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O BANCÁRIOO único jornal diário dos movimentos sociais no país

FINAL DO FUTSALSÁBADO, ÀS 9h, NO GINÁSIO

Edição Diária 7216 | Salvador, terça-feira, 23.05.2017 Presidente Augusto Vasconcelos

DIRETAS JÁ

Bancos deixam cidadãos com os bolsos vazios

Forró dos Bancários acontece no dia 10

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Diante do agravamento da crise política no país, somente as eleições diretas podem salvar a democracia brasileira, fragilizada e abatida pelo golpe. Como a saída de Temer parece ser inevitável, o novo presidente tem de ser escolhido pela população. A voz das ruas precisa ser escutada. Afinal, todo poder emana do povo, como diz a Constituição. Página 3

A saída é pelas urnasManoel porto

O pedido é unânime. Temer fora da presidência. O governo ilegítimo chegou ao limite. Eleições diretas, já

o bancário• www.bancariosbahia.org.br Salvador, terça-feira, 23.05.20172 SISTEMA FINANCEIRO

Grande parte do dinheiro vai para quitação de modalidades de créditoAnA bEATriz lEAl imprensa@bancariosbahia.org.br

dado galderi - bloomberg newS

Fundado em 30 de outubro de 1939. Edição diária desde 1º de dezembro de 1989 Fundado em 4 de fevereiro de 1933

O BANCÁRIO

Bancos engolem renda do cidadão

informativo do Sindicato dos bancários da bahia. Editado e publicado sob a responsabilidade da diretoria da entidade - Presidente: Augusto Vasconcelos. Diretor de imprensa e Comunicação: Adelmo Andrade.Endereço: Avenida Sete de Setembro, 1.001, Mercês, Centro, Salvador-bahia. CEP: 40.060-000 - Fone: (71) 3329-2333 - Fax: 3329-2309 - www.bancariosbahia.org.br - imprensa@bancariosbahia.org.brJornalista responsável: rogaciano Medeiros - reg. MTE 879 DrT-bA. Chefe de reportagem: rose lima - reg. MTE 4645 DrT-bA. repórteres: Ana beatriz leal - reg. MTE 4590 DrT-bA e rafael barreto. Estagiária em jornalismo: Bárbara Aguiar e George Diniz. Projeto gráfico: Márcio Lima. Diagramação: André Pitombo. Impressão: Muttigraf. Tiragem: 10 mil exemplares. Os textos assinados são de inteira responsabilidade dos autores.

TEMAS & DEBATES

O voto é vitalrogaciano Medeiros *

Muito se especula sobre as condições que levaram os homens da mortadela a delatarem antigos cúmpli-ces. Os vícios se repetiram. A Globo teve o privilégio do “furo jornalístico”, a seletividade que sempre ca-racterizou a Lava Jato não se alterou, pois Aécio Ne-ves não foi preso, apesar de flagrado com agravantes bem piores do que Delcídio do Amaral, e os delatores, protagonistas de um gravíssimo crime de corrupção no seio da República, foram liberados. Os irmãos Jo-esley e Wesley Batista, donos da JBS, estão nos Esta-dos Unidos, onde mantêm lucrativos negócios. Tudo com a chancela do Supremo Tribunal Federal.

Os fatos apontam para uma nova fase do golpe. Temer esgotou, exauriu. A elevada e irreversível re-jeição do presidente ameaça a aprovação das refor-mas neoliberais, meta primordial do grande capital. Tem mais, como o Fora Temer é hoje a única bandeira que unifica todo o Brasil, mantê-lo é um grande ris-co, pois fortalece o movimento das forças democráti-cas e populares, de levante das massas para derrotar o golpismo e o neoliberalismo. Só resta a queima de arquivo. Ele sai por bem ou por mal. Como dizem os alemães, “o que não vai com beijo, vai com dentada”.

As elites ultraconservadoras, que ano passado não hesitaram em recorrer à ruptura institucional, ao aprovarem um impeachment sem a certeza do cri-me de responsabilidade, agora defendem o “respeito” à Constituição e querem eleição indireta na substi-tuição de Temer. De novo, zombam da inteligência nacional, debocham com a nação, desprezam a im-previsibilidade do processo político, sociológico e histórico. Se acham as predestinadas, donas do Bra-sil. É a soberba.

Acontece que a crise política no país atingiu um nível que não comporta mais arranjos por cima. As decisões sobre o futuro da nação não podem se limi-tar às elites. O conjunto da sociedade precisa e tem o direito de participar. A legalidade, pura e simples, é insuficiente neste momento. A própria ascensão de Temer se baseou nas normas vigentes e só fez agra-var a situação. Eleição indireta neste momento não resolve nada. A depender do resultado, pode inclu-sive maximizar as tensões e provocar uma anarquia institucional que não interessa a ninguém. Nem aos salários, nem aos negócios.

O modelo de presidencialismo de coalizão, prati-cado no Brasil, sugere um grande entendimento na-cional entre as forças interessadas na preservação da democracia, a fim, inclusive, de isolar posições ex-tremistas. A realidade requer um novo pacto, e nada melhor para repactuar do que eleições livres e diretas, para o Executivo e o Legislativo. O entendimento é o elo indispensável de ligação entre o legal e o político.

É imperativo, para debelar a crise, que o povo bra-sileiro escolha, livremente, o melhor caminho a se-guir. Somente um novo governo, aprovado nas urnas, terá poderes e legitimidade para restabelecer a nor-malidade política e retomar o desenvolvimento eco-nômico. É a única alternativa para evitar o despotis-mo. Na democracia, principalmente nos momentos de turbulências, o voto é vital.

*rogaciano Medeiros é jornalistaTexto com, no máximo, 1.900 caracteres

COM a crise econômica e a falta de dinheiro, muita gente recorre aos ban-cos, que não poupam esforços na hora de elevar os juros. Segundo pesquisa da Serasa Experian, mais da metade da renda de 27% da população mais pobre, com ganhos até R$ 2 mil, é en-golida pelas organizações financeiras.

A população mais carente utiliza os recursos para pagar cartão de crédito, empréstimo consignado, empréstimo

pessoal, financiamento de automóvel, financiamento imobiliário e cheque especial. Modalidades caras.

Sem regulamentação do sistema fi-nanceiro, as empresas cobram o que querem no Brasil. De acordo com o Banco Central, os juros do rotativo do cartão de crédito tiveram variação de 219,29% ao ano (Caixa) a 734,40% a.a. (Bradesco), entre 25 de abril a 5 de maio deste ano. Diferença grande. No Banco do Brasil, o índice foi de 273,97, no Itaú, de 452,77% e no San-tander, 607,22%.

O cheque especial também é bem salgado. A taxa ficou em 437,15% ao ano no Santander; 325,22% no Itaú; 311,87% no Bradesco; na Caixa, 303.02% e no BB, 296,22%.

bancárias pela democraciaA REJEIçãO das reformas previden-ciária e trabalhista e a necessidade de Diretas Já foram predominantes no 2º

Encontro das Bancárias da Bahia e Ser-gipe, em Conceição de Almeida, que aconteceu no fim de semana. A partici-pação foi intensa. Ao todo, 132 bancá-rias e 36 bancários de diversas cidades.

Além da luta pela democracia, o Encontro das Bancárias reforçou a im-portância de se assegurar a igualdade de gênero, tanto nos salários quanto nas oportunidades, e o fim do assédio moral e a violência contra as mulheres, especialmente no ambiente ocupacio-nal. Bons debates para a adesão à luta.

bancos comprometem

boa parte do orçamento do

brasileiro. Com tanta dívida para pagar, quase não

sobra dinheiro para cobrir as necessidades

básicas

Encontro contou com debates de alto nível

o bancáriowww.bancariosbahia.org.br • Salvador, terça-feira, 23.05.2017 3DIRETAS JÁ

Passeata sai do Campo Grande, a partir das 15hrOSE liMA imprensa@bancariosbahia.org.br

paulo pinto

amanhã é dia de parar o país

O BRASIL deve parar amanhã, quando os brasileiros realizam manifestações em todo o país. Na data, uma grande mobilização acontece em Brasília, com ocupa-ção das ruas e protestos em frente ao Congresso Nacional.

O ato, convocado antes do es-cândalo envolvendo Temer e os irmãos Joesley e Wesley Batista, ganhou mais adesão depois que gravações revelam a cumplici-dade do presidente com atos ilí-

citos dos donos da Friboi, inclu-sive com a compra de juízes e procuradores.

A população agora exige a sa-ída de Temer e a convocação de eleições diretas, para retomar a democracia. As manifestações vão além da capital federal. Em Salvador, acontece uma passea-ta, com saída do Campo Gran-de, às 15h. A presença dos tra-balhadores é fundamental.

“O Brasil está mergulhado em uma profunda crise política, econômica e moral. A única sa-ída que interessa ao povo e pode pacificar o país é a convocação imediata de eleições diretas e a retirada das contrarreformas da pauta”, ressalta o presidente da CTB, Adilson Araújo.

OAB quer impeachment de Michel Temer O CONSELhO Federal da OAB (Ordem dos Advogados do Bra-sil) vai entrar com o pedido de impeachment do presidente Mi-chel Temer. A decisão tomada no fim de semana, por ampla maioria (25 votos a favor dos 27 possíveis), evidencia o atual

cenário político. Temer não tem como continuar à frente do go-verno federal.

A pressão vem de t odos os la-dos, dos trabalhadores e até das elites, e reforça os dolos come-tidos por Temer. Primeiro foi cúmplice na propina paga pelo

silêncio do ex-deputado Edu-ardo Cunha. Também apoiou a “compra” de dois juízes, e um procurador da República em gravações feitas pelos donos da JBS, Joesley e Wesley Batista.

O pedido deve ser protocolado nesta semana na Câmara Federal.

Presidente pego na mentiraTEMER mente ao jornal Folha de São Paulo e diz que o motivo de ter recebido o empresário Jo-esley Batista, dono da Friboi, na noite de 7 de março deste ano, foi a Operação Carne Fraca. No entanto, a operação citada só foi deflagrada em 17 de março.

O golpista não conseguiu

mentir por muito tempo. Logo após a entrevista, a assessoria da Presidência da República emitiu nota corrigindo a falha, sugerindo que Temer se enga-nou. Não há mais condições de se manter no cargo. A resistên-cia de Temer afunda o país em um mar de incertezas.

Sindicato na Justiça contra o bbO SINDICATO dos Bancários da Bahia ajuizou uma ação coletiva que busca a declaração de que a função de Assessor UT (Uni-dade Tática) no Banco do Bra-sil não é de confiança, logo, os funcionários deveriam cumprir jornada de 6 horas.

Em função do descumpri-mento, a entidade também quer que o BB seja condenado a pa-gar as 7ª e 8ª horas como horas extras. A maioria dos trabalha-dores está lotada na Superinten-dência Regional, localizada no prédio Cidade Alta, Salvador.

PericulosidadeAtento às condições de tra-

balho dos bancários, o Sindi-cato ingressou com ação cole-tiva postulando o pagamento de adicional de periculosidade para todos os funcionários do BB, lotados nos prédios Cidade Alta e no Comércio. Nos locais, há armazenamento de combus-tíveis no subsolo para alimentar os geradores de energia.

Caixa tira comissão A CAIxA continua com os absurdos contra os emprega-dos. Na nova versão do nor-mativo RH 184, além de des-comissionar os bancários em férias e até em licença-saúde, o banco está autorizando a prática para as bancárias em licença-maternidade.

Questionada por sindica-tos de todo o país, a empresa afirma que o novo normativo permite o desrespeito. A CEE (Comissão Executiva Empre-gados) se reúne com o banco na quinta-feira, para reparar este e outros desgastes com o corpo funcional.

Temer perdeu as condições de governabilidade. Saída é questão de tempo

Cada vez mais isolado e encurralado, Temer mente à mídia. Filme queimado

o bancário• www.bancariosbahia.org.br Salvador, terça-feira, 23.05.20174

SAQUE

FORRÓ DOS BANCÁRIOS

A festa acontece no Alto do Andu e conta com quatro atraçõesFAbiAnA PAChECO imprensa@bancariosbahia.org.br

a melhor prévia do São João DESMORALIZADO Sinceramente, não há como aceitar

que um Congresso Nacional cuja grande maioria é acusada dos mais diversos crimes, e que o próprio Eduardo Cunha afirmou ter comprado com propinas mais de 250 parla-mentares, tenha condições morais e éticas para eleger um novo presidente da República. É trocar seis por meia dúzia e, quem sabe, jogar ainda mais lenha na fogueira da crise política. Chega de aventura.

COMPLETO A rigor, o melhor caminho para facilitar ainda mais a superação da grave crise política e econômica que o Brasil foi empurrado pelas elites obtusas e despóticas, é eleger, por eleições livres e diretas, não apenas um novo presidente para a República, mas também um novo Con-gresso Nacional. O Parlamento está podre. O Brasil necessi-ta de renovação urgente, no Executivo e no Legislativo.

CRITÉRIO A sociedade brasileira tem o direito de saber em que critério se baseou a força tarefa da Lava Jato, em par-ticular o ministro Edson Fachin, do STF, para ter liberado os irmãos Joesley e Wesley Batista, donos da JBS, e prendido outros empresários, como Marcelo Odebrecht e Léo Pinhei-ro, da OAS. Os crimes são os mesmos. Sem essa de alegar que foi para preservar a segurança dos homens da mortade-la. É desrespeitar a inteligência nacional.

DÍVIDA O ex-senador Delcídio do Amaral, flagrado em obstrução da Justiça, sofreu rito sumário. Foi preso e em poucos dias perdeu o mandato. Pois bem, Aécio Neves, além de obstrução da Justiça, foi desmascarado cobrando propina e até planejando assassinato. Mesmo assim, continua livre, soltinho. Dois pesos, duas medidas. A tal força tarefa da Lava Jato deve uma boa explicação ao Brasil.

CONFIANçA O flagrante em Temer e Aécio, ocorrido no final do mês passado, demonstra quanto os golpistas con-fiam na impunidade, baseada no controle que têm hoje das instituições. Mesmo com a Lava Jato fervendo, as negociatas público/privado continuavam soltas e devem continuar para alguns “iluminados”, protegidos pelo sistema antinacional que se apoderou do Brasil. Temer e Aécio são apenas vítimas de queima de arquivo. Tornaram-se inúteis.

OS BANCÁRIOS já podem mar-car na agenda. O melhor arrasta pé de Salvador tem data e pro-gramação definida. O Forró dos Bancários acontece no dia 10 de junho com várias novidades. Tudo de qualidade, para fazer a galera dançar a noite toda.

Neste ano, quatro atrações agitam os forrozeiros até o dia clarear. Sobem ao palco, a par-tir das 20h, Adelmário Coelho, Danniel Vieira, Xote de Anjo e X10. É para dançar arrasta pé até umas horas. Como toda boa festa de São João, as comidas e

bebidas típicas estão garantidas.Outra novidade é o espaço. A

festa acontece no Alto do Andu, na avenida Paralela. A estrutu-ra é de primeira qualidade, com diversos ambientes. Tem uma grande área coberta em frente ao palco, com 864 metros qua-drados. Área verde com 1.700 metros quadrados e ainda um setor com mesas para a gale-ra esticar as pernas entre uma atração e outra.

O local conta ainda com es-tacionamento. Mas, atenção. O espaço é privado e as vagas, pa-gas. O ideal mesmo é eleger o “motorista da rodada”, aquele colega que não bebe e pode dar uma carona providencial, e se preparar para curtir tranquilo. Quem preferir ainda pode ir de Uber ou táxi. A localização fa-cilita e é bem melhor.

Câmara suspende tramitação da reforma da PrevidênciaA INSTABILIDADE política criada com a gravação de Temer, pelo empresário Jo-esley Batista, dono da JBS, suspendeu as reformas em andamento nas casas legis-lativas. Após o Senado sus-pender a reforma trabalhis-ta, a Câmara Federal seguiu

mesmo caminho e trancou a PEC 287, que trata da refor-ma previdenciária.

A situação é crítica e in-certa, não é possível dar prosseguimento a debates, enquanto os fatos não se es-clarecerem e o ambiente polí-tico estiver mais propício.

Adelmário Coelho, Danniel Vieira, Xote de Anjo e X10 animam o arrasta pé

OCORRE hoje, às 14h, no Sin-dicato dos Bancários da Bahia, Mercês, audiência pública sobre o futuro da corrida de rua. O objetivo é discutir as políticas públicas relacionadas à modali-dade esportiva.

Estão em pauta questões rela-cionadas ao investimento, segu-

Corrida é tema de audiência pública no Sindicato, hoje

rança e infraestrutura. Durante a audiência será lan-

çada a 21ª Corrida dos Bancá-rios, marcada para 27 de agos-to, às 7h, com largada no Costa Azul e chegada na Magalhães Neto. São, ao todo, 8 km de cor-rida. O início das inscrições será divulgado em breve.

João ubaldo - arquivo