Upload
pedral-mp-pedral
View
6
Download
1
Embed Size (px)
DESCRIPTION
ESTUDO SOBRE DISLEXIA
Citation preview
1
DISLEXIA – DIFICULDADE ESPECÍFICA NOS
PROCESSAMENTOS DA LINGUAGEM
Mônica Abud Perez de Cerqueira Luz
São Paulo 2010
2
3
INTRODUÇÃO
Esta pesquisa tem por objetivo geral apresentar o conceito de dislexia e apresentar o
seu histórico.
Como objetivo específico, identificar a dislexia como um problema de
aprendizagem e suas prováveis causas; bem como os seus efeitos no convívio social, que
pode levar o disléxico a exclusão.
Para tanto, a pesquisa será norteada por Vigotsky, Luvia, Queirós, Gessele e
Amartruda.
4
1. CONCEITUANDO APRENDIZAGEM
Ao estudarmos dislexia, se faz necessário definir o que seria aprendizagem.
Consultando o Dicionário Aurélio as definições para o verbo aprender são: 1. tomar
conhecimento de, 2. tornar-se capaz de (algo), 3. tomar conhecimento de algo, retê-lo na
memória, graças a estudo, observação, experiência, etc.
A aprendizagem é portanto um processo que provoca uma nova modalidade
funcional do organismo. O resultado da aprendizagem é assim, uma organização da
conduta.
Para os autores Gessel e Amartruda “comportamento e conduta são termos
adequados para todas as reações do indivíduo, sejam reflexas, voluntárias, espontâneas ou
aprendidas.
Assim, o corpo cresce e a conduta evolui”.
Gessel e Amartruda (1976), distinguem quatro campos da conduta:
A conduta motriz com suas implicações neurológicas, que é o ponto de partida
natural na sua maturação: abrange grandes movimentos corporais; bem como as
coordenações motoras mais finas; as reações posturais (sustentar a cabeça, sentar,
engatinhar, andar).
A conduta adaptativa voltada a coordenação de movimentos oculares e manuais
para alcançar e manipular objetos.
A conduta da linguagem inclui a imitação e a compreensão do que expressar às
outras pessoas.
A conduta pessoal-social, que envolve as reações pessoais da criança frente à
cultura social do meio em que vive.
Desde o nascimento, a criança passa por uma série de fases que fazem parte do seu
amadurecimento neurológico e cognitivo; tornando-a apta a receber sempre mais estímulos
e informações oriundos do meio ambiente em que ela se insere.
5
2. RELAÇÃO ENTRE O DESENVOLVIMENTO E A
APRENDIZAGEM
Para Vigotsky (1896-1934), que foi um grande psicólogo russo, as teorias mais
importantes referentes à relação entre desenvolvimento e aprendizagem na criança
apresentam abordagens diferentes.
A primeira abordagem propõe a independência dos processos de desenvolvimento e
de aprendizagem. A maturação adequada e o desenvolvimento favorecem a aprendizagem,
que vem posteriormente.
A segunda abordagem é oposta à anterior e propõe que os processos de
desenvolvimento e de aprendizagem ocorrem concomitantemente.
A terceira abordagem concilia as duas anteriores. Assim, propõe que a maturação
depende do desenvolvimento do sistema nervoso e a aprendizagem já é por si só, um
processo de desenvolvimento.
Aprendizagem então, vem vinculada ao processo, que leva o desenvolvimento: o
indivíduo aprende para se desenvolver.
Para Queirós e Sahrager (1980), aprendizagem é a aquisição de condutas do
desenvolvimento que dependem de influências ambientais. O termo desenvolvimento neste
contexto é amplo e inclui evolução, maturação e aprendizagem.
Para esses autores, as influências ambientais são essenciais para o processo de
aprendizagem.
Os processos se dividem em quatro:
os primários, que permitem a adaptação e sobrevivência da espécie;
os secundários, que permitem a utilização de conhecimentos gerais;
os terciários, que implicam no uso de símbolos que permitem a transmissão e a
recepção dos conhecimentos no processo. Somente os seres humanos têm potencial
para os processos terciários de aprendizagem: a língua;
os quartenários envolvem a comunicação simbólica e a capacidade de pensar com
esses símbolos; criando, inovando. Somente os seres humanos têm potencial para os
processos quartenários de aprendizagem: a linguagem.
6
Assim, língua e linguagem constituem as principais facetas da aprendizagem
humana.
Desta forma, os problemas de aprendizagem mostram dificuldades nos processos:
terciário e quartenário.
7
3. PROBLEMAS DE APRENDIZAGEM: DIFICULDADE NA
LEITURA
A dificuldade para ler é reconhecida como uma das causas determinantes do
fracasso escolar e de exclusão social. O leitor deficiente não consegue captar e nem mesmo
interpretar os símbolos verbais impressos.
Muitos fatores podem produzir leitores com dificuldades: retardamento mental,
imaturidade na iniciação da aprendizagem; alterações no estado sensorial e físico;
problemas emocionais e dislexia, que é uma disfunção neurológica que afeta basicamente a
linguagem, a qualidade de sua motricidade e de suas percepções.
As dificuldades de leitura produzem complicações na aprendizagem escolar e
muitas vezes inibe ou impede a criança a se desenvolver plenamente do ponto de vista
intelectual, social e emocional.
A leitura não constitui uma habilidade isolada; pelo contrário, faz parte de um
processo lingüístico bastante complexo. Assim, a dificuldade em exercê-la mostra uma
deficiência na estrutura e/ou na organização da linguagem em geral.
3.1 Dificuldades de Aprendizagem na Escrita
Trata-se de uma dificuldade significativa somente no desenvolvimento das
habilidades relacionadas com a escrita propriamente. A gravidade do problema pode ir de
erros na soletração até em erros na síntese; estrutura; pontuação; paragrafação.
É importante salientar que existem processos cognitivos envolvidos na escrita:
processo de planejamento da mensagem; construção sintática; recuperação de elementos
léxicos e processos motores que culminariam com a produção da escrita de forma aberta.
A escrita é um processo complexo; de construção e que não culmina com aquisição
dos simples automatismos gráficos.
8
4. FATORES GERADORES DE DIFICULDADES DE
APRENDIZAGENS: DE LEITURA E DE ESCRITA
Uma das causas mais conhecidas de dificuldades para aprendizagem da leitura e da
escrita é a dislexia. No entanto, existem outros “entraves” que podem inviabilizar tais
aprendizagens. Dentre todos os observados a incapacidade geral para aprender; a
imaturidade na iniciação da aprendizagem da leitura; alterações no estado sensorial e físico;
problemas emocionais; vícios de aprendizagem, dentre muitos outros.
9
5. INFLUÊNCIA DA FAMÍLIA E DA ESCOLA NA
APRENDIZAGEM DA LEITURA E DA ESCRITA
Emília Ferreira, em seu livro – Os processos de leitura e escrita: novas perspectivas
– escreve:
“A leitura é uma destreza. A escrita é uma destreza. Um dos requisitos prévios
para o desenvolvimento de uma destreza é o raciocínio inteligente quanto aos
problemas e as tarefas que implicam e ao porquê deles. Para raciocinar de modo
efetivo sobre as tarefas de leitura e escrita, as crianças precisam formar
conceitos sobre as funções comunicativas e os traços lingüísticos da fala e da
escrita. A escola influi, favorável ou não no desenvolvimento desse aprendizado.
Os métodos de ensino que por ventura obscureçam ou que ocultem estes
conceitos inibirão sua formação. Se as escolas empregam métodos e materiais
que se ajustam ao desenvolvimento conceptual da criança, as destrezas da
leitura/escrita podem desenvolver-se maneira fluida e natural”. (p. 192)
Com essa colocação, Ferreira deixa claro a importância da escola no processo de
ensino - aprendizagem.
É importante que as crianças que apresentem dificuldade de aprendizagem sejam
especialmente atendidas, utilizando métodos e materiais compatíveis com as dificuldades
apresentadas.
A família exerce papel igualmente importante. Estar atento à criança e às suas
dificuldades. Colaborar com o educador, acompanhando, observando.
Estando sempre atento ao desenvolvimento da criança e sempre interagindo com a
escola, em parceria, buscando facilitar o processo de ensino - aprendizagem da criança.
10
6. DESVELANDO A DISLEXIA
Em 1877, Goi Kussmaul chamou a perturbação da linguagem de cegueira verbal,
aos portadores de sintomas de dificuldades de leitura.
Em 1887 a palavra dislexia foi sugerida pelo professor Berlin de Stuttgart.
Em 1895 Hinshelwood se refere à dislexia como transtorno de origem congênita.
Para Morgan, 1886 a dislexia era proveniente do não desenvolvimento de uma área
que na época era considerada o centro da leitura (gyrus angularis).
Keer em 1895 afirma que na dislexia existe um nível intelectual normal, mas na
época, poucos deram importância a esta observação.
O. Wernick em 1903 confirmou os estudos de Morgan.
Em 1910, Mc Cready colocou a dislexia como problema de linguagem.
O psiquiatra e neurologista Samuel T. Orton em 1937 notou que os disléxicos
invertiam letras, tanto podia ser sinistra (p por d; p por q) ou vertical (b por q; p por d; n
por u). Para ele, a inversão se devia à confusão resultante da falta de dominância
hemisférica unilateral.
Em 1942, Lydsgaard fez importantes estudos genealógicos para afirmação da
herança como fator etiológico.
Em 1950, Hallgren fez estudos genéticos, relatando dislexia específica da evolução
(onde a criança tem sentidos preservados, possui inteligência mas não tem habilidade para
ler).
Em 1959, Folch definiu a dislexia como uma assimbolia de grupos e de letras, onde
a criança tem preservado seu psiquismo e faculdades intelectuais.
Em 1906, Mac Donald Critchley define a dislexia quando ocorrer quatro premissas:
sua persistência na idade adulta;
natureza peculiar dos erros cometidos na leitura e escrita;
incidência familiar de defeito;
associação com outros defeitos de simbolização.
11
7. DISLEXIA NOS DIAS DE HOJE
Definida como um distúrbio ou transtorno de aprendizagem na área da leitura,
escrita e soletração, a dislexia é o distúrbio de maior incidência nas salas de aula. Pesquisas
realizadas em vários países mostram que entre 0,5% e 17% da população mundial é
disléxica.
Ao contrário do que muitos pensam, a dislexia não é o resultado de má
alfabetização, desatenção, desmotivação, condição sócio-econômica ou baixa inteligência.
Ela é uma condição hereditária com alterações genéticas, apresentando ainda alterações no
padrão neurológico.
Por esse múltiplos fatores é que a dislexia deve ser diagnosticada por uma equipe
multidisciplinar. Esse tipo de avaliação dá condições de um acompanhamento mais efetivo
das dificuldades após o diagnóstico, direcionando-o às particularidades de cada indivíduo,
levando a resultados mais concretos.
Deve-se ficar alerta se a criança apresentar alguns desses sintomas:
Dispersão;
Fraco desenvolvimento da atenção;
Atraso no desenvolvimento da fala e da linguagem;
Dificuldade em aprender rimas e canções;
Fraco desenvolvimento da coordenação motora.
7.1 Como é ser disléxico
Dislexia é uma palavra grega que quer dizer distúrbio da linguagem. A falta de informação
pode gerar julgamentos errados. Burro, lerdo, vagabundo, folgado, preguiçoso podem ser
alguns dos adjetivos empregados injustamente à uma pessoa disléxica. As principais
características do problema são dificuldades na leitura, escrita, soletramento de palavras e
compreensão do que lê.
É um problema que quanto mais cedo for detectado melhor. “Assim há possibilidades de
uma intervenção terapêutica e você pode ajudar a criança a se desenvolver melhor, sendo
12
capaz de driblar as dificuldades e desenvolver novas habilidades que possam fazer como
que ela não sofra tanto na escola ou em outras situações nas quais dependem da leitura
escrita” Mário Ângelo Braggio.
Como é uma síndrome geralmente detectada na infância, o papel do professor é muito
importante, principalmente na fase da alfabetização. Ter o feeling de perceber algo errado
com determinado aluno é essencial para evitar traumas futuros. Porém o que muitas vezes
acontece é a falta de conhecimento sobre a dislexia que pode trazer avaliações distorcidas.
Esse quadro de dificuldade de leitura não tem cura, e acompanha uma pessoa por toda a
vida, do Ensino Fundamental até o Superior.
O disléxico tem um ritmo diferente dos não-disléxicos. Portanto, evite submetê-lo a
pressões de tempo ou competição com os colegas. É importante estimulá-lo e fazer com
que acredite na sua capacidade de tornar-se um profissional competente.
13
CONCLUSÃO
A dislexia, segundo Jean Dubois et alii (1993, p. 197), é um defeito de aprendizagem da
leitura caracterizado por dificuldades na correspondência entre símbolos gráficos, às vezes
mal reconhecidos, e fonemas, muitas vezes, mal identificados.
A dislexia, segundo o lingüista, interessa de modo preponderante tanto à discriminação
fonética quanto ao reconhecimento dos signos gráficos ou à transformação dos signos
escritos em signos verbais.
A dislexia, para a Lingüística, assim, não é uma doença, mas um fracasso inesperado
(defeito) na aprendizagem da leitura, sendo, pois, uma síndrome de origem lingüística.
As causas ou a etiologia da síndrome disléxica são de diversas ordens.
Os padrões de movimentos oculares são fundamentais para a leitura eficiente. São as
fixações nos movimentos oculares que garante que o leitor possa extrair informações
visuais do texto.
Algumas palavras podem ser fixadas por um tempo maior do que outras. Esse mecanismo
faz toda a diferença, pois algo que fuja a isso, poderá causar um tipo de confusão espacial e
articulatória que acaba fazendo com que o leitor cometa erros relativos à leitura e à escrita.
Tais erros podem se apresentar por diferentes formas e de acordo com o grau da dislexia:
A acumulação e persistência de seus erros de soletração ao ler e de ortografia ao
escrever
Confusão entre letras, sílabas ou palavras com diferenças sutis de grafia: a-o; c-o; e-
c; f-t; h-n; i-j; m-n; v-u etc.
Confusão entre letras, sílabas ou palavras com grafia similar, mas com diferente
orientação no espaço: b-d; b-p; d-b; d-p; d-q; n-u;w-n, a-e.
Confusão entre letras que possuem um ponto de articulação comum, e, cujos sons
são acusticamente próximos: d-t; j-x; c-g; m-b-p; v-f
Inversões parciais ou totais de sílabas ou palavras: me-em; sol-los; som-mos; sal-
las; pal-pla.
14
Segundo Mabel Condemarín (1987, p.23), outras perturbações de aprendizagem podem
acompanhar os disléxicos:
Alterações na memória;
Alterações na memória de séries e seqüências;
Orientação direita-esquerda;
Linguagem escrita;
Dificuldades em matemática;
Confusão com relação às tarefas escolares;
Pobreza de vocabulário;
Escassez de conhecimentos prévios (memória de longo prazo).
Porém, o importante é saber que o disléxico é portador de uma dificuldade, mas não de
uma deficiência. Há que se adequar métodos e materiais que se ajustem e atendam o
processo de desenvolvimento conceptual do leitor.
O acompanhamento, a observação e a modificação de posturas frente ao aprendizado irá
direcionar às particularidades de cada indivíduo: levando em conta seu tempo e construção
de saberes.
15
ANEXO I
16
Disléxicos Famosos
Aghata Christie
Albert Einstein
Alexander Pope
Amy Lowell
Anwar Sadat
Auguste Rodin
Bem Johnson
Beryl Reid (atriz inglesa)
Bruce Jenner
Charles Darwin
Cher (cantora)
Darcy Bussel (bailarina inglesa)
David Bailey (fotógrafo inglês)
David Murdock (financiador)
Dexter Manley (jogador de futebol americano profissional)
Don Stroud (ator/ campeão mundial de surf)
Duncan Goodhew (campeão de natação)
Franklin D. Roosevelt
General George S. Patton
George Washington
Greg Louganis
Hans Christian Anderson
Harry Belafonte
Harvey Cushing (pai da cirurgia neurológica moderna)
Henry Winkler
Jackie Stewart (piloto de corridas)
John Rigby (dono de parque temático)
Joyce Bulifant (atriz)
17
Julius Caesar
King Constantine of Greece
Lawrence Lowell
Leonardo Da Vinci
Leslie Ash (atriz inglesa)
Lewis Carroll (autor)
Lindsay Wagner
Lord Addington
Loretta Young
Margaret Whitton
Margaux Hemmingway
Mark Stewart (ator/ filho de Jackie Stewart)
Mark Twain
Michael Barrymore (comediante)
Michael Hesetine
Michaelangelo
Napoleon
Nelson Rockefeller
Nicholas Brady (US Secy Treasury)
Nicholas Bush (filho do presidente EUA)
Nicholas Parsons (ator inglês)
Nicola Hicks (escultora inglesa)
Oliver Reed (ator inglês)
Pablo Picasso
Paul Stewart (piloto de corridas)
18
ANEXO II
19
Educação Especial
LDB 9.394/96
Art. 12 - Os estabelecimentos de ensino, respeitadas as normas comuns e as do seu sistema
de ensino, terão a incumbência de:
I - elaborar e executar sua proposta pedagógica;
V - prover meios para a recuperação dos alunos de menor rendimento;
Art. 23 - A educação básica poderá organizar-se em séries anuais, períodos semestrais,
ciclos, alternância regular de períodos de estudos, grupos não-seriados, com base na idade,
na competência e em outros critérios, ou por forma diversa de organização, sempre que o
interesse do processo de aprendizagem assim o recomendar.
Art. 24 - a) avaliação contínua e cumulativa; prevalência dos aspectos qualitativos sobre os
quantitativos e dos resultados ao longo do período.
Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 (ECA)
Art. 53, incisos I, II e III
“a criança e o adolescente têm direito à educação, visando ao pleno desenvolvimento de
sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho,
assegurando-se-lhes:
I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
II - direito de ser respeitado por seus educadores;
III - direito de contestar critérios avaliativos, podendo recorrer às instâncias escolares
superiores.”
Deliberação CEE nº 11/96
Artigo 1º - “o resultado final da avaliação feita pela Escola, de acordo com seu regimento,
deve refletir o desempenho global do aluno durante o período letivo, no conjunto dos
componentes curriculares cursados, com preponderância dos aspectos qualitativos sobre os
quantitativos e dos resultados obtidos durante o período letivo sobre os da prova final, caso
20
esta seja exigida , considerando as características individuais do aluno e indicando sua
possibilidade de prosseguimento de estudos.”
Lei nº 12.524, de 2 de janeiro de 2007
Programa Estadual para Identificação e Tratamento da Dislexia na Rede Oficial de
Educação
(Projeto de lei nº 321, de 2004 da Deputada Maria Lúcia Prandi - PT)
Dispõe sobre a criação do Programa Estadual para Identificação e Tratamento da
Dislexia na Rede Oficial de Educação
O PRESIDENTE DA ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA:
Faço saber que a Assembléia Legislativa decreta e eu promulgo, nos termos do artigo
28, § 8º, da Constituição do Estado, a seguinte lei:
Artigo 1º - Fica o Poder Executivo obrigado a implantar o Programa Estadual para
Identificação e Tratamento da Dislexia na Rede Oficial de Educação, objetivando a
detecção precoce e acompanhamento dos estudantes com o distúrbio.
Parágrafo único - A obrigatoriedade de que trata o “caput” refere-se à aplicação de exame
nos educandos matriculados na 1ª (primeira) série do Ensino Fundamental, em alunos já
matriculados na rede quando da publicação desta lei, e em alunos de qualquer série
admitidos por transferência de outras escolas que não da rede pública estadual.
Artigo 2º - O Programa Estadual para Identificação e Tratamento da Dislexia na Rede
Oficial de Educação deverá abranger a capacitação permanente dos educadores para que
tenham condições de identificar os sinais da dislexia e de outros distúrbios nos educandos.
Artigo 3º - Caberá às Secretarias da Saúde e da Educação a formulação de diretrizes para
viabilizar a plena execução do Programa Estadual para Identificação e Tratamento da
Dislexia na Rede Oficial de Educação.
21
Artigo 4º - O Programa Estadual para Identificação e Tratamento da Dislexia na Rede
Oficial de Educação terá caráter preventivo e também proverá o tratamento do educando.
Artigo 5º - As despesas decorrentes da execução desta lei correrão à conta das dotações
orçamentárias próprias.
Artigo 6º - O Poder Executivo regulamentará esta lei no prazo de 30 (trinta) dias, a contar
da data de sua publicação.
Artigo 7º - Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.
Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo, aos 2 de janeiro de 2007.
RODRIGO GARCIA, Presidente
Publicada na Secretaria da Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo, aos 2 de janeiro
de 2007.
Marco Antonio Hatem Beneton , Secretário Geral Parlamentar
22
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABARCA, Eduardo Vidal e RICO, Gabril Martinez. Por que os textos são tão difíceis de compreender? As interferências são a resposta. In TEBEROSKY, Ana et al. Compreensão de leitura: a língua como procedimento. Tradução de Fátima Murad. Porto Alegre: Artmed, 2003. p.139-153. (Coleção Inovação Pedagógica, v.7). ALLIEND, G. Felipe, CONDEMARÍN, Mabel. Leitura: teoria, avaliação e desenvolvimento. Tradução de José Cláudio de Almeida Abreu. Porto Alegre: Artes Médicas, 1987. BOFARULL, M. Teresa. Avaliação da compreensão da leitura. Proposta de um roteiro de observação. In TEBEROSKY, Ana et al. Compreensão de leitura: a língua como procedimento. Tradução de Fátima Murad. Porto Alegre: Artmed, 2003. p.127-136. (Coleção Inovação Pedagógica, v.7). CEREZO, Manuel. Persuasores ocultos: os textos publicitários. In TEBEROSKY, Ana et al. Compreensão de leitura: a língua como procedimento. Tradução de Fátima Murad. Porto Alegre: Artmed, 2003. p. 155-165. (Coleção Inovação Pedagógica, v.7).
COLOMER, Teresa, CAMPS, Anna. Ensinar a ler, ensinar a compreender. Tradução de Fátima Murad. Porto Alegre: Artes Médicas, 2002. CONDEMARÍN, Mabel e MEDINA, Alejandra. A avaliação autêntica: um meio para melhorar as competências em linguagem e comunicação. Tradução de Fátima Murad. Porto Alegre: Artmed, 2005. CONDEMARÍN, Mabel, BLOMQUIST, Marlys. Dislexia: manual de leitura corretiva. Tradução de Ana Maria Netto Machado. Porto Alegre: Artes Médicas, 1989. COOTES, Claire e SIMSON, Sarah. O ensino da ortografia a crianças com dificuldades de aprendizagens específicas. In SNOWLING, Margaret e STACKHOUSE, Joy. (orgs.) Dislexia, fala e linguagem: um manual do profissional. Tradução de Magda França Lopes.Porto Alegre: Artmed, 2004. p.183-202. FULGENCIO, Lúcia, LIBERATO, Yara Goulart. Como facilitar a leitura. São Paulo: Contexto, 1992. (Coleção repensando a língua portuguesa) GALLEGO, Maria Soledad Carrillo, SERRANO, Javier Marin. Desarrollo metafonológico e adquisición de la lectura: un estudio de entrenamiento. Madrid: CIDE, 1996. (colección investigación, n.122)
23
GARCIA, Jesus Nicacio. Manual de dificuldades de aprendizagem: linguagem, leitura, escrita e matemática. Tradução de Jussara Haubert Rodrigues. Porto Alegre: Artes Médicas, 1998. GOULANDRIS, Nata K. Avaliação das habilidades de leitura e ortografia. In SNOWLING, Margaret e STACKHOUSE, Joy. (orgs.) Dislexia, fala e linguagem: um manual do profissional. Tradução de Magda França Lopes.Porto Alegre: Artmed, 2004. p.91-120. HANNAVY, Sybil. O desenvolvimento dos pais na ajuda aos filhos na superação das dificuldades de leitura e escrita. In SNOWLING, Margaret e STACKHOUSE, Joy. (orgs.) Dislexia, fala e linguagem: um manual do profissional. Tradução de Magda França Lopes. Porto Alegre: Artmed, 2004. p.227-245. HATCHER, Peter J. Prática dos vínculos do som na intervenção de leitura com a criança em idade escolar. In SNOWLING, Margaret e STACKHOUSE, Joy. (orgs.) Dislexia, fala e linguagem: um manual do profissional. Tradução de Magda França Lopes. Porto Alegre: Artmed, 2004. p.159-181. HOUT, Anne Van; ESTIENNE, Françoise. Dislexias: descrição, avaliação, explicação, tratamento. Tradução de Cláudia Schilling. 2ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2001. JAMET, Eric. Leitura e aproveitamento escolar. Tradução de Maria Stela Gonçalves. São Paulo: Loyola, 2000. JOLIBERT, Josette. Formar crianças leitoras/produtoras de textos. Proposta de uma problemática didática integrada. In TEBEROSKY, Ana et al. Compreensão de leitura: a língua como procedimento. Tradução de Fátima Murad. Porto Alegre: Artmed, 2003. p. 77-92. (Coleção Inovação Pedagógica, v.7). KLEI, Hanna. Avaliação das dificuldades de linguagem em crianças e em adolescentes. In SNOWLING, Margaret e STACKHOUSE, Joy. (orgs.) Dislexia, fala e linguagem: um manual do profissional. Tradução de Magda França Lopes.Porto Alegre: Artmed, 2004. pp.75-90. LAYTON, Lyn e DEENY, Karen. Promoção da consciência fonológica em crianças de pré-escola. In SNOWLING, Margaret e STACKHOUSE, Joy. (orgs.) Dislexia, fala e linguagem: um manual do profissional. Tradução de Magda França Lopes.Porto Alegre: Artmed, 2004. pp.143-158. LECOURS, André Roch; PARENTE, Maria Alice de Mattos Pimenta. Dislexia: implicações do sistema de escrita do português. Porto Alegre: Artes Médicas, 1997. MARTINS, Vicente. A dislexia em sala de aula. In: PINTO, Maria Alice (org.). Psicopedagogia: diversas faces, múltiplos olhares. São Paulo: Olho d’Água, 2003.
24
MORAIS, José. A arte de ler. São Paulo: Unesp, 1996. MUTER, Valerie. Antevendo as dificuldades de leitura e de ortografia das crianças. In SNOWLING, Margaret e STACKHOUSE, Joy. (orgs.) Dislexia, fala e linguagem: um manual do profissional. Tradução de Magda França Lopes.Porto Alegre: Artmed, 2004. p.43-56. MUTER, Valerie. Antevendo as dificuldades de leitura e de ortografia das crianças. In SNOWLING, Margaret e STACKHOUSE, Joy. (orgs.) Dislexia, fala e linguagem: um manual do profissional. Tradução de Magda França Lopes. Porto Alegre: Artmed, 2004. p.43-56. PÉREZ, Francisco Carvajal; GARCÍA, Joaquín Ramos (orgs). Ensinar ou aprender a ler e a escrever? Aspectos teóricos do processo de construção significativa, funcionamento e compartilhada do código escrito. Porto Alegre: Artes Médicas, 2001. QUINTANAL, José. Tratamento complementar da leitura em sala de aula. Consideração que deve receber em outras áreas que não a de língua. In TEBEROSKY, Ana et al. Compreensão de leitura: a língua como procedimento. Tradução de Fátima Murad. Porto Alegre: Artmed, 2003. p. 45-54. (Coleção Inovação Pedagógica, v.7). SERRA, Joan; OLLER, Carles. Estratégias de leitura e compreensão do texto no ensino fundamental e médio. TEBEROSKY, Ana et al. Compreensão de leitura: a língua como procedimento. Tradução de Fátima Murad. Porto Alegre: Artmed, 2003. p. 35-43. (Coleção Inovação Pedagógica, v.7). SNOWLING, Margaret; STACKHOUSE, Joy. (orgs.) Dislexia, fala e linguagem: um manual do profissional. Tradução de Magda França Lopes. Porto Alegre: Artmed, 2004. SNOWLING, Margaret J. Dislexia desenvolvimental: uma instrodução e visão teórica geral. In SNOWLING, Margaret e STACKHOUSE, Joy. (orgs.) Dislexia, fala e linguagem: um manual do profissional. Tradução de Magda França Lopes. Porto Alegre: Artmed, 2004. p. 11-21. SNOWLING, Margaret; STACKHOUSE, Joy. Dislexia, fala e língua: um manual do profissional. Tradução de Magda França Lopes. Porto Alegre: Artmed, 2004. SOLÉ, Isabel. Leitura em educação infantil? Sim, obrigada! In TEBEROSKY, Ana et al. Compreensão de leitura: a língua como procedimento. Tradução de Fátima Murad. Porto Alegre: Artmed, 2003. (Coleção Inovação Pedagógica, v.7). p. 67-76. SOLÉ, Isabel. Ler, leitura, compreensão: “sempre falamos da mesma coisa?”. In TEBEROSKY, Ana et al. Compreensão de leitura: a língua como procedimento. Tradução de Fátima Murad. Porto Alegre: Artmed, 2003. p. 17-34. (Coleção Inovação Pedagógica, v.7).
25
STACKHOUSE, Joy. Fala, ortografia e leitura: quem está em risco e por quê? In SNOWLING, Margaret e STACKHOUSE, Joy. (orgs.) Dislexia, fala e linguagem: um manual do profissional. Tradução de Magda França Lopes.Porto Alegre: Artmed, 2004. pp.23-41. STERNBERG, Robert J; GRIGORENKO, Elena L. Crianças rotuladas: o que é necessário saber sobre as dificuldades de aprendizagem. Tradução de Magda França Lopes. Porto Alegre: Artmed, 2003. STOTHARD, Susan E. Avaliação da compreensão da leitura. In SNOWLING, Margaret e STACKHOUSE, Joy. (orgs.) Dislexia, fala e linguagem: um manual do profissional. Tradução de Magda França Lopes.Porto Alegre: Artmed, 2004. p.121-141 TAYLOR, Jane. O desenvolvimento das habilidades de caligrafia. In SNOWLING, Margaret e STACKHOUSE, Joy. (orgs.) Dislexia, fala e linguagem: um manual do profissional. Tradução de Magda França Lopes. Porto Alegre: Artmed, 2004. p.203-225 TEBEROSKY, Ana et al. Compreensão de leitura: a língua como procedimento. Tradução de Fátima Murad. Porto Alegre: Artmed, 2003. (Coleção Inovação Pedagógica, v.7) TEBEROSKY, Ana. A iniciação no mundo da escrita. In TEBEROSKY, Ana et al. Compreensão de leitura: a língua como procedimento. Tradução de Fátima Murad. Porto Alegre: Artmed, 2003. p. 57-66. (Coleção Inovação Pedagógica, v.7). TOLCHINSKY, Liliana; PIPKIN, Mabel. Seis leitores em busca de um texto. In TEBEROSKY, Ana et al. Compreensão de leitura: a língua como procedimento. Tradução de Fátima Murad. Porto Alegre: Artmed, 2003. p. 95-105. GIL, Rosa; SOLIVA, Maria. Cantos para aprender a ler. In TEBEROSKY, Ana et al. Compreensão de leitura: a língua como procedimento. Tradução de Fátima Murad. Porto Alegre: Artmed, 2003. p.107-125. (Coleção Inovação Pedagógica, v.7). VANCE, Maggie. Avaliação das habilidades de processamento da fala nas crianças: uma análise de tarefas. In SNOWLING, Margaret e STACKHOUSE, Joy. (orgs.) Dislexia, fala e linguagem: um manual do profissional. Tradução de Magda França Lopes. Porto Alegre: Artmed, 2004. p.57-73