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Universidade Federal do Rio Grande do Norte Centro de Tecnologia Departamento de Engenharia Química Programa de Pós-Graduação em Engenharia Química DISSERTAÇÃO DE MESTRADO EXTRAÇÃO, CARACTERIZAÇÃO E AVALIAÇÃO BIOATIVA DO EXTRATO DE ARRABIDAEA CHICA Rogério Pitanga Santos Orientadora: Profª. Drª. Elisa Maria Bittencourt Dutra de Sousa Natal/RN Junho/2015

DISSERTAÇÃO DE MESTRADO · 2017. 11. 4. · As for the quantification of total phenolic content (Folin-Ciocalteau analysis) of the supercritical extracts resulted in values ranged

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Universidade Federal do Rio Grande do Norte Centro de Tecnologia

Departamento de Engenharia Química Programa de Pós-Graduação em Engenharia Química

DISSERTAÇÃO DE MESTRADO

EXTRAÇÃO, CARACTERIZAÇÃO E AVALIAÇÃO

BIOATIVA DO EXTRATO DE ARRABIDAEA CHICA

Rogério Pitanga Santos

Orientadora: Profª. Drª. Elisa Maria Bittencourt Dutra de Sousa

Natal/RN

Junho/2015

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Rogério Pitanga Santos

EXTRAÇÃO, CARACTERIZAÇÃO E AVALIAÇÃO

BIOATIVA DO EXTRATO DE ARRABIDAEA CHICA

Dissertação apresentada ao Programa de Pós –

Graduação de Engenharia Química da

Universidade Federal do Rio Grande do Norte,

como requisito para a obtenção do grau de

Mestre em Engenharia Química, sob a

orientação da Profª. Drª. Elisa Maria

Bittencourt Dutra de Sousa.

Natal/RN

Junho/2015

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Catalogação da Publicação na Fonte. UFRN / CT / DEQ

Biblioteca Setorial “Professor Horácio Nícolás Sólimo”. Santos, Rogério Pitanga.

Extração, caracterização e avaliação bioativa do extrato de Arrabidaea chica / Rogério Pitanga Santos. - Natal, 2015. 89 f.: il.

Orientador: Elisa Maria Bittencourt Dutra de Sousa.

Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Centro de Tecnologia. Departamento de Engenharia Química. Programa de Pós-Graduação em Engenharia Química.

1. Bignoniaceae - Dissertação. 2. Antioxidantes - Dissertação. 3. Plantas medicinais – Dissertação. I. Sousa, Elisa Maria Bittencourt Dutra de. II. Universidade Federal do Rio Grande do Norte. III. Título. RN/UF/BSEQ CDU 582.916.31(043.3)

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Extração, caracterização e avaliação bioativa do extrato de Arrabidaea chica

ii Rogério Pitanga Santos, Junho de 2015

SANTOS, Rogério Pitanga – Extração, caracterização e avaliação bioativa do extrato de

Arrabidaea chica. Dissertação de mestrado. UFRN, Programa de Pós-Graduação em

Engenharia Química. Área de concentração: Engenharia Química. Linha de pesquisa:

Processos de separação. Natal/RN, Brasil.

Orientadora: Profª. Drª. Elisa Maria Bittencourt Dutra de Sousa (DEQ-UFRN).

RESUMO: A utilização de plantas com finalidades medicinais é milenar, sendo bastante

difundida sua aplicação em medicamentos. Apesar das plantas serem fontes promissoras para

a descoberta de novas moléculas de interesse farmacológico, estimativas revelam que apenas

17% delas foram estudadas quanto a sua possibilidade de uso na medicina. Assim, a

biodiversidade da flora brasileira representa um imenso potencial de utilização econômica

pela indústria farmacêutica. A planta Arrabidaea chica, popularmente conhecida como

“pariri”, é comum na região Amazônica, e a ela são atribuídas várias propriedades medicinais.

As folhas desta planta são ricas em antocianinas, que são compostos fenólicos com alto poder

antioxidante. Os compostos antioxidantes desempenham um papel vital na prevenção de

doenças neurológicas e cardiovasculares, câncer e diabetes, entre outras. Dentre as

antocianinas encontradas na Arrabidaea chica, destaca-se a Carajurina (6,7-dihidroxi-5,4’-

dimetoxi-flavilium), que é o principal pigmento encontrado nesta planta. O presente trabalho

teve como objetivo geral o estudo sobre a extração supercrítica e a extração convencional

(sólido-líquido) de folhas da Arrabidaea chica, avaliando-se o rendimento dos processos

extrativos, a atividade antioxidante e a quantificação de Carajurina contida nos extratos. As

extrações supercríticas utilizaram CO2 como solvente, adicionado de co-solvente (mistura

etanol/água), e foram conduzidas pelo método dinâmico em um extrator de leito fixo. Os

ensaios obedeceram a um planejamento fatorial fracionário 24-1, tendo como variáveis

resposta o rendimento do processo, o poder antioxidante e a concentração de Carajurina, e

como variáveis independentes a pressão, a temperatura, a concentração de co-solvente (v/v) e

a concentração de água no co-solvente (v/v). Os rendimentos (massa de extrato seco/massa de

matéria-prima utilizada) obtidos da extração supercrítica variaram de 15,1% a 32%, sendo que

o melhor resultado foi obtido a 250 bar e 40°C, com uso do co-solvente a 30% (v/v) e

concentração de água no co-solvente igual a 50% (v/v). Através de análise estatística,

verificou-se que a concentração de co-solvente apresentou efeito significativo sobre o

rendimento. Os resultados de rendimento em massa para as extrações convencionais foram de

8,1% (água) e 5,5% (etanol). Através de análises cromatográficas em CLAE (Cromatografia

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Extração, caracterização e avaliação bioativa do extrato de Arrabidaea chica

iii Rogério Pitanga Santos, Junho de 2015

Líquida de Alta Eficiência), a Carajurina foi quantificada em todos os extratos obtidos e os

valores de concentração (massa de Carajurina/massa de extrato seco) variaram entre 1% e

2,21% para os extratos supercríticos. Quanto às extrações convencionais, não foi detectada

Carajurina no extrato aquoso, enquanto o extrato etanólico apresentou teor de Carajurina igual

a 7,04%, sendo, portanto, mais seletivo em Carajurina do que as extrações supercríticas. A

avaliação do poder antioxidante (método do sequestro do radical 2,2-difenil-1-picril-hidrazil-

DPPH) dos extratos supercríticos resultou em valores de EC50 (concentração efetiva que

neutraliza 50% dos radicais livres) compreendidos entre 38,34 e 86,13 μg/mL, enquanto que

as extrações convencionais resultaram em valores de EC50 de 167,34 (água) e 42,58 (etanol)

μg/mL. Já a quantificação dos compostos fenólicos (método espectrofotométrico de Folin-

Ciocalteau) dos extratos supercríticos resultou em valores compreendidos entre 48,93 e 88,62

mg EAG/g extrato (EAG = Equivalentes de Ácido Gálico), enquanto que as extrações sólido-

líquido resultaram em valores de 37,63 (água) e 80,54 (etanol) mg EAG/g extrato. A boa

atividade antioxidante pode ser atribuída não somente à presença de Carajurina, mas também

à existência de outros compostos fenólicos e antioxidantes na Arrabidaea chica. Através da

otimização do planejamento experimental, foi possível identificar o experimento que

apresentou o melhor resultado considerando as quatro variáveis resposta em conjunto. Este

experimento foi realizado nas seguintes condições: pressão de 200 bar, temperatura de 40°C,

concentração de co-solvente igual a 30% (v/v) e concentração de água no co-solvente igual a

30% (v/v). Conclui-se que, dentro da faixa estudada, é possível obter o resultado ótimo

utilizando condições operacionais mais amenas, o que implica em menores custos e maior

facilidade de operação.

PALAVRAS-CHAVE:

Arrabidaea chica. Extração supercrítica. Carajurina. Atividade antioxidante.

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Extração, caracterização e avaliação bioativa do extrato de Arrabidaea chica

iv Rogério Pitanga Santos, Junho de 2015

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Extração, caracterização e avaliação bioativa do extrato de Arrabidaea chica

v Rogério Pitanga Santos, Junho de 2015

ABSTRACT

The use of plants for medicinal purposes is ancient, with widespread application in medicinal

drugs. Although plants are promising sources for the discovery of new molecules of

pharmacological interest, estimates show that only 17% of them have been studied for their

possible use in medicine. Thus, biodiversity of Brazilian flora represents an immense

potential for economic use by the pharmaceutical industry. The plant Arrabidaea chica,

popularly known as “pariri”, is common in the Amazon region, and it is assigned several

medicinal properties. The leaves of this plant are rich in anthocyanins, which are phenolic

compounds with high antioxidant power. Antioxidant compounds play a vital role in the

prevention of neurological and cardiovascular diseases, cancer and diabetes, among others.

Within the anthocyanins found in Arrabidaea chica, stands out Carajurin (6,7-dihydroxy-5,4’-

dimethoxy-flavilium), which is the major pigment encountered in this plant. The present work

aimed to study on supercritical extraction and conventional extraction (solid-liquid extraction)

in leaves of Arrabidaea chica, evaluating the efficiency of the extractive processes,

antioxidant activity and quantification of Carajurin contained in the extracts. Supercritical

extraction used CO2 as solvent with addition of co-solvent (ethanol/water mixture) and were

conducted by the dynamic method in a fixed bed extractor. The trials followed a 24-1

fractional factorial design, the dependent variables were: process yield, concentration of

Carajurin and antioxidant activity; and independent variables were: pressure, temperature,

concentration of co-solvent (v/v) and concentration of water in the co-solvent mixture (v/v).

Yields (mass of dry extract/mass of raw material used) obtained from supercritical extraction

ranged from 15.1% to 32%, and the best result was obtained at 250 bar and 40 °C, co-solvent

concentration equal to 30% and concentration of water in the co-solvent mixture equal to

50%. Through statistical analysis, it was found that the concentration of co-solvent revealed

significant effect on the yield. Yields obtained from conventional extractions were of 8.1%

(water) and 5.5% (ethanol). Through HPLC (High-performance liquid chromatography)

analysis, Carajurin was quantified in all the extracts and concentration values (Carajurin

mass/mass of dry extract) ranged between 1% and 2.21% for supercritical extraction. For

conventional extraction, Carajurin was not detected in the aqueous extract, while the ethanol

extract showed Carajurin content of 7.04%, and therefore, more selective in Carajurin than the

supercritical extraction. Evaluation of antioxidant power (radical 2,2-diphenyl-1-picryl-

hydrazyl – DPPH – sequestration method) of the supercritical extracts resulted in EC50 values

(effective concentration which neutralizes 50% of free radicals) ranged from 38.34 to 86.13

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Extração, caracterização e avaliação bioativa do extrato de Arrabidaea chica

vi Rogério Pitanga Santos, Junho de 2015

μg/mL, while conventional extraction resulted in EC50 values of 167.34 (water) and 42.58

(ethanol) μg/mL. As for the quantification of total phenolic content (Folin-Ciocalteau

analysis) of the supercritical extracts resulted in values ranged from 48.93 and 88.62 mg

GAE/g extract (GAE = Gallic Acid Equivalents), while solid-liquid extraction resulted in

values of 37.63 (water) and 80.54 (ethanol) mg GAE/g extract. The good antioxidant activity

cannot be attributed solely to the presence of Carajurin, but also the existence of other

compounds and antioxidants in Arrabidaea chica. By optimizing the experimental design, it

was possible to identify the experiment that presented the best result considering the four

dependent variables together. This experiment was performed under the following conditions:

pressure of 200 bar, temperature of 40 °C, co-solvent concentration equal to 30% and

concentration of water in the co-solvent mixture equal to 30%. It is concluded that, within the

studied range, it is possible to purchase the optimum result using milder operating conditions,

which implies lower costs and greater ease of operation.

Keyword:

Arrabidaea chica. Supercritical extraction. Carajurin. Antioxidant activity.

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Extração, caracterização e avaliação bioativa do extrato de Arrabidaea chica

vii Rogério Pitanga Santos, Junho de 2015

DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a Jesus Cristo, meu

Senhor e Salvador.

À minha esposa Carolina e meu filho

Pedro, que são minha base e fortaleza em

todos os momentos.

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Extração, caracterização e avaliação bioativa do extrato de Arrabidaea chica

viii Rogério Pitanga Santos, Junho de 2015

AGRADECIMENTOS

Primeiramente, desejo agradecer a Deus por tudo, por cada dia, cada palavra de ânimo,

cada consolo, cada vitória e cada luta. Por ter morrido por mim na cruz e me ofertado

gratuitamente a vida eterna.

À minha família: minha esposa Carolina e meu filho Pedro. Eles são a base de tudo, as

pessoas que me conhecem melhor que eu mesmo, que alegram os meus dias e que me apoiam

quando os dias não são bons.

Aos meus pais, Nilton e Telma, pelos valores sólidos que me foram ensinados, e por

todo o amor e carinho. Sou o que sou graças a eles. Aos meus irmãos, Rafael (in memmorian),

Talita, Rosane e Patrícia, por serem meus companheiros sempre.

À professora e orientadora Elisa Maria Bittencourt Dutra de Sousa, por seus

ensinamentos, paciência, perseverança, dedicação, entusiasmo e conselhos. Ela mais do que

ninguém sabe de todas as dificuldades deste trabalho de dissertação. Sem a sua orientação e

incentivo, seria impossível concluí-lo.

À Profa. Dra. Mary Ann Foglio, à química Ilza Maria de Oliveira Sousa e toda equipe

da divisão de Fitoquímica do Centro Pluridisciplinar de Pesquisas Químicas, Biológicas e

Agrícolas (CPQBA) da Unicamp/SP, pela disponibilidade e apoio na preparação dos extratos

para análise cromatográfica.

A todos do Laboratório de Tecnologia Supercrítica e Biodiesel da UFRN: Anderson,

Nila, Ricardo, André, Ênio, Saulo, Gabriel, Paulo, Felippe, Izana, Isadora, Vitor e Aldo, por

toda a atenção, sugestões e conselhos, além das horas dedicadas à realização dos

experimentos, e por tornarem o laboratório um ótimo ambiente de trabalho.

Aos professores do PPGEQ que contribuíram de forma indireta e direta para a

realização deste trabalho.

Aos funcionários Mazinha e Medeiros por todo o apoio.

A todos os meus irmãos da Igreja do Nazareno de Parnamirim, que de certa forma são

minha segunda família. As orações deles foram essenciais.

Ao CNPq pelo apoio financeiro.

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Extração, caracterização e avaliação bioativa do extrato de Arrabidaea chica

ix Rogério Pitanga Santos, Junho de 2015

Sumário 1. Introdução............................................................................................................................ 2

1.1. Considerações iniciais .................................................................................................. 2

1.2. Objetivos ...................................................................................................................... 4

1.2.1. Objetivo geral ....................................................................................................... 4

1.2.2. Objetivos específicos ............................................................................................ 4

2. Revisão Bibliográfica .......................................................................................................... 7

2.1. Arrabidaea chica ......................................................................................................... 7

2.2. Antioxidantes ............................................................................................................... 9

2.2.1. Compostos fenólicos .......................................................................................... 11

2.3. Métodos de extração .................................................................................................. 15

2.3.1. Extração sólido-líquido (extração com solvente) ............................................... 15

2.3.2. Extração supercrítica .......................................................................................... 17

2.4. Cromatografia Líquida de Alta Eficiência (CLAE) ................................................... 20

2.5. Determinação da atividade antioxidante – Método do sequestro do radical 2,2-

difenil-1-picril-hidrazil (DPPH) ........................................................................................... 22

2.6. Determinação de fenólicos totais – Método espectrofotométrico de Folin-Ciocalteau

24

3. Materiais e métodos .......................................................................................................... 28

3.1. Preparação da amostra ............................................................................................... 28

3.2. Métodos de extração .................................................................................................. 29

3.2.1. Extração sólido-líquido ...................................................................................... 29

3.2.2. Extração supercrítica .......................................................................................... 31

3.3. Planejamento experimental ........................................................................................ 34

3.4. Análises Cromatográficas (CLAE ou HPLC) ............................................................ 34

3.5. Método do sequestro do radical 2,2-difenil-1-picril-hidrazil (DPPH) ....................... 36

3.6. Método espectrofotométrico de Folin-Ciocalteau ..................................................... 38

4. Resultados e discussões ..................................................................................................... 41

4.1. Caracterização da matéria-prima ............................................................................... 41

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Extração, caracterização e avaliação bioativa do extrato de Arrabidaea chica

x Rogério Pitanga Santos, Junho de 2015

4.2. Planejamento experimental – Extração Supercrítica ................................................. 41

4.3. Rendimento da extração ............................................................................................. 43

4.3.1. Extrações supercríticas ....................................................................................... 43

4.3.2. Extrações sólido-líquido ..................................................................................... 49

4.4. Análise cromatográfica e quantificação da Carajurina .............................................. 50

4.4.1. Quantificação da Carajurina ............................................................................... 50

4.4.2. Análise estatística de concentração de Carajurina dos extratos supercríticos .... 51

4.4.3. Análise dos cromatogramas ................................................................................ 53

4.5. Determinação da atividade antioxidante – Método do sequestro do radical 2,2-

difenil-1-picril-hidrazil (DPPH) ........................................................................................... 54

4.6. Determinação do teor de Compostos Fenólicos Totais (CFT) – Método

espectrofotométrico de Folin-Ciocalteau ............................................................................. 57

4.7. Otimização do planejamento experimental ................................................................ 59

5. Conclusão .......................................................................................................................... 64

6. Referências ........................................................................................................................ 68

7. Apêndices .......................................................................................................................... 82

7.1. Apêndice A – Curva de calibração da Carajurina ...................................................... 82

7.2. Apêndice B – Diferenças de metodologia na extração supercrítica .......................... 83

7.3. Apêndice C – Cromatogramas ................................................................................... 84

7.4. Apêndice D – Tabela de cálculo do CE50 do Ácido Ascórbico ................................. 88

7.5. Apêndice E – Dados experimentais de absorbância utilizados na construção da curva

padrão de ácido gálico .......................................................................................................... 89

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Extração, caracterização e avaliação bioativa do extrato de Arrabidaea chica

xi Rogério Pitanga Santos, Junho de 2015

Índice de figuras Figura 2.1 – Arrabidaea chica (“Pariri”). Fonte: Alves et al. (2010). ....................................... 7

Figura 2.2 – Estrutura química das principais antocianinas presentes na Arrabidaea chica.

Fonte: Paula et al. (2013). .......................................................................................................... 8

Figura 2.3 – Extrato da planta Arrabidaea chica. Fonte: autoria própria (2015). ...................... 9

Figura 2.4 – Mecanismo de ação dos antioxidantes. Fonte: Casagrande (2014)...................... 10

Figura 2.5 – Estrutura básica dos flavonóides. Fonte: Kalegari (2009). .................................. 12

Figura 2.6 – Estrutura geral das antocianinas. Fonte: Castañeda-Ovando et al. (2009). ......... 13

Figura 2.7 – Formas estruturais das antocianinas. Fonte: Malacrida & Motta (2006). ............ 14

Figura 2.8 – Cromatograma de extrato aquoso de Arrabidaea chica. Fonte: Devia et al.

(2002). ...................................................................................................................................... 22

Figura 2.9 – Estrutura molecular do radical DPPH (C18H12N5O6) PM 394,3. Fonte: Saito

(2007). ...................................................................................................................................... 22

Figura 2.10 – Reação química entre o BHT e o radical DPPH. Fonte: Tiveron (2010). .......... 23

Figura 2.11 – Reação de quantificação de compostos fenólicos totais por reagente de Folin-

Ciocalteau. Fonte: Cruz (2008). ............................................................................................... 25

Figura 3.1 – (a) Evaporador rotativo e (b) liofilizador utilizados nos experimentos. Fonte:

autoria própria (2015). .............................................................................................................. 31

Figura 3.2 – Ilustração do aparato de extração com CO2 pressurizado. Fonte: Galvão (2009).

.................................................................................................................................................. 31

Figura 3.3 – Etapas para realização da extração supercrítica. Fonte: autoria própria (2015). . 32

Figura 3.4 – Absorbância em função do comprimento de onda. Fonte: Santos (2013). .......... 38

Figura 4.1 – Matéria-prima após processo de redução do tamanho da partícula. Fonte: autoria

própria (2015). .......................................................................................................................... 41

Figura 4.2 – Diagrama de Pareto para os valores dos efeitos padronizados. ........................... 46

Figura 4.3 – Diagrama de Pareto para os valores de concentração de Carajurina. .................. 52

Figura 4.4 – Curva padrão de ácido ascórbico [AS(%) versus Conc. Ácido Ascórbico

(µg/mL)]. .................................................................................................................................. 55

Figura 4.5 – Curva padrão de ácido gálico [Absorbância versus Conc. Ácido Gálico (µg/mL)].

.................................................................................................................................................. 58

Figura 7.1 – Curva de calibração da Carajurina. ...................................................................... 82

Figura 7.2 – Comparativo entre metodologias de extração dos trabalhos de (a) Paula et al.

(2013), (b) Paula et al. (2014) e (c) do presente trabalho (R = resíduo; E = extrato) .............. 83

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Extração, caracterização e avaliação bioativa do extrato de Arrabidaea chica

xii Rogério Pitanga Santos, Junho de 2015

Figura 7.3 – Cromatograma do extrato supercrítico 1. ............................................................. 84

Figura 7.4 – Cromatograma do extrato supercrítico 2. ............................................................. 84

Figura 7.5 – Cromatograma do extrato supercrítico 3. ............................................................. 84

Figura 7.6 – Cromatograma do extrato supercrítico 4. ............................................................. 85

Figura 7.7 – Cromatograma do extrato supercrítico 5. ............................................................. 85

Figura 7.8 – Cromatograma do extrato supercrítico 6. ............................................................. 85

Figura 7.9 – Cromatograma do extrato supercrítico 7. ............................................................. 86

Figura 7.10 – Cromatograma do extrato supercrítico 8. ........................................................... 86

Figura 7.11 – Cromatograma do extrato aquoso. ..................................................................... 86

Figura 7.12 – Cromatograma do extrato etanólico. .................................................................. 87

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Extração, caracterização e avaliação bioativa do extrato de Arrabidaea chica

xiii Rogério Pitanga Santos, Junho de 2015

Índice de tabelas Tabela 2.1 – Poder antioxidante de extratos de plantas medicinais determinado a partir do

método do sequestro do radical DPPH ..................................................................................... 24

Tabela 2.2 – Teor de compostos fenólicos totais (CFT) de extratos de plantas medicinais ..... 26

Tabela 3.1 – Granulometria da matriz sólida a ser utilizada nos experimentos extrativos ...... 28

Tabela 3.2 – Níveis das variáveis do planejamento experimental ............................................ 34

Tabela 3.3 – Condições cromatográficas utilizadas para análise das antocianinas presentes na

Arrabidaea chica ...................................................................................................................... 35

Tabela 3.4 – Programa de gradiente da fase móvel para análises por HPLC-DAD ................. 36

Tabela 4.1 – Rendimento, quantificação da Carajurina e avaliação do potencial antioxidante

dos extratos de Arrabidaea chica obtidos através de extração supercrítica ............................. 44

Tabela 4.2 – Efeitos calculados no Statistica 7.0® para o planejamento experimental (variável

resposta: rendimento) ............................................................................................................... 45

Tabela 4.3 – Rendimentos, quantificação da Carajurina e avaliação do potencial antioxidante

dos extratos de Arrabidaea chica obtidos através de extração sólido-líquido ......................... 49

Tabela 4.4 – Efeitos calculados no Statistica 7.0® para o planejamento experimental (variável

resposta: concentração de Carajurina) ...................................................................................... 51

Tabela 4.5 – Quantidade de ácido ascórbico, de metanol PA e de solução de DPPH para a

montagem da curva do padrão .................................................................................................. 54

Tabela 4.6 – Concentração das soluções primárias .................................................................. 56

Tabela 4.7 – Quantidade de solução amostra, de metanol PA e de solução de DPPH para a

análise dos extratos ................................................................................................................... 56

Tabela 4.8 – Quantidade de reagentes e solventes utilizados para construção da curva de

calibração com ácido gálico ..................................................................................................... 58

Tabela 4.9 – Quantidade de reagentes e solventes utilizados para quantificação de compostos

fenólicos totais em extratos de Arrabidaea chica .................................................................... 59

Tabela 4.10 – Classificação dos resultados obtidos nas extrações supercríticas ...................... 60

Tabela 4.11 – Classificação dos experimentos supercríticos em função do rendimento, da

atividade antioxidante (AA) e dos teores de Carajurina e de compostos fenólicos totais (CFT)

.................................................................................................................................................. 61

Tabela 7.1 – Concentração de Carajurina utilizada para confecção de curva analítica............ 82

Tabela 7.2 – Cálculo do CE50 do ácido ascórbico .................................................................... 88

Tabela 7.3 – Dados experimentais da curva padrão de ácido gálico ........................................ 89

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Extração, caracterização e avaliação bioativa do extrato de Arrabidaea chica

xiv Rogério Pitanga Santos, Junho de 2015

Nomenclatura/Abreviações

ABSAmostra – Valor da absorbância da amostra do extrato ou do ácido ascórbico após a reação

com o controle

ABSControle – Valor da absorbância da solução controle (solução contendo apenas DPPH e

metanol PA)

a.C. – antes de Cristo

AS (%) – Percentagem de atividade sequestradora

BHA – Butil-hidroxianisol

BHT - Butil-hidroxitolueno

CE50 – Concentração efetiva que neutraliza 50% dos radicais livres

CFT – Compostos Fenólicos Totais

CLAE – Cromatografia Líquida de Alta Eficiência

CO2 – Dióxido de Carbono

DNA – Ácido Desoxirribonucleico

DPPH – 2,2-difenil-1-picril-hidrazil

DP – Diâmetro médio de partícula (mm)

Dpi – diâmetro da partícula da fração i (mm)

EAG – Equivalentes de Ácido Gálico

EFS – Extração em Fase Sólida

ERO – Espécie Reativa de Oxigênio

EUA – Estados Unidos da América

g – Unidade de massa (grama)

HPLC – High-performance liquid chromatography (cromatografia líquida de alta eficiência)

HPLC-DAD – Cromatografia líquida de alta eficiência com detector de arranjo de diodos

Humb. & Bonpl. – Alexander von Humboldt & Aimé Bonpland (cientistas)

H2O – Água

H3PO4 – Ácido Fosfórico

mAU – Área de pico

mesh – Unidade de medida de diâmetro de partícula

mg – Unidade de massa (miligrama)

mL – Unidade de volume (mililitro)

mm – Unidade de comprimento (milímetro)

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Extração, caracterização e avaliação bioativa do extrato de Arrabidaea chica

xv Rogério Pitanga Santos, Junho de 2015

min – Unidade de tempo (Minutos)

Mi – Massa de amostra na fração i (g)

M – Massa total de amostra (g)

n – números de frações

ND – Não Detectado

nm – Unidade de comprimento (nanômetro)

P – Pressão (bar)

p – Valor de significância (análise estatística)

PA – Alto grau de pureza

Pc – Pressão crítica

PG – Propil galato

pH – Potencial hidrogeniônico

PVDF - Fluoreto Polivinilideno

rpm – Rotações Por Minuto

T – Temperatura (°C)

Tc – Temperatura crítica (°C)

UV – Ultra Violeta

xi – Corresponde à percentagem de amostra retida na fração i

°C – Unidade de temperatura (Grau Celsius)

µg – Unidade de massa (micrograma)

µL – Unidade de volume (microlitro)

µm – Unidade de comprimento (micrômetro)

% m/m – Porcentagem em massa

% v/v – Porcentagem em volume

λ – Comprimento de onda

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Capítulo 1

Introdução

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Introdução

2 Rogério Pitanga Santos, Junho de 2015

1. Introdução

1.1. Considerações iniciais

A utilização de plantas com finalidades medicamentosas é milenar. Há relatos, por

exemplo, do uso de plantas para fins medicinais que datam de 3.000 a.C. (Alves et al., 2010).

Foi através da observação e da experimentação pelos povos primitivos que as propriedades

terapêuticas de determinadas plantas foram sendo descobertas e propagadas de geração em

geração, fazendo parte da cultura popular (Turolla & Nascimento, 2006).

A análise do índice de novos fármacos aprovados para uso terapêutico entre os anos

2000 e 2006 demonstrou que cerca de 50% destes são originários de produtos naturais

(Newman & Cragg, 2007). Estima-se que mais de 50% dos medicamentos prescritos nos

Estados Unidos devam conter princípios de origem natural, sendo que pelo menos 25%

contêm substâncias ativas isoladas de plantas, ou são formas modificadas dos compostos

químicos isolados (Balunas & Kinghorn, 2005). Fitoterápicos são responsáveis por 25% do

receituário médico nos países desenvolvidos e cerca de 80% nos países em desenvolvimento

(Simões et al., 2007).

São inúmeros os exemplos de medicamentos que foram desenvolvidos, direta ou

indiretamente, de fontes naturais, especialmente de plantas, e são aplicados na clínica,

incluindo entre outros a morfina (Papaver somniferum), a pilocarpina (Pilocarpus jaborandi),

os digitálicos (Digitalis purpurea), a quinina (Cinchona spp), a artemisina (Artemisia annua),

a atropina (Atropa belladonna) e a escopolamina (Datura stramonium); vários medicamentos

que são utilizados no tratamento do câncer, entre eles a vimblastina, vincristina (Catharanthus

roseus) e taxol (Taxus brevifolia); além de vários imunossupressores e antibióticos (Calixto,

2001).

Outro fator motivador para o estudo de plantas medicinais é o aumento da resistência de

microorganismos às drogas em uso, o que tem atraído a atenção da comunidade científica para

a pesquisa de drogas provenientes de fontes naturais (Pai, Acharya & Udupa, 2004).

Apesar das plantas serem fontes promissoras para a descoberta de novas moléculas de

interesse farmacológico, estimativas revelam que apenas 17% delas já foram estudadas quanto

a sua possibilidade de uso na medicina. Assim, a biodiversidade brasileira representa um

imenso potencial de utilização econômica pela indústria farmacêutica, justificando esforços

para sua conservação (Taffarelo, 2008).

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Introdução

3 Rogério Pitanga Santos, Junho de 2015

O Brasil é o país com maior biodiversidade do mundo, contando com mais de 55.000

espécies catalogadas de um total estimado entre 350.000 a 550.000 (Simões et al., 2007).

Entre estas espécies, encontra-se a Arrabidaea chica, popularmente conhecida como “pariri”,

comum na região Amazônica. A medicina tradicional atribui à espécie um amplo espectro de

propriedades, tais como antioxidantes, anti-inflamatórias, adstringentes e terapêuticas, além

de apresentar eficácia no tratamento do câncer (Tafarello, 2008).

As folhas da Arrabidaea chica são ricas em antocianinas (Jorge, 2008), que são

compostos fenólicos vastamente distribuídos na natureza e responsáveis pela coloração azul,

violeta e vermelha presente em algumas flores, frutos, folhas e raízes de plantas (Paula et al.,

2013). Dentre as antocianinas presentes nesta espécie, o principal composto é um pigmento

conhecido como Carajurina (Paula et al., 2014).

Uma das propriedades mais significativas das antocianinas é sua atividade antioxidante,

que desempenha um papel vital na prevenção de doenças neurológicas e cardiovasculares,

câncer e diabetes, entre outras (Castañeda-Ovando et al., 2009).

As antocianinas são pigmentos polares tradicionalmente extraídos através de métodos

convencionais, como extração sólido-líquido, utilizando solventes aquosos ou alcóolicos

levemente acidificados. Além disso, dióxido de carbono supercrítico pode ser usado em

conjunto com etanol e água para extrair compostos polares (Paula et al., 2013).

A extração supercrítica consiste na utilização de um fluido supercrítico como solvente

(geralmente dióxido de carbono), de modo a aproveitar as características especiais deste tipo

de fluido, que possui propriedades intermediárias entre as dos gases e dos líquidos. O fluido

supercrítico apresenta densidade semelhante aos líquidos, e, consequentemente, boa

propriedade de solubilização. Por outro lado, apresenta baixa viscosidade e alto valor de

difusividade, que são propriedades de um gás, o que favorece a penetração na matriz sólida

(Brunner, 1994).

A extração supercrítica utilizando co-solventes (solventes combinados com dióxido de

carbono supercrítico) tem sido empregada para aumentar a eficiência de extração e modificar

a seletividade do solvente. O uso de co-solventes pode alterar algumas características da

mistura CO2 + co-solvente, como polaridade e interações específicas com o soluto, formando

pontes de hidrogênio ou interagindo com os sítios ativos da matriz sólida (Dalmolin et al.,

2010).

É importante destacar que a extração supercrítica apresenta-se como uma alternativa

interessante para extração de produtos naturais, devido principalmente a dois fatores: i) a

possibilidade de utilização de temperaturas mais amenas quando comparadas àquelas

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Introdução

4 Rogério Pitanga Santos, Junho de 2015

utilizadas em técnicas de extração tradicionais, já que temperaturas elevadas podem ocasionar

a degradação de compostos termossensíveis presentes nas plantas; ii) o fato de que grande

parte dos solventes utilizados nas técnicas tradicionais é prejudicial à saúde e necessita ser

separada do extrato, ao contrário do que ocorre na extração supercrítica (Santos, 2013). O

primeiro fator é importante para a extração da Arrabidaea chica, já que as antocianinas

presentes nos extratos desta planta são substâncias termossensíveis.

Considerando o crescimento da utilização de substâncias de origem natural para

fabricação de fármacos, o estudo da extração dos compostos fenólicos, em especial as

antocianinas, presentes na Arrabidaea chica torna-se de grande valia para o meio científico.

1.2. Objetivos

1.2.1. Objetivo geral

Ampliação do conhecimento científico acerca da extração de compostos fenólicos de

plantas e dos processos de extração supercrítica e de extração sólido-líquido aplicados à

planta Arrabidaea chica, cujo extrato apresenta atividade antioxidante e aplicações na

indústria farmacêutica.

1.2.2. Objetivos específicos

• Obtenção do extrato de folhas de Arrabidaea chica através do processo de extração

supercrítica em diferentes condições operacionais;

• Avaliação preliminar da influência de parâmetros de processo (pressão,

temperatura, concentração de co-solvente na mistura com CO2 e concentração de

água no co-solvente) no rendimento, atividade antioxidante, teor de Carajurina e

teor de compostos fenólicos totais dos extratos obtidos através de extração

supercrítica;

• Obtenção do extrato de folhas de Arrabidaea chica através do processo de extração

sólido-líquido; determinação de rendimento, atividade antioxidante, teor de

Carajurina e teor de compostos fenólicos totais dos extratos; e comparação com

aqueles obtidos através de extração supercrítica.

O presente trabalho encontra-se dividido em sete capítulos. O capítulo 1 aborda as

considerações iniciais e apresenta os objetivos do trabalho. No capítulo 2 é apresentada a

revisão bibliográfica, incluindo tópicos sobre a planta Arrabidaea chica, substâncias

antioxidantes, o grupo das antocianinas e os métodos de extração e de análise utilizados neste

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Introdução

5 Rogério Pitanga Santos, Junho de 2015

trabalho. No capítulo 3 são descritas as metodologias aplicadas no preparo das amostras e nos

processos de extração e de análise dos extratos obtidos.

O capítulo 4 apresenta os resultados e discussões, incluindo rendimento dos processos

de extração, teor de Carajurina e atividade antioxidante dos extratos obtidos, e a correlação

destes resultados com o método de extração e as condições operacionais empregados. No

capítulo 5 são apresentadas as conclusões derivadas das discussões detalhadas no capítulo

anterior, destacando-se as melhores condições operacionais para obtenção de extratos de

interesse para uso na indústria farmacêutica e sugestões para trabalhos futuros.

Os capítulos 6 e 7 encerram o trabalho, trazendo, respectivamente, a bibliografia

consultada e os apêndices.

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Capítulo 2

Revisão Bibliográfica

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Revisão Bibliográfica

7 Rogério Pitanga Santos, Junho de 2015

2. Revisão Bibliográfica

2.1. Arrabidaea chica

Arrabidaea chica (Humb. & Bonpl.) Verlot (Figura 2.1) é uma espécie da família

Bignoniaceae, nativa de quase todo o Brasil e muito comum na Floresta Amazônica. Esta

espécie recebe várias denominações nas diversas regiões brasileiras, tais como pariri

(denominação mais comum no Estado do Pará), crajiru, puca-panga, coapiranga, chica, cipó-

cruz, entre outras (Jorge, 2008).

Figura 2.1 – Arrabidaea chica (“Pariri”). Fonte: Alves et al. (2010).

A família Bignoniaceae encerra 120 gêneros com aproximadamente 800 espécies, que

são encontradas em sua maioria em regiões tropicais e subtropicais, com dois grandes centros

de distribuição geográfica, o Brasil e o continente africano. Observa-se que o Brasil é

provavelmente a região onde a família apresenta-se com o maior número de espécies,

ocorrendo desde a Amazônia até o Rio Grande do Sul, não possuindo um habitat único (Alves

et al., 2010).

O gênero Arrabidaea ocorre na América, desde o sul do México até o Brasil central.

Este gênero é fonte de antocianinas, flavonóides e taninos, entre outros (Devia et al., 2002;

Pauletti, Bolzani & Young, 2003; Zorn et al., 2001). As espécies pertencentes ao gênero têm

sido usadas na medicina tradicional como agente antioxidante, anti-inflamatório, adstringente,

antimicrobiano e antitumoral (Rocha et al., 2011).

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Revisão Bibliográfica

8 Rogério Pitanga Santos, Junho de 2015

Quanto à espécie Arrabidaea chica, o primeiro estudo das folhas desta planta relata o

isolamento da 3-desoxiantocianidina conhecida como Carajurina (Chapman, Perkin &

Robinson, 1927). Posteriormente, Scogin (1980) e Harborne & Willians (1998) propuseram

que a ocorrência deste raro pigmento provavelmente era restrita à Arrabidaea chica. Estudos

posteriores resultaram no isolamento de taninos, flavonóides, antocianidinas e fito-esteróis

(Jorge, 2008).

No Brasil, Arrabidaea chica é usada em tatuagens pelos índios (Taffarelo, 2008). As

propriedades de coloração são devidas à presença de três pigmentos pertencentes ao grupo das

antocianinas (Figura 2.2):

a) 6,7,3’,4’-tetrahidroxi-5-metoxi-flavilium;

b) 6,7,4’-trihidroxi-5-metoxi-flavilium (Carajurona);

c) 6,7-dihidroxi-5,4’-dimetoxi-flavilium (Carajurina).

Figura 2.2 – Estrutura química das principais antocianinas presentes na Arrabidaea chica.

Fonte: Paula et al. (2013).

Várias propriedades são atribuídas à espécie Arrabidaea chica, tais como propriedades

adstringentes e terapêuticas. O chá de suas folhas é utilizado na medicina tradicional para

tratamento de enfermidades de pele, cólicas intestinais, diarreias, anemias, micoses,

corrimento vaginal, sífilis, conjuntivite e leucemia, entre outros usos. Extratos da planta

(Figura 2.3) mostraram atividade antimicrobiana, anti-inflamatória e antioxidante, além de

serem efetivos como agentes anticancerígenos (Alves et al., 2010; Jorge, 2008; Michel et al.,

2015; Paula et al., 2013; Taffarelo, 2008).

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Revisão Bibliográfica

9 Rogério Pitanga Santos, Junho de 2015

Figura 2.3 – Extrato da planta Arrabidaea chica. Fonte: autoria própria (2015).

2.2. Antioxidantes

Os radicais livres são átomos ou moléculas capazes de possuir existência independente

contendo um ou mais elétrons não-pareados em seu orbital. São altamente instáveis, com

meia-vida curta e quimicamente muito reativos. O termo Espécie Reativa de Oxigênio (ERO)

é usado para identificar radicais e alguns não-radicais que se apresentam como agentes

oxidantes ou são facilmente convertidos em radicais (Gonçalves, 2008).

Esses radicais são encontrados em todos os sistemas biológicos, podendo ser gerados no

citoplasma, nas mitocôndrias ou na membrana celular. A geração de radicais livres constitui

uma ação contínua e fisiológica, cumprindo funções biológicas essenciais. São formados em

um cenário de reações de óxido-redução, provocando ou resultando essas reações, ou seja,

podem tanto ceder o elétron solitário e serem oxidados, ou podem receber outro elétron e

serem reduzidos. Em condições fisiológicas do metabolismo celular aeróbio, o oxigênio sofre

redução tetravalente, com aceitação de quatro elétrons, resultando na formação de H2O.

Durante esse processo são formados intermediários reativos, como os radicais superóxido

(O2•-), hidroperoxila (HO2•), hidroxila (OH•) e peróxido de hidrogênio (H2O2) (Nascimento,

2010).

As EROs podem ser geradas por fontes endógenas ou exógenas. Alguns processos

biológicos que ocorrem no organismo dão origem às EROs endógenas. Já as fontes exógenas

incluem tabaco, poluição do ar, anestésicos, pesticidas e radiações (Vedana, 2008). Os

sistemas biológicos controlam estes fatores oxidativos via diversos mecanismos antioxidantes

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Revisão Bibliográfica

10 Rogério Pitanga Santos, Junho de 2015

que restringem a reatividade dos radicais livres. Muitos componentes da dieta podem

contribuir para estes sistemas de defesa antioxidantes (Baggio, 2006).

Se houver estímulo exagerado na produção das EROs, de modo a suplantar as defesas

naturais do organismo, elas podem induzir a oxidação de lipídios de membrana, proteínas,

enzimas, carboidratos e DNA, prejudicando o equilíbrio e gerando o estresse oxidativo

(Valkon et al., 2007). O dano causado a esses componentes celulares se acumula com o passar

dos anos e contribui para a degeneração de células e indução de doenças crônico-

degenerativas, especialmente associadas ao avanço da idade, tais como câncer, aterosclerose,

mal de Parkinson, mal de Alzheimer e catarata. As EROs encontram-se relacionadas a cerca

de 60 condições clínicas (Scalbert et al., 2005).

Os antioxidantes são substâncias que podem retardar ou inibir a oxidação de lipídios ou

de outras moléculas, evitando o início ou a propagação das reações em cadeia de oxidação

(Zácari, 2008). Eles fazem isso através da doação de um de seus elétrons. Os antioxidantes

são estáveis, por isso não se tornam radicais livres quando doam seus elétrons. Por esse

motivo, são substâncias capazes de estabilizar os radicais livres (Casagrande, 2014).

Do ponto de vista estrutural, os antioxidantes são compostos aromáticos que possuem

ao menos uma hidroxila (Casagrande, 2014). A atuação dos antioxidantes ocorre quando o

átomo de hidrogênio ativo do antioxidante é abstraído pelos radicais livres e radicais

peróxidos, sendo que este ato ocorre mais facilmente do que com os hidrogênios alílicos das

moléculas insaturadas. Deste ato, são formadas espécies inativas para reagir em cadeia e

também um radical inerte (A•) procedente do antioxidante, levando à estabilidade da reação

(Figura 2.4). O radical inerte é estabilizado por ressonância, logo não tem capacidade de

iniciar ou propagar as reações oxidativas. Desta forma, o mecanismo de ressonância que

possuem os antioxidantes (por possuírem um anel de benzeno) os impede de vir a se tornarem

radicais livres e assim potencializar a oxidação lipídica (Ramalho & Jorge, 2006).

Figura 2.4 – Mecanismo de ação dos antioxidantes. Fonte: Casagrande (2014).

Os antioxidantes podem ser endógenos (produzidos no corpo humano) ou exógenos

(obtidos da dieta). Dentre os exógenos, eles podem ser sintéticos, como o butil-hidroxianisol

(BHA), butil-hidroxitolueno (BHT) e o propil galato (PG); ou naturais, substâncias bioativas

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11 Rogério Pitanga Santos, Junho de 2015

tais como organosulfurados, fenólicos e terpenos, que fazem parte da constituição de diversos

alimentos e plantas (Nascimento, 2010).

A utilização dos antioxidantes sintéticos teve início na década de 40. Porém, estudos

toxicológicos têm demonstrado que estas substâncias apresentam efeito nocivo ao organismo.

O BHT vem sendo relacionado ao desenvolvimento de doenças pulmonares (Afonso, 2006),

enquanto o BHA mostrou induzir hiperplasia gastrointestinal em roedores por um mecanismo

desconhecido (Ramalho & Jorge, 2006). Frente aos efeitos adversos, o uso de antioxidantes

sintéticos é limitado em muitos países. No Brasil, o Ministério da Saúde estabelece como

concentração máxima permitida 200 mg/kg de BHA, BHT e PG (Anvisa, 2015).

Tendo em vista os indícios de problemas que podem ser causados pelo consumo de

antioxidantes sintéticos, pesquisas têm sido desenvolvidas no sentido de encontrar

antioxidantes provenientes de fontes naturais (Nascimento, 2010). Dentre os antioxidantes

naturais, destacam-se a vitamina E, o ácido ascórbico e principalmente os compostos

fenólicos, que são os antioxidantes mais abundantes da dieta humana (Cerqueira, Medeiros &

Augusto, 2007).

Como antioxidantes naturais, os compostos fenólicos presentes nos vegetais têm

recebido grande importância nos últimos anos.

2.2.1. Compostos fenólicos

Os compostos fenólicos pertencem a um amplo e complexo grupo de fitoquímicos,

sendo produzidos pelo metabolismo secundário de vegetais e tem como estrutura básica um

anel aromático podendo ter uma ou mais hidroxilas. Os compostos fenólicos conforme a sua

estrutura pertencem a classes, e de acordo com o número e posição dos seus grupos hidroxilas

e de outros grupos substituintes que existem na molécula, são separados em subclasses (Melo

et al., 2009).

Os compostos fenólicos podem ser encontrados em plantas comestíveis ou não, os

mesmos podem ter múltiplos efeitos biológicos, incluindo a atividade antioxidante. Os

extratos de materiais vegetais ricos em compostos fenólicos possuem potencial de retardar a

degradação oxidativa dos lipídeos (Casagrande, 2014).

Os compostos fenólicos vegetais constituem um grupo quimicamente heterogêneo, com

aproximadamente 10.000 compostos, podendo ser classificados em flavonóides e não

flavonóides. Os não flavonóides compreendem o grupo dos ácidos benzoicos (C6 – C1),

tendo como derivados os ácidos salicílicos, vanílico, hidroxibenzóico, gentísico, siríngico,

gálico e protocatéquico. Compreende também o grupo dos não flavonóides, os ácidos

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12 Rogério Pitanga Santos, Junho de 2015

cinâmicos, que são portadores de cadeia lateral insaturada (C6 – C3) e outros derivados

fenólicos como os estilbenos (resveratrol) (Flanzy, 2000).

2.2.1.1. Flavonóides

Os flavonóides constituem a maior classe de compostos fenólicos vegetais. O esqueleto

básico dos flavonóides contém 15 carbonos organizados em dois anéis aromáticos, conectados

por uma ponte de três carbonos (Figura 2.5) e incluem um grande número de substâncias

coloridas (Taiz & Zeiger, 2009). São fitoquímicos que beneficiam a saúde. Quase todos os

tecidos de plantas são capazes de sintetizar flavonóides, havendo pelo menos 2.000 de

ocorrência natural. Os flavonóides podem ser divididos em 14 subclasses, sendo os incluídos

na dieta humana divididos essencialmente em 6 grupos: flavanóis, flavonóis, flavonas,

flavanonas, isoflavonóides e antocianidinas (Hubinger, 2009).

Dentre os metabólitos de planta, os flavonóides são provavelmente os mais versáteis.

Eles têm sido considerados como responsáveis pela atividade anti-inflamatória, anti-

hepatotóxica e anti-hipertensiva de várias plantas (Oliveira et al., 2009).

Figura 2.5 – Estrutura básica dos flavonóides. Fonte: Kalegari (2009).

2.2.1.2. Antocianinas

As antocianinas (do grego anthos = flor e kianos = azul) são os pigmentos mais

importantes das plantas vasculares; eles são atóxicos e de fácil incorporação em meios

aquosos, o que os faz interessantes para uso como corantes hidrosolúveis. Estes pigmentos

são responsáveis pela coloração laranja, rosa, vermelha, violeta e azul das flores e frutos de

algumas plantas (Castañeda-Ovando et al., 2009).

Além da capacidade de utilização como corante, outra propriedade importante das

antocianinas é sua atividade antioxidante, que desempenha um papel vital na prevenção de

doenças neurológicas e cardiovasculares, câncer e diabetes, entre outras. Há vários trabalhos

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13 Rogério Pitanga Santos, Junho de 2015

focados no efeito das antocianinas no tratamento do câncer, nutrição humana e atividade

biológica (Lule & Xia, 2005; Nichenametla et al., 2006; Stintzing & Carle, 2004).

As antocianidinas são a estrutura básica das antocianinas (Figura 2.6). As antocianidinas

(ou agliconas) consistem em um anel aromático [A] ligado a um anel heterocíclico [C] que

contém oxigênio, o qual é também ligado, por uma ligação carbono-carbono, a um terceiro

anel aromático [B]. Quando as antocianidinas são encontradas na sua forma glicosada (ligadas

a uma porção de açúcar), elas são conhecidas como antocianinas (Konczak & Zhang, 2004).

Figura 2.6 – Estrutura geral das antocianinas. Fonte: Castañeda-Ovando et al. (2009).

Há uma grande variedade de antocianinas na natureza. As principais diferenças entre

elas é o número de grupos hidroxilados, a natureza e a quantidade de açúcares ligados a sua

estrutura, e a posição destas ligações. Até 2008, havia registro de mais de 500 diferentes

antocianinas e 23 antocianidinas (Kong et al., 2003).

As antocianinas isoladas são extremamente instáveis e muito suscetíveis à degradação.

Sua estabilidade é afetada por diversos fatores como pH, temperatura, estrutura química,

concentração, luz e oxigênio. A estabilização química das antocianinas é o principal foco de

recentes estudos devido a sua abundância e aplicações em diversos ramos (Rein, 2005).

Antocianinas podem ser encontradas em diferentes formas químicas de acordo com o

pH da solução. Em pH igual a 1,0, o cátion flavilium é a espécie predominante e contribui

para cores vermelhas e roxas. Em pH entre 2,0 e 4,0, as formas quinoidais, azuis ou violetas,

predominam. Em pH entre 5,0 e 6,0, apenas duas espécies incolores podem ser observadas, a

pseudobase carbinol e a chalcona (Figura 2.7). Para valores de pH maiores que 7 (ou seja, pH

básico), as antocianinas são degradadas dependendo de seus grupos substituintes (Castañeda-

Ovando et al., 2009; Malacrida & Motta, 2006).

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Revisão Bibliográfica

14 Rogério Pitanga Santos, Junho de 2015

Figura 2.7 – Formas estruturais das antocianinas. Fonte: Malacrida & Motta (2006).

As antocianinas desempenham importante papel nas interações de insetos com plantas

para a polinização e dispersão de sementes. Também apresentam um papel importante nas

interações ligadas à defesa contra insetos herbívoros (Jorge, 2008).

As antocianinas de frutas vermelhas, como framboesa, amora e morango, demonstraram

potencial no combate a Helicobater pylory, um patógeno nocivo que causa diversas doenças

gastrointestinais, incluindo úlcera duodenal e câncer gástrico (Zafra-Stone, Yasmin & Bagchi,

2007).

O suco de fruta de Aronia melanocarpa, rico em antioxidantes fenólicos, principalmente

antocianinas, demonstrou significante poder de redução de glicose sanguínea em ensaios com

ratos diabéticos (Valcheva-Kuzmanova, Kuzmanov & Tancheva, 2007). Vaccinium

angustifolium Ait. (Lowbush blueberry), também rica em antocianinas, também apresentou

poder antidiabético (Harris et al., 2007).

Estudos demonstram que o tratamento de adipócitos humanos (células que armazenam

gorduras) com antocianina pode controlar a expressão do gene de adipocitocina, melhorando

as funções relacionadas à obesidade e diabetes (Tsuda, Ueno & Yoshikawa, 2006).

As antocianinas apresentam atividade antioxidante. Vários estudos sugerem que a

quantidade de antocianinas em frutas e vegetais contribui para seu efeito protetor contra

doenças degenerativas e crônicas. Vários trabalhos reportam que alguns extratos de plantas e

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15 Rogério Pitanga Santos, Junho de 2015

frutos com alto teor de compostos fenólicos apresentam ação como inibidores de mutagênese

e carcinogênese (Hirsch, 2011).

As antocianinas têm mostrado uma atividade antioxidante maior que vitaminas C e E

(Bagchi et al., 1998). Estes compostos são capazes de capturar radicais livres pela doação de

átomos de hidrogênio fenólicos; esta é a razão para sua atividade anticarcinogênica. Foi

também reportada uma correlação linear entre os valores de capacidade antioxidante e a

concentração de antocianinas em amoras, framboesas vermelhas e pretas, e morangos

(Castañeda-Ovando et al., 2009).

Dentre os métodos de separação utilizados para obtenção de antocianinas, o mais

comum é a extração com solvente. Antocianinas são pigmentos polares, logo os solventes

mais utilizados nas extrações são misturas aquosas de etanol, metanol ou acetona. Estas

metodologias implicam na co-extração de substâncias não-fenólicas, tais como açúcares,

ácidos orgânicos e proteínas, requerendo processos de purificação subsequentes, como

extração em fase sólida – EFS (Kahkonen, Hopia & Heinonen, 2001).

Entre os métodos mais comuns, estão aqueles em que etanol ou metanol acidificados

são utilizados como agentes extratores, sendo o uso da acidificação realizado para evitar

degradação, que ocorre em pH básico, conforme explicado anteriormente. A extração com

metanol é mais eficiente, porém na indústria alimentícia, etanol é mais utilizado devido à

toxicidade do metanol. De acordo com o reportado na literatura, pode ser observado que para

extração de maior quantidade de antocianinas, é necessária a utilização de ácidos fracos para

extração, como ácido acético ou fórmico (Castañeda-Ovando et al., 2009).

Adicionalmente, dióxido de carbono pode ser utilizado em combinação com etanol ou

água para extração de compostos polares. A extração supercrítica usando co-solventes

(solventes orgânicos combinados com dióxido de carbono supercrítico) tem sido utilizada

para aumentar a eficiência de extração e modificar a seletividade do solvente. O uso de co-

solventes pode alterar algumas características da mistura CO2+co-solvente, como polaridade e

interações específicas com o soluto, formando pontes de hidrogênio ou interagindo com os

sítios ativos da matriz sólida (Paula et al., 2013).

2.3. Métodos de extração

2.3.1. Extração sólido-líquido (extração com solvente)

A extração sólido-líquido é a técnica mais comum para obtenção de antocianinas a

partir de plantas (Castañeda-Ovando et al., 2009). É uma técnica tradicional, que consiste na

imersão da planta em solvente adequado durante certo período de tempo, com agitação e

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16 Rogério Pitanga Santos, Junho de 2015

temperatura controladas. A separação realiza-se quimicamente, sendo o solvente

posteriormente removido por evaporação (Galvão, 2004).

A maior dificuldade na extração sólido-líquido consiste no fato de ser praticamente

impossível remover, sem um grande dispêndio de energia e custos, todo o solvente residual,

podendo este causar alterações químicas nas moléculas e provocar efeitos tóxicos nos

consumidores (Melecchi, 2005).

O uso do método de extração com solvente depende de alguns parâmetros, como a

distribuição e proporção do constituinte solúvel no sólido, e a natureza dos sólidos. Alguns

fatores exercem influência na velocidade de extração, como o tamanho das partículas sólidas,

a seletividade do solvente e a viscosidade. A agitação do solvente favorece o contato

sólido/solvente, e a solubilidade do soluto no solvente é aumentada em temperaturas mais

elevadas (Treybal, 1981).

Zorn et al. (2001) realizaram extração sólido-líquido de folhas de Arrabidaea chica

utilizando éter etílico, obtendo rendimento de aproximadamente 3%. O resíduo desta extração

foi extraído com metanol, e este extrato apresentou atividade anti-inflamatória. Estas

extrações foram o primeiro passo para o isolamento de antocianinas que foi realizado neste

trabalho.

Souza (2007), por sua vez, realizou a extração com uma mistura etanol-água (8:2) com

rendimento de aproximadamente 38%, visando analisar as ações deste extrato sobre o

metabolismo hepático.

Etanol foi o solvente utilizado por Barbosa et al. (2008) para obtenção de extrato de

Arrabidaea chica com rendimento aproximado de 3%, com o objetivo de avaliar propriedades

antifúngicas deste extrato.

Jorge (2008) utilizou metanol acidificado como solvente para realizar a operação de

maceração em folhas de Arrabidaea chica. Neste trabalho, o objetivo foi a avaliação da

atividade cicatrizante do extrato.

Para avaliação do potencial antimicrobiano da Arrabidaea chica, Hofling et al. (2010)

utilizaram extração com diclorometano, seguida por extração do resíduo com metanol.

Paula et al. (2013) utilizaram solventes acidificados (etanol, água e mistura etanol/água

– 70:30, v:v) para obtenção de extrato de folhas de Arrabidaea chica. Os rendimentos obtidos

foram, respectivamente, 3%, 17,5% e 29%.

Segundo Castañeda-Ovando et al. (2009), para obtenção de antocianinas, o mais comum

é utilizar metanol ou etanol acidificados como agentes extratores.

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17 Rogério Pitanga Santos, Junho de 2015

2.3.2. Extração supercrítica

Gases comprimidos têm sido utilizados como solvente em diversos processos de

extração, devido ao fato das propriedades físico-químicas destes fluidos serem intermediárias

entre as dos gases e dos líquidos (Brunner, 1994). Em condições adequadas de pressão e

temperatura, os gases comprimidos têm densidade semelhante aos líquidos, logo, boas

propriedades de solubilização. Porém, a seletividade destes gases pode ser variada

significativamente pela alteração da pressão ou temperatura, o que não ocorre no caso de

solventes líquidos. Por outro lado, o fato de apresentarem baixa viscosidade e altos valores de

difusividade, que são propriedades de um gás, favorece o aumento do poder de penetração na

matriz sólida. Estas propriedades são responsáveis pelas altas taxas de transferência de massa

observadas quando gases comprimidos são usados como solventes (Galvão, 2004). Uma

importante característica desses gases é o fato de que pequenas alterações na pressão ou

temperatura provocam grandes alterações na densidade da substância.

Um fluido é dito supercrítico quando se encontra a uma temperatura e pressão acima de

sua temperatura e pressão críticas. No caso do dióxido de carbono, sua temperatura e pressão

críticas são 31,1 ºC e 73,8 bar, respectivamente (Smith, Van Ness & Abbott, 2007).

O uso de fluidos supercríticos era bastante limitado até o início dos anos 80, devido às

dificuldades de operação relacionadas às condições operacionais (altas temperaturas e

pressões). Porém, a partir de então, os processos extrativos envolvendo este tipo de fluido têm

crescido, especialmente na extração de óleos essenciais, descafeinização do café, extração de

compostos de plantas medicinais e na remoção de nicotina do tabaco, entre outras aplicações

(Santos, 2013).

Em uma extração supercrítica (ESC), utiliza-se um fluido supercrítico como solvente,

sendo o dióxido de carbono um dos mais utilizados (Oliveira, 2010). Isto porque este fluido é

considerado um “solvente verde”, é um solvente não tóxico e seguro (GRAS = Generally

recognized as safe), não inflamável e de baixo custo. Além disso, o dióxido de carbono

supercrítico apresenta alta compressibilidade, densidade semelhante aos líquidos, alta

difusividade, baixa viscosidade e tensão superficial, propriedades que favorecem a penetração

e transporte do fluido na matriz vegetal (Paula, 2013).

Sendo apolar, o dióxido de carbono supercrítico dissolve preferencialmente compostos

apolares e de baixa polaridade. O aumento da pressão torna este fluido menos apolar, e com

isso, consegue extrair substâncias mais polares. No entanto, substâncias de alta polaridade

também podem ser extraídas com o emprego de co-solventes, tais como etanol e água, já que

as propriedades de solvatação dos fluidos supercrítico podem ser modificadas facilmente pela

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18 Rogério Pitanga Santos, Junho de 2015

adição de pequenas quantidades dessas substâncias (Vasapollo et al., 2004). A adição de co-

solvente será vantajosa no processo de separação se a seletividade puder ser melhorada devido

a interações específicas entre o co-solvente e componentes específicos de uma mistura

(Temelli, 2008).

Entre as vantagens do uso da extração supercrítica, é possível citar (Galvão, 2004):

• Possibilidade de utilização de baixas temperaturas, o que é vantajoso na obtenção

de extratos de plantas, que muitas vezes contém compostos termossensíveis;

• O processo ocorre na ausência de luz e ar, o que pode reduzir a incidência de

degradação nas extrações, como por exemplo, reações de oxidação de elementos

fotossensíveis;

• O dióxido de carbono é um solvente inerte, logo não há possibilidade de ocorrerem

reações químicas entre ele e as substâncias extraídas;

• A facilidade da remoção do solvente, já que o dióxido de carbono pode ser

removido por completo apenas por redução da pressão ou ajuste da temperatura.

Entre as desvantagens do uso deste método de extração, em especial quando o solvente

é o dióxido de carbono, é possível citar (Galvão, 2009):

• Elevado custo inicial, devido às condições operacionais utilizadas, especialmente as

altas pressões;

• A necessidade de estudo relacionado ao destino a ser dado ao solvente, já que a

liberação de dióxido de carbono na atmosfera acarreta em aumento do efeito estufa

(esse estudo se justifica no caso do CO2 não ser reaproveitado no processo);

• O dióxido de carbono é apolar, portanto deficiente na extração de compostos

polares;

• A adição de co-solventes altera a polaridade do dióxido de carbono, porém neste

caso faz-se necessário um processo de separação do solvente, semelhante ao

realizado na extração sólido-líquido.

Existem vários trabalhos na literatura que utilizaram extração supercrítica em matrizes

sólidas vegetais (raízes, folhas, caules, etc.).

Uquiche, Del Valle & Ortiz (2004) empregaram extração supercrítica com CO2 em

pimentões vermelhos (Capsicum annuum L.), com o objetivo de avaliar e modelar o efeito do

tamanho da partícula, vazão de solvente e pressão no rendimento e taxa de extração. Já Wu et

al. (2006) utilizaram extração com CO2 supercrítico na planta Physalis peruviana, com vistas

a obter extratos com atividade antioxidante e anti-inflamatória.

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19 Rogério Pitanga Santos, Junho de 2015

Benová et al. (2010) aplicaram extração supercrítica com CO2 e co-solvente (metanol,

etanol e acetonitrila) em raízes da Japanese knotweed para comparação dos resultados obtidos

com a técnica de extração Soxhlet. Eles também avaliaram a influência de variáveis de

processo (tipo de co-solvente, pressão, temperatura e tempo de extração) no rendimento de

extração e na quantidade de compostos de interesse no extrato.

Vários trabalhos utilizaram a técnica de extração em duas etapas. Neste tipo de

extração, geralmente o CO2 supercrítico extrai inicialmente os compostos apolares e de baixa

polaridade, e em seguida é realizada uma extração etanólica ou aquosa, que poderá resultar

em extratos mais concentrados em compostos polares de interesse (Paula, 2013).

Seabra et al. (2010) utilizaram essa metodologia, sendo a primeira etapa com CO2

supercrítico, seguida de extração com uma mistura de CO2/etanol/água em diferentes

proporções, com o objetivo de obter extratos do bagaço de sabugueiro ricos em antocianinas e

com alta atividade antioxidante.

Serra et al. (2010) utilizaram metodologia semelhante para obtenção de extrato da

cereja, sendo que a segunda etapa da extração foi realizada com mistura CO2/etanol em

diferentes proporções, com vistas à obtenção de extratos com alto poder antioxidante e

anticancerígeno.

Martinez-Correa et al. (2011) também aplicaram extração em duas etapas, sendo a

primeira com CO2 supercrítico e a segunda com etanol à pressão atmosférica (extração

convencional), para extração de compostos fenólicos da Eugenia uniflora L.

Já Garcia-Mendoza et al. (2015) utilizaram etanol pressurizado na segunda etapa (sendo

a primeira com CO2 supercrítico) para obtenção de extrato da casca de manga (Mangifera

indica L.) e avaliação da atividade antioxidante dos extratos obtidos.

Considerando mais de duas etapas, Garmus et al. (2015) utilizaram três etapas, sendo a

primeira com CO2 supercrítico e a segunda e terceira etapas com etanol e água pressurizados,

respectivamente. Este tipo de extração foi utilizado para obtenção de compostos fenólicos da

planta Lippia sidoides Cham., que apresentam atividade antioxidante. Já Bitencourt et al.

(2014) chegaram a utilizar quatro etapas na extração da planta Melia azedarach L. para

obtenção de extratos com propriedades antivirais. As etapas foram realizadas nas mesmas

condições, sendo utilizados os seguintes solventes: CO2 supercrítico, mistura CO2 e etanol,

etanol puro (pressurizado) e solução hidroalcoólica (também pressurizada).

Quanto à Arrabidaea chica, os únicos trabalhos encontrados na literatura foram os de

Paula et al. (2013) e Paula et al. (2014), que utilizaram extração supercrítica com CO2 e co-

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20 Rogério Pitanga Santos, Junho de 2015

solvente (mistura etanol/água em diferentes proporções) em várias etapas para obterem

extratos ricos em compostos fenólicos.

Em 2013, Paula et al. realizaram extrações supercríticas da Arrabidaea chica em três

etapas: na primeira etapa foi utilizado CO2 supercrítico puro (40°C/300 bar); na segunda

etapa, o resíduo da primeira etapa foi submetido à extração com CO2 supercrítico e co-

solvente, sendo o co-solvente uma mistura de etanol e água em três diferentes proporções

(40°C/300 bar; CO2/etanol/água nas proporções: 80/20/0, 80/14/6 e 80/10/10); na terceira

etapa, o resíduo da segunda etapa foi submetido à extração convencional com água

(40°C/pressão atmosférica). Um dos objetivos desse trabalho foi a avaliação da influência do

co-solvente (tipo e concentração) no processo extrativo.

No ano seguinte, Paula et al. (2014) realizaram as extrações em três etapas: na primeira

etapa foi utilizado CO2 supercrítico puro (40/50°C; 300/400 bar), onde sua temperatura e

pressão críticas são 31,1°C e 73,8 bar, respectivamente (Smith, Van Ness & Abbott, 2007);

condições operacionais: 40/50°C e 300/400 bar); na segunda, etanol pressurizado (40/50°C e

300/400 bar), onde o ponto crítico se encontra na temperatura de 240,8°C e pressão de 61,5

bar (Smith, Van Ness & Abbott, 2007); e na terceira, extração convencional com água

(40/50°C e pressão atmosférica), onde sua temperatura e pressão críticas são 374°C e 220,5

bar, respectivamente (Smith, Van Ness & Abbott, 2007). Um dos objetivos desse trabalho foi

a avaliação da influência da temperatura e pressão no processo extrativo.

2.4. Cromatografia Líquida de Alta Eficiência (CLAE)

Cromatografia é um método de separação de componentes de uma mistura em que a

separação depende da distribuição das diferentes moléculas entre duas fases: uma fase

estacionária e uma fase móvel. Os métodos cromatográficos classificam-se de acordo com a

natureza da fase estacionária e fase móvel, os seus estados físicos e os mecanismos de

separação (Gomes, 2010). A grande variedade de combinações entre fases móveis e

estacionárias a torna uma técnica extremamente versátil e de grande aplicação (Collins, Braga

& Bonato, 1993).

Em todas as separações cromatográficas, a amostra é transportada por uma fase móvel,

que pode ser um gás, um líquido ou um fluido supercrítico. Essa fase móvel é então forçada

através de uma fase estacionária imiscível fixa, colocada na coluna ou numa superfície sólida.

As duas fases são escolhidas de modo que os componentes da amostra se distribuam entre as

fases móvel e estacionária em vários graus (Silva, 2012). Os componentes que são mais

fortemente retidos na fase estacionária movem-se muito lentamente no fluxo da fase móvel.

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21 Rogério Pitanga Santos, Junho de 2015

Ao contrário, os componentes que se ligam mais fracamente à fase estacionária movem-se

mais rapidamente. Como consequência dessa diferença na mobilidade, os componentes da

amostra separam-se em bandas ou zonas discretas que podem ser analisadas qualitativa e/ou

quantitativamente (Skoog, Holler & Nieman, 2002).

Em cromatografia líquida, a fase móvel é um líquido que escoa ao longo da fase

estacionária numa direção definida. O processo de escoamento dos compostos, que são

arrastados pela fase móvel ao longo da coluna até à saída, designa-se por eluição. O detector

registra o resultado na forma de um cromatograma, que é a resposta do detector na forma de

gráfico, representando a concentração de analito no efluente (também pode ser qualquer outra

medida de quantidade) em função do tempo ou do volume de eluição (Gomes, 2010).

A cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE ou HPLC - High Performance Liquid

Chromatography) iniciou-se na década dos anos 60. É uma extensão da cromatografia líquida

clássica e está caracterizada pelo uso de colunas em aço inox mais estreitas, com diâmetro

interno de 2-5 mm, empacotadas com partículas de tamanho muito pequeno, 3-10 μm, que

constituem a fase estacionária. A fase móvel circula sob alta pressão ao longo da coluna com

fluxo controlado. A alta pressão permite análises mais rápidas e o uso de fases estacionárias

constituídas por micro partículas permite uma elevada eficiência na separação (Gomes, 2010).

A HPLC é a mais usada de todas as técnicas analíticas de separação. As razões para a

popularidade do método são a sua sensibilidade, a fácil adaptação para determinações

quantitativas, a sua adequação à separação de espécies não voláteis ou termicamente frágeis e,

acima de tudo, a sua ampla aplicabilidade a substâncias de grande interesse para a indústria e

ciência (Silva, 2012).

Entre as desvantagens deste método, encontra-se o fato do equipamento e a sua

manutenção ser dispendiosa, de ser um sistema complexo, apresentar baixa sensibilidade

perante alguns compostos e ser dependente da experiência do operador (Sequeira, 2012).

Vários trabalhos na literatura reportam o uso de HPLC para análise de extratos de

Arrabidaea chica. Devia et al. (2002) obtiveram extratos de folhas de Arrabidaea chica

através da técnica de maceração, utilizando solução aquosa, e os extratos foram analisados por

HPLC. No cromatograma (Figura 2.8) pode ser observada a presença de alguns compostos:

6,7,3’,4’-tetrahidroxi-5-metoxi-flavilium (pico 1); 6,7,4’-trihidroxi-5-metoxi-flavilium –

Carajurona (pico 2); e 6,7-dihidroxi-5,4’-dimetoxi-flavilium – Carajurina (pico 3).

Jorge (2008) e Paula et al. (2013 e 2014) também utilizaram HPLC para análise de

extratos da planta, sendo possível a identificação e quantificação de antocianinas extraídas,

incluindo a Carajurina e Carajurona.

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22 Rogério Pitanga Santos, Junho de 2015

Figura 2.8 – Cromatograma de extrato aquoso de Arrabidaea chica. Fonte: Devia et al.

(2002).

2.5. Determinação da atividade antioxidante – Método do sequestro do

radical 2,2-difenil-1-picril-hidrazil (DPPH)

O DPPH (2,2-difenil-1-picril-hidrazil - Figura 2.9) é um radical orgânico livre e estável,

que em solução metanólica ou etanólica, produz uma coloração violeta. Este radical aceita um

elétron ou radical hidrogênio para se tornar uma molécula estável, ou seja, é reduzido na

presença de uma molécula antioxidante, conforme pode ser observado na Figura 2.10, onde é

ilustrada a reação do radical DPPH com o antioxidante sintético BHT (Casagrande, 2014).

Figura 2.9 – Estrutura molecular do radical DPPH (C18H12N5O6) PM 394,3.

Fonte: Saito (2007).

O método do sequestro do radical DPPH foi sugerido primeiramente em meados da

década de 50, originalmente para descobrir doadores de hidrogênio em produtos naturais, e

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23 Rogério Pitanga Santos, Junho de 2015

mais tarde para determinar o potencial antioxidante em fenólicos individuais e alimentos

(Roginski & Lissi, 2005). Atualmente é um dos métodos mais utilizados para verificação de

atividade antioxidante, por tratar-se de um método fácil e rápido (Kalegari, 2009).

A medida da capacidade sequestrante a ser determinada pelo método DPPH baseia-se

no princípio de que o DPPH, sendo um radical estável de coloração violeta, é reduzido na

presença de um antioxidante e adquire coloração amarela. Na forma de radical, o DPPH

possui uma absorção característica a 515-517 nm, que desaparece à medida que ele vai sendo

reduzido pelo hidrogênio doado por um composto antioxidante (Tiveron, 2010). O grau desta

descoloração, que é monitorada espectrofotometricamente, indica a habilidade do antioxidante

em sequestrar o radical livre (Nascimento, 2010).

Figura 2.10 – Reação química entre o BHT e o radical DPPH. Fonte: Tiveron (2010).

O decaimento e a absorbância encontrados pela quantidade remanescente do radical

DPPH variam significativamente com os diferentes tipos e concentrações de antioxidantes.

Atualmente, utiliza-se a técnica do EC50, que foi proposta para determinar a eficiência

antirradical por meio da quantidade de antioxidante necessária para cair em 50% a

concentração inicial do radical DPPH e o tempo necessário para alcançar a estabilidade na

concentração do mesmo. Esta metodologia é limitada pelo fato dos radicais DPPH interagirem

com outros radicais (alquil), e a curva de resposta em tempo para atingir o estado estacionário

não ser linear, com diferentes relações de antioxidante/DPPH (Tiveron, 2010).

A utilização do método do DPPH para determinação de atividade antioxidante de

extrato de Arrabidaea chica foi relatada no trabalho de Jorge (2008), onde foi identificada

moderada atividade antioxidante (EC50 = 15,98 ± 0,78 µg/mL) de extrato obtido através de

maceração com metanol acidificado.

Esta metodologia também foi utilizada em vários outros trabalhos para avaliação de

poder antioxidante de diversas plantas, um resumo pode ser observado na Tabela 2.1.

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24 Rogério Pitanga Santos, Junho de 2015

Tabela 2.1 – Poder antioxidante de extratos de plantas medicinais determinado a partir do

método do sequestro do radical DPPH

Referência bibliográfica

Planta EC50 (μg/mL)

Saito (2007)

Chá-verde brasileiro (Camellia sinensis var.

assamica) ~ 8

Kalegari (2009)

Rourea induta Planch 3,2 – 199,9

Seabra et al. (2010)

Bagaço de sabugueiro (Sambucus nigra L.)

21 - 262

Martinez-Correa et al. (2011)

Pitanga (Eugenia uniflora L.)

5,2 – 200

Martinez-Correa et al. (2012)

Alecrim do campo (Baccharis

dracunculifolia) 35 – 200

Martins (2012)

Pau-santo (Kielmeyera coriacea

Mart. & Zucc) 4,3 - 133

Santos (2013)

“Azedinha” (Rumex acetosa)

6,05 – 18,43

Garmus et al. (2015)

“Alecrim-pimenta” (Lippia sidoides Cham.)

17 - 200

2.6. Determinação de fenólicos totais – Método espectrofotométrico de

Folin-Ciocalteau

A determinação do teor de compostos fenólicos totais (CFT) é muito importante, pois

vários estudos têm demonstrado que eles são os principais responsáveis pela atividade

antioxidante dos vegetais (Tiveron, 2010). A quantificação destes compostos pode ser

realizada por meio de uma variedade de métodos, como métodos eletroquímicos,

cromatográficos (cromatografia gasosa e CLAE) e espectrofotométricos (método de Folin-

Denis, teste da vanilina, etc.) (Angelo & Jorge, 2007). Todavia, o que utiliza o reagente de

Folin-Ciocalteau é o mais extensivamente utilizado. Este método tem sido amplamente

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25 Rogério Pitanga Santos, Junho de 2015

utilizado em pesquisa de produtos naturais antioxidantes porque é simples, sensível e preciso

(Rezende, 2010).

Esta metodologia foi desenvolvida em 1927 por Otto Folin e Vintila Ciocalteau para

medição de tirosina, sendo adaptada em 1965 por Vernon Singleton e Joseph Rossi para

avaliação de compostos fenólicos totais em vinho (Santos, 2013).

A quantificação dos compostos fenólicos totais por este método se baseia na redução

dos ácidos fosfotungstico (H3PW12O40) e fosfomolíbdico (H3PMo12O40), presentes no

reagente de Folin-Ciocalteau, pelos compostos fenólicos presentes na amostra, a óxido de

tungstênio (W3O23) e óxido de molibdênio (Mo3O23) em meio alcalino (Figura 2.11). Estes

óxidos formados apresentam coloração azulada, sendo possível a quantificação da

absorbância da solução na região do visível (760 nm) (Cruz, 2008).

Figura 2.11 – Reação de quantificação de compostos fenólicos totais por reagente de Folin-

Ciocalteau. Fonte: Cruz (2008).

O tempo médio para este teste é de 2 horas. Uma solução contendo ácido gálico é

preparada em diversas concentrações e colocada para reagir com o reagente Folin-Ciocalteau,

sendo então lida a absorbância. Desta forma, é estabelecido um padrão de referência para a

análise de amostras nas quais a quantidade de fenóis é desconhecida (Haminiuk et al., 2012).

Geralmente os resultados das análises são expressos em mg EAG/ g de extrato (miligrama de

equivalente em ácido gálico por grama de extrato seco).

A utilização do método de Folin-Ciocalteau para quantificação de compostos fenólicos

totais de extratos de Arrabidaea chica foi relatada nos trabalhos de Jorge (2008), Paula et al.

(2013) e Paula et al. (2014). Jorge (2008) obteve teor de compostos fenólicos igual a 67,69

mg EAG/g extrato obtido através de maceração com metanol acidificado. Já Paula et al., nos

trabalhos de 2013 e 2014, realizou extrações sólido-líquido e extrações supercríticas em

diferentes condições operacionais, e obteve teores de compostos fenólicos entre 13,1 e 178

mg EAG/g extrato.

Esta metodologia também foi utilizada em vários outros trabalhos para quantificação de

compostos fenólicos totais de diversas plantas, um resumo pode ser observado na Tabela 2.2.

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Revisão Bibliográfica

26 Rogério Pitanga Santos, Junho de 2015

Tabela 2.2 – Teor de compostos fenólicos totais (CFT) de extratos de plantas medicinais

Referência bibliográfica

Planta CFT

(mg EAG/g extrato)

Wu et al. (2006)

Physalis peruviana 14,53 – 90,80

Martinez-Correa et al. (2011)

Pitanga (Eugenia uniflora L.)

51 – 504

Martinez-Correa et al. (2012)

Alecrim do campo (Baccharis

dracunculifolia) 48,4 – 197

Santos (2013) “Azedinha”

(Rumex acetosa) 85,30 – 237,80

Bitencourt et al. (2014)

Melia azedarach L. 5,7 - 22

Garmus et al. (2015)

“Alecrim-pimenta” (Lippia sidoides Cham.)

38,20 – 230,5

Garcia-Mendoza et al. (2015)

Mangifera indica L. 15,80 – 41,63

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Capítulo 3

Materiais e Métodos

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Materiais e Métodos

28 Rogério Pitanga Santos, Junho de 2015

3. Materiais e métodos

3.1. Preparação da amostra

A matéria-prima utilizada nos experimentos foi a folha da Arrabidaea chica. As

amostras foram adquiridas, já secas (secagem natural, à sombra), em Belém/PA, de um único

local de cultivo (agricultura doméstica).

Inicialmente, a matéria prima bruta foi armazenada em um saco plástico não

transparente e acondicionada em ambiente refrigerado. A seguir, foi realizada a redução do

tamanho das folhas com o auxílio de um multiprocessador doméstico (ARNO, modelo PRO),

no qual cada porção da amostra foi triturada durante 15 segundos.

Assim que o processo de redução do tamanho de partículas foi concluído, deu-se início

ao processo de separação granulométrica, o qual foi realizado em um agitador de peneiras

(Produtest-reostat) que utiliza peneiras da série Tyler, durante 15 minutos. Ao fim do processo

de separação, a granulometria da amostra a ser utilizada nos experimentos extrativos foi

determinada e fixada, como mostra a Tabela 3.1.

Tabela 3.1 – Granulometria da matriz sólida a ser utilizada nos experimentos extrativos

Percentagem Tamanho (MESH)

24,54% +8 MESH

26,79% -8 / +12 MESH

14,22% -12 / +16 MESH

14,17% -16 / +24 MESH

11,44% -24 / +32 MESH

8,84% +48 MESH

A faixa de granulometria foi adotada levando-se em conta as características das

extrações supercríticas, onde não é interessante a utilização de partículas muito pequenas, que

podem provocar perdas de extrato e entupimento do equipamento. A seleção das peneiras foi

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Materiais e Métodos

29 Rogério Pitanga Santos, Junho de 2015

baseada em trabalhos que utilizaram extração supercrítica em plantas, como os de Paula et al.

(2013), Martinez-Correa et al. (2011), Bitencourt et al. (2014), Garcia-Mendoza et al. (2015),

Santos (2012), Mesomo (2013) e Santos (2013). Todos os trabalhos citados utilizaram faixas

granulométricas semelhantes as do presente trabalho.

O diâmetro médio das partículas foi determinado a partir da Equação (1).

�� = �∑ �������∑ �������� (1)

Em que:

xi = Mi / M - corresponde à fração de amostra retida na fração i;

Mi – massa de amostra na fração i;

M – massa total de amostra;

Dp – diâmetro médio das partículas;

Dpi – diâmetro da partícula da fração i;

n – números de frações.

3.2. Métodos de extração

Conforme descrito no item 2.2.1.2, as antocianinas são compostos instáveis e de fácil

degradação. Por este motivo, é necessário estabelecer alguns cuidados nos processos de

extração, de modo a evitar a perda dos componentes de interesse.

As antocianinas são sensíveis à luz, termossensíveis e sofrem degradação na presença

de oxigênio. Assim sendo, todos os processos extrativos do presente trabalho foram realizados

ao abrigo da luz. As vidrarias utilizadas foram envolvidas em papel laminado, e também

foram usados frascos âmbar quando possível. A temperatura máxima utilizada foi 50 ºC, tanto

nas extrações como na evaporação do solvente. Além disso, evitou-se ao máximo o contato

dos extratos com oxigênio, utilizando sistemas a vácuo (por exemplo, rotavapor com vácuo)

ou sistemas fechados/isolados.

3.2.1. Extração sólido-líquido

Na extração sólido-líquido, o método utilizado foi o descrito por Jorge (2008), com

modificações. Folhas de Arrabidaea chica, já secas e trituradas, foram imersas em uma

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Materiais e Métodos

30 Rogério Pitanga Santos, Junho de 2015

mistura de solvente e solução aquosa de ácido cítrico 0,3%, em ambiente com temperatura e

agitação controladas. Os solventes utilizados foram água e etanol PA (Synth, Brasil),

separadamente.

As folhas da espécie (5 g) foram extraídas com 150 mL da mistura de solvente com

ácido cítrico, de modo que a matriz sólida ficasse totalmente submersa na fase líquida. A

extração foi realizada em incubadora (marca Tecnal, modelo TE-422), sendo adotada a

agitação de 250 rpm e a temperatura de 50 ºC, pelo período de 4 horas. Para evitar incidência

de luz, as vidrarias utilizadas na extração foram envolvidas em papel laminado.

A velocidade de agitação e a temperatura foram escolhidas com base no fato de que, na

extração sólido-líquido, normalmente há uma relação direta entre estas variáveis e a eficiência

da extração (ver item 2.3.1). Assim sendo, foi selecionada a máxima agitação da incubadora e

a máxima temperatura permitida para a Arrabidaea chica. A duração da extração foi baseada

no trabalho de Jorge (2008).

A solução de ácido cítrico foi preparada através da pesagem de 0,3 g de Ácido Cítrico

Anidro P.A., e solubilização em 100 mL de água destilada. Esta solução (150 mL) foi então

adicionada ao solvente de modo a garantir pH ácido, pois, conforme relatado no item 2.2.1.2,

as antocianinas sofrem degradação em pH básico. O pH final da solução ficou na faixa entre 4

e 5, ou seja, pH ácido, e portanto adequado a experimentos com antocianinas.

Após a extração, para retirada de resíduos sólidos e do solvente, foi realizada filtração a

vácuo (bomba a vácuo TECNAL, modelo TE-058), secagem em evaporador rotativo (marca

BÜCHI, modelo B204 - Figura 3.1a) à temperatura de 40 ºC em condições de vácuo, e por

fim a liofilização (liofilizador Virtis, modelo 8 L - Figura 3.1b). Após estes processos, foi

obtido o extrato seco, e o rendimento da extração foi realizado por meio do cálculo da razão

(massa total de extrato seco/massa de folhas de Arrabidaea chica utilizada na extração).

A liofilização ou freeze-drying é uma operação de desidratação na qual a matéria-prima

(neste caso, o extrato contendo água) previamente congelada é submetida a determinadas

condições de temperatura e pressão que ocasionam a sublimação da água. Neste caso, a água

não passa pelo estado líquido, e a dinâmica entre vácuo e baixa temperatura promove a

sublimação. Dessa forma, o procedimento pode ser adotado para remoção de água de produtos

sensíveis ao calor, como é o caso dos extratos ricos em antocianinas (Araújo, 2014).

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Materiais e Métodos

31 Rogério Pitanga Santos, Junho de 2015

Figura 3.1 – (a) Evaporador rotativo e (b) liofilizador utilizados nos experimentos. Fonte:

autoria própria (2015).

3.2.2. Extração supercrítica

Para a extração com CO2 supercrítico, foi utilizado o aparato experimental ilustrado na

Figura 3.2.

Figura 3.2 – Ilustração do aparato de extração com CO2 pressurizado. Fonte: Galvão (2009).

Na Figura 3.2, RCO2 representa o cilindro de CO2, de 25 kg; FL representa o filtro de

linha; RT representa o tanque pulmão; BT1 e BT2 representam os banhos termostáticos; B1 e

B2 representam, respectivamente, as bombas para o CO2 e para o co-solvente (mistura

etanol/água, em diferentes proporções); CE (coluna extratora); FS (reservatório de co-

solvente); MP1 representa um manômetro com escala de 0 a 100 kgf/cm2; MP2 e MP3

representam manômetros com escala de 0 a 600 bar; TC (tubo de captura de voláteis); BO

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Materiais e Métodos

32 Rogério Pitanga Santos, Junho de 2015

(“bolhômetro” – medidor de vazão); VA (válvula de alívio); V, V1, V2, V3, V4 representam

válvulas; VM (válvula micrométrica); e FC (frasco coletor).

Na Figura 3.3 são apresentadas as etapas da extração supercrítica, de forma

esquemática.

Figura 3.3 – Etapas para realização da extração supercrítica. Fonte: autoria própria (2015).

Liofilização

Limpeza do aparato experimental

Filtração do extrato (a vácuo)

Evaporação do co-solvente (evaporador rotativo)

Despressurização do sistema

Remoção da CE e “desempacotamento” da matriz sólida

Coleta do extrato

Fim da extração

Início da extração supercrítica (4 horas de duração)

Acondicionamento de esferas de vidro na CE, até completar o volume

Estabilização das condições operacionais desejadas

Acondicionamento da amostra na CE

Pesagem da amostra

Pesagem do extrato seco

Acondicionamento do extrato em ambiente refrigerado protegido da luz

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Materiais e Métodos

33 Rogério Pitanga Santos, Junho de 2015

Para cada extração supercrítica, foi acondicionada na coluna extratora (CE) uma massa

de 5 ± 0,01 g da amostra (folhas secas de Arrabidaea chica), com composição granulométrica

conforme item 3.1. Para completar o volume da coluna, foram utilizadas esferas de vidro

(material inerte) de 5,0 mm de diâmetro. Visando uma boa compactação de toda a amostra,

foi utilizada uma haste de ferro a fim de permitir a uniformidade na porosidade do leito de

partículas e evitar ao máximo a formação de caminhos preferenciais do solvente na matriz

sólida. É importante destacar que a amostra foi sendo adicionada aos poucos na CE, e cada

vez que isto acontecia, a haste de ferro era utilizada para compactação. Desta forma, um leito

homogêneo de partículas foi formado no interior da CE. O mesmo procedimento foi adotado

para as esferas de vidro, com o detalhe de que estas não necessitaram de muito esforço na

compactação, por se tratar de um material mais rígido que as folhas da Arrabidaea chica.

Após o processo de empacotamento da amostra, foram colocadas as telas de proteção

nas extremidades da coluna, e após isso a CE foi posicionada no aparato experimental. Em

seguida todas as válvulas foram verificadas e devidamente fechadas, com exceção da válvula

micrométrica VM, que deve permanecer um pouco aberta. O passo seguinte foi acionar os

banhos termostáticos BT1 e BT2, sendo o primeiro responsável pelo resfriamento do CO2 do

tanque pulmão RT (temperatura desejada: -10°C) e o segundo responsável pelo controle da

temperatura na coluna extratora CE (ou seja, deve ser ajustada para a temperatura a ser

utilizada na extração, neste caso, 40°C ou 50°C).

O processo de aquecimento da válvula micrométrica VM foi iniciado nesta etapa

(temperatura desejada: 60°C, temperatura em que não ocorrem entupimentos), visto a

necessidade de combater o efeito Joule Thomson. Em seguida, a válvula V e VI foram abertas

e a pressão foi monitorada pelo manômetro MP1; logo após seguiu-se a pressurização do

sistema.

Quando a temperatura ideal do tanque pulmão (RT) foi atingida, a bomba de

pressurização do CO2 foi acionada e a válvula V2 foi aberta. Como foi utilizado co-solvente

nos experimentos, então o frasco de co-solvente (FS) foi acoplado à tubulação de entrada na

bomba B2 (tubulação livre de bolhas de ar). Assim que a pressão de trabalho foi atingida

(manômetros MP2 e MP3), a válvula V4 foi aberta. Cabe salientar que a válvula V4 é

responsável pelo ajuste “grosso” da vazão de trabalho do experimento. Já a válvula

micrométrica VM é responsável pelo ajuste fino da vazão de solvente.

A vazão média foi de 1,0 ± 0,1 g/min, o tempo total de extração foi de 4 horas (tempo

iniciado a partir da abertura da V4 e VM) e o extrato final foi coletado no frasco coletor (FC).

Decorrido o tempo de 4 horas de extração, o cilindro de CO2 foi fechado e o sistema

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Materiais e Métodos

34 Rogério Pitanga Santos, Junho de 2015

despressurizado a fluxo constante. Após o processo de despressurização, seguiu-se o

“desempacotamento” da coluna extratora. A massa residual das folhas de Arrabidaea chica

presente na coluna foi descartada e a limpeza da CE foi realizada.

O co-solvente utilizado nas extrações supercríticas foi uma mistura de etanol PA (Synth,

Brasil) e água. A mistura foi preparada separadamente e transferida para o frasco de co-

solvente (FS), sendo introduzida no sistema a partir deste recipiente, conforme explicado

anteriormente. A escolha do co-solvente se deu com base no trabalho de Paula et al. (2013),

que concluiu que a adição de água na mistura de solventes (CO2 + etanol) foi essencial para

combinar alto rendimento de extração com alta concentração dos compostos de interesse.

3.3. Planejamento experimental

Para as extrações supercríticas, de acordo com a literatura, foram selecionadas 4

variáveis de interesse: temperatura, pressão, concentração de CO2 (na mistura com o co-

solvente) e concentração de água no co-solvente. Por limitações de amostra, foi realizado um

planejamento fatorial fracionário. Os níveis das variáveis escolhidas podem ser vistos na

Tabela 3.2, e o planejamento experimental é detalhado no item 4.2.

Tabela 3.2 – Níveis das variáveis do planejamento experimental

Nível baixo (-

1) Nível alto

(+1)

Temperatura (°C) 40 50

Pressão (bar) 200 250

Concentração de CO2 (na mistura com o co-solvente) (%)

70 80

Concentração de água no co-solvente (%) 30 50

3.4. Análises Cromatográficas (CLAE ou HPLC)

A concentração de Carajurina nos extratos da Arrabidaea chica foi determinada por

HPLC. As análises cromatográficas foram realizadas no Centro Pluridisciplinar de Pesquisas

Químicas, Biológicas e Agrícolas (CPQBA), localizado em Campinas/SP. Este centro de

pesquisas tem histórico de estudo da Arrabidaea chica, tendo desenvolvido diversos trabalhos

de pesquisa relacionados a esta planta, por exemplo, os trabalhos de Jorge (2008), Taffarello

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35 Rogério Pitanga Santos, Junho de 2015

(2008) e Paula (2013). Neste local, a Arrabidaea chica é cultivada em campo experimental, e

o padrão de Carajurina (utilizado em HPLC) foi isolado. As análises foram realizadas

segundo metodologia descrita por Devia et al. (2002).

A fase móvel foi filtrada em sistema de filtração Millipore usando membrana PVDF de

0,45 µm e 47 mm de diâmetro sob vácuo e sonificação simultaneamente. Acidificou-se H2O

com H3PO4 pH 2,0 ± 0,1, medido em pHmetro (Micronal) calibrado com soluções padrão

certificadas em pH 4 e 7. Essa fase móvel denominou-se fase móvel “A”. A fase móvel “B”

consistiu de metanol grau HPLC (JT Baker, EUA).

As análises foram realizadas por HPLC (Shimadzu) acoplado ao detector de UV com

arranjo de diodos (Shimadzu). As condições cromatográficas e o gradiente da fase móvel

utilizados estão descritos na Tabela 3.3 e Tabela 3.4, respectivamente.

Tabela 3.3 – Condições cromatográficas utilizadas para análise das antocianinas presentes na Arrabidaea chica

Equipamentos e acessórios Especificação

Bomba Shimadzu LC 10 atm

Coluna C18 Gemine-Phenomenex 5 µm 110A°

(250 mm x 4,6 mm x 5 µm)

Volume de injeção 20 µL

Vazão de fluxo 1 mL/min

Detector Shimadzu UV-DAD M10AVP

Fase móvel H2O/metanol (gradiente)

Comprimento de onda 470 nm

Forno CTO-10ASVP 35 °C

Software Class VP-5

Injetor automático Sil-20AT HT

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Materiais e Métodos

36 Rogério Pitanga Santos, Junho de 2015

Tabela 3.4 – Programa de gradiente da fase móvel para análises por HPLC-DAD

Tempo (min) Solvente H2O+H3PO4

pH 2,0 ± 0,1 %A

Solvente metanol

%B

0 – 5 55 45

5 – 20 10 90

20 – 30 0 100

30 – 45 55 45

Para o preparo da curva de calibração, utilizou-se o marcador analítico (Carajurina)

previamente isolado, com pureza determinada por HPLC-UV e espectrometria de massas.

Pesou-se então 12,1 mg de Carajurina com 83% de pureza. Em um balão volumétrico

de 10 mL, solubilizou-se a Carajurina em metanol grau HPLC (JT Baker, EUA), obtendo uma

solução estoque de 1004 µg/mL. As diluições foram realizadas com pipeta automática em

balões volumétricos, obtendo-se concentrações de 5 a 502 µg/mL, e assim foram construídas

as curvas analíticas. A tabela com as áreas e a curva de calibração são apresentadas no

Apêndice A.

Foram estabelecidas três curvas analíticas com soluções de Carajurina isolada na faixa

de concentração informada. Os limites de detecção e quantificação foram calculados através

destas curvas, resultando em: limite de detecção de 2,69 µg/mL e limite de quantificação de

8,97 µg/mL.

3.5. Método do sequestro do radical 2,2-difenil-1-picril-hidrazil (DPPH)

Este método tem como finalidade quantificar o poder antioxidante dos extratos, como

foi definido no item 2.5, por meio de uma reação com mudança de coloração e consequente

mudança de absorbância. A metodologia empregada seguiu o método descrito por Lucena et

al. (2010). Basicamente, o método consiste na preparação de três soluções: solução de DPPH,

solução metanólica de ácido ascórbico e soluções metanólicas diluídas do extrato seco.

Para o preparo de 500 mL da solução de DPPH foram pesadas 11,80 mg de DPPH

(Sigma-Aldrich, EUA), que em seguida foram solubilizadas em metanol PA (Vetec, Brasil)

até que se completasse o volume de 500 mL do balão volumétrico utilizado. A solução

formada foi homogeneizada e transferida para um frasco âmbar envolvido com papel

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Materiais e Métodos

37 Rogério Pitanga Santos, Junho de 2015

laminado, para o abrigo total da luz. É importante frisar que foi preparada uma solução para

cada dia de análise. A concentração final da solução de DPPH foi de 23,6 μg/mL.

No preparo da solução de ácido ascórbico (controle positivo) foram pesadas 10,0 mg de

ácido ascórbico (Vetec, Brasil) e, em seguida, transferidas para um balão volumétrico de 100

mL. O volume do balão volumétrico foi completado com metanol PA (solvente utilizado) e,

logo após, a solução formada foi homogeneizada. A concentração final de ácido ascórbico foi

de 0,1 mg/mL. Esta solução foi utilizada como base para realizar as diluições necessárias para

construção da curva padrão de ácido ascórbico (ver item 4.5).

Após a preparação das soluções reacionais, as mesmas foram colocadas em um

ambiente protegido da luz, à temperatura ambiente e em repouso por um tempo de 30

minutos. O passo seguinte foi a realização da leitura da absorbância em UV-visível em

espectrofotômetro (VARIAN modelo 50 conc), no λ = 517 nm, em duplicata. O metanol PA

foi utilizado como branco.

A preparação da solução amostra foi realizada da seguinte maneira: após a obtenção dos

extratos secos, estes foram diluídos em 10 mL de metanol PA, obtendo as soluções primárias.

Como as massas de extratos secos variaram de experimento para experimento, obtiveram-se

soluções primárias com diferentes concentrações de extrato. Estas soluções foram utilizadas

como base para realizar as diluições necessárias para construção das curvas referentes às

amostras (ver item 4.5).

Como descrito no item 2.5, para este método existem três soluções: uma solução padrão

(geralmente utilizando ácido ascórbico para reagir com o DPPH), uma solução amostra (que

utiliza as diluições das amostras dos extratos para reagir com o DPPH) e uma solução controle

de DPPH. Sempre a solução controle de DPPH é misturada à solução padrão ou à solução

amostra.

O cálculo é realizado em função da razão das absorbâncias da solução controle de

DPPH (absorbância antes da reação) e de toda a reação após o tempo de 30 minutos. Essa

razão das absorbâncias é descrita pela Equação (2), na qual AS (%) significa a atividade

sequestradora da amostra, em percentagem; ����������� significa o valor da absorbância da

solução controle (solução contendo apenas DPPH e metanol PA) e ���������� significa o

valor da absorbância da amostra do extrato ou do ácido ascórbico após a reação com o

controle. �� (%) = 100 ������������ − ��������������������� ! (2)

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Materiais e Métodos

38 Rogério Pitanga Santos, Junho de 2015

A Figura 3.4 ilustra o princípio da atividade sequestradora do DPPH e a consequente

queda no valor da absorbância.

Figura 3.4 – Absorbância em função do comprimento de onda. Fonte: Santos (2013).

3.6. Método espectrofotométrico de Folin-Ciocalteau

A determinação do conteúdo de fenólicos totais (CFT) presentes nos extratos de

Arrabidaea chica foi realizada pelo método espectrofotométrico de Folin-Ciocalteau descrito

por Singleton & Rossi (1965).

O método consistiu na preparação de três tipos de soluções principais e consequente

mistura e reação das substâncias presentes nestas soluções. As três soluções foram: uma

solução aquosa de carbonato de sódio (Na2CO3) a 15% massa; uma solução de ácido gálico a

0,5 mg/mL; e as soluções das amostras dos extratos analisados (concentração variável).

Em um béquer, pesou-se 3,75 g de Na2CO3 (Vetec, Brasil), logo após foram

adicionados 20 mL de água destilada e agitou-se até completa solubilização. Após

resfriamento, foi adicionada água destilada a esta solução, até o volume total de 25 mL.

A solução de ácido gálico foi preparada a partir do padrão puro e sólido (à temperatura

ambiente) da Sigma-Aldrich (EUA). Foram pesadas 10 mg do ácido gálico e em seguida

foram transferidas para um balão volumétrico de 10 mL (volume completado com água

destilada), originando uma solução de ácido gálico com concentração de 1 mg/mL. O próximo

passo foi a diluição para 0,5 mg/mL adicionando água destilada. A preparação das diluições e

da curva de calibração para o ácido gálico seguiu o planejamento apresentado no item 4.6.

Após a preparação das soluções reacionais em duplicata, as mesmas foram colocadas

em um ambiente protegido da luz, à temperatura ambiente e em repouso por um tempo de 2

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Materiais e Métodos

39 Rogério Pitanga Santos, Junho de 2015

horas. O passo seguinte foi a realização da leitura da absorbância em UV-Visível em

espectrofotômetro (VARIAN, modelo 50 conc), no λ = 760 nm. A água destilada foi utilizada

como branco e a curva padrão de ácido gálico foi construída através do gráfico de absorbância

(ABS) versus concentração de ácido gálico (µg/mL).

O mesmo foi realizado com as amostras dos extratos de Arrabidaea chica. A preparação

das diluições e soluções reativas pode ser visualizada no item 4.6.

A partir da equação (regressão linear) gerada através da calibração com o ácido gálico,

foi possível quantificar o poder antioxidante das amostras a partir de um referencial (ácido

gálico). Essa equação gerada tem como ordenada os valores de absorbância e como abcissa os

valores de concentração de ácido gálico. Os valores de absorbância obtidos para cada um dos

extratos foram correlacionados com a curva padrão de ácido gálico, e o teor de compostos

fenólicos totais (CFT) foi determinado através da Equação (3). Os resultados foram expressos

em mg EAG/g de extrato.

(3)

Onde: EAG é o equivalente em ácido gálico obtido através da curva padrão; e CAmostra

representa a concentração das amostras.

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Capítulo 4

Resultados e discussões

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Resultados e discussões

41 Rogério Pitanga Santos, Junho de 2015

4. Resultados e discussões

4.1. Caracterização da matéria-prima

As amostras das folhas da Arrabidaea chica utilizadas nos experimentos foram

caracterizadas em relação à granulometria e diâmetro médio das partículas.

Quanto à granulometria, foram utilizadas as frações retidas nas peneiras de 8, 12, 16,

24, 32 e 48 mesh, conforme Tabela 3.1. O diâmetro médio da partícula foi igual a 0,485 mm.

As amostras já foram adquiridas secas, por isso não foi realizada análise de umidade.

A Figura 4.1 representa a matéria-prima com a granulometria apresentada na Tabela

3.1.

Figura 4.1 – Matéria-prima após processo de redução do tamanho da partícula. Fonte: autoria

própria (2015).

4.2. Planejamento experimental – Extração Supercrítica

Conforme informado no item 2.3.2, os únicos trabalhos encontrados na literatura com

extração supercrítica da Arrabidaea chica foram os de Paula et al. (2013) e Paula et al.

(2014). O planejamento experimental do presente trabalho foi baseado principalmente nestes

artigos.

Porém, é importante ressaltar que há diferenças significativas no método de extração

empregado, já que, no caso dos trabalhos de Paula et al., foram utilizadas extrações em várias

etapas, enquanto no presente trabalho foi utilizada extração em etapa única. De forma

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Resultados e discussões

42 Rogério Pitanga Santos, Junho de 2015

simplificada, as diferenças nas metodologias de extração citadas podem ser visualizadas no

Apêndice B.

Além dos trabalhos de Paula et al., foi utilizado como referência o trabalho de Santos

(2013), que foi realizado no extrator supercrítico do Laboratório de Tecnologia Supercrítica e

Biodiesel da UFRN. Nesse trabalho, a concentração de co-solvente foi uma das variáveis

analisadas e demonstrou importância nos estudos de extração.

Com base nos trabalhos citados, foram selecionadas 4 variáveis: temperatura, pressão,

concentração de CO2 (que é o complemento à concentração de co-solvente) e concentração de

água no co-solvente.

A faixa de trabalho da temperatura foi escolhida baseando-se no trabalho de Paula et al.

(2014): 40°C e 50°C. A faixa de concentração de água no co-solvente foi selecionada de

acordo com o trabalho de Paula et al. (2013): 30% e 50%.

A escolha da faixa de concentração de CO2 foi baseada no trabalho de Paula et al.

(2013), onde foi utilizado 80% de CO2 (20% de co-solvente). Para o presente trabalho,

adotou-se esta mesma concentração e também a de 70% de CO2 (30% de co-solvente), de

modo a avaliar o efeito do aumento da concentração de co-solvente nas variáveis

dependentes.

Já a pressão foi selecionada de acordo com a literatura, mas também considerando as

limitações do equipamento utilizado. Nos trabalhos de Paula et al. (2013 e 2014) foram

utilizadas pressões de 300 e 400 bar. Porém, o extrator supercrítico do Laboratório de

Tecnologia Supercrítica e Biodiesel da UFRN tem um limite máximo de pressão para

operação segura, igual a 250 bar. Desta forma, foram escolhidos os valores de 200 e 250 bar.

A escolha da vazão dos experimentos obedeceu aos mesmos critérios observados para a

variável pressão. Nos trabalhos de Paula et al. (2013 e 2014), foi utilizada vazão de 1,65 g

CO2/min, porém no extrator supercrítico do Laboratório de Tecnologia Supercrítica e

Biodiesel da UFRN não foi possível manter esta vazão estável. Desta forma, trabalhou-se com

vazão fixa de 1,0 ± 0,1 g CO2/min. A duração dos experimentos foi escolhida baseando-se em

outros trabalhos que utilizaram o mesmo equipamento: 4 horas.

O planejamento fatorial completo para 4 variáveis com ponto central resulta num total

de 19 experimentos (24 + 3 = 19). Porém, havia um problema de disponibilidade de amostra,

de modo que não havia quantidade suficiente para tantos experimentos. Assim, definiu-se pela

realização de um planejamento fatorial fracionário, resultando em 8 experimentos (24-1 = 23).

O planejamento fracionário é utilizado quando é desejado o estudo de muitos fatores

(geralmente, um número superior a 3), e há impossibilidade de realizar grande quantidade de

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Resultados e discussões

43 Rogério Pitanga Santos, Junho de 2015

experimentos. Este tipo de planejamento permite, com poucos experimentos, determinar se

alguns fatores não são significativos. Por exemplo, com 4 fatores a se estudar, em vez de

partir diretamente para o planejamento completo, que requer 19 experimentos, é possível

realizar o planejamento fracionário com 8 experimentos. Se nestes experimentos for

determinado que um dos fatores não é significativo, então o estudo passa a ser de um

planejamento completo com 3 fatores, que resultaria em 11 experimentos, considerando o

ponto central (2³ + 3 = 11). Como, do total de 11 experimentos, 8 já foram realizados, só resta

fazer mais 3. Conforme explicado, é possível suprimir 8 experimentos, economizando tempo

e recursos.

Para este trabalho, por limitações de quantidade de amostra disponível, a proposta foi

realizar apenas os 8 experimentos iniciais do planejamento fracionário, e através destes

determinar os fatores significativos, deixando a tarefa de executar o planejamento fatorial

completo para trabalhos futuros.

4.3. Rendimento da extração

4.3.1. Extrações supercríticas

Os rendimentos das extrações supercríticas realizadas podem ser visualizados na Tabela

4.1.

.

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Resultados e discussões

44 Rogério Pitanga Santos, Junho de 2015

Tabela 4.1 – Rendimento, quantificação da Carajurina e avaliação do potencial antioxidante dos extratos de Arrabidaea chica obtidos através de extração supercrítica

Experimento Pressão (bar) [P]

Temperatura (°C) [T]

Conc. CO2 (% v/v)

[CC]

Conc. H2O no co-solvente

(%v/v) [CA]

% Rendimento (%m/m)

% Carajurina (%m/m)

CE50 (μg/mL)

CFT (mg EAG/ g extrato)

1 250 [+1] 50 [+1] 80 [+1] 50 [+1] 15,8 1,00 61,28 48,93

2 200 [-1] 50 [+1] 70 [-1] 50 [+1] 23,7 1,41 50,07 75,84

3 250 [+1] 40 [-1] 70 [-1] 50 [+1] 32,0 1,65 74,17 60,33

4 200 [-1] 40 [-1] 80 [+1] 50 [+1] 15,1 2,22 38,34 88,62

5 250 [+1] 50 [+1] 70 [-1] 30 [-1] 25,1 1,53 86,13 61,17

6 200 [-1] 50 [+1] 80 [+1] 30 [-1] 19,0 1,31 43,95 65,76

7 250 [+1] 40 [-1] 80 [+1] 30 [-1] 17,9 1,49 46,57 70,65

8 200 [-1] 40 [-1] 70 [-1] 30 [-1] 24,0 1,81 42,49 75,49

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45 Rogério Pitanga Santos, Junho de 2015

Conforme pode ser observado na Tabela 4.1, o melhor rendimento (32%) foi obtido no

experimento 3, enquanto o rendimento mais baixo (15,1%) foi obtido no experimento 4. Nota-

se que nos experimentos onde a concentração de CO2 foi igual a 70% (ou concentração de co-

solvente igual a 30%), os maiores rendimentos foram obtidos (experimentos 3, 5, 8 e 2).

Os efeitos das variáveis escolhidas para este processo extrativo (pressão, temperatura,

concentração de CO2 e concentração de água no co-solvente) foram calculados utilizando o

software Statistica 7.0®, e são apresentados na Tabela 4.2.

Os efeitos das variáveis sobre o rendimento de extração supercrítica são analisados tanto

pela Tabela 4.2 quanto pela Figura 4.2 (Diagrama de Pareto). Quando um efeito é positivo,

significa que a variável apresenta um incremento positivo no valor do rendimento, quando

negativo o comportamento é inverso. O efeito será tão significativo quanto mais à direita da

linha pontilhada ele estiver, considerando um nível de probabilidade de confiança de 95%

(significância %5).

Tabela 4.2 – Efeitos calculados no Statistica 7.0® para o planejamento experimental (variável

resposta: rendimento)

Variáveis Intervalo Efeitos p-valor

Conc. CO2 [CC] (%v/v) (X1) 70 – 80 -0,092 0,039

Conc. H2O [CA] (%v/v) (X2) 30 – 50 0,002 0,953

Temperatura [T] (°C) (X3) 40 – 50 -0,013 0,648

Pressão [P] (bar) (X4) 200 – 250 0,023 0,450

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Resultados e discussões

46 Rogério Pitanga Santos, Junho de 2015

Figura 4.2 – Diagrama de Pareto para os valores dos efeitos padronizados.

Percebe-se que a concentração de CO2 apresentou-se como a única variável significativa

para uma confiança de 95% na análise dos efeitos sobre o rendimento de extração

supercrítica, na faixa estudada.

Inicialmente, é necessário explicar que, como o valor do efeito para esta variável é

negativo, significa que quanto maior a concentração de CO2, menor o rendimento da extração.

Já que a concentração de CO2 é o complemento da concentração de co-solvente, significa que

quanto maior a concentração de co-solvente, maior o rendimento.

Este resultado é coerente com o apresentado na literatura. Galvão (2009) utilizou

extração supercrítica com CO2 e co-solvente (etanol) para extrair o óleo vegetal de sementes

de linhaça (Linum usitatissimum L.), e concluiu que a concentração de co-solvente foi o fator

mais significativo para o rendimento da extração. O valor deste efeito foi positivo, ou seja,

quanto maior a concentração de co-solvente, maior o rendimento, na faixa estudada. Galvão

atribuiu o fato às interações intermoleculares entre o co-solvente e os componentes da matriz

sólida (lipídios presentes nas sementes), citando também que, nos estudos realizados por

Guclu-Ustundag e Temelli (2005 apud Galvão, 2009), a adição de co-solvente (etanol) na

extração supercrítica com CO2 promoveu aumento de solubilidade de ácidos graxos, devido

principalmente à formação de pontes de hidrogênio.

No trabalho de Santos (2013), também foi utilizada extração supercrítica com CO2 e co-

solvente (etanol), para extração de raízes da planta Rumex acetosa. Tal planta, assim como a

Arrabidaea chica, é rica em compostos fenólicos e outros antioxidantes. Nesse trabalho, a

concentração de co-solvente não foi significativa para o nível de probabilidade de confiança

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Resultados e discussões

47 Rogério Pitanga Santos, Junho de 2015

de 95%, porém ficou claro que se trata de uma variável importante no processo de extração

supercrítica. O autor atribuiu esta importância à presença de grupos hidroxilas no co-solvente,

que formariam ligações de hidrogênio com compostos que apresentam hidroxilas, como

compostos fenólicos e outros antioxidantes, citando o trabalho de Lu et al. (2006 apud Santos,

2013), que compartilha este mesmo raciocínio.

Santos (2012) afirma que a presença de etanol afeta positivamente a extração de

polifenóis, fato este relacionado às interações covalentes (ligações de hidrogênio) e dipolo-

dipolo, que aumentam a solubilidade de compostos fenólicos.

A relação direta entre concentração de co-solvente e rendimento da extração também foi

observada nos seguintes trabalhos: Wu et al. (2006), onde foi utilizada extração supercrítica

com CO2 e co-solvente (etanol) em folhas da Physalis peruviana (PP), uma erva medicinal

rica em agentes antioxidantes (os maiores rendimentos foram obtidos na máxima

concentração de co-solvente utilizada – 5%); e Serra et al. (2010), onde foi utilizada extração

em duas etapas em cerejas (Prunus avium) ricas em polifenóis, sendo a segunda etapa com

CO2 supercrítico e etanol, em diferentes concentrações (observou-se um aumento de

rendimento à medida que a concentração de co-solvente era incrementada).

Quanto à Arrabidaea chica, conforme pode ser observado na Figura 2.2, as antocianinas

possuem hidroxilas em sua estrutura. Assim, é possível utilizar o mesmo raciocínio de Santos

(2013) e atribuir o efeito positivo da concentração de co-solvente às ligações de hidrogênio

formadas entre as hidroxilas dos compostos presentes na Arrabidaea chica e do co-solvente

(etanol). Fato este ainda mais favorecido pela presença de água no co-solvente, que também é

fonte de grupos hidroxila, o que é comprovado na Tabela 4.1.

Além disso, a polaridade do co-solvente também é um fator importante. Conforme

informado no item 2.2.1.2, as antocianinas são pigmentos polares. Como o etanol (polaridade

= 5,2) e a água (polaridade = 9,0) são solventes muito polares, há uma afinidade entre estes e

as antocianinas, de forma a facilitar sua extração. Já o CO2 é apolar e por essa razão não é

adequado, isoladamente, para extração de compostos polares da Arrabidaea chica, fato que é

comprovado na literatura, em vista dos baixos rendimentos de extração obtidos quando da

utilização de CO2 supercrítico isoladamente (Paula et al., 2013; Paula et al., 2014).

É importante analisar também o efeito da temperatura, que foi não significativo e

negativo na faixa estudada, ou seja, quanto menor a temperatura, maior o rendimento da

extração. Quanto ao fato de ser não significativo, isto provavelmente se deve à limitação de

temperatura máxima utilizada no presente estudo, imposta pela presença de antocianinas

termossensíveis na Arrabidaea chica. Para evitar degradação térmica destes compostos, foi

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Resultados e discussões

48 Rogério Pitanga Santos, Junho de 2015

utilizada a mesma faixa de temperatura usada por Paula et al. (2014): 40 °C e 50 °C. Por se

tratar de uma faixa muito estreita de valores provavelmente afetou a significância deste fator

no rendimento da extração, já que a literatura reporta a importância desta variável em

extrações supercríticas.

Porém, a literatura não é conclusiva sobre o efeito da temperatura. Reátegui (2014),

realizando extração supercrítica do bagaço de amora-preta (Rubus sp.), reporta diminuição do

rendimento com o aumento da temperatura, e atribui este fato à redução da solubilidade do

soluto devido à diminuição da densidade do solvente supercrítico, o que consequentemente

reduz seu poder de solvatação.

Santos (2013), porém, reporta efeito positivo da temperatura no rendimento da extração

supercrítica de raízes da Rumex acetosa, e cita os trabalhos de Benová et al. (2010) e Lu et al.

(2006), que chegaram à mesma conclusão. Neste caso, o efeito é atribuído ao aumento da

transferência de massa associado ao aumento da temperatura.

Michielin (2002) e Santos (2012) explicam que o poder de solvatação do solvente sofre

influência da temperatura mediante dois mecanismos: com o aumento da temperatura, ocorre

a redução da densidade do solvente, porém há um aumento da pressão de vapor do soluto.

Estes dois efeitos são contrários e a influência da temperatura no rendimento da extração é

determinada pelo efeito dominante, e isso depende também da pressão.

Esta dependência entre o efeito da temperatura e a pressão de trabalho pode ser

observada em Paula et al. (2014). Em seu trabalho, tais autores (2014) realizaram extrações

supercríticas com CO2 variando a temperatura e a pressão. Para a pressão de 300 bar, o

melhor rendimento foi obtido à temperatura de 40 °C. Já à pressão de 400 bar, o maior

rendimento foi obtido a 50 °C. Uma análise estatística dos dados do trabalho de Paula et al.

(2014) mostra que a temperatura não foi um fator significativo dentro da faixa estudada, assim

como no presente trabalho.

Por fim, cabe uma análise da concentração de água no co-solvente, que também se

apresentou como uma variável não significativa. Conforme já citado, Paula et al. (2013)

estabeleceram a importância da adição de água no co-solvente para aumento do rendimento da

extração da Arrabidaea chica. Segundo Paula et al. (2013), quando o co-solvente utilizado foi

etanol puro, foram obtidos rendimentos da ordem de 3%, enquanto que com misturas etanol-

água ficou na ordem de 30%. Esta influência da presença da água também foi identificada no

presente trabalho, em que foram obtidos rendimentos na faixa de 15% a 32%.

Por outro lado, o trabalho de Paula et al. (2013), apesar de não ser conclusivo acerca

deste tópico, demonstra que a concentração da água no co-solvente não impactou o

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Resultados e discussões

49 Rogério Pitanga Santos, Junho de 2015

rendimento de forma significativa, o que também foi observado no presente trabalho. O fator

de influência é a presença ou ausência de água no co-solvente.

Quanto à faixa de valores de rendimento obtidos, apesar de estarem na mesma ordem

de grandeza daqueles obtidos por Paula et al. (2013), apresentam valores menores. Isso se

justifica pelo fato da vazão e pressões do presente trabalho (1,0 g CO2/min; 200/250 bar)

serem inferiores à vazão e pressões do trabalho de Paula et al. (2013) (1,65 g CO2/min;

300/400 bar). Além disso, o processo extrativo utilizado por Paula et al. (2013) foi diferente,

pois utilizou extrações em múltiplas etapas, enquanto as extrações do presente trabalho foram

realizadas em apenas uma etapa.

4.3.2. Extrações sólido-líquido

Os rendimentos de extração para os processos de extração sólido-líquido estão

apresentados na Tabela 4.3.

Tabela 4.3 – Rendimentos, quantificação da Carajurina e avaliação do potencial antioxidante

dos extratos de Arrabidaea chica obtidos através de extração sólido-líquido

Solvente % Rendimento

(%m/m) % Carajurina

(%m/m) CE50

(μg/mL) CFT (mg EAG/

g extrato)

Água 8,1 ND (< 0,03%) 167,34 37,63

Etanol PA 5,5 7,04 42,58 80,54

No presente trabalho, a extração com água apresentou melhores resultados em relação

ao etanol, o que é coerente com o descrito na literatura. A água, mais polar, apresenta melhor

rendimento pelo fato das folhas da Arrabidaea chica serem ricas em compostos polares.

Os valores obtidos possuem a mesma ordem de grandeza daqueles encontrados na

literatura. Barbosa et al. (2008) e Paula et al. (2013) realizaram extrações sólido-líquido da

Arrabidaea chica utilizando etanol, obtendo rendimentos de 2,89% e 3%, respectivamente.

Paula et al. (2013) também realizaram extração com água, obtendo rendimento de 17,5%.

Já a diferença de valores de rendimento com relação aos relatados na literatura pode

também ser justificada pela origem das amostras utilizadas nos experimentos. Diferenças de

solo, tipo de plantio e condições climáticas, entre outros aspectos, resultam em plantas com

características diferentes, o que provoca alterações no rendimento e composição dos extratos

obtidos.

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Resultados e discussões

50 Rogério Pitanga Santos, Junho de 2015

4.4. Análise cromatográfica e quantificação da Carajurina

4.4.1. Quantificação da Carajurina

Na Tabela 4.1 são apresentados os resultados de concentração do pigmento Carajurina.

Tais concentrações foram obtidas a partir das injeções de soluções das amostras no HPLC e

posterior comparação das áreas dos picos gerados com a equação da reta fornecida pela

regressão dos resultados das injeções dos padrões (item 3.4).

Observa-se que, para a extração supercrítica, não houve grande variação no teor de

Carajurina nos extratos obtidos, variando entre 1,0% e 2,2%.

Paula et al. (2013), considerando as duas primeiras etapas do processo extrativo

(primeira etapa: CO2 supercrítico puro; segunda etapa: CO2 supercrítico + co-solvente),

obtiveram teores totais de Carajurina iguais a 5,8% e 11%. O teor de 5,8% foi obtido quando,

na segunda etapa da extração, foi utilizada a mistura CO2/etanol/água, enquanto o de 11% foi

obtido quando utilizada a mistura CO2/etanol na segunda etapa da extração, isto é, com

ausência de água no co-solvente. Já no ano seguinte, Paula et al. (2014) aplicaram extração

supercrítica com CO2, obtendo teores de Carajurina da ordem de 3%.

Ou seja, no presente trabalho o teor de Carajurina ficou abaixo do reportado na

literatura. Este fato é justificado pela diferença na metodologia de extração, já que extrações

em várias etapas são mais seletivas na extração de compostos de interesse. Além disso, a

diferença de condições operacionais como vazão e pressão também afetam o resultado. Por

fim, diferenças relacionadas à fonte da matéria-prima (solo, tipo de plantio, diferenças

climáticas etc.) promovem diferente teor de Carajurina.

Deve-se também citar o fato de que houve certo espaço de tempo entre as extrações e as

análises. Este lapso de tempo deveu-se ao fato das análises terem sido realizadas no Centro

Pluridisciplinar de Pesquisas Químicas, Biológicas e Agrícolas (CPQBA), localizado em

Campinas/SP, enquanto as extrações foram realizadas no Laboratório de Tecnologia

Supercrítica e Biodiesel da UFRN, localizado em Natal/RN. Mesmo que todos os cuidados

relacionados à conservação dos extratos tenham sido tomados (acondicionamento em

ambiente refrigerado, proteção da luz e do oxigênio), há possibilidade de ter havido

degradação dos extratos.

Exposto este fato, é importante ressaltar que todas as extrações do presente trabalho

foram realizadas em um curto espaço de tempo (10 dias). Todas as análises cromatográficas

das amostras coletadas foram realizadas em um único dia. Assim, pode-se estimar que, se

houve degradação dos extratos, esta foi semelhante para todas as amostras, o que permite

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Resultados e discussões

51 Rogério Pitanga Santos, Junho de 2015

observações comparativas acerca do teor de Carajurina nos extratos obtidos e sua dependência

com relação às variáveis de processo da extração supercrítica.

Quanto ao teor de Carajurina nas extrações sólido-líquido, Paula et al. (2013) reportam

um teor de 0,6% para extração convencional com água acidificada e de 10% com etanol

acidificado. Considerando os fatores expostos nos parágrafos anteriores, observa-se que os

resultados do presente trabalho estão na mesma ordem de grandeza, e portanto, coerentes com

a literatura.

4.4.2. Análise estatística de concentração de Carajurina dos extratos

supercríticos

Na Tabela 4.4, visualizam-se todos os efeitos estimados das variáveis consideradas na

quantificação da Carajurina. Os efeitos das variáveis escolhidas para o processo de extração

supercrítica foram calculados utilizando o software Statistica 7.0®.

Tabela 4.4 – Efeitos calculados no Statistica 7.0® para o planejamento experimental (variável

resposta: concentração de Carajurina)

Variáveis Intervalo Efeitos p-valor

Conc. CO2 [CC] (%v/v) (X1) 70 – 80 -0,001 0,676

Conc. H2O [CA] (%v/v) (X2) 30 – 50 0,0003 0,888

Temperatura [T] (°C) (X3) 40 – 50 -0,005 0,109

Pressão [P] (bar) (X4) 200 – 250 -0,003 0,281

A Figura 4.3 ilustra o Diagrama de Pareto para os valores obtidos. Percebe-se que

nenhuma variável foi significativa, pois todas estão localizadas à esquerda da linha vermelha

do Diagrama de Pareto, que considera um nível de probabilidade de confiança de 95%

(significância %5)

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Resultados e discussões

52 Rogério Pitanga Santos, Junho de 2015

Figura 4.3 – Diagrama de Pareto para os valores de concentração de Carajurina.

Paula et al. (2014) realizaram extração da Arrabidaea chica com CO2 supercrítico,

variando a temperatura e a pressão. Através de análise estatística dos dados apresentados

naquele trabalho, foi verificado que a pressão e a temperatura não foram significativas na

concentração de Carajurina nos extratos obtidos através de extração supercrítica com CO2.

Já Paula et al. (2013), realizaram extração da Arrabidaea chica em três etapas, sendo as

duas primeiras etapas em condições supercríticas. Considerando apenas a segunda etapa (CO2

+ co-solvente), foram obtidos teores de Carajurina iguais a 7,71% e 2,52%, para as seguintes

proporções da mistura CO2/etanol/água: 80/20/0 e 80/14/6, respectivamente. Isto é, observou-

se a influência negativa da adição de água no co-solvente. Porém, há de se ressaltar que no

trabalho de Paula et al. (2013) foram comparados dois cenários, onde em um deles não havia

presença de água no co-solvente, e no outro havia. No presente trabalho, não foi testado um

cenário sem presença de água. Em todos os experimentos do presente trabalho, havia água no

co-solvente, variando apenas a concentração deste elemento, que não foi uma variável

significativa com relação ao teor de Carajurina, na faixa estudada. Assim, conclui-se que em

outras faixas de estudo há a possibilidade de que a concentração de água no co-solvente tenha

influência na concentração de Carajurina, e provavelmente este efeito será negativo, ou seja,

quanto menor a concentração de água, maior a concentração deste pigmento no extrato.

Este resultado é coerente com os valores de Carajurina encontrados nas extrações

sólido-líquido, onde é observado alto teor de Carajurina em extrato etanólico, enquanto no

extrato aquoso não foi detectada presença de Carajurina.

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Resultados e discussões

53 Rogério Pitanga Santos, Junho de 2015

Estabelecida esta correlação, é importante ressaltar que também foi observado por Paula

et al. (2013) que a presença de água no co-solvente da extração supercrítica com CO2

contribui para obtenção de maiores rendimentos de extração (item 4.3.1). Ou seja, a presença

de água no co-solvente afeta positivamente o rendimento da extração e negativamente a

concentração de Carajurina, sendo interessante realizar estudos para verificar se existe algum

valor de concentração ótima de água no co-solvente. Os elevados valores de rendimento

quando da utilização de água mostram que outros componentes são extraídos na presença de

água.

Outro ponto importante a ser observado é que, apesar da Carajurina ser a principal

antocianina da Arrabidaea chica, ela não é a única, nem é o único composto responsável por

propriedades benéficas desta planta, como o potencial antioxidante. Assim, além da

quantificação da Carajurina, é importante também analisar o teor dos compostos fenólicos

totais (ver item 4.6).

4.4.3. Análise dos cromatogramas

Os cromatogramas de todos os extratos podem ser visualizados no Apêndice C. Através

da observação destes, é possível notar que:

• O tempo de retenção da Carajurina é de aproximadamente 17 minutos, o que é

coerente com a literatura (ver item 2.4);

• O pico da Carajurina no cromatograma do extrato etanólico é superior ao dos

extratos supercríticos, o que reflete a maior concentração de Carajurina neste

extrato;

• No cromatograma do extrato aquoso, não é possível observar o pico relacionado à

Carajurina, já que não foi identificado o pigmento neste extrato;

• Os picos da Carajurina nos cromatogramas dos extratos supercríticos são

semelhantes, o que reflete a baixa variação de concentração da substância nestes

extratos;

• Podem ser observados outros dois picos nos cromatogramas, relacionados aos

compostos: 6,7,3’,4’-tetrahidroxi-5-metoxi-flavilium; e 6,7,4’-trihidroxi-5-metoxi-

flavilium (Carajurona).

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Resultados e discussões

54 Rogério Pitanga Santos, Junho de 2015

4.5. Determinação da atividade antioxidante – Método do sequestro do

radical 2,2-difenil-1-picril-hidrazil (DPPH)

A atividade antioxidante dos extratos das folhas da Arrabidaea chica foi avaliada a

partir dos extratos oriundos das extrações supercrítica e sólido-líquido. Como padrão de

referência, foi utilizado o ácido ascórbico (ver item 3.5), que é um composto antioxidante

utilizado como padrão na literatura (Lucena et al., 2010). Na presença de antioxidantes, o

DPPH torna-se estável, consequentemente, sua absorbância diminui e sua coloração muda,

tornando-se amarelado.

Como descrito no item 3.5, foi preparada uma solução de ácido ascórbico cuja

concentração final foi de 0,1 mg/mL. Através dessa solução, foi preparada a curva padrão de

ácido ascórbico, sendo a Tabela 4.5 utilizada na preparação das diluições. A curva padrão de

ácido ascórbico está apresentada na Figura 4.4, enquanto que os dados utilizados na

construção da curva do padrão encontram-se no Apêndice D. Para a montagem desta curva, as

análises foram realizadas em duplicata.

Tabela 4.5 – Quantidade de ácido ascórbico, de metanol PA e de solução de DPPH para a montagem da curva do padrão

Concentração final das soluções de Ác. Ascórbico

(µg/mL)

Volume de solução de Ác. Ascórbico a 0,1mg/mL (µL)

Volume de metanol PA

(µL)

Volume de solução do reagente

DPPH (µL)

0,5 30 570 5400

1,0 60 540 5400

2,0 120 480 5400

3,0 180 420 5400

4,0 240 360 5400

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Resultados e discussões

55 Rogério Pitanga Santos, Junho de 2015

Figura 4.4 – Curva padrão de ácido ascórbico [AS(%) versus Conc. Ácido Ascórbico

(µg/mL)].

Para análise da atividade antioxidante dos extratos, as soluções primárias foram

utilizadas como base para realizar as diluições necessárias para construção das curvas

referentes às amostras, conforme já descrito no item 3.5. Estes dados podem ser visualizados

na Tabela 4.6 e Tabela 4.7.

y = 18,881x + 8,53

R² = 0,9996

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

0 1 2 3 4 5

Ati

vid

ade

Seq

ues

trad

ora

AS(

%)

Concentração Ácido Ascórbico (µg/mL)

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Resultados e discussões

56 Rogério Pitanga Santos, Junho de 2015

Tabela 4.6 – Concentração das soluções primárias

Experimento Concentração da solução

primária (mg/mL)

Extração Supercrítica

Exp 1 9,9

Exp 2 5,8

Exp 3 7,4

Exp 4 5,8

Exp 5 6,7

Exp 6 7,4

Exp 7 7,1

Exp 8 5,9

Extração sólido-líquido

Água 9,5

Etanol PA 4,7

Tabela 4.7 – Quantidade de solução amostra, de metanol PA e de solução de DPPH para a

análise dos extratos

Concentração final das soluções amostra (µg/mL)

Volume de solução amostra (µL)

Volume de metanol PA

(µL)

Volume de solução do reagente

DPPH (µL)

Variável, de acordo com a

concentração da solução primária correspondente

10 590 5400

20 580 5400

30 570 5400

60 540 5400

80 520 5400

100 500 5400

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Resultados e discussões

57 Rogério Pitanga Santos, Junho de 2015

A atividade antioxidante é apresentada em CE50 (concentração efetiva a 50%). A Tabela

4.1 e Tabela 4.3 apresentam os valores de EC50 dos extratos obtidos por diferentes técnicas de

extração. É importante ressaltar que quanto menor o valor de CE50, maior a atividade

antioxidante do extrato analisado. Ou seja, uma menor quantidade de extrato é necessária para

inibir 50% da atividade dos radicais livres (DPPH).

Os extratos demonstraram bom potencial antioxidante, se comparado com outras plantas

medicinais e alguns vinhos (Tabela 2.1). Como se pode observar, os valores de CE50

determinados no presente trabalho estão coerentes com os valores médios encontrados na

literatura para várias plantas medicinais. Dito isso, o poder antioxidante dos extratos obtido

no presente trabalho é menor que o do extrato de Arrabidaea chica obtido por Jorge (2008) –

ver item 2.5. Isto provavelmente ocorreu devido a diferenças relacionadas à fonte da matéria-

prima (solo, tipo de plantio, condições climáticas etc.).

Outro ponto importante a se observar é que, nas extrações sólido-líquido, o extrato

etanólico apresenta maior poder antioxidante do que o extrato aquoso.

4.6. Determinação do teor de Compostos Fenólicos Totais (CFT) – Método

espectrofotométrico de Folin-Ciocalteau

O teor de compostos fenólicos totais dos extratos das folhas da Arrabidaea chica foi

avaliado a partir dos extratos oriundos das extrações supercrítica e sólido-líquido. A análise

foi realizada através do método de Folin-Ciocalteau, e como padrão de referência foi utilizado

o ácido gálico (ver item 3.6).

A preparação das diluições para construção da curva padrão de ácido gálico seguiu o

planejamento apresentado na Tabela 4.8 (reagente de Folin-Ciocalteau da Sigma-Aldrich,

EUA). A curva, para as diferentes concentrações testadas, está apresentada na Figura 4.5. A

equação da reta gerada por esta curva foi utilizada para o cálculo do teor de compostos

fenólicos totais das amostras. Os dados experimentais de absorbância utilizados para a

construção da curva podem ser visualizados no Apêndice E.

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Resultados e discussões

58 Rogério Pitanga Santos, Junho de 2015

Tabela 4.8 – Quantidade de reagentes e solventes utilizados para construção da curva de calibração com ácido gálico

Concentração final soluções

Ác. Gálico (µg/mL)

Volume de solução

Ác. Gálico 0,5 mg/mL

(µL)

Volume de água

destilada (µL)

Volume de reagente

Folin-Ciocalteau

(µL)

Volume de solução Na2CO3

15% (µL)

1,0 20 9180 200 600

2,5 50 9150 200 600

5,0 100 9100 200 600

7,5 150 9050 200 600

10,0 200 9000 200 600

12,5 250 8950 200 600

15,0 300 8900 200 600

20,0 400 8800 200 600

Figura 4.5 – Curva padrão de ácido gálico [Absorbância versus Conc. Ácido Gálico (µg/mL)].

Todas as análises de teor de compostos fenólicos totais que foram realizadas com as

amostras seguiram o planejamento descrito na Tabela 4.9.

y = 0,0578x - 0,0086

R² = 0,9971

0,00

0,25

0,50

0,75

1,00

1,25

0 5 10 15 20 25

Ab

sorb

ânci

a (7

60

nm

)

Concentração de ácido gálico (µg/mL)

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Resultados e discussões

59 Rogério Pitanga Santos, Junho de 2015

Tabela 4.9 – Quantidade de reagentes e solventes utilizados para quantificação de compostos fenólicos totais em extratos de Arrabidaea chica

Concentração final das soluções

dos extratos (µg/mL)

Volume de solução amostra

(µL)

Volume de água

destilada (µL)

Volume de reagente

Folin-Ciocalteau (µL)

Volume de solução Na2CO3

15% (µL)

Variável, de acordo com a

concentração da solução primária correspondente (ver Tabela 4.6)

200 9000 200 600

500 8700 200 600

1000 8200 200 600

2000 7200 200 600

A Tabela 4.1 e Tabela 4.3 apresentam os valores de teor de compostos fenólicos totais

dos extratos obtidos por diferentes técnicas de extração. Quanto às extrações supercríticas

(Tabela 4.1), é possível notar que não há uma variação significativa nos teores de compostos

fenólicos totais obtidos. Além disso, é possível observar que há uma boa correlação entre o

teor de compostos fenólicos e a atividade antioxidante dos extratos (por exemplo, o extrato do

experimento 4, que apresenta a melhor atividade antioxidante entre as extrações supercríticas,

também apresenta o maior teor de compostos fenólicos totais). Porém, é importante destacar

que a relação entre estas variáveis resposta não é direta.

Quanto às extrações sólido-líquido (Tabela 4.3), observa-se que o teor de compostos

fenólicos do extrato etanólico é superior ao do extrato aquoso, o que é coerente com a

literatura (Paula et al., 2013) e com o fato de a atividade antioxidante do extrato etanólico ser

superior a do extrato aquoso (ver item 4.5).

Os extratos apresentaram teores de compostos fenólicos totais coerentes com os valores

médios encontrados na literatura para várias plantas medicinais (Tabela 2.2).

4.7. Otimização do planejamento experimental

O processo de otimização do planejamento experimental consiste na identificação dos

experimentos que apresentaram os melhores resultados, ou seja, aqueles que combinaram alto

valor de rendimento com boa atividade antioxidante, elevado teor de Carajurina e alta

concentração de compostos fenólicos totais.

Conforme pode ser observado na Tabela 4.1, não se trata de uma identificação direta.

Por exemplo, o experimento 3 apresenta o maior valor de rendimento (32,0%) entre as

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Resultados e discussões

60 Rogério Pitanga Santos, Junho de 2015

extrações supercríticas, porém baixa atividade antioxidante (CE50 = 74,17 µg/mL) e reduzido

teor de compostos fenólicos totais (60,33 mg EAG/g extrato). Já o experimento 4 apresenta o

melhor potencial antioxidante e maiores teores de Carajurina e de compostos fenólicos totais

entre as extrações supercríticas (respectivamente: CE50 = 38,34 µg/mL; 2,21%; e 88,62 mg

EAG/g extrato), porém o menor rendimento (15,1%).

Para atingir este objetivo, foi desenvolvida uma metodologia de otimização, que permite

também identificar os níveis das variáveis independentes que devem ser empregados para

obtenção de resultados otimizados.

Para isso, inicialmente procedeu-se à classificação dos resultados obtidos (variáveis

resposta). Por exemplo, quanto ao rendimento: o maior rendimento recebe a posição 1, o

segundo maior rendimento a posição 2, e assim por diante, até a posição 8 (já que no presente

trabalho foram realizadas 8 extrações supercríticas). A mesma lógica se aplica aos teores de

Carajurina e de compostos fenólicos totais. Já com relação à atividade antioxidante, a lógica é

inversa, já que quanto menor o valor de CE50, melhor o potencial antioxidante do extrato.

Assim, o menor valor de CE50 recebe a posição 1, e assim por diante, até o maior valor de

CE50 (posição 8). A classificação pode ser visualizada na Tabela 4.10.

Tabela 4.10 – Classificação dos resultados obtidos nas extrações supercríticas

Posição % Rendimento

(%m/m) % Carajurina

(%m/m) CE50

(μg/mL)

CFT (mg EAG/ g extrato)

1 32,0 2,21 38,34 88,62

2 25,1 1,82 42,49 75,84

3 24,0 1,65 43,95 75,49

4 23,7 1,52 46,57 70,65

5 19,0 1,48 50,07 65,76

6 17,9 1,41 61,28 61,17

7 15,8 1,32 74,17 60,33

8 15,1 1,00 86,13 48,93

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Resultados e discussões

61 Rogério Pitanga Santos, Junho de 2015

A partir desta classificação, é possível ordenar os experimentos conforme seus

resultados. Através da comparação da Tabela 4.1 com a Tabela 4.10, tem-se a Tabela 4.11,

que apresenta uma classificação dos experimentos de acordo com os resultados obtidos.

Tabela 4.11 – Classificação dos experimentos supercríticos em função do rendimento, da

atividade antioxidante (AA) e dos teores de Carajurina e de compostos fenólicos totais (CFT)

Exp. Posição

Rendimento Posição

AA Posição

Carajurina Posição

CFT Resultado Ordem

1 7 6 8 8 29 8

2 4 5 6 2 17 3

3 1 7 3 7 18 4

4 8 1 1 1 11 2

5 2 8 4 6 20 6

6 5 3 7 5 20 7

7 6 4 5 4 19 5

8 3 2 2 3 10 1

Na Tabela 4.11, a coluna “Resultado” é a soma das colunas “Posição Rendimento”,

“Posição AA”, “Posição Carajurina” e “Posição CFT”. Ou seja, quanto menor o valor da

coluna “Resultado”, mais otimizado o resultado do experimento, pois significa que os valores

de rendimento, atividade antioxidante e teores de Carajurina e de compostos fenólicos totais

alcançaram boas posições (ou seja, posições baixas). Isto é refletido na coluna “Ordem”, que

simplesmente classifica os experimentos de acordo com a coluna “Resultado” (quanto menor

o valor da coluna “Resultado”, melhor a classificação).

Há de se destacar que alguns experimentos possuem o mesmo valor na coluna

“Resultado”, e para se realizar a classificação, foi necessário dar prioridade a uma das

variáveis resposta. Assim, em caso de empate, o experimento melhor classificado é aquele

que apresenta o maior rendimento (ou seja, o menor valor na coluna “Posição Rendimento”).

Através da Tabela 4.11, é possível observar que o experimento 8 apresentou o melhor

resultado, enquanto o experimento 1 apresentou o pior. Nota-se que o experimento 8

apresenta, dentre as extrações supercríticas realizadas no presente trabalho, o terceiro melhor

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Resultados e discussões

62 Rogério Pitanga Santos, Junho de 2015

rendimento, segundo maior teor de Carajurina, terceira maior concentração de compostos

fenólicos totais e segundo melhor potencial antioxidante.

Através da Tabela 4.1, observam-se, neste experimento, os níveis mínimos de todas as

variáveis independentes (pressão: 200 bar; temperatura: 40 °C; concentração de CO2: 70%

v/v; e concentração de água no co-solvente: 30% v/v). À exceção da concentração de CO2,

cujo nível mínimo é consequentemente o nível máximo de concentração de co-solvente (30%

v/v), este resultado indica que, dentro da faixa estudada, é possível obter o resultado ótimo

utilizando condições operacionais mais amenas, o que implica em menores custos e maior

facilidade de operação.

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Capítulo 5

Conclusão

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Conclusão

64 Rogério Pitanga Santos, Junho de 2015

5. Conclusão

A partir dos resultados obtidos no presente trabalho e as discussões dos mesmos, foi possível

chegar às conclusões expostas a seguir.

Quanto aos experimentos supercríticos:

� A concentração de co-solvente apresentou efeito significativo sobre a variável resposta

rendimento em massa.

� Dentro da faixa estudada, nenhuma variável apresentou efeito significativo sobre a

variável resposta teor de Carajurina.

� Os rendimentos (massa de extrato seco obtido/ massa de matéria prima utilizada) para

o processo de extração supercrítica variaram de 15,1% a 32%

� Dentro da faixa operacional avaliada, o mais alto rendimento (32%) foi obtido na

seguinte condição: nível alto de pressão (250 bar), concentração de co-solvente (30%)

e concentração de água (50%) e nível baixo de temperatura (40 °C).

Quanto à extração sólido-líquido:

� As extrações sólido-líquido apresentaram um rendimento em massa de 8,1% quando

utilizou-se água e 5,5% com a utilização do etanol.

Quanto às análises cromatográficas:

� As concentrações de Carajurina para o processo de extração supercrítica variaram

entre 1% e 2,21%. A condição que apresentou a maior concentração (2,21%) foi: nível

alto de concentração de água (50%) e nível baixo de pressão (200 bar), temperatura

(40 °C) e concentração de co-solvente (20%).

� Quanto à extração sólido-líquido, obteve-se alta concentração de Carajurina (7,04%)

quando utilizou-se etanol como solvente. Na extração com água, não foi detectada

presença de Carajurina.

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Conclusão

65 Rogério Pitanga Santos, Junho de 2015

Quanto à atividade antioxidante:

� A quantificação da atividade antioxidante utilizando o método do DPPH resultou em

valores de CE50 que variaram entre 38,34 e 86,13 µg/mL para os extratos supercríticos,

enquanto que para as extrações sólido-líquido com água e etanol resultaram em 167,34

e 42,58 µg/mL, respectivamente. Desta forma, os extratos obtidos por todas as

técnicas demonstraram bom poder antioxidante se comparado com outros

antioxidantes naturais reportados na literatura.

Quanto ao teor de compostos fenólicos totais:

� A quantificação dos compostos fenólicos totais utilizando o método de Folin-

Ciocalteau resultou em valores que variaram entre 48,93 e 88,62 mg EAG/g extrato

para os extratos supercríticos, enquanto que para as extrações sólido-líquido com água

e etanol resultaram em 37,63 e 80,54 mg EAG/g extrato, respectivamente. Não houve

variação significativa dos teores nos extratos supercríticos. O extrato etanólico

apresentou maior teor de fenólicos que o extrato aquoso (extração sólido-líquido), o

que é coerente com a literatura e com a atividade antioxidante destes extratos.

Quanto à otimização do planejamento experimental:

� O experimento 8 (pressão: 200 bar; temperatura: 40 °C; concentração de CO2: 70%

v/v; concentração de água no co-solvente: 30% v/v) apresentou o melhor resultado em

termos das variáveis resposta estudadas: terceiro maior rendimento, segundo maior

teor de Carajurina, terceira maior concentração de compostos fenólicos totais e

segundo melhor potencial antioxidante. Destaca-se que, neste experimento, as

variáveis independentes estão em seu nível mínimo, o que significa que é possível

obter um resultado otimizado em condições operacionais mais amenas, implicando em

menores custos e maior facilidade de operação.

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Conclusão

66 Rogério Pitanga Santos, Junho de 2015

Quanto a aspectos econômicos:

� A presença de água no co-solvente da extração supercrítica ou o uso deste solvente na

extração sólido-líquido, além de incrementar o rendimento da extração, ainda traz

como resultado positivo o barateamento do processo.

� Se o interesse da extração for maior teor de Carajurina, o processo ideal é a extração

sólido-líquido com etanol, que é uma opção mais barata que a extração supercrítica.

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Referências Bibliográficas

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Referências Bibliográficas

68 Rogério Pitanga Santos, Junho de 2015

6. Referências

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Referências Bibliográficas

69 Rogério Pitanga Santos, Junho de 2015

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Apêndices

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Apêndices

82 Rogério Pitanga Santos, Junho de 2015

7. Apêndices

7.1. Apêndice A – Curva de calibração da Carajurina

Tabela 7.1 – Concentração de Carajurina utilizada para confecção de curva analítica

Concentração (µg/mL) Área Carajurina

(mAU)

5 360039

10 720508

20 1510885

40 3042155

100 7639871

201 14838293

402 29180134

502 37353197

Figura 7.1 – Curva de calibração da Carajurina.

y = 73670x + 39447

R² = 0,9997

0,0E+00

5,0E+06

1,0E+07

1,5E+07

2,0E+07

2,5E+07

3,0E+07

3,5E+07

4,0E+07

0 100 200 300 400 500 600

Áre

a p

ico

car

aju

rin

a (m

AU

)

Concentração de carajurina (µg/mL)

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Apêndices

83 Rogério Pitanga Santos, Junho de 2015

7.2. Apêndice B – Diferenças de metodologia na extração supercrítica

Figura 7.2 – Comparativo entre metodologias de extração dos trabalhos de (a) Paula et al.

(2013), (b) Paula et al. (2014) e (c) do presente trabalho (R = resíduo; E = extrato)

1ª etapa

CO

2 su

perc

ríti

co

CO

2 su

perc

ríti

co

+ c

o-so

lven

te

Águ

a

2ª etapa 3ª etapa

Matéria-prima 1ª etapa

CO

2 su

perc

ríti

co

Águ

a

2ª etapa 3ª etapa

EtO

H p

ress

uriz

ado

Matéria-prima Etapa única

R R

R R

E E R

E E E R

CO

2 su

perc

ríti

co

+ c

o-so

lven

te

R E

(eta

nol +

águ

a)

(eta

nol +

águ

a)

E

Matéria-prima

(a)

(b)

(c)

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Apêndices

84 Rogério Pitanga Santos, Junho de 2015

7.3. Apêndice C – Cromatogramas

Figura 7.3 – Cromatograma do extrato supercrítico 1.

Figura 7.4 – Cromatograma do extrato supercrítico 2.

Figura 7.5 – Cromatograma do extrato supercrítico 3.

Minutes

0 5 10 15 20 25 30 35 40 45

mA

U

0

200

400

600

mA

U

0

200

400

600

6.6

64

9.0

14

17

.19

7

DAD-470 nm

ESC-1

ESC-1

Retention Time

Minutes

0 5 10 15 20 25 30 35 40 45

mA

U

0

200

400

mA

U

0

200

400

6.6

20

8.9

56

17

.13

8

DAD-470 nm

ESC-2

ESC-2

Retention Time

Minutes

0 5 10 15 20 25 30 35 40 45

mA

U

0

250

500

750

mA

U

0

250

500

750

6.6

06

8.9

74

17

.16

7

DAD-470 nm

ESC-3

ESC-3

Retention Time

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Apêndices

85 Rogério Pitanga Santos, Junho de 2015

Figura 7.6 – Cromatograma do extrato supercrítico 4.

Figura 7.7 – Cromatograma do extrato supercrítico 5.

Figura 7.8 – Cromatograma do extrato supercrítico 6.

Minutes

0 5 10 15 20 25 30 35 40 45

mA

U

0

250

500

750

mA

U

0

250

500

750

6.7

48

9.2

29

17

.42

9

DAD-470 nm

ESC-4

ESC-4

Retention Time

Minutes

0 5 10 15 20 25 30 35 40 45

mA

U

0

200

400

600

mA

U

0

200

400

600

6.7

47

9.2

14

17

.40

0

DAD-470 nm

ESC-5

ESC-5

Retention Time

Minutes

0 5 10 15 20 25 30 35 40 45

mA

U

0

200

400

600

mA

U

0

200

400

600

6.7

54

9.2

13

17

.40

6

DAD-470 nm

ESC-6

ESC-6

Retention Time

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Apêndices

86 Rogério Pitanga Santos, Junho de 2015

Figura 7.9 – Cromatograma do extrato supercrítico 7.

Figura 7.10 – Cromatograma do extrato supercrítico 8.

Figura 7.11 – Cromatograma do extrato aquoso.

Minutes

0 5 10 15 20 25 30 35 40 45

mA

U

0

200

400

600

mA

U

0

200

400

600

6.7

95

9.2

75

17

.46

0

DAD-470 nm

ESC-7

ESC-7

Retention Time

Minutes

0 5 10 15 20 25 30 35 40 45

mA

U

0

200

400

600

mA

U

0

200

400

600

6.8

23

9.3

10

17

.47

7

DAD-470 nm

ESC-8

ESC-8

Retention Time

Minutes

0 5 10 15 20 25 30 35 40 45

mA

U

0

20

40

60

mA

U

0

20

40

60

32

.02

4

DAD-470 nm

EC-1

EC-1

Retention Time

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Apêndices

87 Rogério Pitanga Santos, Junho de 2015

Figura 7.12 – Cromatograma do extrato etanólico.

Minutes

0 5 10 15 20 25 30 35 40 45

mA

U

0

1000

2000

mA

U

0

1000

2000

3.1

65 6

.61

0

9.1

94

17

.46

0

20

.02

52

0.7

17

21

.11

7

22

.65

72

3.0

98

24

.74

1

DAD-470 nm

EB-3

EB-3

Retention Time

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Apêndices

88 Rogério Pitanga Santos, Junho de 2015

7.4. Apêndice D – Tabela de cálculo do CE50 do Ácido Ascórbico

Tabela 7.2 – Cálculo do CE50 do ácido ascórbico

Padrão – Ácido Ascórbico

Concentração (μg/mL) Absorbância 1 Absorbância 2 Média %AS

0,5 0,5158 0,5074 0,5116 17,52378

1,0 0,4456 0,4453 0,44545 28,18797

2,0 0,3393 0,3295 0,3344 46,0906

3,0 0,2081 0,2285 0,2183 64,80735

4,0 0,0876 0,1073 0,09745 84,28986

Absorbância DPPH 0,6204

EC50 2,20 ± 0,2

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Apêndices

89 Rogério Pitanga Santos, Junho de 2015

7.5. Apêndice E – Dados experimentais de absorbância utilizados na

construção da curva padrão de ácido gálico

Tabela 7.3 – Dados experimentais da curva padrão de ácido gálico

Padrão – Ácido Gálico

Concentração (μg/mL) Absorbância

1,0 0,0590

2,5 0,1432

5,0 0,2736

7,5 0,4075

10,0 0,5805

12,5 0,7288

15,0 0,8195

20,0 1,1707