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Do Empreendedorismo a Empreendedologia_filion

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DO EMPREEDEDORISMO À EMPREENDEDOLOGIA By, Louis Jacques Filion

HEC, The University of Montreal Business School Traduzido e adaptado por: Jovino Moreira da Silva, M. Sc.

Para uso educacional na disciplina Desenvolvimento de Negócios Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia – UESB

Núcleo de Estudos e Pesquisas em Ciências Sociais Aplicadas – NEPAAD Curso de Administração

Resumo

Este artigo apresenta um resumo de pesquisa sobre empreendedores (entrepreneurs) e discute as tendências no desenvolvimento deste campo do conhecimento. Começa pela apresentação dos pioneiros deste domínio, Cantillon, Say e Schumpeter. As contribuições de economistas como Knight, Hayek, Penrose, Kirzner e Casson são mencionadas. Uma segunda seção apresenta as contribuições dos comportamentalistas e as características mais comumente atribuídas aos empreendedores. Dos anos 80 em diante, o campo do empreendedorismo (entrepreneurship) explodiu e foi assimilado dentro de quase todas as disciplinas de ciências sociais. Duas tendências separadas – uma aplicada, a outra baseada em teoria – começam a emergir. Assim, este artigo postula que o campo está em processo de divisão em duas separadas entidades: uma empreendedorismo, com os aspectos aplicados, e a outra empreendedologia (ou entreprenologia), que se ocupa com os aspectos teóricos.

Introdução Mais de 1000 publicações aparecem, anualmente, no campo do empreendedorismo, bem mais de 50 conferências e 25 revistas e periódicos especializados. Este artigo não tenta cobrir todos os componentes do campo do empreendedorismo. Sua meta é descrever e discutir os elementos essenciais da corrente de conhecimento sobre empreendedores e sugerir algumas tendências. Ele apresenta um resumo de um texto mais detalhado sobre o assunto (Julien, 1997, capítulo 4).

O Mundo do Empreendedor As pessoas que trabalham no campo do empreendedorismo estão convencidas de que existe um nível considerável de confusão envolvendo a definição de empreendedor. Preferimos o termos “diferença”. Os pesquisadores tendem a perceber e definir empreendedores usando premissas de suas próprias disciplinas*. Partindo deste ponto de vista, a confusão não é, talvez, tão grande quanto as pessoas deveriam acreditar, porque similaridades na percepção do empreendedor surgem dentro de cada disciplina. Por exemplo, os economistas têm associado empreendedores com inovação enquanto os comportamentalistas têm se concentrado nas características da criação e da

Traduzido para uso no Curso de Administração – UESB, Habilitação em Administração de Micro e Pequenas Empresas e Cursos Seqüenciais. Não pode ser usado para fins comerciais sem autorização do autor. Nota do Tradutor. * Aqui disciplina está dentro do conceito americano que eqüivale a áreas de conhecimento, que muitas vezes dão nome a um CURSO, como: Economia, Administração, Filosofia, Psicologia, etc. Entre nós, curso significa um conjunto de uma ou mais disciplinas e nos Estados Unidos, disciplina contém ou pode conter mais de um curso. Também pode-se considerar, neste caso, nosso conceito de matéria pedagógica que pode reunir uma ou mais disciplinas dentro de um curso. Nota do Tradutor.

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intuição dos empreendedores. Nós veremos mais detalhes sobre estes dois pontos de vista na seção seguinte.

Os Economistas Primeiro, devemos qualificar a crença popular de que o empreendedorismo originou-se das ciências econômicas, apenas. Uma leitura cuidadosa dos dois primeiros autores, usualmente identificados como os pioneiros do campo – Cantillon (1755) e Say (1803; 1815; 1816; 1839) – revelou que eles não estavam interessados somente na economia mas, também, nos aspectos gerenciais das empresas, no desenvolvimento dos negócios e na gestão dos negócios. Cantillon foi basicamente um banqueiro que, hoje, seria descrito como um capitalista de risco. Seus escritos revelam um homem a procurar oportunidades de negócio, com uma preocupação para a gestão perspicaz, econômica e obtenção de produção ótima sobre o capital investido. Verin (1982) examinou a origem e o desenvolvimento do termo “empreendedor” revelando que ele adquiriu seu significado atual no século 17. Embora o termo fosse usado antes de Cantillon, está claro, como Schumpeter (1954:222) apontou, que Cantillon foi o primeiro a oferecer uma concepção clara da função empreendedorial como um todo. Jean-Baptiste Say foi o segundo autor a dedicar interesse sobre os empreendedores. Ele considerou o desenvolvimento econômico como o resultado da criação de risco, e esperava que a Revolução Industrial Inglesa se espalhasse pela França (Say, 1815, 1816). Cantillon e Say consideraram os empreendedores como assumidores de risco, basicamente porque investiam seu próprio dinheiro. Na visão de Cantillon, os empreendedores compravam uma matéria prima – muitas vezes um produto agrícola – por um certo preço, para processa-lo e revendê-lo a um preço incerto. Os empreendedores eram, portanto, pessoas que mediam as oportunidades com a visão para fazer lucros e assumia os riscos inerentes. Say traçou uma disfunção entre o empreendedor e o capitalista, e entre seus lucros (Say, 1803, 1827:295; 1815, 1816:28-29; Schumpeter, 1954:555). Ao fazer isto ele associou os empreendedores com a inovação. Ele via os empreendedores como agentes de mudança. Ele próprio foi um empreendedor, e tornou-se o primeiro a definir as limitações do que seja, no sentido moderno do termo, um empreendedor. Schumpeter (1954) admitiu que a maior parte da própria contribuição dele foi para dez comunidades Anglo-Saxônicas sobre o mundo do empreendedor descrito nos escritos de Jean-Baptista Say. Como Say foi o primeiro a colocar um fundamento para o campo, nós o descrevemos como o pai do empreendedorismo (Filion, 1988). É talvez interessante notar que Say estava, basicamente, desenhando juntas duas das maiores tendências do seu tempo: aquela dos fisiocratas e aquela da Revolução Industrial na Grã Bretanha. Ele foi um grande admirador de Adam Smith (1776), cujas idéias ele trouxe para a França, e da Revolução Industrial Inglesa (Say, 1816). De fato, ele tentou estabelecer um retrato do pensamento que habilitaria à Revolução Industrial fluir através do Canal para a França. Ele aplicou o pensamento liberal proposto por Quesnay, Mercier de la Riviere, Mirabeau, Condorcet, Turgot e outros fisiocratas como um meio de desenvolvimento rural, para o empreendedor. Todavia, foi Schumpeter que realmente lançou o campo do empreendedorismo, associando-o claramente com a inovação.

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“A essência do empreendedorismo permanece na percepção e exploração de novas oportunidades no domínio dos negócios... sempre fazendo algum uso diferente dos recursos nacionais dos quais eles estão extraindo de seus empregos tradicionais e submetendo a novas combinações.” (Schumpeter, 1928). Não somente Schumpeter associou os empreendedores com a inovação, mas seu trabalho imponente mostrou a importância dos empreendedores na explicação do desenvolvimento econômico. De fato, ele não foi único a associar empreendedorismo a inovação. Clark (1899) tinha feito isso tão claramente algum tempo antes, e Higgins (1959), Baumol (1968), Schloss (1968), Leibenstein (1978) e muitos dos economistas que dedicaram um interesse ao empreendedorismo depois dele também fizeram o mesmo. Os economistas estiveram principalmente interessados na compreensão do papel desempenhado pelo empreendedor como o motor do sistema econômico (Smith, 1776; Mill, 1848; Knight, 1921; Innis, 1930, 1956; Baumol, 1968; Broehl, 1978; Leff, 1978, 1979; Kent, Sexton et al., 1982). Deste ponto de vista, os economistas viam os empreendedores como “detetores” de oportunidades de negócio (Higgins, 1959; Penrose, 1959; Kirzner, 1976), criadores de empresa (Ely, Hess, 1893; Oxenfeldt, 1943; Schloss, 1968), e assumidores de risco (Leibenstein, 1968, Kihlstrom, Laffont, 1979; Buchanan, Di Pierro, 1980). Hayek (1993:7); 1959) mostrou que o papel dos empreendedores foi informar o mercado de novos elementos. Knight (1921) mostrou que os empreendedores assumiam um risco por causa do estado de incerteza em que eles trabalhavam, e que eles eram, por conseguinte, recompensados pelos lucros que obtinham das atividades que eles iniciavam. Hoselitz (1952, 1968) falava de um nível mais alto de tolerância que habilitava os empreendedores a trabalhar em condições de ambigüidade e incerteza. Casson (1982) fez uma tentativa interessante ao desenvolver uma teoria de ligação de empreendedores com o desenvolvimento econômico. Ele enfatizou os aspectos da coordenação dos recursos e tomada de decisão. Leibenstein (1979) já tinha estabelecido um modelo para medir o nível de eficiência e ineficiência no uso dos recursos pelos empreendedores. Os empreendedores são mencionados na economia, porém eles aparecem muito pouco – e algumas vezes nem tanto – nos modelos clássicos de desenvolvimento econômico. Onde eles estão presentes, eles estão representados por uma função. Os economistas que dedicavam um interesse nos empreendedores foram, usualmente, marginais, como foi o caso em outras disciplinas. Se nós fôssemos sumarizar as principais tendências econômicas do pensamento sobre empreendedorismo, provavelmente aceitaríamos o ponto de vista de Baumol (1993), que propôs duas categorias de empreendedores: o empreendedor organizador de negócio e o empreendedor inovador. O primeiro inclui o empreendedor clássico descrito por Say (1803), Knight (1921) e Kirzner (1983), e o último o empreendedor descrito por Schumpeter (1934). Nunca é fácil introduzir elementos de racionalidade no comportamento complexo dos empreendedores. Uma das crítica que podem ser apontadas aos economistas é que eles não tinham sido hábeis para fazer a ciência econômica evoluir. Eles também têm sido inábeis para criar uma ciência do comportamento econômico dos empreendedores. Casson (1982) foi o mais longe possível em termos do que é quantificável e aceitável em ciência econômica. Os economistas resistiram em aceitar modelos não-quantificáveis demonstrando claramente os limites desta ciência para o empreendedorismo. De fato, foi um dos elementos que levou o mundo do

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empreendedorismo a guinar para o comportamentalismo em busca de conhecimentos mais aprofundados sobre o comportamento do empreendedor. Os Comportamentalistas Para os propósitos deste artigo, o termo “comportamentalista” inclui os psicólogos, psicanalistas, sociólogos e outros especialistas em comportamento humano. Um dos primeiros autores deste grupo a mostrar um interesse pelos empreendedores foi Max Weber (1930). Ele identificou o sistema de valor como um elemento fundamental da explicação do comportamento empreendedorial. Ele via os empreendedores como inovadores, pessoa independente cujo papel como líderes de negócio, exprimia uma fonte de autoridade formal. Contudo, o autor que realmente lançou a contribuição das ciências comportamentais para o empreendedorismo foi, indubitavelmente, David C. McClelland. McClelland definiu os empreendedores do mesmo modo que o resto da literatura. Sua definição foi a seguinte: “Um empreendedor é alguém que exercita o controle sobre a produção que não é apenas para o seu consumo pessoal. De acordo com minha definição, por exemplo, um executivo em uma unidade de produção de aço na URSS seria um empreendedor.” (McClelland, 1971; ver, também, 1961:65). De fato, o trabalho de McClelland (1971) concentrou-se sobre os gerentes de grandes organizações. Embora ele esteja fortemente associado com o campo do empreendedorismo, uma leitura cuidadosa de seus escritos mostra que ele nunca fez conexão entre a necessidade para a realização e a decisão para se projetar, em um negócio próprio ou mesmo como gerente de um negócio. (Brockhaus, 1982:41). McClelland também identificou a necessidade de poder, mas ele prestou menos atenção para este aspecto em seus últimos trabalhos, e é menos bem conhecido. Um número de pesquisadores têm estudado a necessidade de realização, mas ninguém parece ter obtido resultados conclusivos que a associe com o sucesso empreendedorial (Durand, Shea, 1974; Hundall, 1971; Schrage, 1965; Singh, Singh, 1972). Depois de McClelland, os comportamentalistas dominaram o campo do empreendedorismo por 20 anos, até os anos 80. Sua meta foi definir os empreendedores e suas características. As ciências do comportamento foram se expandindo rapidamente, e existe mais consenso do que em outras disciplinas sobre o que é mais válido e confiável nas metodologias de pesquisa. O movimento foi refletido na pesquisa sobre um número de assuntos, incluindo os empreendedores. Milhares de publicações descreveram uma ampla série de características empreendedoriais. As mais comuns são mostradas na Tabela 1 abaixo:

Tabela 1 Características mais freqüentes atribuídas aos empreendedores pelos

comportamentalistas Inovadores Líderes Tomadores moderados de risco Independentes Criadores Energéticos Tenacidade

Necessidade de realização Autoconhecimento Autoconfiança Envolvimento de longo prazo Tolerantes a ambigüidade e incerteza Iniciativas Aprendizagem

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Originais Otimistas Orientado para resultados Flexíveis Engenhosos

Uso de recursos Sensibilidade com os outros Agressivos Tendência para confiar nas pessoas Dinheiro como uma medida de desempenho

Blawatt, 1995; Hornaday, 1982; Meredith, Nelson et al., 1982; Timmons, 1978 Todas essas pesquisas produziram resultados variáveis altamente e freqüentemente contraditórios. Além disso, não foi possível estabelecer um perfil psicológico científico absoluto do empreendedor. Em realidade, uma das conclusões para ser traçada com respeito às características dos empreendedores pode ser sumarizada como o ser social. Os seres humanos são produtos de seus ambientes. Um número de autores têm mostrado que os empreendedores refletem as características do período e lugar em que eles viveram (Ellis, 1983; Filion, 1991; Gibb, Ritchie, 1981; Julien, Marchesnay, 1996; McGuire, 1964, 1976; Newman, 1981; Toulouse, 1979). Visto deste ponto de vista do comportamento empreendedorial, o empreendedorismo parece primeiro e antes de tudo para ser um fenômeno regional. Para concluir esta seção sobre a pesquisa dos comportamentalistas no campo do empreendedorismo, está claro que não temos ainda estabelecido um perfil científico que permita-nos identificar empreendedores potenciais com alguma certeza. Contudo, sabemos o bastante acerca das características empreendedoriais para situá-los devidamente. De fato, o escopo do termo “comportamento’ foi ampliado, e não está mais distante da competência exclusiva dos comportamentalistas. A pesquisa está tendendo a deslocar-se para outras esferas, tais como as habilidades e competências requeridas por uma pessoa para atuar bem como empreendedor, e os métodos de aprendizagem pessoal e organizacional são requeridos para ajustar-se propriamente para mudanças na atividade relacionada ao comércio empreendedorial. A Explosão do Campo do Empreendedorismo Nos anos 80, o campo do empreendedorismo explodiu e espalhou-se para dentro de quase todas as ciências sociais e administrativas. A transição foi marcada por dois eventos: a publicação da primeira enciclopédia própria contendo o estado da arte neste campo (Kent, Sexton, et al. 1982), e a primeira grande conferência anual (The Babson Conference) dedicada a pesquisa neste novo campo.

Tabela 2 Principais Temas da Pesquisa sobre Empreendedorismo

• Características Comportamentais dos Empreendedores • Características Econômica e Demográfica das Pequenas Empresas • Empreendedorismo e Pequenas Empresas nos Países Desenvolvimento • Características Gerenciais dos empreendedores • O processo empreendedorial • Criação do risco • Desenvolvimento de negócios • Capital de risco e financiamento para pequenas empresas

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• Gestão, recuperação e aquisição de negócios • Empresas de Alta Tecnologia • Estratégia e crescimento da empresa empreendedorial • Alianças estratégicas • Empreendedorismo ou intraprendedorismo em companhias (corporações

empresariais) • Negócios familiares • Auto emprego • Sistemas de apoio a incubadoras e ao empreendedorismo • Redes • Fatores que influenciam a criação e o desenvolvimento de risco • Políticas de Governo e criação de risco • Mulheres, minorias, grupos étnicos e empreendedorismo • Educação do empreendedorismo • Pesquisa do empreendedorismo • Estudos culturais comparativos • Empreendedorismo e sociedade • Franquias Essas tabelas com os conteúdos dos anais de conferências anuais, como a conferência de Babson, entitulada Fronteiras da Pesquisa em Empreendedorismo (Frontiers of Entrepreneurship Research), e a conferência do ICSB (International Council for Small Business), fornecem algumas informações interessantes sobre os temas mais freqüentemente discutidos (ver tabela 2). A tabela 2 mostra 25 temas dominantes no campo do empreendedorismo. Em uma das mais completas bibliografias publicadas sobre esta assunto, Harold P. Welsch (1992) identificou 27 temas ao todo. É interessante notar que o desenvolvimento do empreendedorismo como uma disciplina não segue o padrão de outras disciplinas. De fato, grande número de pesquisadores, cada um usando uma cultura, uma lógica e uma metodologia estabelecidas em graus variados em seus próprios campos, começam a demonstrar interesse e trabalhar no campo do empreendedorismo. Os primeiros doutorados em empreendedorismo e pequenos negócios apareceram nos anos 80. Apesar disso, a grande maioria desses interessados no campo foram de outras disciplinas que não o empreendedorismo, e o estudo do empreendedorismo não foi seu primeiro campo de atividade. Agora, contudo, mais pessoas estão devotando tempo e esforço exclusivamente ao empreendedorismo. O número de criações de risco está crescendo, e a parcela do PIB atribuída às pequenas empresas de negócio em todos os países está crescendo cada ano. Para seguir a evolução e as necessidades de seus estudantes e clientes, muitos professores têm tido que aprender mais sobre empreendedorismo e pequenas empresas de negócio. Assim, a assimilação e integração do empreendedorismo pelas outras disciplinas, especialmente nas ciências sociais e administrativas, é impar como fenômeno, e nunca tinha antes ocorrido em tamanha extensão na construção paradigmática em disciplinas dessas ciências. A Tabela 3 mostra os principais blocos da pesquisa sobre empreendedorismo

Tabela 3 Pesquisa sobre Empreendedorismo

Clientes Assuntos Especialistas Metodologia Sistema Político Políticas de Governo

Desenvolvimento Regional

Economistas Sociólogos

Quantitativa

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Empreendedores Características Empreendedoriais

Comportamentalistas

Quantitativo e qualitativo

Empreendedores potenciais

Ambiente empreendedorial

Sociólogos Antropólogos

Quantitativo e qualitativo

Educadores Práticas de negócio Administradores Quantitativa Empreendedores

Atividades Administrativas

Administradores Quantitativa

Empreendedores Potenciais

Finanças Especialistas em Administração

Qualitativa

Educadores Liderança Consultores Pensamento

Estratégico

É freqüentemente dito que reina confusão no campo do empreendedorismo porque não existe consenso na definição de empreendedor e os limites do paradigma. Contudo o inverso pode ser também verdadeiro – o empreendedorismo é um dos assuntos raros que atraem especialistas de uma ampla classe de disciplinas, levando-os a discutir e observar o que os outros estão fazendo em relação a disciplinas e questões e como estão fazendo. De fato, a confusão parece maior se nós comparamos as definições de empreendedor entre as disciplinas (Filion, 1988). Por outro lado, se nós comparamos as definições produzidas por especialistas dentro do mesmo campo, nós encontramos um consenso inteiramente admirável. Os economistas tendem a concordar que os empreendedores estão associados com a inovação, e são vistos como a força condutora do desenvolvimento. Os comportamentalistas atribuem-lhes as características da criatividade, persistência, locus de controle e liderança. Os engenheiros e especialistas em gestão de operações vêem os empreendedores como bons distribuidores e coordenadores de recursos. Os especialistas financeiros definem os empreendedores como pessoas hábeis para mensurar os riscos. Para os especialistas em gestão, os empreendedores são organizadores engenhosos e bons, desenvolvem manuais e planos ou visões em torno dos quais eles organizam suas atividades, e distinguem-se no uso e organização dos recursos. Os especialistas em marketing definem os empreendedores como pessoas que identificam oportunidades, diferenciando-as e adotando para si mesmo um pensamento orientado para o cliente. Para os estudantes de criação de risco, os melhores elementos para predizer o sucesso futuro de um empreendedor são o valor, a diversidade e profundeza da experiência e as habilidades adquiridas pelo empreendedor que quer ser no setor em que ele ou ela pretende operar. O campo do empreendedorismo tem atraído o interesse de especialistas de quase todas as disciplinas das ciências sociais* na última década. A aparente confusão basicamente reflete a diferença lógica e as culturas dessas disciplinas. Parece provável que, com a chegada de uma nova década, o empreendedorismo se tornará um dos principais pontos de colheita das ciências sociais, porque ele é um dos assuntos raros que têm atraído tanto um grande número de especialistas de disciplinas de tão amplo raio de ação.

Tendências para a Construção da Teoria

* O autor usa a expressão soft science (ciência leve) para nomear as ciências sociais e outras que trabalham com o ambiente humano e com a participação do homem nas mudanças de seus ambientes. Como estamos lidando, basicamente, com as Ciências Humanas e as Ciências Sociais, procuramos manter a tradução da expressão como ciências sociais. Nota do Tradutor.

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Em cada disciplina existe um desejo de compreender as tendências e formular leis universais em torno das quais o conhecimento possa ser estruturado. Os campos do empreendedorismo e dos negócios pequenos não são exceção disto. Nós alcançamos um ponto onde muitas pessoas são chamadas para uma teoria robusta, baseada em axiomas universais, tais como aqueles que existem em física, por exemplo. A teoria deveria ser baseada em rigorosos modelos quantitativos e deveria ser obtida por meio de pesquisas quantitativas de amplo alcance que provaria, incontestavelmente, a natureza do empreendedor, a atividade empreendedorial e seus efeitos sobre o desenvolvimento econômico. Ao mesmo tempo, milhares de professores estão se defrontando cada dia com a necessidade para produzir material para treinar empreendedores para as práticas empreendedoriais. Para fazer isto eles usam métodos qualitativos para desenvolver modelos e ferramentas que ajudarão os empreendedores reais e potenciais a praticar suas profissões de forma competente. Essa tensão entre acadêmicos que escrevem para outros acadêmicos, por um lado, e acadêmicos que escrevem para praticantes por outro lado, é bastante forte no campo para merecer aqui a atenção. Este pode ser o ponto de partida de duas disciplinas complementares: o empreendedorismo, ou seja, a pesquisa em que o cliente é um praticante, e a empreendedologia, ou seja, a pesquisa em que o cliente é um outro pesquisador. Muitas tentativas de teorização têm sido feitas. As citadas mais freqüentemente incluem: Amit, Glosten, et al. (1993), Baumol (1993), Bull, Willard (1993), Bull, Thomas, et al. (1995) Bygrave (1989a e b), Casson (1982), Collins, Moore (1970), Covin, Slevin (1991), Gartner 91985, 1990), Gartner, Carland et al. (1988), Herbert, Link (1982), Hofer, Bygrave (1992), Leibenstein (1968), Low, MacMillan (1988), Peterson, Ainslie (1988), Reynold (19991) Sombart (1928), e Stevenson, Jarillo (1990). Wortman, Birkenholz (1991) sumarizou e tentou classificar muitos desses estudos. Quando olhamos para todos esses esforços de construção de teorias no campo empreendedorial, a distinguir, como Mulholland (1994) apontou, que a ligação estabelecida por Schumpeter (1928, 1934) entre empreendedor e inovação tem permanecido uma característica dominante da disciplina, especialmente entre os economistas. Em uma seção anterior deste artigo consideramos a explosão do campo do empreendedorismo e a apropriação de elementos relevantes por várias disciplinas das ciências sociais e humanas. Esta é a situação que contribuiu para surgimento de uma variedade de definições e métodos de ordenamento do assunto. Para os economistas, a definição baseada na inovação e a abordagem desenvolvida por Schumpeter para explicar o empreendedor foram suficientes para desenvolver uma teoria do empreendedorismo (Kirchhoff, 1992,1994). Julien (1989) já tinha apontado para a dificuldade de alinhar a economia com as outras ciências sociais. De fato, quando comparamos os pontos de vista de Baumol (1990, 1993) e Casson (1992), as diferenças fundamentais que existem, mesmo entre os próprios economistas, tornam-se óbvias. Nos parágrafos seguintes, examinaremos o trabalho de alguns dos autores que têm pensado sobre a estrutura e a teoria no campo do empreendedorismo. Cunningham e Lischeron (1991) sugerem que o campo do empreendedorismo está sendo estruturado em torno de seis pontos: a escola do “grande homem”, a escola das características psicológicas, a escola clássica (da inovação), a escola da gestão, a escola da liderança e a escola do intrapreendedorismo. Blawatt (1995), usando essas e outras características, propôs que um modelo conceitual de empreendedorismo para incluir o critério de desempenho. Ele observou que muitos dos modelos propostos pela escola de personalidade e outros são geralmente estáticos. Ele alinhou-se a outros autores que têm estudado os empreendedores no campo e observado que os empreendedores

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trabalham em um contexto evolutivo onde as atividades e os papéis mudam gradativamente. Os empreendedores aprendem a partir do que fazem (Collins, Moore, 1970; Filion, 1996), e na medida que a natureza do que eles fazem mude, eles mudam também. Eles portanto têm que aprender a jogar diferentes papéis quando seus negócios evoluem. Bygrave sugeriu que o que nós necessitamos é pesquisa de campo qualitativa para compreender o que os empreendedores fazem (1989a). Ele então propôs (1989b) a teoria do caos da física como uma base interessante para a teoria do empreendedorismo, mas ainda assim cuidando que o caos não “é mais do que uma metáfora matemática porque a precisão de medição necessária... é inatingível no processo” (1993). Dery, Toulouse (1996) analisaram os temas orientados e referências usadas em uma das revistas mais freqüentemente citadas no campo do empreendedorismo, The Journal of Business Venturing. Ele observou que mais da metade das referências foram de livros. Ele fez uma pesquisa similar no campo da estratégia, baseado em uma análise de citações no Strategic Management Journal. Ele mostrou que mais da metade das referências eram artigos acadêmicos. Isto parece sugerir que o campo da estratégia está agora bastante maduro para os pesquisadores terem alcançado certo consenso. No empreendedorismo, de acordo com Dery e Toulouse, nós ainda estamos no desenvolvimento de paradigmas onde nenhum consenso ainda foi alcançado para considerar a construção teórica da disciplina. Pode também ser que o campo do empreendedorismo esteja sendo estruturado em um caminho diferente do de outras disciplinas das ciências sociais incluindo a estratégia. Enquanto a psicologia emerge da filosofia (Miller, 1962), e a psicanálise da medicina e da psicologia, o campo do empreendedorismo está enraizado em praticamente todas as disciplinas das ciências sociais e ciências da administração. A pesquisa endereça o empreendedorismo tanto para elementos teóricos quanto práticos. Não seria, portanto, surpresa se as teorias estivessem surgindo de uma série de pesquisas aplicadas. As ciências sociais são compostas, principalmente, de modelos interpretativos flexíveis. Qualquer teoria de empreendedorismo deve ser flexível e multidimensional para refletir suas raízes multidisciplinares.

Conclusão Nós vimos que o empreendedorismo foi primeiro identificado pelos economistas como um elemento útil para compreender o desenvolvimento. Subseqüentemente, os comportamentalistas tentaram compreender o empreendedor como uma pessoa. Contudo, o campo está atualmente no meio de uma explosão, a qual está espalhada dentro de quase todas as disciplinas das ciências sociais. Concordamos com Mulholland (1994) e Rosa, Bowes (1990) que o campo está ainda dominado pelos funcionalistas-positivistas, e que existe uma necessidade urgente de abrir novas perspectivas para compreender o que os empreendedores são e o que eles fazem. À luz do exposto, o campo do empreendedorismo pode ser definido como aquele que estuda os empreendedores. Examina suas atividades, características, efeitos econômicos e sociais e os métodos de apoio usados para facilitar a expressão da atividade empreendedorial. Nenhum campo acadêmico pode permitir-se a negligenciar a teoria. Contudo, para criar uma teoria do empreendedor, provavelmente será necessário separar a pesquisa aplicada da pesquisa teórica para estabelecer uma nova ciência, a empreendedologia. Esta nova ciência pode criar um corpo teórico composto dos elementos convergentes dos estudos teóricos de empreendedores pelos

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empreendedologistas nas várias disciplinas. O próprio empreendedorismo deve continuar como um campo de pesquisa aplicada, produzindo resultados de interesse para os empreendedores potenciais e praticantes. Contudo, várias milhares de publicações serão publicadas, e talvez umas poucas décadas terão que ser decorridas, antes que nos finalmente alcancemos este ponto.

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NOTA DO TRADUTOR - Existe tradução brasileira deste artigo publicada na Revista de Administração da USP – RAUSP. Contudo, resolvermos efetuar uma outra tradução tendo em vista a necessidade de termos o texto completo e formatado de acordo com as características da disciplina Desenvolvimento de Negócios. Esta nota visa preservar, também, o direito de outras traduções.