94
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA E ENGENHARIA DE MATERIAIS DISSERTAÇÃO DE MESTRADO Construção de um aparato experimental para monitoramento in situ da deposição de filmes finos de titânio por magnetron sputtering. IGOR OLIVEIRA NASCIMENTO Orientador: Prof. Dr. Clodomiro Alves Júnior. Dissertação nº 88 / PPGCEM Natal-RN 2011

DISSERTAÇÃO DE MESTRADO - repositorio.ufrn.br · Costa da Silva, Duciane Oliveira de Freitas, Edson José da Costa Santos, Erisson Aparecido de Deus Leal, Gilmar Anselmo da Silva,

  • Upload
    buikien

  • View
    215

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: DISSERTAÇÃO DE MESTRADO - repositorio.ufrn.br · Costa da Silva, Duciane Oliveira de Freitas, Edson José da Costa Santos, Erisson Aparecido de Deus Leal, Gilmar Anselmo da Silva,

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA E ENGENHARIA DE MATERIAIS

DISSERTAÇÃO DE MESTRADO

Construção de um aparato experimental para monitoramento in situ da deposição de

filmes finos de titânio por magnetron sputtering.

IGOR OLIVEIRA NASCIMENTO

Orientador: Prof. Dr. Clodomiro Alves Júnior.

Dissertação nº 88 / PPGCEM

Natal-RN 2011

Page 2: DISSERTAÇÃO DE MESTRADO - repositorio.ufrn.br · Costa da Silva, Duciane Oliveira de Freitas, Edson José da Costa Santos, Erisson Aparecido de Deus Leal, Gilmar Anselmo da Silva,

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA E

ENGENHARIA DE MATERIAIS

Construção de um aparato experimental para monitoramento in situ da deposição de

filmes finos de titânio por magnetron sputtering.

Igor Oliveira Nascimento

Dissertação de Mestrado apresentada ao

Programa de Pós-Graduação em Ciência e

Engenharia de Materiais do Centro de

Ciência Exata e da Terra da Universidade

Federal do Rio Grande do Norte, como parte

dos requisitos para obtenção do título de

Mestre em Ciência e Engenharia de

Materiais.

Natal – RN 2011

Page 3: DISSERTAÇÃO DE MESTRADO - repositorio.ufrn.br · Costa da Silva, Duciane Oliveira de Freitas, Edson José da Costa Santos, Erisson Aparecido de Deus Leal, Gilmar Anselmo da Silva,

iii

Page 4: DISSERTAÇÃO DE MESTRADO - repositorio.ufrn.br · Costa da Silva, Duciane Oliveira de Freitas, Edson José da Costa Santos, Erisson Aparecido de Deus Leal, Gilmar Anselmo da Silva,

iv

Page 5: DISSERTAÇÃO DE MESTRADO - repositorio.ufrn.br · Costa da Silva, Duciane Oliveira de Freitas, Edson José da Costa Santos, Erisson Aparecido de Deus Leal, Gilmar Anselmo da Silva,

iii

DEDICATÓRIA

Dedico esta dissertação aos meus pais, Geralda

Anselma e Oscar do Nascimento, a minha segunda mãe

Maria José, a memória dos meus avós vovó Bía e vovô

gogó, a minha família e aos verdadeiros amigos.

Page 6: DISSERTAÇÃO DE MESTRADO - repositorio.ufrn.br · Costa da Silva, Duciane Oliveira de Freitas, Edson José da Costa Santos, Erisson Aparecido de Deus Leal, Gilmar Anselmo da Silva,

iv

AGRADECIMENTOS A Deus, por permitir que eu realizasse este trabalho.

Ao Prof. Dr. Clodomiro Alves Júnior pela orientação, conselhos, paciência, amizade e acima de tudo por sua confiança.

Ao amigo e Co - Orientador Dr. Edalmy Oliveira de Almeida pelos conselhos,

conversas, paciência e pela sua orientação.

A meus pais Geralda e Oscar, pela compreensão, dedicação, incentivo e paciência.

Aos amigos e professores do DFTE Msc José Ferreira Neto, Dr. Gilvan Luiz

Borba, Dr. Artur da Silva Carriço, Dr. Rui Tertuliano de Medeiros e Dr. Enivaldo Bonelli, por seus conselhos, conversas descontraídas, incentivo e exemplos de civilidade e profissionalismo.

Aos amigos e professores da UFRGS Dr. Marcos A. Zen Vasconcellos, Dra. Ruth Hinrichs e Dr. Cristiano Krug, pela contribuição valorosa durante a minha estadia na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, com conselhos, dicas, discursões de trabalho e orientações.

Aos amigos e pesquisadores da UFRGS Saulo Jacobsen, Saulo Lima,

Eduardo Blando, Fabrício Casarin, Júlio Shoffen, Ivan Kaufmann e ao grande Paulinho.

Aos amigos e professores Dr. Custódio Leopoldino de Brito Guerra Neto, Msc. Msc Eraldo Câmara de Souza, Dr. Hector Luís Lopez Salinas (In Memoriam), Dr. Michelle Cequeira Feitor, Dr. Thércio Henrique de Carvalho Costa, Dra. Viviane Muniz Fonseca. Pessoas importantes pelo exemplo que me deram e dão: de respeito, Profissionalismo e, principalmente, pessoas que posso chamar de amigos.

Aos amigos do Labplasma que estiveram ao meu lado nos bons e nos

momentos menos favoráveis Arlindo Balbino do Nascimento Neto, Bruno Felipe Costa da Silva, Duciane Oliveira de Freitas, Edson José da Costa Santos, Erisson Aparecido de Deus Leal, Gilmar Anselmo da Silva, Haroldo Reis Alves de Macêdo, Juliana Carvalho Sá, Jussier de oliveira vitoriano, Kleber José Barros Ribeiro, Leandro Augusto Pinheiro do Nascimento, Lino Araújo Filho, Manuella Bessa de Magalhães Alves, Marcelo Dantas de Oliveira, Marcio Willians Duarte Mendes, Marco Aurélio Medeiros da Silva, Marina de Oliveira Cardoso Macêdo, Maxwell Santana Libório, Narayanna Marques Ferreira, Natália de Freitas Daudt, Raquel Guilherme de Carvalho, Ricardo Cesar da Silva Rocha, Rodrigo dos Santos Candreva, Rogerio Augusto Silva de Macedo, Rômulo Ribeiro Magalhães de Sousa, Thiago Victor Rodrigues de Medeiros, Valmar da Silva Severiano Sobrinho. Meu muito obrigado.

Page 7: DISSERTAÇÃO DE MESTRADO - repositorio.ufrn.br · Costa da Silva, Duciane Oliveira de Freitas, Edson José da Costa Santos, Erisson Aparecido de Deus Leal, Gilmar Anselmo da Silva,

v

Aos amigos e colegas de trabalho, Msc. Antonio Nunes Filho, Msc. Danilo

Cavalcante Braz, ao Físico Diego Max Bezerra da câmara, ao Mestrando Ivan Alves de Souza, Dr. Júlio César Pereira Barbosa, Luis Carlos de Oliveira, Msc. Michelle de Medeiros Aires, Msc. José Antonio Bernardino de Oliveira, Msc. Laura Camila Diniz dos Santos, Dra. Nierlly Karinni de A. Maribondo Galvão, a Engenheira Poliana Rochele Félix dos Santos, Dr. Roseane Aparecida de Brito, Msc Abel Fumero e ao Físico Talles Rodrigo Santiago Freitas Silva. Muito obrigado pela ajuda, conselho, conversas descontraídas, brincadeiras e discussões, muito obrigado.

A todos os colegas do PPGCEM que contribuíram para a realização deste

trabalho.

A todos os funcionários do PPGCEM que contribuíram para a realização

deste trabalho.

A todos os funcionários do DFTE que contribuíram para a realização deste trabalho.

A todos os funcionários da UFRN que de alguma forma contribuíram para a

realização deste trabalho.

À CAPES parcialmente financiadora.

Page 8: DISSERTAÇÃO DE MESTRADO - repositorio.ufrn.br · Costa da Silva, Duciane Oliveira de Freitas, Edson José da Costa Santos, Erisson Aparecido de Deus Leal, Gilmar Anselmo da Silva,

vi

“Não é possível libertar um povo, sem antes, livrar-se da escravidão

de si mesmo. Sem esta, qualquer outra será insignificante, efêmera e

ilusória, quando não um retrocesso. Cada pessoa tem sua caminhada

própria. Faça o melhor que puder. Seja o melhor que puder. O resultado

virá na mesma proporção de seu esforço. Compreenda que, se não veio,

cumpre a você (a mim e a todos) modificar suas (nossas) técnicas, visões,

verdades, etc. Nossa caminhada somente termina no túmulo. Ou até

mesmo além...”.

Mahatma Gandhi.

Page 9: DISSERTAÇÃO DE MESTRADO - repositorio.ufrn.br · Costa da Silva, Duciane Oliveira de Freitas, Edson José da Costa Santos, Erisson Aparecido de Deus Leal, Gilmar Anselmo da Silva,

vii

RESUMO NASCIMENTO. I. O. Construção de um aparato experimental para

monitoramento in situ da deposição de filmes finos de titânio por

magnetron sputtering. Natal – RN, 2011. 93 f. Dissertação (Mestrado) –

Programa de Pós-Graduação de Ciências e Engenharia de Materiais,

Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

A técnica de revestimento superficial utilizando magnetron sputtering é

uma das mais utilizadas pela engenharia de superfície, pela sua versatilidade na

obtenção de diferentes filmes bem como no controle micro/nanométrico de sua

espessura. Dentre os vários parâmetros do processo, aqueles relacionados com

as espécies ativas do plasma são de fundamental importância no mecanismo e

cinética da deposição. Com o objetivo de identificar as espécies ativas do

plasma, parâmetros como fluxo de gás, pressão de trabalho e densidade de

potência elétrica foram variados durante o revestimento de titânio em substrato

de vidro. Foi utilizado argônio com fluxos de 10; 20; 30; 40 e 50 sccm (centímetro

cúbico por minuto) e para cada fluxo de gás uma varredura sequencial da

corrente elétrica de 0,10; 0,20; 0,30; 0,40; 0,50A (ampères). O valor de máximo

de 0,50A foi escolhido com base em dados da literatura e limitações do

equipamento. O monitoramento das espécies do plasma presentes durante a

deposição foi realizado "in situ", pela técnica de espectroscopia de emissão

óptica (EEO) através do espectrômetro USB2000 Series da Ocean Optics. Para

isso um aparato foi desenvolvido para adaptar o EEO dentro do reator de plasma

de maneira que ficasse posicionado o mais próximo possível do alvo. As

radiações emitidas pelas espécies foram detectadas através de uma fibra óptica

colocada por trás do substrato de vidro e suas intensidades, em função do

Page 10: DISSERTAÇÃO DE MESTRADO - repositorio.ufrn.br · Costa da Silva, Duciane Oliveira de Freitas, Edson José da Costa Santos, Erisson Aparecido de Deus Leal, Gilmar Anselmo da Silva,

viii

comprimento de onda, foram exibidas na tela de um monitor. O tempo de

aquisição para cada condição de parâmetro do plasma foi aquele em que a

intensidade espectral decaía para zero, devido ao filme formado no substrato.

As intensidades de diferentes linhas de emissão de argônio e de titânio foram

então analisadas em função do tempo, para determinar as espécies ativas e

estimar a espessura dos filmes depositados. Após a deposição, os filmes finos

que revestiram os vidros foram caracterizados por transmitância optica, através

de um laser no infravermelho. Verificou-se que os valores da espessura e da

taxa de deposição são determinada pela análise "in situ", foram coerentes com

os resultados obtidos atraves da transmitância por laser.

Palavras - chave: Filmes Finos, Magnetron Sputtering e Espectroscopia de

Emissão Óptica.

Page 11: DISSERTAÇÃO DE MESTRADO - repositorio.ufrn.br · Costa da Silva, Duciane Oliveira de Freitas, Edson José da Costa Santos, Erisson Aparecido de Deus Leal, Gilmar Anselmo da Silva,

ix

ABSTRACT

NASCIMENTO. I. O. Construction of an experimental apparatus for in situ

monitoring of thin film deposition by magnetron sputtering titanium. Natal

– RN, 2011. 93 f. Thesis (Master) – Graduate Program of Science and Materials

Engineering, Federal University of Rio Grande do Norte.

The technique of surface coating using magnetron sputtering is one of the

most widely used in the surface engineering, for its versatility in obtaining different

films as well as in the micro / nanometric thickness control. Among the various

process parameters, those related to the active species of the plasma are of the

most fundamental importance in the mechanism and kinetics of deposition. In

order to identify the active species of the plasma, parameters such as gas flow,

pressure and density of electric power were varied during titanium coating on

glass substrate. By flowing argon gas of 10, 20, 30, 40 and 50 sccm (cubic

centimeters per minute) for each gas flow a sequential scan of the electric current

of 0.10, 0.20, 0.30, 0.40 , 0.50 A. The maximum value of 0.50 A was chosen

based both on literature data and on limitations of the equipment. The monitoring

of plasma species present during the deposition was carried out in situ by the

technique of optical emission spectroscopy (OES) through the spectrometer

Ocean Optics USB2000 Series. For this purpose, an apparatus was developed

to adapt the OES inside the plasma reactor to stay positioned closest to the

target. The radiations emitted by the species were detected by an optical fiber

placed behind the glass substrate and their intensities as a function of wavelength

were, displayed on a monitor screen. The acquisition time for each condition of

the plain parameters was related to the minima of spectral lines intensities due to

Page 12: DISSERTAÇÃO DE MESTRADO - repositorio.ufrn.br · Costa da Silva, Duciane Oliveira de Freitas, Edson José da Costa Santos, Erisson Aparecido de Deus Leal, Gilmar Anselmo da Silva,

x

the film formed on the substrate. The intensities of different emission lines of

argon and titanium were then analyzed as a function of time, to determine the

active species and estimate the thickness of the deposited films. After the

deposition, the coated glasses thin films were characterized by optical

transmittance through an infrared laser. It was found that the thickness and

deposition rate determined by in situ analysis were consistent with the results

obtained by laser transmittance.

Keywords: Thin Films, Magnetron Sputtering and Optical Emission Spectroscopy

Page 13: DISSERTAÇÃO DE MESTRADO - repositorio.ufrn.br · Costa da Silva, Duciane Oliveira de Freitas, Edson José da Costa Santos, Erisson Aparecido de Deus Leal, Gilmar Anselmo da Silva,

xi

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Matéria no estado gasoso e no estado de plasma. Note que antes havia um gás de átomos neutros e em seguida um gás de íons e elétrons livres. . Pag. 24

Figura 2 - Os plasmas do espaço e de laboratório classificados por sua temperatura de elétrons, Te, e densidade de partículas carregadas, n. Pag. 25

Figura 3 - Características corrente-voltagem de uma descarga luminescente em gases. Pag. 31

Figura 4 - Ilustração do comportamento luminoso de uma descarga elétrica em gases. Pag. 32

Figura 5 - luminosidade característica. Pag. 34

Figura 6 - Desenho esquemático mostrando as diferentes situações possíveis de ocorrer no substrato durante o processo de sputtering. Dependendo da inércia e da energia do íon incidente na superfície, este poderá ser implantado, poderá ser ionizado e realizar sputtering ou apenas ser refletido. Pag. 36

Figura 7 - Sistema de deposição física à vapor assistida por plasma do tipo CC Sputtering. Pag. 41

Figura 8 - Configuração alvo substrato e sua influência na uniformidade do filme. . Pag. 45

Figura 9 - Micrografia da seção transversal de um aço com um filme fino. . Pag. 47

Figura 10 - Esquema demonstrativo das etapas de formação de filme crescido por plasma. Pag. 48

Figura 11 - Sistema de Deposição de filmes finos por Magnetron Sputtering. . Pag. 54

Figura 12 - Desenho Esquemático do Magnetron Sputtering. Pag. 55

Figura 13 - Sistema de vácuo do equipamento de revestimento. . Pag. 58

Figura 14 - Aparato para análise Óptica. Pag. 63

Figura 15 - Visão geral do sistema de análise in situ. Pag. 64

Figura 16 – Detalhamento do aparato para análise EEO, na deposição. . .Pag. 65

Figura 17 – Aparato experimental da análise com laser. Pag. 68

Figura 18- Espectro de EEO do gás Ar obtido no procedimento experimental durante a deposição de Ti. Pag. 71

Figura 19 – Espectro de EEO analisando o Ti. Pag. 72

Figura 20 - Alvos de Ti utilizados no Magnetron Sputtering. (A) alvo novo sem uso; (B) Alvo utilizado com o fluxo de 10 sccm; (C) Alvo utilizado com fluxo de 50 sccm. Pag. 73

Page 14: DISSERTAÇÃO DE MESTRADO - repositorio.ufrn.br · Costa da Silva, Duciane Oliveira de Freitas, Edson José da Costa Santos, Erisson Aparecido de Deus Leal, Gilmar Anselmo da Silva,

xii

Figura 21 – Alvos de Ti utilizados no Magnetron Sputtering. (A) Destacando a zona de erosão; (B) Mostrando a zona de erosão e a faixa de redeposição. . Pag. 74

Figura 22 - Decaimento espectral do fluxo de 10 sccm de Ar. Pag. 76

Figura 23 – Decaimento dos espectros (A) fluxo de 20 sccm de Ar; (B) fluxo de 30

sccm de Ar; (C) fluxo de 40 sccm de Ar; (D) fluxo de 50 sccm de Ar. Pag. 77

Figura 24 – Gráfico das evoluções das constantes. Pag. 79

Figura 25 – Transmitâncias dos filmes finos da radiação laser no vermelho, em função intensidade de corrente elétrica. Pag. 81

Figura 26 – Transmitâncias dos filmes finos do laser verde em função da intensidade de corrente elétrica. Pag. 82

Page 15: DISSERTAÇÃO DE MESTRADO - repositorio.ufrn.br · Costa da Silva, Duciane Oliveira de Freitas, Edson José da Costa Santos, Erisson Aparecido de Deus Leal, Gilmar Anselmo da Silva,

xiii

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Reações químicas que ocorrem na fase gasosa envolvendo espécies neutro-iônicas e elétrons. Nesta tabela e na Tabela 2, os átomos e radicais são denotados como A e B; as moléculas como AB; as espécies excitadas, em níveis de energia acima do nível fundamental, com o sobrescrito *; e os íons positivos e negativos com os sobrescritos + e -, respectivamente. Pag. 28 Tabela 2 - Reações que ocorrem na fase gasosa envolvendo íons e neutros. ...................................................................................................................Pag. 29 Tabela 3- Rendimento do Sputtering de elementos em 500 eV.................Pag. 38 Tabela 4 - Propriedades físicas do elemento titânio...................................Pag. 49

Tabela 5 – Esquema sintético das deposições. Pag. 61 Tabela 6 - Comprimentos de ondas selecionados para análises. Pag. 66

Tabela 7 - Valores da constante em relação a corrente e o fluxo. Pag. 80

Page 16: DISSERTAÇÃO DE MESTRADO - repositorio.ufrn.br · Costa da Silva, Duciane Oliveira de Freitas, Edson José da Costa Santos, Erisson Aparecido de Deus Leal, Gilmar Anselmo da Silva,

xiv

LISTA DE SIMBOLOS

Ar – Argônio.

Ti – Titânio.

Al – Alumínio.

N2 – Molécula de nitrogênio.

B – Campo magnético.

E – Campo elétrico.

e – carga elétrica elementar.

me – massa do elétron.

TiN – Nitreto de titânio.

Rdep – Razão de deposição.

SC – Sputtering convencional ou diodo de corrente contínua.

MSC – Magnetron Sputtering Convencional.

TMS - Tríodo magnetron sputtering convencional.

LCM – Livre caminho médio.

PVD – Deposição de Vapor Físico.

CVD – Deposição de Vapor Químico.

CC – Corrente contínua.

EEO – Espectroscopia de Emissão Óptica.

OES – Optical Emission Spectroscopy.

Te - Temperatura de elétrons.

ccc – Cúbica de Corpo Centrado.

hcp – Deposição de Vapor Físico.

Page 17: DISSERTAÇÃO DE MESTRADO - repositorio.ufrn.br · Costa da Silva, Duciane Oliveira de Freitas, Edson José da Costa Santos, Erisson Aparecido de Deus Leal, Gilmar Anselmo da Silva,

xv

SUMÁRIO

1 - INTRODUÇÃO .............................................................................................. 17

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ....................................................................... 222

2.1. PLASMA ..................................................................................................... 22

2.1.1. Geração de Plasma CC................................................................... 29

2.2. SPUTTERING. ............................................................................................. 33

2.2.1. Sputtering CC. ................................................................................. 39

2.3. MAGNETRON SPUTTERING. ......................................................................... 41

2.4. FILMES FINOS. ........................................................................................... 44

2.5. PROPRIEDADES DO TITÂNIO. ....................................................................... 47

2.6. ESPECTROSCOPIA DE EMISSÃO ÓPTICA. ...................................................... 49

3. MATERIAIS E MÉTODOS ........................................................................... 522

3.1. REATOR DE DEPOSIÇÃO ............................................................................. 52

3.1.1. Magnetron Sputtering ....................... Erro! Indicador não definido.

3.1.2. Sistema de Vácuo. ............................ Erro! Indicador não definido.

3.1.3. Fonte de Alta Tensão ...................... Erro! Indicador não definido.9

3.2. AMOSTRAS ................................................................................................. 60

3.3. DEPOSIÇÕES. ............................................................................................. 61

3.4. ANÁLISE POR EEO. .................................................................................. 612

3.5. ANÁLISE DE TRANSMITÂNCIA POR LASER. ................................................... 667

4 – RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................. 699

4.1 ANÁLISES DO GRÁFICO ESPECTRO DO EEO. ................................................. 70

4.2 ANÁLISES DOS ALVOS EM DIFERENTES PRESSÕES. ...................................... 723

4.3 ANÁLISES DO GRÁFICO DOS DECAIMENTOS NA FORMAÇÃO DOS FILMES FINOS.

...................................................................................................................... 745

4.4 ANÁLISES DAS CONSTANTES DE CRESCIMENTO DOS FILMES FINOS. ............... 778

4.5 ANÁLISES QUALITATIVAS DA ESPESSURA POR TRANSMITÂNCIA. ....................... 80

5 - CONCLUSÕES ........................................................................................... 834

5.1 - CONCLUSÕES.......................................................................................... 845

6 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................... 877

Page 18: DISSERTAÇÃO DE MESTRADO - repositorio.ufrn.br · Costa da Silva, Duciane Oliveira de Freitas, Edson José da Costa Santos, Erisson Aparecido de Deus Leal, Gilmar Anselmo da Silva,

xvi

Capítulo 1

Introdução

Page 19: DISSERTAÇÃO DE MESTRADO - repositorio.ufrn.br · Costa da Silva, Duciane Oliveira de Freitas, Edson José da Costa Santos, Erisson Aparecido de Deus Leal, Gilmar Anselmo da Silva,

17

1 - INTRODUÇÃO

Igor Oliveira Nascimento - 2011

1 - INTRODUÇÃO

A produção de filmes finos nas mais variadas superfícies é

simultaneamente uma das artes mais antigas da humanidade e uma das ciências

mais modernas em desenvolvimento pelo homem. Desde a antiguidade o

trabalho com superfícies revestidas desperta o interesse das pessoas, seja pela

habilidade empregada para produzi-las ou mesmo pela beleza e valor que é

agregado ao produto final. (LEE et al, 2002) e (BARNES et al, 2002).

A deposição de filmes finos vem tendo grande importância científica e

tecnológica pelo papel que ela desempenha no mundo micro e nanométrico.

Aplicações como microeletrônica, biomédica, óptica e tribo-mecânica são alguns

exemplos de sua fundamental importância, entre outros.

Dentre os filmes utilizados, o de titânio e seus compostos intersticiais estão

sendo extensivamente estudados, tanto em pesquisa básica como aplicada,

devido à grande gama de variabilidade que suas propriedades possuem quando

são adicionados em sua rede cristalina elementos intersticiais como hidrogênio,

carbono, nitrogênio e oxigênio (KAZEMEINI, 2000).

A grande afinidade do titânio com esses elementos formadores de soluções

sólidas ocorre uma vez que esse metal exibe configuração eletrônica incompleta

e isso facilita a ligação química com outros elementos, o que promove ampla

modificação de suas propriedades superficiais (JOSHI, 2006).

Mais do que isso, a formação desses compostos altera a distribuição de

elétrons que outrora obedeciam a um sistema de orbitais para constituírem um

sistema de bandas. Outro fator de extrema relevância é que a presença de

átomos nos interstícios da rede cristalina proporciona o aumento da massa

Page 20: DISSERTAÇÃO DE MESTRADO - repositorio.ufrn.br · Costa da Silva, Duciane Oliveira de Freitas, Edson José da Costa Santos, Erisson Aparecido de Deus Leal, Gilmar Anselmo da Silva,

18

1 - INTRODUÇÃO

Igor Oliveira Nascimento - 2011

especifica, diminuição da flexibilidade e mudança nas propriedades ópticas do

material, pois à distância interatômica é severamente alterada. A condutividade

elétrica passa a depender da largura do espaço entre a banda de valência e de

condução.

Sendo assim pode ser obtida uma ampla variação de suas propriedades

física e químicas tais como: a molhabilidade, onde superfícies modificadas

artificialmente podem variar de superhidrofílicas até hidrofóbicas; a baixa e alta

dureza superficial; a baixa e alta resistência ao desgaste, devido à inserção de

átomos nos interstícios da rede cristalina do titânio, promovendo a diminuição do

deslizamento entre os planos, o que promove uma maior dureza; (FU-H LU,

2002).

Isso implica num forte controle composicional e estrutural durante a

deposição de filmes finos de titânio, sendo que aqueles que utilizam o plasma

como fonte energética ganham atenção devido a sua grande versatilidade

(BRAIC, 2007; MARTIN, 2001).

Logo, torna-se necessária a busca de parâmetros da descarga elétrica mais

confiáveis aos até então utilizados nos processos a plasma. O conhecimento das

espécies ativas presentes no plasma e do comportamento deste durante o

processo de deposição vem sendo recentemente estudados com maior

intensidade devido à descoberta da relação destes com as propriedades

superficiais de diferentes materiais (Braz, 2010; BARBOSA, 2011).

No caso particular da deposição de filmes finos que utilizam magnetron

sputtering, o controle do processo é ainda mais crítico devido à sua forte

dependência com a geometria do catodo, como também com a configuração do

campo magnético. Estudos realizados nesta área, com o propósito de melhorar

Page 21: DISSERTAÇÃO DE MESTRADO - repositorio.ufrn.br · Costa da Silva, Duciane Oliveira de Freitas, Edson José da Costa Santos, Erisson Aparecido de Deus Leal, Gilmar Anselmo da Silva,

19

1 - INTRODUÇÃO

Igor Oliveira Nascimento - 2011

o controle do processo de deposições de filmes finos reativos, apontam que o

conhecimento das espécies ativas do plasma é de fundamental importância no

entendimento do processo de deposição (MUSIL et al, 1990), (RICHETER et al,

1992), (ARNEL et al, 1995) e (SZIKORA, 1998). Em especial, os sistemas de

deposição de filmes finos que utilizam magnetron sputtering diferenciam tanto

pela geometria, como pela configuração do campo magnético. Estudos

realizados nesta área com o propósito de melhorar o controle do processo de

deposições de filmes finos reativos podem ser consultadas nas referências a

seguir: (MUSIL et al, 1990), (RICHETER et al, 1992), (ARNEL et al, 1995) e

(SZIKORA, 1998).

O diagnóstico do plasma através da espectroscopia de emissão óptica

(EEO) já é bem aceito pela comunidade cientifica, e vem sendo utilizada como

principal ferramenta não invasiva de investigação da descarga luminescente. A

principal limitação na aplicação desta técnica está na dificuldade de se obter uma

informação espectral de um determinado volume infinitesimal do plasma.

Quando se pretende conhecer as espécies ativas que realmente participam na

formação do filme, outras espécies do plasma podem gerar linha espectrais que

convoluem com aquelas investigadas.

No presente trabalho serão diagnosticadas, in situ, as espécies que estão

sendo depositadas sobre um substrato de vidro. Os filmes foram produzidos em

diferentes condições de plasma, durante a deposição de filmes finos de titânio.

O plasma foi gerado por uma descarga de tensão contínua, em atmosfera de

Argônio (Ar). Investigaram - se as intensidades das espécies ativas Ar; Ar+; Ti;

Ti+, geradas durante a deposição.

Page 22: DISSERTAÇÃO DE MESTRADO - repositorio.ufrn.br · Costa da Silva, Duciane Oliveira de Freitas, Edson José da Costa Santos, Erisson Aparecido de Deus Leal, Gilmar Anselmo da Silva,

20

1 - INTRODUÇÃO

Igor Oliveira Nascimento - 2011

Este trabalho está assim apresentado: O Capitulo 2 é constituído de uma

breve introdução teórica sobre o plasma, uma breve contextualização do

magnetron sputtering e apresentará as técnicas de diagnósticos do plasma; o

Capítulo 3 versa sobre os materiais e métodos utilizados no processo

experimental, bem como as especificações técnicas. Também apresenta a

estratégia experimentação, metodologia adotada a análise dos resultados, para

tornar possíveis as investigações experimentais deste trabalho; No Capítulo 4

são apresentados os resultados experimentais, coletados a partir da EEO, e a

discussão a respeito do processo de deposição, com relação à cinética das

espécies presentes no plasma, para a atmosfera de Ar. Também apresenta

resultados com relação aos parâmetros do processo que correspondem à melhor

condição de deposição. Por fim, o Capítulo 5 apresenta os principais resultados

extraídos das análises dos gráficos que correlacionam resultados ópticos e

elétricos relativos aos procedimentos experimentais que levaram à deposição de

filmes finos em superfícies de placas vítreas.

Page 23: DISSERTAÇÃO DE MESTRADO - repositorio.ufrn.br · Costa da Silva, Duciane Oliveira de Freitas, Edson José da Costa Santos, Erisson Aparecido de Deus Leal, Gilmar Anselmo da Silva,

Capítulo 2

Revisão Bibliográfica

Page 24: DISSERTAÇÃO DE MESTRADO - repositorio.ufrn.br · Costa da Silva, Duciane Oliveira de Freitas, Edson José da Costa Santos, Erisson Aparecido de Deus Leal, Gilmar Anselmo da Silva,

22

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Igor Oliveira Nascimento - 2011

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1. Plasma

. No plasma nem todos os átomos precisam estar ionizados. Por

exemplo, no plasma frio, usado no processamento de materiais a plasma,

apenas 1-10% das partículas estão ionizadas o gás é fracamente ionizado, o

restante sendo constituída de átomos e moléculas neutras (CHEN, 2002).

O plasma também pode ser definido como um gás ionizado no qual

átomos, radicais, moléculas e formas excitadas e/ou ionizadas dessas partículas

interagem física e quimicamente entre si e com os elétrons livres. Contudo no

volume total o plasma é eletricamente neutro (BARBOSA, 2011).

No entanto, nem todo gás ionizado é um plasma. Para que o estado seja

considerado plasma, o gás deve estar carregado com partículas positivas,

negativas e neutras, sendo que a densidade de partículas positivas é

praticamente igual à de cargas negativas como mostrado na (Fig. 1),

apresentando o gás um estado de neutralidade de carga. O Comportamento

coletivo das partículas carregadas de um gás ionizado mostra que o movimento

do fluido depende não apenas das condições locais, mas do estado do plasma

mesmo nas regiões remotas. Neste plasma, o movimento de partículas

carregadas eletricamente produz corrente elétrica que gera campos elétricos e

magnéticos. Estes campos afetam, coletivamente, o movimento de outras

partículas carregadas distantes (UMAN, 1964).

Page 25: DISSERTAÇÃO DE MESTRADO - repositorio.ufrn.br · Costa da Silva, Duciane Oliveira de Freitas, Edson José da Costa Santos, Erisson Aparecido de Deus Leal, Gilmar Anselmo da Silva,

23

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Igor Oliveira Nascimento - 2011

Figura 1 - Matéria no estado gasoso e no estado de plasma. No estada gasoso há um gás de átomos neutros e no estado de plasma há um gás de íons e elétrons livres. (Ebrary, 2001).

Como base na literatura, Um plasma em geral pode ser descrito em

função de parâmetros como densidade (partículas/m3) e energia cinética média

de elétrons ou convencionalmente chamada de temperatura de elétrons (Te).

Respeitando a condição da quase neutralidade, um plasma formado a partir de

um gás eletropositivo possui uma densidade de elétrons (ne) aproximadamente

igual à densidade de íons positivos (n+).

No entanto, ao ser inserido unicamente ou adicionalmente um gás

eletronegativo, além das densidades mencionadas, uma densidade de íons

negativos (n-) passa a existir, de modo que a soma das densidades dos

portadores de carga negativa deve ser aproximadamente igual à densidade dos

portadores de carga positiva, i.e., ne+ n-≈ n+. Assim, com base nesses dois

importantes parâmetros, ne e Te, é possível distribuir os diversos tipos de

plasmas, desde descargas luminescentes observadas em laboratório até

plasmas obtidos em reatores termonucleares, conforme apresenta a Fig. 2.

Page 26: DISSERTAÇÃO DE MESTRADO - repositorio.ufrn.br · Costa da Silva, Duciane Oliveira de Freitas, Edson José da Costa Santos, Erisson Aparecido de Deus Leal, Gilmar Anselmo da Silva,

24

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Igor Oliveira Nascimento - 2011

Figura 2 - Os plasmas do espaço e de laboratório classificados por sua temperatura de

elétrons, Te, e densidade de partículas carregadas, n. (GRILL, 1994).

Fornecendo uma descrição qualitativa entre temperatura e densidade de

elétrons, uma vez que ambas as grandezas estabelecem o fundamento da Física

de plasmas, uma descrição simples de plasma fracamente ionizado pode ser

obtida através da equação da continuidade (NASSER, 1970).

ee G P

nnv R R

t

(1).

Onde ne é a densidade de elétrons, ve é a velocidade dos elétrons, RG e

RP são os processos de geração (ionização) e perdas de elétrons (recombinação

e difusão), respectivamente. Após o plasma atingir o estado de equilíbrio, i.e.,

Page 27: DISSERTAÇÃO DE MESTRADO - repositorio.ufrn.br · Costa da Silva, Duciane Oliveira de Freitas, Edson José da Costa Santos, Erisson Aparecido de Deus Leal, Gilmar Anselmo da Silva,

25

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Igor Oliveira Nascimento - 2011

quando os processos de geração e perda igualam-se, a densidade de elétrons é

invariante temporalmente:

0 =0eG P

ne R R

t

(2).

Assim, o resultado da Eq. (1) mostra que env C , onde C é uma

constante. Como a velocidade é proporcional à temperatura pode-se escrever

esse resultado como e en T (SAGÁS, 2009), onde β é uma constante que

depende dos parâmetros de plasma. Esse resultado mostra que uma alta

densidade eletrônica implica em uma grande produção de cargas e poucas

perdas antes do equilíbrio. No entanto, se os processos de perda são grandes,

torna-se necessário o aumento da eficiência de ionização, o que pode ser

compreendido como aumento da temperatura eletrônica.

De uma maneira geral, o plasma é um fluido parcialmente ou totalmente

ionizado, onde suas partículas elétricas negativas e positivas encontram-se em

equilíbrio. Em função de seu estado de ionização e da faixa de temperatura em

que se encontra, o plasma pode se classificar em:

Plasma Frio – Os plasmas frios são fracamente ionizados. Suas principais

características são:

Colisões de partículas carregadas com o gás neutro;

São mantidos por fonte externa de energia elétrica;

No estado estacionário, a ionização de partículas neutras sustenta a

perda por combinação e difusão nas paredes;

Page 28: DISSERTAÇÃO DE MESTRADO - repositorio.ufrn.br · Costa da Silva, Duciane Oliveira de Freitas, Edson José da Costa Santos, Erisson Aparecido de Deus Leal, Gilmar Anselmo da Silva,

26

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Igor Oliveira Nascimento - 2011

Os elétrons não estão em equilíbrio térmico com os íons. Te ≠ Ti.

A temperatura dos elétrons (Te) é da ordem de 1 a 10 eV (1eV = 11600K) e a

temperatura dos íons(Ti) e das partículas neutras (To) fica próxima da

temperatura ambiente. Por esta razão é chamado de plasma frio. Mesmo a

temperatura dos elétrons sendo da ordem de 104K, a capacidade calorífica do

gás de elétrons é baixa (baixa densidade) e por isso as partículas pesadas não

aquecem substancialmente.

Plasma Térmico - Trata-se de um plasma frio em que o gás encontra-se com

todas suas partículas em equilíbrio térmico, ou seja, as partículas neutras,

elétrons e íons presentes estão à mesma temperatura e em torno de milhares de

graus Celsius (ex: tochas de plasma). Caracteriza-se por ser gerada por

descargas em gases a pressão da ordem de uma atmosfera (UMAN, 1964).

Plasma quente ou de fusão - Neste caso, o fluido encontra-se totalmente

ionizado a uma temperatura de milhões de graus Celsius (é o caso dos reatores

de fusão, do tipo Tokamak e as estrelas, como o nosso Sol) (UMAN, 1964).

Os mecanismos essenciais no plasma são excitação, relaxação,

ionização e recombinação (CHAPMANN, 1980). O grau de ionização pode variar

da ordem de 10-4 a 10-6 para gases parcialmente ionizados. (BOGAERTS et al,

2002).

A geração de plasmas em reatores de uso na indústria ou no laboratório

é um tema que envolve vários fenômenos, tanto de ordens físicas quanto

químicas. O processo inicia-se com a inserção de um gás no interior do reator.

Esse gás inicialmente inerte interage com a radiação de fundo ou radiação

cósmica. Tal radiação fornece energia suficiente para a ionização de alguns

átomos ou moléculas como pode ser observado na Eq. 3, formando pares de

Page 29: DISSERTAÇÃO DE MESTRADO - repositorio.ufrn.br · Costa da Silva, Duciane Oliveira de Freitas, Edson José da Costa Santos, Erisson Aparecido de Deus Leal, Gilmar Anselmo da Silva,

27

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Igor Oliveira Nascimento - 2011

íons positivos e elétrons. Este fato não é suficiente para geração espontânea do

plasma, pois isto ocorre com a aplicação de um campo elétrico externo, que

acelera os íons e elétrons fazendo com que ganhem energia suficiente para

atingir o estado de plasma. Essa energia pode ser transferida através de

choques inelásticos com os átomos neutros ionizando-os.

Além da criação de espécies carregadas outros fenômenos (como

dissociação, recombinação, etc.) são observados em uma descarga elétrica,

conforme pode ser observado na Tabela 1(LIEBERMAN, 2005) e (CHAPMANN,

1980).

eAAh (3).

Tabela 1 - Reações químicas que ocorrem na fase gasosa envolvendo espécies neutro-iônicas e elétrons (BRAITHWAITE, 2000). Nesta tabela e na Tabela 2, os

átomos e radicais são denotados como A e B; as moléculas como AB; as espécies excitadas, em níveis de energia acima do nível fundamental, com o sobrescrito *; e os

íons positivos e negativos com os sobrescritos + e -, respectivamente.

REAÇÃO TIPO DE PROCESSO

e- + A → A + e- Espalhamento Elástico

e- + A → A+ + 2e- Ionização

e- + A → A* + 2e- Excitação (formação de metaestáveis)

e- + A* → e- + A + hν Desexcitação

e- + A* → A+ + 2e- Ionização por duas Etapas

e- + AB → A + B + e- Dissociação

e- + AB → A+ + e- + B + e- Ionização Dissociativa

e- + AB → A- + B Captura de Elétrons com Dissociação

e- + A+ + B → A + B Recombinação no Volume

Page 30: DISSERTAÇÃO DE MESTRADO - repositorio.ufrn.br · Costa da Silva, Duciane Oliveira de Freitas, Edson José da Costa Santos, Erisson Aparecido de Deus Leal, Gilmar Anselmo da Silva,

28

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Igor Oliveira Nascimento - 2011

Tabela 2 - Reações que ocorrem na fase gasosa envolvendo íons e neutros (BRAITHWAITE, 2000).

REAÇÃO TIPO DE PROCESSO

A+ + B → B+ + A (Ressonante para B = A) Transferência de Carga

A+ + B → B + A+ Espalhamento Elástico

A+ + B → A+ + B* + e- Excitação

A+ + B → A+ + B+ + e- Ionização

A+ B* → A+ + B + e- Ionização Penning

A+ + BC → A+ + B + C Dissociação

A± + B → AB± Oligomerização

A+ B → AB Oligomerização

e- + A+ + B → A + B Recombinação no Volume

Nas Tabelas 1 e 2 estão listadas as principais reações envolvendo

processos colisionais entre partículas pesadas e elétrons, e entre íons e neutros,

respectivamente. Os elétrons, devido sua alta mobilidade, são os principais

responsáveis pela transferência de energia do campo elétrico externo para a

descarga. Eles transmitem, através de colisões, energia para todos os outros

componentes do plasma causando transferência de momento, ionização,

excitação, e quando o gás é molecular, dissociação. Paralelamente, os íons,

fragmentos moleculares, e as moléculas também realizam colisões e podem

submeter-se a uma variedade de reações (Tabela 2). Estas partículas são

também transformadas pelo plasma e perdidas por processos de recombinação

no volume ou por difusão implicando em perdas para as paredes da câmara (A,

A+ + parede → produtos). A energia dissipa-se também em forma de luz, dando

ao plasma essa característica luminescente (reações de desexcitação).

Page 31: DISSERTAÇÃO DE MESTRADO - repositorio.ufrn.br · Costa da Silva, Duciane Oliveira de Freitas, Edson José da Costa Santos, Erisson Aparecido de Deus Leal, Gilmar Anselmo da Silva,

29

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Igor Oliveira Nascimento - 2011

De um modo geral, o processo de geração do plasma acontece no interior

de um reator que é constituído basicamente por um sistema de gases, sistema

de vácuo, sistema elétrico e aparelhos medidores de tensão, corrente elétrica e

fluxo de gás.

2.1.1. Geração de Plasma em correte contínua CC.

Uma descarga em corrente contínua CC é iniciada pela aplicação de uma

diferença de potencial entre dois eletrodos, contidos em um recipiente

hermeticamente fechado, contendo um gás a baixa pressão. A partir da

aplicação de uma diferença de potencial, elétrons e íons são acelerados pelo

campo elétrico, colidindo com outras partículas produzindo assim mais íons e

elétrons.

Devido a esta produção de cargas, uma corrente elétrica é gerada, a qual

varia com a diferença de potencial entre eletrodos, de acordo com a reta de carga

relacionada com a resistência elétrica conectada ao circuito elétrico (“Ballast

Resistor”). A curva característica tensão corrente em uma descarga CC é

apresentada na Fig. 3 (Ahmed, 1987).

Page 32: DISSERTAÇÃO DE MESTRADO - repositorio.ufrn.br · Costa da Silva, Duciane Oliveira de Freitas, Edson José da Costa Santos, Erisson Aparecido de Deus Leal, Gilmar Anselmo da Silva,

30

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Igor Oliveira Nascimento - 2011

Figura 3 - Características corrente-voltagem de uma descarga luminescente em gases (Vossen - Kern, 1991).

A curva característica tensão-corrente possui quatro regiões distintas. Na

primeira região, Descarga Towsend: Nesta região a corrente inicial é

aproximadamente constante e, com o aumento da tensão, transfere energia para

as partículas carregadas. Desta forma, elas podem produzir mais partículas

carregadas por colisões com os eletrodos e com as partículas neutras do gás,

liberando elétrons secundários (VOSSEN & KERN, 1991). Como mais cargas

são criadas, a corrente aumenta uniformemente, mas a tensão é limitada pela

impedância de saída da fonte (CHAPMAN, 1980).

Descarga Normal: Quando o número de elétrons gerados é suficiente para

produzir íons que regeneram o mesmo número de elétrons, a descarga é

autossustentada. O gás torna-se luminescente, a voltagem cai e a corrente

aumenta abruptamente (CHAPMAN, 1980).

Page 33: DISSERTAÇÃO DE MESTRADO - repositorio.ufrn.br · Costa da Silva, Duciane Oliveira de Freitas, Edson José da Costa Santos, Erisson Aparecido de Deus Leal, Gilmar Anselmo da Silva,

31

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Igor Oliveira Nascimento - 2011

Descarga Anormal: Logo que a descarga cobre toda a superfície do

eletrodo (catodo), o aumento da tensão produz um aumento correspondente na

corrente da descarga. Este regime de descarga possui uma característica

resistiva, é a mais utilizada em Sputtering em processos de nitretação a plasma

(SPALVINS, 1986).

Quando a voltagem é aumentada ainda mais, uma maior intensidade de

corrente é observada e a densidade de corrente torna-se uma função da

voltagem para uma pressão constante. Esta região, chamada de região anômala

é onde todas as tecnologias de processamentos de superfícies acontecem

(CHAPMAN, 1980).

Descarga de Arco: Ocorre quando a densidade de corrente atinge a ordem

de 0,1 A/cm2, a temperatura do catodo aumenta e com isto passa a emitir

elétrons termiônicos, provocando uma avalanche. A impedância da fonte limita

a voltagem de modo que a tensão é baixa e a corrente é alta (CHAPMAN, 1980).

A arquitetura clássica de uma descarga luminescente alimentada por uma

fonte de potência CC na região de descarga anormal é mostrada na Fig. 4.

Podem-se observar várias regiões distintas no interior do plasma, entretanto,

estas regiões não são nitidamente delineadas.

Figura 4 - Ilustração do comportamento luminoso de uma descarga elétrica em gases (SOUZA, 2007).

Page 34: DISSERTAÇÃO DE MESTRADO - repositorio.ufrn.br · Costa da Silva, Duciane Oliveira de Freitas, Edson José da Costa Santos, Erisson Aparecido de Deus Leal, Gilmar Anselmo da Silva,

32

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Igor Oliveira Nascimento - 2011

A região luminosa adjacente ao catodo é chamada luminosidade do

catodo e é devida à radiação emitida nos processos de decaimento eletrônico

orbital de elétrons na superfície do catodo. Na sequência uma região de pouca

luminosidade denominada espaço escuro do catodo, os elétrons secundários

emitidos pelo catodo percorrem uma distância correspondente ao seu livre

caminho médio, adquirindo energia suficiente para começar a ionizar por colisão

os átomos do gás.

Entre o espaço escuro do catodo e o espaço escuro de Faraday, está à

região de luminosidade intensa é a mais brilhante de toda a descarga. A colisão

dos elétrons acelerados a partir do catodo com os átomos gás ocorre nesse

intervalo. Os elétrons então perdem energia nessa região devido às colisões

sofridas, e serão a partir daí acelerados em direção ao anodo. Temos a formação

de um novo espaço escuro, conhecido como espaço escuro de Faraday. Nesta

região a energia dos elétrons é baixa em consequência das interações com os

íons. Os elétrons seguem adquirindo energia suficiente para gerar as colisões

ionizantes, que darão origem há uma nova região, chamada coluna positiva.

Essa região costuma ser longa e uniforme.

Os elétrons, desacelerados na coluna positiva, adquirem energia dando

origem à luminosidade do anodo. Já no espaço localizado entre a luminosidade

do anodo e o próprio anodo existe uma região conhecida como espaço escuro

do anodo.

Page 35: DISSERTAÇÃO DE MESTRADO - repositorio.ufrn.br · Costa da Silva, Duciane Oliveira de Freitas, Edson José da Costa Santos, Erisson Aparecido de Deus Leal, Gilmar Anselmo da Silva,

33

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Igor Oliveira Nascimento - 2011

Figura 5 - luminosidade característica (BECKER, 2005).

A coluna positiva pode deixar de existir, dependendo da geometria da

câmara de descarga (CHAPMAN, 1980).

A luminescência negativa juntamente com a região catódica é

responsável pela quase totalidade da queda de tensão aplicada entre os

eletrodos, sendo onde ocorrem os fenômenos como transferência de carga,

ionizações e excitações e produção de elétrons secundários (Alves Jr., 2001).

2.2. Sputtering.

“Sputtering” ou pulverização catódica, é a remoção de material da

superfície de um sólido através do impacto de partículas energéticas

(transferência de momento linear). O material ejetado deste bombardeamento

da superfície consiste predominantemente de átomos simples e às vezes

clusters do mesmo átomo. As partículas ejetadas possuem uma energia entre 1

e 100 eV (BUNSHAD 1982, MATTOX 1998, OHRING, SCHUEGRAF 1988,

STUART 1983, VOSSEN 1991). O fenômeno de sputtering foi primeiramente

Page 36: DISSERTAÇÃO DE MESTRADO - repositorio.ufrn.br · Costa da Silva, Duciane Oliveira de Freitas, Edson José da Costa Santos, Erisson Aparecido de Deus Leal, Gilmar Anselmo da Silva,

34

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Igor Oliveira Nascimento - 2011

observado no século XIX e o início de sua utilização como processo de

deposição de filmes foi em 1877 (BURAKOWSKI & WIERZCHAON, 1999).

Este bombardeio de partículas ativas do plasma contra o material que

sofrerá corrosão por causa o arrancamento de átomos do alvo, os quais se

chocam contra o substrato localizado a uma pequena distância, formando o

filme, neste substrato. Os átomos gerados possuem uma energia muito maior,

tipicamente na ordem de dezenas de eV, em relação aos gerados por energias

térmicas com frações de 1 eV, promovendo uma maior interdifusão e mistura

com os átomos do substrato favorecendo, portanto, uma maior adesão

(Hutchings, 1996).

As deposições realizadas com está técnica geralmente exibem adesão

satisfatória dos filmes finos formados aos substratos. Os filmes formados

apresentam estruturas cristalográficas densas e espessuras relativamente

uniformes (WILBUR & WEISAHAAR, 1999). Por se tratar de um processo em

escala atômica ou molecular, que ocorre na superfície da superfície que sofrerá

a correção, átomos e moléculas são ejetados desta, atingindo a superfície do

substrato com alta energia. (MAISSEL, 1970) e (HÜBLER, 1994). A Fig. 6 mostra

a colisão de íons de argônio (Ar+ ou ArII) em uma superfície e os átomos

arrancados através do processo de pulverização catódica.

Page 37: DISSERTAÇÃO DE MESTRADO - repositorio.ufrn.br · Costa da Silva, Duciane Oliveira de Freitas, Edson José da Costa Santos, Erisson Aparecido de Deus Leal, Gilmar Anselmo da Silva,

35

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Igor Oliveira Nascimento - 2011

Figura 6 - Desenho esquemático mostrando as diferentes situações possíveis de ocorrer no

substrato durante o processo de sputtering. Dependendo da inércia e da energia do íon

incidente na superfície, este poderá ser implantado, poderá ser ionizado e realizar sputtering ou

apenas ser refletido (BARBOSA, 2011).

Observa-se que durante a interação entre os íons positivos e a superfície

do alvo, vários fenômenos podem ocorrer em virtude da energia adquirida pelo

íon até o momento da colisão. Os íons positivos podem, principalmente:

Sofrer reflexão.

Provocar a ejeção de elétrons secundários dos átomos do alvo.

Implantar-se no alvo.

Levar à ejeção de um ou mais átomos do alvo.(Glocker, 2010)

Para garantir a eficiência desse processo de deposição é indispensável

que as partículas incidentes no alvo sejam de dimensões atômicas, pois uma

partícula muito pequena, como um elétron, por exemplo, não garantiria que o

momento cinético transferido aos átomos do material que constituem o alvo fosse

suficiente para ocorrer o desbaste do alvo e, por consequência, a deposição do

filme no substrato. Se a partícula incidente for muito grande, devido ao seu

volume, poderá fazer com que não ocorra a interação entre átomos ou moléculas

Page 38: DISSERTAÇÃO DE MESTRADO - repositorio.ufrn.br · Costa da Silva, Duciane Oliveira de Freitas, Edson José da Costa Santos, Erisson Aparecido de Deus Leal, Gilmar Anselmo da Silva,

36

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Igor Oliveira Nascimento - 2011

da superfície que está sendo bombardeada. Por ser uma técnica de colisões em

nível atômico, o processo pode ser comparado a um jogo de bilhar atômico, uma

vez que possui mecânica semelhante ao processo de espalhamento, ou seja,

obedece às leis da conservação da quantidade de movimento. Para ocorrer à

deposição dos átomos do material removido do alvo é necessário que o substrato

fique na direção dos átomos ejetados. Se isso ocorrer, existe uma grande

possibilidade de os átomos que colidirem com a superfície aderirem ao substrato.

Um parâmetro importante do processo de deposição em filmes finos é o

ganho ou rendimento (“Yield”) do sputtering, que é definido pelo número de

átomos ejetados da superfície do alvo por íon incidente. O rendimento depende

de alguns fatores tais como:

Características do material do alvo, como por exemplo, energia de

ligação e natureza cristalina.

Energia e ângulo de incidência dos íons que atingem a superfície do

alvo.

Massa do íon incidente.

A Tabela 3 mostra a influência da massa dos íons no rendimento do

sputtering para alguns materiais.

Page 39: DISSERTAÇÃO DE MESTRADO - repositorio.ufrn.br · Costa da Silva, Duciane Oliveira de Freitas, Edson José da Costa Santos, Erisson Aparecido de Deus Leal, Gilmar Anselmo da Silva,

37

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Igor Oliveira Nascimento - 2011

Tabela 3: Rendimento do Sputtering de elementos em 500 eV (ROHDE & MÜNZ ,1991).

ELEMENTO

ION

He Ne Ar Kr Xe

Al 0,16 0,73 1,05 0,96 0,82

Ti 0,07 0,43 0,51 0,48 0,43

Cr 0,17 0,99 1,18 1,39 1,55

Fe 0,15 0,88 1,10 1,07 1,00

Ni 0,16 1,10 1,45 1,30 1,22

Zr 0,02 0,38 0,65 0,51 0,58

Mo 0,03 0,48 0,80 0,87 0,87

Ag 0,20 1,77 3,12 3,27 3,32

Ta 0,01 0,28 0,57 0,87 0,88

W 0,01 0,28 0,57 0,91 1,01

Au 0,07 1,08 2,40 3,06 3,01

Th 0,00 0,28 0,62 0,96 1,05

U - 0,45 0,85 1,30 0,81

Os íons do plasma são acelerados pelo potencial elétrico aplicado ao

catodo. As interações entre os íons de baixa energia e o catodo se localizam nas

camadas atômicas superficiais. A natureza destas interações depende

basicamente da energia dos íons incidentes:

Em alta energia a interação é inelástica. Ela provoca a excitação e a

ionização dos átomos do alvo.

Em baixa energia o choque é elástico e se constitui na origem do

“sputtering”.

As equações que descrevem o comportamento do rendimento em função

da energia, da massa e das características do material do alvo são apresentadas

abaixo (CHAPMAN, 1980).

Page 40: DISSERTAÇÃO DE MESTRADO - repositorio.ufrn.br · Costa da Silva, Duciane Oliveira de Freitas, Edson José da Costa Santos, Erisson Aparecido de Deus Leal, Gilmar Anselmo da Silva,

38

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Igor Oliveira Nascimento - 2011

Para energias menores que 1,0 keV:

0

2

21

21

2 )(

4

4

3)(

U

E

mm

mmEY

(4).

Onde teremos:

Y(E) - Rendimento do sputtering (átomo/íon);

m1 - Massa do íon incidente;

m2- Massa do átomo do alvo;

E - Energia cinética do íon incidente;

U0-Energia de ligação do átomo à superfície;

Z - número atômico dos átomos envolvidos;

- função monotonicamente crescente que depende da razão 21 mm .

Para energias maiores que 1,0 keV:

021

1

32

23

2

1

21 )(56,3)(

U

ES

mm

m

ZZ

ZZEY n

(5).

Onde teremos:

Z1 - Número atômico do íon;

Z2 - Número atômico dos átomos alvo;

Sn(E) - potência de frenagem = dx

dE. O valor médio de perda de energia por

unidade de comprimento;

Page 41: DISSERTAÇÃO DE MESTRADO - repositorio.ufrn.br · Costa da Silva, Duciane Oliveira de Freitas, Edson José da Costa Santos, Erisson Aparecido de Deus Leal, Gilmar Anselmo da Silva,

39

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Igor Oliveira Nascimento - 2011

- função monotonicamente crescente que depende da razão 21 mm .

Para pequenos valores de energia do íon incidente, isto é, menores que

os valores da energia de ligação dos átomos que compõem alvo, o rendimento

do sputtering será certamente nulo. Até que seja alcançada uma determinada

energia, conhecida como energia de limiar, que é específica para cada material,

não ocorrerá sputtering Esta pode ser entendida, basicamente, como sendo a

energia mínima que deve ser fornecida aos átomos da rede cristalina do alvo

para que estes possam se deslocar de suas posições e, consequentemente,

serem ejetados do alvo (Chapman, 1980).

2.2.1. Sputtering CC.

Existem inúmeros modos de se obter o processo de sputtering. O modelo

mais simples consiste em fazer com que uma fonte de corrente contínua. A

tensão elétrica aplicado entre dois eletrodos e, por consequência, irá produzir

uma aceleração dos elétrons envolvidos no processo.

Como consequência disso, os elétrons envolvidos no processo irão colidir

com átomos neutros, causando a ionização destes e a consequente geração de

mais elétrons livres. Esta reação em cadeia torna o sistema autossustentável e

contínuo, o que acaba gerando o plasma. A Fig. 7 mostra um modelo de um

sistema de CC Sputtering.

Page 42: DISSERTAÇÃO DE MESTRADO - repositorio.ufrn.br · Costa da Silva, Duciane Oliveira de Freitas, Edson José da Costa Santos, Erisson Aparecido de Deus Leal, Gilmar Anselmo da Silva,

40

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Igor Oliveira Nascimento - 2011

Figura 7 - Sistema de deposição física à vapor assistida por plasma do tipo CC Sputtering.

Devido à diferença de potencial gerada pela fonte de tensão CC, ocorrerá

a formação de um campo elétrico entre os dois eletrodos e com isso o plasma

poderá ser gerado. Esse processo acontecerá se houver condições satisfatórias

de tensão elétrica aplicada e densidade do gás envolvido no sistema. Os elétrons

que estão na câmara de vácuo são acelerados para o catodo (+), podendo

causar ionização se houver colisão entre átomos de gás. Os íons que forem

formados serão acelerados na direção do anodo (-), causando desbaste do alvo

e emissão de elétrons secundários formados no processo(Kurdesau et al., 2006).

A utilização de um gás nobre ou inerte no processo se faz necessária para

que não ocorram reações químicas entre as partículas incidentes no material

Page 43: DISSERTAÇÃO DE MESTRADO - repositorio.ufrn.br · Costa da Silva, Duciane Oliveira de Freitas, Edson José da Costa Santos, Erisson Aparecido de Deus Leal, Gilmar Anselmo da Silva,

41

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Igor Oliveira Nascimento - 2011

que compõe o alvo. O argônio é mais utilizado como gás nobre devido ao

elevado número de massa, e por ser economicamente viável.

O alvo deve estar em um potencial negativo para que os íons sejam

acelerados e promovam o desbaste, uma vez que o argônio não forma íons

negativos. Fontes de energia de corrente contínua ligadas ao alvo precisam ter

tensões elétricas correspondentes, na faixa de 50 a 500 V. Quando a pressão

dentro da câmara de descarga reduz para valores de pressão de

aproximadamente 1x 10-2 mbar, o efeito de sputtering começa a ser detectado.

Se a descarga é autossustentável, tem-se a formação do plasma, que é um

espaço de cargas que consiste em um número significativo e igual de elétrons e

íons positivos, ou seja, é eletricamente neutro(Schulz, 1983).

2.3. Magnetron Sputtering.

A técnica de magnetron sputtering usa um plasma confinado

magneticamente próximo da superfície do alvo. Este plasma pode ser produzido

por uma tensão elétrica CC, ou por rádio - frequência (rf), este para os materiais

isolantes como, por exemplo, (óxidos, cerâmicas supercondutoras, etc.) e aquele

para maioria dos metais os elétrons produzidos no catodo pelo campo elétrico

(ε) CC são acelerados contra o anodo. Eles estão em um movimento helicoidal

em volta das linhas do campo magnético (B) devido a presença da força de

Lorentz (Jackson, 1999) apresentada na Eq. 6, onde q, m e v são a carga

elétrica, a massa e velocidade do elétron respectivamente.

Page 44: DISSERTAÇÃO DE MESTRADO - repositorio.ufrn.br · Costa da Silva, Duciane Oliveira de Freitas, Edson José da Costa Santos, Erisson Aparecido de Deus Leal, Gilmar Anselmo da Silva,

42

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Igor Oliveira Nascimento - 2011

( )md

F q Bdt

(6)

A trajetória de um elétron depende da força resultante aplicada,

F ,

sendo que o efeito da componente magnética )(

Bvq torna a trajetória

helicoidal (se compararmos à trajetória sem o campo de indução magnética).

Aumentando-se o comprimento da trajetória de um elétron, aumenta-se também

sua probabilidade de colisão com as moléculas do gás e é devido a este fato que

os campos de indução magnética podem elevar o grau de ionização de uma

descarga. Como o módulo da componente magnética é o mesmo, tanto para

elétrons quanto para átomos ionizados, a trajetória destes átomos, se

comparada à dos elétrons é pouco influenciada pelo campo de indução

magnética. Os efeitos do campo de indução magnética são reduzir a tensão de

ruptura e aumentar a densidade de plasma no sistema (C.H. SHON E J.K. LEE,

2002).

No magnetron sputtering os elétrons não alcançam o anodo, mas são

presos em uma armadilha magnética localizada próxima ao alvo, aumentando a

eficiência da ionização dos átomos de argônio. O campo magnético na armadilha

é mantido paralelamente à superfície do alvo e perpendicularmente ao campo

elétrico. Esta configuração cria uma região de linhas de campo magnético

paralelas sobre o alvo antes de se curvarem para fechar o circuito magnético.

Nesta região, onde os campos elétrico e magnético são perpendiculares, a

ionização é máxima e o plasma confinado cria a figura de um anel circular

Page 45: DISSERTAÇÃO DE MESTRADO - repositorio.ufrn.br · Costa da Silva, Duciane Oliveira de Freitas, Edson José da Costa Santos, Erisson Aparecido de Deus Leal, Gilmar Anselmo da Silva,

43

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Igor Oliveira Nascimento - 2011

(magnetron utilizado neste trabalho) de erosão preferencial sobre o alvo, sendo

o centro do anel a região de maior extração de material(Koenig e Maissel, 1970).

Durante uma deposição, o substrato pode ser colocado próximo ou

afastado do alvo. Próximo ao alvo, a taxa de deposição é máxima, tendo uma

grande eficiência no aproveitamento do material do alvo e aumentando a

possibilidade de produção de um filme mais compacto. No entanto, existe um

ponto negativo, pois o filme não terá boa uniformidade em sua espessura, devido

ao fato de que quanto mais próximo do anel de plasma, isto é, do confinamento

do plasma terá bordas finas e centro mais espesso. Por outro lado, quando o

substrato fica mais afastado dessa região, o filme se torna mais uniforme, ou

seja, sem picos aleatórios de deposição. Deste modo, a interação entre a

deposição, o seu anel de confinamento e o espalhamento dos átomos removidos

do catodo, ajuda na uniformização da espessura do filme. Em contrapartida, o

aumento do espalhamento provoca a formação de um filme poroso e diminui o

aproveitamento do material do alvo. Também alguns átomos removidos do alvo

não alcançam o substrato. Essa influência da distância do alvo até o substrato,

em relação à espessura do filme formado, está representada na Fig. 8. Nesta

figura, a largura do alvo é representada por L e a distância é Y.

Page 46: DISSERTAÇÃO DE MESTRADO - repositorio.ufrn.br · Costa da Silva, Duciane Oliveira de Freitas, Edson José da Costa Santos, Erisson Aparecido de Deus Leal, Gilmar Anselmo da Silva,

44

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Igor Oliveira Nascimento - 2011

Figura 8 – Configuração alvo substrato e sua influência na uniformidade do filme (Adaptado de BILAC, 2004).

Um modo de alcançar boa uniformidade com afastamento pequeno entre

o alvo e o substrato é movimentar as amostras sob o alvo, transversalmente ao

comprimento do Magnetron. Assim, os átomos arrancados do alvo se depositam

de forma uniforme sobre o substrato que está em movimento. Os equipamentos

de Sputtering em linha possibilitam o movimento relativo entre o alvo e substrato.

2.4. Filmes Finos.

Filmes finos são películas delgadas de um determinado material,

normalmente metal de transição, depositados em um substrato (amostra), que

atingem, normalmente, a espessura de alguns poucos micrômetros. O que

determina, porém, se um revestimento é um filme fino é a razão entre a

Page 47: DISSERTAÇÃO DE MESTRADO - repositorio.ufrn.br · Costa da Silva, Duciane Oliveira de Freitas, Edson José da Costa Santos, Erisson Aparecido de Deus Leal, Gilmar Anselmo da Silva,

45

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Igor Oliveira Nascimento - 2011

espessura do filme e a espessura do substrato (MAISSEL, 1970) E (HÜBLER,

1994).

A utilização de filmes finos é de interesse não somente pela sua

espessura fina, mas também porque eles apresentam a razão entre a área da

sua superfície e o seu volume tão grandes que as propriedades superficiais se

tornam muito importantes, fazendo com que o material revestido assuma as

mesmas propriedades do revestimento.

Esses revestimentos possuem diversas aplicações em diferentes setores

e áreas do conhecimento humano, na indústria e tecnologia, como:

Ótica: ótica laser, espelhos, revestimentos reflexivos e anti-reflexivos;

Elétrica e microeletrônica: condutores e isolantes elétricos, contatos

elétricos, células solares.

Mecânica: filmes lubrificantes, revestimentos resistentes ao atrito,

barreira de difusão, revestimentos ultraduros, ferramentas de cortes;

Decoração: relógios, cintos, armações de óculos, jóias...

Na área biomédica a utilização de filmes finos de metais específicos, já é

possível, devido aos revestimentos biocompatíveis com Titânio (TENTARDINI,

2000); (WANG, 1996) e (BLANDO, 2001).

Uma das áreas mais privilegiadas com o uso destes revestimentos é a da

indústria metal - mecânica, pois revestimentos como filmes finos melhoram as

propriedades físicas, químicas e mecânicas das ferramentas, com o desejável

aumento da velocidade de operação e da vida útil destas.

Page 48: DISSERTAÇÃO DE MESTRADO - repositorio.ufrn.br · Costa da Silva, Duciane Oliveira de Freitas, Edson José da Costa Santos, Erisson Aparecido de Deus Leal, Gilmar Anselmo da Silva,

46

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Igor Oliveira Nascimento - 2011

Figura 9 – Micrografia da seção transversal de um aço com um filme fino. (AGUZZOLI et al, 2008)

Na Fig. 9 visualiza-se uma imagem da seção transversal de um aço no

qual foi depositado um filme fino de Ti que está localizado na região acima do

substrato.

Os átomos são atraídos para a superfície por momentos de dipolos e

quadrupolo elétrico de átomos superficiais e perdem sua energia em pouco

tempo, se esta energia cinética não for muito alta. Na Fig. 10 é ilustrado o

mecanismo de formação do filme durante o período de deposição sofrendo

bombardeamento de espécies energéticas do plasma que transfere energia,

momento e carga para a superfície, (HAMED, 1987).

Page 49: DISSERTAÇÃO DE MESTRADO - repositorio.ufrn.br · Costa da Silva, Duciane Oliveira de Freitas, Edson José da Costa Santos, Erisson Aparecido de Deus Leal, Gilmar Anselmo da Silva,

47

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Igor Oliveira Nascimento - 2011

Figura 10 - Esquema demonstrativo das etapas de formação de filme crescido por plasma

(ALMEIDA, 2008).

Nesta figura, etapa (1), tem-se o aumento da mobilidade na superfície, na

etapa (2) tem-se a nucleação, o crescimento dos núcleos e aceleração na fase

inicial de formação do filme, na etapa (3) a criação ou ativação de pontos de

nucleação; na etapa (4) são desenvolvidas as orientações de núcleo em um

único cristal aumentando a concentração de pequenos centros de condensação;

na etapa (5) cria-se um efeito de recristalinização dos núcleos ativado pela

energia de íons incidentes; na etapa (6) tem-se o coalescimento do núcleo,

dando origem a um filme uniforme (ALMAEIDA, 2008).

2.5. Propriedades do Titânio.

O titânio tornou-se um dos metais mais importantes na indústria moderna.

Quimicamente é um elemento de transição, que tem as propriedades físicas

estão representadas na Tabela 4.

Page 50: DISSERTAÇÃO DE MESTRADO - repositorio.ufrn.br · Costa da Silva, Duciane Oliveira de Freitas, Edson José da Costa Santos, Erisson Aparecido de Deus Leal, Gilmar Anselmo da Silva,

48

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Igor Oliveira Nascimento - 2011

Tabela 4 - Propriedades físicas do elemento titânio (LIU et al, 2004).

PROPRIEDADE VALOR

Número Atômico 22

Massa Atômica ou peso atômico (g/mol) 47,9

Densidade (g/cm3) 4,51

Temperatura de Fusão (°C) 1668

Temperatura de Ebulição (°C) 3260

Temperatura de Mudança de Fase (°C) 882,5

Coeficiente de Expansão Térmica, à 20 °C, (K-1) 8,4 X 10-6

Condutividade Térmica (W/Mk) 19,2

Módulo Elástico, e, (Gpa) 105

Titânio é o nono elemento mais abundante da natureza e o quarto

elemento metálico mais abundante na camada externa da Terra. É um material

sempre coberto por uma camada de óxido de alta reatividade. O titânio puro é

um material maleável e não magnético. É produzido em quantidades comerciais

por aquecimento do minério rutilo e ilmenita na presença de carbono e cloro

produzindo, desta forma, o tetracloreto de titânio. Reduzindo-se o mesmo com

metal magnésio, resulta numa esponja de titânio, que é então fundida a vácuo

em lingote deste metal. O titânio é um metal tão forte quanto o aço e

aproximadamente 50% mais leve. O titânio puro sofre alteração cristalográfica

quando aquecido a 882ºC. Esse tipo de transformação ocorre em muitos

materiais e produz propriedades significantemente diferentes das do seu estado

original. (PARR et al, 1985)

O titânio possui duas formas cristalográficas. Quando em temperatura

ambiente, o titânio comercialmente puro tem forma hexagonal densamente

agrupada (hcp), que corresponde a estrutura cristalina da fase alfa (α). Acima da

temperatura de 883°C o titânio passa para a forma cúbica de corpo centrado

(ccc) conhecido como fase beta (β). (JACHINOSKI & SILVA, 2005).

Page 51: DISSERTAÇÃO DE MESTRADO - repositorio.ufrn.br · Costa da Silva, Duciane Oliveira de Freitas, Edson José da Costa Santos, Erisson Aparecido de Deus Leal, Gilmar Anselmo da Silva,

49

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Igor Oliveira Nascimento - 2011

2.6. Espectroscopia de Emissão Óptica.

A espectroscopia de emissão óptica é um dos métodos mais utilizados

para caracterização de plasmas devido a sua capacidade de analisar a

composição química do meio gasoso, mostrando-se ser um método de

caracterização tão eficiente quanto às outras tais como sondas de Langmuir e

espectrometria de massa. Além disso, outra importante característica desse

método é a capacidade de realizar medidas não perturbativas, tornando-a capaz

de medir características da descarga em tempo real.

Em um plasma, os elétrons livres ao realizarem colisões inelásticas com

os átomos ou moléculas do gás, transferem parte ou toda sua energia para essas

partículas, realizando diversos processos, entre os quais a excitação eletrônica,

a rotacional e a vibracional. No caso da excitação eletrônica a energia transferida

pelo elétron não é suficiente para ionizar um átomo, mas pode ser o suficiente

para promover um elétron do átomo para um estado de energia mais elevado.

Entretanto, devido à alta instabilidade dos elétrons nos estados excitados, estes

retornam para o seus níveis originais (estado de menor energia), de modo que

através das leis quânticas de transição eletrônica, o retorno de um elétron para

o nível de menor energia é acompanhado pela emissão de fóton de radiação

eletromagnética. A frequência do fóton é proporcional à diferença de energia

derivada entre o estado excitado e o estado fundamental, seguindo a relação de

Einstein.

hvE

(7)

Page 52: DISSERTAÇÃO DE MESTRADO - repositorio.ufrn.br · Costa da Silva, Duciane Oliveira de Freitas, Edson José da Costa Santos, Erisson Aparecido de Deus Leal, Gilmar Anselmo da Silva,

50

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Igor Oliveira Nascimento - 2011

onde h é a constante de Planck e v é a frequência do fóton, de modo que

cada gás apresenta um espectro de emissão composto de subsequentes

comprimentos de ondas característicos(Santos, 2006).

Através da determinação do comprimento de onda, ou equivalentemente,

da frequência da radiação emitida, pode-se determinar a espécie química

responsável pela emissão. Esta frequência é característica de cada espécie e

depende dos seus níveis de energia. Nos átomos, estes níveis são determinados

pela distribuição dos elétrons ao redor do núcleo. Nas moléculas os níveis de

energia dependem também da separação entre os núcleos. Isto faz com que a

radiação eletromagnética emitida por moléculas seja influenciada por rotações e

vibrações moleculares. Então, em moléculas complexas, o grande número de

átomos presentes origina uma multiplicidade de estados vibracionais, com

energias próximas. Assim, ocorre uma sobreposição de linhas de emissão dando

origem às bandas (Taylor, 1972). O aparecimento de transições mais finas é

devido às interações entre os dipolos elétricos.

Page 53: DISSERTAÇÃO DE MESTRADO - repositorio.ufrn.br · Costa da Silva, Duciane Oliveira de Freitas, Edson José da Costa Santos, Erisson Aparecido de Deus Leal, Gilmar Anselmo da Silva,

51

Capítulo 3

Materiais e Métodos

Page 54: DISSERTAÇÃO DE MESTRADO - repositorio.ufrn.br · Costa da Silva, Duciane Oliveira de Freitas, Edson José da Costa Santos, Erisson Aparecido de Deus Leal, Gilmar Anselmo da Silva,

52

3. MATERIAIS E MÉTODOS

Igor Oliveira Nascimento - 2011

3. MATERIAIS E MÉTODOS

3.1. Reator de Deposição

A câmara de deposição, já existente no Laboratório de Processamento de

Materiais por Plasma (LABPLASMA) da Universidade Federal do Rio Grande do

Norte (UFRN), foi adaptada para ser utilizada no presente trabalho de

dissertação. Na Fig. 11 estão apresentadas as partes que a compõem. Nesta

figura vê – se a, flange superior (1) e inferior (8) ambos confeccionados em aço

inoxidável. Atrelado ao flange superior existe um furo (2), onde foi inserido o

magnetron sputtering (4). Preso a um passador de movimento de rotação

(feedthrough) está um dispositivo cuja função é deslizar uma lâmina de vidro

sobre o porta – amostra, que será detalhado posteriormente. Todo esse sistema

está inserido num tubo de borossicato (5) fechado pelos dois flanges. Além

desses componentes, o sistema conta com fluxímetros tipo 246 B e fluxímetros

tipo 247 D da MKS conectados aos cilindros de gás. A câmara de deposição

possui ainda um sistema de vácuo de constituído de uma bomba mecânica

Edwards modelo E2M5 de duplo estágio acoplado a uma bomba difusora

Edwards modelo 63/150M. Uma fonte de corrente continua, variável até 1200 V,

que polariza catodicamente o magnetron sputtering.

Page 55: DISSERTAÇÃO DE MESTRADO - repositorio.ufrn.br · Costa da Silva, Duciane Oliveira de Freitas, Edson José da Costa Santos, Erisson Aparecido de Deus Leal, Gilmar Anselmo da Silva,

53

3. MATERIAIS E MÉTODOS

Igor Oliveira Nascimento - 2011

Figura 11 – Sistema de Deposição de filmes finos por Magnetron Sputtering. (Adaptado de

ALMEIDA, 2008).

3.1.1 – Magnetron Sputtering.

O sistema do magnetron sputtering foi concluído e caracterizado,

especificamente para realização deste trabalho de dissertação com a

colaboração do Prof. Dr. Edalmy Almeida de Oliveira da UFRN. Este

equipamento foi confeccionado em alumínio com o objetivo de facilitar a troca de

calor, sendo muito versátil, há a possibilidade de trabalhar com uma variada

gama de tipos de alvos tais como Al, Cu, Fe, Mo e Ti, materiais puros ou ligas

metálicas, variando a composição química do alvo e a sua espessura. Na Fig.

12 Mostra um desenho esquemático mostrando detalhes da sua montagem.

1 - Flange superior em aço inoxidável;

2 – Janela de comunicação do interior

com o exterior;

3 – Borracha de vedação superior;

4 – Magnetron sputtering;

5 – Vidro de borossilicato;

6 – Porta amostra;

7 – Borracha de vedação interior;

8 – Flange inferior em aço inoxidável;

9 – Bomba mecânica;

10- Bomba difusora;

11 - Visores de indicadores de pressão.

11

10

9

8 7

6 5

3

2 1

4

Page 56: DISSERTAÇÃO DE MESTRADO - repositorio.ufrn.br · Costa da Silva, Duciane Oliveira de Freitas, Edson José da Costa Santos, Erisson Aparecido de Deus Leal, Gilmar Anselmo da Silva,

54

3. MATERIAIS E MÉTODOS

Igor Oliveira Nascimento - 2011

Figura 12 – Desenho Esquemático do Magnetron Sputtering.

As especificações do sistema do magnetron sputtering são:

1 – Conjunto mola o-ring e pistão da vedação interna do engate rápido;

2 – Conector engate rápido fêmea para entrada e saída de água;

3 – Anilha de nylon do conector engate rápido fêmea;

4 – Porca de latão do conector engate rápido fêmea;

5 – Capa protetora para o conector de tensão elétrica;

Page 57: DISSERTAÇÃO DE MESTRADO - repositorio.ufrn.br · Costa da Silva, Duciane Oliveira de Freitas, Edson José da Costa Santos, Erisson Aparecido de Deus Leal, Gilmar Anselmo da Silva,

55

3. MATERIAIS E MÉTODOS

Igor Oliveira Nascimento - 2011

6 – Capa protetora superior de teflon;

7 – Mangueira Parflex PE 12

;

8 – Anilha de nylon do conector macho 68C;

9 – Conector de latão macho 68C;

10 – Conector para tensão elétrica;

11 – Tampa de ferro carbono do porta ímãs;

12 – O-ring de vedação da água;

13 – Molas para fixar os ímãs;

14 – Ímãs de neodímio (Nd2Fe14B);

15 – O-ring de vedação para vácuo;

16 – Corpo do Magnetron Sputtering em alumínio;

17 – Porta ímã em alumínio;

18 – Alvo de Titânio;

19 - Porta alvo em aço inoxidável;

20 – Lacuna para circulação de água para refrigeração;

21 – Parafuso de aço inoxidável para fixar o porta alvo;

22 – Capa protetora inferior de teflon.

Os ímãs de neodímio (Nd2Fe14B) foram posicionados de maneira que

suas linhas do campo magnético tenham intensidade máxima em frente ao alvo.

A configuração dessas linhas do campo magnético é entrando e saindo da

superfície do catodo, onde caracteriza a região de confinamento do plasma sob

o qual se configura a trilha de erosão do alvo de Titânio. O magnetron sputtering

é refrigerado por um sistema de água corrente de modo a manter o alvo em

temperaturas mais baixas durante o processo de sputtering (Pulverização

Page 58: DISSERTAÇÃO DE MESTRADO - repositorio.ufrn.br · Costa da Silva, Duciane Oliveira de Freitas, Edson José da Costa Santos, Erisson Aparecido de Deus Leal, Gilmar Anselmo da Silva,

56

3. MATERIAIS E MÉTODOS

Igor Oliveira Nascimento - 2011

Catódica). Serve também como proteção aos ímãs de neodímio (Nd2Fe14B)

mantendo - os a baixa temperatura pra que não sofram variações em seu campo

magnético devido à alta temperatura.

3.1.2 – Sistema de Vácuo.

O sistema de vácuo utilizado nesse reator é constituído de duas etapas:

Uma bomba mecânica (baixo vácuo) Edwards modelo E2M5 de duplo estágio de

palhetas rotativas e vácuo máximo de 31 10 mbar ( 47.5 10 Torr), para atingir

a pressão de base de 23 10 mbar ( 22.25 10 Torr) e uma bomba difusora (alto

vácuo) Edwards modelo 63/150M de vácuo máximo de 67 10 mbar ( 65.25 10

Torr), para atingir a pressão de base 68 10 mbar ( 66 10 Torr). A pressão

dentro do reator é medida com o auxílio de um sensor de pressão Pirani Edwards

modelo PRE10K que trabalha na faixa de pressão de 5 a 310 mbar (3.75 a

47.5 10 Torr) e um sensor de pressão Penning modelo CP25EK que trabalha

na faixa de pressão de 210 a 85 10 mbar ( 37.5 10 a 83.75 10 Torr), como

se encontra na Fig. 13.

Page 59: DISSERTAÇÃO DE MESTRADO - repositorio.ufrn.br · Costa da Silva, Duciane Oliveira de Freitas, Edson José da Costa Santos, Erisson Aparecido de Deus Leal, Gilmar Anselmo da Silva,

57

3. MATERIAIS E MÉTODOS

Igor Oliveira Nascimento - 2011

Figura 13 – Sistema de vácuo do equipamento de revestimento.

As especificações do Sistema de vácuo do equipamento de revestimento

são:

1 – Sensor de pressão Pirani;

2 – Válvula de admissão manual Edwards modelo AV5A;

3 – Válvula de passagem de operação manual Edwards modelo BRV25K,

com três estágios: Bomba mecânica, Câmara e Bomba difusora;

4 – Bomba mecânica;

5 – Sensor de pressão Penning;

6 – Válvula borboleta de passagem da bomba difusora para a câmara;

7 – Bomba difusora;

8 – Chave liga e desliga da bomba difusora;

Page 60: DISSERTAÇÃO DE MESTRADO - repositorio.ufrn.br · Costa da Silva, Duciane Oliveira de Freitas, Edson José da Costa Santos, Erisson Aparecido de Deus Leal, Gilmar Anselmo da Silva,

58

3. MATERIAIS E MÉTODOS

Igor Oliveira Nascimento - 2011

9 – Chave liga e desliga da bomba mecânica;

10 – Visor de pressão com cabo de alimentação Edwards modelo D395-

01-000 e modelo D024-28-000.

Como a pressão do gás de trabalho está diretamente relacionada com o

livre caminho médio dos elétrons e os íons do gás. Para a deposição de filmes

finos é imprescindível ter um bom sistema de vácuo. Por outro lado, um vácuo

de trabalho da ordem de 71 10 mbar ( 87.5 10 Torr), nos garante que a

atmosfera dentro do reator está livre de impurezas que possam contaminar o

filme, tornando o processo de deposição o mais correto possível dentro dos

padrões de homogeneidade.

3.1.3 – Fonte de Alta Tensão.

A tensão de entrada do sistema, fornecida pela rede elétrica (220 V), é

controlada por um variac que ajusta o funcionamento da fonte de alta tensão CC,

a tensão de saída máxima é de 1200 V, transformada da rede por um sistema

de retificação composto por quatro módulos ligados em série, que são

alimentados pelo secundário do transformador principal.

A fonte de alta tensão tem as seguintes especificações.

Tensão de entrada: 220 V / 4 x 280 V 60 Hz ±10%;

Corrente de entrada máxima: 5,5 A;

Tensão de saída máxima (sem carga): 1200 V;

Corrente de saída máxima: 2 A;

Fonte de ondulação (“rippler”): < 1 %.

Page 61: DISSERTAÇÃO DE MESTRADO - repositorio.ufrn.br · Costa da Silva, Duciane Oliveira de Freitas, Edson José da Costa Santos, Erisson Aparecido de Deus Leal, Gilmar Anselmo da Silva,

59

3. MATERIAIS E MÉTODOS

Igor Oliveira Nascimento - 2011

A corrente de saída, por sua vez, é limitada por um variac ligado em série

com o reator. A tensão e a corrente são monitoradas com leitura digital através

de multímetros e possui as seguintes especificações:

Entrada: 220 V;

Saída: 0 – 240 V;

Frequência: 60 Hz;

Tipo VM – 215 Nº 4945;

Corrente Máxima: 6 – 3 A;

KVA Máximo: 1,5.

A fonte é composta por cinco placas retificadoras, cada placa é composta

por três resistores dois capacitor e um diodo. Todas são ligadas em série e uma

única chave seletora seleciona para qual reator ser utilizado a fonte.

3. 2 – Amostras.

Laminas de vidro medindo 150 mm de comprimento X 3 mm de largura X

2 mm de espessura, foram utilizados nos procedimentos experimentais. O vidro

é comum, com a massa vítrea é composta de: 72% de Dióxido de Sílica (SiO2);

14% de Óxido de Sódio (Na2O); 9% de Óxido de Cálcio (CaO); 4% de Óxido de

Magnésio (MgO); 0,7% de Óxido de Alumínio (Alumina) (Al2O3) e 0,3% de Óxido

de Potássio (K2O) (MICHAEL, 1996). Assim adquirindo as seguintes

características:

Transparência (permeável à luz);

Alta dureza;

Não absorvência;

Ótimo isolador dielétrico;

Page 62: DISSERTAÇÃO DE MESTRADO - repositorio.ufrn.br · Costa da Silva, Duciane Oliveira de Freitas, Edson José da Costa Santos, Erisson Aparecido de Deus Leal, Gilmar Anselmo da Silva,

60

3. MATERIAIS E MÉTODOS

Igor Oliveira Nascimento - 2011

Baixa condutividade térmica;

Alta durabilidade.

E as seguintes propriedades mecânicas e térmicas.

3.3. Deposições.

Os filmes finos foram depositados em atmosfera de Ar, utilizando alvo

puro de Ti, com 2 polegadas de diâmetro. Os tratamentos obedecem a uma

rotina de trabalho e, antes de se iniciar a deposição propriamente dita, este

processo começa com a limpeza da amostra, onde a mesma é colocada no

reator, inicialmente em baixo vácuo (10 -1 mbar). Aciona-se posteriormente a

difusora, com a pressão de trabalho de (8 x 10 -6 mbar). Na Tabela 5 veem-se

basicamente como se dispõem as deposições.

Tabela 5 - esquema sintético das deposições.

Fluxo de Ar Corrente (A) Pressão de Trabalho

10 sccm 0,10 á 0,50 1,8 x 10 -1 mbar

20 sccm 0,10 á 0,50 2,9 x 10 -1 mbar

30 sccm 0,10 á 0,50

3,7 x 10 -1 mbar

40 sccm 0,10 á 0,50 4,0 x 10 -1 mbar

50 sccm 0,10 á 0,50 4,5 x 10 -1 mbar

Cada deposição obedeceu aos seguintes parâmetros:

Pressão de Base 8 x 10-6 mbar.

Tempo de limpeza do alvo em Plasma de 20 minutos em atmosfera de

Argônio

Tempo de deposição de 20 minutos

Page 63: DISSERTAÇÃO DE MESTRADO - repositorio.ufrn.br · Costa da Silva, Duciane Oliveira de Freitas, Edson José da Costa Santos, Erisson Aparecido de Deus Leal, Gilmar Anselmo da Silva,

61

3. MATERIAIS E MÉTODOS

Igor Oliveira Nascimento - 2011

Tempo de espera para estabilização do plasma após variar corrente

ou fluxo de 20 minutos.

Com esse protocolo se deu todas as deposições junto com as análises de

Espectroscopias de Emissão Óptica.

3.4. Análise por EEO.

Na realização das deposições dos filmes finos foi utilizado o

Espectrômetro OUSB 2000 Series da Ocean Optics, com o emprego do sowftare

de aquisição e manipulação espectral. SpectraSuite também da Ocean Optics a

Fig. 14 mostra o aparato para aquisição dos gráficos de EEO.

Page 64: DISSERTAÇÃO DE MESTRADO - repositorio.ufrn.br · Costa da Silva, Duciane Oliveira de Freitas, Edson José da Costa Santos, Erisson Aparecido de Deus Leal, Gilmar Anselmo da Silva,

62

3. MATERIAIS E MÉTODOS

Igor Oliveira Nascimento - 2011

Figura 14 – Aparato para análise Óptica.

Os espectros das transições eletrônicas foram obtidos através da janela

a uma distância de 40 mm do confinamento do plasma. A fenda possui uma

janela de quartzo para melhor captar emissão óptica dos espectros Ar, Ar+, Ti,

Ti+. O vidro absorve a energia dos fótons na faixa os ultra violeta (UV), deixando

livre a passagem das outras radiações eletromagnéticas.

Page 65: DISSERTAÇÃO DE MESTRADO - repositorio.ufrn.br · Costa da Silva, Duciane Oliveira de Freitas, Edson José da Costa Santos, Erisson Aparecido de Deus Leal, Gilmar Anselmo da Silva,

63

3. MATERIAIS E MÉTODOS

Igor Oliveira Nascimento - 2011

Na Fig. 15 tem-se uma visão geral do sistema produzido para realizar as

análises de EEO in situ. Esta figura mostra a montagem do reator do magnetron

sputtering junto com o sistema de EEO.

Figura 15 – Visão geral do sistema de análise in situ.

Page 66: DISSERTAÇÃO DE MESTRADO - repositorio.ufrn.br · Costa da Silva, Duciane Oliveira de Freitas, Edson José da Costa Santos, Erisson Aparecido de Deus Leal, Gilmar Anselmo da Silva,

64

3. MATERIAIS E MÉTODOS

Igor Oliveira Nascimento - 2011

As especificações do Sistema de análise in situ são:

1 – Capa protetora superior de teflon do Magnetron Sputtering;

2 – Capa de sustentação do Magnetron Sputtering;

3 – Shutter;

4 – Capa protetora das Lâminas de vidro;

5 – Passante da fibra ótica.

Já Fig. 16, veem-se com mais detalhes o aparato idealizado

exclusivamente para a realização das análises de espectroscopia de emissão

óptica.

Figura 16 – Detalhamento do aparato para análise EEO, na deposição.

Page 67: DISSERTAÇÃO DE MESTRADO - repositorio.ufrn.br · Costa da Silva, Duciane Oliveira de Freitas, Edson José da Costa Santos, Erisson Aparecido de Deus Leal, Gilmar Anselmo da Silva,

65

3. MATERIAIS E MÉTODOS

Igor Oliveira Nascimento - 2011

As especificações detalhadas do aparato para análise EEO são:

1 – Janela para deposição;

2 – Capa protetora das lâminas;

3 – Passador do vidro;

4 – Shutter;

5 – Visor de Quartzo;

6 – Tubo passante do cabo de fibra óptica.

No início do processo de deposição o shutter é mantido fechado, para que

não ocorra deposição na lâmina de vidro, por causa do processo de limpeza do

alvo de Ti, que irá promover a extração do óxido formado na superfície do alvo

de Ti. Feita a limpeza da superfície do alvo, é efetuado o ajuste de corrente

elétrica, tensão e o fluxo de gás, que são os parâmetros envolvidos no

procedimento. Após o plasma atingir o equilíbrio, o shutter é aberto, neste

mesmo instante de abertura, têm - se o inicio da deposição dos filmes finos e da

captura dos espectros de emissão óptica.

Na Tabela 6 podemos observar as suas especificações como

comprimento de onda, intensidade relativa e a transição eletrônica. As

intensidades relativas e as transições eletrônicas foram retirados do NIST.

Tabela 6 – Comprimentos de ondas selecionados para análises.

Ion Comprimento de onda Observado

Intensidade Relativa

Transição Eletrônica

Ti+ 334,94 nm 12000 u.a 3d24s2 – 3d3(4F)4p

Ti+ 375,93 nm 3300 u.a. 3d2(3F)4s – 3d2(3F)4p

Ti 399,86 nm 7800 u.a. 3d24s2 – 3d2(3F)4s4p(1P°)

Ti 453,32 nm 6000 u.a. 3d2(2F)4s – 3d3(4F)4p

Ar 750,38 nm 20000 u.a. 3s23p5(2p°1/2) 4s – 3s23p5(2P°1/2)4p

Ar 810,36 nm 20000 u.a. 3s23p5(2p°3/2) 4s – 3s23p5(2P°3/2)4p

Page 68: DISSERTAÇÃO DE MESTRADO - repositorio.ufrn.br · Costa da Silva, Duciane Oliveira de Freitas, Edson José da Costa Santos, Erisson Aparecido de Deus Leal, Gilmar Anselmo da Silva,

66

3. MATERIAIS E MÉTODOS

Igor Oliveira Nascimento - 2011

Os comprimentos de onda foram escolhidos de acordo com a literatura,

pois esses são os comprimentos de onda mais estudados sendo que a sua

captação é obtida fora do reator, neste trabalho foi obtido in situ, ou seja, dentro

do reator e na atmosfera de trabalho.

3.5. Análise de transmitância por Laser.

É possível observar na propagação da radiação eletromagnética a sua

interação com a superfície de um material. Foram utilizados dois lasers para

analisar qualitativamente os filmes depositados em substrato de vidros,

transparentes a algumas faixas de radiação luminosa. Na Fig. 17 temos o arranjo

experimental para a execução do experimento que envolve transmitância por

laser. Os lasers utilizados foram de frequência diferentes e, consequentemente

de comprimentos de ondas diferentes e coloração distintas.

Page 69: DISSERTAÇÃO DE MESTRADO - repositorio.ufrn.br · Costa da Silva, Duciane Oliveira de Freitas, Edson José da Costa Santos, Erisson Aparecido de Deus Leal, Gilmar Anselmo da Silva,

67

3. MATERIAIS E MÉTODOS

Igor Oliveira Nascimento - 2011

Figura 17 – Aparato experimental da análise com laser.

Os lasers utilizados foram um vermelho de 5 mW de potência e com

comprimento de onda centrado em 632,8 nm e um laser verde de 50 mW de

potência e comprimento de onda centrado em 532,6 nm. O feixe da radiação do

laser foi incidido perpendicularmente na superfície do filme, medido - se a

componente do feixe transmitido pelo sistema filme – substrato. Dessa forma,

observou-se qualitativamente a espessura dos filmes sem a medida direta. Para

observar o feixe transmitido foi utilizado um sistema composto por um

espectrômetro de emissão Acton Spectrapro 2500i com comprimento focal de

500 mm e resolução espectral mínima de 0.05 nm.

Page 70: DISSERTAÇÃO DE MESTRADO - repositorio.ufrn.br · Costa da Silva, Duciane Oliveira de Freitas, Edson José da Costa Santos, Erisson Aparecido de Deus Leal, Gilmar Anselmo da Silva,

68

Capítulo 4

Resultados e Discussão

Page 71: DISSERTAÇÃO DE MESTRADO - repositorio.ufrn.br · Costa da Silva, Duciane Oliveira de Freitas, Edson José da Costa Santos, Erisson Aparecido de Deus Leal, Gilmar Anselmo da Silva,

69

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Igor Oliveira Nascimento - 2011

4 – RESULTADOS E DISCUSSÃO

Neste capitulo são apresentados os resultados obtidos na determinação

dos parâmetros do plasma, para obter filmes finos de titânio, com boa taxa de

deposição, com o menor gasto de energia e de gás, mas com a maior qualidade

na formação dos filmes finos. Os filmes foram depositados num substrato de

vidro variando – se sistematicamente as condições do processo, o fluxo de gás

utilizado, consequentemente a pressão de trabalho, corrente elétrica, tensão

elétrica e potência elétrica útil.

4.1 Análises do Gráfico espectro do EEO.

Na Fig. 18 veem-se os espectros atômicos obtidos durante a deposição

dos filmes finos. Foram feitas varreduras ao longo da faixa de 300 – 900nm, para

serem observadas as alterações nas suas intensidades espectrais para os fluxos

de Argônio de 10, 20, 30, 40 e 50 sccm e variação da corrente em 0,10, 0,20,

0,30, 0,40 e 0,50 A, de acordo com as limitações do equipamento. As linhas de

emissões do Ar 750,38nm e 810,36nm são claramente observadas nestas

figuras. As intensidades espectrais dessas linhas espectrais variam com a

potência elétrica dispensada durante a deposição. Observa-se a dependência

da densidade do plasma com a taxa do fluxo de argônio nas cinco condições de

fluxo para uma dada corrente elétrica, porém com potências variadas.

Page 72: DISSERTAÇÃO DE MESTRADO - repositorio.ufrn.br · Costa da Silva, Duciane Oliveira de Freitas, Edson José da Costa Santos, Erisson Aparecido de Deus Leal, Gilmar Anselmo da Silva,

70

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Igor Oliveira Nascimento - 2011

400 600 800

Inte

ns

ida

de

(u

.a.)

Comprimento de Onda (nm)

10 sccm - 0,10 A

20 sccm - 0,10 A

30 sccm - 0,10 A

40 sccm - 0,10 A

50 sccm - 0,10 A

Ar

750,38nm

Ar

810,36nm

Figura 18 – Espectro de EEO do gás Ar obtido no procedimento experimental durante a deposição de Ti

A intensidade dos picos do argônio e a densidade de elétrons aumentam,

atingindo o máximo quando está a um fluxo de 40 sccm de argônio, com 50 sccm

a potência de ionização não é suficiente para continuar aumentando os picos de

argônio devido ao aumento na pressão e consequentemente uma queda no livre

caminho médio, quanto mais à pressão aumenta as colisões ocorrem com baixa

energia. Mas esse aumento na densidade não implica dizer que a taxa de

deposição aumenta na mesma proporção, pois para obter uma boa deposição

com os parâmetros de pressão, corrente, tensão e fluxo de gás são fatores de

extrema relevância, isto é, com o aumento do fluxo temos uma alteração na sua

pressão, como a taxa de deposição não cresce linearmente ou proporcional ao

aumento do fluxo de gás ou de corrente. Analisando o mesmo gráfico voltando

Page 73: DISSERTAÇÃO DE MESTRADO - repositorio.ufrn.br · Costa da Silva, Duciane Oliveira de Freitas, Edson José da Costa Santos, Erisson Aparecido de Deus Leal, Gilmar Anselmo da Silva,

71

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Igor Oliveira Nascimento - 2011

para as linhas espectrais do Ti+,Ti 334,94nm; 375,93nm; 399,86nm e 453,32nm,

veremos um comportamento diferente.

400 600 800

Ti

453,32nm

Ti

399,86nm

Ti +

375,93nm

Ti +

334,94nm

Inte

ns

ida

de

(u

.a.)

Comprimento de Onda (nm)

10 sccm - 0,10 A

20 sccm - 0,10 A

30 sccm - 0,10 A

40 sccm - 0,10 A

50 sccm - 0,10 A

Figura 19 – Espectro de EEO analisando o Ti.

Observando o gráfico da Fig. 19, podemos ver que com as linhas

espectrais do Ti elemento formador do filme fino, tem o crescimento similar aos

de argônio o que faz sentido tendo em vista que é o argônio o agente que

promove o sputtering, isto é, mais densidade de elétrons e de partículas

ionizadas que transferem momento para o alvo, consequentemente promove a

ionização do Ti, mas não significa dizer que terá um filme espesso, pois a alta

intensidade espectral desse elemento não significa alta formação de filmes finos.

Page 74: DISSERTAÇÃO DE MESTRADO - repositorio.ufrn.br · Costa da Silva, Duciane Oliveira de Freitas, Edson José da Costa Santos, Erisson Aparecido de Deus Leal, Gilmar Anselmo da Silva,

72

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Igor Oliveira Nascimento - 2011

4.2 Análises dos alvos em diferentes pressões.

A aplicação de campos magnéticos no magnetron Sputtering tem como

intuito a melhora o processo de ionização em descargas gasosas, pois o efeito

de sputtering produz grandes mudanças durante o processo de deposição,

melhorando a taxa de deposição e a característica corrente – tensão, reduzindo

o bombardeamento do substrato por elétrons. Nas Fig. 20 e 21, temos a

confirmação desses efeitos e o aparecimento do efeito da redeposição.

Figura 20 – Alvos de Ti utilizados no Magnetron Sputtering. (A) alvo novo sem uso; (B) Alvo utilizado com o fluxo de 10 sccm; (C) Alvo utilizado com fluxo de 50 sccm.

Na Fig. 20 temos imagens de alvos de Ti utilizados na deposição dos

filmes finos. Pela imagem observa-se a zona de erosão do alvo sendo que, essa

zona é favorecida pelo campo magnético, que torna o sistema autossustentável

e também pela potência aplicada no sistema, pois com o aumento da energia o

aumento do livre caminho médio dos elétrons primários é favorecido, variando

apenas a corrente, como foi feito nesse trabalho. Porém a baixas pressões a

literatura fala que os íons são produzidos longe do catodo, aumentando a

probabilidade de não colisão com este, fazendo com que grande parte dos

elétrons primários atinja o substrato causando o aquecimento dos mesmos.

Page 75: DISSERTAÇÃO DE MESTRADO - repositorio.ufrn.br · Costa da Silva, Duciane Oliveira de Freitas, Edson José da Costa Santos, Erisson Aparecido de Deus Leal, Gilmar Anselmo da Silva,

73

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Igor Oliveira Nascimento - 2011

Figura 21 – Alvos de Ti utilizados no Magnetron Sputtering. (A) Destacando a zona de erosão; (B) Mostrando a zona de erosão e a faixa de redeposição.

Na Figura 21 vemos a diferença na zona de erosão dos alvos. Na Fig.

21(A) vemos a zona de deposição e ao seu redor vemos os efeitos do

aquecimento térmico que este alvo sofreu. Salienta-se que este alvo foi utilizado

em alta pressão, variando a corrente elétrica, com isso facilitando o aumento do

número de elétrons bem como o número de íons positivos no gás confinado nas

proximidades da superfície do alvo. Nessa condição, a ionização e o processo

de bombardeamento é mais eficaz, pois a grande maioria dos elétrons não tem

energia suficiente para escapar da armadilha que fica espiralado no interior

desse confinamento, que na realidade são as linhas do campo magnético. Na

Fig. 21(B) vemos um alvo que foi utilizado em baixas pressões, verificando-se

um efeito diferenciado comparando com a situação da Fig. (A), pois em baixas

pressões, a ionização também é alta, porém a baixa energia dos elétrons resulta

no baixo bombardeamento, ocorrendo sputtering de baixa energia, ocorrendo um

maior aprisionamento das partículas arrancadas e como a energia delas é baixa

Page 76: DISSERTAÇÃO DE MESTRADO - repositorio.ufrn.br · Costa da Silva, Duciane Oliveira de Freitas, Edson José da Costa Santos, Erisson Aparecido de Deus Leal, Gilmar Anselmo da Silva,

74

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Igor Oliveira Nascimento - 2011

para sair das linhas de campo, esse material é depositado no alvo ocorrendo,

finalmente, a redeposição do Ti.

4.3 Análises do Gráfico dos decaimentos na formação dos

filmes finos.

De todos os decaimentos das linhas espectrais do titânio, a linha do Ti

453,32nm mostrou ter mais influência na composição de formação do filme fino.

Quando o shutter é aberto, a janela capta os espectros de emissão da deposição

dos filmes finos. O plasma é fonte de radiação eletromagnética incidente, em

vários comprimentos de onda, enquanto que os filmes vão sendo formados. A

intensidade desses espectros de luz diminui à medida que a formação dos filmes

finos atinge certa espessura. Este decréscimo serve para mostrar que quanto

mais descendente for essa reta maior será a taxa de deposição desses filmes

finos. Nas Fig. 22 e 23 ver-se-á esse comportamento de deposição se processa,

sendo característico para cada parâmetro utilizado.

Page 77: DISSERTAÇÃO DE MESTRADO - repositorio.ufrn.br · Costa da Silva, Duciane Oliveira de Freitas, Edson José da Costa Santos, Erisson Aparecido de Deus Leal, Gilmar Anselmo da Silva,

75

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Igor Oliveira Nascimento - 2011

0,0 0,5 1,0 1,5 2,0

0

10000

20000

30000

40000

50000

In

ten

sid

ad

e (

u.a

)

Tempo (min)

0,10 A - 10 sccm

0,10 A - 20 sccm

0,10 A - 30 sccm

0,10 A - 40 sccm

0,10 A - 50 sccm

Ti - 435,94

Figura 22 – Decaimento espectral do fluxo de 10 sccm de Ar.

Na Figura 22, nota-se que o comportamento da formação dos filmes finos

para o fluxo de 10 sccm de Ar, nas condições de 0,30; 0,40 e 0,50 A, o gráfico

mostra uma queda indicando que para esse fluxo temos as maiores taxas de

deposições para essas três correntes, mas sem nenhuma dúvida com o corrente

de 0,40 A apresenta a melhor taxa de deposição para o fluxo de 10 sccm de Ar.

Como para as outras correntes elas trabalham a mesma pressão, isto é, tem-se

variação além da corrente, na tensão e consequentemente na potência, o que

nos leva a crer que a potência fornecida, é propicio para o aumento do livre

caminho médio, com isso a ionização é mais eficaz, pois, as partículas

receberam energia suficiente para vencer o campo magnético e a armadilha de

elétrons secundários.

Page 78: DISSERTAÇÃO DE MESTRADO - repositorio.ufrn.br · Costa da Silva, Duciane Oliveira de Freitas, Edson José da Costa Santos, Erisson Aparecido de Deus Leal, Gilmar Anselmo da Silva,

76

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Igor Oliveira Nascimento - 2011

0 1 2

4000

8000

12000

16000

20000

24000

Inte

ns

ida

de

(u

.a)

Tempo (min)

0,20 A - 10 sccm

0,20 A - 20 sccm

0,20 A - 30 sccm

0,20 A - 40 sccm

0,20 A - 50 sccm

Ti - 435,94nm

0 1 2

0

10000

20000

30000

40000

50000

Inte

ns

ida

de

(u

.a)

Tempo (min)

0,30 A - 10 sccm

0,30 A - 20 sccm

0,30 A - 30 sccm

0,30 A - 40 sccm

0,30 A - 50 sccm

Ti - 435,94nm

0 1 2

5000

10000

15000

20000

25000

30000

35000

40000

Inte

ns

ida

de

(u

.a)

Tempo (min)

0,40 A - 10 sccm

0,40 A - 20 sccm

0,40 A - 30 sccm

0,40 A - 40 sccm

0,40 A - 50 sccm

Ti - 435,94nm

0 1 2

5000

10000

15000

20000

25000

30000

35000

40000

45000

50000

55000

60000

Inte

ns

ida

de

(u

.a)

Tempo (min)

0,50 A - 10 sccm

0,50 A - 20 sccm

0,50 A - 30 sccm

0,50 A - 40 sccm

0,50 A - 50 sccm

Ti - 453,32

Figura 23 – Decaimento dos espectros (A) fluxo de 20 sccm de Ar; (B) fluxo de 30 sccm de Ar; (C) fluxo de 40 sccm de Ar; (D) fluxo de 50 sccm de Ar.

Na Fig. 23, temos os gráficos dos fluxos de 20, 30, 40 e 50 sccm de Ar,

nesses gráficos dá para notar quando a intensidade diminui com o fluxo, pois em

ambos os fluxos só notamos uma camada regular da deposição do filme fino. No

entanto com a corrente de 0,50 A foi observado uma irregularidade no filme fino

depositado, essa irregularidade está relacionada com a armadilha de elétrons

secundários, ou seja, vencer o campo magnético, pois o que é visto é as

deposições tem uma alta emissão, porém efetivamente uma baixa deposição,

promovendo uma redeposição que são as partículas que são ejetadas do alvo,

isto é, recebe momentum suficiente para sair da estrutura cristalina do alvo,

porém não com energia suficiente para sair das linhas do campo magnético

(A) (B)

(C) (D)

Page 79: DISSERTAÇÃO DE MESTRADO - repositorio.ufrn.br · Costa da Silva, Duciane Oliveira de Freitas, Edson José da Costa Santos, Erisson Aparecido de Deus Leal, Gilmar Anselmo da Silva,

77

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Igor Oliveira Nascimento - 2011

como ela se encontra em um estado instável ela decai e é depositada no próprio

alvo sendo que em uma região diferente.

4.4 Análises das constantes de crescimento dos filmes finos.

Durante uma deposição de filmes finos, a espessura destes varia de

acordo com o tempo, pois parâmetros fixados como pressão, corrente, tensão e

fluxo de gás, torna-se uma constante para cada valor estabelecido. Com base

na lei de Lambert – Beer, que é o fundamento da espectrofotometria, e que trata

do processo no qual a quantidade de luz transmitida de um determinado meio

depende da concentração e da espessura do meio refrator. De acordo com a lei

de Lambert – Beer, tem-se

ekx

II

0 (8)

Onde I é a intensidade de luz que atravessa o meio (ou transmitida), I0 é

a intensidade de luz incidente, k é a constante de absorção do meio (no caso do

filme) e x é a espessura do filme. Com essa espessura é diretamente

proporcional à velocidade da deposição e ao tempo de deposição, isso implica

dizer que quanto mais tempo for gasto para a deposição mais espesso terá o

filme, obtém-se:

tvx (9)

Substituindo-se a Eq. (9) na Eq. (8), tem-se

ekvt

II

0 (10)

Page 80: DISSERTAÇÃO DE MESTRADO - repositorio.ufrn.br · Costa da Silva, Duciane Oliveira de Freitas, Edson José da Costa Santos, Erisson Aparecido de Deus Leal, Gilmar Anselmo da Silva,

78

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Igor Oliveira Nascimento - 2011

Como k e v são constantes, pois k se relaciona ao material homogêneo

depositado no substrato v por ser a velocidade constante de deposição, por seus

parâmetros estarem estabilizados e não sofrem alterações durante a operação

de deposição, pelo fato de ambos serem constantes e proporcionais

denotaremos kv por α, que será uma constante de proporcionalidade. Deste

modo, obtém-se.

tI

I

0

log

(11)

Com base na Eq. (10) analisaremos o gráfico da Fig. 24 e a Tabela 7 os

valores dessa constante em relação ao crescimento desses filmes.

0,1 0,2 0,3 0,4 0,5

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

3,5

Va

lore

s d

a C

on

sta

nte

(u

. a

.)

Corrente Elétrica (A)

10 sccm

20 sccm

30 sccm

40 sccm

50 sccm

Ti 453,34

Figura 24 – Gráfico das evoluções das constantes.

Posteriormente, veremos que os valores dessas constantes tem o mesmo

perfil para as análises qualitativas das espessuras desses filmes, percebe-se o

Page 81: DISSERTAÇÃO DE MESTRADO - repositorio.ufrn.br · Costa da Silva, Duciane Oliveira de Freitas, Edson José da Costa Santos, Erisson Aparecido de Deus Leal, Gilmar Anselmo da Silva,

79

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Igor Oliveira Nascimento - 2011

mesmo perfil, isto é, a constante vem para comprovar mais uma vez a tendência

de crescimento dos mesmos.

Tabela 7 - valores da constante em relação a corrente e o fluxo.

Corrente

α para o fluxo de 10 sccm

α para o fluxo de 20 sccm

α para o fluxo de 30 sccm

α para o fluxo de 40 sccm

α para o fluxo de 50 sccm

0,1 0,235 0,265 0,103 0,199 0,387

0,2 1,656 0,43 0,241 0,247 0,394

0,3 2,485 0,662 0,404 0,374 0,394

0,4 3,337 0,819 0,67 0,723 0,486

0,5 1,582 0,926 0,94 1,021 1,024

Com o valores das constantes nos serve como guia para identificar em

quais condições de trabalho teremos as melhores faixa de deposições, mostra

em quais parâmetros adotados é possível ter potência o suficiente para obter um

bom coeficiente de deposição de filmes finos.

4.5 Análises qualitativas da espessura por transmitância.

A análise qualitativa da espessura dos filmes finos com base na

transmitância óptica, serve para corroborar os resultados obtidos neste trabalho.

Optou-se por esse tipo de análise e a respectiva montagem do aparato devido

às limitações em se caracterizar filmes finos metálicos. Esta análise consiste em

incidir um feixe de luz laser sobre os filmes finos depositados. Na medida em

que o filme fino se torna mais espesso, este meio torna-se pouco transmissível

da radiação laser incidente.

Page 82: DISSERTAÇÃO DE MESTRADO - repositorio.ufrn.br · Costa da Silva, Duciane Oliveira de Freitas, Edson José da Costa Santos, Erisson Aparecido de Deus Leal, Gilmar Anselmo da Silva,

80

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Igor Oliveira Nascimento - 2011

0,1 0,2 0,3 0,4 0,5

0

200000

400000

600000

800000

1000000

1200000

In

ten

sid

ad

e (

u. a

.)

Corrente (A)

10 sccm

20 sccm

30 sccm

40 sccm

50 sccm

Laser Vermelho

Figura 25 – Transmitâncias dos filmes finos da radiação laser no vermelho, em função intensidade de corrente elétrica.

Na fig. 25 apresenta-se a transmitância da radiação do laser no vermelho,

cujo comprimento de onda é de 632,8nm e potência elétrica de 5 mW. Fazendo-

se a comparação com de luminescência tem-se um padrão no quesito

intensidade dos espectros e espessuras dos filmes finos. Esse padrão também

se mantém quando alteramos o comprimento de onda da luz de laser incidente,

para a luz de laser verde, cujo o comprimento de onda é de 532,6 nm e potência

de 50 mW. Neste procedimento, observam-se os mesmos padrões de

execuções que foi encontrado com a radiação da luz laser vermelho. Na Fig. 26

tem-se as transmitâncias do laser de luz verde.

Page 83: DISSERTAÇÃO DE MESTRADO - repositorio.ufrn.br · Costa da Silva, Duciane Oliveira de Freitas, Edson José da Costa Santos, Erisson Aparecido de Deus Leal, Gilmar Anselmo da Silva,

81

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Igor Oliveira Nascimento - 2011

0,1 0,2 0,3 0,4 0,5

0

200000

400000

600000

800000

1000000

1200000

In

ten

sid

ad

e (

u. a

.)

Corrente (A)

10 sccm

20 sccm

30 sccm

40 sccm

50 sccm

Laser Verde

Figura 26 – Transmitâncias dos filmes finos do laser verde em função da intensidade de corrente elétrica.

Na Fig. 26 apresenta-se as transmitâncias da radiação do laser centrada

no verde. Os resultados preliminares mostram semelhanças com o da figura

anterior. Analisando esses gráficos temos que para o fluxo de 10 sccm os filmes

finos foram mais espessos. Com fluxo de 0,20 A os filmes finos estão tão

espessos que não possui sinal de transmitância, enquanto que no fluxo de 20

sccm os filmes também não possui sinal de transmitância quando se aplica uma

corrente de 0,40 e 0,50 A. Os fluxos de 30 e 40 sccm apresentam

comportamento similar nas correntes de 0,10; 0,20 e 0,30 A o seu sinal de

transmitância é o mesmo do vidro sem filme fino depositado, mas quando se

aumenta a corrente para valores maiores já estabelecidos como 0,40 e 0,50 A

há um decaimento no sinal do laser transmitido. Observou – se que no fluxo de

0,40 e 50 sccm de argônio a única condição que acarretou um filme fino foi com

Page 84: DISSERTAÇÃO DE MESTRADO - repositorio.ufrn.br · Costa da Silva, Duciane Oliveira de Freitas, Edson José da Costa Santos, Erisson Aparecido de Deus Leal, Gilmar Anselmo da Silva,

82

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Igor Oliveira Nascimento - 2011

uma corrente de 0,50 A nas corrente inferiores e com fluxo de 20 a 50 sccm, não

tem indícios que possua deposição de filmes finos.

Page 85: DISSERTAÇÃO DE MESTRADO - repositorio.ufrn.br · Costa da Silva, Duciane Oliveira de Freitas, Edson José da Costa Santos, Erisson Aparecido de Deus Leal, Gilmar Anselmo da Silva,

83

Capítulo 5

Conclusões

Page 86: DISSERTAÇÃO DE MESTRADO - repositorio.ufrn.br · Costa da Silva, Duciane Oliveira de Freitas, Edson José da Costa Santos, Erisson Aparecido de Deus Leal, Gilmar Anselmo da Silva,

84

5. CONCLUSÕES

Igor Oliveira Nascimento - 2011

5.1 - Conclusões.

A simplicidade operacional e o baixo custo de manutenção do sistema de

magnetron sputtering desenvolvido no LABPLASMA da UFRN, permitem a

obtenção de filmes finos, com alta taxa de deposição para filmes de titânio.

Entretanto, são necessários mais estudos teóricos e experimentais para garantir

a reprodutibilidade nas mudanças de parâmetros elétricos e ópticos. Para as

condições aqui estudadas. podemos concluir que:

1. Foi desenvolvido um aparato que permite o monitoramento in situ das

deposições de filmes finos e das espécies ativas do plasma, formadoras do filme.

2. Observou – se a tendência à linearidade, nos espectros de emissões para o

plasma. Pois, neste trabalho, a dependência da deposição é com a intensidade

de corrente elétrica, a tensão elétrica e a potência elétrica dissipada. Para cada

valor de pressão de trabalho esses valores tem uma dependência maior.

3. Foi possível depositar filmes finos em condições muito adversas, como no

caso de deposição à pressão de 4,5 x 10 -1 mbar, com filmes de titânio. Nesta

pressão de trabalho, a energia dos íons não são tão altas, mas o suficiente para

a transferência de momentum cinético no alvo, com a consequente ejeção de

átomos de Ti.

4. Deposições com pressões de 1,8 x 10-1 mbar possuem alta energia de

ionização, acarretando em uma alta taxa de deposição facilitando a formação de

filmes depositados em um curto período de tempo.

5. As deposições de filmes finos não são linearizadas isto é, se se aumentar o

fluxo, aumente a deposição ou se aumentar corrente também tem o aumento da

deposição, neste trabalho vimos que não é assim. Temos que ter um equilíbrio

Page 87: DISSERTAÇÃO DE MESTRADO - repositorio.ufrn.br · Costa da Silva, Duciane Oliveira de Freitas, Edson José da Costa Santos, Erisson Aparecido de Deus Leal, Gilmar Anselmo da Silva,

85

5. CONCLUSÕES

Igor Oliveira Nascimento - 2011

entre a pressão e a potência de ionização das partículas para fornecer energia

para essas partículas escaparem do campo magnético e chegar ao substrato

para a formação do filme fino.

6. Os gráficos dos espectros mostrou que o aumento das intensidades não

significa o aumento de deposição de filmes finos, pois na realidade significa que

tem mais espécies ativa emitindo luz pelo seu decaimento de estado instável

para um estado mais estável e muitas vezes nessa atmosfera o livre caminho

médio é muito curto, assim essas partícula perdem energia antes de chegar ao

substrato logo não ocorrendo a formação do filme fino.

7. As partículas de baixa energia desencadeiam um fenômeno chamado de livre

caminho médio, que são os íons de baixa energia que transferem momentum

para o alvo e estes átomos que por sua vez terão baixa energia também não

conseguem escapar do campo magnético do magnetron, estes são ejetados da

zona de erosão e se depositam em uma região mais externa causado a

redeposição.

8. Neste trabalho obtivemos uma condição ideal para deposição de filmes finos,

onde uma alta taxa de deposição ocorre sem o desperdício de gás e com

consumo energético mais econômico, isto é, a formação rápida de um filme fino

ocorre em tempo menor sem o gasto excessivo de gás ou energia. Isto ocorre

na condição de 10 sccm de fluxo de gás argônio e a intensidade de corrente com

elétrica de 0,40 A. Com a pressão de trabalho de 1,8 x 10-1 mbar.

Page 88: DISSERTAÇÃO DE MESTRADO - repositorio.ufrn.br · Costa da Silva, Duciane Oliveira de Freitas, Edson José da Costa Santos, Erisson Aparecido de Deus Leal, Gilmar Anselmo da Silva,

86

Capítulo 6

Referências Bibliográficas

Page 89: DISSERTAÇÃO DE MESTRADO - repositorio.ufrn.br · Costa da Silva, Duciane Oliveira de Freitas, Edson José da Costa Santos, Erisson Aparecido de Deus Leal, Gilmar Anselmo da Silva,

87

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Igor Oliveira Nascimento - 2011

6 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALVES JR, C., Nitretação a plasma – Fundamentos e aplicações. EDUFRN, 2001. AHMED, N. A. G., Ion Plating Technology. New York, Willey 1987 p. 171.

AGUZZOLI, C., TENTARDINI, E. K., FIGUEROA, C. A., KWIETNIEWSKI, C.,

MIOTTI, L. AND BAUMVOL, I. J. R. “Atomic transport and chemical reaction

in TiN/Ti nanolayers on plasma nitrided steel”, Applied Physics A, accepted

for publication (2008).

ALMEIDA, E. O. Construção, caracterização e aplicação de eletrodos para

descarga por arco de cátodo oco. 2008. 248 f. Tese (Doutorado em Ciências

e Engenharia de Materiais), Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal,

2008.

ARNEL, R.D., COLLINGON, J.S., MINNEDAEV, K.F., YURASOVA, V.E., The

effect of nitrogen content on the structure and mechanical properties of TiN

films produced by magnetron sputtering. Vacum. v-47, 425 -431, 1996.

BARBOSA, J. C. P. Diagnóstico das espécies ativas do plasma usado em

tratamentos termoquímicos do titânio. Tese de doutorado, Programa de Pós

Graduação em Ciência e Engenharia de Materiais, PPGCEM, Universidade

Federal do Rio Grande do Norte, 2011.

BARNES, M. C.; JEON, I.-D.; KIM, D.-Y.; HWANG, N. M. Generation of charged

clusters during thermal evaporation of gold. Journal of Crystal Growth, v.242,

p.455–462, abr., 2002.

BARNES, M. C.; KIM, D.-Y.; AHN, H. S.; LEE, C. O.; HWANG, N. M. Deposition

mechanism of gold by thermal evaporation: approach by charged cluster

model. Journal of Crystal Growth, v.213, p.83-92, fev, 2000.

BILAC, S.A.B. and FARAH, E.A. Planar Magnetron Sputtering Construção e

Aplicação. Trabalho apresentado à EBRATS 89, Instituto de Física Gleb

Wataghin, UNICAMP, Campinas, SP, Brasil, 1991.

Page 90: DISSERTAÇÃO DE MESTRADO - repositorio.ufrn.br · Costa da Silva, Duciane Oliveira de Freitas, Edson José da Costa Santos, Erisson Aparecido de Deus Leal, Gilmar Anselmo da Silva,

88

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Igor Oliveira Nascimento - 2011

BILAC, S.A.B. and FARAH, E.A. Planar Magnetron Sputtering construção e

aplicações. Revista Tratamento de Superfície v. 49, fev/mar, 1991.

BLANDO, E. Estudo de técnicas de indentação dinâmica para avaliação de

materiais na região de nano e microdureza. Dissertação de Mestrado, Porto

Alegre, (2001) 172p.

BOGAERTS, A., NEYTS, E., RENAAT, G., MULLEN, J. Gas discharge plasma

and their applications. Spectrochimica Acta Part B, v. 57, p. 609-658, 2002.

BUBERT, H., JENETT, H., Principles, Instrumentation, Applications. Surface

and Thin Film Analysis Wiley-VGH VerlagGmbH, 2002.

BUDKE, E., Decorative hard coatings with improved corrosion resistance,

Surf. and Coatings Tech., n112, 108-113, 1999.

BUNSHAD, R.F. Deposition Technologies for Films and Coatings. USA:

Noyes Publications, 582p, 1982.

BURAKOWSKI, T., WIERZCHAON, T., Principle, Equipment Technologies.

Surface Engineering of Metals, New York. C R C pres L L C. p.525-580, 1999.

CHAPMAN, B. N. Glow Discharge Processes: Sputtering And Plasma

Etching. John Wiley & Sons. Wiley-Interscience, 1980.

CHEN, F. F., CHANG, J. P. Principles of Plasma Processing. Plenun/Kluwer

Publishers, 2002.

FONTANA, L. C., PASCOALI, S., WAINGAERTER, W., GOMES, J., BILAC, S.,

MUZART, J. L. R., Deposição reativa de filmes TiN por Magnetron Sputtering

In: COBEM XII Congresso Brasileiro e II Congresso Ibero-Americano de

Engenharia Mecânica, 1995, Belo Horizonte. 1995.

GLOCKER, D. Handbook of thin film process technology. [S.l.]: Taylor &

Francis, 2010. ISBN 0750306955 9780750306959.

GREEN, B. J. Overview and survey of plasma physics. In: GILL, R.D., ed.

Plasma Physics and Nuclear Fusion Research. Academic Press, Nova Iorque,

1981.

Page 91: DISSERTAÇÃO DE MESTRADO - repositorio.ufrn.br · Costa da Silva, Duciane Oliveira de Freitas, Edson José da Costa Santos, Erisson Aparecido de Deus Leal, Gilmar Anselmo da Silva,

89

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Igor Oliveira Nascimento - 2011

GRILL, A. Cold Plasma in Materials Fabrication: From Fundamentals to

Applications. Institute of Electrical and Electronics Enginners, Inc. New York.,

1994.

HÜBLER, R. Revestimentos Protetores com Filmes Finos de TiN e

Multicamadas de Ti/TiN. Porto Alegre, 1994. 201f. Tese (Doutorado em

Ciências) – Instituto de Física, UFRGS, 1994.

HUTCHINGS, I. M. Tribology friction and wear of engineering material.

Edward Arnold, London. England, 1996.

JACHINOSKI, A. C., SILVA, J. C. “Formação de Ligas de Titânio.” Seminário

Disciplina de Formação de Ligas. UFPR (2005).

JACKSON, J. D. Classical Electrodynamics. 3. ed. New Jersey: John Wiley, p.

808, 1999.

KOENIG, H. R.; MAISSEL, L. I. Application of RF Discharges to Sputtering. IBM

Journal of Research and Development, v. 14, n. 2, p. 168-171, 1970. ISSN

0018-8646.

KURDESAU, F. et al. Comparative study of ITO layers deposited by DC and RF

magnetron sputtering at room temperature. Journal of Non-Crystalline Solids,

v. 352, n. 9–20, p. 1466-1470, 6/15/ 2006. ISSN 0022-3093.

LEE, S.-C.; YU, B. D.; KIM, D.-Y.; HWANG, N. M., Effects of cluster size and

substrate temperature on the homoepitaxial deposition of Au clusters.

Journal of Crystal Growth, v.242, p.463–470, abr., 2002.

LIEBERMAN, M. A.; LICHTENBERG, A. J. Principles of Plasma Discharges

and Materials Processing, 2° edição, New York: Wiley, 757p. 2005.

LIU, X.; CHU, P. K., CHUANXIAN, D.; “Surface modification of titanium,

titanium alloys, and related materials for biomedical applications.” Materials

Science and Engineering. R. 47, p. 49-121 (2004).

MAISSEL, L., Handbook of Thin Film Technology, New York (1970).

MATTOX, D. Handbook of Physical Vapor Deposition (PVD) Processing.

Estados Unidos, Noyes Publications, 1998.

Page 92: DISSERTAÇÃO DE MESTRADO - repositorio.ufrn.br · Costa da Silva, Duciane Oliveira de Freitas, Edson José da Costa Santos, Erisson Aparecido de Deus Leal, Gilmar Anselmo da Silva,

90

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Igor Oliveira Nascimento - 2011

MATTOX, D. M. The history of vacuum coating technologies. Society of

Vacuum Coaters, 2002.

MUSIL, J., POULEK, V., KADLEC, S., VYSKOCIL, J., Effect of ion

bombardment on the structure of sputtered Ti-N films. Nuclear Instruments

and Methods in Physics Research, v.B37/38 897-901, 1990.

NASSER, E., Fundamentals of gaseous ionization and plasma electronics.

John Wiley& Sons (1970).

NOSE, M., Colorimetric properties of ZrN and TiN coatings prepared by CC

reactive sputtering, Surface and Coatings Technology, n.142-144, 211-217,

2001.

OHRING, M. The Materials Science of Thin Films. USA: Academic Press.

PARR, G.R.; GARDNER, L.K.; TOTH, R.W. Titanium: the mystery metal of

implant dentistry. Dental materials aspects. J. Prosth. Dent., v.54, n.3, p.410-

4, Sept. 1985.

PASCOALI, s. Obtenção e caracterização de filmes de tio2 sobre cerâmica

de revestimento depositados via magnetron sputtering CC.

FLORIANÓPOLIS, 2007. Tese (Doutorado em Ciências), UFSC, 2007.

PESSOA, R. S. Estudos de Plasmas Fluorados Aplicados em Corrosão de

Silício Usando Simulação de Modelo Global e Diagnósticos Experimentais.

Tese de doutorado – Instituto Tecnológico de Aeronáutica, São José dos

Campos. 230p. 2009.

RICHTER, F., KUPFER, H., GIEGENGACK, H., SCHAARSCHMID, G.,

SCHOLZE F., ELSTNER F. end HECTCHT G., Fundamental mechanisms of

titanium nitride by d.c. magnetron sputtering. Surface & Coatings

Technology, v-54/55, 338-342, 1992.

RICKERBY, D. S, MATTHEWS, A. Advanced surface coatings: A handbook

of surface engineering. Glasgow: Blackie&Son, 1991. 368p.

ROHDE S. L., MÜNZ W. D., - Advanced Surface Coatings: a Handbook of

Surface Engineering, edited by D. S. Rickerby and A. Matthews, - Blackie &

Sons Limited Glasgow and London- p. 92-126, 1991.

Page 93: DISSERTAÇÃO DE MESTRADO - repositorio.ufrn.br · Costa da Silva, Duciane Oliveira de Freitas, Edson José da Costa Santos, Erisson Aparecido de Deus Leal, Gilmar Anselmo da Silva,

91

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Igor Oliveira Nascimento - 2011

SAGÁS, J. C.; Caracterização de descargas em arco deslizante, Tese de

Mestrado em Física de Plasmas. Instituto Tecnológico de Aeronáutica, São José

dos Campos, Brasil (2009).

SANTOS, D.Jr., TARELHO, L.V. G., KRUG, F. J., MILOR, D. M. B. P., NETO, L.

M., VIEIRA, N. D., Espectrometria de emissão Óptica com Plasma Induzido

por Laser (LIBS) – Fundamentos, Aplicação e perspectivas. Revista

Analytica, n. 24, Agosto/Setembro 2006.

SCHUEGRAF, K. K. Handbook of thin-film deposition processes and

techniques. USA: Noyes Publications, 413p, 1988.

SCHULZ, E. Sputtering by particle bombardment. I. Physical sputtering of single-

element solids. Hg. von R. Behrisch. Topics in applied physics, vol. 47.

Berlin/Heidelberg/New York: Springer-Verlag 1981. X, 281 S., geb. DM 85,–.

Acta Polymerica, v. 34, n. 6, p. 380-380, 1983. ISSN 1521-4044.

SOUZA, T. F., Crescimento de Filmes Nanométricos Monocristalinos de Fe

/ MgO (100) por "Sputtering" CC, Dissertação de Mestrado. UFRN. 2007.

SPALVINS. T. - ASM International Conference, Cleveland/Ohio 15-17, p. 1-8,

1986.

SHON, C.H., LEE, J.K. Modeling of Magnetron Sputtering Plasmas, Applied

Surface Science. P. 258-269. 2002.

STUART, R. V. Vacuum Technology, Thin Films, and Sputtering: An

Introduction. London: Academic Press, 151p, 1983.

STURROCK, P. A. Plasma physics: an introduction to the theory of

astrophysycal, geophysical, and laboratory plasmas. Cambridge University

Press, Londres, 1994.

SZIKORA, B., Background of the titanium nitride deposition. Vacuum, v.50,

273-276, 1998.

TAVARES, C. J., Mechanical characterisation of TiN/ZrN multi-layered

coatings, Journal of Materials Processing Technology, n 92-93, 177-183, 1999.

TAYLOR, K. N. R., DARBY, M. I. Physics of Rare Earth Solids Chapman and

Hall. LTD, 1972.

Page 94: DISSERTAÇÃO DE MESTRADO - repositorio.ufrn.br · Costa da Silva, Duciane Oliveira de Freitas, Edson José da Costa Santos, Erisson Aparecido de Deus Leal, Gilmar Anselmo da Silva,

92

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Igor Oliveira Nascimento - 2011

TENTARDINI, E. K., Construção de um equipamento de deposição tipo

Magnetron Sputtering e sua caracterização através da deposição de filmes

finos de metais e compósitos. Dissertação de Mestrado, Porto Alegre, (2000)

120p.

UMAN, M. A. Introduction to plasma physics. New York, NY: McGraw-Hill,

1964.

VOSSEN, J. L., KERN, W. Thin Film Processes, Academic Press. Inc, copyright

1978.

VOSSEN, JOHN L; KERN, Werner. Thin film process II. Boston: Academic

Press Inc, 866p.1991.

VOSSEN, JOHN L; KERN, Werner. Thin film processes. Orlando: Academic

Press Inc, 564p.1978.

WALKOWICZ, J., SUPIOT, P., SMOLIK, J. and GRUSHIN, M. The influence of

the N2-H2 mixture composition on the spectroscopic and temporal behavior

of glow discharge characteristics in pulses upplied nitriding processes.

Surf. Coat. Technol. 180-181, 407-412, 2004.

WANG, K. The use of titanium for medical applications in the USA, Materials

Science and Engineering A 213, (1996) 134-137.

WEBER, B. G. Experience with the metasul total hip bearing system. Clinical

Orthopaedics and Related Research, N°.329S, (1996) S69 - S77.

WILBUR, P. J., WEISAHAAR, D. M., Effectss of ion processing parameters

on the adherence of DLC fims. Dimond and related Materials, V. 8, P. 1648 –

1653, 1999.

www7.nationalacademies.org/bpa/PLSC-Mtg-Apr2005-Becker.pdf