Discurso do ministro Jorge Moreira da Silva, Ministro do Ambiente, Ordenamento do Território e Energia, na COP20

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    Discurso do Senhor Ministro Jorge Moreira da Silva, Ministro do

    Ambiente, Ordenamento do Territrio e Energia de Portugal

    Sr. Presidente,

    Ministros,

    Colegas,

    As minhas primeiras palavras so para congratular as autoridades

    peruanas pela organizao da Conferncia de Lima sobre Alteraes

    Climticas.

    Senhor Presidente,

    No h margem para hesitao. Este o tempo da liderana e da

    responsabilidade. No temos desculpas. De acordo com todas as

    relevantes avaliaes cientficas e econmicas combater as alteraes

    climticas urgente, mas tambm possvel e pode ser custo-eficaz.

    No podemos pagar o preo poltico de uma Copenhaga verso II, em

    Paris, no prximo ano. Os cidados no o iro aceitar. Temos de utilizar o

    tempo que temos disponvel para unir esforos e para alcanar os

    compromissos necessrios, sem ficarmos presos aos velhos sentimentos

    de incompreenso e desconfiana que nos impediram de alcanar um

    acordo global nos ltimos 8 anos.

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    Como podemos promover um acordo climtico abrangente, justo e custo-

    eficaz?

    Devemos adotar um acordo global nico, baseado em regras,

    juridicamente vinculativo, preferencialmente sob a forma de um novo

    Protocolo, aplicvel a todos, de acordo com as responsabilidades comuns,

    mas diferenciadas, que tem por objetivo garantir que o aumento da

    temperatura global permanea abaixo dos 2 C. Este acordo deverpromover a resilincia e o desenvolvimento sustentvel, bem como facilitar

    a adaptao aos efeitos adversos das alteraes climticas.

    Paralelamente dever tambm responder lacuna financeira e promover o

    mercado de carbono a nvel global, desenvolvendo e interligando sistemas

    de comrcio de emisses a nvel nacional, regional e setorial. Acreditamos

    que este acordo dever responder ao conjunto de questes que foi

    acordado em Durban, e estamos firmemente convencidos que este

    processo pode apresentar resultados, se todos trabalharmos em conjunto,

    para o mesmo fim.

    Sr. Presidente, com o objetivo de alcanarmos um acordo em Paris, temos

    de atingir, aqui em Lima, os nossos objetivos em matria de ADP.Devemos acordar no processo das INDCs desde a sua submisso at

    sua formalizao no Acordo de Paris. Precisamos de compromissos claros

    em matria de mitigao, baseados em informao transparente,

    quantificvel e comparvel.

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    Esta a nica garantia de que em Partes, seremos capazes de

    estabelecer um acordo que nos coloque numa trajectria consistente com

    o objectvo de 2C.

    Senhor Presidente,

    Permita-me sublinhar que esta ambio a nvel internacional est

    totalmente em linha com a nossa viso nacional e com os passos que

    estamos a dar internamente.

    Portugal foi um dos pases que se bateu por maior ambio na ao em

    matria de mitigao climtica e de renovveis e, simultaneamente, um

    dos pases europeus que ir sofrer significativamente com os impactos

    das alteraes climticas, sobretudo na nossa orla costeira e no que

    respeita aos nossos recursos hdricos.

    No incio desta semana, uma reputada Organizao No-Governamental

    posicionou Portugal em quarto lugar no seu ndice de Desempenho em

    matria de alteraes climticas. Ns congratulamo-nos com este

    reconhecimento dos nossos progressos. E continuaremos a desenvolver

    as nossas polticas climticas para 2020 e 2030.Portugal superou largamente as metas climticas para 2012. J atingimos

    27% de incorporao de energias renovveis no nosso consumo final de

    energia e quase 60% de energia renovveis na produo de eletricidade.

    E estamos prontos para ir ainda mais longe.

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    Esta uma tendncia que pretendemos continuar e reforar. Portugal est

    agora a assumir o crescimento verde como um fator-chave para o

    desenvolvimento sustentvel, que promova uma economia de baixo

    carbono, competitiva e resiliente, altamente eficiente no uso de recursos,

    assim como para a competitividade e o emprego.

    Lanmos recentemente um ambicioso compromisso de longo prazo O

    Compromisso para o Crescimento Verde que estabelece objetivos e

    iniciativas sobre empregos verdes, produtividade dos recursos, eficincia

    energtica, mobilidade eltrica, ordenamento do territrio, gesto florestal,

    eficincia no uso dos recursos hdricos, qualidade da gua e do ar, e ainda

    biodiversidade. Estabelece ainda metas para 2030 para a reduo de

    gases com efeito de estufa entre 30-40%, comparativamente aos nveis de

    2005 e de aumentar o peso das energias renovveis para 40%.

    Alm disso, adotmos, na semana passada a Reforma da Fiscalidade

    Verde, que inclui uma taxa de carbono para os setores no-ETS. Sob o

    princpio da neutralidade fiscal, o rendimento lquido da reforma da

    fiscalidade verde ser utilizado para a reduo do imposto sobre os

    rendimentos das famlias. Esta reforma inclui ainda um incentivo ao uso de

    veculos eltricos, conservao da biodiversidade e mobilidadesustentvel. um passo relevante no sentido de uma alterao de

    paradigma em Portugal, promovendo a eficincia e a eco inovao.

    Estamos a seguir o princpio de taxar mais o que queimamos e menos o

    que ganhamos.

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    Estamos tambm comprometidos em continuar o nosso trabalho de apoio

    aos nossos parceiros mais vulnerveis, uma vez que continuamos com os

    nossos programas bilaterais de apoio, muito focados nos pases africanos

    de expresso portuguesa e Timor-Leste, a maioria deles parte do grupo

    dos pases menos desenvolvidos e alguns deles Pequenos Estados

    Insulares em Desenvolvimento.

    No mbito da reforma do Fundo Portugus de Carbono, Portugal, em

    2015, far uma contribuio para o Fundo Verde do Clima.

    Sr. Presidente,

    Um bom resultado em Lima fundamental para atingir em Paris o sucesso

    que todos procuramos.

    Portugal est comprometido com este processo e gostaramos dereafirmar o nosso total apoio Presidncia peruana.

    Muito Obrigado!