilo na atuação

    ministerial. A independência funcional do MP foi preservada. A

    resolução não impõe uma linha de atuação ministerial, apenas

    promove a padronização formal mínima dos ritos adotados nos

    procedimentos relacionados a interceptações telefônicas, em

    consonância com as regras previstas na Lei nº 9.296/96.

    STF. Plenário. ADI 4263/DF, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado

    em 25/4/2018 (Info 899).

  • EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO

    Situação hipotética: Durante uma inundação, Abel interrompeu

    dolosamente o serviço telefônico da região. Assertiva: Nessa

    situação, Abel responderá por crime previsto na Lei de

    Interceptação Telefônica, com a circunstância agravante de tê-lo

    praticado durante calamidade pública.

    2

  • Embora a CF estabeleça a inviolabilidade

    do sigilo das comunicações telefônicas, o

    juiz poderá, de ofício, determinar a

    interceptação de comunicação telefônica

    na investigação criminal e na instrução

    processual penal?

    Banca: CESPE Órgão: TJ-DFT

    1

  • Art. 3°da Lei 9.296/96

    A interceptação das comunicações telefônicas poderá ser

    determinada pelo juiz, de ofício ou a requerimento:

    I - da autoridade policial, na investigação criminal;

    II - do representante do Ministério Público, na investigação

    criminal e na instrução processual penal.

  • CPP, Art. 155. O juiz formará sua convicção pela livre

    apreciação da prova produzida em contraditório

    judicial, não podendo fundamentar sua decisão

    exclusivamente nos elementos informativos colhidos

    na investigação, ressalvadas as provas cautelares,

    não repetíveis e antecipadas.

  • Provas cautelares Provas não repetíveis Provas antecipadas

    .

    Contraditório diferido

    Existe risco de

    perecimento em razão da

    demora, ou seja, é aquela

    que tende a desaparecer

    se não for produzida desde

    logo.

    Exemplo: quebra de sigilo

    de dados, interceptação

    telefônica.

    Regra: precisam de

    autorização judicial

    Contraditório diferido

    Foi produzida na fase de

    inquérito e que não pode

    ser reproduzida em juízo

    em virtude

    de desaparecimento da

    fonte probatória.

    Exemplo: perícia em crime

    de estupro

    Sem autorização judicial

    Contraditório real

    São produzidas com

    observância do

    contraditório, perante o

    juiz, antes do momento

    processual adequado

    Exemplo: artigo 225 do

    CPP - testemunha

    enferma ou velhice

    suspeita de, com a

    instrução, não mais exista.

    Feitas perante o juiz.

  • Captação da comunicação telefônica por um terceiro, com o

    conhecimento de um dos comunicadores e desconhecimento do

    outro;

  • * A escuta e a gravação telefônicas, por não constituírem

    interceptação telefônica em sentido estrito, não estão

    sujeitas à Lei 9.296/1996, podendo ser utilizadas, a depender

    do caso concreto, como prova no processo.” (STJ, HC

    161.053-SP, Rel. Min. Jorge Mussi, Quinta Turma – j.

    27.11.2012

  • GRAVAÇÃO CLANDESTINA

    Regra: Prova Ilícita (viola intimidade e vida privada)

    Exceções:

    2) STF: investida criminosa

    daquele que desconhece que

    a gravação está sendo feita.

    (STF,HC 75.338/RJ, Rel. Min.

    Nelson Jobim, j. 11.03.98, DJ

    de 25.09.98.)

    1) Doutrina: justa causa

    para salvaguardar

    direitos fundamentais.

    (Nestor Távora, Curso de

    Direito Processual Penal,

    10ª edição, pg 736)

    1ª CORRENTE

  • GRAVAÇÃO CLANDESTINA

    Regra:

    Prova Lícita

    Exceções

    2) Direito de reserva 1) Proteção de segredo

    2ª CORRENTE

    Justificativa: conversas privadas podem

    ser reproduzidas em juízo.

    Impedir acesso a privacidade

    individual.

    Impedir a divulgação de

    notícias sobre a vida privada

    Gera maior autenticidade nas declarações

    em juízo.

    Ex: conversa com advogado

  • 2

    Jurisprudência do STF

    É possível a gravação telefônica por um dos interlocutores sem

    a autorização judicial, caso haja investida criminosa daquele que

    desconhece que a gravação está sendo feita. De acordo com o

    STF, é “inconsistente e fere o senso comum falar-se em violação

    do direito à privacidade quando interlocutor grava diálogo com

    sequestradores, estelionatários ou qualquer tipo de chantagista”.

    Nesse caso, percebe-se que a gravação clandestina foi feita em

    legítima defesa, sendo, portanto, legítima.

    STF,HC 75.338/RJ, Rel. Min. Nelson Jobim, j. 11.03.98, DJ de

    25.09.98.

  • 2

    CP, art. 160 - Exigir ou receber, como

    garantia de dívida, abusando da

    situação de alguém, documento que

    pode dar causa a procedimento

    criminal contra a vítima ou contra

    terceiro:

    Pena - reclusão, de um a três anos, e

    multa.

    EXEMPLO DE GRAVAÇÃO CLANDESTINA

    Código Penal

    Fraude no pagamento por

    meio de cheque

    Código Penal

    Extorsão indireta

    CP, art. 171, VI - emite

    cheque, sem suficiente

    provisão de fundos em poder

    do sacado, ou lhe frustra o

    pagamento.

  • Obrigar o suspeito a colocar seu celular em “viva voz” no

    momento de uma ligação é considerado prova ilícita, assim

    como as que derivarem dela

    Sem consentimento do réu ou prévia autorização judicial, é

    ilícita a prova, colhida de forma coercitiva pela polícia, de

    conversa travada pelo investigado com terceira pessoa em

    telefone celular, por meio do recurso "viva-voz", que conduziu ao

    flagrante do crime de tráfico ilícito de entorpecentes.

    STJ. 5ª Turma. REsp 1.630.097-RJ, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik,

    julgado em 18/4/2017 (Info 603)

  • Papel do Poder Judiciário no acordo de colaboração premiada

    A colaboração é um meio de obtenção de prova cuja iniciativa não

    se submete à reserva de jurisdição (não exige autorização judicial),

    diferentemente do que ocorre nas interceptações telefônicas ou na

    quebra de sigilo bancário ou fiscal.

    Nesse sentido, as tratativas e a celebração da avença são

    mantidas exclusivamente entre o Ministério Público e o pretenso

    colaborador.

    O Poder Judiciário é convocado ao final dos atos negociais apenas

    para aferir os requisitos legais de existência e validade, com a

    indispensável homologação.

    STF. Plenário. Pet 7074/DF, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 21, 22,

    28 e 29/6/2017 (Info 870)

  • EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO

    Situação hipotética: Um servidor público federal ofereceu

    representação ao Ministério Público contra o presidente de uma

    grande empresa que lhe havia oferecido quantia indevida, a fim

    de obter favorecimento em um processo administrativo. O servidor

    apresentou como prova uma conversa telefônica por ele gravada.

    Assertiva: Nessa situação, em que pese a inexistência de

    autorização judicial, tal prova será considerada lícita.

    2

  • EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO

    “Técio gravou a conversa que teve com Tício e informou esse fato

    ao seu amigo Mévio, advogado com profundos conhecimentos na

    área do direito constitucional, especialmente em matéria de

    liberdades fundamentais. Na ocasião, Técio questionou Mévio

    sobre a juridicidade do seu comportamento.”

    2 1

  • Assinale, dentre as alternativas a seguir, a única, apresentada por

    Mévio, que se mostra harmônica com a ordem constitucional e a

    interpretação sedimentada no âmbito do Supremo Tribunal

    Federal.

    a) Técio poderia ter gravado a conversa que teve com Tício para

    utilizá-la como prova de defesa ou em decorrência de investida

    criminosa.

    2 1

  • b) Técio jamais poderia ter gravado a conversa sem o

    conhecimento de Tício, sob pena de flagrante afronta à intimidade

    deste último.

    c) Técio somente poderia gravar a conversa que teve com Tício,

    qualquer que fosse o seu teor, se estivesse autorizado por este

    último ou munido de autorização judicial.

    d) Apesar de Tício ter conversado voluntariamente com Técio,

    este último só poderia gravar a conversa, restrigindo a intimidade

    daquele, caso a lei o autorizasse expressamente.

    2 1

  • 2

    GRAVAÇÃO CLANDESTINA

    Regra: Prova Ilícita (viola intimidade e vida privada)

    Exceções:

    2) STF: investida criminosa

    daquele que desconhece que

    a gravação está sendo feita.

    (STF,HC 75.338/RJ, Rel. Min.

    Nelson Jobim, j. 11.03.98, DJ

    de 25.09.98.)

    1) Doutrina: justa causa

    para salvaguardar

    direitos fundamentais.

    (Nestor Távora, Curso de

    Direito Processual Penal,

    10ª edição, pg 736)

  • 2

    Jurisprudência do STF

    É possível a gravação telefônica por um dos interlocutores sem a

    autorização judicial, caso haja investida criminosa daquele que

    desconhece que a gravação está sendo feita. De acordo com o

    STF, é “inconsistente e fere o senso comum falar-se em violação

    do direito à privacidade quando interlocutor grava diálogo com

    sequestradores, estelionatários ou qualquer tipo de chantagista”.

    Nesse caso, percebe-se que a gravação clandestina foi feita em

    legítima defesa, sendo, portanto, legítima.

    STF,HC 75.338/RJ, Rel. Min. Nelson Jobim, j. 11.03.98, DJ de

    25.09.98.

  • 2

  • 1

    EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO

    É considerada prova lícita a gravação ambiental

    clandestina realizada pela própria vítima do estelionato

    com o seu advogado.

  • EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO

    À luz dos princípios fundamentais de direito constitucional positivo

    brasileiro, julgue o item a seguir.

    Interceptações telefônicas — comumente chamadas de grampos

    — e gravações ambientais realizadas por autoridade policial, sem

    autorização judicial, ainda que em situações emergenciais,

    constituem violações aos princípios estruturantes do estado

    democrático de direito e da dignidade da pessoa humana.

    1