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DISTÚRBIOS RESPIRATÓRIOS DO SONO: Gravidades diferentes, abordagens
diferentes.
Gleison GuimarãesGleison GuimarãesTE SBPT TE SBPT
TE A.Brasileira do SonoTE A.Brasileira do SonoUnidade de Pesquisa Clínica - HUCFFUnidade de Pesquisa Clínica - HUCFF
Caso 1:ABB, 47anos, ♂, engenheiro. HDA: Roncos, sonolência e cefaléia diurnas. HPP: Recebeu diagnóstico de Apnéia obstrutiva
do sono grave e orientação terapêutica pela ORL, sendo submetido a UVPP há 5 anos com melhora clínica inicial.
HAS em uso regular: Losartan. Pescoço: 45 cm, Epworth: 15, Mallanpati: grau II
e IMC: 37.
Nossa conduta foi realizar nova Polissonografia.
O que você espera encontrar neste exame?
O que você espera encontrar neste exame?
a) IAH elevado, baixa eficiência do sono e aumento de sono delta e REM.
b) IAH normal já que o paciente já foi submetido a cirurgia curativa (UVPP).
c) IAH elevado com sono fragmentado, boa eficiência do sono e redução de sono REM e sono de ondas lentas.
d) Ronco primário.
Polissonografia (12/04/07) – Caso 1:
• Roncos intensos.• IAH: 47/h. (32 hipopnéias, 313 apnéias –
310 AO, 2 AC e 1 AM).• SaO2 mínima: 68%.• Latência curta para sono e redução de sono
REM.• Sono fragmentado: 32 microdespertares/h.• Não houve movimentos periódicos de
pernas.
Evolução clínica (Caso 1)A nossa conduta:
• Recebeu orientação e iniciou uso de CPAP, após Titulação manual. Recomendado pressão fixa em 11 cm H2O.
• Evoluiu com dificuldade de adaptar-se à máscara nasal, e na leitura do cartão do CPAP havia fuga aérea e o IAH estava sempre alto.
Qual a melhor conduta neste caso?
Qual a melhor conduta neste caso?
a) Uso de biPAP, pois a pressão do CPAP prescrita é alta, o que gera desconforto e dificuldade na adaptação;
b) Trocar a interface. Experimentar máscaras oro-nasal (máscara full);
c) Acoplar umidificador, pois o paciente precisa de interface mais confortável e que evite ressecamento oral;
d) Frequentar Clínica de CPAP para melhorar a adesão do paciente;
“O CPAP age como um molde pneumático
que previne colapso inspiratório da faringe durante o sono”.
1)1)
2)2) 3)3)
CASO 2:
CASO 2: SSA, 42 anos, ♀, secretária.
HDA: Sonolência diurna excessiva há 5 anos. Roncos altos. Referia perda de forças em situações de forte emoção e sonhos vívidos. HAS há 3 anos. Epworth:22, IMC:33, Pescoço 38 cm, Mallanpati g.3, Amígdalas g. 2. Realizou PSG em (20/12/04), e desde então com diagnóstico de Apnéia do sono grave (IAH: 34/h). Psiquiatra prescreveu Bupropiona.
Qual seria a próxima conduta?
Qual seria a próxima conduta?
a) Polissonografia portátil;b) Avaliação cirúrgica pela
Otorrinolaringologia;c) Orientar perda ponderal;d) Polissonografia respiratória e
neurológica;
Resultado da nova Polissonografia:(set/2008)
• Roncos altos.• IAH: 31/h.• SaO2 mínima: 72%.• Aumento de estágio 1 e 2. Redução de sono de ondas
lentas.• Redução de latência para sono: 6 min.• Redução de latência para sono REM (1˚episódio de sono
REM: 14 minutos de sono)• Sono fragmentado: Índice de microdespertares = 28/h.• Não houve movimentos periódicos de pernas.
Neste momento, qual seria a orientação?
Neste momento, como podemos orientar o paciente?
a) Suspender a medicação do psiquiatra.b) Polissonografia com Titulação de CPAP;c) Teste de múltiplas latências para sono;d) Todas as respostas acima estão
corretas;
Resultados de exames:
TMLS: Teste de múltiplas latência para sono• Dormiu em 4 oportunidades do teste.• 3 episódios de REM precoce (menores de
20 min).• Latência média para sono: 3,75 min.
Polissonografia com Titulação de CPAPPressão sugerida: 10 cm H20.
Como é o tratamento programado desta paciente?
• Uso regular do CPAP (pela Apnéia do sono).• Programar uso de estimulante de vigília.• Se preciso, medicação para cataplexia.• Orientação comportamental.• Cochilos programados.
CASO 3:
RAM, 28 anos, ♂, engenheiro.HDA: Sonolência diurna e cansaço há > 1
ano.Déficit de atenção e concentração.
Redução da libido. Acompanhante refere roncos e sudorese
noturna. Rinite alérgica mas com boa patência
nasal. IMC 26.9, Pescoço 41 cm, Mallanpati 3,
Amígdalas g.1.Epworth:14.
Polissonografia completa revelou:
• Roncos moderados.• IAH: 14/h.• SaO2 mínima: 82%.• Redução de sono de ondas lentas e sono REM.• Sono fragmentado: 28 microdespertares/h.• Não houve movimentos periódicos de pernas.• 90% eventos respiratórios em decúbito dorsal
(60 AO, 2AC e 15H/77).
Qual é o tratamento possível para este paciente?
a) CPAP após Titulação.b) DIO (Dispositivo intra-oral –
reposicionador mandibular).c) TASB (banda torácica anti-supina -
bola de Tênis).d) Todas as anteriores.
Programação terapêutica: “tennis ball technique”- banda
torácica anti-supina “Apnéia do sono postural: Efficacy of the 'tennis ball technique' versus
nCPAP in the management of position-dependent OSAS.”
Métodos: 20 adultos com SAOS leve/moderada posição-dependente. Estudo portátil: Baseline e após 1 mês em cada tratamento. Eficácia: IAH <= 10/h. Resultados: TASB: 13/18 pacientes com sucesso. Redução de tempo em
posição supina. CPAP: 16/18 pacientes. Conclusões: Controle de posição corporal durante o sono usando TASB
'tennis ball technique' promove benefício no manejo da SAOS posição-dependente.
Porém, a melhora é menos intensa do que em uso do CPAP. Respirology Sep 2008 , 3
(5) p708 -15
• Retornou em 3 meses, com ganho ponderal e piora do ronco. Não se adaptou à TASB (banda torácica anti-supina - bola de Tênis).
• Conversado sobre tratamento com DIO e CPAP.
• Recusou o CPAP. • Não possuía contra-indicações para DIO.
Decidiu experimentar o aparelho intra-oral (reposicionador mandibular).
Evolução clínica:
Após 8 meses, com avanço mandibular completo, foi solicitado
nova polissonografia em uso do DIO:
• Ausência de roncos.• IAH: 5/h.• SaO2 mínima: 91%.• Sono fragmentado: 14
microdespertares/h.
Retorno do paciente após 6 meses de uso do DIO, ainda com queixa de sonolência
diurna e ganho ponderal.Qual é a melhor orientação neste
momento?a) Iniciar indutor do sono não-BZPN para
melhorar a fragmentação do sono.b) Iniciar modafinil para melhorar a sonolência
diurna.c) Nova Polissonografia e orientar perda de
peso.d) Conversar com a dentista sobre aumento do
avanço mandibular.
Nossa conduta (caso 3):• Polissonografia sem uso do DIO: IAH:
28/h, SaO2 mínima: 79%.• Polissonografia com Titulação de
CPAP:IAH: 2/h e SaO2 mínima: 94% , com pressão média de CPAP: 7 cmH20.
CASO 4: RHH, ♂, 75 a, branco, empresário. 1˚consulta (08/10/08): Roncos. Sonolência diurna e
nictúria. HAS. Fibrilação atrial. Uso: Felodipina, Nadolol, Losartan, HCTZ, Cumadin. IMC: 27, Pescoço: 40 cm, Mallanpati: G.4, Epworth:
14. ECO: Aumento biatrial. Fator natriurético cerebral (BNP): 130 (até 100 pg/ml).Espirometria (out/08): Normal.Gasometria arterial: PaO2 e PaCO2 normais. SaO2:
95%.
O que esperar dessa polissonografia?
O que esperar dessa polissonografia?
>10 minutos>10 minutos
CSR: padrãoCrescendo-
descrescendo
Caso 4
Polissonografia completa revelou:
• Roncos.• IAH: 45/h. (19 hipopnéias e 208 apnéias, sendo
35 de origem obstrutiva, 155 de origem central e 18 mistas)
• SaO2 mínima: 72%.• FC máxima: 97 bpm.• Redução de sono REM e aumento de estágio 1
e 2. • Sono fragmentado: 40 microdespertares/h.• O ECG revelou arritmia cardíaca, em fibrilação
atrial.
São marcadores da Síndrome de Apnéia central do sono, exceto:
a) Ronco habitual e obesidade.b) Classe funcional NYHA III.c) Fibrilação atrial e frequentes
arritmias ventriculares.d) Fração de ejeção VE < 20%.
Caso 4: Nossa conduta
• Polissonografia com Titulação de CPAP • Polissonografia com Titulação de biPAP
Pressão BiPAP: IPAP = 14 cmH2O EPAP = 10 cmH2O
• Em 08/12/2008 - Clínica de CPAP
• Paciente bem adaptado, com média de utilização acima de 5h/noite. Manteve o IAH (média) em 3,1/h.
Adesão
biPAP Caso
4
Caso 5LLS, 57 anos, ♂, engenheiro. HDA: Sonolência excessiva diurna e fadiga. Refere
sensação de peso nas pernas e necessidade de movimentá-las para aliviar desconforto. HAS em uso regular: Enalapril e HCTZ.Pescoço: 40 cm, IMC: 24.5, Epworth: 21, Mallanpati: 3.
• PSG em em 03/12/2007 = IAH:15/h, SaO2 mínima:84% e PLMs:10/h.
• Nova PSG com Titulação de CPAP: P=5 cmH2O e IAH: 2/h.
Em uso de CPAP desde 26/06/2008, mantendo fadiga e sonolência diurnas.
Qual é a opção mais provável para este paciente permanecer com
sonolência diurna após orientação para uso de CPAP?
a) Pressão inadequada do CPAP determinada pela Titulação;
b) Uso irregular, com má adesão ao CPAP;
c) Ser portador de Narcolepsia;d) Rinite alérgica não tratada;
Conduta: Nova polissonografia em uso do CPAP
CPAP
Polissonografia noturna com CPAP – Caso 5
É correto para seguir a conduta neste caso, exceto:
a) Prescrever atividade física regular em protocolo de 50 minutos por 4 x/semana;
b) Dosagem sérica de Ferro, Ferritina e vitamina B12;
c) Manter uso do CPAP e tratar com medicação a Síndrome das pernas inquietas com movimento periódico de pernas durante o sono.
d) Reduzir a pressão do CPAP para melhorar movimento de pernas.
Considerações finais
SÍNDROME DE APNÉIA DO SONO:
–Doença evolutiva–Fisiopatologia multifatorial – resultados diferentes mesmo em pacientes semelhantes
–Avaliar cada paciente individualmente
OBRIGADO!