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PÁGINAS 4 A 7 ELEIÇÕES NA CAC/PRECE: Paridade, sim! Mandatos eternos, não!!! PÁGINA 2 Distribuição gratuita Informativo da Associação dos Empregados de Nível Universitário da CEDAE Tentáculos a solta Tentáculos a solta Fim do processo de cisão da CEDAE não diminuiu a “sanha dos poderosos” e expõe o oportunismo das “marionetes de plantão” Preocupada com imagem e o silêncio da empresa, diretoria da ASEAC pede a CEDAE que esclareça denúncias feitas na ALERJ PÁGINAS 8 E 9 CRÔNICA Alquimistas DAS ÁGUAS A revolta e o clamor do povo que dá de beber ao próximo contra as crises fabricadas no reino do Saneamento Alquimistas DAS ÁGUAS FLÁVIO GUEDES Titularidade na balança Marco Regulatório STF adia decisão sobre a competên- cia nos serviços de Saneamento PÁGINAS 10 E 11 PÁGINAS 12 A 16 ECOS DO SILÊNCIO ECOS DO SILÊNCIO LUTA EM DEFESA DA CEDAE SÓ FALTA VOCÊ!!! Venha reforçar esta luta!!! A ASEAC admite, como as- sociados, universitários ainda não formados, recém formados e profissionais ainda não enquadrados. Participe da nossa luta em defesa da CEDAE pública, estadual, indivisível e financeiramente equilibrada!!! Acesse o nosso “Site” www.aseac.com.br

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PÁGINAS 4 A 7

ELEIÇÕES NA CAC/PRECE: Paridade, sim! Mandatos eternos, não!!!PÁGINA 2

Distribuição gratuita Informativo da Associação dos Empregados de Nível Universitário da CEDAE

Tentáculos a soltaTentáculos a soltaFim do processo de cisão da CEDAE não diminuiua “sanha dos poderosos” e expõe o oportunismodas “marionetes de plantão”

Preocupada com imagem e o silêncio daempresa, diretoria da ASEAC pede a CEDAEque esclareça denúncias feitas na ALERJ

PÁGINAS 8 E 9

CRÔNICA

AlquimistasDAS ÁGUAS

A revolta e oclamor do povoque dá de beberao próximo contraas crisesfabricadasno reino doSaneamento

AlquimistasDAS ÁGUAS

FLÁVIO GUEDES

Titularidade na balança

MarcoRegulatório

STF adia decisão sobre a competên-cia nos serviços de Saneamento

PÁGINAS 10 E 11

PÁGINAS 12 A 16

ECOS DOSILÊNCIOECOS DOSILÊNCIO

LUTA EM DEFESA DA CEDAESÓ FALTA VOCÊ!!!

Venha reforçar esta luta!!! A ASEAC admite, como as-sociados, universitários ainda não formados, recémformados e profissionais ainda não enquadrados.Participe da nossa luta em defesa da CEDAE pública,estadual, indivisível e financeiramente equilibrada!!!Acesse o nosso “Site” www.aseac.com.br

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2Março/Abril de 2006Informativo da Associação dos Empregados de Nível Universitário da CEDAE

MOVIMENTO EM DEFESA DA CAC/PRECE

DIRETORIA EXECUTIVADiretor PresidenteFlávio Guedes

Diretor Vice-PresidentePedro Evandro Ferreira

Diretor AdministrativoJorge Haddad de Aquino

Diretor FinanceiroMaurício Abramant Guerbatin

Diretor de ComunicaçãoMaria de Fátima Guerbatin

Diretor TécnicoJoão Benedito Mello

Diretor SocialMarcio de Melo Rocha

Diretor JurídicoDylair Benigno dos Santos

Diretor AdjuntoNelson Portugal

Conselho Diretor - 2004/2006Repres. dos AdvogadosAloysio Gomes Feital FilhoRepres. dos AposentadosAntonio Bastos de OliveiraJosé Rômulo de MeloPaulo C. S. Ripper NogueiraRepres. dos ArquitetosTânia Mara SilvaRepres. dos ContadoresSérgio PereiraRepres. dos EconomistasJoão A. Vasco RodriguesRepres. dos EngenheirosAdriano Gama AlvesArmando Costa Vieira Jr.Carlos Henrique PereiraJosé Roberto da C. DantasMara R. K. K. S. AlôSérgio Vieira F. MartinsRepres. dos GeólogosPaulo Roberto da CruzRepres. dos QuímicosAugusto César F. Gesteira

Conselheiros NatosAntônio Ignácio da SilveiraWalnyr B. de OliveiraEmy Guimarães de LemosJoão Carlos do R. PintoRenato Lima do E. SantoCarlos Henrique MenezesJaime Dutra NoronhaDario MondegoPaulino Cabral da Silva

Conselho FiscalJaime Dutra NoronhaRicardo Afonso das N. LeitãoSueli KollingMyriam Allemand D. DinizRita de Cássia R. dos SantosJorge Rodrigues Leitão

Editado por

Rua Sacadura Cabral,120, Sala 1004, CentroRio de Janeiro - RJTelefone: 2263-6240Telefax: 2253-7482E-mail:[email protected] Page:www.aseac.com.br

Associaçãodos Empregados

de NívelUniversitário

da CEDAE

Planeja e InformaProduções Ltda.(21) [email protected]

epois de vencer as eleiçõespara escolha da nova dire-toria da ASCED/Golfinho,apoiando a Chapa 1, os re-presentantes do Movimen-to em Defesa da CEDAE,

PRECE e CAC estão se preparandoagora para disputar os cargos de Di-retor Técnico de Desempenho e Su-plente, Diretor de Assistência ao As-sociado e Suplente, membros efetivos(3) e suplentes do Conselho Delibera-tivo (3) e membros efetivos (2) e su-plentes (2) do Conselho Fiscal daPRECE/CAC.

Através da mobilização das oitoentidades representativas dos traba-lhadores da CEDAE (SENGE,STAECNON, SINTAERJ, ASAPAE,ASTEC, ASCED, AFTAE E ASEAC),o Movimento em Defesa da CAC/

Paridade, sim! Mandatos eternos, não!!!PRECE vem participando de lutasimportantes, em defesa dos emprega-dos e da CEDAE. Entre outras, a re-versão da terceirização da CAC, cujosserviços haviam sido entregues àSulamérica, a suspensão do processode cisão da CEDAE e a renovação doAcordo Coletivo.

A convocação das eleições dos re-presentantes dos trabalhadores naPRECE/CAC, que vinham sendo adia-das enigmática e sucessivamente, tam-bém teve a participação do Movimen-to. Seus integrantes estiveram em Bra-sília, em janeiro, para entregar à Se-cretaria de Previdência Complementar(SPC) um documento exigindo provi-dências para sanar as irregularidadesna PRECE, entre as quais as eleições,única forma de dar transparência à ges-tão do fundo, com permanente fiscali-

Eleições naCAC/PRECEEleições naCAC/PRECE

D

Nova diretoria da ASCED/golfinhoDiretoria Executiva

Presidente - Vladimir Carlos Aze-vedo Silva (9º DAE)Vice-Presidente – Luiz CarlosSimões (Telecom)Diretor Administrativo – Luiz Aldir(9º DAE)Diretor Financeiro – Eduardo Ri-

beiro Neto (4º DAE)Diretor de Esporte - Luiz CarlosWanderley (10º DAE)Diretora Social – Alda Sedan Nunes(aposentada)Diretor de Patrimônio – Jorge Co-elho de Souza (aposentado)Diretora de Relações Públicas –Ana Cristina (Marketing)

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3Março/Abril de 2006

Informativo da Associação dos Empregados de Nível Universitário da CEDAE

Fotos de arquivo

zação e monitoramento pelos trabalha-dores, para evitar novas surpresas nadaagradáveis como as que os cedaeanostiveram nos últimos quatro anos, tantona CAC quanto na PRECE.

Os membros do Movimento enten-dem que a direção da CEDAE, daPRECE e da CAC não podem maisadiar as eleições para a renovação dostrabalhadores, independente dos mo-tivos. “É preciso lutar pela paridade,mas não eternizar os mandados dosrepresentantes. Quanto àqueles queforam eleitos devem ser cobrados peloabandono de cargos e pela atual situ-ação da CAC/PRECE”, defendem osintegrantes do Movimento, que apre-sentarão chapa completa, cuja propos-ta principal é reverter a situação caó-tica, tanto na CAC, quanto e princi-palmente na PRECE.

EleiçõesAs eleições dos representantes de

diretores e conselheiros das entidadesde saúde e de previdência estãomarcadas para os dias 2, 3 e 4 de maiopróximos. O Edital de Convocação jáfoi publicado no jornal O Dia de 20/03. As inscrições de candidatos serãoem abril e os locais de votação serãodivulgados nos próximos dias.

Os integrantes do Movimento emDefesa da CAC/PRECE solicitam atodos os associados da PRECE e CACe trabalhadores da CEDAE que parti-cipem ativamente do processo eleito-ral, “de forma a garantir a eleições derepresentantes que realmente estejamafinados com os seus interesses e pos-sam atuar no sentido do real fortaleci-mento dos dois órgãos, avaliando,criteriosamente, a situação atual daCAC e da PRECE e decidindo, NOVOTO, o que realmente querem parao futuro das duas entidades.

Argentina precisou viver agrotesca experiência da pri-vatização da ÁGUA, subme-tendo sua população ao riscode saúde, ao desemprego, àqueda da qualidade dos ser-

viços e ao aumento desenfreado das ta-rifas, para entender que a ÁGUA nãopode ser tratada como uma mera mer-cadoria. Mas finalmente, o atual gover-no do presidente Néstor Kirchner, de-monstrando sensibilidade com os pro-blemas sociais do país e em respeito aopovo, decidiu reestatizar o serviço deágua na capital e na província de BuenosAires, controlado desde 1993 pelo gru-po francês Suez, dando assim uma li-ção ao Brasil, ao STF, ao Congresso Na-cional, ao Estado do Rio de Janeiro, àSecretaria Estadual de Meio Ambiente,à administração da CEDAE e àquelesque velada ou assintosamente não seengajaram ou foram rebocados para aluta contra o processo da cisão naCEDAE. Pois com certeza, como diriao saudoso Leonel Brizola, “estão coste-ando o alambrado”.

O decreto assinado pelo presidenteno último dia 21, às vésperas do DiaInternacional da Água, em um atoemblemático para a América Latina,rescindiu a concessão da empresaÁguas Argentinas, representante damais pura essência do capital coloni-zador francês. Desde que chegou aopoder, em 2003, Kirchner reestatizouos correios, uma linha do sistema fer-roviário de Buenos Aires e a empresaThales Spectrum (que vigiava o espa-ço radioelétrico).

No caso do Saneamento, a empresaAguas Argentinas sempre esteve maisinteressada em discutir tarifas que emmelhorar o serviço — afirmou o minis-tro da Planejamento, Julio De Vido. Se-gundo ele, foram encontradas “gravesirregularidades”, e a companhia não fezas obras prometidas – praticaram inclu-sive a demissão em massa e até osfamigerados sindicalistas pelegos foramsacrificados. A previsão do governo ago-ra é investir 400 milhões de pesos (US$

A 130 milhões) na nova estatal. Não pode-mos, nem devemos dizer, que o Brasilnão está avançando na questão do sane-amento, pois sempre poderemos citar aSABESP (Companhia de Saneamentode São Paulo – administrada pelo PSDBde Geraldo Alkimin), a COPASA (Com-panhia de Saneamento de Minas Gerais– administrada pelo PSDB de Aécio Ne-ves), a EMBASA (Companhia de Sane-amento da Bahia – administrada peloPFL de Paulo Souto), a SANEPAR(Companhia de Saneamento do Paraná– administrada e reestatizada peloPMDB de Roberto Requião) ou mesmoa CEDAE de 1987 a 1990 (que foimagnificamente administrada peloPMDB de Moreira Franco), sendo naépoca um modelo de eficiência. Sãoexemplos que a CEDAE pode e deveseguir. “Contudo, esses exemplos, noBrasil, são ações únicas e exclusivas dosgovernos estaduais. Gostaríamos queesses atos patrióticos de Néstor Kirchnerse transformassem em inspiração aoscandidatos a presidência, aqui no Bra-sil, em 2006, e ao próprio e atual titular,que carece de bons atos”, afirma o pre-sidente da ASEAC, Flávio Guedes.

Tendência mundialO modelo privatista nunca foi alter-

nativa saudável para o setor de sanea-mento, pois é perverso, excludente,antidemocrático e atendendo só, e so-mente só, aos interesses do capital, dospoderosos e daqueles que vivem de suasmigalhas e a seus pés, explica Guedes.Segundo ele, devido às preocupaçõescom a escassez crescente desse recur-so, a ÁGUA, a tendência mundial é deque o Estado gerencie os sistemas e pro-teja os manancias de água potável queainda nos restam, para a geração de nos-sos filhos e netos, argumenta. “Basta vero exemplo dos Estados Unidos, berçodo capitalismo no mundo, onde menosde 10% dos serviços são operados pelainiciativa privada, e os mananciais sãoguardados pelas Forças Armadas. Quebelo e oportuno exemplo a ser segui-do!”, concluiu Flávio Guedes.

Serviço de água de Buenos Aires éreestatizado na véspera do Dia Internacional da Água

ArgentinaArgentina

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4Março/Abril de 2006Informativo da Associação dos Empregados de Nível Universitário da CEDAE

É

TENTÁCULOS DOS PODEROSOS

Valter Campanato/ABr

curioso ver o que um anoeleitoral e a submissão aospoderosos faz com as pes-soas. E mais impressionan-te ainda, constatar o quan-to é necessário os trabalha-dores estarem “alertas”para não serem manipula-dos por “supostas” lideran-

ças, que se adaptam ou flutuam na água,ao sabor da correnteza ou da maré – talqual a matéria-prima alvo de tratamentono setor em que trabalham – o esgoto – quenós sanitaristas tentamos purificar antes dedevolver à natureza.

Nossos companheiros – trabalhadoresda empresa – devem se lembrar, confor-me vamos refrescar sua memória na re-produção do artigo abaixo – que no calorda luta contra a cisão da CEDAE, no anopassado, tivemos de enfrentar a resistên-cia de algumas dessas “lideranças”, pararealizarmos nossos atos públicos, passea-tas, greves e outras manifestações contra atentativa da direção de fragmentar aCEDAE para entrega-la ao setor privadocom demissão de 69% dos trabalhadores.Foi à custa de muita pressão, convenci-mento e vaias públicas do coro unido dos“cedaeanos” que conseguimos rebocaresses “líderes” para o lado de cá.

Quem não se lembra da “estranha”resistência de algumas lideranças, que,dando a impressão de estarem presos aos“tentáculos dos poderosos”, resistiam emaderir ao memorável ato dos trabalhado-res, na Sacadura Cabral, em 11 de maio de2005, o “dia da vaia”, contra mais aquelatentativa de enfraquecer a CEDAE parafacilitar o intento de políticos e dirigentesinescrupulosos, que tentavam encobrir osolhos dos trabalhadores da CEDAE, para

LIÇÕES DE OPORTUNISMO“Fantoches” dos poderosos se agarram a seus tentáculospara esconder sua omissão e conivência

facilitar a sua cisão/privatização.E foram estas mesmas lideranças que,

igualmente, apoiaram a terceirização daCAC, que nós, felizmente, conseguimosreverter à custa de muita luta, de muitadenúncia e mobilização. E hoje cada tra-balhador deve analisar se está ou não satis-feito com a CAC, se estiver parabéns, senão, a culpa é dessas “lideranças” a quenos referimos. E são estas mesmas lide-ranças, que não cobram a renovação dosrepresentantes dos trabalhadores nos Con-selhos Deliberativo e Fiscal da CAC/PRE-CE, que têm a função de fiscalizar, defen-der e resguardar os interesses dos partici-pantes. Se a nossa PRECE chegou à situa-ção em que está foi graças à omissão – ouconivência – daqueles que deveriam serresponsáveis por manter a instituição sobcontrole e monitorada, e não o fizeram; comcerteza serão responsabilizados pela omis-são, como terão, também, que explicar aostrabalhadores a mecânica da transforma-ção do Diretor eleito na PRECE, para Di-retor indicado: Sem que o conjunto de par-ticipantes tenha tido acesso às devidas ex-plicações, por parte da conjuntura políticada época, sobrando para nós o gosto amar-go da dúvida e da perda. Paridade, SIM!Mandatos eternos para conselheiros daCAC e PRECE, NÃO!

Por essas e outras razões, repudiamosessa tentativa de usar a classe trabalhadorada CEDAE como “massa de manobra”para fins oportunistas e eleitoreiros, por partedessas “supostas lideranças”. Servir ao pa-trão, como eles tentam atribuir a pessoassérias, com passado e história de luta emdefesa da CEDAE, é ser conivente com asfalcatruas na PRECE, bem demonstrado naCPMI dos Correios, e a queda da qualidadedos serviços na CAC, na medida em que seomitem no processo de renovação dos nos-sos representantes nas entidades, em troca,sabe-se lá, de que. Talvez de um apoio po-lítico nas passadas ou próximas eleições,ou de um cargo em uma dessas entidades,“sem olhos para enxergar, ouvidos para es-cutar e voz para reclamar”.

Por isso, chamamos a atenção doscompanheiros para esse artigo, publicadona edição de julho/agosto de 2005, que ago-ra transcrevemos, no qual advertíamos paraeste fato: nós contrariamos os interesses dospoderosos e, portanto, era natural que espe-rássemos por essas retaliações, que agoracomeçam a surgir em forma de ofensas efalsas acusações, ditas e escritas.

Os empregados da CEDAE precisamse mirar no exemplo do próprio setor emque trabalham: esgoto tem de ser tratadoantes de ser devolvido à pureza das águas.A água, tem que ser tratada antes de serentregue à população.

Trabalhamos com a purificação, coma saúde e com a vida. Pois tudo que conta-mina tem que ser combatido. Inclusive adesunião e o enfraquecimento da catego-ria como um todo. A CEDAE foi a únicaempresa, NO BRASIL, que evitou a priva-tização, por DUAS VEZES, e isto foi feitocom todos os Cedaeanos unidos, sem a in-terferência dos poderosos a nos dividir.

“Fantoches” dos poderosos se agarram a seus tentáculospara esconder sua omissão e conivência

O dia 11 de maio de2005 ficou

marcado como “odia da vaia”, contra

a omissão e aconivência

Fotos de arquivo / Ilustração J.Paulo Sampaio

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5Março/Abril de 2006

Informativo da Associação dos Empregados de Nível Universitário da CEDAE

CONVOCAÇÃO

...e a sanha continuaTão logo foi superada a ameaça de cisão da CEDAEque quase dividiu a empresa em seis – uma deprodução e cinco de distribuição – no ano passa-do, o presidente da ASEAC, Flávio Guedes, alertavapara a necessidade de os trabalhadores se mante-rem mobilizados e atentos ao que chamou de “ten-táculos dos eventualmente poderosos”.

MOVIMENTO EM DEFE-SA DA CEDAE começoucom a questão da CAC, pou-co antes de o plano de saúdeser terceirizado. Ele foi for-mado pelo Sindicato de Cam-

pos, Sindicato dos Administradores eSindicato dos Engenheiros e pelaASTEC, ASEAC, ASCED, ASAPAE eAFTAE, além de forças políticas quemilitam dentro da CEDAE. Nos unimospara brigar contra a terceirização daCAC que, felizmente, hoje não estámais terceirizada.

O movimento surgiu também para adefesa da PRECE, devido a necessida-de de se observar melhor o plano de pre-vidência. O movimento continua existin-do, pois não estamos satisfeitos com oque está acontecendo com a nossa Cai-xa e nossa previdência; E no meio das

ara ele, quando o ex-gover-nador Garotinho determinouo fim do processo de cisão,atendendo ao clamor dostrabalhadores, os interessesde muitos “poderosos” fo-

ram contrariados. Nesse depoimento,Flávio Guedes fez um histórico da lutae conclama todos os empregados daempresa, “de peão a doutor, a se uni-rem para discutir a empresa, dentro decasa, e traçar um novo rumo para ela”.

O artigo ainda é atual e merece servisto e revisto, pois outros fatos maisrecentes, como o escândalo que envol-veu a PRECE – o fundo de previdênciados empregados da CEDAE – demons-tram que os poderosos continuam comseus tentáculos escondidos e atuan-tes. A diferença é que, hoje, não sabemse os esticam para lançar mão de no-vas vantagens em seu próprio benefí-cio, se para tentar esconder os equívo-cos que acompanha o seu rastro nessa

trajetória que vêm corroendo a CEDAEe o seu patrimônio ou se os utilizampara calar as oposições.

Mas como recordar é viver, vamosrelembrar alguns trechos daquele artigo,para que todos os trabalhadores seconscientizem de que 2006 será um anodecisivo para a própria sobrevivência daempresa e, consequentemente, dos nos-sos empregos e do bem-estar das nossasfamílias. E, principalmente, se recordemquem são seus verdadeiros inimigos:

P

Fim do processo de cisão acirroua ganância dos “poderosos”

Transcrito do Jornal da ASEAC julho/agosto de 2005

“Tentáculos dos poderosos: a luta não acabou”discussões em torno da fundação da As-sociação em Defesa da PRECE e daCAC (APP), tivemos o advento da “ci-são”, da qual tomamos conhecimentoatravés de um documento que “vazou”da administração da empresa e tomouconta da base de trabalhadores. Em fun-ção disso, esse movimento formado pe-las entidades, criou um fórum para dis-cutir a estratégia e enfrentar essa deci-são da direção da companhia, de dividira CEDAE em uma empresa de produ-ção de água, que ficaria nas mãos doEstado, e cinco empresas de distribui-ção de água, que possivelmente seriamentregues à iniciativa privada, com vári-os compartimentos: Barra da Tijuca comparte da Baixada, Zona Norte com partede São Gonçalo, e daí por diante. Fize-mos, então, uma proposta de convoca-ção de um grande Ato no dia 11 de maio,

“O

...e a sanha continua

Fotos de arquivo

Flávio Guedes

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6Março/Abril de 2006Informativo da Associação dos Empregados de Nível Universitário da CEDAE

CONVOCAÇÃO

em frente à sede da Sacadura Cabral,para tratar do assunto. Na ocasião, tive-mos dentro da empresa alguns setorescontrários a esse Ato, inclusive algumasresistências com argumentos frágeis,como por exemplo, o de que era ummovimento de Engenheiros etc... Mas oAto foi realizado, com a presença devários parlamentares e 2.200 pessoas,aproximadamente, todos trabalhadoresda CEDAE.

Desse movimento, nós evoluímospara uma grande passeata no dia 18 demaio, com aproximadamente quatro miltrabalhadores, que preconizava a ida ao“Banerjão”, na rua da Ajuda, para ten-tar evitar que o Conselho de Adminis-tração da empresa desse aval ao pro-cesso de cisão. Dali fomos para aALERJ, onde fizemos um trabalho jun-to aos deputados para evitar que esseprocesso “passasse”, depois, naALERJ, caso chegasse lá. Por ser umaempresa pública, era preciso observara lei 8.666 (lei de licitações), necessi-dade de audiências públicas e outrosinstrumentos que não estavam sendorespeitados. Mesmo assim, o processocontinuou, mas houve falhas na condu-ção em relação à aprovação das contaspelo Conselho Fiscal da Empresa e emfunção de não ter passado pela direto-ria executiva, e a polêmica continuou.

Mais tarde, o então presidente daCEDAE, Aluizio Meyer, confirmou emdocumento a todos os trabalhadores eem entrevista ao jornal da ASEAC, aexistência de estudos para a cisão, emfunção do entendimento do governo deque a proposta de lei do marco regula-tório do governo federal iria desaguarna municipalização. Que se torna cada

dia mais distante, diante da agonia dogoverno federal frente aos numerososcasos de corrupção em sua administra-ção e base aliada.”

Quem é quem na resistência “Nesse processo de cisão, nós con-

seguimos unificar ainda mais os traba-lhadores. Fizemos uma marcha ao Pa-lácio Guanabara no dia 30 de maio. Essamarcha tinha por objetivo conversarcom a governadora Rosinha Garotinho.Mobilizamos cerca de quatro mil tra-balhadores, e lá fomos recebidos pelosenhor Ricardo Bittar, que nos garantiuque o item dois da pauta do Conselhoseria retirado. E foi realmente, o pro-cesso não aconteceu naquele momen-to, mas depois eles voltaram à carga.

Nesse ínterim, o presidente daCEDAE foi exonerado, logo depois daentrevista que deu ao jornal da ASEAC.(...) Continuamos trabalhando contra oprocesso de cisão. Sabíamos que está-vamos desagradando os “poderosos”.Mesmo porque, esse processo de cisãonão foi feito da cabeça de poucas pesso-as, mas por um grupamento poderoso,que deve ter vários tentáculos dentro daCEDAE, visto a riqueza de detalhes uti-lizados no CD Institucional entregue aoSr. Bittar, cujo conteúdo preconizava ademissão de 69% dos cedaeanos.

Os sindicatos de Campos, Engenhei-ros e Administradores, além da ASAPAE,ASTEC, ASCED, AFTAE e ASEAC, queformam o MOVIMENTO EM DEFESADA CEDAE, conseguiram trazer todasas outras entidades e forças que se jun-taram à luta. E continuamos o processode resistência. Mais uma vez, o proces-so de cisão veio à tona, mesmo com do-

cumento afirmando que nesse governo aCEDAE não seria privatizada em hipó-tese alguma e nem sofreria cisão. O do-cumento era assinado pelo presidente daALERJ, Jorge Picciani (foi levado a elepelo deputado José Nader); pelos depu-tados Noel de Carvalho, líder do gover-no; e o Deputado Paulo Mello, líder doPMDB, que referendavam a decisão doGovernadora Rosinha.”

Nova conquista dos trabalhadores

“Mais recentemente, tivemos umaAssembléia Geral, com todas as enti-dades, que decidiram que a paralisa-ção seria feita em três pontos: no Guan-du, pelo Sintsama e entidades do Rio;Imunana/Laranjal, pelo Sindicato deNiterói e entidades locais; e em Macaé,pelo Sindicato de Campos. Por solicita-ção do Ex-Governador todas as entida-des foram convidadas para uma reuniãono palácio com ele, o Secretário, parao equacionamento do assunto cisão, quesegundo ele estava acabado. A reuniãocom o ex-governador foi feita no dia 12de julho, no Palácio Guanabara, juntocom todas as entidades. Nesse encon-tro, ele foi taxativo: “não faria o pro-cesso de cisão, porque os trabalhado-res não querem”. O processo de cisão,para ele, poderia até ser interessantepara salvar a CEDAE do marco regula-tório do governo federal, mas se os tra-balhadores não querem, ele não faria oprocesso, estava extinto. E disse mais:já havia falado com a direção daCEDAE para acabar com o processo.”

Alerta: é preciso podar

“os tentáculos dos poderosos” Todas as vezes que o nosso movi-

mento defendeu a CAC e a CEDAEcontra a cisão, não podemos esquecer,nós contrariamos os interesses dos “po-

“Temos de descobrire marcar na testa quemsão os reacionários queimpedem a construção

de uma novaCEDAE”

Nóscontrariamosinteresses degrupos de dentroda CEDAE e outrosperiféricos àempresa, quetêm seustentáculosdentro dela

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7Março/Abril de 2006

Informativo da Associação dos Empregados de Nível Universitário da CEDAE

derosos”. (...) Nós contrariamos outraspessoas, grupos de dentro da CEDAE eoutros periféricos à empresa, que têmseus tentáculos dentro dela. Quais inte-resses, não sabemos, mas que contrari-amos, isso nós fizemos. E como presi-dente da ASEAC e engenheiro, sintoque alguns desses setores reacionários,que estão sob influência dessesgrupamentos que queriam a cisão daCEDAE, ou seja, queriam a “caixa re-gistradora”, o fluxo de caixa dentro dainiciativa privada, continuam atuandocom seus tentáculos, fazendo pressãosobre as entidades que os derrotaram.O fim da cisão causou uma certa frus-tração, uma certa ansiedade e um certodesconforto neles. E por isso, temosrecebido alguns ataques, até mesmo nabase dos trabalhadores. Já ouvi ataquesaté de companheiros nossos, que tenhocerteza, estão sendo coordenados poresses grupamentos reacionários.

Por isso, é preciso alertar os traba-lhadores da CEDAE, principalmente osgerentes, para que façam um intercâm-bio cada vez maior com os trabalhado-res; que se sentem com eles, “papo degerente e trabalhador”, e conversemsobre o destino da CEDAE, sobre comovamos potencializar essa empresa, amelhor maneira para equacionar os pro-blemas, que não são poucos. Devemosaumentar a “intimidade profissional”,a “inteligência coletiva”, porque nahora em que acaba o processo de ci-são, existe um vácuo, que só pode edeve ser ocupado pelos trabalhadores.Por isso, essa atitude é primordial. Va-mos fazer o “Bom Dia Trabalhador”com os empregados, para discutir comovamos barrar os tentáculos desses “po-derosos” que estão, agora, tentandoatingir pessoas de bem.

Eu peço que os gerentes, os traba-

lhadores em geral, prestem atenção àsinformações que estão recebendo e re-ceberão no dia-a-dia. Tem chegado paramim acusações de que existem traba-lhadores a favor da cisão. Ou seja, queesses trabalhadores estariam subordi-nados a esses grupos que só se interes-sam em aniquilar a CEDAE. Se tiver-mos alguns desses reacionários, sejampeões ou doutores, ativos ou aposenta-dos, nós temos de saber quem são. Nãoprecisamos de reacionários, mas simde revolucionários, de pessoas que ven-çam a inércia e mostrem que a CEDAEé uma grande empresa. Temos de des-cobrir e marcar na testa quem são osreacionários que impedem a constru-ção de uma nova CEDAE; agora é horade reestruturar a empresa, com a parti-cipação de todo o conjunto de trabalha-dores. Esta é a segunda chance que te-mos, a primeira foi quando nos livra-mos da privatização. O projeto da ci-são foi derrotado. Aqueles que o re-presentavam e/ou estavam a ele subor-dinados devem estar com a palma damão amarela, pois com certeza, foram

eles os responsáveis pelo forte cheiroque na ocasião sentimos no ar.

Dormindo com o inimigo

Se nós tivermos que procurar ini-migos, não vai ser dentro das fileirasque lutaram contra a cisão, que sobemno caminhão de som e estão brigandopor uma CEDAE forte e reformulada.A luta política não vai se dar em 2005,possivelmente em 2006. Nós fomos re-volucionários nesse processo de cisão,e na “Tsunami” que o trabalhador criou.Nós arrastamos tudo, inclusive caiu umpresidente da CEDAE. Fomos ao go-vernador e ele, em respeito ao traba-lhador, acabou com a cisão.

Nós vencemos de novo, mas os“tentáculos dos poderosos” que foraminicialmente neutralizados, permane-cem, ainda dentro da CEDAE, temoscerteza de que vão tentar nos atacar,como já começaram a fazer. Afinal, hojehá processos na justiça e na polícia con-tra o Presidente e o Vice-Presidente daASEAC, patrocinados pela CEDAE epela PRECE. O Presidente foi transfe-rido para o interior de modointempestivo, contrariando todas as re-gras vigentes, dentro da empresa, in-clusive com ameaça de demissão. Exis-te um ditado que diz que “não se bateem cachorro morto”, nós não estamosmortos, e vamos dar muito trabalho ain-da. Principalmente na questão da pro-teção das instituições da CEDAE, comoCAC e PRECE, que nos pertencem,assim como a própria CEDAE, e nãoserão aqueles comprometidos e/ou su-bordinados aos poderosos e com a mar-ca na testa que darão as cartas nesseprocesso de reformulação.

Fotos de arquivo

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8Março/Abril de 2006Informativo da Associação dos Empregados de Nível Universitário da CEDAE

TRANSPARÊNCIA NA GESTÃO

ECOS DOSILÊNCIO

Preocupada com imagem da empresa e de seustrabalhadores, ASEAC cobra da direção da CEDAEesclarecimentos sobre denúncias na ALERJ

ECOS DOSILÊNCIO

s denúncias do parla-mentar envolvem umasérie de acusações,que vão desde a contra-tação de empresas semcapacitação técnicapara a prestação deserviços na área deanálise da qualidade da

água, cujos critérios e quantidade deanálises não estariam de acordo coma legislação, a atos e ações, na admi-nistração da CEDAE, que estariam to-talmente em desacordo com a boa prá-tica, a probidade e a licitude nos ser-viços públicos. Principalmente em setratando de tratamento e abastecimen-to de água, coleta e tratamento de es-goto, onde se lida com nada mais, nadamenos, do que a vida e a saúde dapopulação.

No último pronunciamento, realiza-do no dia 16 de março, o parlamentar

A diretoria da ASEAC encaminhou carta ao presi-dente da CEDAE, Lutero C. Cardoso, solicitando pro-vidências no sentido de apurar as denúncias deirregularidades dentro da companhia, que vêmsendo feitas, sistematicamente, pelo deputado JoséNader (PTB) no plenário da Assembléia Legislativado Estado do Rio de Janeiro (Alerj)

chegou a anunciar que já levou o con-teúdo das denúncias ao Ministério Pú-blico (MP), no âmbito estadual e fede-ral. E acrescentou que solicitou tam-bém à 1ª Promotoria de Justiça de Tu-tela Coletiva, 11º Centro Regional deApoio Administrativo Institucional, queinvestigue as denúncias e que o MP de-termine a prisão dos diretores respon-sáveis, citando o próprio presidente e odiretor de Produção da Companhia.

Junto com a carta enviada ao pre-sidente da empresa, o presidente daASEAC, Flávio Guedes, anexou umacoletânea, com 102 páginas, de todosos pronunciamentos do deputado, comdenúncias contra a CEDAE, desde oano de 2004. Cópias do documento fo-ram encaminhadas também aos re-presentantes dos acionistas minoritá-rios nos Conselhos de Administração(Dario Mondego) e Fiscal (Franciscode Oliveira Pena), para que tomem

providências junto aos respectivosConselhos e ao Governo do Estado,dono de 99,9% das ações da CEDAEe, portanto, responsável por tudo o queocorre na Empresa – do bom ao ruim– indicando todos nas administraçõesda PRECE, da CAC e da CEDAE. Oobjetivo é preservar os interesses dosacionistas, da população, a imagem daCEDAE e a reputação de seus traba-lhadores.

Na carta, a ASEAC afirma que “temacompanhado atentamente, os pronuncia-mentos na ALERJ e pede à direção daempresa que se manifeste a respeito dasprovidências que estão sendo tomadaspara esclarecer de vez os fatos”.

Cartas na mesaSegundo o presidente da ASEAC,

Flávio Guedes, “a ASEAC no seu com-promisso com a defesa da CEDAE pú-blica, estadual, indivisÍvel e financei-ramente equilibrada, não tem medido

A“A QUEM INTERESSAR POSSA,OU EM QUEM A CARAPUÇA COUBER”

No excelente e didático artigo REPÚBLICA DE“PELEGOS”, publicado no jornal “O Globo”, de26/03/06 (Site da ASEAC), Francisco C. Weffort(um dos fundadores do PT) chama atenção paraa possibilidade de um dia Lech Walesa, importan-te líder sindical polonês que se elegeu presidenteda república e fracassou no governo, vir a seinteressar pelo Brasil. O que ele diria de Lula?Que este é um “pelegão” e que também fracas-sou no governo?

Pelego = Prócer1 sindical que se acomoda, facil-mente, às vantagens pessoais do adesismo;1- Prócer = Homem importante de uma classe.

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9Março/Abril de 2006

Informativo da Associação dos Empregados de Nível Universitário da CEDAE

esforços em suas lutas, infelizmenteem algumas vezes, enfrentando “gru-pos” internos, subordinados e/ou sub-missos aos atualmente poderosos”.

Acrescentou que os pronuncia-mentos que têm sido feitos pelo depu-tado José Nader tem sido duríssimoscontra a administração da CEDAE,nominando políticos, autoridades, em-presários e empresas, dirigentes e ge-rentes dos quadros e extra-quadro daCEDAE, e, em alguns casos, até mes-mo os contratos, seus números e valo-res. “Portanto, as denúncias precisamser apuradas, pois, se uma parte delasfor verdadeira, estaremos diante deuma situação de gravidade intensa naCEDAE. Devemos até mesmo temerpelo futuro de nossa Empresa, se to-das forem verdadeiras”, advertiu opresidente da ASEAC.

E se forem falsas, nada mais jus-to que o deputado também seja rigo-rosamente punido. “Mas estes fatossó poderão ser esclarecidos com umarigorosa, externa e imparcial apura-ção”, sentenciou Flávio Guedes.Para ele, quaisquer que sejam os cul-pados – acusados ou acusador – têmde ser punidos.

Ao concluir, o presidente daASEAC disse que é importante que ostrabalhadores da CEDAE não utili-zem, aceitem ou acreditem nos argu-mentos pseudo-fascis tas dedesqualificação das denúncias e dodenunciante, pois são públicas e ofi-ciais (Diário Oficial do Poder Legis-lativo Fluminense). “Mas também nãopodemos praticar e aceitar o ensurde-cedor silêncio, que hoje envolve o as-sunto, com críticas veladas e denún-cias em documentos apócrifos, a quempede transparência”, finalizou.

“Senhor Diretor-Presidente:

A ASEAC, entidade técnica, leal,combativa, não subordinada agrupos, partidos ou correntes po-líticas, interessada única e exclu-sivamente na integridade, no bomnome da CEDAE pública e pelosserviços prestados à sociedadefluminense, tem acompanhadoatentamente os pronunciamentosproferidos na ALERJ, trazendodenúncias gravíssimas contranossa Empresa.

Não podemos deixar de men-cionar que o “JORNAL DAASEAC”, de Nov/Dez. de 2004,pág. 03 (em anexo), mencionouos pronunciamentos na ALERJdo Deputado José Nader – líderdo PTB, pois já naquela época,seu conteúdo deixava associa-dos da ASEAC e funcionários daCEDAE possuídos pela revolta,temor e indignação, frente à gra-vidade das denúncias que hojevemos potencializadas.

Anexamos os discursos pro-feridos na ALERJ, salientandoque em seus recentes pronunci-amentos, foi inflamadíssimo otom das críticas usado com refe-rência à qualidade, quantidade deanálises e capacitação das empre-sas responsáveis pelas atuaisanálises que atestam a qualidadeda água distribuída à população,item de orgulho para a CEDAE,visto o histórico da excelentequalidade, não só da água comode nossos profissionais.

Por já termos sofrido, na se-gunda metade da década de 90,acusações também gravíssimas ecom origem também na Assem-bléia Legislativa de nosso Estadopor parlamentares daquela casa,preocupa-nos que fatos como es-tes, arrastem em seu trajeto inde-finido, o resultado do trabalho

Veja a íntegra do documentosério, realizado por profissionaisresponsáveis dos quadros daCEDAE.

Assim sendo, solicitamos àDiretoria Executiva da CEDAE, atra-vés do seu Diretor-Presidente, en-genheiro Lutero C. Cardoso, que,diante do material citado e anexo,nos informe:

■ Quais providências a CEDAEestá tomando com relação às de-núncias divulgadas através dospronunciamentos na ALERJ;

■ Se os urgentes e necessári-os esclarecimentos, quanto àsdenúncias relativas aos controlesda qualidade da água distribuídaà população, estão sendo provi-denciados, com a urgência que asituação exige.

Considerando ainda que aASEAC, seu presidente, diretores,conselheiros e associados sãotambém acionistas da CEDAE, re-presentados nos Conselhos deAdministração e Fiscal respectiva-mente por Dario Mondego e Fran-cisco de Oliveira Pena, legitima-mente eleitos pelos acionistasminoritários, comunicamos queestamos enviando cópia destedocumento, para os representan-tes acima citados, para as devidase urgentes cobranças de soluçõese providências junto aos respec-tivos Conselhos e ao Governo doEstado, detentor de 99.9% dasações da empresa, portanto res-ponsável por tudo o que vem ocor-rendo na CEDAE.

Despedimo-nos, colocando-nos ao vosso dispor para maioresesclarecimentos e aguardandopronto atendimento aos questio-namentos desta Associação, quesão do interesse de toda popula-ção do Estado do Rio de Janeiro.”

A DIRETORIA

“O governo do Estado é dono de

99,9% das ações da CEDAE. Portanto,

responsável por tudo o que nela ocorre,

do bom ao ruim!”

Fotos Arquivo / Alexandre Loureiro

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10Março/Abril de 2006Informativo da Associação dos Empregados de Nível Universitário da CEDAE

omens e mulheres dementes profanas, co-rações impuros, al-mas diabólicas emãos com o “toque deMidas” às avessas,por motivosinconfessáveis parti-ciparam da trama

para trazer as trevas e o odor do enxo-fre ao nosso reino. E vós na vã tentati-va de alcançar a onipresença, a onisci-ência e a onipotência, utilizais esseshomens e mulheres, como olhos, ouvi-dos e voz, e por meio de intrigas, calu-nias, meias-verdades e mentiras, ditase escritas, são usados como instrumen-tos de açoite, para a planejada divisãodo indivisível reino do povo Alquimistadas Águas. Nosso reino objeto da vos-sa cobiça. E na ilusão do poder, dacompetência, do tempo e do apoio dos“Seus” em vossos “trabalhos”, tensobtido resultados desastrosos, atraindoa mídia, o descrédito e a suspeição paradentro do nosso Reino.

Ao final deste longo e tenebrosoinverno, Vossa Dinastia há de ser lem-brada e comparada “ao caminhar deum macaco dentro de uma cristaleira”,pois promovestes a “astros e estrelas”“figurantes” que sempre representa-ram os papeis de “apascentadores desi próprio” e “empreiteiros dainiquidade”. Mas vós e os “Seus” pas-saram de todos os limites, quando ne-garam a história (cassaram a voz dosanciões), tramaram a destruição dopresente e do “REINO” (tentaram acisão e venda), da “SAÚDE” (entre-

Alquimistasdas ÁguasAlquimistasdas Águas

garam a terceiros), do “FUTURO” (sor-veram recursos) e das oposições(cooptaram ou perseguiram, pon-do na clandestinidade). E emfunção da ousadia, sentirão arevolta e o clamor deste povoe entenderão o ditado popu-lar: “passarinho que engo-le pedra, sabe o tamanho doc... que tem”.

Criamos e contribuímos,religiosa e mensalmente, há1/4 e 1/5 de século para osnossos sagrados “FUTURO”e “SAÚDE”, e vós e os “Seus”sobre eles se “prostraram” esorveram, com métodos e pro-pósitos maquiavélicos, recur-sos garantidores do alimento,do pão e do vinho da ceia e dasaúde de nossas mulheres, cri-anças e anciões. E para isso,lançaram mão do livre arbítrio.Mesmo alguns de vós sendoconhecedores, tementes epregadores da “Palavra”,situações e condições tãosabiamente abordadas edescritas no Velho Testa-mento no Salmo 14 – ACorrupção do Homem -em Jeremias 23 - e emEzequiel 34 – Os Fal-sos Pastores (Site daASEAC). Mesmo tendomatado a sede e se far-tado com a nossa Águade Beber, tentado a puri-ficação com a Água San-

HA revolta e o clamor do povo que dáde beber ao próximo contra as crisesfabricadas no reino do Saneamento

A revolta e o clamor do povo que dáde beber ao próximo contra as crisesfabricadas no reino do Saneamento

AÇÃO INSTITUCIONAL

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11Março/Abril de 2006

Informativo da Associação dos Empregados de Nível Universitário da CEDAE

FLÁVIO GUEDES

ta e clamado pela Água Viva, não tive-ram, os seus, corações tocados de que

este povo de Deus, os Alquimistasdas Águas, tem, no seu labor diá-rio, mais que uma obrigação,muito mais que uma profissão.Trata-se de uma religião deextrema e divina devoção, que,muito além da compreensão

pagã, receberam o entendimen-to de que “Deus não escolhe os

capacitados – ELE, o nosso Deus,capacita seus escolhidos”.

E os homens e mulheres destepovo de escolhidos na lida do dia a

dia são guiados, protegidos e ilumi-nados pela Unção do Espírito Santo,para transpor desertos, oceanos emontanhas de problemas e dificul-dades, existentes e interpostos porvós, vossos aliados, cooptados, nés-cios, traidores e Judas. E os Judasque se vendem por 30 moedas deprata existiram, existem e existi-rão em todas as épocas e povos,nestes e naqueles, que em passa-dos recentes e remotos sofreramfragorosas derrotas, nessa ver-dadeira Guerra Santa do bemcontra o mal, e cujas armas, pornos utilizadas, não incluem oódio, e sim o amor à nossa de-voção – A ÁGUA. E com ela,por ela e graças a ela, sere-mos os vitoriosos. Pois, alémde representarmos o bem, donosso labor, para o qual fomoscapacitados, aliados aos nossosconhecimentos, resulta um pre-

cioso líquido – a Água de Beber,

que como a natureza, nós a tornamospura, forte, serena e insubstituível; equando suficiente em todas as “for-mas”, propicia a tranqüilidade, a puri-ficação e a alegria do coração, da almae do corpo. E ELA, viabilizará a vidade todos, aliados e adversários, e com-porá 93% dos filhos que vossas mulhe-res carregam no ventre, 88% do leitecom o qual elas os alimentarão e 70%de vossas carcaças carcomidas, cor-rompidas e que se fizeram imundaspelos hábitos, falta de conhecimento emanias feias, insidiosas e abomináveis.

Nossa vitória começa a ser anteci-pada quando temos a certeza de que vóse os “Seus” só enganareis a alguns, epor pouco tempo, não a todos, muitomenos a ELE. Lembre-te! ELE não re-vogou de seus 10 mandamentos o de nú-mero oito – NÃO ROUBARÁS! Nem ode número nove – NÃO TOMARÁS ONOME DO SENHOR TEU DEUS EMVÃO! Pois todas as vezes que assim ofizeres, Oxalá sintas, na garganta e naboca, o gosto de fel da blasfêmia; emvossos bolsos, bolsas, orifícios e entra-nhas, a temperatura do aço em brasa,das espadas de vossos adversários e nacarne e na alma, os rigores da justiça doshomens e o preço e peso da justiça e damão de Deus. Rogamos a ELE que con-ceda ao nosso Reino o benefício de vos-sas ausências, vos banindo para o reinodas trevas, de onde vieram e nunca de-veriam ter saído, “Oh! Santos do Mal”.E a luz permanecerá no reino do povoAlquimista das Águas, os CEDAEANOS,cujas casas são glorificadas e edificadassobre a rocha.

“Deus não revogoude seus 10

mandamentos o denúmero oito – Não

roubarás! Nem ode número nove –

Não tomarás onome do Senhor

teu Deus em vão!”

Ilustração: João Paulo Sampaio

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12Março/Abril de 2006Informativo da Associação dos Empregados de Nível Universitário da CEDAE

Titularidade naBALANÇASTF adia decisão e aumenta a responsabilidade dosfuturos deputados federais na próxima legislatura

Supremo Tribunal Fede-ral (STF) suspendeu ojulgamento das AçõesDiretas de Inconstituci-onalidade (ADINs) quetratam da definição datitularidade dos serviçosde saneamento ambien-tal nos estados e muni-

cípios. Esta decisão, que aguarda hámais de cinco anos que os ministros doSupremo acabem com o impasse, de-veria ter sido sacramentada pelo plená-rio do STF no dia 8 de março, mas foinovamente adiada, depois que o minis-tro Gilmar Mendes pediu vista dos au-tos da Ação Direta de Inconstituciona-lidade (ADI) 1842. Com isso, a respon-sabilidade dos futuros deputados fede-rais será ainda maior no próximo ano.

A ADIN foi ajuizada pelo PartidoDemocrático Trabalhista (PDT) contraleis que tratam da criação da região me-tropolitana e da microrregião dos La-gos, no Estado do Rio (Lei Complemen-tar - LC 87/89) e sobre prestação deserviço de saneamento básico (Lei es-tadual 2869/97). No início do julga-mento, em abril de 2004, orelator da matéria, ministroMaurício Corrêa (aposenta-do), julgou prejudicada aação quanto ao Decreto24631/98, bem como emrelação aos artigos 1º, 2º,4º e 11º da Lei Comple-mentar 87/89, am-bos do

Estado do Rio de Janeiro, por perdasuperveniente de seu objeto. À época,Corrêa alegou a edição de nova legisla-ção sobre o assunto. Ao final, declaroua constitucionalidade dos demais dis-positivos impugnados.

Maurício Corrêa argumentou que alei complementar criadora da região me-tropolitana do Rio de Janeiro e damicrorregião dos Lagos ocorreu pelavia legislativa adequada, tendo sido as-segurada a participação dos municípiosnos Conselhos Deliberativos. No que serefere à questão do saneamento básico,disse que a matéria extrapola o interesseexclusivo dos municípios, justificando-se a atuação do estado-membro.

Na retomada do julgamento, agoraem março, o ministro Joaquim Barbo-sa, que havia pedido vista, proferiu votoem que discordou, parcialmente, dorelator da ação. Joaquim Barbosa sus-tentou que não deve haver confrontoentre o estabelecimento de regiõesmetropolitanas e a autonomia munici-pal. Ele afirmou que as normas impug-nadas transferem direta ou indiretamen-te competências tipicamente locais parao estado em conseqüência da criaçãode uma região metropolitana, o que nãoé compatível, segundo ele, com a or-dem constitucional vigente.

Barbosa cita, como exemplo, a pre-visão do parágrafo único do artigo 5º daLC 87/97 que retira do Conselho Delibe-rativo da Região Metropolitana poder dedecisão sobre a concessão ou permissãodos serviços de interesse comum e o

transfere ao estado. Assim como orelator, Barbosa julgou prejudicada aação no que se refere ao Decreto 24.631/98 e aos artigos 1º, parágrafos 1º e 2º;artigo 4º, caput e incisos I a VII, e artigo11, caput e incisos I a VI da LC 87/97.Por outro lado, declarou a inconstitucio-nalidade do artigo 5º, parágrafo único;artigo 6º, incisos I, II, IV e V, e do artigo7º da LC 87/1997, além dos artigos 11 a21 da Lei 2869/97, que conferem ao Es-tado poder para dispor sobre a conces-são de saneamento básico sem interfe-rência do Conselho Deliberativo.

Interesses comuns

O ministro Nelson Jobim votou emseguida, acompanhando integralmente oentendimento do ministro Joaquim Bar-bosa. O presidente discorreu sobre osfundamentos da Região Metropolitana esobre a prestação dos serviços de sane-amento básico. Assentou que os disposi-tivos impugnados transferiram para oEstado parcela da competência executi-va e legislativa do município – inclusivea referente ao saneamento básico –sob a justificativa de en-volverem inte-

O

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13Março/Abril de 2006

Informativo da Associação dos Empregados de Nível Universitário da CEDAE

GESTÃO

resses comuns ou metropolitanos.“A questão exige do Supremo, mais

do que tudo, sensibilidade política, eco-nômica e social para uma solução queseja constitucionalmente aceitável e quenão inviabilize por completo o setor eprejudique o cidadão – usuário do ser-viço”, destacou o Presidente. Segundoo ministro, o maior problema, partindo-se da premissa da titularidade munici-pal ou intermunicipal, é dar solução àsrelações que se estabeleceram, nos úl-timos anos, entre municípios e compa-nhias estaduais de saneamento.

Nelson Jobim ressaltou que as regi-ões metropolitanas não são entidadespolíticas autônomas mas têm funçãoadministrativa e executiva e que o inte-resse metropolitano é o conjunto dosinteresses dos municípios numa pers-pectiva intermunicipal. Acrescentouque o artigo 25, parágrafo 3º da Consti-tuição Federal, que prevê a criação dasregiões, só pode ser entendido a partirdo princípio federativo e conservando-se a autonomia municipal. Disse, ain-da, que o saneamento básico, por seconstituir em típico interesseintermunicipal, não pode ser atribuídoao âmbito estadual, sob pena de viola-ção grave à federação e à autonomiados municípios.

Por fim, o presidente da Su-prema Corte, afirmouque “a com-

petência estadual em matéria deaglutinações municipais se exaure nainstituição e na criação de uma estrutu-ra de organização e funcionamento den-tro dos critérios trazidos pela Constitui-ção”. Além dos dispositivos considera-dos inconstitucionais pelo ministro Joa-quim Barbosa, o ministro-presidenteacrescentou o inciso I do artigo 5º daLC 87/97, que submete as deliberaçõesdo conselho deliberativo, em matéria deplano diretor metropolitano, a uma apro-vação da Assembléia Legislativa doEstado. Assim, declarou a inconstituci-onalidade da expressão, contida no dis-positivo, “a ser submetido à AssembléiaLegislativa”, e foi acompanhado, noponto, por Joaquim Barbosa.

ADIN 2077Na Ação Direta de Inconstitucionali-

dade (ADIN) 2077 da Bahia, que tratada mesma questão, o ministro Eros Grauacompanhou o voto do relator, ministroaposentado Ilmar Galvão, que defende acompetência dos municípios para orga-nizar e prestar os serviços, com atuaçãointegrada, provida pelo Estado. Tambémvotaram no mesmo sentido os ministroNelson Jobim e Joaquim Barbosa. Oministro Gilmar Mendes pediu vista.

Essa ADIN foi

A tendênciado STF édefender acompetênciadosmunicípiosparaorganizare prestaros serviços,com atuaçãointegrada,provida peloEstado

Foto: Divulgação, ABR

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14Março/Abril de 2006Informativo da Associação dos Empregados de Nível Universitário da CEDAE

ajuizada pelo Partido dos Trabalhado-res (PT) contra a Assembléia Legislati-va da Bahia. A ação questiona se dispo-sitivos da Constituição baiana alteradospela Emenda Estadual Constitucional 7/99 são inconstitucionais por usurparemcompetência da União para legislar so-bre diretrizes dos serviços de água esaneamento, e por ofenderem os prin-cípios da autonomia municipal e daproporcionalidade. O PT questionatambém se os serviços de água e esgo-tamento sanitário podem ser prestadospor ente privado por meio de outorga.

O voto do relator, ministro aposen-tado Ilmar Galvão, foi no sentido desuspender, no inciso V do art. 59 daConstituição do Estado da Bahia, a ex-pressão “assim considerados aquelescuja execução tenha início e conclusãono seu limite territorial, e que seja rea-lizado, quando for o caso, exclusiva-mente com seus recursos naturais”. Oministro suspendeu também o caput doart. 228 da mesma Constituição, na re-dação dada pela EC 7/99.

Ao votar, o ministro Eros Grau lem-brou que a Constituição Federal atribuiao município a organização e presta-ção dos serviços públicos de interesselocal, diretamente ou sob regime de

concessão (art. 30, V).No entanto, salientou Grau, o fenôme-

no da urbanização, ao dar lugar ao apareci-mento de serviços que atendem a mais deum interesse predominantemente local,“afeta de modo marcante algumas dasconcepções e categorias de que lançamosmão para descrever o funcionamento dosistema de distribuição de competênciasem nosso modelo federativo”.

O ministro disse ainda que o pará-grafo 3º do artigo 25 do texto constituci-onal não transfere aos Estados a compe-tência municipal relativa à prestação dos

serviços comuns a vários municípios,apenas refere a instituição de regiõesmetropolitanas, aglomerações urbanas emicrorregiões tendo em vista a integra-ção da organização, do planejamento eda execução de serviços comuns.

Essa norma, disse o ministro, é omodelo de “como as coisas devemser” relativamente à competência paraa organização e prestação dos servi-ços públicos metropolitanos. “Por issomesmo essa atuação, no sentido deprover aquela integração, não compro-mete a integridade das competênciasconstitucionalmente atribuídas aos mu-nicípios”, afirmou.

Em outros termos, segundo ErosGrau, a competência para organizar eprestar esses serviços será dos municí-pios, aos quais incumbirá atuação in-tegrada, provida pelo Estado. “Nem porisso, no entanto, deixa de se manifestarcomo competência municipal”.

Por fim, disse, “a competência paraa prestação dos chamados serviços co-muns permanece sob a titularidade dosmunicípios. A eles incumbe a delegaçãoda entidade da administração indireta oua outorga de concessão a empresa priva-da, quando a sua prestação for empreen-dida não diretamente por eles”.

O parágrafo 3º doartigo 25 do textoconstitucional não

transfere aosEstados a

competênciamunicipal relativa à

prestação dosserviços comuns avários municípios

Projeto de Lei ainda deve se arrastar na Câmara Federal

Até depois das eleições...decisão do STF de adiar o jul-gamento sobre a titularidadedos serviços de saneamentoambiental – se dos estados oudos municípios – vem refor-çar a apreensão do setor de

que o Projeto de Lei em tramitação nolegislativo, criando o marco regulatório,possa se arrastar indefinidamente noCongresso por todo o ano de 2006, espe-cialmente por se tratar de ano eleitoral.

A Agência de Notícias da Câmarados Deputados informou que a Comis-são Especial de Saneamento Básicodeve retomar agora em março a dis-cussão do substitutivo apresentado pelorelator, deputado Julio Lopes (PP-RJ),ao Projeto de Lei 1.144/03, da deputadaMaria do Carmo Lara (PT-MG), e ou-

tras cinco propostas que tramitam emconjunto. Entre elas está o PL 5.296/05, do Poder Executivo, que foi usadocomo base pelo relator. A leitura do pro-jeto vinha sendo adiada sucessivamen-te desde fevereiro pela Comissão, de-vido aos impasses existentes em tornode vários pontos do PL, especialmenteo que trata da questão da titularidade.

Como se tratava de um ponto muitopolêmico e que, fatalmente poderia ge-rar desgastes com as bases eleitorais,contrariando interesses de prefeitos e/oude governadores, os deputados da comis-são especial que analisa a nova políticade saneamento entraram em acordo paraque a discussão do relatório do deputadoJulio Lopes (PP-RJ) fosse marcada paradepois do julgamento pelo Supremo Tri-

A “Em 20 anos, não

conseguimos

criar um marco

regulatório

eficiente. Se a lei for

aprovada como está,

poderemos demorar

outros 20 anos

para corrigir os

estragos”

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15Março/Abril de 2006

Informativo da Associação dos Empregados de Nível Universitário da CEDAE

MARCO REGULATÓRIO

bunal Federal, prevista para o dia 8 demarço. Ou seja, transferiram a respon-sabilidade pela decisão sobre a titulari-dade e competência para o judiciário.

O deputado Julio Lopes acreditava queo voto do ministro relator do caso no Su-premo, estaria sintonizado com o que jáocorre no País. Ou seja, onde o municípioé responsável por todo o sistema de sane-amento, a titularidade sobre os serviçosde água e esgotos seria municipal. Nasdemais, seria compartilhada com os esta-dos, e assim ficaria resolvido o impassenesse ponto. E para encerrar a polêmica,Lopes modificou o relatório parcial apre-sentado em dezembro passado. Ele deci-diu não especificar se a prestação de ser-viços de saneamento básico seria com-petência dos estados ou dos municípios.Segundo o parlamentar, esse ponto é ma-téria constitucional e não poderia ser defi-nido por meio de lei ordinária.

O substitutivo de Julio Lopes contémdiretrizes para os sistemas públicos deabastecimento de água e esgotamento sa-

nitário, o manejo de águas pluviais (dre-nagem) e o gerenciamento de resíduossólidos (coleta, tratamento e disposiçãodo lixo e as demais ações de limpeza pú-blica). Além disso, o relatório determinaque sejam feitas licitações públicas quan-do o município ou o conjunto de municípi-os não forem os responsáveis pelo servi-ço. A situação é configurada nos casosem que alguma das etapas de tratamentode água e esgoto e de distribuição de águaabrange mais de uma cidade.

Recuo estratégicoMas o fato é que o impasse em tor-

no da Política Nacional de Saneamentoainda é muito grande, mesmo depois dedois anos de discussão durante a for-mulação do projeto de lei pelo Ministé-rio das Cidades. A Associação Brasilei-ra das Companhias Estaduais de Sane-amento (Aesbe) considera o PL uma“sentença de morte” para as empresasestaduais de saneamento, classifican-do a proposta do Executivo de “centra-

lização e pretensa uniformização deprocedimentos de um setor tão comple-xo como o de saneamento”.

A Assemae, que defende os interes-ses das empresas municipais, por suavez, alega que o substitutivo põe fim àtitularidade municipal nas regiões me-tropolitanas. Mas defende que a maté-ria seja aprovada, mesmo sem totalconsenso, pois acha que isso pode re-presentar um avanço.

Mesmo o setor privado, que defen-dia urgência na tramitação da matéria,vem manifestando cautela, e já seposicionou contrário ao PL do jeito queestá, classificando-o de “tentativa deimposição de um texto legal para a áreade saneamento, que não obteve consen-sos mínimos para garantir a tranqüili-dade da tramitação”. O presidente daAssociação Brasileira das Indústrias deBase (ABIDB), Paulo Godoy, prevê umestrago sem precedentes no setor, sefor aprovado o substitutivo do deputadoJulio Lopes. E vai mais longe: afirmaque, em 20 anos, o setor não conseguiucriar um marco regulatório eficiente e,se a lei for aprovada do jeito que está,“poderemos demorar outros 20 anospara corrigir os estragos”.

Jogo de interessesNa visão de analistas políticos, di-

ante do fato de se tratar de ano eleito-ral, dificilmente o PL 5.296/05 será vo-tado este ano. Em questão tão polêmi-ca quanto a do saneamento ambiental,o desgaste pode ser muito grande. Osprefeitos defendem a titularidade mu-nicipal, ao passo que a maioria dos go-vernadores é contra quando se trata deregiões metropolitanas.

Alguns governadores temem que asprefeituras, por não terem condições deoperar os serviços, tendam a privatizá-los; outros, por defender a privatização,precisam da prerrogativa da titularidadepara que possam fazer isso eles própri-os, não os prefeitos. Ao mesmo tempo,os municípios reivindicam direito cons-titucional à titularidade, e vão pressionaros seus representantes na Câmara e noSenado para que defendam esta posiçãojunto ao Congresso e ao próprio STF.

O deputado Eduardo Cunha(PMDB-RJ), ligado à bancada do ex-governador Anthony Garotinho, consi-dera, por exemplo, que a ratificaçãoda titularidade municipal nas regiõesmetropolitanas significaria a privatiza-ção dos serviços. Em função disso,

A Câmara Federal transferiu para oSTF a solução do impasse sobre atitularidade no saneamento

Page 16: Distribuição gratuita ECOS DO SILÊNCIO · Myriam Allemand D. Diniz Rita de Cássia R. dos Santos Jorge Rodrigues Leitão Editado por ... PRECE vem participando de lutas importantes,

16Março/Abril de 2006Informativo da Associação dos Empregados de Nível Universitário da CEDAE

MARCO REGULATÓRIO

decidiu pedir vistas do parecer do de-putado Júlio Lopes. Cunha acredita queos municípios que queiram operar o seuserviço independente não vão consti-tuir empresas para essa finalidade.Com isso, segundo o parlamentar, osprefeitos farão uma licitação de con-cessão à iniciativa privada. “Então, naprática, é a privatização dos serviçosde saneamento básico nos municípiosque não quiserem manter os convêni-os ou os contratos com os estados que

têm companhias estaduais de sanea-mento e detêm o direito de exploraçãodesse serviço”, conclui.

Paradoxalmente, o deputadoEduardo Cunha, que condena a titu-laridade municipal, é apontado pelaslideranças das entidades que repre-sentam os empregados da CEDAE,entre as quais a ASEAC, como umdos responsáveis pelas recentes ten-tativas de transferência da companhiaestadual à iniciativa privada. Seu

nome, inclusive, foi identificadocomo um dos principais articuladoresdo processo de cisão da CEDAE,ocorrido no ano passado, através doqual o governo do Estado tentou frag-mentar a CEDAE em seis empresaspara atuar de forma regional no Esta-do. Segundo as lideranças, o objetivofinal era dividir a companhia para fa-cilitar a privatização (ver artigos“Tentáculos dos poderosos” e Os Al-quimistas das Águas).

Os pontos polêmicosem torno do projeto

e acordo com o texto, quandoo próprio município ou con-sórcio de municípios não pres-tarem os serviços de maneiraautônoma, sem intermediári-os, será necessária a formu-

lação de contratos nos moldes exigidospela Lei das Licitações (8.666/93). O de-putado criticou o adiamento da apresen-tação, ressaltando que seu substitutivo éfruto de entendimento de autoridades dastrês esferas de governo com entidadesda sociedade civil. Os principais pontosdo relatório frutos de polêmica na dis-cussão são os seguintes:

Prestação de serviçosO relatório do deputado Júlio Lopes

não especifica se a prestação de serviçosde saneamento básico será competênciados estados ou dos municípios. Consideraque esse ponto é matéria constitucional e

O deputado Júlio Lopes, relator do PL do Saneamento Ambi-ental, acredita que o relatório preliminar preserva uma dascaracterísticas principais do projeto do Executivo: a visãointegrada dos sistemas públicos de abastecimento de águae esgotamento sanitário, em conjunto com o manejo deáguas pluviais (drenagem) e o gerenciamento de resíduossólidos (coleta, tratamento e disposição do lixo, e as demaisações de limpeza pública).

que, portanto, não pode ser definido pormeio de lei ordinária. O relatório define,no entanto, princípios e diretrizes para re-gular os contratos das empresas estadu-ais e municipais de saneamento, “de for-ma a garantir estabilidade aos atuais ins-trumentos de contratação de serviços”.

Regulação e tarifasO substitutivo permite que a regula-

ção e a fiscalização dos serviços de sane-amento sejam delegadas de um municí-pio a outro ou ao respectivo estado ou quesejam feitas por consórcio público, e nãoapenas por meio de uma entidade própriade cada município. Quanto às taxas e tari-fas, a proposta do Poder Executivo esta-belecia apenas diretrizes gerais. O substi-tutivo acrescenta diretrizes específicas,como a cobrança pelo abastecimento deágua prioritariamente por meio de tarifascom base no volume consumido.

Colegiados estaduaisO texto do relator revê a competência

dos órgãos colegiados dos estados, do Dis-trito Federal e dos municípios. Pelo subs-titutivo, essas entidades passam a ter ca-ráter consultivo em relação aos planos desaneamento básico, e não deliberativo.Outro ponto modificado se refere aos fun-dos especiais de universalização. Pelotexto, a criação desses fundos não serámais condição para o recebimento de re-cursos ou para a obtenção de financia-mentos da União. Também foi descarta-da a criação do Conselho Nacional deSaneamento. Agora, o texto prevê que ocolegiado máximo da União para a áreaserá o já existente Conselho das Cidades,que terá reforçada a presença de repre-sentantes do setor de saneamento.

Catadores de lixoO relator considerou muito abrangen-

te a possibilidade de se contratar, sem li-citação, cooperativas de catadores dematerial reciclável para realizar o mane-jo de resíduos sólidos urbanos. Para evitara formação de uma “indústria de coope-rativas”, ele passou a autorizar a contra-tação de serviços sem licitação apenaspara o manejo e a comercialização de ma-teriais recicláveis nas localidades ondehouver coleta seletiva, com o emprego deequipamentos e a definição de atividadesem acordo com as normas técnicas e deproteção à saúde pública.

Os pontos polêmicosem torno do projeto

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