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UNIVERSIDADE CIDADE DE SÃO PAULO PROGRAMA DE MESTRADO EM EDUCAÇÃO CRISTIANE PEREIRA MELO DE OLIVEIRA PROGRAMA UNIVERSIDADE PARA TODOS: A PERCEPÇÃO DOS ESTUDANTES DE UMA UNIVERSIDADE PRIVADA DE SÃO PAULO SÃO PAULO 2012

Dissertação - Cristiane Melo

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UNIVERSIDADE CIDADE DE SÃO PAULO

PROGRAMA DE MESTRADO EM EDUCAÇÃO

CRISTIANE PEREIRA MELO DE OLIVEIRA

PROGRAMA UNIVERSIDADE PARA TODOS:

A PERCEPÇÃO DOS ESTUDANTES DE UMA

UNIVERSIDADE PRIVADA DE SÃO PAULO

SÃO PAULO

2012

CRISTIANE PEREIRA MELO DE OLIVEIRA

PROGRAMA UNIVERSIDADE PARA TODOS:

A PERCEPÇÃO DOS ESTUDANTES DE UMA

UNIVERSIDADE PRIVADA DE SÃO PAULO

Dissertação apresentada ao Programa de Mestrado em Educação da Universidade Cidade de São Paulo, como requisito exigido para obtenção do título de Mestre em Educação, sob a orientação da Professora Doutora Celia Maria Haas.

SÃO PAULO

2012

Ficha Elaborada pela Biblioteca Prof. Lúcio de Souza. UNICID

O48p

Oliveira, Cristiane Pereira Melo de. Programa universidade para todos: a percepção dos estudantes de uma universidade privada de São Paulo. / Cristiane Pereira Melo de Oliveira. --- São Paulo, 2012. 167 p.; apêndices; anexos. Bibliografia Dissertação (Mestrado) – Universidade Cidade de São Paulo - Orientadora: Profa. Dra. Celia Maria Haas. 1. Políticas públicas em educação. 2. Programa universidade para todos. 3. Acesso à educação superior. I. Haas, Celia Maria, orient. II. Título.

CDD 371.1

COMISSÃO JULGADORA

_____________________________________

Prof. Dr. Milton Linhares

_____________________________________

Profª Drª Sandra Maria Zákia Lian Sousa

_____________________________________

Profª Drª Celia Maria Haas

Aos meus pais Raimundo e Neuza,

que me ensinaram a lutar pelos

meus objetivos.

Ao meu querido marido Ricardo,

pelo seu amor e companheirismo.

À minha filha Karine, razão da minha

vida.

Agradecimentos

Agradeço a Deus, responsável pela minha existência, por me dar de presente uma

família maravilhosa e por ser o meu grande amigo.

À minha amada mãe, Neuza Pereira Melo, exemplo de garra, pelas renúncias que

fez para priorizar a minha vida, pelo seu amor e apoio incansável.

Ao meu marido, Ricardo Bonini de Oliveira, que acompanhou cada passo dessa

caminhada que foi o mestrado, que sempre soube compreender o meu silêncio,

tendo paciência com minhas ausências, ansiedade e medos. Obrigada pela sua

parceria, pelo seu amor e companheirismo. Por tudo isso, digo: Eu sei que vou te

amar, por toda a minha vida eu vou te amar...

À minha doce Karine, que mesmo pequena, me apoiou muito, compreendeu quando

precisei de silêncio, entendeu a minha falta de tempo e, mesmo sem ainda ter

aprendido a ler, queria fazer as leituras por mim para me ajudar.

Aos meus queridos sogros, Terezinha Bonini de Oliveira e Waldir Rubens de

Oliveira, por todo o carinho, a quem serei eternamente grata por cuidar da nossa

pequena para que eu pudesse trabalhar e estudar.

À Professora Doutora Sueli Cristina Marquesi, a quem admiro pelo seu exemplo de

profissionalismo, discrição e humanismo, agradeço pelo incentivo a continuidade dos

meus estudos e pelo apoio incondicional no mestrado.

Aos Professores Hermes Ferreira Figueiredo e Renato Padovese, pela concessão

de bolsa parcial que possibilitou a realização do mestrado.

À Professora Doutora Janice Valia de Los Santos, por todo apoio em transmitir seus

conhecimentos e os dados para esta pesquisa.

À minha orientadora, Professora Doutora Celia Maria Haas, agradeço por TUDO.

Por ter acreditado em mim nesse trabalho, por fazer-me uma pesquisadora, pelo

estímulo, pela parceria, pela paciência, pela sua sabedoria em cada orientação.

Aos Professores Doutores Sandra Maria Zákia Lian Sousa e Milton Linhares,

membros da banca examinadora, pelas importantes contribuições a este trabalho no

exame de qualificação e na defesa.

À minha amiga Eliane Angeolini, sempre presente em todos os momentos da minha

vida e com quem posso contar sempre, obrigada pela parceria durante tantos anos,

obrigada pelo seu apoio.

Aos amigos e companheiros de trabalho, André Valva e Erica Tonietti de Oliveira,

pelo incentivo com entusiasmo, obrigada pela torcida.

À querida Professora Mestre Thelma Avilez Pasquantonio, pelo apoio durante esta

caminhada e pela valiosa ajuda na revisão gramatical deste trabalho.

Aos colegas Ingrid Carla Sales Santos, Walter Aparecido de Souza e Rose Meire

Edite Candinho, por atenderem sempre prontamente, aos meus pedidos de

relatórios e transmitirem os conhecimentos da operacionalização do PROUNI.

Aos Professores Doutores Carlos Fernando de Araújo Junior e Alberto Messias

Costa e aos funcionários do Campus Virtual, pelo apoio na elaboração do

questionário eletrônico.

À Professora Mestre Eliana Ribas Pantoja, pela importante contribuição na tradução,

para a Língua Inglesa, do resumo deste trabalho.

A todos os meus familiares e amigos, que me encorajaram para a conclusão do

mestrado.

A educação é a arma mais poderosa que você pode usar para mudar o mundo.

Nelson Mandela

RESUMO

OLIVEIRA, Cristiane Pereira Melo de. Programa Universidade Para Todos: A Percepção dos Estudantes de uma Universidade Privada de São Paulo. Dissertação (Mestrado em Educação) – Universidade Cidade de São Paulo – UNICID, São Paulo, 2012.

Esta pesquisa teve por objetivos: verificar se o PROUNI, uma política de ação

afirmativa, é reconhecida pelos beneficiários deste Programa como uma alternativa

de acesso a Educação Superior Privada; conhecer a opinião dos alunos

contemplados com o PROUNI, no que se refere à escolha da Universidade; mapear

as dificuldades acadêmicas e financeiras reconhecidas pelos alunos PROUNI,

durante o curso, identificando a satisfação ou insatisfação dos estudantes

beneficiários do Programa; mapear as sugestões para aprimoramento do Programa

trazidas pelos estudantes beneficiários do PROUNI. A presente pesquisa, realizada

em uma Universidade Privada, na cidade de São Paulo, teve como hipótese que há

estudantes contemplados com a bolsa do PROUNI que vivem dificuldades pessoais

e financeiras para a conclusão do curso, o que pode provocar a insatisfação com a

política do Programa. Trata-se de um estudo de natureza qualitativa, subsidiado com

dados quantitativos, caracterizado, assim, como pesquisa descritivo-exploratória. A

pesquisa revelou que, apesar dos alunos serem gratos e estarem satisfeitos com o

programa, vivem mais dificuldades financeiras que acadêmicas. Destacam, ainda,

que o PROUNI necessita de implementação de política de permanência para todos

os beneficiários e aprimoramento no sentido de ampliação de vagas e flexibilização

da oferta. O referido Programa não resolve, em sua totalidade, o problema da

inclusão de jovens na educação superior, mas contribui para a mudança do cenário

da Educação Brasileira.

Palavras-chave: PROUNI, POLÍTICAS PÚBLICAS DE EDUCAÇÃO SUPERIOR, UNIVERSIDADE PRIVADA, AÇÕES AFIRMATIVAS, ACESSO À EDUCAÇÃO SUPERIOR

ABSTRACT

OLIVEIRA, Cristiane Pereira Melo de. University for All Program: The Perception of Students of a Private University from São Paulo. Thesis (Master in Education) - Universidade Cidade de São Paulo – UNICID, São Paulo, 2012.

This research aims to: examine if the PROUNI, a policy of assertive action, is

recognized by the beneficiaries of this Program as an alternative access to the

Private Higher Education; know the opinion of the students contemplated with the

PROUNI, with regard to the University choice; map the academic and financial

difficulties recognized by the PROUNI students during the course, identifying the

satisfaction or dissatisfaction of the Program beneficiaries; map the suggestions for

the Program improvement brought by the students benefiting from the PROUNI. This

research, conducted in a Private University, in the city of São Paulo, had the

hypothesis that there are students contemplated with the PROUNI scholarship, who

are living personal and financial difficulties for the course completion, what can lead

to dissatisfaction with the Program policy. This is a quantitative study, subsidized with

quantitative data, characterized, therefore, as a descriptive-exploratory research. The

research revealed that, despite the students are grateful and satisfied with the

program, they live more financial than academic difficulties. They highlight, also, that

the PROUNI requires the implementation of a permanence policy for all beneficiaries

and improvement in the sense of expanding the vacancies and making the offer more

flexible. The mentioned Program does not solve, entirely, the problem of the young

people inclusion in the higher education, but contributes to the change of the

Brazilian Education scenery.

Keywords: PROUNI, HIGHER EDUCATION PUBLIC POLICIES, PRIVATE UNIVERSITY, ASSERTIVE ACTIONS, HIGHER EDUCATION ACCESS

ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 1 – Distribuição de alunos PROUNI por campus.............................. 57

Tabela 2 – Faixa etária (ingressantes).......................................................... 58

Tabela 3 - Faixa etária (concluintes)............................................................ 58

Tabela 4 – Sexo (ingressantes).................................................................... 59

Tabela 5 - Sexo (concluintes)....................................................................... 59

Tabela 6 – Raça/cor (ingressantes).............................................................. 60

Tabela 7 - Raça/cor (concluintes)................................................................. 60

Tabela 8 – Estado civil (ingressantes).......................................................... 62

Tabela 9 - Estado civil (concluintes)............................................................. 62

Tabela 10 – Residência (ingressantes)........................................................... 62

Tabela 11 - Residência (concluintes)........................................................... 62

Tabela 12 – Campus da Universidade (ingressantes).................................... 63

Tabela 13 - Campus da Universidade (concluintes)....................................... 63

Tabela 14 – Meio de transporte (ingressantes).............................................. 64

Tabela 15 - Meio de transporte (concluintes)................................................. 64

Tabela 16 - Tempo médio para vir à Universidade (ingressantes)................. 64

Tabela 17 - Tempo médio para vir à Universidade (concluintes)................... 64

Tabela 18 - Residência (ingressantes)........................................................... 65

Tabela 19 - Residência (concluintes)............................................................. 65

Tabela 20 - Situação profissional do pai (ingressantes)................................. 66

Tabela 21 - Situação profissional da mãe (ingressantes)............................ 66

Tabela 22 - Situação profissional do pai (concluintes)................................. 67

Tabela 23 - Situação profissional da mãe (concluintes)............................... 67

Tabela 24 - Situação profissional do(a) cônjuge/companheiro(a)

(ingressantes)..............................................................................

67

Tabela 25 - Situação profissional do(a) cônjuge/companheiro(a)

(concluintes)................................................................................

67

Tabela 26 - Formação escolar do pai (ingressantes)..................................... 68

Tabela 27 - Formação escolar da mãe (ingressantes)................................... 68

Tabela 28 - Formação escolar do pai (concluintes)....................................... 68

Tabela 29 - Formação escolar da mãe (concluintes)..................................... 68

Tabela 30 - Formação escolar do(a) cônjuge/companheiro(a)

(ingressantes)..............................................................................

69

Tabela 31 - Formação escolar do(a) cônjuge/companheiro(a)

(concluintes)................................................................................

69

Tabela 32 - Curso anterior (ingressantes)...................................................... 70

Tabela 33 - Curso anterior (concluintes)........................................................ 70

Tabela 34 - Ensino Médio (ingressantes)....................................................... 70

Tabela 35 - Ensino Médio (concluintes)......................................................... 70

Tabela 36 - Situação profissional (ingressantes)........................................... 71

Tabela 37 - Situação profissional (concluintes).............................................. 71

Tabela 38 - Região que trabalha (ingressantes)............................................ 72

Tabela 39 - Região que trabalha (concluintes)............................................... 72

Tabela 40 - Tempo de trabalho (ingressantes).............................................. 73

Tabela 41 - Tempo de trabalha (concluintes)................................................. 73

Tabela 42 - Atividade relacionada ao curso (ingressantes)......................... 73

Tabela 43 - Atividade relacionada ao curso (concluintes)............................ 73

Tabela 44 - O fato de você estar no Ensino Superior, por meio do

Programa Universidade para Todos possibilitou-lhe

(ingressantes)..............................................................................

74

Tabela 45 - O fato de você estar no Ensino Superior, por meio do

Programa Universidade para Todos possibilitou-lhe

(concluintes)..............................................................................

74

Tabela 46 - Disponibilidade para estudar (ingressantes).............................. 75

Tabela 47 - Disponibilidade para estudar (concluintes)................................ 75

Tabela 48 - Motivo de escolha do curso (ingressantes)................................. 76

Tabela 49 - Motivo de escolha do curso (concluintes)................................... 76

Tabela 50 - Sentimento em relação ao curso escolhido (ingressantes)........ 77

Tabela 51 - Sentimento em relação ao curso escolhido (concluintes).......... 77

Tabela 52 - Principal(is) motivo(s) de escolha da Universidade pesquisada.

Escolha até 3 alternativas (ingressantes)...................................

78

Tabela 53 - Principal(is) motivo(s) de escolha da Universidade pesquisada.

Escolha até 3 alternativas (concluintes)......................................

79

Tabela 54 - Dificuldade financeira (ingressantes).......................................... 80

Tabela 55 - Dificuldade financeira (concluintes)............................................. 80

Tabela 56 - Dificuldades acadêmicas (ingressantes)..................................... 81

Tabela 57 - Dificuldades acadêmicas (concluintes)....................................... 82

Tabela 58 - A oportunidade em fazer um curso superior, possibilitou-lhe

(concluintes)................................................................................

83

LISTA DE ABREVIATURAS

ABMES........... Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior

CAPES........... Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior

CNPq.............. Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico

COFINS.......... Contribuição Social para o Financiamento da Seguridade Social

CONAP........... Comissão Nacional de Acompanhamento e Controle Social do

PROUNI

CPA................ Comissão Própria de Avaliação

CPAI............... Comissão Permanente de Avaliação Institucional

CSLL.............. Contribuição Social sobre o Lucro Líquido

EAV................ Educação em Ambientes Virtuais

ENEM............. Exame Nacional do Ensino Médio

FAPESP......... Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo

FIES................ Fundo de Financiamento Estudantil

IBGE............... Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

INPE............... Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais

IPTU............... Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana

IRPJ................ Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas

ISS.................. Impostos sobre Serviços de Qualquer Natureza

ITA.................. Instituto Tecnológico de Aeronáutica

MEC................ Ministério da Educação

NTICS............. Novas Tecnologias de Informação e Comunicação

PDI.................. Plano de Desenvolvimento Institucional

PIS.................. Contribuição para o Programa de Integração Social

PPI.................. Projeto Pedagógico Institucional

PROEJA......... Programa de Pesquisa em Educação de Jovens e Adultos

PROESP......... Programa de Educação Especial

PROUNI.......... Programa Universidade para Todos

PUC................ Pontifícia Universidade Católica

SEPPIR.......... Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial

STF................ Supremo Tribunal Federal

TICs................ Tecnologias e Informação e Comunicação

UNICAMP....... Universidade Estadual de Campinas

UNIFESP........ Universidade Federal de São Paulo

UNIMEL.......... Programa Universidade na Melhoria da Escrita e da Leitura

UNISOL.......... Programa Universidade Solidária

USP................ Universidade de São Paulo

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO........................................................................................... 16

CAPÍTULO 1 - O PROGRAMA UNIVERSIDADE PARA TODOS

(PROUNI) NA EDUCAÇÃO SUPERIOR BRASILEIRA............................

20

1.1 O princípio da igualdade tendo como instrumento as ações

afirmativas...................................................................................................

1.2 Aspectos conceituais de ações afirmativas..........................................

1.3 O PROUNI na visão do aluno beneficiário no âmbito nacional............

30

37

43

CAPÍTULO 2 – CONHECENDO OS SUJEITOS DA PESQUISA.............. 48

2.1 Abordagem Metodológica.....................................................................

2.2 A Universidade pesquisada..................................................................

2.3 O Perfil dos estudantes PROUNI matriculados em 2011....................

48

52

55

CAPÍTULO 3 – A PERCEPÇÃO DOS ESTUDANTES.............................. 58

3.1 Perfil dos alunos beneficiários.............................................................. 58

3.2 O que dizem os alunos ingressantes sobre o PROUNI........................ 84

3.3 O que dizem os alunos concluintes..................................................... 94

CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................... 101

REFERÊNCIAS.......................................................................................... 105

APÊNDICE A - Termo de consentimento livre e esclarecido..................... 119

APÊNDICE B – Questionário alunos – ingressantes.................................. 120

APÊNDICE C – Questionário alunos – concluintes................................. 126

ANEXO A – Respostas das questões abertas – ingressantes................... 132

ANEXO B – Respostas das questões abertas – concluintes...................... 147

ANEXO C – Carta Aberta ao Sr. Ministro de Estado da Educação

Fernando Haddad.......................................................................................

159

16

INTRODUÇÃO

Nos últimos anos, têm sido propostos, no Congresso Nacional, diversos

projetos de lei visando à introdução, no Direito brasileiro, de algumas modalidades

de ação afirmativa. Na área da Educação, estes projetos de ações afirmativas

buscam atenuar desigualdades existentes no que se refere o acesso à educação

superior. Neste sentido, o governo federal criou, em 2004, o Programa Universidade

para Todos (PROUNI).

Para que o PROUNI fosse aprovado, foram necessárias negociações que se

estenderam por dez meses, período em que foram apresentadas ao Congresso mais

de 200 ementas, contemplando as reivindicações de mantenedores, sindicatos,

parlamentares e Ministério da Educação (TAQUARI, 2004).

Este Programa criado, em 2004, por meio da Medida Provisória nº 213, de

10.09.2004, e implementado no Governo Lula, em 2005, pela Lei nº 11.096, de

13.01.2005, tem como finalidade a concessão de bolsas de estudos, integrais e

parciais, a estudantes brasileiros sem diploma de nível superior, em cursos de

graduação de instituições privadas de educação superior.

O Programa representa um esforço do governo federal para superar as

desigualdades, no que se refere ao acesso à educação superior àqueles que dele

vem sendo excluídos, seja pela cor da pele, condição financeira ou falta de

qualidade dos ensinos fundamental e médio públicos.

O PROUNI democratiza o acesso ao ensino superior, considerando sua

obediência ao princípio constitucional de tratamento igualitário aos desiguais, em

virtude de ampliar o acesso de estudantes das escolas públicas a instituições e

cursos, os quais, de outra forma, não conseguiriam realizar seus estudos (Castellain

2008).

O referido Programa prevê o acesso à educação superior levando-se em

conta a renda per capita familiar, além de percentual de bolsas destinadas a

implementação de políticas afirmativas aos autodeclarados negros, indígenas e

portadores de deficiências, conforme artigos 1º e 7º da Lei que criou o PROUNI, o

17

que confirma a intenção do governo federal em tentar superar a questão da

desigualdade de acesso à educação superior.

Linhares (2006) e Sotero (2010) explicam que o sistema de cotas e o

PROUNI contribuem para a obtenção do diploma de nível superior e são

modalidades de ações afirmativas voltadas à inclusão educacional, tendo em vista a

desigualdade social e a discriminação racial que permeiam as relações humanas o

que pode ser confirmado pelos atuais indicadores socioeconômicos no Brasil, que

apresentam desvantagens do negro em relação ao branco, no que se refere ao

acesso à educação superior.

No que se refere à desigualdade existente de acesso à educação superior em

relação a raça/cor, de acordo com o IBGE 2010, a proporção de estudantes de 18 a

24 anos de idade, que cursam o ensino superior, também mostra uma situação, em

2009, inferior para os pretos e pardos em relação à situação de brancos em 1999.

Enquanto cerca de 2/3 ou 62,6% dos estudantes brancos estão nesse nível de

ensino em 2009, os dados mostram que há menos de 1/3 para os outros dois

grupos: 28,2% dos pretos e 31,8% dos pardos. Em 1999, eram 33,4% de brancos,

contra 7,5% de pretos e 8,0% de pardos.

No período de 2001 a 2010, as matrículas na Educação Superior tiveram um

crescimento na ordem de 110%, conforme os resultados do Censo da Educação

Superior 2010. Porém, as matrículas de jovens entre 18 a 24 anos cresceram

apenas 2,4 pontos percentuais no mesmo período, de 12% em 2001, para 14,4% em

20101.

A meta do Plano Nacional de Educação (PNE) 2001-2010, de inserção de

30% de jovens na faixa etária de 18 a 24 anos matriculados na educação superior,

não foi atingida. A referida meta foi repetida no Plano Nacional de Educação de

2011-2020. Desta vez, espera-se atingir 33% de jovens matriculados no ensino

superior até 2020.

Em nível nacional2, a percentagem de matriculados na educação superior, em

relação à população de 18 a 24 anos, é de menos de 14,4% comparando,

11 http://gestao2010.mec.gov.br/indicadores/indicadores_agregados.php, acesso em

01.07.2012. 2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/leis_2001/110172.htm, acesso em 30.01.2012

18

desfavoravelmente, com os índices de outros países do continente, considerando o

Chile (20,6%), a Venezuela (26%) e a Bolívia (20,6%).

A partir das constatações de desigualdade de acesso à educação superior,

esta pesquisa compreende o PROUNI como uma alternativa de acesso para a

Educação Superior Privada.

Assim, foram estabelecidas as seguintes questões:

• Quais os perfis dos estudantes que buscam condições de acesso à educação

no ensino superior privado?

• Como e por que os alunos escolhem determinada Instituição Universitária?

• Quais as dificuldades acadêmicas e financeiras enfrentadas pelos alunos

PROUNI, durante o curso?

• Quais as sugestões para aprimoramento do Programa?

Diante das questões propostas, foram estabelecidos os seguintes objetivos:

• verificar se o PROUNI, uma política de ação afirmativa, é reconhecida pelos

beneficiários deste Programa como uma alternativa de acesso a Educação

Superior Privada;

• conhecer a opinião dos alunos contemplados com o PROUNI, no que se

refere à escolha da Universidade;

• mapear as dificuldades acadêmicas e financeiras reconhecidas pelos alunos

PROUNI, durante o curso, identificando a satisfação ou insatisfação dos

estudantes beneficiários do Programa;

• mapear as sugestões para aprimoramento do Programa trazidas pelos

estudantes beneficiários do PROUNI.

Partimos da hipótese de que o PROUNI, proposto pelo poder público como

alternativa de acesso à educação superior privada, admite que há estudantes

contemplados com a bolsa PROUNI que vivem dificuldades pessoais e financeiras

para a conclusão do curso, o que pode provocar a insatisfação com a política do

Programa.

Quanto à abordagem metodológica, este trabalho consiste em uma pesquisa

de natureza qualitativa subsidiada com dados quantitativos, caracterizada, assim,

19

por pesquisa descritivo-exploratória, em que se conjuga a pesquisa documental,

coleta de dados, obtida por meio de aplicação de questionário, e análise qualitativa

das informações coletadas.

A pesquisa apresenta como referencial teórico os direitos fundamentais e o

princípio da igualdade como direito posto essencial para que se efetive por meio das

políticas de ações afirmativas.

A Constituição Federal de 1988, além de prever o princípio da igualdade

como Direito Fundamental, exige atuação do Estado, no sentido de mitigar as

desigualdades sociais, o que pode ser entendido pelas políticas de ação afirmativa.

O capitulo 1 desta dissertação inicia com a apresentação do Programa

Universidade para Todos, aborda o princípio da igualdade previsto na Constituição

Federal, tendo como instrumento as ações afirmativas, traz os aspectos conceituais

de ações afirmativas, o seu significado, a sua origem, as discussões e sua

expansão, levando-se em conta que a educação é um direito fundamental de todos

e o Estado deve atuar no sentido de garantir este direito àqueles que são excluídos

da sociedade. Além disso, o capítulo apresenta o PROUNI na visão dos alunos

beneficiários no âmbito nacional.

O capítulo 2 apresenta os sujeitos da pesquisa, contemplando a abordagem

metodológica; a história da Universidade pesquisada, comprometida com o seu

papel na comunidade e com a formação de alunos cidadãos; e o perfil de todos os

alunos beneficiários do PROUNI, ingressantes e concluintes matriculados, em 2011,

na Universidade.

O capítulo 3 consiste na percepção dos estudantes, com apresentação e

análise dos dados coletados. Buscou-se uma reflexão relativa aos dados coletados,

procurando estabelecer relações entre as questões fechadas e abertas o referencial

teórico, os resultados do Censo da Educação Superior e do Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatística, a hipótese levantada e os objetivos desta pesquisa.

20

CAPÍTULO 1

O PROGRAMA UNIVERSIDADE PARA TODOS (PROUNI) NA EDUCAÇÃO

SUPERIOR BRASILEIRA

O Programa Universidade para Todos (PROUNI) é um programa do Ministério

da Educação, que oferece bolsas de estudos, em instituições de educação superior

privadas, em cursos de graduação, a brasileiros sem diploma de nível superior.

De acordo com a Lei nº 11.096, de 13.01.2005, o PROUNI é um programa

oferecido somente por Instituições Privadas de Ensino Superior com ou sem fins

lucrativos:

Art. 1o Fica instituído, sob a gestão do Ministério da Educação, o Programa Universidade para Todos - PROUNI, destinado à concessão de bolsas de estudo integrais e bolsas de estudo parciais de 50% (cinqüenta por cento) ou de 25% (vinte e cinco por cento) para estudantes de cursos de graduação e seqüenciais de formação específica, em instituições privadas de ensino superior, com ou sem fins lucrativos (grifos nossos).

O PROUNI oferece bolsa integral a estudantes que possuam renda familiar,

por pessoa, de até um salário mínimo e meio e bolsa parcial de 50% ou 25% a

estudantes que possuam renda familiar, por pessoa, de até três salários mínimos.

De acordo com a Portaria Normativa MEC nº 14, de 16.06.2011, que

regulamenta o processo seletivo PROUNI, a renda familiar por pessoa é calculada

somando-se a renda bruta dos componentes do grupo familiar e dividindo-se pelo

número de pessoas que formam este grupo familiar. Se o resultado for até um

salário mínimo e meio, o candidato poderá concorrer a uma bolsa integral. Se o

resultado for maior que um salário mínimo e meio e menor ou igual a três salários

mínimos, o candidato poderá concorrer a uma bolsa parcial de 50%.

Desde 2007, o candidato contemplado com a bolsa parcial de 50% que não

puder custear os outros 50% da mensalidade poderá utilizar o FIES – Fundo de

Financiamento Estudantil, sem a necessidade de apresentação de fiador na

contratação do financiamento, desde que a instituição para a qual o candidato foi

selecionado tenha firmado Termo de Adesão ao FIES.

21

Só pode se candidatar ao processo seletivo PROUNI o estudante que realizou

o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) e que obteve a nota mínima de 400

pontos na média das cinco provas do Enem, o que equivale a 40% de acertos em

Redação, Linguagens, Códigos e suas Tecnologias, Matemática e suas Tecnologias,

Ciências Humanas e suas Tecnologias e Ciências da Natureza e suas Tecnologias.

O candidato deve ainda ter obtido nota superior a zero na redação.

Os resultados do ENEM são usados como critério para a distribuição das

bolsas de estudos. Se em uma instituição de ensino é oferecida 1 bolsa integral para

determinado curso e há dois alunos concorrendo a mesma vaga, é selecionado o

aluno que possuir a maior nota no ENEM.

No caso de notas idênticas na média aritmética do Enem, o desempate entre

os candidatos será determinado de acordo com a seguinte ordem de critérios: maior

nota na prova de redação; maior nota na prova de Linguagens, Códigos e suas

Tecnologias; maior nota na prova de Matemática e suas Tecnologias; maior nota na

prova de Ciências da Natureza e suas Tecnologias; maior nota na prova de Ciências

Humanas e suas Tecnologias.

O candidato à bolsa do PROUNI não precisa prestar vestibular na instituição

em que pretende se inscrever. Entretanto, é facultado às instituições participantes do

Programa submeterem os candidatos pré-selecionados a um processo seletivo

específico e isento de cobrança de taxa.

A bolsa é destinada a brasileiro não portador de diploma de curso superior, a

estudante que tenha cursado o ensino médio completo em escola da rede pública ou

em instituições privadas na condição de bolsista integral; a estudante portador de

deficiência; e a professor da rede pública de ensino, para os cursos de licenciatura,

normal superior e pedagogia, destinados à formação do magistério da educação

básica, independentemente da renda.

Os critérios estabelecidos para o ingresso de candidato do PROUNI foram

resultados de negociações entre o Ministério da Educação e os Mantenedores das

Instituições Privadas. A Lei que criou o PROUNI foi aprovada após atender as

exigências dos Mantenedores, que foram: inclusão de bolsas parciais; alunos da

rede privada que cursaram o ensino médio na condição de bolsista integral;

professores da rede pública terão acesso ao Programa em cursos de licenciatura e

22

Pedagogia; transição do regime jurídico de associação beneficente de assistência

social para sociedade com finalidade lucrativa, com pagamento gradual da quota

patronal em cinco anos; exclusão do programa somente após dois ciclos de

avaliação insuficiente do curso e não mais um ciclo como previsto no projeto original;

restabelecimento do certificado de assistência social às entidades que aderirem ao

PROUNI e a não-penalização da Entidade Mantenedora que ingressar no programa

e não conseguir número de alunos nas condições estabelecidas pelo programa;

possibilidade de a associação sem fins lucrativos e as sociedades com fins

lucrativos aderirem ou não ao Programa (TAQUARI, 2004).

Os candidatos que pretendem ingressar no PROUNI precisam comprovar

todas as informações prestadas quando da inscrição no site do PROUNI, os quais

são: Documento de identificação do candidato; Comprovante de residência;

Comprovantes de rendimentos; Comprovante de separação ou divórcio dos pais, ou

certidão de óbito, no caso de um deles não constar do grupo familiar do candidato

por essas razões; Comprovante de pagamento de pensão alimentícia; Comprovante

de ensino médio; Comprovante de Professor da Educação Básica, quando for o

caso; Comprovante de Deficiência, quando for o caso; Comprovante de união

estável, quando for o caso; Comprovantes de candidato indígena, quando for o caso.

Os professores da rede pública que não precisem comprovar renda familiar

per capita devem se enquadrar nos demais pré-requisitos estabelecidos pelo

Ministério da Educação e deverão estar no efetivo exercício do magistério da

educação básica, integrando o quadro de pessoal permanente de instituição pública.

Aos alunos PROUNI beneficiários de bolsa integral matriculados em cursos

presenciais com, no mínimo, seis semestres de duração e carga horária média igual

ou superior a seis horas diárias de aula são concedidas Bolsas Permanência. A

referida bolsa é um benefício com o objetivo exclusivo de custeio das despesas

educacionais e o valor é de 300 reais.

O PROUNI prevê, ainda, vagas a cidadãos autodeclarados indígenas, pardos

ou pretos, conforme o artigo 7º, § 1º, da Lei nº 11.096, de 13.01.2005, que instituiu o

PROUNI:

Art. 7o As obrigações a serem cumpridas pela instituição de ensino superior serão previstas no termo de adesão ao PROUNI, no qual deverão constar as seguintes cláusulas necessárias:

23

I - proporção de bolsas de estudo oferecidas por curso, turno e unidade, respeitados os parâmetros estabelecidos no art. 5o desta Lei;

II - percentual de bolsas de estudo destinado à implementação de políticas afirmativas de acesso ao ensino superior de portadores de deficiência ou de autodeclarados indígenas e negros.

§ 1o O percentual de que trata o inciso II do caput deste artigo deverá ser, no mínimo, igual ao percentual de cidadãos autodeclarados indígenas, pardos ou pretos, na respectiva unidade da Federação, segundo o último censo da Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IBGE (grifos nossos).

A reserva de vagas a cidadãos autodeclarados indígenas, pardos ou pretos

constitui obrigação que deve ser cumprida pelas Instituições Privadas. Estas vagas

devem ser, no mínimo, igual ao percentual do último censo, de acordo com cada

Estado brasileiro. De acordo com a última Síntese de Indicadores Sociais 2010,

publicada pelo IBGE, no Estado de São Paulo, a população dos que se declaram

Pretos é de 5,8%, Pardos é de 28,3% e Indígenas ou Amarelos é de 1,4%.

As Instituições de Educação Superior de São Paulo que aderiram ao PROUNI

destinam vagas aos candidatos cotistas, conforme os percentuais supracitados, na

realidade, estas vagas são computadas diretamente pelo Ministério da Educação. A

Instituição de Educação Superior não têm conhecimento da quantidade de vagas

que são reservadas para os cotistas, haja vista que o primeiro cadastro realizado

pelo candidato é feito diretamente no site do PROUNI, por meio do qual o mesmo se

autodeclara a sua raça/cor.

Desde a criação do PROUNI, 1442 instituições de ensino já concederam

919.544 bolsas integrais e parciais. Destaca-se que, no primeiro e no segundo

semestres de 2011, 254.598 mil bolsas PROUNI foram concedidas, no âmbito

nacional, sendo que o Estado de São Paulo foi o Estado que mais ofereceu bolsas,

a saber: 38.809 bolsas integrais e 48.759 bolsas parciais, totalizando 87.568 bolsas3.

Segundo o Censo da Educação Superior 2010, o número de matrículas, nos

cursos de graduação, aumentou em 7,1% de 2009 a 2010 e 110,1% de 2001 a

2010. Estes dados justificam-se em virtude do aumento do número de financiamento

(bolsas e subsídios) aos alunos, como os Programas FIES e PROUNI, do aumento

da oferta de vagas na rede federal, do crescimento econômico no Brasil nos últimos 3 http://prouniportal.mec.gov.br, acesso em 24.01.2012.

24

anos e da demanda por mão de obra mais especializada (Censo da Educação

Superior, 2010, p. 3).

No que se refere ao crescimento econômico, segundo o IBGE, a expansão

recente de programas de transferências de renda focalizada na população mais

pobre, como o Bolsa Família, o Benefício de Prestação Continuada da Assistência

Social, entre outros de âmbitos estadual e municipal, vem contribuindo para o

aumento significativo das chamadas “outras fontes”, em detrimento dos rendimentos

de trabalho e de aposentadorias e pensões. Para o total das famílias que viviam com

até ½ salário mínimo, em 2009, o percentual de outras fontes era de 22,9%,

considerando que 48,5% do total de famílias de baixa renda em todo o País vivem

na Região Nordeste. As “outras fontes” representavam 5,0% do total de rendimento

familiar. Já para as famílias com rendimento familiar per capita de ¼ de salário

mínimo, os rendimentos de “outras fontes” representavam 28,0%, do total da renda

familiar, ao passo quem, em 1999, essa participação era de 4,4% (Síntese de

indicadores sociais, 2010).

Ainda, segundo o documento mencionado, as desigualdades de renda,

apesar de ainda muito presentes no Brasil, têm mostrado uma tendência de redução

que vem se consolidando. Ao calcular a razão entre a renda familiar per capita dos

20% mais ricos em relação aos 20% mais pobres, para o período de 2001 a 2009, a

razão passa de 24,3% para 17,8%, representando um ganho de mais de 6 pontos

percentuais na redução da desigualdade.

De acordo com o Censo Superior 2010, o aumento de matrículas está

relacionado também com a falta de mão de obra especializada para atender o

mercado de trabalho em expansão e, diante da necessidade de rápida resposta para

a formação de profissionais e com a evolução das novas tecnologias, novos

formatos de cursos têm sido adotados, entre os quais os cursos de ensino a

distância, que já representam 14,6%, e os cursos de menor duração voltados à

formação profissionalizante de nível superior, chamados tecnológicos, que

representam 12% das matrículas do ensino superior.

No que se refere à isenção de impostos, as Instituições que aderem ao

PROUNI oferecem bolsas de estudo e, em contrapartida, são isentas do pagamento

de Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas (IRPJ), Contribuição Social sobre o

25

Lucro Líquido (CSLL), Contribuição Social para o Financiamento da Seguridade

Social (COFINS) e Contribuição para o Programa de Integração Social (PIS).

O artigo 5º, § 1º, da Lei nº 11.096/2005, que instituiu o PROUNI, declara que

a isenção de impostos conta-se a partir da assinatura do Termo de Adesão, pela

Instituição privada de ensino superior, com vigência por um período de dez anos,

renovável por igual período.

De acordo com o artigo 5º da Lei nº 11.096/2005, que criou o PROUNI, as

instituições de ensino com fins lucrativos ou sem fins lucrativos não beneficentes

devem oferecer 1 bolsa integral para cada 10,7 estudantes pagantes regularmente

matriculados e as instituições de ensino sem fins lucrativos beneficentes de

assistência social deve oferecer 1 bolsa integral para cada 9 estudantes pagantes

regularmente matriculados.

O benefício fiscal decorrente da adesão ao PROUNI incide apenas sobre as

instituições com fins lucrativos, uma vez que as instituições sem fins lucrativos não

beneficentes e sem fins lucrativos de assistência social possuem tratamento próprio

e favorecido4.

As instituições sem fins lucrativos possuem tratamento favorecido na medida

que usufruem de imunidade tributária prevista na Constituição Federal, no artigo

150, inciso VI, alínea c. Baleeiro (2005) explica que a imunidade é a vedação

absoluta ao poder de tributar certas pessoas ou certos bens prevista na Constituição

Federal. Não se confundem com isenções, derivadas da lei ordinária ou da lei

complementar, que, decretando o tributo, exclui expressamente certos casos,

pessoas ou bens, por motivos de política fiscal.

De acordo com Andrade (2009), a imunidade tributária conferida às

instituições sem fins lucrativos prevista na Constituição Federal revela uma

preocupação do legislador constituinte, no sentido de preservar essas entidades de

cobrança de impostos incidentes sobre o patrimônio, a renda e os serviços com o

objetivo de assegurar-lhes condições mínimas para o seu pleno desenvolvimento e,

assim, o cumprimento das nobres finalidades a que estão voltadas.

A imunidade é uma limitação constitucional do poder de tributar, de alcance

restrito aos impostos, mas não se estende às taxas, às contribuições de melhoria, 4 Relatório de Gestão 2009, MEC/Sesu.

26

aos empréstimos compulsórios e às contribuições especiais. Por isso as instituições

sem fins lucrativos permanecem sujeitas ao pagamento do PIS sobre a folha de

salários, em virtude do PIS ser considerado contribuição social, que incidirá sobre a

folha de salários, a uma alíquota de 1%.

O artigo 8º da Lei nº 11.096, de 13.01.2005, que instituiu o PROUNI utiliza o

termo “isenção de impostos e contribuições” quando se refere ao benefício

concedido às instituições de ensino com fins lucrativos que aderem ao referido

programa.

Este termo é conceituado por Nascimento (2010)5:

A isenção é a situação prevista em lei que dispensa certa classe de pessoas, coisas ou situação, do pagamento de determinado tributo. Isenção é uma hipótese de não-incidência legalmente qualificada do tributo, afastando aquele que seria o sujeito passivo da incidência de pagamento do tributo. Destaca-se que a isenção tem de originar-se da pessoa competente para a instituição do referido tributo e que, regra geral, a isenção se dá por meio de Lei Ordinária.

As instituições mais beneficiadas que aderem ao PROUNI são aquelas com

fins lucrativos, já que ficam isentas, a partir da adesão, do Imposto de Renda das

Pessoas Jurídicas (IRPJ), da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), da

Contribuição Social para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS) e da

Contribuição para o Programa de Integração Social (PIS). Porém, ainda ficam

responsáveis por recolherem o Instituto Nacional de Seguro Social (INSS patronal),

que corresponde a 20% e incide sobre a folha de salários, e o Imposto sobre

Serviços (ISS), que corresponde a 5% e incide sobre o faturamento.

A Lei que instituiu o PROUNI prevê que as mantenedoras de instituições de

ensino superior, sem fins lucrativos, que adotarem as regras de seleção de

estudantes bolsistas, poderão optar por transformar sua natureza jurídica em

sociedade de fins econômicos, passando a pagar a quota patronal para a

previdência social de forma gradual, durante o prazo de 5 (cinco) anos, na razão de

20% (vinte por cento) do valor devido a cada ano, cumulativamente, até atingir o

valor integral das contribuições devidas.

5 http://www.lfg.com.br/public_html/article.php?story=20100525210103355&mode=print,

acesso em 02.07.2012

27

A Lei nº 5.172/66, que instituiu o Código Tributário Nacional e a Constituição

Federal de 1967, determinava que não haveria incidência de impostos sobre a

renda, o patrimônio e os serviços dos estabelecimentos de ensino de qualquer

natureza. Assim, Carvalho (2005, p. 4) argumenta que os estabelecimentos de

ensino superior sem fins lucrativos passaram a ser imunes ao Imposto sobre a

Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU), o Imposto sobre Serviços de

Qualquer Natureza (ISS), ambos de competência municipal, e sobre o Imposto sobre

a Renda e Proventos de Qualquer Natureza (IRPJ) e sobre o Imposto sobre a

Propriedade Territorial Rural, no caso de imóveis localizados em zonas rurais,

ambos de competência da União, porém deveriam reinvestir o superávit na

manutenção e expansão das atividades educacionais.

O Programa de Integração Social (PIS), instituído pela Lei Complementar nº

7, de 07.09.1970, foi outro tributo federal que teve tratamento diferenciado de

cobrança entre os estabelecimentos de ensino com fins lucrativos e as entidades

filantrópicas. Trata-se de uma contribuição social calculada sobre o faturamento ou

receita bruta da instituição com alíquota de 1,65% no caso das instituições com fins

lucrativos. Já para as instituições sem fins lucrativos e as entidades filantrópicas, a

cobrança corresponde a 1% sobre a folha de pagamento.

Quanto à Contribuição Social sobre o Lucro Liquido (CSLL), instituída pela Lei

nº 7.689, de 15.12.1988, esta é destinada ao financiamento da seguridade social. As

instituições sem fins lucrativos e entidades beneficentes são isentas da cobrança do

tributo. A base de cálculo da contribuição é o valor do resultado do exercício, antes

da provisão para o imposto de renda, e a alíquota é de 9% para os estabelecimentos

de ensino com fins lucrativos.

A Contribuição Social para Financiamento da Seguridade Social (COFINS) é

destinada às despesas com atividades-fim das áreas de saúde, previdência e

assistência social e sua contribuição é de 7,6% e incide sobre o faturamento mensal.

Para as instituições sem fins lucrativos a alíquota é de 3%. A isenção da COFINS e

do INSS patronal restringe-se às entidades de assistência social.

No que se refere à isenção de impostos pelas Instituições que aderiram ao

PROUNI, de acordo com o site do Ministério da Educação, foi realizado um

levantamento pela Secretaria da Receita Federal relativa à verba que foi deixada de

28

ser arrecadada, em virtude da renúncia fiscal da União provocada pelo Programa

Universidade para Todos (PROUNI), e o resultado revelou ser bem menor do que se

pensava. Quando o PROUNI foi instituído, o Ministério da Educação estimou que a

União deixaria de arrecadar R$ 197 milhões e, segundo a Receita,

aproximadamente R$ 105 milhões deixaram de ser recolhidos. De acordo com este

cálculo, a verba seria revertida em bolsas de estudo a um custo 80% mais barato

que o do Financiamento Estudantil (FIES), outro programa de inclusão no ensino

superior do MEC. Assim, cada vaga representaria 20% do valor de uma vaga no

Fies6.

O Ministério da Educação resolveu criar uma forma de acompanhar e

fiscalizar o PROUNI nas Instituições de Educação quando instituiu, em 2009, as

Comissões Locais de Acompanhamento e Controle Social do Programa

Universidade para Todos (PROUNI). Estas comissões são órgãos colegiados, de

natureza consultiva instituídos em cada Instituição de Ensino Superior participante

do PROUNI, com função de acompanhamento, averiguação e fiscalização da

implementação local do referido Programa nas IES, devendo promover também a

interlocução entre a Comissão Nacional de Acompanhamento e Controle Social do

PROUNI (CONAP) e a comunidade acadêmica.

A referida Comissão Local tem entre outros objetivos: exercer o

acompanhamento, averiguação e fiscalização da implementação do PROUNI nas

Instituições de Ensino Superior (IES) participantes do Programa; interagir com a

comunidade acadêmica e com as organizações da sociedade civil; e fornecer

informações sobre o PROUNI à CONAP. É integrada por um representante do corpo

discente das instituições privadas de ensino superior, que deve ser bolsista

PROUNI; um representante do corpo docente das instituições privadas de ensino

superior, que deve ser professor em regime de dedicação mínima de 20 (vinte)

horas semanais; um representante da direção das instituições privadas de ensino

superior, que deve ser o coordenador ou um dos representantes do PROUNI na IES;

e um representante da sociedade civil.

É importante salientar que a criação do PROUNI foi recebida com alarde, pois

a decisão do governo de instituir o Programa Universidade para Todos por meio de

6 http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&task=view&id=5821 acesso em

10.02.2012

29

Medida Provisória e, em seguida, sua aprovação por Lei Ordinária, provocou

diversas críticas entre parlamentares e instituições apontando a

inconstitucionalidade do referido programa, além da discussão da transferência de

recursos públicos para o setor privado.

À época da aprovação da Medida Provisória nº 213, que criou o PROUNI,

Tarso Genro era o então Ministro da Educação que defendeu a edição da referida

Medida Provisória, pois a mesma modificaria a difícil realidade do ensino superior no

Brasil, em virtude de ser um país que figura entre as nações da América Latina com

uma das mais baixas taxas de acesso ao ensino superior (TAQUARI, 2004, p. 23).

A Ordem dos Advogados do Brasil criticou a criação do PROUNI, uma vez

que a Medida Provisória é o instituto que deve ser utilizado em situações

excepcionais, anormais, não passíveis de solução pelos meios ordinários, conforme

argumenta Brasilino Pereira dos Santos (1994).

O jurista Ives Gandra apontou a inconstitucionalidade do PROUNI que deveria

ser instituído por lei complementar e não lei ordinária como foi aprovado. O referido

jurista explica que, pela natureza da matéria, por conceder isenção tributária que

beneficiam as instituições de ensino superior, deveria ser aprovado por meio de Lei

Complementar, a qual exige do Congresso Nacional a participação da maioria

absoluta de votos (VELLEDA, 2009).

A Confederação Nacional dos Estabelecimentos de Ensino (COFENEN) pede

ao Supremo Tribunal Federal (STF), por meio da Ação Direta de

Inconstitucionalidade nº 3.330, a declaração de inconstitucionalidade da Medida

Provisória nº 213/2004, que instituiu o PROUNI, alegando que a referida Medida ao

estabelecer, às universidades, como requisito para inclusão no PROUNI, a adoção

dos critérios econômicos e raciais para o seu acesso, estar-se-ia violando os artigos

3º e 5º, 207, 208 e 209 da Constituição Federal de 1988, considerando que os

postulantes ao PROUNI têm os mesmos direitos, não podendo a lei estabelecer

discriminações de acesso, que não seja a baseada na capacidade de cada um

(MARTINS, 2004).

O assunto começou a ser julgado em 2008 (STF, 2008a), quando o Ministro

Carlos Ayres Britto, relator do processo, votou favoravelmente ao Programa,

fundamentando-se na possibilidade de os estudantes oriundos da rede pública de

30

ensino estarem em situação desigual, em face da educação de má qualidade por

eles recebida, reconhecendo que a lei em questão não ofende o princípio da

igualdade, uma vez que o combate à desigualdade é forma de se realizar este

princípio.

No dia 03 de maio de 2012, o Supremo Tribunal Federal confirmou a

legalidade do PROUNI com um placar de 7 votos a 1. O ministro Joaquim Barbosa

pediu vista do processo e também votou favoravelmente. Segundo o ministro, o

papel que o PROUNI desempenha supera os problemas apontados e ponderou

ainda que uma educação falha colabora para o aumento da pobreza, que, por sua

vez, contribui para a falta de oportunidades de estudo e de emprego (ZAMPIER,

2012).

É de suma importância a decisão do Supremo Tribunal Federal ao declarar à

constitucionalidade do PROUNI considerando ser a mais alta instância do Poder

Judiciário do Brasil e por pressupor a continuidade de validade para a questão das

ações afirmativas no Brasil, o que afetará de forma direta a interpretação do

princípio da igualdade, o qual será abordado adiante.

1.1 O princípio da igualdade tendo como instrumento as ações afirmativas

O princípio da igualdade tem sido a maior justificativa para a manutenção do

PROUNI, tendo em vista o seu reconhecimento após a Declaração de

Constitucionalidade pelo STF. Para o entendimento deste princípio, faz-se

necessária a contextualização deste na Constituição de 1988.

O princípio da igualdade ou isonomia está previsto na Constituição Federal. A

Constituição Federal de 1988 foi um importante marco para a história, chamada

também de Carta Magna, que é a lei maior do país. Teve seu processo de

elaboração cercado de muita expectativa, afinal seria o marco da transição do

regime autoritário para o regime democrático. Além disso, dentre as 7 Constituições

que o Brasil possuiu, esta última marca os 100 anos da abolição da escravatura e

prevê, entre outros direitos, a garantia aos Direitos Fundamentais, repudia o racismo

e o define como crime inafiançável, estabelece proteção do mercado de trabalho da

mulher e prevê direitos às pessoas portadoras de deficiência.

31

Segundo informações no site do Ministério da Fazenda, foram quase 19

meses de trabalho e a participação de 559 parlamentares, funcionários e população

para a elaboração da Constituição de 1988. Teve início na campanha de Tancredo

Neves para a Presidência da República, que faleceu sem ver seu sonho realizado.

Coube ao seu sucessor, José Sarney, convocar a Constituinte e à Ulysses

Guimarães promulgar a nova Constituição brasileira, na tarde de 5 de outubro de

1988, exatamente às 15h54. Ulysses Guimarães a chamou de "Constituição Cidadã"

e foi promulgada com o pronunciamento das palavras históricas:

Declaro promulgado o documento da liberdade, da democracia e da justiça social do Brasil. Não é a Constituição perfeita. Se fosse perfeita, seria irreformável. Ela própria, com humildade e realismo, admite ser emendada até por maioria mais acessível, dentro de cinco anos. Não é a Constituição perfeita, mas será útil e pioneira e desbravadora. Será luz, ainda que de lamparina, na noite dos desgraçados. É caminhando que se abrem os caminhos. Ela vai caminhar e abri-los. Será redentor o que penetrar nos bolsões sujos, escuros e ignorados da miséria", afirmou Ulysses Guimarães ao apresentar a Constituição ao povo brasileiro7.

A Constituição Federal de 1988 prevê, no artigo 3°, o seguinte:

Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil. I – construir uma sociedade livre, justa e solidária; II – garantir o desenvolvimento nacional; III – erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; IV – promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.

Bastos e Martins (1988) entendem que os objetivos são tarefas, metas que

visam tornar concretas as mesmas ideias ou propósitos assegurados em forma de

princípios pela Constituição.

Assim, Motta e Barchet (2009) explicam que este dispositivo constitucional

não constitui propriamente um direito, mas uma diretriz da maneira que o Estado

deve agir, em elaborar e colocar em prática os planos do governo que terão por

objetivo a concretização dos ideais contidos neste artigo. Construir, garantir,

erradicar e promover são verbos ativos, que impõem ao Estado a implementação

das políticas necessárias à sua efetivação.

7

http://portal.ouvidoria.fazenda.gov.br/ouvidoria/ActionServlet?idNoticia=1867&objeto=br.com.tellus.ouvidoria.negocio.Editorial&acao=recover

32

Para que tenhamos uma sociedade livre, justa e solidária, é necessário que o

Estado exerça a sua função de superar o desequilíbrio e as desigualdades, no

sentido de distribuição igual dos direitos, sem concessão de privilégios a

determinados grupos, sendo possível o seu alcance, por meio das ações afirmativas,

com a redistribuição de bens e recursos à sociedade, visando à realização da

igualdade.

Observa-se que, no inciso II, do artigo 3º, da Constituição Federal prevê a

garantia do desenvolvimento nacional. Segundo o dicionário Houaiss, a palavra

desenvolvimento indica aumento da capacidade ou das possibilidades de algo;

progresso, crescimento econômico, social e político de um país, região, comunidade.

Cabe ao Estado promover desenvolvimento para a melhoria das condições de

saúde, educação e cultura.

O inciso III, do artigo 3°, da Constituição Federal prevê a erradicação da

pobreza e da marginalização. Erradicar significa acabar com as diferenças sociais, a

fim de proporcionar condições mais dignas de vida para a população. As ações

afirmativas harmonizam-se com o texto constitucional, considerando estas como

política que visa ir além da tentativa de garantir igualdade de oportunidades

individuais.

Outro objetivo previsto é a promoção do bem de todos, sem preconceitos de

origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. Este

objetivo permite concluir pela constitucionalidade das ações afirmativas, na medida

em que enumera como metas do Estado brasileiro a promoção do bem de todos.

O princípio da igualdade está prescrito no artigo 5º da Constituição Federal,

Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade [...] (grifo nosso).

A igualdade apresentada trata-se de igualdade no sentido formal, em virtude

de caráter de regra, o que significa dizer que todos tem o mesmo valor e os mesmos

direitos enquanto cidadãos.

O direito à igualdade não está somente previsto no artigo 5°, é encontrado

também no artigo 7º, onde o inciso XXX estabelece: “proibição de diferença de

salários, de exercício de funções e de critérios de admissão por motivo de sexo,

33

idade, cor ou estado civil” e o inciso XXXI prevê: “proibição de qualquer

discriminação no tocante a salário e critérios de admissão do trabalhador portador

de deficiência”.

Destaca-se que o importante na interpretação do princípio da igualdade é que

o mesmo se efetive. Desta forma, a Constituição Federal autoriza a instituição das

ações afirmativas, o que implica na atuação do Estado a promover a igualdade, não

se limitando a proibir práticas discriminatórias (LOBO, 2009).

Definir o conceito de igualdade é tarefa complexa, considerando ser assunto

objeto de estudo dos filósofos desde os tempos primitivos. Bastos (2000, p. 179)

afirma que

é o principio da igualdade um dos de mais difícil tratamento jurídico. Isto em razão do entrelaçamento existente no seu bojo de ingredientes de direito e elementos metajurídicos.

O Princípio Constitucional da Igualdade é chamado também de Princípio da

Isonomia. Em Direito, este princípio torna-se de difícil conceituação porque o que ele

assegura não é a mesma quantidade de direitos para todos os cidadãos. Este

princípio admite o tratamento uniforme a todos os homens, porém, não se trata de

um tratamento igual perante o direito, mas uma igualdade real perante os bens da

vida (BASTOS, 2000). Desta forma, a igualdade é regra constitucional e por isso só

a Constituição pode conceder exceções.

No entanto, os estudos clássicos sobre igualdade remontam à fase dos

filósofos pré-socráticos, incluindo Aristóteles. Os gregos atribuíam grande

importância à igualdade, por motivo de estar diretamente ligada ao desenvolvimento

da democracia clássica.

O pensamento sofístico, a partir da natureza biológica comum dos homens, aproxima-se da tese de igualdade material e da ideia de humanidade. “Por natureza são todos iguais, quer sejam bárbaros ou helenos” defenderá o sofista Antífon; “Deus criou todos os homens livres, a nenhum fez escravo”, proclamava Alcidamas (CANOTILHO, 1994. p. 375).

Neste sentido, a enunciação de Aristóteles “tratar de modo igual os iguais e

desigual os desiguais” deve ser entendida num contexto amplo que se inserem os

escritos do pensador, como afirma Silva (2003), que explica que o filosofo vinculou a

ideia de igualdade à ideia de justiça.

34

Enquanto ideal almejado, a igualdade, tanto como aspiração política e social, quanto como principio jurídico, revela-se desde a Grécia Antiga, pedra de toque de inúmeras teorias jurídicas e de projetos políticos. É o que se pode observar nas obras jurídicas contemporâneas. O raciocínio jurídico, ao defrontar-se com a interpretação do principio constitucional da igualdade, parte sempre máxima da igualdade como tratamento igual aos iguais e desigual aos desiguais, na proporção de sua desigualdade (RIOS 2002, p. 22).

Para Aristóteles, o tema da igualdade está diretamente relacionado ao estudo

de justiça. Por isso, não é possível entender a igualdade sem que entenda, também,

a justiça.

O estagirista explica que justiça é aquela disposição de caráter que torna as

pessoas propensas a fazer o que é justo, que as faz agir justamente e a desejar o

que é justo; e de modo análogo, a injustiça é a disposição que leva as pessoas a

agir injustamente e a desejar o que é injusto. Assim, “muitas vezes, um estado é

reconhecido pelo seu contrário”, para definir as situações em que o homem é tido

como injusto para que seja possível a contrario sensu, definir quando é o homem

considerado justo (ARISTOTELES, 2004).

O conceito de justiça encontrado na obra de Aristóteles (2004) é o de “justiça

total”. Esta espécie de justiça está relacionada no agir daquele que é “respeitador da

lei e de caráter íntegro, honesto”. O estudioso acrescenta que a justiça é a virtude

completa, porque a pessoa que a possui pode exercer a sua virtude não só em

relação a si mesmo, como também em relação ao próximo.

Nessa espécie de justiça enquadra-se a noção de igualdade existente na

frase: tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais. A concepção

aristotélica afasta a ideia de um mesmo tratamento a todos os indivíduos,

indistintamente, deveria o Estado considerar as diferenças e atribuir a cada um o

que é seu.

O mérito desiguala aqueles que de acordo com ele são desiguais, ao mesmo tempo em que se iguala aqueles que segundo esse mesmo são desiguais, devendo tal relacionamento vincular qualquer tipo de decisão distributiva para aquele que se mantenha uma ordem geométrica entre os governados (BITTAR, 2001, p. 98).

Segundo Filho (2009), o princípio da igualdade não proíbe de modo absoluto

as diferenciações de tratamento, o que é vedado são diferenciações arbitrárias, as

discriminações. Portanto, o tratamento desigual dos casos desiguais, na medida em

que se desigualam, é exigência do próprio conceito de Justiça.

35

A Constituição Federal, ao declarar, no artigo 5º, de que “todos são iguais

perante e lei”, contempla o princípio da igualdade formal e material. Juridicamente, a

igualdade formal é aquela em que todos são tratados da mesma maneira e a

igualdade material é aquela em que os mais fracos recebem um tratamento especial

no intuito de se aproximar aos mais fortes.

Motta e Barchet (2009, p. 103) conceitua:

A isonomia formal (caput) pugna pela igualdade de todos perante a lei, que não pode impedir que ocorram as desigualdades de fato, provenientes da diferença das aptidões e oportunidades que o meio social e economico permite a cada um. Já a igualdade material, ou seja, aquela que postula um tratamento uniforme de todos os homens perante a vida com dignidade, é quase utópica, visto que nenhum Estado logrou alcancá-la. Segundo Mostesquieu, “a verdadeira igualdade consiste em tratar de forma desigual os desiguais”, conferindo àqueles menos favorecidos economicamente um patrimônio jurídico inalienável mais amplo.

Em um país de desigualdades sociais é necessário que o Estado crie

mecanismo de modo que as desigualdades sejam, pelo menos, diminuidas, já que

um dos objetivos da República Federativa do Brasil é a redução de desigualdades,

de acordo com o que determina o artigo 3º, inciso II, da Constituição. Assim, com a

implementação de políticas públicas, é esperado que haja uma transformação da

igualdade formal em realidade material.

Sousa (2006) explica que a ideia de “igualdade de oportunidade”, norteada

pela necessidade de extinguir ou, ao menos, suavizar o peso das desigualdades

econômicas e sociais e promover a justiça social começa a ser produzida nos

ordenamentos jurídicos nacionais e no âmbito do Direito internacional dos Direitos

Humanos. Políticas sociais de apoio e de promoção de determinados grupos

socialmente fragilizados, agora são vistas como sujetos concretos, historicamente

situados. Assim, o indíviduo particularmente considerado é o alvo dessas novas

políticas sociais, que, em verdade às tentativas de concretização da igualdade

material, também se denominam “ações afirmativas”. O Estado deixa de ser neutro e

passa a atuar com o objetivo de concretizar a igualdade positivada nos textos

constitucionais.

O artigo 205 da Constituição Federal prescreve que “a educação, direito de

todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a

colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu

36

preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”. Assim, o

Direito à Educação é de todos, que tem por objetivo preparar o indivíduo para o

exercício da cidadania, pois, além do preparo para a cidadania, a educação prepara

para o mercado de trabalho e, por ser um Direito Fundamental cabe ao Estado

promovê-la.

Linhares (2006) explica que a Educação exige, também, instituições

comprometidas na luta contra as desigualdades, mas, para isso, é necessário que o

Estado assuma a formação das pessoas até que elas possam garantir a sua

independência e liberdade, bem como a igualdade de condições para o acesso à

educação e a escola.

O artigo 206 da Constituição de 1988 prevê:

Art. 206 - O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:

I – igualdade de condições para o acesso e permanência na escola.

Este artigo assegura o princípio da igualdade na educação, tanto para o

acesso quanto para a permanência do cidadão na escola.

Para Lobo (2009), as ações afirmativas também se mostram como

instrumento apto a realizar a igualdade aqui pretendida, na medida em aumenta o

acesso de grupo excluído aos bancos escolares, bem como, a depender do tipo de

ação adotada, possibilita a permanência do indivíduo na vida escolar.

Art. 208 – O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de:

V – acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística, segundo a capacidade de cada um (Constituição Federal).

Bastos e Martins (2000) explicam o artigo constitucional da seguinte forma:

que a idade não pode ser levada em consideração como fator impeditivo à

progressão do educando, mas apenas a capacidade. Esta capacidade diz respeito

às condições individuais. O objetivo deste dispositivo é de não vedar ao estudante o

direito de acesso aos níveis mais elevados de ensino, ainda que sem idade própria e

estabelecida por lei, mas é necessário que demonstre inteligência e conhecimento

avançado em relação a média dos alunos. Assim, a Constituição Federal de 1988

não especifica a idade para a ascensão aos níveis elevados de ensino e visou a

valorização do respeito à individualidade, aproximando-se de uma educação mais

37

liberal, que proporcione a todas as pessoas prosseguirem nos estudos tendo como

único requisito a capacidade.

O princípio da igualdade é fundamental para a cidadania e se faz

indispensável na concretização da democracia, pois uma sociedade em que há

exclusão social não pode ser reconhecida como democrática.

Rocha (1999, p. 21) argumenta:

Sem que a dignidade de cada um e de todos se faça respeitar na sociedade a cidadania capenga, porque carente do elemento próprio ao ser em sua própria condição humana. Sem a cidadania exercida ativa e solidariamente a dignidade se acanha, porque ausente do seu desdobramento político inerente à liberdade para a qual flui e na qual se aperfeiçoa. Por isso, o fenômeno denominado de “exclusão social” transgride a ordem jurídica, o Direito e fere o sentimento de Justiça e o sentido que ele adota na base do ordenamento jurídico posto pelo Estado à universalidade dos homens. Por exclusão social entende-se a situação que deixa à margem do processo político, social e participativo, econômico, e, portanto, das garantias fundamentais uma pessoa ou grupo social.

O estudo realizado permite concluir que a Constituição Federal, ao prever a

igualdade, impõe ao Estado o dever de promoção de políticas para materializar a

igualdade. Estes deveres estão contidos em vários artigos da Constituição, entre os

quais o artigo 3º.

Assim, o PROUNI, como uma política de ação afirmativa, associa-se aos

pressupostos do princípio da igualdade no sentido material, a qual traduz “dar a

quem mais precisa”, e à enunciação de Aristóteles “tratar desigualmente os

desiguais”, uma vez tais ações planejam e atuam no sentido de promover a

representação de grupos inferiorizados na sociedade e lhes conferir uma preferência

para assegurar seu acesso a determinado bem.

1.2 Aspectos conceituais de ações afirmativas

Para o entendimento do PROUNI como uma ação afirmativa, sustentado por

Oliveira (2010) e Souza (2011), faz-se necessário compreender o conceito das

referidas ações.

38

O termo ações afirmativas é abrangente a diferentes práticas, trata-se de um

conjunto de iniciativas ou medidas, impostas ou incentivadas pelo Estado, que tem

por objetivo a promoção do bem-estar e da cidadania por meio da aplicação da

efetiva igualdade material de indivíduos ou grupos, concedendo oportunidade e

tratamento entre as pessoas de situação social ou economicamente desfavoráveis à

obtenção a meios fundamentais, entre os quais, educação e emprego.

Bergmann (1996) e Contins e Sant’Ana (1996) entendem que ação afirmativa

é planejar e atuar no sentido de promover a representação de pessoas pertencentes

a grupos que têm sido subordinados ou excluídos. Seu objetivo é, portanto, o de

fazer com que os beneficiados possam vir a competir efetivamente por serviços

educacionais e por posições no mercado de trabalho.

Ação Afirmativa é um termo de amplo alcance que designa o conjunto de estratégias, iniciativas ou políticas que visam favorecer grupos ou segmentos sociais, que se encontram em piores condições de competição em qualquer sociedade em razão, na maior parte das vezes, da prática de discriminação negativas, sejam elas, presentes ou passadas (MENEZES, 2001 p. 27).

O objetivo das ações afirmativas é a igualdade de oportunidades, com o

objetivo de erradicar as injustiças e discriminações sociais pretéritas.

As ações afirmativas são políticas públicas especiais que buscam eliminar os

desequilíbrios existentes entre determinadas categorias sociais, até que eles sejam

neutralizados, o que se realiza por meio de providências efetivas em favor das

categorias que se encontram em posições desvantajosas (LINHARES, 2010).

A ação afirmativa é uma modalidade de política pública que tem por objetivo:

...eliminar desigualdades historicamente acumuladas, garantindo a igualdade de oportunidades e tratamento, bem como compensar perdas provocadas pela discriminação e marginalização, decorrentes de motivos raciais, étnicos, religiosos, de gênero e desigualdade social (SANTOS, 1999, p. 25).

Estas definições dizem respeito à promoção de privilégios de acesso a meios

fundamentais, entre eles a educação e o emprego, principalmente minorias étnicas

que, de outro modo, estariam deles excluídos, total ou parcialmente (GUIMARÃES,

1997).

Para Cashmore (2000, p. 31), as ações afirmativas

são medidas temporárias e especiais, tomadas ou determinadas pelo Estado, de forma compulsória ou espontânea, com o propósito

39

específico de eliminar as desigualdades que foram acumuladas no decorrer da história da sociedade. Estas medidas têm como principais beneficiários os membros dos grupos que enfrentaram preconceitos.

Joaquim Barbosa Gomes, primeiro Ministro negro do Supremo Tribunal

Federal, entende que:

Ações afirmativas se definem como políticas públicas (e privadas) voltadas à concretização do princípio constitucional da igualdade material e à neutralização dos efeitos da discriminação racial, de gênero, de idade, de origem nacional e de compleição física. (GOMES, 2001, p. 132)

Na sua compreensão, a igualdade deixa de ser simplesmente um princípio

jurídico a ser respeitado por todos e passa a ser um objetivo constitucional a ser

alcançado pelo Estado e pela sociedade (GOMES, 2001).

Quanto à doutrina de Gomes (2001), o Estado, por meio de ações afirmativas,

busca recompor a igualdade real entre os cidadãos (jurídica e social) com a adoção

de medidas jurídicas tendentes a igualá-los, seja pela proibição de discriminação,

seja pela adoção de medidas que compensem as condições de desigualdade das

partes envolvidas.

Para os autores Menezes (2001), Moehlecke (2002) e Linhares (2006), o

termo ações afirmativas originou-se nos Estados Unidos, nos anos 60, sob a

denominação equal oportunity policies, política de igual oportunidade, quando os

norte-americanos, em um movimento promovido por negros e apoiado por liberais e

progressistas brancos, lideraram reivindicações pelos direitos civis, cujo objetivo era

a extensão de igualdade de oportunidade a todos.

Em virtude da existência deste movimento, o Estado passou a aplicar suas

políticas governamentais ignorando os fatores de sexo, raça, cor e nacionalidade.

No que se refere à experiência americana, destaca-se que, no início, as

políticas de ações afirmativas se definiram como mero encorajamento por parte do

Estado para que as pessoas atuantes nas esferas públicas e privadas levassem em

consideração, nas suas decisões quanto ao acesso do mercado de trabalho e à

educação, os fatores até então tidos como formalmente irrelevantes pela grande

maioria dos responsáveis políticos e empresários, quais sejam, a raça a cor, o sexo

e a origem nacional das pessoas. Tal encorajamento tinha por meta, tanto quanto

possível, ver concretizado o ideal de que tanto as escolas quanto as empresas

40

refletissem em sua composição a representação de cada grupo na sociedade ou no

mercado de trabalho (GOMES, 2001).

Outra definição importante de ações afirmativas é trazida por Cashmore

(2000) como sendo a política que visa ir além da tentativa de garantir igualdade de

oportunidades individuais, ao tornar crime a discriminação, e tem como beneficiários

os membros de grupos que enfrentam preconceitos.

Por outro lado, Taylor (1998) afirma que é ingenuidade acreditar que as ações

afirmativas tratam-se de medidas temporárias, uma vez que, reconhecida a

identidade cultural dos grupos historicamente excluídos, não aceitarão perder este

diferencial positivo, que são as medidas que compõem as políticas de ação

afirmativa.

Desta forma, cabe destacar que, embora seja importante a adoção de

políticas de ação afirmativa, é necessário que estas sejam definidas quanto ao

caráter provisório, uma vez que contribuem para a inclusão de pessoas ou grupos.

Se estas políticas não tiverem prazos determinados de atuação, poderão ter efeito

contrário ao objetivo de sua criação, gerando formas de preconceitos ao grupo

beneficiado.

No âmbito das políticas de ação afirmativas, o que se tem como pressuposto

é que o grupo beneficiado não se encontre em uma posição dominante, sendo

reconhecida a existência, contra ele, de algum tipo de desvantagem ou

discriminação. Assim, a ação afirmativa seria uma forma de justiça compensatória e

representaria um ressarcimento por danos causados pelo Poder Público ou por

determinadas pessoas (física ou jurídica) a grupos sociais identificados (MENEZES,

p. 34 e 35).

No Brasil, a primeira discussão sobre a ação afirmativa aconteceu em 1968,

quando técnicos do Ministério do Trabalho e do Tribunal Superior do Trabalho se

reuniram com a intenção de criar uma lei que obrigasse as empresas privadas a

manter uma percentagem mínima de empregados negros como única solução para

o problema da discriminação racial no mercado de trabalho, porém, tal manifestação

não foi transformada em lei (MOEHLECKE 2002). A partir de então, outros

movimentos e iniciativas, no âmbito do Poder Público, foram promovidos, indicando,

41

assim, um parcial reconhecimento da existência de um problema de discriminação

racial, étnica, de gênero e de restrições aos portadores de deficiências físicas.

A adoção de políticas de ações afirmativas é de fundamental importância, em

virtude de estas estarem baseadas na ideia de garantir a igualdade de direitos, mas,

para isso, torna-se necessária a ação do Estado no sentido de oferecer condições

especiais aos cidadãos que estão em situação desfavorável, seja economicamente

ou socialmente.

É importante ressaltar que as discussões sobre as ações afirmativas, no

Brasil, vêm se expandindo e têm se caracterizado por adotar uma perspectiva social

pautadas na concepção de igualdade, destacando-se as ações governamentais

implementadas. Menciona-se a criação, a partir dos anos de 1970, de delegacias

especializadas para investigar denúncias relacionadas ao racismo à adoção de

políticas públicas, visando à interação dos negros e pardos no mercado de trabalho

(NEVES e LIMA, 2007).

Outro exemplo de políticas de ações afirmativas é a obrigatoriedade imposta

às empresas de contratação de um percentual mínimo de portadores de deficiência

física, conforme artigo 93 da Lei n° 8.213, de 24.07.1991. Esta lei tem por objetivo

coibir as práticas discriminatórias e garantir, ao portador de deficiência, acesso ao

mercado de trabalho.

O mesmo se aplica no que se refere à inclusão de mulheres em candidaturas

para cargos políticos eletivos. A Lei Eleitoral estabelece que cada partido deverá

reservar o mínimo de 30% para candidaturas de cada sexo.

A implantação de cotas para negros, para ingresso em universidades

públicas, inicialmente posta em aplicação pelas Universidades Estaduais do Rio de

Janeiro e da Bahia e pela Universidade de Brasília, foi expandindo gradualmente

para outras universidades até serem integradas na proposta de reforma universitária

(NEVES e LIMA, 2007).

Durante o governo de Luis Inácio Lula da Silva, foi criada em 2003, a

Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR), atualmente,

liderada por uma Ministra negra, Profa. Mestre Luiza Barros. Em 2010, foi aprovada

a Lei nº 12.288, de 20 de julho de 2010, que estabeleceu o Estatuto da Igualdade

Racial.

42

Para os fundadores da referida Secretaria, a SEPPIR é o reconhecimento das

lutas históricas do Movimento Negro Brasileiro e sua missão é estabelecer iniciativas

contra as desigualdades raciais no País. A Secretaria utiliza como referência política

o programa Brasil sem Racismo, que abrange a implementação de políticas públicas

nas áreas do trabalho, emprego e renda; cultura e comunicação; educação; saúde,

terras de quilombos, mulheres negras, juventude, segurança e relações

internacionais8.

O PROUNI, criado em 2004, programa voltado à população pobre e aos

cidadãos autodeclarados indígenas, pardos ou pretos, pode ser considerado uma

política de ação afirmativa, em virtude de constituir mecanismo de inclusão social,

considerando que a educação é um direito social previsto no artigo 6° da

Constituição Federal e no artigo 5° da Resolução CNE/CES nº 7/2010, que define o

direito à educação, entendido como um direito inalienável do ser humano.

O que é inalienável não pode ser transferido, vendido, nem cedido. Os direitos

inalienáveis são irrenunciáveis e são todos os direitos fundamentais que não podem

ser legitimamente negados a uma pessoa e são inerentes ao indivíduo pelo simples

fato da sua condição humana.

O direito à educação, um direito inalienável, proporciona o desenvolvimento

do potencial humano, permite o exercício dos direitos civis, políticos, sociais e do

direito à diferença, sendo ela mesma também um direito social, e possibilita a

formação cidadã e o usufruto dos bens sociais e culturais.

É importante compreender que as ações afirmativas objetivam que o princípio

da igualdade não seja algo estagnado, oculto, mas autorizador da implantação de

medidas e políticas públicas e privadas de forma dinâmica, tanto pelo Estado quanto

pela sociedade, a fim de erradicar a desigualdade equiparando os desiguais na luta

pelos bens da vida, inclusive sanando ou compensando discriminações ou injustiças

históricas.

8 http://www.seppir.gov.br/, acesso em 30.01.2012

43

1.3 O PROUNI na visão do aluno beneficiário no âmbito nacional

Esta pesquisa apoia-se no artigo 5º da Constituição Federal, que afirma que

“todos são iguais perante a lei”, que a igualdade é um direito posto a todos os

brasileiros. O referido artigo contempla o princípio da igualdade material, o qual se

trata do direito dos mais fracos receberem um tratamento especial no intuito de se

aproximarem dos mais fortes.

O princípio da igualdade tem como instrumento para sua efetivação as ações

afirmativas, tendo em vista tratar-se de um conjunto de iniciativas ou medidas,

impostas ou incentivadas pelo Estado, com o objetivo de promoção do bem-estar e

da cidadania, por meio da aplicação da efetiva igualdade material de indivíduos ou

grupos, concedendo oportunidade entre as pessoas de situação social ou

economicamente desfavoráveis à obtenção a meios fundamentais, entre os quais,

educação e emprego.

Destaca-se que o Supremo Tribunal Federal (STF), a mais alta instância do

Poder Judiciário do Brasil, cuja função institucional fundamental é a de servir como

guardião da Constituição Federal de 1988, que delibera sobre questões que

envolvam lesão ou ameaça aos princípios e direitos previstos na referida

Constituição, em 03 de maio de 2012, declarou a constitucionalidade do PROUNI

por 7 votos a 1.

Para declarar a Constitucionalidade do PROUNI, os ministros Carlos Ayres

Britto, Luiz Fux e Gilmar Mendes argumentaram a decisão na Constituição Federal,

que traz em seu preâmbulo a promessa de erradicação de desigualdades e, por

isso, não pode ser fundamento para declarar inconstitucional um programa para

acesso de todos à universidade, considerando que o PROUNI é um programa que já

garantiu o acesso ao ensino universitário a mais de 1 milhão de estudantes, número

este que chega próximo do total de alunos matriculados em instituições públicas.

Contribuíram, ainda, para o referencial teórico desta pesquisa os estudos

realizados por Linhares (2006) e Lobo (2009) sobre as ações afirmativas no âmbito

da educação brasileira, como instrumento de promoção da igualdade e combate da

discriminação racial, o princípio da igualdade no Estado Democrático de Direito, a

utilização do princípio da igualdade para fundamentar a adoção de ações afirmativas

44

no combate à discriminação racial, bem como a instituição de ações afirmativas no

campo da Educação, com atenção especial à reserva de vagas para negros no

ensino superior e o Programa Universidade para Todos (PROUNI).

Tendo em vista que um dos objetivos do presente estudo é identificar as

satisfações e as insatisfações dos alunos da Univesidade, buscou-se pesquisas

realizadas sobre o tema, as quais confirmam o sentimento de satisfação dos alunos

beneficiários do PROUNI e o grau de aceitação do Programa como excelente

oportunidade de acesso à universidade pelas classes populares de diferentes

instituições de educação superior, no âmbito nacional, como política pública de

inclusão na educação superior e que o programa atende as expectativas da

qualidade de ensino e do retorno econômico dispensado aos alunos. (RIZZO, 2010;

PONTES, 2011; SEBIM, 2008; COSTA, 2008).

É importante destacar a análise realizada por Thomas (2008) em relação à

constitucionalidade formal e material da implantação do sistema de quotas raciais no

ensino superior público brasileiro, política pública adotada como ação afirmativa e

instituída pelo Programa Universidade para Todos – PROUNI, e, no âmbito particular

de algumas universidades federais, como critério de acesso a vagas universitárias

em sede de autonomia universitária.

Assim, a educação é meio de se promover o desenvolvimento de um país,

pelos quais o PROUNI e o Sistema de Cotas permitem a democratização do acesso

ao ensino superior e redução das desigualdades regionais, bem como inserção no

mercado de trabalho, conforme indicam os resultados das pesquisas realizadas por

BISPO (2007), GERALDO (2010) e SOUZA (2011).

De acordo com as legislações e algumas pesquisas realizadas, é possível

considerar que o princípio da igualdade é uma proposição no que se refere ao

PROUNI, como direito posto a todos os cidadãos, tendo em vista que a educação é

um direito social que deve ser garantido pelo Estado, conforme o artigo 6º da

Constituição Federal, uma vez que possibilita o acesso à educação superior,

favorecendo aos brasileiros economicamente em situação desfavoráveis e aos

autodeclarados indígenas, pardos ou pretos.

Destaca-se também que são objetivos da República Federativa do Brasil,

estabelecidos no artigo 3º, a erradicação da pobreza e da marginalização, a redução

45

as desigualdades sociais e regionais, a promoção do bem de todos, sem

preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade, e quaisquer outras formas de

discriminação. Estes objetivos constituem diretrizes relativas à maneira que o Estado

deve agir, em elaborar e colocar em prática os planos do governo, e impõem a

implementação das políticas necessárias à sua efetivação.

O princípio da igualdade tem sido a maior justificativa para a manutenção do

PROUNI, que, combinada com as ações afirmativas, foi reconhecido a sua

constitucionalidade pelo STF.

O PROUNI é o mecanismo criado e um esforço do Estado na tentativa de

concretizar o que prescreve a Constituição Federal para que as desigualdades, no

que se refere ao acesso à educação superior, sejam diminuídas, o que é sustentado

por Castellain (2008) e Farias (2010), quando definem o PROUNI como um

programa que democratiza o acesso igualitário ao ensino superior, considerando-se

sua obediência ao princípio constitucional de tratamento igualitário aos desiguais,

em virtude de ampliar o acesso de estudantes das escolas públicas a instituições e

cursos.

Em que se pesem as constatações de Castellain (2008), de que o PROUNI é

um programa que democratiza o acesso igualitário ao ensino superior, não significa

que este acesso seja igualitário no que se refere à qualidade das instituições

integrantes do Programa, na própria diferenciação entre bolsa integral e parcial e na

falta de garantia de continuidade da bolsa permanência.

O Programa promove o acesso de estratos pouco representados no ensino

superior, há um reconhecimento destes em relação à importância do PROUNI. Ao

mesmo tempo, as pesquisas apontam a necessidade de implementação de políticas

públicas, que garantam a permanência e a conclusão do Curso (SANTOS, 2011;

NEVES, 2011).

Apesar de o PROUNI ter oportunizado o acesso de mais um milhão de jovens

na educação superior, desde a sua criação, este número ainda é pequeno

considerando a quantidade de alunos matriculados no ensino médio. Segundo o

46

Censo Escolar 2010, os alunos matriculados no ensino médio representam

8.357.675 e a rede estadual é responsável por 85% das matrículas9.

As autoras Aprile e Barone (2008) explicam que o PROUNI apresenta-se

como estratégia voltada para a “focalização” dos direitos de grupos marcados por

carências econômicas e pela vulnerabilidade social. As políticas focalizadas visam

corrigir as lacunas deixadas pelas insuficiências das políticas universalistas, além de

racionalizar a alocação de recursos e os resultados são rapidamente visíveis.

Por outro lado, Moraes (2001) considera que a política de focalização, em

contraposição às políticas universalistas, apresenta

[...] várias vantagens para as elites conservadoras, que geralmente conduzem as reformas. Em primeiro lugar os benefícios focalizados reduzem custos; os setores no extremo da pobreza são conquistáveis com recursos limitados. Afinal, pobre custa pouco, muito pouco. Em segundo lugar, racionalizam a velha política de clientela. Benefícios dirigidos e particularizados não correm o risco político de serem confundidos com medidas que criam direitos universais ou bens públicos, sempre submetidos, estes últimos, a demandas de extensão e generalização. Permitem também a distribuição mais discricionária dos recursos. Além de seletivos (e por causa disso), têm mais chance de impor condições à concessão, dando forma mais clara às manifestações de gratidão dos beneficiados (MORAES, 2001, p.66).

A política de focalização de grupos substitui a política universalista pelo

acesso seletivo, considerando que o acesso universal faz com que os serviços

sejam considerados direitos sociais e bens públicos, porém, o acesso seletivo

permite definir e discriminar quem recebe o benefício (MORAES, 2001).

Assim, as políticas de focalização traduzem a ideia de “dar a quem mais

precisa” e “tratar desigualmente os desiguais”, uma vez que estas tem por objetivo

compensar/reparar sequelas do passado, que fundamentam as ações afirmativas,

na medida em que tais ações planejam e atuam no sentido de promover a

representação de grupos inferiorizados na sociedade e lhes conferir acesso a

determinados bens (APRILE e BARONE, 2008)

O PROUNI, enquanto um programa de acesso à educação superior,

apresenta-se contraditório, na medida em que democratiza o acesso, é ainda, uma

9 http://www.brasil.gov.br/sobre/o-brasil/o-brasil-em-numeros-1/educacao/print, acesso em

02.08.2012.

47

utopia das classes menos favorecidas, em razão da falta de políticas de

permanência e da quantidade insuficiente de ofertas de bolsas.

Constitui um direito o previsto no artigo 206, da Constituição de 1988:

Art. 206 - O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:

I – igualdade de condições para o acesso e permanência na escola (grifo nosso).

Este artigo assegura o princípio da igualdade na educação, tanto para o

acesso quanto para a permanência do cidadão na escola. Nesse sentido, o Estado,

ao criar o PROUNI, garantiu o acesso à educação aos brasileiros sem diploma de

nível superior que atendem aos critérios estabelecidos na lei do PROUNI, porém,

ainda não há uma política de permanência para que os estudantes se mantenham

na universidade.

Além de movimentos promovidos por alunos, em âmbito nacional, que

realizam encontros para discutir a questão da permanência e melhorias do

Programa, há pesquisas que comprovam esta necessidade, conforme constatado

por SANTOS (2011) e NEVES (2011).

Portanto, uma das reivindicações dos alunos, no que se refere ao

equacionamento das dificuldades financeiras para a manutenção e conclusão do

curso, é a implementação da Bolsa Permanência, um benefício que poderia ser

estendido a todos os alunos PROUNI.

48

CAPÍTULO 2

CONHECENDO OS SUJEITOS DA PESQUISA

2.1 Abordagem Metodológica

Inicialmente, cabe apresentar o motivo e a escolha dos procedimentos

metodológicos deste trabalho e, em seguida, a apresentação dos dados obtidos

juntos aos alunos PROUNI da Universidade pesquisada.

A pesquisa é uma busca sistemática e rigorosa de informações, com a finalidade de descobrir a lógica e a coerência de um conjunto, aparentemente, disperso e desconexo de dados para encontrar uma resposta fundamentada a um problema delimitado, contribuindo para o desenvolvimento do conhecimento em uma área ou em problemática específica. (CHIZZOTTI, 2006, p. 19).

Para o desenvolvimento desta pesquisa, optou-se por um estudo de natureza

qualitativa, subsidiada com dados quantitativos, caracterizada, assim, por pesquisa

de caráter híbrido, que, segundo Gil, (1999), pode se chamar de descritivo-

exploratório, em que se conjuga a pesquisa documental, coleta de dados, obtidas

por meio de aplicação de questionário, e análise qualitativa das informações

coletadas.

O uso de questionários apresenta muitas vantagens, dentre elas podemos

citar: a possibilidade de atingir grande número de pessoas, mesmo que estejam

dispersas numa área geográfica muito extensa; a garantia do anonimato das

respostas; a possibilidade de as pessoas responderem no momento em que

julgarem mais conveniente; a não exposição dos pesquisados à influência do

pesquisador (GIL, 1999).

Bogdan e Biklen comentam que

...um campo que era anteriormente dominado pelas questões da mensuração, definições operacionais, variáveis, testes de hipóteses e estatística alargou-se para contemplar uma metodologia de investigação que enfatiza a descrição, a indução, a teoria fundamentada e o estudo das percepções pessoais. Designamos esta abordagem por Investigação Qualitativa (1994, p.11).

Assim, a coleta de dados iniciou-se por realizar pesquisa documental nos

arquivos de domínio público, as quais configuram as fontes primárias, que são os

49

documentos provenientes de órgãos que realizam observações e que englobam

todos os materiais que podem servir de fonte de informação para a pesquisa

científica (LAKATOS E MARCONI, 2001).

Foi realizada uma pesquisa de dissertações e teses de 2005 a 2011, no

banco de teses da CAPES e no Domínio Público, usando as palavras PROUNI e

AÇÕES AFIRMATIVAS, para conhecimento do que já foi pesquisado. Esta busca

revelou 54 trabalhos relativos ao PROUNI. Assim, foram selecionados 38 trabalhos

relacionados à presente pesquisa. Buscou-se, ainda, referências bibliográficas, bem

como artigos publicados em revistas científicas.

Para coletar os dados necessários para a pesquisa, foram elaborados

questionários, um para ingressantes e outro para concluintes, considerando que os

objetivos da pesquisa são: verificar se o PROUNI, uma política de ação afirmativa, é

reconhecida pelos beneficiários deste Programa como uma alternativa de acesso à

Educação Superior Privada; conhecer a opinião dos alunos contemplados com o

PROUNI, no que se refere à escolha da Universidade; mapear as dificuldades

acadêmicas e financeiras reconhecidas pelos alunos PROUNI, durante o curso,

identificando a satisfação ou insatisfação dos estudantes beneficiários do Programa;

e mapear as sugestões para aprimoramento do Programa trazidas pelos estudantes

beneficiários do PROUNI.

Em setembro de 2011, o projeto de pesquisa foi submetido e aprovado pelo

Comitê de Ética da Universidade Cidade de São Paulo, porém, antes, o questionário

foi testado. O teste foi realizado com o envio do questionário, por e-mail, a alunos do

3°,4º e 6º semestres, em virtude destes alunos não serem contemplados na

população selecionada para participação na pesquisa oficial.

O questionário piloto foi aplicado e o resultado revelou que as perguntas

atendiam ao problema de pesquisa, que as perguntas confirmam a hipótese do

referido projeto de pesquisa. Os alunos declararam que as perguntas são claras,

objetivas e completas para a pesquisa proposta. Assim, validamos o questionário.

Após a validação, dois questionários foram aplicados, um para o grupo de

alunos ingressantes e outro para o grupo de concluintes de 2011, dos 4 campi da

Universidade pesquisada, buscando identificar se há diferença entre os perfis de

50

acordo com o período de estudo. O questionário apresentou questões fechadas e

abertas.

As questões fechadas são aquelas que apresentam um conjunto de

alternativas de resposta para que seja escolhida a que melhor representa a situação

ou ponto de vista do respondente. As questões abertas são aquelas que apresentam

perguntas de um espaço em branco para a resposta, permitindo que a pessoa

escreva, sem qualquer restrição (GIL, 1999).

No que se refere às questões abertas, foram formuladas 3 perguntas aos

ingressantes e concluintes, com o objetivo de conhecer a visão do aluno quanto ao

PROUNI:

1. Como você avalia o Programa Universidade para Todos? Quais fatores a seu

entender aprimorariam o referido Programa que tem como propósito o

ingresso na educação superior privada?

2. Fale sobre a sua satisfação ou insatisfação no que se refere ao PROUNI.

3. Como bolsista PROUNI, você teve algum tipo de dificuldade acadêmica e/ou

financeira durante o curso?

Os questionários com as questões abertas foram aplicados juntamente com o

questionário de questões fechadas. As questões foram apresentadas, inicialmente,

por meio de alternativas e, em seguida, de forma discursiva, porém, como se trata

de um ato voluntário dos participantes, nem todos os que participaram do primeiro

questionário participaram do segundo.

O questionário aplicado foi desenvolvido por meio de uma ferramenta

chamada LimeSurvey. O LimeSurvey é um software livre para aplicação de

questionários on-line escrito em PHP. O PHP é uma linguagem utilizada para gerar

conteúdo dinâmico na World Wide Web. O LimeSurvey permite que usuários

publiquem e coletem respostas de questionários on-line. O sistema oferece análise

estatística pelo procedimento inferencial (Testes de Hipóteses), com base nos

resultados do questionário. As pesquisas podem ser acessíveis ao público ou de

acesso controlado, através do uso de chaves para cada participante do

questionário10.

10 http://www.limesurvey.com, acesso em 08.03.2012

51

Esta alternativa foi proposta na tentativa de evitar expor o estudante PROUNI,

considerando que alguns poderiam sentir-se constrangidos em ser identificados

como alunos bolsistas perante a turma. Os alunos foram convidados, por e-mail, a

participarem da pesquisa.

No ano de 2011, a Universidade contou com 1754 alunos do PROUNI. Para

esta pesquisa, foram selecionados, os ingressantes e concluintes do PROUNI que

somaram 1087 estudantes. Os ingressantes, do 1º e 2º semestres, representaram

878 estudantes e os concluintes, dos últimos semestres, representaram 209

estudantes dos cursos de: Administração; Análise e Desenvolvimento de Sistemas;

Arquitetura e Urbanismo; Artes Visuais; Ciência da Computação; Ciências

Biológicas; Ciências Contábeis; Comunicação Social; Design; Design Gráfico;

Direito; Educação Física; Enfermagem; Engenharia Elétrica; Engenharia Civil;

Engenharia de Produção; Engenharia Mecânica; Farmácia; Fisioterapia;

Gastronomia; Gestão de Recursos Humanos; Gestão Financeira; Jornalismo; Letras;

Matemática; Medicina Veterinária; Nutrição; Odontologia; Pedagogia; Psicologia;

Publicidade e Propaganda; Química; Rádio, TV e Internet; Redes de Computadores;

Relações Públicas; Tecnologia em Logística; Visagismo e Estética Capilar.

Dos 878 estudantes ingressantes, 142 participaram da pesquisa, e dos 209

estudantes concluintes, 54 alunos responderam ao questionário. Então, 16,17% dos

estudantes ingressantes e 25,83% dos estudantes concluintes participaram da

pesquisa.

Esta pesquisa é classificada como amostragem não-probabilísitica por

conveniência, que tem como característica principal não fazer uso de formas

aleatórias de seleção, torna-se impossível a aplicação de formas estatísticas para

cálculo. Assim, a amostra por conveniência é destituída de qualquer rigor estatístico.

O pesquisador seleciona os elementos a que tem acesso, admitindo que estes

possam representar um universo (estudos exploratórios ou qualitativos) (GIL, 1999,

MARCONI e LAKATOS, 1996).

O processo de tabulação de dados foi realizado pelo LimeSurvey, que permite

publicar e coletar respostas de questionários on-line e oferece análise estatística

com base nos resultados do questionário.

52

2.2 A Universidade pesquisada

A Universidade pesquisada teve sua origem marcada pela abertura de duas

salas de aula de um curso de Admissão, preparatório para ingresso no Ginásio, em

1965, quando um grupo de jovens professores desejosos de promover a Educação

constituíram a Sociedade Mantenedora, que deu origem a um Colégio, no bairro de

São Miguel Paulista, na Zona Leste de São Paulo, região populosa, ainda com

pouca infraestrutura e de difícil acesso. Em março de 1966, o Colégio começou a

funcionar com o curso Ginasial Comercial, atendendo, assim, a população da região,

constituída, em sua maioria, de jovens trabalhadores, filhos de pequenos

comerciantes, de profissionais autônomos e de operários, que viam no estudo

profissionalizante uma perspectiva de futuro melhor (PAZIN, 2003).

Os mantenedores levaram à Brasília o projeto dos primeiros cursos

superiores e, em 1972, receberam a autorização para sua abertura. Foi fundada,

então, a Faculdade de Ciências Contábeis e Administrativas de São Miguel,

efetivada em 1973. Depois do seu reconhecimento pelo Conselho Federal de

Educação, em 14 de dezembro de 1976, a direção solicitou a abertura dos cursos de

Administração Hospitalar e Comércio Exterior.

Em 1984, incorporaram a Faculdade de Ciências e Letras Geraldo Rezende,

de Suzano, com os cursos de Pedagogia, Letras e Estudos Sociais.

Em 1988, a Faculdade Paulista de Artes foi incorporada, possibilitando a

oferta dos cursos de Educação Artística e Música. No ano seguinte, foi criada a

Faculdade de Ciências Exatas e Humanas Santos Dumont, que passou a fazer parte

do complexo educacional, com a oferta dos cursos de Tecnologia em

Processamento de Dados e Ciências. Assim, em 1990, foram formadas as

Faculdades Integradas, cujo lema “Tradição, Trabalho e Talento” sintetizava o

pensamento e o ideal da Instituição.

No Relatório do projeto da Universidade, estava previsto que a Instituição

estaria compromissada com ações voltadas para os campos das Ciências Sociais e

Humanas, tanto no ensino quanto na pesquisa, e seria marcadamente extensionista.

Já na condição de Universidade, em 1993, ofereciam-se os cursos de Letras,

Estudos Sociais, Educação Artística, Música, Pedagogia, Ciências, Administração,

53

Ciências Contábeis e Tecnologia em Processamento de Dados, além de nove

cursos de pós-graduação lato sensu.

Nos primeiros cinco anos, a Universidade, procurando atender às

expectativas das comunidades interna e externa, implantou os cursos de Arquitetura

e Urbanismo, Ciência da Computação, Ciências Biológicas, Comunicação Social,

Direito, Educação Física, Enfermagem, Engenharia Civil, Engenharia Elétrica,

Engenharia Mecânica, Fisioterapia, Geografia, História, Odontologia, Psicologia,

Secretariado Executivo Bilíngue, Serviço Social e Turismo.

Em seguida, em 2004, a Universidade passou a oferecer os cursos de

Economia, Matemática, Medicina Veterinária, Nutrição, bem como os cursos

superiores de tecnologia: Redes de Computadores, Desenvolvimento de Websites,

Sistemas de Informação, Gestão Hoteleira e Gestão de Recursos Humanos.

Em consonância com a filosofia da mantenedora, sempre foi importante a

relação do ensino com a prática e dos alunos com a comunidade. Nesta perspectiva,

foram desenvolvidos vários projetos de extensão em diversas áreas do

conhecimento, cumprindo a missão extensionista da Universidade, prevista em seu

projeto de reconhecimento.

Trata-se de uma Universidade com, aproximadamente, 18 mil alunos (dados

de março de 2011), distribuídos em cerca de 49 cursos de graduação (bacharelado,

licenciatura e superiores de tecnologia).

O campus A é o mais antigo. Nesse campus, há uma concentração de cursos

das várias áreas do conhecimento. As clínicas, por meio de programas de extensão

voltados para a região, assim como o Núcleo de Práticas Jurídicas, promovem

atendimentos importantes para a comunidade externa. A Universidade, assim,

contribui expressivamente para o desenvolvimento da região.

O campus B, no Bairro do Tatuapé, zona leste de São Paulo, marcou, em

2001, o primeiro momento de expansão da Universidade. Está situado em uma

região nobre da cidade, em um prédio histórico construído por Ramos de Azevedo,

no início do Século XX, que abrigou uma escola dirigida pela Senhora Anália Franco,

personalidade histórica que influenciou muitas instituições benemerentes no estado

de São Paulo e no Brasil. Nesse campus, o atendimento à comunidade é, também,

garantido por meio de clínicas e do Núcleo de Práticas Jurídicas.

54

Na região central da cidade, no bairro da Liberdade, em 2004, a Universidade

estudada criou o campus C. Desde 2007, este campus concentra as atividades de

pesquisa, dos programas de pós-graduação stricto sensu e de diversos cursos de

pós-graduação lato sensu. O campus C concentra também a unidade de

planejamento e gestão da educação a distância. Em 2008, foi criado o campus D da

Universidade na Zona Oeste da capital paulista, no bairro de Pinheiros.

Cumprindo a missão extensionista da Universidade, prevista em seu projeto

de reconhecimento, destacamos o Programa de Apoio aos Estudantes (Bolsa de

Estudo e Bolsa-Emprego, Crédito Educativo, PROUNI, FIES); o Programa de

Educação Especial (PROESP); o Programa de Pesquisa em Educação de Jovens e

Adultos (PROEJA); o Programa Universidade Solidária (UNISOL); o Programa

Universidade na Melhoria da Escrita e da Leitura (UNIMEL); o Programa Esperança

Renovada; o Programa Escola da Família; o Programa Planetário; o Programa

Abrigo e Adoção; e o Programa Prática de Escrita.

A Universidade pesquisada possui, aproximadamente, 90 cursos de

especialização em andamento nas áreas de Administração e Negócios, Biológicas e

da Saúde, Exatas e Humanas.

Possui, também, 08 (oito) programas de Mestrado e 03 programas de

Doutorado recomendados pela CAPES: Ensino de Ciências e Matemática (M/D),

Ensino de Ciências (M), Odontologia (M/D), Ciências da Saúde (M), Ciências do

Movimento Humano(M/D), Políticas Sociais (M), Linguística (M) e Astrofísica e Física

Computacional (M).

A referida Universidade conta, hoje, com 59 grupos de pesquisa

representativos, em 8 grandes áreas do saber, todos reconhecidos pelo CNPq. Sob

a liderança de um pesquisador com a experiência na área, cada grupo tem a missão

de conduzir pesquisa e expandir o saber em seu determinado campo de trabalho.

Ciências Agrárias; Ciências Biológicas; Ciência da Saúde; Ciência Exatas e da

Terra; Ciência Humanas; Ciência Sociais Aplicadas; Engenharias; Linguística, Letras

e Artes.

A Universidade pesquisada, por meio de seus representantes legais, assinou,

em 03.12.2004, o termo de Adesão do Programa Universidade para Todos,

designando, na mesma data, uma coordenadora responsável. Assim, a partir do 1º

55

semestre de 2005, foram admitidos os primeiros estudantes ingressantes por meio

do PROUNI.

À época, a mantenedora da referida Universidade constituía-se sem fins

lucrativos não-beneficentes, portanto, as bolsas PROUNI ofertadas seriam

proporcionais ao número de matriculados, a saber: 1 bolsa a cada 9 ingressantes

pagantes. Com a assinatura do termo de adesão firmado com o Ministério da

Educação, a Instituição comprometeu-se a cumprir fielmente o disposto nas

portarias que regulamentam o PROUNI; a manter permanentemente atualizado seu

cadastro no sistema E-mec; a selecionar os candidatos, aferindo a veracidade das

informações por eles prestadas, de forma a assegurar o cumprimento das condições

para o recebimento do benefício; a permitir a divulgação, inclusive via internet, do

número de matriculados em cada curso/habilitação, dos bolsistas integrais e

parciais, da receita anual proveniente de mensalidade dos cursos de graduação e

sequencial de formação especifica e demais informações constantes do cadastro da

instituição no PROUNI; a avaliar, a cada período letivo, o aproveitamento acadêmico

dos estudantes beneficiados, conforme regulamentação do MEC; a informar ao

MEC, ao final de cada semestre letivo, os estudantes beneficiados pelo PROUNI

que concluíram o curso, bem como aqueles com óbice à manutenção do benefício,

com a respectiva identificação do motivo, e,abster-se de cobrar mensalidade com

valor integral dos bolsistas do PROUNI.

De 2004 a 2012, a Universidade vem assinando os termos aditivos ao

Programa para a continuidade da oferta de bolsas integrais e parciais.

2.3. O Perfil dos estudantes PROUNI matriculados em 2011

No que se refere à faixa etária dos 878 alunos ingressantes PROUNI, 76,6%

possuem de 17 a 24 anos. Em segundo lugar, com 13,4%, estão os estudantes que

possuem de 25 a 30 anos.

Apesar de o PROUNI atender, em sua maioria, um público jovem, há uma

demanda de 10% de cidadãos na faixa etária de 31 a 40 anos que estão

matriculados como ingressantes.

56

O mesmo pode ser observado quanto ao que se trata dos concluintes

PROUNI, a predominância é de estudantes na faixa etária de 19 a 24 anos,

representando 50,2%, em seguida, os estudantes na faixa etária de 25 a 30 anos,

representando 32,5%.

Desta forma, os dados apresentados vêm ao encontro dos dados do IBGE

2010, que aponta aumento na distribuição dos estudantes, na faixa etária de 18 a 24

anos, matriculados no ensino superior, considerando significativos avanços no

período de 10 anos, a saber: em 1999, os estudantes representavam 22,1%, já em

2009, esse percentual foi para 48,1%.

No que se refere ao sexo, entre os alunos ingressantes e concluintes de

2011, o público predominante é o feminino. O público feminino ingressante

representa 59% contra 41% do público masculino.

O mesmo é observado quando se trata de alunos concluintes. O público

feminino representa 68,4% contra 31,6% do público masculino.

De acordo com o Censo da Educação Superior 2010, no âmbito nacional, as

matrículas contaram com participação, majoritariamente, feminina ao longo do

período de 2001 a 2010. Em 2010, do total de 6.379.299 matrículas, 57,0% são

femininas e, entre os concluintes, a participação feminina é de 60,9% (Censo da

Educação Superior 2010).

Quanto à raça/cor dos ingressantes, 51,8% são brancos, 33,8% são pardos,

11,0% são negros e somente 1,1% são amarelos. Dos concluintes, 56,9% são

brancos, 29,2% são pardos, 10% são negros e 1% é amarelo.

Se estabelecermos uma comparação entre os dados apresentados e os

dados do IBGE, no que se refere a raça/cor, observa-se que há confluência. No

âmbito nacional, em 2009, os jovens de 18 a 24 anos que cursarvam o nível superior

eram 62% brancos, contra 31,8% de pardos e 28,2% de pretos. Em relação à

população de 25 anos ou mais, com o ensino superior concluido, houve crescimento

na proporção de pretos (2,3,% em 1999 para 4,7% em 2009) e pardos de (2,3% para

5,3%). No mesmo período, o percentual de brancos com diploma passou de 9,8%

para 15% (Síntese de Indicadores Sociais 2010).

57

Em relação ao estado civil, mais uma vez, os dados entre ingressantes e

concluintes se assemelham. Os alunos PROUNI, ingressantes e concluintes, são,

majoritamente, solteiros, dos quais representam 78% e 79,9%, respectivamente.

De acordo com o IBGE, a idade com que o homem e a mulher se casam tem

subido gradativamente nos últimos anos. Os homens solteiros que se casaram com

mulheres solteiras tinham 29 anos, em média, e as mulheres 26 anos, um ano a

mais quando comparado com 2005 e dois anos a mais em relação a 2000 (Síntese

dos Indicadores Sociais, 2010).

Essa mudança está relacionada a questões sociais O país passa por um processo de transição demográfica. As mulheres postergam a maternidade e tanto homens como mulheres adiam o casamento em função do que a vida contemporânea e o mercado de trabalho exigem. Essas mudanças não são isoladas, ou seja, não dependem apenas de uma escolha individual porque estão inseridas nas mudanças sociais pelas quais o país está passando11.

No que se refere à distribuição de alunos por campi, o campus com maior

número de alunos PROUNI é o campus A, o mais antigo. Dos 1087 alunos

ingressantes e concluintes matriculados em 2011, 63,8% são ingressantes e 63,6%

são concluintes. Isso deve-se ao fato de ser o campus com maior número de cursos

e vagas.

Campus

A

Campus

B

Campus

C

Campus

D

Ingressante Concluinte Ingressante Concluinte Ingressante Concluinte Ingressante Concluinte

63,78% 63,64% 25,63% 29,67% 7,86% 6,22% 2,73% 0,48%

Tabela 1 – Distribuição de alunos PROUNI por campus

11

http://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2011/11/30/casamentos-aumentam-mas-homens-e-mulheres-preferem-casar-mais-tarde.htm, acesso em 13.03.2012

58

CAPÍTULO 3

A PERCEPÇÃO DOS ESTUDANTES

3.1 O Perfil dos alunos beneficiários

Para conhecermos o perfil pessoal dos alunos que participaram da pesquisa,

dividimos o referido perfil nas seguintes subcategorias: faixa etária, sexo, raça/cor,

estado civil, residência, campus que estuda, transporte utilizado e tempo médio para

chegar à Universidade.

No que se refere à faixa etária, dos 16,17% de estudantes ingressantes que

participaram da pesquisa, 41,55% possuem entre 17 e 19 anos de idade. Embora

não se possa afirmar, é possível que os egressos de escolas públicas e de escolas

particulares (bolsistas) realizam o ENEM no último ano do ensino médio na tentativa

de ingressarem, por meio do PROUNI, na educação superior.

No que se refere aos concluintes, a pesquisa apontou que 38,89% possuem

de 20 a 22 anos de idade. Este dado sugere concluir que o PROUNI é um programa

que atende um público jovem.

O Censo da Educação Básica 2010 registrou o total de 8.357.675 alunos

matriculados no ensino médio. Desde a criação do PROUNI, em 2005, até 2012, o

Programa inseriu, nos cursos de graduação, um milhão de estudantes. Este dado

Tabela 2 - Faixa etária (ingressantes)

Ingressantes Qtde. Percentagem

entre 17 a 19 anos 59 41,55%

entre 20 a 22 anos 32 22,54%

entre 23 a 25 anos 16 11,27%

entre 26 a 30 anos 10 7,04%

entre 31 a 40 anos 18 12,68%

mais de 40 anos 7 4,93%

Sem resposta 0 0,00%

Total 142 100,00%

Tabela 3 - Faixa etária (concluintes)

Concluintes Qtde. Percentagem

entre 17 a 19 anos 2 3,70%

entre 20 a 22 anos 21 38,89%

entre 23 a 25 anos 11 20,37%

entre 26 a 30 anos 12 22,22%

entre 31 a 40 anos 7 12,96%

mais de 40 anos 1 1,85%

Sem resposta 0 0,00%

Total 54 100,00%

59

nos mostra que o PROUNI é ainda um Programa insuficiente no que se refere à

inserção de jovens no ensino superior.

Costa (2008, p. 121) aponta:

O Programa Universidade para Todos surge como uma destas mudanças significativas que ainda necessita de um aprimoramento e uma ampliação, no intuito de garantir que mais jovens possam ter acesso à universidade, como forma de inverter uma realidade muito aquém das necessidades da juventude em ter acesso à educação.

Observa-se que 12,96% dos ingressantes possuem idade de 31 a 40 anos, o

que sugere a existência de uma parcela pequena de cidadãos desta faixa etária

buscando, no PROUNI, uma oportunidade de obter um diploma de curso de nível

superior, a fim de ingressar no mercado de trabalho e/ou a busca por melhores

condições de vida.

No que se refere ao sexo dos alunos matriculados, no âmbito nacional, o

Censo da Educação Superior 2010 aponta que as matrículas contaram com a

participação, majoritariamente, feminina, as ingressantes representaram 57% e as

concluintes 60%.

Esta expressiva representatividade de mulheres no ensino superior se

confirma com o resultado desta pesquisa. Na universidade pesquisada, 67,61% e

68,52% das ingressantes e concluintes, respectivamente, são do sexo feminino.

Rosemberg e Andrade (2008) explicam o fenômeno da representatividade

feminina:

(...) a expressiva representatividade de mulheres no ensino superior, no Brasil, não é algo recente, isto se observa desde a década de 1950 e uma forma de interpretar esta diferença é que mulheres, mais que homens, "tentaram a sorte", seriam mais pró-ativas ou evidenciaram uma "energia suplementar" no prosseguimento de sua escolaridade superior.

Tabela 4 - Sexo (ingressantes)

Ingressantes Qtde. Percentagem

masculino 46 32,39%

feminino 96 67,61%

Sem resposta 0 0,00%

Total 142 100,00%

Tabela 5 – Sexo (concluintes)

Concluintes Qtde. Percentagem

masculino 17 31,48%

feminino 37 68,52%

Sem resposta 0 0,00%

Total 54 100,00%

60

Em relação à raça/cor, os dados apontam que os brancos ainda representam

vantagem em relação aos pardos e pretos.

No âmbito nacional, o crescimento da proporção da população que se declara

preta e parda aumentou nos últimos dez anos. Segundo o IBGE, o referido aumento

é atribuído à recuperação da identidade racial. Em 1999, os que se declararam

pretos e pardos, respectivamente, eram 5,4% e 40%; em 2009, eram 6,9% e 44,2%.

O IBGE explica que, independentemente desse possível resgate da

identidade racial por parte da população de cores preta e parda, a situação de

desigualdade que sofrem os grupos historicamente desfavorecidos subsiste. Um dos

indicadores é, em 2009, a população branca de 15 anos ou mais tem, em média, 8,4

anos de estudo, enquanto os pretos e pardos têm 6,7 anos de estudo.

Os dados do IBGE mostram uma confluência com os dados da universidade

pesquisada, no que se refere à situação de desigualdade do grupo de pretos e

pardos. Levando-se em consideração que, dos alunos PROUNI integrantes desta

pesquisa, 54,23% de ingressantes e 59,26% de concluintes são brancos, os

ingressantes negros representam 12,68% e os pardos 32,39% e os concluintes

negros representam 11,11% e pardos 29,63%.

Apesar de o negro ainda apresentar desvantagem no ingresso e na conclusão

na Educação Superior, o PROUNI pode ser considerado uma política de ação

afirmativa de inclusão de negros e pobres, em virtude de as bolsas serem

concedidas levando-se em conta a renda per capita familiar e a reserva de bolsas às

pessoas com deficiência e aos autodeclarados pardos ou pretos, conforme artigos 1º

e 7º da Lei nº 11.096, de 13.01.2005.

Tabela 6 - Raça/cor (ingressantes)

Ingressantes Qtde. Percentagem

parda 46 32,39%

branca 77 54,23%

negra 18 12,68%

amarela 1 0,70%

indígena 0 0,00%

Sem resposta 0 0,00%

Total 142 100,00%

Tabela 7 - Raça/cor (concluintes)

Concluintes Qtde. Percentagem

parda 16 29,63%

branca 32 59,26%

negra 6 11,11%

amarela 0 0,00%

indígena 0 0,00%

Sem resposta 0 0,00%

Total 54 100,00%

61

Art. 1o Fica instituído, sob a gestão do Ministério da Educação, o Programa Universidade para Todos - PROUNI, destinado à concessão de bolsas de estudo integrais e bolsas de estudo parciais de 50% (cinqüenta por cento) ou de 25% (vinte e cinco por cento) para estudantes de cursos de graduação e seqüenciais de formação específica, em instituições privadas de ensino superior, com ou sem fins lucrativos.

§ 1o A bolsa de estudo integral será concedida a brasileiros não portadores de diploma de curso superior, cuja renda familiar mensal per capita não exceda o valor de até 1 (um) salário-mínimo e 1/2 (meio) (grifo nosso).

§ 2o As bolsas de estudo parciais de 50% (cinqüenta por cento) ou de 25% (vinte e cinco por cento), cujos critérios de distribuição serão definidos em regulamento pelo Ministério da Educação, serão concedidas a brasileiros não-portadores de diploma de curso superior, cuja renda familiar mensal per capita não exceda o valor de até 3 (três) salários-mínimos, mediante critérios definidos pelo Ministério da Educação (grifo nosso).

Art. 7o As obrigações a serem cumpridas pela instituição de ensino superior serão previstas no termo de adesão ao Prouni, no qual deverão constar as seguintes cláusulas necessárias:

I - proporção de bolsas de estudo oferecidas por curso, turno e unidade, respeitados os parâmetros estabelecidos no art. 5o desta Lei;

II - percentual de bolsas de estudo destinado à implementação de políticas afirmativas de acesso ao ensino superior de portadores de deficiência ou de autodeclarados indígenas e negros (grifo nosso).

§ 1o O percentual de que trata o inciso II do caput deste artigo deverá ser, no mínimo, igual ao percentual de cidadãos autodeclarados indígenas, pardos ou pretos, na respectiva unidade da Federação, segundo o último censo da Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE (grifo nosso).

Quando perguntado aos alunos pesquisados sobre o estado civil, os dados

apontam que são predominantemente solteiros, tanto ingressantes quanto

concluintes. Ocorre uma diferença de 3 pontos percentuais entre ingressantes e

concluintes. Os casados estão na ordem de 16,66%. Houve a diferença de 4 pontos

percentuais entre ingressantes e concluintes.

62

Segundo a Comissão Econômica das Nações Unidas para a Europa, o

casamento tornou-se menos central na conformação da vida das pessoas,

diferentemente do que ocorria em um passado recente, por vezes caracterizado pelo

preconceito em relação às pessoas que não se casavam. As uniões consensuais

aumentaram e as separações conjugais também. O aumento da mobilidade espacial

permite aos indivíduos maior liberdade na escolha de onde morar, o que pode

provocar um aumento do desejo de preservar sua independência (Síntese de

Indicadores Sociais – Uma análise das Condições de Vida da População Brasileira,

2010).

Quanto ao local de residência dos alunos, 74,65% dos ingressantes e 72,22%

dos concluintes residem na zona Leste. Esta predominância deve-se ao fato da

Universidade possuir o maior número de vagas e cursos nos campi A e B,

atendendo a população dos bairros próximos.

Tabela 8 – Estado civil (ingressantes)

Ingressantes Qtde. Percentagem

solteiro(a) 107 75,35%

casado(a) 21 14,79%

desquit/divorc. 6 4,23%

viúvo(a) 0 0,00%

vive c/companheiro 8 5,63%

Sem resposta 0 0,00%

Total 142 100,00%

Tabela 9 - Estado civil (concluintes)

Concluintes Qtde. Percentagem

solteiro(a) 39 72,22%

casado(a) 10 18,52%

desquit/divorc 1 1,85%

viúvo(a) 0 0,00%

vive c/ companheiro 4 7,41%

Sem resposta 0 0,00%

Total 54 100,00%

Tabela 10 - Residência (ingressantes)

Ingressantes Qtde. Percentagem

zona Leste 106 74,65%

zona Oeste 2 1,41%

zona Sul 11 7,75%

zona Norte 4 2,82%

zona Central 1 0,70%

outros municípios 18 12,68%

Sem resposta 0 0,00%

Total 142 100,00%

Tabela 11 - Residência (concluintes)

Concluintes Qtde. Percentagem

zona Leste 39 72,22%

zona Oeste 1 1,85%

zona Sul 1 1,85%

zona Norte 4 7,41%

zona Central 1 1,85%

outros municípios 8 14,81%

Sem resposta 0 0,00%

Total 54 100,00%

63

O fato de a maioria dos alunos estudarem e residirem na mesma região de

São Paulo próxima à Universidade não exclui as dificuldades que os mesmos

possuem no que se refere à locomoção. Estas dificuldades estão relacionadas à

obtenção de meios para pagamento do transporte público, como pode ser observado

na seção 3.1.2.

A pesquisa revela que 59,15% dos ingressantes e 55,56% dos concluintes

PROUNI estudam no campus A e 29,58% dos ingressantes e 33,33% dos

concluintes estudam no campus B. Estes dados vêm ao encontro do maior

percentual de alunos residirem na zona leste.

As maiores percentagens de alunos PROUNI matriculados são dos campi A e

B, que se justificam considerando que, no ano de 2011, das 1347 vagas oferecidas,

1069 vagas estavam distribuídas nos campi A e B, na zona Leste, e 278 vagas

estavam distribuídas nos campi C e D, nas zonas Central e Oeste.

Quanto ao meio de transporte, o ônibus é o mais utilizado para o

deslocamento à Universidade. A pesquisa apontou que 65,49% dos ingressantes e

57,41% dos concluintes utilizam o referido meio de transporte.

Tabela 12 - Campus da universidade

(ingressantes)

Ingressantes Qtde. Percentagem

Campus A 84 59,15%

Campus B 42 29,58%

Campus C 11 7,75%

Campus D 5 3,52%

Sem resposta 0 0,00%

Total 142 100,00%

Tabela 13 - Campus da universidade

(concluintes)

Concluintes Qtde. Percentagem

Campus A 30 55,56%

Campus B 18 33,33%

Campus C 5 9,26%

Campus D 1 1,85%

Sem resposta 0 0,00%

Total 54 100,00%

64

A grande maioria dos alunos PROUNI não possui veículo próprio, conforme

as tabelas 14 e 15, e a obtenção de meios para o pagamento das tarifas de ônibus é

apontada como uma das três principais dificuldades dos alunos, como poderá ser

observado adiante.

No que se refere à média de tempo para chegar à Universidade, os dados

revelam que os ingressantes gastam menos tempo, comparando com os

concluintes. Enquanto 38,73% dos ingressantes gastam, em média, de 31 a 60

minutos, 31,48% dos concluintes gastam, em média, de 61 a 90 minutos.

Tabela 14 - Meio de transporte

(ingressantes)

Ingressantes Qtde. Percentagem

veículo próprio 5 3,52%

metrô 7 4,93%

ônibus 93 65,49%

carona 6 4,23%

ônibus mais metrô 23 16,20%

lotação 5 3,52%

nenhum (a pé). 3 2,11%

Sem resposta 0 0,00%

Total 142 100,00%

Tabela 15 - Meio de transporte

(concluintes)

Concluintes Qtde. Percentagem

veículo próprio 5 9,26%

metrô 0 0,00%

ônibus 31 57,41%

carona 2 3,70%

ônibus mais metrô 13 24,07%

lotação 0 0,00%

nenhum (a pé) 3 5,56%

Sem resposta 0 0,00%

Total 54 100,00%

Tabela 16 – Tempo médio para vir à

Universidade (ingressantes)

Ingressantes Qtde. Percentagem

até 15 minutos 15 10,56%

de 16 a 30 minutos 30 21,13%

de 31 a 60 minutos 55 38,73%

de 61 a 90 minutos 29 20,42%

mais de 90 minutos. 13 9,15%

Sem resposta 0 0,00%

Total 142 100,00%

Tabela 17 – Tempo médio para vir à

Universidade (concluintes)

Concluintes Qtde. Percentagem

até 15 minutos 7 12,96%

de 16 a 30 minutos 11 20,37%

de 31 a 60 minutos 14 25,93%

de 61 a 90 minutos 17 31,48%

mais de 90 minutos 5 9,26%

Sem resposta 0 0,00%

Total 54 100,00%

65

Embora não se possa afirmar, é possível que os concluintes gastem mais

tempo para chegar à Universidade considerando o fato de o ingresso na Educação

Superior ter oportunizado também o ingresso no mercado de trabalho. Ressalta-se

que há mais evidências desta possibilidade na análise dos dados coletados.

Para conhecermos o perfil familiar dos alunos que participaram da pesquisa,

dividimos o perfil dos estudantes nas seguintes subcategorias: Residência, Situação

profissional do pai, Situação profissional da mãe, Situação Profissional do

cônjuge/companheiro, Formação escolar do pai, Formação escolar da mãe e

Formação escolar do companheiro/cônjuge.

Os dados relativos à residência dos alunos apontam que a maioria, tanto de

ingressantes quanto de concluintes, reside com os pais. Se relacionarmos os dados

referentes a estado civil e residência, embora não possamos afirmar, é possível que,

por serem solteiros, moram com os pais.

Sampaio e Cardoso (2003) argumentam que “o trabalho do estudante não lhe

confere autonomia de residência”, isto porque “o trabalho não os torna

independentes financeiramente da família”. Esta informação foi confirmada entre os

alunos pesquisados. Se compararmos a média entre ingressantes e concluintes que

trabalham e residem com os pais, dos 69% dos estudantes que trabalham 62%

moram os pais.

Tabela 18 - Residência (ingressantes)

Ingressantes Qtde. Percentagem

sozinho 5 3,52%

com os pais 90 63,38%

com outros familiares 14 9,86%

com amigos 1 0,70%

com o cônjuge 25 17,61%

com filho(s) 4 2,82%

Sem resposta 3 2,11%

Total 142 100,00%

Tabela 19 - Residência (concluintes)

Concluintes Qtde. Percentagem

sozinho 1 1,85%

com os pais 33 61,11%

com outros familiares 4 7,41%

com amigos 1 1,85%

com cônjuge 13 24,07%

com filho(s) 2 3,70%

Sem resposta 0 0,00%

Total 54 100,00%

66

No que se refere à situação profissional dos pais dos ingressantes, a

pesquisa revela que as três maiores percentagens são: autonomo, assalariados em

empresas privadas e aposentados, conforme pode-se ver na tabela 20.

Já as mães dos ingressantes são predominantemente donas de casa,

representando 31,69%. Apenas 20,42% são assalariadas em empresa privada. A

categoria aposentada representou 10,56%.

Os fatores relativos à situação profissional dos pais podem influenciar na luta

por uma vaga na educação superior e na busca de uma realidade de vida diferente,

como apontam Pimentel e Paiano (2012, p. 11):

O Prouni é percebido como oportunidade de cursar o ensino superior e conseguir ascensão profissional e social e conseguir ultrapassar a condição social que se encontra seus familiares.

A situação profissional dos pais dos concluintes apresenta uma semelhança

com a dos ingressantes. A maior frequência estatística é que são assalariados em

empresas privadas, em seguida, a maior percentagem é de que são aposentados.

Houve um empate na estatística entre autônomos e desempregados.

Tabela 20 - Situação profissional do pai

(ingressantes)

Ingressantes Qtde. Percentagem

autônomo 31 21,83%

assalariado em emp.privada 29 20,42%

assalariado em inst.pública 6 4,23%

empresário 2 1,41%

aposentado 24 16,90%

sem ativ. profis. no momento 16 11,27%

vive de rendas 0 0,00%

desconheço 13 9,15%

falecido 18 12,68%

Sem resposta 3 2,11%

Total 142 100,00%

Tabela 21 - Situação profissional da mãe

(ingressantes)

Ingressantes Qtde. Percentagem

autônoma 13 9,15%

assalariada em emp. privada 29 20,42%

assalariada em inst. pública 11 7,75%

Empresária 2 1,41%

dona de casa 45 31,69%

sem ativ. profis. no momento 11 7,75%

vive de rendas 0 0,00%

aposentada 15 10,56%

desconheço 5 3,52%

falecida. 8 5,63%

Sem resposta 3 2,11%

Total 142 100,00%

67

A ordem relativa à situação profissional das mães dos concluintes é idêntica

comparada às mães dos ingressantes. São donas de casas, representando 1/3, e

apenas 25,93% são assalariadas em empresas privadas.

Os dados apontam que a maioria dos alunos PROUNI são solteiros e residem

com os pais e não possuem cônjuge/companheiro.

Tabela 22 - Situação profissional do pai (concluintes)

Concluintes Qtde. Percentagem

autônomo 7 12,96%

assalariado em emp. privada 14 25,93%

assalariado em inst. pública 1 1,85%

empresário 1 1,85%

aposentado 12 22,22%

sem ativid. profis. no momento 7 12,96%

vive de rendas 1 1,85%

desconheço 4 7,41%

falecido. 6 11,11%

Sem resposta 1 1,85%

Total 54 100,00%

Tabela 23 - Situação profissional da mãe (concluintes)

Concluintes Qtde. Percentagem

autônoma 6 11,11%

assalariada em emp.privada 14 25,93%

assalariada em inst. pública 3 5,56%

empresária 1 1,85%

dona de casa 18 33,33%

sem ativid, profis. no momento 4 7,41%

vive de rendas 1 1,85%

aposentada 3 5,56%

desconheço 0 0,00%

falecida 3 5,56%

Sem resposta 1 1,85%

Total 54 100,00%

Tabela 24 - Situação profissional do(a)

cônjuge/companheiro(a) (ingressantes)

Ingressantes Qtde. Percentagem

autônomo(a) 6 4,23%

assalariado(a) em emp. privada 14 9,86%

assalariado(a) em inst. pública 5 3,52%

empresário(a) 0 0,00%

dona de casa 3 2,11%

aposentado(a) 1 0,70%

sem atividade profissional 5 3,52%

falecido(a) 0 0,00%

não tem cônjuge/companheiro(a) 105 73,94%

Sem resposta 3 2,11%

Total 142 100,00%

Tabela 25 - Situação profissional do(a)

cônjuge/companheiro(a) (concluintes)

Concluintes Qtde. Percentagem

autônomo(a) 3 5,56%

assalariado(a) em emp. privada 9 16,67%

assalariado(a) em inst. pública 2 3,70%

empresário(a) 0 0,00%

dona de casa 3 5,56%

aposentado(a) 0 0,00%

sem atividade profissional 1 1,85%

falecido(a) 0 0,00%

não tem cônjuge/companheiro(a) 35 64,81%

Sem resposta 1 1,85%

Total 54 100,00%

68

Dos alunos que tem cônjuge/companheiro, a pesquisa revela ainda a segunda

maior percentagem da situação profissional de que são assalariados em empresas

privadas.

Nas tabelas 26 a 29 podem ser observadas as formações escolares do pai e

da mãe dos alunos PROUNI ingressantes e concluintes da Universidade

pesquisada. A maior percentagem revela que os pais possuem o Ensino Básico

Incompleto. A segunda maior frequência estatística aponta para o Ensino Médio

completo dos pais.

Tabela 26 - Formação escolar do pai (ingressantes)

Ingressantes Qtde. Percentagem

Ensino Básico incompleto 54 38,03%

Ensino Básico completo 12 8,45%

Ensino Médio incompleto 7 4,93%

Ensino Médio completo 40 28,17%

Superior incompleto 6 4,23%

Superior completo 2 1,41%

Pós-graduação 1 0,70%

nenhuma 5 3,52%

desconheço 12 8,45%

Sem resposta 3 2,11%

Total 142 100,00%

Tabela 27 - Formação escolar da mãe (ingressantes)

Ingressantes Qtde. Percentagem

Ensino Básico incompleto 51 35,92%

Ensino Básico completo 16 11,27%

Ensino Médio incompleto 6 4,23%

Ensino Médio completo 49 34,51%

Superior incompleto 3 2,11%

Superior completo 8 5,63%

Pós-graduação 0 0,00%

nenhuma 2 1,41%

desconheço 4 2,82%

Sem resposta 3 2,11%

Total 142 100,00%

Tabela 28 - Formação escolar do pai (concluintes)

Concluintes Qtde. Percentagem

Ensino Básico incompleto 20 37,04%

Ensino Básico completo 4 7,41%

Ensino Médio incompleto 4 7,41%

Ensino Médio completo 12 22,22%

Superior incompleto 4 7,41%

Superior completo 3 5,56%

Pós-graduação 1 1,85%

nenhuma 1 1,85%

desconheço 4 7,41%

Sem resposta 1 1,85%

Total 54 100,00%

Tabela 29 - Formação escolar da mãe (concluintes)

Concluintes Qtde. Percentagem

Ensino Básico incompleto 17 31,48%

Ensino Básico completo 6 11,11%

Ensino Médio incompleto 5 9,26%

Ensino Médio completo 14 25,93%

superior incompleto 4 7,41%

superior completo 5 9,26%

pós-graduação 1 1,85%

nenhuma 1 1,85%

desconheço 0 0,00%

Sem resposta 1 1,85%

Total 54 100,00%

69

Este dado possibilita confirmar a baixa cultura da formação superior entre os

familiares dos estudantes pesquisados.

Os quesitos das tabelas 30 e 31 confirmaram, mais uma vez, que a maioria

dos ingressantes e concluintes não possuem cônjuge/companheiro. Observa-se que,

dos alunos que têm cônjuges/companheiros, a maior frequência estatística de

formação escolar é o Ensino Médio Completo.

Para conhecermos o perfil educacional dos alunos que participaram da

pesquisa, dividimos o perfil dos estudantes nas seguintes subcategorias: Curso

anterior e Ensino médio.

No que se refere ao curso realizado anterior ao ingresso na educação

superior, a pesquisa revela que os ingressantes e concluintes são egressos dos

Ensinos Médio Regular e Técnico.

Tabela 30 – Formação escolar do(a) cônjuge/companheiro(a) (ingressantes)

Ingressantes Qtde. Percentagem

Ensino Básico incompleto 8 5,63%

Ensino Básico completo 2 1,41%

Ensino Médio incompleto 3 2,11%

Ensino Médio completo 12 8,45%

Superior incompleto 3 2,11%

Superior completo 4 2,82%

Pós-graduação 0 0,00%

não tem cônj./companheiro(a) 104 73,24%

nenhuma das anteriores 3 2,11%

Sem resposta 3 2,11%

Total 142 100,00%

Tabela 31 – Formação escolar do(a) cônjuge/companheiro(a) (concluintes)

Concluintes Qtde. Percentagem

Ensino Básico incompleto 0 0,00%

Ensino Básico completo 0 0,00%

Ensino Médio incompleto 1 1,85%

Ensino Médio completo 9 16,67%

Superior incompleto 4 7,41%

Superior completo 3 5,56%

Pós-graduação 1 1,85%

não tem cônj./companheiro(a) 34 62,96%

nenhuma das anteriores 1 1,85%

Sem resposta 1 1,85%

Total 54 100,00%

70

Há também alunos entre os ingressantes e concluintes que possuem o

Superior Incompleto. Estes alunos vêem no PROUNI a oportunidade para a

conclusão do Ensino Superior.

Observa-se que 4 alunos na tabela 33 alegaram que o curso anterior é o

Superior Completo. Considerando que o PROUNI é um programa para quem não

possui educação superior e a amostra desta pesquisa são alunos de 2011, os 4

alunos responderam a pesquisa em fevereiro de 2012, quando, na realidade já eram

concluintes da Universidade pesquisada.

Foi questionado também a respeito da realização do ensino médio pelos

alunos PROUNI, 96,48% dos ingressantes e 92,59% dos concluintes estudaram em

escola pública. Assim, os alunos bolsistas são, majoritariamente, oriundos de

escolas públicas.

Tabela 33 - Curso anterior (concluintes)

Concluintes Qtde. Percentagem

Ensino Médio Regular 30 55,56%

Ensino Médio Técnico 13 24,07%

Supletivo 2 3,70%

Superior Incompleto 3 5,56%

Superior Completo 4 7,41%

Sem resposta 2 3,70%

Total 54 100,00%

Tabela 32 - Curso anterior (ingressantes)

Ingressantes Qtde. Percentagem

Ensino Médio Regular 96 67,61%

Ensino Médio Técnico 24 16,90%

Supletivo 10 7,04%

Superior Incompleto 9 6,34%

Superior Completo 0 0,00%

Sem resposta 3 2,11%

Total 142 100,00%

Tabela 34 - Ensino Médio (ingressantes)

Ingressantes Qtde. Percentagem somente em escola particular (com bolsa) 2 1,41%

somente em escola pública 137 96,48%

maior parte em escola particular 0 0,00%

maior parte em escola pública 0 0,00%

Sem resposta 3 2,11%

Total 142 100,00%

Tabela 35 - Ensino Médio (concluintes)

Concluintes Qtde. Percentagem somente em escola particular (com bolsa) 2 3,70%

somente em escola pública 50 92,59%

maior parte em escola particular 0 0,00%

maior parte em escola pública 0 0,00%

Sem resposta 2 3,70%

Total 54 100,00%

71

Somente 1,41% dos ingressantes e 3,70% dos concluintes estudaram em

escola particular na condição de bolsista, considerando que, para atender aos

critérios estabelecidos pelo PROUNI, previstos na Lei 11.096/2005, no artigo 2º,

inciso I, a bolsa é destinada a estudante que tenha cursado o ensino médio

completo em escola da rede pública ou em instituições privadas na condição de

bolsista integral.

Estes dados confirmam que o PROUNI atende os jovens cujo perfil esteja de

acordo com os requisitos de perfil socioeconômico estabelecido na Lei nº

11.096/2005, para a obtenção da bolsa integral e parcial.

Para conhecermos o perfil profissional dos alunos que participaram da

pesquisa, dividimos o perfil dos estudantes nas seguintes subcategorias: Situação

profissional, Região que trabalha, Tempo de trabalho, Atividade relacionada ao

curso e Educação superior por meio do PROUNI.

Em relação à situação profissional dos alunos ingressantes, 52,82% alegaram

que são assalariados em empresa privada; 9,86% são assalariados em instituição

pública e 27,46% estão a procura de emprego.

Dos alunos concluintes, 57,41% alegaram que são assalariados em empresa

privada; 11,11% são assalariados em instituição pública e 22,22% estão a procura

de emprego.

Tabela 36 - Situação profissional (ingressantes)

Ingressantes Qtde. Percentagem

autônomo 3 2,11%

assalariado em empresa privada 75 52,82%

empresário 0 0,00%

aposentado 0 0,00%

assalariado em instituição pública 14 9,86%

à procura de emprego 39 27,46%

nunca trab. e não está procurando 6 4,23%

Sem resposta 5 3,52%

Total 142 100,00%

Tabela 37 - Situação profissional (concluintes)

Concluintes Qtde. Percentagem

autônomo 2 3,70%

assalariado em empresa privada 31 57,41%

empresário 1 1,85%

aposentado 0 0,00%

assalariado em instituição pública 6 11,11%

à procura de emprego 12 22,22%

nunca trab. e não está procurando 0 0,00%

Sem resposta 2 3,70%

Total 54 100,00%

72

Observa-se que há uma diferença de 5 pontos percentuais, entre

ingressantes e concluintes, dos que são assalariados em empresas privadas e uma

redução em 5 pontos percentuais dos que estão a procura de emprego.

Embora não se possa afirmar, é possível que a Educação Superior possa ter

contribuído para a obtenção de emprego/estágio no caso dos concluintes.

A pesquisa revela que 40% dos alunos ingressantes e concluintes atuam

profissionalmente na região da Zona Leste. Considerando que a maioria das vagas

PROUNI da Universidade pesquisada é dos campi localizados na referida região,

este fato parece facilitar a locomoção entre a Universidade e a Residência dos

alunos.

No que se refere ao tempo de trabalho dos ingressantes, 29,58% trabalham a

menos de 1 ano, considerando que para esta amostra foram selecionados alunos de

1º e 2º semestres, é possível que estes alunos tenham iniciado a vida profissional

com o ingresso no Ensino Superior.

Embora não se possa afirmar, é possível que os concluintes trabalhem na

área em que estudaram se considerarmos que o curso de graduação tem duração

de 2 a 5 anos e a informação da tabela 41, que aponta que 48,15% dos concluintes

trabalham a mais de 3 anos, e a informação da tabela 43, que revela que 53,7%

exerce atividade relacionada ao curso.

Tabela 38 - Região que trabalha

(ingressantes)

Ingressantes Qtde. Percentagem

zona Leste 58 40,85%

zona Oeste 7 4,93%

zona Sul 12 8,45%

zona Norte 8 5,63%

zona Central 24 16,90%

outros municípios 28 19,72%

Sem resposta 5 3,52%

Total 142 100,00%

Tabela 39 - Região que trabalha

(concluintes)

Concluíntes Qtde. Percentagem

zona Leste 22 40,74%

zona Oeste 3 5,56%

zona Sul 7 12,96%

zona Norte 4 7,41%

zona Central 7 12,96%

outros municípios 9 16,67%

Sem resposta 2 3,70%

Total 54 100,00%

73

O que pode ser observado entre as tabelas 42 e 43 é que há uma diferença

de 21 pontos percentuais entre concluintes e ingressantes que exercem atividade

profissional relacionada ao curso. No que se refere aos ingressantes, apesar de

42,25% dos alunos não exercerem atividades relacionadas ao curso, 32,39%

alegaram exercer atividade relacionada ao curso.

Desta forma, estes dados levam ao entendimento de que o ingresso na

Educação Superior pode ter possibilitado os alunos concluintes a exercerem

atividade relacionada ao curso, considerando que 53,7% dos que responderam ao

questionário alegaram que atuam profissionalmente no curso escolhido.

Como pode ser observado nas tabelas 44 e 45, embora não possa ser

afirmado, é possível que o fato do aluno estar no Ensino Superior, por meio do

PROUNI, possibilitou aos alunos ingressantes e concluintes: ingressar no estágio

profissional e no mercado de trabalho.

Tabela 40 – Tempo de trabalho

(ingressantes)

Ingressantes Qtde. Percentagem

há menos de um ano 42 29,58%

de um a dois anos 32 22,54%

de dois a três anos 11 7,75%

mais de três anos 33 23,24%

nunca trabalhou 19 13,38%

Sem resposta 5 3,52%

Total 142 100,00%

Tabela 41 - Tempo de trabalho

(concluintes)

Concluíntes Qtde. Percentagem

há menos de um ano 11 20,37%

de um a dois anos 7 12,96%

de dois a três anos 6 11,11%

mais de três anos 26 48,15%

nunca trabalhou 2 3,70%

Sem resposta 0 3,70%

Total 54 100,00%

Tabela 42 - Atividade relacionada ao

curso (ingressantes)

Ingressantes Qtde. Percentagem

sim 46 32,39%

não 60 42,25%

não exerce ativ. profis. 31 21,83%

Sem resposta 5 3,52%

Total 142 100,00%

Tabela 43 - Atividade relacionada ao

curso (concluintes)

Concluíntes Qtde. Percentagem

sim 29 53,70%

não 18 33,33%

não exerce ativ. profis. 5 9,26%

Sem resposta 0 3,70%

Total 54 100,00%

74

Há que se destacar que há uma diferença de 16 pontos percentuais em que

os concluintes mudaram de cargo e salário, comparando aos ingressantes.

É possível afirmar a importância do estágio para a formação profissional em

virtude de ser um processo de aprendizagem indispensável a um profissional que

deseja estar preparado para enfrentar os desafios de uma carreira. O estágio é a

oportunidade de assimilar a teoria e a prática e conhecer a realidade do dia-a-dia.

A Lei nº 11.788/2008, define o estágio de estudantes:

Art. 1o - Estágio é ato educativo escolar supervisionado, desenvolvido no ambiente de trabalho, que visa à preparação para o trabalho produtivo de educandos que estejam freqüentando o ensino regular em instituições de educação superior, de educação profissional, de ensino médio, da educação especial e dos anos finais do ensino fundamental, na modalidade profissional da educação de jovens e adultos.

§ 1o - O estágio faz parte do projeto pedagógico do curso, além de integrar o itinerário formativo do educando.

§ 2o - O estágio visa ao aprendizado de competências próprias da atividade profissional e à contextualização curricular, objetivando o desenvolvimento do educando para a vida cidadã e para o trabalho.

Art. 2o - O estágio poderá ser obrigatório ou não-obrigatório, conforme determinação das diretrizes curriculares da etapa, modalidade e área de ensino e do projeto pedagógico do curso.

Tabela 44 - O fato de você estar no Ensino Superior,

por meio do Programa Universidade para Todos

possibilitou-lhe: (ingressantes)

Ingressantes Qtde. Percentagem

estágio 22 15,49%

ingressar no mercado de trabalho 15 10,56%

atuar em área diferente do curso 9 6,34%

mudança de função/cargo 5 3,52%

melhoria salarial 9 6,34%

mudança de cargo e salarial 7 4,93%

ainda não está exerc. ativ. profis. 70 49,30%

Sem resposta 5 3,52%

Total 142 100,00%

Tabela 45 - O fato de você estar no Ensino Superior,

por meio do Programa Universidade para Todos

possibilitou-lhe: (concluintes)

Concluíntes Qtde. Percentagem

estágio 10 18,52%

ingressar no mercado de trabalho 7 12,96%

atuar em área diferente do curso 3 5,56%

mudança de função/cargo 0 0,00%

melhoria salarial 5 9,26%

mudança de cargo e salarial 11 20,37%

ainda não está exerc. ativ. profis. 16 29,63%

Sem resposta 2 3,70%

Total 54 100,00%

75

Para conhecermos a vida acadêmica dos alunos que participaram da

pesquisa, dividimos o perfil dos estudantes nas seguintes subcategorias:

Disponibilidade para estudo, Motivo de escolha do curso, Sentimento em relação à

escolha do curso, Motivo de escolha da Universidade, Dificuldades acadêmicas e

Dificuldades financeiras.

Foi questionado também o tempo que o aluno possui para se dedicar aos

estudos fora da sala de aula.

Os estudantes PROUNI necessitam trabalhar, sem deixar a dedicação aos

estudos, isso porque precisam manter boas notas para a manutenção da bolsa. De

acordo com o Manual do PROUNI, o aproveitamento acadêmico deve ser, no

mínimo, de 75% das disciplinas cursadas em cada período letivo. Um estudante que

cursa quatro disciplinas em um período letivo deverá ser aprovado em, pelo menos,

três disciplinas, o que representa um percentual de aprovação de 75%. Caso seja

aprovado em apenas duas disciplinas, poderá ter a sua bolsa encerrada, visto que

totalizou somente 50% de aproveitamento (Manual do Bolsista PROUNI, 2011).

Como pode ser observada nas tabelas 46 e 47, a maior percentagem entre

ingressantes e concluintes, é a de que se dedicam de uma a cinco horas semanais

aos estudos. Este dado foi confirmado nas respostas de questões abertas, o

reduzido tempo para estudar se justifica em virtude de necessitarem trabalhar para

ajudar a família e suprir os gastos de estudante.

Nesse sentido, pode-se observar que, embora tenham conseguido acesso à

educação superior, os bolsistas PROUNI não têm condições ideais para o estudo,

visto que sua jornada de trabalho é extensa, de acordo com dados coletados.

Tabela 47 – Disponibilidade para estudar (concluintes)

Concluíntes Qtde. Percentagem

de uma a cinco horas semanais 22 40,74%

mais de cinco horas semanais 16 29,63%

apenas nos períodos de provas 8 14,81%

não dispõe de tempo para estudar 2 3,70%

Sem resposta 6 11,11%

Total 54 100,00%

Tabela 46 - Disponibilidade para estudar (ingressantes)

Ingressantes Qtde. Percentagem

de uma a cinco horas semanais 67 47,18%

mais de cinco horas semanais 38 26,76%

apenas nos períodos de provas 15 10,56%

não dispõe de tempo para estudar 9 6,34%

Sem resposta 13 9,15%

Total 142 100,00%

76

O Programa Universidade para Todos possui um benefício denominado bolsa

Permanência. Esta bolsa é atribuída aos estudantes de bolsa integral matriculados

em cursos presenciais com, no mínimo, seis semestres de duração e carga horária

média igual ou superior a seis horas diárias de aula. A referida bolsa é um benefício

com o objetivo exclusivo de custeio das despesas educacionais e o valor é de 300

reais.

Porém, grande parte dos cursos de graduação oferecidos em nível nacional,

incluindo os da Universidade pesquisada, são de quatro horas diárias. Por esta

razão, os alunos PROUNI não têm direito ao benefício da bolsa permanência.

Assim, para custear despesas de alimentação, transporte e materiais didáticos,

estes alunos necessitam contar com o apoio da família e/ou trabalhar para custear

despesas educacionais.

No que se refere à escolha do curso, mais de 70% dos ingressantes e

concluintes alegaram que o principal motivo de escolha do curso está relacionado à

identificação com a área, apenas 11% fizeram a escolha do curso em virtude da

demanda do mercado de trabalho.

Tabela 48 - Motivo de escolha do curso

(ingressantes)

Ingressantes Qtde. Percentagem

indicação em teste vocacional 3 2,11%

identificação com a área 100 70,42%

ascensão profissional/social 8 5,63%

interferência da família/amigos 0 0,00%

mercado de trabalho 15 10,56%

valor da mensalidade 0 0,00%

curso gratuito 3 2,11%

Sem resposta 13 9,15%

Total 142 100,00%

Tabela 49 - Motivo de escolha do curso

(concluintes)

Concluintes Qtde. Percentagem

indicação em teste vocacional 1 1,85%

identificação com a área 39 72,22%

ascensão profissional/social 0 0,00%

interferência da família/ amigos 1 1,85%

mercado de trabalho 6 11,11%

valor da mensalidade 0 0,00%

curso gratuito 1 1,85%

Sem resposta 6 11,11%

Total 54 100,00%

77

É muito positivo que a maioria dos alunos escolheram o curso por se

identificarem com a área, em virtude de confirmar que o PROUNI concede bolsas na

área pretendida de formação, o que vem de encontro com a visão de alguns alunos

observados na coleta de dados.

O propósito do questionamento sobre os sentimentos foi para confirmar o

motivo de escolha do curso.

As tabelas 48 e 49 mostram que os alunos escolheram o curso em virtude de

se identificarem com a área, o que vem ao encontro das informações das tabelas 50

e 51 em que os alunos manifestaram seu sentimento em relação ao curso escolhido.

A pesquisa revelou que a maioria dos alunos ingressantes e concluintes acreditam

que fizeram uma boa escolha do curso.

Tabela 50 – Sentimento em relação ao curso escolhido

(ingressantes)

Ingressantes Qtde. Percentagem

acha que fez uma boa escolha 110 77,46%

tem dúvidas se foi uma boa escolha 8 5,63% acha que não foi a melhor escolha, mas irá até o fim 7 4,93% não foi o curso escolhido, mas cursará para possuir curso superior 2 1,41%

está arrependido, pensando em desistir 2 1,41%

Sem resposta 13 9,15%

Total 142 100,00%

Tabela 51 - Sentimento em relação ao curso escolhido

(concluintes)

Concluintes Qtde. Percentagem

acha que fez uma boa escolha 36 66,67%

tem dúvidas se foi uma boa escolha 7 12,96% acha que não foi a melhor escolha, mas irá até o fim 3 5,56% não foi o curso escolhido, mas cursará para possuir curso superior 1 1,85%

está arrependido, pensando em desistir 1 1,85%

Sem resposta 6 11,11%

Total 54 100,00%

78

Pode-se, mais uma vez, confirmar que os alunos PROUNI estão satisfeitos

com o curso, considerando que, além de haver identificação com a área, fizeram boa

escolha, e a satisfação com o Programa é confirmada na coleta de dados.

As bolsas são distribuídas de acordo com a pontuação no ENEM, porém, na

coleta de dados foi observada que há, por parte de alguns alunos, o entendimento

de que o PROUNI concede bolsas a cursos de menor custo para a Instituição, o que

é um entendimento equivocado, pois as vagas são distribuídas de acordo com a

nota no ENEM e a bolsa de acordo com a renda do candidato.

A busca para conhecer os motivos de escolha da Universidade se deu a fim

de conhecer a expectativa do aluno ingressante, bem como o que este aluno

procura e prioriza para a sua formação.

Os três principais motivos dos ingressantes escolherem a Universidade estão

relacionados: primeiro, à qualidade de ensino; segundo, à localização; e, terceiro, ao

fato de obter bolsa 100% PROUNI.

É possível que tenham classificado a Universidade pesquisada pelo fato da

obtenção da nota 5 no Conceito de Avaliação Institucional pelo Ministério da

Educação, em 2009. Além disso, pode ser atribuído também ao fato de o aluno se

sentir satisfeito com o conhecimento que vem recebendo.

A exigência da qualidade está prevista no artigo 7º, § 4º, da Lei nº

11.096/2005:

Tabela 52 - Motivo(s) de escolha da Universidade. Escolha até 3 alternativas. (ingressantes)

Ingressantes Qtde. Percentagem

metodologia de ensino 25 7,37%

proposta do curso 20 5,90%

qualidade de ensino 82 24,19%

localização 73 21,53%

infraestrutura 19 5,60%

obteve bolsa 100% PROUNI 52 15,34%

valor da mens. (caso dos alunos com bolsas 50% PROUNI) 35 10,32%

é a única na região que oferece o curso escolhido 8 2,36%

recomendação de amigos/familiares 12 3,54%

Sem resposta 13 3,83%

Total 339 100,00%

79

Art. 7o As obrigações a serem cumpridas pela instituição de ensino superior serão previstas no termo de adesão ao Prouni, no qual deverão constar as seguintes cláusulas necessárias:

§ 4o O Ministério da Educação desvinculará do Prouni o curso considerado insuficiente, sem prejuízo do estudante já matriculado, segundo critérios de desempenho do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior - SINAES, por duas avaliações consecutivas, situação em que as bolsas de estudo do curso desvinculado, nos processos seletivos seguintes, deverão ser redistribuídas proporcionalmente pelos demais cursos da instituição, respeitado o disposto no art. 5o desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.509, de 2007 (grifos nossos).

Constitui obrigações das Instituições de Ensino que aderem ao PROUNI zelar

pelas avaliações dos cursos, sob pena do Ministério da Educação; desvincular o

curso do PROUNI, caso haja duas avaliações consecutivas insuficientes.

O segundo motivo para escolha da Universidade é a localização. Os alunos

preferem estudar próximo à residência, como apontado na coleta de dados, que

revelou que cerca de 70% residem na zona Leste, onde há o campus A, que possui

mais vagas em relação aos outros campi.

A busca para conhecer os motivos de escolha da Universidade se deu a fim

de conhecer a opinião do aluno concluinte, bem como estabelecer se há diferença

de opiniões entre os ingressantes, haja vista que o aluno concluinte já possui

vivência na Universidade.

Tabela 53 - Motivo(s) de escolha da Universidade. Escolha até 3 alternativas. (concluintes)

Concluintes Qtde. Percentagem

metodologia de ensino 7 6,03%

proposta do curso 6 5,17%

qualidade de ensino 19 16,38%

localização 28 24,14%

infraestrutura 7 6,03%

obteve bolsa 100% PROUNI 31 26,72%

valor da mens. (caso dos alunos com bolsas 50% PROUNI) 5 4,31%

é a única na região que oferece o curso escolhido 3 2,59%

recomendação de amigos/familiares 10 8,62%

Total 116 100,00%

80

Já os concluintes alegaram ter escolhido a Universidade pelos seguintes

motivos: primeiro, a obtenção de bolsa 100% PROUNI; segundo, a localização; e,

terceiro, a qualidade de ensino.

Se comparada a opinião dos ingressantes com os dos concluintes, nota-se

que há uma inversão na ordem dos motivos que levaram os concluintes a

escolherem a Universidade. Enquanto o primeiro principal motivo dos ingressantes

em escolher a Universidade é a qualidade de ensino, para os concluintes este fator

fica em terceiro lugar.

Não foi possível conhecer a causa da inversão dos motivos de escolha da

Universidade entre os ingressantes e concluintes.

A pesquisa também revelou que as dificuldades de nível financeiro são as

mesmas para ingressantes e concluintes. As três principais dificuldades estão

relacionadas à compra de livros, meio de transporte e alimentação.

Tabela 54 - Dificuldades financeiras (ingressantes)

Ingressantes Qtde. Percentagem

compra de livros 61 30,50%

com alimentação 31 15,50%

meio de transporte 40 20,00%

acesso a internet 3 1,50%

ajuda de custo para xerox 15 7,50%

não teve dificuldade alguma 25 12,50%

nenhuma das alternativas anteriores 12 6,00%

Se resposta 13 6,50%

Total 200 100,00%

Tabela 55 – Dificuldades financeiras (concluintes)

Concluíntes Qtde. Percentagem

compra de livros 21 28,38%

com alimentação 13 17,57%

meio de transporte 16 21,62%

acesso a internet 4 5,41%

ajuda de custo para xerox 6 8,11%

não teve dificuldade alguma 10 13,51%

nenhuma das alternativas anteriores 4 5,41%

Total 74 100,00%

81

Apenas 12% e 13% dos ingressantes e concluintes, respectivamente, não

alegaram dificuldades de ordem financeira.

Carvalho (2006, p.13) identificou essas dificuldades e pronunciou sua dúvida

quanto ao atendimento social pelo PROUNI:

Quanto ao caráter social, há dúvidas quanto a sua efetividade, uma vez que a população de baixa renda não necessita apenas da gratuidade integral ou parcial para estudar, mas de condições que apenas as instituições públicas, ainda, podem oferecer, tais como: moradia estudantil, alimentação subsidiada, assistência médica disponível nos hospitais universitários, bolsas de pesquisas, entre outros.

As dificuldades apresentadas demonstram que há de ser garantido não só o

acesso à universidade, com a gratuidade ou a concessão de bolsa parcial da

mensalidade, mas a permanência destes alunos, já que, para se manterem no

curso, outras exigências são postas, entre as quais os materiais escolares, meio de

transporte e alimentação.

Lambertucci (2007, p. 81) observa que:

Conceberam um programa que oferece bolsas de estudo, oportunidade para muitos de fazer um curso superior, sem, no entanto, prever as condições necessárias para tal. Sabemos que, além da falta de recursos que supram suas necessidades cotidianas dentro e fora da universidade, precisam de um esforço sobre-humano para estudar, para aprender.

Os dados coletados confirmam que os alunos PROUNI carecem de condições

econômicas para se manterem na Universidade, principalmente aqueles que

possuem 50% de bolsa de estudos, conforme será abordado adiante.

Em relação às dificuldades acadêmicas, 46,05% dos ingressantes e 53,70%

dos concluintes declararam não possuí-las durante o curso.

Tabela 56 - Dificuldades acadêmicas (ingressantes)

Ingressantes Qtde. Percentagem

acompanhar o conteúdo das disciplinas do curso escolhido 30 19,74%

sofreu algum tipo de discriminação por ser aluno do PROUNI 6 3,95%

relacionamento com professores 5 3,29%

não teve dificuldade alguma 70 46,05%

nenhuma das alternativas anteriores 28 18,42%

Sem resposta 13 8,55%

Total 152 100,00%

82

No que se refere ao acompanhamento do conteúdo das disciplinas, 19,74%

dos ingressantes e 11,11% dos concluintes declararam que tiveram alguma

dificuldade acadêmica.

A dificuldade acadêmica dos estudantes no acompanhamento do conteúdo

das disciplinas é atribuída à falta de qualidade da educação básica da escola

pública. Uma recente pesquisa realizada pelo Ideb 2011 (Índice de Desenvolvimento

da Educação Básica) revelou que o aluno do ensino médio na escola pública sabe

menos que o do fundamental na particular.

Um aluno da rede privada sai dos anos finais do ensino fundamental (9º ano) com pontuação 298,42 em matemática enquanto um aluno da rede pública termina o ensino médio com conhecimento de 265,38 pontos na escala Saeb, que vai de 0 a 500.

Em português acontece o mesmo: na escola particular, o aluno do 9º ano tem proficiência de 282,25. Já o estudante da rede pública alcança ao final do ensino médio com 261,38 em português12.

A falta de qualidade da educação básica pode ser atribuída pela ausência de

movimentos da sociedade perante este problema e de políticas públicas eficientes

que tragam resultados, com propostas do Estado e dos planos diretores. Para

Squizato (2006), a falta de indignação da sociedade diante da baixa qualidade da

escola pública também faz parte do problema educacional no Brasil.

12

http://educacao.uol.com.br/noticias/2012/08/16/aluno-da-escola-publica-sai-do-medio-sabendo-menos-que-estudante-do-fundamental-da-particular.htm, acesso em 16.08.2012.

Tabela 57 - Dificuldades acadêmicas (concluintes)

Concluíntes Qtde. Percentagem

acompanhar o conteúdo das disciplinas 6 11,11%

sofreu algum tipo de discriminação por ser aluno do PROUNI 1 1,85%

relacionamento com professores 4 7,41%

não teve dificuldade alguma 29 53,70%

nenhuma das alternativas anteriores 10 18,52%

Sem resposta 4 7,41%

Total 54 100,00%

83

Marques, Pelicioni e Pereira (2007, p. 10) entendem que:

...a sociedade não tem uma educação pública básica de qualidade porque esta não é prioridade do poder público. Por outro lado, o poder público não a prioriza porque isso não constitui uma demanda da sociedade e, portanto, não desperta o interesse político.

É necessária a mudança deste cenário na educação com o empenho da

sociedade, do Estado e dos professores, para que haja uma grande reestruturação

qualitativa da educação básica. (MARQUES, PELICIONI e PEREIRA, 2007).

O quesito da tabela 58 foi perguntado somente aos concluintes, em virtude de

estarem a mais tempo na Universidade, o que permite uma melhor expressão de

sua experiência como aluno.

Destaca-se as duas maiores percentagem: os estudantes declaram que o

curso superior proporcionou melhores oportunidades profissionais e a obtenção de

um diploma universitário.

O Programa surge não só como alternativa de acesso à universidade, mas

como possibilidade de melhoria no mercado de trabalho. Conforme o documento

base da 1ª Conferência Nacional de Juventude (2007, p. 09)

é fundamental reconhecer que educação e trabalho não são dimensões separadas na vivência juvenil. Através do trabalho continuado, o jovem melhora a sua vida no presente e também assegura um futuro autônomo, sem dependência em relação a seus pais. É preciso oferecer oportunidades de formação profissional e criar novos postos de trabalho, em condições dignas e com remuneração justa.

Tabela 58 - A oportunidade em fazer um curso superior, possibilitou-lhe: (concluintes)

Concluíntes Qtde. Percentagem

estágio 5 9,26%

melhores oportunidades profissionais 25 46,30%

formação técnica para a atividade que já exerce 2 3,70%

cumprir uma exigência da empresa em que trabalha 0 0,00%

obter um título/diploma universitário 16 29,63%

Sem resposta 6 11,11%

Total 54 100,00%

84

3.2 O que dizem os alunos ingressantes sobre o PROUNI

Na primeira pergunta feita aos ingressantes: Como você avalia o Programa

Universidade para Todos? Quais fatores a seu entender aprimorariam o referido

Programa que tem como propósito o ingresso na educação superior privada? Foi

possível conhecer a opinião dos estudantes beneficiários. Primeiramente, as

respostas foram categorizadas de acordo com os adjetivos utilizados pelos alunos,

os quais avaliam o PROUNI como: extrema importância, excelente, muito bom,

ótimo, oportunidade e alternativa de ingresso em universidade particular.

Foi possível também identificar, nas respostas da primeira pergunta, as

críticas e recomendações feitas pelos estudantes, com o objetivo de aprimoramento

do Programa, as quais serão apresentados adiante.

Após a categorização de acordo com os adjetivos utilizados à primeira

pergunta, obteve-se 51 respostas, das quais 6 foram selecionadas. Os ingressantes

avaliam muito bem o PROUNI, como um programa de extrema importância em

virtude da possibilidade do acesso a alunos de baixa renda na Educação Superior.

Aluno 1 - O PROUNI é de extrema importância para mim e meus colegas do programa. A sua oferta possibilitou o meu ingresso em uma universidade de boa qualidade, a qual não poderia cursar caso não tivesse bolsa de 100% concedida.

Aluno 2 - É um ótimo programa para quem não tem condições ou tem um planejamento financeiro no qual depende da bolsa, dá oportunidades de ingresso no mercado de trabalho a quem não tem condições de fazer um bom cursinho ou até mesmo tem dificuldades em passar em vestibulares públicos.

Os ingressantes se expressaram de forma muito positiva sobre o Programa,

considerada a oportunidade de fazer o curso pretendido.

Aluno 3 - Avalio de uma forma muito positiva, até porque senão fosse pelo programa, não sei se estaria cursando ensino superior, sobretudo nesse curso que eu queria tanto. Foi a melhor coisa que o governo já inventou, assim possibilitando o acesso a todos os jovens, que se dispõe de poucos recursos.

85

Aluno 4 - Avalio como positivo, é uma oportunidade para quem não pode pagar, vem ajudando a varias famílias que nunca puderam ter um filho em uma universidade, hoje podem ter filhos formados, e assim melhorando a vida de toda uma família.

A declaração do aluno em afirmar que está cursando a Educação Superior

“sobretudo em curso que queria tanto”, vem ao encontro dos dados relativos à

escolha do curso, dos quais mais de 70% dos ingressantes e concluintes alegaram

que o principal motivo de escolha do curso está relacionado à identificação com a

área.

Aluno 5 - O curso é uma boa alternativa para alunos com baixa renda, pois as universidades públicas que deveriam ser destinadas à este grupo tem a maioria de suas vagas ocupadas por alunos que cursaram escolas particulares e cursinhos, um tanto quanto contraditório. Em sua grande maioria, alunos que cursaram escolas particulares, tem maiores condições financeiras para arcar com os custos da universidade.

Aluno 6 - Gosto do PROUNI, isso me possibilitou ingressar na universidade, tenho outros compromissos financeiros que não me permitiria arcar com esta despesa no seu valor integral.

Há um entendimento, por parte do aluno, de que o Programa é alternativa de

acesso à universidade privada, em virtude das vagas das universidades públicas

serem ocupadas por alunos que cursaram o ensino médio em escolas particulares,

porque são melhores preparados a realizarem o vestibular.

Como mencionado anteriormente, os estudantes fizeram críticas e

recomendações ao Programa. Primeiramente, serão expostas as criticas. Para isso,

foram selecionadas 11 falas de estudantes, expostas a seguir.

Os alunos fizeram críticas com o objetivo de aprimoramento ao Programa.

Informaram que a confirmação dos dados pelo sistema PROUNI é burocrática e

morosa, em virtude das dificuldades para comprovar a documentação, entre as

quais a de renda. Em virtude disso, foram chamados para matrículas após o início

das aulas.

86

Aluno 1 - É um programa muito burocrático, as exigências e processo são muito demorados, atrapalhando muitas vezes de começar o curso na data correta.

Argumentaram que a renda familiar usada como critério deveria ser revista,

considerando que nem sempre o bolsista que obtêm 50% de bolsa pode pagar os

outros 50% do curso, considerando aos gastos familiares mensais existentes.

Aluno 2 - Na oferta do ingresso na educação superior privada, alguns casos poderiam ser avaliados individualmente, em relação à renda. Pois há pessoas que possuem renda superior ao indicado e mesmo assim, não conseguem arcar com os custos da faculdade por arcarem com despesas básicas. É claro que temos que respeitar as normas do programa, mas é um ponto a ser observado, pois seriam casos específicos.

Aluno 3 - O PROUNI deve ser aprimorado. A avaliação feita pelo PROUNI está, em minha opinião, incompleta, pois essa só avalia a renda do participante, mas não levam em consideração os gastos básicos mensais de cada aluno. Exemplo: mercado, água, luz, gás, aluguel, condomínio. Se a avaliação do PROUNI considerasse que cada região tem uma base de valores desses produtos/serviços, levaria em conta que cada aluno tem um gasto diferente para os mesmos.

Aluno 4 - Principal dificuldade é sobre a renda per capita, pois no meu caso se pega a renda divide por quatro só que não levam em consideração que esse salário se paga aluguel, água, luz, internet, dentista, plano de saúde e etc... não sobra dinheiro para se pagar universidade gostaria que melhorasse o modo de se calcular a renda levando em consideração outros fatores!

Há quem considera alta a exigência de 75% de aproveitamento das

disciplinas para a manutenção da bolsa e, por isso, sente-se inseguro em perder a

bolsa e sugere que as dependências adquiridas sejam arcadas pelos alunos, assim

não haverá temor em perder a bolsa.

Aluno 5 - Uma ótima iniciativa, apenas um ponto negativo vejo na questão bolsa, onde o aluno tem necessariamente que ter 75% de aprovação, onde nos alunos que trabalham e não tem muito sempre pra estudar pode a qualquer momento passar por essa situação e correr o risco de perder a bolsa, nesse caso eu aprimoraria da seguinte forma, os alunos que ficassem de na nota o PROUNI não cobriria aquela matéria em que ele ficou, bem assim ficaria mais fácil, pois o mesmo se sentiria seguro pois não perderia a bolsa.

Aluno 6 - Mudaria a forma de aproveitamento, mesmo sabendo que o aluno bolsista deve ter um rendimento satisfatório para ter a manutenção da bolsa.

87

Os ingressantes alegaram falta de flexibilidade imposta pelo sistema do

Programa, que não permite a troca de turno, de curso e de campus, fato que causa

prejuízos aos alunos, que os deixam impossibilitados de estagiar ou trabalhar devido

ao horário. Um aluno que estuda no período matutino e é selecionado para vaga de

estágio no mesmo período não consegue alterar o horário do curso, em virtude do

sistema PROUNI não permitir.

Aluno 7 - Apenas o fato de que, por eu morar na zona sul e estudar no campus da Liberdade, acabo chegando atrasada algumas vezes por causa do transito e, quando perguntei por uma possível transferência, fui informada de que, por ser bolsista do PROUNI, não tenho direito a transferências de qualquer tipo.

Aluno 8 - A minha maior dificuldade é não poder trocar de horário ou curso devido a bolsa.

Os alunos criticaram a falta de transparência do processo de distribuição de

bolsas pelo MEC. Nota-se que há desconhecimento, por parte do aluno, da

legislação do PROUNI e do Manual do Bolsista disponíveis no site do PROUNI.

Aluno 9 - Um detalhe que julgo importante acredito que a margem de desconto 50% ou 100% deveria ser concedida de acordo com a analise sócio econômica e não com a pontuação nas provas. Óbvio que quem passou por uma escola particular, por exemplo, têm chance de acertar mais questões que quem estudou em escola pública.

Aluno 10 - Apenas a forma que é aplicada e desenvolvida pelas universidades poderia ser melhor. Por exemplo, como ja foi citado, a exposição/explicação dos direitos que os alunos contemplados têm ou deixam de ter.

Aluno 11 - Exigir que as universidades participantes do programa uniformizem os direitos dos estudantes contemplados e/ou exponham, de forma clara, os direitos e deveres do contemplado.

No que se refere às recomendações feitas pelos estudantes, foram

selecionadas 12 falas, apresentadas a seguir.

Os alunos ingressantes fizeram sugestões ao governo federal. Solicitaram o

aumento de vagas para bolsas integrais e parciais e a ampliação de convênios com

mais universidade particulares.

88

Aluno 1 - O Programa Universidade para Todos foi e é de grande ajuda para pessoas com dificuldades financeiras que querem estudar, mas, acredito que quantidade de bolsas oferecidas por curso ainda é pouca em relação ao número de alunos interessados.

Aluno 2 - A quantidade de bolsas integrais ainda é muito pequena para a demanda.

Aluno 3 - Deveria ser oferecido maior numero de vagas pelo governo.

Aluno 4 - Acredito que mais universidades deveriam aderir a ele.

Aluno 5 - Acho que uma maior oferta de vagas nessas instituições

Aluno 6 - O que aprimoraria a oferta do ingresso na educação são mais vagas, apesar de estar em uma faculdade boa, penso nos outros que precisam também e não conseguiram por falta de vaga. Porém não acho necessário diminuir a nota para o ingresso, e acho necessária a melhoria do ENEM.

Os alunos sugeriram, ainda, maior e melhor divulgação do Programa,

alegando que muitos brasileiros desconhecem este benefício.

Aluno 7 - É necessário que a comunidade tenha mais conhecimento de como adquirir, e as dúvidas a respeito do Enem, o acesso a informações de cadastros devem ser mais esclarecidos e com mais divulgação.

Aluno 8 - Mais propagandas através da mídia poderiam alcançar mais jovens e incentivá-los a ingressar na universidade.

Os estudantes bolsistas recomendaram um tipo de auxilio para sua

manutenção e permanência na Universidade.

Aluno 9 - Um tipo de auxilio que ajudasse na compra de livros, xerox, alimentação. Pelo menos nos primeiros semestres já que muito não tem condições

Aluno 10 - Acredito que o programa não só deveria conceder a bolsa, como também o transporte e material do aluno. Convenhamos, minha renda é baixa, assim como os outros alunos com 100% de bolsa. Não basta presentear alguém com um belo carro, se a pessoa não conseguir arcar com os custos de manutenção do mesmo.

O governo brasileiro garantiu a inclusão, o acesso destes jovens na educação

superior, porém, há de se pensar em uma política de permanência para que tenham

melhores condições para estudar.

89

Uma forma de se resolver a questão da permanência é a de que a concessão

da Bolsa Permanência seja um benefício não só para o aluno que estuda 6 horas

diárias, mas para todos os alunos, pois vivem grandes dificuldades de obtenção de

livros e meios para pagamento de transporte público e alimentação, o que vem ao

encontro dos dados das tabelas 54 e 55.

Sugeriram ainda, outras formas de ingresso, além do ENEM, e mudanças no

sistema de elaboração e aplicação do ENEM, em virtude de os últimos exames

terem prejudicado muitos brasileiros que pretendiam ingressar na Educação

Superior por meio do PROUNI.

Aluno 11 - Talvez ajudaria se tivesse outras formas de ingresso, devido às constantes falhas no ENEM.

Observa-se, novamente, um desconhecimento do Programa por parte do

aluno, em virtude da sugestão de financiamento de 50% da bolsa para os alunos

com bolsas parciais. No site do PROUNI, há informações para estes bolsistas sobre

a opção de utilização do FIES para financiar os outros 50% da bolsa.

Aluno 12 - Creio que deveria haver mais vagas, e os critérios para ceder às bolsas deveriam ser mais bem analisados, e no caso de 50% de bolsa, deveria haver um projeto de financiamento, pois a maioria não tem como manter nem a metade.

As críticas e recomendações realizadas pelos estudantes desta pesquisa são

as mesmas reivindicações feitas durante o 1º Encontro Municipal dos Estudantes do

PROUNI da Cidade de São Paulo, o qual reuniu estudantes bolsistas de todo o

Brasil. Neste encontro, foi elaborada a Carta aberta ao Excelentíssimo Senhor

Ministro de Estado da Educação Fernando Haddad.

Na referida carta, o PROUNI é reconhecido como grande conquista dos

estudantes brasileiros e registra-se com convicção, que a grande maioria não estaria

na Universidade sem que fosse por meio do PROUNI, porém, há reivindicações: por

mais informações, que o MEC desenvolva cartilha explicativa voltada aos estudantes

beneficiados, detalhando os direitos e deveres do estudante PROUNI, reformule o

site, detalhando melhor os direitos e deveres, e exija das instituições que preparem

melhor as Secretarias das Instituições de Ensino para atendimento ao estudante

PROUNI; por critérios mais claros para a perda da bolsa; pelo direito à transferência;

pela igualdade de concorrência a todos os espaços da universidade; pela garantia

90

de conclusão plena dos cursos; por condições de permanência e programas de

inserção no mercado de trabalho; por formação completa; por incentivo de ingresso

na pós-graduação; pela implementação real da comissão de acompanhamento e

controle social do PROUNI; por formação de qualidade.

Na segunda pergunta feita aos ingressantes: Fale sobre a sua satisfação ou

não no que se refere ao PROUNI, foi possível identificar que os estudantes

beneficiários estão satisfeitos com o Programa, o que pode ser confirmado na fala

de 5 alunos. Destaca-se que esta pergunta faz parte de um dos objetivos desta

pesquisa.

Dos 49 alunos que responderam a segunda pergunta, 46 beneficiários

responderam ao questionário que estão satisfeitos com o PROUNI, apenas 3

declararam insatisfação.

Aluno 1 - No geral me sinto muito satisfeito com o programa, pois foi graças a ele que ingressei em uma universidade e estou fazendo um curso que gosto

Aluno 2 - Estou muito satisfeito com o programa, pois abriu as portas para um novo universo, realmente estou feliz pela oportunidade.

Aluno 3 - Plenamente satisfeita. Se não tivesse a bolsa, não estaria cursando o ensino superior.

Aluno 4 - O PROUNI me abriu essa oportunidade de cursar o que queria. A única forma de eu entrar em uma faculdade. Estou super satisfeita com o curso e a universidade.

Aluno 5 - Através do programa que muitos jovens interessados de baixa renda podem ter um ensino superior de qualidade para conseguir um bom emprego. Com uma formação superior são abertas portas no mercado de trabalho, com melhores condições e salários devido a formação.

A satisfação dos bolsistas com o Programa da Universidade vem ao encontro

da opinião de estudantes, no âmbito nacional, constatados por Costa (2008) Rizzo

(2010) e Pontes (2011), os quais realizaram estudos, em São Paulo e em Brasília,

com o objetivo de conhecerem o sentimento dos bolsistas em relação ao PROUNI.

Os resultados das pesquisas permitiram afirmar o sentimento de satisfação dos

alunos e confirmaram a importância da Instituição de Ensino em continuar aderindo

ao PROUNI.

91

A presente pesquisa, bem como as já realizadas, confirmam a satisfação dos

alunos quanto ao PROUNI. Para estes, as ações afirmativas foram essenciais para

inclusão social e promoção da cidadania, e o principio da igualdade, visto como

igualdade de oportunidades, chances da conquista do ingresso na educação

superior.

As três declarações de estudantes que estão insatisfeitos com o Programa

são relativas aos critérios estabelecidos pelo Programa no que se refere à

distribuição de bolsas, a falta de condições financeiras custeio de meio de

transporte, alimentação e livros e recebimento de informação equivocada sobre

trancamento de matrícula.

No que se refere a terceira pergunta feita aos ingressantes: Como bolsista

PROUNI, você teve algum tipo de dificuldades acadêmicas e/ou financeiras durante

o curso? Foi possível mapear as dificuldades acadêmicas e financeiras.

Em relação às dificuldades acadêmicas, 10 dos 41 alunos que responderam a

pesquisa alegaram possuírem dificuldades acadêmicas. As dificuldades apontadas

são relativas ao acompanhamento de conteúdo das disciplinas e a falta de tempo

para estudar em razão da necessidade de trabalhar.

Considerando que 96,5% dos ingressantes são egressos de escolas públicas

a dificuldade em acompanhar o conteúdo das disciplinas na Universidade pode ser

atribuída a falta de qualidade do ensino médio público em virtude da defasagem de

conteúdos.

A dificuldade em acompanhar conteúdos das disciplinas foi declarada também

nos dados da tabela 56.

Aluno 1 - Bom, por ter estudado sempre em escola pública sinto algumas dificuldades em certos conteúdos até mesmo básico do ensino médio, porém sempre busco me esforçar recuperar os conteúdos, e vejo que (modéstia parte) na maioria das provas me saio melhor que muitos inclusive pagantes, isso também os eventos da faculdade. Minha família me ajuda muito, então consigo arcar com os custos de transporte e alimentação, alem de xerox etc... Quanto ao relacionamento com os colegas, mesmo nem sempre, mas há sim um certo preconceito de alguns e admiração de outros.

92

Aluno 2 - Sabemos que a escola pública, em geral, prepara mal o seu aluno, para uma vida acadêmica. As dificuldades estão presentes no meu cotidiano, mas é preciso se dedicar ainda mais, para garantir um resultado satisfatório.

Aluno 3 - Sim. Acompanhar algumas matérias.

As dificuldades acadêmicas estão relacionadas não só ao acompanhamento

das disciplinas, mas também ao problema de conciliar tempo entre

trabalho/estudo/família, isso porque o aluno PROUNI precisa apresentar um

rendimento satisfatório para não perderem a bolsa, por isso se esforçam para

acompanhar as disciplinas.

Aluno 4 - Falta-me um pouco de tempo para estudar mais profundamente os conteúdos passados em sala de aula.

Aluno 5 - A dificuldade esta em administrar o tempo entre estudos, trabalho e família. Pois fica complicado estudar um curso puxado sendo que a sua maior parcela do tempo você passa longe dos livros.

Das 41 respostas obtidas 31, estudantes alegaram possuírem dificuldades

financeiras, as principais são: meios para obtenção de livros, alimentação, meio de

transporte, materiais específicos de curso e acesso a internet e fotocópia. Houve,

ainda, a indicação da dificuldade no pagamento de 50% do curso, no caso dos

alunos portadores de bolsas parciais.

Aluno 1 - Seria apenas financeira minha dificuldade: em relação a compra de livros e alguns materiais para trabalhos e em relação a condução.

Aluno 2 - Só tenho dificuldade em ter dinheiro todos os dias para me alimentar, pois venho direto do trabalho, almoço as 13:00 e só vou jantar as 23:40, porque não é todo dia que tenho dinheiro para comprar lanches.

Aluno 3 - A dificuldade que tenho é financeira principalmente com gastos de transporte, mais que será solucionado em breve, pois estou quase conseguindo o estagio, que me ajudara muito financeiramente.

Aluno 4 - Financeira, pois saio às 7 horas da manhã de casa e chego por volta das 13 horas. Os lanches na faculdade são caríssimos e muitas vezes tenho que ficar sem me alimentar. Para fazer uma refeição razoável gasto em média 10 reais por dia e por mês gasto R$ 200,00 isso se não necessitar ficar na Faculdade por mais tempo para estudar ou fazer qualquer trabalho. Academicamente sinto dificuldade no que diz respeito á orientação por parte do PROUNI. Minha bolsa se encontra cancelada e isso porque tive problemas de saúde no ano de 2010 e fui orientada no

93

próprio setor do PROUNI que não podia trancar a matrícula, sendo que esse é um direito que possuo.

Aluno 5 - Atualmente sim, mas quando ingressei no curso não. A dificuldade está voltada à parte financeira, e apenas relacionada ao meio de transporte.

A situação dos alunos se revela crítica, pois há alunos que não possuem

meios para fazer refeições fora de casa, almoçando às 13h e jantando após chegar

em casa, às 23h40.

A dificuldade relacionada ao pagamento de 50% do curso confirma que os

requisitos previstos na Lei nº 11.096/2005 precisam ser reavaliados. Pois, conforme

as críticas ao Programa feitas pelos estudantes, os gastos com moradia e

alimentação consomem o orçamento familiar.

Aluno 6 - Tenho dificuldade financeira para conciliar a mensalidade de 50% e a compra de livros, materiais, xerox, fica um pouco pesado no orçamento

Aluno 7 - As vezes sim, devido ser bolsista de 50%, mais sempre tenho o apoio dos familiares.

Quando analisamos os dados das respostas das questões abertas

percebemos uma confluência com os dados da tabela 54. Há que se garantir não

somente o acesso, mas a permanência deste aluno na Universidade.

Não só os alunos desta pesquisa, mas os estudantes PROUNI, no âmbito

nacional, possuem dificuldades acadêmicas e financeiras, o que pode ser

comprovado por Santos (2011) e Neves (2011), que comprovaram a necessidade de

implementação de políticas públicas que garantam a permanência e a conclusão do

curso aos alunos da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro e do Centro

Universitário do Norte.

94

3.3 O que dizem os alunos concluintes

O mesmo procedimento de apresentação e análise foi utilizado para o grupo

de concluintes PROUNI. No que se refere à primeira pergunta: Como você avalia o

Programa Universidade para Todos? Quais fatores a seu entender aprimorariam o

referido Programa que tem como propósito o ingresso na educação superior

privada?, identificamos, mais uma vez, a boa avaliação do programa pelos

beneficiários. Primeiramente, as respostas foram categorizadas de acordo com os

adjetivos utilizados pelos alunos, os quais avaliam o PROUNI como: extrema

importância, excelente, muito bom, ótimo, oportunidade e alternativa de ingresso em

universidade particular.

Os alunos concluintes também avaliaram muito bem o PROUNI.

Consideraram o programa de extrema importância dentro da sociedade e afirmaram

que, sem ele, não teriam a chance de se formar, em virtude da baixa renda.

Aluno 1 - Foi a oportunidade que tive para ingressar na universidade, sem o desconto concedido pelo programa, principalmente no inicio do curso, eu não teria condições financeiras para cursá-lo.

Aluno 2 - Acredito que o PROUNI seja de extrema importância dentro da sociedade, pois proporciona a possibilidade de formação em diversas áreas àquelas pessoas que possuem uma baixa renda.

Destaca-se a gratidão dos estudantes concluintes. Há aluno que entende que

o PROUNI é um Programa voltado para quem se esforça e luta para alcançar os

objetivos pessoais. Outros declararam que esperam retribuir à sociedade por meio

de trabalho. Há quem agradeceu aos idealizadores do PROUNI.

Aluno 3 - Avalio o PROUNI como uma porta de entrada para o universo acadêmico para aqueles que são inteligentes e esforçados, mas não possuem condições financeiras para arcar com os custos que a faculdade exige.

Aluno 4 - Ao final do curso me sinto realizada, agradeço aos idealizadores do PROUNI, ao governo pela oportunidade e espero um dia poder retribuir a sociedade um pouco do que me foi oferecido através do meu trabalho.

95

Aluno 5 - Acredito que o PROUNI é um dos meios mais fáceis para uma pessoa que quer ter uma formação superior, mas não tem condições financeiras para pagar a mensalidade, ou no caso de universidades públicas, ir para cidades distantes e ter que pagar aluguel, materiais de estudo e ainda conseguir tempo para trabalhar.

Aluno 6 - O PROUNI é um dos melhores programas de inclusão social já realizado até hoje. Em minha concepção, não há fatores que aprimorem o ingresso na educação superior. Conheço muitos bolsistas PROUNI que conseguiram a bolsa mesmo não atingindo médias relativamente altas no ENEM.

Este reconhecimento dos alunos, de que o ingresso no ensino superior traz

mudanças de vida, considerando a possibilidade de inserção dos jovens no mercado

de trabalho, é sustentado por Faceira (2008) “a educação superior adquire uma

enorme importância como instância produtora das fontes de riqueza, geradora e

disseminadora do conhecimento”.

Aluno 7 - Foi graças ao PROUNI que hoje estou quase formada, então eu acho o PROUNI uma excelente opção para aqueles que não dispõem de recursos financeiros para conseguir ter um diploma no ensino superior.

Aluno 8 - O Programa é excelente e deve continuar. Iniciativas como essa são imprescindíveis para a formação educacional do país.

Aluno 9 - O PROUNI é um excelente programa para proporcionar o ensino de qualidade das universidades privadas, para quem não tem como pagar por isto. Menos desigualdade na educação.

Aluno 10 - Eu consegui conclui meu curso e para mim o PROUNI me deu a chance de realizar um sonho que eu não conseguiria se tivesse que pagar.

Assim, o programa surge não só como alternativa de acesso à universidade,

mas como possibilidade de inserção dos jovens no mercado de trabalho. Sposito

(2005, p. 90) explica que:

A instituição escolar, ao se expandir, surge também como um espaço de intensificação e abertura das interações com o outro e, portanto, caminho privilegiado para a ampliação da experiência de vida dos jovens que culminaria com a sua inserção no mundo do trabalho.

96

Observa-se que os mesmos alunos que avaliaram positivamente o Programa

fizeram também críticas e recomendações para o aprimoramento da oferta de

bolsas. Primeiramente, apresenta-se as críticas dos estudantes.

Houve críticas quanto ao sistema de confirmação de dados do PROUNI, em

que o aluno teve dificuldades em comprovar a renda, fato que causou prejuízo, pois,

sem a comprovação, não há como realizar matrícula e, por isso, houve perdas de

aulas. Ressalta-se que esta crítica também é levantada pelos ingressantes.

Aluno 1 - O processo inicial é burocrático e, no meu caso, foi realizado com incompetência, o que resultou em Mandato de Segurança.

Aluno 2 - No começo tive muito medo de perder a bolsa devido a parte burocrática e a exigência quanto à DP. Mas não tive dificuldade porque estudei e batalhei pra chegar aqui.

A falta de flexibilização do sistema PROUNI também foi reclamada, em

virtude de os alunos não conseguirem transferência de turno, curso e campus. Há

alunos que perderam oportunidade de emprego/estágio porque não conseguiram

mudança de turno.

Aluno 3 - Eu avalio como Regular, mas tem muito a melhorar no caso do aluno quiser uma transferência de Universidade ele não consegue pois fica preso ao horário e a faculdade por não poder se transferir. Eu mesmo tive esse problema, precisei me transferir de horário ou de Faculdade para o noturno para arrumar um emprego e não consegui porque eu perderia a Bolsa de estudos se eu mudasse de horário, então acabei perdendo a oportunidade de emprego.

Recomenda-se a revisão do critério de transferência na legislação que trata

sobre o PROUNI, para que não haja prejuízo aos alunos e, assim, possam

aproveitar a oportunidade da inserção no mercado de trabalho.

Constatou-se apenas um relato de preconceito em relação ao aluno PROUNI.

Aluno 4 - As ofertas de cursos ainda são escassos e o meio acadêmico ainda tem um certo preconceito com alunos do PROUNI.

97

Os estudantes beneficiários fizeram também sugestões ao governo. As

sugestões apontadas pelos concluintes foram muito semelhantes às dos

ingressantes. Destaca-se que apontaram a necessidade de melhor divulgação do

Programa nos meios de comunicação, para que mais egressos do ensino médio

concorram às vagas.

Aluno 1 - Maior divulgação, tanto aos alunos recém-formados, como também aos que concluíram o ensino médio há alguns anos.

Os alunos concluintes ainda recomendaram que a promoção de programas

de oferta de educação continuada, como a pós-graduação, sejam direcionada aos

alunos PROUNI. Esta sugestão é observada apenas nas falas dos alunos

concluintes, os quais manifestaram o desejo de continuar se qualificando.

Desta forma, expressaram o desejo de dar continuidade nos estudos,

observa-se que há uma consciência, por parte dos alunos, de que a educação

transforma suas vidas.

Aluno 2 - Gostaria muito que o PROUNI pudesse continuar me ajudando no meu sonho de pós-graduação.

Aluno 3 - Acredito que poderia ser oferecida a educação continuada

Aluno 4 - Melhor que isto, seria se ele se estendesse para pós-graduação.

Aluno 5 - Minha sugestão é que o Programa possa dar continuidade na formação, ajudando os alunos que utilizaram o programa durante a graduação a cursar também uma pós-graduação que está sendo cada vez mais exigida pelas empresas.

Aluno 6 - Gostaria que existisse esse tipo de bolsa para pós-graduação

Recomendaram, ainda, o aumento de vagas e a ampliação de parcerias com

Universidades privadas e a implementação de bolsa auxílio para manutenção e

permanência na Universidade.

Aluno 7 - Acredito que a quantidade de vagas ofertadas pelas universidades seja pequena, no entanto, proporcionou acesso ao ensino superior àqueles que não podem pagar uma universidade privada.

Aluno 8 - Acredito que uma bolsa-auxílio para ajudar nos materiais.

98

O estabelecimento de bolsa permanência para todos os alunos é muito

pertinente, tendo em vista se tratar de uma forma para a manutenção dos alunos

durante o curso.

No que se refere à segunda pergunta: Fale sobre a sua satisfação ou

insatisfação no que se refere ao PROUNI, constatou-se a satisfação dos alunos, o

que responde, integralmente, um dos objetivos desta pesquisa.

Aluno 1 - Muito satisfeito, pois exige do aluno ter um bom desempenho durante o período de curso.

Aluno 2 - No que se refere ao PROUNI sinto-me satisfeita, pois consegui concluir meu curso graças a oportunidade concedida.

Aluno 3 - 100% de satisfação, não tenho nenhuma outra resposta, já que o programa ajudou a me formar.

Aluno 4 - Com o PROUNI eu só tive melhoria de vida. Estou satisfeita com o programa.

Aluno 5 - Estou satisfeita com o programa, acredito que sem ele dificilmente eu estaria em uma universidade no porte desta Universidade

As respostas relativas à satisfação têm uma confluência com a resposta da

primeira pergunta sobre a avaliação do programa, quando é confirmada a satisfação,

pela maioria dos alunos concluintes, com que responderam ao questionário. Os

alunos são gratos ao Programa.

Dos 34 alunos que compõem o grupo de concluintes, apenas 3 expressaram

insatisfação. Mais uma vez, fica confirmado que os beneficiários são alunos

satisfeitos com o Programa.

Conclui-se que tanto os ingressantes quanto os concluintes são muito

satisfeitos com o PROUNI na Universidade pesquisada.

Em relação às insatisfações dos estudantes, apenas um aluno relatou

insatisfação relativa ao Programa, considerando que as universidades admitem

alunos com fraco aproveitamento de estudos, o que refletirá em profissionais de

baixo nível. Esta fala revela uma resposta sem fundamentação. As insatisfações

apontadas não são referentes ao Programa, mas quanto à infraestrutura da

Universidade e performance de professores.

99

Aluno 1 - Por mais que eu seja bolsista eu não aprovo o programa, pois atualmente qualquer um entra na faculdade, mesmo sem o menor preparo e isto faz com que o nível dos profissionais seja muito baixo.

Aluno 2 - Laboratórios insuficientes e inadequados.

No que se refere à terceira pergunta feita aos concluintes beneficiários do

PROUNI: Como bolsista PROUNI, você teve algum tipo de dificuldades acadêmicas

e/ou financeiras durante o curso?, identificamos mais dificuldades financeiras que

acadêmicas. Dos 34 questionários preenchidos, apenas 2 dos beneficiários

alegaram dificuldades acadêmicas.

Em relação às dificuldades acadêmicas, destaca-se que houve apenas dois

relatos de alunos que declararam dificuldades em acompanhar o conteúdo das

disciplinas.

Aluno 1 - Como bolsista do PROUNI não sofri qualquer tipo de discriminação pelos meus colegas e funcionários da universidade, independente de onde você venha ou como paga suas mensalidades, todos são tratados como iguais (falo isso pelo curso que fiz...). Por vir de escola pública tive que me empenhar muito para conseguir acompanhar o conteúdo de matérias básicas, que deveriam ter sido aprendidas no ensino médio, mas, por vir de uma escola pública, não tinha conhecimento o suficiente

Aluno 2 - Sim.

As mesmas dificuldades financeiras dos ingressantes foram reveladas pelos

concluintes, os alunos alegaram terem passado por dificuldades financeiras na

obtenção de transporte público, de alimentação, de fotocópia e de livros.

Aluno 1 - A maior dificuldade é a da distância entre minha casa e a universidade. O mais difícil foi ter dinheiro para pagar o transporte em alguns meses em que não trabalhei e que minha mãe estava desempregada.

Aluno 2 - Tive dificuldades para me locomover até a escola de ônibus, apesar de morar relativamente perto. Às vezes tinha a vontade de ir as aulas, mas não havia dinheiro para a condução. Acho que deveriam implementar ajuda de custo para os bolsistas integrais, principalmente, com a condução. E para aqueles que trabalham, possuem contrato ou carteira assinada e enfrentam o trânsito de São Paulo para chegar a noite na escola cansados, deveria também existir uma ajuda de custo quanto a alimentação.

100

Aluno 3 - Financeiras, algumas dificuldades como a compra de livros, que na área da medicina veterinária são muito caros, mas os livros nunca eram exigidos, eram passados apenas como leitura complementar, e na maioria dos casos eram oferecidos para empréstimo na biblioteca, então não foi realmente um grande problema.

Aluno 4 - Tive sim. Algumas vezes eu não tinha passagem para ir estudar. A alimentação também era bem difícil. Mas graças a Deus deu tudo certo. Nunca demonstrei essas dificuldades para ninguém, mas foi difícil. Às vezes até para fazer um xerox das apostilas era complicado.

Aluno 5 - Sim. porque era bolsista 50% fiquei desempregada e solicitei ajuda de familiares e amigos para mensalidades e materiais ex. xerox.

A ausência de uma política de permanência também é reclamada pelos

concluintes. Os bolsistas parciais alegaram dificuldades no pagamento de 50% da

mensalidade. Mais uma vez, ressalta-se a necessidade de revisão na legislação do

PROUNI, dos critérios estabelecidos para distribuição das bolsas.

Conclui-se que as reivindicações realizadas pelos sujeitos desta pesquisa são

as mesmas dos estudantes PROUNI em nível nacional, o que pode ser confirmado

pelo 1º Encontro Municipal dos Estudantes do PROUNI da Cidade de São Paulo,

bem como pelas pesquisas realizadas.

101

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Esta dissertação analisou o Programa Universidade para Todos (PROUNI)

como proposição ao princípio da igualdade e política de ação afirmativa.

A educação é um direito social que deve ser garantido pelo Estado e meio de

se promover o desenvolvimento de um país. Assim, o Programa surge como uma

tentativa do Estado em superar as desigualdades no que se refere ao acesso à

educação superior aos economicamente em situação desfavorecida e aos

autodeclarados pretos, pardos indígena, considerando que cabe ao Estado a

redução das desigualdades sociais e regionais e a promoção do bem de todos.

Estudou-se o princípio da igualdade, previsto no artigo 5º da Constituição

Federal, em que “todos são iguais perante a lei”, sendo a igualdade considerada um

direito posto a todos cidadãos e indispensável na concretização da democracia para

que haja cidadania, tendo-se em vista que, em uma sociedade que há exclusão

social, a democracia não pode ser reconhecida.

Por sua vez, as ações afirmativas instrumentalizam o princípio da igualdade,

por se tratar de medidas incentivadas pelo Estado com o objetivo do bem estar e da

cidadania, concedendo oportunidade e tratamento a pessoas em situação social

desfavorável.

Portanto, considerando a possibilidade de efetivação da igualdade pelas

ações afirmativas, as mesmas se mostram em plena consonância com o texto

constitucional, principalmente após o entendimento do STF, ao declarar a

constitucionalidade do PROUNI.

O PROUNI, apesar de já ter garantido o acesso ao ensino universitário a mais

de 1 milhão de estudantes, ainda mostra-se insuficiente, visto tratar-se de um

Programa que atende egressos do ensino médio e que, atualmente, ultrapassam

aos 8 milhões de estudantes.

Desta forma, é um programa de acesso à educação superior que democratiza

o acesso, é, ainda, uma utopia das classes menos favorecidas, em razão da falta de

políticas de permanência e da quantidade insuficiente de oferta de bolsas, o que

pode ser entendida como uma política de focalização.

102

A situação dos bolsistas aqui analisados revelou que são alunos que

reconhecem o Programa como alternativa de acesso à educação superior privada.

Os estudantes beneficiários avaliam o Programa de forma muito positiva e

demonstram satisfação e gratidão ao Programa.

Os estudos mostraram que o estudante PROUNI da Universidade está na

faixa etária de 18 a 24 anos. Isso possibilita afirmar que o PROUNI está permitindo

que os jovens possam cursar o ensino superior na idade adequada.

Destaca-se a expressiva representatividade feminina, com mais de 65% de

ingressantes e concluintes do sexo feminino. Este dado tem uma confluência com o

Censo da Educação Superior. No que se refere a raça/cor, os dados apontaram que

o negro ainda apresenta desvantagem em relação ao branco. Em relação ao estado

civil, a predominância é de solteiros, os quais residem com os pais. Tanto

ingressantes quanto concluintes acabam por residir com a família em grande parte,

o que os leva a economizar com moradia.

Os dados estatísticos revelaram que os pais dos estudantes possuem o

Ensino Básico Incompleto, ficando claro que não existe a cultura da formação da

educação superior na família dos estudantes. O perfil ainda revelou que são

egressos do ensino médio de escolas públicas.

A pesquisa apontou maior frequência estatística de concluintes que exercem

atividade relacionada ao curso e que tanto os ingressantes quanto os concluintes

estudam, fora da sala de aula, de uma a cinco horas semanais. O pouco tempo para

os estudos justifica-se em virtude de terem de trabalhar para se manterem e

ajudarem suas famílias.

Quanto à escolha do curso, a maior frequência estatística se deu por

identificação com a área e crença de que fizeram boa escolha.

Quanto ao motivo da escolha da Universidade, os ingressantes alegaram três

primeiros motivos: qualidade de ensino, localização e obtenção de bolsa de 100%.

Observa-se que há uma inversão de ordem na opinião dos concluintes: obtenção de

bolsa de 100%, localização e qualidade de ensino. Não foi possível conhecer a

causa da inversão dos motivos de escolha da Universidade entre os ingressantes e

concluintes.

103

A presente pesquisa teve como hipótese que o PROUNI é um Programa de

acesso à educação superior privada e que os estudantes beneficiários vivem

dificuldades pessoais e financeiras para a conclusão do curso, o que pode provocar

insatisfação com a política do Programa. A referida hipótese foi confirmada

parcialmente. Os alunos fizeram críticas e recomendações ao PROUNI. Os

estudantes vivem mais dificuldades financeiras do que acadêmicas, porém, mesmo

com dificuldades na obtenção de meios para arcar com despesas de transporte,

materiais didáticos e alimentação, são alunos satisfeitos.

A pesquisa apontou que os alunos PROUNI são alunos satisfeitos com o

Programa, no que se refere à oportunidade de acesso à educação superior, mas,

considerando as dificuldades vivenciadas, fazem sugestões ao governo de

recebimento de uma bolsa auxilio, para conseguirem se manter nos estudos.

Destaca-se a fala de um dos alunos:

Acredito que o programa não só deveria conceder a bolsa, como também o transporte e material do aluno. Convenhamos, minha renda é baixa, assim como os outros alunos com 100% de bolsa. Não basta presentear alguém com um belo carro, se a pessoa não conseguir arcar com os custos de manutenção do mesmo.

Este Programa é apenas o primeiro passo de garantia de acesso aos

brasileiros à universidade e surge como uma mudança significativa. O ingresso na

universidade representa uma nova perspectiva de ampliar o universo de

conhecimento, além da possibilidade da formação profissional. O PROUNI necessita

de aprimoramento no sentido de ampliação das vagas e flexibilização da oferta, para

que os estudantes beneficiários possam transferir-se de turno e, assim, não perder a

oportunidade de estágio/emprego, conforme foi apontado nesta pesquisa.

O PROUNI, desde a sua criação, tem sido alvo de inúmeras críticas e de

polêmicas na sociedade, embora tenha possibilitado o acesso à Educação Superior

de um milhão de jovens e adultos das classes populares, o que ajuda, mas não

resolve o atendimento da demanda crescente de egressos do Ensino Médio.

Constitui dever do poder público a garantia dos direitos da juventude,

conforme o artigo 206 da Constituição Federal. O Estado, ao criar o PROUNI,

garantiu a inclusão e o acesso destes jovens à educação superior, porém, há uma

urgência na elaboração de uma política de permanência para os que “clamam” por

ajuda.

104

Além de movimentos promovidos por alunos, que realizam encontros para

discutir a questão da permanência e da melhoria no Programa, há pesquisas que

comprovam esta necessidade. Os alunos, no âmbito nacional, vivem verdadeiras

dificuldades financeiras para se manterem e permanecerem estudando.

Destaca-se que uma das reivindicações dos alunos, no que se refere ao

equacionamento das dificuldades financeiras para a manutenção e conclusão do

curso, é a implementação da Bolsa Permanência, um benefício que poderia ser

estendido a todos os alunos PROUNI.

Desta forma, o PROUNI não vem resolver o problema da inclusão de jovens

na educação superior, há de se promover novas medidas, pelo poder público, para a

resolução deste problema. Porém, sem dúvidas, o PROUNI contribui para mudanças

positivas no cenário da Educação Brasileira.

105

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APÊNDICE A

Termo de consentimento livre e esclarecido

Eu ______________________________________________________________, fui convidado a participar de uma pesquisa de mestrado denominada PROGRAMA UNIVERSIDADE PARA TODOS: UMA ALTERNATIVA PARA A EDUCAÇÃO SUPERIOR PRIVADA? O objetivo é verificar se o PROUNI como política de ação afirmativa é uma alternativa para a educação superior privada e conhecer a opinião dos alunos contemplados com o PROUNI no que se refere à escolha da Universidade e a inserção no mercado de trabalho, a fim de refletir se o referido Programa tem trazido satisfação ou não aos estudantes, bem como mapear as dificuldades reconhecidas pelos alunos PROUNI, durante o curso. Para tanto serão realizadas entrevistas com alunos contemplados com o PROUNI da Universidade pesquisada (campi São Miguel Paulista, Anália Franco, Liberdade e Pinheiros). Este estudo faz parte do programa de Pós-graduação da Universidade Cidade de São Paulo (UNICID), na área de Educação. Para que este objetivo seja atingido, aceito participar como sujeito desta pesquisa, voluntariamente. Estou ciente que minha privacidade será respeitada, meu nome ou qualquer outro dado confidencial será mantido em sigilo. Estou ciente que não há riscos envolvidos na pesquisa, assim como sei que os dados obtidos serão utilizados de acordo com os Códigos de Ética na Pesquisa e pela normativa do CNS 166/1996. Poderei retirar-me a qualquer momento da pesquisa sem precisar justificar nem sofrer qualquer dano. Considero garantidas as informações que preciso obter para participar. Li o termo e fui orientado ao teor da pesquisa mencionada, compreendi a sua natureza e o seu objetivo. Concordo voluntariamente em participar sabendo que não receberei pagamento nem qualquer valor financeiro por minha participação.

Responsáveis pela pesquisa com quem você poderá manter contato e obter maiores informações:

Pesquisadora: Cristiane Pereira Melo de Oliveira ([email protected]) Orientadora: Profa. Dra. Celia Maria Haas Universidade Cidade de São Paulo: (11) 2178-1310 Assinatura: ____________________________________________________ Data: / / 2011. Local:

120

APÊNDICE B

Questionário Alunos - Ingressantes

Responsável: Cristiane Pereira Melo de Oliveira – [email protected]

O preenchimento deste questionário é optativo e de participação voluntária. Será mantido sigilo e respeitada a sua privacidade em todas as informações apresentadas, assim como nome ou qualquer outro dado confidencial. Este questionário faz parte da pesquisa Programa Universidade para Todos: uma alternativa para a Educação Superior Privada? Ele é todo composto por questões de múltipla escolha. É muito importante que as respostas sejam sinceras. Caso tenham dúvidas, peçam o esclarecimento para o responsável. Preencha a alternativa escolhida com um círculo, caso você tenha preenchido errado, marque um X na alternativa errada e faça um círculo na alternativa correta.

Obrigada pela sua atenção Perfil pessoal 1. Qual a sua faixa etária? a) entre 17 a 19 anos; b) entre 20 a 22 anos; c) entre 23 a 25 anos; d) entre 26 a 30 anos; e) entre 31 a 40 anos; f) mais de 40 anos.

2. Qual o seu sexo? a) masculino; b) feminino. 3. Qual é a sua raça/cor? a) parda b) branca c) negra d) amarela e) indígena

4. Qual o seu estado civil atual? a) solteiro(a); b) casado(a); c) desquitado(a)/divorciado(a)/separado(a); d) viúvo(a); e) vive com o(a) companheiro(a).

121

5. Qual o local de sua residência? a) zona Leste; b) zona Oeste; c) zona Sul; d) zona Norte; e) zona Central; f) outros municípios.

6. Em que campus da Universidade pesquisada você estuda: a) Campus São Miguel b) Campus Anália Franco c) Campus Liberdade d) Campus Pinheiros

7. Qual meio de transporte você normalmente utiliza para deslocar-se à

Universidade? a) veículo próprio; b) metrô; c) ônibus; d) carona; e) ônibus mais metrô; f) lotação; g) nenhum (a pé).

8. Quanto tempo, em média, você gasta para vir à Universidade? a) até 15 minutos; b) de 16 a 30 minutos; c) de 31 a 60 minutos; d) de 61 a 90 minutos; e) mais de 90 minutos.

Perfil familiar 9. Com quem você reside? a) sozinho; b) com os pais; c) com outros familiares; d) com amigos; e) com o (a) cônjuge/companheiro(a); f) com filho(s).

10. Qual a situação profissional do seu pai? a) autônomo; b) assalariado em empresa privada; c) assalariado em instituição pública; d) empresário; e) aposentado; f) sem atividade profissional no momento;

122

g) vive de rendas (aluguéis, aplicações etc.); h) desconheço; i) falecido.

11. Qual a situação profissional da sua mãe? a) autônoma; b) assalariada em empresa privada; c) assalariada em instituição pública; d) empresária; e) dona de casa; f) sem atividade profissional no momento; g) vive de rendas (aluguéis, aplicações etc.); h) aposentada; i) desconheço; j) falecida.

12. Qual a situação profissional do(a) cônjuge/companheiro(a)? a) autônomo(a); b) assalariado(a) em empresa privada; c) assalariado(a) em instituição pública; d) empresário(a); e) dona de casa; f) aposentado(a); g) sem atividade profissional; h) falecido(a); i) não tem cônjuge/companheiro(a).

13. Qual a formação escolar do seu pai?

a) 1o grau incompleto; b) 1o grau completo; c) 2o grau incompleto; d) 2º grau completo; e) superior incompleto; f) superior completo; g) pós-graduação; h) nenhuma; i) desconheço.

14. Qual a formação escolar da sua mãe? a) 1o grau incompleto; b) 1o grau completo; c) 2o grau incompleto; d) 2o grau completo; e) superior incompleto; f) superior completo; g) pós-graduação; h) nenhuma; i) desconheço.

123

15. Qual a formação escolar do(a) cônjuge/companheiro(a)? a) 1o grau incompleto; b) 1o grau completo; c) 2o grau incompleto; d) 2o grau completo; e) superior incompleto; f) superior completo; g) pós-graduação; h) não tem cônjuge/companheiro(a); i) nenhuma das anteriores.

Perfil educacional 16. Qual o seu curso anterior? a) 2º grau regular; b) 2º grau técnico; c) supletivo; d) superior incompleto; e) superior completo.

17. Onde você fez seus estudos do Ensino Médio (2o grau)? a) somente em escola particular, com bolsa; b) somente em escola pública; c) a maior parte em escola particular; d) a maior parte em escola pública.

Perfil profissional 18. Qual a sua situação profissional? a) autônomo(a); b) assalariado(a) em empresa privada; c) empresário(a); d) aposentado(a); e) assalariado(a) em instituição pública; f) à procura de emprego; g) nunca trabalhou e não está procurando.

19. Em que região você trabalha?

a) zona Leste; b) zona Oeste; c) zona Sul; d) zona Norte; e) zona Central; f) outros municípios.

124

20. Há quanto tempo trabalha? a) há menos de um ano; b) de um a dois anos; c) de dois a três anos; d) mais de três anos; e) nunca trabalhou.

21. Exerce atividade relacionada ao curso? a) sim; b) não; c) não exerce atividade profissional.

22. O fato de você estar no Ensino Superior, por meio do Programa Universidade

para Todos possibilitou-lhe: a) estágio; b) ingressar no mercado de trabalho, em área diferente do curso; c) estar trabalhando em atividade relacionada a seu curso; d) mudança de função/cargo; e) melhoria salarial; f) mudança de função/cargo e salarial; g) ainda não está exercendo atividade profissional.

Vida acadêmica 23. Qual o principal motivo de escolha do seu curso? a) indicação em teste vocacional; b) identificação com a área; c) ascensão profissional/social; d) interferência da família ou de amigos; e) mercado de trabalho; f) valor da mensalidade; g) curso gratuito.

24. Como você se sente em relação ao curso escolhido? a) acha que fez uma boa escolha; b) tem dúvidas se foi uma boa escolha; c) acha que não foi a melhor escolha, mas irá até o fim; d) não foi o curso escolhido, mas cursará, em virtude de ser a oportunidade de

possuir curso superior; e) está arrependido(a) e pensando em desistir.

25. De quantas horas você dispõe para estudar fora da sala de aula? a) de uma a cinco horas semanais; b) mais de cinco horas semanais; c) apenas nos períodos de provas;

125

d) não dispõe de tempo para estudar. 26. Qual o principal(is) motivo(s) de escolha da Universidade pesquisada? Escolha

até 3 alternativas. a) metodologia de ensino; b) proposta do curso; c) qualidade de ensino; d) localização; e) infraestrutura; f) obteve bolsa 100% PROUNI; g) valor da mensalidade (caso dos alunos com bolsas 50% PROUNI); h) é a única na região que oferece o curso escolhido; i) recomendação de amigos/familiares.

27. Em nível financeiro tem alguma dificuldade na obtenção de qual(is) itens.

Escolha até 2 alternativas: a) compra de livros; b) com alimentação; c) meio de transporte; d) acesso a internet; e) ajuda de custo para xerox; f) não teve dificuldade alguma; g) nenhuma das alternativas anteriores.

28. Em nível acadêmico tem dificuldade em qual(is) itens. Escolha até 2 alternativas: a) acompanhar o conteúdo das disciplinas do curso escolhido. b) sofreu algum tipo de discriminação por ser aluno do PROUNI. c) relacionamento com professores. e) não teve dificuldade alguma. g) nenhuma das alternativas anteriores.

1. Como você avalia o Programa Universidade para Todos? Quais fatores a seu

entender aprimorariam o referido Programa que tem como propósito o

ingresso na educação superior privada?

2. Fale sobre a sua satisfação ou insatisfação no que se refere ao PROUNI.

3. Como bolsista PROUNI, você teve algum tipo de dificuldade acadêmica e/ou

financeira durante o curso?

126

APÊNDICE C

Questionário Alunos - Concluintes

Responsável: Cristiane Pereira Melo de Oliveira – [email protected]

O preenchimento deste questionário é optativo e de participação voluntária. Será mantido sigilo e respeitada a sua privacidade em todas as informações apresentadas, assim como nome ou qualquer outro dado confidencial. Este questionário faz parte da pesquisa Programa Universidade para Todos: uma alternativa para a Educação Superior Privada? Ele é todo composto por questões de múltipla escolha. É muito importante que as respostas sejam sinceras. Caso tenham dúvidas, peçam o esclarecimento para o responsável. Preencha a alternativa escolhida com um círculo, caso você tenha preenchido errado, marque um X na alternativa errada e faça um círculo na alternativa correta.

Obrigada pela sua atenção Perfil pessoal 1. Qual a sua faixa etária? a) entre 17 a 19 anos; b) entre 20 a 22 anos; c) entre 23 a 25 anos; d) entre 26 a 30 anos; e) entre 31 a 40 anos; f) mais de 40 anos.

2. Qual o seu sexo? a) masculino; b) feminino.

3. Qual é a sua raça/cor? a) parda b) branca c) negra d) amarela e) indígena

4. Qual o seu estado civil atual? a) solteiro(a); b) casado(a); c) desquitado(a)/divorciado(a)/separado(a); d) viúvo(a); e) vive com o(a) companheiro(a).

127

5. Qual o local de sua residência? a) zona Leste; b) zona Oeste; c) zona Sul; d) zona Norte; e) zona Central; f) outros municípios.

6. Em que campus da Universidade pesquisada você estuda: a) Campus São Miguel b) Campus Anália Franco c) Campus Liberdade d) Campus Pinheiros

7. Qual meio de transporte você normalmente utiliza para deslocar-se à

Universidade? a) veículo próprio; b) metrô; c) ônibus; d) carona; e) ônibus mais metrô; f) lotação; g) nenhum (a pé).

8. Quanto tempo, em média, você gasta para vir à Universidade? a) até 15 minutos; b) de 16 a 30 minutos; c) de 31 a 60 minutos; d) de 61 a 90 minutos; e) mais de 90 minutos.

Perfil familiar 9. Com quem você reside? a) sozinho; b) com os pais; c) com outros familiares; d) com amigos; e) com o (a) cônjuge/companheiro(a); f) com filho(s).

10. Qual a situação profissional do seu pai? a) autônomo; b) assalariado em empresa privada; c) assalariado em instituição pública; d) empresário; e) aposentado;

128

f) sem atividade profissional no momento; g) vive de rendas (aluguéis, aplicações etc.); h) desconheço; i) falecido.

11. Qual a situação profissional da sua mãe? a) autônoma; b) assalariada em empresa privada; c) assalariada em instituição pública; d) empresária; e) dona de casa; f) sem atividade profissional no momento; g) vive de rendas (aluguéis, aplicações etc.); h) aposentada; i) desconheço; j) falecida.

12. Qual a situação profissional do(a) cônjuge/companheiro(a)? a) autônomo(a); b) assalariado(a) em empresa privada; c) assalariado(a) em instituição pública; d) empresário(a); e) dona de casa; f) aposentado(a); g) sem atividade profissional; h) falecido(a); i) não tem cônjuge/companheiro(a).

13. Qual a formação escolar do seu pai? a) 1o grau incompleto; b) 1o grau completo; c) 2o grau incompleto; d) 2º grau completo; e) superior incompleto; f) superior completo; g) pós-graduação; h) nenhuma; i) desconheço.

14. Qual a formação escolar da sua mãe? a) 1o grau incompleto; b) 1o grau completo; c) 2o grau incompleto; d) 2o grau completo; e) superior incompleto; f) superior completo; g) pós-graduação; h) nenhuma; i) desconheço.

129

15. Qual a formação escolar do(a) cônjuge/companheiro(a)? a) 1o grau incompleto; b) 1o grau completo; c) 2o grau incompleto; d) 2o grau completo; e) superior incompleto; f) superior completo; g) pós-graduação; h) não tem cônjuge/companheiro(a); i) nenhuma das anteriores.

Perfil educacional 16. Qual o seu curso anterior? a) 2º grau regular; b) 2º grau técnico; c) supletivo; d) superior incompleto; e) superior completo.

17. Onde você fez seus estudos do Ensino Médio (2o grau)? a) somente em escola particular, com bolsa; b) somente em escola pública; c) a maior parte em escola particular; d) a maior parte em escola pública.

Perfil profissional 18. Qual a sua situação profissional? a) autônomo(a); b) assalariado(a) em empresa privada; c) empresário(a); d) aposentado(a); e) assalariado(a) em instituição pública; f) à procura de emprego; g) nunca trabalhou e não está procurando.

19. Em que região você trabalha? a) zona Leste; b) zona Oeste; c) zona Sul; d) zona Norte; e) zona Central; f) outros municípios.

130

20. Há quanto tempo trabalha? a) há menos de um ano; b) de um a dois anos; c) de dois a três anos; d) mais de três anos; e) nunca trabalhou.

21. Exerce atividade relacionada ao curso?

a) sim; b) não; c) não exerce atividade profissional

22. O fato de você estar no Ensino Superior, por meio do Programa Universidade para Todos possibilitou-lhe:

a) estágio; b) ingressar no mercado de trabalho, em área diferente do curso; c) mudança de função/cargo; d) melhoria salarial; e) mudança de função/cargo e salarial; f) ainda não está exercendo atividade profissional;

Vida acadêmica 23. De quantas horas você dispõe para estudar fora da sala de aula? a) de uma a cinco horas semanais; b) mais de cinco horas semanais; c) apenas nos períodos de provas; d) não dispõe de tempo para estudar.

24. Qual o principal motivo de escolha do seu curso?

a) indicação em teste vocacional; b) identificação com a área; c) ascensão profissional/social; d) interferência da família ou de amigos; e) mercado de trabalho; f) valor da mensalidade; g) curso gratuito.

25. Como você se sente em relação ao curso escolhido?

a) acha que fez uma boa escolha; b) tem dúvidas se foi uma boa escolha; c) acha que não foi a melhor escolha, mas irá concluir o curso; d) não foi o curso escolhido, mas cursará, em virtude de ser a oportunidade de

possuir curso superior; e) está arrependido(a) e pensando em desistir.

131

26. Qual o principal(is) motivo(s) de escolha da Universidade pesquisada? Escolha

até 3 alternativas. a) metodologia de ensino; b) proposta do curso; c) qualidade de ensino; d) localização; e) infraestrutura; f) obteve bolsa 100% PROUNI; g) valor da mensalidade (caso dos alunos com bolsas 50% PROUNI); h) é a única na região que oferece o curso escolhido; i) recomendação de amigos/familiares.

27. Durante o curso, em nível financeiro, teve dificuldade na obtenção de qual(is)

itens. Escolha até 2 alternativas: a) compra de livros; b) com alimentação; c) meio de transporte; d) acesso a internet; e) ajuda de custo para xerox; f) não teve dificuldade alguma; g) nenhuma das alternativas anteriores.

28. Durante o curso, em nível acadêmico, teve dificuldade em qual(is) itens. Escolha até 2 alternativas: a) acompanhar o conteúdo das disciplinas do curso escolhido. b) sofreu algum tipo de discriminação por ser aluno do PROUNI. c) relacionamento com professores. d) nenhuma das alternativas anteriores.

29. A oportunidade em fazer um curso superior, possibilitou-lhe: a) estágio b) melhores oportunidades profissionais c) formação técnica para a atividade que já exerce d) cumprir uma exigência da empresa em que trabalha e) obter um título/Diploma universitário

30. Como você avalia o Programa Universidade para Todos? Quais fatores a

seu entender aprimorariam o referido Programa que tem como propósito o

ingresso na educação superior privada?

31. Fale sobre a sua satisfação ou insatisfação no que se refere ao PROUNI.

32. Como bolsista PROUNI, você teve algum tipo de dificuldade acadêmica

e/ou financeira durante o curso?

132

ANEXO A

Respostas das questões abertas- Ingressantes

Como você avalia o Programa Universidade para Todos? Quais fatores a seu

entender aprimorariam o referido Programa que tem como propósito o

ingresso na educação superior privada?

1. O PROUNI é de extrema importância para mim e meus colegas do programa.

A sua oferta possibilitou o meu ingresso em uma universidade de boa

qualidade, a qual não poderia cursar caso não tivesse bolsa de 100%

concedida.

2. O PROUNI é extremamente importante para uma boa formação profissional.

3. É um programa excelente!!

4. Considero excelente o programa.

5. Excelente.

6. Acho o programa excelente.

7. É um excelente programa, porém deveria ser mais abrangente em relação à

concessão de bolsas para a população.

8. No geral, excelente.

9. O programa é excelente.

10. Muito bom, uma ótima oportunidade de acesso a universidades privadas, já

que as publicas são de alta concorrência.

11. É um programa muito bom, ajuda muitas pessoas a fazerem um curso

superior.

12. Muito bom, oferece oportunidades incríveis.

13. Muito bom.

14. É muito bom, porque nos da à oportunidade de realizar nossos, objetivos,

enfim, ser um profissional realizado.

15. O programa está muito bom.

16. Bom, sim o PROUNI oferece uma vaga de melhoria na vida de quem procura

de fato.

17. Bom.

18. Bom, mas pode melhorar.

133

19. Uma alternativa para quem não tem condições em pagar uma universidade e

tem vontade de cursar um curso superior. Acho um bom programa.

20. Eu avalio como um bom programa.

21. Quanto ao serviço prestado pelo PROUNI, avalio como Bom/ótimo.

22. Está bom para mim.

23. O programa em si é bom.

24. É um ótimo programa para quem não tem condições ou tem um planejamento

financeiro no qual depende da bolsa, dá oportunidades de ingresso no

mercado de trabalho a quem não tem condições de fazer um bom cursinho ou

até mesmo tem dificuldades em passar em vestibulares públicos.

25. Ótimo.

26. Acho um ótimo recurso para quem não tem condições. Se não fosse pelo

PROUNI ainda não estaria ingressa no ensino superior.

27. O PROUNI é ótimo, e foi o programa que me possibilitou hoje, cursar uma

graduação. Não tenho do que me queixar em relação ao programa.

28. Um ótimo programa do governo, porém devia ser mais avaliado.

29. Na minha opinião o programa está ótimo.

30. O sistema do PROUNI e ótimo, a meu ver, dá a oportunidade de ingressar no

ensino superior, como no meu caso, a pessoas que não teriam condições de

investir em uma universidade. É uma ótima iniciativa e nota 10!

31. Avalio o programa como ótimo.

32. O PROUNI é uma grande oportunidade de ter um curso superior, que antes,

não era possível a muitos brasileiros pobres.

33. a)Acredito que seja uma boa oportunidade para as pessoas com renda

reduzida, com dificuldade de ingressar no ensino superior. B) A meu

entender, acredito que a possibilidade de ingressar com a nota do Enem, com

bolsa, seja 50 ou 100% influencia bastante o ingresso na educação superior.

34. Eu considero uma importante oportunidade que vem sendo oferecida aos

alunos que não tem condições de pagar a universidade. E com certeza

sempre há algumas coisas que podem ser aprimoradas.

35. É uma oportunidade para todos que não podem pagar uma faculdade e que

não consegue entrar na universidade pública.

134

36. Eu avalio o PROUNI sendo de muita importância para as pessoas que não

tem condições de pagar uma universidade integralmente, é uma

oportunidade.

37. A meu ponto de vista é uma oportunidade de grande valia, pois somente após

ganhar esta bolsa de 50% e os outros 50% financiados pelo fies, posso

considerar-me uma pessoa feliz por ter sido contemplada com esta

oportunidade.

38. Avalio como positivo, é uma oportunidade para quem não pode pagar, vem

ajudando a varias famílias que nunca puderam ter um filho em uma

universidade, hoje podem ter filhos formados, e assim melhorando a vida de

toda uma família.

39. Acredito que por ser de âmbito federal possibilita(ou) a oportunidade de

muitos alunos que se esforçam com o pouco conteúdo que adquirem ao

ensino médio, cursar com qualidade um curso ao qual se identifica.

40. O PROUNI é uma ótima oportunidade para alunos de baixa renda

ingressarem num curso superior.

41. O PROUNI é uma ótima iniciativa do governo, pois dá uma oportunidade para

quem não tem condições de pagar uma mensalidade integral de um curso.

42. Foi a oportunidade para eu tomar um rumo na vida.

43. Avalio de uma forma muito positiva, até porque senão fosse pelo programa,

não sei estaria cursando ensino superior, sobretudo nesse curso que eu

queria tanto. Foi a melhor coisa que o governo já inventou, assim

possibilitando o acesso a todos os jovens, que se dispõe de poucos recursos.

44. O PROUNI foi um dos melhores programas educacionais.

45. Minha avaliação é positiva. O programa responde ao que o estudante de

baixa renda precisa para ingressar em um curso superior. Em momento não

consigo pensar em algum fator que a meu ver aprimoraria essa oferta do

ingresso na educação superior privada, pois acredito que o governo, por

incrível que possa parecer, está fazendo a sua parte voltada a esse tema.

46. Acho que o PROUNI é fundamental para quem realmente precisa, e quer

ingressar em uma universidade, ainda tendo a possibilidade de fazer um

curso superior de graça ou totalmente de graça 50% a 100%.

47. O PROUNI possibilita o ingresso dos alunos que não tem condições

financeiras. A meu entender, o PROUNI aprimora a oferta de ingresso na

135

Universidade Privada, pois as Universidades Públicas se encontram em

regiões mais afastadas do Centro e da Capital, onde o custo de vida para se

manter nestas acaba sendo muito alto e mesmo sem o custo da mensalidade,

os alunos não conseguem se manter se não tiverem uma família que os

amparem.

48. O curso é uma boa alternativa para alunos com baixa renda, pois as

universidades públicas que deveriam ser destinadas à este grupo tem a

maioria de suas vagas ocupadas por alunos que cursaram escolas

particulares e cursinhos, um tanto quanto contraditório. Em sua grande

maioria, alunos que cursaram escolas particulares, tem maiores condições

financeiras para arcar com os custos da universidade.

49. Gosto do PROUNI, isso me possibilitou ingressar na universidade, tenho

outros compromissos financeiros que não me permitiria arcar com esta

despesa no seu valor integral.

50. Uma chance de conseguir cursar nível superior.

51. É uma boa oferta.

Críticas

1. O PROUNI deve ser aprimorado. A avaliação feita pelo PROUNI está, em

minha opinião, incompleta, pois essa só avalia a renda do participante, mas

não levam em consideração os gastos básicos mensais de cada aluno.

Exemplo: mercado, água, luz, gás, aluguel, condomínio. Se a avaliação do

PROUNI considerasse que cada região tem uma base de valores desses

produtos/serviços, levaria em conta que cada aluno tem um gasto diferente

para os mesmos.

2. Principal dificuldade é sobre a renda per capita, pois no meu caso se pega a

renda divide por quatro só que não levam em consideração que esse salário

se paga aluguel, água, luz, internet, dentista, plano de saúde e etc... não

sobra dinheiro para se pagar universidade gostaria que melhorasse o modo

de se calcular a renda levando em consideração outros fatores!

3. Uma ótima iniciativa, apenas um ponto negativo vejo na questão bolsa, onde

o aluno tem necessariamente que ter 75% de aprovação, onde nos alunos

que trabalham e não tem muito sempre pra estudar pode a qualquer momento

136

passar por essa situação e correr o risco de perder a bolsa, nesse caso eu

aprimoraria da seguinte forma, os alunos que ficassem de de na nota o prouni

não cobriria aquela matéria em que ele ficou, bem assim ficaria mais facil,

pois o mesmo se sentiria seguro pois não perderia a bolsa.

4. É um programa muito burocrático, as exigências e processo são muito

demorados, atrapalhando muitas vezes de começar o curso na data correta.

5. Não muitas, apenas o fato de que, por eu morar na zona sul e estudar no

campus da Liberdade, acabo chegando atrasada algumas vezes por causa do

transito e, quando perguntei por uma possível transferência, fui informada de

que, por ser bolsista do PROUNI, não tenho direito a transferências de

qualquer tipo.

6. Então o inicio (fase de comprovação de documentos) é desanimador. Acredito

que pode ser mais bem padronizado, e até incentivador.

7. Um detalhe que julgo importante acredito que a margem de desconto 50% ou

100% deveria ser concedida de acordo com a analise sócio econômica e não

com a pontuação nas provas. Óbvio que quem passou por uma escola

particular, por exemplo, têm chance de acertar mais questões que quem

estudou em escola pública.

8. Infelizmente eu queria trocar de curso, mas essa faculdade não disponibiliza

isso.

9. A minha maior dificuldade é não poder trocar de horário ou curso devido a

bolsa.

10. 1 Dp por semestre é meio complicado.

11. Uma solução provisória para o problema de falta de Universidade gratuita

para aqueles que realmente necessitam, já que temos Universidades

gratuitas excelentes, mas com um sistema que torna ela exclusiva para

alunos que cursaram o ensino médio em escolas privadas.

12. Na oferta do ingresso na educação superior privada, alguns casos poderiam

ser avaliados individualmente, em relação à renda. Pois há pessoas que

possuem renda superior ao indicado e mesmo assim, não conseguem arcar

com os custos da faculdade por arcarem com despesas básicas. É claro que

temos que respeitar as normas do programa, mas é um ponto a ser

observado, pois seriam casos específicos.

137

13. O único ponto negativo é não haver possibilidade de troca de turno, pois fica a

critério da faculdade e algumas não aceitam, mesmo apresentando

justificativa.

14. Apenas a forma que é aplicada e desenvolvida pelas universidades poderia

ser melhor. Por exemplo, como ja foi citado, a exposição/explicação dos

direitos que os alunos contemplados têm ou deixam de ter.

15. O fator que influência mais é o financeiro.

16. Acho que o que deveria mudar é a questão burocrática, deixando melhor

esclarecidos os documentos para estar realizando a aquisição da bolsa.

17. O único problema foram as datas, afinal só pude fazer minha matricula no dia

14 de fevereiro, mesmo estando na primeira chamada, quando já havia

iniciado as aulas!

18. Exigir que as universidades participantes do programa uniformizem os direitos

dos estudantes contemplados e/ou exponham, de forma clara, os direitos e

deveres do contemplado.

19. Mudaria a forma de aproveitamento, mesmo sabendo que o aluno bolsista

deve ter um rendimento satisfatório para ter a manutenção da bolsa.

20. Acho que o critério de avaliação de renda deveria ser de acordo com a renda

da pessoa em relação as despesas que possui, e não ser considerada a

renda de todos os membros familiares como critério.

Recomendações

1. Sim, é muito interessante, esse programa está incentivando muitos jovens a

realizar seus sonhos ter um nível superior, concordo que tem que não só

aperfeiçoar, como aumentar a oferta com qualidade, assim nossa sociedade

agradece e todo mundo ganha. Ok

2. Universidades que atendam a mais cursos.

3. É necessário que a comunidade tenha mais conhecimento de como adquirir, e

as dúvidas a respeito do Enem, o acesso a informações de cadastros devem

ser mais esclarecidos e com mais divulgação.

4. Nos EUA a Bolsa de Estudos acompanha alimentação, transporte e livros.

Tudo sai de forma gratuita. Embora as Universidades sejam públicas. A

iniciativa do governo brasileiro já fez uma grande diferença. Entretanto,

138

conheço inúmeras pessoas que não conseguem uma boa nota comparando á

estudantes que estudaram em escolas particulares. Em minha opinião o

quesito deveria ser estudar em escolas públicas.

5. O aumento no numero de bolsas.

6. Creio que deveria haver mais vagas, e os critérios para ceder às bolsas

deveriam ser mais bem analisados, e no caso de 50% de bolsa, deveria haver

um projeto de financiamento, pois a maioria não tem como manter nem a

metade.

7. Um número maior de bolsas ajuda de custo com transporte e alimentação,

afinal esses custos também são elevados, muitas pessoas não chegam a

fazer o curso ou desistem por não conseguirem se manter.

8. As Universidades ofertarem mais vagas em cursos mais concorridos

9. O Programa Universidade para Todos foi e é de grande ajuda para pessoas

com dificuldades financeiras que querem estudar, mas, acredito que

quantidade de bolsas oferecidas por curso ainda é pouca em relação ao

número de alunos interessados.

10. O que aprimora o ingresso na Educação Superior sem dúvida é o valor da

mensalidade.

11. Mais propagandas através da mídia poderiam alcançar mais jovens e

incentivá-los a ingressar na universidade.

12. Talvez ajudaria se tivesse outras formas de ingresso, devido às constantes

falhas no ENEM.

13. Na maioria para alunos que frequentaram escolas particulares e/ou tiveram

condições de se preparar melhor com cursinhos pré-vestibulares.

14. A quantidade de bolsas integrais ainda é muito pequena para a demanda.

15. Deveria ser oferecido maior numero de vagas pelo governo.

16. Acredito que mais universidades deveriam aderir a ele.

17. Acho que uma maior oferta de vagas nessas instituições

18. Um tipo de auxilio que ajudasse na compra de livros, xerox, alimentação. Pelo

menos nos primeiros semestres já que muito não tem condições.

19. O que aprimoraria a oferta do ingresso na educação são mais vagas, apesar

de estar em uma faculdade boa, penso nos outros que precisam também e

não conseguiram por falta de vaga. Porém não acho necessário diminuir a

nota para o ingresso, e acho necessária a melhoria do ENEM.

139

20. Só tem que oferecer mais bolsas.

21. O que aprimoraria o ingresso seria a maior oferta de cursos em mais

universidades, pois, há muitas, que não aderem o Enem, nem o PROUNI no

seu processo seletivo.

22. O programa deveria prover os materiais necessários para o curso no caso de

alunos mais necessitados, pois no meu caso, as bonecas, por exemplo que

serão utilizadas no curso, não caras. Não posso comprar.

23. Uma alternativa para aprimorar o número de vagas, seria fazendo um

incentivo maior de isenção de impostos para as universidades que aderissem

ao programa.

24. A única coisa a aprimorar talvez seja o convênio com mais instituições.

25. Acredito que o programa não só deveria conceder a bolsa, como também o

transporte e material do aluno. Convenhamos, minha renda é baixa, assim

como os outros alunos com 100% de bolsa. Não basta presentear alguém

com um belo carro, se a pessoa não conseguir arcar com os custos de

manutenção do mesmo.

26. Só tem que oferecer mais bolsas.

27. Aumentar a quantidade de bolsas por curso e universidade.

Fale sobre a sua satisfação ou insatisfação no que se refere ao PROUNI

Satisfação

1. Estou satisfeita com o programa.

2. Estou satisfeita.

3. Fico extremamente satisfeito.

4. Mesmo a universidade sendo distante da minha residência, estou muito

satisfeita com o PROUNI, pois sem esse programa não poderia estar

realizando o meu sonho que é cursar uma universidade.

5. Minha satisfação, e comodismo em relação a bolsa me permite acreditar

no curso até o fim, podendo investir a economia nos materiais

necessários.

6. Estou satisfeito sim, pois o PROUNI me possibilitou a chance de fazer um

curso e nível superior.

140

7. Estou satisfeito.

8. Posso cursar a Universidade, sem descriminação.

9. Não deixa a desejar.

10. Me senti satisfeita ao ingressar em 2011.

11. Estou contente.

12. Plenamente satisfeita. Se não tivesse a bolsa, não estaria cursando o

ensino superior.

13. É a melhor possível, pois possibilitou a minha permanência na

universidade.

14. No geral me sinto muito satisfeito com o programa, pois foi graças a ele

que ingressei em uma universidade e estou fazendo um curso que gosto

15. Estou muito satisfeito com o programa, pois abriu as portas para um novo

universo, realmente estou feliz pela oportunidade.

16. A minha satisfação é plena, pois provavelmente não conseguiria realizar o

sonho se não tivesse 100% de bolsa.

17. O PROUNI me abriu essa oportunidade de cursar o que queria. A única

forma de eu entrar em uma faculdade. Estou super satisfeita com o curso

e a universidade.

18. Eu muito satisfeito com a oportunidade, me sinto muito feliz.

19. Estou satisfeita.

20. Satisfeita!

21. Até o momento não tenho nenhuma insatisfação com o PROUNI.

22. Estou muito satisfeita

23. Estou satisfeita com o PROUNI

24. O PROUNI me ajuda muito, principalmente na questão financeira, e não

tive problemas com discriminação por ser bolsista.

25. Estou muito satisfeita, afinal, através do PROUNI, as pessoas de baixa

renda tem a oportunidade de ingressar em uma faculdade, já que as

faculdades públicas, que deveriam atender esse público, hoje em dia são

bem mais acessíveis às pessoas com uma renda superior.

26. O PROUNI me deixou muito satisfeita. Não tenho reclamações do

programa até o momento.

27. Estou muito satisfeita, pois só assim estou na universidade

141

28. Estou satisfeita, pois, hoje faço um curso que me abrirá portas para

trabalhar na área que almejo. Sem essa oportunidade, levaria muito tempo

de trabalho para poder bancar com uma despesa tão grande.

29. Estou satisfeita, pois até o presente momento não tive nenhuma

dificuldade com relação ao PROUNI.

30. Sinto-me satisfeito sim pelo programa, nada contra.

31. Eu estou muito satisfeita em ganhar uma bolsa integral, pois vejo muitos

dos meus colegas se matando para pagar e vejo como sou sortuda.

32. No momento estou muito satisfeita com todos os benefícios do PROUNI.

33. Através do programa que muitos jovens interessados de baixa renda

podem ter um ensino superior de qualidade para conseguir um bom

emprego. Com uma formação superior são abertas portas no mercado de

trabalho, com melhores condições e salários devido a formação.

34. Como disse na questão anterior, tenho muito a agradecer. No começo

achava injusto por não conseguir estudar numa faculdade pública (feita

para quem não consegue pagar um particular), mas depois fiquei mais

aliviada ao ver que consegui pelo PROUNI uma faculdade boa.

35. Tenho plena satisfação, por ter conseguido a bolsa integral sem nenhuma

complicação. Meu esforço foi reconhecido.

36. Acredito ser um programa que trará crescimento para o País como um

todo, pois hoje os que estão sendo beneficiados pelo programa, acredito

serem pessoas que fazem um esforço além do normal para atingir os seus

objetivos e que muito em breve estão participando de forma mais

qualificada com o crescimento econômico do nosso País.

37. Estou satisfeita

38. Muito satisfeita. Nunca pensei que pudesse estudar em uma Universidade

tão boa e sem desembolsar um único centavo.

39. eu acho que o programa é maravilhoso precisa de reparos, no quesito

escolha de alunos, mais está perfeito.

40. Apesar do meu único incomodo em relação ao PROUNI, é graças a ele

que eu estou estudando.

41. Muito satisfeita.

42. Estou plenamente satisfeita com o programa.

142

43. Gostei por ter conseguido, e que deu certo, mas eu queria ter obtido 100%

de bolsa ai eu estaria mais feliz! não teria que me preocupar em pagar o

empréstimo que fiz.

44. Estou cada dia mais satisfeita com o PROUNI.

45. Estou satisfeita com o programa. é uma ótima oportunidade para quem

quer ingressar na graduação e não tem condições de arcar com as

despesas.

46. Satisfeito, até o momento.

Insatisfação

1. Estou insatisfeita com o PROUNI no que se refere à orientação por parte do

setor na Universidade. Tive problemas de saúde no primeiro ano de direito e

não fui orientada corretamente. Precisei, devido a um aborto e outros

problemas de saúde trancar a matrícula e fui orientada que se eu o fizesse

perderia a bolsa. Mas vim á saber somente depois que tenho o direito de

trancar por 2 semestres. Estou com a minha bolsa suspensa e lutando para

reativá-la.

2. Pensando individualmente foi maravilhoso. Porém do que adianta conseguir a

bolsa em lugar longe, muitas conduções, alimentação, livros, fora que o

pessoal do PROUNI são os "pobres" ingressantes nas particulares.

Totalmente segregados pelos colegas de classe.

3. Estou insatisfeita! O problema é que não respeitam a ordem de preferência do

candidato. Ex: escolhi como 1ª opção do PROUNI o curso de farmácia na São

Judas e eles me concederam a minha última opção, ou seja, a que eu menos

queria Logística nesta Universidade. Eles dão as bolsas de estudo mais

baratas e não respeitam a ordem de preferência do candidato.

143

Como bolsista PROUNI, você teve algum tipo de dificuldade acadêmica e/ou

financeira durante o curso?

Dificuldades acadêmicas

1. Sabemos que a escola pública, em geral, prepara mal o seu aluno, para uma

vida acadêmica. As dificuldades estão presentes no meu cotidiano, mas é

preciso se dedicar ainda mais, para garantir um resultado satisfatório.

2. Falta-me um pouco de tempo para estudar mais profundamente os conteúdos

passados em sala de aula.

3. No meu caso, como trabalho muito e o meu local de trabalho é longe da

minha casa, acabo ficando muito cansada, gosto de participar das aulas, mas

sempre chego atrasada, ou em algumas vezes, nem vou a aula

4. A dificuldade esta em administrar o tempo entre estudos, trabalho e família.

Pois fica complicado estudar um curso puxado sendo que a sua maior parcela

do tempo você passa longe dos livros.

5. Bom minha dificuldade maior são os montes e montes de trabalhos, sendo

que tenho que trabalhar e complica muito fazê-los da melhor maneira.

6. Sim. Acompanhar algumas matérias.

7. Tenho dificuldades para acessar a internet, por questões de falta de tempo.

8. Tive dificuldade acadêmica no semestre passado, por não conseguir conciliar

faculdade e trabalho. Mas foi somente uma questão de adaptação.

9. Bom por ter estudado sempre em escola pública sinto algumas dificuldades

em certos conteúdos até mesmo básico do ensino médio, porém sempre

busco me esforçar recuperar os conteúdos, e vejo que (modéstia parte) na

maioria das provas me saio melhor que muitos inclusive pagantes,isso

também os eventos da faculdade. Minha família me ajuda muito, então

consigo arcar com os custos de transporte e alimentação, alem de xerox etc...

Quanto ao relacionamento com os colegas, mesmo nem sempre, mas há sim

um certo preconceito de alguns e admiração de outros.

10. Queria ter mais condições de estudar, porém como minha família precisa

mesmo eu tendo a bolsa preciso trabalhar, e isso dificulta. Os livros que eu

queria ler, começar a Iniciação Cientifica e etc.

144

Dificuldades financeiras

1. Com o curso não porque minha bolsa é integral, mais em relação a livros,

xerox, sim

2. Sim financeira, mas consegui me estabilizar.

3. Até o seguinte momento obtive dificuldade apenas nas compras de livros, que

custam caro, e há poucos exemplares na biblioteca da faculdade, sendo

assim também a dificuldade em pega-los tamanha procura.

4. Seria apenas financeira minha dificuldade: em relação a compra de livros e

alguns materiais para trabalhos e em relação a condução.

5. Nenhuma dificuldade, apesar de que gostaria do passe livre, para economizar

no transporte (que deixa a desejar na qualidade) e investir na minha

alimentação durante o curso, por exemplo. Que custa caro nas dependências

da universidade.

6. Sim, entre elas a dificuldade de comprar o material utilizado no curso.

7. As vezes sim, devido ser bolsista de 50%, mais sempre tenho o apoio dos

familiares.

8. Se o preço se mantiver na base que está, não teria nenhum problema

financeiro.

9. A única dificuldade que tenho é para realizar a impressão dos textos e

trabalhos dados ao longo do curso. As xerox não costumam ter um valor alto.

Algumas atividades exigem verba que não tenho.

10. Por enquanto não, pois financiei o meu curso e de vez em quando faço um

biquinhos aqui e ali para os gastos do dia a dia como condução, lanche,

materiais didático e de aulas praticas

11. Só tenho dificuldade em ter dinheiro todos os dias para me alimentar, pois

venho direto do trabalho, almoço as 13:00 e só vou jantar as 23:40, porque

não é todo dia que tenho dinheiro para comprar lanches.

12. Não, por enquanto nada tem a me impedir de dar continuidade no curso

escolhido.

13. Com certeza, percebo pelo pessoal da minha sala.

14. Sim, transporte.

15. Fico feliz em ter bastante tempo para estudar, uma vez que não preciso

trabalhar para pagar a faculdade. Dedico integralmente o meu tempo aos

145

estudos, todos os dias, e estou certa que isso refletirá em minha formação e

atuação profissional.

16. Não ao ponto de me sentir obrigado a abandonar o curso... Porém, a renda

fica contada, pois ninguém consegue ficar das 14:00 até 23:30 sem se

alimentar. Gastos com alimentação, transporte e materiais são gastos fixos,

não são opcionais.

17. Não porque tenho 50%, financiado pelo fies, ok, e isso me ajuda....

18. A dificuldade que tenho é financeira principalmente com gastos de transporte,

mais que será solucionado em breve, pois estou quase conseguindo o

estagio, que me ajudara muito financeiramente.

19. Nenhuma.

20. Além do PROUNI, fiz também o FIES, com isso tenho a tranquilidade de não

me preocupar com mensalidades, somente com materiais.

21. Não, a faculdade não exige que os alunos comprem nada, só sugerem livros

como método de melhorar o aprendizado.

22. Não, pela bolsa ser integral, consigo prosseguir com as demais despesas.

23. Eu gostaria de pode comprar livros para poder consultá-los quando precisar,

mas são muito caros. Apesar de a biblioteca da faculdade ser grande, a

quantidade de livros disponíveis não supre a quantidade de alunos, e por isso

temos que ficar "disputando" os livros. Acredito que terei dificuldade para

comprar alguns equipamentos (roupas e utensílios) necessários para aulas

práticas.

24. Financeira, pois saio às 7 horas da manhã de casa e chego por volta das 13

horas. Os lanches na faculdade são caríssimos e muitas vezes tenho que

ficar sem me alimentar. Para fazer uma refeição razoável gasto em média 10

reais por dia e por mês gasto R$ 200,00 isso se não necessitar ficar na

Faculdade por mais tempo para estudar ou fazer qualquer trabalho.

Academicamente sinto dificuldade no que diz respeito á orientação por parte

do PROUNI. Minha bolsa se encontra cancelada e isso porque tive problemas

de saúde no ano de 2010 e fui orientada no próprio setor do PROUNI que não

podia trancar a matrícula, sendo que esse é um direito que possuo.

25. Com ajuda do PROUNI, consigo conciliar com minhas obrigações,

possibilitando a compra de algumas matérias, contando também com as

instalações da universidade, como a biblioteca.

146

26. As mensalidades da faculdade, mesmo com a bolsa de 50% são muito caras.

27. Não tenho tanta dificuldade financeira, com meu emprego consigo cobrir

alguns gastos com matérias e transporte, minha família sempre me ajuda

também. Na questão acadêmica não também, pois consigo acompanhar bem

as matérias e já me sinto incluído

28. Com relação ao transporte, pois preciso de duas cotas, uma para o trem e

outra para o ônibus.

29. Até o momento não estou tendo nenhuma dificuldade acadêmica e nem

financeira, pois me identifico com o curso e gosto das matérias de exatas, só

não cursei antes pois não tinha condições de pagar uma mensalidade

integral. Quanto a parte financeira, pago 50% do valor curso e outras

despesas (alimentação, transporte...) que está dentro do meu orçamento.

30. Por enquanto não, a única dificuldade é comprar os livros de direito que são

bem caros.

31. Só a falta de dinheiro para comer todos os dias na facul pq eu vou direto do

trabalho e nem sempre tenho dinheiro para isso.

32. Tenho dificuldade financeira para conciliar a mensalidade de 50% e a compra

de livros, materiais, xerox, fica um pouco pesado no orçamento.

33. Atualmente sim, mas quando ingressei no curso não. A dificuldade está

voltada à parte financeira, e apenas relacionada ao meio de transporte.

147

ANEXO B

Respostas das questões abertas- Concluintes

Como você avalia o Programa Universidade para Todos? Quais fatores a seu

entender aprimorariam o referido Programa que tem como propósito o

ingresso na educação superior privada?

1. Acredito que o PROUNI seja de extrema importância dentro da sociedade,

pois proporciona a possibilidade de formação em diversas áreas àquelas

pessoas que possuem uma baixa renda.

2. O Programa foi de extrema importância para a minha conclusão do ensino

superior.

3. Para mim o Programa foi de extrema importância, pois sem ele não teria

condições de realizar minha graduação.

4. O programa é excelente.

5. O programa é excelente. O nível de exigência na prova do Enem esta num

patamar ideal para quem tem a intenção de conquistar uma bolsa integral.

Não tenho embasamento para indicar fatores que contribuíssem para

melhoria da oferta.

6. Foi graças ao PROUNI que hoje estou quase formada, então eu acho o

PROUNI uma excelente opção para aqueles que não dispõem de recursos

financeiros para conseguir ter um diploma no ensino superior.

7. O Programa é excelente e deve continuar. Iniciativas como essa são

imprescindíveis para a formação educacional do país.

8. O PROUNI é um programa excelente para quem não tem condições de ter

um ensino superior.

9. O PROUNI é um excelente programa para proporcionar o ensino de

qualidade das universidades privadas, para quem não tem como pagar por

isto. Menos desigualdade na educação.

10. O programa é bom, mas como tudo tem suas falhas.

11. É um Programa muito bom, que possibilita o ingresso dos estudantes que

não tem condições financeiras para obter um estudo de qualidade.

Incentiva ao aluno a ir atrás de seus objetivos e desenvolvimento pessoal.

148

12. O PROUNI é muito bom.

13. O PROUNI foi muito bom, pois me possibilitou a fazer um curso superior

14. Avalio como sendo um programa muito bom, que oferece possibilidade

para as pessoas que não tem condição de ingressar em um curso superior

devido aos valores altos das mensalidades dos cursos em escolas

particulares.

15. Muito bom o programa.

16. O PROUNI se revelou como um ótimo canal entre o estudante de baixa

renda e o ensino superior. Estou prestes a me formar e foi com bolsa

integral.

17. O programa é ótimo para estudantes oriundos de classes menos

favorecidas já que na Universidade Pública a maior parte dos alunos só

entra depois de realizar cursos pré-vestibulares caríssimos que custam o

preço de uma mensalidade em faculdades privadas.

18. Ótimo programa.

19. Um ótimo programa.

20. Um ótimo programa para a preparação de profissionais para pessoas que

não possuem condições financeiras para pagar uma faculdade.

21. Acho o programa uma boa proposta e que ajuda muitas pessoas que não

poderiam cursar determinados cursos, pelo custo necessário, como no

meu caso. Espero que esse programa possa ser aprimorado de modo a

auxiliar muitos mais jovens na vida acadêmica, realizando sonhos.

22. Ótimo.

23. A idéia é ótima, faz a diferença na sociedade e é uma janela de

crescimento e busca na igualdade na classe estudantil.

24. É uma oportunidade para aqueles que não obtiveram êxito nas

universidades públicas, mas, demonstraram sua capacidade na obtenção

de uma disputada bolsa de estudos.

25. Sem essa oportunidade não teria conseguido me formar.

26. Foi a oportunidade que tive para ingressar na universidade, sem o

desconto concedido pelo programa, principalmente no inicio do curso, eu

não teria condições financeiras para cursá-lo.

149

27. Ao final do curso me sinto realizada, agradeço aos idealizadores do

PROUNI, ao governo pela oportunidade e espero um dia poder retribuir a

sociedade um pouco do que me foi oferecido através do meu trabalho.

28. Uma ótima oportunidade para quem procura cursar um ensino superior e

também para quem quer pagar menos na faculdade no caso dos bolsistas

de 50%.

29. O PROUNI foi a minha única oportunidade de ingressar em uma

universidade.

30. Uma grande oportunidade a jovens de baixa renda.

31. Acredito que o programa seja uma ótima alternativa para quem não tem

condições de pagar seus estudos e não pôde se manter em uma

instituição pública ou ainda, não teve acesso à esta (não tenha passado

em um vestibular público).

32. O PROUNI foi a única alternativa, já que não tinha condições de pagar

uma faculdade. Passei em universidade pública (UNESP), mas não tinha

condições de me sustentar em Araraquara (região na qual foi aprovada).

Com a nota do meu ENEM consegui bolsa integral. Em resumo, não tenho

reclamações em relação ao programa.

33. Avalio o PROUNI como uma porta de entrada para o universo acadêmico

para aqueles que são inteligentes e esforçados, mas não possuem

condições financeiras para arcar com os custos que a faculdade exige.

34. O PROUNI é um programa que auxiliou muito o ingresso de pessoas em

universidades privadas.

35. O PROUNI é problema de todos acredito cabe a todos estudar para obter

uma boa nota e conseguir bolsa 100%.

36. O PROUNI é um dos melhores programas de inclusão social já realizado

até hoje. Em minha concepção, não há fatores que aprimorem o ingresso

na educação superior. Conheço muitos bolsistas PROUNI que

conseguiram a bolsa mesmo não atingindo médias relativamente altas no

ENEM.

37. Acredito que o PROUNI é um dos meios mais fáceis para uma pessoa que

quer ter uma formação superior, mas não tem condições financeiras para

pagar a mensalidade, ou no caso de universidades públicas, ir para

150

cidades distantes e ter que pagar aluguel, materiais de estudo e ainda

conseguir tempo para trabalhar.

38. Eu continuo achando uma ótima opção para quem busca uma profissão e

não tem condições de pagar pelo preço de uma bolsa normal. Embora o

PROUNI precise ser aprimorado eu consegui uma ascensão profissional

que jamais seria possível em condições normais e com isso minha família

e os meios onde convivo também foram impactados com essa bolsa e

essa história.

39. Particularmente falando, se não fosse pelo PROUNI não faço ideia de

quando conseguiria completar minha formação superior, já que as

universidades públicas mais próximas da região que moro não oferecem

os cursos que escolhi fazer, e pagar a mensalidade em uma universidade

particular estava totalmente fora de questão. Agora no último ano às

vésperas de apresentação do meu TGI, tenho orgulho em dizer que estou

me formando na universidade graças ao meu empenho, dedicação, e é

claro, ao PROUNI!

40. Tive de esperar muitos anos para ingressar na faculdade após o ensino

médio porque não tinha dinheiro para pagar. Com o PROUNI o meu sonho

foi finalmente realizado. E veio em boa hora, melhorando minha vida

profissional, meu salário e minha qualidade de vida. Hoje eu tenho novas

propostas e novos caminhos a seguir.

41. O programa é de grande ajuda para qualquer cidadão, possibilita a todos o

acesso para Universidade.

42. Um programa que possibilita às pessoas de baixa renda continuar seus

estudos.

43. O programa Universidade para todos traz consigo a possibilidade de

ingressar pessoas no ensino superior que não tem condições necessárias

para arcar com a totalidade da mensalidade ou ingressar em

Universidades públicas, dando assim o respaldo para ingressar. E desta

maneira concluir seu curso superior.

44. Eu consegui conclui meu curso e para mim o PROUNI me deu a chance

de realizar um sonho que eu não conseguiria se tivesse que pagar.

151

Críticas

1. Eu estou sem emprego até hoje porque estudava de manhã e as

oportunidades de emprego não condiziam com o meu horário e eu não podia

me transferir, agora que concluí estou correndo atrás!

2. Acredito que não é a solução ideal, o correto seria que o governo

proporcionasse a possibilidade de ensino superior de qualidade e gratuito

para todos, porém utilizou este recurso como uma forma de suprir a falta de

investimentos nesse segmento.

3. Apesar do sucesso do PROUNI, deve-se lembrar que praticamente todos os

bolsistas vieram de escola publica, cujo nível é muito baixo. Ou seja,

enquanto não houverem melhores condições de ensino no nível médio e

fundamental o aproveitamento dos bolsistas será básico.

4. O processo inicial é burocrático e, no meu caso, foi realizado com

incompetência, o que resultou em Mandato de Segurança.

5. As ofertas de cursos ainda são escassos e o meio acadêmico ainda tem um

certo preconceito com alunos do PROUNI.

6. Eu avalio como Regular, mas tem muito a melhorar no caso do aluno quiser

uma transferência de Universidade ele não consegue pois fica preso ao

horário e a faculdade por não poder se transferir. Eu mesmo tive esse

problema, precisei me transferir de horário ou de Faculdade para o noturno

para arrumar um emprego e não consegui porque eu perderia a Bolsa de

estudos se eu mudasse de horário, então acabei perdendo a oportunidade de

emprego.

7. Só com relação a transferência de horário e de Universidade, pois queria

transferir para uma Universidade mais perto da minha casa e não consegui.

8. Como ponto negativo no programa digo que foi muita burocracia para que eu

comprovasse minha baixa renda.

9. Não posso utilizar do programa para conseguir uma outra bolsa, o fato de eu

ter feito uma graduação não significa que possuo condições (R$) para

"bancar" uma graduação.

152

10. No começo tive muito medo de perder a bolsa devido a parte burocrática e a

exigência quanto à DP. Mas não tive dificuldade porque estudei e batalhei pra

chegar aqui.

Recomendações

1. Maior divulgação, tanto aos alunos recém-formados, como também aos

que concluíram o ensino médio há alguns anos.

2. Precisam concentrar muitas universidades (principalmente as federais) e

alguns cursos, principalmente os que hoje são difíceis de acessarmos

(medicina, relações internacionais, engenharia etc).

3. Acho que a prova do ENEM, a qual habilita o aluno a se candidatar ao

PROUNI tinha que voltar ao modelo antigo, pois o ensino público não

oferece condições para ser fazer uma prova tão extensa e complicada!

4. Mas acredito que algum mecanismo (por exemplo um cursinho) poderia

ser implantado para que alunos da fraquíssima rede publica de ensino do

nível médio fossem melhor preparados para enfrentar a prova do Enem e

conseguissem ingressar numa universidade privada com os custos

mantidos pelo poder público.

5. Não em relação ao PROUNI, mas está virando vandalismo a forma com

que a prova do ENEM está sendo aplicada, pois todo ano tem vazamento

de informações, o que prejudica muita gente.

6. Iniciativas que viessem não apenas do governo, mas do próprio ensino

privado em parceria com grandes empresas de diferentes setores

(Petrobrás e Votorantim seriam exemplos), pois é do interesse delas a

formação de profissionais especializados.

7. Os fatores que aprimorariam logicamente é o recurso financeiro as

universidades privadas estão muito caras.

8. Acredito que uma forma de aprimorar o ingresso na educação superior

privada seria a oferta de cursos com uma real qualidade e estrutura por

um preço realmente acessível.

9. Acredito que poderia ser oferecida a educação continuada.

153

10. Acredito que a quantidade de vagas ofertadas pelas universidades seja

pequena, no entanto, proporcionou acesso ao ensino superior àqueles que

não podem pagar uma universidade privada.

11. Melhor que isto, seria se ele se estendesse para pós-graduação.

12. Gostaria muito que o PROUNI pudesse continuar me ajudando no meu

sonho de pós-graduação.

13. Minha sugestão é que o Programa possa dar continuidade na formação,

ajudando os alunos que utilizaram o programa durante a graduação a

cursar também uma pós-graduação que está sendo cada vez mais exigida

pelas empresas.

14. O que melhoraria a meu ver seria uma maior oferta de bolsas, pois muitas

áreas oferecem poucas bolsas.

15. Acho que deveria haver mais vagas para que todos pudessem ter acesso.

16. Aumento do número de bolsas em cursos considerados de alto nível e que

tragam uma ótima renda mensal.

17. Acredito que uma bolsa-auxílio para ajudar nos materiais.

18. Gostaria que existisse esse tipo de bolsa para pós-graduação.

Fale sobre a sua satisfação ou insatisfação no que se refere ao PROUNI.

Satisfação

1. Muito satisfeito, pois exige do aluno ter um bom desempenho durante o

período de curso.

2. Sou muito satisfeita com o PROUNI.

3. Estou insatisfeito. Na época não tinha nenhuma condição de cursar uma

faculdade e hoje tenho inúmeras oportunidades e posso realizar-me

completamente.

4. Satisfeita com todo o processo.

5. No que se refere ao PROUNI sinto-me satisfeita, pois consegui concluir meu

curso graças a oportunidade concedida.

6. 100% de satisfação, não tenho nenhuma outra resposta, já que o programa

ajudou a me formar.

154

7. Graças ao PROUNI, eu consegui fazer o curso, pois sem, eu não teria

condições financeiras de fazê-lo.

8. Estou muito feliz. Sem o PROUNI não poderia estar onde estou hoje.

9. 100 % satisfeito. Sem o programa eu teria que primeiramente conseguir uma

estabilidade financeira relativamente boa. Assim demoraria muito mais para

conseguir a conclusão do curso superior.

10. Minha satisfação em relação ao PROUNI foi ter tido a possibilidade de pagar

menos no valor da mensalidade.

11. Com o PROUNI eu só tive melhoria de vida. Estou satisfeita com o programa.

12. Estou muito satisfeita. Em momento algum sofri algum tipo de preconceito.

13. Muito satisfeito.

14. Estou muito satisfeita, pois graças ao PROUNI consegui me formar no curso

que sempre quis, e não poderia pagar pois tem um valor muito alto. E

satisfeita também pela qualidade de ensino oferecida pela Universidade.

15. Nunca tive problemas no que se refere ao PROUNI. Avalio como satisfatório.

16. Estou muito satisfeita.

17. Estou muito satisfeita com o PROUNI, pois é muito difícil para uma pessoa

sem condições de fazer um bom ensino fundamental e médio conseguir uma

universidade pública, porém, com este programa, há a possibilidade de se

conseguir uma boa faculdade sem se preocupar em pagar, ou diminuir

bastante a mensalidade.

18. Estou satisfeita com o programa, acredito que sem ele dificilmente eu estaria

em uma universidade no porte desta Universidade.

19. Estou muito satisfeito com o PROUNI.

20. Tenho satisfação total com o programa.

21. Sou totalmente satisfeito com o programa. Se não fosse ele, não estaria na

faculdade e nem teria o emprego e nem o salário que tenho hoje.

22. Não tenho do que reclamar do PROUNI e da relação da Universidade com o

programa. É muito inspirador enfrentar tudo que enfrentei sabendo que não

precisaria pagar pelos estudos. E o dinheiro que ganhei nos estágios que fiz,

pude investir em cursos, em livros e ajudar em casa.

23. Super satisfeito.

24. Estou plenamente satisfeita com o serviço do PROUNI. Sem ele eu com

certeza não teria condições de cursar o ensino superior. Durante os anos de

155

curso, surgiu um estágio, no qual fui efetivada meses após e trabalhei por um

ano. Agora estou como freelancer em alguns veículos de comunicação,

bastante contente, mas a procura de um emprego fixo, com mais benefícios.

25. Estou muito satisfeito com o programa.

26. Estou satisfeito com o PROUNI visto que graças a ele estou tendo a

possibilidade de obter um diploma universitário.

27. Satisfeito.

28. Realmente não tenho nada do que reclamar. Todas as convocações que

foram feitas para assinaturas de renovação ou comprovações de qualquer

natureza ocorreram de forma bem tranquila. Sinto-me plenamente satisfeito

no que se refere ao PROUNI.

29. Estou satisfeita, pois graças a Deus, hoje tenho uma formação em nível

superior.

30. Eu estou completamente satisfeita com o PROUNI.

31. O PROUNI representa, com certeza, o maior passo dado pelo Brasil, no

sentido de profissionalizar os cidadãos.

32. Estou satisfeita como PROUNI pelo curso que eu fiz, porém atualmente

conseguir uma bolsa no PROUNI está muito mais difícil.

33. Estou satisfeito.

34. Avalio como satisfatório.

Insatisfação

1. Por mais que eu seja bolsista eu não aprovo o programa, pois atualmente

qualquer um entra na faculdade, mesmo sem o menor preparo e isto faz

com que o nível dos profissionais seja muito baixo.

2. Laboratórios insuficientes e inadequados.

3. Há ainda muitos professores despreparados e descompromissados, com

excesso de faltas. Sem contar a questão das aulas online, que em nada

agregou ao conhecimento, apenas agregou aos bolsos dos reitores.

4. Insatisfação com a falta de domínio e experiência executiva dos

professores. Baixa exigência por parte dos professores. Aulas fracas e

docentes desmotivados.

156

Como bolsista PROUNI, você teve algum tipo de dificuldade acadêmica e/ou

financeira durante o curso?

Dificuldades acadêmicas

1. Sim.

2. Como bolsista do PROUNI não sofri qualquer tipo de discriminação pelos

meus colegas e funcionários da universidade, independente de onde você

venha ou como paga suas mensalidades, todos são tratados como iguais

(falo isso pelo curso que fiz...). Por vir de escola pública tive que me

empenhar muito para conseguir acompanhar o conteúdo de matérias básicas,

que deveriam ter sido aprendidas no ensino médio, mas, por vir de uma

escola pública, não tinha conhecimento o suficiente.

Dificuldades financeiras

1. Financeira, muitas, durante os muitos meses em que fiquei desempregada

por ter mudado de área. Estava há 3 anos na indústria farmacêutica e não me

identificava com a área, ao mesmo tempo, não podia me dedicar a um

cursinho ou pagar uma faculdade, prestei PROUNI duas vezes até conseguir

a vaga em Comunicação Social, o que sempre quis fazer. Foi um caminho

prático, do qual hoje não me arrependo. Na minha área, o curso no ensino

superior é mais valorizado (e melhor conceituado) do que em Universidades

públicas.

2. Não tive muitas dificuldades, apenas não tive condições de comprar livros,

pois na minha área a maioria é muito custosa. Mas a universidade dá o

suporte necessário, as bibliotecas são muito bem equipadas.

3. A maior dificuldade é a da distância entre minha casa e a universidade. O

mais difícil foi ter dinheiro para pagar o transporte em alguns meses em que

não trabalhei e que minha mãe estava desempregada.

4. Tive dificuldades para me locomover até a escola de ônibus, apesar de morar

relativamente perto. Às vezes tinha a vontade de ir as aulas, mas não havia

dinheiro para a condução. Acho que deveriam implementar ajuda de custo

para os bolsistas integrais, principalmente, com a condução. E para aqueles

que trabalham, possuem contrato ou carteira assinada e enfrentam o trânsito

157

de São Paulo para chegar a noite na escola cansados, deveria também existir

uma ajuda de custo quanto a alimentação.

5. Não como bolsista apenas, como aluna em geral, livros muito caros,

condução demorada.

6. O fato de a faculdade ser a mais perto de casa, ainda preciso pegar condução

e também não tinha acesso a internet, como estive desempregada por algum

tempo, tive dificuldades em custear e tb para estuda via on line.

7. No início tive dificuldades para a compra de livros e alimentação. mas logo,

consegui um estágio que atendeu a essa necessidade.

8. No inicio foi mais difícil, com relação a parte financeira, porém minha condição

profissional melhorou devido o fato de cursar o ensino superior.

9. Mesmo com bolsa de cem por cento, o aluno que entra em alguma

universidade por meio do PROUNI tem dificuldades em se manter, pois o

custo com livros, xerox, impressões de trabalhos, condução, entre outros

aspectos ainda é um fator que dificulta a permanência no curso.

10. Tive dificuldades financeiras, principalmente no que se refere a condução.

Moro em outra cidade, utilizando duas conduções por viagem.

11. Sim

12. Dificuldade financeiras foi relacionada a compra de livros, que quando

exigidos, são caros. Mas eu consegui ir atrás de outras opções mais baratas.

13. Tive dificuldades financeiras durante o curso pelo material para o meu curso

ser muito caro.

14. Claro. No começo do curso tinha muitas dificuldades financeiras, pois a renda

mensal de minha família era muito baixa. Tive dificuldades com acesso à

internet (somente consegui esse recurso em casa no 4º ano do curso).

Também no 1º semestre cheguei a perder aulas por faltar dinheiro para o

transporte.

15. Não, não houve problemas financeiros e as dificuldades foram normais como

qualquer aluno pode ter.

16. Somente com alimentação, porque eu saio do trabalho e vou direto para a

faculdade, chego em casa quase meia noite quando finalmente tenho uma

refeição. Os lanches oferecidos nas dependências da instituição são muito

caros pro meu padrão de vida e eu não tinha como comprar todos os dias.

158

17. Não tive grandes dificuldades acadêmicas ou financeiras no decorrer do

curso. Acho que tive as mesmas dificuldades dos alunos não bolsistas.

18. Sempre existe um gasto, porém como sempre trabalhei, procurei sempre

reservar dinheiro para manter-me na Universidade.

19. Tive sim. Algumas vezes eu não tinha passagem para ir estudar. A

alimentação também era bem difícil. Mas graças a Deus deu tudo certo.

Nunca demonstrei essas dificuldades para ninguém, mas foi difícil. Às vezes

até para fazer um xerox das apostilas era complicado.

20. No início tive dificuldades financeiras pessoais como mencionado no

questionário. Dificuldades com falta de alimentação em casa, falta de dinheiro

do transporte. Referente a livros sempre usei os livros da biblioteca.

21. Somente financeira.

22. No começo sim as xerox eram semanais e muita quantidade. Agora com a

minha melhoria de situação a dificuldade diminuiu.

23. Minha dificuldade foi financeira referente a distância da faculdade e da minha

residência. A alimentação na universidade também tem um custo alto o que

impossibilita o consumo diário em suas dependências. A quantidade de horas

perdida no trajeto também foi uma dificuldade.

24. Financeiras, algumas dificuldades como a compra de livros, que na área da

medicina veterinária são muito caros, mas os livros nunca eram exigidos,

eram passados apenas como leitura complementar, e na maioria dos casos

eram oferecidos para empréstimo na biblioteca, então não foi realmente um

grande problema.

25. Financeira - por causa da dificuldade de encontrar estágio que possibilitasse a

aplicação dos conhecimentos adquiridos.

26. Sim. porque era bolsista 50% fiquei desempregada e solicitei ajuda de

familiares e amigos para mensalidades e materiais ex. xerox.

27. A principal dificuldade foi a financeira, os gastos com materiais necessários e

uniformes.

28. Tive com meio de transporte.

159

ANEXO C

Carta Aberta ao Exmo. Sr. Ministro de Estado da Educação Fernando Haddad

Senhor Ministro,

Nós, estudantes bolsistas do ProUni, reunidos na cidade de São Paulo,

dedicamos algumas palavras a Vossa Excelência, afim de apresentar uma série de

idéias e reivindicações a respeito do Programa Universidade Para Todos.

Em primeiro lugar, é importante registrar que consideramos o ProUni uma

grande conquista dos estudantes brasileiros. Ele é resultado da luta histórica para

garantir a ampliação de vagas no ensino superior, considerando que o Brasil detém

a pífia marca de apenas 11% dos jovens de 18 a 24 anos matriculados.

Registramos aqui, com convicção, que a grande maioria de nós não estaria

na universidade senão através do ProUni. O recorte social que ele garante inclui

uma parcela da população que não teria acesso a uma vaga na universidade pública

e muito menos as mensalidades praticadas nas instituições privadas. Muitos de nós,

com idade mais avançada, já havíamos perdido a expectativa de concluir uma

graduação e agora volta aos bancos escolares retomando este antigo sonho.

Defendemos a ampliação do ProUni! Queremos que mais jovens, como nós,

tenham acesso ao ensino superior, até que este direito seja universal a toda a

população! Queremos a ampliação da universidade pública para que assim ela seja

democratizada e popularizada! Buscamos o investimento na escola básica para que

tenhamos igualdade de oportunidade com aqueles que tem condição de pagar as

altas mensalidades.

Respondemos aqui a todos aqueles que atacaram o ProUni, insinuando que a

seleção social derrubaria a qualidade do ensino! Lembramos a eles, que o estudante

do ProUni também passa por uma seleção de mérito, através de nota mínima do

Exame Nacional de Ensino Médio(Enem) e da concorrência aberta por determinada

vaga. Publicizamos ainda que todas as pesquisas desta questão, além do Exame

Nacional de Avaliação dos Estudantes (Enade) comprovam que os ingressos pelo

ProUni, ou por outros programas de seleção socioeconômica, têm desempenho

superior a média dos demais. Por isto, defendemos a radicalização destes critérios.

Mais vagas do ProUni! Pela implementação imediata da reserva de vagas nas

universidades públicas brasileiras!

160

Compreendemos o ProUni como um direito! Como nosso direito ao estudo! E

assim, não vacilaremos em nos defender de cada abuso ou distorção. Com todos os

méritos que tem, não devemos nos cegar para o fato de que toda política em

implementação deve ser aprimorada e melhorada. Muitas vezes, a generalidade dos

decretos não consegue perceber as dificuldades enfrentadas no dia-a-dia do

estudante. Durante a nossa organização e a realização das etapas deste encontro

diagnosticamos uma série destas dificuldades. Apresentamos aqui as principais

delas sistematizadas. São elas:

1. Por mais informação:

Com toda a certeza, a falta de determinadas informações é o nosso principal

problema. Isto gera uma incerteza de nossos direitos e deveres em relação ao

programa. A maioria de nós mal tem certeza da relação de exigências de

desempenho acadêmico para a manutenção da bolsa, o que cria uma série de

boatos. Diagnosticamos que o setor de bolsistas no site do Ministério da Educação é

insuficiente para resolver esta questão – já que se resume a reproduzir trechos de

determinadas portarias – abrindo a possibilidade para diferentes interpretações.

Identificamos que as próprias instituições têm dúvidas sobre vários critérios. É

comum encontrarmos casos em que somos prejudicados por informações

inverídicas que recebemos por funcionários das próprias secretarias das

Faculdades.

Sendo assim, defendemos:

� Que o MEC desenvolva uma cartilha explicativa voltada aos

estudantes beneficiados, a ser entregue no ato da matrícula de cada

um, detalhando os direitos e deveres do estudante ProUni ao

matricular-se pelo programa.

� Que o MEC reformule o setor de informações aos bolsistas do sítio

do ProUni na Internet, detalhando melhor os direitos e deveres dos

estudantes do programa.

� Que o MEC exija das instituições de ensino que preparem melhor as

secretarias para atender ao estudante ProUni e que crie documentos

públicos de orientação para os diferentes atores envolvidos, afim de

desmistificar uma série de critérios.

161

2. Por critérios mais claros para a perda de bolsa: pelo fim da exigência de

comprovação de renda anual!

O medo de perder a bolsa é outro problema freqüentemente encontrado. A

falta de informação, aliada a interpretações diferentes por parte de cada instituição

gera um verdadeiro terrorismo entre nós. Por várias vezes, nos deparamos com

colegas que pensam que nosso desempenho deve ser de no mínimo 7,5 em

qualquer disciplina matriculada. Não somos contrários à exigência de um

desempenho mínimo para a manutenção da bolsa. No entanto, por se tratar da

retirada de um direito adquirido, defendemos que estes critérios sejam uniformizados

para que fiquem claros a todos os estudantes.

Apresentamos ainda, a discordância em relação à exigência da comprovação

de renda todos os anos praticada por algumas instituições amparadas pelas

determinações do MEC. A portaria MEC nº 34, fala em encerramento da bolsa por

“substancial mudança de condição socioeconômica do bolsista”. Pois bem,

“substancial mudança” não define claramente qual seria ela, o que abre margem

para interpretação das próprias instituições. Além disso, consideramos contraditório

com os objetivos do programa limitar nosso desenvolvimento financeiro. Tal medida,

além de nos trazer incerteza todos os anos do fato da manutenção da bolsa,

incentiva a informalidade no trabalho, a negativa de promoções e até problemas

familiares com pais e irmãos que tiveram algum tipo de progresso no trabalho.

Sendo assim, defendemos:

� A definição objetiva e publicização dos critérios para a perda de

bolsa; que o MEC garanta que as instituições cumpram a determinação

de que “deverá apresentar aproveitamento acadêmico em, no mínimo,

75% (setenta e cinco por cento) das disciplinas cursadas em cada

período letivo”.

� Pelo imediato fim da exigência da comprovação de renda a cada

renovação de bolsa.

3. Pelo direito a transferência

A transferência de matrícula no ensino superior é uma prática muito comum a

todos os estudantes. Pode ser conseqüência de uma série de fatores, como

162

transferência de domicílio, conquista ou mudança de horário de emprego, etc.

Acontece, ainda, a desilusão com determinado curso que nos obriga a experimentar

currículos diferentes. A maioria das faculdades tem nos negado esse direito. Em

alguns casos, sequer transferência de período tem sido autorizada.

Outro problema encontrado é da transferência para cursos em universidades

públicas. Pela ausência do vestibular na seleção do ProUni, várias faculdades tem

se negado a permitir que os estudantes do ProUni disputem com seus méritos o

direito a uma vaga remanescente nestes cursos.

Por isso, defendemos:

� Que o MEC exija das faculdades que permitam o pleno direito de

transferência, como é facultado a todos os estudantes. Pelo direito a

transferência de turno, unidade, universidade e curso.

� Pelo direito dos estudantes do ProUni a disputa de vagas

remanescentes em todas as universidades públicas brasileiras.

4. Igualdade de concorrência a todos os espaços da universidade

Pensamos que os estudantes do ProUni devem ter os mesmos direitos e

deveres que todos os outros. Sendo assim, todos os espaços de disputa de mérito

nas faculdades devem ser abertos a nós.

Nos deparamos com uma realidade diferente no caso do pleito de bolsas de

iniciação científica e outras, por exemplo. Sob a justificativa da duplicidade de bolsa

nos é negado por várias faculdades o direito a disputa dessas vagas. Esta

justificativa é falsa, já que nenhum estudante do ProUni jamais recebeu nenhum tipo

de remuneração por parte do governo ou das instituições.

Outro caso não menos comum é o das habilitações optativas. Em muitas

faculdades tem sido negado a nós disputar determinada habilitação, nos obrigando a

cursar as menos concorridas.

Assim, defendemos:

� Pela igualdade de direitos e deveres dos estudantes do ProUni com

o restante dos estudantes matriculados; pelo direito de igualdade de

disputa por qualquer espaço na universidade.

163

� Pelo direito a iniciação científica com bolsa de estudos.

� Pelo direito a disputa de habilitações por mérito.

5. Pela garantia de conclusão plena dos cursos

Uma de nossas preocupações é a da plena conclusão dos nossos cursos. O

direito a uma bolsa do ProUni, conquistada por méritos na nota do Enem e pelo

critério socioeconômico, deve nos garantir a conclusão da graduação.

Temos nos deparado com várias dúvidas a este respeito. Uma delas é a de

bacharelados opcionais de quarto ano. Vária faculdade não tem deixado claro o

nosso direito de cursá-lo alegando que se trata de uma segunda titulação.

Pensamos que se trata de um complemento do curso e, portanto, somos

intransigentes na exigência do direito a cursá-los.

Outro caso em aberto é o que trata da alteração de grades curriculares

durante a vigência do contrato. Temos nos deparado com cursos como o de

Pedagogia, que por alterações nas diretrizes do Conselho Nacional de Educação,

tem obrigado as instituições a ampliar a duração do curso, excedendo a vigência do

contrato do ProUni.

Ainda vemos dúvida a respeito de uma possível reprovação no último ano

letivo. Várias Faculdades tem nos informado que neste caso teríamos que arcar com

o custo desta DP para concluir a graduação, mesmo que dentro dos 25% previstos

para reprovação.

Um outro problema é referente ao trancamento de matrícula. Conforme

autoriza o MEC, o trancamento é permitido. No entanto, a maioria das instituições

exige o pagamento do período trancado ao final do curso. Sabemos que o

trancamento, em vários casos, como a maternidade das estudantes ou os problemas

de saúde, não é uma opção.

Assim, defendemos:

� Pelo direito a todo tipo de complemento curricular aos estudantes do

ProUni durante a vigência da bolsa, incluindo os bacharelados

opcionais.

� Pela garantia da conclusão do curso com vigência da bolsa nos

casos de aumento da grade curricular.

164

� Pelo direito a matrícula gratuita de qualquer reprovação, mesmo que

no último ano letivo, desde que dentro do limite de desempenho

estabelecido.

� Pelo direito ao trancamento de matrícula justificada sem prejuízo a

conclusão do curso com a bolsa.

� Pela garantia, por parte do MEC, do direito à matrícula aos

estudantes selecionados pelo programa em cursos que não formaram

turma, através de transferência.

� Pela garantia, por parte do MEC, da continuidade dos cursos nos

casos de encerramento do convênio entre o MEC e a instituição.

6. Por condições de permanência e programas de inserção no mercado de

trabalho

Não podemos ignorar que mesmo com a isenção da mensalidade, nossa

permanência durante a graduação é difícil. Como sabemos, a trajetória escolar exige

muito mais do que a garantia da carteira na sala de aula. As necessidades são

várias: desde a alimentação, o transporte público até a própria moradia para muitos

de nós que mudam de município. Além disso, existem as exigências diversas que

cada curso nos submete, com materiais muitas vezes caríssimos e decisivos, uma

vez que cobram a possibilidade da reprovação não pela ausência de mérito, mas de

dinheiro suficiente para acompanhar os demais colegas.

Por um lado, pensamos que o atual modelo de concessão de bolsas

permanência deva ser revisado. A exigência da média de seis horas aulas diárias

não é atingida inclusive por alguns cursos de Medicina ou Engenharia. Além disso, é

fundamental que se leve em conta a questão dos custos com materiais didáticos

exigidos.

Além disso é fundamental que pensemos numa perspectiva de inserção no

mercado de trabalho para os estudantes do ProUni, através de programas próprios

de estágio.

165

� Pela flexibilização e ampliação dos critérios de concessão da bolsa

permanência aos estudantes do ProUni. Pela inclusão, entre os seus critérios

de seleção, de possíveis custos didáticos exigidos por determinados cursos.

� Por programas de estágio e primeiro emprego direcionados aos

estudantes do ProUni.

� Por políticas públicas municipais, como o passe-livre aos estudantes

bolsistas.

7. Formação completa: por incentivo de ingresso em pós-graduações

Uma de nossas preocupações é a continuidade de nossa vida acadêmica. O

ProUni, pensado como instrumento de choque social para setores mais

desfavorecidos da população, deve pensar em como proporcionar uma formação

completa. Sem dúvida, sem nenhuma política específica, muito de nós não se

acomodaria apenas com uma graduação e buscaria outros diplomas. Se existisse

uma política mais concreta neste sentido, esse número aumentaria e muito.

Defendemos:

� Por convênios específicos nas pós-graduações de universidades públicas

brasileiras para estudantes egressos do ProUni.

� Por critérios socioeconômicos para a distribuição de bolsas de pós-

graduação.

� Pelo direito pleno de participação em todos os espaços de ensino,

pesquisa e extensão promovidos pelas universidades.

8. Pela implementação real da comissão nacional de acompanhamento e

controle social do ProUni

Como fica claro, os problemas e encruzilhadas enfrentados por nós não são

poucos. O dia-a-dia muitas vezes traz a tona questões que os decretos e leis não

conseguem perceber. As universidades, muitas vezes não obrigadas por lei a

garantir determinados direitos, nos submetem a situações inadequadas.

Desta maneira, a Comissão Nacional de Acompanhamento e Controle Social

do ProUni (Conap) deve cumprir papel fundamental.

166

Assim, reivindicamos:

� Pelo funcionamento regular da Conap.

� Pelas garantias materiais por parte do MEC para o funcionamento da

Conap.

� Pela promoção e institucionalização da Conap como instrumento

fiscalizador da implementação do ProUni e de amparo aos estudantes

bolsistas.

9. Por formação de qualidade!

Queremos muito mais do que o direito a matrícula. Queremos educação de

qualidade. Por isso, acreditamos que o Ministério da Educação deve ser

intransigente na fiscalização de nossos cursos a fim de garantir a sua qualidade.

Assim, defendemos:

� Por rigor de fiscalização do MEC nos cursos oferecidos pelo ProUni.

� Pela implementação real do Sinaes (Sistema Nacional de Avaliação do

Ensino Superior) e pelo rigor da determinação de descredenciamento de

cursos mal avaliados por ele.

� Pelo descredenciamento de toda a faculdade no ProUni em casos de mais

de um curso mal avaliado.

Sr. Ministro,

Estas são as nossas reivindicações. Sabemos que Vossa Excelência é um

dos idealizadores do programa e esperamos que busque sensibilidade e convicção

para fazê-las cumprir. Pensamos que assim o ProUni será um programa ainda

melhor.

Somos a primeira de muitas gerações que terão o direito de estudar através

do ProUni. Tentamos neste encontro cumprir o nosso papel buscando inspiração na

idéia de um Brasil grandioso, de uma nação que faça jus ao seu tamanho, as suas

riquezas naturais, a sua criatividade científica, tecnológica e econômica e,

principalmente, que faça isso através das potencialidades do seu povo.

167

A educação é instrumento fundamental na busca desse desafio. Não

queremos mais desperdiçar as grandes mentes brasileiras excluídas dos bancos

escolares! Que este encontro incentive a todos que lutam por uma educação melhor

e mais democrática! Educação de qualidade a todas e todos os brasileiros!

São Paulo, 24 de novembro de 2007.

1º Encontro Municipal dos Estudantes do ProUni da Cidade de São Paulo