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Divulgação de acções de monitorização e
conservação em curso
LIFE 09 NAT/FR/000584
Cristina Carlos
O que é o projecto BIODIVINE?
• Incrementar a biodiversidade funcional em viticultura através da
paisagem (promover a biodiversidade vegetal /criar condições que fomentem e
suportem a biodiversidade animal)
• Demonstrar que, através dum plano de acção ecológico (boas práticas
agrícolas), é possível conciliar eficientemente a actividade produtiva com a
preservação da biodiversidade
• Projecto LIFE + (Nature & Biodiversity 2009)
LIFE09NAT/FR/000584
Vigência: 15/09/2010 – 31/12/2014
Objectivos principais do projecto
“A Agricultura é frequentemente apontada como uma das actividades com
responsabilidades na perda da biodiversidade”
• Encontrar a mais eficiente “estrutura da paisagem”
Organismo País
Institut Français de la Vigne et du Vin (IFV) França
Viticulture Transfert Innovation (VITINNOV) França
Instituto de Ciencias de la Vid y del Vino-Consejo Superior de Investigaciones Científicas (ICVV-CSIC)
Espanha
Institut Català de la Vinya y el Vino (INCAVI) Espanha
Associação para o Desenvolvimento da Viticultura Duriense (ADVID) Portugal
Euroquality (EQY) França
Parceria:
As actividades relativas a este projecto estão a ser dinamizadas pela ADVID e
decorrem em várias parcelas experimentais da Região Demarcada do Douro
O que é o projecto BIODIVINE?
Porquê “melhorar” os habitats
• Contribuir para a conservação da natureza (disponibilizar alimento e abrigo à fauna);
• Promover os valores estéticos e o respeito pela Natureza;
• Melhorar a sustentabilidade do ecossistema vitícola (através da criação de faixas de protecção para evitar ou reduzir a contaminação por
pesticidas e nutrientes, mitigar a erosão, fomentar o controlo biológico das pragas);
As principais razões que justificam a melhoria dos habitats:
A – Ações preparatórias
- Estudo cartográfico
- Características científicas - Protocolos de avaliação
D – Sensibilização do público e divulgação dos resultados
- Criação de site na internet com intranet
- Placards de divulgação
- Comunicados de imprensa e publicações
- Elaboração de manual técnico
- Participação em conferências e seminários
- Criação de uma ferramenta web interativa
- “Open days ”
- Workshops de formação
C – Ações concretas de conservação
- Introdução da enrelvamento na vinha
- Introdução de sebes - Promoção da biodiversidade dos muros de pedra posta; - Métodos não químicos de protecção das vinhas (confusão sexual) - Gestão das cabeceiras
- - - - -
A – Ações preparatórias
- Estudo cartográfico
- Características científicas- Protocolos de avaliação
D – Sensibilização do público e divulgação dos resultados
- Sítio web público com intranet
- Quadros de avisos- Comunicados de imprensa e publicações- Escrita de uma orientação técnica- Participação em conferências e seminários- Criação de uma ferramenta web interativa- “Open days”- Workshops de formação
C – Ações concretas de conservação
- Introdução da cobertura do solo com vinha
- Introdução de sebes- Introdução de paredes baixas- Métodos não químicos de proteção das vinhas- Gestão das cabeceiras
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Implementação das acções de conservação
Estudo cartográfico
Caracterização cartográfica mais aprofundada
Habitat (ha) raio 250m raio 500m
vinha 53% 47%
olivais 4% 3%
sebe 1% 1%
mato 10% 10%
floresta 6% 10%
ripisilva 1% 2%
área_artificial (alcatrão/urbano) 10% 9%
espaço libre 9% 8%
área_social (jardim/pomar) 1% 1%
rio 5% 9%
% natural / vinha 35% 49%
diversidade 1,72 2,68
Uma paisagem complexa e variável ao longo do rio Douro
Acções de monitorização da Biodiversidade no ecossistema vitícola
• Perceber o impacto da paisagem na biodiversidade
Perceber se a presença de elementos naturais na paisagem (diversidade da paisagem) pode promover a biodiversidade
de outros organismos
Biodiversidade do solo (início 2012)
Artrópodes (2011-2012)
Plantas (início 2012)
Aves (início 2012)
Mamíferos (início 2012)
• Monitorizar a biodiversidade de habitats diferentes / vinha
2011- 5 habitats diferentes em 2011 (X 5 rep) 2012- só vinha (X 25 rep)
1- Mata 2- Vinha
5- Urbano
3- Olivais, 4- Sebes de oliveiras
2011 – Artrópodes
2012- Artrópodes - 3 ARMADILHAS
Armadilha Traça-da-uva Atracção com feromonas sexuais
10 semanas de monitorização (Abril a Junho)
• 2011- 25 pontos (500 ha) - (S. Luíz, Seixo/ Bateiras, Carvalhas / Ventozelo)
Pontos monitorizados 2011-2012
• 2012 - 25 pontos (2 000 ha digitalizados) em 16 quintas associadas da ADVID
Quintas nº
armadilha
Noval 1
Bomfim 2
Carvalhas 3, 4, 5, 6
Vale D. Maria 7
Bom retiro 8
Seixo 9, 10, 11
Pego 12
S. Luiz 13, 14, 15
Tedo 16
Nápoles 17
D. Matilde 18
Apegadas 19
Vallado 20, 21, 22
Vale flor 23
Casa amarela 24
Avidagos 25
Classification of arthropods by RBA method
Plantas (Flora)
- Taxa de cobertura (Lev. foram feitos apenas onde a taxa de cobertura > 5%)
Parâmetros determinados:
- Nº de Espécies (Riqueza), ou género (quando há dúvidas) ou família, quando desconhecida
- Abundância (+=rare, 1=<5%, 2=5-25%, 3=25-50%, 4=50-75%, 5= >75%);
- 1 levantamento (Março) da flora (X 3),
- Local: entrelinha da vinha;
- Área amostrada: 1 m2
Monitorização aves
- 1 levantamento Outono 2012
- 2 levantamentos Primavera / Outono 2012
Equipa do laboratório de Ecologia Aplicada (LEA) da UTAD
Monitorização mamíferos
Colocação de câmaras de infra-vermelhos em
zonas de transição entre a vinha e 3 habitats:
- mata, - olival e vegetação ripícola
Períodos de 2 semanas
(depois muda-se para outra repetição)
Monitorização da biodiversidade do solo
- Colocação em vinhas com e sem enrelvamento
- Colocação em 2 períodos (Maio e Outubro)
- Cada lâmina tem 16 buracos preenchidos com pó de celulose, flocos de
farelo e carvão activo
- Esta mistura é consumida pelos invertebrados do solo. Quanto mais buracos
abertos existirem, maior é actividade dos invertebrados no solo
Implementação de acções de conservação
Acções de conservação e de restauração do
património natural e da biodiversidade:
3- Luta por confusão sexual
1- Plantação de sebes
2- Restauração do coberto vegetal (entrelinha e taludes)
4- Outras medidas de conservação (ex….muros pedra)
Qual as vantagens
destas acções?
Acção C1- Promoção do enrelvamento da entrelinha
Nesta acção o associado deverá proceder a: - a) preparação adequada do terreno; -
b) proceder à sementeira das espécies adequadas (ideal espécies autóctones) nas
entrelinhas da parcela de vinha. A preparação do solo e a sementeira deverá ser
feita de preferência após as primeiras chuvas de outono (Outubro/Novembro).
- Incrementa a matéria orgânica do solo e mitiga o efeito da erosão;
- Em zonas de agricultura intensiva, os cobertos vegetais concentram cerca de
80% da biodiversidade da exploração;
- Os cobertos vegetais disponibilizam alimento vegetal (néctar, pólen), animal
(presas alternativas) e água aos inimigos naturais das pragas (ex. parasitóides da traça);
- Funcionam como abrigo para alguns insectos, e pequenos mamíferos que são a
base da cadeia alimentar das aves e mamíferos (ratos, coelhos) e funcionam como
corredores ecológicos permitindo a passagem de um habitat a outro;
Enrelvamento natural ou espontâneo (preferível) Enrelvamento semeado:
Acção C2- Implantação de sebes
- Oferecem condições de vida diversificadas num reduzido espaço físico.
Por exemplo uma combinação de arbustos espinhosos + árvores/arbustos com
bagas + plantas herbáceas fornecedoras de pólen + plantas rasteiras + mulching
restos de ramos triturados + pedras de xisto) podem ser atractivos para muitas
aves insectívoras, répteis, insectos polinizadores, predadores e parasitóides de
pragas.
- As sebes são abrigos naturais para fauna variada e está provado que a sua
instalação alarga o leque de animais presente na parcela:
- A presença de sebes embeleza a paisagem vitícola (valor estético);
- Funcionam como abrigo intermediário entre a floresta e as zonas rurais e
abrigam animais de ambos os habitats;
Hedges are also necessary for some
species. Hedges offer very diversified life
conditions on a restricted area: thorny
bushes (arbustos espinhosos) and
undergrowths, well-spaced trees, tree-
shaded niches, sunny ground covers,
damp stacks of wood covered with
moss, dry stones… For instance, ivy
(hedera helix) gives winter fruits, dead
trees encourage tits (chapim) or owls
(mochos ou corujas) nesting, bees find
there food supply.
Nesta acção o associado deverá proceder a: a) preparação adequada do terreno; -
b) correcta instalação das plantas, segundo instruções da ADVID; c) correcto
acompanhamento e manutenção das sebes (regas necessárias, podas, etc).
- Criam efeito “barreira” à deriva de tratamentos fitossanitários e ao vento
Sebes instaladas
Sebes espontâneas
Zonas possíveis para instalação de sebes
Acção C3- Fomento da biodiversidade dos muros
- São importantes valores patrimoniais que ajudam a manter a vinha sistematizada
na encosta, mitigando o efeito da erosão
- Os muros e montes de pedras abrigam muitos animais (aves, musaranhos,
ouriços cacheiros, répteis) que se alimentam de pragas
- A presença de muros embeleza a paisagem vitícola (valor estético);
Nesta acção o associado deverá proceder a: - aplicação do substrato nos muros,
segundo protocolo proposto no projecto
Foto: André Carapeto
O chasco-preto (“Melro buraqueiro) nidifica em zonas rochosas
Acção C4- Recurso à confusão sexual da traça
- Portugal é o 3º consumidor de pesticidas da Europa (vinha é a cultura
responsável pelo maior consumo)
- Utilização de um meio de protecção contra a traça “amigo do ambiente”
- A não aplicação de insecticidas fomenta o aparecimento da fauna auxiliar
Nesta acção o associado deverá proceder a: a) colocação dos difusores, segundo
as densidades recomendadas pela ADVID; b) monitorizar as armadilhas sexuais e
comunicar os resultados a ADVID; c) efectuar as estimativas do risco nas épocas
aconselhadas pela ADVID
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Aplicação da técnica da CS nas vinhas
contra a traça da uva
Acção C5- Reorganização de cabeceiras / revest. taludes
- Os taludes revestidos são importantes locais de refúgio da fauna auxiliar
(quando ocorrem tratamentos fitossanitários na vinha);
- Os cobertos vegetais / árvores / arbustos aí presentes disponibilizam alimento
(pólen, néctar, água);
- Em viticultura de encosta, o seu revestimento é fundamental para mitigação do
efeito da erosão;
Nesta acção o associado deverá proceder a: a) preparação adequada do terreno; b)
proceder à sementeira nas(os) cabeceiras/ taludes da vinha. A preparação do solo e
a sementeira deverá ser feita de preferência após as primeiras chuvas de outono
(Outubro/Novembro).
- Podem também ser aproveitados como zonas para instalar sebes.
Quinta das Carvalhas, 2/06
Outras Infra-estruturas ecológicas
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Mocho galego
Athene noctua
Fauna associada ao olival
2.3-Tipo de condução do solo do olival
(aplicação herbicida? Se sim, quando e qual?, mobilização? Escarificação?
Tratamento e interpretação de dados – informação cultural
1- Tratamentos fitossanitários
2- Tipo de condução do solo da vinha onde estava localizada a armadilha:
2.1- Revestimento Entrelinha:
- com herbicida, se sim qual e quando?
- c/ enrelvamento natural? - corte da erva, se sim, quando?
- c/ enrelvamento semeado? - corte da erva, se sim, quando?
- escarificada? Quantas vezes / Quando?
2.2- Revestimento linha
- com herbicida, se sim qual e quando?
- enrelvamento natural?
- enrelvamento semeado?
- escavada?;
Foram ainda observadas correlações entre as capturas de artrópodes com a
presença de olivais presentes na proximidade do ponto de recolha (distância
máxima 500 m) para as quais gostaríamos de poder ter mais dados para as
podermos interpretar correctamente. Relativamente a estes:
Obrigada pela Vossa atenção!