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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE ENGENHARIA FLORESTAL Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais e Ambientais DIVERSIDADE DE FORMIGAS (HYMENOPTERA: FORMICIDAE) EM UM FRAGMENTO FLORESTAL URBANO EM CUIABÁ, MT MARIA TERESA CAMPOS CARVALHO CUIABÁ MT 2017

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

FACULDADE DE ENGENHARIA FLORESTAL

Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais e Ambientais

DIVERSIDADE DE FORMIGAS (HYMENOPTERA:

FORMICIDAE) EM UM FRAGMENTO FLORESTAL

URBANO EM CUIABÁ, MT

MARIA TERESA CAMPOS CARVALHO

CUIABÁ – MT

2017

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MARIA TERESA CAMPOS CARVALHO

DIVERSIDADE DE FORMIGAS (HYMENOPTERA:

FORMICIDAE) EM UM FRAGMENTO FLORESTAL

URBANO EM CUIABÁ, MT

Orientador: Prof. Dr. Alberto Dorval

Dissertação apresentada à Faculdade de

Engenharia Florestal da Universidade Federal

de Mato Grosso, como parte das exigências do

Curso de Pós-Graduação em Ciências

Florestais e Ambientais, para obtenção do título

de mestre.

CUIABÁ – MT

2017

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AGRADECIMENTOS

Ao meu pai do céu, pela infinita misericórdia, insistência, paciência, amor

e amparo nas horas mais difíceis.

Ao orientador Alberto Dorval pela orientação e persistência.

À todo corpo docente do Programa de Pós Graduação em Ciências

Florestais e Ambientais, pela contribuição cientifica.

Ao Dr. Jacques Delabie, pela identificação das espécies e toda a equipe,

pela receptividade.

À minha mãe pelo suporte, em todos os aspectos.

À minha irmã Natalia Carvalho, pelo grande esforço em colaborar com o

silêncio.

Ao meu pai, pelo apoio financeiro na última fase.

Agradecimento especial à todas os amigos que me ajudaram nas coletas,

a saber, Takashi Tanaka, Diego Groselha, Jefferson Moura, Robson

Batista, Frederico, Josan Gomes, Mayara Soares e Daniela Fernandes da

Paz. Aos voluntários Marcelo Lara e Livia Xaxier.

Ao Frank Cabral pela paciência, amor, palavras de incentivo, ajuda com

as planilhas e coletas também.

Às minhas chefes Loyce da Cunha e Lucilene Rodrigues, pelo incentivo.

Aos amigos, cada um a seu modo, que fizeram sua contribuição.

Aos que compartilharam conhecimento e foram muito importantes em

diversos aspectos, especialmente Lilian Fávare, Frederico Diniz, Josamar

Gomes, Marcelo Dias e Sr. Manoel Lauro.

Muito obrigada a todos!

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SUMÁRIO

Pág.

RESUMO .................................................................................................... i

ABSTRACT.................................................................................................ii

1 INTRODUÇÃO ................................................................................... 1

2 REVISÃO DE LITERATURA .............................................................. 3

2.1 FORMICÍDEOS .................................................................................... 3

2.2 FRAGMENTAÇÃO FLORESTAL ......................................................... 4

2.2.1 Fragmentos Florestais Urbanos ........................................................ 6

2.2.2 Efeitos Da Fragmentação Sobre As Formigas .................................. 7

3 MATERIAL E MÉTODOS ..................................................................... 10

3.1 ÁREA DE ESTUDO ............................................................................ 10

3.2 COLETA DE DADOS........................................................................ 132

3.3 ANÁLISE DOS DADOS .................................................................... 143

3.3.1 Análises Estatísticas ..................................................................... 143

3.3.2 Análises Faunísticas ..................................................................... 144

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO .......................................................... 199

4.1.ANÁLISE QUALITATIVA E QUANTITATIVA .................................... 199

4.2.SAZONALIDADE NA DIVERSIDADE DE FORMIGAS ..................... 299

4.3 ANÁLISE FAUNÍSTICA .................................................................... 377

4.4 ÍNDICE DE DIVERSIDADE .............................................................. 422

4.5 ÍNDICE DE SIMILARIDADE DE SORONSEN .................................... 44

4.6 CURVA DE ACUMULAÇÃO DE ESPÉCIES ...................................... 45

4.7. ANÁLISES ESTATÍSTICAS .............................................................. 46

5 CONCLUSÕES ..................................................................................... 48

6 REFERENCIAS .................................................................................... 49

7 ANEXOS ................................................ Erro! Indicador não definido.6

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LISTA DE TABELAS

Página

1 - ESPÉCIES DE FORMIGAS DE ACORDO COM O HÁBITO ALIMENTAR, AMOSTRADAS, EM TRÊS AMBIENTES DE UM FRAGMENTO FLORESTAL URBANO, NO MUNICÍPIO DE CUIABÁ -MT, 2016......................................................................................... 21

2 - RELAÇÃO DAS ESPÉCIES E DE NÚMEROS (I) DE FORMIGAS COLETADAS NOS TRÊS AMBIENTES, EM UM FRAGMENTO FLORESTAL URBANO, NO MUNICÍPIO DE CUIABÁ -MT, 2016......................................... Erro! Indicador não definido.6

3 - RELAÇÃO DAS SUBFAMÍLIAS E PORCENTAGEM DO NÚMEROS (I) DE INDIVÍDUOS POR ESPÉCIES, AMOSTRADOS, PERÍODO SECO, EM TRÊS AMBIENTES, EM UM FRAGMENTO FLORESTAL URBANO, NO MUNICÍPIO DE CUIABÁ -MT, 2016. . 31

4 - RELAÇÃO DAS SUBFAMÍLIAS E PORCENTAGEM DO NÚMEROS (I) DE INDIVÍDUOS POR ESPÉCIES, AMOSTRADOS, PERÍODO DE CHUVA, EM TRÊS AMBIENTES, EM UM FRAGMENTO FLORESTAL URBANO, NO MUNICÍPIO DE CUIABÁ -MT, 2016. ....................................................................................... 35

5 - ESPÉCIES DE FORMIGAS MAIS REPRESENTATIVAS NA ANÁLISE FAUNÍSTICA NO AMBIENTE DE NATIVO, NO PERÍODO DE 6 MESES (A), SECO (B), CHUVA (C), DENTRO DE UM FRAGMENTO FLORESTAL URBANO, NO MUNICÍPIO DE CUIABÁ -MT, 2016 ....................................................................................... 38

6 - ESPÉCIES DE FORMIGAS MAIS REPRESENTATIVAS NA ANÁLISE FAUNÍSTICA NO AMBIENTE DE TRANSIÇÃO, NO PERÍODO DE 6 MESES (A), SECO (B), CHUVA (C), DENTRO DE UM FRAGMENTO FLORESTAL URBANO, NO MUNICÍPIO DE CUIABÁ -MT, 2016. ........................................................................ 40

7 - ESPÉCIES DE FORMIGAS MAIS REPRESENTATIVAS NA ANÁLISE FAUNÍSTICA NO AMBIENTE ANTROPIZADO, NO PERÍODO TOTAL (A), SECO (B), CHUVA (C), DE UM FRAGMENTO FLORESTAL URBANO, NO MUNICÍPIO DE CUIABÁ -MT, 2016. ....................................................................................... 42

8 - ÍNDICE DE DIVERSIDADE DE ACORDO COM A SÉRIE DE NÚMEROS DE HILL E EQUITATIVIDADE DAS ESPÉCIES DE FORMIGAS AMOSTRADOS EM TRÊS AMBIENTES DE UM FRAGMENTO FLORESTAL URBANO, NO MUNICÍPIO DE CUIABÁ- MT, 2016. ......................................................................................... 43

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9 - SIMILARIDADES ENTRE TRÊS AMBIENTES DE UM FRAGMENTO FLORESTAL URBANO, NO PERÍODO TOTAL (A), SECO (B), CHUVA (C), NO MUNICÍPIO DE CUIABÁ- MT, 2016. ... 44

10 - TESTE DE MÉDIAS PARA NÚMEROS DE ESPÉCIES COLETADAS EM UM FRAGMENTO FLORESTAL URBANO, NO PERÍODO DE ESTIAGEM E CHUVA NO MUNICÍPIO DE CUIABÁ- MT, 2016. ......................................................................................... 46

11 - TESTE DE MÉDIAS PARA NÚMEROS DE INDIVÍDUOS COLETADOS NO PERÍODO DE ESTIAGEM E CHUVA, EM TRÊS AMBIENTES DE UM FRAGMENTO FLORESTAL URBANO, NO MUNICÍPIO DE CUIABÁ- MT, 2016. .............................................. 47

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LISTA DE FIGURAS

Página

1 - ÁREA DE ESTUDO COM AS DEMARCAÇÕES DOS TRÊS AMBIENTES (A) ANTROPIZADO; (T) TRANSIÇÃO; (C) NATIVO, NO MUNICÍPIO DE CUIABÁ-MT, 2016 (GOOGLE EARTH, 01/05/2016) ...................................................................................... 10

2 - AMBIENTE NATIVO (C), TRANSIÇÃO (T) E ANTROPIZADO (A) DO FRAGMENTO FLORESTAL URBANO NO MUNICÍPIO DE CUIABÁ- MT, 2016.......................................................................................12

3 - INDIVÍDUOS COLETADOS EM TRÊS AMBIENTES. NATIVO, TRANSIÇÃO E ANTROPIZADO NO MUNICÍPIO DE CUIABÁ-MT, 2016 ................................................................................................. 19

4 - DISTRIBUIÇÃO DOS INDIVÍDUOS POR SUBFAMILIA, COLETADOS EM UM FRAGMENTO FLORESTAL EM TRÊS AMBIENTES. NATIVO, TRANSIÇÃO E ANTROPIZADO NO MUNICÍPIO DE CUIABÁ-MT, 2016. ................................................ 20

5 - CURVA DE ACUMULAÇÃO DE ESPÉCIES DE FORMIGAS EM TRÊS AMBIENTES FLORESTAIS URBANOS AMOSTRADOS COM ARMADILHAS PITFALL, NO MUNICÍPIO DE CUIABÁ -MT, 2016. ................................................................................................ 46

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RESUMO

CARVALHO, M. T. C. Diversidade de formigas (Hymenoptera: Formicidae) em um fragmento florestal urbano em Cuiabá- MT. 2017. Dissertação (Mestrado em Ciências Florestais e Ambientais) – Universidade Federal de Mato Grosso, Cuiabá - MT. Orientador: Prof. Dr. Alberto Dorval. Neste trabalho realizou-se o estudo da diversidade de formigas, em um fragmento florestal urbano no município de Cuiabá, MT, próximo ao Parque Estadual Mãe Bonifácia, nos períodos de fevereiro a abril, correspondendo ao período de chuva e julho a setembro ao período de seca, cujo objetivo foi identificar a diversidade de formigas nativas, de acordo com níveis de antropização do fragmento. Foram amostrados os ambientes: A1) Cerrado nativo; A2) Cerrado Antropizado; A3) Zona de Transição. Em cada ambiente utilizou-se 15 armadilhas “pitfall” distribuídas em um transecto, equidistantes 20 metros entre si, para coleta de formigas em um período de sete dias. Os indivíduos coletados foram triados e identificados taxonomicamente a nível de gênero e de espécie. Foram utilizados para análise, Teste de Tukey, análises faunísticas, Índices de Diversidade, Equitatividade, Similaridade e Curva de Acumulação de Espécies. As análises de variância para número de espécies coletadas, demonstraram que não ocorreu diferença estatística significativa, entre os ambientes de transição e antropizado, enquanto que para número de indivíduos, houve diferença significativa entre nativo e antropizado no período seco. As analises faunísticas indicaram a ocorrência de cinco subfamílias, sendo Myrmicinae e Formicinae, as mais representativas em quantidade de espécies, independente do ambiente e períodos analisados. As espécies Solenopsis sp., Solenopsis invicta, Atta sexdens, Labidus praedator, Pheidole jelskii e Pheidole obscurithorax, foram as mais importantes na também na análise faunística, devido as classificações máximas obtidos nos itens que compõe o índice. Quanto ao Índice de Soronsen, o ambiente de transição e antropizado foram similares entre si, independente do período analisado. Palavras-chave: mirmecofauna, abundância, riqueza, serapilheira.

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ABSTRACT

CARVALHO, M. T. C. Diversity of ants (Hymenoptera: Formicidae) an urban forest fragment in Cuiabá- MT. 2017. Dissertation (Master of Forestry and Environmental Sciences) – Federal University of Mato Grosso, Cuiabá – MT, Brazil. Adviser: Prof. Dr. Alberto Dorval. In this work the study of ant diversity was carried out in an urban forest

fragment in the city of Cuiabá, near the Bonapaceta State Park, in the

periods from February to April, corresponding to the rainy season and July

to September to the drought period, whose objective was to identify the

diversity of native ants, according to levels of anthropization of the

fragment. The environments were sampled: A1) Cerrado native; A2) Zone

Anthropized; A3) Transition Zone. In each environment, 15 pitfall traps

distributed in a transect were used, equidistant 20 meters from each other,

to collect ants in a period of seven days. The individuals collected were

taxed and taxonomically identified at the genus and species level. They

were used for analysis, Tukey's test, faunistic analyzes, Diversity Indexes,

Equity, Similarity and Accumulation Curve of Species. The analyzes of

variance for the number of species collected showed that there was no

significant statistical difference between the transition and anthropic

environments, while for the number of individuals, there was a significant

difference between native and anthropized in the dry period. Fauna

analyzes indicated the occurrence of five subfamilies, being Myrmicinae

and Formicinae, the most representative in quantity of species,

independent of the environment and periods analyzed. The species

Solenopsis sp., Solenopsis invicta, Atta sexdens, Labidus praedator,

Pheidole jelskii and Pheidole obscurithorax, were the most important in the

faunistic analysis, due to the maximum classifications obtained in the

items composing the index. Regarding the Soronsen Index, the transition

and anthropized environment were similar among themselves, regardless

of the period analyzed.

Keywords: mirmecofauna, abundance, wealth, litterfall.

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1. INTRODUÇÃO

Os fragmentos florestais representam a expectativa de

manutenção da biodiversidade e continuidade do ecossistema natural,

mesmo após a fragmentação, uma vez que um imenso conjunto de

espécies, de relações, de interações que o constituem, ainda se fazem

presentes nestes ambientes. Além disso, promovem outros benefícios,

como a promoção de conforto térmico, estético e lazer. Logo, conhecer a

biodiversidade e compreender os processos naturais dos fragmentos

florestais são procedimentos essenciais para gerar ferramentas que

promovam a sustentabilidade dos mesmos.

A avaliação da área a ser conservada, ou até mesmo

reabilitada é parte importante no processo de conservação, que

atualmente tem a ciência, com seus inúmeros métodos e ferramentas

capazes de auxiliar nesse processo. Atualmente, existem grupos de

insetos bem estabelecidos, com motivador potencial de indicação de

condições, de qualidade ambiental, ou seja, são capazes de refletir até

mesmo o estado biótico de determinada região, cabendo ao pesquisador,

optar pelo grupo que melhor responda às necessidades elegidas para

avaliação.

Os formicídeos destacam-se por manter importantes relações

ecológicas com plantas e outros insetos, diversidade, fidelidade ecológica,

facilidade de amostragem e identificação taxonômica, capacidade

reprodutiva, uma vez que há múltiplas gerações em curto espaço de

tempo, alta sensibilidade a mudança de temperatura. Ou seja, por

consequência, o conhecimento sobre a comunidade de formigas fornece

o retrato da situação, seja ela permanente ou transitória do ambiente

avaliado, dando informações para inferir sobre nível de conservação ou

degradação do ambiente.

Este trabalho tem por objetivo avaliar a diversidade das

espécies de formigas, considerando os períodos de seca e chuva, que

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ocorrem nos três diferentes ambientes amostrados de um fragmento

florestal urbano no município de Cuiabá-MT.

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2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1. FORMICÍDEOS

As formigas estão presentes em quase todos os ecossistemas

terrestres (FERNÁNDEZ, 2003), representando em torno de 40% da

biomassa (HÖLLDOBLER e WILSON, 1990). Atualmente, Formicidae é

composta por 17 subfamílias, 39 tribos, 334 gêneros, 13.235 espécies e

1.961 subespécies (BOLTON, 2017).

Esse grupo de insetos desempenha importantes funções

ecológicas, visto que são predadoras de diversos artrópodes, de outras

espécies de formigas, além de muito deles serem considerados pragas

agrícolas (FOWLER et al., 1991), exercem papel como dispersoras de

sementes, incorporam matéria orgânica na terra, participam do processo

de aeração do solo (PETERNELLI, 2004; HÖLDOBLLER, 1990).

Os formicídeos são insetos eussociais, caracterizados por

possuir alto grau de organização social, divisão do trabalho, duas

gerações em determinado instante do desenvolvimento colonial, presença

de indivíduos tanto estéreis quanto reprodutivos e cuidado cooperativo

com a prole (WILSON, 1971; HÖLLDOBLER e WILSON, 1990; GORDON,

2002; JAFFE, 2004).

Ainda segundo Holldobler e Wilson (1990), na maioria das

espécies de formigas, o forrageamento e o estabelecimento da colônia é

restrito a um determinado tipo de micro-habitat, logo, as características

individuais das espécies são influenciadas principalmente pelas variações

na temperatura, umidade e disponibilidade de recurso.

O hábito alimentar das formigas é diversificado, atuando de

forma facilitadora para que estas explorem a maioria dos ecossistemas

terrestres, podendo agir como predadoras, detritívoras, granívoras,

necrófagas e herbívoras (JAFFE, 2004). Há formigas que se alimentam

de exsudatos de nectários florais e extraflorais, fungos, “honeydew” (fluído

de mel) de pulgões, cochonilhas e cigarrinhas (DELABIE et al., 2003;

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FERNÁNDEZ, 2003DEL VAL e DIZO, 2004), sementes (GORDON, 2002),

além de outros grupos que são predadores, ou onívoros (FOWLER et al.,

1991).

De acordo com Fernández e Sharkey (2006), a dieta alimentar

classifica-se em gêneros, tendo caçadora generalista (Hypoponera,

Pachycondyla), onívoras (Ectatomma, Camponotus, Paratrechina),

dependentes de produtos vegetais (Azteca, Pseudomyrmex, Solenopsis),

mirmecófagas (Simopelta), caçadora nômade (Ectatomma), fungívoras

(Atta), oófagas (Proceratium) ou que criam “homópteros” para se

alimentar de suas excreções (Camponotus, Acropyga) e a busca pelo

alimento e o transporte pode ocorrer tanto em grupos pequenos como por

uma única forrageadora, a depender da espécie.

Uma vez que os formicídeos apresentam características como,

facilidade na amostragem, alta abundância, ampla distribuição,

importância no funcionamento dos ecossistemas, além de serem

sensíveis às mudanças ambientais e taxonomia relativamente bem

conhecida, tornam-se cada vez mais sugeridas como indicadoras dos

estados de degradação ou conservação de uma área (AGOSTI et al.,

2000). Portanto, estudá-las, fornece o retrato da situação seja ela

permanente ou transitória do ambiente avaliado, dando informações para

inferir sobre nível de antropização do fragmento florestal, inclusive,

inferência essa que pode ser sugerida, analisando-se, por exemplo,

hábito alimentar, sitios de nidificação das espécies encontradas nos

diferentes ambientes.

2.2. FRAGMENTAÇÃO FLORESTAL

A fragmentação em seu sentido literal significa, ato ou efeito de

desagregação; divisão; ação de fragmentar, quebrar, reduzir a

fragmentos, a pequenos pedaços. No contexto ambiental a fragmentação

é um processo onde um habitat contínuo é dividido em manchas, mais ou

menos isolados (GORMAN e KARR, 1978).

A formação desses habitats advém de duas formas distintas; a

primeira forma é a natural, que seria o surgimento determinado pelos

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fatores como: flutuação climática, heterogeneidade de solos, topografia,

processos de sedimentação e processos hidrogeológicos, que isolados ou

combinados causaria o isolamento de populações, podendo acarretar a

diferenciação e especiação. Um processo que geralmente ocorre em

períodos mais longos, comparados a outra forma de fragmentação

(LAURENCE, 2008; BRASIL, 2003). Diferente é o surgimento de habitats

fragmentados em decorrência de causas antrópicas. Muitas são as

possibilidades que fomentam essa eclosão, todos com destaque e

relevância, tais como o avanço da agricultura, pecuária, extrativismo

vegetal e processos migratórios, de adensamento populacional, dentre

outros (BRASIL, 2003).

De acordo com Primack e Rodrigues (2002), a fragmentação

de uma floresta promove drástica redução, na diversidade biótica local, na

alteração do tamanho, na dinâmica das populações, composição, nas

interações tróficas e nos processos ecossistêmicos. Segundo Laurence e

Vasconcelos (2009), imediatamente, através dos efeitos de perda de

área, ou ao longo prazo, através dos efeitos de isolamento, consequência

direta e inevitável, que potencialmente tendem a serem mais abruptos nos

fragmentos de menor tamanho.

Assim, constata-se que, diferentes respostas à fauna e flora

refletem quando uma matriz florestal é exposta a efeitos e condições

consequentes de uma fragmentação. Há exemplos na literatura de

relação legítima e estreita destes, relacionados com fenômenos

biológicos, tal como deriva genética, e as alterações nas interações dos

organismos do local (VIANA e PINHEIRO, 1998).

Segundo Viana et al. (1992) fatores físicos como, forma do

fragmento; vizinhança; tamanho, grau de isolamento e histórico de

perturbações do fragmento florestal, quando se objetiva a conservação do

ecossistema existente, devem ser considerados, justamente pela

capacidade dessas variáveis promoverem alterações em toda dinâmica

do meio.

Portanto, um conjunto de fatores e fenômenos incidem de

forma direta e indireta na manutenção ou erradicação de indivíduos de um

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fragmento, na alteração na composição, abundância e riqueza de

espécies e perdas genéticas (SANTIN, 1999; LIMA e ROCHA, 2011).

2.2.1. Fragmentos Florestais Urbanos

São remanescentes de floresta que resistiram ao processo de

urbanização. São vegetações naturais imersas em uma matriz urbana

(MELO et al., 2011). Não é incomum outros autores usarem termos como

“Florestas Urbanas” (BADIRU, 2005); “Remanescentes Florestais

Urbanos” (CARVALHO, 2013), “Ilhas de Diversidade” (GUARIZ et al.,

2011), no entanto essa variação no termo não altera a definição já

acertada para esses ambientes.

A formação dos fragmentos florestais em áreas urbanas

associa-se principalmente, às fortes pressões econômicas, sociais e

políticas, que pouco estimulam o povoamento em áreas rurais, atuando

de maneira oposta, ou seja, aquecendo e estimulando o povoamento de

zonas urbanas. Dessa maneira, o adensamento populacional,

consequentemente povoamento desordenado e ineficiente, dificulta a

manutenção dos resquícios de florestas em meio urbano.

No município de Cuiabá-MT, não foi diferente, a explosão dos

processos migratórios, intensificada a partir da década de 70, despertou a

expansão da cidade em todas as direções. Esse acelerado crescimento,

sem planejamento, fragmentou os espaços naturais, reduzindo

drasticamente a cobertura vegetal (VILANOVA e GUARIM, 2005).

Em geral, os fragmentos florestais urbanos revelam ser áreas

isoladas, reduzidas e que sofrem altas pressões antrópicas (DACANAL et

al., 2010), no entanto, representam o ecossistema original, que reúne

riqueza considerável de indivíduos, pereniza o desenvolvimento das

interações ecológicas entre espécies e a manutenção da vitalidade do

fragmento florestal (MELO et al., 2011).

Segundo Badiru (2005), afora seu evidente potencial na

conservação da biodiversidade em núcleos urbanos, os remanescentes

florestais representam referencial urbanístico de forte cunho social,

econômico e arquitetônico.

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Outros fatores, além destes citados, decorrentes da

fragmentação, podem interferir na vitalidade desses habitats, mas de fato,

a fragmentação e seus efeitos é considerada uma das mais nocivas

fontes, principalmente sobre a fauna não generalista, que dependem da

forma do fragmento, tamanho e grau de perturbação para determinar na

sobrevivência (TERBORGH, 1992), caso contrário, o processo de

diminuição significativa da diversidade faunística origina as “florestas

vazias” (REDFORD, 1992), que impossibilitam o cumprimento de certos

papéis ecológicos, como a dispersão das espécies vegetais zoocóricas e

a polinização realizada por aves, mamíferos, insetos e outros vertebrados

e invertebrados (MELLO et al., 2011).

2.2.2. Efeitos da Fragmentação sobre as Formigas

Segundo Silvestre (2000), algumas formigas ocupam

ambientes extremamente desfavoráveis, como aqueles que foram

alterados de forma antrópica, locais que sofrem inundações periódicas,

falta de oxigênio, locais com longos períodos de exposição à radiação e

produtos químicos.

Nota-se que alguns autores dessa linha de pesquisa,

procuraram desde muito tempo estabelecer os efeitos que a

fragmentação de uma floresta incide sobre as comunidades de

formicídeos, seguindo raciocínio cronológico.

Belshwal e Bolton (1993) concluíram que não houve evidência

de uma diferença significativa na composição da riqueza de espécies,

entre a floresta primária e os habitats agrícolas amostrados,

provavelmente em razão desses três ambientes, apesar das diferenças

acentuadas na composição das espécies de plantas, perfil, grau de

fechamento do dossel, oferece um micro-habitat semelhante.

Vasconcelos (1998) avaliou a resposta das formigas a

diferentes níveis de perturbação antrópica sobre a floresta, foi comparada

a estrutura da comunidade de formigas do solo em quatro habitats que

representava um gradiente de perturbação, associado a diferenças no uso

da terra. Em resposta, níveis mais elevados de perturbação resultaram

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em uma diminuição na riqueza de espécies e no aumento na abundância

de formigas.

King et al. (1998) concluíram que a riqueza de formigas foi alta

nos ambientes sem distúrbios e baixa nos ambientes alterados e cita

Santos et al. (1999), justificando que as comunidades de formigas são

altamente instáveis quando submetidas a alterações ambientais.

Carvalho e Vasconcelos (1999) não identificaram mudanças

consistentes na riqueza de espécies relacionadas ao tamanho da área

dos fragmentos, porém, observaram uma fauna empobrecida nas

proximidades à borda, por estas áreas sofrerem as influências físicas e

bióticas como luz, microclima e temperatura.

Vasconcelos e Delabie (2000) sustentam que a fragmentação

florestal não afeta significativamente a riqueza de espécies de formigas,

mas, afeta a composição de espécies, com maior tendência de alteração

em fragmentos menores que três hectares.

Em outro estudo, Thomazini e Thomazini (2000) afirmam que,

após a fragmentação depois de certo período de isolamento, ocorre

aumento na riqueza como decorrência muito provável, da invasão de

outras espécies associadas aos habitats modificados, ou melhor dizendo,

as mudanças na estrutura da floresta parecem favorecer as espécies

associadas a ambientes perturbados em detrimento das espécies típicas

do interior da floresta (VASCONCELOS, 2001).

Santos et al. (2006) explicam que aparentemente a riqueza

local de formigas em fragmentos, está associada a diversidade de

habitats disponíveis localmente e outros fatores que atuariam em escala

local, como a estrutura física e quantidade de serapilheira, onde há

disponibilidade e variedade de recursos alimentares e sítios de

nidificação.

Vasconcelos et al. (2006) constataram duas vezes mais

espécies no fragmento florestal do que na savana e em ambos os

ambientes, foram maiores a ocorrência de espécies no solo do que na

vegetação.

Gomes et al. (2010), avaliando a dinâmica das comunidades de

formigas, verificou que a riqueza de espécies é mais afetada pelo grau de

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conservação da vegetação do que pelo tamanho dos fragmentos

florestais.

Segundo Dátillo et al. (2011), a ação antrópica nos fragmentos

florestais urbanos pode influenciar negativamente a comunidade de

formigas, uma vez que os espécimes coletados são caracterizados por

serem comuns de ambientes perturbados e abertos.

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10

3. MATERIAL E MÉTODOS

3.1. ÁREA DE ESTUDO

O estudo foi realizado em um fragmento florestal urbano, no

município de Cuiabá – Mato Grosso, próximo ao Parque Estadual Mãe

Bonifácia, nas coordenadas 15°34’5.10” S e 56°6’ 27.85”O (Figura 1).

Segundo Maitelli (2005), conforme a classificação de Köppen, o clima de

Cuiabá é do tipo tropical continental, quente e semiúmido, com duas

estações definidas sendo estação chuvosa (primavera e verão) e estação

seca (outono e inverno). O índice pluviométrico anual varia de 1.250 a

1.500 mm e a média anual da umidade relativa do ar é de 69,9 %

(DUARTE, 2003).

FIGURA 1 - ÁREA DE UM FRAGMENTO COM AS DEMARCAÇÕES DOS TRÊS AMBIENTES (A) ANTROPIZADO; (T) TRANSIÇÃO; (C) NATIVO, NO MUNICÍPIO DE CUIABÁ-MT, 2016 (GOOGLE EARTH, 01/05/2016)

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A área total do fragmento é de aproximadamente 116,86 ha e

não possui proteção eficiente ou legalizada, mesmo sendo considerada

Zona de Amortecimento no Plano de Manejo do Parque, segundo a Lei nº.

9.985, de 18 de julho de 2000, define Zona de Amortecimento como “o

entorno de uma UC (Unidade de Conservação), onde as atividades

humanas estão sujeitas as normas e restrições específicas, com o

propósito de minimizar os impactos negativos sobre a unidade”.

No entanto, o fragmento estudado, é uma área excessivamente

subdividida e desmembrada mesmo que ainda não fisicamente, que

reúne muitos proprietários de acordo com os registros na Prefeitura do

município, consolidando a possibilidade de futuras fragmentações no

cenário.

Inserida em uma matriz, cuja fitofisionomia é de cerrado stricto

senso, esta formação é estabelecida, principalmente pela presença de

árvores baixas, inclinadas e tortuosas, muitos arbustos que exibem

órgãos subterrâneos desenvolvidos, que toleram a emissão de novos

ramos aéreos, após queima ou corte e as herbáceas são dominadas por

inúmeros gêneros de gramíneas (RIBEIRO et al., 1998).

Para realizar o levantamento da diversidade de formigas nesta

área, foram selecionados e amostrados os seguintes ambientes: 1 (C).

Ambiente nativo (Nativo); 2 (T) =Ambiente de Transição (menos

antropizado); 3 (A). Ambiente antropizado (borda do fragmento) (Figura 2)

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FIGURA 2 - AMBIENTE NATIVO (C), TRANSIÇÃO (T) E ANTROPIZADO (A) DO FRAGMENTO FLORESTAL URBANO NO MUNICÍPIO DE CUIABÁ- MT, 2016.

Para subclassificação do ambiente, em ambiente antropizado,

ambiente de transição e nativo, observou-se o nível de impacto antrópico,

promovido pelas atividades da matriz não florestada sobre o fragmento

florestal urbano, estabelecendo um gradiente de degradação, sendo:

Ambiente 1 (C) – Coordenadas: 15° 34’ 08.78” S - 56°

06’36.83” O. Área nativa, vigente no interior do fragmento florestal, com

estrutura de vegetação mais densa, árvores com média de 7m a 15m de

altura, em bom estado de conservação. Estrato superior mais fechado,

causando maior sombreamento no sub-bosque. Solo inteiramente coberto

por serapilheira e visível ausência de antropização;

Ambiente 2 (T) – Coordenadas: 15° 34’ 07.30” S - 56°

06’26.80” O. Área de Transição, indivíduos arbóreos com pouco menos

de 6 m de altura, cuja distribuição dá-se de forma mais espaçada. Copas

menos densas, que consequentemente não promovem sombreamento.

Ocorrência de vegetação em regeneração natural, nos estágios iniciais.

Com vestígios de presença humana (restos de alimentos,

eletrodomésticos descartados).

Ambiente 3 (A) – Coordenadas: 15° 34’ 07.27” S - 56°

06’24.33” O. Área de borda. Faixa externa do fragmento florestal,

ambiente em grau superior de vestígios de presença humana, de

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alterações na paisagem. Pouca ocorrência de indivíduos arbóreos e maior

preeminência de gramíneas e vegetação nos estágios iniciais.

3.2. COLETA DE DADOS

Foram utilizadas armadilhas do tipo “Pitfall” composto por

recipientes de plásticos de 15 cm de altura e orifício de entrada 2,5 cm de

diâmetro, preenchido com água, detergente neutro e sal, enterradas com

suas bordas estando ao nível do solo (AQUINO, 2006). As armadilhas

foram cobertas com pratos plásticos de 15 cm de diâmetro, com altura

suficiente para permitir a captura das formigas e minimizar a entrada de

água das chuvas e restos vegetais.

Dentro de cada ambiente, foi utilizado 15 armadilhas, dispostas

em um transecto de 300m, cujo intervalo entre armadilhas foi de 20m,

permanecendo no campo, por sete dias/mês.

As coletas ocorreram por um período de seis meses, sendo

três meses (fevereiro a abril de 2016), correspondendo ao período

chuvoso e três meses (julho a setembro de 2016), correspondendo ao

período seco.

A cada coleta, o material entomológico foi transportado para o

Laboratório de Proteção Florestal, LAPROFLOR, da Faculdade de

Engenharia Florestal, da Universidade Federal de Mato Grosso, onde

foram triadas e realizado contagem dos espécimes coletados, após, estes

foram armazenados e etiquetados com o código do local, data e

posteriormente acondicionados em recipientes com álcool 70%,

aguardando etapa de identificação.

A identificação taxonômica foi realizada pelo Dr. Jacques

Hubert C. Delabie – Laboratório de Mirmecologia do Centro de Pesquisa

do Cacau (CEPEC) da Comissão Executiva do Plano da Lavoura

Cacaueira (CEPLAC), Ilhéus/ BA.

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3.3. ANÁLISE DOS DADOS

3.3.1. Análises Estatísticas

O delineamento aplicado neste trabalho foi inteiramente

casualizado, com 3 tratamentos e 15 repetições, sendo abordado: número

de espécies e indivíduos, da qual esta última foi transformado pela

fórmula “Log (x+1)” atendendo assim a normalidade de erros e

homogeneidade das variâncias.

Os dados foram submetidos ao cálculo da Variância (ANOVA)

onde, as médias do número de indivíduos e o número de espécies foram

comparadas pelo Teste de Tukey a 5% de probabilidade pelo programa

ASSISTAT 7.7.

3.3.2. Análises Faunísticas

Os índices de frequência, abundância, dominância e

constância para cada comunidade foi calculado com base no programa

ANAFAU, desenvolvido pelo Setor de Entomologia da ESALQ/USP.

3.3.2.1. Índice de constância

Obteve-se através da porcentagem de ocorrência das espécies

presentes no levantamento efetuado (Silveira Neto et al., 1976), calculada

pela fórmula:

C (%) P

N

.100, (1)

Em que:

C: constância;

P: quantidade de coletas, em que a espécie foi capturada;

N: quantidade total de coletas efetuadas.

As espécies foram distribuídas em categorias, conforme

classificação de Bodenheimer (1955):

- Espécies constantes (W): presentes em mais de 50% das coletas;

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15

- Espécies acessórias (Y): presentes de 25 a 50% das coletas;

- Espécies acidentais (Z): presentes em menos de 25% das coletas.

3.3.2.2. Índice de Dominância

É a ação exercida pelos organismos dominantes e consiste na

capacidade da espécie em dominar e modificar, em benefício próprio, o

ambiente, podendo deslocar e extinguir localmente outras espécies. Foi

determinada através da soma dos indivíduos coletados durante o

levantamento e analisados pelo método de Laroca e Mielke (1975),

utilizando-se as equações:

Limite superior (LS)

n F

n n F1 0

2 1 0

100.

., (2)

Em que:

- n1: 2(K +1);

- n2: 2(N - K + 1)

Limite inferior (LI) 100

.

.1

012

01

Fnn

Fn , (3)

Em que:

- N1: 2(N - K + 1);

- N2: 2(K + 1).

- N: número total de indivíduos capturados;

- K: número de indivíduos de cada espécie;

- Fo: valor obtido da tabela de distribuição de F ao nível de 5% de

probabilidade.

- Considerar-se-ão espécies dominantes aquelas cujo valor do LI for

maior que S, calculado para o valor de K = 0.

3.3.2.3. Índice de Frequência

Foi obtido calculando-se a percentagem de indivíduos de cada

espécie em relação ao total de indivíduos capturados em cada ambiente,

conforme Silveira Neto et al., (1976):

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IF (%) = N

T100 (4)

Em que:

- IF: índice de frequência (%);

- N: número de indivíduos de cada espécie coletada;

- T: número total de indivíduos capturados

3.3.2.4. Índice de Abundância

Para o cálculo deste índice, foi utilizado medida de dispersão

(SILVEIRA NETO et al., 1976), determinando-se o intervalo de confiança

(IC) e o teste “t” a 5% e a 1% de probabilidade. Para se estimar a

abundância das espécies, foram consideradas as seguintes classes:

-rara (r): número de indivíduos menor do que o limite inferior

do IC a 1% de probabilidade;

- dispersa (e): número de indivíduos situado entre os limites

inferiores do IC a 5% e 1% de probabilidade;

- comum (c): número de indivíduos situado dentro do IC a 5%

de probabilidade;

- abundante (a): número de indivíduos situado entre os limites

superiores de IC a 5% e 1% de probabilidade;

- muito abundante (m): número de indivíduos maior do que o

limite superior do IC a 1% de probabilidade.

3.3.2.5. Índice de Riqueza

Foi calculado o índice de Riqueza de Margaleff que demostra a

riqueza de espécies existentes dentro de cada área e expressa a

diversidade de espécies, ou seja, refere-se à abundância de uma

determinada área geográfica, região ou comunidade (RODRIGUES et al.,

2004).

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3.3.2.6. Índice de Diversidade

A diversidade foi determinada pelo índice de Shannon-Wiener,

que reflete dois atributos básicos da comunidade, tais como, o número de

espécies e a equitatividade, que é a distribuição dos indivíduos dentro das

populações. Foi calculado para cada comunidade, mostrando a relação

existente entre o número de espécies e de indivíduos e comparando-as

entre si.

Conforme Ludwig e Reynolds (1988), os números de

diversidade de Hill (N0, N1 e N2) são recomendados para medir a

diversidade de espécies, por serem mais interpretativos que outros

índices de diversidade e terem a vantagem de sua unidade de medida ser

dada em espécie. A equação utilizada foi a de Hill (1973), citado por

Ludwig e Reynolds (1988):

NA = ( )pi

i

S

1 1/(1-A) ,

(5)

Em que:

- pi: proporção de indivíduos da i-enésima espécie;

- A: pode ser igual a 0, 1 e 2;

- A = 0 N0 S, sendo S: o número total de espécies.

- *A = 1 N1= eH', sendo H' o índice de Shannon, que transformado

fornece o número de espécies abundantes:

H'= - i

S

1 ( pi ln pi), (6)

Em que:

*A2 N2 = 1/λ (7)

O índice de Simpson (λ) dá mais peso a espécies muito

abundantes do que a espécies raras. Portanto, da sua transformação

obtém-se o número de espécies muito abundantes:

S

i NN

nini

1 )1(

1

, (8)

Em que:

S: número total de espécies consideradas;

N: número total de indivíduos da população;

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- Ni: número de indivíduos em cada uma das i-ésimas espécies.

3.3.2.7. Índice de Equitatividade

O índice de equitatividade (E) foi obtido por meio da relação

entre N2 e N1, conhecida como Razão de Hill modificada, conforme a

fórmula:

E= (N2 – 1)/(N1- 1), (9)

Em que:

E= equitatividade;

N1= número 1 de diversidade de Hill;

N2= número 2 da diversidade de Hill.

3.3.2.8. Índice de Sorenson

É um índice qualitativo e geralmente é empregado para estimar

a semelhança em termos de espécies entre amostras sucessivas

coletadas em diferentes ecossistemas ou ao longo de um gradiente

ambiental.

Cs=2c ÷ a+b (10)

Onde:

a= número de espécies presentes na amostra a;

b= número de espécies presentes na amostra b;

c= número de espécies comuns ás amostras a e b.

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4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1. ANÁLISE QUALITATIVA E QUANTITATIVA

Quantitativamente nos três ambientes foram coletados 19.217

indivíduos, sendo o ambiente transição (T) com 8.792 (45,75%) o mais

expressivo (Figura 3).

FIGURA 3 – QUANTIDADE DE INDIVÍDUOS COLETADOS EM TRÊS

AMBIENTES DE UM FRAGEMNTO FLORESTAL URBANO. NATIVO, TRANSIÇÃO E ANTROPIZADO NO MUNICÍPIO DE CUIABÁ-MT, 2016.

Foram registradas a ocorrência de 5 subfamílias, tendo

Myrmicinae com 14 (39%) e Formicinae 11 espécies (30%), como as mais

diversificadas. Dolichoderinae 5 espécies (14%), seguido de Ponerinae

também com 5 (14%) e Dorylinae 1 (3%). A subfamília Myrmicinae foi a

mais abundante em número de indivíduos coletados (FIGURA 4).

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FIGURA 4 - DISTRIBUIÇÃO DOS INDIVÍDUOS POR SUBFAMILIA, COLETADOS EM UM FRAGMENTO FLORESTAL EM TRÊS AMBIENTES. NATIVO, TRANSIÇÃO E ANTROPIZADO NO MUNICÍPIO DE CUIABÁ-MT, 2016.

Quanto ao hábito alimentar, dentre as 36 espécies registradas,

20 (55,56%) são onívoras, 12 (33,33%) predadoras, três (8,33%)

cultivadoras de fungo e uma (2,78%) granívora (Tabela 1). Em

Dolichoderinae todas as espécies amostradas são onívoras, em Ponerine

todas as espécies são predadores, enquanto em Formicinae, os hábitos

alimentares predominantes foram onívoro e predador. Myrmicinae foi

bastante heterogêneo em relação a preferência alimentar, com dez

espécies onívoras, duas cultivadoras de fungos, uma granívora e uma

predadora.

Analisando o hábito alimentar das espécies por ambiente

amostrado, no nativo, 13 (54,17%) espécies foram onívoras,

nove(37,50%) predadoras e duas(8,33%) cultivadoras de fungo. Na área

de transição, 15 (53,57%) foram onívoras, dez (35,71%) predadoras, duas

(7,14%) cultivadora de fungo e uma (3,57%) granívora, enquanto no

ambiente antropizado ocorreu 13 (50%) espécies onívoras, dez (38,46%)

predadoras, duas (7,67%) cultivadora de fungo e uma (3,85%) granívora

(TABELA 1). Golias (2008) associou a ocorrência de espécies predadoras

onde há grande quantidade de serapilheira, justificando que esses nichos

são ambientes de hiperdiversidade.

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TABELA 1 – ESPÉCIES DE FORMIGAS DE ACORDO COM O HÁBITO ALIMENTAR, AMOSTRADAS, EM UM FRAGMENTO FLORESTAL URBANO, NO MUNICÍPIO DE CUIABÁ- MT, 2016.

Subfamília/Espécies Ambientes Hábito Alimentar

Dolichoderinae

Dorymyrmex bicolor T,A Onívora

Dorymyrmex brunneus A Onívora

Dorymyrmex sp.1 C,T Onívora

Forelius brasiliensis T Onívora

Gracilidris pombero T,A Onívora

Dorylinae

Labidus praedator T Predador

Formicinae

Brachymyrmex admotus C,T,A Predador

Brachymyrmex heeri C,T,A Predador

Brachymyrmex sp.1 C,A Predador

Brachymyrmex sp.2 C,T,A Predador

Camponotus crassus C,T,A Onívora

Camponotus fustigatus C,T,A Onívora

Camponotus myrmaphaenus T,A Onívora

Camponotus melanoticus C,T,A Onívora

Camponotus rufipes C,T,A Onívora

Camponotus tanaemyrmex T Onívora

Camponotus vittatus C,T,A Onívora

Myrmicinae

Atta sexdens C,T,A Cultivadora de fungo

Blepharidatta conops T Cultivadora de fungo

Crematogaster victima C,T,A Onívoras

Cyphomyrmex prox. Lectus C,A Cultivadora de fungo

Pheidole fimbriata C Onívora

Pheidole jelskii C,T,A Onívora

Pheidole obscurithorax C,T,A Onívora

Pheidole grupo falax sp.1 C Onívora

Pheidole radoszkowskii C Onívora

Pogonomyrmex abdominalis T,A Granívora

Pseudomyrmex termitarius T Predador

Solenopsis invicta A Onívora

Solenopsis sp.2 C,T,A Onívora

Wasmannia auropunctata C,T,A Predador

Ponerinae

Ectatomma brunneum C,T,A Predador

Ectatomma permagnum C,T,A Predador

Odontomachus bauri C,T,A Predador

Odontomachus brunneus T,A Predador

Pachycondyla harpax C,A Predador

Dentre as 36 espécies coletadas, 17 foram comuns aos três

ambientes amostrados, três ocorreram somente na vegetação do nativo,

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cinco foram exclusivas da área de transição e duas ocorreram somente

na área antropizada (Tabela 1).

Dentre as 14 espécies coletadas de Myrmicinae, três foram

exclusivas do ambiente nativo, Pheidole grupo falax sp.1, Pheidole

radoszkowskii e Pheidole fimbriata. Segundo Marinho et al (2002),

espera-se a ocorrência de P. grupo falax em ambiente nativo, uma vez

que são espécies que podem de fato ser originárias do cerrado. De

acordo com Alves (2007) a diversidade elevada de Pheidole numa área é

um indicativo de área conservada o que confere relevância.

No ambiente de transição cinco espécies foram exclusivas,

Pseudomyrmex termitarius, Blepharidatta conops (Myrmicinae),

Camponotus Tanaemyrmex (Formicinae), Forelius brasiliensis

(Dolichoderinae) e Labidus praedator (Dorylinae) (Tabela 1). De acordo

com Quinet et al. (2009), L. praedator, caracterizam-se por serem

populações oportunistas e generalistas em relação à nidificação, mas, são

mais restritivas no hábito alimentar, pois são predadoras (Tabela 1).

As espécies Dorymyrmex brunneum e Solenopsis invicta

ocorreram somente no ambiente antropizado (Tabela 1). Dorymyrmex é

um gênero de formiga onívora generalista, encontrado exclusivamente

nas Américas (FERNÁNDEZ, 2003).

Dentre as subfamílias, Myrmicinae com 14 espécies e

Formicinae com 11, foram as que apresentaram maiores quantidades de

espécies comuns aos ambientes estudados (Tabela 1).

A ocorrência de alta diversidade de espécies de Myrmicinae,

justifica-se por ser numericamente a maior e mais diversificada subfamília

de formigas na região Neotropical, caracterizando-se por ser um dos

grupos de formigas mais abundante, com facilidade de adaptação a

diferentes nichos ecológicos, além de várias espécies apresentarem um

alto grau de complexidade social (BRANDÃO e CANCELLO, 1999;

FERNÁNDEZ, 2003). Neste trabalho, as espécies que representam esta

subfamília são, Atta sexdens, Crematogaster victima, Cyphomyrmex prox.

Lectus, Pheidole fimbriata, Pheidole Jelskii, Pheidole obscurithorax,

Pheidole grupo falax sp.1, Pheidole radoszkowskii, Pogonomyrmex

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abdominalis, Pseudomyrmex termitarius, Solenopsis sp., Solenopsis

invicta e Wasmania auropunctata.

A subfamília Formicinae são representadas pelas espécies,

Brachymyrmex admotus, Brachymyrmex heeri, Brachymyrmex sp.1,

Brachymyrmex sp.2, Camponotus crassus, Camponotus fustigatus,

Camponotus myrmaphaenus, Camponotus melanoticus, Camponotus

rufipes, Camponotus tanaemyrmex e Camponotus vittatus. Segundo

Holldobler e Wilson (1990), essas são espécies cosmopolitas, com

tendência na redução do tamanho e ocupação dos microhabitats, com

várias espécies de hábito generalista e predatório não especializado,

podendo colonizar diferentes ambientes, independentemente do seu

estado de preservação e sim em função da disponibilidade e abundância

de alimento para a colônia. No ambiente de transição, Camponotus

tanaemyrmex, de hábito alimentar onívoro, ocorreu somente neste

ambiente (Tabela 1). A ocorrência de Brachymyrmex sp.1, de hábito

alimentar predatório, nos ambientes nativo e antropizado e C.

myrmaphaenus, também onívoro, com ocorrência comum entre o

ambiente de transição e antropizado, corroboram as afirmações dos

autores acima, de que estas espécies são pouco influenciadas pelo

estado de preservação do local, mas sim pela oferta de alimento.

Formicinae, Myrmicinae e Ponerinae com oito, seis e três

espécies, respectivamente, foram as subfamílias mais representativas em

quantidades de espécies comuns aos três ambientes amostrados (Tabela

1).

Representando Formicinae, B. admotus, B. heeri,

Brachymyrmex sp.2, C. crassus, C. fustigatus, C. melanoticus, C. rufipes,

C. vittatus. A presença do gênero Camponotus, nos três ambientes

amostrados, pode ser em função de estas espécies possuírem hábitos

alimentares menos restritivos ou onívoros (WILSON, 1997) além do

gênero possuir uma ampla distribuição geográfica no mundo, sendo que

várias espécies podem alimentar-se de dieta líquida e manter associação

mutualística com várias espécies de homópteros (FOWLER et al., 1991).

De acordo com Macedo (1994), as espécies deste gênero, têm um grande

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potencial para invasão de novas áreas e de adaptação para interagir com

outros organismos, fortalecendo a capacidade de disseminação destas.

As espécies do gênero Brachymyrmex forrageiam no solo, na

serapilheira e parece sensível às modificações do seu habitat, pois sua

ocorrência naturalmente é elevada em área de cerrado, diminuindo em

áreas antropizadas, como observado em plantio de eucaliptos (SOUZA et.

al., 2015), todavia, mesmo nas áreas antropizadas do fragmento, as

Brachymyrmex ocorreram em número de indivíduos maior que no

ambiente nativo (Tabela 3).

As espécies A. sexdens, C. victima, P. jelskii, P. obscurithorax,

Solenopsis sp. e W. auropunctata, esta última, exclusivamente da região

neotropical, com dez espécies descritas, sendo que seis delas ocorrem no

Brasil. As operárias da W. auropunctata são pequenas e nidificam na

serapilheira. Considerada uma espécie oportunista, com alta capacidade

adaptativa em ambientes alterados (SILVESTRE et al., 2003), a

bioecologia é pouco conhecida (BRADY et.al., 2014), mas, sabe-se que

seu hábito alimentar é predador (Tabela 1) logo, como foi uma espécies

comum aos 3 ambientes, sugere-se que houve oferta de alimento,

independente do gradiente de antropização do fragmento.

Segundo Brady et al. (2014), Solenopsis são formigas

predominantemente de hábitos onívoros, normalmente são formigas de

pequeno porte que ocupam, preferencialmente, o interior da serapilheira,

saindo raramente em busca de alimento (SILVESTRE, 2000).

Justificando sua facilidade em adaptação nos diferentes

ambientes amostrados, Pheidole é um gênero bem diversificado,

basicamente alimentam-se de produtos ricos em proteínas (Bueno e

Campos-Farinha, 1998, 1999). De acordo com Silvestre et al. (2003), as

espécies do gênero Pheidole também caracterizam-se por populações

oportunistas e generalistas em relação à nidificação, pois constroem seus

ninhos em locais como galhos e troncos podres de árvores, no solo, em

montes de matéria orgânica, embaixo de rochas e associado às raízes de

plantas

Vista como formigas de impacto econômico segundo Jaime

(2010), as cortadeiras do gênero Atta, possuem hábito nutritivo específico,

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forrageiam longas distâncias a procura de folhas para alimentar fungos

que, posteriormente, são ingeridos, porém, observa-se neste trabalho

(Tabela 2), mesmo tendo ocorrido nos três ambientes, houve a

preferência por áreas com as características de ambiente nativo, podendo

ser explicado pelo fato dessas áreas ofertarem mais facilmente, os

recursos para alimentação do fungo.

Quanto a Ponerinae, E. brunneum, E. permagnum e O. bauri,

mesmo com poucos indivíduos coletados nos três ambientes amostrados,

houve preferência destes, aos ambientes de transição e antropizado,

embora terem ocorrido nos três ambientes. Jaime (2010) afirma que

Ponerinae habitam florestas secas, com chuvas estacionais, todavia, são

mais frequentes em áreas de floresta úmidas e os ambientes amostrados

com exceção da área nativa, são ambientes mais secos, fato este que

pode ser associado a menor ocorrência de indivíduos dessa subfamília

neste trabalho.

As espécies do gênero Ectatomma têm hábitos generalistas e

oportunistas (BROWN, 1958), são predadoras, que muitas vezes em

resposta à limitação de recursos, operárias especializadas adentram

colônias vizinhas e roubam alimentos coletados por elas (GUENARD e

MCGLYNN, 2013).

De acordo com Brady et al. (2014) Odontomachus é um gênero

de formigas predadoras que ocorre em todas as regiões tropicais e áreas

quentes de regiões temperadas, desde ambientes áridos até as florestas

úmidas, possuindo um mecanismo de fechamento das mandíbulas

exclusivo em Ponerinae, conhecido como ‘mandíbula-armadilha’. Os

autores ainda ressaltam que, o forrageamento é solitário e entre as

principais presas estão artrópodes de corpo mole, especialmente cupins.

Numericamente ocorreu em maior quantidade de indivíduos coletados, no

ambiente de transição, porém em pouco difere ao nível de quantidade de

indivíduos do ambiente antropizado, muito provavelmente devido a esses

ambientes, melhor ofertam recursos alimentares.

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TABELA 2 - RELAÇÃO DAS ESPÉCIES E DE NÚMEROS (I) DE

FORMIGAS COLETADAS NOS TRÊS AMBIENTES, EM UM FRAGMENTO FLORESTAL URBANO, NO MUNICÍPIO DE CUIABÁ- MT, 2016.

Subfamília/Espécie AMBIENTES

Nativo Transição Antropizado

I % I % I %

Dolichoderinae Dorymyrmex bicolor - - 24 0,27 116 1,53 Dorymyrmex brunneus - - - 0,00 101 1,34 Dorymyrmex sp.1 1 0,03 51 0,58 - - Forelius brasiliensis - - 16 0,18 - - Gracilidris pombero - - 24 0,27 1 0,01 Dorylinae Labidus praedator - - 1.959 22,28 - - Formicinae Brachymyrmex admotus 5 0,17 441 5,02 146 1,93 Brachymyrmex heeri 3 0,10 21 0,24 4 0,05 Brachymyrmex sp.1 1 0,03 - - 29 0,38 Brachymyrmex sp.2 1 0,03 50 0,57 30 0,40 Camponotus crassus 246 8,60 112 1,27 28 0,37 Camponotus fustigatus 23 0,80 48 0,55 19 0,25 Camponotus myrmaphaenus - - 29 0,33 2 0,03 Camponotus melanoticus 123 4,30 172 1,96 28 0,37 Camponotus rufipes 56 1,96 59 0,67 10 0,13 Camponotus tanaemyrmex - - 5 0,06 - - Camponotus vittatus 95 3,32 13 0,15 29 0,38 Myrmicinae Atta sexdens 606 21,18 59 0,67 12 0,16 Blepharidatta conops - - 14 0,16 - - Crematogaster victima 70 2,45 19 0,22 48 0,63 Cyphomyrmex prox. Lectus 7 0,24 - - 3 0,04 Pheidole fimbriata 132 4,61 - - - - Pheidole grupo Fallax sp.1 1 0,03 - - - - Pheidole jelskii 171 5,98 22 0,25 176 2,33 Pheidole obscurithorax 175 6,12 187 2,13 170 2,25 Pheidole radoszkowskii 1 0,03 - - - - Pogonomyrmex abdominalis - 12 0,14 23 0,30 Pseudomyrmex termitarius - - 35 0,40 - - Solenopsis invicta - - - - 4.350 57,51 Solenopsis sp. 1091 38,13 5.348 60,83 2.121 28,04 Wasmannia auropunctata 40 1,40 3 0,03 38 0,51 Ponerinae Ectatomma brunneum 2 0,07 16 0,18 28 0,37 Ectatomma permagnum 2 0,07 19 0,22 26 0,34 Odontomachus bauri 8 0,28 22 0,25 18 0,24 Odontomachus brunneus - - 12 0,14 2 0,03 Pachycondyla harpax 1 0,03 - - 6 0,08

Total 2.861 100 8.792 100 7.564 100

As espécies D. bicolor, D. brunneus, Dorymyrmex sp.1, F.

brasiliensis e G. pombero são onívoras (Tabela 1), podendo justificar a

ocorrência nos três ambientes amostrados, mesmo que em menor

número de indivíduos (Tabela 2).

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Constatou-se a ocorrência das espécies D. bicolor, P.

abdominalis, C. myrmaphaenus, G. pombero e O. brunneus que foram

comuns aos ambientes de transição e antropizado (Tabela1). Essas

espécies foram pouco representativas em quantidade de indivíduos

coletados.

E. brunneum é amplamente distribuída na América Latina,

colonizando áreas de mata conservadas até pastagens é uma espécie

predadora generalista (DELABIE et al., 2000), mas também pode se

alimentar em nectário extrafloral (DEL-CLARO et al., 1992), explicando

sua ocorrência no ambiente de transição e antropizado.

As espécies do gênero Gracilidris constituem colônias

pequenas, com hábito de forrageamento predominantemente noturno e

são aparentemente generalistas nidificando no solo de florestas com

vegetação baixa no cerrado (BACCARO et al., 2015), a ocorrência dessa

espécie nesses dois ambientes foi maior no período seco (Tabela 3),

sugerindo que o habito de forrageamento noturno tenha permitido esse

resultado mesmo em período de altas temperaturas.

As espécies do gênero Pogonomyrmex podem ser coletoras de

sementes, predadoras e dominantes em ambientes mais áridos,

explicando a ocorrência destes nos ambientes de transição e antropizado

(BELCHIOR et al., 2012).

As espécies comuns aos ambientes nativo e antropizado,

foram Brachymyrmex sp. 1 (predadora), P. harpax (predadora) e

Cyphomyrmex prox. Lectus (cultivadora de fungo). Dorymyrmex sp1. foi

comum aos ambientes nativo e de transição, observa-se que o hábito

alimentar destas, foram mais específicos. Pachycondyla, predadoras

generalistas e ocasionalmente se alimentam de sementes caídos no solo

das florestas e com estratégia de recrutamento altamente elaborada

(BACCARO et., 2015), enquanto as formigas do gênero Cyphomyrmex

formado por 39 espécies, vivem predominantemente na serapilheira e

durante o forrageamento coletam uma ampla variedade de itens para o

cultivo do fungo simbionte, como flores, frutos, sementes, fezes de

insetos, líquens, musgos e carcaças de artrópodes (LEAL e OLIVEIRA,

1998).

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As densidades populacionais mais representativas no ambiente

nativo (Tabela 2) foi representada, Solenopsis sp. (38,13%), A. sexdens

(21,18%), C. crassus (8,60%), P. obscurithorax (6,12%) e P. jelskii

(5,98%). Observa-se que neste ambiente, houve melhor distribuição ao

nível de número de indivíduos coletados por espécie. A. sexdens ocorreu

com a maior quantidade de indivíduos coletados no ambiente nativo,

contrariando afirmação de Bieber et al. (2013) que altas densidades de

colônias desta espécie ocorre em pequenos fragmentos de floresta e em

bordas florestais.

C. crassus são em sua maioria onívoras, oportunistas e

forrageiam ativamente a procura de alimento, inibindo assim, o

forrageamento de outras espécies (SILVESTRE e SILVA, 2001),

explicando assim, a representatividade desta espécie. Na região do Alto

Tietê, segundo Suguituru et al. (2015), foi amplamente registrada em

herbáceas, arbóreas, na serapilheira, praças e parques urbanos,

sugerindo que a espécie pode ser indicativa de ambientes alterados.

P. obscurithorax, espécie onívora e predadora de grande

variedade de artrópodes, inclusive outras formigas, possuem táticas

elaboradas de forrageamento e os ninhos são construídos em áreas

abertas (STORZ e TSCHINKEL, 2004). Numericamente, essa espécie

ocorreu com pouca diferença significativa em número de indivíduos

coletados entre os ambientes amostrados, possivelmente devido

justamente as táticas de forrageamento.

Quanto ao ambiente de transição, Solenopsis sp. (60,83%), L.

praedator (22,28%) e B. admotus (5,02%). Observou-se dominância de

poucas espécies, visto que Solenopsis sp., foi numericamente mais

expressiva. Segundo Ulloa (2003), são populações de indivíduos

generalistas, mas que em determinados períodos procuram lugares em

busca de alimento ou refúgio para nidificar, sugerindo que, ambiente

antropizado proporcionou maior diversidade de sítios para nidificação.

L. praedator, ocorreu com 1.959 indivíduos no total e de acordo

com Silvestre e Silva (2001), a presença dessa espécie em ambientes de

fragmento florestal, sugere um bom estado de conservação.

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No ambiente antropizado, as espécies S. invicta (57,51%) e

Solenopsis sp. (28,04%) foram as mais expressivas em quantidades de

indivíduos amostrados (Tabela 2). Segundo Kaspari (2003), S. invicta é

uma espécie com muitas rainhas e muitos ninhos, consequentemente

dominam os habitats em virtude do seu grande potencial de crescimento e

extensão espacial.

Observa-se que Solenopsis sp. ocorreu em todos os

ambientes amostrados, de forma bastante expressiva, porém

numericamente foi mais evidente no ambiente antropizado (Tabela 2),

certamente em razão da espécie ser nativa da América do Sul, mais

especificamente da região do Pantanal e do Cerrado e segundo Campos-

Farinha e Bueno (2005) a distribuição e densidade populacional dessa

espécie é regulada pela presença de predadores, parasitóides e

patógenos, bem como pela competição com outras espécies de formigas.

4.2. SAZONALIDADE NA DIVERSIDADE DE FORMIGAS

Constatou-se efeitos da sazonalidade sobre o número de

indivíduos coletados, composição e riqueza das espécies nos meses de

amostragem, confirmando Hölldobler e Wilson (1995), que sugerem que a

alterações na temperatura, umidade do ar e do solo criam restrições para

diferentes espécies de formigas, pois influencia na sua reprodução,

distribuição e sobrevivência. No período seco, no ambiente nativo,

ocorreram 16 espécies e coletado 638 indivíduos. Camponotus com

quatro, Pheidole com três, Brachymyrmex com dois e Ectatomma com

dois, foram os gêneros mais representativos em quantidade de espécies.

Quanto a quantidade de indivíduos coletados (Tabela 3). As espécies

Solenopsis sp. com 269 (42,16%), P. jelskii com 149 (23,35%), P.

obscurithorax com 91 (14,26%) e Atta sexdens com 58 (9,09%) foram as

mais expressivas quantitativamente.

No ambiente de transição, ocorreram 25 espécies e 5.412

indivíduos coletados. O gênero Camponotus com seis espécies,

Brachymyrmex com três, foram os gêneros mais diversificados em

espécies, enquanto que Solenopsis, Brachymyrmex, Camponotus e

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Pheidole foram os gêneros responsáveis pelas maiores quantidades de

indivíduos coletados, Solenopsis sp. com 4.516 (83,44%), B. admotus

com 228 (4,21%) e P. obscurithorax com 159 (2,94%).

No ambiente antropizado, foram coletados 24 espécies,

distribuídas em 1.183 indivíduos (Tabela 3). Camponotus com seis e

Dorymyrmex com três, foram os gêneros com as maiores quantidades de

espécies. Os gêneros Solenopsis com 474 (40,1%), Pheidole com 324

(27,41%), Brachymyrmex com 132 (11,17%) e Dorymyrmex com 123

(10,4%) foram os mais expressivos em quantidade de indivíduos

coletados, sendo as espécies mais representativas, Solenopsis sp. com

461 (39%), P. obscurithorax com 165 (13,96%), P. jelskii com 159

(13,45%), B. admotus com 132 (11,17%).

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TABELA 3 - RELAÇÃO DAS SUBFAMÍLIAS E PORCENTAGEM DO NÚMEROS (I) DE INDIVÍDUOS POR ESPÉCIES, AMOSTRADOS, PERÍODO SECO, EM TRÊS AMBIENTES, EM UM FRAGMENTO FLORESTAL URBANO, NO MUNICÍPIO DE CUIABÁ -MT, 2016.

Subfamília/Gênero

Período Seco Ambientes

Nativo Transição Antropizado Total I % I % I % I %

Dolichoderinae Dorymyrmex bicolor - - 13 0,24 40 3,36 53 0,73 Dorymyrmex brunneus - - - - 76 6,39 76 1,05 Dorymyrmex sp.1 - - 23 0,42 7 0,59 30 0,41 Forelius brasiliensis - - 16 0,30 - - 16 0,22 Gracilidris pombero - - 21 0,39 - - 21 0,29 Dorylinae Labidus praedator - - - - - - - - Formicinae Brachymyrmex admotus 5 0,78 228 4,21 132 11,10 365 5,04 Brachymyrmex heeri 3 0,47 21 0,39 - - 24 0,33 Brachymyrmex sp.1 - - - - - - - - Brachymyrmex sp.2 - - 22 0,41 7 0,59 29 0,40 Camponotus crassus 6 0,94 73 1,35 12 1,01 91 1,26 Camponotus fustigatus 4 0,63 22 0,41 12 1,01 38 0,52 Camponotus myrmaphaenus - - 16 0,30 2 0,17 18 0,25 Camponotus melanoticus 3 0,47 82 1,52 22 1,85 107 1,48 Camponotus rufipes - - 26 0,48 1 0,08 27 0,37 Camponotus tanaemyrmex - - - - - - - - Camponotus vittatus 27 4,23 13 0,24 1 0,08 41 0,57 Myrmicinae Atta sexdens 58 9,09 30 0,55 8 0,67 96 1,33 Blepharidatta conops - - 13 0,24 - - 13 0,18 Crematogaster victima 6 0,94 9 0,17 10 0,84 25 0,35 Cyphomyrmex prox. Lectus 7 1,10 - - 3 0,25 10 0,14 Pheidole fimbriata - - - - - - - -

Continua...

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TABELA 3 - Cont...

Subfamília/Gênero Período Seco Ambientes

Nativo Transição Antropizado Total I % I % I % I %

Myrmicinae Pheidole grupo Fallax sp.1 1 0,16 - - - - 1 0,01 Pheidole jelskii 149 23,35 22 0,41 159 13,37 330 4,56 Pheidole obscurithorax 91 14,26 159 2,94 165 13,88 415 5,73 Pheidole radoszkowskii - - - - - - - - Pogonomyrmex abdominalis - - 6 0,11 5 0,42 11 0,15 Pseudomyrmex termitarius - - 35 0,65 - - 35 0,48 Solenopsis invicta - - - - 13 1,09 13 0,18 Solenopsis sp. 269 42,16 4.516 83,44 461 38,77 5.246 72,47 Wasmannia auropunctata 6 0,94 - - 5 0,42 11 0,15 Ponerinae Ectatomma brunneum 2 0,31 13 0,24 19 1,60 34 0,47 Ectatomma permagnum 1 0,16 18 0,33 18 1,51 37 0,51 Odontomachus bauri - - 5 0,09 5 0,42 10 0,14 Odontomachus brunneus - - 10 0,18 - - 10 0,14 Pachycondyla harpax - - - - 6 0,50 6 0,08 Total 31 638 100 5.412 100 1.189 100 7.239 100

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No período de chuva (Tabela 4), no ambiente de nativo,

ocorreram 19 espécies, Camponotus com cinco e Pheidole com quatro

foram os gêneros mais expressivos em quantidade de espécies

coletadas. Em relação a quantidade de indivíduos coletados, Solenopsis

com 822 (36,98%), Atta com 548 (24,65%), Camponotus com 503

(22,63%) e Pheidole com 239 (10,75%) foram os gêneros mais

expressivos. As espécies Solenopsis sp. com 822 (36,98%), seguido de

A. sexdens com 548 (24,65%), C. crassus com 240 (10,80%), P. fimbriata

com 132 (5,94%) e C. melanoticus com 120 (5,40%) indivíduos coletados

foram as mais representativas (Tabela 4).

No ambiente de transição, constatou-se a ocorrência de 23

espécies, Camponotus com seis foi o gênero mais diversificado em

espécies. Labidus com 1.959 (57,96%), Solenopsis com 832 (24,62%),

Brachymyrmex com 240 (7,10%) e Camponotus com 206(6,09%) foram

os gêneros mais expressivos em quantidades de indivíduos coletados. A

ocorrência de L. praedator com 1.959 (57,96%). Solenopsis sp. com 832

(24,62%) e B. admotus com 213 (6,30%) foram as outras espécies com as

maiores quantidades de indivíduos coletados no período neste ambiente.

No ambiente antropizado, ocorreram 24 espécies, sendo os

gêneros Camponotus com cinco, Brachymyrmex e Dorymyrmex com três

(12,5%) cada, foram os representativos. S. invicta com 4.337 (68,04%),

Solenopsis sp. com 1.660 (26,04%) e Dorymyrmex bicolor com 76

(1,19%) foram as espécies mais representativas em quantidades de

indivíduos coletados.

Os indivíduos das espécies de Dorymyrmex ocorrem com

frequência em ambientes antropizados, são formigas extremamente

rápidas, forrageiam isoladamente e são frequentemente encontradas nas

horas mais quentes do dia, evitando a competição com espécies mais

sensíveis ao calor, a procura de presas, embora algumas espécies se

alimentem de honeydew produzidos pelos insetos sugadores de seiva

(BACCARO et al., 2015).

Entre as espécies com diferenças mais expressivas em número

de indivíduos coletados em relação a sazonalidade (Tabela 3 e 4), foram

constatadas no ambiente nativo, A. sexdens e Solenopsis sp, P. jelskii, C.

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crassus e C. melanoticus. No ambiente de transição espécies L.

praedator, W. auropunctata, P.jelskii, P. termitarius, P. obscurithorax,

Solenopsis sp. e S. invicta.

Como observado no ambiente nativo, a possível diferença do

quantitativo de indivíduos de A. sexdens, de acordo com Della Lucia et al.

(1993), pode estar ligado à sazonalidade, contudo, Cerqueira (2012) em

seu trabalho, não identificou diferença no ritmo de forrageamento ao

longo do ano (seca e chuva) mas sim ao longo do dia, sendo

preferencialmente diurno, porém cabe ressaltar que essa espécie ocorreu

com o maior número de indivíduos no período chuvoso.

Os indivíduos da espécie W. auropunctata segundo Baccaro et

al. (2015), são formigas competidoras e agressivas e em locais onde são

introduzidas eliminam espécies nativas com grande facilidade, pois são

altamente adaptadas a ambientes perturbados e áreas de plantações,

neste trabalho o número de indivíduos no ambiente antropizado e nativo

foi próximo, com ocorrência maior no período chuvoso (Tabela 4).

Segundo Monteiro (2008) L. praedator parece escolher sítios

de nidificação que eventualmente estariam sujeitos à inundação, sítios

temporários de nidificação, fundamentando a ocorrência dessa espécie

somente no período chuvoso. Fagundes et al. (2009) as variações

sazonais de espécimes de formigas no decorrer das estações, podem ser

em função da disponibilidade de alimentação, comportamentos

específicos, como hábitos nômades de armazenamento de alimentos e

especificidade de habitat, podem determinar a permanência de uma

espécie, durante e após a variação das condições atmosféricas locais.

No ambiente antropizado, Solenopsis sp. e S, invicta, P. jelskii

e P. obscurithorax foram as espécies com as diferenças mais expressivas

em número de indivíduos coletados entre os períodos analisados (Tabela

3 e 4).

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TABELA 4 - RELAÇÃO DAS SUBFAMÍLIAS E PORCENTAGEM DO NÚMEROS (I) DE INDIVÍDUOS POR ESPÉCIES, AMOSTRADOS, PERÍODO DE CHUVA, EM TRÊS AMBIENTES, EM UM FRAGMENTO FLORESTAL URBANO, NO MUNICÍPIO DE CUIABÁ- MT, 2016.

Subfamília/Gênero PERÍODO CHUVA Ambientes

Nativo Transição Antropizado Total I % I % I % I %

Dolichoderinae Dorymyrmex bicolor - - 11 0,33 76 1,19 87 0,73 Dorymyrmex brunneus - - - - 25 0,39 25 0,21 Dorymyrmex sp.1 1 0,04 29 0,86 22 0,35 52 0,43 Forelius brasiliensis - - - - - - - - Gracilidris pombero - - 3 0,09 1 0,02 4 0,03 Dorylinae Labidus praedator - - 1.959 57,96 - - 1959 16,35 Formicinae - - - Brachymyrmex admotus - - 213 6,30 14 0,22 227 1,90 Brachymyrmex heeri - - - - 4 0,06 4 0,03 Brachymyrmex sp.1 1 0,04 - - - - 1 0,01 Brachymyrmex sp.2 1 0,04 27 0,80 23 0,36 51 0,43 Camponotus crassus 240 10,80 39 1,15 16 0,25 295 2,46 Camponotus fustigatus 19 0,85 26 0,77 7 0,11 52 0,43 Camponotus myrmaphaenus - - 13 0,38 - - 13 0,11 Camponotus melanoticus 120 5,40 90 2,66 6 0,09 216 1,80 Camponotus rufipes 56 2,52 33 0,98 9 0,14 98 0,82 Camponotus tanaemyrmex - - 5 0,15 - 5 0,04 Camponotus vittatus 68 3,06 28 0,44 96 0,80 Myrmicinae Atta sexdens 548 24,65 29 0,86 4 0,06 581 4,85 Blepharidatta conops - - 1 0,03 - - 1 0,01 Crematogaster victima 64 2,88 10 0,30 38 0,60 112 0,94

Continua...

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36

TABELA 4 - Cont...

Subfamília/Gênero PERÍODO CHUVA Ambientes

Nativo Transição Antropizado Total I % I % I % I %

Myrmicinae Cyphomyrmex prox. Lectus - - - - - - - - Pheidole fimbriata 132 5,94 - - - - 132 1,10 Pheidole grupo Fallax sp.1 - - - - - - - - Pheidole jelskii 22 0,99 17 0,27 39 0,33 Pheidole obscurithorax 84 3,78 28 0,83 5 0,08 117 0,98 Pheidole radoszkowskii 1 0,04 - - - - 1 0,01 Pogonomyrmex abdominalis - - 6 0,18 18 0,28 24 0,20 Pseudomyrmex termitarius - - - - - - - - Solenopsis invicta - - - - 4.337 68,03 4.337 36,21 Solenopsis sp. 822 36,98 832 24,62 1.660 26,04 3.314 27,67 Wasmannia auropunctata 34 1,53 3 0,09 33 0,52 70 0,58 Ponerinae Ectatomma brunneum - - 3 0,09 9 0,14 12 0,10 Ectatomma permagnum 1 0,04 1 0,03 8 0,13 10 0,08 Odontomachus bauri 8 0,36 17 0,50 13 0,20 38 0,32 Odontomachus brunneus - - 2 0,06 2 0,03 4 0,03 Pachycondyla harpax 1 0,04 - - - - 1 0,01 Total 2.223 100 3.380 100 6.375 100 11.978 100

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4.3. ANÁLISE FAUNÍSTICA

Com a análise faunística constatou-se que muitas espécies

foram constantes nos três ambientes, porém, a maior quantidade de

espécies ocorreu como acidentais, com baixa frequência de indivíduos

coletados, foram raras e com baixas dominâncias nos ambientes

analisados, ou seja, poucas espécies atingiram as classificações máximas

nos itens que compõem o índice faunístico.

No ambiente nativo, na análise total, ocorreu uma espécie

super frequente, quatro muito frequentes, sete frequentes e 12 pouco

frequentes. Em relação a constância,12 foram constantes, três acessórias

e nove acidentais, enquanto uma ocorreu como superabundante, quatro

muito abundantes, sete comuns, três dispersas e nove raras. Em relação

a dominância, a análise pelo método Laroca e Mielke (D1), uma espécie

ocorreu como superdominante, 13 dominantes, dez não dominantes,

enquanto pelo método Sakagami e Laroca (D2), uma espécie foi

superdominante, sete dominantes e 16 não dominantes (Anexo I).

Na seca, ocorreram quatro espécies super frequentes, uma

muito frequente e nove frequentes. Quanto a constância, nove foram

constantes e sete acessórias. Em relação a abundância, quatro ocorreram

como superabundantes, uma muito abundante, oito comuns e duas

dispersas. Quanto a dominância, pelo método de método Laroca e Mielke,

quatro espécies foram superdominantes, cinco dominantes, sete não

dominantes, enquanto pelo método Sakagami e Laroca, quatro espécies

foram superdominantes, cinco dominantes e sete não dominantes (Anexo

I). No período de chuva, duas espécies foram super frequentes, quatro

muito frequentes, cinco frequentes e oito pouco frequentes. Para

constância, 11 foram constantes e oito acessórias. Para abundância, duas

foram superabundantes, três muito abundantes, uma dispersa, cinco

comuns, sete raras e uma acidental. Para dominância, pelo método de

método Laroca e Mielke, duas foram superdominantes, 11 dominantes,

seis não dominantes, enquanto pelo método Sakagami e Laroca, duas

espécies foram superdominantes, sete dominantes e dez não dominantes

(Anexo I).

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No ambiente de nativo, ocorreram somente quatro espécies

com a classificação máxima dentro da análise faunística, sendo

Solenopsis sp., a única espécie que ocorreu com a classificação máxima

nos períodos seco, chuva e na análise total. A. sexdens ocorreu com a

classificação máxima somente na análise faunística nos períodos seco e

chuva (Tabela 5).

Segundo Santos et al. (2012), a frequência de formigas é maior

quando há redução da precipitação, da umidade do solo, e do aumento

das temperaturas do ar, o que se confirma analisando os dados obtidos.

TABELA 5 - RELAÇÃO DAS ESPÉCIES DE FORMIGAS MAIS REPRESENTATIVAS NA ANÁLISE FAUNÍSTIVA NO AMBIENTE DE NATIVO, NO PERÍODO DE 6 MESES (A), SECO (B), CHUVA (C), DE UM FRAGMENTO FLORESTAL URBANO, NO MUNICÍPIO DE CUIABÁ- MT, 2016.

AMBIENTE NATIVO

Espécie

PERÍODO TOTAL

F (%) A C Dominância D1 D2

Solenopsis sp. mf ma w sd sd

Espécie

PERÍODO SECO

F (%) A C Dominância D1 D2

Atta sexdens sf sa w sd sd Pheidole jelskii sf sa w sd sd Pheidole obscurithorax sf sa w sd sd Solenopsis sp. sf sa w sd sd

Espécie

PERÍODO CHUVA

F (%) A C Dominância D1 D2

Atta sexdens sf sa w sd sd Solenopsis sp. sf sa w sd sd Programa ANAFAU: (1) Método de Laroca e Mielke (1975); (2) método de Sakagami e Laroca (1967). D: Dominância - (sd) super dominante; (d) dominante; (nd) não dominante. A: Abundância - (sa): superabundante; (ma) muito abundante; (a) abundante: (c) comum; (d) dispersa; (r) rara. F: Frequência: (sf) super frequente; (mf) muito frequente; (pf) pouco frequente. C: Constância - (w) constante; (y) acessória; (z) acidental

No ambiente de transição, na análise total, ocorreu duas

espécies super frequentes, quatro muito frequentes, nove frequentes e 13

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são pouco frequentes. Em relação a constância, 23 foram constantes, três

acessórias e duas acidentais. Quanto a abundância, duas espécies foram

superabundantes, quatro muito abundantes, nove comuns, 11 dispersas e

duas raras. Em relação a dominância, a análise pelo método Laroca e

Mielke (D1), duas espécies foram superdominantes, 24 dominantes, duas

não dominantes e pelo método Sakagami e Laroca (D2), duas espécies

foram superdominantes, seis dominantes e 20 não dominantes (Anexo II).

Na seca, uma espécie foi super frequente, quatro muito

frequentes, dez frequentes e dez pouco frequentes. Quanto a constância,

23 foram constantes e duas acessórias. Em relação a abundância, uma

foi superabundante, quatro muito abundantes, dez comuns, sete

dispersas e três raras. Quanto a dominância, pelo método de método

Laroca e Mielke (D1), uma espécie foi superdominante, 23 dominantes,

uma não dominante, enquanto pelo método Sakagami e Laroca (D2), uma

espécie ocorreu como superdominante, quatro dominantes e 20 não

dominantes (Anexo II).

No período de chuva, duas espécies ocorreram como super

frequentes, duas foram muito frequentes, 11 frequentes e oito pouco

frequentes. Em relação a constância, 17 foram constantes e seis

acessórias. Quanto a abundância, duas foram superabundantes, duas

muito abundantes, 11 comuns, seis dispersa e duas raras. Em relação a

dominância, pelo método de método Laroca e Mielke (D1), duas foram

superdominantes, 14 dominantes, sete não dominantes, já pelo método

Sakagami e Laroca (D2), duas espécies foram superdominantes, seis

dominantes e 15 não dominante (Anexo II).

Ambiente de transição, ocorreram somente duas espécies com

a classificação máxima dentro da análise faunística, sendo Solenopsis

sp., a única espécie que ocorreu com a classificação máxima nos

períodos seco, chuva e na análise anual, enquanto L. praedator ocorreu

com a classificação máxima somente na análise faunística no período de

chuva (Tabela 6).

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TABELA 6 - RELAÇÃO DAS ESPÉCIES DE FORMIGAS MAIS REPRESENTATIVAS NA ANÁLISE FAUNÍSTICA NO AMBIENTE DE TRANSIÇÃO, NO PERÍODO DE 6 MESES (A) (A), SECO (B), CHUVA (C), DE UM FRAGMENTO FLORESTAL URBANO, NO MUNICÍPIO DE CUIABÁ- MT, 2016.

AMBIENTE DE TRANSIÇÃO Espécie PERÍODO TOTAL

F (%) A C Dominância D1 D2

Solenopsis sp. mf ma w sd sd

Espécie PERÍODO SECO

F (%) A C Dominância D1 D2

Solenopsis sp. sf sa w sd sd Espécie PERÍODO CHUVA

F (%) A C Dominância D1 D2

Labidus praedator sf sa w sd sd Solenopsis sp. sf sa w sd sd Programa ANAFAU: (1) Método de Laroca e Mielke (1975); (2) método de Sakagami e Laroca (1967). D: Dominância - (sd) super dominante; (d) dominante; (nd) não dominante. A: Abundância - (sa): superabundante; (ma) muito abundante; (a) abundante: (c) comum; (d) dispersa; (r) rara. F: Frequência: (sf) super frequente; (mf) muito frequente; (pf) pouco frequente. C: Constância - (w) constante; (y) acessória; (z) acidental

A ocorrência de L. praedator justifica-se, pois é uma espécie de

formiga-de-correição, carnívoras, bastante agressivas e geralmente

exploram e coloniza diferentes hábitats a procura de alimento ou de

presas para a manutenção de sua colônia. Segundo Brandão et al.

(2000), L. praedator é uma espécie epigéica, nômade e predadora de

outros artrópodes e são de hábitos quase que exclusivamente

subterrâneos, com inúmeros orifícios de entrada na superfície do solo e

podem ser encontradas em grandes quantidades na serapilheira.

De acordo com Hölldobler e Wilson, (1990), espécies do

gênero Solenopsis apresentam características agressivas e são

bioindicadores de ambientes alterados. Estudos de Almeida et al. (2007)

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relataram que S. invicta apresenta maiores quantidades de indivíduos em

ambientes mais simplificados (monocultivos).

No ambiente antropizado, na análise anual, ocorreu duas

espécies super frequentes, cinco muito frequentes, dez frequentes e dez

foram pouco frequentes. Em relação a constância, 21 espécies foram

constantes, duas acessórias e quatro acidentais, enquanto duas

ocorreram como superabundante, cinco muito abundantes, dez comuns,

oito dispersas e duas raras. Em relação a dominância, a análise pelo

método Laroca e Mielke (D1), duas espécies foram superdominantes, 20

dominantes, cinco não dominantes, enquanto pelo método Sakagami e

Laroca (D2), duas espécies foram superdominantes, seis dominantes e 19

não dominantes (Anexo III).

No período seco, uma espécie foi super frequente, quatro muito

frequentes, sete frequentes e 12 pouco frequentes. Quanto a constância,

19 foram constantes e cinco acessórias. Em relação a abundância, uma

espécie foi superabundante, quatro muito abundantes, oito dispersas,

sete comuns e quatro raras. Quanto a dominância, pelo método de Laroca

e Mielke (D1), uma espécie ocorreu como superdominante, 16 foram

dominantes, sete não dominantes. Em relação ao método Sakagami e

Laroca (D2), uma espécie foi superdominante, cinco dominantes e 18 não

dominantes (Anexo III).

No período de chuva, ocorreram duas espécies super

frequentes, cinco muito frequentes, sete frequentes e dez pouco

frequentes. Quanto a constância, 19 foram constantes e cinco acessórias.

Em relação a abundância, duas ocorreram como superabundantes, quatro

muito abundantes, sete comuns, duas dispersas, oito raras e uma

acidental. Quanto a dominância, pelo método de Laroca e Mielke (D1),

duas espécies foram superdominantes, 17 dominantes, cinco não

dominantes, enquanto que pelo método Sakagami e Laroca (D2), duas

espécies foram superdominantes, oito dominantes e 14 não dominantes

(Anexo III).

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No ambiente de transição, ocorreram somente duas espécies

com a classificação máxima dentro da análise faunística, sendo

Solenopsis sp., a única espécie que ocorreu com a classificação máxima

nos períodos de estiagem, chuva e na análise total (Tabela 7).

TABELA 7 - RELAÇÃO DAS ESPÉCIES DE FORMIGAS MAIS REPRESENTATIVAS NA ANÁLISE FAUNÍSTICA NO AMBIENTE ANTROPIZADO, NO PERÍODO TOTAL (A), SECO (B), CHUVA (C), DE UM FRAGMENTO FLORESTAL URBANO, NO MUNICÍPIO DE CUIABÁ -MT, 2016.

AMBIENTE ANTROPIZADO

Espécie

PERÍODO TOTAL

F (%) A C Dominância D1 D2

Solenopsis invicta mf ma w sd sd Solenopsis sp. mf ma w sd sd

Espécie

PERÍODO SECO

F (%) A C Dominância D1 D2

Solenopsis sp. sf sa w sd sd

Espécie PERÍODO CHUVA

F (%) A C Dominância D1 D2

Solenopsis invicta sf sa w sd sd Solenopsis sp. sf sa w sd sd Programa ANAFAU: (1) Método de Laroca e Mielke (1975); (2) método de Sakagami e Laroca (1967). D: Dominância - (sd) super dominante; (d) dominante; (nd) não dominante. A: Abundância - (sa): superabundante; (ma) muito abundante; (a) abundante: (c) comum; (d) dispersa; (r) rara. F: Frequência: (sf) super frequente; (mf) muito frequente; (pf) pouco frequente. C: Constância - (w) constante; (y) acessória; (z) acidental.

4.4. ÍNDICE DE DIVERSIDADE

Nas análises das comunidades constatou-se que o índice de

diversidade foi relativamente maior no período de chuva, nos ambientes

de nativo e de transição, quando comparado com o ambiente antropizado,

indicando melhor distribuição populacional das espécies nos ambientes C

e T, enquanto que no período seco, na área antropizada ocorreu maior

índice de diversidade (Tabela 8).

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Analisando o período total, o ambiente nativo apresentou a

maior diversidade de espécies (H’= 1,97), seguido do ambiente de

transição (H’= 1,36) e antropizado (H’= 1,33), enquanto pelo índice de

Margaleff, se observa que os resultados são diferentes, em relação ao

índice de Shannon, uma vez que o maior valor observado foi no ambiente

de transição ( α= 2,97), seguido de (α= 2,91) e antropizado (α= 2,88).

Tal diferença explica-se, pois pelo método de Ludwig e

Reynolds (1988), a diversidade reflete dois atributos básicos da

comunidade, que é a riqueza de espécies e equitatividade, que

corresponde a distribuição dos indivíduos dentro das populações. Dentro

deste método, o índice de Shannon, considera todas as espécies da

amostra, porém, atribui pesos diferenciados para as espécies raras,

abundantes e muito abundantes, o que é ignorado por muitos índices de

riqueza utilizados.

Em relação a equitabilidade, no ambiente de nativo,

independente do período analisado, sempre ocorreu maior equitabilidade

entre as espécies de formigas, indicando um ambiente ecologicamente

mais equilibrado, com baixa predominância de espécies muito

abundantes e uma distribuição mais equitativa do recurso alimentar. A

relação entre as espécies muito abundantes e abundantes, indica uma

distribuição nas densidades populacionais mais homogêneas, o que

dificulta a dominância de poucas espécies.

TABELA 8 - ÍNDICE DE DIVERSIDADE DE ACORDO COM A SÉRIE DE NÚMEROS DE HILL E EQUITATIVIDADE DAS ESPÉCIES DE FORMIGAS AMOSTRADOS EM TRÊS AMBIENTES DE UM FRAGMENTO FLORESTAL URBANO, NO MUNICÍPIO DE CUIABÁ-MT, 2016.

Itens Ambientes/Períodos Nativo Transição Antropizado

Seco Chuva Total Seco Chuva Total Seco Chuva Total N0 16 18 24 25 23 28 23 24 27 N1 5,32 6,63 7,23 2,40 3,89 3,92 7,65 2,56 3,79 N2 3,81 4,55 4,73 1,42 2,48 2,36 4,81 1,88 2,43 H’ 1,67 1,81 1,97 0,87 1,35 1,36 2,03 0,94 1,33 E 0,65 0,63 0,59 0,30 0,51 0,45 0,57 0,56 0,51 β 0,26 0,21 0,21 0,69 0,40 0,42 0,20 0,53 0,41 α 2,32 2,20 2,88 2,79 2,70 2,97 3,10 2,62 2,91

N0 = número total de espécies; N1 = número de espécies abundantes; N2 = Número de espécies muito abundantes; H’= Shannon- Wiener ;E=equitatividade entre as espécies; β= Índice de Simpson; α = Índice de Riqueza de Margaleff.

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4.5. ÍNDICE DE SIMILARIDADE DE SORONSEN

Com relação à similaridade, o Índice de Soronsen aponta a

formação de grupos distintos dentro dos ambientes analisados (Tabela 9).

Os resultados, na análise total (A), mostraram uma maior similaridade

entre os ambientes com vegetação de nativo e antropizado, enquanto nos

períodos seco (B) e de chuva (C), os ambientes de transição e

antropizado foram os mais similares entre si. Embora, todos os ambientes

mostraram pouca diferença em termos da composição de espécies. Isto

pode ter ocorrido em função da presença de grande número de formigas

generalistas e oportunistas nos ambientes estudados.

O ambiente de nativo parece ter sido menos influenciado pela

sazonalidade (seca e chuva), ainda que nas análises tenha ocorrido com

pouca diferença nos valores de similaridade, quando comparado com os

outros ambientes testados. Segundo Smith (1995), a similaridade é

inversamente proporcional ao desenvolvimento da vegetação, pois à

medida que as árvores crescem, proporcionam maior número de nichos

de nidificação e itens alimentares para diferentes espécies de formigas.

TABELA 9 - SIMILARIDADES ENTRE TRÊS AMBIENTES DENTRO DE UM FRAGMENTO FLORESTAL URBANO, NO PERÍODO TOTAL (A), SECO (B), CHUVA (C), NO MUNICÍPIO DE CUIABÁ-MT, 2016.

PERÍODO TOTAL

AMBIENTES Nativo Transição Antropizado

Nativo 0,70 0,78 Transição 0,77 Antropizado

PERÍODO SECO

AMBIENTES Nativo Transição Antropizado

Nativo 0,63 0,66 Transição 0,79 Antropizado

PERÍODO CHUVA

AMBIENTES Nativo Transição Antropizado

Nativo 0,50 0,69 Transição 0,75 Antropizado

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4.6. CURVA DE ACUMULAÇÃO DE ESPÉCIES

Pela análise da curva de acumulação (Figura 5), observou-se

que o ambiente de transição e o ambiente antropizado foram mais

homogêneos entre si quando comparados com nativo, fato demonstrado

através da estabilização da curva, embora estas áreas ainda estejam

sofrendo fortes influências dos fatores ambientais, devido aos efeitos

antrópicos a que foram submetidos (efeitos da borda) ao longo dos anos.

Porém, o que se espera, é que estas áreas recuperem a estabilidade

ecológica, para que sejam novamente recolonizados por uma maior

diversidade de espécies de formigas residentes, sem dominância de

espécies e com pouca variação de hábito alimentar.

No ambiente nativo, não ocorreu estabilização da curva,

possivelmente devido à enorme diversidade de espécies que exploram

uma multiplicidade de recursos alimentares e sítios de nidificação

(LEPONCE et al., 2004), o que favorece a criação de um ambiente ideal

para a ocorrência de uma diversidade maior de formigas, de hábitos

alimentares variados, ao longo do ano, e não concentrado em poucos

meses, como o observado nos ambientes de transição e antropizado.

Portanto, para se obter informações confiáveis sobre a riqueza da

mirmecofauna neste tipo de ambiente, é necessário um maior esforço

amostral para que se possa atingir a estabilização da curva de

acumulação de espécies.

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0

5

10

15

20

25

30

1 2 3 4 5 6

Coletas

Núm

ero

de E

spécie

s

Cerradão Transição Antropizado

FIGURA 5 - CURVA DE ACUMULAÇÃO DE ESPÉCIES DE FORMIGAS EM TRÊS AMBIENTES FLORESTAIS DE UM FRAGMENTO URBANO, AMOSTRADOS COM ARMADILHAS PITFALL, NO MUNICÍPIO DE CUIABÁ- MT, 2016.

4.7. ANÁLISES ESTATÍSTICAS

Constata-se que não ocorreu diferença estatística significativa

entre os ambientes de transição e antropizado, para as espécies

coletadas nos períodos de seca e chuva (Tabela 10).

TABELA 10- TESTE DE MÉDIAS PARA NÚMEROS DE ESPÉCIES COLETADAS EM UM FRAGMENTO FLORESTAL URBANO, NO PERÍODO DE ESTIAGEM E CHUVA NO MUNICÍPIO DE CUIABÁ- MT, 2016.

Variáveis Estiagem Chuva

Nativo Transição Antropizado Nativo Transição Antropizado

16 25 24 19 23 24

≈3 b ≈5 a ≈6 a ≈5 b ≈7 a ≈7 a

Pá 0,0013** 0,0359* CV(%) 38,62 38,23

** Significativo a 1% de probabilidade de erro. * Significativo a 5% de probabilidade de erro. Médias seguidas de mesma letra nas linhas não diferem estatisticamente entre si pelo Teste de Tukey, ao nível de 5% de probabilidade de erro.

A maior média de espécies por armadilha no período seco foi

observada na área antropizada, no período de chuva nos ambientes de

transição e antropizado. Independente do período analisado, a área

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nativa, apresentou menor número de espécies amostradas e segundo

Souza (2010), isto pode ter ocorrido em função da intensa competição

existente na área, proporcionado pela diversidade da vegetação, o que

possibilita a adaptação de diversas populações de espécies que

competem em equilíbrio e assim, afetando e reduzindo o número de

espécies amostradas.

O ambiente antropizado apresentou os mesmos valores ao

nível de riqueza para o período de estiagem e chuva, mas, houve

diferença na composição da riqueza.

Na abordagem quantitativa de indivíduos (Tabela 11), observa-

se que houve diferença significativa a 1% de probabilidade de erro entre

os ambientes nativo e antropizado quando comparado ao ambiente de

transição no período de estiagem. A diferença expressiva é explicada pela

quantidade de indivíduos da espécie S. invicta (4.337) no ambiente de

transição. Quanto ao período de chuva, não houve diferença significativa

estatisticamente entre os três ambientes amostrados.

TABELA 11 - TESTE DE MÉDIAS PARA NÚMEROS DE INDIVÍDUOS COLETADOS NO PERÍODO DE ESTIAGEM E CHUVA, EM TRÊS AMBIENTES EM UM FRAGMENTO FLORESTAL URBANO, NO MUNICÍPIO DE CUIABÁ- MT, 2016.

Variáveis Estiagem Chuva

Nativo Transição Antropizado Nativo Transição Antropizado

638 5412 1189 2223 3380 6375

1 ≈42 b ≈360 a ≈79 b ≈148 ≈225 ≈425

Pá 0,0002** 0,8264ns CV(%) 23,06 31,70

1 Cálculos efetuados com os dados transformados pela fórmula: Log(X+1) ns Não significativo ** Significativo a 1% de probabilidade de erro. Médias seguidas de mesma letra nas linhas não diferem estatisticamente entre si pelo Teste de Tukey, ao nível de 5% de probabilidade de erro.

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5. CONCLUSÕES

- A sazonalidade entre os períodos seca e chuva, afeta a composição da

riqueza formigas em um fragmento florestal urbano.

- A composição da riqueza de espécies de formigas são influenciadas

pelo estado de conservação do ambiente.

- O avanço da antropização nos fragmentos florestais favorece sua

colonização por espécies de formigas onívoras e oportunistas.

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6. REFERÊNCIAS

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AQUINO, A. M.; AGUIAR-MENEZES, E. L.; QUEIROZ, J. M. Recomendação para coleta de artrópodes terrestres por armadilhas de queda (pit-falltraps). Seropédica, RJ: Embrapa Agrobiologia, 2006 (Circular Técnica, 18).

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ANEXOS

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ANEXO I - FREQUÊNCIA E ÍNDICES DE ABUNDÂNCIA (A), CONSTÂNCIA (C) E DE DOMINÂNCIA (D) DAS ESPÉCIES DE FORMIGAS AMOSTRADAS EM ÁREA DE NATIVO, NOS PERÍODOS DE SECA, CHUVA E TOTAL, EM UM FRAGMENTO FLORESTAL URBANO, NO MUNICÍPIO DE CUIABÁ- MT, 2016.

Subfamília/Espécies

AMBIENTE: NATIVO PERÍODOS

SECO CHUVA TOTAL

F

D A

C

F

D A

C

F

D A

C D1 D2 D1 D2 D1 D2

Dolichoderinae Dorymyrmex bicolor - - - - - - - - - - - - - - - Dorymyrmex brunneus - - - - - - - - - - - - - - - Dorymyrmex sp.1 - - - - - pf nd nd r y pf nd nd r z Forelius brasiliensis - - - - - - - - - - - - - - - Gracilidris pombero - - - - - - - - - - - - - - - Dorylinae Labidus praedator - - - - - - - - - - - - - - - Formicinae Brachymyrmex admotus f nd nd c w - - - - - pf nd nd r w Brachymyrmex heeri f nd nd c y - - - - - pf nd nd r z Brachymyrmex sp.1 - - - - - pf nd nd r y pf nd nd r z Brachymyrmex sp.2 - - - - - pf nd nd r y pf nd nd r z Camponotus crassus f d d c w mf d d ma w mf d d ma w Camponotus fustigatus f nd nd c w pf d nd d w f d nd c w Camponotus myrmaphaenus - - - - - - - - - - - - - - - Camponotus melanoticus f nd nd c y mf d d ma w f d d c w Camponotus rufipes - - - - - f d d c y f d nd c z Camponotus tanaemyrmex - - - - - - - - - - - - - - Camponotus vittatus mf d d ma w f d d c w f d d c w

Continua....

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ANEXO I – Cont....

Subfamília/Espécies

AMBIENTE: NATIVO PERÍODOS

SECO CHUVA TOTAL

F

D A

C

F

D A

C

F

D A

C D1 D2 D1 D2 D1 D2

Myrmicinae Atta sexdens sf sd sd sa w sf sd sd sa w mf d d ma w Blepharidatta conops - - - - - - - - - - - - - - - Crematogaster victima f d d c y f d d c w f d nd c w Cyphomyrmex prox. Lectus f d d c w - - - - - pf d nd d y Pheidole fimbriata - - - - - mf d d ma w f d d c y Pheidole grupo Fallax sp.1 pf nd nd d y - - - - - pf nd nd r y Pheidole jelskii sf sd sd sa w f d nd c w mf d d ma w Pheidole obscurithorax sf sd sd sa w mf d d a w mf d d ma w Pheidole radoszkowskii - - - - - pf nd nd r y pf nd nd r y Pogonomyrmex abdominalis - - - - - - - - - - - - - - - Pseudomyrmex termitarius - - - - - - - - - - - - - - - Solenopsis invicta - - - - - - - - - - - - - - - Solenopsis sp. sf sd Sd sa w sf sd sd sa w sf sd sd sa w Wasmannia auropunctata f d D c y f d nd c w f d nd c w Ponerinae Ectatomma brunneum f nd Nd c y - - - - - pf nd nd r y Ectatomma permagnum pf nd Nd c y pf nd nd r y pf nd nd r z Odontomachus bauri - - - - - pf d nd r w pf d nd d w Odontomachus brunneus f nd Nd c y - - - - - - - - - - Pachycondyla harpax - - - - - pf nd nd r y pf nd nd c z Frequência(F); Abundância (A):(r) rara;(e) dispersa;(c) comum;(a) abundante;(m) muito abundante; Constância (C):(w) constante; (y) acessória; (z) acidental; Dominância(D): = (sd) superdominate; (d) dominante;(nd) não dominante.

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ANEXO II - FREQUÊNCIA E ÍNDICES DE ABUNDÂNCIA (A), CONSTÂNCIA (C) E DE DOMINÂNCIA (D) DAS ESPÉCIES DE FORMIGAS AMOSTRADAS EM UMA ÁREA DE TRANSIÇÃO, NOS PERÍODOS DE SECA, CHUVA E NO PERÍODO DE 6 MESES(TOTAL), EM UM FRAGMENTO FLORESTAL URBANO, NO MUNICÍPIO DE CUIABÁ- MT, 2016.

Subfamília/Espécies

AMBIENTE TRANSIÇÃO PERÍODOS

SECO CHUVA TOTAL

F

D A

C

F

D A

C

F

D A

C D1 D2 D1 D2 D1 D2

Dolichoderinae Dorymyrmex bicolor pf d nd d y f d nd c w f d nd c w Dorymyrmex brunneus - - - - - - - - - - Dorymyrmex sp.1 f d nd c w f d d c w f d nd c w Forelius brasiliensis pf d nd d y - - - - - pf d nd d z Gracilidris pombero f d nd c w pf nd nd d y f d nd c w Dorylinae Labidus praedator - - - - - sf sd sd sa w sf sd sd sa w Formicinae Brachymyrmex admotus mf d d ma w mf d d ma w mf d d ma w Brachymyrmex heeri f d nd c w - - - - - pf d nd d y Brachymyrmex sp.1 - - - - - - - - - - - - - - - Brachymyrmex sp.2 f d nd c w f d nd c w f d nd c w Camponotus crassus mf d d ma w f d d c w mf d d ma w Camponotus fustigatus f d nd c w f d nd c w f d nd c w Camponotus myrmaphaenus pf d nd d w f d nd c y f d nd c w Camponotus melanoticus mf d d ma w mf d d ma w mf d d ma w Camponotus rufipes f d nd c w f d d c w f d d c w Camponotus tanaemyrmex - - - - - pf nd nd d w pf nd nd r y Camponotus vittatus pf d nd d w - - - - - pf d nd d y

Continua....

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ANEXO II – Cont....

Subfamília/Espécies

AMBIENTE TRANSIÇÃO PERÍODOS

SECO CHUVA TOTAL

F

D A

C

F

D A

C

F

D A

C D1 D2 D1 D2 D1 D2

Myrmicinae Atta sexdens f d nd c w f d d c w f d d c w Blepharidatta conops pf d nd d w pf nd nd r y pf d nd d w Crematogaster victima pf d nd r w f d nd c w pf d nd d w Pheidole grupo Fallax sp.1 - - - - - - - - - - - - - - - Pheidole jelskii f d nd c w - - - - - pf d nd d w Pheidole obscurit horax

mf d d ma w f d nd c w mf d d ma w

Pheidole radoszkowskii - - - - - - - - - - - - - - - Pogonomyrmex abdominalis pf d nd r w pf d nd d w pf d nd d w Pseudomyrmex termitarius f d nd c w - - - - - f d nd c w Solenopsis invicta - - - - - - - - - - - - - - - Solenopsis sp. sf sd sd sa w sf sd sd sa w sf sd sd sa w Wasmannia auropunctata - - - - - pf nd nd d y pf nd nd r z Ponerinae Ectatomma brunneum F d nd c w pf nd nd d w pf d nd d w Ectatomma permagnum pf d nd d w pf nd nd r y pf d nd d w Odontomachus bauri pf nd nd r w f d nd c w pf d nd d w Odontomachus brunneus pf d nd d w pf nd nd d y pf d nd d w Pachycondyla harpax - - - - - - - - - - - - - - - Frequência(F); Abundância (A):(r) rara;(e) dispersa;(c) comum;(a) abundante;(m) muito abundante; Constância (C):(w) constante; (y) acessória; (z) acidental; Dominância(D): = (sd) superdominate; (d) dominante;(nd) não dominante.

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ANEXO III - FREQUÊNCIA E ÍNDICES DE ABUNDÂNCIA (A), CONSTÂNCIA (C) E DE DOMINÂNCIA (D) DAS ESPÉCIES DE FORMIGAS AMOSTRADAS EM ÁREA ANTROPIZADA, NOS PERÍODOS DE SECA, CHUVA E ANUAL, EM UM FRAGMENTO FLORESTAL URBANO, NO MUNICÍPIO DE CUIABÁ- MT, 2016. Subfamília/Espécies AMBIENTE: ANTROPIZADO

PERÍODOS SECO CHUVA TOTAL

F

D A

C

F

D A

C

F

D A

C D1 D2 D1 D2 D1 D2

Dolichoderinae Dorymyrmex bicolor f d d c w mf d d ma w mf d d ma w Dorymyrmex brunneus mf d d ma w mf d d a y mf d d ma w Dorymyrmex sp.1 pf d dn d w f d d c w f d nd c w Forelius brasiliensis - - - - - - - - - - - - - - - Gracilidris pombero - - - - - pf nd nd r y pf nd nd r z Dorylinae Labidus praedator - - - - - - - - - - - - - - - Formicinae Brachymyrmex admotus mf d d ma w f d nd c w mf d d ma w Brachymyrmex heeri - - - - - pf nd nd r y pf nd nd r z Brachymyrmex sp.1 - - - - - - - - - - - - - - - Brachymyrmex sp.2 pf d nd d w f d d c w f d nd c w Camponotus crassus f d nd c w f d nd c w f d nd c w Camponotus fustigatus f d nd c w pf d nd r w pf d nd d w Camponotus myrmaphaenus pf nd nd r w - - - - - pf nd nd r y Camponotus melanoticus f d nd c w pf d nd r w f d nd c w Camponotus rufipes pf nd nd r y pf d nd d w pf d nd r w Camponotus tanaemyrmex - - - - - - - - - - - - - - - Camponotus vittatus pf nd nd r y mf d d ma w f d nd c w

Continua

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ANEXO III - Cont....

Subfamília/Espécies AMBIENTE: ANTROPIZADO PERÍODOS

SECO CHUVA TOTAL

F

D A

C

F

D A

C

F

D A

C D1 D2 D1 D2 D1 D2

Myrmicinae Atta sexdens pf d nd d y pf nd nd r w pf d nd r w Crematogaster victima pf d nd d w mf d d ma w f d d c w Cyphomyrmex prox. Lectus pf nd nd r y - - - - - pf nd nd r z Pheidole fimbriata - - - - - - - - - - - - - - - Pheidole grupo Fallax sp.1 - - - - - - - - - - - - - - - Pheidole jelskii mf d d ma w f d nd c w mf d d ma w Pheidole obscurithorax mf d d ma w pf nd nd r y mf d d ma w Pheidole radoszkowskii - - - - - - - - - - - - - - - Pogonomyrmex abdominalis pf nd nd d w f d d c w f d nd c w Pseudomyrmex termitarius - - - - - - - - - - - - - - - Solenopsis invicta f d nd c w sf sd sd sa w sf sd sd sa w Solenopsis sp. sf sd sd sa w sf sd sd sa w sf sd sd sa w Wasmannia auropunctata pf nd nd d w mf d d ma w f d nd c w Ponerinae Ectatomma brunneum f d nd c w pf d nd d w f d nd c w Ectatomma permagnum f d nd c w pf d nd r w f d nd c w Odontomachus bauri pf nd nd d y f d nd c w pf d nd d w Odontomachus brunneus - - - - - pf nd nd r y pf nd nd r z Pachycondyla harpax pf d nd d w - - - - - pf d nd r y Frequência(F); Abundância (A):(r) rara;(e) dispersa;(c) comum;(a) abundante;(m) muito abundante; Constância (C):(w) constante; (y) acessória; (z) acidental; Dominância(D): = (sd) superdominate; (d) dominante;(nd) não dominante.