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DISSERTAÇÃO DE MESTRADO PROFISSIONALIZANTE EM ADMINISTRAÇÃO A UTILIZAÇÃO DA METODOLOGIA SEIS SIGMA COMO APOIO À TOMADA DE DECISÕES CORPORATIVAS Simone Costa de Medeiros Suárez Orientador: Prof. Dr. Luiz Flávio Autran Monteiro Gomes Rio de Janeiro, 28 de Outubro de 2004. F F F A A A C C C U U U L L L D D D A A A D D D E E E S S S I I I B B B M M M E E E C C C P P P R R R O O O G G G R R R A A A M M M A A A D D D E E E P P P Ó Ó Ó S S S - - - G G G R R R A A A D D D U U U A A A Ç Ç Ç Ã Ã Ã O O O E E E P P P E E E S S S Q Q Q U U U I I I S S S A A A E E E M M M A A A D D D M M M I I I N N N I I I S S S T T T R R R A A A Ç Ç Ç Ã Ã Ã O O O E E E E E E C C C O O O N N N O O O M M M I I I A A A

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DDIISSSSEERRTTAAÇÇÃÃOO DDEE MMEESSTTRRAADDOO PPRROOFFIISSSSIIOONNAALLIIZZAANNTTEE EEMM AADDMMIINNIISSTTRRAAÇÇÃÃOO

AA UUTTIILLIIZZAAÇÇÃÃOO DDAA MMEETTOODDOOLLOOGGIIAA SSEEIISS SSIIGGMMAA CCOOMMOO AAPPOOIIOO ÀÀ TTOOMMAADDAA DDEE

DDEECCIISSÕÕEESS CCOORRPPOORRAATTIIVVAASS

SSiimmoonnee CCoossttaa ddee MMeeddeeiirrooss SSuuáárreezz

Orientador: Prof. Dr. Luiz Flávio Autran Monteiro Gomes

Rio de Janeiro, 28 de Outubro de 2004.

FFFAAACCCUUULLLDDDAAADDDEEESSS IIIBBBMMMEEECCC PPPRRROOOGGGRRRAAAMMMAAA DDDEEE PPPÓÓÓSSS---GGGRRRAAADDDUUUAAAÇÇÇÃÃÃOOO EEE PPPEEESSSQQQUUUIIISSSAAA EEEMMM

AAADDDMMMIIINNNIIISSSTTTRRRAAAÇÇÇÃÃÃOOO EEE EEECCCOOONNNOOOMMMIIIAAA

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AA UUTTIILLIIZZAAÇÇÃÃOO DDAA MMEETTOODDOOLLOOGGIIAA SSEEIISS SSIIGGMMAA CCOOMMOO AAPPOOIIOO ÀÀ TTOOMMAADDAA DDEE

DDEECCIISSÕÕEESS CCOORRPPOORRAATTIIVVAASS

Dissertação apresentada ao Curso de

Mestrado Profissional em Administração das

Faculdades Ibmec como parte dos requisitos

para obtenção do título de Mestre em

Administração

Área de Concentração: Administração Geral

SSIIMMOONNEE CCOOSSTTAA DDEE MMEEDDEEIIRROOSS SSUUÁÁRREEZZ

Orientador: Prof. Dr. Luiz Flávio Autran Monteiro Gomes

Rio de Janeiro, 28 de Outubro de 2004.

FFFAAACCCUUULLLDDDAAADDDEEESSS IIIBBBMMMEEECCC PPPRRROOOGGGRRRAAAMMMAAA DDDEEE PPPÓÓÓSSS---GGGRRRAAADDDUUUAAAÇÇÇÃÃÃOOO EEE PPPEEESSSQQQUUUIIISSSAAA EEEMMM

AAADDDMMMIIINNNIIISSSTTTRRRAAAÇÇÇÃÃÃOOO EEE EEECCCOOONNNOOOMMMIIIAAA

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SIMONE COSTA DE MEDEIROS SUÁREZ

A UTILIZAÇÃO DA METODOLOGIA SEIS SIGMA COMO

APOIO À TOMADA DE DECISÕES CORPORATIVAS

Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado

Profissional em Administração das Faculdades

Ibmec como parte dos requisitos para obtenção

do título de Mestre em Administração

Área de Concentração: Administração Geral

Aprovada em:

BANCA EXAMINADORA:

Prof. Dr. Luiz Flávio Autran Monteiro Gomes, Faculdades Ibmec – Orientador

Profª Drª. Maria Augusta Soares Machado, Faculdades Ibmec

Prof. Dr. Annibal Parracho Sant'anna, UFF

Rio de Janeiro, 28 de Outubro de 2004

FFFAAACCCUUULLLDDDAAADDDEEESSS IIIBBBMMMEEECCC PPPRRROOOGGGRRRAAAMMMAAA DDDEEE PPPÓÓÓSSS---GGGRRRAAADDDUUUAAAÇÇÇÃÃÃOOO EEE PPPEEESSSQQQUUUIIISSSAAA EEEMMM

AAADDDMMMIIINNNIIISSSTTTRRRAAAÇÇÇÃÃÃOOO EEE EEECCCOOONNNOOOMMMIIIAAA

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IV

DEDICATÓRIA E AGRADECIMENTOS

Aos meus pais, com os quais aprendi a ter determinação e

por acreditarem em mim.

Ao meu filho, que antes de nascer já me acompanhava

no Mestrado.

Ao meu marido, pelo incentivo.

Ao meu orientador, Prof. Autran, por despertar meu

interesse pelo Apoio à Tomada de Decisão.

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V

SUMÁRIO

LLIISSTTAA DDEE FFIIGGUURRAASS .................................................................................................................................................................................................................................. VVIIII LLIISSTTAA DDEE AABBRREEVVIIAATTUURRAASS,, SSIIGGLLAASS EE SSÍÍMMBBOOLLOOSS .......................................................................................................................... VVIIIIII LLIISSTTAA DDEE AABBRREEVVIIAATTUURRAASS,, SSIIGGLLAASS EE SSÍÍMMBBOOLLOOSS .......................................................................................................................... VVIIIIII RREESSUUMMOO ........................................................................................................................................................................................................................................................................ IIXX AABBSSTTRRAACCTT .................................................................................................................................................................................................................................................................. XX 11.. IINNTTRROODDUUÇÇÃÃOO ............................................................................................................................................................................................................................1111 22.. PPRROOBBLLEEMMAA ....................................................................................................................................................................................................................................1122

2.1. ContextualizaçÃo do problema........................................................... 12

33.. SSUURRGGIIMMEENNTTOO DDAA MMEETTOODDOOLLOOGGIIAA SSEEIISS SSIIGGMMAA ............................................................................................................1144

3.1. Motorola................................................................................................ 14

3.2. Outros casos de sucesso do Seis Sigma .......................................... 15

44.. CCOONNCCEEIITTOOSS DDEE SSEEIISS SSIIGGMMAA ..........................................................................................................................................................................1177

4.1. O que significa Sigma.......................................................................... 18

4.2. Índices de capacidade do processo................................................... 19

4.3. Como Funciona a Metodologia Seis Sigma...................................... 22

4.4. LIMITES DE TOLERÂNCIA .................................................................. 25

4.5. Ferramentas Seis Sigma ..................................................................... 28

4.5.1. Mapa do Processo ........................................................................ 28

4.5.2. Métricas do Seis Sigma................................................................ 30

4.5.3. Diagrama da Matriz (Matriz XY).................................................... 31

4.5.4. AHP ................................................................................................ 33

4.5.5. Análise de Capacidade................................................................. 33

4.5.6. Estatística Descritiva.................................................................... 34

4.5.7. Análise de Pareto.......................................................................... 35

4.5.8. Análises de Correlação e Regressão .......................................... 37

4.5.9. Histogramas .................................................................................. 38

4.5.10. Diagrama de Causa e Efeito ..................................................... 39

4.5.11. Análise das Forças de Campo (FFA) ....................................... 40

4.5.12. Benchmarking ........................................................................... 40

4.5.13. Análise do Sistema de Medição (MSA).................................... 40

4.5.14. Failure Mode and Effect Analysis (FMEA)............................... 41

4.5.15. Planejamento de Experimento (DOE) ...................................... 42

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VI

4.5.16. Teste de Hipóteses.................................................................... 43

4.5.17. ANOVA ou Análise de Variância .............................................. 43

4.5.18. Cartas de Controle .................................................................... 44

4.6. Patrocinadores e Especialistas do Seis Sigma................................. 45

4.7. O Diferencial – Qualidade, ISO 9000 e Seis Sigma............................ 47

55.. AAPPOOIIOO ÀÀ TTOOMMAADDAA DDEE DDEECCIISSÃÃOO................................................................................................................................................................4499

5.1. Técnicas e Ferramentas de Suporte Analítico à Tomada de Decisão 52

5.2. Pesquisa Operacional (OR – Operations Research) ........................ 52

5.3. Ciência da Decisão (Decision Science).............................................. 55

5.4. Apoio Multicritério à Decisão (Multicriteria Decision Aiding) .......... 56

5.5. Classificação dos Métodos Multicritério............................................ 57

66.. IINNTTEERRSSEEÇÇÕÕEESS EENNTTRREE AA MMEETTOODDOOLLOOGGIIAA SSEEIISS SSIIGGMMAA EE AAPPOOIIOO ÀÀ TTOOMMAADDAA DDEE

DDEECCIISSÕÕEESS:: ................................................................................................................................................................................................................................................................6622

6.1. Mapa do Processo ............................................................................... 64

6.2. Diagrama da Matriz .............................................................................. 64

6.3. AHP (Analytic Hierarchy Process)...................................................... 64

6.4. Métrica Secundária .............................................................................. 65

6.5. Análise de Forças do Campo (FFA - Force Field Analysis).............. 65

6.6. Benchmarking ...................................................................................... 65

6.7. MSA (Measurement System Analysis) .............................................. 65

6.8. Análise Estatística Multivariada.......................................................... 66

6.9. Análise de Pareto ................................................................................. 66

6.10. Diagrama de Causa e Efeito ............................................................ 66

6.11. Diagrama da Árvore ......................................................................... 67

6.12. Análise de Regressão e Correlação................................................ 67

6.13. Brainstorming................................................................................... 68

6.14. DOE (Design of Experiment) ........................................................... 68

6.15. Teste de Hipóteses........................................................................... 68

6.16. FMEA (Failure Mode Effect Analysis) ............................................. 69

77.. CCOONNCCLLUUSSÃÃOO................................................................................................................................................................................................................................7700 88.. RREEFFEERRÊÊNNCCIIAASS BBIIBBLLIIOOGGRRÁÁFFIICCAASS ..........................................................................................................................................................7733

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VII

LLIISSTTAA DDEE FFIIGGUURRAASS

FFIIGGUURRAA 11 –– SSIIXX SSIIGGMMAA CCOOSSTTSS AANNDD SSAAVVIINNGGSS ..........................................................................................................................................1166 FFIIGGUURRAA 22 –– RREESSUUMMOO DDAA HHIISSTTÓÓRRIIAA DDOO SSEEIISS SSIIGGMMAA..........................................................................................................1166 FFIIGGUURRAA 33 –– PPPPMM EEMM RREELLAAÇÇÃÃOO AAOO NNÍÍVVEELL SSIIGGMMAA................................................................................................................................1199 FFIIGGUURRAA 44 –– CCOOMMPPAARRAAÇÇÃÃOO EENNTTRREE OO PPAADDRRÃÃOO AATTUUAALL ((QQUUAATTRROO SSIIGGMMAA)) EE AA

PPEERRFFOORRMMAANNCCEE SSEEIISS SSIIGGMMAA ....................................................................................................................................................................................................1199 FFIIGGUURRAA 55:: AASS FFEERRRRAAMMEENNTTAASS DDOO SSEEIISS SSIIGGMMAA CCOOMMUUMMEENNTTEE UUTTIILLIIZZAADDAASS EEMM CCAADDAA

FFAASSEE DDEE UUMM PPRROOJJEETTOO........................................................................................................................................................................................................................2244 FFIIGGUURRAA 66 –– DDIISSTTRRIIBBUUIIÇÇÃÃOO NNOORRMMAALL CCOOMM ±± 33 SSIIGGMMAASS DDEENNTTRROO DDAA EESSPPEECCIIFFIICCAAÇÇÃÃOO.. 2266 FFIIGGUURRAA 77 –– DDIISSTTRRIIBBUUIIÇÇÃÃOO NNOORRMMAALL CCOOMM ±± 66 SSIIGGMMAASS DDEENNTTRROO DDAA EESSPPEECCIIFFIICCAAÇÇÃÃOO ..2266 FFIIGGUURRAA 88:: EEXXEEMMPPLLOO DDEE MMAAPPAA DDOO PPRROOCCEESSSSOO ..................................................................................................................................2299 FFIIGGUURRAA 99:: PPRROOCCEESSSS MMAAPP:: CCYYCCLLEE TTIIMMEE............................................................................................................................................................2299 FFIIGGUURRAA 1100:: EEXXEEMMPPLLOO DDEE MMÉÉTTRRIICCAA PPRRIIMMÁÁRRIIAA ....................................................................................................................................3300 FFIIGGUURRAA 1111:: EEXXEEMMPPLLOO DDEE MMÉÉTTRRIICCAA SSEECCUUNNDDÁÁRRIIAA ..........................................................................................................................3311 FFIIGGUURRAA 1122:: EEXXEEMMPPLLOO DDEE MMAATTRRIIZZ XXYY ....................................................................................................................................................................3322 FFIIGGUURRAA 1133:: QQUUAALLIITTYY FFUUNNCCTTIIOONN DDEEPPLLOOYYMMEENNTT ((QQFFDD)) OORR HHOOUUSSEE OOFF QQUUAALLIITTYY....................3322 FFIIGGUURRAA 1144:: EEXXEEMMPPLLOO DDEE AAHHPP UUTTIILLIIZZAANNDDOO MMIICCRROOSSOOFFTT EEXXCCEELL........................................................................3333 FFIIGGUURRAA 1155:: NNÍÍVVEELL SSIIGGMMAA EE CCAAPPAACCIIDDAADDEE DDOO PPRROOCCEESSSSOO................................................................................................3344 FFIIGGUURRAA 1166:: DDIISSTTRRIIBBUUIIÇÇÃÃOO DDEE GGAAUUSSSS OORR NNOORRMMAALL ....................................................................................................................3355 FFIIGGUURRAA 1177:: EEXXEEMMPPLLOO DDEE DDIISSTTRRIIBBUUIIÇÇÃÃOO AANNOORRMMAALL DDEE DDAADDOOSS ........................................................................3355 FFIIGGUURRAA 1188:: EEXXEEMMPPLLOO DDEE GGRRÁÁFFIICCOO DDEE PPAARREETTOO DDEE PPRRIIMMEEIIRROO NNÍÍVVEELL........................................................3366 FFIIGGUURRAA 1199:: EEXXEEMMPPLLOO DDEE GGRRÁÁFFIICCOO DDEE PPAARREETTOO DDEE SSEEGGUUNNDDOO NNÍÍVVEELL ......................................................3366 FFIIGGUURRAA 2200:: EEXXEEMMPPLLOO DDEE GGRRÁÁFFIICCOO DDEE PPAARREETTOO DDEE TTEERRCCEEIIRROO NNÍÍVVEELL....................................................3377 FFIIGGUURRAA 2211:: CCOORRRREELLAAÇÇÃÃOO EENNTTRREE XX ((DDAAYYSS TTOOTTAALL)) EE YY ((EEOORREERRCC)) ..................................................................3388 FFIIGGUURRAA 2222:: EEXXEEMMPPLLOO DDEE HHIISSTTOOGGRRAAMMAA ..........................................................................................................................................................3399 FFIIGGUURRAA 2233:: EEXXEEMMPPLLOO DDEE DDIIAAGGRRAAMMAA DDEE CCAAUUSSAA EE EEFFEEIITTOO............................................................................................3399 FFIIGGUURRAA 2244:: EEXXEEMMPPLLOO DDEE GGAAGGEE RR&&RR OOBBTTIIDDOO CCOOMM AA UUTTIILLIIZZAAÇÇÃÃOO DDOO SSOOFFTTWWAARREE

MMIINNIITTAABB ..........................................................................................................................................................................................................................................................................4411 FFIIGGUURRAA 2255:: EEXXEEMMPPLLOO DDEE FFMMEEAA ........................................................................................................................................................................................4422 FFIIGGUURRAA 2266 :: EEXXEEMMPPLLOO DDEE CCAARRTTAA DDEE CCOONNTTRROOLLEE............................................................................................................................4455 FFIIGGUURRAA 2277::BBLLAACCKK BBEELLTT SSUUCCCCEESSSS FFAACCTTOORRSS AANNDD IIMMPPOORRTTAANNCCEE WWEEIIGGHHTTSS..................................4477 FFIIGGUURRAA 2288:: FFEERRRRAAMMEENNTTAASS UUTTIILLIIZZAADDAASS EEMM SSEEIISS SSIIGGMMAA EE NNOO AAPPOOIIOO ÀÀ TTOOMMAADDAA DDEE

DDEECCIISSÃÃOO........................................................................................................................................................................................................................................................................6633

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VIII

LLIISSTTAA DDEE AABBRREEVVIIAATTUURRAASS,, SSIIGGLLAASS EE SSÍÍMMBBOOLLOOSS

AHP Analytic Hierarchy Process

AMD Apoio Multicritério à Decisão

ANOVA Analysis of Variance

ANP Analytic Network Process

CEO Chief Executive Officer

CTQ Critical to Quality

DFFS Design for Six Sigma

DMADV Define, Measure, Analyze, Design e Verify

DMAIC Define, Measure, Analyze, Improve, Control

DS Decision Science

ELECTRE Elimination Et Choix Traduisant la Réalité

FFA Force-Field Analysis

FMEA Failure Mode and Effect Analysis

MCDA Multicriteria Decision Aiding

MS Management Science

MSA Measurement System Analysis

MSE Measurement System Evaluation

OR Operational Research

PROMÉTHÉE Preference Ranking Organization Method for Enrichment

Evaluations

SPC Statistical Process Control

SMART Simple Multi Attribute Rating Technique

TARP Technical Assistance Research Program

TQC Total Quality Control

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IX

A UTILIZAÇÃO DA METODOLOGIA SEIS SIGMA COMO APOIO À TOMADA DE DECISÕES CORPORATIVAS

RREESSUUMMOO

Este trabalho apresenta uma síntese da metodologia Seis Sigma e dos

diversos métodos e técnicas utilizados no apoio à tomada de decisão. Além disso

desenvolve uma análise sobre como o Seis Sigma pode ser utilizado de forma

complementar a estes métodos no ambiente corporativo. O estudo descreve

inicialmente a aplicação tradicional da metodologia Seis Sigma e os benefícios

dela esperados. Baseia-se na literatura referenciada e na experiência da autora

como Black Belt desenvolvendo projetos Seis Sigma e treinando Yellow Belts. O

estudo apresenta em seguida, uma síntese taxonômica das técnicas e

ferramentas de suporte analítico à tomada de decisão pesquisadas na literatura.

Posteriormente são identificadas as interseções entre o Apoio Multicritério à

Decisão e a Metodologia Seis Sigma e estudados os possíveis impactos da

utilização desta sobre a tomada de decisões corporativas. No decorrer deste

estudo foi possível concluir que a utilização da metodologia Seis Sigma como

apoio à tomada de decisões corporativas é de grande importância. A apuração de

dados e medidas quantitativas, decorrentes dos projetos Seis Sigma em uma

determinada organização, possibilita o incremento na quantidade e qualidade de

elementos disponíveis para a tomada de decisão. Por fim, são propostas alguns

exemplos de situações onde a utilização de técnicas cientificamente

fundamentadas serviriam para dar às empresas subsídios na tomada de decisões

corporativas.

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X

USING SIX SIGMA METHODOLOGY FOR CORPORATIVE DECISION SUPPORT

AABBSSTTRRAACCTT

This work presents a synthesis of the Six Sigma methodology and diverse

methods and techniques used for Decision Support, therefore analyzes how Six

Sigma can be used in corporative environment as complement to these methods.

The study begins by describing traditional applications of Six Sigma methodology

and benefits expected from it. It is based on literature and author’s experience as

Black Belt, developing Six Sigma projects as well as training Yellow Belts.

Therefore, the study presents a taxonomic synthesis of analytic Decision Support

techniques and tools researched in the writings. Afterwards are identified possible

intersections between Multicriteria Decision Analysis and Six Sigma. Also are

studied possible impacts risen from the use of Six Sigma for corporative decision

making. Along this study it was possible to conclude the great importance of Six

Sigma as Decision Support aiding. Data collected and quantitative measuring, as

a consequence of Six Sigma Projects run in a certain organization, enables

improvement of information quality for decision making. Lastly, few potential

situations are proposed as examples for application of scientific based techniques

for corporative decisions support.

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11

1. IINNTTRROODDUUÇÇÃÃOO

Atualmente, com as rápidas mudanças incentivadas pelo pensamento

globalizado, surge um mercado ainda mais exigente, obrigando as corporações a

focarem na otimização de seus processos, com vistas a atender as necessidades

do cliente em um cenário em que as decisões precisam ser tomadas de forma

rápida e consistente.

O tema foi escolhido devido à relevância e aplicabilidade da metodologia

Seis Sigma e do Apoio à Tomada de Decisão, que são temas relativamente

recentes porém fruto da evolução de abordagens preexistentes para problemas

análogos. O uso de métodos estatísticos para o aumento da qualidade não é

nenhuma novidade, entretanto em 1987 a Motorola formalizou o uso destes

métodos, de forma integrada, evoluindo para o abrangente sistema de gestão

conhecido como Seis Sigma. O homem enfrenta impasses e se vê obrigado a

tomar decisões desde os primórdios, mas a complexidade dos processos de

tomada de decisão foi se intensificando e, em resposta aos problemas logísticos-

militares existentes durante a Segunda Guerra, surge a Pesquisa Operacional na

década de 50. Os métodos e soluções eram então puramente matemáticos,

visando otimizar as soluções para os problemas. Na década seguinte, surgem os

métodos probabilísticos e nos anos 70, os primeiros métodos voltados para

problemas discretos de decisão no ambiente multicritério ou multiobjetivo.

O objetivo principal desse estudo é identificar sinergias entre as duas

práticas: Seis Sigma e Apoio à Tomada de Decisão.

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12

2. PPRROOBBLLEEMMAA

2.1. CONTEXTUALIZAÇÃO DO PROBLEMA

Embora um número crescente de empresas estejam preocupadas em

manter-se competitivas, muitas ainda andam na contramão desta tendência por

incapacidade de tomar decisões que impactem positivamente seus resultados.

A maioria das empresas nem sabe em que nível de defeito está operando.

Trabalham num ciclo de controle de defeito para uma solução imediata

convivendo com sua ineficiência, e até considerando-a como parte do negócio.

Gastam tempo corrigindo o mesmo problema repetidamente, aumentando o seu

custo no processo como um todo.

Uma pesquisa realizada pela TARP (Technical Assistance Research

Program) sobre comunicação boca-a-boca (apud Zülzke, 1997) em 1981, revelou

que um consumidor insatisfeito, geralmente comenta esta experiência com nove a

dez pessoas.

Um estudo realizado pelo US Office of Consumer Affairs (apud Mangold,

Miller & Brockway, 1999) revela que um consumidor de serviços insatisfeito conta

esta experiência para outras nove pessoas. Por outro lado, uma experiência que

gerou satisfação é narrada para cinco pessoas.

Quanto maior a insatisfação dos clientes, maior a tendência de perder o

espaço no mercado, e isto significa também perder parte da receita bruta.

O presente trabalho pretende servir de base para empresas interessadas em

incorporar técnicas que possibilitem melhorar a qualidade de suas decisões

estratégicas e otimizar seus resultados.

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13

Segundo Sturion (2003), o Seis Sigma fornece abordagem factual para

tomada de decisão.

“O uso dos métodos estatísticos, para o aumento da qualidade,

não é nenhuma novidade, mas o enfoque é realmente novo. A

abordagem Seis Sigma acrescenta considerável valor a eles,

desenvolvendo um vocabulário de métricas e ferramentas comuns

a toda a organização. Ao formalizar-se o uso de ferramentas

estatísticas de forma integrada, evita-se empregá-las isolada e

individualmente em um caminho desconectado. Desta forma,

salienta-se uma abordagem baseada em dados para o

gerenciamento.” (Campus apud Pande et al, 2001, p.X).

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14

3. SSUURRGGIIMMEENNTTOO DDAA MMEETTOODDOOLLOOGGIIAA SSEEIISS SSIIGGMMAA

3.1. MOTOROLA

Em 1986 a Motorola Inc. iniciou um programa corporativo de qualidade de

longo prazo chamado “Programa de Qualidade Seis Sigma”. Nesta época, os

principais líderes da Motorola já admitiam a péssima qualidade de seus produtos

e sua vulnerabilidade frente ao ataque da concorrência japonesa. A providência

foi a adoção do padrão de aproximação de zero defeito (Pande et al, 2001, p.7).

Seu propósito era aumentar a satisfação dos clientes, reduzindo ou

eliminando defeitos nos produtos. Isto não deveria ser feito como uma iniciativa

forçada, como a inspeção da qualidade crescente que aumentaria muito os custos

de produção, mas através de uma melhoria do processo a partir de um ponto

principal do sistema, e direcionando os produtos e processos para o Seis Sigma

(Perez-Wilson, 2000, p. 154).

O programa foi dividido em dois níveis: gerencial e operacional. No nível

gerencial cada indivíduo da organização era responsável por seus processos,

produtos e serviços, e desafiado a incrementar a qualidade para aproximá-la da

performance Seis Sigma. No nível operacional, foram utilizados métodos

estatísticos para caracterizar processos técnicos (de fabricação), e processos não

técnicos (administrativos, de serviços ou de transações).

Em junho de 1987, a Motorola direcionou seus funcionários para começarem

a implementar o Seis Sigma nas funções administrativas. Um memorando foi

distribuído para todos os funcionários, apresentando o conceito do Seis Sigma,

que é baseado em zero defeito em operações da produção e administração.

Em seguida a Motorola criou um curso sobre “Os Seis Passos para o Seis

Sigma“, mais voltado para os processos administrativos ou de serviços, e não

somente para a melhoria de processos técnicos.

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15

De 1986 até 2001 a Motorola alcançou economia de US$ 6 bilhões

decorrente de projetos Seis Sigma.

3.2. OUTROS CASOS DE SUCESSO DO SEIS SIGMA

Apenas em 1999 a General Electric economizou US$ 1,8 bilhões devido

aos projetos Seis Sigma desenvolvidos.

A gigante Allied Signal implementou o Seis Sigma em 1994 tendo como

conseqüência a redução de seus custos diretos em US$ 3.3 bilhões com

um crescimento de 12% em 1998.

Um único processo otimizado através do Seis Sigma em uma planta da

Asea Brown Boveri nos Estados Unidos gera a economia de US$ 770

mil por ano.

Na Kodak brasileira houve redução de custos na ordem de US$ 15

milhões em 3 anos de implementação do Seis Sigma.

Outras empresas no Brasil que estão implantando o Seis Sigma são:

Votorantim Cimentos, Votorantim Metais, América Latina Logística - ALL,

Líder Táxi Aéreo, Nokia, Tupy Fundições, Fiat Automóveis, entre outras.

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Six Sigma Cost And Savings By Company Year Revenue ($B) Invested ($B) % Revenue Invested Savings ($B) % Revenue Savings

Motorola 1986-2001 356.9(e) ND - 16 4.5 Allied Signal 1998 15.1 ND - 0.5 3.3

GE 1996 79.2 0.2 0.3 0.2 0.2 1997 90.8 0.4 0.4 1 1.1 1998 100.5 0.5 0.4 1.3 1.2 1999 111.6 0.6 0.5 2 1.8 1996-1999 382.1 1.6 0.4 4.4 1.2

Honeywell 1998 23.6 ND - 0.5 2.2 1999 23.7 ND - 0.6 2.5 2000 25.0 ND - 0.7 2.6 1998-2000 72.3 ND - 1.8 2.4 Key: $B = $ Billions, United States (e) = Estimated, Yearly Revenue 1986-1992 Could Not Be Found ND = Not Disclosed Note: Numbers Are Rounded To The Nearest Tenth Six Sigma Costs And Savings The financial benefits of implementing Six Sigma at your company can be significant. By Charles Waxer http://www.isixsigma.com

Figura 1 – Six Sigma Costs and Savings Fonte: http://www.isixsigma.com

Figura 2 – Resumo da História do Seis Sigma Fonte: O Seis Sigma no Brasil

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4. CCOONNCCEEIITTOOSS DDEE SSEEIISS SSIIGGMMAA

Para Werkema (2002), o Seis Sigma pode ser definido “como uma estratégia

gerencial disciplinada e altamente quantitativa, que tem como objetivo aumentar

drasticamente a lucratividade das empresas, por meio da melhoria da qualidade

de produtos e processos e do aumento da satisfação de clientes e consumidores.”

Segundo Perez-Wilson (2000) “Seis Sigma é uma medida de qualidade e

eficiência, mas além disso, é uma medida de excelência. Portanto, embarcar no

programa Seis Sigma significa, para uma organização, oferecer serviços e

produtos de primeira qualidade, ao mesmo tempo em que praticamente elimina

todas as ineficiências internas. Seis Sigma significa excelência em tudo, não

apenas no produto final, mas nos processos administrativos, de serviços e de

fabricação de toda organização”.

Para Barbosa (2002) “Seis Sigma é uma metodologia voltada para

melhoramento contínuo de processos, tanto novos quanto os já existentes, e

voltada para oferecer resultados quantitativos em termos de produção, receita,

custo e lucro, além da satisfação do cliente”.

O Seis Sigma é aplicável a processos técnicos e não-técnicos. Um processo

de fabricação é um processo técnico, onde o fluxo do produto é visível e tangível.

Um processo administrativo ou um serviço, é um processo não-técnico, e muitas

vezes suas entradas podem não ser tangíveis, mas permite que sejam

determinados, caracterizados, otimizados, e controlados, com objetivos de

eliminar-se erros e falhas. A busca deve ser em otimizar os processos, de forma a

torná-los simplificados, com menos número de passos, mais rápidos e eficientes,

e que não propiciem a produção de defeitos ou oportunidade de erros, dentro de

custos pré-estabelecidos.

“Afinal, produtos são feitos de processo. Então, se a organização

e seu pessoal não entendem a ciência de seu processo, não há

como possam controlá-lo, modificá-lo, otimizá-lo, muito menos

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melhorá-lo. Não é possível melhorar uma coisa que não

entendemos. É necessário primeiro estudar o processo, com o

intuito de saber quais variáveis o afetam e quais não o afetam.”

(Perez-Wilson, 2000, p. 168).

4.1. O QUE SIGNIFICA SIGMA

Sigma é a 18a letra grega, σ, usada na estatística para representar o desvio

padrão de uma distribuição. As letras simbolizadas em grego são utilizadas em

estatística para representar parâmetros onde seus valores são desconhecidos. O

valor de sigma pode sempre ser estimado calculando-se o desvio padrão de uma

amostra representativa.

Sigma é utilizado para representar a variação dos processos em relação à

especificação. Entretanto, a simples observação do valor obtido para o desvio

padrão não permite a interpretação do seu significado, ou seja, determinar se a

magnitude da variação é aceitável ou não. Essa dificuldade é resolvida por meio

da comparação do valor do desvio padrão com os limites de especificação para o

resultado de interesse. A partir desta comparação, surge a escala Sigma, que

indica o nível de qualidade associado a um processo de manufatura ou de

serviço. A escala Sigma é utilizada para medir o nível de qualidade associado a

um processo ou seja, é uma medida estatística para medir a taxa de falhas. A

medida sigma pode ser aplicada a qualquer processo, produto, transação ou

serviço, não se limitando às áreas produtivas. Sua aplicação abrange tanto um

processo de fabricação industrial como, por exemplo, a compensação de

cheques, atendimento de telemarketing, desenhos de engenharia, processamento

de pedidos, transporte, etc.

A medida PPM (partes por milhão) reflete o número de unidades defeituosas

por milhão de unidades produzidas. Outra unidade de medida utilizada na

metodologia Seis Sigma é o DPMO, que reflete a quantidade de defeitos por

milhão de oportunidades para que os defeitos aconteçam, uma vez que uma

unidade produzida pode apresentar mais de um defeito. Esta medida possibilita a

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comparação de performance de diferentes processos, produtos, empresas e

operações, levando-se em conta o nível de complexidade específica de cada um.

Nível Sigma PPM

2 Sigma 308.537 3 Sigma 66.807 4 Sigma 6.210 5 Sigma 233 6 Sigma 3,4

Figura 3 – PPM em Relação ao Nível Sigma

Figura 4 – Comparação entre o padrão atual (Quatro Sigma) e a performance SEIS SIGMA

Fonte: Adaptado de “O Seis Sigma no Brasil”

4.2. ÍNDICES DE CAPACIDADE DO PROCESSO

Os índices de capacidade de processo podem ser obtidos através da análise

de dados discretos ou contínuos e são comumente aplicáveis em processos

tangíveis. A análise destes índices só tem coerência se o processo em questão

estiver controlado estatisticamente por um período razoável de tempo.

Comparação entre o padrão atual (Quatro Sigma) e a performance SEIS SIGMA

Quatro Sigma (99,38% conforme)

Seis horas de falta de energiaelétrica pormês

5.000 operações cirúrgicasincorretas por semana

3.000 cartas extraviadas para cada300.000 cartas postadas

Quinze minutos de fornecimentode água não potável por dia

Seis Sigma (99,99966% conforme)

Uma hora de falta de energia elétrica a cada 34 anos

1,7 operação cirúrgica incorreta porsemana

Uma carta extraviada para cada300.000cartas postadas

Um minuto de fornecimento deágua não potável a cada sete meses

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A capacidade do processo é estimada com base na média do processo e no

desvio padrão. Quando existe controle estatístico do processo, a capacidade

deste reflete o nível criado pelas causas comuns de variação do processo.

Existem diversos índices de capacidade porém os mais utilizados são Cp e

Cpk. Um processo pode ser comparado aos seus requerimentos técnicos pelo

cálculos dos índices de capacidade.

Cp = σ6

técnicatolerância

O índice Cp é a relação direta entre o requerimento técnico e 6σ, ou seja,

supondo que a distribuição do processo é normal e que a média está centralizada,

um índice Cp igual a 1, caracterizaria um processo “capaz”. Entretanto, prevendo

um pequeno deslocamento do processo, o mínimo valor comumente aceitável

para este índice é 1,33. Para um processo 6σ, que produza até 3,4 defeitos por

milhão de oportunidades incluindo o deslocamente de 1,5 sigma, o valor do índice

Cp seria igual a 2. Quanto maior o Cp , melhor será o processo.

Segundo Werkema (2003) há uma anomalia na Tabela de Conversão Sigma

oriunda do chamado “deslocamento 1,5 sigma” que é um item fundamental no

contencioso entre os especialistas em Estatística e sobre como as medidas Seis

Sigma são definidas.

Esta anomalia na Tabela de Conversão Sigma gera divergência entre os

especialistas uma vez que sua explicação original era que a convenção no Seis

Sigma, com base no trabalho da Motorola, visava utilizar um sistema que fosse

consistente para processos de curto e longo prazo. No curto prazo, a tendência

de um processo seria sofrer menos variações em seu desempenho do que no

longo prazo, desta forma, considerar-se-ia o deslocamento de 1,5 sigma para o

cálculo da pontuação sigma de longo prazo.

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Num processo que atinja nível Seis Sigma 99,9999998% dos resultados

seriam perfeitos no curto prazo, o que significa dois defeitos por bilhão de

resultados. Ainda que, no longo prazo, ocorresse uma variação na média igual a

1,5 vezes o desvio padrão, isso representaria 3,4 erros por 1.000.000 de

oportunidades, ou seja, a queda do nível de qualidade seria pouco perceptível aos

clientes.

Entretanto, segundo Perez-Wilson, houve um mal entendido por parte do Dr.

Michael Harry da Motorola quando citou o artigo “Statistical Tolerancing: The

State of the Art” de David H. Evans1. Neste artigo foi feita menção a processos

onde qualquer fração fora do limite de tolerância poderia ter grande impacto. Este

problema poderia ser equacionado pela sugestão de A. Bender em ampliar o

desvio padrão em 1,5 para compensar qualquer variação na média de um

componente individual. Ou seja, o estimador do desvio padrão sofreria um

aumento de magnitude de 1,5 porém isso não implica que a média de um

processo varie ± 1,5 sigma como via de regra (Perez-Wilson, 1999).

De qualquer forma, o índice Cp tem dois inconvenientes. O primeiro é que

este índice só pode ser utilizado quando há limite de tolerância inferior e superior

e o segundo é que se a média do processo não estiver centralizada em relação

aos parâmetros de requerimentos técnicos, este índice pode levar a resultados

distorcidos. Desta forma, recentemente a utilização deste índice vem cedendo

lugar ao Cpk.

Cpk = σ̂3MINZ

1 EVANS, D.H., “Statistical Tolerancing: The State of the Art, Part III. Shifts and Drifts”, Journal of Quality Technology, Vol. 7, N° 2 (abril de 1975), p.72 a 76.

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O índice Cpk está intimamente relacionado com Cp , onde a diferença entre

eles representa o ganho potencial que pode ser obtido com a centralização do

processo. Em um processo 6σ ambos os índices Cpk e Cp seriam 2.

4.3. COMO FUNCIONA A METODOLOGIA SEIS SIGMA

“É usado para melhorar os produtos da organização, serviços e

processo, através de várias disciplinas, incluindo produção,

desenvolvimento de produto, marketing, vendas, finanças e

administração. Isto é obtido através do entendimento da razão do

processo, e reduzindo ou eliminando defeitos e desperdício. O

método de gerenciamento Seis Sigma integra profundos

conhecimentos de estatística, engenharia, processo e

gerenciamento de projetos.” (Anbari, 2002, p. 1).

A idéia central do Seis Sigma é a de que se é possível conseguir medir

quantos defeitos há em um processo, pode-se sistematicamente descobrir como

eliminá-los e ficar mais próximo possível de um processo sem falhas. A

metodologia Seis Sigma tem como foco a redução na variação dos processos da

organização para o alcance de metas associadas aos objetivos estratégicos, ou

seja, a um alinhamento corporativo.

A identificação de projetos Seis Sigma permite à organização reconhecer

como os seus processos afetam sua lucratividade, e a definir quais desses

processos são críticos para o negócio da empresa. Provoca principalmente uma

mudança cultural na corporação, pois os benefícios estão associados a ganhos

de custo, ao aumento de produtividade, eliminação de trabalho desnecessário, ao

aumento das margens da operação, e a redução de despesas.

Uma vez que o objetivo de um projeto Seis Sigma é causar impacto nos

resultados, ele ganha força quando se mostra eficaz e eficiente para a

corporação, por isto é fundamental medir seus resultados. Cada empresa tem

sua maneira de medir e analisar os resultados, por isto é essencial estar claro a

definição do que medir e sobre que critério, ou seja, de que forma o conjunto de

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ferramentas, de técnicas, princípios, e regras estatísticas estarão organizadas

para se poder caracterizar, otimizar e controlar um processo.

A aplicação do Seis Sigma a um processo já existente engloba cinco fases,

conhecidas como DMAIC: Define (definir), Measure (medir), Analyze (analisar),

Improve (melhorar) e Control (controlar).

Definir (D) – Esta primeira fase objetiva determinar qual a necessidade a

ser implementada. É necessário identificar os clientes do processo, suas

necessidades e exigências e criar um mapa de processo de alto nível. O

problema será definido com precisão, assim como seu histórico,

potencial de retorno econômico do projeto, impacto sobre

clientes/consumidores e estratégias da empresa, escopo do projeto,

avaliação da prioridade do projeto e se será patrocinado pelos gestores

envolvidos, recursos, regras e responsabilidades da equipe do projeto,

prazos e um esboço das necessidades do cliente e CTQs2 identificados.

Medir (M) – Esta é a fase na qual são colhidos dados a partir dos quais

deve-se identificar o foco do problema e definir a capacidade sigma do

processo.

Analisar (A) – O objetivo nesta fase é determinar os fatores que geram

variação no processo, ou ainda, compreender bem o processo a ponto

de oferecer condições de melhorias reais (custo, prazo, qualidade,

receita). Este estágio é caracterizado pela aplicação de vários métodos

estatísticos, análise dos processos mapeados, identificações das causas

da baixa qualidade e verificação dos limites de satisfação do cliente.

Melhorar (I) - É criar, selecionar e implementar soluções para a redução

da variação e aumento da capacidade sigma. Várias soluções serão

sugeridas, mas somente a solução ideal deve ser selecionada.

2 CTQ significa Critical to Quality ou seja, pontos críticos para a qualidade.

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Recomenda-se um teste piloto para verificação de qual solução deve

ser selecionada.

Controlar (C) - É garantir a sustentabilidade da melhoria ao logo do

tempo, ou seja, garantir técnicas de monitoramento do processo,

sinalizando as necessidades de intervenção, correção, ação e/ou

modificação.

Figura 5: As ferramentas do Seis Sigma comumente utilizadas em cada fase de um

projeto. Fonte: Adaptado de The Six Sigma Handbook

Project Phase Candidate Six Sigma Tools

Define Project CharterVOC tools (surveys, focus groups, letters, comment cards)Process mapQFD, SIPOCBenchmarking

Measure Measurement and systems analysisExploratory data analysisDescriptive statisticsData miningRun chartsPareto analysis

Analyze Cause-and-effect diagramsTree diagramsBrainstormingProcess behavior charts (SPC)Process mapsDesign of experimentEnumerative statistics (hypothesis tests)Inferential statistics (Xs and Ys)FMEASimulation

Improve Force field diagrams7M toolsProject planning and management toolsPrototype and pilot studies

Control SPCFMEAISO 900xChange budgets, bid models, cost estimating modelsReporting system

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Conforme mencionado anteriormente, o DMAIC é aplicado em processos já

existentes, entretanto o Seis Sigma também é aplicável para o projeto de novos

produtos (sejam eles bens ou serviços) assim como para novos processos. Nesse

contexto o Design for Six Sigma (DFSS) surgiu na General Electric como uma

extensão do Seis Sigma.

Esse método é constituído por cinco etapas – Define, Measure, Analyze,

Design e Verify (DMADV) – que devem ser executadas pela equipe multifuncional

responsável pelo projeto do novo produto (WERKEMA, 2002, p.158). O DFSS não

será abordado profundamente uma vez que não faz parte do escopo deste

trabalho.

4.4. LIMITES DE TOLERÂNCIA

Segundo Milone (2004) os limites de tolerância são os referenciais de

avaliação das significâncias das variações, dos processos e da tomada de

decisões. Esse limite é estabelecido em termos da média e do desvio-padrão dos

valores.

A especificação de um projeto tem um limite de tolerância superior (LTS) e

um limite de tolerância inferior (LTI), que indica que, quando um destes limites for

excedido, o produto falha nas exigências de seu projeto. Segundo Perez-Wilson

(1999), antes de janeiro de 1987, os Seis Sigmas eram entendidos como mais ou

menos três sigmas dentro dos limites de tolerância, o que representa 99,73% dos

resultados dentro das especificações.

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Figura 6 – Distribuição Normal com ± 3 Sigmas dentro da Especificação. Fonte: Seis Sigma: Compreendendo o conceito, as implicações e os desafios.

Entendia-se Seis Sigma como se a variação do processo (±3σ) fosse igual à

distância entre os limites superior (LTS) e inferior de tolerância (LTI). Ainda hoje o

limite de tolerância continua sendo fixado a uma distância de 3 desvios padrão da

média do processo. Entretanto, a Motorola defende, desde 1987, que a tolerância

do projeto deveria ser tal que esta permitisse ajustar 12 (±6) sigmas ou duas

vezes a variação do processo.

Figura 7 – Distribuição Normal com ± 6 Sigmas dentro da Especificação Fonte: Seis Sigma: Compreendendo o conceito, as implicações e os desafios.

A Motorola tomava um determinado produto, inspecionava suas

características de acordo com os parâmetros da especificação, e estimava o seu

sigma. Este valor de sigma estimado deveria ser tal que 12 deles se ajustassem

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dentro dos limites de tolerância. Isto é bem diferente do que se entendia como

Seis Sigma até então, que era de ±3 e não ±6 sigmas dentro das especificações.

“Alcançar o Seis Sigma significa reduzir defeitos, erros ou falhas a zero ou

reduzir o sigma ou desvio padrão a um valor que permitirá encaixar 12 vezes o

valor de sigma entre os limites superior e inferior de especificação, ao mesmo

tempo em que se mantém a média o mais próximo possível do meio das

especificações.” ( Perez-Wilson, 2000, p. 241).

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4.5. FERRAMENTAS SEIS SIGMA

Existe uma variedade de ferramentas, técnicas e métodos utilizados para

alcançar o Seis Sigma, entretanto existem diferenças quando sua aplicação se dá

em processos técnicos e não técnicos.

Algumas das mais importantes ferramentas do Seis Sigma são: Mapa do

Processo, Métricas do Seis Sigma, Carta de Controle, Pesquisa de Satisfação do

Cliente, Avaliação do Sistema de Medição/Inspeção (MSE), Diagramas de Pareto,

Histogramas, Boxplot, Análise de Capacidade do Processo, Análise Multivariada,

Fluxograma, FMEA (Failure Mode and Effect Analysis), Diagramas de Dispersão,

Cartas “Multi-Vari”, Brainstorming, Diagramas de Causa e Efeito, Análise de

Correlações, Matriz de Priorização, Análise de Regressão, Teste de Hipóteses,

Análise de Variância, Planejamento de Experimentos (DOE), Simulação, Teste de

Confiabilidade e Poka-Yoke (Mistake-Proofing). A maioria destas ferramentas

mencionadas serão abordadas a seguir, ainda que de forma simplificada, uma vez

que um aprofundamento maior desviaria o propósito deste trabalho.

4.5.1. Mapa do Processo

O Mapa do Processo é uma representação gráfica do processo que exibe a

seqüência das ações que o compõem, através de uma versão modificada dos

símbolos padrão dos flowcharts. Na prática, o mapa do processo é uma figura

mostrando como as pessoas executam seu trabalho, exibindo cada etapa de uma

processo, identificando as entradas necessárias para a sua execução e as saídas,

após o processamento de cada etapa. Essa ferramenta auxilia a identificação de

atividades que não agregam valor ao processo final e serve de base para a

construção de outros diagramas. No exemplo a seguir, as etapas marcadas em

verde agregam valor ao processo enquanto que as demais, não agregam valor.

Outros exemplos de Mapa de Processos podem ser consultados em Davenport

(1994).

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InputCustomer’s

OrderC Part numberC QuantityC PriceC Lead timesC Customer informationN Order-entry operatorC System

Customer’s Order Backlog

Process Planning Analysis

C Customer’s order BacklogC Finish Goods InventoryC WIP InventoryC Purchase Orders backlogN Process Planning programmerC System

Create Purchase

RequisitionC Parts requiredC Quantity requiredN Process Planning programmerC System

Approve Purchase

RequisitionS Non-approved Purchase RequisitionN Process Planning supervisorC System

Verify Alliances

S Approved Purchase Requisition

CreatePurchase

Order

Approve Purchase

Order

Print Purchase

Order

Send Purchase

OrderS Approved Purchase RequisitionC Supplier informationC Supplier lead timesC Supplier pricesN Buyer

S Non-approved Purchase OrderN Buyer supervisorC System

S Approved Purchase OrderN BuyerC System

S Print out of Order

List of non-available parts Non-approved Purchase Requisition Approved Purchase Requisition

Selected SupplierNon-approved Purchase Order

Approved Purchase Order Print out of OrderAddressing to Supplier

Figura 8: Exemplo de Mapa do Processo

Fonte: Procurement and Production Planning Process Flow

InputCustomer’s

Order

Process Planning Analysis

Create Purchase

Requisition

Approve Purchase

Requisition

Verify Alliances

CreatePurchase

Order

Approve Purchase

Order

Print Purchase

Order

Send Purchase

Order

5.93 days 6.1 days

10.5 days

0.17 days

16.6 days 17.9 days

1.3 days

Figura 9: Process Map: Cycle Time Fonte: Procurement and Production Planning Process Flow

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4.5.2. Métricas do Seis Sigma

A Métrica Primária é utilizada para exibir a situação do processo antes do

início da aplicação da metodologia Seis Sigma, a evolução durante a aplicação da

metodologia, o objetivo a ser alcançado e a estimativa do status do processo caso

o Seis Sigma não fosse aplicado.

Figura 10: Exemplo de Métrica PrimáriaFonte: Procurement and Production Planning Process Flow

A Métrica Secundária reflete possíveis conseqüências negativas da

aplicação do Seis Sigma em um processo. O objetivo desta métrica é monitorar a

eventual evolução de conseqüências indesejáveis oriundas da interferência no

processo. Com isso, busca-se evitar que um problema seja resolvido deslocando

possíveis impactos negativos para outros processos.

Days between Customer's order entry and Purchase Order

21

1617

1918

19 19

17 17

1514

17 17 17

1

1716

1514

1211

109

87

64

32

10

5

10

15

20

25

Ja

n/9

8

Fev

/98

Mar

/98

Ab

r/98

Mai

/98

Jun

/98

Jul/9

8

Ag

o/9

8

Set

/98

Ou

t/9

8

No

v/98

Dez

/98

Ja

n/9

9

Fev

/99

Mar

/99

ActualTargetProjected

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Figura 11: Exemplo de Métrica Secundária Fonte: Procurement and Production Planning Process Flow

4.5.3. Diagrama da Matriz (Matriz XY)

O Diagrama da Matriz também é chamado de Matriz XY e permite analizar

as correlações entre dois grupos de idéias: as entradas e saídas de cada etapa

do processo e priorizar as correlações entre elas.

O Diagrama da Matriz ou Matriz XY é derivado da técnica de QFD (Quality

Function Deployment) originalmente desenvolvido pelos japoneses e

posteriormente utilizada pelas empresas americanas, uma vez que ela define a

direção a ser tomada por uma empresa a longo prazo. O QFD é um processo que

leva em conta os requerimentos dos clientes para o planejamento e

desenvolvimento de produtos e serviços. As matrizes QFD também são

conhecidas como “Casa da Qualidade” e são a ilustração dos resultados da

apuração das demandas dos clientes. O QFD também serve de base para o

processo de tomada de decisão. Uma abordagem mais aprofundada sobre QFD

pode ser obtida em ReVelle (1997).

% of Purchase Orders connected toLate Shipments to Customers

9

24

38

18

26

3836

44

26

21

75

28 28 28

05

101520253035404550

Jan

/98

Fe

v/9

8

Mar/

98

Ab

r/98

Mai/

98

Ju

n/9

8

Ju

l/98

Ag

o/9

8

Se

t/98

Ou

t/98

No

v/9

8

Dez/

98

Jan

/99

Fe

v/9

9

Mar/

99

Actual

Target

Baseline

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Figura 12: Exemplo de Matriz XY

Fonte: Obsolete and Slow Moving Inventory Reduction

Figura 13: Quality Function Deployment (QFD) or House of Quality Fonte:The Six Sigma Handbook

CORRELATION MATRIX

HOWS (COLUMNS)

RELATIONSHIP MATRIX

(INTERSECTION OF ROW & COLUMN)

WHATS (ROWS)

IMPO

RTA

NCE

COMPETITIVE EVALUATION

TARGET VALUES

COMPETITIVE EVALUATION

IMPORTANCE WEIGHTING

Output Ranking 10 4 4 4 1

Input Variables (X's)1 Customer's order Backlog 10 0 4 5 2 138 10.78%2 Process Planning Programmer 6 10 10 10 5 185 14.45%3 Corporate System 10 8 6 6 6 186 14.53%4 Purchase orders backlog 6 0 0 0 0 60 4.69%5 BOM 10 8 0 0 0 132 10.31%6 Purchase Requisition 5 10 0 0 0 90 7.03%7 Alliances 5 10 0 0 0 90 7.03%8 Buyer 0 10 0 0 0 40 3.13%9 Purchased materials 0 0 10 5 5 65 5.08%10 Supplier's invoice 0 0 10 5 5 65 5.08%11 Available items for Inventory 10 0 5 1 1 125 9.77%12 Available Items for Manufacturing 0 0 10 5 7 67 5.23%13 Finished items 0 0 3 0 5 17 1.33%14 Billing 0 0 0 0 10 10 0.78%15 Packing 0 0 0 0 10 10 0.78%16 Strategic stock 10 5 8 8 8 192 15.00%

Association Table

Fini

shed

item

s

Ord

er

Ava

ilabl

e ite

ms

for I

nven

tory

Ava

ilabl

e ite

ms

for

Man

ufac

turin

g

Out

put

Var

iabl

es (Y

's)

List

of n

on-

avai

labl

e ite

ms

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33

4.5.4. AHP

O Analytic Hierarchical Process (AHP) é uma poderosa ferramenta para

tomada de decisão, calculando pesos relativos de importância a partir de

comparações em pares de categorias. Há softwares especializados para efetuar

estes cálculos porém é possível obter resultados aproximados com o uso de uma

planilha Microsoft Excel. O método AHP foi desenvolvido por Thomas L. Saaty

que aborda o assunto detalhadamente em seu livro The Fundamentals of

Decision Making and Priority Theory with the Analytic Hierarchy Process (2000).

A B C D E F 1 Atribute A B C D E Total Weight2 A-Easy to learn 0.00 4.00 1.00 3.00 1.00 9.00 26.2%3 B-Easy to use 0.25 0.00 0.20 0.33 0.25 1.03 3.0% 4 C-Connectivity 1.00 5.00 0.00 3.00 3.00 12.00 34.9%5 D-Compatible 0.33 3.00 0.33 0.00 0.33 3.99 11.6%6 E-Easy to maintain 1.00 4.00 0.33 3.00 0.00 8.33 24.3%7 Grand total 34.35

Figura 14: Exemplo de AHP utilizando Microsoft Excel Fonte: The Six Sigma Handbook

4.5.5. Análise de Capacidade

A análise de capacidade do processo objetiva calcular em que nível da

escala sigma encontra-se o processo e qual é o nível máximo ao qual pode ser

elevado sem que haja incremento dos recursos que estão sendo utilizados.

Milone (2004) define a capacidade do processo como a diferença entre os limites

superior e inferior de tolerância. A relação entre a capacidade do processo e a

amplitude de tolerância dos produtos é denominada de índice de capacidade do

processo. Como forma de exemplificar a Análise de Capacidade, consideremos

os dados obtidos no projeto Obsolete and Slow Moving Inventory Reduction

(Suárez 2000). A população estudada compreendia 78.667 peças em inventário

das quais 28.566 foram consideradas defeituosas uma vez que encontravam-se

em inventário por um prazo superior ao limite superior estabelecido. O nível sigma

encontrado para o processo foi de 1.85 o que significaria 363.126 defeitos por

milhão de oportunidades. O nível de capacidade do processo calculado foi de

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34

0.62 o que significa que o processo está em 62% de sua capacidade podendo

melhorar em até 38% sem que sejam incorporados novos recursos aos

existentes.

Figura 15: Nível Sigma e Capacidade do Processo Fonte: Obsolete and Slow Moving Inventory Reduction

4.5.6. Estatística Descritiva

A Análise Estatística dos dados possibilita determinar se a distribuição é

normal e auxilia na identificação de fatores ocultos, padrões e estruturas em

dados multivariados, facilitando assim, a classificação e/ou ordenação de casos.

A distribuição normal ou Distribuição de Gauss originalmente serve para mostrar

como se distribuem os erros em uma medida experimental. Mas, pode também

mostrar como se distribuem os dados em várias situações originadas de eventos

mutuamente independentes. A curva correspondente a essa fórmula tem uma

forma de sino com um valor máximo H que ocorre quando a variável x é igual a m,

isto é, a média e o máximo coincidem. A largura da curva é controlada pelo valor

de h. Quanto maior h, mais estreita é a curva.

Matematicamente, esta distribuição pode ser descrita como:

F(x) = H e-h2(x-m)2

Units tested = 78,667 Units with defect = 28,566

DPU= 667,78566,28 = 0.363126 ⇒ DPU = 36.31%

RTY = 363126.0−e = 0.695499 ⇒ RTY = 69.55%

PPM = 363,126

DPMO = )/(000,000,1*

unitoppsDPU =

1000,000,1*363126.0 ⇒ DPMO = 363,126

Z st = 1.85

C pk = 0.62

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35

Figura 16: Distribuição de Gauss or Normal Fonte: http://www.fisica.ufc.br/espec4.htm

Figura 17: Exemplo de Distribuição Anormal de dados Fonte: Obsolete and Slow Moving Inventory Reduction

4.5.7. Análise de Pareto

A Análise de Pareto é um processo de classificação de oportunidades para

determinar qual das diversas oportunidades potenciais deve ser abordada

primeiro. Esta oportunidade prioritária pode ainda ser decomposta em categorias

diversas entre os ítens que a compõem, resultando num gráfico de Pareto de

Segundo Nível. Na metodologia Seis Sigma são utilizados Diagramas de Pareto

4 14 24 34 44 54 64 74 84

95% Conf idence Interv al f or Mu

13.6 14.6 15.6 16.6 17.6 18.6

95% Conf idence Interv al f or Median

Variable: DaysTotal

A-Squared:P-Value:

MeanStDevVarianceSkewnessKurtosisN

Minimum1st QuartileMedian3rd QuartileMaximum

17.1224

12.1212

14.0000

113.874 0.000

17.639712.4764155.6612.426508.09339

2237

0.000010.000015.000021.000090.0000

18.1570

12.8532

15.0000

Anderson-Darling Normality Test

95% Conf idence Interv al f or Mu

95% Conf idence Interv al f or Sigma

95% Conf idence Interv al f or Median

Descriptive Statistics

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36

de até 3 níveis. Um detalhamento maior da Análise de Pareto é encontrado em

Milone (2004).

Figura 18: Exemplo de Gráfico de Pareto de Primeiro Nível Fonte: Obsolete and Slow Moving Inventory Reduction

Figura 19: Exemplo de Gráfico de Pareto de Segundo Nível

Fonte: Obsolete and Slow Moving Inventory Reduction

PUMP

COMPRESSOR

Others

102579 51763 271165.3 33.0 1.7

65.3 98.3 100.0

0

50000

100000

150000

0

20

40

60

80

100

Equip. Category

CountPercentCum %

Perc

ent

US$

VALUE OF ITEMS in OSMI BY EQUIPMENT CATEGORY (US$)

ROU GH ITEM FOR PUMP

F INISHED ITEM FOR PUMP

15528.784597.815.584.5

100.0 84.5

100000

50000

0

100

80

60

40

20

0

DefectCount

PercentCum %

Perc

ent

US$

Value of Items for Pumps in OSMI (Rough/Finished)

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37

Figura 20: Exemplo de Gráfico de Pareto de Terceiro Nível

Fonte Obsolete and Slow Moving Inventory Reduction

4.5.8. Análises de Correlação e Regressão

As análises de correlação e de regressão são ferramentas muito importantes

utilizadas no Seis Sigma. Tais análises foram criadas para auxiliar nos estudos

de causa e efeito. Um problema de regressão considera a distribuição de

freqüências de uma variável quando as demais estão fixadas em determinados

níveis. Um problema de correlação considera a variação conjunta das duas

variáveis. Ambas podem ser utilizadas em todos os estágios de solução de

problemas e de processo de planejamento. Os métodos de correlação para

determinar a intensidade da relação linear entre duas ou mais variáveis estão

entre as técnicas estatísticas mais amplamente aplicadas. Na maioria dos casos a

medida de correlação usada pelos analistas é o r. Normalmente assume-se que x

e y tem uma distribuição normal bivariada e assim o r é uma amostra estatística

que estima o parâmetro ρ de correlação da população. Na figura 21, r = 0.842

sugere uma forte correlação positiva entre as variáveis x e y em questão.

Mesmo uma correlação perfeita (onde r = 1) não significa que certamente

haverá uma relação de causa e efeito entre x e y. Por exemplo, x e y podem ser

OthersMEN

CPXD-1000

DBEWTLSESCSplit

CasingSewageQL

Miscelaneous

Process

3571.5 1814.3 3169.5 3663.0 5424.4 7433.4 7934.5 8003.715952.228596.9 4.2 2.1 3.7 4.3 6.3 8.7 9.3 9.418.633.4

100.0 95.8 93.7 90.0 85.7 79.4 70.7 61.4 52.1 33.4

80000

70000

60000

50000

40000

30000

20000

10000

0

100

80

60

40

20

0

Pump Type

CountPercentCum %

Perc

ent

US$

Value of Items for Pumps in OSMI per Pump Type (US$)

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38

determinados por uma terceira variável z. Em algumas situações, z é descrita

como uma “variável enganadora” que pode estar oculta, desconhecida ao analista

que busca a correlação entre as variáveis. Essa distorção pode ser eliminada

através da utilização da análise de regressão e computação de coeficientes de

correlação parcial. Maiores detalhes a este respeito podem ser encontrados em

Vieira (2003).

Figura 21: Correlação entre x (Days Total) e y (EORERC) Fonte: Procurement and Production Planning Process Flow

4.5.9. Histogramas

Histograma é uma ilustração representativa de um determinado conjunto de

dados, criado através do agrupamento de medidas em células. São usados para

determinar a forma de uma curva representativa de uma série de dados

facilitando a visualização da dispersão e da tendência central assim como a

comparação de diversas distribuições. Um maiore detalhamento a respeito de

histogramas pode ser obtido em Viera (2003).

80706050403020100

90

80

70

60

50

40

30

20

10

0

EORERC

Day

sTot

al

Correlation of DaysTotal and EORERC = 0.842, P-Value = 0.000

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39

Figura 22: Exemplo de Histograma

Fonte: O Seis Sigma no Brasil

4.5.10. Diagrama de Causa e Efeito

O Diagrama de Ishikawa, também conhecido como Diagrama de Causa e

Efeito ou Diagrama Espinha de Peixe, foi desenvolvido pelo Dr. Kaoru Ishikawa

com o propósito principal de aplicá-lo no Controle de Qualidade. Mais detalhes

encontram-se disponíveis em Ishikawa (1986).

Figura 23: Exemplo de Diagrama de Causa e Efeito

Fonte: Reduction of Small Tools Expenses

É uma forma simples de exibir graficamente as causas de qualquer

problema relativo à qualidade.

E x pendable Tools E x pens es

E xp e n s e s p e r C o s t C e

E xp e n s e s p e r ZFM

N u m b e r o f In s e rts

W o rk in g H o u rs

C o rp o ra te S ys te m

P u rch a s e O rd e r

Min im u m q ty o f to o ls

D ra w in g s

Ma ch in in g In s tru c tio n s

Jo b re fe re n ce

L u b e a n d C o o lin g O il

To o ls

R o u g h P a rt

D ri l l in g Ma ch in e

Tu rn in g Ma ch in e

B o rin g Ma ch in e

Ma ch in in g C e n te r

Ma te ria ls R e ce p c io n is t

Ma n u fa c tu rin g S u p e rvis o r

B u ye r

Acco u n tin g An a lys t

S to ck C o o rd in a to r

O p e ra to r

M e n

M a chine s

M a te ria ls

M e tho d s

M e a sure m e nts

E nviro nm e nt

C ause and E ffec t D iagram fo r Expendab le Too ls Expenses

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40

4.5.11. Análise das Forças de Campo (FFA)

O FFA é um método originalmente utilizado na engenharia mecânica com o

nome de free-body diagram com o objetivo de ajudar o engenheiro a identificar

todas as forças em torno e atuantes em um corpo. O objetivo é determinar as

forças de forma que culmine em um estado de equilíbrio do corpo. No Seis Sigma

é útil nos estágios iniciais do planejamento. O equilíbrio é o status quo e o FFA

ajuda o grupo que está estudando o processo a entender as forças acionadoras

que movem o sistema em direção a um determinado objetivo. Outras forças são

as restrições, que podem conter os movimentos desejados e até mesmo afastar o

objetivo. Uma vez que os acionadores e restrições sejam conhecidos, é possível

traçar uma estratégia que contenha o progresso das forças restritoras e propicie a

atuação das forças acionadoras. Maiores detalhes sobre o FFA podem ser

encontrados em Pyzdek (2003).

4.5.12. Benchmarking

O Benchmarking é uma técnica amplamente utilizada onde é efetuada uma

comparação de um processo, produto, empresa etc. aos demais existentes no

mercado. O assunto é abordado amplamente em Bogan & English (1994).

4.5.13. Análise do Sistema de Medição (MSA)

Todo sistema de medição está sujeito a erros que podem ser decorrentes de

vários fatores como, por exemplo: erro humano, instrumento de medição mal

calibrado, falta de clareza quanto ao padrão desejado, variação nas tolerâncias do

produto, variação do processo, etc. O Measurement System Analysis ou Análise

do Sistema de Medição é uma ferramenta composta de técnicas para quantificar

as distorções, exatidão, estabilidade, repetibilidade, reproducibilidade e

linearidade existentes em um sistema de medição. O MSA é aplicável a dados

contínuos ou atributos. Em Wowk (1991) é apresentado um bom exemplo da

aplicação do MSA em dados contínuos.

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41

Figura 24: Exemplo de Gage R&R obtido com a utilização do software Minitab

Fonte: Obsolete and Slow Moving Inventory Reduction

4.5.14. Failure Mode and Effect Analysis (FMEA)

Essa ferramenta auxilia na identificação de causas potenciais de falhas de

um processo e na estimativa do risco associado a essas falhas. Todos os

potenciais defeitos para cada etapa do Mapa do Processo devem ser listados

estabelecendo-se uma conexão entre as causas e efeitos e atribuindo valores

para fatores como severidade, freqüência de ocorrência e probabilidade da falha

ser detectada. O resultado é dado em forma de um índice RPN – Rank Priority

Number que prioriza os problemas a serem resolvidos a cada etapa do processo.

A planilha inclui também campos a serem preenchidos com possíveis soluções

para evitar que as falhas ocorram e com soluções para os problemas já

existentes. Desta forma, o FMEA é uma ferramenta que facilita a documentação

de um plano de prevenção de falhas e de contingência. O assunto pode ser

consultado em ReVelle et al (1997).

0.0004 inSimone MedeirosOct/27/99Gage R&R DOE

Misc:Tolerance:Reported by :Date of study :Gage name:

0

1.1814

1.1813

1.1812

321

Xbar Chart by Operator

Sam

ple

Mea

n

X=1.181

3.0SL=1.181

-3.0SL=1.181

0

0.00010

0.00005

0.00000

321

R Chart by Operator

Sam

ple

Rang

e

R=1.67E-06

3.0SL=5.45E-06-3.0SL=0.00E+00

2019181716151413121110 9 8 7 6 5 4 3 2 1

1.1814

1.1813

1.1812

Shaft

OperatorOperator*Shaft Interaction

Ave

rage

123

321

1.1814

1.1813

1.1812

Operator

By Operator

2019181716151413121110 9 8 7 6 5 4 3 2 1

1.1814

1.1813

1.1812

Shaft

By Shaft

%Total Var%Study Var%Toler

Part-to-PartReprodRepeatGage R&R

100

50

0

Components of Variation

Perc

ent

Gage R&R Study for D814 Carbon Steel

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42

#

Process Function (Step)

Potential Failure Modes

(process defects)

Potential Failure

Effects (Y's)

SE

V

Potential Causes of

Failure (X's)

OC

C

Current Process Controls

DE

T

RPN

Recommend Actions

Responsible Person & Target Date

Taken Actions

SE

V

OC

C

DE

T R

PN

1 Process Planning

Incorrect BOM

specification

wrong spec. of a

commercial item (like

bearing, etc.)

9 Engineering mistake

1 None 7 63 training F. Magaldi dec/30/99

wrong qty 9 lack of attention 2 None 2 36 visual inspection procedures

F. Magaldi dec/30/99

wrong part number

8 misunderstanding

1 None 10 80 guidelines to collect

more data

F. Magaldi Nov/25/99

Excessive items

requested

Excessive items

purchased

10 system doesn't identify

interchangeable items

8 None 4 320 System adjustment

V. Martins/ J. Verçoza jan/15/2000

Excessive items

requested

Excessive items

purchased

5 Scrap prevention

6 None 5 150 guidelines establishme

nt

F.Cesar jan/10/2000

2 Purchasing process

Excessive items

purchased

Excessive items in

inventory

6 minimum amount to be

invoiced

2 None 2 24 Deal with suppliers

C. Henrique dec/30/99

3 Commercial Dep.

Return of sold items

Excessive items in

inventory

5 Agreements with distributors where we buy

back items sold

1 None 10 50 Deal with distributors

J. Diniz dec/30/99

wrong part number

9 misunderstanding

5 None 7 315 collect more

information/ training

F. Magaldi jan/10/2000

4 Excessive items

requested to be stocked

Excessive items in

inventory

9 Overestimation of demand

6 None 8 432 J. Diniz jan/10/2000

Figura 25: Exemplo de FMEA Fonte: Obsolvete and Slow Moving Inventory Reduction

4.5.15. Planejamento de Experimento (DOE)

O Planejamento de Experimentos ou Design of Experiments (DOE) pode ser

utilizado tanto como um estudo piloto para a criação de um novo processo quanto

como uma experiência para a modificação de processos já existentes. Segundo

Pyzdek (2003), simulação é uma forma de testar um modelo detalhado de um

sistema real para determinar como será a reação às mudanças em sua estrutura,

ambiente e hipóteses. Até pouco tempo atrás as simulações computadorizadas

restringiam-se apenas ao domínio de engenheiros de sistemas altamente

treinados, sendo que as primeiras simulações usavam linguagens genéricas de

programação como FORTRAN, Pascal etc. Atualmente existem vários softwares

que permitem a simulação de modelos e criação de gráficos muito mais

facilmente. Um dos softwares mais utilizados na metodologia Seis Sigma é o

software estatístico Minitab que permite interface com os principais softwares

modernos para simulação.

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43

O DOE é um experimento onde um ou mais fatores, chamados variáveis

independentes, são identificados e manipulados. Os dados obtidos pelo DOE

podem ser analizados estatisticamente para determinar o efeito da(s) variável(s)

independente(s) ou combinações de mais de uma variável independente. O DOE

deve prever também a possibilidade de existência de variáveis externas, não

explicitamente identificáveis como variáveis independentes.

O DOE possibilita criar e verificar como funcionaria um novo modelo sem

que se incorra em todos os custos, interrupção do processo e demais

inconvenientes de uma mudança real. Exemplos de aplicações de DOE podem

ser encontrados em Pzydek (2003) e uma abordagem predominantemente

conceitual em Jain (1991).

4.5.16. Teste de Hipóteses

O Teste de Hipóteses possibilita fazer inferências sobre um valor real da

população, em um determinado nível de confiança. Normalmente os intervalos de

confiança são construídos como parte de um teste estatístico de hipóteses. Este

teste involve a formulação de uma hipótese sobre a população de dados, a coleta

de uma amostra de observações da população, cálculos estatísticos baseados na

amostra e na aceitação ou rejeição da hipótese formulada, com base em critérios

de aceitação previamente estabelecidos. Existe a possibilidade de uma hipótese a

verdadeira vir a ser rejeitada (erro tipo I ou erro α) e a possibilidade de uma

hipótese falsa ser aceita (erro tipo II ou erro β). É possível, inclusive, calcular a

probabilidade destes erros acontecerem. Informações mais amplas sobre testes

estatísticos encontram-se disponíveis em Kanji (1999), em Milone(2004) e Vieira

(2003).

4.5.17. ANOVA ou Análise de Variância

Análise de Variância é uma ferramenta que pode ajudar a reduzir a variação

de um processo uma vez que permite separar os efeitos das interações entre as

variáveis e, desta forma, identificar as casualidades. ANOVA é um procedimento

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de cálculo para quantificar a variação de um processo e determinar se ela é

significativa ou se é causada por uma casualidade aleatória.

A Análise de Variância executa comparações como o t-test para um número

arbitrado de fatores. Cada fator pode ter um número arbitrado de níveis. Além

disso, cada combinação de fatores pode ter qualquer número de réplicas. ANOVA

trabalha com base em uma única variável dependente. Os fatores devem ser

discretos. ANOVA pode ser entendida na prática como uma extensão do t-test

para um número arbitrado de fatores e níveis. Também pode ser entendida como

um modelo de regressão linear cujas variáveis estão restritas a um conjunto

discreto. Mais informações a respeito de ANOVA estão disponíveis em Milone

(2004).

4.5.18. Cartas de Controle

As Cartas de Controle , também denominadas de Gráficos de Controle, são

ferramentas importantes, principalmente na última fase do DMAIC – Controle, pois

permitem a verificação da evolução temporal dos parâmetros previamente

fixados, facilitando a visualização do processo em relação aos limites superiores e

inferiores da especificação. Maiores detalhes a respeito das Cartas de Controle

podem ser consultados em Milone (2004).

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45

Figura 26 : Exemplo de Carta de Controle Fonte: O Seis Sigma no Brasil

Além das ferramentas já mencionadas, cabe ressaltar que os Sistemas de

Informação estão intimamente relacionados ao Seis Sigma, uma vez que a

implementação deste requer uma ampla gama de informações do sistema de

dados da organização. Em paralelo, freqüentemente o desenvolvimento de

Projetos Seis Sigma demanda a análise de uma vasta quantidade de dados com

algoritmos consideravelmente sofisticados, o que pode demandar investimentos

em softwares e hardwares.

4.6. PATROCINADORES E ESPECIALISTAS DO SEIS SIGMA

As denominações Champion, Black Belt, Green Belt e Yellow Belt, foram

criadas pela Motorola para identificar os “soldados” do Seis Sigma, utilizando um

termo de graduação de artes marciais. Uma vez que a implantação da

metodologia Seis Sigma deve representar uma mudança cultural da organização,

todas as pessoas, em diferentes níveis de aprofundamento, são responsáveis por

aprender e implementar seus conhecimentos nesta metodologia:

Leadership é o ponto crucial para o sucesso do Seis Sigma. Esse papel não pode ser

desempenhado por ninguém além do CEO, que é o responsável pelo desempenho da

organização como um todo.

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46

Sponsors são os “donos” dos processos e sistemas, responsáveis por implantar,

promover e definir as diretrizes para a implementação do Seis Sigma em suas áreas de

responsabilidade.

O Champion gerencia a implementação e manutenção do programa corporativo na

empresa, gerencia os projetos corporativamente, os treinamentos, e atua junto à

Gerência Executiva para obter o apoio e o comprometimento necessário. O Champion

ocupa um cargo de liderança e tem comprometimento a longo prazo; gerencia e

monitora o programa na sua área, definindo os Black Belts, os Green Belts, e os

Projetos Seis Sigma direcionados para a sua área.

Os Master Black Belts são os treinadores dos Black Belts, e também assessoram os

Sponsors e os Champions. São os verdadeiros mestres das ferramentas e da

metodologia, e têm comprometimento em longo prazo. Os Master Black Belts devem

possuir profundo conhecimento matemático e estatístico, de forma que estejam aptos

a auxiliar os Black Belts na aplicação correta dos métodos (principalmente estatística

avançada), em situações extraordinárias.

Os Black Belts são agentes de mudanças, lideram e orientam os projetos mais

complexos. Treinam os Green Belts, dedicam-se totalmente aos projetos. Possuem

proficiência em um ou mais sistemas operacionais, assim como em um ou mais

softwares de análise estatística avançada, planilhas, gerenciadores de dados, e

softwares simuladores. Os Black Belts devem estar bem familiarizados com os

sistemas de informação da empresa para assegurar o acesso às informações

necessárias. Thomas Pyzdek (2003), em conjunto com um grupo de Master Black

Belts, desenvolveu uma lista de 7 requisitos importantes para o sucesso de um Black

Belt e utilizou o software Expert Choice 20003 para calcular a importância relativa de

cada requisito. O resultado obtido pode ser observado na figura 17.

Os Green Belts criam a massa crítica para a cultura Seis Sigma, provêm suporte aos

Black Belts e desenvolvem projetos com escopos mais simples.

Os Yellow Belts são profissionais do nível operacional, treinados nos fundamentos do

Seis Sigma para que possam entender, em linhas gerais, o funcionamento da

Metodologia e dar suporte aos Black Belts e Green Belts na implantação de projetos.

3 Expert Choice 2000 é um software que converte pares de comparações em pesos relativos usando o AHP.

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47

Figura 27:Black Belt success factors and importance weights. Fonte: The Six Sigma Handbook

4.7. O DIFERENCIAL – QUALIDADE, ISO 9000 E SEIS SIGMA

O Seis Sigma tem como foco aumentar a lucratividade, reduzindo

desperdícios de forma a fornecer produtos e serviços melhores, rapidamente, com

preço baixo, e agregando valor para o cliente.

Como o Seis Sigma visa, entre outras coisas, a melhoria contínua, encaixa-

se perfeitamente na ISO 9000, e vice-versa. Da mesma forma, o Seis Sigma não

veio para substituir, mas sim para agregar e se integrar aos Programas de

Qualidade ou Controle de Qualidade Total (TQC). O ISO 9000 é um sistema de

gerenciamento da qualidade, enquanto o Seis Sigma é uma estratégia gerencial

que foca na melhoria da performance do negócio.

“… o Seis Sigma dá sustentação às normas ISO 9001:2000 e

auxilia a empresa a satisfazer os requisitos das normas,

fornecendo embasamento a todos os princípios de gestão da

qualidade: foco no cliente, liderança, envolvimento das pessoas,

abordagem de processo, abordagem factual para tomada de

decisão, melhoria contínua, abordagem sistêmica para a gestão e

benefícios mútuos nas relações com os fornecedores.” (Sturion,

2003, p. 46).

Rel

ativ

e Im

porta

nce

0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

35%

40%

OvercomesObstacles

Attitude Logical Thoughtprocess

Communicationskills

Data driven Teamexperience

M ath skills

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48

Apesar do Seis Sigma e do TQC utilizarem algumas ferramentas comuns,

suas estratégias são diferentes. O TQC baseia-se no aprimoramento contínuo,

não necessariamente estabelecendo metas e mensurando ganhos; já no Seis

Sigma os alvos são focalizados e bem definidos. O Seis Sigma é uma estratégia

de negócios, que não se restringe apenas à qualidade, e seu sucesso está

estreitamente associado à possibilidade de ganhos financeiros.

Um grande diferencial está no processo de comunicação e nos

relacionamentos entre as áreas, pois o Seis Sigma facilita a criação de linguagem

e métricas comuns, permitindo a troca de experiências e informações.

Conseqüentemente, promove a disseminação do conhecimento. Também

incentiva a integração entre as áreas, uma vez que os agentes de mudança não

ficam isolados, eles precisam interagir para conseguir alcançar seus objetivos. As

decisões passam a ser tomadas considerando-se os dados e os fatos analisados

estatisticamente, e não mais apoiados na intuição.

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5. AAPPOOIIOO ÀÀ TTOOMMAADDAA DDEE DDEECCIISSÃÃOO

As decisões estão na essência da independência humana e representam a

chave do sucesso de qualquer organização (Arsham apud Cataldo, 2003,

p. 30).

Para Malczewski, decisões são necessárias quando uma oportunidade ou

problema existe, ou quando algo não é o que deveria ser ou, ainda, quando existe

uma oportunidade de melhoria ou otimização ( Malczewski apud Gomes et al.,

2002, p. 12).

O ser humano está, durante sua vida, constantemente tomando decisões,

por vezes baseando-se em parâmetros quantitativos e outras vezes, em

parâmetros qualitativos, com forte característica subjetiva. Cataldo (2003) define

uma boa decisão como fruto da combinação de uma intenção, empenho, uma

coordenação inteligente e uma hábil execução.

“Em sua dimensão mais básica, um processo de tomada de

decisão pode conceber-se como a eleição por parte de um centro

decisor (um indivíduo ou um grupo de indivíduos) da melhor

alternativa entre as possíveis. O problema analítico está em definir

o melhor e o possível em um processo de decisão.” (Romero

apud Gomes et al., 2002, p.11)

A análise de decisão é uma disciplina que auxilia as pessoas a escolherem

ou a tomarem decisões, sensatamente e de maneira convincente, sob condições

de riscos e incertezas. Segundo Gomes, Gomes & Almeida (2002), podemos

definir a teoria da decisão como: conjunto de procedimentos e métodos de análise

que procuram assegurar a coerência, a eficácia e a eficiência das decisões

tomadas em função das informações disponíveis, antevendo cenários possíveis.

Para Pritchard, a análise de decisão pode ser classificada em dois tipos

(Pritchard apud Johann, 2003, p.16):

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1. Tomada de decisão sob certezas, quando o estado da natureza do

fenômeno é conhecido;

2. Tomada de decisão sob incertezas, quando o estado da natureza do

fenômeno não é conhecido.

De acordo com Hopwood, as incertezas têm efeito direto sobre a maneira

como o processo de decisão na organização é realizado (Hopwood apud Gomes,

Gomes & Almeida, 2002, p. 13).

A análise de decisão é uma metodologia lógica e consistente de

incorporação de julgamentos sob situações de risco e de incerteza. Trata-se de

uma metodologia concisa, com precisa alocação de recursos que visa possibilitar

a obtenção de um objetivo desejado (Skinner, 2001). A análise de decisão é

usada como uma metodologia em um arcabouço determinístico, probabilístico e

informacional auxiliando na estruturação, na avaliação e na sistemática de

decisões, para a discussão lógica com membros da equipe, para iluminar

decisões difíceis e levar a uma clara e convincente ação pelo tomador de decisão.

Em suma, um processo que objetiva resolver problemas e/ou revelar

oportunidades (Schuyler, 2001).

O presente trabalho não analisará profundamente todos os campos do

conhecimento humano que estudam as decisões, pois este não é o foco da

dissertação. O trabalho será centralizado nos quatro principais campos que,

fundamentados em critérios científicos, envolvem o estudo da decisão:

Operations Research (OR), Management Science (MS), Decision Science (DS) e

Muticriteria Decision Aiding (MCDA).

Esses fundamentos científicos baseiam-se em técnicas analíticas e

quantitativas, aliadas à técnicas computacionais para construir algorítmos e

heurísticas. Inicialmente a matemática, a lógica e a estatística clássicas e, mais

recentemente, a lógica nebulosa, as redes neurais, a metaheurística, a teoria dos

jogos e até a psicologia compõem a base científica do apoio à decisão (Cataldo,

2003).

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A inteligência artificial é construída a partir de fundamentos de heurística. A

heurística é uma ciência que tenta imitar o comportamento humano durante a

resolução de problemas, ou seja, ela trabalha em oposição à estatística.

Procurando esclarecer o significado de cada um destes termos na literatura

constatou-se que OR, MS e DS apesar de não serem sinônimos perfeitos,

freqüentemente são utilizados com significado análogo entre si. Por outras vezes,

são mencionados conjuntamente como referência a um único campo de estudo.

Já o MCDA é abordado como uma sub-área da Decision Science.

Gomes, Gomes e Almeida (2002) relatam brevemente a evolução dos

processos de tomada de decisão, conforme transcrito a seguir:

“O homem tenta há muitos anos abordar processos complexos de tomada

de decisão, utilizando abstrações, heurísticas e raciocínios dedutivos, por vezes

calcando-se no estado-da-arte do conhecimento científico disponível. Até a

primeira metade do século XX, por exemplo, utilizava-se basicamente a

esperança matemática para a tomada de decisão em condições consideradas

aleatórias. Verificava-se, no entanto, que, em certas condições, as limitações e o

conseqüente risco associado a tal tratamento eram inaceitáveis. Na década de

50, em razão da experiência obtida pelas Forças Aliadas na abordagem dos

problemas logístico-militares surgidos durante a Segunda Guerra Mundial, deu-se

ênfase à solução dos problemas usando a então nascente Pesquisa Operacional,

originada daquela experiência. Nesse ponto, surge a necessidade imediata de

otimizar custos, despesas e lucros.

Na década de 60, surgiram métodos probabilísticos voltados para a tomada

de decisão, que foram aplicados em diversos trabalhos técnicos, desenvolvidos

até a década passada, mas que estão sendo suplantados por métodos cuja

matemática é menos complexa, a transparência é inegavelmente maior e são

corretos do ponto de vista científico, pois são fundamentados em axiomas

rigorosos.

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Já na década de 70, começam a surgir os primeiros métodos voltados para

os problemas discretos de decisão, no ambiente multicritério ou multiobjetivo, ou

seja, métodos que utilizam uma abordagem diferenciada para essa classe de

problemas e que passam a atuar sob a forma de auxílio à decisão, não só visando

à representação multidimensional dos problemas, mas, também, incorporando

uma série de características bem definidas quanto a sua metodologia.”

5.1. TÉCNICAS E FERRAMENTAS DE SUPORTE ANALÍTICO À TOMADA DE DECISÃO

O processo de tomada de decisão é constituído de três fases fundamentais:

(1) identificação e estruturação do problema, (2) construção do modelo e (3)

desenvolvimento de planos de ação. Há vários atores no processo de tomada de

decisão sendo os principais: decisores, clientes, sponsors, facilitadores e

analistas.

Procurar-se-á, a seguir, expor as técnicas científicas utilizadas nos quatro

principais campos do estudo da tomada de decisão já citados (OR, MS, DS e

MCDA).

5.2. PESQUISA OPERACIONAL (OR – OPERATIONS RESEARCH)

Segundo Belton e Stewart (2002), em muitos estudos de OR/MS, pode não

haver referência explícita aos modelos e teorias MCDM, entretanto há

freqüentemente forte identificação implícita da natureza multicritério. A Pesquisa

Operacional “procura otimizar as operações existentes e/ou ajudar no processo

de tomada de decisão; visa fornecer subsídios racionais para a tomada de

decisão” (Gomes, Gomes & Almeida, 2002, p. 20).

O estudo da pesquisa operacional está classicamente dividido entre tópicos

determinísticos e tópicos estocásticos, dependendo do tratamento dados às

incertezas no estudo da tomada de decisão (Beasley apud Cataldo, 2002).

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Entre os tópicos determinísticos destaca-se a programação matemática

(mathematical programming), conhecida largamente por otimização (optimization),

que abrange principalmente os métodos de programação linear, programação

inteira e programação não linear. Os tópicos estocásticos agregam métodos que

buscam incorporar as incertezas às tomadas de decisão. Destacam-se a

simulação, as regressões e o estudo das séries temporais, as árvores de decisão

e a programação estocástica.

A preocupação da Pesquisa Operacional, até a década de oitenta, centrava-

se basicamente em encontrar modelos matemáticos que dimensionassem os

tomadores de decisão para um determinado curso de ação e o implementassem,

com a finalidade de solucionar o problema, partindo do pressuposto que estes

problemas estavam bem definidos e bem estruturados. A partir dos anos oitenta,

o enfoque recai sobre o processo de estruturação do problema devido ao

reconhecimento e conscientização de que a estruturação é a questão básica e

fundamental para encontrar a solução adequada, de forma consciente e segura.

Este novo enfoque é decorrente dos apelos que têm surgido nos últimos

quarenta anos para que os estudiosos de Pesquisa Operacional se tornem mais

reflexivos quanto à natureza e estilo de seus estudos. Devido a sua insistência na

busca da solução ótima para um determinado modelo, os pesquisadores

acabavam perdendo o foco do problema real e, no afã de encontrar uma

metodologia para identificar a solução, efetuavam novas simplificações no

modelo, desviando-se mais ainda do objetivo inicial. Estas situações ocorriam

para alguns problemas semi-estruturados, mas principalmente para os mal-

estruturados. Nestes casos, mesmo que a solução ótima do modelo matemático

seja encontrada, ela não é a mais adequada para o problema real. Com isso,

começaram a se questionar o porquê de não estarem conseguindo solucionar os

problemas, uma vez que os melhores especialistas eram convocados para

resolvê-los. Aprofundando-se nos estudos, perceberam que seria insuficiente a

ajuda de qualquer especialista em matemática, pois sua maior falha consistia em

tentar resolver outro problema que não o problema real. A partir daí, perceberam

que a falta de entendimento do problema, e de todo o contexto onde este está

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inserido, certamente os estava conduzindo a outros caminhos. Então, o risco de

solucionar o problema errado passou a ser reconhecido e discutido por diversos

profissionais, pois ficou evidenciado que a falta de estruturação ou má

estruturação dos problemas comprometeria as suas análises e,

conseqüentemente, a qualidade da decisão. É claro que equívocos podem ser

cometidos em qualquer das etapas do processo e estes podem ou não

comprometer o restante da análise, porém poderão ser corrigidos. Ao contrário,

se a falha ocorrer na identificação do problema, este processo decisório

dificilmente terá uma solução adequada e não produzirá as conseqüências

desejadas, se o curso de ação for implementado.

Em instante algum coloca-se de lado o estudo de modelos matemáticos.

Apenas enfatiza-se que, agora, os estudos estão direcionados para o

entendimento de todo o contexto do problema e suas inter-relações. O

procedimento sugerido inclui a estruturação, aqui entendida como: identificação e

compreensão do problema real e, então, a utilização das ferramentas

matemáticas disponíveis, que já foram bastante difundidas e testadas, para a

obtenção do melhor curso de ação para a sua solução.

O termo estruturação é o processo pelo qual o conjunto de condições

apresentadas inicialmente é traduzido em um conjunto de problemas, assuntos e

questões suficientemente bem definidas para se proceder a algum tipo de modelo

formal. A estruturação envolve a busca do entendimento e identificação dos

sintomas e desarmonias existentes, e requer competência, por parte dos

administradores, para saber o que pode ser feito com as ferramentas disponíveis.

Este processo não é algo que possa ser reduzido a uma seqüência de

passos a serem seguido em qualquer situação, mas é de fato, o conjunto de

decisões iniciais inerentes a qualquer pesquisa. Ao contrário, sua complexidade e

abrangência envolvem, em primeira instância, um re-exame da declaração do

problema original, resultando em um novo conjunto de problemas a serem

definidos. Este novo conjunto inclui perguntas como: Qual é o problema real?

Você tem certeza que é este o seu real problema? O que fazer para solucionar

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este problema? Como colocar limites na área de análise de um problema? Quais

os inter-relacionamentos deste curso de ação com o resto da organização? Quais

os interesses afetados? Tal análise pode freqüentemente revelar problemas dos

quais o tomador de decisão não estava consciente ou até mesmo mostrar que o

problema que ele pensa que tem é muito diferente do problema que ele realmente

tem.

A estruturação do problema passa a ser então o primeiro passo, e o mais

crucial para qualquer estudo. Estas questões, que até então não recebiam um

estudo aprofundado, deveriam ser, e acredita-se que hoje já são, parte integrante

do dia-a-dia dos acadêmicos e estudiosos praticantes da Pesquisa Operacional.

A falta de reconhecimento, por parte da comunidade de Pesquisa

Operacional, sobre a importância da estruturação de problemas, vem sendo

publicamente denunciada e explorada há muitos anos, em menções esporádicas.

Além disso, tem sido reconhecida a necessidade de pesquisa nesta área. Porém,

esta falta de estruturação do problema, apenas era citada e nada na prática era

realizado.

5.3. CIÊNCIA DA DECISÃO (DECISION SCIENCE)

A teoria da decisão parte do pressuposto de que os indivíduos são capazes

de expressar suas preferências básicas, e são racionais, quando enfrentam

situações de decisão simples. Com base nessa proposição, a metodologia

desenvolvida pela teoria da decisão permite a resolução de problemas de decisão

mais complexos (Gomes, Gomes & Almeida, 2002, p. 29).

As etapas do processo de solução dos problemas de decisão variam entre

os autores, porém podem ser apresentadas de forma resumida como:

1. Estruturação: consiste em desenvolver um entendimento do problema/ameaça ou da oportunidade.

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2. Modelagem: consiste em modelar a estrutura, as preferências e as incertezas.

3. Implantação: consiste em escolher a melhor alternativa e implementá-la.

5.4. APOIO MULTICRITÉRIO À DECISÃO (MULTICRITERIA DECISION AIDING)

A natureza principal dos problemas multicritério é a existência de muita

informação de natureza complexa e conflitante, freqüentemente refletindo

diferentes pontos de vista e mudando com o tempo. Uma das principais metas da

abordagem MCDA é auxiliar os decisores a organizar e sintetizar as informações,

de forma que eles estejam confortáveis e confiantes para tomar uma decisão,

minimizando o potencial de arrependimento, assegurando que todos os critérios

ou fatores foram propriamente levados em consideração (Belton e Stewart, 2002,

p. 2).

Há vários atores no centro do processo que incluem os decisores, clientes,

patrocinadores, outros stakeholders, incluindo sabotadores potenciais e

facilitadores, e analistas. Podemos definir o decisor como aquele (ou aqueles) a

quem o processo decisório destina-se, e que tem (têm) o poder e a

responsabilidade de ratificar uma decisão e assumir suas conseqüências (Gomes,

Gomes & Almeida, 2002, p. 16).

O AMD consiste em um conjunto de métodos e técnicas para auxiliar ou

apoiar pessoas e organizações a tomarem decisões sob a influência de uma

multiplicidade de critérios. A aplicação de qualquer método de análise

multicritério pressupõe a necessidade de especificação anterior sobre qual

objetivo o decisor pretende alcançar, quando se propõe comparar entre si várias

alternativas de decisão, recorrendo ao uso de múltiplos critérios (Bana e Costa e

Almeida apud Gomes, Gomes & Almeida, 2002, p. 69).

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O AMD propõe-se a ter visão prescritiva (ou prescritivista) e construtiva (ou

construtivista ou, ainda, uma aproximação criativa dos problemas) (Roy apud

Gomes & Gomes, ). Esta visão seria uma fusão da visão descritiva – a visão do

mundo como este se apresenta, não emitindo julgamento sobre a realidade

descrita – com a visão normativa – a visão do mundo através de processos,

idealizada, fundamentada no uso de fórmulas matemáticas. Na visão prescritiva,

desenvolve-se modelos que são apresentados ao decisor, o qual decide se os

aceita ou não. A visão construtiva consiste em construir modelos através do

processo decisório; a estruturação avança de forma interativa de modo coerente

com os objetivos e valores do decisor.

O AMD divide-se originalmente em métodos discretos, conhecidos por

análise multiatributo e; métodos contínuos, ou otimização multicritério. A diferença

básica entre problemas de decisão discretos e contínuos é que os primeiros

tratam de um número finito de alternativas e os segundos, de um número

infinitamente grande de alternativas.

5.5. CLASSIFICAÇÃO DOS MÉTODOS MULTICRITÉRIO

Segundo Vincke, a maioria dos pesquisadores ou autores dividem o AMD

em três famílias de abordagens (Vincke apud Gomes e Gomes,):

1. Escola Americana ou Escola da Teoria da Utilidade Multiatributo

(Multiple Attribute Utility Theory – MAUT).

2. Métodos de Subordinação e Síntese ou Escola Francesa ou Escola

Européia.

3. Métodos Interativos ou de Programação Matemática Multiobjetivo.

Os métodos discretos de apoio à decisão seguem duas linhas de

pensamento: a escola Americana e a escola Francesa. Gomes & Moreira incluem,

além dessas, os Métodos Híbridos que utilizam simultaneamente os conceitos da

Escola Francesa e Americana.

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Gomes e Gomes sugeriram a seguinte classificação para os métodos

multicritério:

Classe I: Escola Americana: onde o valor cardinal de uma alternativa ai é

formado por um conjunto de valores v1I, v2I, …, vni, em que cada vni é o valor

assumido pela alternativa ai em cada um dos n critérios. Isto significa que, caso

um determinado critério ou atributo seja considerado pouco importante diante de

outros critérios ou atributos, ele receberá um peso (ou valor atribuído) inferior ao

peso atribuído àqueles de maior importância. Esta teoria permite a definição de

uma função que busca agregar os valores de cada alternativa ai segundo cada

critério cm. Isto reflete o fato de que a importância relativa de cada critério advém

do conceito de taxa de substituição (ou trade-off). O decisor defronta-se, ainda,

com o problema de indicação de taxa de substituição de um critério em relação a

outro. Esta abordagem também é definida como critério único de síntexe

excluindo a incomparabilidade (Dias et al apud Gomes e Gomes, ).

A função de utilidade, função de preferência ou modelagem de preferência,

obtida através da análise multicritério, tem por objetivo agrupar os múltiplos

critérios, e auxiliar o decisor na seleção das alternativas.

A escola Americana usa a agregação multicritério com um critério único de

síntese ao passo que a escola Francesa defende a agregação sem um único

critério de síntese. Na escola americana destacam-se o AHP e Teoria da

Utilidade Multiatributo.

Nos anos 70 o Dr. Saaty criou os primeiros métodos dedicados às decisões

multicritério: O Método de Análise Hierárquica (AHP – Analytic Hierarchy Process)

e Análise em Rede (ANP – Analytic Network Process). Estes métodos são

flexíveis e aplicáveis aos mais diferentes mercados e situações, permitindo a

análise de diferentes critérios e julgamentos. Algumas das empresas que

utilizaram o AHP foram: British Airways, Xerox Corporation, Ford Motor Company

e IBM, entre outras.

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A teoria da Utilidade Multiatributo, assim como o AHP, é um método

multicritério discreto (Keeney e Raiffa apud Gomes, Gomes & Almeida, 2002, p.

67) que possibilita definir uma medida de mérito (valor) global para cada

alternativa, indicadora de sua posição relativa numa ordenação final; no entanto, é

necessário dispor de informação completa (cardinal) sobre as preferências

intracritério dos decisores, o que, na maioria dos casos práticos, é muito difícil, ou

mesmo impossível de obter (Bana e Costa apud Gomes, Gomes & Almeida,

2002, p. 87).

Segundo Belton e Stewart (2002), a teoria da utilidade pode ser vista como

uma extensão da medida de valor, relacionada ao uso de probabilidades e

expectativas para lidar com a incerteza. Entretanto, os autores recém

mencionados demonstraram que, em muitas aplicações pode não ser necessário

invocar os modelos da teoria de utilidade multiatributo (MAUT – Multiattribute

Utility Theory) substancialmente mais complicados.

Classe II – Métodos de Subordinação e Síntese ou Escola Francesa ou,

ainda, Escola Européia: são aplicados à comparação entre alternativas discretas,

onde existe a relação de prevalência de síntese aceitando a incomparabilidade

(Dias et al apud Gomes e Gomes, ).

A Escola Francesa do Apoio Multicritério à Decisão abrange uma série de

métodos desenvolvidos na Europa que permitem uma modelagem mais flexível

do problema, pois não admitem necessariamente a comparabilidade entre todas

as alternativas, além de não imporem ao analista de decisões uma estruturação

hierárquica dos critérios existentes.

O uso dos Métodos de Subordinação, ao invés da Teoria da Utilidade, pode

ser motivado pela impossibilidade ou dificuldade de se estabelecer uma função de

utilidade e, também, pelo fato da agregação da Escola Francesa facilitar a

comparação da agregação à priori e a posteriori (Azondekon & materl apud

Gomes & Gomes, ).

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Vanderpooten (apud Gomes & Gomes) afirma que a Escola Francesa tende

o seu foco de estudo para metodologias onde as preferências pessoais dos

decisores tenham menor influência na alternativa escolhida; em contrapartida a

Escola Americana buscaria métodos para melhor explicar esta preferência, que

teria uma grande influência na escolha final. Uma boa decisão só será possível se

as duas influências forem equilibradas. Implícita ou explicitamente, todos os

modelos e métodos do AMD têm como fundamento as estruturas da Teoria de

Preferência e Teoria da Não-Dominância. Bana e Costa (Bana e Costa apud

Gomes & Gomes) defendem que a Escola Americana utiliza modelos

simultaneamente descritivo e prescritivo e está associada à credibilidade,

enquanto a Escola Européia usa modelos construtitvos, e está associada à

intensidade de preferências. Destacam-se os métodos Electre, entre os métodos

multicritério discretos da escola francesa.

Classe III – Métodos Interativos: aplicados em Sistemas Informáticos

Interativos, os quais têm objetivos de apoio e melhoram os processos de decisão,

especialmente em tarefas complexas e mal estruturadas que requerem a

apreciação crítica e o julgamento dos agentes de decisão.

Classe IV – Métodos Híbridos: classificação atribuída a métodos que utilizam

conceitos de duas ou mais das Escolas anteriores.

Classe V – Métodos Alternativos: engloba a Escola Holandesa e os métodos

da P.O. Soft4, que usam conceitos próprios e, de um modo geral não possuem

nenhuma base axiomática e nem fazem uso da maior parte de noções da Escola

Francesa ou da Escola Americana.

O importante é que no AMD sempre haverá um fator humano. O AMD

assume ainda que é geralmente impossível prever se uma situação é boa ou má

apenas por métodos matemáticos, bem como a modelagem dos critérios

envolvidos no processo de decisão não pretende ser ingenuamente “objetiva”,

4 P.O. Soft é um conjunto de métodos e metodologias, na maior parte derivados da P.O., concebidos para auxiliar a estruturação de problemas em clima de conflitos, complexidade e situações não determinísticas.

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pois a subjetividade está sempre presente (Vanderpooten apud Gomes &

Gomes). Segundo Gomes & Gomes, freqüentemente o AMD utiliza-se de

procedimentos da Psicologia Quantitativa como, por exemplo, o escalonamento

multidimensional.

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6. IINNTTEERRSSEEÇÇÕÕEESS EENNTTRREE AA MMEETTOODDOOLLOOGGIIAA SSEEIISS SSIIGGMMAA EE AAPPOOIIOO ÀÀ

TTOOMMAADDAA DDEE DDEECCIISSÕÕEESS::

As interseções entre Seis Sigma e apoio à tomada de decisão começam na

estrutura destas metodologias, uma vez que ambas consistem em uma forma de

abordagem de cenários/situações de forma sistematizada, possibilitando otimizar

os resultados provenientes destes cenários, e da interação entre as variáveis que

o compõem.

Além da interseção conceitual, dentre as ferramentas utilizadas nas cinco

fases da aplicação da Metodologia Seis Sigma, diversas são comuns às utilizadas

no apoio à tomada de decisão.

Cabe esclarecer que não existe a presunção de esgotar, neste estudo, todas

as interseções entre ambas as metodologias, nem tampouco abordar todas as

ferramentas passíveis de serem utilizadas. Entretanto procurou-se abordar as

principais ferramentas comuns a ambas as metodologias, privilegiando o enfoque

a partir do Seis Sigma e buscando, no apoio à tomada de decisão, a ferramenta

correspondente ou similar, como apresentado na Figura 28.

A Figura 28, a seguir, deve ser interpretada da seguinte forma: a primeira

coluna identifica o nome usual da ferramenta na metodologia Seis Sigma; o “x”

assinalado na coluna Seis Sigma e/ou tomada de decisão, significa que a

ferramenta é aplicada na respectiva metodologia. O nome de outra ferramenta

escrito por extenso na coluna, identifica a ferramenta análoga que é utilizada. As

letras NA indicam que não foram encontradas evidências do uso da ferramenta

aplicada à metodologia em questão.

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FERRAMENTAS SEIS SIGMA TOMADA DE DECISÃO UTILIDADE

Mapa do processo X X Representação gráfica do processo mostrando a cada passo, seus inputs e outputs.

Diagrama da Matriz X X Ajuda a analisar as correlações entre dois grupos de idéias e a descobrir padrões em relações de causa e efeito.

AHP (Expert Choice) X X Calcula pesos relativos de importância a partir de comparações em pares de categorias.

Métrica Primária X NA Exibe a situação inicial, a situação estimada caso não houvesse interferência no processo e a situação real considerando a interferência no processo.

Métrica Secundária X X Exibe os "efeitos colaterais" decorrentes da interferência no processo.

Análise das Forças de Campo X X

Ajuda a identificar os fatores que mantém o status quo através do estudo dos acionadores e dos refreadores de mudança .

Benchmarking X X Permite a comparação com um nível de referência.

Análise do Sistema de Medição X

Análise de sensibilidade, estabilidade e robustez;

Verificação de consistência da preferência dos decisores

Verifica se os sistemas de medição são adequados.

Análise Estatística Multivariada X X

Identifica padrões e estruturas em dados multivariados. Auxilia a identificação de fatores ocultos possibilitando a classificação ou ordenação de casos.

Análise de Pareto X X Processo de ranqueamento que permite priorizar importância.

Diagramas de Causa e Efeito X X Organiza e exibe graficamente o conhecimento que um

determinado grupo dispõe sobre um problema.

Diagrama da Árvore X X Usado para estratificar progressivamente as idéias em maior nível de detalhes.

Análise de Regressão X X Modela a relação entre uma ou mais variáveis independentes e uma variável dependente. Auxilia no estudo de causa e efeito.

Análise de Correlação X X Verifica a intensidade de relações lineares entre variáveis. Auxilia no estudo de causa e efeito.

Brainstorming X X Propicia o surgimento de idéias criativas.

DOE X X

Permite a manipulação de uma ou mais variáveis independentes, as quais acredita-se que tenham efeito no resultado do experimento, de acordo com um plano pré-determinado. Os dados obtidos com um DOE podem ser analizados estatisticamente para determinar o efeito das

variáveis independentes, ou combinações de mais de uma variável independente.

Teste de hipóteses X X Permite fazer inferências a respeito do valor de um universo verdadeiro em um nível de confiança desejado.

FMEA X X

Esboça todas as falhas possíveis, seus efeitos sobre o sistema, a plausibilidade de que cada uma ocorra e a probabilidade da falha não ser detectada. Fornece uma excelente base para identificação de fatores e variáveis críticas.

Pontuação Direta utilizado para construção do FMEA

X Possibilita priorizar critérios qualitativos através da atribuição de pesos relativos.

Figura 28: Ferramentas utilizadas em Seis Sigma e no Apoio à Tomada de Decisão

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64

6.1. MAPA DO PROCESSO

O Mapa de Processo, já abordado neste estudo como ferramenta do Seis

Sigma, assemelha-se ao Mapeamento Cognitivo utilizado para auxiliar a

estruturar idéias no Apoio à Tomada de Decisão. Segundo Belton & Stewart

(2002) um mapa cognitivo, visa representar o problema/assunto em questão da

forma que o tomador de decisões o vê, como uma estrutura seqüenciada de

meios e fins. Entretanto, o mapeamento cognitivo é a representação da

percepção de um indivíduo; mapas individuais podem ser combinados de forma a

resultarem num mapa representativo de um grupo.

6.2. DIAGRAMA DA MATRIZ

O Diagrama da Matriz, no Seis Sigma mais comumente denominado Matriz

YX, permite priorizar correlações entre interação de variáveis. No Seis Sigma é

largamente utilizado para localizar as etapas mais críticas para o sucesso de um

processo através da priorização dos inputs e outputs de cada etapa e da

associação destas priorizações. A Teoria da Utilidade Multiatributo, largamente

utilizada pela Escola Americana no apoio à tomada de decisão, utiliza

ferramentas análogas à Matriz XY para determinar a importância relativa dos

critérios e para determinar os benefícios agregados.

6.3. AHP (ANALYTIC HIERARCHY PROCESS)

O AHP na verdade é um software e não propriamente uma técnica.

Entretanto não vamos fazer esta distinção neste estudo, uma vez que é um

software baseado nas premissas da Escola Americana do apoio à decisão. Esse

método baseia-se na divisão do problema de decisão em critérios agrupados em

níveis hierárquicos de importância, facilitando a avaliação e comparação dos

critérios entre si. O AHP é amplamente utilizado pelas empresas para auxiliar a

estabelecer prioridades e, no Seis Sigma também já é utilizado com o mesmo

propósito.

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65

6.4. MÉTRICA SECUNDÁRIA

A Métrica Secundária reflete os possíveis “efeitos colaterais” da

interferência causada com implantação de um projeto Seis Sigma. No apoio à

tomada de decisão utiliza-se, de forma análoga, a Análise de Conflitos com a

finalidade de prever conseqüências indesejáveis de uma determinada decisão.

6.5. ANÁLISE DE FORÇAS DO CAMPO (FFA - FORCE FIELD ANALYSIS)

O FFA é utilizado no Seis Sigma, principalmente na fase de análise do

processo, com o propósito de conhecer as forças acionadoras e as restritoras

para que ocorra uma determinada situação. Os checklists sugeridos por Belton

(2002) no apoio à tomada de decisão durante e fase de estruturação do problema

assemelham-se bastante ao FFA, principalmente o CAUSE – Criteria,

Alternatives, Uncertainties, Stakeholders and Environmental factors or constraints.

6.6. BENCHMARKING

Benchmarking consiste na comparação de um determinado critério (produto,

processo ou organização) com um outro, cujo nível seja considerado uma

referência. No Seis Sigma o benchmarking pode ser utilizado durante as fases de

definição e análise do problema. Analogamente poderia também ser utilizado no

apoio à tomada de decisão durante a estruturação do problema.

6.7. MSA (MEASUREMENT SYSTEM ANALYSIS)

O MSA, conforme mencionado anteriormente, é utilizado no Seis Sigma,

principalmente em processos tangíveis, para verificar se o sistema de medição

aplicado aos processos é consistente. Segundo Belton (2002) a Análise de

Perspectiva ou Análise de Sensibilidade pode ser realizada para verificar se

conclusões preliminares são robustas ou se elas são sensíveis às mudanças de

aspectos no modelo. Apesar destas ferramentas não serem idênticas, são

utilizadas com o mesmo propósito, de forma análoga.

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66

6.8. ANÁLISE ESTATÍSTICA MULTIVARIADA

A Análise Estatística Multivariada é largamente utilizada no Seis Sigma e

também tem sua aplicação no apoio à tomada de decisão, apesar de não ter sido

criada propriamente para isso. Considerando-se a natureza multivariada dos

problemas MCDA, as ferramentas descritivas da Análise Estatística Multivariada

podem trazer aos decisores insights5 consideráveis a respeito dos possíveis trade-

offs6 que podem surgir nas decisões complexas.

6.9. ANÁLISE DE PARETO

A Análise de Pareto consiste no agrupamento de critérios iguais e

representação gráfica dos grupos, de forma ordenada, em relação à quantidade

de elementos constituintes de cada um deles. No Seis Sigma, a Análise de Pareto

comumente é utilizada na fase de Medição para auxiliar a determinar quais pontos

do problema devem ser abordados primeiramente. Podemos dizer que é uma

ferramenta utilizada para auxiliar a estabelecer prioridades na avaliação de

critérios quantitativos. No apoio à tomada de decisão, a Análise de Pareto pode

ser utilizada para organizar e priorizar critérios, direcionando-se os recursos

disponíveis para oportunidades mais promissoras.

6.10. DIAGRAMA DE CAUSA E EFEITO

O Diagrama de Causa e Efeito, também é chamado de gráfico de Espinha

de Peixe, devido ao seu formato, e de Diagrama de Ishikawa, em homenagem ao

Dr. Kaoru Ishikawa que o criou. Em Seis Sigma é utilizado na fase de Análise

como uma forma ilustrada de dispor os diversos recursos utilizados para

elaboração de um processo, evoluindo para a indagação dos efeitos que estes

recursos podem causar. Também pode ser utilizado no apoio à tomada de

decisão tanto na etapa de estruturação do problema quanto na análise das

opções de soluções.

5 Insight: compreensão clara da natureza íntima de uma coisa.

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6.11. DIAGRAMA DA ÁRVORE

O Diagrama da Árvore, utilizado no Seis Sigma para estratificar idéias, é

utilizado no apoio à tomada de decisão para auxiliar a modelagem de

preferências. Ele permite organizar um grande número de inputs qualitativos em

um número menor de categorias principais. Baseia-se na divisão do problema de

decisão em critérios, agrupados em níveis hierárquicos de importância, facilitando

a avaliação e comparação dos critérios entre si. Segundo Belton (2002),

primeiramente são representados os principais interesses genéricos e então cada

um deles é dividido em critérios mais específicos que, por sua vez, são ainda

subdivididos de forma ainda mais pormenorizada resultando que, no último nível,

os critérios sejam definidos de forma bem individualizada. Então, as preferências

podem ser hierarquicamente agregadas.

6.12. ANÁLISE DE REGRESSÃO E CORRELAÇÃO

A Análise de Regressão modela a relação entre uma ou mais variáveis

independentes e uma variável dependente. Considera a freqüência de

distribuições de uma variável quando outra é fixada em determinados níveis. Já a

Análise de Correlação considera a variação conjunta das duas variáveis

independentes onde nenhuma das duas é fixada.

Tanto a Análise de Regressão quanto a de Correlação auxiliam no estudo de

causa e efeito. É claro que a estatística não pode estabelecer, isoladamente, as

relações de causa e efeito. O estabelecimento da relação de causa e efeito

requer um entendimento da situação existente, que pode ser comprovada ou

melhor entendida com a aplicação das Análises de Regressão e Correlação.

Nos projetos Seis Sigma elas são mais utilizadas nas fases de Análise e

Melhoria dos processos, entretanto podem ser aplicadas em todos os estágios da

solução de problemas e processos de planejamento assim como no apoio à

tomada de decisão.

6 Trade-off: trocas.

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6.13. BRAINSTORMING

O Brainstorming é amplamente utilizado em diversas áreas, entre elas Seis

Sigma e apoio à tomada de decisão uma vez que propicia o surgimento de idéias

criativas. No apoio à tomada de decisão o brainstorming pode ser utilizado

durante a fase de estruturação do problema. Belton (2002) sugere as Post-it

Sessions como uma forma de capturar idéias de vários participantes a respeito de

um problema, expor seu conhecimento e postura a respeito do assunto. Estas

Post-it Sessions são, em essência, um exercício de brainstorming.

6.14. DOE (DESIGN OF EXPERIMENT)

O DOE é um experimento onde uma ou mais variáveis independentes, que

acredita-se terem efeito sobre a experiência a ser realizada, são manipuladas de

acordo com um plano pré-determinado. Os dados coletados de um experimento

podem ser analisados estatísticamente para determinar o efeito das variáveis

independentes, ou combinações de mais de uma variável independente. O DOE

é uma forma de buscar as melhores combinações das variáveis independentes,

visando gerar um processo que opere próximo de suas condições ótimas, mesmo

que ocorram mudanças. No Seis Sigma o DOE é particularmente utilizado na fase

de melhoria do processo. No apoio à tomada de decisão poderia ser utilizado para

analisar combinações de critérios quantitativos e simular os resultados que

poderiam ser obtidos com os recursos disponíveis.

6.15. TESTE DE HIPÓTESES

O Teste de Hipóteses permite fazer inferências a respeito do valor de um

universo verdadeiro em um nível de confiança desejado. Em Seis Sigma, é

comumente utilizado na fase de medição. No apoio à tomada de decisão pode ser

utilizado para esclarecer se aparentes diferenças de desempenho entre as

alternativas podem ter sido causadas pelo acaso. Um exemplo prático seria a

utilização do teste de hipóteses para auxiliar na decisão de compra de máquinas

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industriais de diferentes fabricantes. Supondo que um dos principais critérios para

a decisão seja a variação na dimensão do produto manufaturado pela máquina,

seriam estudadas amostras produzidas por cada máquina. Os melhores

resultados teriam sido obtidos através da Máquina X seguido pela Máquina Y.

Essa conclusão, entretanto, pode ser fruto de um acaso estatístico. Se houver

uma probabilidade de 1% de um acaso estatístico, o teste de hipóteses levaria à

conclusão de que o acaso estatístico poderia realmente ter ocorrido. Esse

exemplo também evidencia a volatilidade dos erros amostrais, variâncias

amostrais e desvios padrão.

6.16. FMEA (FAILURE MODE EFFECT ANALYSIS)

O FMEA consiste numa tentativa de prever todas as falhas possíveis, seus

efeitos no sistema, a plausibilidade de que ocorram, e a probabilidade de que a

falha não seja detectada. O FMEA é uma excelente base para classificação de

características, para identificar CTQs e outras variáveis críticas. Assim como a

Análise de Pareto, o objetivo do FMEA é direcionar os recursos disponíveis para

as oportunidades mais promissoras. De certa forma, é um rankeamento.

Segundo Pyzdek (2003), o FMEA pode ser combinado com métodos de

análise de decisão como AHP e QFD para auxiliar a guiar o planejamento de

ações preventivas. Ou seja, uma típica ferramenta de Seis Sigma é associada a

outras típicas ferramentas do apoio à tomada de decisão. Também, na própria

construção do FMEA é necessário utilizar o rankeamento direto para atribuir

valores de severidade de uma possível falha, plausibilidade de ocorrência e

probabilidade de detecção.

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70

7. CCOONNCCLLUUSSÃÃOO

Quando você pode medir aquilo sobre o que está falando e

expressá-lo em números, saberá algo a respeito do assunto;

quando não pode medi-lo, quando não pode expressá-lo em

números, seu conhecimento é de um tipo pobre e insuficiente;

poderá ser o início do conhecimento, mas em seus pensamentos

você mal avançou para o estágio da ciência (Lorde Kelvin apud

Gomes, Gomes & Almeida, 2002, p. 28).

Deduzimos que no mundo atual (real), particularmente no ambiente

empresarial, em um mercado globalizado cada vez mais competitivo, buscamos

tomar decisões mais rápidas, corretas e abrangentes. As decisões normalmente

buscarão minimizar perdas, maximizar ganhos e criar uma situação em que

comparativamente o decisor julgue que houve elevação (houve ganho) entre o

estado da natureza em que se encontrava e o estado em que irá encontrar-se (irá

advir), após implementar a decisão (Gomes, Gomes & Almeida, 2002, p. 14).

Quando passamos dos problemas experimentais aos problemas teóricos da

ciência normal, raramente encontramos áreas nas quais uma teoria científica

pode ser diretamente comparada com a natureza, especialmente se é expressa

numa forma predominantemente matemática (Kuhn, 2003). Desta forma, tanto o

Seis Sigma como as técnicas de tomada de decisão, procuram suportar a criação

de paradigmas sobre o assunto ou cenário em estudo, utilizando instrumentos de

análise, tanto quantitativos como qualitativos.

Segundo Thomas Kuhn (2003), para ser aceita como paradigma, uma teoria

deve parecer melhor que suas competidoras, mas não precisa explicar todos os

fatos com os quais pode ser confrontada. Assim podem ser consideradas as

teorias resultantes da análise de determinada conjuntura sob a ótica do Seis

Sigma ou das técnicas de tomada de decisão. Tais teorias podem ser

consideradas paradigmas, uma vez que definimos paradigma como um modelo

ou padrão aceito.

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No decorrer deste trabalho, foi possível concluir que quanto à forma, o Seis

Sigma e a Escola Americana de Apoio Multicritério à Decisão apresentam mais

interseções entre si do que o Seis Sigma com a Escola Européia. Entretanto, a

interseção principal entre Seis Sigma e tomada de decisão não se restringe

apenas à utilização de diversas ferramentas em comum, a interseção entre estas

metodologias está muito mais ligada as suas essências e natureza. Ambas são

metodologias de estudos de cenários baseadas na utilização de instrumentos

cientificamente comprovados, com a finalidade de sustentar a avaliação destes

cenários e formulação de paradigmas.

Considerando-se que o Seis Sigma objetiva o incremento dos resultados

financeiros através da redução da variação dos processos e, para tanto, utiliza

diversas ferramentas e técnicas comuns àquelas utilizadas no apoio à tomada de

decisão, concluímos que, indiretamente, o Seis Sigma pode ser de grande

utilidade no processo de tomada de decisão. Desta forma, as decisões tomadas

com base nas informações obtidas com a aplicação da metodologia Seis Sigma

estarão cientificamente embasadas. A aplicação do Seis Sigma permite conhecer

profundamente o processo em estudo, quantificá-lo e medi-lo, assim como às

variáveis que o integram, aumentando drasticamente a qualidade do

conhecimento existente sobre o produto, processo ou a Organização como um

todo.

A utilização das técnicas de apoio à Tomada de Decisão em empresas que

já aplicam o Seis Sigma tende a ser ainda mais efetiva e eficaz uma vez que os

processos-chave desta empresa são conhecidos e otimizados. Hipoteticamente

poderíamos exemplificar esta afirmação supondo que uma determinada empresa

pretende expandir-se adotando uma política mais agressiva, diversificando sua

linha de produtos e também inserindo-se em novos mercados. O apoio à tomada

de decisão poderia ser de grande valia para ajudar a determinar quais os mais

promissores dentre os novos mercados a serem explorados e a selecionar a

prioridade de lançamento de novos produtos para cada mercado. Numa empresa

que já aplicasse o Seis Sigma, provavelmente as informações a serem utilizadas

para apoiar a tomada de decisão já estariam disponíveis. Os processos existentes

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já seriam bem conhecidos e tenderiam a estar otimizados, de forma que o estudo

da expansão e a expansão propriamente dita, poderiam acontecer de forma muito

mais ágil e estruturada. Os novos produtos a serem lançados, definidos com o

apoio a tomada de decisão poderiam ser criados baseados no DFSS.

Em uma análise final, podemos afirmar que o Seis Sigma e apoio à tomada

de decisão podem ser usados de forma complementar. Poder-se-ia inclusive dizer

que o apoio à tomada de decisão estaria mais ligado aos níveis de Presidência e

Diretorias das Organizações, auxiliando a elaborar as estratégias principais. A

aplicação do Seis Sigma estaria mais ligada ao nível gerencial, garantindo a boa

execução das ações necessárias para realizar as estratégias definidas. O apoio à

tomada de decisão auxilia na escolha do caminho a ser percorrido e Seis Sigma

auxilia a percorrê-lo de forma mais eficiente.

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