do a Terra - Cap 2 - Minerais e Rochas

Embed Size (px)

Citation preview

  • 5/13/2018 do a Terra - Cap 2 - Minerais e Rochas

    1/16

  • 5/13/2018 do a Terra - Cap 2 - Minerais e Rochas

    2/16

    28 DEC I F RAN 0 0 ATE R R A

    rnaraestudatmos 0planeta Tetra e necessario, ini-LIIdalmctlte, conheceras caracterfsticas desmaterials que 0 constituem, especialmente os mais su-perficiais ecom os quais terrros maioreontate, Nasuperffcie terrestre, podem ser observados rnateriaisinconsolidados (por exemplo, os solos dos nossos jat-dins, as areias do s rios e das praias) e rochasconsolidadas, ambos constituidos pot associacoes maisou menos caracterfsticas de rninerais,

    Os principals \ i lSOS atuais dos minerals e rochas rnaiscomuns sao apresentados no Cap. 21. A imporeineiados minerals e rochas no desenvolvimento tecnologieoda humanidade, cresceu continuamcnte desde a epocada pedra Iascada. Entre outras coisas, a sociedadetecrto16gica nab teria conseguido chegar aLua nao fosseo seu conhecimento sobre as caracteristicas e proprie-dades dos minerals, A dureza excepcional dodiarnante,potexemplo, foi responsavel pela fabricacao de pe-cas mecanicas dealtissima precisao que auxiliaram aida do homema Lua. Alem dessasaplicacces muitoespecializadas, muita coisa que usamos no nosso dia-a-dis vern do. reino mineral.

    2.1Minerals: UnidadesConstituirttesdas Rochas

    2.1.10 que sao minerals erochasf:Minerais sao elementos ou compostes quirnicos

    tom composicdo definida dentro de certos .limites,cristalizados e formados naturalmente por meiodeprocessos geologicos inQrganicos, na Terra ou emcarros extraterrestres. A composicao qufmica e asptopriedades cristalografieas bern definidas do mine-raj fazern com que ele seja p.nico dentro do reinomineral e, assim, reeeba urn nome caractensdco,

    Cada tipo de mineral, tal come 0quartzo (SiOJ,constitui uma especie mineral. Sernpre que a sua cris-talizat;ao seder em. corrdieoes geo16gicas ideais, a suaorganizas;ao atofnica interna se manifestara em umaforma geometric a externa, com 0 apareeimento defaces; arestas e vertices naturais. Nesta .si tu ac ao , a -amos -tra do mineral sera chamada tambern de cristal.o termo rochae usado para descrever uma asso-dac;ao de minerais que, por diferentes motivos

    geologicos, acabam ficando intimamente unidos,

    Embora coesa e~ muitas vezes, dura, a rocha naoehortiogenea. Ela naa tern a oontinuidade fisica de urnmineral e,portanto, pode ser subdividida em todososseus rninerais constituintes,

    J a o terrnamine;rioe utilizadoapenas quando 0mineral ou a rocha apresentat uma importancia eCO~nemica (Cap. 21).

    Paraconhecer .maissobre os minerals, vamos de-talhar os principals conceitos usados na definicaoapresentada, Como serdvisto, a ti.;adi

  • 5/13/2018 do a Terra - Cap 2 - Minerais e Rochas

    3/16

    - - . CApiTULO 2 MINERAlS E Ro eHAS : CONSTITUINTES DA TERRA SOLIDA 29. . \ ~mos constituintes de urn mineral encontram-se distri-buidos ordenadamerite, forrnando uma redetridimensional (0 reticulo cristalino), gerada pela re-peticao de uma unidade atornica ou ionica fundamentalque ja tern as propriedades fisico-quimicas do mineralcompleto. Esta unidade que se repete e a cela unita-ria, 0"tijolo" que vai servir de base para a construcaodo reticulo cristalino onde cada atomo ocupa umaposicao definida dentro da cela unitaria (Fig. 2.1).

    Fig. 2.1 Arronjo espociol dos Ions de No+ e Cl no compostoNoel (halita), mostrando acela unltorlo que resulta no hobltocr istolino em cubes geralmente apresentodos pelo mineral.

    Duas propriedades flsicas que por si so atestamesta organiza

  • 5/13/2018 do a Terra - Cap 2 - Minerais e Rochas

    4/16

    30 DEC I FRAN D 0 ATE RRA

    Fig.2 .3 Eixos de simetria: terncrio, quoternorio e senorio,

    F ig . 2 .4 Centro de simetria (C).

    ortorrombico, monoclinico e triclinico. Os sete siste-mas cristalinos sao usados para a classificacaocristalografica de todas as substancias, naturais ou nao,que apresentam estrutura cristalina (Tabela 2.1).

    A escola norte-americana de cristalografia consi-dera a existencia de apenas seis sistemas cristalinos, umavez que coloca 0 nosso sistema trigonal como umasubdivisao do sistema hexagonal, chamada de hexa-gonal romboedral. Assim, enquanto nos, brasileiros(que seguimos a escola europeia de cristalografia), fa-lamos que, por exemplo, 0quartzo a e a turmalina secristalizam no sistema trigonal, os norte-americanosconsideram estes minerais como pertencentes ao sis-tema hexagonal romboedraL Por isso, devemos tomaro cuid ado, sempre que usarmos urn Iivro decristalografia e mineralogia da escola norte-america-na, de nao confundir 0nosso sistema hexagonal (H)com a classe hexagonal romboedral (Hr) de1es.

    c) Quanto a definicao ".. fo rm ado na tura /m en te ... "Quando usamos 0 termo "naturalmente" na defini-

  • 5/13/2018 do a Terra - Cap 2 - Minerais e Rochas

    5/16

    Tabela 2.1 Sistemas cristolinos, constantes cristoloqroficos e simetria principal de alguns minerais.

    1=2*(a=~=y=901=02=03*ea=~=6=90 e y'= 1200l1=02=03*ea=~=8=90 e y = 1200

    o*b*ca=~=y=90Q

    a*b*c:a=y= 900 e ~*90o*b*ca*~*y*90

    2.1.2 A origem dos rnineraisA origem de um mineral esta condicionada aos

    "ingredientes quimicos" e as condicoes fisicas (tempe-ratura e pressao) reinantes no seu ambiente deformacao, Assim sendo, rninerais originados no inte-rior da Terra sao geralmente diferentes daquelesformados na sua superficie. As inforrnacoes sobreminerais presentes em corpos extraterrestres saoinferidas a partir de amostras desses corpos; no casoda Lua, coletadas diretamente de sua superficie e nocaso de Marte e alguns asteroides maiores, a partir deamostrasde meteoritos caidos na Terra.Um mineral pode se formar de diferentes ma-

    neiras, por exemplo, a partir de uma solucao, dematerial em estado de fusao ou vapor. 0 processode cristalizacao tern inicio com a formacao de urnnucleo, urn diminuto cristal que funciona como umasemente, ao qual 0material vai aderindo, com 0conseqiiente crescimento do cristal. 0 estado cris-talino po de ser conseguido pela passagem damateria do estado fisico amorfo para 0 cristalino,em ambiente geologico quente. Isto occorre na cris-talizacao de magma, .material rochoso fundido

    Zircco, cassiterito, rutilo

    Ounrtzo ~ , berilo

    Q.uarizo a, turmolino, corindon

    1eixo binorio (eixo e);pede ter mais 2 eixosbinorics e ate 3 plan0~;;

    Olivino, orropiroxenio, topozio

    (Cap. 16). Ocone tambern pela condensacao demateriais roehosos em estado de vapor, quando oscristais se formam diretamente do vapor sem pas-sar pelo estagio interrnediario do estado Iiquido. Acondensacao de minerais a partir da nebulosa solar(Cap. 1) deve ter sido urn processo importantedurante a formacao dos planetas. Atualmente, po-demos ver na Terra a formacao de cristais deenxofre a partir das fumarolas de atividades igneasvulcanicas.A cristalizacao de substancias a partir de solucoes

    aquosas a baixas temperaturas 1a o C ) e urn pro-cesso importante na formacao das rochas sedimentaresquimicas (Cap. 14).Na passagem de materia de urn para outto estado

    cristalino, os materiais rochosos que j . a estao cristaliza-dos podem, por rnodificacoes nas condicoes depressao e/ ou temperatur~., tornar-se instaveis e serecristalizar em uma nova estrutura cristalina rnais es-ravel para as novas condicoes, sem que haja fusao domineral inicial. Este proeesso e importante na forma-cao de alguns dos minerais das rochas metamorficas(Cap. 18).

  • 5/13/2018 do a Terra - Cap 2 - Minerais e Rochas

    6/16

    32 DEC IF RAN 0 0 ATE R RA

    2.1 Liga~oes quimicas no reino mineralo,minerais aptesentam composicao quimica constante dentro de certos limites, 0que permite .portanto, quese atribuam formulas quimicas aos rninerais, Os elementos quimicos constituintes dos minerais estao unidos .atraves de diferentes tipos de liga

  • 5/13/2018 do a Terra - Cap 2 - Minerais e Rochas

    7/16

    2.1.3 Classificacao sistematica de rnineraisestudo sistematico dos minerais fica facilitado quan-do se usam criterios que permitam agrupa-los emconjuntos com caracterfsticas sirnilares, Alguns dos crite-rios mais usados sao resumidos na Tabela 2.2.

    Nos Iivros de mineralogia descritiva, exposicoesmineralogicas em museus e em colecoes em geral usa-seo criteria quimico baseado na natureza do radical anionicodo mineral. Par exemplo, no mineral banta (BaSO), 0radical anionico e 0542 e, portanto, a barita sera classi-ficada como sulfato.

    Esta u ltima c la ss if ic ac ao do s minerais se assemelha ade compostos quimicos utilizada pela Quimica Inorganicae apresenta as seguintes vantagens:a) minerals com 0mesmo radical ani6nico possuempropriedades flsicas e morfologicas muito mais serne-lhantes entre si que minerals com 0mesmo cation. Por

    Tabela 2.2 Alguns dos criterios usados paraclassificar os minerais.

    USOS Mineri0S, qernos, c1nineroisIormodores de roches;

    exemplo, a siderita (FeCOJ tern mals anidades com aealdta (CaCOJ, au com a magnesita (MgC0J do quecom a pinta (FeSJ au com a hematita (FezO);b) rninerais com a mesrno radical anionico tendem ase format par processos fisico-quimicos semelhanres e aocorrer associados uns aos outros na natureza.

    2.3 Classiflcacao sistematica dos mineraisAs. e sp ec ie s m in era ls c on he cid as sao ag ru pa da s e rnClasses minerals com base no anion ouradicalani6rucq dominante em sua formula qu fr n ic a, J amesD . Dana (i:813- i895) teve papelfundamental na ela-boracao desta classificacao .. Assim, rem-se, dem arreira sim p lificad a, as seguin tes classes, e no casodos silicates, as subclasses, seguidas de alguns exem-plos e suas formulas quimieas: Elementcs natives: ouro (Au), enxofre (S). S ulfe to s; galena (PbS) , esfalerita (2nS) , pirita (peS). Sulfo ssais: tetraedrita CCulzSb 4SI3)' ,enargita

    (CQg,AsSJ." Oxidos: gelo (H20), hematita (Fe20~, cassiterita(SnO~. Haloides: halita (NaCl), fluorita (CaF2). Carbonates: calcita (CaC03), dolomita[CaMg(CO~J. Nitrates, salitre(KNO~J, salitre-do-chile (NaNO~. Boratos: borax Na2B407.10H2o. Sulfates e crornatos: barita (BaSO J, gipsita(CaS04,2HzO).

    ., Fosfato s, arseniatos e vanadatos: apatita[Cas(P .CI ,OH)(PO jJ.

    Tungstatos e molibdatos: scheelita (CaWn J .

    Silicatos: Devido a sua grande iffiportancia, ossilicatos Sa Q subdivididos de aoordo com ogifa:l:!l depolimerizscaodcs tetrae?rCls SiOt e.conseqiiente-mente pels razao Si.Otdos'anions: ." tetraedros isolados (nesossilicatos) - S1:0:' . : : ! ' 1:4.olivina [(Mg,Fe ) 2SiO J , granada! :zircao, topizio.

    duplas de tetraedros (sorossilicatos) - Si:O ::: 2:7.hemirnorfita [Zn4(Si207)(OH).Hz0], epidQto. aneis de tetraedrcs (cidossilicatos) -Si:O = 1~3.berilo [Be3Al2(Si60r~]:turmalina. cadeias de tetraedros (inossilicatt:'ls)a) cadeias simples de tetraedros - .8i:0 1:3.piroxenios: enstatita[Mg/Si20J].

    b) cadeias duplas de tetraedros - Si:O 4;11,anfibolios: tremolita [Ca4Mg5(Si602~(OH)2]'

    folhas de tetraedros (filossilicatos) - 8i:0' = 2:5.argilorninerais (caulinita,esmectita), micas(muscovita, biotita),

    " e str utur as t ri dimensi onai s ( te ctos si li ca re sr - 8i:0 = 1:2.quartzo SiO 2

    feldspatos:a) potassicos: microclinio (KAlSi:30~, ortoclasio(KAlSi30J .

    b) plagioclasios: albita (NaAlSi3 8)' ahorti ta(Cf!Al2S 120J.

  • 5/13/2018 do a Terra - Cap 2 - Minerais e Rochas

    8/16

    34 DEC I F RAN 0 0 ATE R RA

    Das varias classes minerais existentes, apenas uma,ados silicatos, e responsavel pela constituicao de apro-ximadamente 97% em volume da crosta continental.Esta, como veremos no Cap. 5, configura a parte ex-terna da Terra em regioes continentais, com espessurade algumas dezenas de guil6metros (Tabela 2.3) . Mi-nerais das demais classes, embora menos abundantes,tambem sao irnportantes pelo seu interesse economi-co e cientifico.

    Tabela 2.3 Constituicdo mineroloqicoda crosta continental.Clesse mineral Especieou grupo mineral %

    em vol.feldspatos 58

    1311103

    piroxenios e anfib61iosSlllcntos quartzo

    micas, clorita, argilomineraisolivineepfdoto, cicnitc, andaluzita,sillimanita, qrcncdos,zeolitos etc.

    2

    Carbonatos,6xidos,Sulfetos,Hal6ides etc.

    3

    2.1.4 Nomenclatura dos mineraisA nomenclatura dos minerais e hoje controlada

    pela Comissao de Novos Minerais e Novos No-mes de Minerais (CNMNM) da As so ci a.caoMinera16gica Internacional (IMA), criada em 1959.Os nomes de novos minerais devem ter, no casobrasileiro, a terrninacao "ita". Em coritraposicao, aterrninacao "ito" e usada para nomes de rochas.Os rninerais conhecidos desde epocas remotas ecujos nomes ji tern uso consagrado podem naorespeitar esta regra.

    Outras recomendacoes para a criacao de urnnome para urn novo mineral sao: que 0 nome indique a localizacao geograficade sua descoberta. gue 0 nome indique uma de suas proprieda-

    des ffsicas.

    Exemplos: tetraedrita (devido ao seu habitotetraedrico), cianita (devido a sua cor mais comum,azul). que 0nome indigue a presenc;a de urn elemento

    quimico predominante.Exemplos: molibdenita, cuprita, arsenopirita,

    lantanita. que 0 nome homenageie uma pessoa proemi-

    nente. Exernplos: andradita (em homenagema Jose Bonifacio de Andrada e Silva, 1763-1838, geologo e patriarca da independenciabrasileira); arrojadita (em homenagem a .MiguelArrojado Ribeiro Lisboa, 1872-1932, ge61ogobrasileiro) .Quando ocorrem apenas pequenas variacoes qui-

    micas na cornposicao de um mineral, utiliza-se 0termo variedade em contraposicao a "especie mi-neral". Por exemplo, quando parte do zinco daespecie m.ineral esfalerita (ZnS) e substituido porferro, gerando assim a formula (Zn,Fe)S, origina-se uma variedade de esfalerita enriquecida em Fe, enao uma outra especie e, portanto, nao recebe urnnovo nome.

    2.1.5 Identificacao dos mineraisOs minerais mais comuns podem, muitas vezes,

    ser identificados simplesmente com a observacaode suas propriedades fisicas e morfol6gicas, quesao decorrentes de suas cornposicoes quimicas ede suas estruturas cristalinas. U tilizamos para finsde identificacao rapida de minerals as seguintes pro-priedades: habito cristalino, transparencia, brilho,cor, trace, dureza, fratura, clivagem, densidade re-lativa, geminac;ao, propriedades el e tri cas ernagneticas.

    Habito cristalinoE a forma geometric a externa, habitual, exibida

    pelos cristais dos minerais, que reflete a sua estruturacristalina (Fig. 2.5). E chamada simples mente habitodo mineral e pode ser observada, sobretudo, quandoo mineral cresce em condicoes geol6gicas ideais. Oshabitos mais comuns sao: 0 laminar, 0prismatico (oscristais aparecem alongados como prismas), 0 fibre-so, 0 acicular, 0 tabular (em forma de tabuas ou tijolos)e 0equidimensional,

  • 5/13/2018 do a Terra - Cap 2 - Minerais e Rochas

    9/16

    TransparenciaOs rninerais que nao absorvern ou absorvern

    poueo a luz sao ditos transparentes. Os que absor-vern a luz consideravelrnente sao translucidos edificultam que imagens sejam reconhecidas .atravesdeles. Obviamente, estas caracteristicas dependem daespessura do mineral: a maiaria dos mineralstranslucidos torna-se transparente quando em laminasmuito finas (Fig. 2.6). Existem, contudo, os elementosnativos metalicos, oxidos e sulfetos que absorvem to-talmente a luz, independentemente da espessura. Saoos minerais opacos.a

    O,50mFig. 2.5 Exemplosde hobitos cristalinos: (a) cubo de pirita (FeS2)visto por um eixoternorio, mostrondo tornbern sua cor ornorelo eseu brilho metolico: (b)fibres degipsito (CaS04. 2H20). Fob: I.McReoth.

    BrUhoE a quantidade de luz refletida pela superffcie de

    urn mineral. Os mineraisque refletem mais de 75% cialuz incidente exibem brilho metalico (Fig. 2.7a). Ii0caso da maioria dos minerais opaeos.

    Os que nao atingern esta reflexao tern brilho nao-metalico, Entre os tipos de brilho nao-rnetalico, e usualdistinguir alguns catacteristicos, como o vitreo (0 bri-lho da fratura fresca do vidro), 0 gorduroso (0 brilhodo azeite), 0 sedoso etc. (Fig. 2.7b).

    o brilho metalico,como 0 nome diz, e 0 brilhodos metais polidos, que todos estamos acostumadosa ver em objetos de uso cornum. Por causa disso, al-guns esquemas sisternaticos de identificacao de mineraisutilizam 0 tipo de brilho - metalico ou nao-metalico -

    . como 0 primeiro criterio de identificacao, Entretanto,e born lembrar que alguns rninerais (a pirita, por exem-pIo) podem softer leve oxidacao superficial, o queresulta na perda pelo rnenos parcial do brilho metali-co naturaL

    Fig. 2.6 Tronsporencio e tronslucidez: (a) escola vista atrovesdo quartzo (Si02) transparente, variedode cristal de rocho; (b)a luz e pareiolmente transmitida pelo quartzo tronslucido, vari-edade leitoso, porern a escolc emboixo do ornostro, no porteinferior, ndo e visfvel. Foto: I. McReath.Cor

    A cor de urn mineral resulta da absorcao seletivada luz. 0 simples fato de 0mineral absorver mais urndeterrninado comprimento de onda do que os ou-tros faz com que os comprimentos de onda restantesse componham Duma cordiferente da luz branca quechegou ao mineral. Os principals fatores que colabo-ram para a absorcao seleriva eao a presenya deelementos quimicos de transicao (ferro, cobre, niquel,cromo, vanadio etc.) nacornposicao quimica do mi-neral, os defeitos na sua estrutura at6mica, e a presen

  • 5/13/2018 do a Terra - Cap 2 - Minerais e Rochas

    10/16

    36 DEC I F RAN D 0 ATE RRA

    Tra~oo traco e a cor do po do mineral. E obtida ris-

    cando 0mineral contra uma placa ou um fragmentode porcelana, em geral de cor branca (Fig. 2.8). Estapropriedade s o e util como elemento identificador dosminerais opacos ou minerais ferrosos, que apresen-tam freqiientemente traces coloridos (vermelho,marrorn, amarelo etc.). A maioria dos mineraistranshicidos ou transparentes exibe trace branco. Aoprovar minerais mais duros que a porcelana (aproxi-madamente 7 na escala de Mohs - ver a seguir), atrace resultante nao e do mineral, mas sim da porcela-na. A cor do po destes minerais somente pode serobservada por moagem do mineral.

    Fig. 2.8 Iroco vermelho (ris-co de comprimento de 1 em,aproximodamente, na porte su-perior sobre placa deporcelana) da hematita(Fe203), mineral de cor cinzoescura e brilho rnetclico. Foto:I. McReath.

    DurezaA dureza e a resistencia que 0mineral apresenta

    ao ser riscado, Para classifica-la, utiliza-se a escala deMohs, em homenagem ao mineralogista australianoF Mohs, que a elaborou com base na dureza de mine-.rais relativamente comuns utilizados como padr6es eque varia de 1 a 10, em ordem crescente de dureza.Na falta destes, podem ser usadas algumas alternativasapresentadas na coluna a direita da Tabela 2-.4.A larni-na de aco risca todos os materiais com dureza menorque 5 e, par sua vez, e riscada par todos os materiaiscom dureza maior que 5,5.

    Tabela 2.4 Escolade Mohse podr6es secundorios,

    Mineral padrao Dureza Padrao secunderlotalcogipsita 2 unha (2,5)colcito ' 3 alfinete (3,5)fluorita 4apotitd' 5 lamina de a c;0 (5 - 5(5)ortocl6sio 6quortzo 7 porcelano (---:7), topcz!o 8corindon 9diomante 10

    Fig. 2.9 Fratura e clivagem: a) frotura conchoidal do quartzo;b) tres clivagens perfeitas, em pad roo romboedrol, cujos plc-nos se destacam pelo ilurnlnocco, de brilhante a bastonteescuro; cristal de calcita (CaC03), variedode de espoto da Is-landia. Foto: I. McReoth.

    FraturaDenomina-se fratura a superficie irregular e curva

    resultante da quebra de urn mineral. As superficies defratura, obviamente controladas pela estrutura atomi-ca interna do mineral, podem ser irregulares ouconchoidais (sao estes os tipos mais comuns de fratu-ra) (Fig. 2.9a).

    ClivagemMuito freqiientemente, ocorrem superficies de que-

    bra que constituem planos de notavel regularidade.Neste caso, a quebra passa a ser denominada clivagem,que pode ser perfeita, boa ou imperfeita. A maioriados minerais, alem de mostrar superficies de fratura,apresenta uma au mais superficies de clivagem, no-meadas segundo sua orientacao com referencia a facesde s6lidos geometricos (par exemplo, clivagem cubi-ca, clivagem romboedrica etc., Fig. 2.9b).

    Densidade relativaE a numero que indica quantas vezes certo volu-

    me do mineral e mais pesado que a mesmo volumede igua (a 4C). A densidade relativa da maioriados minerais formadores de rocha oscila entre 2,5 e3,3. Alguns minerais que contem elementos de altopeso at6mico (por exernplo, 'Ba, Pb, Sr etc.) apresen-tam densidade superior a 4. Com alguma pratica,pode-se avaliar manualrnente, de forma qualitativa, amaior au menor densidade do mineral ou seu agrega-do. No entanto, a determinacao precisa deste valor efeita utilizando-se uma balanca especial.

  • 5/13/2018 do a Terra - Cap 2 - Minerais e Rochas

    11/16

    . CAPITULO 2 MINERAlS E ROCHAS: CONSTITUINTES DA TERRA 50UDA 37

    GeminacaoE a propriedade de certos cristais de aparecerem

    intercrescidos de maneira regular. Os diferentes indi-viduos de urn cristal geminado relacionam-se poroperacoes geometricas. A geminacao pode ser sim-ples (dois individuos intercrescidos) ou rnultipla(polissintetica), 0 tipo de geminac;:ao e , muitas vezes,uma propriedade diagnostica do mineral (Fig. 2.10).a

    Fig. 2.10 Exemplos de geminados: (a) geminado simples emcruz da estaurolita (mineral da familia dos silicatos); (b)gemina

  • 5/13/2018 do a Terra - Cap 2 - Minerais e Rochas

    12/16

    38 0Eel F RAN D 0 ATE R R A '

    acess6rios podem ou nao estar presentes, sern que istomodifique a classificacao da rocha em quesrao.Quando os minerais agregados pertencerem a mes-ma especie mineralogica, a rocha seta consideradamonornineralica. Quando forem de especies dife-rentes, ela sera plurimineralica (Tabela 2.5).

    Tabela 2.5 Rochas monorninerclicose plurimineroliccs.

    Rochas Rochesmonemlneruliccs plurlmlnercliccs

    ,(dlpS'r:t~~~,:' i ""M6rmore

    G r l 9 a ; ~ s e : ! P ; : i ; "GabroGroni' tol "

    2.2.2 Classiflcacao genetica das rochasClassificar as rochas significa usar criterios gue

    permitam agrupa-las segundo caracteristicas seme-lhantes. Uma das principals classificaco es e agenetica, em que as rochas sao agrupadas de acor-do com 0 seu modo de formacao na natureza. Sobeste aspecto, as rochas se dividem em ttes grandesgrupos:igneas ou magmatic asEstas rochas resultam do resfriamento de mate-

    rial rochoso funclido, chamado magma (Fig. 2.12a).Quando 0resfriamento ocorrer no interior do glo-bo terrestre, a rocha resultante sera do tipo igneaintrusiva. Se 0magma conseguir chegar a superfi-cie, a rocha resultante sera do tipo ignea extrusiva,tambern cham ada de vuldinica (Fig, 2.12b). A ro-cha vulcanica rnais abundante e 0basalto, cujacornp osicao qu irni ca e rica em p iroxe nio s eplagioclasio calcico. 0 Cap. 16 trata especificamentedos magmas e rochas igneas.Para reconhecer se a rocha e intrusiva au

    exttusiva e necessaria avaliar sua textur a, 0resfriarnento dos magmas intrusivos e lento, dan-do tempo para que os minerais em formacaocrescam 0 suficiente para serem facilmente visiveis.Alguns cristais podem chegar a varies centimetros.o granito (Fig. 2.11) e a rocha ignea intrusiva maisabundante na crosta terrestre.

    Fig.2.11 Detalhe de urno chapa de granito polido. As mossesrosecs (por exemplo, F A ) sao 0 feldspato alcalino, as brancas(por exemplo, P L ) , 0 plagiaci6sia. Junto 00 quartzo (as massaslevemente esbrcnquicodos, par exemplo, QZ), os feldspatosformam os minerais essenciois que samam em torno de 80 %do volume da rocha. A mica preta (biotita) e a onfibolio(hornblende) comp6em 0 maior parte dos areas escuras.

    o resfriamento dos magmas extrusivos e muitomais rapido. Muitas vezes, nao ha tempo suficientepara as cristais crescerern rnuito. Arocha extrusivatende a ter, portanto, uma textura de granula

  • 5/13/2018 do a Terra - Cap 2 - Minerais e Rochas

    13/16

    CApiTULO 2 MINERAlS E ROCHAS: (ONSTITUINTES DA TERRA SOLIDA 39

    rnoontra sedimentar, fornm::endo, pelo internperismo,se dim en to s'C p articu la s e / o n composto s q JJ irrU co sd is-SQiyidos) que ser~9 'as l;rUtt~rias-prim:as' Usad:: ls nafotrh:is:ao da f utura, tocha sed im{?f) .i at .Os eornpestosqrutniCQS cUssolvido~ reptttserttam a m:atetia-pcim;:t. paraos se diifle ut0 sq rumlc0 s, O s sedimentos. (FIg, , 2 . 1 2 c ; )s,empre se ciepo'sltat11 etll@amadas sobre a superficie:tettestire.

    Quat1t'lo arocha.sedfrfiet1tare constitUidaporp.arti~.cu las (clastQ s ) p ree'Jd sten te S, d ae classificad a comocHi.stica.. 0 processogeo16gicoque uneas particulassedimentareseconhecidoconro litifica~.ao QU diagenese,ecom,preende uma combina9~JJ entreos p.rocessos decompacta9ao e clrnenta9aQ. A lltifica9_aooeerreemcondis;&esg,eol6@cas de b~a pressao(pesQ dos sedi-mehtQS postet : iQre~) e balxa temwerah!q, (:--2500) e1pot . isso, asroehas c;:lastica :;;n~o tein, s~yO rll,ras exes-g o e S , a rnesma .c(Jnslsterrc1adura dasroehas 1 9 n e a s .

    As rechss sedirnentates da;stlc-assao classificadasde a:cordd com o tarnanho desuss p attk ulas C Q n stitu ~intes.,.conr6 we.temos no, C ap . 14. E lassao facilm enrsre .. on he cid as, p ela se qiie ncia d e cam sdas, h orlz crrtaisc o m espessl Jras' va t: iave is que tloxmalmenteexibem.

    As rQcha.&edimeQ.tares ~mmica$ Ol,lna~H:lastica_s.sao form:ad!t$pela preipita~'ao dQ$ tadicais salinQS,qu e forrun J ? f o c l : u z i d o s pelo intempen$mQ q U t n i C Q , e"gora eneontsam-se diss61vidos nas aguas dosJ.r1os,lagos e. mares. E n trees p rin cip aia anions salit}o'sestaoos tatbonatds,dotetbs e sulfatbs;: e1iquafitobspr1m;i~'p ais catians sao cs m a:is 501:6.ve1s,os a leal ihos Nae 1

  • 5/13/2018 do a Terra - Cap 2 - Minerais e Rochas

    14/16

    ' F i g . 2.12 0 ciclo das rochas

  • 5/13/2018 do a Terra - Cap 2 - Minerais e Rochas

    15/16

    ',,:' ,_. " CApiTULO 2 '. MI~ERA~S E RO~HAS: C O N S T ! _ T l : J l N T E S DA TERRA .5c)LlDA, 41 .

  • 5/13/2018 do a Terra - Cap 2 - Minerais e Rochas

    16/16

    ~ 42 DEC I FRAN 0 0 ATE R RA

    As relacoes entre os tres tipos geneticos de 1'0-chas na crosta nao se dao ao acaso. Ao contrario,existe uma disposicao rigida que relete exatamenteos eventos geoioglcOS que ocortefiffi e'fff d~t~ffffi-nada regiao. E possivel, para 0geologo, descrevera historia geologica da crosta, atraves do estudodas rochas e dos tipos de contatos que existem en-tre elas. As fontes de inforrnacoes para este estudosao os mapas geol6gicos, cortes rochosos em es-tradas e ferrovias, perfuraco es de poc:;os parao btencao de agua e petroleo etc.

    2.2.4 0 cicIo das rochasAs rochas terrestres nao constituem massas es-

    taticas. Elas fazem parte de urn planeta cheio deenergia, que promove, com sua alta temperatura epressao interna, todos os process os de abalos sis-micos, movimentos tectonicos de placas e atividadesvuldnicas em uma dinamica muito intensa (Caps. 3e 6). Da mesma forma, a atividade internperica eerosiva exterria, envolvendo os agentes atmosferi-cos como 0 calor do Sol, chuvas, ventos, geleiras,tambern atuam sobre estas rochas, causando cons-tantes alteracoes (Caps. 8 a 13). Em suma, a Terra eurn planeta vivo em continua rnodificacao.

    As atuais rochas igneas superficiais da Terra es-tao sof:rendo 0 constante ataque dos agentesintempericos - os componentes atrnosfericos 02 eCO2, a agua e os organismos - que lentamente re-duzem-nas a material fragmental', incluindo tantoos detritos solidos da rocha original como os no-vos minerals formados durante 0 intemperismo(Fig. 2.12b). A acao de agerttes de erosao e trans-porte - a agua corrente, os ventos ou 0 gelo -redistribui 0 material fragmentar atraves da super-ficie, depositando como sedimentos (Fig. 2.12c),incoesos no inicio. Transformam-se em rochassedimentares, porern, pela cornpactacao dos frag-mentos e expuls ao de agua intersticial e pela

    cimentacao dos fragmentos uns aos outros. As ro-chas sedimentares, por sua vez, por aumento depre s sao e temperatura, gerarao as rochasm e t '3 m d f 'i ic 3 ( Pig . 2. 22d ). A o rlumetltrlC rl {,cessioe, especialmente, a temperatura, em deterrninadoponto ocorrera a fusao parcial (Fig. 2.13e) e nova-mente a possibilidade de formacao de uma novarocha ignea, dando-se inicio a urn novo ciclo.

    Esta sequencia de eventos geol6gicos e apenasuma das varias alternativas que a natureza tern paraestabelecer urn relacionamento genetico entre asrochas de nossa crosta,

    2.2.5 Utilidade dos minerais e rochasOs mirierais e rochas representam bens minerais

    de grande importancia ao conforto e bem-estar dahumanidade. Enconttam utilizacoes das mais diver-sas forrnas, nas areas da metalurgia (ferrosa e naoferrosa), da construcao civil, da industria de fertili-zantes, etc. (Cap. 21).

    Leituras recomendadasDANA, J . n M a n u a l d o Mi1 J f} r~ jo g i a . Porto Alegte:LTC , Rio de J41)eiro, 191'UJ.

    !R;

    DEER, WA., HOWIE, R A. &ZUSSMAN~ J M i-n era ls c on sti tu in te s d as r o c hd : - UJ 'J2a in t todupao ,Lisboa; Fundacao Calouste Gulbenkian, 1966.

    . I

    ERNST, G.W M in er ais e R o cha s. Sao Paulo; EdgardBlucher, 197,1.

    KLEIN, c. &HURI.,BUT, Jr., C.S. M a n u a l o jMinera logy . New York: John Wiley &Sons, 1993.

    LEINZ, V. & SOUZA CAMPOS, J . E. G u ia p a rade t r l f ' 1? z i napaoe min~ r a i s ; S a o Paulo; Naeional, 9 "ed., 1982.