Discurso EVR 3 de Julho

Travessa do Pinheiro, 12 | Oliveira do Douro | 4430-492 – Vila Nova de Gaia www.psgaia.blogspot.com | E-mail: [email protected] | FB: PS-GAIA | Telem.: 966389212

PARTIDO SOCIALISTA Comissão Política Concelhia - Vila Nova de Gaia

1

Car@s Camaradas, Car@s Amigos,

Dirigentes de instituições, Imprensa

Começo por cumprimentar o recém-eleito Presidente da FDP, José Luís Carneiro,

agradecendo-lhe a presença e desejando-lhe todas as venturas neste ciclo que se iniciou no

passado sábado. Pela minha parte e pela parte do PS-Gaia, podes ter a certeza de que

participaremos com entusiasmo e empenho no teu sucesso, que será o sucesso de nós todos e

do PS. O PS-Gaia vai tentar participar neste ciclo que se inicia, desde logo ganhando a Câmara

Municipal e retomando um projeto de matriz social e inclusiva, muito inspirado pelo que tem

acontecido no município que geres.

O PS tem que saber que o fim de um ciclo eleitoral interno significa uma dupla

responsabilidade: a responsabilidade de nos unirmos solidaria e responsavelmente, em nome

dos nossos ideais, e o desafio de conquistarmos ou reconquistarmos a confiança e o apoio

necessário para o trabalho e para o projeto do PS. Pela minha parte, é com isso que podes

contar.

Este forte cumprimento solidário é extensivo ao nosso Secretário-Geral, de quem recebi

uma palavra de incentivo que muito apreciamos, pela voz do SN Miguel Laranjeiro. Podes

transmitir ao SG a certeza de que conquistou Gaia e os militantes de Gaia, pelo menos o

Presidente do PS-Gaia, desde o momento em que esteve em Gaia, pela sua forma de estar na

política, que foi uma lição, pela postura inclusiva e dedicada ao PS, quando alguns lhe criavam

dificuldades por revanchismos bacocos. O tributo que lhe darei, além desta manifestação de um

claro e público apoio, é a nossa total disponibilidade para servir o Partido e um projeto de

Esquerda para Portugal.

Cumprimento todos os convidados, a imprensa e felicito calorosamente os eleitos desta

comissão política concelhia de Gaia, assim como aos inerentes, unido num projeto de dedicação

e de priorização de Gaia e do projecto do PS-Gaia, que identificamos como “Dedicados a Gaia”,

em referência à nossa história em Gaia, à nossa priorização de Gaia e aos nossos objetivos para

Gaia. Esta é a Comissão Política que tem um trabalho e uma responsabilidade muito específica:

ganhar a Câmara de Gaia em 2013. A única alternativa que há lugar para construir cá dentro é a

alternativa à Câmara PSD/CDS que ainda nos governa. Tudo o resto, não são alternativas, são



2

empecilhos ao desafio central do PS-Gaia. E este desafio é muito importante: o PS-Gaia tem

talvez a primeira e maior oportunidade dos últimos 16 anos de ganhar a Câmara, mas pode ter

também a última oportunidade dos próximos 12 anos para a ganhar.

E nem os cidadãos, nem os militantes nos perdoarão por não termos feito tudo em

nome deste projeto: os cidadãos, porque precisam fortemente de um projeto de afirmação dos

ideais de coesão, de boa governança, de rigor e de priorização das pessoas e dos seus

problemas; os militantes, porque sentem a responsabilidade de não se poder desperdiçar esta

grande oportunidade de devolver a Gaia uma Câmara Municipal amiga e solidária. Por isso, é

bom que cada um decida a sua total disponibilidade para construir uma alternativa, mas uma

alternativa aos adversários políticos dos outros partidos, em nome dos superiores interesses dos

cidadãos. Aliás, na política, só há os interesses dos cidadãos, tudo o resto são jogos da corte.

Este trabalho faz-se em nome do PS e dos socialistas, mas faz-se também abrindo o PS

cada vez mais aos gaienses, aos seus anseios e expectativas. Por isso, estamos cá com muitos

militantes e simpatizantes, mas também com muitos gaienses sem partido, que começam a

olhar para o PS com esperança. A todos, peço que nos ajudem a ler a realidade e a encontrar as

melhores respostas para os problemas. Aqui dentro e no PS-Gaia, não estamos fechados ao

mundo, numa postura defensiva, estamos abertos à sociedade civil alargada, porque é com ela

que ganharemos eleições.

Em nome da transparência, entendi afirmar que a minha candidatura à Concelhia do PS-

Gaia tinha o compromisso e a minha disponibilidade para assumir a candidatura do PS à Câmara

de Gaia. É uma hipótese que não assumo por obsessão ou vaidade pessoal, mas por um projeto

de dedicação e de empenho por Gaia. Assumi-o por clareza e transparência com os militantes;

quando pedimos os votos, temos que dizer claramente quais os propósitos; e eu fi-lo,

assumindo, assim, uma espécie de “primeiras directas” em Gaia. Com a legitimidade de ter tido

uma resposta clara dos militantes, apenas posso dizer que trabalharei pelo Partido e que nunca

transformaria este assunto numa tensão com as estruturas do partido, que participarão com

total abertura e disponibilidade da minha parte para o melhor para Gaia e para os Gaienses, sem

dogmas e com total sentido de responsabilidade.

Caro José Luís Carneiro, caros camaradas e amigos. Nós somos uma oposição séria,

desde logo porque queremos ser poder. E quem quer ser poder, não pode transformar a vida



3

política numa feira de vaidades ou em exibicionismos populistas. E esta CPC vai continuar a fazer

oposição à direita como até agora: com firmeza, mas com responsabilidade; com ideais, mas

com compromissos.

Na Câmara e na Assembleia, temos apresentado propostas inovadoras e fazemos um

debate arrojado, com a emergência de novos e qualificados participantes, levando a uma

unidade construída na base da partilha e da confiança solidária. Temos prioridades

desenvolvimentistas concretas: a generalização da rede do Andante a todo o concelho; a

construção do novo Hospital; a extensão da linha de Metro; o potencial do rio Douro e da frente

de mar; a revitalização da atividade económica e a promoção do emprego; o papel de Gaia no

contexto metropolitano; a requalificação da rede viária municipal, sobretudo das zonas

interiores.

Isso tem norteado a ação dos eleitos do PS Gaia, promovendo uma oposição firme, sem

radicalismos imaturos, mas uma oposição construtiva e de propositura democrática e

republicana, com ideias e propostas alternativas, assumindo as responsabilidades de um partido

que quer presidir à Câmara Municipal. Na verdade, nós não somos uma oposição, nós somos

uma posição que a partir de 2013 pretende governar o município. Não estou cá movido por

radicalismos de circunstância. Estou cá para ser rigoroso, tratar os assuntos com verdade e

sentido de responsabilidade; às vezes posso falhar, mas cá estarei para o assumir e para

melhorar sempre.

Temos desafios políticos importantes pela frente:

- desde logo, ultrapassar a lógica dos jobs for the boys que este PSD teima em partilhar

com este CDS extremista e intolerante. Esta direita dos lugares ficou patente na recente

confusão na realização da Assembleia geral da Metro do Porto. E aqui não podemos ter um

discurso paroquial, só porque até agora tínhamos gente de Gaia na Metro (o ex-Vice Presidente

da Câmara) e agora deixaremos de ter. Isso não significa grande coisa. Que interessa ter gente

de Gaia nos lugares, se nos viram as costas ou se a Câmara não tem uma estratégia municipal

para lhes impor? A solução é outra: queremos ter as melhores e mais competentes pessoas, mas

sobretudo precisamos de uma estratégia municipal para as diferentes áreas. E será esse o

desafio do PS.



4

- temos uma inusitada lei da Reorganização Administrativa para aplicar. Uma lei mal

feita, um propósito errado, mas um lei da República, que teremos para gerir e para agir

responsavelmente. Mas, ainda para mais, uma lei com camuflados propósitos, porque acoplada

a uma outra questão, a questão da alteração da limitação de mandatos. Eu sei que incomodo

alguns autarcas profissionais, mas as verdades são assim: enquanto as populações andam

inquietas com o que pode acontecer às suas terras, alguns autarcas andam mais preocupados

em tratar de uma fusão que lhes garanta um “novo território” e assim poderem ludibriar a lei da

limitação de mandatos e perpetuarem-se no poder.

Esta saga de luta pelo poder pode desvirtuar ainda mais todo o processo. A lei, mesmo

sendo má, será ainda pior se for materializada em função dos interesses de perpetuação no

poder, em vez dos efetivos interesses das populações.

Mas o PS-Gaia estará preparado para o debate, para a lei e para as suas consequências,

lutando por soluções credíveis em termos desenvolvimentistas e assumindo um papel direto nos

casos que venham a implicar agregações e onde as decisões de política autárquica não podem

ficar no vazio ou gerar impasses.

- temos o desafio de reequacionar as empresas municipais, verdadeiros locus de

despesismo e de tachos para os boys e os amigos do concelho e de fora dele. Hoje já há poucas

ou nenhumas razões para a maior parte dos serviços desenvolvidos nas EM não estarem na

Câmara. Lembram-se quando o PS-Gaia dizia que era um equívoco as AECS estarem na

Gaianima? Disseram que não percebíamos nada. Menos de 3 anos depois estavam a dar-nos

razão e hoje as AECS são geridas na Câmara de uma forma mais transparente e eficaz do que na

Gaianima.

O mesmo ocorre com o urbanismo, o planeamento ou a gestão de equipamentos. A

Gaianima deixou de fazer sentido, a Gaiurb está em fim de vida e apenas admitimos manter

provisoriamente a gestão da habitação social, porque queremos, apenas numa primeira fase,

sediar aí a reabilitação urbana, o apoio à autoconstrução e o arrendamento social.

Enquanto se vive no luxo e no despesismo nas empresas municipais, os funcionários da

Câmara têm que se quotizar para comprar uma ventoinha ou trazer tinteiros de casa.

- temos o desafio de repor uma gestão rigorosa e equitativa, voltar a apoiar as

coletividades, dar um novo papel desenvolvimentista às Juntas de Freguesia, as coletividades de



5

cultura e desporto, criar estratégias de empregabilidade e definir caminhos no combate à

vulnerabilidade crescente dos cidadãos. Temos o desafio de transformar as IPSS em parceiros

locais, e não em repositórios do que a Câmara não quer fazer. E temos o desafio da

transparência: connosco na gestão dos municípios, todos os licenciamentos urbanísticos virão a

reunião de Câmara, todos os apoios serão publicitados online e todos os quadros de pessoal da

Câmara e das empresas municipais que ainda existirem serão publicamente divulgados.

Isto é particularmente importante no que respeita à imprensa local, que, em Gaia,

agoniza, porque os critérios são ocultos. Diz o povo que quem parte e reparte e não fica com a

melhor parte, ou é burro ou não tem arte; pois connosco na Câmara de Gaia, os critérios e a

repartição serão definidos pelo Presidente da Câmara, que não tem “arte” neste assunto e está,

portanto, livre para repartir equitativamente entre todos.

- É verdade que temos propostas arrojadas para lidar, como a das pontes! Pena é que

enquanto a Câmara de Gaia anuncia pontes, o Centro de Reabilitação do Norte, em Valadares,

corre o risco de não abrir por falta de dinheiro. Uma obra essencial, uma conquista do governo

PS, uma infraestrutura decisiva. Como podemos calar esta situação, quando vemos desejos de

túneis e de pontes, como se a vida fosse um amontoado de Auto-Cads?

- enquanto a Câmara de Gaia anuncia pontes, as ruas interiores estão em lastimável

estado, não há dinheiro para alcatrão e a dívida acumula-se.

- é verdade que a maioria municipal leu a Moção com que me candidatei ao PS-Gaia e

percebeu a nossa proposta de “destaxação”, de diminuição da brutal carga de taxas e impostos

municipais em Gaia. A prova de que o nosso modelo de oposição surte efeito é que a Câmara já

avançou, a reboque destas propostas de campanha interna do PS, a anunciar a diminuição de

taxas e impostos municipais.

Mas as pessoas sabem bem que, uma coisa é copiar as ideias do PS, outra coisa é aplicar

o original. E entre as apressadas e genéricas cópias, e o original, estudado e ponderado, as

pessoas optarão pelo original, ou seja pelo PS.

A mudança na Câmara Municipal é um imperativo; e nós somos os agentes naturais

dessa mudança, com um modelo credível e mais sustentado. A maioria atual está esgotada,

arrasta-se perdida em guerras de sucessão e em mordomias que não se justificam.



6

Esta maioria municipal está em fim de ciclo e nós somos a única alternativa credível. É

verdade que o PS quer ganhar as eleições; mas a maior verdade é que as pessoas de Gaia

precisam que um projeto municipal liderado pelo PS ganhe a Câmara. A pensar nas autárquicas,

continuo a defender que o PS pode e deve assumir uma plataforma de entendimento com

objetivos comuns no plano local, que passe por coligações com partidos de esquerda em prol de

um projeto de governabilidade local, menos partidarizado e mais assente nas pessoas. Os nossos

parceiros de esquerda vão ter que decidir se querem ser parte de um projeto de

desenvolvimento local humanista e solidário, ou se pretendem continuar a fazer diagnósticos e

proclamações sem resultados e que só enfraquecem as dinâmicas sociais locais e enfraquecem a

própria esquerda. Quem se diz de esquerda não pode, por ação ou omissão, ajudar a direita a

manter-se no poder.

Vila Nova de Gaia é um concelho com “marca socialista”. O PS está associado às obras

que provocaram maior impacto e desenvolvimento ao nosso concelho, como a A A32, A29, a VCI

de Gaia, o POLIS, a VL-9, a ER 1.18, o Cais de Gaia, o Centro de Reabilitação de Valadares. Este

património confere também a legitimidade política para a reconquista da confiança dos

Gaienses.

Queremos fazer de Gaia uma cidade inclusiva, onde a formação, o emprego e o apoio

social estruturado sejam prioridades. Em 2001, Gaia tinha 15.000 inscritos no Centro de

Emprego; em 2012, Gaia tem já mais de 31.000 desempregados inscritos; em uma década, mais

que duplicou a taxa de desemprego em Gaia, com a emergência clara do desemprego de longa

duração e do desemprego desqualificado. Atualmente, mais de 51% dos desempregados

registados tem o 6.º ano ou menos, o que configura uma séria relação social entre desemprego,

desemprego jovem, desqualificação e desemprego de longa duração.

Assumimos a elaboração de um plano desenvolvido e estruturado sobre as múltiplas

problemáticas do concelho, a que urge dar resposta: o apoio às instituições que trabalham com

a deficiência; a elaboração do Orçamento de género; a afirmação do Orçamento Participativo e

a implementação da Agenda 21 Local; a criação de habitação municipal de transição para grupos

específicos; o apoio à imprensa local, ao voluntariado, à educação e formação; a estreita

articulação com a Universidade do Porto e com as instituições de Ensino Superior e Politécnico

de Gaia; o reforço da presença municipal na criação de atividades de ocupação pedagógica e de

tempos livres para crianças e jovens em períodos de pausas letivas e de férias; a criação de uma



7

unidade de cuidados continuados; o retorno dos Jogos Juvenis de Gaia; a extinção do canil e

gatil municipais e criação de um verdadeiro centro veterinário municipal, entre outros. Enfim,

trata-se de assumir um efetivo e especificado projeto com os Gaienses, que nos responsabilize e

que gere um clima de confiança no cumprimento das nossas propostas, numa lógica de

“compromisso social com os Gaienses”.

Sinto que o PS-Gaia está com energia, com confiança e empenhado num projeto

autárquico consistente e transparente, inclusivo, assente na afetividade, na confiança, na

seriedade, na competência e na verdade, por Gaia e pelo PS. Vamos ganhar, unidos e dedicados.

Por Gaia e pelos Gaienses.

Vamos ao trabalho. Obrigado.

Vila Nova de Gaia, 3 de Julho de 2012

Eduardo Vítor Rodrigues

Documents

Discurso EVR 3 de Julho