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Diretrizes Nacionais dos Programas de Aprendizagem Profissional Comercial do Senac

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Diretrizes Nacionais dos Programas de Aprendizagem

Profissional Comercial do

Senac

Diretrizes Nacionais dos Programas de Aprendizagem

Profissional Comercial do

Senac

Rio de Janeiro, outubro de 2015.

Diretrizes Nacionais dos Programas de Aprendizagem Comercial do Senac

Senac – Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial

PresidenteAntonio Oliveira Santos

Departamento Nacional

Diretor-geralSidney Cunha

Diretora de Educação ProfissionalAnna Beatriz Waehneldt

Diretor de Integração com o MercadoJacinto Corrêa

Diretor de Operações CompartilhadasJosé Carlos Cirilo

Produção de Conteúdo e Coordenação Técnica Gerência de Implementação e Integração Educacional / Diretoria de Educação Profissional

Coordenação Editorial Gerência de Marketing e Comunicação/Diretoria de Integração com o Mercado

Senac – Departamento NacionalAv. Ayrton Senna, 5.555 Barra da Tijuca22775-004 – Rio de Janeiro – RJ

www.Senac.brfacebook.com/SenacBrasiltwitter.com/SenacBrasil

Dados de Catalogação na Publicação

Senac. DN. Diretrizes Nacionais dos Programas de Apren-dizagem Profissional Comercial do Senac. Versão preliminar para apresentação ao Conselho Nacional. Rio de Janeiro, 2015. 38 p. Inclui bibliografia.

Senac; PROGRAMA DE APRENDIZAGEM PROFISSIONAL; DI-RETRIZ; LEGISLAÇÃO EDUCACIONAL.

Ficha elaborada de acordo com as normas do Sics – Sistema de Informação e Conhecimento do Senac

Desde sua criação em 1946, o Senac tem por compromisso organizar e ofertar progra-mas de aprendizagem profissional comercial, os quais, atualmente, atendem jovens

de 14 a 24 anos. Para tal, é essencial que possuam vínculo contratual especial de trabalho com empresas do comércio de bens, serviços e turismo, e por elas sejam encaminhados para formação profissional metódica.

No conjunto das ações educativas do Senac, os cursos destinados a esses jovens configuram o “Programa de Aprendizagem Profissional Comercial”, com especifici-dades que o caracterizam como tal e passam por constantes ajustes, em função das transformações tecnológicas que afetam o mundo do trabalho e em decorrên-cia das alterações efetuadas nas leis trabalhistas e educacionais.

Neste contexto, o Senac considera oportuna e necessária a publicação de do-cumento normativo, contendo “Diretrizes Nacionais para a Aprendizagem Pro-fissional Comercial”, elaborado a partir da interlocução entre o Departamento Nacional e os Departamentos Regionais, objetivando democratizar o acesso desses jovens candidatos a emprego no comércio, à educação  profissional de qualidade, fundamental na geração de possibilidades para o ingresso deles no mercado de trabalho.

Com esse propósito, o documento “Diretrizes Nacionais dos Programas de Aprendizagem Profissional Comercial no Senac”, observando a legislação per-tinente e as políticas públicas de educação profissional e tecnológica, tem por finalidade expor e sistematizar os compromissos e princípios que regem a atu-ação do Senac, como também orientar a operacionalização da oferta desses programas apresentando os principais aspectos, no âmbito legal, operacional e pedagógico, que demonstram a ressignificação e a revitalização da aprendiza-gem no Senac, por meio de ações voltadas para atender às demandas do comér-cio de bens, serviços e turismo, bem como às expectativas de mudança no setor e de crescimento das ações de educação profissional especialmente dirigidas aos aprendizes.

Com base neste entendimento, este documento reforça o posicionamento da Ins-tituição como referência brasileira em educação para o trabalho, conciliando ações de promoção social, de relacionamentos empresariais e de comprometimento com a sociedade, por meio de oferta de educação profissional de excelência em seus programas de aprendizagem metódica.

Com a certeza de que a marca da Instituição fortalece os princípios sobre os quais o Senac se constitui, o Departamento Nacional apresenta estas Diretrizes Nacionais dos Programas de Aprendizagem Profissional Comercial, que representam um marco institucional, mantendo a identidade do Senac em todas as Unidades da Federação.

Apresentação

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Sumário

Apresentação 5I. Antecedentes Históricos dos Programas de Aprendizagem Profissional 9II. Bases Legais dos Programas de Aprendizagem Profissional 10III. Dimensões do Programa de Aprendizagem Profissional 13

1. Atendimento às Instituições e à Sociedade 132. Atendimento às Empresas Contribuintes 13

2.1. Cota de Aprendizes 132.2. Benefícios do Programa de Aprendizagem 14

3. Atendimento aos Aprendizes 143.1. Contrato de Aprendizagem Profissional 143.2. Documentação para Matrícula nos Programas de Aprendizagem Profissional 15

a. Aprendiz 15b. Empresa 15

3.3. Jornada de Trabalho 163.3.1. Trabalho aos Domingos e Feriados 163.3.2. Trabalho Noturno 16

3.4. Controle de Frequência e Avaliação 163.5. Férias 173.6. Gravidez 173.7. Extinção do Contrato Especial de Trabalho 17

4. Atendimento à Pessoa com Deficiência 17IV. Concepção e Organização da Aprendizagem Profissional Comercial no Senac 19

1. O Conceito de Aprendiz 192. Programa de Aprendizagem Profissional Comercial 20

2.1. Aprendizagem Profissional Comercial em Qualificação Profissional, incluindo Formação Inicial e Continuada de Trabalhadores 21

2.2. Aprendizagem Profissional Comercial Técnica de Nível Médio 222.3. Modalidades de Ensino 23

2.3.1. Educação Presencial 232.3.2. Educação a Distância (EAD) 23

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V. Normas para a Operacionalização da Aprendizagem Profissional Comercial no Senac 261. Autonomia Institucional 262. Formação Técnico-profissional Metódica – Regime de Alternância 263. Referenciais Institucionais 26

3.1. Diretrizes de Educação Profissional do Senac 273.2. Modelo Pedagógico do Senac 273.3. Elaboração de Plano de Curso 27

4. Corpo Técnico-pedagógico 295. Infraestrutura e Ambientes Pedagógicos 306. Recursos Tecnológicos 317. Certificação Profissional 31

VI. Monitoramento e Avaliação dos Programas de Aprendizagem Profissional Comercial 321. Acompanhamento de Egressos 32

Referências 31Anexos 35

1. Aprendizagem Profissional – Histórico da Base Legal 352. Agentes e Atribuições 363. Legislação Pertinente ao Programa de Aprendizagem Profissional 37

I. Antecedentes Históricos dos Programas de Aprendizagem ProfissionalRefere-se ao histórico para formação do aprendiz no Brasil, de acordo com a base legal.

1. As primeiras notícias em relação à formação do aprendiz no Brasil datam do século 19, quando um De-creto do Príncipe Regente, futuro D. João VI, criou em 1809 o Colégio de Fábricas, logo após a suspensão da proibição de funcionamento de indústrias manufatureiras em terras brasileiras. Posteriormente, a partir da década de 1840, foram construídas dez Casas de Educandos e Artífices, nas Capitais das Províncias, sendo a primeira delas em Belém do Pará, destinadas a atender prioritariamente menores abandonados, objetivando “a diminuição da criminalidade e da vagabundagem”. Posteriormente, o Decreto Imperial de 1854 criava, ainda, estabelecimentos especiais para menores órfãos e abandonados, os chamados “Asilos dos Meninos Desvalidos”, onde eles aprendiam as primeiras letras e eram, em seguida, encaminhados a oficinas públicas e particulares, mediante contratos de aprendizagem fiscalizados pelo Juizado de Órfãos.

2. No início do século 20, novos esforços foram realizados na direção de propiciar programas de aprendi-zagem para os “órfãos e desvalidos da sorte”, mesclando a preocupação com o atendimento a menores abandonados com a preparação de operários para o exercício profissional. Assim, o Governo Federal de Nilo Peçanha, em 1909, instalou uma rede de 19 Escolas de Aprendizes e Artífices, destinada aos “pobres e humildes”, oferecendo-lhes alternativas reais de profissionalização, “tirando esses menores da rua”, propiciando-lhes a obtenção de ofícios que garantissem seu sustento.

3. As 19 Escolas implantadas pelo presidente Nilo Peçanha se tornaram o embrião da Rede Federal de Educação Técnica e Tecnológica, desde a organização da Rede Federal de Estabelecimentos de Ensino Industrial no Governo Vargas até a implantação, no Governo Lula, dos atuais Institutos Federais de Educa-ção, Ciência e Tecnologia (IF). Essas Escolas, juntamente com a Rede de Escolas de Aprendizagem dos Ferroviários, acabaram desempenhando importante papel na história da própria educação profissional brasileira, notadamente na implantação do estatuto da aprendizagem no Brasil.

4. O art. 129 da Constituição Federal, pilar central de toda a estruturação legal do nosso país, outorgada pelo Governo Vargas em 10 de novembro de 1937, trata as “Escolas Vocacionais e Pré-Vocacionais” como um “dever do Estado” para com “as classes menos favorecidas”. Essa obrigação do Estado, entretanto, deveria ser cumprida com “a colaboração das indústrias e dos sindicatos econômicos”, então chamados de “classes produtoras”, as quais foram incumbidas pelo Poder Central de “criar, na esfera de sua espe-cialidade, escolas de aprendizes destinadas aos filhos de seus operários ou de seus associados”.

5. Essa colaboração das chamadas “classes produtoras” se firmava como uma premente exigência dos processos de industrialização e de urbanização desencadeados no Brasil, os quais demandavam cres-centes contingentes de profissionais especializados, especialmente nos setores industriais e de co-mércio e prestação de serviços. Neste contexto político, econômico e social foram criados, em 1942, o Senai – Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial – e, em 1946, o Senac – Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial.

6. Os Serviços Nacionais de Aprendizagem, criados por Decretos-Lei na década de 1940, posteriormen-te amparados pelo art. 240 da Constituição Federal de 1988 como instituições educacionais privadas, “vinculadas ao Sistema Sindical” e destinadas à Educação Profissional, tiveram atuação reconhecida e valorizada pelo art. 20 da Lei nº 12.513, de 26 de outubro de 2011, com nova redação dada pela Lei nº 12.816/2013, que os vinculou legalmente ao Sistema Federal de Ensino, outorgando-lhe autonomia de ação educacional, nos termos da legislação e das normas educacionais específicas.

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Diretrizes Nacionais dos Programas de Aprendizagem

Profissional Comercial do Senac

II. Bases Legais dos Programas de Aprendizagem ProfissionalEste capítulo apresenta as legislações governamentais e diretrizes do Senac para o desenvolvimento dos pro-gramas de aprendizagem.

7. Segundo o Decreto-Lei nº 5.091, de 15 de dezembro de 1942, o aprendiz é conceituado como “traba-lhador, menor de 18 anos e maior de 14 anos, sujeito à formação profissional metódica do ofício em que exerça o seu trabalho”. Por sua vez, o Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, que aprovou a Con-solidação das Leis Trabalhistas (CLT), dedica capítulo especial sobre a proteção do trabalho do menor e, em particular, a aprendizagem.

8. Este é o cenário no qual foi instituído, pelo Decreto-Lei nº 8.621, de 10 de janeiro de 1946, o Serviço Na-cional de Aprendizagem Comercial (Senac), com o objetivo de criar e administrar escolas de aprendizagem comercial.

9. No mesmo dia, o Decreto-Lei nº 8.622 dispôs sobre a aprendizagem dos comerciários definindo que:

• os cursos destinados à aprendizagem comercial dos praticantes funcionariam no horário normal de seu trabalho;

• os candidatos à admissão como praticantes, além de terem a idade mínima de 14 anos, deveriam ter concluído o curso primário ou possuir os conhecimentos mínimos essenciais à preparação profissional.

10. No Decreto Federal nº 31.546, de 6 de outubro de 1952, o conceito de empregado aprendiz foi tratado como “o contrato individual de trabalho realizado entre um empregador e um trabalhador maior de 14 e menor de 18 anos”.

11. O Decreto Federal nº 61.843, de 5 de dezembro de 1967, por sua vez, ao aprovar o Regulamento do Senac, em seu “Capítulo I – Da Finalidade”, define os objetivos da aprendizagem a ser realizada pela Instituição.

12. O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), instituído pela Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990, consi-dera adolescente a pessoa de 14 a 18 anos, e, ao dispor sobre o direito à profissionalização e à proteção ao menor (art. 60), proibiu qualquer trabalho aos jovens com idade inferior a 14 anos, salvo na condição de aprendiz.

13. A aprendizagem passa a ser caracterizada, também, como formação técnico-profissional ministrada se-gundo as diretrizes e bases da educação nacional, definidas pela Lei nº 9.394/1996 e pelas normas edu-cacionais subsequentes. Essa formação técnica convive com os programas de Qualificação Profissional, incluindo os destinados à Formação Inicial e Continuada de trabalhadores, especialmente por conta da defasagem idade/série no ensino fundamental brasileiro.

14. Os Programas de Aprendizagem Profissional Comercial devem obedecer, ainda, aos princípios de garantia de acesso e frequência obrigatória ao ensino regular, execução de atividades profissionais compatíveis com o desenvolvimento físico, mental e emocional do contratado, e cumprimento de horário especial para o exercício dessas atividades conjugadas de aprendizagem para o trabalho.

15. O art. 227 da Constituição Federal de 1988, ao incluir a profissionalização como um dos direitos que deve ser garantido com “absoluta prioridade”, provocou ampla revisão no conjunto da legislação que até então regulamentava o trabalho do menor, culminando com a promulgação, em 19 de dezembro de 2000, da Lei nº 10.097.

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16. A referida Lei representa importante marco para o Programa de Aprendizagem Profissional, promovendo o rompimento com a orientação assistencialista, acompanhando os princípios já adotados pela Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990, que instituiu o ECA, em especial quanto à sua proteção integral, ressaltando o direito constitucional à profissionalização, assegurado no art. 227 da atual Constituição Federal.

17. A Lei nº 10.097, de 19 de dezembro de 2000, introduziu mudanças importantes, tais como a obrigatorie-dade do menor ser encaminhado à escola básica, caso não tenha concluído o ensino fundamental comple-to, para concomitantemente cursar o Programa de Aprendizagem Profissional. E ao exigir a conclusão do ensino fundamental, a Lei enfatiza a necessidade de elevação da escolaridade de uma significativa parcela dos jovens brasileiros, especialmente daqueles que vivem em situação de vulnerabilidade e, consequente-mente, sob constante risco de exclusão.

18. Ao aliar a escolaridade básica à formação técnico-profissional metódica, caracterizada pela ação conjuga-da da formação educacional e da prática profissional na empresa, organizadas em atividades de comple-xidade progressiva, desenvolvidas integradamente no ambiente educacional e no ambiente de trabalho, a aprendizagem profissional passa a favorecer a primeira experiência de emprego formal do jovem. Embora a aprendizagem profissional e a técnico-profissional seja um pré-requisito para o ingresso no mercado de trabalho, não deve substituir a educação básica, direito público subjetivo garantido pelo art. 208 da Constituição Federal, de modo a não comprometer os estudos e o desenvolvimento socioemocional do jovem aprendiz.

19. O Programa Nacional de Estímulo ao Primeiro Emprego para Jovens (PNPE), instituído em outubro de 2003 pela Lei nº 10.748/2003, atualizada pela Lei nº 10.940/2004, foi concebido para “transformar as expectativas de jovens em situação mais crítica de pobreza em possibilidades sustentáveis de um futuro decente, por meio do acesso e permanência no atual mundo do trabalho”. Dentre as diversas ações articuladas pelo PNPE, está a aprendizagem profissional, que tem como objetivo a qualificação social e profissional dos jovens e sua entrada no mercado de trabalho.

20. Em 2005, considerando a diferença da faixa etária dos jovens atendidos pelo PNPE de 16 a 24 anos, foi promulgada a Lei nº 11.180, de 23 de setembro de 2005, a qual foi posteriormente regulamentada pelo Decreto-lei nº 5.598, de 1º de dezembro de 2005, que dispõe sobre os requisitos necessários à condição de aprendiz.

21. As principais mudanças advindas da Lei nº 11.180/2005 e do Decreto-lei nº 5.598/2005 são:

• aprendiz é a pessoa com idade maior de 14 anos e menor de 24 anos. A idade máxima de 24 anos não se aplica a aprendizes com deficiência;

• a contratação de aprendizes deverá priorizar os adolescentes de 14 a 18 anos, exceto em situações de atividades insalubres ou perigosas, atividades vedadas a pessoas com idade inferior a 18 anos e a incompatibilidade da natureza das atividades com o desenvolvimento físico, psicológico e moral dos adolescentes aprendizes;

• para os fins do Contrato de Aprendizagem, a comprovação da escolaridade de aprendiz com deficiên-cia mental deve considerar as habilidades e competências relacionadas à profissionalização;

• a jornada do aprendiz compreende as horas destinadas às atividades teóricas e práticas, simultâneas ou não, não podendo exceder seis horas diárias, para que os aprendizes tenham condição de concluir o ensino fundamental, direito público subjetivo do cidadão. Esse limite poderá ser de até oito horas diárias para os aprendizes que já tenham concluído o ensino fundamental, nelas computadas as horas destinadas à formação educacional;

• a obrigatoriedade de expedição do Certificado de Qualificação Profissional aos aprendizes que conclu-írem os Programas de Aprendizagem Profissional com aproveitamento, de acordo com a Classificação de Ocupações Brasileiras (CBO).

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Diretrizes Nacionais dos Programas de Aprendizagem

Profissional Comercial do Senac

• Conforme a letra b, inciso I, do art. 10 da Portaria nº 723, de 23 de abril de 2012, os cursos de Apren-dizagem Profissional devem ser organizados de acordo com o itinerário formativo do curso técnico correspondente e suas respectivas qualificações profissionais.

22. Em 1º de julho de 2013, o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) estabeleceu a Portaria nº 1.005, que altera a Portaria nº 723/2012, que instituiu o Cadastro Nacional de Aprendizagem Profissional (CNAP), o Catálogo Nacional de Programas de Aprendizagem Profissional (Conap), bem como o anexo II dos Referen-ciais de Qualidade para Desenvolvimento e Validação dos Cursos de Aprendizagem a Distância.

23. O Conap tem como finalidade orientar as entidades educacionais e direcionar a elaboração dos programas de Aprendizagem Profissional. Esse catálogo passa por constante atualização, o que permite a inclusão de novos títulos pelas instituições de educação, de acordo com as demandas oriundas das empresas, e após validação pela Secretaria de Políticas Públicas de Emprego (SPPE) do MTE.

24. A Instrução Normativa nº 97, de 30 de julho de 2012, estabelece as diretrizes sobre a contratação e fiscalização das condições de trabalho para os programas de aprendizagem, assim como orienta, em consonância com todo o ordenamento jurídico, os atos ou normas que tendem a completar o disposto em Leis, Decretos, Resoluções ou Portarias.

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III. Dimensões do Programa de Aprendizagem Profissional A boa execução de programas de aprendizagem profissional pressupõe a interação entre os diversos agentes do processo educativo e produtivo. O presente capítulo apresenta atribuições, responsabilidades e benefícios para cada envolvido.

1. Atendimento às Instituições e à Sociedade25. O Senac, em cumprimento à sua missão institucional de “educar para o trabalho em atividades do comér-

cio de bens, serviços e turismo”, comprometido com a qualidade da educação dos cidadãos brasileiros, oferta Programas de Aprendizagem Comercial focados no desenvolvimento de competências visando à formação integral dos jovens para o ingresso e manutenção no mercado de trabalho.

26. Ao fazer parte desse programa, os empregadores, além de cumprirem a legislação como contratantes de aprendizes, assumem papel de parceiros da ação educativa, atuando no processo de transformação desses jovens, a partir do momento que criam oportunidades de trabalho, propiciando a construção de uma sociedade digna, produtiva, com melhor qualidade de vida e, consequentemente, em condições de contribuir para o desenvolvimento do país.

2. Atendimento às Empresas Contribuintes27. O Senac atende, de forma prioritária, mas não exclusiva, os aprendizes encaminhados por empresas do

Setor do Comércio de Bens, Serviços e Turismo, por serem estas contribuintes da Instituição.

28. De acordo com a legislação em vigor, as empresas realizam arrecadação compulsória para o Senac, por meio da Guia de Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência Social (GFIP) e Fundo de Previdência e Assistência Social (FPAS) com a citação do código 515 no campo correspondente.

29. As empresas não contribuintes que procurarem o Senac poderão encaminhar os alunos desde que tenha vaga.

30. Para que o Programa de Aprendizagem Profissional Comercial do Senac atenda seus objetivos, e tenha cada vez mais êxito, é imprescindível a participação efetiva das empresas parceiras em todas as etapas dos processos do programa.

2.1. Cota de Aprendizes

31. Conforme estabelecido no art. 429 da CLT, os estabelecimentos de qualquer natureza deverão empregar e posteriormente matricular em cursos dos Serviços Nacionais de Aprendizagem, número de aprendizes equivalentes a 5% (cinco por cento), no mínimo, e 15% (quinze por cento), no máximo, de acordo com o número de empregados existentes, cujas funções demandem formação profissional. O resultado das frações de unidade, denominado “cota”, será o número da admissão de aprendizes.

32. Ressalva-se que o percentual expresso no parágrafo anterior é facultativo quando se trata de microem-presas (ME), empresas de pequeno porte (EPP), incluindo as que fazem parte do Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições, denominado “Simples”.

33. Caso uma empresa de médio ou grande porte possua contrato com aprendizes em processo, tiver sua natureza reclassificada pela Receita Federal para ME ou EPP, ainda assim, deverá cumprir, sem alteração dos termos assinados no contrato especial de trabalho assinado, e registrado em carteira até o término do cronograma do programa.

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Profissional Comercial do Senac

2.2. Benefícios do Programa de Aprendizagem

34. Ao aderir ao Programa de Aprendizagem Profissional Comercial, a empresa, além de estar em conformi-dade com as obrigações legais, também conta com as seguintes vantagens:

• demonstrar, de forma prática, responsabilidade social, viabilizando a inserção do jovem no mercado de trabalho;

• preparar profissionais com qualidade desde sua base para atuar na empresa;

• possibilidade de contratação de profissionais qualificados para atuação eficiente e eficaz no setor produtivo;

• a partir da contratação de profissionais qualificados que reconhecem o negócio da empresa, reduzir o turn over.

3. Atendimento aos Aprendizes

3.1. Contrato de Aprendizagem Profissional

35. Contrato de Aprendizagem é o acordo de trabalho especial, ajustado por escrito e por prazo determinado, em que o empregador se compromete a assegurar ao aprendiz, inscrito em programa de aprendizagem, formação técnico-profissional metódica compatível com o seu desenvolvimento físico, moral e psicológico. Logo, o aprendiz se compromete a executar com zelo e diligência as tarefas necessárias à qualificação para a qual foi contratado.

36. O Contrato de Aprendizagem não poderá ser superior a dois anos, exceto quando o aprendiz for uma pessoa com deficiência.

37. A legitimidade do Contrato Especial de Trabalho, ou Contrato de Aprendizagem, requer anotação na Car-teira de Trabalho e Previdência Social (CTPS), matrícula e frequência no programa realizado pelo Senac e na escola regular, caso não tenha concluído o ensino médio.

38. O Contrato de Aprendizagem deve ser assumido na perspectiva de uma ação social e cidadã com vistas ao desenvolvimento da empresa e do país, e não somente como atividade restrita ao atendimento de uma obrigação legal. Não se deve tampouco vinculá-lo à possibilidade de fazer uso, ainda que por prazo deter-minado, de mão de obra a menor custo.

39. É fundamental a condição de priorizar a educação e não somente o trabalho em larga escala produtiva. Com o intuito de que essa visão cidadã se solidifique, é importante destacar:

• criar condições para o efetivo aprimoramento técnico do aprendiz;

• garantir os direitos trabalhistas e previdenciários do trabalhador aprendiz;

• assegurar a transparência do contrato e acordos firmados;

• manter a transparência da documentação específica;

• garantir a integridade dos Contratos de Aprendizagem;

• tornar o contrato efetivo antes do término do programa.

40. Ressaltam-se algumas informações básicas que devem constar no Contrato de Aprendizagem:

• qualificação da empresa contratante;

• qualificação do aprendiz;

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• identificação da entidade que ministra o curso;

• designação da função e curso no qual o aprendiz estiver matriculado, de acordo com o código da CBO;

• salário ou remuneração mensal (ou salário-hora);

• jornada diária e semanal, com indicação dos dias e horas dedicados às atividades educacionais e laborais descritos no contrato;

• termo inicial e final do Contrato de Aprendizagem, que deve coincidir com o início e término do pro-grama;

• responsabilidades, direitos e deveres do empregador e do aprendiz;

• assinatura do aprendiz e do responsável legal da empresa, quando maior de 16 anos;

• o aprendiz na faixa etária de 14 a 16 anos deve ter o contrato assinado por seu responsável legal;

• ciência, como anuente, de que foi firmado contrato especial de trabalho entre a empresa e o aprendiz, para efetivação da matrícula na instituição formadora (Instrução Normativa da Secretaria de Inspeção do Trabalho/ IN-SIT nº 113/2014).

3.2. Documentação para Matrícula nos Programas de Aprendizagem Profissional

a. Aprendiz

41. Compete ao aprendiz apresentar os seguintes documentos para realizar matrícula nos Programas de Aprendizagem:

• cópia simples do documento de identidade (RG);

• CPF;

• CTPS: página de identificação, foto e registro do Contrato de Aprendizagem;

• declaração original de matrícula no ensino fundamental ou médio, especificando o horário das aulas, ou histórico escolar de conclusão do ensino médio ou certificado de conclusão de ensino médio – ori-ginal com cópia simples para autenticação no Senac ou uma cópia autenticada;

• autorização de saída para cada atividade monitorada e cultural quando o jovem for menor de 18 anos;

• laudo médico (no caso de pessoa com deficiência não aparente solicitar laudo médico no ato da matrícula);

• atualização da documentação de escolaridade, reapresentando declaração atualizada de matrícula ou conclusão do ensino médio, a cada período letivo;

• cópia do comprovante de residência do aluno;

• cópia da carteira de identidade e CPF do responsável, quando for menor de idade.

b. Empresa

42. Para encaminhar o contratado como aprendiz para o Programa de Aprendizagem Profissional, a empresa precisa apresentar ao Senac os seguintes documentos:

• Guia GFIP (apenas se a empresa não estiver cadastrada no Sistema de Acordos e Empresas Contri-buintes) para verificar;

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Profissional Comercial do Senac

• uma via do Contrato de Aprendizagem na matrícula para a pasta do aluno e devidamente assinada (aluno e empresa).

3.3. Jornada de Trabalho

43. A jornada do aprendiz compreende as horas destinadas à formação educacional e à prática profissional na empresa, simultâneas ou não, cabendo ao Senac acordar com as empresas e definir nos planos de cursos dos Programas de Aprendizagem Profissional.

44. No Decreto-lei nº 5.598 de 1º de dezembro de 2005, a jornada de trabalho do aprendiz:

• não poderá exceder 6 horas diárias, para os que ainda não concluíram o ensino fundamental, compu-tadas as horas destinadas à formação educacional e à prática profissional na empresa, cuja proporção deverá estar prevista no contrato;

• não poderá exceder 8 horas diárias, para os que concluíram o ensino fundamental, computadas as horas destinadas às atividades teóricas e práticas, cuja proporção deverá estar prevista no contrato. Não é, portanto, possível uma jornada diária de 8 horas somente com atividades práticas (art. 12 da Instrução Normativa – SIT nº 97/2012 de 30 de julho de 2012).

45. Conforme o art. 432 da CLT, em qualquer caso, a compensação e a prorrogação da jornada são proibidos. O art. 21 do Decreto-lei nº 5.598/2005, estabelece que quando o menor de 18 anos for empregado em mais de um estabelecimento, as horas de trabalho em cada um deverão ser totalizadas. O Senac deverá observar, ainda, os demais direitos assegurados pelo ECA quando da fixação de jornada do aprendiz ado-lescente, na faixa etária de 14 a 18 anos.

3.3.1. Trabalho aos Domingos e Feriados

46. O trabalho do aprendiz aos domingos e feriados é permitido, desde que a empresa possua autorização para trabalhar nesses dias, e seja garantido repouso a este jovem. Neste caso, a formação educacional deve ser realizada em outro dia da semana. Ressalta-se que o art. 432 da CLT veda ao aprendiz a pror-rogação e compensação de jornada.

3.3.2. Trabalho Noturno

47. De acordo com o art. 404 da CLT, é vedado ao menor de 18 anos o trabalho noturno, considerado este o que for executado no período compreendido das 22h de um dia às 5h do dia seguinte, para o trabalho urbano. O art. 7º da Lei nº 5.889, de 8 de junho de 1973, considera como trabalho rural noturno o exe-cutado das 21h de um dia às 5h do dia seguinte, na lavoura, e das 20h de um dia às 4h do dia seguinte, na atividade pecuária. Quanto ao aprendiz com idade superior a 18 anos, não há vedação legal ao trabalho noturno, sendo-lhe assegurado o pagamento do adicional respectivo.

3.4. Controle de Frequência e Avaliação

48. Após a contratação do aprendiz, a empresa e o Senac devem acompanhar a frequência, por meio de controle encaminhado periodicamente pela empresa, conforme documento específico do Departamento Regional. Para aprovação, o aprendiz deve ter frequência mínima e avaliação suficiente descrita no plano de curso.

3.5. Férias

49. De acordo com o art. 130 da CLT, após cada período de 12 (doze) meses de vigência do contrato, o aprendiz tem direito ao gozo de férias. Para os aprendizes com idade inferior a 18 anos, as férias devem coincidir, obrigatoriamente, com um dos períodos de férias escolares, sendo vedado o parcelamento, con-forme parágrafo 2º do art. 136 e parágrafo 2º do art. 134.

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50. Quando a empresa oferecer férias coletivas, o aprendiz com idade inferior a 18 anos não perde o direito de ter as suas férias coincididas com as da escola regular, devendo gozar as férias coletivas a título de licença remunerada.

3.6. Gravidez

51. De acordo com Nota Técnica nº 97, de 30 de abril de 2015, da Secretaria de Inspeção do Trabalho (SIT/MTE), a gestante empregada como aprendiz tem direito à estabilidade de forma idêntica ao que acontece em qualquer outro tipo de contrato profissional. Por se tratar de um contrato com início e fim, este não interfere na duração do curso.

52. Caso haja constatação médica de impossibilidade de frequentar as aulas, cabe à instituição formadora prever plano de atividades domiciliares.

3.7. Extinção do Contrato Especial de Trabalho

53. Conforme o art. 28 do Decreto-lei nº 5.598/2005, o Contrato de Aprendizagem será extinto exatamente no dia quando o aprendiz completar 24 anos, exceto na hipótese de aprendiz com deficiência, ou, ainda, antecipadamente, nas seguintes hipóteses:

• desempenho insuficiente ou inadaptação do aprendiz, por meio de laudo elaborado em conjunto pelo Senac e Empresa;

• falta disciplinar grave (art. 482 da CLT);

• constatação de ausência injustificada à escola que implique perda do ano letivo, caracterizada por meio de declaração emitida pela escola de educação básica;

• a pedido do aprendiz;

• encerramento das atividades da empresa, morte do empregador constituído em empresa individual e falência.

54. O inciso I, art. 29 do Decreto-lei nº 5.598/2005 orienta que o desempenho insuficiente ou a inadaptação do aprendiz referente às atividades do Programa de Aprendizagem deverá ser descrito e especificado em relatório elaborado pelo Senac em parceria com a empresa.

55. Nos casos de extinção ou rescisão do Contrato de Aprendizagem, o empregador deve efetuar o pagamento das verbas rescisórias do aprendiz até o primeiro dia útil imediato ao término do contrato ou até o décimo dia, contado da data de notificação da demissão, no caso de aviso prévio, indenização deste ou dispensa de seu cumprimento, de acordo com o art. 11, incisos I e II, da Instrução Normativa nº 03/02 da Secretaria de Relações do Ministério do Trabalho e Emprego (SRT/MTE).

4. Atendimento à Pessoa com Deficiência 56. Conforme o art. 2º da Lei nº 13.146, de 6 de julho de 2015, é considerada pessoa com deficiência aquela

que tem impedimento de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em intera-ção com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas. O parágrafo 3º do art. 428 da CLT estabelece que o prazo máximo de dois anos do Contrato de Aprendizagem não se aplica às pessoas com deficiência, desde que o tempo adicional seja, nesses casos, fundamentado em aspectos relacionados à deficiência, vedada em qualquer caso a contratação de pessoa com deficiência na qualidade de aprendiz por prazo indeterminado. O pa-rágrafo 4º do mesmo artigo versa que, para estes aprendizes, não se aplica o limite de 24 anos de idade para sua contratação. Para os fins do Contrato de Aprendizagem especificamente deste público, devem ser consideradas, sobretudo, as habilidades e competências relacionadas com a profissionalização.

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Diretrizes Nacionais dos Programas de Aprendizagem

Profissional Comercial do Senac

57. Os ambientes de aprendizagem devem estar adequados às condições de acessibilidade necessárias ao aprendiz com deficiência, conforme descrito nos arts. 2º e 24 do Decreto nº 6.949, de 25 de agosto de 2009, que promulga a Convenção da Organização das Nações Unidas (ONU).

58. A Lei nº 13.146, de 6 de julho de 2015, instituiu o Estatuto da Pessoa com Deficiência, que assegura e promove, em condições de igualdade, o exercício dos direitos e das liberdades fundamentais deste público, visando à sua inclusão social e cidadania. O art. 97 da referida lei faz alterações significativas no art. 428 da CLT, no que diz respeito ao Contrato de Aprendizagem.

Direitos do Jovem AprendizDireitos do Jovem Aprendiz

• Carteira de Trabalho (CTPS) assinada pela empresa contratante, conforme dados do Con-trato de Aprendizagem.

• Remuneração mensal

• 13º salário

• Férias de 30 dias (após cada período de 12 meses de vigência do contrato).

• PIS (Programa de Integração Social)

• FGTS

• INSS

• Vale-transporte (VT)

• Direitos de verbas rescisórias (ver página 30 do Manual de Aprendizagem do Ministério do Trabalho e Emprego).

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IV. Concepção e Organização da Aprendizagem Profissional Comercial no SenacEste capítulo trata da concepção e organização dos Programas de Aprendizagem Profissional Comercial ofer-tados pelo Senac, que são elaborados nas modalidades de ensino presencial e a distância, nos termos da legislação e normas vigentes.

1. O Conceito de Aprendiz 59. O aprendiz é o adolescente ou jovem maior de 14 e menor de 24 anos de idade, estudante da educação

básica (ensino fundamental ou médio) ou concluinte do ensino médio inscrito em Programa de Aprendi-zagem nos termos do art. 428, da CLT. Essa idade máxima de 24 anos não se aplica a aprendizes com deficiência.

60. A condição de aprendiz pressupõe formalização do contrato do jovem pela empresa e matrícula em curso ou Programa de Aprendizagem Profissional no Senac. Para os fins do Contrato de Aprendizagem, faz-se necessário comprovar a matrícula e a frequência do aprendiz à escola, caso não haja conclusão do ensino médio. Ressalta-se que nas localidades onde não houver oferta de ensino médio, a contratação do apren-diz poderá ocorrer sem a frequência à escola, desde que ele já tenha concluído o ensino fundamental, de acordo com o parágrafo 7º do art. 428 da CLT.

Aprendiz

Estudante da educação básica (ensino

fundamental ou médio)

Jovem maior de 14 e menor de 24 anos de

idade

Possuir contrato com a empresa e matrícula

em Programa de Aprendizagem

Aprendiz PCD

Ingresso condicionado à sua capacidade de

aproveitamento

Jovem maior de 14 anos, mas sem limite de idade

para contratação

Possuir contrato com a empresa e matrícula

em Programa de Aprendizagem

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Diretrizes Nacionais dos Programas de Aprendizagem

Profissional Comercial do Senac

61. Em observância aos princípios contidos no Decreto-lei nº 5.598/2005, a contratação de aprendizes deverá priorizar os adolescentes de 14 a 18 anos, exceto em situações de atividades insalubres ou perigosas. Sendo assim, para a realização destas atividades, deverão ser admitidos obrigatoriamente, jovens na faixa etária entre 18 e 23 anos ou pessoas com deficiência a partir dos 18 anos, conforme disposto no mesmo Decreto, sem limite máximo de idade.

62. A seleção do aprendiz é feita pelo empregador, que dispõe de total liberdade para sua escolha, desde que observado o princípio constitucional da igualdade e a vedação a qualquer tipo de discriminação atentatória aos direitos às liberdades fundamentais, bem como a observância aos dispositivos legais pertinentes à aprendizagem e à prioridade conferida aos adolescentes na faixa etária de 14 a 18 anos, além das diretri-zes próprias e das especificidades de cada Programa de Aprendizagem Profissional desenvolvido.

2. Programa de Aprendizagem Profissional Comercial63. A Aprendizagem Profissional Comercial é um programa técnico-profissional que prevê a formação educa-

cional e a formação prática na empresa, metodicamente organizadas em atividades de complexidade pro-gressiva, desenvolvidas em laboratórios pedagógicos e em ambiente de trabalho. As atividades, previamente organizadas, são desenvolvidas sob orientação e responsabilidade conjunta do Senac e da empresa.

64. Os Programas de Aprendizagem Profissional do Senac destinam-se à formação técnico-profissional metó-dica de jovens para a preparação, inserção e manutenção destes no mundo do trabalho, a partir da oferta de cursos de qualificação profissional ou técnico destinados à qualificação profissional ou formação inicial de trabalhadores, bem como cursos técnicos de nível médio.

65. A formação profissional em cursos de nível inicial ou técnico relaciona-se a ocupações reconhecidas pela CBO , documento que reconhece, nomeia e codifica as ocupações, além de descrever as características do mercado de trabalho brasileiro.

66. A Portaria nº 723/2012, em seu art. 9º, indica que os cursos de aprendizagem devem promover a forma-ção profissional relacionada a ocupações codificadas na CBO e reitera, no seu art. 10 que as dimensões teórica e prática da formação do aprendiz devem ser pedagogicamente articuladas entre si, sob forma de itinerários formativos que possibilitem ao aprendiz o desenvolvimento da sua cidadania, a compreensão das características do mundo do trabalho, dos fundamentos técnico-científicos e das atividades técnico--tecnológicas específicas à ocupação.

67. Os programas do Senac são estruturados a partir da demanda das empresas, do estudo e de conside-rações em torno de um conjunto de ocupações que possibilitam a oferta de programas educacionais que contemplem itinerários formativos, propiciando aos aprendizes o desenvolvimento de seus projetos de profissionalização e da sua cidadania, a compreensão das características do mundo do trabalho, dos fun-damentos técnico-científicos e das atividades tecnológicas. Dessa forma, os Programas de Aprendizagem Profissional Comercial qualificam o aprendiz para ocupações que possuem bases tecnológicas próximas e características complementares, objetivando promover a vivência prática em mais de uma ocupação na mesma organização.

68. A definição dos títulos, a elaboração dos programas e a oferta de cursos de Aprendizagem Profissional Comer-cial do Senac são realizados em total conformidade com a legislação vigente e posterior publicação no Conap.

69. Os cursos do Senac que compõem o Conap foram concebidos com base nas diretrizes legais da educação profissional e tecnológica e em consonância com a legislação do MTE e objetiva orientar as empresas e os auditores fiscais sobre os cursos aptos a serem realizados nas Unidades Educacionais do Senac.

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Principais características do Conap:

Programas organizados por itinerários formativos e por ocupações descritas na CBO.

Descreve perfil profissional do aprendiz ao concluir o curso.

Atualização periódica que permite inclusão e alteração de novos programas, após análise da SPPE/ MTE.

Apresenta carga horária destinada à formação educacional, carga horária mínima para formação na empresa e total do programa.

Especifica requisitos referentes à idade e à escolaridade para o exercício das ocupações.

Sena

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Con

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70. Os Programas de Aprendizagem Profissional Comercial podem ser ofertados nas modalidades de ensino presencial ou a distância, ambos respeitando a legislação de aprovação definida pelo MTE.

Presencial EAD Presencial EAD

Aprendizagem Profissional Comercial

Formação Inicial e Continuada Técnica de Nível Médio

2.1. Aprendizagem Profissional Comercial em Qualificação Profissional, incluindo Formação Inicial e Continuada de Trabalhadores

71. O Programa de Aprendizagem Profissional em Qualificação Profissional, incluindo Formação Inicial e Con-tinuada de trabalhadores é voltado para a qualificação em ocupações com identidades reconhecidas pelo mercado de trabalho.

72. De acordo com o parágrafo 2º do art. 10 da Portaria MTE nº 723/2012, a definição da carga horária destinada à formação educacional deve ser calculada com base na carga horária do curso de nível técnico médio correspondente, conforme classificação do Catálogo Nacional de Cursos Técnicos (CNCT) do MEC.

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Diretrizes Nacionais dos Programas de Aprendizagem

Profissional Comercial do Senac

Carga horária mínima para formação educacional no Programa de Aprendizagem Profissional Comercial FIC

É definida de acordo com os seguintes parâmetros:

a. Curso Técnico correspondente do itinerário formativo

Mínimo de 40% ou 400 horas (o que for maior), levando em consideração a carga horária de um curso do mesmo eixo tecnológico no qual o Programa de Aprendizagem está inserido.

b. horas do Programa de Aprendizagem a ser realizado no Senac

Mínimo de 30% e no máximo de 50% do total de horas previstas para o Programa de Aprendizagem Comercial.

73. Observados os parâmetros, o Senac, na elaboração dos Programas de Aprendizagem Profissional Co-mercial para a etapa de formação educacional, organiza a(s) ocupação(ões) considerando os níveis de complexidade progressiva.

74. Os Departamentos Regionais do Senac, em parceria com as empresas que contrataram os aprendizes, devem organizar e definir a(s) jornada(s) diária e semanal, considerando o perfil dos aprendizes quanto à faixa etária e à escolaridade para que lhes seja garantido o direito à frequência à escola regular e o tempo dedicado aos estudos, salvo quando o aprendiz já tiver concluído o ensino médio.

75. Os Programas de Aprendizagem Profissional Comercial em Qualificação Profissional, incluindo Forma-ção Incial e Continuada de trabalhadores, atendem aos arts. 2º e 3º do Decreto nº 5.154, de 23 de julho de 2004, e demais normas relativas à formação. Além disso, estes programas específicos cumprem as diretrizes gerais e curriculares, mesmo no que se refere aos conteúdos destinados à formação humana e científica, devidamente contextualizados, nos termos dos incisos I, II e III do art. 10 da Portaria MTE nº 723/2012.

2.2. Aprendizagem Profissional Comercial Técnica de Nível Médio

76. Entende-se por Aprendizagem Profissional Técnica de Nível Médio quando a parte da formação educa-cional da aprendizagem é proporcionada por instituição ofertante de cursos técnicos de nível médio, que seguem as Diretrizes Curriculares Nacionais definidas pelo Conselho Nacional de Educação e as diretrizes operacionais estabelecidas no Catálogo Nacional de Cursos Técnicos de Nível Médio (CNCT), administrado pelo MEC.

77. Os Programas de Aprendizagem Profissional Comercial Técnica, organizados por eixos tecnológicos, pos-sibilitam a construção de diferentes itinerários formativos e podem contar com saídas intermediárias de qualificação profissional técnica.

78. Segundo o art. 12 da Portaria MTE nº 723/2012, para o reconhecimento dos Programas de Aprendizagem que envolvam cursos técnicos de nível médio, devem ser atendidos os requisitos que caracterizam os Contrato de Aprendizagem Profissional, conforme o disposto no art. 428 da CLT.

79. Considerando que o Senac integra o sistema federal de ensino, as atividades práticas realizadas durante a vigência do Contrato de Aprendizagem poderão ser reconhecidas para efeitos de contagem de eventual carga horária exigida para cumprimento de atividades de estágio obrigatório, desde que explicitada no projeto pedagógico do curso e que os termos desta equivalência constem do Termo de Compromisso firmado entre o estagiário, o Senac e a parte concedente do estágio, conforme descrito no parágrafo 1º do art. 12 da Portaria MTE nº 723/ 2012. Excepcionalmente, quando o curso Técnico de Nível Médio tiver

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duração superior ao correspondente Programa de Aprendizagem, de acordo com o parágrafo 4º do art. 12 da mesma portaria, o contrato poderá ser celebrado após o início do curso ou terminar antes, desde que observadas as seguintes condições:

• o início e o término do Contrato de Aprendizagem e do Programa de Aprendizagem deverão coincidir com o início e término dos respectivos módulos;

• o contrato deverá englobar o mínimo de módulo(s) que assegurem a formação técnico-profissional metódica completa, necessária para a certificação do curso de Aprendizagem correspondente a uma ocupação prevista na Classificação Brasileira de Ocupações (CBO);

• a carga horária teórica não poderá ser inferior a 400 horas.

2.3. Modalidades de Ensino

80. O Senac oferta cursos de Aprendizagem Profissional Comercial nas modalidades de ensino presencial e a distância.

2.3.1. Educação Presencial

81. A criação, organização, oferta e desenvolvimento de cursos de Aprendizagem Profissional Comercial de-vem observar ao estabelecido na legislação e nas normativas vigentes. A formação educacional dos cursos de Aprendizagem Profissional Comercial ofertados na modalidade presencial ocorrem no Senac e contam com estrutura adequada para o desenvolvimento destes programas de forma a manter a qualidade do processo de ensino.

2.3.2. Educação a Distância (EAD)

82. De acordo com ao art. 14 da Portaria MTE nº 723/2012, na redação dada pela Portaria nº 1.005, de 1º de julho de 2013, os Programas de Aprendizagem Profissional Comercial podem ser ofertados pela modali-dade de ensino de educação a distância nos locais onde o número de aprendizes não justifique a formação de uma turma presencial ou que não seja possível a sua implantação imediata em razão de inexistência de estrutura educacional adequada para a aprendizagem. Destaca-se que as propostas de Programas de Aprendizagem Comercial a distância deverão ser encaminhadas ao MTE e autorizadas quando adequadas ao estabelecido no anexo II da Portaria nº723/2012.

83. A oferta de Aprendizagem Profissional Comercial a distância não exige a obrigatoriedade de credencia-mento de polo, sendo possível que o aprendiz realize a formação educacional em ambiente virtual na pró-pria empresa. Nestes casos, o aprendiz pode estudar na empresa em horário predeterminado e definido no Contrato de Trabalho Especial de Aprendizagem.

84. Os cursos ofertados nesta modalidade de ensino devem estar adequados aos referenciais de qualidade para desenvolvimento e validação dos Programas de Aprendizagem Profissional Comercial a distância e estar de acordo com as deliberações do Comitê Permanente de Aprendizagem Profissional, descritos no anexo II da Portaria MTE nº 723/2012.

85. Este Comitê é uma instância criada para subsidiar e articular as ações das Secretarias responsáveis pela Aprendizagem Profissional no âmbito do MTE. Dentre suas atribuições consta a validação de cursos e programas que utilizem metodologias de ensino a distância de acordo com o estabelecido na legislação vigente.

86. O referido Comitê elaborou as recomendações necessárias para validação dos cursos de Aprendizagem Profissional a distância, descritas a seguir.

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Diretrizes Nacionais dos Programas de Aprendizagem

Profissional Comercial do Senac

Recomendações que devem ser consideradas na análise e validação das propostas de cursos de Aprendizagem na modalidade a distância

• A entidade que pretende realizar aprendizagem a distância deve ter como mínimo um Programa de Aprendizagem na modalidade presencial devida-mente validado pelo Ministério do Trabalho.

• Durante o processo de análise deve-se verificar a vocação do município em cada atividade econômica, via Sisaprendiz, e se já existem entidades qualificadoras com cursos validados que possam suprir a necessidade do município.

• Necessariamente a entidade deve informar quais serão os municípios atendidos e a quantidade de aprendizes, por município, que participarão do programa.

• Quando o número de aprendizes atendidos pelos Programas de Aprendiza-gem na modalidade a distância alcançar o número de 25 (vinte e cinco), a SRTE será previamente consultada e verificará a conveniência e oportunida-de de implementação de turmas presenciais.

• O processo de validação implica consulta à Auditoria da SRTE do estado, que designará pessoa responsável pela verificação do que foi apresentado no Cadastro Nacional da Aprendizagem.

• É obrigatório o registro do CMDCA no município onde se realizará a aprendi-zagem para programas destinados a menor de 18 anos.

• É obrigatório o envio de senhas de acesso a plataforma tanto para a SPPE como para a Auditoria.

• A entidade deve disponibilizar na plataforma o calendário de atividades que serão realizadas para posterior monitoramento; também deve estar disponível a qualquer tempo relatório com descrição detalhada de acesso dos aprendizes.

• Nas avaliações on-line deve constar que a aprovação em módulo é pré--requisito para o prosseguimento do curso.

Síntese dos Programas de Aprendizagem Profissional Comercial a Distância

Referenciais de Qualidade para Desenvolvimento e

Validação dos Cursos de Aprendizagem a

Distância

Deliberações do Comitê Permanente de Aprendizagem

Profissional

Programas de Aprendizagem

com Metodologia de Educação a Distância

registrados no Conap

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Fluxo de Encaminhamento de Aprendizagem Profissional Comercial Senac

Curso é ofertado pelo Senac

Empresa é contribuinte Senac

Empresa assume contratação do aprendiz e condição de empregador

Empresa verifica existência de cursos Senac que atendam ao seu perfil

Empresa encaminha aprendiz ao Senac

Senac DN tem autonomia para criação de novos Programas de Aprendizagem que

atendam a empresa

Elaboração de novo Programa de Aprendizagem que atenda ao perfil requerido

pela empresa

Senac oferta aprendizagem

Unidade avalia se empresa é contribuinte Senac por meio da apresentação da GFIP

(FPAS 515)

Sim

Sim

Não

Não

Empresa verifica obrigatoriedade de cumprimento de cota de aprendizagem

Unidade encaminha confirmação de vaga e faz

matrícula conforme procedimento específico da Unidade

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Diretrizes Nacionais dos Programas de Aprendizagem

Profissional Comercial do Senac

V. Normas para a Operacionalização da Aprendizagem Profissional Comercial no SenacEste capítulo refere-se às normas que orientam a oferta de Programas de Aprendizagem Profissional Comer-cial, esclarecendo questões relativas à organização acadêmica, formação técnica profissional metódica, além dos documentos institucionais, infraestrutura, ambientes pedagógicos, recursos tecnológicos, entre outros as-pectos relacionados à operacionalização deste tipo de curso.

1. Autonomia Institucional87. O Senac é uma Entidade privada vinculada ao sistema sindical, conforme o art. 240 da Constituição

Federal de 1988. De acordo com o disposto no art. 20 da Lei nº 12.513/2011, na redação dada pela Lei nº 12.816, de 5 de junho de 2013, o Senac integra o Sistema Federal de Ensino, com autonomia para criação de Unidades Educacionais e oferta de cursos e programas de Educação Profissional e Tecnológica, incluindo Programas de Aprendizagem Profissional Comercial. O Senac é uma Entidade especializada na formação técnico-profissional metódica, criada por Lei específica para essa finalidade, legalmente quali-ficada para oferta de cursos de Aprendizagem, com autonomia para levar à apreciação do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) novos programas, conforme descrito no art. 8º do Decreto-lei nº 5.598/2005.

2. Formação Técnico-profissional Metódica – Regime de Alternância88. Conforme art. 428 da CLT, na redação dada pela Lei nº 11.180, de 23 de setembro de 2005, a empresa

deverá garantir a formação técnico-profissional metódica do aprendiz, compatível com o seu desenvol-vimento físico, moral e psicológico, cabendo ao Senac orientá-la na execução do Programa de Aprendi-zagem Profissional. Considera-se formação técnico-profissional metódica, para os efeitos do Contrato de Aprendizagem, as atividades teóricas e práticas, metodicamente organizadas em tarefas de complexidade progressiva desenvolvidas no ambiente de trabalho, de acordo com o art. 6º do Decreto-lei nº 5.598/2005.

89. A parte teórica do Programa de Aprendizagem Profissional Comercial deve ser desenvolvida, distribuindo--se as horas no decorrer de todo o período do contrato de forma a garantir a alternância com as atividades práticas. Durante o Programa, a empresa deve favorecer ao aprendiz o rodízio nas atividades previstas no Projeto Pedagógico do curso, conforme o plano de atividades entregue no ato da matrícula.

3. Referenciais Institucionais90. Para o Senac o Programa de Aprendizagem deve articular esforços nas áreas de educação, trabalho,

emprego, esporte e lazer, cultura, ciência e tecnologia, desenvolver a cidadania do jovem e a compreen-são das características do mundo do trabalho e tem como o principal objetivo preparar o jovem para uma atuação ética e cidadã, favorecendo o protagonismo juvenil e a possibilidade de que esses jovens possam se posicionar de forma crítica e sustentável no mercado de trabalho e na sociedade. O Programa é o início de um itinerário formativo para promover mobilidade do jovem no mundo do trabalho e, por isso, os planos de cursos devem se relacionar com as ocupações codificadas na CBO e não trazer para sua concepção formativa as qualificações profissionais voltadas para essas ocupações na íntegra (ter ocupações rela-cionadas ao Programa de Aprendizagem é diferente de ‘atrelar’ o perfil das aprendizagens a ocupações específicas ou trazer para o escopo da Aprendizagem os cursos de qualificação profissional).

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3.1. Diretrizes da Educação Profissional do Senac

91. De acordo com as Diretrizes de Educação, cabe aos Departamentos Regionais do Senac elaborar os seguintes documentos: Projeto Político-Pedagógico, Regimento Escolar e Planos de Curso. Esses docu-mentos são ferramentas fundamentais ao bom funcionamento da Instituição, uma vez que constituem referências para as ações administrativas e pedagógicas.

92. Conforme o parágrafo 2º do art. 23, Decreto-lei nº 5.598/ 2005, caberá ao Senac, quando solicitado, encaminhar cópia do projeto pedagógico do Programa de Aprendizagem aos empregadores e ao Minis-tério do Trabalho e Emprego.

3.2. Modelo Pedagógico do Senac

93. O desenvolvimento do Modelo Pedagógico Nacional do Senac surgiu como ação estratégica da Instituição para qualificar a oferta de educação profissional em todo o país e foi concebido a partir da experiência dos Departamentos Regionais que integram o Senac, na elaboração de planos de cursos.

94. A partir da constatação que todos os Departamentos Regionais privilegiam o desenvolvimento de com-petências – núcleo estruturante do fazer profissional de toda ocupação – o Modelo Pedagógico Nacional inova ao organizar as competências necessárias para o exercício profissional em unidades curriculares, visando contemplar todos os elementos.

95. Diante das definições e conceitos defendidos pelos Departamentos Regionais, coordenado pelo Depar-tamento Nacional, criou-se a metodologia de elaboração de Planos de Cursos Nacionais do Programa de Aprendizagem Profissional do Senac.

3.3. Elaboração de Plano de Curso

96. Os Programas de Aprendizagem Profissional Comercial devem ser organizados segundo as legislações vigentes e orientações metodológicas e pedagógicas do Senac. De acordo com o art. 9º e o art. 10, inciso III, parágrafo 1º da Portaria MTE nº 723/2012, um curso de aprendizagem profissional comercial é composto por ocupações reconhecidas pela CBO que possibilitam a realização de itinerários formativos, objetivando o desenvolvimento de aptidões para a vida produtiva e social. O parágrafo 4º do art. 428 da CLT, trata a formação técnico-profissional como o conjunto de atividades teóricas e práticas, metodica-mente organizadas em tarefas de complexidade progressiva, desenvolvidas no ambiente de trabalho.

97. O conjunto de atividades da formação educacional e prática profissional na empresa são organiza-dos no plano de curso, incluindo a jornada do aprendiz, conforme orientado no art. 20 do Decreto-lei nº 5.598/2005.

98. O art. 23, do Decreto-lei nº 5.598/2005, dispõe que a prática profissional destinada à empresa pode ser realizada no estabelecimento contratante ou concedente da experiência prática do aprendiz ou no Senac.

99. O Senac assume o compromisso de elaborar um plano de curso que propicie aos aprendizes a compre-ensão da realidade social e o desenvolvimento de competências e seus elementos tais como: conheci-mentos, habilidades, valores e atitudes, tanto nas atividades que exigem técnicas como às que requerem ações que demonstrem comportamentos sociais, que lhes favoreçam posicionar-se como cidadãos e trabalhadores historicamente situados.

100. No Modelo Pedagógico adotado pelo Senac, o plano de curso de aprendizagem deve ser elaborado a partir do perfil profissional composto pelas competências das ocupações definidas e pelas marcas for-mativas específicas deste tipo de curso. Também deve contemplar projetos integradores que articulam as unidades curriculares, a formação educacional das ocupações com a prática profissional na empresa, como evidencia o esquema a seguir.

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Diretrizes Nacionais dos Programas de Aprendizagem

Profissional Comercial do Senac

Desenho do Modelo curricular – Aprendizagem

Perfil profissional de conclusão

Ocupação 1 Ocupação 2 Ocupação 3

Competência A Competência D Competência G

Competência B Competência E Competência H

Competência C Competência F Competência I

Projeto Integrador 1 Projeto Integrador 2 Projeto Integrador 3

Prát

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Profi

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Prática Profissional na Empresa

101. O plano de curso de um Programa de Aprendizagem, baseado no Modelo Pedagógico do Senac e nas normas complementares definidas pelo MTE, é composto pelos itens a seguir.

1. Identificação do curso (carga horária e códigos CBO).

2. Requisitos e formas de acesso (resumo contendo público-alvo, requisitos de acesso, documentação para matrícula).

3. Justificativa e objetivos.

4. Perfil profissional de conclusão com respectivas competências profissionais das ocupações que compõem o programa e marcas formativas.

5. Organização curricular com indicação das competências e seus indicadores e elementos (conheci-mentos, habilidades, atitudes e valores), além da especificação de pré-requisitos e correquisitos.

6. Orientações Metodológicas para concretizar a Organização Curricular do Curso, incluindo as ativida-des de prática profissional no ambiente de aprendizagem.

7. Critérios e procedimentos para avaliação da aprendizagem e da constituição de competências pro-fissionais.

8. Estágio profissional supervisionado (quando for o caso).

9. Instalações, equipamentos e recursos tecnológicos mínimos obrigatórios para a realização do curso de aprendizagem.

10. Perfil do pessoal docente e técnico.

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11. Bibliografia básica e complementar.

12. Certificação.

102. Os planos de cursos de Aprendizagem devem atender ao disposto na Portaria MTE nº 723/2012, con-templando as diretrizes gerais, curriculares e os conteúdos de formação humana e científica que estão indicados nos incisos I, II e III, do art. 10 e que deram origem às marcas formativas específicas do Programa de Aprendizagem Comercial do Senac: atitude saudável e protagonismo juvenil, social e econômico.

103. O pleno desenvolvimento do currículo tem como exigência equilibrada associação entre formação educa-cional e prática profissional na empresa, mediante clara divisão de atribuições, que se estabeleça entre Senac e empresa, o que implica, dentre outras questões, a definição de cargas horárias e a distribuição de atividades das partes envolvidas nas diversas etapas do Programa de Aprendizagem Profissional Comercial.

104. Considerando que a prática profissional na empresa compõe o currículo do Programa de Aprendizagem Profissional Comercial, é importante ressaltar que a empresa precisa atuar como parceira efetiva do Senac na execução conjunta e integrada de seu ato educativo com os aprendizes. A ação efetiva nesse sentido implica responsabilidade de designar uma pessoa do estabelecimento para acompanhamento do aprendiz em cada etapa de seu processo de estudo.

105. Caberá também ao Senac intervir no processo, mediante encontros presenciais, mesmo as mediadas por tecnologias de informação e comunicação com os responsáveis pelo acompanhamento dos apren-dizes, reuniões com aprendizes e aplicação de instrumentos que permitam verificar as competências desenvolvidas pelos aprendizes.

106. No plano de curso da Aprendizagem Profissional Comercial deverão ser descritas as instalações físicas e a infraestrutura material que dão suporte tecnológico, cientifico e instrumental ao curso na Unidade Educacional responsável pelo atendimento do aprendiz, bem como na organização empresarial. Quando se tratar de curso desenvolvido por meio de Educação a Distância, deverão ser consideradas tanto a sede da instituição como os polos de apoio presencial, compatível com a proposta do curso para o atendimento ao aprendiz nas atividades presenciais. Conforme o anexo II da Portaria MTE nº 723/2012, os Programas de Aprendizagem Comerciais ofertados a distância, os planos de curso devem especificar as técnicas di-dático-pedagógicas a serem utilizadas, demonstrar os mecanismo de interação entre aprendizes, tutores e professores ao longo do curso, estabelecer os critérios de avaliação do aprendiz e prever os seguintes documentos operacionais – Guia Geral do Curso, Plano de Tutoria (definindo em especial o modelo de tutoria a ser utilizado), Manual do Aprendiz e o Plano de Estudos Sugerido. Além disso, deve quantificar o número de professores/horas disponíveis para atendimentos requeridos pelos aprendizes.

107. Os planos de curso, ofertados na modalidade de educação a distância, devem prever momentos de en-contros presenciais, mesmo as mediadas por tecnologias de informação e comunicação, cuja frequência deve ser determinada pela natureza e complexidade da ocupação a que o curso se destina, garantindo o processo de avaliação da complexidade progressiva.

4. Corpo Técnico-pedagógico108. A qualificação e a quantidade de profissionais no corpo técnico-docente e de apoio envolvidos na execu-

ção do Programa de Aprendizagem devem ser adequadas à proposta pedagógica descrita no plano de curso e a duração do programa. Os docentes deverão ter formação requerida para ministrar os cursos na área específica e deve ser determinado um técnico responsável pelo acompanhamento das atividades dos aprendizes na empresa. Salienta-se que a comprovação da existência de quadro-técnico docen-te deve acompanhar o termo de compromisso do Programa de Aprendizagem, segundo Portaria MTE nº 723, de 23 de abril de 2012, com redação dada pela Portaria MTE nº 1.005, de 1º de julho de 2013.

29

Diretrizes Nacionais dos Programas de Aprendizagem

Profissional Comercial do Senac

109. Recomenda-se que, para a realização de cursos do Programa de Aprendizagem, os Departamentos Regionais tenham em sua estrutura o coordenador e/ou supervisor de formação profissional na em-presa. No caso da modalidade de ensino a distância, também, é necessário haver o acompanhamento do tutor na formação educacional.

Envolvidos no processo

Senac Coordenador e Docente/ Tutor (EAD)

Empresa Supervisor e

Aprendiz

5. Infraestrutura e Ambientes Pedagógicos110. A infraestrutura física, como equipamentos, instrumentos e instalações necessários para a oferta dos

cursos de Aprendizagem Profissional Comercial deve atender às necessidades legais, institucionais e traduzir o padrão de qualidade, conforme previsto nos arts. 8º, 22 e 23 do Decreto-lei nº 5.598/2005 e no art. 5º, inciso V, da Portaria MTE nº 723/2012.

111. Segundo o referido Decreto, a formação educacional pode ser realizada no Senac ou com metodologia e técnicas pedagógicas de demonstração no local de trabalho, desde que o ambiente seja adequado ao desenvolvimento do Programa de Aprendizagem e que ofereçam segurança e não sejam prejudiciais à saúde do adolescente.

112. A prática profissional na empresa pode ocorrer no estabelecimento contratante (na empresa) ou conce-dente da experiência prática do aprendiz ou no Senac.

113. No caso de a formação ocorrer no estabelecimento designado pela empresa, esta deverá designar for-malmente um monitor responsável pela coordenação

114. O Senac também deverá designar um profissional para acompanhar a prática profissional na empresa dos aprendizes. O empregador que possuir mais de um estabelecimento em um mesmo município po-derá centralizar as atividades práticas correspondentes em um único ambiente.

115. A prática profissional na empresa poderá ocorrer no Senac, total ou parcialmente, em condições laborais, quando essenciais à especificidade das ocupações objeto do curso ou quando o local de trabalho não oferecer condições de segurança e saúde ao aprendiz. Assim, nenhuma atividade prática poderá ser desenvolvida no estabelecimento em desacordo com as disposições do Programa de Aprendizagem. Os ambientes pedagógicos destinados às atividades práticas devem ser equipados de acordo com o especi-ficado no Projeto Pedagógico dos Cursos (PPC).

116. Destaca-se ainda que as bibliotecas físicas e virtuais devem ser entendidas como espaços fundamen-tais para o desenvolvimento do Programa de Aprendizagem, sendo fundamental assegurar a qualidade das instalações, visando preservar a qualidade do espaço físico, do acervo bibliográfico e dos recursos tecnológicos.

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6. Recursos Tecnológicos117. Os recursos tecnológicos de apoio ao processo de aprendizagem devem ser compatíveis com a proposta

pedagógica e inclusiva, de forma a permitir que os professores realizem a avaliação das atividades indi-viduais e em grupo dos aprendizes.

118. Nos cursos ofertados na modalidade de educação a distância, o processo avaliativo referente às ati-vidades dos professores e tutores, devem ser acompanhados pelos coordenadores com o objetivo de aperfeiçoar todas as etapas dos Programas de Aprendizagem.

119. Como parte do plano de investimento, as Unidades Educacionais do Senac deverão disponibilizar ambientes com recursos tecnológicos, tais como salas multimídias, laboratórios de informática, am-bientes de produção digital, entre outros, providos de aplicativos específicos para as diversas áreas de conhecimento.

120. Nos Programas de Aprendizagem a distância, os recursos tecnológicos devem garantir os princípios da interação e interatividade entre aprendizes, tutores, coordenadores, supervisores e demais membros das equipes envolvidas.

7. Certificação Profissional121. De acordo com o art. 31 do Decreto-lei nº 5.598/2005, o Senac deverá conceder certificado de qualifi-

cação profissional aos aprendizes que concluírem os Programas de Aprendizagem com aproveitamento.

122. O certificado de qualificação profissional deverá enunciar o título e o perfil profissional para as ocupa-ções nas quais o aprendiz foi qualificado. A formação em Aprendizagem de Nível Técnico deve seguir as diretrizes estabelecidas no Catálogo Nacional de Cursos Técnicos, devendo ser acrescidas as horas de prática necessárias à ocupação específica, conforme descrito no anexo I, da Portaria MTE nº 723/2012. Este programa confere “Cerificado de Aprendizagem Profissional Técnica de Nível Médio em (nome do curso)”. No mesmo certificado deve ser informada a ocupação, com respectivo código da CBO, para a qual foi qualificado.

123. No caso de rescisão de contrato por parte da empresa, o aluno receberá somente uma declaração de estudos de acordo com o Regimento do Departamento Regional.

31

Diretrizes Nacionais dos Programas de Aprendizagem

Profissional Comercial do Senac

VI. Monitoramento e Avaliação dos Programas de Aprendizagem Profissional ComercialEste capítulo refere-se às orientações sobre o processo de avaliação dos Programas de Aprendizagem Profis-sional Comercial e o acompanhamento de egressos.

124. Conforme o inciso VII, do art. 5º da Portaria do MTE nº 723/2012, o Senac deve desenvolver mecanismos de acompanhamento e avaliação de aprendizagem, mediante registro documental das atividades teóricas e práticas, com a participação do aprendiz e da empresa. A avaliação da aprendizagem constitui um processo de caráter diagnóstico e formativo, pois seus resultados devem informar os progressos e as dificuldades do aprendiz, tendo em vista um trabalho de intervenção no sentido de contribuir para o ple-no desenvolvimento das competências (conhecimentos, habilidades e valores mobilizados para a ação), definidas nos perfis profissionais de conclusão dos planos de cursos.

125. O processo de avaliação estende-se ao período de prática profissional do aprendiz na empresa, requer acompanhamento metódico das atividades laborais, mediante anotações diárias de ações, com destaque para novas experiências, descobertas, problemas e soluções. Os registros devem ser assinados, sema-nalmente, tanto pelo aprendiz como por seu responsável na empresa.

126. Durante a prática profissional na empresa, deverão ser promovidos encontros de orientadores e reuniões com os aprendizes, com o objetivo de esclarecer questões sobre legislação educacional e trabalhista, transmitir informações sobre o Programa de Aprendizagem Comercial e, sobretudo, acompanhar as ati-vidades práticas dos aprendizes. De acordo com o art. 29, do Decreto-lei nº 5.598/2005, em caso de desempenho insuficiente ou inadaptação do aprendiz, o Senac deve elaborar laudo de avaliação, após consulta ao estabelecimento onde se realiza a aprendizagem. Conforme descrito no anexo II, da Portaria MTE nº 723/2012, os planos de curso, ofertados na modalidade de educação a distância, precisam prever avaliações presenciais, com controle de frequência, zelando pela confiabilidade e credibilidade na certificação do aprendiz.

1. Acompanhamento de Egressos127. Cabe ao Senac realizar pesquisas com egressos, com objetivo de avaliar o impacto das ações formativas

e acompanhar a inserção dos aprendizes no mercado de trabalho após o término do Contrato de Apren-dizagem. Essa pesquisa visa contribuir para a melhoria das metodologias educacionais utilizadas para aprimoramento contínuo da oferta dos Programas de Aprendizagem.

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ReferênciasBRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado, 1988.

BRASIL. Decreto n. 5.154, de 23 de julho de 2004. Regulamenta o § 2º do art. 36 e os arts. 39 a 41 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 26 jul. 2004.

BRASIL. Decreto n. 6.949, de 25 de agosto de 2009. Promulga a Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e seu Protocolo Facultativo, assinados em Nova York, em 30 de março de 2007. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 26 ago. 2009.

BRASIL. Decreto n. 31.546, de 6 de outubro de 1952. Dispõe sobre o conceito de aprendiz. Diário Oficial da União, Rio de Janeiro, 11 out. 1952.

BRASIL. Decreto n. 61.843, de 5 dezembro de 1967. Aprova o Regulamento do Serviço Nacional de Aprendi-zagem Comercial (Senac) e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 11 dez. 1967.

BRASIL. Decreto-Lei n. 5.091, de 15 de dezembro de 1942. Dispõe sobre o conceito de aprendiz, para os efeitos da legislação do ensino. Coleção das Leis do Brasil, Rio de Janeiro, 31 dez. 1942.

BRASIL. Decreto-Lei n. 5.452, de 1º de maio de 1943. Aprova a Consolidação das Leis do Trabalho. Diário Oficial da União, Rio de Janeiro, 9 ago. 1943.

BRASIL. Decreto-Lei n. 5.598, de 1º dezembro de 2005. Regulamenta a contratação de aprendizes e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 2 dez. 2015.

BRASIL. Decreto-Lei n. 8.621, de 10 de janeiro de 1946. Dispõe sobre a criação do Serviço Nacional de Apren-dizagem. Diário Oficial da União, Rio de Janeiro, 12 jan. 1946.

BRASIL. Decreto-Lei n. 8.622, de 10 de janeiro de 1946. Dispõe sobre a aprendizagem dos comerciários, estabelece deveres dos empregadores e dos trabalhadores menores relativamente a essa aprendizagem e dá outras providências. Diário Oficial da União, Rio de Janeiro, 12 jan. 1946.

BRASIL. Lei n. 8.069, de 13 de julho de 1990. Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 16 jul. 1990. Republicado em 27 set. 1990.

BRASIL. Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 23 dez. 1996. Seção 1, p. 1.

BRASIL. Lei n. 10.097, de 19 de dezembro de 2000. Altera dispositivos da Consolidação das Leis do Trabalho – CLT, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 20 dez. 2000.

BRASIL. Lei n. 10.748, de 22 de outubro de 2003. Cria o Programa Nacional de Estímulo ao Primeiro Emprego para os Jovens - PNPE, acrescenta dispositivo à Lei nº 9.608, de 18 de fevereiro de 1998, e dá outras provi-dências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 23 dez. 2003. Revogada.

BRASIL. Lei n. 10.940, de 27 de agosto de 2004. Altera e acrescenta dispositivos à Lei nº 10.748, de 22 de outubro de 2003, que cria o Programa Nacional de Estímulo ao Primeiro Emprego para os Jovens – PNPE e à Lei nº 9.608, de 18 de fevereiro de 1998, que dispõe sobre o Serviço Voluntário, e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 30 ago. 2004.

34

BRASIL. Lei n. 11.180, de 23 de setembro de 2005. Institui o Projeto Escola de Fábrica, autoriza a concessão de bolsas de permanência a estudantes beneficiários do Programa Universidade para Todos – PROUNI, institui o Programa de Educação Tutorial – PET [...]. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 26 set. 2005.

BRASIL. Lei n. 12.513, de 26 de outubro de 2011. Institui o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (PRONATEC) [...]. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 27 out. 2011. Seção 1, p. 1.

BRASIL. Lei n. 12.816, de 5 de junho de 2013. Altera as leis 12.513, de 26 de outubro de 2011, para ampliar o rol de beneficiários e ofertantes da bolsa-formação estudante, no âmbito do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego – PRONATEC [...]. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 6 jun. 2013. Seção 1, p. 1.

BRASIL. Lei n. 13.146, de 6 de julho de 2015. Institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência). Diário Oficial da União, Brasília, DF, 7 jul. 2015.

BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Manual da aprendizagem: o que é preciso saber para contratar o aprendiz. Ed. rev. e ampl. Brasília, DF, 28 out. 2013.

BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Portaria n. 723, de 23 de abril de 2012. Brasília, DF, 2012. Dis-ponível em: <http://portal.mte.gov.br/data/files/8A7C812D3F9B2012013FC8F04B290F25/PORTARIA%20723%20-%20COM%20ALTERA%C3%87%C3%95ES.pdf>. Acesso em: 24 set. 2015.

BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Portaria n. 1.005, de 1º de julho de 2013. Diário Oficial da União, Brasília, DF 2 jul. 2013.

BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Secretaria de Inspeção do Trabalho. Instrução Normativa n. 97, de 30 de julho de 2012. Dispõe sobre a fiscalização das condições de trabalho no âmbito dos programas de aprendizagem. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 31 jul. 2012. Seção 1, p. 73-75.

BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Secretaria de Inspeção do Trabalho. Instrução Normativa n. 113, de 30 de outubro de 2014. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 31 out. 2015.

BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Secretaria de Relações do Trabalho. Instrução Normativa SRT n. 3, de 21 de junho de 2002. [S.I.]: Guia Trabalhista, 2002. Disponível em: <http://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/insrf3.htm>. Acesso em: 28 set. 2015.

Senac. DN. Programa de aprendizagem comercial: referenciais para ação Senac. 2 ed. Rio de Janeiro: Senac/DEP/CTP, 2008.

Anexo 1

Aprendizagem Profissional – Histórico da Base Legal

1942 – – Decreto-lei nº 5.091 – Dispõe sobre o conceito de aprendiz, para os efeitos da legislação do ensino.

1943 – – Decreto-lei nº 5.452 – Aprova a Consolidação das Leis do Trabalho.

1946 – – Decreto-lei nº 8.621 – Criação do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial.

– Decreto-lei nº 8.622 – Dispõe sobre a Aprendizagem dos comerciários, estabelece os deveres dos empregadores e dos trabalhadores menores relativamente a essa Aprendizagem.

1952 – – Decreto nº 31.546 – Dispõe sobre o conceito de empregado aprendiz.

1967 – – Decreto Federal nº 61.843 – Aprova o Regulamento do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac).

1990 – – Lei nº 8.069 – Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).

1996 – – Lei nº 9.394 – Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional.

2000 – – Lei nº 10.097 – Altera dispositivos da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).

2003 – – Lei nº 10.748 – Cria o Programa Nacional de Estímulo ao Primeiro Emprego para os Jovens (PNPE).

2004 – – Lei nº 10.940 – Altera e acrescenta dispositivos à Lei nº 10.748.

2005 – – Lei nº 11.180 – Institui o Projeto Escola de Fábrica.

– Decreto-lei nº 5.598 – Regulamenta a contratação de aprendizes.

2012 –

– Portaria MTE nº 723 – Define a duração e carga horária dos Programas de Aprendizagem de acordo com cada curso, e regulamenta diretrizes de conteúdos para estes cursos.

– Portaria nº 1.005 – Altera os artigos 3º e 4º da Portaria nº 723.

– Instrução Normativa SIT/MTE nº 97 – Dispõe sobre a fiscalização das condições de trabalho no âmbito dos Programas de Aprendizagem.

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Diretrizes Nacionais dos Programas de Aprendizagem

Profissional Comercial do Senac

Anexo 2

Agentes e Atribuições

Ministério do Trabalho e Emprego (MTE)

• Gestor nacional dos Programas de Aprendizagem. Órgão responsável pelo cumprimento e fiscali-zação da legislação sobre Aprendizagem.

Senac

• Planeja e oferta os cursos de Aprendizagem de forma a atender às demandas das empresas.

• Matricula os jovens encaminhados pelas empresas, observados os requisitos de acesso definidos nos planos de curso.

• Informa a frequência do aprendiz e seu desempenho.

• Mantém infraestrutura para o desenvolvimento de prática profissional, quando houver.

Empresas do Setor do Comércio de Bens, Serviços e Turismo

• Encaminha e contrata o aprendiz conforme legislação vigente.

• Acompanha o desempenho do aprendiz durante o processo de qualificação no curso, seguindo as orientações e os registros definidos pelo Senac.

• Garante ao jovem aprendiz direito trabalhista e previdenciário.

• Designa monitor responsável pela coordenação de exercícios práticos e acompanhamento das atividades do aprendiz quando em período de prática profissional curricular na empresa.

Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE)

• Fiscaliza as empresas quanto ao cumprimento das cotas de Aprendizagem.

• Fiscaliza as condições do estabelecimento para realização da prática profissional.

• Aplica as medidas cabíveis quando do descumprimento das legislações trabalhistas.

Secretaria de Políticas Públicas de Emprego (SPPE)

• Operacionaliza, sistematiza, monitora e aperfeiçoa o Catálogo Nacional de Programas de Aprendi-zagem Profissional (Conap).

• Orienta e padroniza a oferta de Programas da Aprendizagem Profissional, em consonância com a Classificação Brasileira de Ocupações (CBO).

• Efetua a avaliação de competência das entidades qualificadas em formação técnico-profissional metódica mencionadas no inciso III do art. 8º do Decreto-lei nº 5.598, de 2005, dos Programas de Aprendizagem.

• Divulga os Programas de Aprendizagem na página eletrônica do MTE na rede mundial de compu-tadores – internet, com objetivo de instrumentalizar os órgãos de fiscalização e promover informa-ções a jovens e adolescentes, empregadores e sociedade civil, com a descrição:

a. do perfil profissional da formação;b. da carga horária teórica e prática; e c. da jornada diária e semanal.

• Desenvolve procedimentos para o monitoramento e a avaliação sistemáticos da aprendizagem, com ênfase na qualidade pedagógica e na efetividade social.

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Anexo 3

Legislação Pertinente ao Programa de Aprendizagem Profissional

Legislação - Referências Data Site

Constituição Federal 10/11/1937http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao37.htm

Decreto-lei nº 5.091 15/12/1942http://www2.camara.leg.br/legin/fed/declei/1940-1949/decreto-lei-5091-15-dezembro-1942-415127-publicacaooriginal-1-pe.html

Decreto-lei nº 5.452 01/05/1943http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del5452.htm

Decreto-lei nº 8.621 10/01/1946http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/1937-1946/Del8621.htm

Decreto-lei nº 8.622 10/01/1946http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/1937-1946/Del8622.htm

Decreto nº 31.546 06/10/1952http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1950-1969/D31546.htm

Decreto nº 61.843 05/12/1967http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1950-1969/D61843.htm

Lei nº 8.069 13/07/1990 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8069.htm

Lei nº 10.097 19/12/2000 http://www.planalto.gov.br/Ccivil_03/LEIS/L10097.htm

Lei nº 10.748 22/10/2003http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/L10.748.htm

Decreto-lei nº 5.154  23/07/2004http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2004/decreto/d5154.htm

Lei nº 10.940 27/08/2004 http://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/lei10940.htm

Lei nº 11.180 23/09/2005http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2005/lei/L11180.htm

Decreto nº 5.598 01/12/2005http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2005/decreto/d5598.htm

Decreto nº 6.949 25/08/2009http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2009/decreto/d6949.htm

Portaria MTE nº 723 23/04/2012

http://portal.mte.gov.br/data/files/8A7C816A36A27C140136E58C60317C60/Portaria%20MTE%20n%C2%BA723,%20de%2023%20de%20abril%20de%202012.pdf

37

Diretrizes Nacionais dos Programas de Aprendizagem

Profissional Comercial do Senac

Legislação - Referências Data Site

SIT/MTE nº 97 30/07/2012

http://portal.mte.gov.br/data/files/8A7C812D38CF4A290138DD45D99277C4/Instru%C3%A7%C3%A3o%20Normativa%20n.%C2%BA%2097%20%28Fiscaliza%C3%A7%C3%A3o_Programas%20de%20Aprendizagem%29.pdf

Portaria MTE nº 1.005 02/07/2013http://www.normaslegais.com.br/legislacao/portaria-mte-1005-2013.htm

SIT/MTE nº 113 31/10/2014http://www.normaslegais.com.br/legislacao/Instrucao-normativa-sit-113-2014.htm

Lei nº 13.146 06/07/2015http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13146.htm

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