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XI COLÓQUIO QUAPA SEL – QUADRO DO PAISAGISMO NO BRASIL SALVADOR – BAHIA - UFBA DISPERSÃO URBANA: EIXO SÃO PAULO - CAMPINAS AS CIDADES-CONDOMÍNIO SILVIO, Soares Macedo BRUNO, Laginhas Boriola (1) FAU-USP; Professor; São Paulo, SP, [email protected] (2) FAU-USP; Graduando; São Paulo, SP, [email protected] RESUMO Na pesquisa de iniciação científica pretendia-se levantar, caracterizar e analisar a questão do sistema de espaços livres e da volumetria construída existentes em cada uma das cidades do recorte territorial entre os municípios de Campinas e São Paulo (ficando de fora do trabalho estas duas cidades. Desse modo, pode-se criar um quadro geral da região, a qual é caracterizada pela presença de vias expressas, parques industriais e loteamentos fechados. Para tal, fora necessário o entendimento de alguns conceitos abordados na pesquisa, tais como Forma e Paisagem Urbana, conceito de Espaço Livre e Sistema de Espaços Livres, Dispersão e Fragmentação Urbana, com base nas obras de HEPNER, MACEDO, LAMAS, MAGNOLI, entre outros. A pesquisa fora feita a partir dessa conceituação e da produção de mapas temáticos (volumetria construída, recuos, arborização e proporção de espaços livres) e geração de tabelas de áreas comparativas, tendo como unidade de classificação o limite da quadra urbana. Palavras-chave: Paisagem urbana; dispersão urbana; loteamentos fechados; fragmentação. TITLE ABSTRACT The Undergraduate Research was intended to collect, characterize und analyze the question of open spaces system and the built spaces that exist in each of the cities from the axis between Campinas and São Paulo. Thereby, can be created a general framework of this zone, which is characterized by its highways, industrial zones and gated communities. So it was necessary the understanding of some concepts, that was covered in this research, such as Urban Form and Landscape, concepts of Open Spaces and its system, Urban Sprawl and Fragmentation, based on the works of HEPNER, MACEDO, LAMAS MAGNOLI, and others. The research was conducted from this conceptualization and the production of thematic maps (built spaces, afforestation and open spaces proportion) and the production of comparative area tables, which have by unit the city block. Key-words: Urban Landscape; urban sprawl; gated communities; fragmentation.

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XICOLÓQUIOQUAPASEL–QUADRODOPAISAGISMONOBRASILSALVADOR–BAHIA-UFBA

DISPERSÃO URBANA: EIXO SÃO PAULO - CAMPINAS

AS CIDADES-CONDOMÍNIOSILVIO,SoaresMacedo

BRUNO,LaginhasBoriola

(1) FAU-USP;Professor;SãoPaulo,SP,[email protected]

(2) FAU-USP;Graduando;SãoPaulo,SP,[email protected]

RESUMO

Napesquisadeiniciaçãocientíficapretendia-selevantar,caracterizareanalisaraquestãodosistema

de espaços livres e da volumetria construída existentes em cada uma das cidades do recorte

territorial entre os municípios de Campinas e São Paulo (ficando de fora do trabalho estas duas

cidades.Dessemodo,pode-secriarumquadrogeraldaregião,aqualécaracterizadapelapresença

de vias expressas, parques industriais e loteamentos fechados. Para tal, fora necessário o

entendimento de alguns conceitos abordados na pesquisa, tais como Forma e Paisagem Urbana,

conceitodeEspaçoLivreeSistemadeEspaçosLivres,DispersãoeFragmentaçãoUrbana,combase

nasobrasdeHEPNER,MACEDO,LAMAS,MAGNOLI,entreoutros.Apesquisaforafeitaapartirdessa

conceituação e da produção de mapas temáticos (volumetria construída, recuos, arborização e

proporçãodeespaços livres)egeraçãode tabelasdeáreas comparativas, tendocomounidadede

classificaçãoolimitedaquadraurbana.

Palavras-chave:Paisagemurbana;dispersãourbana;loteamentosfechados;fragmentação.

TITLE

ABSTRACT

TheUndergraduateResearchwasintendedtocollect,characterizeundanalyzethequestionofopen

spacessystemand thebuilt spaces thatexist ineachof thecities fromtheaxisbetweenCampinas

andSãoPaulo.Thereby,canbecreatedageneralframeworkofthiszone,whichischaracterizedby

itshighways,industrialzonesandgatedcommunities.Soitwasnecessarytheunderstandingofsome

concepts, thatwascovered in this research, suchasUrbanFormandLandscape, conceptsofOpen

Spacesanditssystem,UrbanSprawlandFragmentation,basedontheworksofHEPNER,MACEDO,

LAMAS MAGNOLI, and others. The research was conducted from this conceptualization and the

production of thematic maps (built spaces, afforestation and open spaces proportion) and the

productionofcomparativeareatables,whichhavebyunitthecityblock.

Key-words:UrbanLandscape;urbansprawl;gatedcommunities;fragmentation.

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XICOLÓQUIOQUAPASEL–QUADRODOPAISAGISMONOBRASILSALVADOR–BAHIA-UFBA

INTRODUÇÃO

Apesquisa teveporobjetivoconceituar, levantar,caracterizareanalisaraconstituiçãodos

espaços livres e construídos nas cidades de Cajamar, Caieiras, Franco da Rocha, Várzea Paulista,

Jundiaí,Itupeva,Louveira,VinhedoeValinhos.

Assim, apesquisa visa entenderospadrõesurbanosepaisagísticosdo sistemadeespaços

livreseconstruídosdosmunicípiosintegrantesdoeixoSãoPauloeCampinas,aolongodasrodovias

BandeiranteseAnhanguera,aprofundandoosestudossobreosistemadeespaços livreseespaços

construídoexistentes,tendocomofocoasrelaçõesquetravamemseumeiourbanoenoprocesso

dedispersãoefragmentaçãoemandamentonaregião.

Asdiscussõeseanálisesaseremdesenvolvidasabordarãoseusagenteseomeioqueatuam,

traçandoumquadrogeralsobreosmunicípios.

Já na escala local, entender os tipos morfológicos e suas configurações específicas que

resultadodeumprocessodebuscadeamplossetoresdeclassemédiaealtaporumavidanocampo,

comumaconvivênciaimediatacomrios,bosquesecampos,enfimcoma“natureza”,ealegislação

urbanísticaeambientalquedealgummodotemfavorecidotaistiposdeconfiguração.

Recorteterritorialestudado.Imagem:GoogleEarth

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XICOLÓQUIOQUAPASEL–QUADRODOPAISAGISMONOBRASILSALVADOR–BAHIA-UFBA

MÉTODO

AcompreensãodaestruturamorfológicadascidadesdoeixoSãoPaulo-Campinaspartedo

pressupostodeseconsiderarosistemadeespaçoslivrescomoreferencialdeanálise.Apartirdisso,

foidesenvolvido:

(1)Revisãobibliográficacomointuitodeaprofundarosconceitosdeformaurbanaeespaços

livres.Procurou-seconceituarapartirdabibliografianoçõescomoEspaço,FormaUrbana,Sistemas

deEspaçosLivres,DispersãoeFragmentaçãourbanaetc.

(2)Produçãodemapastemáticosetabelasdeáreasdetipologiadasconstruções,recuose

arborizaçãointralote,comdelimitaçãodoeixoviárioeparques,demodoasedefiniroselementos

quecaracterizamasuaestruturamorfológicaeseusistemadeespaçoslivreseobteraavaliaçãode:

-Tipologiadasconstruções:seprestaamostraraformaurbanageraldascidades.

-Recuo intralote: revela a relação entre o espaço livre e volume construído lote a lote,explicitandoaquantidadeeadistribuiçãodosespaçosintralote; -Arborizaçãointralote:colaboradeimediatoalerapermeabilidadedosolo,asdeficiênciaseaspectosqualitativosexistentes. -Distribuiçãodosespaçoslivrespúblicos

A elaboração dosmapas temáticos seguiumodelos e procedimentos utilizados no projeto

temáticodepesquisaQUAPÁSELII-“Ossistemasdeespaçoslivresnaconstituiçãodaformaurbana

contemporânea no Brasil: produção e apropriação” (processo FAPESP nº 2011/51260-7)em

desenvolvimentono laboratórioQUAPÁdaFAUUSP. A criaçãodessesmapas servecomomeiode

entendimentodoespaçourbanoapartirdeseusaspectosmorfológicosurbanos.

Aquadraurbanaéaunidadedeanálise,devidoàintençãodegeneralizaçãodepadrõespara

otecidourbano.

Preferiu-seaadoçãodaquadraemdetrimentodolote,paraoentendimentodacidadecomo

umtodo,sóaclassificaçãolotea loteseriaumesforçodedetalhamentomuitogrande.Talesforço

seriamaisadequadoparaumaescalamenor,deumbairro,ouvizinhançacomoadotadapordiversos

autores,enãoaescalatrabalhadanestapesquisa,todaamanchaurbanadeumaregião..

Utilizou-seoprogramaArcGis,oqualnospermiteatribuirdiferentescódigosdeinformaçãoa

um mesmo elemento gráfico geolocalizado no espaço, permitindo que sejam gerados mapas de

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acordo com o objeto de estudo. Logo, cada quadra da base de dados foi classificada,

simultaneamente de acordo com a predominância do objeto que se pretende analisar, no caso

volumetria construída, recuos e arborização. Concomitantemente, são gerados dados sobre a

proporcionalidadedecadatipodeedificaçãonascidades,podendoassim,aprofundarasanálises.

OsdadosinseridosnoArcGisforamcoletadosapartirdefotosdesatélitedoGoogleMaps,o

qual nos permite ver imagensdatadas entre 2015 e 2016 de todoo globo, assim comoo recurso

StreetView,(imagensdatadasde2015e2016)oqualnospermiteverimagensnavisãodopedestre.

MapasdeVolumetriaConstruída

Avolumetriaconstruídaintraquadraéindissociáveldeseusespaçoslivres,deformaqueesta

se insere, e da forma a qual nós a percebemos. Logo podemos determinar diferentes tipos

morfológicos construídos, para conseguirmos uma simplificação da realidade, evidenciando seus

aspectosgeraisnoespaçourbano.

As volumetrias construídas classificadas nas cidades estudadas nesta pesquisa estão em

conformaçãocomostiposmorfológicosestabelecidosapartirdapesquisaQUAPÁ-SELII,divididaem

4categoriasprincipaisdeagrupamentos:

Horizontal l:quadrapadrãourbana,subdivididaemdiversos lotes, sendoessespequenos,médiosougrandes.

Edificações horizontais de pequeno porte: lotes de pequeno oumédio porte

comcasas,sobradosoupequenasvilas.

Edificações horizontais de tipos variados: misto de construções de pequeno

portecomogalpõesoupostosdegasolina.

Condomíniohorizontal:edificaçõesidentificadasporumpadrãoarquitetônicoe

estético,separadosdotecidourbanopormeiodemuroseguaritas.

LoteamentosFechados: cercadospormuros,pode-se teruso residenciale/ou

comercial,porexemploosempreendimentosAlphaville,presenteemmuitascidadesbrasileiras.

Chácaras:edificaçõeshorizontaisisoladasemlotesmédios,relativaarborização

eafastadasdamassaedificadadacidade.

Horizontal II: quadras com parcelamento não tão expressivo, sendo dividida em poucos

lotes,demédiasagrandesdimensõesouatéseconstituindonumúnicolote.

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Edificaçõesdemédioportedispersas:comocolégios,clubes,pequenoscampus

universitáriosougalpões.

Edificaçõeshorizontaisdemédioportenãodispersas:suadisposiçãoestámais

condicionadapeloformatodolote,comopequenosgalpõesindustriais

Edificaçõeshorizontaisdegrandeporte:grandesgalpões(maisde100metros

decomprimento),comusoindustrialoucomercial

Estrutura com pouco volume edificado: predomínio das áreas livres, como

caixasd’águaeestacionamentos.

Vertical: caracterizadosporpossuirmaisdequatropavimentos,configuraçãocomumnascidadesde

médioegrandeporte.

Quadra verticalizada: edificações acima de quatro pavimentos, dispostos em

geralemmédiosegrandeslotes

Edificações horizontais e verticais: sem predomínio de um tipo ou outro na

quadra,comlotesdeportetambémvariados.

Quadra condomínio vertical: duas ou mais torres implantadas em lotes

grandes,isoladosdotecidourbanoaoredor.

Conjuntos habitacionais: edifícios com cerca de quatro pavimentos de

arquiteturapadronizadaimplantadosdeformarepetidaeregular.

Encraves:trechosnacidadequepropiciamumadescontinuidade,umainterrupçãodotecidourbano,

seja pela sua dimensão (mais de um quilômetro), seja pela falta de acessibilidade, geralmente

rodeadapormurosoucercas.

Estruturascompoucovolumeedificado:compredomíniodasáreaslivres,como

aeroportosecentrosdetreinamentodoExército.

Grandecomplexodeedificaçõeshorizontaisdegrandeporte

Grandeconjuntodeedificaçõesdispersas: comoumcampus universitárioou

umcondomínioindustrial.

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MapadeRecuoIntraquadra

Recuos são considerados os principais espaços livres privados; pode-se fazer uma

quantificação, e também com sua distribuição, podemos qualificar as tipos de espaço livre

intraquadra,demodoapensarmosdemaneirasistêmicapelacidadeeentendermossuaformade

ocupação.Assim, ascategoriassãofeitasdeacordoàexistênciaounãoderecuos,eaquantidade

emcadalote,demaneirageral,divididosem:

0 52,5

km

Jundiaí

Volumetria Construída

Legenda

Hidrografia

Principais vias

Ferrovia

Área não urbanizada

Horizontal Tipo 1

Edificações horizontais de pequeno porte

Edificações horizontais de tipos variados

Loteamento horizontal fechado

Condomínio horizontal

Edificações horizontais de pequeno porte dispersas

Horizontal Tipo 2

Edificações de porte médio dispersas

Edificações horizontais de médio porte (não dispersas)

Edificação horizontal de grande porte

Estruturas com pouco volume edificado

Vertical

Quadra verticalizada

Edificações horizontais e verticais

Conjunto habitacional

Quadra condomínio vertical

Encraves Urbanos

Estruturas com pouco volume edificado

Grande complexo de edificações horizontais de grande porte

Espaços Livres

Área não construída

Praças

Parques

Cemitério comum

Cemitério jardim

Mapa produzido por Bruno Laginhas Boriola (2016)

Sobre imagem Google Earth (2015) e Street View (2014)

MapadevolumetriaconstruídadacidadedeJundiaí

0 52,5

km

Louveira

Recuo Intraquadra

Legenda

Hidrografia

Principais vias

Ferrovia

Recuo intraquadraÁrea não urbanizada

Não construído

Sem recuo

Um ou dois recuos

Três ou quatro recuos

Sem padrão predominante

Mapa produzido por Bruno Laginhas Boriola (2016)

Sobre imagem Google Earth (2015) e Street View (2014) MapaderecuosdacidadedeLouveira

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MapadeArborizaçãoIntraquadra

Avegetaçãoédeextrema importânciaparaascidades.Colaborandonapermeabilidadedo

solo,namitigaçãodeilhasdecalor,suaexistênciadentrodasquadrasouglebas,foiconsideradapelo

seupercentualdecopasdeárvoresemrelaçãoàsáreaslivrespresentes,eclassificadaem:

MapadeEspaçosLivres

Mostra a proporção de área livre existente dentro da quadra em relação à sua ocupação.

Com isso podemos observar regiões das cidadesmais densamente ocupadas, e outras com áreas

maisabertas.

0 52,5

km

Valinhos

Arborização Intraquadra

Legenda

Hidrografia

Principais vias

Ferrovia

Área não urbanizada

Arborização intraquadra0 - 10%

10% - 30%

30% - 70%

70% - 100%

Mapa produzido por Bruno Laginhas Boriola (2016)

Sobre imagem Google Earth (2015) e Street View (2014)

MapadearborizaçãodacidadedeValinhos

0 52,5

km

Franco da Rocha

Espaço Livre Intraquadra

Legenda

Hidrografia

Principais vias

Ferrovia

Espaços Livres IntraquadraNão urbanizado

0 - 30%

30% - 50%

50% - 100%

Mapa produzido por Bruno Laginhas Boriola (2016)

Sobre imagem Google Earth (2015) e Street View (2014)

MapadeespaçoslivresdacidadedeFrancodaRocha

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CONCEITUAÇÃO

FormaUrbana

Formaurbanaéentendida,deacordocomMACEDO,comoumsistema,oqualéconstituído

deespaços livreseedificados,públicoseprivados.Elaésempreumamaterializaçãodosprocessos

políticosesocioeconômicosqueocorremcomumdeterminadoespaçogeográfico(SANTOS,1985)9.

Logo,domesmomodoqueasociedadeestáemconstantemudança,aformaurbanatambémestá,

adaptando-se aos anseios e necessidades de sua população, e assim, sendo possível uma análise

fidedignasomentepormeioderecortestemporais.Elanãotemumaexistênciaautônoma.

Vizinhançasdecasassãoderrubadasparadarlugaracondomíniosverticais,edifíciosantigos

são derrubados em detrimento de uma nova estação de metrô; tais transformações impactam o

espaçoeousoquefazemosdomesmo.

“A forma da cidade brasileira está vinculada aos processos de produção, às formas de propriedade e deparcelamento,aospadrõesculturais,àsdesigualdadessociaiseàscaracterísticasdosuportebiofísicoeclimático.Mesmonoconfrontodecidadesdeportesimilar,pode-seafirmaraexistênciadeespecificidadeslocais,revelandoqueasformasurbanasnãosãomeradecorrênciadaslógicaseconômicasmaisestruturais.”(MACEDO,2015)

PaisagemUrbana

Assim como a forma urbana, a paisagem urbana é o resultado da ação social sobre um

território.Noentanto,osconceitosdepaisagemurbanaeespaçourbanoconfundem-sedeacordo

comoautorestudado.

Aborda-seespaçourbano,nestapesquisa,conformeosconceitosdeMiltonSantos.Segundo

oautoroespaçoseconstróiapartirdasínteseentreaoobjeto,aforma,eosprocessossociais.Para

eleoespaçopodesercategorizadodeacordocomseusrespectivosprocessossociais,eaformaseria

suamaterialização,sejade formacontíguaoude formacontínua,apaisagem.Apaisagemurbana,

assim, significa uma configuração expressa por formas tanto de suporte físico, quanto vegetal e

demaisseresvivos,amaterialidade.Elaparticipadoprocessodeformaçãodoscidadãos,namedida

emqueconstituiabasefísicanaqualelesseencontramequetomamcomopontodepartidapara

suasvidas.Mastambéméalteradapeloshabitantes,pormeiodeprocessosmaisoumenoslongos,e

maisoumenosduradouros.

Sua configuraçãoé caracterizada e definidapelas ruas, avenidas, quadras e lotes, os quais

estãoassociadosàsedificações.Estasúltimassão,pormeioda legislação,moldadaspordiferentes

instrumentos, como as taxas de ocupação, coeficientes de aproveitamento, que limitam a massa

edificadadascidades,econcomitantementecondicionaoquantodeespaçolivreterãonasmesmas.

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EspaçosLivres

SegundoMACEDO (2015),osespaços livre sãoelementos inerentesà formaurbana.Estes,

sãotodososespaçosnãoedificadosondesedesenvolveocotidianourbano,seadotaradefiniçãode

MAGNOLI(1982).Nomeiourbano,taisespaçospodemseridentificadoscomoporexemplo:ruase

avenidas,estacionamentos,quintais,praças,parques,lagos,lagoas,praias,mirantes,florestas,entre

outros.

Aformaçãodosespaçoslivresnascidadesbrasileirasestáatreladaàformadeparcelamento

do solo, porém sem a certeza de que nesses haja uma regulação de suas diretrizes de

dimensionamentoedistribuição.

Porseremindissociáveisdaconstruçãodoespaçourbano.Etambém,podemserpúblicosou

privados.

Oprincipalexemplodeespaçolivrepúblico,eoqueestámaispresentenocotidianosãoas

vias.Constituídadeumatramadevielas,ruaseavenidas,estaspermitemoacessofísicoaosespaços

livreseedificados,públicosouprivadospresentenascidades.Eoconjuntodosespaçoslivresurbano

constituiumsistemadeespaçoslivres,umainfraestruturavitalparaofuncionamentodascidades.

Oquediferenciaosespaços livrespúblicosdosprivados,alémdapropriedadedosolo,éa

acessibilidadeeaapropriaçãoquepermitem.Assim,pode-sedefinirosprivadosporestaremem

áreasdepropriedadeparticularepornãoterem,emgeral,acessopermitidoaopúblico.Porém,

podemainda,terumaapropriaçãopública,ouseja,podemdesenvolveratividadespúblicas,comoo

estabelecimentoderelaçõessociais,comoocorrememshoppingcenters.

ParaMACEDO(2015)osespaçoscomponentesdestessistemaspodemsercaracterizadospor

8 tipos de categorias básicos, permitindo uma visão geral do funcionamento da cidade e de sua

formaurbana:

I - Conservação ambiental:matas nativas, encostas demorros,manguezais, corpos d’agua

emgeraljuntodesuasmargens,florestasurbanas,etc.

ll - Práticas sociais: praças, parques, calçadões, praias urbanas, piscinas públicas, quadras

esportivas,pocketparkseetc.

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lll- Circulação (veículos e pedestres) - ruas, avenidas, alamedas, vielas, escadarias,

estacionamentos,viasexpressas,ciclovias,etc.

lV - Espaços associados ao sistema de circulação: canteiros centrais, laterais, rotatórias,

taludes,etc.

V - Espaços associados à infraestrutura urbana: margens de reservatório, estações de

tratamentodeáguaeesgoto,“linhões”,linhasdeadutora,aterros,baciasdecontençãoeetc.

Vl - Espaços associados à edifícios e entidades públicas: campi universitários, aeroportos,

pátiosdehospitais,jardinsdemuseus,etc.

Vll - Espaços privados de uso coletivo: parques, praças corporativas, jardins, centros

campestres,estacionamentodeshoppingcenters,etc.

Vlll-Espaçosprivadosdeusorestrito:jardinspátios,bosquesurbanos,quintais,pesqueiros,

hortas,haras,camposdegolfeepolo,etc.

Porfim,sistemadeespaçoslivreséadenominaçãodatotalidadedeespaçoslivrespresente

em uma cidade, todas em uma relação interdependente com os outros espaços físicos e suas

funcionalidades.Acaracterizaçãodestecomoumsistema,vemdofatodeserpossívelaelaboração

de diferentes relações entre os elementos que o compõe. Todo Sistema de Espaços Livres é

entendidocomoumsistemadesistemasporagregardiversossubsistemas,aumentandoaescalae

ficando cada vez mais específico, como por exemplo os sistemas de espaços livres públicos, os

sistemas de espaços livres privados, os sistemas de circulação, os sistemas de recreação, entre

outros.

EsquemadoSistemadeEspaçosLivresdeumacidadedegrandeporte.Autor:SilvioMacedo

EsquemadoSistemadeEspaçosLivresdeumacidadedemédioporte.Autor:SilvioMacedo

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DispersãoeFragmentaçãoUrbana

OBrasil,apartirdadécadade1960torna-seumpaíspredominantementeurbano.Jáhoje,

cerca de 84% de sua população vive nas cidades. O país sofre um crescimento de 800% em sua

população urbana, estados como São Paulo e Rio de Janeiro têm cerca de 90%da população em

cidades.Estassãoconstituídasporumtecidourbano,oqualparaReis(2006)significaumadefinição

geométricaderelaçõesdepropriedadeeumadefiniçãosocialdasformasdeuso.

Paraadefiniçãodessestrêstermos,toma-secomoestudodecasoametrópoledeSãoPaulo

e sua região metropolitana e seus processos de consolidação e crescimento do tecido urbano,

estudadoporReisemseu livroNotassobreurbanizaçãodispersaenovas formasdetecidourbano

(2006).

Conurbação: sobreposição do tecido urbano de dois municípios distintos, sem uma clara

delimitaçãoentre estes. É característicodeurbanizaçõesmais antigas, causadaspor umaprimeira

dispersão industrial, comoo casoda relação entre as cidades deOsasco,Guarulhos e a regiãodo

ABCD(SantoAndré,SãoBernardodoCampo,SãoCaetanoeDiadema)comSãoPaulo.

Fragmentação:zonasondeseapresentamextensasáreasdeglebasnão-parceladas,parafins

urbanos,dentrodosrespectivosperímetrosurbanosmunicipais.

Dispersão:

“Paraumaabordagempreliminar,adispersãourbanapodesercaracterizada:

•peloesgarçamentocrescentedotecidodosprincipaisnúcleosurbanos,emsuasáreasperiféricas;

•pela formaçãode constelaçõesounebulosasdenúcleosurbanosebairros isoladosemmeioao campo,dediferentes

dimensões,integradosemumaáreametropolitanaouemumconjuntoousistemadeáreasmetropolitanas.

• pelas mudanças no transporte diário intrametropolitano de passageiros, que transformou as vias de transporte

interregional,detalmodoqueestassetornaramgrandesviasexpressasintereintrametropolitanas.

•peladifusãoamplademodosmetropolitanosdevidaeconsumo, tambémestesdispersospelaáreametropolitanaou

pelosistemadeáreasmetropolitanas,comojáocorreemSãoPaulo“REIS(2006).

Diagramadecidadesconurbadas

Diagramadecidadedispersa

Diagramadecidadesfragmentada

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ProcessodedispersãonoEstadodeSãoPaulo

ParaReis (2006)apartirdasegundametadedoséculoXXoprocessodeurbanizaçãonomundo,e

tambémnoBrasil,sofrealgumasmudanças.

I-grandesmigraçõesrural-urbana

ll-surgimentoderegiõescompopulaçãototalmenteurbanizada

lll-intensificaçãodaindustrializaçãoedispersãoprodutivaaoredordoglobo

lV-universalizaçãodosmercadosepadronizaçãotécnica,comsuasrespectivascentralidades

(surgimentodeáreasmetropolitanas)

V-universalizaçãodosmodosdeconsumopadronizados(modosmetropolitanosdevida)

Em São Paulo, até 1945, o principal meio de transporte de mercadorias e suplementos

industriaserafeitoapartirdaferrovia.Comosurgimentoderodoviaspavimentadas,comoéocaso

daViaAnchieta(1947),daAnhanguera(1948)edaDutra(1950),ospavilhõesindustriaiscomeçama

se instalar em suas extensões, em busca de terrenos mais baratos e pela relativa facilidade das

rodoviasperanteajádeficienteferrovia.Apartirdessemomentooprocessodedesenvolvimentoe

atraçãodemográficadaRegiãoMetropolitanadeSãoPauloganha força.Nadécadade1970,essa

região jáapresentavamaiorestaxasdecrescimentodoqueadacapital,asrodovias, logo,ganham

característicassemiurbanaseocorreumasegundaetapadadispersãoindustrial.

Nessa etapa, a indústria busca glebas maiores e mais baratas, achando-as emmunicípios

maisdistantes,naregiãodeCampinas,ValedoParaíbaeBaixadaSantista,Assimocorretambéma

dispersãoeregionalizaçãodomercadodetrabalho,acarretadoprincipalmentepelo fretamentodo

transporteinter-regional.

Juntodadispersãoindustrialveioadispersãodasáreasresidenciais.Primeiramentecausada

pelamãodeobramenosqualificadasdasindústrias,aqualseinstalavanasredondezasdosgalpões.

Já as camadasmais abastadas, comoos operários tecnicamente qualificados, e o alto escalão das

indústriasdividiu-se:umaparteoptoupormorarpróximoaindústria,emlocaisbemmaisfavoráveis

economicamente, e a outra continuou a morar nos centros urbanos, aproveitando dos ônibus

fretados.Issoocorreutambémcomainstalaçãodealgumasuniversidadeseinstitutos,comooITAe

aUnicamp.Háaindaomovimentocontrário,depessoasqueoptarampormoraremáreasdemenor

urbanização,mascontinuamatrabalharnoscentros.

Assim,apartirdadécadade1980háumaexplosãodeempreendimentos fechados, sejam

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elescondomínioshorizontaisouloteamentos,alémdecondomíniosindustriaisoumistos,comoéo

caso de Alphaville, na cidade de Barueri e Santana de Parnaíba. Com esses empreendimentos, há

tambémumreforçodopapeldosetorterciário,comainstalaçãodeshoppingcentersaolongodas

principais rodovias. Fato que GOULART(2006) aponta como doismovimentos contrários: o acesso

aos recursos deuma vidametropolitana e umabusca a ummaior contato comanatureza, quase

comoumanegaçãodascaracterísticasmetropolitanas.

ANÁLISE:EIXO

VolumetriaConstruída

Apósaanálisedecadacidade,comseusrespectivosmapasdemanchaurbana,volumetria

construída,recuo,arborizaçãoeespaço livre intraquadra,pode-secriarummapageraldasituação

dessascidadesemconjunto.Podendoassimfazerumaanálisenãosódosistemadeespaçoslivres(e

desuavolumetriaconstruída)deumacidade,esimdeumaregiãointeira,comsuasparticularidades

eseuspadrões.

0 52,5

km

Caieiras

Volumetria Construída

Legenda

Hidrografia

Principais vias

Ferrovia

Área não urbanizada

Horizontal Tipo 1

Edificações horizontais de pequeno porte

Edificações horizontais de tipos variados

Loteamento horizontal fechado

Edificações horizontais de pequeno porte dispersas

Horizontal Tipo 2

Edificações de porte médio dispersas

Edificações horizontais de médio porte (não dispersas)

Edificação horizontal de grande porte

Estruturas com pouco volume edificado

Vertical

Edificações horizontais e verticais

Conjunto habitacional

Encraves Urbanos

Estruturas com pouco volume edificado

Espaços Livres

Área não construída

Praças

Cemitério comum

Mapa produzido por Bruno Laginhas Boriola (2016)

Sobre imagem Google Earth (2015) e Street View (2014)

0 52,5

km

Cajamar

Espaço Livre Intraquadra

Legenda

Hidrografia

Principais vias

Ferrovia

Espaços Livres IntraquadraNão urbanizado

0 - 30%

30% - 50%

50% - 100%

Mapa produzido por Bruno Laginhas Boriola (2016)

Sobre imagem Google Earth (2015) e Street View (2014)

0 52,5

km

Franco da Rocha

Recuo Intraquadra

Legenda

Hidrografia

Principais vias

Ferrovia

Recuo intraquadraEspaços livres de acesso público

Área não urbanizada

Não construído

Um ou dois recuos

Três ou quatro recuos

Sem padrão predominante

Mapa produzido por Bruno Laginhas Boriola (2016)

Sobre imagem Google Earth (2015) e Street View (2014)0 52,5

km

Cajamar

Arborização Intraquadra

Legenda

Hidrografia

Principais vias

Ferrovia

Área não urbanizada

Arborização intraquadra0 - 10%

10% - 30%

30% - 70%

70% - 100%

Mapa produzido por Bruno Laginhas Boriola (2016)

Sobre imagem Google Earth (2015) e Street View (2014)

Partedacoletâneademapasproduzidosparaasnovecidadesestudadas.

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Analisandooeixo,conseguimosapreenderprimeiramenteaimportânciadasviasexpressas

na formação e consolidação dessas cidades. Muitas delas já eram polos residenciais e/ou semi-

industriaisantesdaconstruçãodasrodoviasAnhangueraeBandeirantes,comoéocasodeCaieiras,

FrancodaRocha,VárzeaPaulistaeJundiaí.Nestas,aferroviateveumpapelimportantíssimo.

Porém o rápido crescimento econômico que a região teve após a década de 50, e

consequentemente seu crescimento urbano, foi dependente destas rodovias. Grande parte da

volumetria classificada como Horizontal tipo 2, ou seja, galpões e complexos industriais, estão às

margensdessasrodovias.

0 52,5

km

Cidades no eixo Campinas - São Paulo

Volumetria Construída

Legenda

Limites Municipais

Principais Rodovias

Ferrovia

Hidrografia

Área não urbanizada

Horizontal Tipo 1

Edificações horizontais de pequeno porte

Edificações horizontais de tipos variados

Loteamento horizontal fechado

Condomínio horizontal

Edificações horizontais de pequeno porte dispersas

Horizontal Tipo 2

Edificações de porte médio dispersas

Edificações horizontais de médio porte (não dispersas)

Edificação horizontal de grande porte

Estruturas com pouco volume edificado

Vertical

Quadra verticalizada

Edificações horizontais e verticais

Conjunto habitacional

Quadra condomínio vertical

Encraves Urbanos

Estruturas com pouco volume edificado

Grande conjunto de edificações dispersas

Grande complexo de edificações horizontais de grande porte

Espaços Livres

Área não construída

Praças

Parques

Cemitério comum

Cemitério jardim

Mapa produzido por Bruno Laginhas Boriola (2016)

Sobre imagem Google Earth (2015) e Street View (2015)Mapadevolumetriaconstruída

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Nomapadapáginaanterior,tambéménotóriaapresençadeLoteamentosFechados.Esse

tipodeconfiguraçãocomeçouasurgirnaregiãoporvoltadadécadade1970,ondeasclassesmais

abastadas,principalmentedeSãoPaulo,procuravamumamoradadefimdesemana,ouatémesmo

umamoradafixa,próximoaoverdeeàzonasderecreaçãosegurasparasuafamília.Osloteamentos

ocupamumaáreade49.685.079m2,oquesignifica12%detodaaáreadamanchaurbanadaregião.

Enquantoisso,oscondomínioshorizontaisrepresentamapenas1%.

GrandecomplexoindustrialnacidadedeJundiaíatreladoàRodoviados

Bandeirantes(partesuperior).Foto:SilvioMacedo,2014.AcervoPessoal

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Esses loteamentos, assim como as indústrias, necessitam estar próximos às rodovias

expressas, por uma questão de comodidade e logística, já que seus moradores querem estar

próximosaoscentrosurbanos,massemconviveremcomosproblemasqueestesacarretam.Embora

possuam características semelhantes, os loteamentos fechados se dividem em dois grupos. O

primeiro é caracterizado por grandes lotes, com arborização abundante intraquadra e

consequentementemuitoespaçolivre,verdadeirosoásisnaszonasruraisdessasregiões,enquanto

outro grupo, apresenta lotes menores, com recuos menores e praticamente sem arborização

intraquadra,semelhanteadoscondomínios.

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CondomínioHorizontalemJundiaí.Poucoespaçolivreintraquadraenenhumaarborização.Foto:SilvioMacedo,2014.

LoteamentoFechadoemJundiaí.Quandotodososlotesforemvendidos,nãohaveráespaçolivreintraquadra,praticamente.Oqueécontrabalanceadopelavastaarborizaçãoaoseuredor.Foto:SilvioMacedo,2014.

DetalhedeumLoteamentoFechadoemJundiaí.Lotesmaiores,assimcomoseusrecuos.Densaarborizaçãointraquadra.Foto:SilvioMacedo,2014.

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EspaçosLivres

Em relação ao sistema de espaços livres, pode-se tecer um paralelo com o trabalho de

COELHO(2015),oqual,emsuatesedeDoutorado,dizqueoprocessodedispersãoefragmentação

novetoroestedaRegiãoMetropolitanadeSãoPauloajudou, inconscientemente,apreservaruma

quantidade de espaços livres com potencial para qualificações e articulações para fins de

preservação,conservação,recreaçãoeconvívio.

Pode-senotarqueafragmentaçãourbanadeCajamareCaieiras,napartesuldaregião,é

ocasionada,principalmente,pelapresençadematasezonasdeproteção,comoadaSerrada

Cantareira,alémdeseuterrenomontanhosoajudar.OsLoteamentos,porexemplonaregiãooeste

deItupeva,acabamporpreservarmatas,queemsuamaioriasãomatasciliares.Estesloteamentos

sãoentremeadosporcorredoresemanchasdecoberturaarbóreapreservadosemseusinterstícios.

Mapademanchaurbanacomasmassasarbóreasmaisexpressivas.

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LoteamentoemItupeva.Preservaçãodemassasarbóreas.Foto:GoogleEarth(2016)

LoteamentosemItupeva.Corredoresintersticiaispreservandomatasciliares.Foto:GoogleEarth(2016)

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Quanto aos parque tradicionais, a região apresenta, no total 17 parques municipais

(contando, também, jardins botânicos). 11 deles em Jundiaí; 2 em Várzea Paulista, e Cajamar;

Itupeva, Vinhedo e Valinhos apresentam apenas um parque municipal cada. Há três parques

estaduais:OParqueEstadualdoJuquery,emFrancodaRocha,oParquedaCantareiraemCaieiras

(apenaspartedele),eoParquedoARAemValinhos(omenorparqueestadualdoBrasil).Alémdisso

hátambémaReservaBiológicadaSerradoJapi,nomunicípiodeJundiaí.Todosmarcadosnosmapas

(menosareservabiológica),epodemsermelhorvisualizadosnomapadeLoteamentosFechadosda

página15.

Essesistemadeparques,somadocomosistemadeáreaslivresurbanase“rurais”(nocaso

dos Loteamentos Fechados, os quais não estão inseridos na mancha urbana), conformam um

significantesistemadeespaçoslivreseverdesentreosdoismunicípiosdeSãoPauloeCampinas.

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Conclusões

A dispersão e fragmentação urbana são processos da urbanização, os quais vêm

sendoestudadospor,principalmente,geógrafoseurbanistas,equesefazempresentesem

diferentesregiõesdomundo.Sãoprocessosquerefletemodesenvolvimentodeumatrama

política, social e econômica, desenvolvida no último século. Desde o desenvolvimento de

novastecnologiasatédasrelaçõesdetrabalho,dasrelaçõesinterpessoais,entreoutros.

Na região analisada, fica claro que esses processos foram significantes para a

formaçãodapaisagemqueencontra-sehojenolocal.Umapaisagemcaracterizadaporuma

predominante volumetria horizontal, onde as rodovias expressas estruturaramuma lógica

dispersante,comloteamentosfechadosediversosgalpõesaolongodelas.

Concomitante à volumetria, como expresso muitas vezes durante o trabalho, o

sistemadeespaçoslivresmostra-seemdiversostiposeproporções.

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Parte desse sistema está situado no tecido urbanomais antigo, nas centralidades,

onde há um adensamento construtivo maior, constituindo-se em pequenas e esparsas

praças,rarosparquesmunicipaiserecuosestreitosnamaioriadessasregiões.Enquantonas

regiões marcadas pelo crescimento disperso, a outra parte do sistema, é composto por

recuosmaisgenerosos(tantoemloteamentos,ondenãoháarborização,quantoemgalpões

industriais, onde as quadras são em maioria arborizadas), alguns parque e reservas

biológicas, interstíciosarborizadospreservadosentreosempreendimentosalémdetodaa

zonaruraldosmunicípios,queestãoemvoltadessasáreasurbanizadas.

Esseprocessodeurbanizaçãovemcausandopreocupaçãoparaosestudiosos,porser

consideradoummodonão-sustentáveldeurbanização,consumindoáreasdematasnativas

edesestabilizandoadinâmicaurbano-ruralconstruídanoOcidente,aomesmotempoque,

sevistanoâmbitourbano,é responsávelpelo incrementosubstancialdeáreas livresede

seu sistema de espaços livres, e no âmbito da conservação, pela preservação de áreas

nativasemáreaslimítrofes.

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