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SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 03 2. REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO............................................................................ 06 2.1 Feijão-caupi ............................................................................................................. 06 2.2 Melhoramento Genético do Feijão-caupi ................................................................ 07 2.2.1 Cultivares BRS Tumucumaque e BRS Aracê ....................................................... 08 2.3 Feijão: Alimento Funcional ...................................................................................... 09 2.4 Enriquecimento de Alimentos ................................................................................. 11 2.5 Desenvolvimentos de Produtos de Panificação e Pão Integral ............................... 13 2.6 A Importância da Elaboração de Pão Integral Enriquecido com Farinha de Feijão- caupi .............................................................................................................................. 15 3. OBJETIVOS .............................................................................................................. 16 3.1 Geral ........................................................................................................................ 16 3.2 Específicos .............................................................................................................. 16 4. METODOLOGIA........................................................................................................ 17 4.1 Matéria-Prima .......................................................................................................... 17 4.2 Local e Período de Estudo ...................................................................................... 17 4.3 Desenvolvimentos dos Produtos ............................................................................ 17 4.3.1 Processamento da Matéria-prima ......................................................................... 17 4.3.2 Elaboração do Pão Enriquecido ........................................................................... 18 4.4 Análise Sensorial .................................................................................................... 21 4.4.1Local de Testes e Apresentação das Amostras ................................................... 21 4.4.2 Delineamento Experimental Preliminar ................................................................ 21 4.4.3 Teste de Aceitação: Escala Hedônica ................................................................. 21 4.4.4 Teste Pareado de Preferência ............................................................................. 22 4.4.5. Análise Descritiva Quantitativa (ADQ) ................................................................. 22 4.5. Composição Química das Farinhas de Feijão-caupi e Pães .................................. 22 4.5.1 Composição Centesimal ....................................................................................... 22 4.5.1.5.1.Análise de Fibras ............................................................................................ 23 4.5.2 Valor Energético Total .......................................................................................... 23 4.5.3 Análise de Minerais .............................................................................................. 23 4.6 Análises Físicas....................................................................................................... 24

Dissertação Final da Mestranda Ana Paula de Melo Simplicio

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 03

2. REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO............................................................................ 06

2.1 Feijão-caupi ............................................................................................................. 06

2.2 Melhoramento Genético do Feijão-caupi ................................................................ 07

2.2.1 Cultivares BRS Tumucumaque e BRS Aracê ....................................................... 08

2.3 Feijão: Alimento Funcional ...................................................................................... 09

2.4 Enriquecimento de Alimentos ................................................................................. 11

2.5 Desenvolvimentos de Produtos de Panificação e Pão Integral ............................... 13

2.6 A Importância da Elaboração de Pão Integral Enriquecido com Farinha de Feijão-

caupi .............................................................................................................................. 15

3. OBJETIVOS .............................................................................................................. 16

3.1 Geral ........................................................................................................................ 16

3.2 Específicos .............................................................................................................. 16

4. METODOLOGIA........................................................................................................ 17

4.1 Matéria-Prima .......................................................................................................... 17

4.2 Local e Período de Estudo ...................................................................................... 17

4.3 Desenvolvimentos dos Produtos ............................................................................ 17

4.3.1 Processamento da Matéria-prima ......................................................................... 17

4.3.2 Elaboração do Pão Enriquecido ........................................................................... 18

4.4 Análise Sensorial .................................................................................................... 21

4.4.1Local de Testes e Apresentação das Amostras ................................................... 21

4.4.2 Delineamento Experimental Preliminar ................................................................ 21

4.4.3 Teste de Aceitação: Escala Hedônica ................................................................. 21

4.4.4 Teste Pareado de Preferência ............................................................................. 22

4.4.5. Análise Descritiva Quantitativa (ADQ) ................................................................. 22

4.5. Composição Química das Farinhas de Feijão-caupi e Pães .................................. 22

4.5.1 Composição Centesimal ....................................................................................... 22

4.5.1.5.1.Análise de Fibras ............................................................................................ 23

4.5.2 Valor Energético Total .......................................................................................... 23

4.5.3 Análise de Minerais .............................................................................................. 23

4.6 Análises Físicas ....................................................................................................... 24

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2

4.6.1. Índice de Absorção de Água e Índice de Solubilidade em Água da farinha de

Feijão-caupi ................................................................................................................... 24

4.7 Estimativa da Vida-de-Prateleira ............................................................................. 24

4.8. Análise dos Dados .................................................................................................. 25

4.9 Critérios Éticos ........................................................................................................ 25

5. RESULTADOS .......................................................................................................... 27

6. DISCUSSÃO ............................................................................................................. 45

7. CONCLUSÕES ......................................................................................................... 54

8. SUGESTÕES ............................................................................................................ 55

9. REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 56

APÊNDICES

ANEXOS

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1. Introdução

O feijão-caupi (Vigna unguiculata L. Walp) é uma leguminosa que se destaca

entre as outras leguminosas por ser de fácil cultivo, adaptada ao ecossistema tropical e

por ter alto valor nutritivo (MIRANDA-LOPES et al., 2007).

Esta leguminosa pode também ser chamada de feijão de corda, feijão verde,

feijão pardo, feijão de vara, feijão fradinho ou feijão macassar (variando de acordo com

a região do país) (EMBRAPA,1984),

A produção brasileira desta leguminosa contribui com 37,53% da área plantada e

15,48% da produção de feijão total, incluindo feijão comum e feijão-caupi. Anualmente,

no Brasil, em média, a produtividade corresponde a 42,20% (FREIRE-FILHO, 2011a).

Concentrando-se, apenas as regiões onde a produção é maior (Norte, Nordeste e

Centro-Oeste), este valor sobe para 63,25kg.ha-1. No nordeste, estados como Ceará,

Piauí, Pernambuco e Paraíba apresentam as maiores áreas plantadas (FREIRE-

FILHO, 2011a). O feijão-caupi não se destaca apenas na produção em larga escala,

mas também como um alimento básico para as populações de baixa renda do nordeste

brasileiro (FROTA et al., 2008).

No entanto, esta cultura tem conquistado espaço na região Centro-Oeste. Mato

Grosso e Tocantins apresentam produtividades superiores a 1.000 Kg.ha-1 devido ao

desenvolvimento de cultivares com características que propiciam o cultivo mecanizado

(FREIRE-FILHO, 2011a).

O feijão-caupi apresenta um importante papel na nutrição humana, por constituir

uma fonte de proteínas, carboidratos, um alto teor de fibras alimentares, vitaminas do

complexo B, minerais, polifenóis e baixa quantidade de lipídeos (IADEROZA, 1989;

OLUWATOSIN, 1998; EMBRAPA MEIO-NORTE, 2003). Apresenta teor de proteínas,

por exemplo, superior ao da ervilha e do feijão-de-vagem (FRANCO, 1997), sendo

portanto, uma fonte de proteínas vegetais para a população rural e urbana,

considerando-se que o alto custo das proteínas animais faz com que as proteínas

vegetais sejam o principal componente da dieta de diversas populações (IQBAL et al.,

2006).

O feijão-caupi é consumido, principalmente, na forma de grãos secos, podendo

ainda ser consumido como hortaliça, na forma de grãos frescos e vagens ou na forma

de farinhas obtidas a partir de grãos secos. Pesquisas enfatizaram o aumento da

Page 4: Dissertação Final da Mestranda Ana Paula de Melo Simplicio

4

utilização de feijão-caupi na forma de farinha para uso como ingrediente funcional em

produtos alimentares (McWATTERS,1990), porém ressala a importância da utilização

de tecnologias apropriadas à produção de farinha afim de efivar perdas das

propriedades funcionais e qualidades nutricionais comprovadas (PRINYAWIWATKUL

et al., 1996).

O feijão in natura é muito sensível a alterações pós-colheita, no que se refere à

sua qualidade de cocção e palatabilidade e, ao ser armazenado por mais de dois

meses, os grãos adquirem coloração escura e de cocção mais difícil, tornando-o

menos competitivo que os produtos prontos para o consumo (CARNEIRO, 2001).

Todos esses fatores têm contribuído para a utilização da farinha em produtos

industrializados, tais como sopas desidratadas, massas, legumes e verduras

desidratadas, o consumo de farinha de feijão aumentou expressivamente

(OLIVEIRA,1996).

O desenvolvimento de alimentos enriquecidos tem grande importância não só

para a indústria de alimentos, como também para elevar a qualidade da alimentação e

nutrição da população, pois se pode criar novos produtos ou melhorar os já existentes

com composições balanceadas em relação a alguns nutrientes, melhorando, dessa

forma, o valor nutritivo de diversos alimentos disponíveis no mercado (CARDOSO-

SANTIAGO et al., 2001; MOREIRA-ARAÚJO et al., 2002; MOREIRA-ARAÚJO;

ARÚJO; ARÊAS, 2008).

A produção de farinhas, por serem ricas em amido e sais minerais, apresenta

grande variabilidade para a indústria de alimentos, principalmente em produtos de

panificação, produtos dietéticos e alimentos infantis (CARVALHO, 2000). Em trabalho

realizado por Castellón et al.(2003), observaram-se diferenças quantitativas e

qualitativas de macro e micronutrientes constituintes das sementes de seis cultivares

de feijão-caupi, obtidas por melhoramento ou engenharia genética, sugerindo que o

processo de melhoramento genético induziu mudanças substanciais no padrão

bioquímico das mesmas.

No desenvolvimento de produtos com a utilização de farinhas compostas, deve-

se utilizar a tecnologia adequada e, para que uma tecnologia adequada seja

desenvolvida, é necessário que os alimentos escolhidos para formulação de farinhas

compostas sejam pesquisados em relação a composição química, características

físicas e nutricionais. Também deve-se considerar que o processo de desenvolvimento

Page 5: Dissertação Final da Mestranda Ana Paula de Melo Simplicio

5

e otimização do produto final envolva a realização de testes sensoriais afetivos (de

consumidores) de forma a se elaborar formulações competitivas e de grande aceitação

(STONE; SIDEL, 1985).

Os produtos de panificação, devido à sua vida de prateleira (atividade de água –

aw - baixa, tornando-os menos suscetíveis ao crescimento microbiano), baixo custo e

formulação, são opções de produtos que podem ser enriquecidos (GÜEMES et al.,

2009).

Em trabalho realizado por Frota et al. (2010), desenvolveram-se produtos de

panificação (rocambole e biscoito) enriquecidos com farinha de feijão-caupi sendo

possível observar a viabilidade da utilização desta farinha para melhorar o valor

nutritivo destes produtos alimentícios, pois, além da maioria das formulações

apresentar aceitação maior que 70%, constatou-se uma elevação da qualidade e

quantidade de nutrientes, principalmente quanto ao teor de proteínas e, dos minerais,

ferro, zinco, magnésio, potássio e da vitamina piridoxina.

Devido às carências nutricionais da população e a boa aceitação de produtos de

panificação (que fazem parte do cardápio cotidiano), este trabalho teve como objetivo

utilizar a farinha de duas cultivares de feijão-caupi (Vigna unguiculata (L.) Walp.) em

substituição a farinha de trigo integral na formulação de pão integral, no sentido de

aumentar o valor nutritivo e manter uma boa aceitação do referido produto, tendo em

vista que o pão integral tem alegação de saúde e um consumo crescente por parte da

população. E que nunca antes se havia desenvolvido produtos enriquecidos com a

utilização de farinha de cultivares de feijão-caupi biofortificado.

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6

2. Referencial Bibliográfico

2.1 Feijão-caupi

O feijão-caupi (Vigna unguiculata (L.) Walp), conhecido por feijão-macassar ou feijão-

de-corda é uma das opções de fonte de renda e alimento básico para população da

Região Nordeste do Brasil, que o consome sob a forma de grãos maduros e de grãos

verdes. Bastante apreciado por seu sabor característico e cozimento mais fácil quando

comparado a outros tipos de feijão, é utilizado em pratos típicos da região nordestina

(FERREIRA,SILVA,1987;OLIVEIRA,CARVALHO, 1988 E SILVA, OLIVEIRA, 1993).

Nas áreas urbanas não metropolitanas do Nordeste, o caupí contribui com 41% do

feijão consumido, constituindo-se no alimento básico para a população, exercendo a

função de supridor das necessidades alimentares das camadas carentes (DANTAS et

al,. 2002).

O Brasil é o terceiro maior produtor mundial de feijão-caupi. É também um dos

maiores consumidores, sendo o consumo per capita anual em 2007/08 de 18,21 kg

(FILHO et al., 2009a). O consumo de feijão fresco é uma tradição no Nordeste, fazendo

parte de vários pratos típicos. Após a debulha manual, o feijão fresco é consumido em

ensopados, farofas e no característico baião-de-dois, prato típico onde o feijão-caupi e

o arroz são cozidos juntos, desenvolvendo-se um terceiro sabor muito apreciado

(KBATOUNIAN, 1994).

Dos diferentes produtos agrícolas encontrados nas regiões tropicais, o feijão-

caupi se destaca pelo seu valor nutritivo, além de seu baixo custo de produção. É

amplamente cultivado pelos pequenos produtores e constitui um dos principais

componentes da dieta alimentar, principalmente na zona rural (EMBRAPA MEIO-

NORTE, 2003). Mas nos últimos anos, a cultura vem despertando o interesse de

agricultores que praticam agricultura empresarial, cuja lavoura é totalmente

mecanizada (FREIRE-FILHO et al., 2006).

As sementes de feijão-caupi, como a maioria das sementes de leguminosas,

requer tratamento térmico antes do seu consumo, a fim de inativar fatores

antinutricionais como inibidores de amilases e lectinas e também melhorar a

digestibilidade da proteína e a sua palatabilidade (MENCION; VAN DER POEL, 1993;

LIENER, 1994; LALLES; JANSMAN, 1998; CARBONARO et al., 2000). Este grão

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representa excelente fonte de proteínas (23-25% em média) quando comparado a

variedades de feijão comum (média de 21,13%)(PIRES et al, 2005). Além disso,

apresenta carboidratos, vitaminas, minerais e os aminoácidos essenciais, além de

possuir grande quantidade de fibras alimentares e baixa quantidade de gordura (em

média 2%) (EMBRAPA MEIO-NORTE, 2003).

A literatura mostra que o teor de proteínas de feijão-caupi varia entre cultivares de

21,6% a 24,7% (CASTELLÓN et al, 2003). A maioria dessas proteínas são globulinas e

albuminas compreendendo aproximadamente 65% a 80% e 4% a 12% do total das

proteínas da semente, respectivamente (NUGDALLAH & TINAY, 1997).

No feijão-caupi fresco, a fibra alimentar representa cerca de 35% do total de

carboidratos, porcentagem que é reduzida para 29% no grão maduro. Quanto ao

aspecto qualitativo, constata-se que 91% da fibra alimentar total no feijão-caupi maduro

é constituído por fibras insolúveis (SALGADO et al, 2005).

Alterações nos teores de nutrientes em cultivares de feijão-caupi podem ser

proporcionadas pelo melhoramento genético como já evidenciado pela literatura

(CASTELLÓN et al, 2003; CORREIA et al, 2009;FREIRE-FILHO et al, 2009a; FREIRE-

FILHO et al, 2009c).

2.2 - Melhoramento Genético do Feijão-caupi

O Brasil está entre os melhores países do mundo no que se refere a pesquisa

com recursos genéticos e melhoramento genético vegetal, com contribuições

expressivas ao longo de todo o século 20. O melhoramento genético produziu

progressos consideráveis nas espécies cultivadas no Brasil. A cultura do feijão-caupi é

uma das principais culturas que compõem a cadeia produtiva de grãos do Brasil

(SOBRAL, 2009).

O melhoramento do feijão-caupi no Brasil, possivelmente começou na segunda

metade do século XVI com as primeiras introduções de cultivares, e quando os

agricultores começaram a escolher aquelas que mais lhes agradavam para plantio e

consumo. O melhoramento genético de feijão-caupi, propriamente dito, muito

provavelmente, começou em 1925 quando Henrique Lôbbe publicou um trabalho no

qual avaliou 12 cultivares (LOBBE apud FREIRE-FILHO, 2011b).

Atualmente a rede de pesquisa de melhoramento de feijão-caupi se estende

pelas regiões Norte, Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste, indo do Estado de Roraima ao

de Mato Grosso do Sul e do Estado de Pernambuco ao de Rondônia. Desde o início

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dos trabalhos de melhoramento em 1925 até 2010 só foram lançadas 71 cultivares

melhoradas de feijão-caupi (FREIRE-FILHO et.al, 2011a). Também é possível observar

no feijão-caupi uma grande variabilidade fenotípica (BEZERRA, 1997), o que tem

permitido a seleção de genótipos adaptados a condições climáticas específicas e

adequados à culinária regional.

Para a produção de feijão fresco, geralmente, são preferidas cultivares de grãos

brancos ou do tipo “sempre verde”. Entretanto, cultivares com grãos de outras cores

também têm sido usadas, como mulato, azulada e corujinha (FREIRE-FILHO et al.,

2002). Além disso, o comerciante prefere genótipos que sejam fáceis de debulhar e

que apresentem boa conservação pós-colheita (ROCHA et al.,2006).

As alterações nutricionais do feijão-caupi devido ao melhoramento genético

podem revelar cultivares que contenham ótimo perfil nutricional, incluindo a presença

de compostos funcionais ou bioativos. Nos últimos anos, o programa de melhoramento

de feijão-caupi da Embrapa Meio-Norte tem entre outros objetivos, a obtenção de

cultivares biofortificadas de feijão-caupi, culminando no lançamento de três cultivares,

são elas: BRS Xiquexique, BRS Tumucumaque e BRS Aracê, que apresentam

elevados teores de ferro e zinco, além de característica produtivas de interesse

comercial.

2.2.1 – Cultivares BRS Tumucumaque e BRS Aracê

A cultivar BRS Tumucumaque possui grãos brancos e apresenta alta

produtividade em diversos ambientes e ecossistemas, apresentando ótima adaptação.

É comercialmente bem aceita, principalmente no Norte e Nordeste. Quanto ao valor

nutritivo, tem elevado teor de proteína, é rico em ferro e zinco (Tabela 01), tem

cozimento rápido e um excelente aspecto visual após o cozimento (FREIRE-FILHO et

al, 2009b).

Os grãos de cor verde do cultivar BRS Aracê têm um aspecto visual muito bom e

um forte apelo comercial, além de serem muito adequados para o processamento

industrial. Esta é facilmente adaptável, sendo seu cultivo recomendável para as regiões

Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Nutricionalmente, possui alto teor de proteínas e é rica

em ferro e zinco (Tabela 01) (FREIRE-FILHO et al., 2009a).

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Tabela 01. Algumas características nutritivas de cultivares biofortificadas e não-

biofortificadas de feijão-caupi. Teresina, PI. 2012.

Cultivar Proteína (%)

Ferro (mg . Kg-1)

Zinco (mg . Kg-1)

BRS Tumucumaque 23,53 60,57 51,63

BRS Aracê 25,00 61,70 48,60

BRS Xiquexique 23,23 77,41 53,66

BRS Milênio* 24,50 68,00 41,00

BR3 Tracuateua* 25,84 45,20 37,38 Legenda: As cultivares acompanhadas de asterisco não são biofortificadas. Fonte: FREIRE-FILHO et al. (2009a); FREIRE-FILHO et al. (2009b); FREIRE-FILHO et al. (2009d); FROTA et al, 2008; MOREIRA-ARAUJO et al, 2006; (Adaptada)

Quando as cultivares biofortificadas são comparadas com as cultivares

convencionais (Tabela 01), observam-se semelhanças quanto ao teor de proteínas e

composição mineral. Porém, nas diferenças, quanto ao mineral zinco, as cultivares

biofortificadas destacam-se das demais e, ao ferro o valor foi superior a cultivar BR 3

Tracuateua.

2.3 – Feijão: Alimento Funcional

A nutrição e a alimentação estão relacionadas à qualidade de vida e prevenção

de doenças. As características físico-químicas, tecnológicas e sensoriais das matérias-

primas e produtos processados são fatores importantes no planejamento,

processamento, comercialização e consumo de produtos alimentícios. Sob os pontos

de vista da nutrição e de saúde, o conhecimento da composição e funcionalidade dos

alimentos forma o pilar da educação nutricional, adequando a ingestão de nutrientes ou

componentes funcionais pelos indivíduos ou populações, visando a promoção e

manutenção da saúde (DANTAS et al., 2005; NEPA, 2006).

Os vários fatores que têm contribuído para o desenvolvimento dos alimentos

funcionais são inúmeros, sendo um deles o aumento da consciência dos consumidores,

que desejando melhorar a qualidade de suas vidas, optam por hábitos saudáveis

(MORAES, COLLA, 2006).

Os alimentos funcionais se caracterizam por oferecer vários benefícios à saúde,

além do valor nutritivo inerente à sua composição química, são alimentos que provêm a

oportunidade de combinar produtos comestíveis de alta flexibilidade com moléculas

biologicamente ativas, como estratégia para consistentemente corrigir distúrbios

metabólicos (WALZEM, 2004), podendo afetar beneficamente uma ou mais funções

alvo no corpo (ROBERFROID, 2002) e desempenhar um papel potencialmente

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10

benéfico na redução dos riscos de doenças crônico não-transmissíveis e manutenção

da saúde (ANJO, 2004;NEUMANN, et al., 2000; TAIPINA, et al., 2002).

Os alimentos e ingredientes funcionais podem ser classificados de dois modos:

quanto à fonte, de origem vegetal ou animal, ou quanto aos benefícios que oferecem,

atuando em seis áreas do organismo: no sistema gastrointestinal; no sistema

cardiovascular; no metabolismo de substratos; no crescimento, no desenvolvimento e

diferenciação celular; no comportamento das funções fisiológicas e como antioxidantes

(SOUZA, et al., 2003).

O consumo de vegetais tem sido associado a uma menor incidência e mortalidade

por diversas doenças crônicas não-transmissíveis. A proteção que esses alimentos

oferecem contra as enfermidades degenerativas, como câncer, doenças

cardiovasculares e cerebrovasculares, está associada ao seu alto conteúdo de

constituintes químicos com propriedades importantes, como as de antioxidantes

(vitamina C, E, carotenóides e polifenóis) (HINNEBURG et al., 2006).

Estudos realizados com diversas variedades de feijão comum demonstraram o

seu potencial como alimento funcional, devido a sua ação na diminuição dos riscos de

doenças cardiovasculares e renais; redução no índice glicêmico para portadores de

diabetes; aumento na saciedade e na prevenção do câncer (LIAO, 2010).

Alimentos de origem vegetal são fontes de energia, proteína, vitaminas e minerais

e a única ou principal fonte de vitamina C, folato, fibras e compostos bioativos (CBAs),

dos quais o metabolismo humano também é dependente (BASTOS et al, 2009).

Além de sua elevada concentração protéica e conteúdo mineral considerável,

principalmente com relação a minerais como ferro e zinco, o feijão também possui

fibras alimentares, saponinas, além de compostos fenólicos (com atividade

antioxidante) e, dentre estes compostos, destacam-se os taninos. Agregando

propriedades funcionais significativas a este alimento.

Frota et al (2008) obtiveram porcentagem de 27,4 de carboidratos totais referente

ao conteúdo de fibra alimentar total, e 14,2 de fibra alimentar obtida foi representada

pelas solúveis, demonstrando que o teor de fibras alimentares no feijão-caupi é

elevado. Quanto ao conteúdo de proteínas, apresentou 24,5 g. 100g -1, em

conformidade com outros trabalhos que analisaram variedades de feijão- caupi, sendo

considerado um conteúdo elevado de proteínas.

Page 11: Dissertação Final da Mestranda Ana Paula de Melo Simplicio

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Moreira-Araújo et al. (2006) determinaram no feijão-caupi cultivar BR3-Tracuateua

o teor de minerais (mg.100 g–1): cálcio - 36,8; fósforo - 437,0; ferro - 4,5 e potássio –

1.036,4. O feijão-caupi na dieta pode melhorar substancialmente a adequação da

ingestão de certos minerais como ferro e zinco (CRUZ, 2000).

2.4 - Enriquecimento de alimentos

Atualmente, há um crescente interesse para o desenvolvimento de novos

ingredientes e alimentos como veículo de promoção do bem-estar e saúde e, ao

mesmo tempo, como prevenção e redução dos riscos de algumas doenças. Os

alimentos fortificados são desenvolvidos a partir do crescente avanço de pesquisas

científicas, relacionando alimentação e saúde, aliadas também aos custos da saúde

pública (VELLOZO; FIZBERG, 2010).

O enriquecimento ou fortificação de alimentos com nutrientes é uma prática bem

aceita que vem sendo utilizada há quase meio século. Começou em larga escala nos

anos 40, quando restrições inerentes à guerra limitaram a oferta de alimentos

(MOREIRA-ARAÚJO, 2000).

A biofortificação tem emergido como alternativa recente para complementar os

programas de intervenção nutricional e reduzir os problemas de deficiências de vários

micronutrientes, dentre eles o ferro, e caracteriza-se pelo aumento do conteúdo de

nutrientes nos alimentos, por meio de melhoramento genético convencional ou da

engenharia genética (PFEIFFER; MCCLAFFERTY, 2007; RIOS et al., 2009).

Além dessa forma de fortificação, a Organização Mundial de Saúde, OMS,

reconhece quatro outros tipos. A “fortificação em massa ou universal”, que consiste na

adição de micronutrientes aos alimentos consumidos pela grande maioria da

população, sendo regulada pelos governos. É indicada em países onde diferentes

grupos populacionais apresentam risco elevado de desenvolvimento de anemia. A

“fortificação em mercado aberto”, por iniciativa da indústria de alimentos em fortificar

seus produtos, com o objetivo de aumentar seus lucros. A “fortificação direcionada”,

que consiste na fortificação de alimentos consumidos por grupos de alto risco de

anemia. E, por último, a fortificação comunitária ou domiciliar”, uma nova abordagem

que está sendo explorada em países em desenvolvimento (LYNCH, 2005) e que

consiste no fornecimento do nutriente, geralmente microencapsulado e apresentado

sob a forma de pó (sprinkles), o qual é distribuído sobre a preparação. Em todo o

Page 12: Dissertação Final da Mestranda Ana Paula de Melo Simplicio

12

mundo, a fortificação de alimentos é considerada a solução mais prática e de melhor

custo-benefício, sobretudo para regiões nas quais há grande prevalência dessa

carência nutricional (BEINNER; LAMOUNIER, 2003; LYNCH, 2005; WHO, 2001).

Existem alguns critérios para a seleção dos alimentos a serem fortificados, tais

como: consumo por toda a população-alvo, pequena variação per capita no consumo

semanal, não ocorrência de alterações nas características organolépticas do produto,

boa aceitação, biodisponibilidade do nutriente no alimento, viabilidade econômica,

razoável segurança frente ao risco de ingestão excessiva e estabilidade sob condições

padrão de armazenamento (BERG, 1984; RAUNHARDT; BOWLEY, 1996).

Produtos tem sido desenvolvidos usando matérias-primas não convencionais

selecionadas para produzir alimentos naturalmente enriquecidos que é um meio de

melhorar substancialmente sua qualidade nutritiva. Muitas vezes essas matérias-

primas não estão incluídas nos hábitos dos consumidores e podem contribuir para

melhorar o consumo de nutrientes importantes que não são usualmente encontrados

em alimentos convencionais (MOREIRA-ARAÚJO et al, 2007; SANTIAGO et al, 2001).

É indiscutível que muitos estudos reforçam ainda mais a idéia de que o

enriquecimento dos alimentos possibilita uma contribuição significativa na promoção da

saúde, através de seu consumo. É importante ressaltar que a fortificação de alimentos

se caracteriza pelo aspecto preventivo e não curativo, e deve ser adotada como

medida de saúde pública (VELLOZO; FIZBERG, 2010).

Um aspecto essencial da fortificação de alimentos é a eleição do veículo

alimentar. Para que um alimento possa ser um veículo potencial de fortificação, deve

ser de baixo custo, de alto consumo pela população-alvo e ter um consumo padrão

constante com baixo risco de excesso (FAO, 1996).

O pão tem sido muito usado para fins de enriquecimento nutricional,

especialmente por ser uma das principais fontes calóricas da dieta em muitos países e

ser amplamente consumido por indivíduos de diversas classes sociais (RANHOTA et

al, 2000; KAJISHIMA et al, 2003).

Vários estudos têm sido realizados com a finalidade de melhorar o valor nutritivo

de pães, principalmente quanto ao teor e qualidade proteica, além do conteúdo de

minerais, vitaminas e fibras alimentares. Pães obtidos a partir de farinhas mistas e

farinhas integrais ou com adição de micro ou macronutrientes tem despertado a

atenção de consumidores por sua contribuição ao suprimento de necessidades

Page 13: Dissertação Final da Mestranda Ana Paula de Melo Simplicio

13

nutricionais diárias ou por disponibilizar substâncias com alegações de propriedades

funcionais que previnem ou auxiliam o tratamento de doenças, como fibras, ácidos

graxos essenciais e outros (KAJICHIMA et al., 2003; SKRBIC e FILIPCEV, 2008; HU et

al., 2009).

2.5 - Desenvolvimento de produtos de panificação e pão integral

A introdução de alimentos funcionais na panificação tem aumentado em grande

escala nos últimos anos, devido ao interesse com a saúde e bem-estar da população.

O objetivo principal do uso de farinhas mistas em produtos de panificação é substituir

parcialmente a farinha de trigo para fornecer ao consumidor produtos com maior

qualidade nutricional (COLPO et al., 2006; OLIVEIRA et al., 2007)

Muitos produtos de panificação têm sido desenvolvidos com a finalidade de

implementar a formulação em termos nutricionais, especialmente com relação ao teor

de fibras e proteínas, visando atender, principalmente, aos crescentes grupos da

população preocupados com o consumo de alimentos mais saudáveis (MANLEY, 1983;

SILVA, 1997; SULTAN, 1986).

O pão é o produto obtido pela cocção, em condições tecnologicamente

adequadas, de uma massa fermentada, ou não, preparada com farinha de trigo e/ou

outras farinhas que contenham naturalmente proteínas formadoras de glúten ou

adicionadas das mesmas e água, podendo também conter outros ingredientes. A

classificação "pão de forma" é atribuída ao produto obtido pela cocção da massa em

formas, apresentando miolo elástico e homogêneo, com poros finos e casca fina e

macia (BRASIL, 2000).

Os pães são considerados boa fonte de energia e nutrientes para o ser humano.

A farinha refinada, obtida a partir do endosperma amiláceo, é basicamente fonte de

carboidratos (BODROŽASOLAROV et al., 2008). No entanto, pão fabricado com grão

integral ou farinhas com alta taxa de extração (INSEL, TURNER e ROSS, 2003;

VASCONCELOS et al., 2006) apresentam maior valor nutritivo, considerando que

grande parte dos minerais, vitaminas, fibras, lipídeos e proteínas são eliminados junto

com o farelo (BORGES et al., 2011).

Além disso, este produto pode ser considerado popular, podendo ser consumido

na forma de lanches ou com refeições, e apreciado devido à sua aparência, aroma,

sabor, preço e disponibilidade. A popularidade do pão é devida, sem dúvida, ao

Page 14: Dissertação Final da Mestranda Ana Paula de Melo Simplicio

14

excelente sabor, preço e disponibilidade em milhares de padarias e supermercados do

País. O segmento de panificação e confeitaria no Brasil representa um faturamento

anual ao redor de US$ 16 bilhões. Os produtos panificados ocupam a terceira

colocação na lista de compras do brasileiro representando, em média, 12% do

orçamento familiar para alimentação. O mercado brasileiro importa do Canadá e

Argentina cerca de 50% do volume de trigo para consumo doméstico (BRASIL, 2011;

BATTOCHIO et al, 2006).

Vários tipos de fibras podem ser acrescentados aos produtos de panificação, na

forma de farinhas integrais de sementes (trigo, aveia, centeio, milho, soja, aveia,

cevada, girassol, linhaça, arroz e sorgo) ou fibras isoladas de frutas e outros vegetais

(maçã, pêra e uva). Além do aspecto nutricional, as fibras apresentam, em sua maioria,

custo baixo e são facilmente encontradas comercialmente (POMERANZ, 1987). De

acordo com Stauffer (1990), existem duas razões para se adicionar fibras em pães,

sendo a primeira, o aumento do teor de fibra alimentar, e a segunda, o decréscimo do

conteúdo calórico destes pães.

O pão pode ser consumido na forma de lanches ou com refeições. A

popularidade do pão é devida, sem dúvida, ao excelente sabor, preço e disponibilidade

em milhares de padarias e supermercados do País. O segmento de panificação e

confeitaria no Brasil representa um faturamento anual ao redor de US$ 16 bilhões. Os

produtos panificados ocupam a terceira colocação na lista de compras do brasileiro

representando, em média, 12% do orçamento familiar para alimentação. O mercado

brasileiro importa do Canadá e Argentina cerca de 50% do volume de trigo para

consumo doméstico (BRASIL, 2011; BATTOCHIO et al, 2006).

De acordo com resolução da Agência Nacional de Vigilância Saanitária, ANVISA

(BRASIL, 2000), o pão integral é um produto preparado, obrigatoriamente, com farinha

de trigo e farinha de trigo integral e/ou fibra de trigo e/ou farelo de trigo. O pão integral

oferece uma quantidade substancial de sais minerais e fibras, desejáveis por razões

econômicas e nutricionais, com crescente aumento no consumo (BATTOCHIO et al,

2006)

Em estudos desenvolvidos anteriormente por MOREIRA-ARAÚJO et al, 2009;

FROTA et al, 2010, foram elaborados biscoitos e produtos de panificação com uso da

farinha de feijão-caupi, onde estas substituíram as farinhas convencionais em uma

proporção de 10, 20 e 30%.

Page 15: Dissertação Final da Mestranda Ana Paula de Melo Simplicio

15

2.6. A importância da elaboração de pão integral enriquecido com farinha de

feijão-caupi.

Considerando a importância econômica, o baixo custo de produção do feijão-

caupi e sua qualidade de nutrientes (com destaque para o elevado teor de proteínas e

sua qualidade, além do teor de fibras, minerais e compostos bioativos), estratégias de

melhoramento genético desta leguminosa tem sido desenvolvidas para o incremento

das características de cultivo, produção e teor de nutrientes deste produto com êxito na

obtenção de cultivares biofortificadas.

O feijão-caupi com tal composição, de valor nutritivo ímpar, desperta o interesse

para o enriquecimento e fortificação de alimentos, principalmente porque é muito

consumido pela população em geral, e em especial, pela população carente. Que

também consome um veículo muito importante usado na fortificação/enriquecimento de

alimentos: o pão. E, ultimamente, pães enriquecidos com compostos bioativos têm

apresentado um apelo comercial muito positivo. Principalmente pães enriquecidos com

farinhas mistas, ricas em fibras e outros nutrientes.

Agregando, portanto, a funcionalidade do feijão, a popularidade do pão e o

crescente consumo de pão integral pela população, o pão integral enriquecido com

farinha de feijão representa uma opção de alimento para enriquecimento da dieta em

proteínas, minerais, fibras e outros compostos.

Page 16: Dissertação Final da Mestranda Ana Paula de Melo Simplicio

16

3 Objetivos

Geral:

Elaborar um pão integral enriquecido com farinhas de cultivares de feijão-caupi

(Vigna unguiculata (L.) Walp.

Específicos

Formular pães integrais de duas cultivares de feijão-caupi (BRS Tumucumaque e

BRS Aracê) com três diferentes concentrações de farinha desta leguminosa cada.

Verificar a aceitação dos pães desenvolvidos

Determinar a composição física e química das farinhas e dos pães formulados.

Estimar a vida de prateleira, e forma de armazenamento dos produtos formulados.

Page 17: Dissertação Final da Mestranda Ana Paula de Melo Simplicio

17

4 Metodologia

4.1 Matéria-prima

As cultivares de feijão-caupi, BRS Tumucumaque e BRS Aracê, utilizadas para a

elaboração da farinha foram obtidas, por meio de melhoramento genético, pela

Embrapa Meio-Norte, localizada em Teresina-PI. A farinha foi elaborada no Laboratório

de Desenvolvimento de Produtos e Análise Sensorial do Departamento de

Nutrição/CCS-UFPI e as demais matérias-primas para elaboração do produto foram

adquiridas no mercado varejista de Teresina-PI.

4.2 Local e período de estudo

O produto foi desenvolvido no Laboratório de Desenvolvimento de Produtos e

Análise Sensorial do Departamento de Nutrição/ CCS – UFPI e analisado no

Laboratório de Bromatologia e Bioquímica de Alimentos/ CCS – UFPI, Laboratório de

Bromatologia da EMBRAPA Meio-Norte/Teresina-PI e Instituto de Tecnologia de

Alimentos/ Campinas - SP, no período de agosto de 2011 a outubro de 2012.

4.3 Desenvolvimento dos Produtos

4.3.1 Processamento da Matéria-Prima

Para a obtenção da farinha de feijão-caupi (FFC) (Figura 01), inicialmente os

grãos foram colocados de molho em água destilada 1:2 (p/v) por 1 hora sendo,

posteriormente, removidos seus tegumentos. Em seguida, foi feita secagem em estufa

ventilada modelo 314D242 (Quimis, Brasil) a 50 °C, por 6 horas, e moagem em moinho

de facas e, posteriormente, em moinho semi-industrial (Fritsch). O feijão-caupí utilizado

foi colhido de 1 a 2 meses antes da elaboração das farinhas. As farinhas foram

armazenadas em sacos de polietileno com fechamento tipo zip, sob refrigeração (a

uma temperatura de cerca de 10ºC), até o momento de serem utilizadas na produção

das formulações. O tempo máximo decorrido entre a elaboração das farinhas e sua

utilização para análises e elaboração dos pães foi de 2 semanas. Considerando que as

farinhas foram elaboradas em pequenas quantidades, para manter um curto período

entre a elaboração da farinha e a utilização, a fim de evitar modificações na matéria-

prima.

Page 18: Dissertação Final da Mestranda Ana Paula de Melo Simplicio

18

Figura 01 – Fluxograma para obtenção das farinhas de feijão-caupi. UFPI. Teresina,

PI, 2012.

Fonte: FROTA et al, 2010 e GOMES et al, 2012 (Adaptado).

4.3.2 Elaboração do Pão Enriquecido

Da formulação básica, ou padrão, houve a substituição parcial da farinha de trigo

integral por farinha de feijão-caupi em três porcentagens (15, 25 e 35%) (MOREIRA-

ARAÚJO et al, 2009; FROTA et al, 2010). A lista de ingredientes do pão integral teve

como base uma receita padrão (Tabela 02) e foi elaborado conforme fluxograma

apresentado na Figura 02.

Molho: Grãos de feijão-caupi + água destilada 1:2 (p/v) por 1h

Secagem a 50ºC/6 horas

1ª Moagem

2ª Moagem

Armazenamento ,sob refrigeração (10ºC)

Drenagem

Acondicionamento em sacos plásticos

Seleção do feijão-caupi

Page 19: Dissertação Final da Mestranda Ana Paula de Melo Simplicio

19

Tabela 02. Composição das formulações de pão integral desenvolvidas. UFPI.

Teresina, PI. 2012.

Matérias-Primas Padrão F1 F2 F3

Farinha de trigo especial (FTE) 50,00 50,00 50,00 50,00 Farinha de trigo Integral (FTI) 50,00 35,00 25,00 15,00 Farinha de Feijão-caupi (FFC) 0 15,00 25,00 35,00 Legenda: Padrão – 0% de Farinha de Feijão-caupi (FFC); F1 – formulação 1 :15% de FFC; F2 –

formulação 2: 25% de FFC; F3 – formulação 3: 35% de FFC

Para a elaboração dos pães enriquecidos com farinha de feijão-caupi, primeiro foi

estabelecida a formulação padrão com base em uma formulação caseira de pão

integral, que foi testada e foram realizadas as devidas adaptações até obter-se a

formulação padrão final, que consta na Tabela 02.

O grupo composto por assessores treinados escolheu, dentre as três

formulações, aquelas com concentrações de 25% e 35% para serem submetidas aos

testes de aceitação pelos assessores não treinados, pois tinham atributos sensoriais

favoráveis, com uma concentração de farinha de feijão-caupi maior, o que poderia

acarretar em um maior enriquecimento de nutrientes do produto. E também objetivou-

se alcançar a maior porcentagem possível de substituição.

No fluxograma da Figura 02, usou-se como base uma receita convencional de

pão integral. Inicialmente, misturou-se a farinha de trigo especial (FTE), o açúcar, o

fermento biológico seco (FBS) instantâneo e uma pequena quantidade de leite a uma

temperatura de aproximadamente 35ºC, para uma fermentação inicial de 15 minutos a

37ºC. Posteriormente, adicionou- se os demais ingredientes (Farinha de trigo integral,

sal, óleo, ovo e o restante do leite) e misturou-se com o auxílio de uma batedeira para

uniformizar a massa. Em seguida, a massa foi porcionada em unidades de

aproximadamente 100g , modeladas e distribuídas em assadeira previamente untada

com pequena quantidade de óleo e submeteu-se os pães a uma segunda fermentação

de 60 min a 37ºC. Os pães foram assados em forno convencional (pré-aquecido) a

uma temperatura de 200ºC por 40 minutos.

Page 20: Dissertação Final da Mestranda Ana Paula de Melo Simplicio

20

Figura 02. Fluxograma para obtenção dos pães integrais desenvolvidos com farinha de

feijão-caupi. UFPI. Teresina-PI, 2012.

Legenda: FTE: Farinha de Trigo Especial; FBS: Fermento Biológico Seco.

Fonte: Dados da Pesquisa, 2012.

As amostras de pães foram acondicionadas em sacos plásticos. Para as

análises físicas e químicas, os pães foram acondicionados inteiros. No entanto, para as

análises de vida de prateleira, estes foram fatiados antes do armazenamento.

As amostras de feijão-caupi foram obtidas em tempos diferentes, mas seguindo

mesmo protocolo experimental, sem interferir no resultado final.

Mistura

Fermentação Inicial

Adição do restante dos ingredientes

Mistura em batedeira

Mistura (FTE+ açúcar+ FBS+ leite a 35ºC)

Divisão e Modelagem

Fermentação Final

Cocção

Ingredientes (FTE+açúcar+FBS+leite a 35ºC)

Acondicionamento

Page 21: Dissertação Final da Mestranda Ana Paula de Melo Simplicio

21

4.4 Análise Sensorial

4.4.1 Local de Testes e Apresentação das Amostras

Os testes sensoriais foram realizados no Laboratório de Desenvolvimento de

Produtos e Análise Sensorial de Alimentos (LASA) do Departamento de Nutrição da

UFPI.A aplicação dos testes ocorreu das 8h até as 11h da manhã e das 14h às 18h da

tarde.

Todas as amostras foram servidas em copos descartáveis de 50 mL, codificados

com três dígitos e oferecidos aos provadores de forma monádica. Foi fornecida água

destilada para fazer o branco entre as amostras.

As fichas sensoriais de Escala Hedônica e Pareado de Preferência, além do

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido foi dada aos provadores no momento do

teste.

4.4.2 Delineamento Experimental Preliminar

Para a definição das formulações a serem utilizadas na elaboração dos pães

desenvolvidos neste estudo, foram, inicialmente, realizados testes com 9 assessores

treinados (9 repetições) com os 3 tratamentos a que as formulações foram submetidas

(3 concentrações de FFC com as duas formulações com cultivares de feijão-caupi) e 1

com a formulação padrão, tendo-se portanto, um delineamento tipo 3x2.

4.4.3 Teste de Aceitação: Escala Hedônica

Primeiramente, o Teste de Escala Hedônica (Anexo 03) foi utilizado com os

assessores treinados para definição das melhores formulações para serem analisadas

pelos assessores não treinados. Utilizaram-se, inicialmente, 9 repetições (grupo

treinado) de 3 tratamentos (pães com 15%, 25% e 35% de substituição de FFC) de 2

amostras (pães com farinha da cultivar BRS Tumucumaque e BRS Aracê).

Na otimização do produto, utilizaram-se 100 repetições. Participaram deste

teste, assessores não treinados com idade entre 18 a 45 anos, recrutados na

Universidade Federal do Piauí, em um total mínimo de 100 assessores para Escala

Hedônica de 2 tratamentos (pães com 25% e 35% de substituição de FFC) e 2

amostras (pães com farinha da cultivar BRS Tumucumaque e BRS Aracê) em dois

blocos de analise (manhã e tarde). Onde o número mínimo de respostas corretas para

estabelecer diferença estatisticamente significativa entre as amostras, com 5% de erro

alfa e 95% de confiança foi de 100 provadores (número de respostas) para obter-se

Page 22: Dissertação Final da Mestranda Ana Paula de Melo Simplicio

22

pelo menos 61 respostas corretas no teste de comparação pareada – diferença

(bicaudal), de acordo com Ferreira (2000).

4.4.4 Teste Pareado de Preferência

O Teste Pareado de Preferência (Anexo 04) foi realizado no mesmo dia, com os

mesmos 100 assessores não treinados que responderam ao teste anteriormente

descrito. Neste teste, as amostras (A25 e A35; T25 e T35) foram colocadas em pares

entre si e com a amostra padrão para avaliar-se a preferência entre elas.

4.4.5 Análise Descritiva Quantitativa (ADQ)

Participaram dos testes 11 assessores que foram selecionados por meio de uma

entrevista, que consistia em apresentar os objetivos do trabalho e verificar o interesse,

compromisso e disponibilidade do assessor para fazer parte do grupo treinado.

Posteriormente, foram realizados testes de seleção para avaliar as habilidades

sensoriais dos candidatos, por meio da aplicação de testes de Reconhecimento de

Aromas (Anexo 05) e Gosto Intensidade (Anexo 06). Após a etapa de seleção, estes

assessores passaram para a etapa de treinamento com o produto a ser avaliado. Para

isso, foi utilizado o Teste Triangular (Anexo 07) direcionado ao produto. Um dos

assessores não foi aprovado no Teste Triangular e outro desistiu, totalizando assim, 9

assessores válidos. Estes assessores, juntamente com o chefe do grupo sensorial

desenvolveram e adaptaram todos os 18 descritores dos pães, tendo como base o

trabalho de Battochio et al. (2006).

O Teste de Análise Descritiva Quantitativa (Anexo 08) foi realizado para

descrever os atributos sensoriais presentes: aparência, aroma, sabor e textura, sendo

feito por 9 assessores treinados, conforme descrito acima.

4.5 Composição Química das Farinhas de Feijão-caupi e Pães

As análises foram realizadas, em triplicata, nas farinhas, no pão padrão e nos

pães cujas formulações apresentaram maior aceitação no teste pareado de

perferência.

4.5.1 Composição Centesimal

Todas as análises foram feitas em triplicata com a média, desvio padrão e teste

de médias dos resultados.

Page 23: Dissertação Final da Mestranda Ana Paula de Melo Simplicio

23

4.5.1.1 Umidade

A determinação da umidade foi realizada por meio do método secagem em

estufa com temperatura de 105ºC até peso constante. (AOAC, 2005).

4.5.1.2 Resíduo Mineral Fixo

O resíduo mineral fixo foi determinado por meio da técnica de incineração

em mufla à temperatura de 550ºC, sendo os resultados obtidos em porcentagem

(AOAC, 2005).

4.5.1.3 Proteínas

As proteínas foram analisadas pelo método de semi-micro Kjeldahl (AOAC,

2005).

4.5.1.4 Lipídeos

Os lipídeos ou extrato etéreo foi analisado pelo método de Soxhlet com a

utilização de Hexano como solvente (AOAC, 2005).

4.5.1.5 Carboidratos

Os carboidratos foram determinados por diferença dos demais constituintes da

composição centesimal.

4.5.1.5.1 Análise de Fibras

A fibra alimentar total, fibra alimentar solúvel e fibra alimentar insolúvel foram

determinadas pelo Método Gravimétrico-Enzimático desenvolvido por Prosky et al

(1992).

4.5.2 Valor Energético Total

O valor calórico foi estimado utilizando-se os fatores de conversão de

ATWATER: 4 kcal.g–1 para proteínas, 4 kcal.g–1 para carboidratos e 9 kcal.g–1 para

lipídeos (WATT; MERRILL, 1963).

4.5.3 Análise de Minerais

Para a determinação dos minerais Cálcio (Ca), Cobre (Cu), Ferro (Fe), Fósforo

(P), Magnésio (Mg), Manganês (Mn), Potássio (K), Sódio (Na) e Zinco (Zn) nas

amostras de farinhas de feijão-caupi, nos pães integrais enriquecidos com as farinhas

das cultivares e no pão padrão , utilizou-se como método de preparo de amostras a via

seca. Foram utilizadas 5 g das amostras em triplicata, as quais foram incineradas em

forno tipo mufla a 450ºC e diluídas para balão volumétrico 25 mL com solução de ácido

clorídrico 5%.

Page 24: Dissertação Final da Mestranda Ana Paula de Melo Simplicio

24

A quantificação dos minerais foi realizado em espectrômetro de emissão ótica

em plasma com acoplamento indutivo (ICP OES) da marca BAIRD, modelo ICP 2000

(Massachusetts, USA) com visão radial, equipado com um detector óptico simultâneo

em configuração de policromador tipo Rowland, bomba peristáltica, câmara de

nebulização e nebulizador Babyton, utilizando como gás do plasma o argônio líquido

com grau de pureza elevado (Air Liquid, SP, Brasil) (HORWITZ, 2000).

4.6 Análises Físicas

4.6.1. Índice de Absorção de água e Índice de Solubilidade em água da farinha de

feijão-caupi

As determinações de índice de absorção de água (IAA) e índice de solubilidade

em água (ISA) seguiram a metodologia descrita em Santana (2005).

Em tubos de centrifuga de 50 mL (tipo falcon,) foi adicionado um grama de

amostra (massa de amostra seca), sendo esta suspensas em 25 mL de água destilada

e submetidas à agitação por 30 minutos sendo, posteriormente, centrifugada a 2500

rpm por 10 minutos. O sobrenadante foi transferido para uma placa de Petri de peso

conhecido e o tubo contendo o resíduo foi pesado (massa de amostra hidratada). As

placas de Petri com sobrenadante foram colocadas em estufa por aproximadamente 15

horas, resfriadas e pesadas (resíduo solúvel desidratado). As determinações foram

feitas em triplicata.

O índice de absorção de água (IAA), em gramas de água por gramas de matéria

seca, foi obtido pela equação:

IAA = massa da fibra hidratada (Eq. 1)

massa de fibra inicial

O índice de solubilidade em água (ISA), em porcentagem, será calculado pela

equação:

ISA = resíduo solúvel desidratado

X 100 (Eq. 2)

massa da fibra inicial

4.7 Estimativa da vida-de-prateleira

Esta foi realizada em relação especificamente aos aspectos sensoriais do

produto. Assim, as amostras de pão integral (padrão, com farinha da cultivar

Tumucumaque e com farinha da cultivar Aracê), devidamente embalados em sacos de

Page 25: Dissertação Final da Mestranda Ana Paula de Melo Simplicio

25

polietileno com fechamento tipo zip lock, foram mantidos a temperatura ambiente

(35ºC) e sob refrigeração (10ºC) e foram analisados pelos assessores treinados.

Para a análise da vida de prateleira dos pães desenvolvidos estabeleceu-se uma

frequência de teste e um limite de dias para armazenamento do produto, devido a

observações já feitas anteriormente sobre o comportamento do produto no

armazenamento a temperatura ambiente e a temperatura de refrigeração. Foi

elaborado um formulário (Apêndice 1), onde eram atribuídas notas de 1 a 5 (onde: 1-

Péssimo; 2-Ruim; 3-Regular; 4-Bom; 5-Ótimo), para atributos sensoriais como

aparência, cor, aroma, textura, sabor e impressão global. Participaram destas análises

os assessores do grupo treinado. As amostras analisadas foram: o pão padrão, o pão

Tumucumaque e o pão Aracê. Todas as amostras foram armazenadas a temperatura

ambiente e sob refrigeração. Considerou-se o prazo de validade o dia da última

avaliação feita antes daquela que o pão recebeu nota inferior a 4 (bom) na maioria dos

atributos ou quando um dos atributos recebeu nota inferior a 3. As amostras foram

testadas diariamente, durante 6 dias corridos, a temperatura ambiente, enquanto as

amostras sob refrigeração foram mantidas por 15 dias, sendo testadas de três em três

dias.

4.7 Análise dos dados

Para realização da análise estatística foi criado um banco de dados no Programa

Statistical Package for the Social Sciences, version 17,0, (SPSS, 2006). As

apresentações dos resultados estão em forma de Tabelas e Figuras. Para verificar

diferença entre as médias de ADQ e composição centesimal entre as farinhas, utilizou-

se o teste t de Student, e o teste de Tukey para testar diferenças entre as médias da

composição centesimal entre os pães. Consultou-se a tabela bicaudal afim de

observamos o número mínimo de respostas corretas para estabelecer diferença

significativa no Teste Pareado de Preferência. Para todos os testes o nível de

significância considerado foi de 5% (ANDRADE, 2010; DUTCOSKI, 2007).

4.8 Critérios Éticos

O projeto foi submetido ao Comitê de Ética da UFPI para apreciação e

aprovação (Anexo 01). Tal aprovação foi obtida ainda em dezembro de 2011, sob o

Parecer No 0528.0.045.000-11. Os julgadores que fizeram parte da avaliação sensorial,

antes dos testes, foram informados sobre os objetivos e metodologia da pesquisa e

Page 26: Dissertação Final da Mestranda Ana Paula de Melo Simplicio

26

consultados por meio de um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Anexo 2),

conforme as Diretrizes e Normas para Pesquisa com Seres Humanos, Resolução 196 /

96 (BRASIL, 1996).

Page 27: Dissertação Final da Mestranda Ana Paula de Melo Simplicio

27

5 Resultados

5.1– Desenvolvimento e Análise sensorial dos pães integrais elaborados com

farinha de feijão-caupi.

5.1.1. Teste de Aceitação (Escala Hedônica)

Os resultados do teste de escala Hedônica estão apresentados na Tabela 03.

Tabela 03. Avaliação dos assessores com relação ao grau de aceitação dos pães

integrais enriquecidos com farinha de feijão-caupi. UFPI. Teresina – PI. 2012.

Escala Hedônica

Frequência de notas das formulações P A25 A35 T25 T35

(9)Gostei Muitíssimo

5 19 5 9 2

(8)Gostei Muito 43 31 22 29 17 (7)Gostei Moderadamente

38 19 32 24 21

(6)Gostei Ligeiramente

9 23 20 12 23

(5)Indiferente 2 5 3 9 6 (4)Desgostei Ligeiramente

1 3 12 7 12

(3)Desgostei Moderadamente

2 0 4 5 10

(2)Desgostei Muito

0 0 1 5 4

(1)Desgostei Muitíssimo

0 0 1 0 5

Legenda: P – padrão; A25 – Amostra com substituição de 25% por farinha da cultivar BRS – Aracê; A35 - Amostra com substituição de 35% por farinha da cultivar BRS – Aracê; T25 - Amostra com substituição de 25% por farinha da cultivar BRS – Tumucumaque; T35 - Amostra com substituição de 35% por farinha da cultivar BRS – Tumucumaque. Fonte: Dados da Pesquisa. 2012.

É possível observar que as 4 formulações apresentaram maioria das respostas

entre as notas 6 e 8, revelando uma boa aceitação dos produtos pelos assessores.

Com a análise das frequências mostradas na Tabela 03, verificou-se que os índices de

aceitação (soma das frequências das notas de 6 a 9) para os produtos, como

demonstra a Tabela 03 e Figura 03.

Page 28: Dissertação Final da Mestranda Ana Paula de Melo Simplicio

28

Figura 03. Aceitação dos pães integrais enriquecidos com farinha de feijão-caupi com

base na frequência de notas entre 6 e 9 do teste de escala hedônica. UFPI. Teresina –

PI. 2012.

Legenda: A25: Pão integral com farinha da cultivar BRS Aracê a 25%; A35: Pão integral com farinha da cultivar BRS Aracê a 35%; T25: Pão integral com farinha da cultivar BRS Tumucumaque a 25%; T35: Pão integral com farinha da cultivar BRS Tumucumaque a 35%. P: Pão padrão.

Fonte: Dados da Pesquisa, 2012.

Diante do exposto, observou-se que os pães padrão (P), e com a farinha da

variedade BRS- Aracê em substituição da farinha de trigo integral a 25% (A25) foram

as que obtiveram maior frequência de notas de aceitação entre os assessores. Dentre

as cultivares analisadas, as formulações com substituição de 25% de farinha de feijão-

caupi foram as que obtiveram melhores resultados de aceitação em relação as

formulações com 35% de farinha de feijão-caupi de ambas as cultivares. Com base

nesses resultados, as formulações a 25% foram escolhidas como melhores para ser

feita sua caracterização (Tabela 03 e Figura 03). É interessante destacar que as notas

obtidas pelos pães da cultivar BRS Aracê, inclusive na concentração de 35%, foram

maiores que as obtidas pelos pães da cultivar BRS Tumucumaque, evidenciando a

maior aceitação da primeira cultivar citada.

5.1.2 – Teste Pareado de Preferência

No teste pareado de preferência, as amostras de pão das duas cultivares nas

concentrações de 25 e 35% de farinha de feijão-caupi e o padrão foram comparados

entre si para verificar qual amostra de cada variedade seria preferida pelos assessores

como apresentado na Tabela 04 e 05.

Page 29: Dissertação Final da Mestranda Ana Paula de Melo Simplicio

29

Tabela 04. Resultado do teste pareado de preferência entre os pães enriquecidos com

a cultivar BRS Aracê e o pão padrão. UFPI. Teresina, PI. 2012

Pares P 25% 35% TOTAL

P x 25% 34* 66* - 100 P x 35% 54 - 46 100 25% x 35% - 67* 33* 100 As amostras acompanhadas de asterisco apresentam diferença entre si a 5% de significância. Fonte: Dados da Pesquisa, 2012.

Na comparação entre a amostra padrão e a 35% (observada na Tabela 04), não

houve diferença estatisticamente significativa entre as respostas obtidas. No entanto,

na análise dos pares entre as amostras padrão e 25% e entre o par 25% e 35%, foi

possível observar diferença significativa (p<0,05) em ambos os casos.

Tabela 05. Resultado do teste pareado de preferência entre os pães enriquecidos com

a cultivar BRS Tumucumaque e o pão padrão. UFPI. Teresina, PI. 2012

Pares P 25% 35% TOTAL

P x 25% 52 48 - 100 P x 35% 64* - 36* 100 25% x 35% - 71* 29* 100 As amostras acompanhadas de asterisco apresentam diferença entre si a 5% de significância. Fonte: Dados da Pesquisa, 2012.

Na comparação entre a amostra padrão e a 25% (observada na Tabela 05), não

houve diferença estatisticamente significativa entre as respostas obtidas. Enquanto na

análise dos pares entre as amostras padrão e 35% e entre o par 25% e 35%, foi

possível observar diferença estatisticamente significativa a 1% em ambos os casos.

A análise de todos dados do teste pareado de preferência foram analisados de

acordo com tabela de MEILGARD et al., 1991.

5.1.3. Análise Descritiva Quantitativa (ADQ)

O teste ADQ foi realizado com a formulação elaborada com 25% de farinha de

feijão-caupi, de ambas as cultivares, após estas terem sido selecionadas pelos

assessores não treinados por meio dos testes de aceitação e preferência.

As Tabelas 6a, 6b, 6c e 6d mostram os descritores desenvolvidos para a

caracterização dos pães integrais enriquecidos com farinha de feijão-caupi elaborados,

assim como seus parâmetros máximos e mínimos para cada descritor, com base nos

descritores desenvolvidos em trabalho realizado com descrição de pão integral por

Battochio (2006).

Page 30: Dissertação Final da Mestranda Ana Paula de Melo Simplicio

30

Tabela 06a. Termos descritores, definições e referências utilizadas para caracterização

de aparência dos pães integrais de feijão-caupi. UFPI. Teresina, 2012.

Termos Descritores (atributos)

Definição Referência

Aparência

1. Cor marrom da casca

Cor marrom característico de pão de forma assado

Fraco: chá mate solúvel diluído (0,075g/100mL de água) Forte: Chá mate solúvel concentrado (0,3g/100mL de água).

2. Cor do miolo bege Cor bege característica do miolo bege de pão integral

Fraco: Mingau Farinha de trigo Integral: 3g/Trigo pra quibe: 2g/Farinha de trigo especial: 5g. Água: 100mL

Forte: Mingau Trigo pra quibe: 10g/Farinha de trigo especial: 5g. Água: 100mL

3. Tamanho das bolhas

Tamanho das cavidades formadas pelas bolhas de ar

Grande: bolo de baunilha

Pequeno: esponja de cozinha Fonte: BATTOCHIO et al, 2006 (Adaptado).

Tabela 06b. Termos descritores, definições e referências utilizadas para caracterização

de aroma dos pães integrais de feijão-caupi. UFPI. Teresina, 2012.

Termos Descritores (atributos)

Definição Referência

Aroma

1. Fermentado Aroma característico de massa fermentada

Nenhum: água destilada

Forte: água, fermento biológico e açúcar (1:1:1)

2. Queimado da casca Aroma de pão torrado Nenhum: água destilada

Forte: pão de forma tradicional torrado em forno convencional a 105ºC por 25 min.

3. Aroma de trigo Integral

Aroma característico de trigo integral (sem refino)

Fraco: farinha de trigo integral

Forte: trigo pra quibe

4. Aroma residual de feijão

Aroma de farinha de feijão percebido no pão

Nenhum: água destilada

Forte: água e farinha de feijão (1:1p/v). Muito: esponja de banho sintética.

Fonte: BATTOCHIO et al, 2006 (Adaptado).

Page 31: Dissertação Final da Mestranda Ana Paula de Melo Simplicio

31

Para a adaptação destes descritores e seus parâmetros foram realizadas

reuniões com o grupo treinado, ocasiões em que foi verificada a aplicabilidade destes

termos ao trabalho com o pão integral enriquecido com farinhas de feijão-caupi

(Apêndice 02).

Tabela 06c. Termos descritores, definições e referências utilizadas para caracterização

de Sabor dos pães integrais de feijão-caupi. UFPI. Teresina, 2012.

Termos Descritores (atributos)

Definição Referência

Sabor

1. Adocicado Gosto característico de solução de sacarose

Nenhum: água destilada

Forte: pão tipo brioche

2. Salgado Gosto característico de solução salina

Nenhum: água destilada

Forte: biscoito tipo cream craker

3. Pão Integral Sabor do produto preparado com farinha de trigo e farinha de trigo integral e /ou fibra de trigo e/ou farelo de trigo

Fraco: mingau: Far. de trigo integral: 15g Açúcar mascavo: 1,5g

Água: 200mL

Forte: biscoito integral sabor castanha-do-pará.

4. Residual Fermentado

Sabor, após ingestão, de um produto que sofreu o processo de fermentação

Nenhum: água destilada

Forte: cerveja diluída:

Cerveja: 75mL

Água: 75mL

5. Residual de feijão Sabor e farinha de feijão percebido no pão

Nenhum: água destilada

Forte: água e farinha de feijão (1:1p/v)

Fonte: BATTOCHIO et al, 2006 (Adaptado)

Page 32: Dissertação Final da Mestranda Ana Paula de Melo Simplicio

32

Tabela 06d. Termos descritores, definições e referências utilizadas para caracterização

de Textura dos pães integrais de feijão-caupi. UFPI. Teresina, 2012.

Termos Descritores (atributos)

Definição Referência

Textura

1. Mastigabilidade (pão sem casca)

Numero de mastigações necessárias antes da deglutição

Pouco: pão de forma tradicional

Muito: barra de cereal sabor castanha-do-pará

2. Maciez Força mínima necessária para comprimir a amostra

Pouco: biscoito cream craker

Muito: pão tipo brioche

3. Umidade Sensação provocada pela quantidade de água em um alimento

Pouco: pão de forma tradicional aquecido em forno tradicional a 150ºC por 3 min de cada lado

Muito: bolo comercial sabor baunilha

4. Fibrosidade Sensação produzida pela quantidade de fibras presente na amostra

Pouco: biscoito integral sabor castanha-do-pará

Muito: barra de cereais sabor castanha-do-pará

5. Adesividade Força necessária para superar a tração entre o alimento e o palato

Pouco: bolo comercial sabor baunilha

Muito: sequilho comercial

6. Elasticidade Tátil Facilidade com que a amostra retorna à posição inicial, após compressão

Pouco: bolo comercial sabor baunilha

Muito: esponja de banho sintética

Fonte: BATTOCHIO et al, 2006 (Adaptado)

Para a adaptação destes descritores e seus parâmetros foram realizadas

reuniões com o grupo treinado, ocasiões em que foi verificada a aplicabilidade destes

termos ao trabalho com o pão integral enriquecido com farinhas de feijão-caupi

(Apêndice 02).

Page 33: Dissertação Final da Mestranda Ana Paula de Melo Simplicio

33

Nas Tabelas 07a, 07b, 07c e 07d, constam as descrições dos valores médios e

dos seus respectivos desvios padrão das analises da Análise Descritiva e Quantitativa

(ADQ) dos produtos Tumucumaque e Aracê, respectivamente. O resultado mostrou

que algumas características apresentaram médias com diferença significativa entre os

dois produtos. Tais características foram as seguintes: aroma queimado da casca;

aroma residual do feijão; sabor residual fermentado e sabor residual de feijão.

Tabela 07a. Resultados obtidos da análise descritiva quantitativa (ADQ) dos pães

integrais enriquecidos elaborados, para aparência, por parte dos assessores treinados.

UFPI. Teresina- PI. 2012.

Descritores ADQ Pão Integral

BRS Tumucumaque BRS Aracê Parâmetros

Média ± DP Média ± DP Aparência Cor marrom da casca 6,0 ± 2,37ª 6,1 ± 1,73ª 1 - Fraco

9 - Forte Cor miolo bege 3,9 ± 1,69ª 4,1 ± 2,06ª 1 - Fraco

9 - Forte Tamanho da bolhas 2,6 ± 2,74ª 3,2 ± 2,66ª 1- Pequeno

9- Grande Letras iguais entre as colunas indicam a não existência de diferença significativa entre as médias, pelo teste t de Student (p ≥ 0,05). Fonte: Dados da Pesquisa, 2012.

Observa-se na Tabela 07a que, quanto a aparência, nos pães das duas

cultivares utilizadas não diferiram entre si (p<0,05).

Quanto ao aroma, pode-se verificar que os descritores aroma queimado da

casca e aroma residual de feijão apresentaram diferença estatisticamente significativa,

enquanto os demais descritores mostraram-se iguais. Em ambos os descritores em que

houve diferença (p<0,05), o pão da cultivar BRS Tumucumaque mostrou características

mais intensas. Tabela 07b.

Page 34: Dissertação Final da Mestranda Ana Paula de Melo Simplicio

34

Tabela 07b. Resultados obtidos da análise descritiva quantitativa (ADQ) dos pães

integrais enriquecidos elaborados, para aroma, por parte dos assessores treinados.

UFPI. Teresina- PI. 2012.

Descritores

ADQ Pão Integral

Tumucumaque Aracê Parâmetros

Média ± DP Média ± DP

Aroma

Fermentado 3,3 ± 3,28ª 3,6 ± 2,06ª 1- Nenhum

9- Forte

Queimado da casca

4,2 ± 2,45ª 3,3 ± 2,80b 1- Nenhum

9- Forte

Aroma de trigo integral

3,7 ± 2,72ª 3,4 ± 2,32ª 1 - Fraco

9 - Forte

Aroma residual de feijão

3,8 ± 2,73ª 1,6 ± 1,19b 1- Nenhum

9- Forte Letras iguais entre as colunas indicam a não existência de diferença significativa entre as médias, pelo teste t de Student (p≥ 0,05). Fonte: Dados da Pesquisa, 2012.

Tabela 07c. Resultados obtidos da análise descritiva quantitativa (ADQ) dos pães

integrais enriquecidos elaborados, para sabor, por parte dos assessores treinados.

UFPI. Teresina- PI. 2012.

Descritores ADQ Pão Integral

Tumucumaque Aracê Parâmetros

Média ± DP Média ± DP Sabor

Adocicado 4,6 ± 2,43ª 5,1 ± 2,27ª 1- Nenhum 2- 9- Forte

Salgado 3,5 ± 2,58ª 4,0 ± 2,12ª 1- Nenhum 2- 9- Forte

Pão Integral 4,7 ± 2,17ª 4,7 ± 2,94ª 1 – Fraco 9 – Forte

Residual fermentado 4,9 ± 2,24ª 3,0 ± 2,13b 1- Nenhum 2- 9- Forte

Residual de feijão 4,9 ± 2,70ª 2,3 ± 1,63b 1- Nenhum 2- 9- Forte

Letras iguais entre as colunas indicam a não existência de diferença significativa entre as médias, pelo teste t de Student (p ≥ 0,05). Fonte: Dados da Pesquisa, 2012.

Page 35: Dissertação Final da Mestranda Ana Paula de Melo Simplicio

35

O resultado mostrou que algumas características apresentaram médias com

diferença significativa entre os dois produtos como sabor residual fermentado e sabor

residual de feijão. Em que o pão da cultivar BRS Tumucumaque demonstrou-se mais

forte que o pão da cultivar BRS Aracê (Tabela 07c).

Tabela 07d. Resultados obtidos da Análise Descritiva Quantitativa (ADQ) dos pães

integrais enriquecidos elaborados, para textura, por parte dos assessores treinados.

UFPI. Teresina- PI. 2012.

Descritores ADQ Pão Integral

Tumucumaque Aracê Parâmetros

Média ± DP Média ± DP Textura

Mastigabilidade 3,1 ± 2,27ª 3,2 ± 2,51ª 1 - Pouco 9 - Muito

Maciez 5,1 ± 2,37ª 5,1 ± 2,50ª 1 - Pouco 9 – Muito

Umidade 3,9 ± 1,21ª 4,0 ± 1,24ª 1 - Pouco 9 – Muito

Fibrosidade 4,0 ± 2,09ª 3,5 ± 2,52ª 1 - Pouco 9 – Muito

Adesividade 2,4 ± 1,63ª 1,9 ± 2,41ª 1 - Pouco 9 – Muito

Elasticidade tátil 1,9 ± 1,36ª 1,8 ± 1,36ª 1 - Pouco 9 - Muito

Letras iguais entre as colunas indicam a não existência de diferença significativa entre as médias, pelo teste t de Student (p ≥ 0,05). Fonte: Dados da Pesquisa, 2012.

Analisando-se os resultados obtidos para os descritores referentes a textura, não

houve diferença estatisticamente significativa entre as amostras de pão das cultivares

de feijão-caupi (Tabela 07d).

Page 36: Dissertação Final da Mestranda Ana Paula de Melo Simplicio

36

As diferenças observadas entre as notas dos descritores neste teste também

podem ser observadas na Figura 04.

Figura 04. Gráfico-aranha do perfil sensorial dos pães integrais enriquecidos com

farinha de feijão-caupi. UFPI. Teresina, PI. 2012.

Legenda: A: Pão Aracê e B: Pão Tumucumaque.1.Cor marrom da casca; 2.Cor miolo bege; 3.Tamanho

da bolhas; 4.Fermentado; 5.Queimado da casca; 6.Aroma de trigo integral; 7.Aroma residual de feijão;

8.Adocicado; 9.Salgado; 10.Pão Integral; 11.Residual fermentado; 12.Sabor residual de feijão;

13.Mastigabilidade; 14.Maciez; 15.Umidade; 16.Fibrosidade; 17.Adesividade; 18.Elasticidade tátil.

Fonte: Dados da Pesquisa, 2012.

O gráfico da direita (Figura 04), na cor verde, representa o pão da cultivar BRS

Aracê e o gráfico da esquerda (Figura 04), na cor vermelha, representa o pão da

cultivar BRS Tumucumaque. Analisando-se o formato dos gráficos dos pães das duas

cultivares é possível observar suas distinções quanto aos descritores que

apresentaram diferença estatisticamente significativa entre as amostras.

5.2 – Composição química e análise física e das farinhas e pães integrais de

feijão-caupi.

5.2.1 – Composição centesimal das farinhas e pães integrais

desenvolvidos.

6,1

4,1

3,23,6

3,3

3,41,6

5,144,7

3

2,33,2

5,1

4

3,5 1,91,8

01234567

12

3

4

5

6

7

89

1011

12

13

14

15

16

1718

A

6

3,9

2,63,3

4,2

3,7

3,8

4,63,5

4,74,9

4,9

3,15,1

3,9

4 2,41,9

1

2

3

4

5

61

2

3

4

5

6

7

8

910

11

12

13

14

15

16

17

18

B

Page 37: Dissertação Final da Mestranda Ana Paula de Melo Simplicio

37

Por meio das análises realizadas, realizadas em triplicata, observam-se os

seguintes valores médios referentes a composição centesimal e VET (Valor Energético

Total) (Tabela 08).

Tabela 08. Composição centesimal e VET das farinhas de feijão-caupi das cultivares

BRS Tumucumaque e BRS Aracê. UFPI/Embrapa Meio-Norte. Teresina, 2012.

Constituintes/Amostras

Farinha BRS Aracê Farinha BRS Tumucumaque

Umidade (g/100g)

11,85ª±0,338 11,61ª±0,465

Cinzas (g/100g) 4,83ª±0,003 4,51ª± 0,00 Lipídeos (g/100g)

7,87ª±0,036 4,58b±0,019

Proteínas (g/100g)

26,67ª±0,299 25,50±0,517b

Carboidratos (por diferença)

65,47 69,92

VET (KJ.100g-1 /Kcal . 100g-1)

1845,27/ 439,35 1822,38/ 422,9

Letras iguais entre as colunas indicam a não existência de diferença significativa entre as médias, pelo teste t de Student (p ≥ 0,05). Fonte: Dados da Pesquisa, 2012.

De acordo com a Tabela 08, a composição das farinhas de feijão-caupi das

cultivares analisadas diferiram entre si significativamente (p<0,05) no teor de lipídeos e

proteínas, em que a cultivar Aracê teve teor superior a cultivar Tumucumaque.

A Tabela 09 apresenta a composição centesimal e Valor Energético Total (VET)

dos pães desenvolvidos.

Tabela 09. Composição centesimal e VET dos pães desenvolvidos. UFPI/Embrapa

Meio-Norte. Teresina, 2012.

Constituintes/Amostras

Pão Padrão Pão Aracê (25%)

F2 Pão Tumucumaque

(25%) F2 Umidade (g/100g)

26,44ª ±0,00 25,74ª ±0,01 25,70ª ±0,00

Cinzas (g/100g) 2,35ª ±0,00 2,79b±4,10 2,74±0,00db Lipídeos (g/100g)

2,16ª± 0,00 3,37b± 0,00 2,87c±0,00

Proteínas (g/100g)

11,40ª±0,18 13,44b±0,06 12,83cb±0,10

Carboidratos (por diferença)

57,21ª 54,66b 55,86cb

VET (KJ.100g-1 /Kcal . 100g-1)

1234,30/ 293,88 1271,47/ 302,73 1262,48/ 300,59

Letras iguais entre as colunas indicam a não existência de diferença significativa entre as médias, pelo teste de Tukey (p ≥ 0,05). Fonte: Dados da Pesquisa,2012.

Page 38: Dissertação Final da Mestranda Ana Paula de Melo Simplicio

38

De acordo com os resultados observados na Tabela 09, as amostras de pães

enriquecidos com FFC apresentaram teores de cinzas e proteínas iguais entre si e

superiores estatisticamente (p<0,05) aos teores no pão padrão. Enquanto o teor de

lipídeos foi superior no pão da cultivar BRS Aracê, seguido pelos pães elaborados com

a farinha da cultivar BRS Tumucumaque e o padrão. O pão de maior teor de lipídeos foi

o da cultivar BRS Aracê e, inferior a todos, com diferença significativa (p<0,05), está o

pão padrão.

5.2.2 – Teor de fibras dos pães integrais de feijão-caupi

As análises de fibras abrangeram somente fibra alimentar total, pois a fibra a ser

encontrada é, predominantemente, insolúvel.

Tabela 10. Teores de fibras em pães integrais enriquecidos com feijão-caupi. ITAL.

Campinas, 2012.

PÃES MÉDIA

Pão Aracê 4,25a ± 0,06

Pão Tumucumaque 4,65b ± 0,10

Pão padrão 4,71bc ± 0,07 Teste de Tukey, letras iguais nas linhas, não há diferença entre as médias Fonte: Dados da Pesquisa, 2012.

De acordo com o observado na Tabela 10, o pão enriquecido com a farinha de

feijão-caupi da cultivar BRS Aracê apresentou teores de fibras inferiores aos pães

padrão e da cultivar BRS – Tumucumaque. Sendo que estes últimos não apresentaram

diferença estatisticamente significativa entre si.

5.2.3 – Conteúdo de minerais das farinhas e dos pães integrais de feijão-

caupi

Os resultados dos teores de minerais das farinhas das duas cultivares de feijão-

caupi e seus respectivos pães integrais estão representados nos Quadros 01 e 02.

Page 39: Dissertação Final da Mestranda Ana Paula de Melo Simplicio

39

Quadro 01 – Composição mineral de farinha e pães integrais da cultivar Aracê. ITAL.

Campinas, 2012.

Mineral (mg/100g)

Amostras

Farinha (FFC) Pão Padrão Pão 25% FFC Pão 35% FFC

Ca 39,00±1,00a 63,00±1,00b 59,00±1,00c 52,00±2,00d

Cu 0,38±0,00a 0,24±0,01b 0,22±0,01cb 0,27±0,03d

Fe 5,30±0,30ª 2,16±0,03b 2,50±0,20cbd 2,50±0,10d

P 562,00±14,00a 235,00±4,00b 247,00±2,00c 265,00±10,00d

Mg 169,00±3,00a 54,00±1,00b 56,2±0,40c 60,00±1,00d

Mn 1,77±0,03a 1,61±0,01a 1,31±0,01b 1,13±0,04c

Na 4,40±0,02a 426±1,00b 546 ± 7,00c 582 ± 12,00d

K 1324,0 ± 17,0a 271,0 ± 2,0b 353,0 ± 3,0c 401,0 ± 10,00d

Zn 3,50 ± 0,10a 1,93 ± 0,05b 1,87 ± 0,02bc 1,90 ± 0,10bcd Letras iguais entre as colunas indicam a não existência de diferença significativa entre as médias, pelo teste de Tukey (p ≥ 0,05). Fonte: Dados da Pesquisa, 2012.

Quadro 02 – Composição mineral de farinha e pães integrais da cultivar

Tumucumaque. ITAL. Campinas, 2012.

Mineral (mg/100g)

Amostras

Farinha (FFC) Pão Padrão Pão 25% FFC Pão 35% FFC

Ca 40,10±0,10a 63,00±1,00b 59,00±1,00c 52,0±1,00d

Cu 0,43±0,03a 0,24±0,01b 0,23±0,01cb 0,20±0,01d

Fe 6,40±0,31ª 2,16±0,03b 2,38±0,03c 2,50±0,10d

P 490,00±4,00a 235,00±4,00b 249,00±4,00c 249,00±10,00cd

Mg 165,90±0,40a 54,00±1,00b 56,00±1,00bc 59,00±1,00d

Mn 1,85 ± 0,01a 1,61±0,01b 1,32 ± 0,03c 1,16 ± 0,01d

Na 6,00 ± 1,00a 426,00±1,00b 574,00±1,60c 533,00±3,00d

K 1332,0±1,00a 271,0 ± 2,00b 354,0 ± 7,00c 398,0 ± 5,00d

Zn 3,50 ± 0,01a 1,93 ± 0,05b 1,94 ± 0,05cb 1,86 ± 0,02d Letras iguais entre as colunas indicam a não existência de diferença significativa entre as médias, pelo teste de Tukey (p ≥ 0,05). Fonte: Dados da Pesquisa, 2012.

Na comparação entre as farinhas de feijão-caupi das duas cultivares analisadas

(Quadro 03), observaram-se diferenças significativas entre os teores de Ferro e

Fósforo. Quanto ao Ferro, a cultivar BRS Tumucumaque foi superior, no entanto, em

relação do Fósforo, a cultivar BRS Aracê destacou-se. Os demais minerais não

apresentaram diferença estatisticamente significativa.

Page 40: Dissertação Final da Mestranda Ana Paula de Melo Simplicio

40

Quadro 03 – Comparação entre a composição mineral de farinhas de feijão-caupi das

cultivares BRS Tumucumaque e BRS Aracê. ITAL. Campinas, 2012.

Minerais (mg/100g) Amostra

Farinha BRS Aracê Farinha BRS Tumucumaque

Ca 39,0±1,0a 40,1 ± 0,1ª

Cu 0,38±0,01a 0,43 ± 0,03a

Fe 5,3±0,3,0b 6,40 ± 0,01a

P 562±14a 490 ± 5b

Mg 169,0±3ª 165,9 ± 0,4ª

Mn 1,77±0,03ª 1,85 ± 0,01ª

K 1324 ± 17ª 1332 ± 1ª

Zn 3,5 ± 0,1ª 3,50 ± 0,01ª

Teste de t de Student letras iguais nas colunas, não há diferença entre as médias

Fonte: Dados da Pesquisa, 2012.

Quando são comparados os pães com 25% de substituição de ambas as

cultivares analisadas (Quadro 04), apenas o teor de Ferro foi diferente estatisticamente.

Destacando-se, com superioridade, o pão com a cultivar BRS Aracê.

Quadro 04 – Composição mineral de pães enriquecidos com farinhas de feijão-caupi

das cultivares BRS Tumucumaque e BRS Aracê. ITAL. Campinas, 2012.

Minerais (mg/100g) Amostra

Pâo a 25% BRS Aracê Pão a 25% BRS Tumucumaque

Ca 59,00 ± 1,00a 59,00 ± 1,00a

Cu 0,22 ± 0,01ª 0,23 ± 0,01ª

Fe 2,50 ± 0,20ª 2,38 ± 0,03b

P 247,00 ± 2,00a 249,00 ± 4,00a

Mg 56,2 ± 0,40ª 56,00 ± 1,00a

Mn 1,31 ± 0,01ª 1,32 ± 0,03ª

K 353,0 ± 3,00a 354,0 ± 7,00a

Zn 1,87 ± 0,02ª 1,94 ± 0,05ª

Letras iguais nas colunas não apresenta diferença significativa entre as médias, segundo o teste t de Student.

Fonte: Dados da Pesquisa, 2012.

Page 41: Dissertação Final da Mestranda Ana Paula de Melo Simplicio

41

5.2.4 – Indice de Absorção de Água e Índice de Solubilidade em Água (IAA

e ISA) das farinhas de feijão-caupi.

Na Tabela 11 estão apresentados os valores médios dos Índices de Absorção

em Água (IAA) e dos Índices de Solubilidade em Água (ISA) das farinhas de feijão-

caupi.

Tabela 11. Índice de Absorção em Água e Índice de Solubilidade em Água nas

Farinhas de Feijão-caupi das cultivares BRS Tumucumaque e BRS Aracê.

UFPI/Embrapa Meio-Norte. Teresina – PI. 2012.

Cultivar IAA (g/g) ISA (%)

BRS Tumucumaque 1,83ª 6,64ª

BRS Aracê 1,87ª 5,32b Letras iguais entre as linhas indicam a não existência de diferença significativa entre as médias, pelo teste t de Student (p ≥ 0,05). Fonte: Dados da Pesquisa, 2012

Os valores de IAA não diferiram estatisticamente entre as farinhas das cultivares

analisadas. Na análise de ISA, a amostra de farinha BRS Tumucumaque apresentou

valor superior a amostra de farinha BRS Aracê, com diferença estatística.

5.3 – Vida de prateleira

Por unanimidade, os assessores, ao avaliarem os produtos, encontraram alterações

sensoriais graves no quarto dia de análise, incluindo a presença visível de bolores

(impossibilitando, assim, a análise no quinto e último dia), levando a atribuir ao 3º dia

de estocagem à temperatura ambiente, o prazo de validade do produto.Quadro 05.

Quadro 05. Vida de prateleira de pães integrais enriquecidos com feijão-caupi a

temperatura ambiente, utilizando a análise sensorial. UFPI. Teresina – PI

Amostra Dias

0 1 2 3 4 5

Pão Padrão X

Pão Tumucumaque X

Pão Aracê X

Todas as amostras se mostraram aptas para consumo até o 12º dia de

armazenagem sob temperatura de refrigeração, considerando que, em todo este

período, não houve aparecimento de bolores. E que as alterações de textura e sabor

foram determinantes para a limitação da vida útil do produto.Quadro 06.

Page 42: Dissertação Final da Mestranda Ana Paula de Melo Simplicio

42

Quadro 06. Vida de prateleira de pães integrais enriquecidos com feijão-caupi sob

refrigeração, utilizando a análise sensorial. UFPI. Teresina – PI

Amostra Dias

0 3 6 9 12 15

Pão Padrão X

Pão Tumucumaque X

Pão Aracê X

Page 43: Dissertação Final da Mestranda Ana Paula de Melo Simplicio

43

Discussão

As mudanças no processamento e a crescente exigência do consumidor por

alimentos que apresentem, além da elevada qualidade sensorial e nutritiva, benefícios

associados à saúde, fazem surgir a necessidade de novos ingredientes que possam

atender a estas exigências do mercado. A fabricação de pães com farinha mista

possibilita o enriquecimento no teor de nutrientes do produto além de suprir a

necessidade dos consumidores por produtos diversificados (BORGES et al., 2006).

Neste trabalho, as farinhas foram elaboradas pelo método de secagem (em

estufa ventilada a 50ºC) e, após processamento térmico, foi possível observar que as

farinhas mantiveram elevado teor protéico, incluindo a cultivar BRS Tumucumaque

(que foi utilizada no presente estudo). Gomes et al. (2012) realizaram um estudo com a

elaboração de farinhas de feijão-caupi utilizando diferentes temperaturas de secagem

(método utilizado neste trabalho para obtenção da farinha) verificando que as farinhas

de feijão obtidas a partir das temperaturas de secagem de 50 e 60ºC apresentaram

maiores índices de solubilidade em água e, portanto com melhores características para

o processamento de produtos de rápido preparo.

Além disso, a farinha de feijão-caupi pode ser considerada como um produto de

boa estabilidade microbiológica. Estes aspectos qualificam a utilização da farinha de

feijão-caupi obtida pelo método de secagem como um produto adequado para

elaboração de produtos. Resultados satisfatórios semelhantes foram obtidos em

trabalho de Figueirêdo et al. (2012), em que foram verificadas as características físico-

químicas de linhagem e cultivares de feijão-caupi. Portanto, além do elevado teor de

proteínas apresentado, as farinhas de feijão-caupi deste estudo também mantiveram-

se estáveis, possibilitando uma futura suplementação alimentar, elaboração de novos

produtos e o enriquecimento de produtos de panificação.

Os produtos desenvolvidos por Frota et al.(2009), rocambole e biscoito,

obtiveram aceitação superior a 70% na maioria das formulações. No referido trabalho

foi possível uma substituição parcial de até 30% de farinha de feijão-caupi nos

produtos, o que agregou valor nutritivo aos mesmos, principalmente quanto ao teor de

proteínas, dos minerais: ferro, zinco, magnésio, potássio e da vitamina piridoxina.

Contudo, o sucesso do alimento no mercado não depende somente de seu valor

nutritivo e sua viabilidade de utilização em produtos alimentícios como matéria-prima.

Mas também do seu desempenho junto ao consumidor. De acordo com Minin (2006), a

Page 44: Dissertação Final da Mestranda Ana Paula de Melo Simplicio

44

avaliação da aceitação e/ou preferência do produto torna-se indispensável no processo

de desenvolvimento de novos produtos, bem como no melhoramento de processos e

na substituição de ingredientes em produtos convencionais.

Considerando que o presente estudo trata do desenvolvimento de um pão

integral enriquecido com a farinha de uma leguminosa e que este foi submetido a uma

série de testes sensoriais, é importante ressaltar que a aceitação de produtos integrais

e produtos enriquecidos com outros ingredientes funcionais é crescente, evidenciando

uma maior preocupação do consumidor com a qualidade do alimento ingerido. Em

trabalho avaliando a aceitação de panetone integral, observou-se um nível de

aceitação superior a 90% do produto formulado (SILVEIRA et al., 2008). Quando

avaliou-se a aceitação de pão integral comercial por um grupo de consumidores por

Battochio et al. (2006), houve um predomínio de notas entre 6 e 7 em todas as marcas

analisadas. Com relação aos produtos de panificação enriquecidos com feijão-caupi

desenvolvidos por Frota et al. (2009), a maioria dos produtos apresentou grau de

aceitação maior que 70% assim como foi observado no presente estudo com pães

integrais enriquecidos com feijão-caupi, cujo grau de aceitabilidade foi, na maioria das

formulações, maior que 70%. Considerando que, de acordo com Teixeira, Meinert e

Barbetta (1987), para que um produto seja considerado como aceito em termos de

suas propriedades sensoriais, é necessário que obtenha um índice de aceitabilidade

de, no mínimo, 70%.

Quanto aos resultados do teste pareado de preferência (Tabela 04 e Tabela 05),

as formulações com 25% de substituição foram preferidas em relação às formulações

com 35% de substituição, com diferença estatisticamente significativa. Estes resultados

confirmam o que foi observado no teste de aceitação, onde os pães com 25% de

substituição obtiveram as maiores notas dentre as formulações de cada cultivar.

Considerando-se assim, as formulações com 25% de substituição por FFC de ambas

as cultivares como melhores para a realização da Análise Descritiva Quantitativa dos

pães.

Ao comparar-se o presente estudo (Tabelas 7a, 7b,7c e 7d) com o realizado por

Battochio et al. (2006) que descreveram os atributos sensoriais de pão de forma

integral, alguns descritores apresentaram-se semelhante como a cor do miolo bege,

aroma de trigo integral e características de textura, como a maciez e a umidade.

Descritores de aroma, como o fermentado, queimado da casca, adocicado, salgado,

Page 45: Dissertação Final da Mestranda Ana Paula de Melo Simplicio

45

aroma de pão integral e residual fermentado, apresentaram médias um pouco

superiores às encontradas no trabalho consultado. Também foi possível observar os

descritores cujas médias apresentaram-se menores que as de Battochio (2006)

estavam ligados à textura: mastigabilidade, fibrosidade, adesividade e elasticidade tátil.

Estas diferenças podem ser atribuídas às características peculiares das farinhas de

feijão-caupi utilizadas na elaboração os pães integrais neste trabalho.

Após a caracterização sensorial dos produtos finais, a caracterização físico-

química e química foi realizada, cujos resultados encontram-se nas Tabelas 08 e 09.

Analisando-se a farinha elaborada a partir dos feijões, é possível verificar

características desejáveis para farinhas destinadas a elaboração de produtos

alimentícios como: baixa umidade e elevado Índice de Solubilidade em Água. Além

disso, é possível entender melhor porque a aceitação do pão da cultivar BRS Aracê foi

maior que a do pão com a cultivar BRS Tumucumaque. Já que a última apresenta

alguns caracteres sensoriais mais intensos que a BRS Aracê, o que, visivelmente, não

foi bem aceito por parte dos assessores.

Uma das características indicadoras da qualidade de uma farinha destinada a

elaboração de alimentos enriquecidos é o índice de absorção de água (IAA), uma

medida que reflete a capacidade do grânulo de amido em absorver água, mesmo em

temperatura ambiente. Reflete a capacidade de integralidade da estrutura amilácea

após o processo de extrusão. A capacidade de absorção de água do material amiláceo

cru é geralmente elevada a partir do momento em que se aplica calor, em meio úmido

durante o processamento, por meio do processo de gelatinização. Enquanto o ISA é

um parâmetro importante na caracterização de farinhas para fins de solubilização

posterior, como é o caso de sopas por exemplo, pois, por meio deste, pode-se verificar

o grau de cozimento do amido e avaliar as condições de solubilização em meio

aquoso. (ASCHERI, 2009).

As farinhas de feijão-caupi apresentaram valores médios de IAA de 1,83 e

1,87g/g (Tabela 11), sendo um pouco inferior aos obtidos na literatura, para feijão-

caupi, por Gomes et al. (2012) que variou de 2,47-2,63 g/g. Inferior também ao

observado em trabalho de Dors et al. (2006) para farinhas de arroz cru, onde o valor de

IAA foi de 2,84g/g. Entretanto, os valores de ISA do presente trabalho (6,64 e 5,32%)

foram superiores ao verificado na farinha de arroz cru supracitada (2,10%), ao passo

Page 46: Dissertação Final da Mestranda Ana Paula de Melo Simplicio

46

que se apresentaram inferiores ao valor observado na farinha de feijão-caupi em

Gomes (2012).

O teor de umidade de uma farinha é importante índice de qualidade do produto,

visto que resulta em maior estabilidade química e microbiológica deste (GOMES;

SILVA, 2003). Os teores de umidade obtidos nas farinhas analisadas neste trabalho

(11,61 e 11,85g/100g) foram próximas às verificadas em trabalho de Santos et al.

(2009) com farinha comum (11,7g/100g) e inferiores aos obtidos pela análise da farinha

de feijão comum cru e farinhas de feijão-caupi , que foram de 17,60g/100g e de 14,3-

15,8g/100g, respectivamente (GOMES et al., 2006;GOMES et al., 2012). Deve-se

considerar, portanto, que quanto menor a umidade das farinhas, maior a vida útil das

mesmas, pois as alterações provocadas por reações químicas e ação microbiológica

são desfavorecidas.

Na quantificação de cinzas, os teores obtidos foram de 4,51 e 4,83 g/100g e

mesmo estes não apresentando diferença significativa (p<0,05) entre si, foram maiores

que os valores verificados em estudos que analisam a composição de farinhas de feijão

comum (2,2 e 3,23g/100g) (SANTOS et al., 2009; GOMES et al., 2006). Sendo possível

constatar que as farinhas desenvolvidas neste trabalho apresentam um teor de

minerais superior aos das farinhas dos trabalhos supracitados, devido ao processo de

biofortificação que as cultivares analisadas foram submetidas.

Os valores de lipídeos totais observados neste trabalho foram, em ambas as

cultivares, superiores aos obtidos nas referências consultadas (0,82-2,12 g/100g)

(GOMES; SILVA, 2003; GOMES et al., 2006 e SANTOS et al., 2009), destacando-se a

cultivar BRS Aracê, com um teor de lipídeos de 7,87g/100g. Podendo sugerir a

presença de lipídeos de origem vegetal poliinsaturados (como Ácido Linoléico e

Palmítico) (CASTELLÓN et al, 2003; FROTA et al, 2008), sendo interessantes estudos

para a qualificação dos lipídeos presentes nesta cultivar.

Referente aos teores de proteínas, observou-se que os valores determinados

foram próximos àqueles de trabalho realizado na análise de farinha de feijão-caupi

realizada por Gomes et al. (2012) que foram de 24,6-26,5%. Considerando-se que o

cálculo do teor de proteínas, neste trabalho, é feita em base seca, pode-se afirmar que

o teor deste nutriente nas cultivares analisadas neste trabalho são maiores,

evidenciando-se a eficácia da biofortificação desse feijão. A realização da análise de

proteína com base seca torna a análise mais fidedigna e menos suscetível a alterações

Page 47: Dissertação Final da Mestranda Ana Paula de Melo Simplicio

47

no resultado decorrente da interferência de outros fatores. Interessante ressaltar o perfil

aminoacídico de feijão-caupi. Em trabalho de FROTA et al 2008, analisando a

composição da cultivar BRS Milênio, esta é limitante nos aminoácidos cistina e

metionina. Seria importante fazer a determinação do perfil de aminoácidos para as

cultivares analisadas neste trabalho no intuito de verificar se este perfil é alterado no

melhoramento visando a biofortificação.

Figueirêdo et al., em 2011, na caracterização química de farinha de feijão-caupi

de diversas cultivares e linhagem, obtiveram valores de proteína para a cultivar BRS

Tumucumaque de cerca de 26%, semelhante aos 25,5% obtidos no presente trabalho.

A diferença apresentada neste valor explica-se pelos métodos de elaboração das

farinhas utilizados, além de outros fatores como condições de cultivo, por exemplo.

Com relação aos teores de carboidratos, estes foram obtidos por diferença, e as

porcentagens foram de 69,92 e 65,47, para BRS Tumucumaque e BRS Aracê,

respectivamente. Apresentando-se semelhantes aos dados observados na literatura

(51,4-68,81g/100g) em análises realizadas com farinha de feijão-caupi (FROTA et al,

2008; SALGADO et al., 2005; NEVES et al, 2003).

A composição centesimal dos pães desenvolvidos foi determinada

considerando-se os teores de umidade, proteínas, lipídeos, cinzas e carboidratos (por

diferença), conforme expressado na Tabela 09. Ao comparar-se estes valores com

trabalho que envolve o desenvolvimento de um pão integral com farinha de matéria

prima não convencional obtido por Rocha e Cardoso Santiago (2009) de 32,67g/100g

(32,67g de umidade por 100g do produto), observa-se um teor de umidade superior nos

pães enriquecidos com farinha de feijão-caupi (25,74g/100g e 25,70g/100g). Devido

sua quantidade de fibras inferior, já que as fibras têm a capacidade de reter água nas

estruturas de produtos de panificação.

Teores de cinzas, lipídeos, proteínas e carboidratos apresentaram-se maiores

que os do estudo supracitado. O teor de cinzas superior evidencia um teor de minerais

também superior. O teor maior de lipídeos nas formulações com feijão-caupi pode ser

benéfico, oferecendo mais maciez aos pães formulados quando comparados a pães

integrais comuns.

Quanto às proteínas, os valores encontrados nos pães com as cultivares Aracê e

Tumucumaque, respectivamente, foram de 13,44g/100g e 12,83g/100g. Estas foram

semelhantes, mas levemente superiores aos valores obtidos para pão integral

Page 48: Dissertação Final da Mestranda Ana Paula de Melo Simplicio

48

enriquecido com farinha de baru, de 13,4g/100g (ROCHA E CARDOSO SANTIAGO,

2009). Essa superioridade de valores atribui-se aos teores superiores de proteína para

as farinhas de feijão-caupi, quando comparados ao teor de proteína da farinha do baru

(4,45g/100g). A quantidade de carboidratos foi superior à verificada em pães com

substituição parcial por farinha de linhaça (36,63h/100g), realizada por Borges et al.

(2011). Esta superioridade deve-se, provavelmente, à quantidade de amido presente

na farinha de feijão-caupi.

A RDC nº. 54 da ANVISA (BRASIL, 2012) estabelece o valor mínimo de 3g/100g

(alimentos sólidos) para um alimento ser considerado fonte de fibra alimentar. Desse

modo, os pães integrais enriquecidos com feijão-caupi são considerados fonte deste

nutriente. Na tabela 10 é possível observar este fato. Além disso, os valores obtidos

para os pães integrais enriquecidos com farinha de feijão-caupi foram semelhantes aos

valores verificados para pão integral padrão (4,52g/100g), e inferiores aos pães

integrais enriquecidos com farinhas à base de matérias primas não convencionais

como a farinha de baru (5,35g/100g em formulação com substituição de 25%),

estudado por Rocha e Cardoso Santiago em 2009 e, farinha integral de linhaça (5,85 e

7,08g/100g em formulação com substituição de 15%) estudada pro Borges et al.,

(2011). Os valores inferiores obtidos explicam-se pela característica amilácea da

farinha de feijão-caupi, cujos tegumentos (ricos em fibras) são removidos durante o

processamento.

A Resolução n.º 12 da Comissão Nacional de Normas e Padrões para Alimentos

(BRASIL, 1978) define pão integral como “produto preparado, no mínimo, com 50% de

farinha integral”. Ao observar esta norma, é possível constatar que o pão desenvolvido

não é integral devido o uso da farinha de feijão-caupi sem tegumento, mas ainda

assim, é fonte de fibras. Porém, caso seja usado o tegumento para a fabricação da

FFC, e esta sendo uma farinha integral, caracteriza-se como integral, o pão enriquecido

com esta farinha.

Com relação a o valor energético total estimado dos pães enriquecidos em que o

pão Aracê e o pão Tumucumaque apresentaram, respectivamente, 1271,47KJ/100g e

302,73 Kcal/100; 1262,48KJ/100g e 300,59g/100g. Os pães enriquecidos

apresentaram-se superiores ao pão padrão (1234,30KJ/100g e 293,88Kcal/100g), e ao

pão integral comercial e padrão analisados por Rocha e Cardoso Santiago (2009),

(236Kcal/100g) e (246Kcal/100g). Tal superioridade em relação ao valor calórico

Page 49: Dissertação Final da Mestranda Ana Paula de Melo Simplicio

49

outros pães provavelmente foi devido aos teores estatisticamente superiores de

proteínas e lipídeos que estes apresentaram.

Como o teor de cinzas da análise das farinhas de feijão-caupi e de pães

enriquecidos com as mesmas, supôs-se que o teor de minerais destes produtos era

elevado. Realizando-se assim, a quantificação destes para verificar a qualidade dos

produtos elaborados quanto a composição de micronutrientes. Ao comparar-se os

resultados das composição das farinhas com trabalhos que fizeram esta quantificação

como em Pires et al. (2005) com feijão comum, e Frota et al.(2010) com farinha de

feijão-caupi e com produtos de panificação utilizando esta matéria prima, observou-se

que, com relação a composição da farinha, esta apresentou-se mais rica em alguns

minerais que a farinha utilizada por Frota et al (2010). As duas cultivares apresentaram

comportamento semelhante quando comparadas aos trabalhos científicos citados.

Na observação dos Quadros 01 e 02, ao comparar-se os teores de minerais das

farinhas com os das formulações, observa-se que, na farinha, a quantidade destes

minerais é maior que nas formulações, excetuando-se os minerais cálcio e sódio, que

foram superiores nas formulações de ambas as cultivares. Essa exceção deve-se,

provavelmente, a adição de leite e sal durante o processamento, o que provocou o

incremento desses minerais nas formulações.

Ao comparar-se a Ingestão Dietética de Referência (DRI) às quantidades de

minerais presentes nas farinhas de feijão-caupi analisadas (Quadro 03), observaram-se

elevados teores de minerais, principalmente Ferro, Zinco, Magnésio e Fósforo. . Ao

considerar a farinha da cultivar BRS Aracê, encontram-se atendidas 53% das DRIs

para Ferro, 70% para Zinco, 34,8% para Potássio, 130% para Magnésio e 112,4% para

Fósforo. Quando analisou-se a farinha da cultivar BRS Tumucumaque, encontram-se

atendidas 64% das DRIs para Ferro, 70% para Zinco, 35% para Potássio, 127,6% para

Magnésio e 98% para Fósforo.

Na comparação das DRIs às quantidades de minerais presentes nos pães

enriquecidos com 25% de substituição (Quaro 04), encontram-se atendidas, nos pães

enriquecidos com a cultivar Aracê: 25% do Ferro, 43% do Magnésio, 49,4% do Fósforo

e 37,4% do Zinco. E nos pães enriquecidos com a cultivar Tumucumaque, encontram-

se atendidos: 23,8% de Ferro, 43% de Magnésio, 49,8% de Fósforo e 38,8% de Zinco.

Considerando a RDC 54 de 12 de novembro de 2012 (BRASIL, 2012), alimentos

sólidos adicionados de nutrientes que forneçam mais que 30% da DRI de referência

Page 50: Dissertação Final da Mestranda Ana Paula de Melo Simplicio

50

podem receber o claim “Alto Conteúdo”. Sendo assim, pode-se afirmar que as farinhas

de feijão-caupi das cultivares analisadas neste trabalho possuem alto teor de Ferro,

Zinco, Magnésio, Fósforo e Potássio, considerando-se as DRIs para crianças de 4 a 8

anos. Podendo, estas farinhas, serem indicadas como constituintes de produtos

enriquecidos para crianças com carências nutricionais em relação a minerais como o

Ferro, por exemplo.

Ao analisar os pães desenvolvidos, é possível afirmar, ainda com base na mesma

resolução, que estes possuem alto conteúdo de Magnésio, Fósforo e Zinco. Quanto ao

ferro, podem receber o claim de “Fonte”, pois apresentam mais de 15% deste mineral.

Portanto, estes pães podem ser indicados para o enriquecimento da dieta de crianças

de 4 a 8 anos por possuírem conteúdo mineral representativo.

De acordo com EMATER (2000), a validade de pães integrais caseiros varia de

3 a 7 dias se fechados e a temperatura ambiente. Em análise de vida de prateleira de

acordo com as alterações de atributos sensoriais realizada com os pães integrais de

feijão-caupi (Quadro 05 e Quadro 06), foi observado que, a temperatura ambiente, as

alterações sensoriais se iniciaram no 4º dia de armazenamento, incluindo o

aparecimento de bolores, considerando-se assim o prazo de validade do pão elaborado

ser de 3 dias. Prazo este, condizente com o que foi observado na literatura. Embora o

fatiamento dos pães possa ter influenciado na diminuição da vida útil do produto.

Quando armazenados a temperatura de refrigeração (aproximadamente 10ºC),

não foi possível verificar aparecimento de bolores mesmo no 15º dia de

armazenamento dos pães, porém, as alterações sensoriais apareceram no 15º dia de

análise. E como esta era feita de 3 em 3 dias, estipulou-se o 12º dia de

armazenamento sob refrigeração como o prazo de validade dos pães formulados.

Page 51: Dissertação Final da Mestranda Ana Paula de Melo Simplicio

51

6 Conclusões

Os pães elaborados apresentaram boa aceitação, destacando-se as

formulações com 25% de FFC das cultivares BRS Tumucumaque e BRS Aracê. E, na

comparação entre a aceitação dos pães das duas cultivares, o pão com a cultivar BRS

Aracê obteve maior aceitação.

A adição de farinha de feijão-caupi melhorou o valor nutritivo de pães

enriquecidos com fibras em todas as formulações e a cultivar BRS Aracê apresentou

um valor nutritivo superior ao da cultivar BRS Tumucumaque, destacando-se teores de

cinzas, proteínas e lipídeos.

Quanto ao teor de fibras, observou-se que o pão desenvolvido é fonte de fibras,

mas não caracteriza-se como pão integral, pois não apresenta 50% de farinha integral.

As farinhas e os pães enriquecidos destacam-se em teores de minerais como o

Ferro, Zinco, Magnésio e Fósforo. Atendendo a quantidade significativa das DRIs

direcionadas a crianças de 4 a 8 anos de idade.

A vida de prateleira observada para os pães de ambas as cultivares foi de 3

dias, a temperatura ambiente, e 12 dias, sob refrigeração.

Page 52: Dissertação Final da Mestranda Ana Paula de Melo Simplicio

52

7 Sugestões

Mais estudos são necessários para quantificar outros nutrientes nestas

formulações, além da biodisponibilidade dos que foram observados. Também seria

interessante, a utilização da casca no processo da elaboração da farinha, podendo

incrementar o teor de fibras do pão formulado e mantê-lo na denominação de integral.

Page 53: Dissertação Final da Mestranda Ana Paula de Melo Simplicio

53

8 Referências

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