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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE ENGENHARIA FLORESTAL Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais e Ambientais DIVERSIDADE DE FORMIGAS (HYMENOPTERA: FORMICIDAE) EM PLANTIOS DE TECA, PAU-DE- BALSA E ÁREA NATIVA NO BIOMA CERRADO SILVIO EDUARDO DE OLIVEIRA THOMAS CUIABÁ MT 2017

DIVERSIDADE DE FORMIGAS (HYMENOPTERA: … · 18. Índice de diversidade de acordo com a sÉrie de nÚmeros de hill e equitatividade das espÉcies de formigas amostrados em plantios

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

FACULDADE DE ENGENHARIA FLORESTAL

Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais e Ambientais

DIVERSIDADE DE FORMIGAS (HYMENOPTERA:

FORMICIDAE) EM PLANTIOS DE TECA, PAU-DE-

BALSA E ÁREA NATIVA NO BIOMA CERRADO

SILVIO EDUARDO DE OLIVEIRA THOMAS

CUIABÁ – MT

2017

SILVIO EDUARDO DE OLIVEIRA THOMAS

DIVERSIDADE DE FORMIGAS (HYMENOPTERA:

FORMICIDAE) EM PLANTIOS DE TECA, PAU-DE-

BALSA E ÁREA NATIVA NO BIOMA CERRADO

Orientador: Prof. Dr. Alberto Dorval

Dissertação apresentada à Faculdade de

Engenharia Florestal da Universidade Federal

de Mato Grosso, como parte das exigências do

Curso de Pós-Graduação em Ciências

Florestais e Ambientais, para obtenção do título

de mestre.

CUIABÁ – MT

2017

À minha família, especialmente aos meus pais Renato Thomas e

Suzelei de Oliveira Mineiro.

DEDICO

AGRADECIMENTOS

- A Deus sobre todas as coisas;

- Aos meus pais pelo apoio, incentivo e colaboração;

- À CAPES, pela bolsa de pesquisa ofertada;

- À Faculdade de Engenharia Florestal, da Universidade Federal de Mato

Grosso juntamente com seus professores e técnicos, em especial ao Sr.

Manoel Lauro da Silva do Laboratório de Proteção Florestal, pela amizade

ajuda e aprendizado;

- Ao Dr. Alberto Dorval pela orientação, paciência, apoio e dedicação;

- Ao Dr. Otávio Peres Filho pela disponibilidade e apoio dado;

- Ao Dr. Jacques H. C. Delabie do Laboratório de Mirmecologia do

CEPLAC/CEPEC (Ilhéus – BA) pela gentil hospitalidade e pelas

identificações taxonômicas das formigas coletadas neste estudo;

- A Drª. Lilian Guimarães de Favare pela colaboração e auxilio prestado;

- Ao Dr. Marcelo Dias de Souza pelos ensinamentos e contribuições dadas

a este trabalho;

- A empresa Teca do Brasil por disponibilizar a área para instalação dessa

pesquisa e todo apoio dado;

- Ao Geison e demais funcionários da Teca do Brasil que sempre nos

receberam prestativos e atenciosos;

- Aos meus amigos que participaram direta e indiretamente no

desenvolvimento e conclusão deste trabalho, à Fabi, Thayza, Carol, Diego,

Marcelo, Mariana, Livio e Aquirya que me ajudaram e participaram nessas

inúmeras idas e vindas a campo;

- À Jeane, parceira de mestrado e de pesquisa, entramos juntos nesse

trabalho com as formigas;

- A Danielly e Tiago, pela grande parceria e amizade, sempre juntos nas

correrias do dia a dia do mestrado, em campo, em laboratório, em viagens,

sempre me ajudando quando precisava.

SUMÁRIO

RESUMO ................................................................................................. XII

ABSTRACT ............................................................................................ XIII

1. INTRODUÇÃO ....................................................................................... 1

2. REVISÃO DE LITERATURA ................................................................. 2 2.1. IMPORTÂNCIA ECOLÓGICA DA FAMÍLIA FORMICIDAE ................. 2 2.2. FATORES AMBIENTAIS QUE AFETAM A MIRMECOFAUNA ........... 4 2.3. EFEITOS DAS MONOCULTURAS FLORESTAIS NA

MIRMECOFAUNA ..................................................................................... 6 2.4. AMOSTRAGEM DE FORMIGAS EM AMBIENTES NATURAIS ......... 9

3. MATERIAL E MÉTODOS .................................................................. 11 3.1. ÁREA DE ESTUDO ........................................................................... 11 3.2. CARACTERÍSTICA DOS LOCAIS DE ESTUDO ............................... 12 3.2.1. Teca ............................................................................................... 12 3.2.2 Pau-de-balsa ................................................................................... 12 3.2.3 Área com vegetaçâo de cerrado ..................................................... 13 3.3. COLETA DE FORMIGAS .................................................................. 13 3.4. TRIAGEM E IDENTIFICAÇÃO DO MATERIAL ENTOMOLÓGICO ... 13 3.5. ANÁLISE DOS DADOS ..................................................................... 14 3.5.1. Análises Estatísticas ...................................................................... 14 3.5.2. Análise Faunística .......................................................................... 14

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................ 19 4.1. ANÁLISES QUANTITATIVA E QUALITATIVA .................................. 19 4.2. SAZONALIDADE NA DIVERSIDADE DE FORMIGAS ...................... 29 4.2. CURVA DE ACUMULAÇÃO DE ESPÉCIES DE FORMIGAS ............ 38 4.3. ANÁLISES ESTATÍSTICAS .............................................................. 39 4.4. ANÁLISE FAUNÍSTICA ..................................................................... 42 4.5. ANÁLISE DE SIMILARIDADE ........................................................... 53

5. CONCLUSÕES ................................................................................. 56

6. BIBLIOGRAFIA ................................................................................. 57

ANEXOS .................................................................................................. 69

LISTA DE TABELAS

Página

1.ESPÉCIES DE FORMIGAS AMOSTRADAS EM DIFERENTES

AMBIENTES FLORESTAIS NO MUNICÍPIO DE NOSSA SENHORA DO

LIVRAMENTO, ESTADO DE MATO GROSSO, 2015/2016. .................... 21 2. HÁBITO ALIMENTAR DE ESPÉCIES DE FORMIGAS AMOSTRADAS

EM PLANTIO DE TECA, PAU-DE-BALSA E CERRADO NO MUNICÍPIO DE

NOSSA SENHORA DO LIVRAMENTO-MT, 2015/2016. .......................... 22 3. HÁBITO ALIMENTAR DE ESPÉCIES DE FORMIGAS AMOSTRADAS

POR AMBIENTE NO MUNICIPIO DE NOSSA SENHORA DO

LIVRAMENTO-MT, 2015/2016. ................................................................ 23 4. HÁBITO ALIMENTAR DE ESPÉCIES DE FORMIGAS POR SUBFAMÍLIA

AMOSTRADAS NO MUNICIPIO DE NOSSA SENHORA DO

LIVRAMENTO-MT, 2015/2016. ................................................................ 24 5. RELAÇÃO DAS SUBFAMÍLIAS E ESPÉCIES EM PORCENTAGEM (%) E NÚMEROS DE INDIVÍDUOS (I) COLETADOS NOS TRÊS AMBIENTES

FLORESTAIS NO MUNICÍPIO DE NOSSA SENHORA DO LIVRAMENTO, ESTADO DE MATO GROSSO, 2015/2016 .............................................. 28 6. AÇÃO DAS SUBFAMÍLIAS, GÊNEROS E PERCENTAGENS (%) DE

ESPÉCIES (E) E DE NÚMEROS (I) DE FORMIGAS COLETADAS NO

PERÍODO DE SECA NOS TRÊS AMBIENTES FLORESTAIS NO

MUNICÍPIO DE NOSSA SENHORA DO LIVRAMENTO, ESTADO DE

MATO GROSSO, 2015/2016. .................................................................. 31 7. RELAÇÃO DAS SUBFAMÍLIAS, GÊNEROS E PERCENTAGENS (%) DE

ESPÉCIES (E) E DE NÚMEROS (I) DE FORMIGAS COLETADAS NO

PERÍODO DE CHUVA NOS TRÊS AMBIENTES FLORESTAIS NO

MUNICÍPIO DE NOSSA SENHORA DO LIVRAMENTO, ESTADO DE

MATO GROSSO, 2015/2016. .................................................................. 32 8. RELAÇÃO DAS SUBFAMÍLIAS E PORCENTAGEM DE NÚMEROS

INDIVÍDUOS (I) COLETADOS NO PERÍODO SECO NOS TRÊS

AMBIENTES FLORESTAIS NO MUNICÍPIO DE NOSSA SENHORA DO

LIVRAMENTO, ESTADO DE MATO GROSSO, 2015/2016. .................... 35 9. RELAÇÃO DAS SUBFAMÍLIAS E PORCENTAGEM DE NÚMEROS

INDIVÍDUOS (I) COLETADOS NO PERÍODO CHUVA NOS TRÊS

AMBIENTES FLORESTAIS NO MUNICÍPIO DE NOSSA SENHORA DO

LIVRAMENTO, ESTADO DE MATO GROSSO, 2015/2016. .................... 36 10. ANÁLISE DE VARIÂNCIA PARA NÚMERO DE INDIVÍDUOS

COLETADOS EM TRÊS DIFERENTES AMBIENTES FLORESTAIS NO

MUNICÍPIO DE NOSSA SENHORA DO LIVRAMENTO, ESTADO DE

MATO GROSSO, 2015/2016. .................................................................. 39

11. ANÁLISE DE VARIÂNCIA PARA NÚMERO DE ESPÉCIES

COLETADAS EM TRÊS DIFERENTES AMBIENTES FLORESTAIS NO

MUNICÍPIO DE NOSSA SENHORA DO LIVRAMENTO, ESTADO DE

MATO GROSSO, 2015/2016. .................................................................. 40 12. TESTE DE MÉDIAS PARA NÚMEROS DE ESPÉCIES COLETADAS

EM TRÊS AMBIENTES FLORESTAIS NO MUNICÍPIO DE NOSSA

SENHORA DO LIVRAMENTO, ESTADO DE MATO GROSSO, 2015/2016. ................................................................................................................. 40 13. TESTE DE MÉDIAS PARA NÚMEROS DE INDIVÍDUOS E DE

ESPÉCIES COLETADOS NO PERÍODO DE SECA EM TRÊS AMBIENTES

FLORESTAIS NO MUNICÍPIO DE NOSSA SENHORA DO LIVRAMENTO, ESTADO DE MATO GROSSO, 2015/2016. ............................................. 41 14. TESTE DE MÉDIAS PARA NÚMEROS DE INDIVÍDUOS E DE

ESPÉCIES COLETADOS NO PERÍODO DE CHUVA EM TRÊS

AMBIENTES FLORESTAIS NO MUNICÍPIO DE NOSSA SENHORA DO

LIVRAMENTO, ESTADO DE MATO GROSSO, 2015/2016. .................... 42 15. RELAÇÃO DAS ESPÉCIES DE FORMIGAS MAIS

REPRESENTATIVAS NA ANÁLISE FAUNÍSTIVA AMOSTRADAS COM

ARMADILHA PITFALL EM TALHÃO DE TECTONA GRANDIS NOS PERÍODOS

DE SECA, CHUVA E ANUAL, NO MUNICÍPIO DE NOSSA SENHORA DO

LIVRAMENTO, ESTADO DE MATO GROSSO, 2015/2016. .................... 44 16. RELAÇÃO DAS ESPÉCIES DE FORMIGAS MAIS

REPRESENTATIVAS NA ANÁLISE FAUNÍSTIVA AMOSTRADAS COM

ARMADILHA PITFALL EM TALHÃO DE OCHROMA PYRAMIDALE NOS

PERÍODOS DE SECA, CHUVA E ANUAL, NO MUNICÍPIO DE NOSSA

SENHORA DO LIVRAMENTO, ESTADO DE MATO GROSSO, 2015/2016. ................................................................................................................. 47 17. RELAÇÃO DAS ESPÉCIES DE FORMIGAS MAIS

REPRESENTATIVAS NA ANÁLISE FAUNÍSTICA AMOSTRADAS COM

ARMADILHA “PITFALL” EM VEGETAÇÃO DE CERRADO, NOS

PERÍODOS DE SECA, CHUVA E ANUAL, NO MUNICÍPIO DE NOSSA

SENHORA DO LIVRAMENTO, ESTADO DE MATO GROSSO, 2015/2016. ................................................................................................................. 49 18. ÍNDICE DE DIVERSIDADE DE ACORDO COM A SÉRIE DE NÚMEROS

DE HILL E EQUITATIVIDADE DAS ESPÉCIES DE FORMIGAS

AMOSTRADOS EM PLANTIOS DE TECA (TECTONA GRANDIS) E DE PAU-DE-BALSA (OCHROMA PYRAMIDALE) E EM VEGETAÇÃO DE CERRADO, NO

MUNICÍPIO DE NOSSA SENHORA DO LIVRAMENTO- MT, 2015/2016. 52 19. SIMILARIDADE ENTRE OS AMBIENTES, PARA OS PERIODOS

SECO, DE CHUVA E ANUAL, AMOSTRADOS NO MUNICÍPIO DE NOSSA

SENHORA DO LIVRAMENTO-MT, 2015/2016. ....................................... 54

LISTA DE FIGURAS

1. LOCALIZAÇÃO DA FAZENDA CAMPINA NO MUNICÍPIO DE NOSSA

SENHORA DO LIVRAMENTO, ESTADO DE MATO GROSSO. .............. 11 2. DISTRIBUIÇÃO DE INDIVÍDUOS COLETADOS EM AMBIENTES DE

PLANTIO DE TECA, PAU-DE-BALSA E ÁREA NATIVA DO CERRADO, NO

MUNICÍPIO DE NOSSA SENHORA DO LIVRAMENTO, MATO GROSSO, 2015/2016. ............................................................................................... 19 3. DISTRIBUIÇÃO DAS SUBFAMÍLIAS DE FORMICÍDEOS COLETADOS

EM AMBIENTES DE PLANTIO DE TECA, PAU-DE-BALSA E ÁREA

NATIVA DO CERRADO, NO MUNICÍPIO DE NOSSA SENHORA DO

LIVRAMENTO, MATO GROSSO, 2015/2016. ......................................... 20 4. CURVA DE ACUMULAÇÃO DE ESPÉCIES DE FORMIGAS, POR

NÚMERO DE COLETAS, EM PLANTIO DE TECA, PAU-DE-BALSA E EM

ÁREA NATIVA DO BIOMA CERRADO NO MUNICÍPIO DE NOSSA

SENHORA DO LIVRAMENTO, ESTADO DE MATO GROSSO, 2015/2016. ................................................................................................................. 38

xii

RESUMO

THOMAS, Silvio Eduardo de Oliveira. Diversidade de formigas (Hymenoptera: Formicidae) em plantios de teca, pau-de-balsa e área nativa no bioma Cerrado. 2017. Dissertação (Mestrado em Ciências Florestais e Ambientais) – Universidade Federal de Mato Grosso, Cuiabá-MT. Orientador: Prof. Dr. Alberto Dorval. Este trabalho teve por objetivo avaliar qualitativamente e quantitativamente as espécies de formigas (Hymenoptera) amostradas nos seguintes ambientes florestais: a) ambiente com vegetação de cerrado; b) ambiente com plantio de Tectona grandis; c) ambiente com plantio de Ochroma pyramidale. Dentro de cada ambiente foi instalado um transecto, com 20 armadilhas tipo pitfall, equidistantes 20 metros entre si. Foram realizadas coletas de julho de 2015 a junho de 2016. Os indivíduos coletados foram triados e identificados taxonômicamente ao nível de gênero e espécie. Foram realizados análise de variância (Teste de Tukey) para o número de indivíduos e de espécies amostradas e estudos faunísticos e de similaridade entre os ambientes. Pela análise de variância, há diferença significativa entre o número de espécies registradas por ambiente no decorrer do ano e no período de seca. As análises faunísticas possibilitaram concluir que Labidus coecus (Dorylinae) foi, quantitativamente, uma das espécies mais importantes nos três ambientes e Solenopsis sp. foi a espécie com maior potencial de adaptação aos ambientes; Crematogaster tenuicula e Camponotus blandus (Myrmicinae) foram a espécies mais representativas no cerrado; Labidus coecus e Solenopsis sp. foram as mais representativas para o plantio com pau-de-balsa e para o ambiente com plantio teca, Labidus coecus e Atta sexdens foram mais representativos. O índice de similaridade de Sorensen indicou alta similaridade na riqueza de formigas entre os ambientes estudados. Palavras-chave: Riqueza de espécies, formicídeos, mirmecofauna, monoculturas florestais.

xiii

ABSTRACT

THOMAS, Silvio Eduardo de Oliveira. Diversity of ants (Hymenoptera:

Formicidae) in teak, balsa-wood and native areas in the Cerrado

biome. 2017. Dissertation (Master of Forestry and Environmental Sciences)

- Federal University of Mato Grosso, Cuiabá, MT, Brazil. Adviser: Prof. Dr.

Alberto Dorval.

The objective of this work was to evaluate, qualitatively and quantitatively,

ant species (Hymenoptera) Sampled in the following forest environments:

a) Environment with cerrado vegetation; B) Environment with planting of

Tectona grandis; C) Environment with planting of Ochroma pyramidale.

Within each environment was installed a transect, with 20 pitfall traps,

equidistant 20 meters from each other. Collections were made from July

2015 to June 2016. The individuals collected were taxed and taxonomically

identified at the genus and species level. Variance analysis (Tukey Test)

was performed for the number of individuals and species sampled, faunistic

studies and similarity among the environments. By the analysis of variance,

there is a significant difference between the number of species recorded per

environment during the year and during the dry period. The faunal analysis

made it possible to conclude that Labidus coecus (Dorylinae) was

quantitatively one of the most important species in the three environments

and Solenopsis sp. Was the species with the greatest potential of adaptation

to the environments; Crematogaster tenuicula and Camponotus blandus

(Myrmicinae) were the most representative species in the cerrado

vegetation Labidus coecus and Solenopsis sp. Were the most

representative for the planting with balsa wood and for the environment with

teak planting, Labidus coecus and Atta sexdens were more representative.

Sorensen's similarity index indicated high similarity in ant richness among

the studied environments.

Key words: Species richness, formicides, ant fauna, monocultures

1

1. INTRODUÇÃO

No Mato Grosso, o bioma Cerrado vem sendo utilizado para a

implantação de florestas comerciais. Por serem monoculturas, esses

plantios simplificam o ambiente e geram alterações nos habitats naturais

como perda da biodiversidade local e predominância de algumas espécies

em detrimento de outras.

Dentre os animais presentes no cerrado, as formigas são o

grupo de insetos mais importante em termos de biomassa, número de

indivíduos e impacto ecológico (SILVA et al., 2004). Consideradas agentes

do meio, estão envolvidas em processos ambientais como aeração,

decomposição e ciclagem de nutrientes.

As formigas apresentam alta sensibilidade às variáveis

ambientais e capacidade de reagir rapidamente as mudanças do meio. Por

esses motivos, vem sendo amplamente utilizadas para avaliar o estado de

conservação/degradação dos ambientes. A biodiversidade das formigas

tem sido estudada com o objetivo de compreender as perturbações

ocasionadas pelas constantes simplificações dos ambientes naturais, como

é o caso das monoculturas. Apesar da proporção de florestas plantadas

existentes, os trabalhos sobre a resposta sucessional da fauna em áreas

de plantios florestais são escassos.

Considerando a importância das formigas nos ecossistemas e a

necessidade de ampliar os conhecimentos sobre a diversidade desse grupo

em ambientes alterados como em áreas de plantios florestais, este estudo

objetivou avaliar qualitativamente e quantitativamente as espécies de

formigas (Hymenoptera: Formicidae) que ocorram associadas às áreas de

plantios florestais de teca (Tectona grandis) e pau-de-balsa (Ochroma

pyramidale) e em área de cerrado, no município de Nossa Senhora do

Livramento – MT.

2

2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1. IMPORTÂNCIA ECOLÓGICA DA FAMÍLIA FORMICIDAE

As formigas são insetos pertencentes a família Formicidae, da

ordem Hymenoptera (HÖLLDOBLER e WILSON, 1990). Distribuídas em 21

subfamílias, 301 gêneros e 12.545 espécies descritas, considerando assim,

as formigas são um dos grupos de organismos dominantes do planeta,

tanto numérica quanto ecologicamente e, dentre os insetos, um dos táxons

mais importantes em termos de biomassa, representando mais de 15% da

biomassa animal em florestas tropicais (FITTKAU e KLINGE, 1973). Na

região Neotropical, são conhecidas 15 subfamílias, 122 gêneros e 3.100

espécies de formigas (FERNÁNDEZ, 2003).

Para Fernández e Sendoya (2004), o Brasil e a Colômbia são os

países da região Neotropical mais ricos em números de espécies de

formigas. No Brasil ocorre cerca de 2.000 espécies descritas, sendo que

destas, algumas dezenas são consideradas pragas (BUENO e CAMPOS-

FARINHA, 1999). São animais que vivem em diversos habitats, podendo

ser encontrado desde desertos a florestas úmidas (KASPARI, 2000).

As formigas constituem o maior grupo de insetos sociais,

apresentam uma organização colonial extremamente estruturada e são

provavelmente os mais bem sucedidos de todos os grupos de insetos

(BORROR e DELONG, 1969). Este sucesso pode ser atribuído,

principalmente, ao fato de terem sido o primeiro grupo predador social a

explorar o solo e a vegetação e, de se especializarem em grupos de

indivíduos executando a mesma tarefa (DIEHL – FLEIG, 1995).

Amplamente distribuídos geograficamente, as formigas são

encontradas desde regiões subpolares até o Equador e em todas as ilhas

oceânicas, exceto nos polos e nos mares, sendo mais abundante em locais

de clima tropical (WILSON, 1987).

Nos ambientes onde se encontram, estão envolvidas em

diversos processos ambientais como aeração, decomposição e ciclagem

de nutrientes (ANDERSEN, 1991). A família Formicidae está relacionada

com inúmeros processos importantes em ambientes terrestres, agindo

3

como herbívoros, polinizadores, dispersores de sementes e predadores.

Exercem relações mutualísticas com plantas e homópteras e contribuem

como biomassa alimentar para níveis tróficos superiores (FREITAS et al.,

2006).

Este grupo também apresenta função essencial na participação

da cadeia alimentar nos ambientes terrestres pois, estão entre os principais

predadores de insetos e pequenos invertebrados, atuando como agentes

de controle das populações de outros artrópodes, e também são herbívoros

fortemente destrutivos (HÖLLDOBLER e WILSON, 1990).

No solo, as formigas podem nidificar a ciclagem de nutrientes,

através do enriquecimento do solo, pela transferência de nutrientes para as

camadas mais superficiais durante a construção e relocação de ninhos

(MOUTINHO et al., 2003). Através das trilhas de forrageamento, podem

induzir a alteração do solo através de excreção, perda de alimento durante

translado e morte de indivíduos, que estende o impacto das formigas além

do perímetro da colônia (COSTA, 2007).

Os hábitos alimentares das formigas são os mais diversos

possíveis, havendo predomínio de forrageadoras oportunistas e

generalistas que se alimentam de secreções vegetais, sementes, e material

animal vivo ou morto (KASPARI, 2000). Outros grupos apresentam dieta

mais especializada, como o caso das formigas da subfamília Myrmicinae,

que cultivam fungos que crescem sobre um substrato composto por

material vegetal e/ou animal recolhido pelas operárias (WEBER, 1972).

Formigas das subfamílias Dolichoderinae e Formicinae possuem hábito

alimentar restrito a uma alimentação líquida que pode ser obtida através de

nectários extraflorais ou outras estruturas secretoras como interações com

alguns hemípteros que liberam uma excreção açucarada conhecida como

“honeydew” (DELABIE e FERNÁNDEZ, 2003). Muitos gêneros incluem

ainda formigas predadoras, que podem ser generalistas ou especializadas,

como por exemplo, em Cerapachys (Cerapachynae), Neivamyrmex

(Ecitoninae), Strumigenys (Myrmicinae) e Thaumatomyrmex (Ponerinae)

que se alimentam de grupos restrito de artrópodes (KASPARI, 2000).

No setor florestal, as formigas cortadeiras, do gênero Atta e

Acromyrmex constituem as formigas mais conhecidas por serem

4

consideradas pragas severas de culturas florestais e pastagens naturais ou

cultivadas (DELLA LUCIA et al., 2008). Embora os hymenópteros

apresentem esse grupo de insetos pragas, muitas espécies dessa ordem,

dos gêneros Solenopsis, Wasmannia e Pheidole são predadores e inimigos

naturais e representam um dos mais importantes fatores biológicos que

regulam o tamanho e a biomassa das populações de espécies

desfolhadoras (FREITAS et al., 2002).

As formigas apresentam capacidade de adaptação às condições

extremas do ambiente, ocupando locais intensamente degradados com

estreita condição de oxigênio, inundações periódicas, contaminação por

produtos químicos e exposição à radiação que, contribuem na sua ampla

distribuição geográfica (SILVESTRE, 2000). Assim, a presença ou a

ausência de determinadas espécies da mirmecofauna podem fornecer uma

indicação de várias características do ambiente. Desta forma, diversas

espécies da comunidade de formigas podem constituir um bom indicador

das condições ambientais (DIEHL-FLEIG, 1995).

Além de responderem ao estresse do meio, as formigas

apresentam características que são importantes nos estudos com objetivo

para compreender as perturbações ocasionadas pela simplificação dos

ecossistemas naturais, como alta diversidade, dominância numérica e de

biomassa em quase todos os habitats e facilidade na amostragem e

identificação (MAJER, 1996; ALONSO e AGOSTI, 2000). Os estudos

voltados ao levantamento de Formicidae são necessários, pois o atual

conhecimento taxonômico e biogeográfico para a maioria dos grupos de

organismos terrestres é incompleto, especialmente para os grupos

hiperdiversos, como as formigas (SILVA e BRANDÃO, 1999).

2.2. FATORES AMBIENTAIS QUE AFETAM A MIRMECOFAUNA

Embora facilmente encontradas em diversos ambientes, as

comunidades de formigas podem ser afetadas por diversos mecanismos,

como sensibilidade a inundações (MERTL et al., 2009), condições edáficas

da composição do solo, gradientes altitudinais e a variações em tolerância

térmica e umidade (ANGILLETTA et al., 2007).

5

Mudanças na complexidade da cobertura vegetal e,

consequentemente, no microclima têm grande influência na diversidade de

formigas (MORAES e BENSON, 1988). Há o aumento da densidade de

riqueza de espécies de formigas de acordo com o aumento da densidade

da vegetação local (RIBAS et al., 2003). Habitats complexos,

estruturalmente, permitem a instalação e sobrevivência de maior número

de espécies decorrentes da capacidade de suporte do meio onde são

disponibilizados maior variedade de recursos como alimentação e

esconderijo (LAWTON, 1983). Em levantamento da fauna de formigas em

áreas reabilitadas de mineração no Rio de Janeiro, Pereira et al. (2007)

observaram variação na composição de espécies de formicídeos, de

acordo com a variação da estrutura da vegetação.

Em fragmentação de florestas tropicais ocorre perda de

espécies por meio da intervenção do habitat natural. Esta modificação no

meio reduz do tamanho da população, inibe ou reduz a migração, promove

o efeito de borda alterando o microclima e a imigração de espécies exóticas

para as áreas desmatadas circundantes e, posteriormente, para o

fragmento, aumentando a competição por recursos (WINSTON, 1995;

TURNER, 1996).

Fagundes et al. (2009) defendem que a disponibilidade de

alimento é um dos principais fatores relacionados com a abundância de

formigas. A especificidade de habitat como a disponibilidade de alimento

específico, pode determinar a permanência de uma espécie no ambiente.

Em relação aos fatores abióticos, a umidade afeta de forma

direta (precipitação) e indireta (umidade do ar e do solo, evaporação e

disponibilidade de água) e pode influenciar a vida dos insetos de modo

geral, visto que, certas espécies têm preferências, como evitar excesso de

água ou sua escassez (LARA, 1992). Outros fatores como altitude, latitude

e condições climáticas, como temperatura e umidade, podem influenciar na

riqueza e composição de espécies de formigas (ALBUQUERQUE e DIEHL,

2009).

6

2.3. EFEITOS DAS MONOCULTURAS FLORESTAIS NA

MIRMECOFAUNA

A demanda mundial por celulose e por madeira certificada,

possibilidade da expansão de sistemas lavoura-pecuária-floresta e uso de

florestas para sequestro de carbono promovem o aumento da área dos

plantios florestais. Entre os biomas brasileiros utilizados para esses

plantios, encontra-se o Cerrado, no qual, as condições edafoclimáticas

(solo e clima) e fisiográficas são fatores favoráveis para o estabelecimento

e expansão dos plantios florestais nesse bioma (JUVENAL e MATTOS,

2002; DA SILVA, et al. 2010).

A simplificação do ambiente somado a fragmentação da floresta

nativa ocasionada pela implantação de monoculturas, acarretam em

mudanças que afetam de forma diferenciada os parâmetros demográficos

de mortalidade e natalidade de diferentes espécies (DA SILVA et al. 2010).

Para Viana e Pinheiro (1998), estas simplificações do ambiente promovem

alteração na abundância de polinizadores, dispersores, predadores e

patógenos. Além de mudanças microclimáticas, que atingem as bordas dos

fragmentos, alterando a taxa de mortalidade de árvores e influenciando

diretamente na diversidade de espécies do ambiente.

Pesquisas sobre a biodiversidade no cerrado são necessárias

para uma avaliação de impactos ambientais decorrentes das atividades

antrópicas, criação de unidades de conservação e para a adoção de

técnicas de manejo (FELFILI e FELFILI, 2001).

Mesmo com essa importância, o número de levantamentos de

formigas no Cerrado ainda continua insatisfatório (KEMPF, 1978; RIBAS et

al., 2003; SILVA et al., 2004). Este fato se torna um problema devido ao

alto grau de destruição a que esse habitat vem sendo submetido, causado

principalmente, pela expansão da agricultura, pecuária e de monocultura

como plantios florestais (KLINK e MOREIRA, 2002).

Há evidências que em áreas de plantações florestais ocorre

menor riqueza de espécies da mirmecofauna que em áreas de vegetação

nativa (MAJER, 1992). A influência dos plantios sobre populações de

insetos está relacionada com a diversidade e a concentração de recursos,

7

pois, ecossistemas complexos e mais persistentes suportam maior número

de espécies (LAWTON e STRONG JR., 1981; FREITAS et al., 2002).

Para Della-Lucia et al. (1982) a estrutura do dossel,

luminosidade e espaçamento entre plantas podem afetar a comunidade de

formicídeos. Deste modo, mudando a natureza do dossel, pode-se mudar

a espécie de formiga dominante mas, como um todo, há uma estabilidade

na diversidade.

As monoculturas florestais tendem a simplificar o ambiente

original pela modificação do estrato arbóreo, da vegetação arbustiva e

herbácea do sub-bosque, reduzindo a diversidade de substratos de

nidificação e alimentação e levando a uma redução na riqueza de espécies

(SOARES et al., 1998; SANTOS et al., 2006). As formigas dos gêneros

Atta e Acromyrmex são frequentementes relatadas como pragas de

monoculturas agrícolas e florestais pois, nesses ambientes, encontram

abundantes fonte de recursos alimentar e poucos inimigos naturais (ANJOS

et al., 1993).

Em florestas preservadas, a maior heterogeneidade e

quantidade de nichos alimentares e estruturais promove aumento da

variedade de espécies de insetos, geralmente com pequeno número

relativo de indivíduos. Nesses ambientes, a população de cada espécie é

controlada pelas diversas relações interespecíficas (LARA, 1992).

Em ambientes que sofreram intervenção, ocorre alteração na

comunidade de formigas ocasionadas pela mudança ecológica que

acontecem dentro da floresta e as influências físicas e bióticas como luz,

microclima e temperatura que agem sobre a região (CARVALHO e

VASCONCELOS, 1999). Os plantios florestais são continuamente

alterados criando micro-climas desfavoráveis para parasitoides e

predadores que controlam as populações (ALTIERI et al., 1993). Observa-

se nestes ambientes a presença de grandes populações e reduzido número

de espécies (LARA, 1992).

Diversos são os estudos objetivando comparar a biodiversidade

da mirmecofauna com diferentes ambientes como em plantios de eucalipto

e área nativa (SOARES et al., 1998; MARINHO et al., 2002; FREITAS et

al., 2002; MENTONE et al., 2011), com Pinus (SOUZA, 2006; BOSCARDIN

8

et al., 2014) e em fragmentos de florestas nativas no cerrado (SOARES et

al., 2006; ALVARENGA et al., 2007; CAMPOS et al., 2008; CANTARELLI

et al., 2015).

Entre os plantios florestais implantados no bioma do cerrado

mato-grossense, a teca (Tectona grandis L.f.) e pau-de-balsa (Ochroma

pyramidale Cav.ex Lam). Estimativas apontam que, atualmente são 64 mil

ha de teca plantado no estado. Plantios de eucalipto, que representam a

maior área das florestas plantadas no estado, ocupam 187 mil ha. Pau-de-

balsa é uma espécie que começa a ter um aumento significativo na sua

área plantada que representam 3 mil ha (FAMATO, 2013).

A teca, originária da Ásia, encontra-se em expansão nas regiões

centro-oeste e norte do Brasil. O principal produto desta espécie é a

madeira de alta qualidade, muito utilizada em móveis finos e na construção

naval. É uma espécie florestal de grande porte, podendo atingir alturas

entre 25 e 35m, de rápido crescimento. Tem grande procura no mercado

mundial, podendo alcançar preço até três vezes superior aos do mogno,

sendo utilizada na produção de móveis, esquadrias de alto padrão,

embarcações e decoração (MACEDO et al. 1999; PELISSARI, 2012;

SOUZA, 2011).

A espécie Ochroma pyramidale Urban, família Bombacaceae,

popularmente conhecida como Pau-de-balsa, é uma espécie arbórea que

atinge de 18 a 24 m de altura (LAMPRECHT,1990). Amplamente utilizada

em plantios mistos destinados à recomposição de áreas degradadas e de

preservação permanente, graças ao seu rápido crescimento e tolerância à

luminosidade (SANTOS et al., 2014). Sua madeira, apesar da baixa

densidade volumétrica (0,07-0,15 g.cm-3), possui elevada resistência

mecânica (VASQUEZ-YANES, 1974); sendo utilizado na confecção de

aeromodelos, revestimento de navios, balsas, embalagens especiais, bem

como sucedâneo da cortiça na fabricação de coletes salva-vidas

(LAMPRECHT, 1990).

9

2.4. AMOSTRAGEM DE FORMIGAS EM AMBIENTES NATURAIS

Entre as armadilhas utilizadas para a amostragem de formigas

de solo, destacam-se: pitfall, extrator de Winkler, iscas, aspirador e o funil

de Berlese (BESTELMEYER et al., 2000). As armadilhas de queda do tipo

pitfall constituem uma metodologia amplamente utilizada em estudos de

formicídeos (GARCÍA e LÓPEZ, 2001).

A armadilha do tipo pitfall é um dos métodos mais simples para

amostrar artrópodes de serapilheira (AQUINO et al., 2006). Entre as

vantagens desta armadilha, está o fato desta operar continuamente por

longos períodos e ser eficiente na coleta de espécies predadoras e

saprófagas (FARIA et al., 2001; MILHOMEM et al., 2003).

A armadilha pitfall consiste de qualquer equipamento

confeccionado para que, uma vez coletado, o animal não consiga mais sair

(ALMEIDA et al., 2003). Esse tipo de armadilha é destinado para animais

que vivem no solo, que caminham sobre o mesmo, porque não podem voar

ou porque passam uma fase da vida nele. Os diferentes tipos de solos,

cobertura vegetal e a escala temporal e regional, são fatores importantes

que determinam a composição e a riqueza dos artrópodes coletados

(PETILLON et al., 2006; LACHAT et al., 2006).

A armadilha apresenta uma estrutura simples, consiste, em

geral, de um recipiente de plástico enterrado ao nível de solo com líquido

para matar e conservar os animais capturados (AQUINO et al., 2006). O

volume da armadilha é de acordo com a solução utilizada, podendo ser

conservante ou isca atrativa. Se possível, utilizar recipientes que

contenham tampa para facilitar o transporte do campo até o laboratório

usando a mesma armadilha. O diâmetro da armadilha interfere na captura

dos espécimes. É recomendado o uso de armadilhas de mesmo tamanho

nos diferentes locais (PARR e CHOWN, 2001).

Para Sarmiento (2003), essas armadilhas devem ser

preenchidas com uma mistura contendo água, detergente líquido e álcool

etílico. Bestelmeyer et al. (2000) explicam que o detergente auxilia na

captura, pois quebra a tensão superficial, prevenindo a fuga dos insetos na

armadilha. Quanto à distribuição das armadilhas para captura de formigas,

10

alguns estudos apontam que não há diferença na forma de distribuir as

unidades amostrais (SARMIENTO, 2000). Segundo o autor, a distância

entre as armadilhas pode ser considerada um elemento importante, apesar

de alguns estudos sugerirem que não há variação significativa da

mirmecofauna dentro de uma floresta a distâncias de até 100 metros,

recomenda-se que as unidades amostrais devem ser distribuídas a cada

10 metros (AQUINO et al., 2006).

O sucesso da utilização da pitfall da-se pela adequada

montagem, com cuidado na perfuração do solo para não enterrar a

armadilha; quando enterrada deve simular o ambiente original como

espalhar uniformemente a serapilheira no entorno da armadilha; evitar

perturbação local após a instalação da armadilha; deve-se ter cuidado com

queda de material dentro das armadilhas, principalmente no momento da

colocação ao solo, mantendo o líquido limpo e facilitando a separação da

amostra (AQUINO et al., 2006; RÉ, 2007).

11

3. MATERIAL E MÉTODOS

3.1. ÁREA DE ESTUDO

A pesquisa foi conduzida de julho de 2015 a junho de 2016, na

Fazenda Campina, de propriedade da Empresa Teca do Brasil, localizada

próximo à Vila Pirizal, distrito do Município de Nossa Senhora de

Livramento, na região centro-sul do estado de Mato Grosso (16º 12’ 03”

latitude sul e 56º 22’ 44” longitude oeste). A propriedade está localizada na

Planície Alagável da Bacia do Alto Paraguai a 75 km do perímetro urbano

da cidade de Cuiabá, com acesso pela BR-070, seguida da MT-080. A

região caracteriza-se pelo bioma Cerrado com altitude média de 232 metros

acima do nível do mar (Figura 1).

FIGURA 1 - LOCALIZAÇÃO DA FAZENDA CAMPINA NO MUNICÍPIO DE NOSSA SENHORA DO LIVRAMENTO, ESTADO DE MATO GROSSO.

O clima da região, segundo o sistema de classificação climática

de Koppen, é do tipo AW – quente e úmido, com precipitação média anual

de 1.250 mm e temperatura média anual de 25,8ºC. Na região, dois

períodos climáticos distintos são observados durante o ano, sendo uma

seca e a outra chuvosa (REBELLATO e CUNHA, 2005).

12

O solo predominante nas áreas de estudo é classificado como

latossolo com bom teor de matéria orgânica, coloração vermelho escuro,

textura argilo-arenoso, boa capacidade de retenção de água, aeração e

drenagem (CALDEIRA e OLIVEIRA, 2008).

3.2. CARACTERÍSTICA DOS LOCAIS DE ESTUDO

As áreas de estudos situam-se dentro dos limites da fazenda

Campina e correspondiam a três ambientes, sendo um talhão de teca

(Tectona grandis), outro talhão de pau-de-balsa (Ochroma pyramidale) e

uma área de Cerrado.

A escolha das áreas de pesquisa foi em função das diferentes

composições vegetais dentro da propriedade. As áreas com os plantios de

teca e pau-de-balsa, antes de serem destinados para cultivo florestal, foram

utilizadas para o cultivo de pastagem para prática da pecuária.

3.2.1. Teca

O talhão de teca, utilizado no estudo, foi implantado no ano de

1999, em uma área de relevo plano e espaçamento inicial de 3m x 3m. Na

ocasião do plantio, os tratos silviculturais, foram o preparo do solo com

arado e grade niveladora; e controle mecânico de plantas infestantes com

roçadeira. Na ocasião do estudo, as áreas circunvizinhas ao plantio eram

constituídas por Área de Preservação Permanente (APP). Durante o

decorrer do experimento, não houve emprego de tratos culturais.

3.2.2. Pau-de-balsa

O plantio de pau-de-balsa ocorreu no ano de 2006 com

espaçamento de 4,0 m x 3,0 m, com o objetivo de reflorestar uma área de

pastagem próxima aos plantios de teca. Foram utilizados arado e grade

niveladora para o plantio e o uso de roçadeira para o controle de plantas

invasoras. Não foi realizado qualquer outro trato silvicultural na área.

13

3.2.3. Área com vegetaçâo de cerrado

A área com vegetação do cerrado está localizada próximo aos

plantios de teca e desde a implantação dos plantios, em 1999, não sofreu

intervenções significativas. A vegetação localiza-se sobre uma cordilheira,

um cordão arenoso livre de inundações anuais, e formada por um estrato

lenhoso arbóreo-arbustivo dominante, apresenta as características de

áreas de cerradão, como foi observado por Da Costa et al. (2010) após

realizar um levantamento florístico das áreas remanescentes de cerrado

em uma propriedade próximo a fazenda Campina. As áreas circunvizinhas

são plantios de teca e remanescentes de floresta nativa do bioma Cerrado.

3.3. COLETA DE FORMIGAS

A amostragem ocorreu de julho de 2015 a junho de 2016,

utilizando armadilhas de queda do tipo pitfall, composta de uma garrafa de

plástico transparente de 15 cm de altura e 2,5cm de diâmetro com

capacidade para 300 ml.

Em cada ambiente foram definidos transectos de 200 metros,

com espaçamento de 40 metros entre eles. Em cada transecto foram

distribuídas armadilhas em intervalos de 20 metros, totalizando 20

armadilhas por ambiente. Cada armadilha foi enterrada com suas bordas

ao nível do solo, preenchidas com solução conservante contendo água,

detergente neutro (utilizado para quebrar a tensão superficial do líquido) e

sal (AQUINO, 2006). As armadilhas permaneceram no campo por um

período de 15 dias a cada mês. Após este período, as garrafas foram

retiradas e o conteúdo coletado foi devidamente individualizado por

armadilha, sendo armazenado e etiquetado. As coletas foram realizadas

no período de 12 meses, totalizando 780 amostras.

3.4. TRIAGEM E IDENTIFICAÇÃO DO MATERIAL ENTOMOLÓGICO

O material coletado foi transportado para o Laboratório de

Proteção Florestal (LAPROFLOR), da Faculdade de Engenharia Florestal

(FENF), da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) para triagem e

14

contagem das formigas. Após as triagens, os espécimes foram

encaminhado ao Prof. Dr. Jacques H. C. Delabie, do Laboratório de

Mirmecologia do CEPLAC-CEPEC, Ilhéus, Bahia – para a devida

identificação taxonômica.

3.5. ANÁLISE DOS DADOS

3.5.1. Análises Estatísticas

Foi realizado um delineamento em blocos casualizados com três

tratamentos e 20 repetições, sendo o número total de indivíduos por

armadilha transformado através do uso de , atendendo assim a

normalidade de erros e homogeneidade das variâncias.

O cálculo da Variância (ANOVA) das médias de ocorrência do

número de indivíduos por coletas e o número de espécies por área foram

testadas ao Teste de Tukey a 5% de probabilidade pelo programa

ASSISTAT 7.0.

3.5.2. Análise Faunística

Nos estudos faunísticos foram realizados cálculos de Constância,

Dominância, Abundância e Frequência através do programa ANAFAU

(MORAES et al., 2003). Foi calculado índices faunísticos para cada

comunidade.

Os índices utilizados foram os seguintes:

Índice de constância

Foi calculado utilizando-se dados mensais de coleta pela

fórmula de Dajóz (1974):

C (%) P

N

.100, em que

C: constância;

P: quantidade de coletas, em que a espécie foi capturada;

15

N: quantidade total de coletas efetuadas.

As espécies foram distribuídas em categorias, conforme

classificação de Bodenheimer (1955):

Espécies constantes (W): presentes em mais de 50% das coletas;

Espécies acessórias (Y): presentes de 25 a 50% das coletas;

Espécies acidentais (Z): presentes em menos de 25% das coletas.

Índice de Dominância

Foi obtido pelas equações propostas por Sakagami e Matsumura (1967):

Limite superior (LS)

n F

n n F

1 0

2 1 0

100.

., em que

n1: 2(K +1);

n2: 2(N - K + 1)

Limite inferior (LI) 100.

.1

012

01

Fnn

Fn , em que

n1: 2(N - K + 1);

n2: 2(K + 1).

N: número total de indivíduos capturados;

K: número de indivíduos de cada espécie;

Fo: valor obtido da tabela de distribuição de F ao nível de 5% de

probabilidade.

Serão consideradas espécies dominantes aquelas, cujo valor do

LI for maior que S, calculado para o valor de K = 0.

Índice de Frequência

Foi obtido calculando-se a percentagem de indivíduos de cada

espécie em relação ao total de indivíduos capturados em cada ambiente,

conforme Silveira Neto et al. (1976):

16

IF (%) = N

T 100em que,

IF: índice de frequência (%);

N: número de indivíduos de cada espécie coletada;

T: número total de indivíduos coletados

Índice de Abundância

Para o cálculo deste índice, foi utilizado uma medida de

dispersão (SILVEIRA NETO et al., 1976), determinando-se o intervalo de

confiança (IC) e o teste “t” a 5% e a 1% de probabilidade. Para se estimar

a abundância das espécies, foram consideradas as seguintes classes:

Rara (r): número de indivíduos menor do que o limite inferior do IC

a 1% de probabilidade;

Dispersa (e): número de indivíduos situado entre os limites

inferiores do IC a 5% e 1% de probabilidade;

Comum (c): número de indivíduos situado dentro do IC a 5% de

probabilidade;

Abundante (a): número de indivíduos situado entre os limites

superiores de IC a 5% e 1% de probabilidade;

Muito abundante (m): número de indivíduos maior do que o limite

superior do IC a 1% de probabilidade.

Índice de Riqueza

Foi calculado o índice de Riqueza de Margaleff que demonstra a

riqueza de espécies existentes dentro de cada área e expressa a

diversidade de espécies, ou seja, refere-se à abundância de uma

determinada área geográfica, região ou comunidade (RODRIGUES et al.,

2004).

17

Índice de Diversidade

Para cada comunidade foi calculado um índice de diversidade,

mostrando a relação existente entre o número de espécies e de indivíduos

e comparando-as entre si.

Conforme LUDWIG e REYNOLDS (1988), os números de

diversidade de Hill (N0, N1 e N2) são recomendados para medir a

diversidade de espécies, por serem mais interpretativos que outros índices

de diversidade e terem a vantagem de sua unidade de medida ser dada em

espécie. A equação utilizada foi a de Hill (1973), citado por LUDWIG e

REYNOLDS (1988):

NA = 1/(1-A), em que:

Pi: proporção de indivíduos da i-enésima espécie;

A: pode ser igual a 0, 1 e 2;

*A = 0 N0 S, sendo S: o número total de espécies.

*A = 1 N1= eH', sendo H' o índice de Shannon, que transformado

fornece o número de espécies abundantes:

H'= - ( pi ln pi), em que

*A2 N2 = 1/λ

O índice de Simpson (λ) dá mais peso a espécies muito

abundantes do que a espécies raras. Portanto, da sua transformação

obtém-se o número de espécies muito abundantes:

, em que

( )pii

S

1

i

S

1

S

i NN

nini

1 )1(

1

18

S: número total de espécies consideradas;

N: número total de indivíduos da população;

Ni: número de indivíduos em cada uma das i-ésimas espécies.

Índice de equitatividade

O índice de equitatividade (E) foi obtido por meio da relação entre

N2 e N1, conhecida como Razão de Hill modificada, conforme a fórmula:

E = (N2 - 1)/(N1 - 1), em que:

E= equitatividade;

N1= número 1 de diversidade de Hill;

N2= número 2 da diversidade de Hill.

Índice de Sorensen (Cs) (1984)

É um índice qualitativo e geralmente é empregado para estimar

a semelhança em termos de espécies entre amostras sucessivas coletadas

em diferentes ecossistemas ou ao longo de um gradiente ambiental

(WOLDA, 1981);

Cs = 2c ÷ a + b → onde:

a = número de espécies presentes na amostra a;

b = número de espécies presentes na amostra b;

c = número de espécies comuns ás amostras a e b.

19

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1. ANÁLISES QUANTITATIVA E QUALITATIVA

Nos três ambientes foram coletados 60.506 indivíduos, sendo

25.027 (41,36%) no talhão de teca, 23.723 (39,21%) no planto com pau-

de-balsa e 11.756 (19,43%) na área de cerrado (Figura 2).

O levantamento quantitativo dos indivíduos coletados na

vegetação de cerrado foi o menor número em relação aos demais

ambientes. Isto pode ter ocorrido em função da competição existente na

área, proporcionada pela maior heterogeneidade de recursos disponíveis,

que possibilita a adaptação de diversas populações de espécies que

competem em equilíbrio e assim, afetando e reduzindo o número de

indivíduos coletados (FOWLER e DELABIE, 1995; RIBAS et al., 2003;

MARQUES e DEL-CLARO, 2006).

FIGURA 2 - DISTRIBUIÇÃO DE INDIVÍDUOS COLETADOS EM AMBIENTES DE PLANTIO DE TECA, PAU-DE-BALSA E ÁREA NATIVA DO CERRADO, NO MUNICÍPIO DE NOSSA SENHORA DO LIVRAMENTO, MATO GROSSO, 2015/2016.

No total foram registradas cinco subfamílias. Do número total de

espécimes coletados nos ambientes amostrados, 0,27% pertencem a

20

subfamília Dolichoderinae, 47,33% a subfamília Dorylinae, 4,35% a

subfamília Formicinae, 47,63% a subfamília Myrmicinae e 0,40% a

subfamília Ponerinae. A subfamília Myrmicinae foi a mais representativa

em número de espécies e indivíduos (Figura 3).

Esses resultados corroboram com os resultados de Souza

(2008) e Silva (2007) que observaram a predominância da subfamília

Myrmicinae com experimentos em diferentes ambientes florestais com o

mesmo método de coleta pois, Myrmicinae possui a maior riqueza e

distribuição em todos os ambientes no mundo (exceto no Ártico e Antártida)

(SHATTUCK, 1999).

FIGURA 3 - DISTRIBUIÇÃO DAS SUBFAMÍLIAS DE FORMICÍDEOS COLETADOS EM AMBIENTES DE PLANTIO DE TECA, PAU-DE-BALSA E ÁREA NATIVA DO CERRADO, NO MUNICÍPIO DE NOSSA SENHORA DO LIVRAMENTO, MATO GROSSO, 2015/2016.

Nos três ambientes amostrados, observou-se a ocorrência de 23

espécies de formigas na área com plantio de teca, 23 para no plantio de

pau-de-balsa e 24 na vegetação de cerrado. Foi constatado 20 espécies

comuns a todos os ambientes (Erro! Fonte de referência não e

ncontrada.). Em Dolichoderinae, a espécie Dorymyrmex pyramicus

ocorreu nos três ambientes observados, enquanto Tapinoma

melanocephalum ocorreu nos ambientes com pau-de-balsa e área nativa

(Tabela 1).

21

TABELA 1 - ESPÉCIES DE FORMIGAS AMOSTRADAS EM DIFERENTES AMBIENTES FLORESTAIS NO MUNICÍPIO DE NOSSA SENHORA DO LIVRAMENTO, ESTADO DE MATO GROSSO, 2015/2016.

Espécies/subfamília Ambientes* Hábito alimentar

Dolichoderinae

Dorymyrmex pyramicus A, B, C Onívora

Tapinoma melanocephalum B Onívora

Dorylinae

Labidus coecus A, B, C Predador

Labidus praedator A, B, C Predador

Nomamyrmex esenbeckii A, B, C Predador

Formicinae

Brachymyrmex heeri A, B, C Onívora Camponotus blandus A, B, C Onívora

Camponotus crassus A, B, C Onívora

Camponotus melanoticus A, B, C Onívora

Camponotus novogranadensis A, B, C Onívora

Myrmicinae

Pheidole araneoides A, B, C Onívora Acromyrmex subterraneus subterraneus

A,C Cultivadora de fungo

Atta sexdens A, B, C Cultivadora de fungo

Cephalotes atratus B, C Onívora

Crematogaster tenuicula A, B, C Onívora

Pheidole grupo fallax sp. 1 A, B, C Onívora

Pheidole grupo flavens sp. 2 A, B, C Onívora

Pheidole radoszkowskii A, C Onívora

Pheidole grupo tristis sp. 3 A, B Onívora

Solenopsis globularia A, B, C Onívora

Solenopsis sp. A, B, C Onívora

Sericomyrmex sp. 1 A, B, C Cultivadora de fungo

Strumigenys denticulata A, B, C Predador

Ponerinae

Odontomachus bauri A, B, C Predador

Neoponera commutata A, B, C Predador

Pseudoponera gilberti C Predador

*Ambientes: (A) teca; (B) pau-de-balsa; (C) cerrado

22

As espécies de Dorylinae, Labidus coecus, Labidus praedator e

Nomamyrmex esenbeckii foram comuns nos três ambientes, constituindo-

se na segunda subfamília com maior quantidade de indivíduos coletados

neste estudo. Formicinae ocorreu com as espécies, Brachymyrmex heeri,

Camponotus blandus, Camponotus crassus, Camponotus melanoticus e

Camponotus novogranadensis comuns aos três ambientes (Tabela 1).

Myrmicinae foi a mais diversificada em quantidade de espécies,

sendo Atta sexdens, Crematogaster tenuicula, formigas do gênero Pheidole

dos grupos Fallax e Flavens, Solenopsis sp., Solenopsis globularia,

Sericomyrmex sp. e Strumigenys denticulata, as quais foram coletadas nos

três ambientes de estudo, enquanto Acromyrmex subterraneus

subterraneus e Pheidole radoszkowskii ocorreram nos ambientes de plantio

de teca e em área nativa. Cephalotes atratus ocorreu em ambiente de pau-

de-balsa e na área nativa e Pheidole grupo tristis sp. 3 foi observada nos

ambientes com teca e pau-de-balsa (Tabela 1).

Em Ponerinae, Odontomachus bauri e Neoponera commutata

foram espécies comuns a todos os ambientes, enquanto Pseudoponera

gilberti foi encontrada apenas no ambiente de cerrado (Tabela 1). Entre as

espécies observadas, a maioria (16 espécies), são onívoras,

representando 61,54% do total de espécies amostradas. Sete espécies são

predadoras (26,92%) e três cultivadoras de fungo (11,54%). Esses valores

confirmam a variedade de hábitos alimentares que as formigas apresentam

e maior quantidade de espécies de formigas onívoras que não apresentam

especificidade alimentar e assim maior facilidade para adaptar em

diferentes ambientes (FAGUNDES et al., 2009) (Tabela 2).

TABELA 2 - HÁBITO ALIMENTAR DE ESPÉCIES DE FORMIGAS AMOSTRADAS EM PLANTIO DE TECA, PAU-DE-BALSA E CERRADO NO MUNICÍPIO DE NOSSA SENHORA DO LIVRAMENTO-MT, 2015/2016.

Total de espécies

Espécies Hábito alimentar Porcentagem (%)

16 Onívoras 61,54

7 Predadores 26,92

3 Cultivadora de fungo 11,54

23

No geral, os ambientes apresentaram a mesma proporção de

espécies por diferentes hábitos alimentares assim, os três ambientes

apresentaram suporte para o estabelecimento de espécies com

comportamentos distintos. Espécies onívoras foram representadas em

maior número nos três ambientes, corroborando com Baccaro et al. (2015)

que uma parcela significativa das espécies de formigas seja onívora. A

menor proporção de espécies predadoras e cultivadoras de fungos devem-

se a estas espécies serem mais específicas na busca por alimento e com

isso, mais exigentes com a oferta de alimento disponível (BACCARO et al.,

2015) (Tabela 3).

TABELA 3 - HÁBITO ALIMENTAR DE ESPÉCIES DE FORMIGAS AMOSTRADAS POR AMBIENTE NO MUNICIPIO DE NOSSA SENHORA DO LIVRAMENTO-MT, 2015/2016.

Ambiente Hábito alimentar Espécies Porcentagem (%)

Teca

Onívora 14 63,64

Predadora 6 22,73

Cultivadora de fungo 3 13,04

Pau-de-balsa

Onívora 15 61,9

Predadora 6 28,57

Cultivadora de fungo 2 9,52

Cerrado

Onívora 14 63,64

Predadora 7 27,27

Cultivadora de fungo 3 9,09

Em relação ao hábito alimentar, Dolichoderinae e Formicinae foram

representadas somente por espécies onívoras, que é característico da

maioria das espécies dessa subfamília. Em Dorylinae e Ponerinae

ocorreram somente espécies predadoras, sendo algumas espécies de

Dorylinae conhecidas popularmente como formigas-de-correição, enquanto

em Ponerinae ocorrem espécies predadoras generalistas até especialistas

extremas, sendo utilizadas em controle biológico. Myrmicinae é a

subfamília mais diversa de Formicidae, por isso a variedade de hábitos

alimentares das espécies amostradas neste trabalho (Tabela 4).

24

TABELA 4 - HÁBITO ALIMENTAR DE ESPÉCIES DE FORMIGAS POR SUBFAMÍLIA AMOSTRADAS NO MUNICIPIO DE NOSSA SENHORA DO LIVRAMENTO-MT, 2015/2016.

Subfamília Hábito Alimentar Espécies Porcentagem (%)

Dolichoderinae Onívora 2 100

Dorylinae Predadora 3 100

Formicinae Onívora 5 100

Myrmicinae

Onívora 9 69,23

Cultivadora-de-Fungo 3 23,08

Predadora 1 7,69

Ponerinae Predadora 3 100

Os gêneros Labidus e Solenopsis foram os mais abundantes,

representando 47,32% e 40,22% do total de formicídeos coletados,

respectivamente (Tabela 5).

Pheidole e Camponotus foram os gêneros de maior riqueza em

todos os ambientes deste estudo. Os gêneros Labidus e Solenopsis, foram

representados por duas espécies cada, com ocorrências em todos os

ambientes (Tabela 5).

Isto confirma a tendência relatada por Hölldobler e Wilson (1990)

que citam o gênero Pheidole como um dos gêneros com maior número de

espécies nas Américas. Camponotus foi o segundo com maior incidência

de espécies (Tabela 2). Essas informações contradizem FOWLER (1993),

onde ambientes com ausência do gênero Pheidole contribui para a maior

riqueza específica de Formicinae, quando comparado com as demais

subfamílias, por competirem pelos mesmos recursos do ambiente.

Franco (2015) observou valores semelhantes na diversidade de

formigas em floresta ombrófila mista no Paraná, onde os gêneros Pheidole,

Solenopsis e Camponotus apresentaram maior riqueza e dominância.

A dominância destes gêneros em diferentes ambientes é de

certa forma esperada por terem hábitos, predominantemente, generalistas

e de ampla distribuição geográfica (SILVESTRE et al., 2003). Em diversas

fisionomias amostradas, Pheidole aparece com grande frequência por ser

um gênero considerado hiperdiverso e de ampla distribuição nos mais

variados habitats (WILSON, 2003). O gênero Camponotus é composto por

espécies onívoras com alta capacidade de colonização em novos

25

ambientes (RAMOS et al., 2003). Algumas espécies do gênero Solenopsis

apresentam ninhos com diversas rainhas, o que oferece potencial para a

expansão de suas colônias e maior dominância no ambiente (KASPARI,

2003).

No ambiente com teca, a maior quantidade de gêneros e

espécies pertencem a subfamília Myrmicinae, representada por 16,57%

dos espécimes coletados neste ambiente. Dorylinae, com dois gêneros e

três espécies, correspondeu com 81,98% dos indivíduos coletados. As

subfamílias Formicinae e Ponerinae foram representadas por duas

espécies com 0,96% e 0,34% do total de indivíduos coletados,

respectivamente. A subfamília Dolichoderinae foi a menos representativa

com um gênero e uma espécie e com 0,14% de espécimes coletados

(Tabela 5).

No ambiente de pau-de-balsa, Myrmicinae ocorreu com maior

número em gêneros (sete) e espécies (11) e correspondeu a 73,95% dos

indivíduos coletados. Dolichoderinae, Dorylinae, Formicinae e Ponerinae

apresentam dois gêneros e, corresponderam em conjunto com 26,05% do

total de indivíduos coletados (Tabela 5).

No ambiente com vegetação de cerrado, Myrmicinae teve maior

representatividade, com 60,67% do total de indivíduos coletados,

distribuídos em oito gêneros e 12 espécies. Dorylinae e Formicinae

contribuíram em conjunto com 38,48% dos indivíduos coletados, enquanto

Dolichoderinae e Ponerinae foram responsáveis apenas por 0,85% dos

espécimes coletados, sendo as menos representativas em todos os

ambientes, sendo responsáveis por 0,27% e 0,40% do total de indivíduos

amostrados, respectivamente (Tabela 5).

Espécies de Ponerinae são encontradas de forma abundante na

serapilheira sendo mais diversas em ambientes arborizados, consideradas

grandes predadoras e generalistas, se alimentam de diversos artrópodes,

tendo preferencia cupins do gênero Syntermes spp. (BROWN JR., 2000;

DELABIE, et al., 2000; RÉ, 2007). A pequena quantidade de indivíduos

coletados desta subfamília pode ser explicada pela característica das

espécies serem dominantes em locais, onde o estresse e a perturbação

limitam a produtividade e diversidade de formigas (ANDERSEN, 2000).

26

Schmidt et al. (2005) afirmam que a maioria das espécies de

formigas neotropicais são generalistas. No entanto, existem grupos

especializados que vivem em associação com plantas, como algumas

espécies de Dolichoderinae, onde vivem, principalmente em plantas do

gênero Cecropia, atuando em sua defesa contra a ocorrência de herbivoria

e restringindo a diversidade de ambientes onde as espécies dessa

subfamília são dominantes. A subfamília Myrmicinae foi a mais

diversificada em número de espécies, entretanto, as espécies do gênero

Solenopsis foram quantitativamente, as mais representativas dentro desta

subfamília. Nos ambientes com pau-de-balsa e vegetação de cerrado, o

gênero Solenopsis foi o mais representativo com 70,72% e 44,99% do total

de indivíduos amostrados para ambos os ambientes, respectivamente.

L. coecus foi a espécie com maior representatividade em

quantidade de indivíduos coletados nos ambientes de teca e pau-de-balsa,

ocorrendo com 27.544 indivíduos, o que representou 45,52% do total

coletado, contribuindo para que Dorylinae seja a segunda mais abundante

(Tabela 5).

A maior representatividade de L. coecus ocorreu no ambiente

com plantio de teca, onde representou 81,47% dos indivíduos amostrados.

Nos ambientes com pau-de-balsa e vegetação de cerrado, a espécie ficou

entre as mais importantes em números de indivíduos com 19,46% e

21,60% do total coletados, respectivamente (Tabela 5).

O ambiente com plantio de pau-de-balsa apresentou a menor

complexidade estrutural dentre os ambientes amostrados, e isto em função

da idade do plantio e pela ausência de sub-bosques. O que pode justificar

a dominância das espécies do gênero Solenopsis neste ambiente, por

serem formigas onívoras (BUENO e CAMPOS-FARINHA, 1999), e estão

entre as mais agressivas na utilização de recursos, podendo suportar

ambientes com restrição de alimento (MARINHO et al., 2002). A menor

população de Solenopsis nos demais ambientes pode ser justificada pelo

aumento da população de espécies da subfamília Dorylinae que são

predadoras e possuem dieta especializada em formigas, incluindo deste

gênero (POWELL e BACKER, 2008).

27

A maior representatividade de L. coecus em plantio de teca é

justificada pela simplificação do ambiente. Esta espécie é considerada

como formigas de correição, predadora com alta tolerância ecológica e

ampla distribuição (WETTERER e SNELLING, 2015). Essas formigas são

conhecidas pelo seu forrageamento agressivo e pelo grande número de

indivíduos forrageando dentro de uma determinada área. Não constroem

ninhos permanentes, suas colônias se movem constantemente em uma

síndrome conhecida por “comportamento legionário” (BRADY, 2003). As

formigas do gênero Labidus emigram de forma irregular, frequentemente

formando ninhos em um mesmo ponto durante vários meses

(RETTENMEYER, 1963).

As formigas de correição, representadas neste trabalho pelos

gêneros Labidus e Nomamyrmex foram amostradas nos três ambientes.

Rettenmeyer et al. (1983) defende que a maior diversidade desse tipo de

formigas se encontram em florestas úmidas ou pluviais. As atividades

podem ser subterrâneas e/ou superficiais ao solo, podendo ser de dia ou a

noite, intensificando em dias nublados e em períodos com sol ameno, como

no amanhecer. Esse comportamento é característico dessas espécies que

apresentam sensibilidade ao sol direto. O cerrado, que apresenta um

período de seca a cada ano e estrutura de savana, gera pouca sombra no

solo durante o dia ao longo de todo o ano, apresentando uma comunidade

de formigas de correição ativa e diversa, porém menos aparente por

apresentarem baixíssima atividade sobre a superfície na maior parte do dia

(POWELL e BACKER, 2008).

As fomigas de correição são predadoras de diversos artrópodes,

incluindo outros tipos de formigas. Nomamyrmex esenbeckii é a única

formiga de correição que é um predador confirmado de formigas

cortadeiras do gênero Atta, atacando com sucesso colônias maduras

enormes que possuem soldados grandes (RETTENMEYER et al. 1983;

SWARTZ, 1998; SÁNCHEZ-PEÑA e MUELLER 2002; POWELL e CLARK,

2004). As formigas do gênero Labidus predam sobre formigas e outros

artropodes como aranhas, larvas de formigas e lepidópteros adultos ou

jovens (POWELL e BACKER, 2008).

28

TABELA 5 - RELAÇÃO DAS SUBFAMÍLIAS E ESPÉCIES EM PORCENTAGEM (%) E NÚMEROS DE INDIVÍDUOS (I) COLETADOS NOS TRÊS AMBIENTES FLORESTAIS NO MUNICÍPIO DE NOSSA SENHORA DO LIVRAMENTO, ESTADO DE MATO GROSSO, 2015/2016

Subfamília/ Espécie AMBIENTES TOTAL TECA PAU-DE-BALSA CERRADO

Indivíduos % Indivíduos % Indivíduos % Indivíduos %

Dolichoderinae

Dorymyrmex pyramicus 36 0,14 100 0,42 28 0,24 164 0,27

Tapinoma melanocephalum − − 1 0,00 − − 1 0,00

Dorylinae

Labidus coecus 20.389 81,47 4.616 19,46 2.539 21,60 27.544 45,52

Labidus praedator 127 0,51 498 2,10 461 3,92 1086 1,79

Nomamyrmex esenbeckii 1 0,00 5 0,02 5 0,04 11 0,02

Formicinae 0,00

Brachymyrmex heeri 26 0,10 14 0,06 18 0,15 58 0,10

Camponotus blandus 56 0,22 122 0,51 977 8,31 1.155 1,91

Camponotus crassus 12 0,05 152 0,64 26 0,22 190 0,31

Camponotus melanoticus 122 0,49 434 1,83 134 1,14 690 1,14

Camponotus novogranadensis 26 0,10 150 0,63 365 3,10 541 0,89

Myrmicinae

Pheidole araneoides 65 0,26 176 0,74 170 1,45 411 0,68

Acromyrmex subterraneus subterraneus 227 0,91 − − 1 0,01 228 0,38

Atta sexdens 871 3,48 17 0,07 1 0,01 889 1,47

Cephalotes atratus − − 1 0,00 9 0,08 10 0,02

Crematogaster tenuicula 2 0,01 3 0,01 1.447 12,31 1.452 2,40

Pheidole grupo fallax sp. 1 615 2,46 481 2,03 147 1,25 1.243 2,05

Pheidole grupo flavens sp. 2 3 0,01 56 0,24 7 0,06 66 0,11

Pheidole radoszkowskii 4 0,02 − − 21 0,18 25 0,04

Pheidole grupo tristis sp. 3 61 0,24 14 0,06 − − 75 0,12

Solenopsis sp. 2.233 8,92 16.753 70,62 5.280 44,91 24.266 40,11

Solenopsis globularia 38 0,15 23 0,10 11 0,09 72 0,12

Sericomyrmex sp. 1 14 0,06 2 0,01 29 0,25 45 0,07

Strumigenys denticulata 14 0,06 18 0,08 8 0,07 40 0,07

Ponerinae

Neoponera commutata 53 0,21 16 0,07 42 0,36 111 0,18

Odontomachus bauri 32 0,13 71 0,30 12 0,10 115 0,19

Pseudoponera gilberti − − − − 18 0,15 18 0,03

TOTAL 25.027 100 23.723 100 11.756 100 60.506 100

29

4.2. SAZONALIDADE NA DIVERSIDADE DE FORMIGAS

A sazonalidade (seca e chuva) no período de coletas interferiu

na composição da diversidade e na quantidade de formigas coletadas. No

período de seca foram coletados 21.244 indivíduos, enquanto no período

chuvoso foram coletados 39.262 indivíduos (Tabelas 6 e 7).

Quantitativamente, observou-se diferenças entre os três

ambientes. No plantio de teca, ocorreu aumento no número de indivíduos

coletados, no período da seca foram coletados 5.984 e nos meses de chuva

foram 19.043 indivíduos. O mesmo fato foi observado na área com o plantio

de pau-de-balsa, onde nos meses de seca foram coletados 8.812

espécimes, enquanto no período de chuva coletaram-se 14.911 indivíduos

(Tabelas 6 e 7).

Na área com vegetação de cerrado, o maior número de

indivíduos coletados foi no período da seca, quando foram amostrados

6.448 indivíduos, enquanto no período chuvoso foram coletados 5.308

indivíduos (Tabelas 6 e 7).

A diversidade de espécies também alterou com a sazonalidade.

No período de seca, as espécies presentes foram 20 em plantio de teca,

21 para pau-de-balsa e 23 para cerrado, enquanto no período chuvoso, as

quantidades de espécies foram de 19 em plantio de teca, 18 em plantio de

pau-de-balsa e 19 na vegetação de cerrado (Tabelas 6 e 7).

Em relação aos períodos estudados, seca e chuva, as formigas

dos gêneros Cephalotes e Sericomyrmex só ocorreram na seca e o

primeiro no cerrado e e o segundo em todos os ambientes. No período

chuvoso não foi observado a ocorrência de espécies desses gêneros, visto

que todos os registros ocorreram no período de seca (Tabela 6 e 7).

Wink et al. (2005) registraram ocorrência maior de formigas

Sericomyrmex em eucaliptais e na vegetação nativa, devido,

provavelmente, a sua facilidade de adaptação em ambientes que ocorre

substituição da vegetação. Enquanto que Cephalotes pusillus e

Thaumatomyrmex foram registradas tanto na vegetação nativa e na área

de eucalipto.

30

No ambiente com teca, as formigas do gênero Nomamyrmex

ocorreu somente no período de chuva, enquanto Crematogaster e

Sericomyrmex só ocorreram no período de seca. No plantio com pau-de-

balsa, a única espécie de formigas do gênero Atta só ocorreu no período

de chuva. Crematogaster, Sericomyrmex, Strumigenys e Tapinoma

ocorreram apenas no período da seca. Na vegetação de cerrado,

Nomamyrmex só ocorreu nos meses de chuva, Acromyrmex, Atta,

Cephalotes, Sericomyrmex ocorreram apenas no período seco (Tabelas 6

e 7).

Pode-se observar nas Tabelas 5 e 6 que todas as espécies de

ocorrência no período de chuva, foram comuns no período de seca, exceto

T. melanocephalum, C. atratus e Sericomyrmex sp. 1 que só ocorreram no

primeiro período.

31

TABELA 6 - AÇÃO DAS SUBFAMÍLIAS, GÊNEROS E PERCENTAGENS (%) DE ESPÉCIES (E) E DE NÚMEROS (I) DE FORMIGAS COLETADAS NO PERÍODO DE SECA NOS TRÊS AMBIENTES FLORESTAIS NO MUNICÍPIO DE NOSSA SENHORA DO LIVRAMENTO, ESTADO DE MATO GROSSO, 2015/2016.

Subfamília/Gênero/Espécie PERÍODO: SECO TOTAL

AMBIENTES

TECA PAU-DE-BALSA CERRADO

E % I % E % I % E % I % I %

Dolichoderinae

Dorymyrmex 1 5 1 0,02 1 5 13 0,15 1 4,35 10 0,15 24 0,11

Tapinoma - - - - 1 5 1 0,01 - - - - 1 0,00

Dorylinae

Labidus 2 10 3.743 62,55 2 10 775 8,88 2 8,70 194 2,99 4.712 22,22

Nomamyrmex - - - - 1 5 55 0,63 - - - 55 0,26

Formicinae

Brachymyrmex 1 5 26 0,43 1 5 40 0,46 1 4,35 5 0,08 71 0,33

Camponotus 4 20 120 2,01 4 20 277 3,17 4 17,39 1.263 19,44 1660 7,83

Myrmicinae

Pheidole 3 15 86 1,44 3 15 493 5,65 4 17,39 209 3,22 788 3,72

Acromyrmex 1 5 15 0,25 1 5 13 0,15 1 4,35 1 0,02 29 0,14

Atta 1 5 255 4,26 - - - - 1 4,35 1 0,02 256 1,21

Cephalotes - - - - - - - 1 4,35 9 0,14 9 0,04

Crematogaster 1 5 2 0,03 1 5 1 0,01 1 4,35 1.096 16,87 1099 5,18

Solenopsis 2 10 1.689 28,23 2 10 7.010 80,32 2 8,70 3.638 55,99 12.337 58,17

Sericomyrmex 1 5 14 0,23 1 5 14 0,16 1 4,35 29 0,45 57 0,27

Strumigenys 1 5 6 0,10 1 5 2 0,02 1 4,35 5 0,08 13 0,06

Ponerinae

Neoponera 1 5 20 0,33 1 5 10 0,11 1 4,35 26 0,40 56 0,26

Odontomachus 1 5 7 0,12 1 5 23 0,26 1 4,35 9 0,14 39 0,18

Pseudoponera - - - 1 5 1 0,01 1 4,35 3 0,05 4 0,02

TOTAL 20 100 5.984 100 21 100 8.728 100 23 100 6.498 100 21.244 100

32

TABELA 7 - RELAÇÃO DAS SUBFAMÍLIAS, GÊNEROS E PERCENTAGENS (%) DE ESPÉCIES (E) E DE NÚMEROS (I) DE FORMIGAS COLETADAS NO PERÍODO DE CHUVA NOS TRÊS AMBIENTES FLORESTAIS NO MUNICÍPIO DE NOSSA SENHORA DO LIVRAMENTO, ESTADO DE MATO GROSSO, 2015/2016.

PERÍODO: CHUVA

Subfamília/Gênero/Espécie

AMBIENTES

TOTAL TECA PAU-DE-BALSA CERRADO

E % I % E % I % E % I % I %

Dolichoderinae

Dorymyrmex 1 4,76 35 0,17 1 5,6 163 1,09 1 5,3 18 0,34 216 0,53

Tapinoma - - - - - - - - - - - - 0,00

Dorylinae

Labidus 2 9,52 18.280 88,36 2 11,1 3.864 25,91 2 10,5 2.806 52,86 24.950 60,99

Nomamyrmex 1 4,76 1 0,00 1 5,6 1 0,01 1 5,3 5 0,09 7 0,02

Formicinae

Brachymyrmex 1 4,76 1 0,00 1 5,6 60 0,40 1 5,3 13 0,24 74 0,18

Camponotus 4 19,05 105 0,51 4 22,2 437 2,93 4 21,1 239 4,50 781 1,91

Myrmicinae

Pheidole 5 23,81 671 3,24 4 22,2 566 3,80 3 15,8 136 2,56 1.373 3,36

Acromyrmex 1 4,76 218 1,05 1 5,6 5 0,03 - - - - 223 0,55

Atta 1 4,76 705 3,41 1 5,6 17 0,11 - - - - 722 1,77

Cephalotes - - - - - - - - - - - - -

Crematogaster - - - - - - - - 1 5,3 401 7,55 401 0,98

Solenopsis 2 9,52 588 2,84 1 5,6 9.744 65,35 2 10,5 1.653 31,14 11.985 29,30

Sericomyrmex - - - - - - - - - - - - -

Strumigenys 1 4,76 11 0,05 - - - - 1 5,3 3 0,06 14 0,03

Ponerinae

Neoponera 1 4,76 42 0,20 1 5,6 6 0,04 1 5,3 16 0,30 64 0,16

Odontomachus 1 4,76 30 0,15 1 5,6 48 0,32 1 5,3 3 0,06 81 0,20

Pseudoponera - - - - - - - - 1 5,3 15 0,28 15 0,04

TOTAL 19 100 19.043 100 18 100 14.911 100 19 100 5.308 100 39.262 100

33

L. coecus e Solenopsis sp. foram as espécies mais abundantes,

com 21,66% e 57,85% dos espécimes coletados no período de seca,

respectivamente e 58,44% e 30,51% dos indivíduos coletados no período

chuvoso, respectivamente. (Tabelas 8 e 9).

No ambiente com teca, no período de seca, as espécies mais

abundantes foram L. coecus, A. sexdens e Solenopsis sp., enquanto no

período da chuva, L. coecus, P. grupo tristis sp. 3, A. sexdens e P. grupo

fallax sp. 1. foram as mais representativas. No ambiente com plantio de

pau-de-balsa, as espécies mais abundantes no período da seca foram

Solenopsis sp., L. coecus. L. praedator e P. grupo fallax sp. 1. e no período

de chuva, Solenopsis sp., L. coecus e P. grupo fallax sp.1,

quantitativamente, foram as mais expressivas. Na vegetação de cerrado,

as espécies, L. coecus, Solenopsis sp., Crematogaster tenuicula e L.

praedator foram as mais importantes no período da chuva. No período da

seca, P. grupo flavens sp. 2, C. tenuicula e Solenopsis sp., foram as

espécies mais expressivas em números de indivíduos coletados (Tabelas

8 e 9).

Santos et al. (2007) registraram resultados semelhantes para a

riqueza de formigas em fragmento de floresta amazônica, sendo espécies

do gênero Pheidole, Solenopsis e Crematogaster como as mais

abundantes nos períodos muito chuvosos e menos chuvosos, durante o

ano.

Essas variações temporais dos espécimes de formigas no

decorrer do ano podem ser em função da oferta de alimento no ambiente.

A disponibilidade de alimentação é defendida como um dos principais

fatores relacionados à abundância de formigas. Comportamentos

específicos no ambiente como hábito de armazenar alimentos,

especificidades de habitat podem determinar a permanência de uma

espécie durante e após as variações das condições climáticas

(FAGUNDES et al., 2009).

No período de seca, as espécies do gênero Solenopsis

representam 58,17% do total de indivíduos coletados, com as quantidades

mais expressivas coletas na vegetação de cerrado e no plantio de pau-de-

balsa com 56,42% e 79,66% dos espécimes coletados respectivamente.

34

Em plantio de teca, o gênero Labidus foi, quantitativamente, a mais

importante, correspondendo com 62,55% dos indivíduos coletados,

seguido de Solenopsis com 28,23% do total de indivíduos coletados

(Tabela 8 e 9).

35

TABELA 8 - RELAÇÃO DAS SUBFAMÍLIAS E PORCENTAGEM DE NÚMEROS INDIVÍDUOS (I) COLETADOS NO PERÍODO SECO NOS TRÊS AMBIENTES FLORESTAIS NO MUNICÍPIO DE NOSSA SENHORA DO LIVRAMENTO, ESTADO DE MATO GROSSO, 2015/2016.

Subfamília/ Espécie

AMBIENTES TOTAL TECA PAU-DE-BALSA CERRADO

Indivíduos % Indivíduos % Indivíduos % Indivíduos %

Dolichoderinae

Dorymyrmex pyramicus 1 0,02 40 0,45 10 0,16 51 0,24

Tapinoma melanocephalum - - 1 0,01 - - 1 0,00

Dorylinae

Labidus coecus 3.716 62,10 754 8,54 131 2,03 4.601 21,66

Labidus praedator 27 0,45 321 3,64 63 0,98 411 1,93

Nomamyrmex esenbeckii - - 1 0,01 - - 1 0,00

Formicinae

Brachymyrmex heeri 26 0,43 14 0,16 5 0,08 45 0,21

Camponotus blandus 50 0,84 86 0,97 836 12,97 972 4,58

Camponotus crassus 4 0,07 46 0,52 24 0,37 74 0,35

Camponotus melanoticus 62 1,04 143 1,62 106 1,64 311 1,46

Camponotus novogranadensis 4 0,07 87 0,99 297 4,61 388 1,83

Myrmicinae

Acromyrmex subterraneus subterraneus 15 0,25 - - 1 0,02 16 0,08

Atta sexdens 255 4,26 - - 1 0,02 256 1,21

Cephalotes atratus - - 1 0,01 9 0,14 10 0,05

Crematogaster tenuicula 2 0,03 3 0,03 1.046 16,22 1051 4,95

Pheidole araneoides 41 0,69 13 0,15 148 2,30 202 0,95

Pheidole grupo fallax sp.1 38 0,64 169 1,92 39 0,60 246 1,16

Pheidole grupo flavens sp.2 - - 55 0,62 1 0,02 56 0,26

Pheidole radoszkowskii - - - - 21 0,33 21 0,10

Pheidole grupo tristis sp. 3 7 0,12 - - 7 0,03

Solenopsis sp. 1.651 27,59 7.009 79,42 3.629 56,28 12.289 57,85

Solenopsis globularia 38 0,64 21 0,24 9 0,14 68 0,32

Sericomyrmex sp.1 14 0,23 2 0,02 29 0,45 45 0,21

Strumigenys denticulata 6 0,10 13 0,15 5 0,08 24 0,11

Ponerinae

Neoponera commutata 20 0,33 10 0,11 26 0,40 56 0,26

Odontomachus bauri 7 0,12 23 0,26 9 0,14 39 0,18

Pseudoponera gilberti - - - - 3 0,05 3 0,01

TOTAL 5.984 100 8.812 100 6.448 100 21.244 100

36

TABELA 9 - RELAÇÃO DAS SUBFAMÍLIAS E PORCENTAGEM DE NÚMEROS INDIVÍDUOS (I) COLETADOS NO PERÍODO CHUVA NOS TRÊS AMBIENTES FLORESTAIS NO MUNICÍPIO DE NOSSA SENHORA DO LIVRAMENTO, ESTADO DE MATO GROSSO, 2015/2016.

Subfamília/ Espécie

AMBIENTES TOTAL TECA PAU-DE-BALSA CERRADO

Indivíduos % Indivíduos % Indivíduos % Indivíduos %

Dolichoderinae

Dorymyrmex pyramicus 35 0,18 60 0,40 18 0,34 113 0,29

Tapinoma melanocephalum - - - - - - - -

Dorylinae

Labidus coecus 16.673 87,55 3.862 25,90 2.408 45,37 22.943 58,44

Labidus praedator 100 0,53 177 1,19 398 7,50 675 1,72

Nomamyrmex esenbeckii 1 0,01 4 0,03 5 0,09 10 0,03

Formicinae

Brachymyrmex heeri - - - - 13 0,24 13 0,03

Camponotus blandus 6 0,03 36 0,24 141 2,66 183 0,47

Camponotus crassus 8 0,04 106 0,71 2 0,04 116 0,30

Camponotus melanoticus 60 0,32 291 1,95 28 0,53 379 0,97

Camponotus novogranadensis 22 0,12 63 0,42 68 1,28 153 0,39

Myrmicinae

Acromyrmex subterraneus subterraneus 212 1,11 - - - - 212 0,54

Atta sexdens 616 3,23 17 0,11 - - 633 1,61

Cephalotes atratus - - - - - - - -

Crematogaster tenuicula - - - - 401 7,55 401 1,02

Pheidole araneoides 24 0,13 163 1,09 22 0,41 209 0,53

Pheidole grupo fallax sp.1 577 3,03 312 2,09 108 2,03 997 2,54

Pheidole grupo flavens sp.2 3 0,02 1 0,01 6 0,11 10 0,03

Pheidole radoszkowskii 4 0,02 - - 4 0,01

Pheidole grupo tristis sp.3 54 0,28 14 0,09 68 0,17

Solenopsis sp. 582 3,06 9.744 65,35 1.651 31,10 11.977 30,51

Solenopsis globularia - - 2 0,01 2 0,04 4 0,01

Sericomyrmex sp. 1 - - - - - -

Strumigenys denticulata 8 0,04 5 0,03 3 0,06 16 0,04

Ponerinae

Neoponera commutata 33 0,17 6 0,04 16 0,30 55 0,14

Odontomachus bauri 25 0,13 48 0,32 3 0,06 76 0,19

Pseudoponera gilberti - - - - 15 0,28 15 0,04

TOTAL 19.043 100 14.911 100 5.308 100 39.262 100

37

No período chuvoso, Solenopsis foi o segundo gênero mais

expressivo em número de indivíduos coletados na área com pau-de-balsa

e vegetação de cerrado com 65,36% e 31,14% dos espécimes coletados,

respectivamente. No plantio de teca, este gênero foi o terceiro em

importância com 3,06% do total coletado (Tabelas 8 e 9).

A espécie L. coecus foi a mais abundante em todos os

ambientes estudados. No período de seca, foi a segunda espécie mais

importante em número de indivíduos com 21,66% do total coletado e a mais

abundante no plantio de teca, com 62,10% do total coletado. No período

chuvoso foi a espécie mais abundante com 58,44% do total de indivíduos

coletados e a mais expressiva na vegetação de cerrado e na área com

plantio de teca, com 87,55% e 45,37% do total coletado de indivíduos,

respectivamente (Tabelas 8 e 9).

A predominância da espécie L. coecus no ambiente com plantio

de teca durante o ano, demonstra a sua adaptação a esse monocultivo. A

sua incidência em todos os ambientes amostrados é uma característica das

espécies do gênero Labidus, com alta tolerância ecológica e ampla

distribuição e hábitos subterrâneos (BOLTON, 1990).

A redução da população de formigas no período da seca nos

ambientes de florestas plantadas deve-se a menor diversidade de

substratos de nidificação e alimentação em relação à vegetação nativa

neste período. A população de formigas no ambiente com teca teve maior

influência das mudanças sazonais, porque a teca é uma espécie heliófita

caducifólia, com queda de folhas no período de menor precipitação

pluviométrica (CHAVES, 2013), o que em Mato Grosso corresponde ao

período entre o fim do mês de junho e início de setembro. A queda das

folhas da teca na seca, diminui a disponibilidade de alimentos e de abrigo

afetando sensivelmente a densidade populacional de várias espécies de

formigas neste período.

38

4.3. CURVA DE ACUMULAÇÃO DE ESPÉCIES DE FORMIGAS

Na área do Cerrado e plantio de pau-de-balsa houve

estabilização do acúmulo de riqueza na nona coleta. A curva do coletor

para o ambiente com teca apresenta tendência de acúmulo crescente com

o aumento do esforço amostral. A não estabilização da curva de coleta,

para a comunidade de formigas é comum e pode estar ligada com a

distribuição agregada e a raridade das espécies nos ambientes amostrados

(SANTOS et al., 2006) (Figura 4).

FIGURA 4 - CURVA DE ACUMULAÇÃO DE ESPÉCIES DE FORMIGAS, POR NÚMERO DE COLETAS, EM PLANTIO DE TECA, PAU-DE-BALSA E EM ÁREA NATIVA DO BIOMA CERRADO NO MUNICÍPIO DE NOSSA SENHORA DO LIVRAMENTO, ESTADO DE MATO GROSSO, 2015/2016.

A curva de acumulação é uma forma de esquematizar a riqueza

observada e avaliar a suficiência amostral do ambiente. A riqueza das

espécies de formigas pode estar correlacionada com a complexidade

estrutural do ambiente pois, níveis elevados de perturbação em um

ambiente resulta na diminuição de espécies (SANTOS et al., 2006).

No ambiente com teca, a preferencia de algumas espécies em

forragear pode gerar faunas adaptativas a explorar diferentes tipos de

recursos, diminuindo a competição e aumentando o número de espécies

que podem co-existir em um mesmo local (TOBIN, 1997).

39

4.4. ANÁLISES ESTATÍSTICAS

Na análise de variância, concluiu-se que não ocorreu diferença

significativa entre os ambientes amostrados para a quantidades de

indivíduos coletados (Tabela 10). Este resultado indica que, cada ambiente

disponibiliza recursos suficientes para o desenvolvimento de suas

populações de acordo com as exigências de nidificação, forrageamento e

reprodução. Assim, a população de cada espécie se encontra adaptada ao

seu ambiente, em plena condição de colonização.

TABELA 10 - ANÁLISE DE VARIÂNCIA PARA NÚMERO DE INDIVÍDUOS COLETADOS EM TRÊS DIFERENTES AMBIENTES FLORESTAIS NO MUNICÍPIO DE NOSSA SENHORA DO LIVRAMENTO, ESTADO DE MATO GROSSO, 2015/2016.

Fontes de Variação G.L. S. Q. Q. M. F calculado

Blocos 19 2677,87187 140,94062 0,7826 ns

Ambientes 2 772,13767 386,06884 2,1436 ns

Resíduos 38 6843,88892 180,10234

Total 59 10293,89847

Coeficiente de Variação (CV): 60,14%

Na análise de variância para o número de espécies de formigas

foi observada diferença significativa entre cerrado e os plantios florestais.

(Tabela 11 e 12).

40

TABELA 11 - ANÁLISE DE VARIÂNCIA PARA NÚMERO DE ESPÉCIES COLETADAS EM TRÊS DIFERENTES AMBIENTES FLORESTAIS NO MUNICÍPIO DE NOSSA SENHORA DO LIVRAMENTO, ESTADO DE MATO GROSSO, 2015/2016.

Fontes de Variação G.L. S. Q. Q. M. F calculado

Blocos 19 76,316 4,0166 0,9622 ns

Ambientes 2 30,700 15,3500 3,6770 *

Resíduos 38 158,633 4,1745

Total 59 265,650 (n.s.): Não significativo (p>=0.5). Coeficiente de Variação (CV): 21,17% *: significativo ao nível de 5% de probabilidade (0,01 = < p < 0,05)

TABELA 12 - TESTE DE MÉDIAS PARA NÚMEROS DE ESPÉCIES

COLETADAS EM TRÊS AMBIENTES FLORESTAIS NO MUNICÍPIO DE NOSSA SENHORA DO LIVRAMENTO, ESTADO DE MATO GROSSO, 2015/2016.

AMBIENTES MÉDIAS

TECA 8,800 b PAU-DE-BALSA 9,60 ab CERRADO 10,55 a *Médias seguidas pela mesma letra não diferem estatisticamente entre si pelo Teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade

Este resultado foi semelhante ao trabalho feito por Soares et al.

(1998), que encontraram uma comunidade de formigas com maior número

de espécies em uma mata nativa do que em plantios de eucalipto. Para

esses autores, a diversidade de substratos de nidificação e alimentação é

menor nas monoculturas do que em vegetação de floresta nativa. Essas

características levam a uma redução na riqueza de espécies.

A vegetação de cerrado apresentou maior número de espécies

de formigas em comparação com os plantios florestais. Isto reforça o fato

de que áreas de vegetação nativa apresentam maior diversidade de

espécies em comparação com os plantios florestais que são ambientes

simplificados (OLIVEIRA et al., 1995).

No período de seca, observa-se na análise de variância que

houve diferença significativa entre os ambientes para a quantidade de

espécies e indivíduos de formigas amostradas (Tabela 13). Nos plantios

florestais, no período da seca, houve menor riqueza de espécies, em

comparação com o período de chuva. Nestes ambientes, no período de

seca, há menor oferta de recursos para nidificação. Assim, ocorre

41

competição entre as espécies por recursos, diminuindo a população

excedente e possibilitando a adaptação de populações de espécies

oportunistas que tendem a entrar em equilíbrio. Assim, o número de

indivíduos coletados no período de seca foi reduzido.

Já a ocorrência de maior número de espécies no período seco,

na vegetação de cerrado, pode ser em função do ambiente apresentar

maior equilíbrio, possibilitando que, maior quantidade de espécies usem os

recursos disponíveis de forma igualitária, sem dominância e de forma a

manter neste ambiente, maior riqueza de espécies de formigas.

Outro fator a ser considerado é que no período seco, ocorre o

acúmulo de serapilheira no solo, já que neste período, a vegetação do

cerrado perde grande parte do seu dossel. A serapilheira acumulada

fornece microclima favorável às espécies hipogéicas, equilibra a

temperatura do solo e propicia meios de nidificação e forrageamento para

as espécies de formigas que circulam no solo (ROCHA, 2012).

TABELA 13 - TESTE DE MÉDIAS PARA NÚMEROS DE INDIVÍDUOS E DE ESPÉCIES COLETADOS NO PERÍODO DE SECA EM TRÊS AMBIENTES FLORESTAIS NO MUNICÍPIO DE NOSSA SENHORA DO LIVRAMENTO, ESTADO DE MATO GROSSO, 2015/2016.

Variáveis Ambientes Estatísticas

Teca Pau-de-

balsa Cerrado CV(%) Pα DMS

Indivíduos 8,874 b 14,695ab 14,988

a 61,25 0,065** 6,066

Espécies 4,70 b 6,65 a 7,80 a 27,19 0,866** 1,337 ** Significativo a 5% de probabilidade de erro Médias seguidas de mesma letra nas linhas não diferem estatisticamente entre si pelo Teste de Tukey, ao nível de 5% de probabilidade de erro

Observa-se na análise de variância, que no período de chuva

não há diferença significativa entre os ambientes neste período em relação

as médias populacionais e espécies (Tabela 14).

42

TABELA 14 - TESTE DE MÉDIAS PARA NÚMEROS DE INDIVÍDUOS E DE ESPÉCIES COLETADOS NO PERÍODO DE CHUVA EM TRÊS AMBIENTES FLORESTAIS NO MUNICÍPIO DE NOSSA SENHORA DO LIVRAMENTO, ESTADO DE MATO GROSSO, 2015/2016.

Variáveis

Ambientes Estatísticas

Teca Pau-de-

balsa Cerrado CV(%) Pα DMS

Indivíduos 14,09 22,151 13,423 76,56 0.869NS 9,7668

Espécies 5,75 6,70 5,80 32,28 0,263NS 1,513 NS : Não significativo

4.5. ANÁLISE FAUNÍSTICA

Na análise anual pelo método de Laroca e Mielke (1975)

ocorreram no ambiente com teca, quatro espécies superdominantes,

quatorze dominantes e quatro não dominante. Enquanto que pelo método

de Sakagami e Laroca (1967) quatro espécies foram superdominantes,

sete dominantes e onze não dominantes. Quanto a abundância, quatro

espécies foram superabundantes, três muito abundantes, nove comuns e

sete raras. Com relação a frequência, quatro super frequentes, três muito

frequentes, nove frequentes e sete pouco frequentes. Quanto a constância,

doze espécies foram constantes, quatro acessórias e sete acidentais

(Anexo l).

Quanto a sazonalidade, ocorreram no período de seca, pelo

método de Laroca e Mielke (1975), três espécies superdominantes,

quatorze espécies dominantes e três não dominantes. Pelo método de

Sakagami e Laroca (1967), ocorreram três superdominantes, sete

dominantes e dez não dominantes. Quanto a abundância, três espécies

superabundantes, cinco muito abundantes cinco comuns e sete espécies

raras. Com relação a frequência, três espécies foram super frequentes,

cinco espécies muito frequentes, cinco espécies frequentes e seis espécies

pouco frequentes. Quanto à constância, nove espécies foram constantes,

oito acessórias e três acidentais (Anexo I).

No período de chuva, pelo método de Laroca e Mielke (1975)

ocorreram quatro espécies superdominantes, doze espécies dominantes e

43

três não dominantes, enquanto pelo método de Sakagami e Laroca (1967),

quatro espécies foram superdominantes, quatro dominantes e onze não

dominante. Em relação à abundância, quatro espécies foram

superabundantes, três muito abundantes, sete comuns, quatro dispersas e

uma rara. Em relação a frequência, quatro espécies foram super

frequentes, duas muito frequentes, sete frequentes e seis pouco

frequentes. Quanto à constância, 11 espécies foram constantes, três

acessórias e cinco acidentais (Anexo I).

As espécies L. coecus e A. sexdens foram as mais

representativas do ambiente com teca, ocorrendo como superdominantes,

superabundantes, super frequentes e constantes durante o ano. No período

de seca, também foram as mais importantes, ocorrendo como

superabundantes, super frequentes e acessórias (Tabela 15).

Neste ambiente, Camponotus blandus sofreu uma maior

influência dos períodos de chuva e seca, ocorrendo como muito frequente,

muito abundante e dominante no período de seca e pouco frequente,

acessória e não dominante no período de chuva (Tabela 15).

44

TABELA 15 - RELAÇÃO DAS ESPÉCIES DE FORMIGAS MAIS REPRESENTATIVAS NA ANÁLISE FAUNÍSTIVA AMOSTRADAS COM ARMADILHA PITFALL EM TALHÃO DE Tectona grandis NOS PERÍODOS DE SECA, CHUVA E ANUAL, NO MUNICÍPIO DE NOSSA SENHORA DO LIVRAMENTO, ESTADO DE MATO GROSSO, 2015/2016.

Subfamília/espécie

Anual

F(%) A C D

D1 D2

Dorylinae

Labidus coecus sf sa w sd sd

Myrmicinae

Atta sexdens sf sa w sd sd

Subfamília/espécie

Seca

F(%) A C D

D1 D2

Dorylinae

Labidus coecus sf sa y sd sd

Myrmicinae

Atta sexdens sf sa y sd sd

Subfamília/espécie

Chuva

F(%) A C D

D1 D2

Dorylinae

Labidus coecus sf sa w sd sd

Myrmicinae

Atta sexdens sf sa w sd sd

Programa ANAFAU: (1) Método de Laroca e Mielke (1975); (2) método de Sakagami e Laroca (1967). D: Dominância - (sd) superdominante; (d) dominante; (nd) não dominante. A: Abundância - (sa): superabundante; (ma) muito abundante; (a) abundante: (c) comum; (d) dispersa; (r) rara. F: Frequência: (sf) super frequente; (mf) muito frequente; (pf) pouco frequente. C: Constância - (w) constante; (y) acessória; (z) acidental

Na análise anual no ambiente com pau-de-balsa ocorreram, pelo

método de Laroca e Mielke (1975), duas espécies superdominates, quinze

dominantes e seis não dominantes. Enquanto que, pelo método de

Sakagami e Laroca (1967), ocorreram duas espécies superdominantes,

sete dominantes e doze não dominantes. Em relação à abundância, duas

espécies foram superabundantes, três muito abundantes, seis comuns,

uma dispersa e dez raras. Quanto à frequência, duas espécies super

frequentes, três muito frequentes, sete frequentes e 11 pouco frequentes.

45

Quanto a constância, 12 espécies constantes, três acessórias e oito

acidentais (Anexo II)

Ao analisar o período da seca, pelo método de Laroca e Mielke

(1975) observa-se que quatro espécies foram superdominantes, onze

dominantes e seis não dominantes. Pelo método de Sakagami e Laroca

(1967), quatro espécies superdominantes, quatro dominantes e treze não

dominantes. Em relação à abundância, três espécies foram

superabundantes, duas muito abundantes, sete comuns, quatro dispersas

e cinco raras. Em relação a frequência, três espécies super frequentes,

duas muito frequentes, seis frequentes e nove pouco frequentes. Quanto a

constância, treze espécies foram constantes, quatro acessórias e quatro

raras (Anexo II).

No período de chuva, pelo método de Laroca e Mielke (1975)

três espécies foram superdominantes, onze dominantes e quatro não

dominantes. Pelo método de Sakagami e Laroca (1967), três espécies

superdominantes, quatro dominantes e onze não dominantes. Quanto à

abundância, três espécies ocorreram como superabundantes, três muito

abundantes, cinco comuns, uma dispersa e seis raras. Quanto à

frequência, duas espécies foram super frequentes, quatro muito frequentes,

três frequente e oito pouco frequentes. Quanto a constância, doze espécies

foram constantes, cinco acessórias e um acidental (Anexo II).

Neste ambiente, L. coecus e Solenopsis sp. foram as espécies

mais representativas, ocorrendo como superdominantes,

superabundantes, super frequentes e constantes tanto nos períodos de

chuva, seca e anual. A espécie P. grupo Fallax sp.1 ocorreu como

superdominante, superabundante, super frequente e constante nos

períodos de chuva e seca. Na amostragem anual, essa espécie ocorreu

como dominante, superabundantes, super frequente e constante (Tabela

16).

Na área com pau-de-balsa, P. araneoides foi a espécie que

apresentou a maior variação em relação aos períodos analisados, pois

enquanto no período seco ocorreu como pouco frequente, dispersa e

dominante, no período de chuva ocorreu como muito frequente, muito

46

abundante e dominante, mostrando uma clara preferência pelos meses

mais úmidos.

Na análise anual no ambiente com vegetação de cerrado

ocorreram, pelo método de Laroca Mielke e (1975), quatro espécies

superdominantes, dezessete dominantes e três não dominantes. Pelo

método de Sakagami e Laroca (1967) quatro foram superdominantes, cinco

dominantes e quinze não dominantes. Para a abundância, quatro espécies

foram superabundantes, três muito abundantes, duas abundantes, quatro

comuns, oito dispersas e duas raras. Quanto à frequência, quatro espécies

foram super frequentes, cinco muito frequentes, cinco frequentes e dez

pouco frequentes. Quanto a constância, sete espécies foram constantes,

nove acessórias e oito acidentais (Anexo III).

No período de seca, pelo método de Laroca e Mielke (1975), três

espécies superdominantes, quatorze dominantes e cinco não dominantes.

Pelo método de Sakagami e Laroca (1967): três espécies

superdominantes, seis dominantes e quatorze não dominantes. Para a

abundância, temos três espécies superabundante, cinco muito abundante,

seis comuns, sete dispersas e duas raras. A frequência foi de três espécies

super frequente, quatro muito frequente, cinco frequente e nove pouco

frequente. Em relação a constância, doze espécies constantes e oito

acessórias (Anexo III).

47

TABELA 16 - RELAÇÃO DAS ESPÉCIES DE FORMIGAS MAIS REPRESENTATIVAS NA ANÁLISE FAUNÍSTIVA AMOSTRADAS COM ARMADILHA PITFALL EM TALHÃO DE Ochroma pyramidale NOS PERÍODOS DE SECA, CHUVA E ANUAL, NO MUNICÍPIO DE NOSSA SENHORA DO LIVRAMENTO, ESTADO DE MATO GROSSO, 2015/2016.

Subfamília/espécie

Anual

F(%) A C D

D1 D2

Dorylinae

Labidus coecus sf as y sd sd

Myrmicinae

Solenopsis sp sf as w sd sd

Crematogaster tenuicula

sf as w sd sd

Subfamília/espécie

Seca

F(%) A C D

D1 D2

Dorylinae

Labidus coecus mf ma y d d

Myrmicinae

Solenopsis sp sf as w sd sd

Crematogaster tenuicula

sf as w sd sd

Subfamília/espécie

Chuva

F(%) A C D

D1 D2

Dorylinae

Labidus coecus sf as w sd sd

Myrmicinae

Solenopsis sp. sf as w sd sd

Pheidole grupo Fallax sp. 1

mf ma y d d

Programa ANAFAU: (1) Método de Laroca e Mielke (1975); (2) método de Sakagami e

Laroca (1967). D: Dominância - (sd) superdominante; (d) dominante; (nd) não dominante.

A: Abundância - (sa): superabundante; (ma) muito abundante; (a) abundante: (c) comum;

(d) dispersa; (r) rara. F: Frequência: (sf) super frequente; (mf) muito frequente; (pf) pouco

frequente. C: Constância - (w) constante; (y) acessória; (z) acidental

No período da chuva, pelo método de Laroca e Mielke (1975):

quatro espécies superdominantes, oito dominantes e cinco não

dominantes. Pelo método de Sakagami e Laroca (1967): quatro espécies

48

superdominantes, três dominantes e doze não dominantes. Quanto à

abundância, quatro espécies superabundantes, três muito abundantes,

seis comuns e seis dispersas. Quanto à frequência, quatro espécies foram

super frequentes, três muito frequentes, cinco frequentes e seis pouco

frequentes. Em relação a constância, nove espécies foram constantes,

quatro acessórias e seis acidentais (Anexo III).

C. tenuicula e Solenopsis sp. foram as espécies mais

representativas neste ambiente, sendo superdominantes,

superabundantes, super frequentes e constantes para os períodos chuvoso

e seco. L. coecus ocorreu como super frequente, superabundante,

superdominante e constante no período chuvoso. Na coleta anual, esta

espécie ocorreu como super frequente, superabundante, superdominante

e acessória (Tabela 17).

49

TABELA 17 - RELAÇÃO DAS ESPÉCIES DE FORMIGAS MAIS REPRESENTATIVAS NA ANÁLISE FAUNÍSTICA AMOSTRADAS COM ARMADILHA “PITFALL” EM VEGETAÇÃO DE CERRADO, NOS PERÍODOS DE SECA, CHUVA E ANUAL, NO MUNICÍPIO DE NOSSA SENHORA DO LIVRAMENTO, ESTADO DE MATO GROSSO, 2015/2016.

Subfamília/espécie

Anual

F(%) A C D

D1 D2

Dorylinae

Labidus coecus sf as y sd sd

Myrmicinae

Solenopsis sp sf as w sd sd

Crematogaster tenuicula

sf as w sd sd

Subfamília/espécie

Seca

F(%) A C D

D1 D2

Dorylinae

Labidus coecus mf ma y d d

Myrmicinae

Solenopsis sp sf as w sd sd

Crematogaster tenuicula

sf as w sd sd

Subfamília/espécie

Chuva

F(%) A C D

D1 D2

Dorylinae

Labidus coecus sf as w sd sd

Myrmicinae

Solenopsis sp. sf as w sd sd Programa ANAFAU: (1) Método de Laroca e Mielke (1975); (2) método de Sakagami e Laroca (1967). D: Dominância - (sd) superdominante; (d) dominante; (nd) não dominante. A: Abundância - (sa): superabundante; (ma) muito abundante; (a) abundante: (c) comum; (d) dispersa; (r) rara. F: Frequência: (sf) super frequente; (mf) muito frequente; (pf) pouco frequente. C: Constância - (w) constante; (y) acessória; (z) acidental

De acordo com os resultados das análises faunísticas,

Solenopsis sp. ocorreu com os melhores índices em todos os ambientes

estudados, demonstrando adaptabilidade nesses ambientes. As espécies

do gênero Solenopsis são onívoras e apresentam agressividade na

utilização de recursos e um grande potencial de adaptabilidade a novos

ambientes e quase sempre com uma grande densidade populacional.

50

Considerando os resultados dos índices faunísticos, a espécie

A. sexdens foi superdominante, super frequente, constante e

superabundante no plantio de teca, dominante em plantio de pau-de-balsa

e não-dominante na área com vegetação nativa, mostrando que ambientes

mais preservados e estáveis, essa espécie tende a ocorrer com baixas

densidades populacionais. Mesmo presente em diversos ambientes, A.

sexdens é uma espécie adaptada para viver em ambientes mais abertos

(Delabie et al., 2009). Nessas condições, pode ocorrer dominância de

espécies vegetais mais palatáveis para essas formigas. Wilson (1987)

concluiu que a quantidade de alimento é importante para o estabelecimento

e desenvolviemnto das colônias dessa espécie.

Nos ambientes estudados, C. tenuicula apresentou potencial

para bioindicador de ambiente com vegetação inalterada, embora tenha

sido amostrada em todos os ambientes, na área nativa esta espécie

ocorreu como super frequente, superdominante, superabundante e

constante. Nas áreas de plantios florestais essa espécie ocorre como não

frequente e não dominante para ambos os plantios. Corassa et al. (2015)

amostraram essa espécie apenas em área de vegetação nativa

comparando com áreas agrícolas e com plantios de eucalipto.

Pseudoponera gilberti também pode ser utilizada como

bioindicador para regiões recuperadas do bioma Cerrado. Esta espécie foi

amostrada apenas no ambiente de área nativa, sendo frequente, constante

e dominante no período de chuva. Levantamento feito por Mackay e

Mackay (2010), esta espécie é encontrada em floresta tropical preservada,

com árvores de médio porte e terra firme que não sofre alagamento.

Utilizando o número de espécies amostradas nas coletas de

formigas, foram obtidos os índices de diversidade para comparar e

diferenciar os três ambientes estudados.

No ambiente com teca, ocorreram total de 23 espécies, sendo

três abundantes e duas muito abundantes. No período da seca, 23

espécies foram registradas para este ambiente, três abundantes e duas

muito abundantes. No período de chuva, ocorreram dezenove espécies e

destas, uma foi abundante e uma muito abundante. Os valores para os

índices de Simpson e Shannon indicam a maior dominância das espécies

51

presente devido a menor diversidade entre os ambientes amostrados.

Neste ambiente, o período de seca apresentou maior riqueza e maior

diversidade e, consequente, menor dominância das espécies (Tabela 18).

Os valores para o índice de riqueza de Margalef, para o total de

coletas no plantio com teca foi o menor entre os estudados, indicando que,

este é o ambiente mais alterado devido a simplificação causada pelo

plantio. Neste ambiente, que é homogêneo, há menor oferta de recursos

alimentares, restringindo o número de espécies raras e aumentando o

número de espécies mais comuns com grande número de indivíduos. O

valor da equitatividade, que expressa uma distribuição mediana dos

indivíduos das espécies amostradas, pouco se alterou entre os períodos de

chuva e seca, demonstrando uniformidade na abundância de espécies no

decorrer do ano (Tabela 18).

No ambiente com plantio de pau-de-balsa, ocorreram 23

espécies, sendo duas abundantes e duas muito abundantes. No período

de seca, o número de espécies foram 21, destas, duas foram abundantes

e uma muito abundante. No período de chuva, ocorreram dezoito espécies

sendo duas abundantes e duas muito abundantes. Os índices de Simpson

e de Shannon demonstraram menor dominância das espécies e maior

diversidade em relação ao plantio de teca para o total de amostras durante

o ano. No período de chuva, ocorreu uma maior diversidade de espécies,

enquanto na seca, ocorreu uma maior dominância. Nos três ambientes

estudados, o período de seca, no plantio de pau-de-balsa, foi onde ocorreu

a menor riqueza (Tabela 18).

Com o maior número de espécies amostradas entre os

ambientes estudados, na vegetação de cerrado apresentou 24 espécies

amostradas, cinco ocorreram como abundantes e três muito abundantes,

enquanto no período seco, dentre as 23 espécies amostradas, quatro foram

abundantes e duas muito abundantes. No período chuvoso, foram

registradas 19 espécies, sendo quatro abundantes e três muito

abundantes. Com base valores dos índices de Shannon e Simpson, pode-

se afirmar que este ambiente apresenta maior diversidade e menor

dominância entre as espécies, quando comparado com os demais

52

ambientes estudados, mostrando menor diferença entre os índices de

diversidade e dominância nos períodos de chuva e seca.

TABELA 18 - ÍNDICE DE DIVERSIDADE DE ACORDO COM A SÉRIE DE NÚMEROS DE HILL E EQUITATIVIDADE DAS ESPÉCIES DE FORMIGAS AMOSTRADOS EM PLANTIOS DE TECA (Tectona grandis) E DE PAU-DE-BALSA (Ochroma pyramidale) E EM VEGETAÇÃO DE CERRADO, NO MUNICÍPIO DE NOSSA SENHORA DO LIVRAMENTO- MT, 2015/2016.

Índice de diversidade

Períodos

Teca Pau-de-balsa Cerrado

Seco Chuva Anual Seco Chuva Anual Seco Chuva Anual

N0 20 19 23 21 18 23 23 19 24

N1 3,01 1,84 2,22 2,45 2,78 2,76 4,37 4,43 5,38

N2 2,15 1,29 1,48 1,55 2,01 1,85 2,75 3,17 3,65

H’ 1,10 0,61 0,80 0,89 1,02 1,01 1,47 1,48 1,68

E 0,71 0,70 0,66 0,63 0,72 0,67 0,62 0,71 0,67

β 0,46 0,76 0,67 0,64 0,49 0,53 0,36 0,31 0,27

α 2,18 1,82 2,17 2,20 1,76 2,18 2,50 2,09 2,45

N0 = número total de espécies; N1 = número de espécies abundantes; N2 = Número de espécies muito abundantes; H’= Índice de Shannon; E=equitatividade entre as espécies; β= Índice de Simpson; α = Índice de Riqueza de Margalef.

Estes resultados são características de ambientes com uma

maior complexidade estrutural, com maior riqueza de espécies e com

distribuição homogênea dos recursos ambientais que favorecem a

ocupação das formigas nos nichos presentes no ambiente. A maior

proximidade da diversidade do plantio de pau-de-balsa com a área de

cerrado é devido a baixa intervenção antrópica neste plantio. Apesar de ser

um monocultivo, desde a sua implantação, não foi realizado nenhum

tratamento silvicultural como desbaste ou poda dos ramos das árvores.

Resultados apresentados por Fleck (2011) comparando a diversidade de

formigas de áreas nativas com plantios de eucalipto com 28 anos de

implantação e pouca intervenção, a área com eucalipto apresentou

resultados semelhantes a áreas nativas. Corassa et al. (2015) encontraram

menor número de espécies de formigas em ambiente com plantios

agrícolas por causa das constantes intervenções e menor complexidade

estrutural desses plantios e defendem que no ambiente, a riqueza de

53

espécies apresenta comportamento descrescente ao aumento das

intervenções antrópicas.

O índice de equitatividade variou pouco entre os ambientes. Os

resultados foram 0,66, 0,67 e 0,67 para plantio de teca, pau-de-balsa e

cerrado, respectivamente, na análise anual. Para avaliar a

heterogeneidade, a equitabilidade leva em consideração o grau de

uniformidade na abundância de espécies (MAGURRAN, 2011). Os valores

observados nos três ambientes sugerem distribuição não uniforme da

abundância, ocorrendo dominância de algumas espécies visto que, o índice

de equitabilidade varia de zero a um (MAGURRAN, 1988). Desta forma, o

grau de uniformidade da distribuição das espécies de formigas nos três

ambientes é similar. Isso pode ser explicado pela proximidade entre os

ambientes e pelas suas características, que são ambientes florestais, com

porte arbóreo, dossel formado, apresentam sub-bosque e grande

quantidade de serapilheira, que oferta recursos essenciais para o

estabelecimento de uma variedade de espécies (FLECK, 2011).

4.6. ANÁLISE DE SIMILARIDADE

Na Tabela 19 estão contidos os resultados encontrados para a

similaridade entre os diferentes ambientes, estimada pelo índice de

Sorensen. Com os valores obtidos, observou-se maior similaridade entre

os ambientes com vegetação de cerrado e a área com plantio de teca. Nos

períodos de seca e chuva, a maior similaridade ocorreu entre com e pau-

de-balsa e vegetação de cerrado. Por isso, com esses resultados, concluiu-

se elevada semelhança entre as comunidades de formigas nos ambientes

por serem considerados altos valores de similaridade, uma vez que, valores

de similaridade de Sorensen acima de 0,5 são considerados altos (IBGE,

1990).

54

TABELA 19 - SIMILARIDADE ENTRE OS AMBIENTES, PARA OS PERIODOS SECO, DE CHUVA E ANUAL, AMOSTRADOS NO MUNICÍPIO DE NOSSA SENHORA DO LIVRAMENTO-MT, 2015/2016.

ANUAL SECA CHUVA

Ambientes Pau-de-Balsa

Cerrado Pau-de-

balsa Cerrado

Pau-de-Balsa

Cerrado

Teca 0,93 0,95 0,87 0,85 0,88 0,84 Pau-de-Balsa

- 0,89 - 0,90 - 0,89

Os resultados se aproximam com os valores de similaridade de

Sorensen observados por outros autores na fauna de formigas quando

comparada com diferentes ambientes. Tavares (1996) verificou uma

similaridade média de 0,707 na fauna de formigas de cerrado “strictu sensu”

e plantio de Eucalyptus cloziana. Souza (2008) avaliando interações entre

formigas e diásporos de espécies vegetais, encontrou em suas análises,

similaridade de 0,78 entre dois fragmentos de mata atlântica na Reserva

Biológica do Tinguá-RJ. Pereira et al. (2007), utilizando formigas como

ferramenta de monitoramento da recuperação de uma área antropizada por

mineração, constaram maior similaridade (0,405) entre área nativa com

área de plantios de espécies florestais nativas.

A similaridade da comunidade de formigas pode estar

relacionada com as características deste grupo de insetos como a riqueza

de espécies, hábitos generalistas e altas distribuição e abundância local

(SILVA e BRANDÃO, 1999). Os altos valores de similaridade encontrados

atribuem-se à proximidade entre os ambientes amostrados e a ocorrência

de um grande número de espécies de formigas com capacidade para

colonizar ambientes naturais e antrópicos desde que esses ambientes

estejam próximos (TAVARES, 1996).

A maior similaridade entre plantio teca e vegetação de cerrado, pode

ter ocorrido em função das condições similares entre esses ambientes que

acarretam em diversidade de formiga semelhantes. Entre os períodos

sazonais, observou-se maior similaridade entre as áreas com vegetação de

cerrado e pau-de-balsa nos períodos de chuva e seca. Este fato deve ter

ocorrido em função de uma maior dominância de espécies do gênero

Solenopsis, Camponotus e Pheidole que foram comuns nestes ambientes.

55

As espécies destes gêneros possuem potencial e capacidade de colonizar

ambientes naturais e antropizados, desde que os mesmos se encontrem

próximos (BRANDÃO, 1999).

A menor similaridade para o plantio de teca nos períodos

sazonais, deve-se, ao fato de que, espécies como C. atratus e P. grupo

flavens sp. 2, no período de seca, foram encontradas somente no plantio

de pau-de-balsa e na área de cerrado enquanto que P. grupo tristis sp.3 foi

amostrada somente no plantio de teca. No período chuvoso, S. globularia

foi amostrada em comum no plantio de pau-de-balsa e no ambiente

cerrado, enquanto que A. s. subterraneus e P. radoszkowskii foram

espécies encontradas apenas no plantio de teca.

56

5. CONCLUSÕES

Os plantios florestais de teca e pau-de-balsa caracterizam-se

como um importante reservatório de espécies de Formicidae;

- Os períodos de chuva e a seca influenciam a composição e

riqueza de formigas nos ambientes estudados;

- As diferentes complexidades estruturais dos ambientes afeta a

diversidade das formigas;

A proximidade dos ambientes favorece a maior similaridade

de riqueza de formigas;

O plantio de teca favorece a maior abundância de Atta

sexdens e de Acromyrmex subterraneus subterraneus em qualquer época

do ano;

Os índices de diversidade e dominância evidenciam maior

equilíbrio entre as espécies de formigas na vegetação de cerrado;

O índice de similaridade das populações de formigas sugere

que os três ambientes estudados apresentam as mesmas condições

ambientais para a ocorrência das espécies de formigas.

57

6. BIBLIOGRAFIA

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69

ANEXOS

70

ANEXO l - FREQUÊNCIA E ÍNDICES DE ABUNDÂNCIA (A), CONSTÂNCIA (C) E DE DOMINÂNCIA (D) DAS ESPÉCIES DE FORMIGAS AMOSTRADAS COM ARMADILHA PITFALL EM TALHÃO DE Tectona grandis NOS PERÍODOS DE SECA, CHUVA E ANUAL, NO MUNICÍPIO DE NOSSA SENHORA DO LIVRAMENTO, ESTADO DE MATO GROSSO, 2015/2016.

SUBFAMÍLIA/ESPÉCIE TECA (Tectona grandis)

PERÍODOS

SECA CHUVA ANUAL

F A C D F A C D F A C D

1 2 1 2 1 2

Dolichoderinae

Dorymyrmex pyramicus pf r z nd nd f C y d nd F c z d nd

Dorylinae

Labidus coecus sf sa y sd sd sf sa w sd sd Sf sa w sd sd

Labidus praedator f c y d d mf ma y d d Mf ma y d d

Nomamyrmex esenbeckii pf R z nd nd Pf r z nd nd

Formicinae

Brachymyrmex heeri f c w d d - - - - - F c w d nd

Camponotus blandus mf ma w d d pf D y d nd F c y d d

Camponotus crassus pf r z nd nd pf D z d nd Pf r z d nd

Camponotus melanoticus mf ma w d d f C w d d Mf ma w d d

Camponotus novogranadensis pf r y d nd f C w d nd F c y d nd

Myrmicinae

Pheidole araneoides mf ma w d d f C w d nd F c w d d

Acromyrmex subterraneus subterraneus f c y d nd mf ma w d d Mf ma w d d

Atta sexdens sf sa y sd sd sf sa w sd sd Sf sa w sd sd

Crematogaster tenuicula pf r z nd nd - - - - - Pf r z nd nd

Pheidole grupo Fallax sp. 1 mf ma w d d sf sa w sd sd Sf sa w sd sd

Pheidole grupo Flavens sp.2 - - - - - pf ma z nd nd Pf r z nd nd

Pheidole radoszkowskii - - - - - pf D z nd nd Pf r z nd nd

Pheidole grupo Tristis sp.3 pf r y d nd f C z d d F c z d d

“Continua...”

71

“ANEXO l, Cont.”

Teca SUBFAMÍLIA/ESPÉCIE PERÍODOS

SECA CHUVA ANUAL

F A C D F A C D F A C D

1 2 1 2 1 2

Myrmicinae

Strumigenys denticulata pf r y d nd Pf d w d nd Pf r w d nd

Ponerinae

Neoponera commutata f c w d nd F c w d nd F c w d d

Odontomachus bauri pf r y d nd F c W d nd F c w d nd Programa ANAFAU: (1) Método de Laroca e Mielke (1975); (2) método de Sakagami e Laroca (1967). D: Dominância - (sd) super dominante; (d) dominante; (nd) não dominante. A: Abundância - (sa): super abundante; (ma) muito abundante; (a) abundante: (c) comum; (d) dispersa; (r) rara. F: Frequência: (sf) super frequente; (mf) muito frequente; (pf) pouco frequente. C: Constância - (w) constante; (y) acessória; (z) acidental

72

ANEXO ll - FREQUÊNCIA E ÍNDICES DE ABUNDÂNCIA (A), CONSTÂNCIA (C) E DE DOMINÂNCIA (D) DAS ESPÉCIES DE FORMIGAS AMOSTRADAS COM ARMADILHA PITFALL EM TALHÃO DE Ochroma pyramidale NOS PERÍODOS DE SECA, CHUVA E ANUAL, NO MUNICÍPIO DE NOSSA SENHORA DO LIVRAMENTO, ESTADO DE MATO GROSSO, 2015/2016.

PAU-DE-BALSA

SUBFAMÍLIA/ESPÉCIE PERÍODOS

SECA CHUVA ANUAL

F A C D F A C D F A C D

1 2 1 2 1 2

Dolichoderinae

Dorymyrmex pyramicus f c W d nd f c w d nd f c W d nd

Tapinoma melanocephalum pf r Z nd nd - - - - - pf r Z nd nd

Dorylinae

Labidus coecus sf sa W sd sd sf sa w sd sd sf sa W sd sd

Labidus praedator mf ma Y d d mf ma w d d mf ma Y d d

Nomamyrmex esenbeckii pf r Z nd nd pf r y nd nd pf r Z nd nd

Formicinae

Brachymyrmex heeri pf d W d nd - - - - - pf r Y nd nd

Camponotus blandus f c W d d f c w d nd f c W d d

Camponotus crassus f c W d nd f c w d d f c W d d

Camponotus melanoticus mf ma W d d mf ma w d d mf ma W d d

Camponotus novogranadensis f c Y d d pf c w d nd f c W d d

Myrmicinae

Pheidole araneoides pf d W d nd mf ma w d d f c W d d

Atta sexdens pf d y d nd pf r Z d nd

Cephalotes atratus pf r Z nd nd - - - - - pf r Z nd nd

Crematogaster tenuicula pf r Z nd nd - - - - - pf r Z nd nd

Pheidole grupo Fallax sp.1 sf sa W sd sd mf sa w sd sd mf ma W d d

Pheidole grupo Flavens sp. 2 f c Y nd nd pf r z nd nd f c Z d nd

Pheidole grupo Tristis sp.3 - - - - - pf r y d nd pf r Z d nd

Solenopsis sp. sf sa W sd sd sf sa w sd sd sf sa W sd sd

“Continua...”

73

“ANEXO ll, Cont.”

PAU-DE-BALSA SUBFAMÍLIA/ESPÉCIE PERÍODOS

SECA CHUVA ANUAL

F A C D F A C D F A C D

1 2 1 2 1 2

Myrmicinae

Solenopsis globularia f c W d nd pf r y nd nd pf d w d nd

Sericomyrmex sp.1 pf r Y nd nd - - - - - pf r z nd nd

Strumigenys denticulata pf d W d nd pf r w nd nd pf r w d nd

Ponerinae

Neoponera commutata pf d W d nd pf r y d nd pf r y d nd

Odontomachus bauri f c W sd sd f c w d nd f c w d nd Programa ANAFAU: (1) Método de Laroca e Mielke (1975); (2) método de Sakagami e Laroca (1967). D: Dominância - (sd) super dominante; (d) dominante; (nd) não dominante. A: Abundância - (sa): super abundante; (ma) muito abundante; (a) abundante: (c) comum; (d) dispersa; (r) rara. F: Frequência: (sf) super frequente; (mf) muito frequente; (pf) pouco frequente. C: Constância - (w) constante; (y) acessória; (z) acidental

74

ANEXO lll – FREQUÊNCIA (F) E ÍNDICES DE ABUNDÂNCIA (A), CONSTÂNCIA (C) E DE DOMINÂNCIA (D) DAS ESPÉCIES DE FORMIGAS AMOSTRADAS COM ARMADILHA PITFALL EM VEGETAÇÃO DE CERRADO, NOS PERÍODOS DE SECA, CHUVA E ANUAL, NO MUNICÍPIO DE NOSSA SENHORA DO LIVRAMENTO, ESTADO DE MATO GROSSO 2015/2016.

SUBFAMÍLIA/ESPÉCIES VEGETAÇÃO DE CERRADO

PERÍODOS

SECA CHUVA ANUAL

F A C D F A C D F A C D

1 2 1 2 1 2

Dolichoderinae

Dorymyrmex pyramicus pf d W d nd f c y d nd f c y d nd

Dorylinae

Labidus coecus mf ma Y d d sf sa w sd sd sf sa y sd sd

Labidus praedator f c Y d d sf sa w sd sd mf ma y d d

Nomamyrmex esenbeckii pf d z nd nd pf d z nd nd

Formicinae

Brachymyrmex heeri pf d Y nd nd f c z d nd pf d z d nd

Camponotus blandus sf sa W sd sd mf ma w d d sf sa w sd sd

Camponotus crassus f c Z nd nd pf d z nd nd f c z d nd

Camponotus melanoticus mf ma W d d f c w d nd mf a w d d

Camponotus novogranadensis mf ma Y d d mf ma w d d mf ma y d d

Myrmicinae

Pheidole araneoides mf ma W d d f c w d nd mf ma w d d

Acromyrmex subterraneus subterraneus pf d W d nd pf r z nd nd

Atta sexdens pf ma W d d pf r z nd nd

Cephalotes atratus pf d W d nd pf d y d nd

Crematogaster tenuicula sf sa W sd sd sf sa w sd sd sf sa w sd sd

Pheidole grupo Fallax sp. 1 f c Y d nd mf ma y d d mf a y d d

Pheidole grupo Flavens sp. 2 pf r Z nd nd pf d z d nd pf d z d nd

Pheidole radoszkowskii f c Z d nd f c z d nd

Solenopsis sp. sf sa W sd sd sf sa w sd sd sf sa w sd sd

Solenopsis globularia pf d Y d nd pf d z nd nd pf d y d nd

“Continua...”

75

“ANEXO lll, Cont.”

SUBFAMÍLIA/ESPÉCIES VEGETAÇÃO DE CERRADO

PERÍODOS

SECA CHUVA ANUAL

F A C D F A C D F A C D

1 2 1 2 1 2

Myrmicinae

Sericomyrmex sp. 1 f c w d nd f c y D nd

Strumigenys denticulata pf d y nd nd pf d y nd nd pf d y D nd

Ponerinae

Neoponera commutata f c w d nd f c w d nd f c w D nd

Odontomachus bauri pf d w d nd pf d y nd nd pf d w D nd

Pseudoponera gilberti pf r y nd nd f c z d nd pf d z D nd PROGRAMA ANAFAU: (1) Método de Laroca e Mielke (1975); (2) método de Sakagami e Laroca (1967). D: Dominância - (sd) super dominante; (d) dominante; (nd) não dominante. A: Abundância - (sa) super abundante; (ma) muito abundante; (a) abundante; (c) comum; (d) dispersa; (r) rara. F: Frequência: (sf) super frequente; (mf) muito frequente; (f) frequente; (pf) pouco frequente. C: Constância - (w) constante; (y) acessória; (z) acidental