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Direitos Políticos – Resumo A Política relaciona-se a tudo o que diz respeito à vida coletiva, sendo indissociável da vida humana, da cultura, da moral, da religião. Direito Político é o ramo do Direito Público cujo objeto são os princípios e as normas que regulam a organização e o funcionamento do Estado e do governo, disciplinando o exercício e o acesso ao poder estatal. Denominam-se Direitos Políticos ou cívicos as prerrogativas e os deveres inerentes à cidadania. Englobam o direito de participar direta ou indiretamente do governo, da organização do funcionamento do Estado. Conforme Ferreira, os Direitos Políticos “são aquelas prerrogativas que permitem ao cidadão participar na formação e comando do governo”. Os Direitos Políticos disciplinam as diversas manifestações da soberania popular, a qual se concretiza pelo Sufrágio Universal, pelo voto direto e secreto, pelo plebiscito, referendo e iniciativa popular. É pelos Direitos Políticos que as pessoas intervêm r participam no governo. Tais Direitos são conferidos somente aos nacionais que preencham determinados requisitos expressos pela Constituição, ou seja, ao Povo. Chama-se Cidadão a pessoa detentora de Direitos Políticos, podendo, pois participar do processo governamental, elegendo ou sendo eleito para cargos públicos. Cidadania e Nacionalidade são conceitos que não podem ser confundidos. O individuo pode ser brasileiro (nacionalidade) e nem por isso será Cidadão (Cidadania), haja vista não poder votar, nem ser votado (Ex. Criança, Pessoa absolutamente Incapaz). Na CF 88 reza; “Dos Direitos e Garantias Fundamentais” abrangendo 4 esferas de Direitos Fundamentais....Direitos Políticos (Art. 14 a 17), então é de se concluir que os Direitos Políticos situam-se entre os Direitos Fundamentais. O TST em 2007 revelou que 503.002 brasileiros estavam privados de Direitos Políticos na ocasião. A maior parte deles (376.949) por força de condenação criminal.

Direitos Políticos

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Direitos Políticos – Resumo

A Política relaciona-se a tudo o que diz respeito à vida coletiva, sendo indissociável da vida humana, da cultura, da moral, da religião.

Direito Político é o ramo do Direito Público cujo objeto são os princípios e as normas que regulam a organização e o funcionamento do Estado e do governo, disciplinando o exercício e o acesso ao poder estatal.

Denominam-se Direitos Políticos ou cívicos as prerrogativas e os deveres inerentes à cidadania. Englobam o direito de participar direta ou indiretamente do governo, da organização do funcionamento do Estado.

Conforme Ferreira, os Direitos Políticos “são aquelas prerrogativas que permitem ao cidadão participar na formação e comando do governo”.

Os Direitos Políticos disciplinam as diversas manifestações da soberania popular, a qual se concretiza pelo Sufrágio Universal, pelo voto direto e secreto, pelo plebiscito, referendo e iniciativa popular.

É pelos Direitos Políticos que as pessoas intervêm r participam no governo. Tais Direitos são conferidos somente aos nacionais que preencham determinados requisitos expressos pela Constituição, ou seja, ao Povo.

Chama-se Cidadão a pessoa detentora de Direitos Políticos, podendo, pois participar do processo governamental, elegendo ou sendo eleito para cargos públicos.

Cidadania e Nacionalidade são conceitos que não podem ser confundidos. O individuo pode ser brasileiro (nacionalidade) e nem por isso será Cidadão (Cidadania), haja vista não poder votar, nem ser votado (Ex. Criança, Pessoa absolutamente Incapaz).

Na CF 88 reza; “Dos Direitos e Garantias Fundamentais” abrangendo 4 esferas de Direitos Fundamentais....Direitos Políticos (Art. 14 a 17), então é de se concluir que os Direitos Políticos situam-se entre os Direitos Fundamentais.

O TST em 2007 revelou que 503.002 brasileiros estavam privados de Direitos Políticos na ocasião. A maior parte deles (376.949) por força de condenação criminal.

A cassação de Direitos Políticos foi expediente largamente empregado pelo governo militar para afastar opositores do regime. O Ato Institucional nº1 de 09/04/1964 autorizava a cassação de mandatos legislativos.

A perda ou a suspensão de Direitos Políticos acarretam várias conseqüências jurídicas, como o cancelamento do alistamento e a exclusão do corpo de eleitores, o cancelamento da filiação partidária, a perda de cargo ou função pública, a impossibilidade de se ajuizar ação popular, o impedimento para votar e para exercer a iniciativa popular.

Nacionalidade é o vínculo que liga o individuo a determinado Estado. Pela Naturalização, o estrangeiro recebe do Estado concedente o status de nacional.

A aquisição de nacionalidade brasileira por estrangeiro rege pelo art. 12, II, da CF pelo qual são brasileiros naturalizados: os que na forma da lei.... E os Estrangeiros residentes no Brasil há mais de 15 anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeira a nacionalidade brasileira.

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A regulamentação deste dispositivo encontra-se na lei 6.815/80 no artigo 111. O ato administrativo que confere ao estrangeiro status de nacional é de competência do poder executivo, nomeadamente do Ministério da Justiça.

São privativos de brasileiro nato os cargos de Presidente e Vice da Republica; de Presidente da Câmara dos Deputados; de Presidente do Senado Federal; de Ministro do STF; de Carreira Diplomática; de Oficial das Forças Armadas; de Ministro de Estado da Defesa.

O cancelamento de naturalização traduz o rompimento do vinculo jurídico entre o individuo e o Estado. O art. 12, inc. I da CF determina a perda da nacionalidade do brasileiro que tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de atividade nociva ao interesse nacional. Por conseqüência, reassume o “status “ de Estrangeiro. E da Justiça Federal a competência para as causas referentes a nacionalidade e a naturalização – Art. 109 da CF.

Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro nato que adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos: de reconhecimento de nacionalidade originária e de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em Estado Estrangeiro.......

A Incapacidade absoluta (art. 3 do CC) implica a vedação do individuo ao exercício dos atos da vida civil. O incapaz atua por meio dos seus representantes legais, que realizam atos por ele. Não basta ter a enfermidade, pois a lei exige ainda que ela NÃO tenha o necessário discernimento para a prática dos atos vida civil.

Ao ser decretada a interdição do Incapaz seus direitos políticos ficam suspensos. A sentença que declara a interdição produz efeitos desde logo embora sujeita recurso. Esta hipótese refere-se apenas a suspensão dos direitos políticos e não perda, pois se o individuo recobra a capacidade de exercício, tais direitos são restabelecidos. (CF art. 81). O juiz que decretar a interdição deverá comunicar o fato ao Juiz Eleitoral, para que seja este retirado do rol de eleitores.

A condenação criminal transitada em julgado determina a suspensão de direitos políticos enquanto perdurarem seus efeitos.

Para deputados Estaduais, Federais e Senadores, “ a perda de mandato eletivo será decidida pela Câmara dos Deputados ou Senado Federal, por maioria absoluta, mediante provocação da mesa ou de partido político representado no congresso nacional, assegurada a ampla defesa”.

Esta votação é aberta conforme Emenda Constitucional 76/2013, e é mera declaração e publicação do ato de perda do mandato, não é uma decisão. Isto porque a condenação criminal provoca a suspensão dos Direitos Políticos.

Não há discricionariedade (Liberdade) do Poder Legislativo para decidir se declara ou não a perda do mandato do parlamentar que se encontra com os Direitos Políticos suspensos, pois se trata de ato vinculado, só se limitando a declaração e publicação do respectivo ato. (Conforme escrito na Xerox do livro).

Todavia conforme decisão recente do STF compete à mesa legislativa decidir sobre eventual perda de mandato parlamentar (no caso de senador) por força do art. 55, inc. VI, da CF, por não decorrer o efeito desta perda direta e automaticamente do ato jurisdicional. Esta foi a interpretação.

Não importa a natureza da pena aplicada, em qualquer caso ficarão suspensos os Direitos Políticos. Quando houver sentença penal absolutória imprópria, a despeito da absolvição, há a aplicação de medida de segurança, o qual ostenta natureza condenatória. Por isso nessa hipótese haverá suspensão de direitos políticos.

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Recusa de cumprir obrigação Imposta

O art. 15, inc. IV da CF prevê a suspensão de direitos políticos ao se recusar a “cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa nos termos do art., 5, inc. VIII. Como exercício da função de jurado e prestação de serviço militar, conforme o CPP art. 436 que dispõe obrigatório o serviço de júri para os cidadãos maiores de 18 anos de notória idoneidade.

A recusa acarreta multa entre 1 a 10 Salários mínimos. Somente a recusa afundada em motivos religiosos, filosóficos ou políticos o cidadão poderá ter o dever de prestação de serviço alternativo, sob pena de suspensão de Direitos Políticos.

O alistamento eleitoral é obrigatório para os maiores de 18 anos, sendo facultativo para os maiores de 16 e menores de 18 anos.. Nesse caso a suspensão dos Direitos Políticos só cessará com o cumprimento, a qualquer tempo, das obrigações devidas (lei 8239/91, art. 4, § 2.)

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