Diretrizes e Expectativas de Aprendizagem

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  • 8/17/2019 Diretrizes e Expectativas de Aprendizagem.

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    Capa | Edição 180 – Abril de 2012

    A busca pelo currículo

    Com as diretrizes curriculares já consolidadas,

    governo se prepara para discutir as (controversas)

    expectativas de aprendizagem ao longo de 2012 e

    ormatar um documento básico para o país

    Carmen Guerreiro

    Imaginemos uma sala de aula em um dos rincões do Brasil !m pro"essor reprodu# um

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    $rec%o de seu li&ro did'$ico na lousa Em seguida( ins$rui os alunos a copiarem o $rec%o(

    )ue( *un$amen$e com um paco$e de e+erc,cios( ser' cobrado em uma a&aliação "u$ura

    Em ou$ro can$o do pa,s( ou$ro educador es$uda as ma$ri#es do E+ame -acional do

    Ensino ./dio Enem e elabora um $rabal%o de lei$ura com sua classe baseado em

    compreensão e in$erpre$ação de um ar$igo de *ornal Em uma cidade sabese l' )uão

    dis$an$e( um es$udan$e se en&ol&e em um grupo "ora da escola para criar um aplica$i&o

     para $able$

    Esses $r3s casos %ipo$/$icos( por/m recorren$emen$e obser&ados )uan$o mais pr4+imo

    da primeira %is$4ria( mais comum( re$ra$am as $r3s "ormas de classi"icar a

    aprendi#agem de acordo com a concepção do an$rop4logo bri$5nico Gregor6 Ba$eson e

    a an'lise do soci4logo polon3s 76gmun$ Bauman A prim'ria / um n,&el b'sico "ocado

    na $ransmissão de con%ecimen$os espec,"icos aos alunos A segunda consis$e em

    "ornecer ins$rumen$os aos *o&ens para )ue eles possam aprender a aprender( não apenas

    den$ro da escola( mas em $odas as es"eras de suas &idas A aprendi#agem $erci'ria( mais

    comple+a( consis$iria em produ#ir um no&o con%ecimen$o a par$ir da %abilidade de

    aprender a aprender 9s &el%os padrões de desen&ol&imen$o e de es$udos do curr,culo

    são inade)uados para a no&a sociedade de riscos( ins$abilidades e r'pidas mudanças na

    )ual &i&emos( pois ainda es$ão presos : aprendi#agem prim'ria e prescri$i&a( conclui o

     bri$5nico I&or Goodson( pro"essor da !ni&ersidade de Brig%$on( )ue $amb/m es$uda o

    assun$o

    Em ou$ras pala&ras( no mundo $o$almen$e in$erligado pela $ecnologia e in$erne$( em )ue

    as $rans"ormações são cons$an$es( os *o&ens precisam de uma educação )ue ensine os

    con$e;dos consagrados ao longo dos s/culos( sim( mas $amb/m )ue proporcione

    "erramen$as para )ue eles não apenas aprendam a buscar no&os con%ecimen$os no

    mundo ao seu redor( mas produ#am saberes )ue a sociedade de %o*e ainda não con%ece(

    e )ue( por$an$o( não podem ser ensinados < nesse cen'rio )ue o .inis$/rio da Educação.EC se prepara( em 2012( para decidir( *un$o :s mais di&ersas es"eras da educação

     brasileira( )ue $ipo de curr,culo nacional )uer para o pa,s -esse deba$e( os $ipos de

    aprendi#agem descri$os por Ba$eson e analisados por Bauman e Goodson re"le$em as

    di&ersas discussões em $orno do no&o curr,culo b'sico= desde o n,&el de prescrição do

    documen$o brasileiro( passando pela )ues$ão da au$onomia docen$e( escolar e das redes(

    a$/ a "orma como as c%amadas compe$3ncias e %abilidades o aprender a aprender e o

    aprender para produ#ir( di$as as aprendi#agens secund'rias e $erci'rias serãoalin%adas ao con$e;do program'$ico

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    !m novo documento

    En$re de#embro de 200> e maio de 2011( o Consel%o -acional de Educação C-E

    elaborou as dire$ri#es curriculares a$uali#adas para $odas as e$apas da Educação B'sica(

    da educação in"an$il ao ensino m/dio Essas dire$ri#es( con"orme e+plica Cesar 

    Callegari( : "ren$e do C-E a$/ "e&ereiro e %o*e secre$'rio da Educação B'sica( são

    orien$ações gerais para )ue as escolas( redes e sis$emas de ensino elaborem os seus

    curr,culos leia $e+$o sobre as no&as dire$ri#es abai+o Conclu,das e %omologadas pelo

    .EC com o ob*e$i&o de a$uali#ar a ?ei de @ire$ri#es e Bases ?@B de 1>> e os

    ar5me$ros Curriculares -acionais C-s de 1>>( as no&as dire$ri#es serão

    complemen$adas com o )ue "oi denominado de e+pec$a$i&as de aprendi#agem( uma

    relação de con%ecimen$os )ue os *o&ens de&erão saber ap4s o encerramen$o de cada

    s/rie ou ciclo *un$o :s condições necess'rias para )ue essa aprendi#agem acon$eça

    Essas e+pec$a$i&as( )ue "oram aber$as para deba$e e consul$a p;blica no in,cio do ano a

     pre&isão / de )ue esse processo $ermine no "inal de 2012( são a$os norma$i&os )ue

    necessariamen$e de&erão ser obser&ados pelas escolas( redes e sis$emas de ensino na

    elaboração de seus curr,culos e pro*e$os pedag4gicos( e+plica Callegari Isso / algo

    in/di$o no Brasil( pois nen%um documen$o curricular no passado "oi compuls4rio a

    e+emplo dos C-s( )ue não eram obriga$4rios ao mesmo $empo )ue descre&eu com

    mais min;cia o )ue era esperado do aprendi#ado dos alunos como a ?@B( )ue / mais

    gen/rica

    A obriga$oriedade &em da preocupação do .EC de garan$ir )ue $odas as crianças e

     *o&ens $en%am os mesmos direi$os : aprendi#agem e ao desen&ol&imen$o ou se*a(

    $odos os alunos de&em "inali#ar cada ano de escolari#ação com con%ecimen$os b'sicos e

    comuns a $odos( em )ual)uer pon$o do pa,s 9 desa"io( no en$an$o( / c%egar a

    e+pec$a$i&as de aprendi#agem )ue cumpram esse ob*e$i&o sem "erir a di&ersidade e o

    con$e+$o regionais e a au$onomia de pro"essores( escolas e redes-ada de prescrições )ue su"o)uem o processo cria$i&o de pro"essores e alunos(

    $ampouco )ue ignorem a di&ersidade de condições em )ue a educação se reali#a no

    Brasil 9s percursos e recursos educa$i&os são necessariamen$e di&ersos( mas as

    crianças e *o&ens brasileiros $3m direi$os : aprendi#agem e ao desen&ol&imen$o iguais(

    independen$emen$e de sua condição social( a"irma o secre$'rio( salien$ando )ue de"inir 

    e+pec$a$i&as de aprendi#agem nacionais não signi"ica )ue $odos es$arão es$udando o

    mesmo con$e;do ao mesmo $empo( mas )ue e+is$em con$e;dos b'sicos )ue $odosde&em compar$il%ar Crianças e *o&ens não são ma)uinin%as a serem programadas( mas

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    eles $3m o direi$o de c%egar ao mesmo pon$o( de a$ingir os mesmos ob*e$i&os

    independen$emen$e de sua condição econDmica e social < impor$an$e "risar $amb/m

    )ue( segundo Callegari( não se ado$ar' um curr,culo m,nimo( ou ;nico( *us$amen$e

     para escapar dessa concepção de ensino engessado @e&emos c%amar de curr,culo

     b'sico( por)ue / para par$ir da)uele pon$o para mais igni"ica )ue $odas as crianças $3m

    de $er condições de lidar com esses con$e;dos( e não )ue e+is$e um m,nimo )ue elas

    de&em saber( de$al%a Cleu#a Fepul%o( presiden$e da !nião -acional dos @irigen$es

    .unicipais de Educação !ndime

    "iversos conceitos

    .as o )ue são( a"inal( e+pec$a$i&as de aprendi#agem Em $ermos 4b&ios( / o )ue se

    espera )ue $odos os alunos aprendam ao conclu,rem uma s/rie e um n,&el de ensino

    En)uan$o as dire$ri#es curriculares são mais amplas e gen/ricas( as e+pec$a$i&as c%egam

     para complemen$'las com recomendações e+pl,ci$as sobre con%ecimen$os )ue

     precisam ser abordados em cada disciplina( sem( no en$an$o( "a#er uma lis$agem de

    con$e;dos( compe$3ncias e %abilidades .aria do ilar ?acerda( )ue condu#ia a

    secre$aria de Educação B'sica a$/ "e&ereiro( de"iniu em um "4rum da !ndime )ue as

    e+pec$a$i&as são marcos desse percurso "orma$i&o em relação :s 'reas de con%ecimen$o

    apon$adas na ?@B como base comum nacional( e $amb/m esclarecem as condições

    concre$as para )ue as aprendi#agens esperadas possam acon$ecer Apesar das

    de"inições( ningu/m sabe di#er ao cer$o como as e+pec$a$i&as se con"igurarão na pr'$ica

    segundo os en$re&is$ados ou&idos pela repor$agem( essa discussão ser' reali#ada ao

    longo de 2012

    @e )ual)uer maneira( a pr4pria adoção do $ermo não / consensual @e um lado do

    deba$e( riscila Cru#( dire$ora e+ecu$i&a do Hodos pela Educação( di# )ue esse "oi o

    $ermo criado para de"inir os ob*e$i&os do curr,culo nacional )ue encon$rou menos

    resis$3ncia E+is$e um $ril%ão de $eorias sobre curr,culo( e como a pala&ra curr,culo /carregada de simbolismo e concei$os na educação( )uando começamos a "alar de

    e+pec$a$i&as de aprendi#agem uma par$e da resis$3ncia deu uma ali&iada( mas / a

    mesma coisa( coloca

    @e ou$ro lado( pes)uisadores da educação se incomodam com a con"usão de concei$os e

     pala&ras( mas en$endem o )ue signi"icam essas e+pec$a$i&as e respondem nega$i&amen$e

    a elas( alegando )ue acabam e+cluindo uma parcela dos *o&ens )ue não consegue

    a$ingilas Considero essas e+pec$a$i&as de aprendi#agem um re$rocesso -ão %'no&idade nelas( / uma no&a re$4rica dos ob*e$i&os dos curr,culos nacionais( na )ual são

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    descar$ados os $ermos da pes)uisa acad3mica( cri$ica @alila 9li&eira( pro"essora da

    Jaculdade de Educação da !ni&ersidade Jederal de .inas Gerais !J.G e presiden$e

    da Associação -acional de 4sGraduação e es)uisa em Educação Anped( en$idade

    en&ol&ida dire$amen$e na discussão das no&as dire$ri#es curriculares nacionais

    ara ela( de"inir prescri$i&amen$e o )ue cada aluno de&e saber em cada per,odo signi"ica

    )uerer )uan$i"icar algo )ue não pode ser mensurado ob*e$i&amen$e 9 problema / )ue

    nossos alunos mais caren$es e necessi$ados são a)ueles )ue $3m a maior di"iculdade para

    responder a essas e+pec$a$i&as( a"irma Ela acredi$a( ainda( )ue a in$enção das

    e+pec$a$i&as se*a nobre( na pr'$ica &ão acabar se $ornando ins$rumen$os de con$role para

    de$erminar )uem pode prosseguir nos es$udos e )uem não pode

    Eli#abe$% .acedo( pes)uisadora especiali#ada em curr,culo e pro"essora da

    !ni&ersidade do Es$ado do Fio de Kaneiro !er*( &ai al/m ara ela( as e+pec$a$i&as de

    aprendi#agem( como es$ão colocadas %o*e( es$ão es&a#iadas de sen$ido( por)ue não

    e+is$e um $rabal%o es$ru$urado para a$ingilas e por isso elas "icam como deuses no

    9limpo( ideali#adas( irreais e( por isso( inalcanç'&eis recisamos "a#er um $rabal%o

     para en$ender a)uilo )ue es$ou produ#indo em $ermos de resul$ado e &er como consigo

    $rabal%ar em cima desses resul$ados -ão adian$a $er e+pec$a$i&as )ue não condigam

    com esse processo Claro )ue )uando es$ou produ#indo a)uilo $en%o e+pec$a$i&as( mas

    não es$ão pos$as para serem a$ingidas( es$ão sendo negociadas o $empo $odo( analisa

    #ais diverg$ncias

    E como o $ermo e+pec$a$i&a de aprendi#agem se une aos concei$os igualmen$e

     pol3micos de compe$3ncias e %abilidades Em primeiro lugar( como esclareceu .aria

    do ilar( as e+pec$a$i&as não são uma lis$agem de con$e;dos( mas um grupo de

    orien$ações para au+iliar o plane*amen$o do pro"essor( )ue incluem $amb/m ma$eriais

    ade)uados( $empo de $rabal%o( condições necess'rias para coloc'lo na pr'$ica Apesar 

    de a e+pec$a$i&a não ser sinDnimo do con$e;do em si( ela e+plici$a o )ue se espera )ueos alunos aprendam( logo( eles podem aprender $an$o con$e;dos como compe$3ncias e

    %abilidades A )ues$ão / )ue( como a$ualmen$e as e+pec$a$i&as ainda es$ão inde"inidas(

    não se sabe como elas irão e+plici$ar os con$e;dos ou relacion'los :s compe$3ncias e

    %abilidades

    riscila( do Hodos pela Educação( a"irma )ue embora cada um $en%a uma concepção

    mui$o par$icular sobre o signi"icado de cada $ermo( no en$endimen$o de )uem $rabal%a

    com a&aliações( como o Enem( as compe$3ncias englobam as %abilidades( )ue por sua&e# são um guardac%u&a dos con$e;dos E+is$e( por e+emplo( a compe$3ncia lei$ora

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    @en$ro disso( uma poss,&el %abilidade / saber e+$rair uma in"ormação impl,ci$a de um

    $e+$o 9 con$e;do / uma parcela da %abilidade( / mais operacionalL seria como

    encon$rar o su*ei$o e o predicado em uma "rase do $e+$o 9 con%ecimen$o / algo )ue o

    aluno precisa $er para poder usar o con$e;do( e+empli"ica ara ela( as e+pec$a$i&as de

    aprendi#agem es$ão mais pr4+imas das %abilidades nesse sen$ido( por)ue se espera não

    apenas )ue o *o&em saiba )ue em uma "rase e+is$e su*ei$o e predicado( por e+emplo(

    mas saiba usar isso no en$endimen$o de um $e+$o como um $odo

    e e+is$e uma "al$a de de"inição de como se espera )ue os pro"essores $rabal%em com

    essas compe$3ncias e %abilidades den$ro do curr,culo( o problema na sala de aula /

    mui$o pior -a repor$agem .odelo a cons$ruir( publicada na edição 1M de Educação(

    "ica claro )ue os educadores lu$am para en$ender como $rabal%ar compe$3ncias e

    %abilidades em de$erminados con$e;dos E mais= a e+peri3ncia mos$ra )ue )uando as

    dire$ri#es curriculares são gen/ricas )uan$o : aplicação de $ais concei$os( como era o

    caso dos C-s( os pro"essores &ol$amse para li&ros did'$icos( sis$emas apos$ilados e a

    ma$ri# dos sis$emas de a&aliação( buscando uma "4rmula pron$a para aplicação

     -a Aus$r'lia( pa,s )ue en"ren$ou di"iculdade semel%an$e( a re"orma curricular incluiu

     prescre&er uma $abela de con$e;dos e( ao lado da)ueles )ue abriam por$as para $rabal%ar 

    capacidades( adicionar um ,cone de compe$3ncia pessoal e social ou pensamen$o

    cr,$ico e cria$i&o -ão %' cer$o ou errado( mas e+is$e uma )ues$ão= )ual seria a solução

     brasileira para $ornar as compe$3ncias e %abilidades mais acess,&eis ao pro"essor( e não

    apenas concei$os ideali#ados mas in4cuos na pr'$ica

    A principal solução apon$ada pelos especialis$as para )ue os docen$es possam "a#er essa

     pon$e com mais na$uralidade es$aria na mel%oria da "ormação inicial e con$inuada ara

    a pes)uisadora Eli#abe$%( os pro"essores ensinam no dia a dia compe$3ncias b'sicas(

    en)uan$o as a&aliações pedem compe$3ncias comple+as e ar$iculação de concei$os(

    criando um abismo en$re a compe$3ncia desen&ol&ida pelo aluno na escola e a)uelae+igida nos e+ames nacionais

    egundo Neleno Ara;*o( secre$'rio nacional de Assun$os Educacionais da Con"ederação

     -acional dos Hrabal%adores em Educação C-HE( não / apenas uma mudança nas

    dire$ri#es ou a cons$rução de e+pec$a$i&as de aprendi#agem )ue irão $rans"ormar a

    educação no pa,s recisase de uma ação concomi$an$e )ue a$a)ue a rai# do problema(

    ou se*a( de&emos a$acar a )ues$ão da pol,$ica inicial de "ormação de pro"essores(

    apon$a Ele obser&a )ue "enDmenos como o crescimen$o de cursos de pedagogia deeducação a dis$5ncia e a mul$iplicação de uni&ersidades pri&adas sem compromisso com

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    a )ualidade do ensino con$ribuem para a discrep5ncia en$re o )ue o educador aprende na

    "aculdade e a realidade )ue en"ren$a na sala de aula Esse %ia$o en$re o )ue / esperado

    dos alunos e as "r'geis es$ru$uras da educação( )ue re"le$em o )ue acon$ece na pr'$ica

    das salas de aula( / a base das cr,$icas :s e+pec$a$i&as de aprendi#agem

    %rescri&'o e autonomia

    Com as e+pec$a$i&as de aprendi#agem sob os %olo"o$es &em : $ona um deba$e ainda

    mais pol3mico= )ual de&e ser a medida ideal de prescrição do documen$o nacional !m

    curr,culo di$o prescri$i&o / a)uele )ue de"ine boa par$e dos con$e;dos )ue serão

    abordados duran$e cada ano le$i&o e( por um lado( ele / de"endido por orien$ar 

    de$al%adamen$e o $rabal%o do pro"essor( criando um padrão de )ualidade( por ou$ro( as

    cr,$icas a esse modelo são duras *us$amen$e por)ue de"endem )ue ele não dei+a espaço

    ou liberdade para )ue os pro"essores $rabal%em

    E mais= especialis$as )ues$ionam a pr4pria escol%a dos con$e;dos inseridos em um

    curr,culo prescri$i&o or )ue alguns con$e;dos são considerados mais rele&an$es do )ue

    ou$ros Hodas as regiões de um pa,s com proporções con$inen$ais( como o Brasil( $3m as

    mesmas realidades na sala de aula 9u o con$r'rio= não %' mesmo con$e;dos comuns a

    $odos egundo Callegari( a in$enção / )ue as e+pec$a$i&as con$emplem( em primeiro

    lugar( saberes )ue de&erão ser comuns a $odas as escolas( para garan$ir a e)uidade Al/m

    disso( elas dei+arão ou$ra par$e minori$'ria dos con$e;dos em aber$o( para )ue cada

    escola e rede $rabal%em o )ue acredi$am ser rele&an$e para o seu con$e+$o A au$onomia

    dos pro"essores "ica preser&ada $amb/m na medida em )ue a "orma como os con$e;dos

    de&em ser aplicados não / e+plici$ada

    s dois lados 

    ara A"onso cocuglia( pro"essor da !ni&ersidade Jederal da ara,ba e represen$an$e do

    Consel%o -acional de ecre$'rios Es$aduais de Educação Consed( essa con"iguração /

    ade)uada Ele de"ende o balanço de 0O comum e M0O : disposição dos es$ados emunic,pios Esse curr,culo ;nico precisa $er ob*e$i&os e garan$ir cer$as coisas para $er 

    e)uiparação do n,&el de ensino nas di"eren$es escolas( argumen$a

    .as %' )uem en+ergue problemas com as dire$ri#es curriculares *' apro&adas( )ue

    ser&irão de base : elaboração das e+pec$a$i&as ara o Hodos pela Educação( o $om / o

    mesmo dos documen$os an$eriores= gen/rico 9 curr,culo $em a necessidade de ser 

    nacional por)ue assim se $orna mais impor$an$e( por)ue precisamos in$egrar as pol,$icas

     para garan$ir )ue o aluno aprenda( en$ende riscila Cru# Ele $em de dar con$a paraorien$ar a "ormação inicial( con$inuada( o ma$erial did'$ico or isso não %' espaço para

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    ser generalis$a como os C-s( $em de ser mais program'$ico e dei+ar claro o )ue cada

    aluno $em de aprender em cada s/rie .as a "orma de condu#ir isso cabe a cada

     pro"essor Ela comen$a )ue &3 uma "or$e resis$3ncia em relação a um curr,culo nacional

    e não concorda com isso( por)ue o )ue &ai ser desen&ol&ido na escola nunca / 100O do

    curr,culo empre %' um espaço mui$o grande para o mais( para o di"eren$e( para o )ue

    / espec,"ico da escola

    @o ou$ro lado do deba$e( o C-HE e os $e4ricos da educação em geral se colocam con$ra

    uma solução prescri$i&a( ainda )ue o modelo brasileiro se*a s4 parcialmen$e dessa

    "orma A pro"essora Eli#abe$% .acedo &ol$a : $eoria dos $r3s n,&eis de aprendi#ado do

    in,cio do $e+$o para de"ender )ue o mal da prescrição es$' no "a$o de )ue s4 se pode

     prescre&er a)uilo )ue con%ecemos %o*e( não se pode prescre&er essa possibilidade de

    criar algo no&o )ue ainda não se sabe o )ue / E esse $ipo de au$onomia $ranscende

    a)uela da simples aplicação do con$e;do pre&is$o egundo ela( o curr,culo prescri$i&o

     bem aplicado e a&aliado pode a$/ $er bons resul$ados( mas o seu sucesso es$' em ensinar 

    a)ueles con$e;dos )ue "oram prescri$os e( para ela( educar / mais do )ue isso e eu

    )uero ensinar de$erminadas coisas )ue eu *' sei )uais são( $al&e# o prescri$i&o não se*a

     problem'$ico( di# Em relação :s no&as dire$ri#es e :s discussões sobre as e+pec$a$i&as

    de aprendi#agem( Eli#abe$% ac%a )ue eles de cer$a "orma ignoram )ue cada pro"essor e

    aluno $3m uma realidade( uma %is$4ria de &ida e um con*un$o de e+peri3ncias )ue são os

     principais ingredien$es )ue di$arão como ser' o processo de aprendi#agem( e não o

    con$e;do recomendado

    n*uanto isso, na sala de aula+++

    A "a&or ou con$ra as no&as dire$ri#es curriculares( o "a$o / )ue sem uma de"inição

    nacional cada pro"essor usa um documen$o nor$eador di"eren$e para basear suas aulas E

    se o ob*e$i&o nacional / a e)uidade de aprendi#agem( essa não / a mel%or ro$a a $omar

    Eli#abe$% e+plica )ue pro"essores de redes )ue possuem um curr,culo pr4prio em geralse apoiam em ou$ros guias curriculares( especialmen$e em li&ros did'$icos K' )uem não

     pode con$ar com um documen$o produ#ido por secre$arias de Educação( em geral se

    orien$a pela ?@B e pelos C-s

    !m "enDmeno crescen$e em $odas as escolas / a u$ili#ação das a&aliações nacionais(

    como a ro&a Brasil e o Enem( para e+$rair delas con$e;dos a serem $rabal%ados !sar 

    os resul$ados das a&aliações para in"luenciar o )ue ensinar nas escolas / p/ssimo( / o

     pior dos mundos( por)ue são os e+ames )ue de&em ser orien$ados pelos curr,culos( enão o con$r'rio( aler$a @alila 9li&eira( da Anped Cesar Callegari( do .EC( concorda

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     plenamen$e A$ualmen$e &i&emos uma in&ersão inacei$'&el= pro&as e+$ernas es$ão

    de$erminando o curr,culo( )uando de&eriam apenas "ornecer indicadores sobre o seu

    desen&ol&imen$o recisamos en"ren$ar essa dis$orção( a"irma Esse en"ren$amen$o

     pode ser "ei$o com as no&as dire$ri#es( segundo cocuglia( do Consed Ele acredi$a )ue

    a pluralidade de documen$os usados como guias curriculares por um lado $ra# uma

    ri)ue#a( mas por ou$ro( mais s/rio( causa a pul&eri#ação de &isões 9 curr,culo nacional

    &ai $en$ar não cas$rar isso( mas garan$ir )ue( apesar de &isões di"eren$es( se*a poss,&el

    garan$ir a aprendi#agem em )ual)uer escola .as &oc3 percebe )ue isso / mais "'cil de

    "alar do )ue de "a#er

    %orto Alegre modelo misto

     -a d/cada de >0( a rede municipal de

    or$o Alegre F criou a Escola

    Cidadã( uma propos$a curricular para o

    ensino "undamen$al com seus alicerces

    na ges$ão democr'$ica As dire$ri#es

    "oram "ei$as em con*un$o por mais de

    P00 represen$an$es da comunidade

    escolar de $odas as unidades de ensino

    9 grupo criou me$as de aprendi#agem

    )ue de&eriam ser alcançadas por $odos

    os alunos a$/ 2000( mas mudou as

    regras do *ogo= di&idiu o ensino

    "undamen$al em $r3s ciclos in"5ncia(

     pr/adolesc3ncia e adolesc3ncia de $r3s

    anos cada para respei$ar o $empo de

    aprendi#agem dos alunos( aboliu arepro&ação e organi#ou o curr,culo em $orno de compe$3ncias e %abilidades Cada

    escola "icou respons'&el por criar seu pr4prio curr,culo( orien$ado pela rede Nou&e

     prescrição( mas $amb/m espaço para a au$onomia das escolas 9 programa $erminou em

    2000

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    -'o %aulo prescri&'o

    9 modelo de curr,culo ado$ado pela secre$aria es$adual de ão aulo em 2008 $ra# um

    ele&ado n,&el de prescrição= o documen$o / claro e ob*e$i&o( sin$e$i#ando em $abelas o

    )ue os alunos de&em saber em $ermos de con$e;do em cada disciplina de cada s/rie 9scon$e;dos são relacionados a uma s/rie de %abilidades esperadas )ue o aluno

    desen&ol&a no "im do per,odo( )ue são &inculadas a a$i&idades corresponden$es )ue os

     pro"essores de&em reali#ar em sala de aula or e+emplo= no con$e;do grande#as e

    medidas( da ma$em'$ica da 1Q s/rie do ciclo I( / esperado )ue o aluno aprenda a

    iden$i"icar unidades de $empo( a u$ili#ar calend'rios e a comparar grande#as da mesma

    na$ure#a( e isso pode ser reali#ado a$ra&/s de uma s/rie de a$i&idades propos$as( como

    elaborar umli&ro de recei$as

    e obser&ar 

    embalagens de

     produ$os

    .elo

    /orizonte

    autonomiaem me$as(

    repro&ações ou

     bole$ins( esse

    modelo de

    curr,culo "oi implemen$ado no ensino "undamen$al de Belo Nori#on$e .G em 1>>P e

    durou 1P anos As no$as eram baseadas em concei$os( no compor$amen$o e no

    desen&ol&imen$o apresen$ado pelo aluno em sala de aula( e os alunos eram agrupados

     por idade e 'rea de in$eresse 9 curr,culo era des&inculado da prescrição de con$e;dos(

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    mas es$imula&a "or$emen$e o $rabal%o das compe$3ncias e %abilidades dos *o&ens

    roblemas em sua aplicação e "or$e resis$3ncia impediram a Escola lural de "uncionar 

    como o plane*ado e a le&aram ao "racasso( sendo subs$i$u,da por no&as dire$ri#es

    curriculares "ocadas em me$as e em gerar bons resul$ados nas a&aliações nacionais

    1 anos depois, novo currículo

     Diretrizes curriculares começaram a ser divulgadas em 2009

    Em de#embro de 200>( "oram "i+adas as no&as dire$ri#es para a educação in"an$il

    eguiramse a isso( em *ul%o de 2010( as dire$ri#es para a Educação B'sica e( em

    de#embro do mesmo ano( para o ensino "undamen$al or ;l$imo( em maio de 2011(

    "icaram pron$as as dire$ri#es curriculares para o ensino m/dio Com isso( a educação

     brasileira de "a$o en$rou no s/culo 21( pois se ampara&a ainda na ?@B e nos C-s(

    documen$os de 1>> e 1>> 9s no&os documen$os não são re&olucion'rios( mas es$ão

    a$uali#ados e con$e+$uali#ados em uma realidade educacional( econDmica( social e

    mundial $o$almen$e di"eren$e de 1P anos a$r's( )uando ainda se obser&a&a o

    surgimen$o da in$erne$ e o pa,s comple$a&a apenas uma d/cada de democracia A par$ir 

    de en$ão( a educação regis$rou desde pe)uenas $rans"ormações( como a inclusão do

    ensino de espan%ol e %is$4ria e cul$ura a"robrasileira e a"ricana( a$/ grande mudanças( a

    e+emplo do ensino "undamen$al de no&e anos Hudo isso es$' presen$e nos no&os

    documen$os ua legi$imidade es$' no processo de cons$rução democr'$ico( )ue

    en&ol&eu dire$amen$e en$es das mais di&ersas es"eras da sociedade( como o Consed( a

    !ndime( a Anped( en$re ou$ros( al/m de pro"essores( pes)uisadores( dirigen$es

    municipais e es$aduais de ensino( bem como represen$an$es de escolas pri&adas

    @ispon,&el em= %$$p=RRre&is$aeducacaouolcombrR$e+$osR180Rabuscapelo

    curriculocomasdire$ri#escurriculares*aconsolidadasgo&erno2PP081asp Acesso

    em( 21 de maio de 201M

    http://revistaeducacao.uol.com.br/textos/180/a-busca-pelo-curriculocom-as-diretrizes-curriculares-ja-consolidadas-governo-255086-1.asphttp://revistaeducacao.uol.com.br/textos/180/a-busca-pelo-curriculocom-as-diretrizes-curriculares-ja-consolidadas-governo-255086-1.asphttp://revistaeducacao.uol.com.br/textos/180/a-busca-pelo-curriculocom-as-diretrizes-curriculares-ja-consolidadas-governo-255086-1.asphttp://revistaeducacao.uol.com.br/textos/180/a-busca-pelo-curriculocom-as-diretrizes-curriculares-ja-consolidadas-governo-255086-1.asphttp://revistaeducacao.uol.com.br/textos/180/a-busca-pelo-curriculocom-as-diretrizes-curriculares-ja-consolidadas-governo-255086-1.asp