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INSTITUTO DE MEDICINA INTEGRAL PROFESSOR FERNANDO FIGUEIRA – IMIP PÓS GRADUAÇÃO STRICTO SENSU EM SAÚDE MATERNO INFANTIL MESTRADO EM SAÚDE MATERNO INFANTIL Eliane Maria de Queiroz Bandeira de Melo AVALIAÇÃO DO GRAU DE IMPLANTAÇÃO DO PRÉ-NATAL DE ALTO RISCO DE UM HOSPITAL-ESCOLA DE PERNAMBUCO, BRASIL Recife, abril 2009

DISSERTA O DE MESTRADO IMIP ELIANE BANDEIRA§ão Eliane Bandeira... · Graduação em Saúde Materno ... Grau de Implantação da dimensão processo segundo componente ... Trata-se

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INSTITUTO DE MEDICINA INTEGRAL PROFESSOR FERNANDO F IGUEIRA –

IMIP

PÓS GRADUAÇÃO STRICTO SENSU EM SAÚDE MATERNO INFANTIL

MESTRADO EM SAÚDE MATERNO INFANTIL

Eliane Maria de Queiroz Bandeira de Melo

AVALIAÇÃO DO GRAU DE IMPLANTAÇÃO DO PRÉ-NATAL DE AL TO RISCO

DE UM HOSPITAL-ESCOLA DE PERNAMBUCO, BRASIL

Recife, abril 2009

2

INSTITUTO DE MEDICINA INTEGRAL PROFESSOR FERNANDO F IGUEIRA –

IMIP

MESTRADO EM SAÚDE MATERNO INFANTIL

AVALIAÇÃO DO GRAU DE IMPLANTAÇÃO DO PRÉ-NATAL DE AL TO RISCO

DE UM HOSPITAL-ESCOLA DE PERNAMBUCO, BRASIL

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-

Graduação em Saúde Materno Infantil do Instituto

de Medicina Integral Professor Fernando Figueira,

como parte dos requisitos para obtenção do grau

de Mestre.

Mestranda: Eliane Maria de Queiroz Bandeira de Melo

Orientadora: Dra. Isabella Chagas Samico

Co-orientadora: Dra. Suely Arruda Vidal

Recife, abril 2009

3

F i c ha c a t a lo g r á f i c a

Preparada pela Biblioteca do Instituto de Medicina Integral Profº Fernando Figueira -

IMIP

Melo, Eliane Maria de Queiroz Bandeira de Avaliação da implantação do ambulatório de pré-natal de alto risco de um hospital-escola de Pernambuco, Brasil / Eliane Maria de Queiroz Bandeira de Melo. - Recife, 2009. 92 f. : il + tab. graf.

Dissertação (mestrado em saúde materno infantil) - Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira – IMIP, 2009. Linha de pesquisa: Avaliação de programas e serviços de saúde Orientadora: Dra. Isabella Chaves Samico Co-orientadora: Dra.Suely Arruda Vidal

1. Cuidado pré-natal. 2. Saúde da mulher. 3. Avaliação de serviços de saúde. 4. Qualidade da assistência à saúde. I. Samico, Isabella Chagas orientadora. II. Vidal, Suely Arruda, co-orientadora. III. Título. NLW W4

4

É graça divina começar bemÉ graça divina começar bemÉ graça divina começar bemÉ graça divina começar bem

Graça maior, persistir na caminhada certaGraça maior, persistir na caminhada certaGraça maior, persistir na caminhada certaGraça maior, persistir na caminhada certa Mas, graça das graças é não desistir nunca!Mas, graça das graças é não desistir nunca!Mas, graça das graças é não desistir nunca!Mas, graça das graças é não desistir nunca!

Dom Hélder CâmaraDom Hélder CâmaraDom Hélder CâmaraDom Hélder Câmara

5

Dedico esta dissertação...Dedico esta dissertação...Dedico esta dissertação...Dedico esta dissertação...

Aos meus pais Valdemar e Elisabeth (in memorian)Aos meus pais Valdemar e Elisabeth (in memorian)Aos meus pais Valdemar e Elisabeth (in memorian)Aos meus pais Valdemar e Elisabeth (in memorian) Ao meAo meAo meAo meu esposo José Bandeira de Melo Filho (in memorian)u esposo José Bandeira de Melo Filho (in memorian)u esposo José Bandeira de Melo Filho (in memorian)u esposo José Bandeira de Melo Filho (in memorian)

Às minhas filhas Marília, Flávia Augusta e Maria RafaelaÀs minhas filhas Marília, Flávia Augusta e Maria RafaelaÀs minhas filhas Marília, Flávia Augusta e Maria RafaelaÀs minhas filhas Marília, Flávia Augusta e Maria Rafaela À minha neta ElisabethÀ minha neta ElisabethÀ minha neta ElisabethÀ minha neta Elisabeth

6

AgradecimentosAgradecimentosAgradecimentosAgradecimentos

À Deus, energia cósmica que impulsiona a vida e que me guiou ao longo desta

jornada;

À Isabella Samico e Suely Arruda minhas orientadoras, pelo aprendizado e ajuda

oferecidas na construção deste trabalho, bem como terem sido minhas “Doulas”“Doulas”“Doulas”“Doulas” durante

todo o proceso de pesquisa;

À Kátia Feliciano, Aurélio Molina, Graça Cavalcante, Ariani Impiere pelas

valiosas contribuições por ocasião do exame de qualificação e pré-banca;

Ao Ministério da Saúde por me conceder licença para a realização do mestrado;

Ao IMIP pelo apoio institucional;

Às minhas irmãs, Zélia e Socorro e ao meu irmão Vivaldo, pela ausência nessa

longa e necessária submersão;

À Carlos Ferraz por todo o conhecimento repassado durante estes anos de trabalho

em comum e apoio nas horas de incertezas;

À Mercia Veras minha amiga e companheira de trabalho, com a qual venho, há

anos, trabalhando e compartilhando idéias e ideais no campo da farmácia hospitalar;

À Ana Laura, gerente do ambulatório da mulher e aos profissionais médicos pela

atenção e colaboração para a realização desta pesquisa;

7

Às gestantes, que disponibilizaram mais do que informações, mas sentimentos, um

pouco de suas vidas ;

À Elyane Sarkis pelo carinho e palavras norteadoras no final deste processo;

À Soraya Geber por compartilhar com extrema paciência dos momentos difíceis que

se apresentaram;

À Rosa minha secretária, pela dedicação ao longo destes anos.

8

LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E SÍMBOLOS

ABO Classificação do tipo sangüíneo A, B, AB ou O

AU Altura uterina

BCF Batimentos Cárdio-Fetal

CG Cartão da Gestante

DHEG Doença Hipertensiva Específica da Gravidez

DP Desvio padrão

EPI-INFO Conjunto de programas de estatística informatizado, de domínio público, para

uso em epidemiologia

FAPN Ficha de Acompanhamento de Pré-Natal

Hb Hemoglobina

HbsAg Antígeno anti-hepatite B

Ht Hematócrito

IG Idade Gestacional

IMC Índice de Massa Corporal

IMIP Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira

ITU Infecção trato urinário

MS Ministério da Saúde

Nº Número

OMS Organização Mundial de Saúde

PA Pressão Arterial

PHPN Programa de Humanização no Pré-natal e Nascimento

9

Rh Fator Rhesus

RMM Razão de Morte Materna

RMR Região Metropolitana do Recife

VDRL Venereal Disease Research Laboratories (Teste luético)

10

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 Variáveis utilizadas para avaliar o Grau de Implantação do

Ambulatório de Pré-Natal de Alto Risco segundo componentes da

dimensão estrutura e fonte de dados – IMIP, 2008

9

Quadro 2 Variáveis utilizadas para avaliar o Grau de Implantação do

Ambulatório de Pré-Natal de Alto Risco segundo componentes da

dimensão processo e fonte de dados – IMIP, 2008

11

Quadro 3

Variáveis para avaliar o Ambulatório de Pré-Natal de Alto Risco

segundo percepção da gestante - IMIP, 2008

12

Quadro 1

(Artigo)

Grau de Implantação da dimensão estrutura segundo componentes.

Pré-Natal de Alto Risco - IMIP, 2008

41

Quadro 2

(Artigo)

Grau de Implantação da dimensão processo segundo componente

prática médica, Pré-Natal de Alto Risco - IMIP, 2008

43

Quadro 3

(Artigo)

Distribuição de freqüência das entrevistas às gestantes atendidas no

ambulatório de pré-natal de alto risco - IMIP, 2008

45

11

LISTA DE APÊNDICE

Apêndice 1 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido - Médico 50

Apêndice 2 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido - Usuária 53

Apêndice 3 Instrumento de Coleta de Dados – Questionário Gerente 55

Apêndice 4 Instrumento de Coleta de Dados – Questionário Médicos 67

Apêndice 5 Instrumento de Coleta de Dados – Questionário Usuárias 70

Apêndice 6 Instrumento de Coleta de Dados – Roteiro Cartão da Gestante 76

12

LISTA DE ANEXO

Anexo1 Comprovante de aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa 78

Anexo 2 Ficha de Acompanhamento de Pré-Natal 79

Anexo 3 Cartão da Gestante 81

13

SUMÁRIO

LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E SÍMBOLOS

LISTA DE QUADROS

LISTA DE APÊNDICES

LISTA DE ANEXOS

APRESENTAÇÃO

RESUMO

ABSTRACT

I. INTRODUÇÃO 1

II. OBJETIVOS 7

2.1. Geral 7

2.2. Específicos 7

III. MÉTODOS 8

3.1. Local do estudo 8

3.2. Desenho do estudo 8

3.2.1. Avaliação da estrutura 9

3.2.2. Avaliação do processo 11

3.3. População do estudo 12

3.3.1. Tamanho da amostra 13

3.4. Construção do instrumento para avaliação do grau de implantação 13

3.5. Instrumentos utilizados 13

3.6. Validade do conteúdo 16

14

3.7. Coleta de dados 16

3.8. Processamento de dados 16

3.9. Plano de análise 16

3.10. Critérios utilizados para definição do grau de implantação 17

3.11. Aspectos éticos 17

IV. RESULTADOS 19

4.1. Artigo: Avaliação do Grau de Implantação do Pré-Natal de Alto Risco

de um Hospital Escola de Pernambuco

19

V. REFERÊNCIAS 46

VI. APÊNDICES 50

VII. ANEXOS 78

15

APRESENTAÇÃO

Esta dissertação de mestrado aborda o tema da avaliação em saúde, mais

especificamente a avaliação de serviços de saúde relacionada à implantação da intervenção.

Tem como objeto de estudo as ações de pré-natal de alto risco e desenvolvida no

ambulatório de pré-natal do Centro de Atenção à Mulher do Instituto de Medicina Integral

Prof. Fernando Figueira – IMIP.

Trata-se de uma avaliação de cunho normativo com o objetivo de analisar o grau de

implantação do pré-natal de alto risco do ponto de vista de estrutura (recursos físicos,

materiais, humanos e organizacionais) e de processo (prática médica).

Percebeu-se o estudo como relevante e oportuno para a instituição considerando que

a assistência prestada à gestante de alto risco faz parte das atividades institucionais desde o

ano de 1986, que posteriormente aderiu oficialmente aos critérios exigidos nas normas

oficiais do Ministério da Saúde (MS), junto à Secretaria Estadual de Saúde/PE (SES/PE)

integrando-se ao Sistema Estadual de Referência Hospitalar para Atendimento à Gestante

de Alto Risco e enquanto um primeiro estudo avaliativo dirigido às ações de atenção pré-

natal de alto risco no IMIP.

Ademais, compreendendo a avaliação como uma etapa necessária ao processo de

produção de informação, planejamento e tomada de decisão, as potencialidades, limites e

fragilidades identificados certamente contribuirão para o aperfeiçoamento das atividades do

serviço.

A dissertação está elaborada no formato de artigo e neste documento final constam as

seguintes seções: Resumo/Abstract; Introdução; Objetivos; Métodos; Resultados: composto

16

pelo Artigo (Resumo/Abstract, Introdução, Métodos, Resultados, Discussão, Conclusões,

Referências); Referências; Apêndices e Anexos.

17

RESUMO

Objetivo: avaliar o grau de implantação do pré-natal de alto risco do Instituto de Medicina

Integral Prof. Fernando Figueira – IMIP no período de abril a setembro de 2008.

Métodos: estudo avaliativo, tipo normativo realizado no ambulatório de pré-natal de alto

risco do IMIP. A população do estudo foi composta por profissionais médicos e gestantes.

Foram consideradas as dimensões de estrutura e processo. Foram realizadas entrevistas

com os profissionais e gestantes por meio de questionário estruturado e utilizado um roteiro

para observação dos registros dos prontuários (Ficha de Acompanhamento de Pré-natal) e

cartão das gestantes. O grau de implantação foi definido considerando os padrões

preconizados pelo Ministério da Saúde para a atenção ao pré-natal de alto risco. Adotou-se

a classificação: implantado (80-100% de respostas positivas), parcialmente implantado

(60-80% de respostas positivas) e não implantado (menos de 60% de respostas positivas).

Resultados: o grau de implantação para a dimensão estrutura apresentou-se implantado

(91,9%), sendo de 91,7% para o componente de recursos físicos, 91,8% para recursos

materiais, 90% para recursos humanos e de 94,4% para organização dos serviços. Na

dimensão do processo se considerou um único componente (prática médica) onde se

verificou um grau de implantação como implantado (87,2%). O grau de implantação global

do pré-natal de alto risco do IMIP foi considerado implantado (89,5%).

Conclusões: o quadro conceitual desenvolvido por Donabedian para a avaliação da

qualidade em saúde, a partir da tríade estrutura, processo e resultado mostrou ser uma

abordagem capaz de responder aos objetivos deste estudo, estando a assistência ao pré-natal

de risco do IMIP classificada como implantada. A triangulação de fontes de informação

possibilitou uma melhor confiabilidade dos resultados encontrados.

Palavras-chave: Avaliação de serviços de saúde, Saúde da mulher, Cuidado pré-natal,

Qualidade da assistência à saúde.

18

ABSTRACT

Objective: to evaluate the implementation degree of the gestational high risk prenatal care

of the Instituto de Medicina Integral Prof. Fernando Figueira – IMIP from April to

September 2008.

Methods: it is a normative evaluation study carried out in the outpatient department of

gestational high risk prenatal care at IMIP. The population study was composed by medical

doctors and pregnant women. It was considered the structure and process dimensions. A

structured questionnaire was applied to interview the health professionals and pregnant

women. It was used a guideline to collect data from the medical records (Prenatal Care

Monitoring File) and the pregnant women card. The implementation degree was defined

from the standards of the gestational high risk prenatal care developed by the Ministry of

Health. It was adopted the following classification: implemented (80-100% of positive

answers), partially implemented (60-80% of positive answers) and not implemented (less

than 60% of positive answers).

Results: the implementation degree of the structure dimension was presented as

implemented (91.9%) and as part of this dimension, 91.7% for infra-structure resources,

91.8% for material resources, 90% for human resources and 94.4% for service

organizational aspects. Regarding process dimension, it was considered one component

(medical practices), for which the implementation degree was implemented (87.2%). The

global implementation degree of the gestational high risk prenatal care of IMIP was

considered as implemented (89.5%).

Conclusions: it was demonstrated that the conceptual framework of evaluation of quality

in health care, taking into account the structure, process and result triad developed by

Donabedian, was able, as an approach, to answer the objective of this study, where the

health care attention of the gestational high risk prenatal of IMIP was classified as

implemented. The triangulation of information data improved better reliability of the study

results.

Key-words: Evaluation of health care services, Woman health care, Prenatal care, Quality

of health care.

1. INTRODUÇÃO

A mortalidade materna é um importante indicador da saúde, não só da

mulher, mas do nível socioeconômico da população. Assim como o coeficiente de

mortalidade infantil, sua análise permite observar as iniqüidades, quando taxas

elevadas se apresentam em áreas subdesenvolvidas ou em desenvolvimento, quando

comparadas aos valores de áreas desenvolvidas, e, mesmo dentro destas, há

diferenças segundo estratos socioeconômicos.1

A Organização Mundial da Saúde (OMS) define a morte materna, segundo

proclamado na Classificação Internacional de Doenças (CID-10), como: “a morte

materna de uma mulher durante a gestação ou dentro de um período de 42 dias

após o término da gestação, independentemente da duração ou da localização da

gravidez, devida a qualquer causa relacionada com ou agravada pela gravidez ou

por medidas em relação a ela, porém não devida a causas acidentais ou

incidentais.” 2

Este indicador é expresso como Razão de Morte Materna (RMM) sendo

calculado pela relação entre o número de mortes de mulheres por causas ligadas à

gravidez, ao parto e ao puerpério (no numerador) e o número de nascidos vivos (no

denominador). 1

Dados da OMS referente ao ano 2000 mostram que o maior número de

morte materna em conseqüência de complicações na gravidez ou parto por 100.000

nascidos vivos, encontra-se na África (830), seguido pela Ásia (330) e pela Oceania

(240). 3

2

O Brasil apresenta altas taxas de mortalidade materna, representadas pela

hipertensão, hemorragias, infecção puerperal, complicações no trabalho de parto e

abortos. Fatores determinantes tais como condições de assistência e a própria

organização dos serviços transparecem quando as informações são analisadas. Esses

óbitos poderiam ser evitados mediante uma adequada assistência pré-natal.4

O Brasil apresentou no ano de 2004, uma RMM que variou conforme o nível

de desenvolvimento regional, verificando-se a maior na região Nordeste com 63,79

óbitos maternos por 100.000 nascidos vivos, e a menor na região Sudeste com 44,36

óbitos por 100.000 nascidos vivos. 5

Em se tratando de iniqüidades, quando se analisa a mortalidade proporcional

das causas diretas segundo raça / cor, para o ano de 2003, estas também são

reveladas, verificando-se a maior proporção representada pela Eclâmpsia, 23,28% e

20,64% respectivamente para a cor negra e parda, enquanto para a cor branca,

13,14%. E em segundo lugar o aborto para as negras, 14,19% e pardas 11,04%, e a

pré-eclâmpsia para as brancas, com percentual de 9,28%. 5

Segundo dados do Departamento de Informática do Sistema Único de

Saúde-(DATASUS) o estado de Pernambuco registrou, em número absoluto, 70

óbitos maternos e o município do Recife, nove óbitos no ano de 2005. 6

Assim sendo, morre a cada ano, um grande contingente de mulheres ainda

jovens, certamente por pertencerem às classes sociais mais baixas, por possuírem

pouca ou nenhuma escolaridade, dificuldades na acessibilidade às consultas de pré-

natal, bem como por não terem também acesso a serviços de saúde de qualidade. 7

3

A redução da mortalidade materna tem sido alvo de atenção no âmbito das

políticas públicas haja vista a sua magnitude. O diagnóstico precoce e adequado das

complicações obstétricas, e outras medidas que requerem alta tecnologia, revelam o

investimento voltado à sua prevenção. 8

Para tal, no Brasil, o Ministério da Saúde (MS) publicou portarias e manuais

técnicos com intenção de normatizar, assegurar, ampliar e intensificar os cuidados à

saúde da mulher na condição de gestante, além de utilizar recursos para a

readequação tecnológica e qualificação de recursos humanos, como também para a

manutenção das unidades, de forma articulada e integrada com estados e

municípios. 9

Mediante a publicação da Portaria/GM/MS nº. 3.477/1998 criou-se

mecanismos para a implantação dos Sistemas Estaduais de Referência Hospitalar no

Atendimento da Gestante de Alto Risco, com unidades hospitalares de referência

terciária e secundária, hierarquizando os diversos níveis de complexidade. Tal

medida foi baseada em três pontos fundamentais: a importância do

acompanhamento perinatal, visando à redução da morbimortalidade materna e

neonatal, a importância do atendimento hospitalar na assistência à gestante de alto

risco e a necessidade de organização dessa assistência para assegurar uma melhor

qualidade no atendimento à gestante de alto risco. 10

A gestação de alto risco pode ser detectada precocemente nas primeiras

consultas de pré-natal. Tendo em vista os múltiplos fatores de risco, pode-se agrupá-

los em quatro grandes grupos: Características individuais e condições sócio-

demográficas desfavoráveis; História reprodutiva anterior; Doença obstétrica na

4

gravidez atual; e, Intercorrências clínicas, que requerem técnicas mais

especializadas. 9

À promoção da saúde materna, se recomenda um número ideal e boa

qualidade das consultas de pré-natal, o estabelecimento de programa de imunização

materna e a prevenção, diagnóstico e tratamento das doenças intercorrentes da

gestação. Não se pode afirmar que a assistência pré-natal possa prevenir as

principais complicações do parto, que são tidas como causas importantes da

Mortalidade Materna, mas algumas intervenções no pré-natal poderão favorecer o

prognóstico materno e prevenir a Mortalidade Materna. Na atenção primária, por

ocasião da primeira consulta pré-natal, existe a indicação de se avaliar o risco

obstétrico, seguindo os critérios para investigação do risco gestacional e quando

detectado, implica na assistência especializada, e, se necessário, a referência para

um serviço de nível mais complexo. 11

O MS por meio da publicação de legislação específica 10, e dos Manuais

Técnicos4, 12,13 promoveu avanços no atendimento adequado e qualificado à gestante

de alto-risco, o que nos leva à pertinência de realizar avaliações, haja vista permitir

um “julgamento de valor a respeito de uma intervenção ou sobre qualquer um de

seus componentes, com o objetivo de ajudar na tomada de decisões” 14, além da

necessidade de “avaliar a eficiência, eficácia e efetividade das estruturas, processos

e resultados relacionados ao risco, acesso e satisfação dos cidadãos frente aos

serviços públicos de saúde, na busca da resolubilidade e qualidade”. 15

No contexto geral, a avaliação é utilizada como instrumento de gestão ou de

tomada de decisão, vindo a subsidiar os gestores e técnicos envolvidos com os

5

serviços de saúde a tomarem decisões no cotidiano, em tempo oportuno, tomando

por base resultados confiáveis e abrangentes e que atendam aos objetivos propostos

pela avaliação. 16

A avaliação ganha relevância quando os resultados podem ser utilizados para

influenciar as mudanças das práticas, modificando determinada situação de saúde,

como também, verificar as dificuldades, visando à alteração dos indicadores de

morbimortalidade. A avaliação revela também a sua grande importância quando

mostra resultados dos principais atributos referentes às características das práticas

de saúde e da sua organização social ao trabalhar a eficiência, eficácia, efetividade,

qualidade, impacto, acessibilidade, eqüidade, cobertura e satisfação do usuário. 17

A avaliação de sistemas, serviços e programas/projetos utiliza uma

abordagem transdisciplinar de diversas áreas do conhecimento como:

Epidemiologia, Administração, Ciências Sociais, Estatística entre outros. A

avaliação não adota modelos rígidos e pré-estabelecidos, deve ser compreendida

como um campo de aplicação de novas práticas e saberes, e não como ciência. O

processo avaliatório, quando bem planejado, responde claramente aos gestores, o

para quê fazer avaliação. 18

Nesse sentido, a avaliação normativa como uma abordagem que “consiste

em fazer um julgamento de valor sobre uma intervenção, comparando os recursos

empregados e sua organização (estrutura), os serviços ou os bens produzidos

(processo), e os resultados obtidos, com critérios e normas”, é de grande utilidade

para a gestão de uma intervenção, a exemplo da gerência dos serviços, e

6

considerada uma atividade que deveria ser habitual em uma organização ou

programa.14

Com esse entendimento e tendo em vista que a integração do ambulatório de

pré-natal de alto risco do IMIP ao Sistema Estadual de Referência Hospitalar serviu

para oficializar junto ao Sistema Único de Saúde (SUS), a assistência prestada à

gestante de alto risco, que já fazia parte do contexto assistencial da instituição desde

o ano de 1986, considerou-se oportuno o desenvolvimento de uma avaliação

normativa com o intuito de subsidiar os gestores e gerentes com informações que

contribuam para ajudar na tomada de decisão e melhoria da qualidade do serviço e

das atividades desenvolvidas.

7

2. OBJETIVOS

2.1. Geral

Avaliar o grau de implantação do pré-natal de alto risco do Instituto de Medicina Integral

Professor Fernando Figueira – IMIP, no período de abril a setembro de 2008.

2.2. Específicos

1. Avaliar o grau de implantação quanto aos: recursos físicos, materiais, humanos e

organizacionais;

2. Avaliar o grau de implantação quanto às práticas desenvolvidas no que se refere ao

manejo dos casos;

3. Determinar o grau de implantação do pré-natal, considerando as dimensões de estrutura e

processo avaliadas.

8

3. MÉTODOS

3.1. Local do Estudo

O estudo foi realizado no Instituto de Medicina Integral Professor Fernando

Figueira-IMIP, localizado no Recife, Pernambuco/Brasil, instituição credenciada pelo MS

como Centro Nacional de Referência para Assistência à Mulher e à Criança, em nível

terciário, para o atendimento à gestante de alto risco mediante a Portaria/GM/MS nº

3.477/1998, que criou mecanismos para a implantação dos Sistemas Estaduais de

Referência Hospitalar no Atendimento da Gestante de Alto Risco, com unidades

hospitalares de referência terciária e secundária, hierarquizando os diversos níveis de

complexidade. 10

O Complexo Hospitalar do IMIP, centro de referência assistencial em diversas

especialidades médicas, presta atendimento a todo estado e também aos vizinhos. Tem 874

leitos, realiza em média ao mês, 60.541 consultas, das quais 700 são no pré-natal de alto

risco. No ano de 2007 foram realizados na maternidade do Centro de Assistência à Mulher

(CAM-IMIP) 2.251 procedimentos de Parto Normal em Gestante de Alto Risco e 1.994

Cesarianas em Gestante de Alto Risco. 19

3.2 Desenho do Estudo

Procedeu-se um estudo avaliativo, tipo normativo, com objetivo formativo. A

avaliação normativa tem como postulado a existência de uma forte relação entre o respeito

aos critérios e às normas escolhidas e os efeitos reais do programa ou da intervenção. 14

Neste estudo, foram avaliadas as dimensões da estrutura e do processo de trabalho

aplicando-se critérios e normas do MS. 4, 12, 13

9

3.2.1 Avaliação da estrutura

Comparou-se os recursos físicos, materiais e humanos, assim como sua

organização, com critérios e normas correspondentes. A especificação dos recursos

mínimos necessários foi baseada em recomendação contida em documentos oficiais do

Ministério da Saúde. 12, 13, 20, 21, 22, 23

No Quadro 1 têm-se os indicadores relacionados à dimensão da estrutura por

componente e respectiva fonte de obtenção dos dados. Os indicadores ou parâmetros foram

construídos a partir das variáveis do instrumento aplicado à gerente do ambulatório e

sintetizados a seguir, mediante regras de decisão.

Quadro 1. Variáveis utilizadas para avaliar o Grau de Implantação do Pré-Natal de Alto

Risco segundo componentes da dimensão estrutura e fonte de dados - IMIP, 2008

Dimensão

Componente

Parâmetro/Indicador

Fonte de dados

Instalação física em condições adequadas para atendimento a gestantes e familiares* Espaço coberto e exclusivo para a recepção e espera, com assentos em número compatível com a demanda Sala para realização de reuniões de equipe, atividades internas e atividades de Educação Permanente Instalação física em condições adequadas para atendimento à pessoas com necessidades especiais Recepção na entrada do ambulatório para prestar informações Consultórios permitem atendimento médico e de enfermeiro concomitantemente Consultórios permitem privacidade visual e auditiva dos atendimentos

Recursos físicos

Consultórios possuem biombos

Questionário da gerente

10

garantindo a privacidade do paciente Mobiliários, equipamentos e instrumentais.* Insumos/material de penso e de laboratório* Insumos/material para atividades educativas* Equipamentos eletrônicos para atividades educativas * Apoio laboratorial* Insumos/equipamentos de informática* Sistema informatizado de registro de dados e agendamento. Meios de comunicação* Instrumentos de registros para ações de saúde*

Recursos materiais

Dispensação de medicamentos com regularidade e quantidade suficiente Profissionais por categoria profissional Equipe completa

Recursos humanos

Médicos capacitados segundo normas Ministeriais Oferta de atividades educativas Estratégias para ações educativas Aspectos abordados nas ações educativas Profissional que realiza as ações educativas Existência de normas, protocolos, manuais, livros, cartazes explicativos, fluxograma Prioridade no atendimento Sistema de distribuição de fichas Atendimento nos dois turnos Consultas de seguimento são agendadas previamente Garantia do retorno à primeira consulta Características de demanda para atendimento no ambulatório Garantia de realização do parto no IMIP

Estrutura

Recursos organizaçio-nais

Categoria profissional usa crachá de

11

identificação *Vide questionário da gerente no Apêndice 3.

3.2.2 Avaliação do processo

Esta apreciação se faz comparando as atividades desenvolvidas, na prática da

intervenção, com critérios e normas em função dos resultados visados. 14

Segundo Donabedian, a dimensão processo traduz o ato de dar e receber cuidados.

Passa pela busca de cuidados e sua realização por parte do paciente, bem como a prática

médica em fazer um diagnóstico e recomendar ou executar o tratamento. 24

No Quadro 2 observam-se os indicadores relacionados à dimensão do processo por

componente e respectiva fonte de dados.

Quadro 2. Variáveis utilizadas para avaliar o Grau de Implantação do Pré-Natal de Alto

Risco, na dimensão processo e fontes de coleta de dados - IMIP, 2008

Dimensão Componente Parâmetros/Indicador Fonte de dados Ações educativas (individual, grupo ou abordagem alternativa – teatro, dramatização) temas abordados nas ações educativas para gestação saudável (orientação para o parto, aleitamento materno, puerpério e cuidados com o recém nascido).

Questionário da gerente

Cartão da gestante (Identificação, agendamento, dados sócio-demográficos, antecedentes familiares, pessoais e obstétricos, gravidez atual e pré-natal, curva de peso/idade gestacional, curva altura uterina/idade gestacional, exames laboratoriais e ultra-sonografia.

Cartão da Gestante

Dados sócio-demográficos, antecedentes familiares, pessoais, ginecológicos e obstétricos, da gestação atual e do pré-natal Realização dos procedimentos inerentes a primeira consulta

Processo

Atenção à gestante

Cumprimento do roteiro para as consultas subseqüentes

Ficha de acompanha- mento de Pré-natal

12

Prática médica (exame clínico/ gineco- obstétricos, laboratoriais e diagnósticos)

Questionário Médico

Procedimentos* Palestras educativas**

Questionário Usuária

* Medir pressão, medir tamanho da barriga (altura do fundo uterino), vacina antitetânica, exame de sangue, exame de urina, exame

preventivo de câncer, exame de mama, exame de ultrassonografia e orientação sobre aleitamento materno.

** Importância do pré-natal, Desenvolvimento da gestação, Planejamento familiar, Cuidados de higiene, Preparo para o parto, Orientação

nutricional, Orientações sobre os riscos do fumo, álcool e outras drogas, Orientações e incentivo para o aleitamento materno,

Modificações corporais e emocionais, Atividade sexual, incluindo prevenção das DST/AIDS e aconselhamento para teste anti-HIV,

Importância das consultas puerperais e Cuidados com o recém-nascido.

Visando aumentar a confiabilidade das informações obtidas acerca da prática

médica, recorreu-se a triangulação de respostas, mediante entrevista com as usuárias após a

consulta médica (Quadro 3).

Quadro 3. Variáveis para avaliar o Ambulatório de Pré-Natal de Alto Risco segundo

percepção da gestante - IMIP, 2008

Dimensão Componente Parâmetros/Critérios/Indicadores Fonte de dados

Processo

Atenção prestada no ambulatório

Explicações dadas pelo médico quanto a sua gravidez; Adequação do tempo de espera e de atendimento; Impressão sobre os procedimentos realizados pelo médico durante a consulta; Confiança no médico que realizou a consulta.

Questionário da Usuária

3.3 População do Estudo

A população de estudo foram os profissionais médicos envolvidos na assistência

pré-natal de alto risco do ambulatório da mulher do IMIP, o gerente do serviço e as

gestantes de alto risco usuárias desse ambulatório.

13

3.3.1 Tamanho da amostra

Para o gerente e os profissionais assistentes o estudo teve caráter censitário.

Para as gestantes foi realizada uma amostra ilustrativa ou de conveniência, captadas

na sala de espera, no dia de sua consulta médica, resultando no quantitativo de 96 gestantes

a entrevistar.

3.4. Construção do Instrumento para Avaliação do Grau de Implantação

A formulação das questões foi precedida de consulta aos documentos oficiais do

Ministério da Saúde e essa etapa culminou com a construção de um questionário

preliminar. 12, 13, 20, 21, 22, 23

Os questionários foram apreciados por especialistas da área de Saúde da Mulher

(médicos residentes e enfermeira), a fim de identificar, a partir de critérios implícitos,

aspectos não abordados, as etapas, a operacionalidade e validar o conteúdo considerado.

O teste piloto foi aplicado na maternidade-dia do ambulatório da mulher do IMIP,

no mês de março de 2008, com o objetivo de validar o instrumento e auscultar as

observações dos profissionais. Após o teste piloto, o questionário foi ajustado a partir das

observações dos profissionais entrevistados, todavia não houve necessidade de retornar aos

especialistas anteriormente consultados.

3.5 Instrumentos Utilizados

Foram utilizados cinco instrumentos para a coleta dos dados constituídos por

variáveis categóricas nominais dicotômicas e policotômicas e variáveis numéricas

contínuas. O primeiro instrumento aplicado à gerente do serviço contemplou questões

14

relacionadas com a estrutura (recursos físicos, humanos, materiais e organizacionais)

(Apêndice 3). O segundo, um formulário aplicado aos médicos lotados no ambulatório de

pré-natal de alto risco e em atividade no período de estudo com questões relacionadas ao

desenvolvimento de sua prática (Apêndice 4). O terceiro, formulário aplicado às gestantes,

contemplou questões relacionadas aos dados sócio-demográficos e à atenção prestada pelo

serviço de ambulatório (Apêndice 5). O quarto era do tipo cheklist para observação do

preenchimento das informações do Cartão da Gestante (CG) (documento oficial do MS)

(Apêndice 6). E o quinto, a Ficha de Acompanhamento de Pré-Natal (FAPN) (formulário

incorporado ao prontuário do ambulatório de pré-natal do IMIP adotado pelo IMIP )

(Anexo 2).

Todas as etapas, desde a coleta de dados, digitação, até a análise foram realizadas

pela pesquisadora principal.

A FAPN traz grande parte dos parâmetros preconizados pelo Ministério da Saúde13

no roteiro de primeira consulta, e os dados da consulta subseqüente encontram-se no verso.

Eventualmente, encontrou-se a “folha de evolução clínica” da instituição sendo utilizada.

A FAPN do IMIP difere em alguns pontos do que preconiza o Manual Técnico do

MS13 para a 1ª consulta e a subseqüente, destacados abaixo:

• falta espaço para anotação da procedência, unidade de referência, do número e

idade de dependentes, renda familiar e distância da residência até a unidade de

saúde;

• inexiste espaço específico para registro de sinais e sintomas referentes à

gestação atual, assim como, hábitos alimentares, medicamentos, internação,

15

aceitação ou não da gravidez pela mulher, parceiro e família, principalmente se

for adolescente, e fraca rede de suporte social;

• carece também de espaço para o registro de orientação alimentar e

acompanhamento do ganho de peso gestacional, fornecimento de informações

necessárias e respostas as indagações da mulher ou da família;

• no campo “exame clínico” tem apenas o espaço para o registro se “normal” ou

“anormal”, sem existir o detalhamento sobre os procedimentos inerente ao

exame físico geral;

• inexiste na ficha, um local determinado para registro da palpação obstétrica, em

compensação traz em detalhe impresso: exame de mamas, mamilo, pelve, vulva,

colo uterino, secreção vaginal, toque e apagamento;

• inexiste o Gráfico de Acompanhamento Nutricional da Gestante que tem por

base o Índice de Massa Corporal de acordo com a semana de gestação e o

gráfico da Curva de Altura Uterina de acordo com a semana de gestação.

No instrumento aplicado à gerente, nas questões que envolviam mais de uma

resposta, a exemplo de “disponibilidade de equipamentos eletrônicos: TV, Videocasssete,

Aparelho de som e DVD para atividades educativas”, arbitrou-se uma regra de decisão e

considerou-se “sim” se tivesse pelo menos uma TV e um Videocassete. Para o item

“consulta” da FAPN foi adotado o mesmo critério, considerou-se “sim” se todas as

variáveis juntas, “data, queixas, idade gestacional (IG), peso, pressão arterial (PA), altura

uterina (AU), batimentos cárdio fetal (BCF), edema, apresentação, exames solicitados,

prescrição = condutas, atendido por - nome e carimbo, próxima consulta” estivessem

preenchidas.

16

3.6 Validade de Conteúdo

Os procedimentos de consulta aos especialistas da área técnica contribuíram para

aumentar a validade de conteúdo do questionário, haja vista que houve convergência das

várias fontes consultadas sobre o objeto de estudo.

3.7 Coleta de Dados

A coleta dos dados foi realizada durante o período de abril a setembro de 2008, por

meio de entrevistas com os profissionais de saúde e com as usuárias, de levantamento dos

registros do CG e de revisão de prontuários (registros da FAPN). As entrevistas com as

gestantes foram realizadas na sala de espera, por ocasião da consulta de pré-natal, nos dois

turnos de atendimento em que estiveram presentes durante o período da coleta dos dados,

visando oferecer uma amostra representativa do serviço.

3.8 Processamento dos Dados

Os questionários foram digitados em bancos de dados construídos utilizando-se o

programa Epi-Info versão 5.3.1, em seguida a matriz foi revisada para corrigir erros de

consistência e de omissão cometidos durante a digitação, consultando os instrumentos

quando necessário, e sendo reconsideradas as respostas quando divergências foram

encontradas. O processamento e a análise dos dados foram realizados utilizando o banco de

dados construído e revisado. Os relatórios foram emitidos em tabelas de distribuição de

freqüências simples.

3.9 Plano de Análise

A análise dos dados seguiu a seqüência estabelecida nos objetivos específicos:

17

1. Percentual de respostas positivas referente à dimensão da estrutura obtido por meio do

questionário da gerente.

2. Percentual de respostas positivas referente à dimensão processo, obtido por meio do

instrumento aplicado aos médicos e checklist do CG e da FAPN (1ª consulta e consulta

subseqüente);

3. Percentual de respostas positivas sobre opinião/percepção do serviço, obtido por meio

da entrevista com as usuárias;

4. Construção do Grau de Implantação para as dimensões de estrutura e processo

3.10 Critérios utilizados para a definição do grau de implantação

Para construir o grau de implantação do pré-natal de alto risco tomou-se como base

o número de respostas positivas do instrumento aplicado à gerente e aos médicos, em

relação ao total de perguntas da dimensão estudada.

A classificação do Grau de Implantação adotou os seguintes pontos de corte:

� De 80 a 100% de respostas positivas por dimensão: Implantado.

� Entre 60%├ 80% de respostas positivas por dimensão: Parcialmente Implantado.

� Abaixo de 60% de respostas positivas por dimensão: Não Implantado.

Esta classificação adotada para o grau de implantação já foi validada em vários estudos. 26,

27, 28, 29

3.11 Aspectos Éticos

O projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Instituto de

Medicina Integral Professor Fernando Figueira – IMIP, protocolo N°1103/2007 (ANEXO

1). Todos os entrevistados foram esclarecidos sobre os objetivos da pesquisa, tendo sua

18

identidade preservada e foram convidados a assinar o Termo de Consentimento Livre

Esclarecido (APÊNDICE 1- médico e APÊNDICE 2 - usuária).

19

RESULTADOS

4.1. Artigo: Avaliação do Grau de Implantação do Pré-Natal de Alto Risco de um Hospital

Escola de Pernambuco, Brasil.

Artigo submetido à Revista: Ciência & Saúde Coletiva

20

Avaliação do grau de implantação do pré-natal de alto risco de um hospital-escola de

Pernambuco, Brasil

Evaluation of implementation degree of the gestational high risk prenatal care in a

school hospital at Pernambuco, Brazil

Autores:

Eliane Maria de Queiroz Bandeira de Melo1

Isabella Chagas Samico2

Suely Arruda Vidal3

1,2,3Instituto de Medicina Integral Prof. Fernando Figueira (IMIP). Rua dos Coelhos,

300 – Boa Vista, Recife – Pernambuco – Brasil. CEP: 50070-550.

E-mails:

[email protected]

[email protected]

[email protected]

21

Resumo

A gestação de alto risco pode ser detectada nas primeiras consultas de pré-natal e as

intervenções realizadas poderão favorecer o prognóstico materno e prevenir a mortalidade

materna. Neste estudo, avaliou-se o grau de implantação do pré-natal de alto risco do

Instituto de Medicina Integral Prof. Fernando Figueira – IMIP, serviço de referência

terciária do estado de Pernambuco, Brasil. Trata-se de uma avaliação normativa (estrutura e

processo). Realizadas entrevistas com profissionais médicos e gestantes e utilizado roteiro

para observação dos registros dos prontuários (Ficha de Acompanhamento de Pré-natal) e

cartão das gestantes. O grau de implantação foi definido considerando os padrões do

Ministério da Saúde para a atenção ao pré-natal de alto risco. Adotou-se a classificação:

implantado (80-100%), parcialmente implantado (60├ 80%) e não implantado (menos de

60%). Os resultados demonstraram um grau de implantação para a estrutura: implantado

(91,9%), com 91,7% (recursos físicos), 91,8% (recursos materiais), 90% (recursos

humanos) e 94,4% (organização dos serviços). Para o processo (prática médica) verificou-

se grau de implantação implantado (87,2%). Como conclusão, destaca-se que o quadro

conceitual desenvolvido por Donabedian para a avaliação da qualidade em saúde mostrou

ser uma abordagem capaz de responder ao objetivo do estudo. A triangulação de fontes de

informação possibilitou uma melhor confiabilidade dos resultados.

Palavras-chave: Avaliação de serviços de saúde, Saúde da mulher, Cuidado pré-natal,

Qualidade da assistência à saúde.

22

Abstract

The high risk pregnancy can be detected during the first prenatal care consultations and

interventions developed might contribute to maternal prognosis and to prevent the maternal

mortality. This study evaluated the implementation degree of the gestational high risk

prenatal care of the Instituto de Medicina Integral Prof. Fernando Figueira – IMIP, a

tertiary referral health service at the Pernambuco state, Brazil. It is a normative evaluation

(structure and process). It was carried out interviews with medical doctors and pregnant

women. A guideline was used to collect data from medical records (Prenatal Care

Monitoring File) and the pregnant women card. The implementation degree was defined

from the standards of the gestational high risk prenatal care of the Ministry of Health. It

was adopted the classification (positive answers): implemented (80-100%), partially

implemented (60├ 80%) and not implemented (less than 60%). The results demonstrated

the implementation degree of the structure as implemented (91.9%) with 91.7% (infra-

structure), 91.8% (material resources), 90% (human resources) and 94.4% (service

organizational). Regarding process (medical practices) it was verified a implementation

degree implemented (87.2%). As conclusions, it highlights that the conceptual framework

of evaluation of quality in health care developed by Donabedian was an able approach to

answer the objective of the study. The triangulation of information data improved better

reliability of the study results.

Key-words: Evaluation of health care services, Woman health care, Prenatal care, Quality

of health care.

23

Introdução

A gestação é um fenômeno fisiológico, porém existe um grupo de gestantes que

pode apresentar características ou desenvolver agravos específicos, é o chamado de

“gestantes de alto risco”.1

Visando reduzir os danos de uma gravidez de alto risco bem como a redução da

mortalidade materna, o Ministério da Saúde do Brasil publicou portarias e manuais técnicos

com intenção de normatizar os cuidados à saúde da mulher na condição de gestante,

disponibilizou recursos para a readequação tecnológica e qualificação de recursos humanos,

como também para a manutenção das unidades, de forma articulada e integrada com

estados e municípios. 2

Este programa de apoio à implantação dos sistemas estaduais de referência

hospitalar para o atendimento à gestante de alto risco foi instituído pela Portaria 3016/1998,

assegurando recursos a serem alocados de acordo com as necessidades da unidade da

federação. 3

Em que pese este programa estar em vigência há dez anos, as altas taxas de mortes

maternas persistem com grandes variações interregionais e intrarregionais, não sendo

encontrada na literatura pesquisada nenhuma avaliação quanto à adequação das unidades ao

proposto pelo Ministério da Saúde para este grupo.

Ademais, a avaliação é utilizada como instrumento de gestão vindo a subsidiar os

gestores e técnicos dos serviços de saúde no planejamento e na tomada de decisão, em

tempo oportuno. 4 É também denominada normativa ou administrativa, é etapa inicial

quando se pretende analisar a implantação de um programa, serviço ou intervenção.

Inscreve-se dentro de um procedimento de verificação da conformidade dos componentes

24

da intervenção em relação às normas existentes. 5 A “avaliação para decisão”, como

também se denomina, é realizada mediante a coleta sistemática de informações sobre as

atividades, as características e os resultados dos programas, com o propósito de fazer

julgamento sobre programas. 6 Por esta razão, Stenzel confere um caráter indissociável

desta com o planejamento, como parte dos planos, já que permite escolhas e possibilita um

controle técnico e social. 7

No presente estudo foi selecionada a abordagem sistêmica enfocando a tríade

estrutura, processo e resultado, desenvolvida por Donabedian para avaliação da qualidade

em saúde 8 Apóia-se no postulado de que uma boa estrutura pode induzir boas práticas e,

consequentemente, produzir bom resultado.

Segundo Contandriopoulos e colaboradores (p. 35, 1997) a avaliação da estrutura

“trata de saber em que medida os recursos são empregados de modo adequado para atingir

os resultados esperados”. 5

Donabedian destaca que a dimensão do processo traduz o ato de dar e receber

cuidados. Passa pela busca de cuidados por parte do paciente, bem como a prática médica

em fazer um diagnóstico e recomendar ou executar o tratamento. 8

A avaliação de um programa a partir de parâmetros de referência, segundo os quais

foram construídos os instrumentos utilizados na avaliação, passa a ser uma avaliação de

qualidade, 6 sendo esta o aspecto central a ser considerado para este estudo

O ponto de partida para avaliação de qualidade em saúde é a definição do que está

sendo considerado como “qualidade”, descrita por Donabedian como “sete pilares da

qualidade”: eficácia, efetividade, eficiência, otimização, aceitabilidade, legitimidade e

eqüidade. 9

25

Mais recentemente, Vieira-da-Silva agrupou estas características ou atributos quanto

à disponibilidade e distribuição social dos recursos – cobertura, equidade e acessibilidade;

aos efeitos - eficácia, efetividade e impacto; aos custos - eficiência; ao processo de

implantação – avaliação do grau de implantação e análise de implantação; adequação ao

conhecimento técnico e científico vigente – qualidade técnico-científica; adequação dos

objetivos aos problemas de saúde – direcionalidade e consistência; e relação entre os

agentes das ações – usuário x profissional, profissional x profissional e gestor x

profissional. 10

Nesse contexto, este trabalho tem como objetivo avaliar o grau de implantação do

pré-natal de alto risco do Instituto de Medicina Integral Prof. Fernando Figueira – IMIP, no

Recife. A importância da avaliação desta unidade se dá por ser classificada em nível

terciário para o atendimento à gestante de alto risco, conferida pela Portaria/GM/MS nº

3.477/1998, 11 sendo uma das três maiores do estado, com abrangência estadual e

interestadual, prestando assistência também às gestantes de alto risco de estados

circunvizinhos.

Métodos

Procedeu-se um estudo avaliativo, tipo normativo, com objetivo formativo, onde

foram avaliadas as dimensões da estrutura e das práticas desenvolvidas no componente

processo de trabalho.

O estudo foi desenvolvido no ambulatório de pré-natal de alto risco do Instituto de

Medicina Integral Prof. Fernando Figueira – IMIP. Neste setor são realizadas em média 700

26

consultas/mês. No ano de 2006 no IMIP foram realizados na maternidade 2.251 partos

normais e 1.994 cesarianas em gestantes de alto risco.12

A população de estudo foi composta pelo gerente do serviço de pré-natal de alto

risco do ambulatório da mulher do IMIP, os médicos envolvidos na assistência e as

gestantes de alto risco usuárias, desse ambulatório. Para o gerente e os profissionais

assistentes o estudo teve caráter censitário. Para as gestantes foi realizada uma amostra

ilustrativa ou de conveniência, captadas na sala de espera, no dia de sua consulta médica,

resultando no quantitativo de 96 gestantes entrevistadas.

Para a consecução da avaliação estrutural, a especificação dos recursos necessários

baseou-se em documentos oficiais do Ministério da Saúde. 1, 13, 14, 15, 16, 17 Comparou-se os

recursos físicos, materiais e humanos, assim como a organização do serviço, com critérios e

normas correspondentes.

Para apreciação do processo comparou-se as atividades desenvolvidas na prática

médica com critérios e normas em função dos resultados. 5

Os questionários elaborados foram apreciados por especialistas da área de Saúde da

Mulher (médicos e enfermeira), a fim de identificar, a partir de critérios implícitos, aspectos

não abordados, as etapas, a operacionalidade e validar o conteúdo considerado.

A coleta dos dados foi realizada durante o período de abril a setembro de 2008, por

meio de entrevistas com a gerência, os profissionais médicos e com as usuárias, todas

realizadas pela pesquisadora principal. Todos os entrevistados foram esclarecidos

antecipadamente sobre os objetivos da pesquisa, tendo garantia da preservação de sua

identidade e assinaram o termo de consentimento livre esclarecido.

27

O processamento e a análise dos dados foram realizados utilizando o banco de

dados construído e revisado no programa Epi-Info versão 5.3.1.

Para questões com várias opções de resposta arbitrou-se regra de decisão,

considerando-se positiva se tivesse pelo menos duas, como no caso dos equipamentos

eletrônicos.

Alguns critérios foram sintetizados em um indicador, construído a partir das

variáveis contidas nos instrumentos mediante regras de decisão pré-estabelecidas. A

exemplo de “instalação física em condições adequadas para atendimento a gestantes e

familiares”, considerando-se adequada se houvesse todos os itens tais como: boa

iluminação, ventilação, banheiros e pias para higiene das mãos, instalações elétricas,

hidráulicas conservadas, boa conservação de todo o ambiente do piso ao teto, além de

extintor de incêndio dentro do prazo de validade.

A análise dos dados seguiu a seqüência estabelecida, percentual de respostas

positivas referente à dimensão da estrutura e do processo, em relação ao total de questões

de cada instrumento.

As dimensões de estrutura e processo foram classificadas quanto ao grau de

implantação, usando-se critérios previamente estabelecidos e já referendados em outros

estudos. 18, 19, 20, 21

• Implantado – quando atingiu de 80 a 100% de concordância ao previsto nas

normas, medido pelas respostas positivas;

• Parcialmente Implantado – se havia de 60% ├ 80% de respostas positivas;

• Não Implantado – se obteve menos de 60% de respostas positivas às questões.

28

O projeto desta pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Instituto

de Medicina Integral Professor Fernando Figueira – IMIP, protocolado sob o n° 1103/2007.

Resultados

A avaliação da estrutura foi dividida em quatro componentes: recursos físicos,

recursos materiais, recursos humanos e organização do serviço, conforme se apresentam no

quadro 1.

Os recursos físicos estão de acordo com o preconizado em quase todos os itens, faz

exceção a “instalação física adequada para pessoas com necessidades especiais” (80%) e

nenhum dos “consultórios permitem privacidade visual e auditiva dos atendimentos”. A

adequação das instalações físicas diz respeito à limpeza, iluminação, ventilação entre

outros, e, para os portadores de necessidades especiais, acesso para os cadeirantes ao setor.

Dos dez itens que compõem os recursos materiais, apenas um, “insumos/material

para atividades educativas”, obteve baixo percentual de concordância com as normas

(55,5%), embora disponha de equipamento audiovisual, faltam os insumos, que são

preconizados como essenciais.

Em relação aos agentes de trabalho, verificou-se a existência de equipe

multidisciplinar para realização das atividades concernentes quando necessária a ação,

incluindo médico, psicólogo, nutricionista e cirurgião dentista, porém, as equipes de saúde

e administrativa encontram-se incompletas necessitando de incrementar o número de

profissionais médicos e auxiliares de enfermagem.

29

Quanto à organização do serviço, atende a quase 100% do proposto, apenas o

parâmetro “profissionais usando crachá de identificação” observou-se que se limita aos

profissionais de nível médio.

O grau de implantação do ambulatório de pré-natal de alto risco do IMIP na

dimensão da estrutura classifica-se como implantado.

Dos nove médicos que desenvolvem a assistência pré-natal de alto risco, dois terços

receberam capacitação. Das 33 atividades normatizadas, encontraram-se 80% ou mais de

concordância para 25 atividades. Apenas cinco ficaram abaixo de 50%, quais sejam:

solicitação de sorologia para toxoplasmose e para hepatite B, proteinúria em todas as

consultas em gestantes com histórico de pré-eclâmpsia prévia, avaliação do risco

nutricional e do IMC. No somatório geral, 87,2% responderam às perguntas em

conformidade ao preconizado para assistência pré-natal de qualidade, estando o

componente da prática médica classificado como implantado (quadro 2).

Quanto aos procedimentos definidos para ser executados durante a consulta de pré-

natal, as usuárias relataram que à exceção do exame das mamas (39,6%), todos os demais

foram realizados em percentuais acima de 80%, sendo a aferição da pressão arterial referida

por 100% das entrevistadas. Pouco menos da metade (49%) informaram haver participado

das palestras e todas estas fizeram referência da abordagem do palestrante sobre

“Orientações e incentivo para o aleitamento materno”

Discussão

30

Neste trabalho foram avaliados segundo a abordagem sistêmica de Donabedian, os

atributos quanto ao processo de implantação – grau de implantação e da qualidade técnico-

científica.

Ressalta-se que em pesquisa da literatura sobre o tema não se encontrou estudos

avaliativos em ambulatório de pré-natal de alto risco. O que a literatura ofereceu foram

estudos de avaliação de estrutura e processo na rede básica, enfocando a atenção no pré-

natal de baixo risco. 22, 23

Um artigo que referencia gravidez de alto risco está voltado para a adequação da

assistência pré-natal das gestantes captadas em duas maternidades de referência para alto

risco por ocasião do parto, porém não faz alusão à dimensão da estrutura. 24

Uma estrutura adequada nos seus variados aspectos se faz necessário para o

desenvolvimento das ações propostas, com maior probabilidade de se prestar assistência de

boa qualidade, embora autor como Vuori discorde desta relação direta, porque está baseado

em pressupostos. 25

No que concerne à dimensão da estrutura, o ambulatório de pré-natal de alto risco

avaliado não atendeu integralmente aos requisitos preconizados pelo MS, 1, 2, 13, 14

apresentando poucas não conformidades, passíveis de correções que não acarretam

impedimentos à realização da assistência. Apenas dois itens necessitam ser readequados, o

primeiro é a adaptação de pelo menos um sanitário para pessoas com necessidades

especiais, e o segundo, diz respeito à privacidade visual e auditiva durante as consultas.

Esta última precisa ser discutida com a gerência, a coordenação de ensino e os

profissionais, qual a melhor forma para sua solução. Por se tratar de uma unidade de

31

ensino, existe a simultaneidade de consultas no mesmo consultório, com preceptores e

alunos dividindo o mesmo espaço.

Quanto ao atributo de processo, ao qual Vuori 25 relata ser o mais valioso porque a

aplicação do conhecimento correto e atualizado faz com que se obtenha melhor resultado,

neste estudo foi avaliado pela qualidade técnico-científica, onde os profissionais

demonstraram conhecimento técnico atualizado, verificado pela coerência das com as

normas.

Contudo, este estudo apresenta como limitação a não observação da prática

profissional. Tentou-se minimizar esta limitação pela entrevista com as usuárias,

aumentando o poder de confiabilidade das informações com a triangulação de respostas.

Outros estudos que avaliaram a dimensão de processo também não consideraram a

observação direta do atendimento e utilizaram como estratégias metodológicas a análise

dos registros disponíveis no cartão da gestante, na ficha de acompanhamento de pré-natal

ou do prontuário médico. 22, 24, 26, 27, 28

O registro médico na prática clínica é de grande relevância, visto que influencia os

processos de cuidados, podendo refletir a qualidade da atenção prestada. 29 As informações

registradas permitem o conhecimento e o acompanhamento dos problemas que podem ser

evitados, se identificados e tratados precocemente.

Na pesquisa realizada em duas instituições públicas do Recife, foi verificada que

apenas 31,0% das gestantes tinham registro em seu cartão dos procedimentos (peso,

pressão arterial, altura uterina e batimentos cardio-fetais), considerados indispensáveis para

o pré-natal de qualidade em todas as consultas. 24 Estes registros servem como importante

32

fonte de informação para orientação dos profissionais no local do parto, para melhor

condução do parto e cuidados com o recém-nascido.

Ainda em relação às práticas, no tocante aos exames, a baixa referência da

solicitação da sorologia para toxoplasmose congênita, talvez encontre explicação nos

resultados de um estudo conduzido no pré-natal do IMIP em 2004/2005. Este trabalho

analisou a susceptibilidade e a infecção ativa em gestante, evidenciando que

aproximadamente 75% das gestantes estavam imunes e que apenas quase 3% tinham a

possibilidade de infecção ativa. 30

As usuárias, por sua vez, corroboraram com o discurso médico, à exceção do exame

de mamas, que só foi referido por aproximadamente 40% destas, o restante autenticou as

respostas médicas.

Muito embora a instituição avaliada promova atividades educativas de rotina, houve

menos de 50% de participação das gestantes e dos 27 temas recomendados nas normas

ministeriais, 14 doze fazem parte do elenco oferecido pelo o IMIP. Algumas usuárias

informaram não participar das palestras por necessidades de retornar à residência, enquanto

outras disseram que já haviam agendado a sua participação para outra data.

A garantia de retorno, pelo agendamento das próximas consultas logo após a

primeira, é um quesito importante para a humanização da assistência e favorece a adesão e

a permanência das gestantes no serviço de atenção ao pré-natal, ao sentirem-se acolhidas. 31

Esta noção de acolhimento também foi percebida pelas respostas das entrevistadas quanto à

atenção que o médico prestou as suas queixas e a satisfação com as explicações do

profissional, aspectos não trabalhados neste artigo.

33

O acolhimento, assim como o acesso, a estrutura física, material e organizacional e

a qualidade da assistência percebida fazem parte do princípio de Humanização, constante

da Política Nacional de Atenção à Saúde da Mulher. 32

A incorporação dos diferentes atores que têm, em geral, diferentes objetivos,

expectativas e percepções em relação aos serviços de saúde, teve o sentido de ampliar o

foco da avaliação e pode revelar distintos aspectos de uma mesma intervenção. 33

De posse dos resultados aqui apresentados, depreende-se que o quadro conceitual

desenvolvido por Donabedian para a avaliação da qualidade em saúde, mostrou ser uma

abordagem capaz de responder aos objetivos deste estudo, estando a assistência do pré-

natal de risco do IMIP classificada como implantada. Não, porém, sem que se faça

necessário o reajuste de algumas inconformidades.

Conclusão

Em que pese à ausência da avaliação de resultados, este artigo mostrou que a

avaliação normativa para classificação do grau de implantação do ambulatório de pré-natal

de alto risco do IMIP, pode ser aplicada, sem prejuízo, para identificação dos pontos frágeis

deste setor.

Como o trabalho em saúde tem uma dinâmica muito própria, é importante que os

prestadores estejam sempre se avaliando e se reprogramando, posto que, a ciência médica

está sempre em busca do padrão de excelência. Espera-se que as informações aqui

produzidas contribuam para correção das fragilidades, com maior validade, e possa

influenciar positivamente as decisões para a obtenção do produto final, que é a redução da

morbi-mortalidade materna e infantil. 34

34

A utilidade da avaliação normativa está definida como informação ou

instrumentalização para decisão e/ou para gestão.6 Este trabalho mostrou ser de

aplicabilidade prática e recomenda para o aperfeiçoamento das atividades do serviço

visando assegurar a obtenção de bons resultados: o seguimento das normas e rotinas da

atenção pré-natal. Além disso, estimular os registros nos prontuários, no que diz respeito

aos problemas apresentados pelas gestantes, os procedimentos realizados, os resultados de

exames, as prescrições, as orientações e as referências por todos os profissionais que

prestaram algum atendimento.

Assim como a obtenção das informações da prática médica, a partir de entrevistas,

demonstra o conhecimento técnico-científico dos profissionais, a dicotomia entre a teoria e

a prática foi averiguada pelo confronto com as respostas das usuárias, que em apenas um

item não foi concordante.

35

Colaboradores:

EMQB Melo trabalhou na pesquisa, na concepção e redação do artigo; SA Vidal trabalhou

na pesquisa, na concepção, redação e revisão final do artigo; IC Samico trabalhou na

redação e revisão final do artigo.

36

Referências

1. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria Executiva. Gestante de alto risco: sistemas

estaduais de referência hospitalar à gestante de alto risco. Brasília DF; 2001

2. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria Executiva. Gestante de alto risco: sistemas

estaduais de referência hospitalar à gestante de alto risco. Brasília DF; 2001

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41

Quadro 1. Grau de Implantação da dimensão estrutura segundo componentes, Pré-Natal de Alto Risco - IMIP, 2008 Componentes

Critérios

Nº “sim”/ total de questões

%

Grau

Implan- tação*

Instalação física adequadas para atendimento à clientela

13/13 100,0

Recepção/sala de espera adequada à demanda (coberta, exclusiva, com assentos em nº compatível à clientela)

1/1 100,0

Sala de reuniões (equipe e atividades educativas)

1/1 100,0

Instalação física p/ pessoas com necessidades especiais

4/5 80,0

Recepção na entrada para informações aos usuários

1/1 100,0

Salas p/ atendimento médico/enfermagem concomitante

1/1 100,0

Consultórios com privacidade visual e auditiva

0/1 00,0

Recursos Físicos

Consultórios com biombos para privacidade da paciente

1/1 100,0

91,7%

Mobiliários, equipamentos e instrumentais 15/16 93,7 Insumos/material de penso e de laboratório

12/13 92,3

Insumos/material para atividades educativas

5/9 55,5

Equipamentos eletrônicos p/ atividades educativas

2/2 100,0

Apoio laboratorial 14/14 100,0 Insumos/equipamentos de informática 8/8 100,0 Sistema informatizado de registro e agendamento

1/1 100,0

Meios de comunicação 2/2 100,0 Instrumentos de registros para ações de saúde

7/7 100,0

Recursos Materiais

Dispensação de medicamentos (regular e suficiente)

1/1 100,0

91,8%

Profissionais por categoria profissional 8/8 100,0 Recursos humanos Equipe completa 0/1 0,0

90,0%

42

Médicos capacitados segundo as normas Ministeriais

1/1 100,0

Oferta de atividades educativas 1/1 100,0 Estratégias para ações educativas 4/5 80,0 Aspectos abordados nas ações educativas 12/12 100,0 Profissionais realizam ações educativas 3/3 100,0 Existência de normas, protocolos, cartazes explicativos

2/2 100,0

Prioridade no atendimento 1/1 100,0 Sistema de distribuição de fichas 1/1 100,0 Atendimento diário nos dois turnos 1/1 100,0 Consultas de seguimento são agendadas previamente

1/1 100,0

Garantia de retorno após a primeira consulta

1/1 100,0

Definição de prioridade para atendimento 3/3 100,0 Garantia de realização do parto no IMIP 1/1 100,0

Organização do serviço

Profissionais usam crachá de identificação 3/4 75,0

94,4%

*Grau de Implantação: 80% a 100% - implantado; 60%├ 80% - parcialmente implantad; Abaixo de 60% - não implantado

43

Quadro 2. Grau de Implantação da dimensão processo segundo componente prática

médica, Pré-Natal de Alto Risco - IMIP, 2008

Compo- nente

Atividades (Critérios)

Nº de“sim”/

Total entrevis-

tados

%

Grau

Implan-tação*

Registra a consulta no prontuário e no cartão 9/9 100,0 Revisa a ficha de acompanhamento pré-natal 9/9 100,0 Realiza anamnese sucinta 9/9 100,0 Verifica se a vacinação está atualizada 9/9 100,0 Realiza o cálculo e anota idade gestacional 9/9 100,0 Avalia o peso materno 9/9 100,0 Determina e avalia o IMC 3/9 33,3 Avalia risco nutricional 3/9 33,3 Realiza a medida da pressão arterial 9/9 100,0 Realiza palpação obstétrica e medida uterina 9/9 100,0 Avalia o crescimento fetal 9/9 100,0 Observa a existência de edema 9/9 100,0 Avalia proteinúria nas nulíparas em todas as visitas subseqüentes a primeira consulta

9/9 100,0

Avalia proteinúria em todas as consultas subseqüentes no caso de pré-eclâmpsia prévia

3/9 33,3

Realiza exame ginecológico 9/9 100,0 Realiza exame de mama 8/9 88,9 Solicita grupo sangüíneo e fator Rh 9/9 100,0 Solicita sorologia para sífilis 9/9 100,0 Solicita exame de urina tipo I 9/9 100,0 Solicita hemoglobina e hematócrito 9/9 100,0 Solicita glicemia de jejum 8/9 88,9 Solicita teste anti-HIV com aconselhamento e consentimento pré-teste

9/9 100,0

Solicita sorologia para hepatite B (HbsAG)** 4/9 44,4 Solicita sorologia para toxoplasmose** 3/9 33,3 Solicita colpocitologia oncótica*** 9/9 100,0 Solicita urocultura 7/9 77,8 Solicita curva glicêmica 6/9 66,7

Prática médica

Avalia os resultados dos exames 9/9 100,0

87,2%

44

Reavalia o risco obstétrico 9/9 100,0 Realiza práticas educativas com a usuária 7/9 77,8 Realiza ausculta dos batimentos cardíacos 9/9 100,0 Avalia movimentos fetais referidos pela mulher

9/9 100,0

Avalia movimentos fetais no exame obstétrico 9/9 100,0

*Grau de Implantação: 80% a 100% - implantado; 60%├ 80% - parcialmente implantado; Abaixo de 60% - não implantado **Segundo as normas estes exames estão limitados à sua disponibilidade, o que na instituição em pauta, estão disponíveis. *** Exame não obrigatório, apenas se indicado.

45

Quadro 3. Distribuição de freqüência das entrevistas às gestantes atendidas no ambulatório

de pré-natal de alto risco - IMIP, 2008

Componente

Critérios

n*

%

Satisfação sobre as explicações dadas pelo

médico quanto a sua gravidez

84 87,5

Satisfação sobre o tempo de atendimento 86 89,6

Impressão sobre médico que fez a consulta 86 89,6

Atenção prestada pelo

serviço de

ambulatório

Confiança no médico que realizou a consulta. 88 91,7

*n(96)

46

5. REFERÊNCIAS

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12. Brasil. Ministério da Saúde. Pré-natal e puerpério: atenção qualificada e humanizada:

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13. Brasil. Ministério da Saúde. Gestação de alto risco. 3. ed. Brasília, DF: Ministério da

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14. Contandriopoulos AP, Champagne F, Denis JL, Pineaut R. Avaliação na área de saúde:

conceitos e métodos. In: Hartz ZMA, organizadora. A avaliação em saúde: dos modelos

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16. Tanaka OY, Melo C. Reflexões sobre a avaliação em serviços de saúde e a adoção das

abordagens qualitativa e quantitativa. In: Bosi MLM, Mercado-Martinez, FJ,

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Brasília, DF; 2000 jun.

22. Brasil. Ministério da Saúde. Avaliação para melhoria da qualidade da estratégia saúde

da família [publicação na Internet]. Brasília: Ministério da Saúde; 2005 [citado 2008

dez 23]. Disponível em: http://dtr2002.saude.gov.br/proesf/autoavaliacaoesf/Home/pdf

23. Brasil. Ministério da Saúde. Documento técnico AMQ - avaliação para a melhoria da

qualidade da estratégia saúde da família. Brasília, DF: Ministério da Saúde; 2005.

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49

26. Felisberto E, Carvalho EF, Maggi RS, Samico I. Avaliação do processo de implantação

da estratégia de Atenção Integrada às Doenças Prevalentes na Infância no Programa

Saúde da Família no estado de Pernambuco, Brasil. Cad Saúde Pública 2002;

18(6):1737-1745.

27. Frias PG, Lira PIC, Hartz ZMA. Avaliação da implantação de um projeto para redução

da mortalidade infantil. In: Hartz ZMA, Vieira-da-Silva LM, organizadores. Avaliação

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Saúde. Rio de Janeiro/Salvador: Editora Fiocruz/EDUFBA; 2005. p. 151-206.

28. Samico I, Hartz ZMA, Felisberto E, Carvalho EF. Atenção à saúde da criança: uma

análise do grau de implantação e da satisfação de profissionais e usuários em dois

municípios do estado de Pernambuco, Brasil. Rev Bras Saúde Matern Infant 2005; 5(2):

229-240.

29. Cavalcante MGS, Samico I, Frias PG, Vidal SA. Análise da implantação das áreas

estratégicas da atenção básica nas equipes de Saúde da Família em município de uma

região metropolitana do Nordeste Brasileiro. Rev Bras Saúde Matern Infant 2006; 6(4):

437-445.

50

6. APÊNDICES

APÊNDICE 1

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO - MÉDICO

TÍTULO: “Avaliação da Implantação do Ambulatório Pré-Natal de Alto Risco no Instituto

Materno Infantil Professor Fernando Figueira-IMIP – PE, 2007”.

Autora: Melo, Eliane Maria de Queiroz Bandeira de

Instituição de origem: Instituto Materno Infantil Prof. Fernando Figueira (IMIP)

Esta pesquisa tem como objetivo avaliar a estrutura, as práticas, os resultados e

determinar o grau de implantação da estrutura e das ações realizadas.

No quesito estrutura serão avaliados os recursos físicos, materiais e humanos e a

questão organizacional.

No item práticas serão avaliados o cartão da gestante e prontuários da unidade,

verificando os registros nos mesmos, se está compatível com as recomendações contidas

nos documentos oficiais do Ministério da Saúde.

A satisfação dos atores envolvidos no processo e dos usuários levará à avaliação

dos resultados, e quanto à implantação avaliaremos o cumprimento a legislação e manuais

técnicos pertinentes a Gestação de Alto Risco.

Os dados da pesquisa serão coletados por meio de questionários aplicados ao

gerente, aos médicos e às usuárias do ambulatório de pré-natal de alto risco, bem como a

aplicação de cheklist no registro dos prontuários das gestantes de alto risco.

Será garantido ao participante:

51

• direito a qualquer esclarecimento sobre a pesquisa em qualquer fase da mesma;

• direito de recusar a participar ou retirar seu consentimento em qualquer fase da

pesquisa, sem penalização alguma e sem prejuízo ao seu cuidado;

• confidencialidade e anonimato, que assegurem a privacidade quanto aos dados

confidenciais envolvidos na pesquisa;

• não haverá julgamento da conduta profissional;

Os resultados da pesquisa serão utilizados exclusivamente para publicações e eventos

científicos.

Para isso, estamos convidando para participar da aplicação em uma única vez dos

questionários sobre as atividades inerentes a assistência pré-natal de alto risco.

______________________________________________________________________

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Eu, ___________________________________________________, médico(a) do Instituto

Materno Infantil Professor Fernando Figueira, desempenhando funções no Ambulatório da

Mulher / Pré-Natal de Alto Risco, declaro que fui esclarecido pela pesquisadora sobre a

finalidade da pesquisa intitulada “Avaliação da Implantação do Ambulatório Pré-Natal de

Alto Risco no Instituto Materno Infantil Professor Fernando Figueira-IMIP – PE, 2007”, e

concordo em participar como entrevistado(a).

_______________________________________

Médico-CRM/PE

________________________________________________________

Eliane Mª de Queiroz Bandeira de Melo - Responsável pela Pesquisa

52

Farmacêutico –CRF:741/PE

Endereço: Rua dos Coelhos, nº. 300, Boa Vista - CEP:50007-550–Recife–PE – BRASIL

e-mail: [email protected] Telefone/FAX:2122.4758

Recife,_____/________/______

53

APÊNDICE 2

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO - USUÁRI A

TÍTULO: “Avaliação da Implantação do Ambulatório Pré-Natal de Alto Risco no Instituto

Materno Infantil Professor Fernando Figueira-IMIP – PE, 2007”.

Autora: Melo, Eliane Maria de Queiroz Bandeira de

Instituição de origem: Instituto Materno Infantil Prof. Fernando Figueira (IMIP)

Esta pesquisa tem como objetivo avaliar a estrutura, as práticas, os resultados e

determinar o grau de implantação da estrutura e das ações realizadas.

Os dados da pesquisa serão coletados por meio de questionário aplicado às

usuárias do ambulatório de pré-natal de alto risco, e análise no registro dos prontuários.

Será garantido ao participante:

• o direito ao sigilo e a confidencialidade sobre os seus dados pessoais e sobre

tudo o que for dito durante a entrevista.

• abandonar a qualquer momento a pesquisa caso não se sinta satisfeita, sem

que isso venha a prejudicar o seu atendimento no IMIP.

• continuar sendo atendida e dispondo de toda a atenção devida no

Ambulatório da Mulher do IMIP, independente de sua participação na

pesquisa.

• o direito, se assim o desejar de obter mais informações e a saber dos

resultados da pesquisa, que serão utilizados exclusivamente para publicações

e eventos científicos.

54

Para isso, estamos convidando para participar da aplicação em uma única vez dos

questionários sobre a assistência pré-natal de alto risco.

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Eu, ___________________________________________________, usuária atendida no

Ambulatório Pré-Natal de Alto Risco do Instituto Materno Infantil Professor Fernando

Figueira sob o registro n°_______, declaro que fui esclarecida sobre a finalidade da

pesquisa intitulada “Avaliação da Implantação do Ambulatório Pré-Natal de Alto Risco no

Instituto Materno Infantil Professor Fernando Figueira-IMIP – PE, 2007”, e concordo em

participar da entrevista.

________________________________________________

Usuária

_________________________________________________________

Eliane Mª de Queiroz Bandeira de Melo - Responsável pela Pesquisa

Farmacêutico –CRF:741/PE

Endereço: Rua dos Coelhos, nº. 300, Boa Vista - CEP:50007-550–Recife–PE – BRASIL

e-mail: [email protected]

Telefone/FAX:2122.4758

Recife, ___ de ________________de ______

55

APÊNDICE 3

FORMULÁRIO 1

ENTREVISTA COM O GERENTE DO AMBULATÓRIO DA MULHER - IMIP

DATA Hora: _____________

Nº do questionário

ESTRUTURA (AMBIENTE FÍSICO, EQUIPAMENTOS, INSUMOS, RECURSOS

HUMANOS, ORGANIZAÇÃO NORMATIVA)

1. Os consultórios dispõem de equipamentos e instrumentais mínimos para o atendimento

às pacientes?

Equipamentos e instrumental mínimos SIM NÃO

mesa e cadeira (para entrevista)

mesa de exame ginecológico

escada de dois degraus

foco de luz móvel

balança para adultos (peso/altura)

esfigmomanômetro(aparelho de pressão)

estetoscópio clínico

estetoscópio de Pinard

sonar doppler (se possível)

fita métrica flexível e inelástica

56

espéculos ginecológicos de diversos

tamanhos

pinças de Cheron

material para coleta de exame

colpocitológico

gestograma ou disco obstétrico

disco para IMC

glicosímetro

2. Os consultórios dispõem de material de penso em quantidade suficiente para

o trabalho no ambulatório pré-natal alto risco sem causar interrupções ou prejuízos à

assistência?

Materiais de penso/laboratório SIM NÃO

luvas para procedimento

Algodão

Gaze

compressas

esparadrapo

agulha hipodérmica

ataduras de gaze

abaixador de língua

termômetro

57

máscaras para inalação

seringa descartável

fio para sutura

fita para leitura de glicose

3. Considerando a instalação física, o ambulatório pré-natal de alto risco possui, área física

em condições adequadas de acordo com a regulamentação sanitária vigente para

atendimento a gestante e familiares?

Condições físicas SIM NÃO

boa iluminação

ventilação

pia para higienização das mãos

Banheiro

conservação de pisos satisfatória

conservação paredes satisfatória

conservação teto satisfatória

instalações elétricas satisfatória

instalações hidráulicas satisfatória

extintor de incêndio com carga dentro

do prazo de validade

conservação das portas satisfatória

conservação das janelas satisfatória

58

conservação dos vidros satisfatória

4. O ambulatório pré-natal alto risco dispõe de espaço coberto, exclusivo para a

recepção e espera, com assentos em número compatível com a demanda esperada ?

(espaço destinado à espera dos usuários que garanta à maioria dos presentes na

recepção permanecerem sentados durante a primeira hora após a abertura da

unidade)

Sim Não

5. O ambulatório pré-natal alto risco realiza atividades educativas dirigidas ao pré-natal,

parto e puerpério?

Sim Não

6. Considerar resposta positiva se utilizar no mínimo duas das estratégias mencionadas,

pelo menos uma vez por mês.

Ações educativas SIM NÃO

Abordagem individual (consulta médica)

Palestras (sala de espera)

Meios de comunicação (DVD, vídeo)

Grupos

Abordagem alternativa (teatro,

dramatização)

7. Que aspectos são abordados nas ações educativas?

59

Ações educativas SIM NÃO

Importância do pré-natal

Desenvolvimento da gestação

Planejamento familiar

Cuidados de higiene

Preparo para o parto

Orientação nutricional

Orientações sobre os riscos do fumo,

álcool e outras drogas

Orientações e incentivo para o aleitamento

materno

Modificações corporais e emocionais

Atividade sexual, incluindo prevenção das

DST/AIDS e aconselhamento para o teste

ant-HIV

Importância das consultas puerperais

Cuidados com o recém-nascido

Outros. Quais?_______________________________________

8. Quem realiza as ações educativas?

Médico(a) Enfermeiro(a)

9. Dispõe de sala para realização de reuniões de equipe, atividades internas e atividades

de Educação Permanente? (Este espaço pode ser de uso múltiplo e alternado, porém

60

exclusivo para tais atividades).

Sim Não

10. O ambulatório pré-natal alto risco dispõe de materiais e insumos para realização

de atividades educativas com as usuárias?

Materiais educativos SIM NÃO

Folder

Vídeo educativo

Cartolina ou similar

Pincéis atômico

Barbante

Cola

Tesoura

Álbum seriado

Impressos educativos

11. O ambulatório de pré-natal de alto risco dispõe de equipamentos eletrônicos para

atividades educativas?

Equipamentos eletrônicos SIM NÃO

Televisão

Videocassete

Aparelho de som

DVD

Considerar Sim se tiver pelo menos uma TV e um Videocassete

61

12. O ambulatório pré-natal alto risco está adequado para atender às pessoas com

necessidades especiais?

Adequação a necessidades especiais SIM NÃO

Acesso com rampas

Escada com corrimão

Portas de acesso a ambulatórios com

largura adequada

Banheiros adequados

Cadeira de rodas

13. O ambulatório pré-natal de alto risco assegura apoio laboratorial garantindo a

realização dos seguintes exames:

Exames laboratoriais de rotina SIM NÃO

Dosagem de hemoglobina (Hb)

Dosagem de hematócrito(Ht)

Grupo sanguíneo

Fator Rhsorologia para sífilis (VDRL)

Glicemia de jejum

Exame sumário de urina (Tipo I)

Colpocitologia oncótca

Teste anti-HIV

Sorologia para hepatite B (HBsAg)

62

Sorologia para toxoplasmose (se possível)

Urocultura

Teste de tolerância a glicose (TTG)

Coombs indireto

EQUIPAMENTOS DE USO ADMINISTRATIVO

14. O ambulatório pré-natal alto risco dispõe de equipamento de informática.

Equipamentos / Insumos SIM NÃO

CPU

monitor de vídeo

Teclado

Mouse

estabilizador

impressora

papel tipo A4

cartuchos de tinta

Considerar Sim se dispor de todos os itens

15. O ambulatório pré-natal alto risco dispõe de um sistema informatizado de registro

de dados e agendamento?

Sim Não

16. O ambulatório pré-natal alto risco dispõe de:

Meios de comunicação SIM NÃO

63

Linha telefônica

FAX

Considerar Sim se tiver pelo menos uma linha telefônica

INSUMOS

17. O ambulatório pré-natal alto risco dispõe de material impresso em quantidade

suficiente para o desenvolvimento regular das ações de saúde.

Material impresso / Instrumentos de

registros

SIM NÃO

formulários

receituários

requisições

cartão da gestante

ficha perinatal ou prontuário da gestante

ficha de cadastramento de gestante

mapa de registro diário

Considerar Sim se tiver todos os itens

18. A usuária recebe com regularidade e em quantidade suficiente medicamentos

indicados nos tratamentos mais freqüentes?

Sim Não

19. RECURSOS HUMANOS

Profissionais Nº

Médicos pré-natalistas de alto risco

64

Enfermeiros

Odontólogos

Nutricionista

Psicólogo

Técnico ou Aux. de enfermagem

Aux. administrativo

Aux. de serviços gerais

20. A equipe de profissionais está completa, constituída por profissionais de saúde

(médicos, enfermeiros e auxiliares de enfermagem) e profissionais administrativos?

Profissionais de saúde: Sim Não

Profissionais administrativos: Sim Não

21. Há uma recepção na entrada para prestar informações aos usuários?

Sim Não

22. Existem normas (protocolos, manuais, livros, cartazes explicativos, fluxogramas)

para o atendimento pré-natal de alto risco?

Própria da Instituição Sim Não

Ministério da Saúde Sim Não

23. Existe prioridade no atendimento a gestante de alto risco?

Sim Não

24. Qual o número médio de consultas médicas mensal?_______________consultas

25. Qual é, em média, o tempo de duração de cada consulta?

< 15 minutos 15 a 30 minutos

65

30 a 60 minutos > 1 hora

26. Há sistema de distribuição de fichas para ordenar o acesso ao serviço?

Sim Não

27. Existe atendimento diário, nos dois turnos, durante a semana para o pré-natal de alto

risco?

Sim Não

28. Os médicos lotados no ambulatório de pré-natal de alto risco foram apacitados para

o desempenho das suas atividades segundo normas técnicas do Ministério da Saúde?

Sim Não

29. As consultas de seguimento do pré-natal de alto risco são agendadas previamente?

Sim Não

30. É garantido o retorno à primeira consulta puerperal?

Sim Não

31 As gestantes atendidas no ambulatório pré-natal alto risco:

vêm referenciadas? Sim Não

demanda espontânea? Sim Não

triagem no serviço? Sim Não

32. Qual o tempo demandado para a marcação de consulta?

No mesmo dia < 7 dias De 7 a 15 dias

De 15 a 30 dias Mais de 30 dias

33. É garantido o parto as gestantes de alto risco acompanhadas no pré-natal do IMIP?

Sim Não

34. O número de consultórios no ambulatório pré-natal alto risco permite o

66

atendimento ambulatorial dos médicos e enfermeiros concomitantemente, sem

interrupções em qualquer período de funcionamento?

Sim Não

35. Os consultórios permitem a privacidade visual e auditiva dos atendimentos?

(atendimentos não podem ser ouvidos ou observados por quem está no recinto

adjacente ao local de atendimento, garantindo-se a ética, a privacidade e o sigilo).

Sim Não

36. Os consultórios onde são realizados exames ginecológicos possuem, no mínimo,

biombo garantindo a privacidade da paciente?

Sim Não

37. Os profissionais usam crachá de identificação?

Médicos Sim Não

Enfermeiros Sim Não

Auxiliar de enfermagem Sim Não

Auxiliar administrativo Sim Não

67

APÊNDICE 4

FORMULÁRIO 2

ENTREVISTA COM OS MÉDICOS DO AMBULATÓRIO DA MULHER – PRÉ-

NATAL ALTO RISCO - IMIP

DATA Hora:______________

Número do questionário:

1. Recebeu capacitação/treinamento para atender gestantes no ambulatório de pré-natal de

alto risco?

Sim Não

2. Qual o tempo de duração de cada consulta?

< 15 minutos 15 a 30 minutos 30 a 60 minutos

> 1 hora não sabe informar

3. Realiza anotações sobre o atendimento no:

Prontuário da unidade Sim Não

Cartão da gestante Sim Não

4. Faz a revisão da ficha pré-natal?

Sim Não

5. Realiza anamnese sucinta?

Sim Não

6. Verifica se o calendário de vacinação está atualizado?

Sim Não

7. Realiza o cálculo e anotação da idade gestacional?

68

Sim Não

8. A avaliação do peso materno é realizada em todas as visitas subseqüentes a primeira

consulta?

Sim Não

9. Determina o peso para avaliação do índice de massa corporal (IMC)?

Sim Não

10. Avalia o risco nutricional?

Sim Não

11. Realiza a medida da pressão arterial?

Sim Não

12. Realiza palpação obstétrica e medida uterina?

Sim Não

13. Avalia o crescimento fetal?

Sim Não

14. Observa a existência de edema?

Sim Não

15. A avaliação de proteinúria nas nulíparas ou portadoras de pré-eclâmpsia prévia é

realizada em todas as visitas subseqüentes a primeira consulta?

Sim Não

16. Realiza exame:

Exame ginecológico Sim Não

Exame das mamas Sim Não

17. Solicita e avalia os resultados dos exames laboratoriais abaixo relacionados?

69

Exames laboratoriais SIM NÃO

Grupo sangüíneo e fator Rh (quando não realizado

anteriormente)

Sorologia para sífilis (VDRL)

Urina tipo I

Hemoglobina e hematócrito (Hb / Ht)

Glicemia de jejum

Teste anti-HIV com aconselhamento pré-teste e

consentimento da mulher.

Sorologia para hepatite B (HBsAg, se disponível

Sorologia para toxoplasmose, se disponível

Colpocitologia oncótica, quando indicada

18. Acha que existe dificuldade para a realização dos exames solicitados?

Sim Não

19. Reavalia o risco obstétrico?

Sim Não

20. Realiza práticas de educação em saúde com a usuária?

Sim Não

21. Realiza ausculta dos batimentos cardíacos?

Sim Não

22. Avalia os movimentos percebidos pela mulher e/ou detectados no exame obstétrico?

Sim Não

70

APÊNDICE 5

FORMULÁRIO 3

ENTREVISTA COM USUÁRIAS DO AMBULATÓRIO DA MULHER - PRÉ-

NATAL DE ALTO RISCO - IMIP

DATA Hora:__________

Nº do questionário

Dados em relação à usuária do Sistema Único de Saúde (SUS).

1. Quantos anos a Sra. tem? ___________anos.--

2. Qual o seu estado civil?

1. solteira 2. casada/união consensual 3. separada/divorciada

4. viúva 5. não respondeu

3. Quantos anos de escola a Sra.freqüentou? ___________ anos de estudo completos.

1. 1 – 4 anos 2. 5 – 8 anos 3. 9 – 11 anos 4. > 12 anos

5. nenhum

4. Qual a sua procedência?

1. Recife 2. Restante da Região Metropolitana do Recife (RMR)

3. Outros (interior ou outro estado): _________________________

5. Quantos filhos a Sra. teve antes desta gravidez?

1.Vivos ______________________________

2.Mortos ______________________________

3.Abortos ______________________________

6. Em que mês de gravidez a Sra. está?

71

Registrar o mês verbalizado pela entrevistada (__________________________)

7. Em que mês a Sra. iniciou as consultas de pré-natal?

Registrar o mês verbalizado pela entrevistada (___________________________)

8. Quantas consultas de pré-natal a Sra.realizou até agora?

Registrar o número verbalizado pela entrevistada (_______)

9. A Sra. tem o Cartão da Gestante? 1. Sim 2. Não

10. Sabe para que serve o Cartão da Gestante? 1. Sim 2. Não

11. Leva sempre consigo o Cartão da Gestante? 1. Sim 2. Não

12. Trabalha em alguma atividade remunerada? 1. Sim 2. Não

13. Qual atividade?

Atividade SIM NÃO

trabalhadora doméstica com carteira de trabalho assinada

trabalhadora doméstica sem carteira assinada

empregada com carteira assinada

empregada sem carteira assinada

empregadora

conta-própria

aprendiz ou estagiária sem remuneração

aprendiz ou estagiária com remuneração

não remunerada em ajuda a membro da família

14. Qual a sua renda mensal? R$_____________________

Utilização do Serviço

72

15. Para ser consultada neste ambulatório:

1. Foi encaminhada pela Unidade de Saúde (US) do município

2. Escolheu por conta própria

15.1. Se escolheu por conta própria, por que escolheu este ambulatório?

1. Proximidade de casa 2. É mais fácil de pegar ficha de consulta

3. Porque não tinha outra escolha 4. Outros

16.Tempo despendido para chegar ao ambulatório do hospital.

______________________minutos

17. Encontrou facilidade de acesso (marcação) à consulta?

1. Sim 2. Não. Quais as dificuldades?____________________

18. Há quanto tempo foi marcado esse atendimento?

Registrar o tempo verbalizado pela entrevistada __________dias

19. O que a Sra. acha das instalações do ambulatório? (estrutura física da sala de espera e

dos consultórios). 1.Boa, confortável 2. regular 3. Ruim

20. E quanto aos equipamentos?

1. Bons (suficiente) 2. Regular 3 Ruim

Atenção prestada pelo serviço de ambulatório de pré-natal de alto risco.

21. O funcionário que agendou a consulta foi cordial? 1. Sim 2. Não

22. Após o início do atendimento do ambulatório, quanto tempo a Sra. passou na sala de

espera aguardando ser chamada para consulta? 1._______minutos 2. Não sabe

informar

23. Foi bem recebida pelo médico? 1. Sim 2. Não

24. O médico prestou atenção as suas queixas? 1. Sim 2. Não

73

25. O que tem sido feito no pré-natal ?

PROCEDIMENTOS Sim

(1)

Não

(2)

Medir a pressão

Medir o tamanho da barriga

Vacina antitetânica

Exame de sangue

Exame de urina

Exame preventivo de câncer (lâmina)

Exame de mama

Exame de ultra-sonografia

Orientações sobre aleitamento materno

26. O médico que lhe atendeu prescreveu algum medicamento?

1. Sim. Quais?_______________________________ 2. Não

27. A Sra. entendeu como vai tomar o medicamento? 1. Sim 2. Não

28. Ficou satisfeita com as explicações dadas pelo médico quanto a sua gravidez?

1. Sim 2. Não

29. Se você apresentou algum problema, o médico fez alguma recomendação caso não

melhorasse? 1. Sim 2. Não

30. Quanto tempo durou aproximadamente a sua consulta?

1. ________minutos 2. Não sabe

31. O que você acha do tempo que o profissional levou no atendimento?

1. Foi suficiente 2. Foi insuficiente 3. Não sabe

74

32. Você sabe o nome do médico que lhe atendeu?

1. Sim Qual é? (____________________) 2. Não

33. O médico que atende você é sempre o mesmo? 1. Sim 2. Não

34. Ficou com uma boa impressão do atendimento médico? 1. Sim 2. Não

35. Sentiu confiança no atendimento médico? 1. Sim 2. Não

36. A próxima consulta já ficou agendada? 1. Sim 2. Não

37. Caso tenha sido agendada, ficou satisfeita com a data da próxima consulta?

1. Sim 2. Não

38. A Sra. teve alguma consulta com o dentista? 1. Sim 2. Não

39. Participou de ações educativas?

1. Grupo 2. Individualmente 3. Nenhuma

40. Participou de palestras educativas cujos temas encontram-se relacionados no quadro

abaixo?

Palestras educativas

Sim

(1)

Não

(2)

Importância do pré-natal

Desenvolvimento da gestação

Planejamento familiar

Cuidados de higiene

Preparo para o parto

Orientação nutricional

Orientações sobre os riscos do fumo, álcool e

75

outras drogas

Orientações e incentivo para o aleitamento

materno

Modificações corporais e emocionais

Atividade sexual, incluindo prevenção das

DST/AIDS e aconselhamento para o teste ant-

HIV

Importância das consultas puerperais

Cuidados com o recém-nascido

Outras, quais?_____________________________________________________

41. Esta sua consulta no Ambulatório de Pré-Natal de Alto Risco é:

Primeira consulta? 1. Sim 2. Não

Consulta subseqüente? 1. Sim 2. Não

76

APÊNDICE 6

ROTEIRO DO CARTÃO DA GESTANTE

IDENTIFICAÇÃO

Nome Endereço Município Prontuário

Agendamento Idade História Clínica

Alfabetizada Estudos Estado civil/União

ANTECEDENTES

Familiares Pessoais Obstétricos

GRAVIDEZ ATUAL

Peso anterior Estatura DUM DPP

Dúvidas Antitetânica Prévia Antitetânica atual

Hospitalização na gravidez Grupo sangüíneo/Fator Rh

Transfusão Exame clínico normal Exame das mamas

Exame odontológico Pélvis Papanicolau

Colposcopia

Exame clínico cérvix V.D.R.L Fuma

Semana de amenorréia Peso Pressão arterial

Altura uterina BCF / Movimento Fetal Ass. do profissional

Curva de peso/idade gestacional Curva altura uterina/idade gestacional

EXAMES

Hb-Ht Glicemia de jejum VDRL

Urina (rotina) Anti-HIV ABO-RH

77

Coombs indireto

ULTRA-SONOGRAFIA

IG DUM IG USG Peso Fetal

Placenta Líquido

78

7. ANEXOS

ANEXO 1 – Documento de aprovação pelo Comitê de Ética

79

ANEXO 2 – Ficha de Acompanhamento de Pré-Natal - frente

80

Ficha de Acompanhamento de Pré-Natal – verso

81

ANEXO 3 – Cartão da Gestante

82

Cartão da Gestante - verso