Do Impaludismo

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    o Impaludismo PITULO IV

    LlTTOR L o impaludismo endemico, desde hadezenas de annos, em todo o littoral paranaense, cuja temperatura sempre propicia ao desenvolvimento do hematozoario de Laveran. Durante o primeiro trimestre de 1917percorremos, a servio de inspeco medico-sanitaria, commissionado pelo Governo do Paran, os seguintes municipios da referida zona: Paranagu, Morretes, Antonina,Guarakessaba, Guaratuba. Acompanhado sempre de um

    bom auxiliar microscopista e munido de um pequeno labo~ratorio de excurso. pudmos confirmar ao microscopio,sempre que necessario os nossos diagnosticos clinicos, e,desse modo conseguimos verificar o indice endemico detoda a regio e assignalar os diversos fcos de ter maligna. Em toda a costa paranaense o impaludismo malde todo o anno, tendo, em determinadas pochas, surto sepidemicos, cujas morbilidade e lethalidade variam conforme os recursos medicos e medicamentos nelles existentes.Ha bem poucos annos eram registrados em Paranagu casos fulminantes de malaria, no muito raros e de regrana estao clida do anno.

    Desses casos fulninantes no existem hoje nenhuma prova ou observaes clinicas que sirvam para umdiagnostico retrospectivo. Conhecida agora a alta endemi

    ldidade paludica da zona e existencia de alguns fcos deter maligna, podemos hoje affirmar que aquelles chamados casos fulminantes eram de ter maligna, quecomeava insidiosamente e num dado momento prostrava as suas victimas em estado de coma ou se manifestavaem qualquer das outras frmas do nero-impaludismo, semque fossem soccorridos em tempo e com justo conheci

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    - 262-co microscopico. Hoje em dia esses casos so mais raros

    e o facto se expliplpela menor virulencia do plasmodium,dadas as condies do meio e a melhor situao ,social dohomem. Epidemias mais ou menos extensas declaram-sede ois em doi5~ou trez em trez annos em certas zonas dacosta. Pequenos surtos epidemicos apparecem em todosos annos, entre os aois mezes ultimos e os trez primeizg~de cada anno. Encontrmos fcos de ter maligna na bar,

    ra do sul municipio de Paranagu), em Morretes, Guarakessaba e Guaratuba. A quart mais rara e a ter benigna acha-se enormemente disseminada em toda aquellavasta baixada, de clima francamente tropical, que a costa paranaense. O pequeno municipio de Porto de Cima,muito vizinho de Morretes, apresenta as mesmas condiesde endemicidade paludica deste ult;rl10.

    As ultimas epidemias - Presencimo5 nos primeirosmezes de 9 7 uma pequena epidemia de malaria no littoral. Estavamos installados em Paranagu, com labor atorio e posto medico de soccorros. Foi ento bastante elevado o numero de impaludados que recorreram a ns, embusca de cura. Faziamos systematicamente o exame desangue, mesmo que tivessemos s vezes que medicar antes

    que conhecer o resultado da pesquiza microscopica. Deuma feita trouxeram-nos, de uma ilha distante, uma menina de 3 annos, carregada nos braos porque estava emestado de coma. Si bem que as informaes prestadas pelo pae della no fssem bastante elucidativas, vendo-a emestado comatoso, com febre acima de 4 C. e suor profuso, em quanto fixavamos o sangue, fizemos-lhe uma in

    ieco intravenosa de sal de Grimaux, que foi a sua salvao, no obstante ter-lhe causado frte e assustadorareaco.

    Pelo exame hematologico v;erificmos tratar-se deter maligna. A grande maioria de casos agudos que ento examinmos e medicmos era de ter benigna. Naspochas epidemicas costume da gente abastada quan

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    -263-.mento do hematozoario logo que os doentes sobem a serra na phase incipiente da infeco a sua cura Ihes tarefa facil. No posto que dirigimos em Paranagu trat

    mos nessa occasio grande numero de impaludados e bem a~;simnaR viagens pela costk e interior tendo levado comnosco uma pequena pharmacia e o pharmaceutico Snr .Alvaro Vianna. Por esse tempo estabelecemos tambem anossa estatistica de frequencia da ancylostomose baseada nos exames coprologicos tendo tratado certca de 900.doentes. Em Paranagu onde ns nos demormos mais de

    2 mezes munidos de laboratorio e medicamentos destinados no s a cura da malaria e opilao mas tambemdestinados medicina de urgencia pudemos prestar maiores beneficios quelle povo.

    No vero de 1918 tambem houve epidemia na costa tendo sido mandados para combatel-a o medico militar capito Dr. Jos Cajazeira e o pharmaceutico tenenteSilva sobretudo incumbidos de soccorrer a populao dafortaleza da Barra do Norte. Pelo Dr. Cajazeira fomosinformados de que no s a populao militar e ~ivil daBarra do Norte tinha sido accommettda de impaludismomas tambem todos os conscriptos recebidos de Guarakessaba.

    ne mento Nunca tinham sido tomadas medidas serias de saneamento do littoral paranaense . Todos osrios que banham os municipios da costa taes como o Itiber o Cubato o Ribeira o Guarakessaba o Cachoeirao Nhundiaqura para s citar os mais importantes sopalustres. E os mosquitos no se criam apenas nas margens desses e doutros rios mas sobretudo nos grandes alagadios l existentes e nos mangues onde a agua do marj est sufficientemente misturada com a agua d:ee demodo a permittir a procriao de anophelinas. No podemos aconselhar para o littoral paranaense obras de saneamento ex:clusivamente baseadas em trabalhos de hydrographia sanitaria. Sendo enorme o numero de mananciaesnaquella regio e considerando a insignificante elevao d J

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    -264-algumas bras de hydrographia sanitaria nas sdes das

    comarcas e villas, .mantendo entretanto, varios postos medicos em determinadas zonas foi isso o que o inolvidavel

    mestre Dr. Oswaldo Cruz aconselhou para a Amazonia),onde os impaludados possam curar-se radicalmente domal que os anniquilla de dia a dia, quando no os mattaem breve tempo, e onde, nas phases pre-epidemicas seja

    feita a applicao da quinina como dse prophyla~tica.Em Outubro de 1918 fundmos o posto sanitario deMorretes., onde inicimos desde logo o tratamento dos impaludados e dos opilados. Na cidade de Morretes foramneste anno de trabalho raro os casos de Malaria, sendoque no interior do municipio o nosso servio tratou 61 impaludados. Quando fomos fazer o tratamento de ancylostomados nos bairros do Rio Sagrado e Sambaqui encontrmos grande numero de pessoas que j tinham tido impaludismo e fomos informados que neste anno os casos dessa infeco foram raros, mas que ha annos de epidemiasintensas. Na vilIa de Porto de Cima, onde installmos umposto em Janeiro deste anno, tratmos 22 impaludados.

    Em Antonina tambem installmos um posto sanitario emJaneiro e desta epocha at o mez de Agosto o numero de

    )mpaludados tratados pela nossa Commisso subiu a 142. tendo havido uma pequena epidemia na propria cidade.No posto anti-paludico que installmos em Guaratuba onumero de impaludados tratados foi de 30. tendo sido feita no interior grande distribuio de quinina. No postode Guarakessaba fundado em Julho passado. o numero deimpaludados tratados pela nossa Commisso subiu a 148.Em Paranagu a Commisso Rockefeller mantem um posto para tratamento dos verminoticos desde Maro desteanno. como porm. no trata de malaria. installmos naquella ~idade um dispensario para esse fim no qual foram

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    -265- nt rior O plpaludismo tem surgido, sob a frmac

    endemo-epidemica, em municipios do interior do Estado do Paran .a comear do littoral, na fronteira com S.Paulo, at a Fz do Yguassu na fronteira com o Paraguaye Argentina. Esta vasta zona, de climas tropical, subtropical e temperado de vero quente, comea no littoral,

    em situao N E, comprehendendo toda a regio N, N O evae at O.Geographpamente o impaludismo abrange todo o lit

    toral paranaense, a mesopotamia do Itarar, Paranapanema e Tibagy, e toda a baixada do Rio Paran. Toda aregio fronteira com o Estado de S. Paulo est em cons

    tante ameaa de um recrudescimento da Malaria, a comear no municipio do Serro Azul indo at a fz do Paranapanema. Parece que de toda essa zona o municipiodo Serro Azul, que o mais antigo, o mais velho fcodo impaludismo, e isto se explica pelo seu clima quentee pelas suas ligaes com o littoral.

    Pelas informaes que obtivemos parece ter sido o municipio do Tibagy, na sua zona fronteira e mais proxima doParanapanema, primeiro fco de impaludismo do interior. A infeco pald~ no Norte dQ Paran obedece amesma evoluo e se subordina aos mesmos factores mesologicos inherentes s regies sub-tropicas. A sua sympt

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    A sua gravidade varia com a estao, com a situaosocial da populao e com outros fadores proprios a ca:

    da parte daquelle vasto territorio; regies ha em que oimpaludismo demasiado benigno e outras em que a suamalignidade attinge ao maximo.

    O impaludismo, invadio a zona norte, em uma extenso mais ou menos consideravel, ha cerca de 12 annos.Quando o ramal ferreo da Sorocabana chegou a Cerqueira Cesar S. Paulo e que a explorao havia chegado ao

    Salto Grande do Paranapanema, isto ha 25 annos, appa:receu o impludismo nesta ultima cidade, tendo causadointensa e mortifera epidemia. Dahi foi levado, com todaa certeza, para o valle do rio Tibagy, pois os habita:1tesdo J atahy sempre commerciaram com a cidade do SaltoGrande, dando-se assim a importao da malaria peloscanoeiros e remeiros de bateles que fazem essas viageTlsdo Jatahy at o Salto Grande e mesmo at Matto-Grosso,descendo o Paranapanema e subindo o Paran e Invinheima at se internarem nas zonas reconhecidamente paldcas mattograssenses. No J atahy ha muito mais de 12annas grassa o impaludismo. Qua,.,do estivemos pela primera vez nessa velha ex-colonia militar, em Abril de 1917,cerca de 901 dos seus habitantes estavam soffrendo demalaria, e doentes havia cuja primeira infeco se draha mais de 12 annos.

    Em Abril e Maio deste anno 1919 , voltmos aoJatahy e l encontrmos varios casos agudos de malaria,tendo tratado 28 delles. Em 1917 a epidemia foi extensanessa zona do muncipio do Tibagy, mas bastante benigna.

    No valle paranaense dos rios Itarar e Paranapanema,a importao do impaludismo mais recente. Nessas regies as epidemias comearam a se manifestar com intensidade de 1908 a 1917.

    Podemos affirmar ser a malaria nos sertes do nortedo Paran uma doena de importao relativamente recente e ter sido propagada pelos trabalhadores. das estra

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    te, a 300 metros de altitude, tem soffrido varias epidemias de impaludismo. Ainda no vero de 1917 se decla-rou no valle do rio Ponta Grossa um surto epidemico mais

    ou menos intenso, tendo sido enviado para l o inspectode hygiene do Estado Dr. Manoel Carro. Em Dezembrodo mesmo anno fomos visitar esse municpio. O calr eraj bastante forte mas quasi no havia mosquitos e nemindicios de futura epidemia no vero que comeava.

    2 Jaguariahyva - Quanto malaria neste municipio veja-se o que dissemos pagina 93, deste trabalho.

    3 S. Jos da Ba Vista - A sde desta Comarcafica numa baixada a 400 m. de altitude, situada entre orio S. Jos ou Pescaria e o Ribeiro do Pinhal, mananciaesestes francamente pah,lstres.

    Chegmos a esta cidade em comeo de Maro de1917 incumbido pelo Governo do Paran de dar combate terrivel epidemia que ento grassava em todo o Norte,Plm excepcional virulencia. Nessa pocha S. Jos deviater 1000 habitantes, mas a cidade estava em completoabandono. Das pe~soas que haviam permanecidona cidade 90 1 tinham adquirido o impaludismo.Havia dezenas dre pisas fechadas, apresentando acidade um aspecto diesoladbr . No obstante o municpio de S. Jos ter soffrido j diversas epidemias deimpaludismo, a sde da comarca nunca fra to terrivelmeite invadida pelo mal. Nessa occasio so~corremos acidade e os bairros do Pico, Christianismo, gua do Capeting, gua da Pedra e Fartura, e tendo de partir paraThomazina, sempre a servio da Malaria, deixmos S. Josaos cuidados medicos do Dr. J. C. yrosa, tambem commissionado pelo governo paranaense. Mais tarde prestmos servio aos districtos de Barbozas, Salto do Itarare llema. O impaludismo tinha invadido todo o municipio de S. Jos, onde causou centenas de victimas, registrando-se 9 e 13 obitos em alguns dias de Janeiror- Fevereiro. Da primeira vez trat~mos ahi cerca de 700 impaludados.

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    -268- os de grandes e repetidas epidemias de malaria. Installmo-nos nessa cidade com laboratorio e posto de SOCcorro.a 17 de Maro. Do dia 18 deste mez a 2 de Abril attendemos e medicmos 903 doentes de impaludismo. No dia3 partimos para o municipio de Tibagy, mas o posto medico continuou funccionando em Thomazina at 24 deAbril quando nos transferimos de novo para S. Jos daBoa Vista. Durante os 36 dias de permanencia do posto emThomazina, prestmos servio no s na cidade mas tam.bem nos districtos de Colonia Mineira, Jaboty, Cafesal eBom Jardim, e nos arraiaes do Pinhalo, Anta, Amora Preta, Ribeiro dos Nogueiras, Corredeiras dos Maias, Lagea.do, Cafesal dos Martins, dos Braz, Major Virgilio e bairroda Agua da Pedra. No mez de Abril ainda tratmos algumas centenas dt impaludados e s deixmos o municipiode Thomazina depois que verificmos estar dominada ~epidemia e no haver mais nenhum caso novo de malaria.

    5) Tibagy - Neste municipio o impaludismo implantou-se endemico no districto do Jatahy ha mais de 12 annos. Em 191 7 a grande epidemia extendeu-se desde S.

    ,Pedro d Alcantara, Jatahy, S. Jeronymo, Lageado Liso,Cat, .~rraiaes de S. Francisco, da Figueira, Rio do Peixe), RIbeiro das Pedras, Pellamo, etc. Em morbilidad~a malariasobrepujou em Jatahy, e em lethalidade na Figueira e nas populaes ribeirinhas do rio do Peixe.

    6) l tinopolis Foi este o ultimo municipio do Nor te que soccorremos durante a pandemia de 1917. Mesmona segunda quinzena de Maio ainda encontrmos l 114doentes de Malaria, afra os que, residindo nos sertes,no souberam da nossa presena. Estivemos lambem nopatrimonio da Barra Grande, antigo e terrivel fco de Malaria. No correr das 3 ultimas epidemias os habitantes deste arraial foram quasi dizimados. A primeira epidemia,;

    -registrada no municipio de Platinopolis foi em 1918, porma mais extensa e que causou mais elevada mortalidade foi

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    -receram ento casos de malaria na sde do municipio, sen~do ahigrande fco de mosquitos o Ribeiro Boi PintadoPlatinopolis tem pharmacia,. mas no tem medico.

    7) Jaboticabal - A sde do municipio no soffreuat hoje nenhwn surto epidemico de malaria, mas no interior, sobretudo na margem esquerda do rio ltarar, a malaria tem causado grandes damnos, tendo sidQ extensa aultima epidemia. Existe nesta villa wna pharmacia, naqual d consultas wna vez por semana, um medico de.fartura (E. de S. Paulo).

    8)Ribeiro Claro - Nesta cidade no houve nenhum,caso de malaria.

    No interior do municipio a epidemia fez grande devastao. A comear de uma legua distante da cidade jfoi grande o numero de mpaludados e nos valles dos ribires da Cruz, do Meio, do Ainhuma, e dos rios Itarare Paranapanema, houve mesmo forte epidemia no verode 1917. Antes de l chegarmos j havia prestado osseus servios medicos, nessa cidade, durante 20 dias, o Dr.Ayroza. A cidade tem grande e excellente pharmacia, dirigida por um competente pharmaceutico. No havia medi~co na cidade.

    9) Jacarzinho - Esta cidade dista do rio Paranapanema 4 leguas. De todo o Norte paranaense esta cidadea melhor provida de r~rsos medicamentos os e a menos

    sujeita ao impaludismo. Na sde do municipio appareceram apenas alguns casos esporadicos de malaria duJ4anteo vero de 1917. Nos sertes a epidemia teve inicio em Novembro, mas s em Fevereiro ou Maro attingioo seu apogo, declinando em Abril. Os principaes fcosde impaludismo no municipio so: toda a margem do PaIanapanema, Ribeiro do Ouro Grande. Ribeiro AguaFeia. e o rio Jacar e seus affluentes.

    Em Jacarzinho. como em Platinopolis. encontrmosi d i d d i l di i d d

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    J O Guarapuava - Verificmos que os indios habitantes de Campo do IVlouro,Porto Xavier e margem dosrios Veado, Paran e t lquery, assim como os demais habitantes dessa regio estavam atacados de impaludismo.Quando percorremos essa regio, 110 vero deste anno, aquantidade de anophelinas era enorme e os indios estavam

    doentes.11 Yguassu - Em pleno vero de J 9 J 8 percorre

    mos toda a zona deste municipio que margeia o rio Paran. Em Porto Mojoli, districto de Guayra, junto aos saltos do mesmo nome, existe endemicamente o impaludismo, tendo havido repetidas epidemias. Quando l estivemos J O 1 de sua populao, que sbe a 1200 pessoas,soffriam de impaludismo agudo. Verificmos que grandenumero de casos era de importao de Matto-Grosso. Muitos casos que verificmos ser de ter maligna eram procedentes de Trez Lagas. A empreza Matte Larangeiramantem em Porto Mojoli um medico e um pharmaceutipo, tem hospital e pharmacia. Em Zoror, Porto Mendes,Porto BeBa Vista, etc., no tm apparecido casos. de malaria. Na sde da cbmarca, a cidade do Yguassu , tambemno vimos nenhum doente dessa lin:feco, entretanto,essa cidade tem sido theatro de grandes epidemias de malaria, registrando-se como mais extensa a de J 905 e 1906.

    Yguassu no tem medico nem pharmacia. Notmos,com certa admirao, a raridade de mosquitos em Yguassu~ junto aos saltos de Santa Maria, durante o mez de Fevereiro de 1918 .

    . .Extenso da ultima epidemia - Desde 1908 que o impaludismb se espalhou por todo o Norte do Paran, declarando-se sob a frma epidemica annualmente, ora numaregio ora noutra, ou implantando-se endemicamente emcertos pontos, donde levado para outros 199ares at en

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    to da malaria, nas pochas estivaes, desde a mais benigna essencialmente maligna. Das regles oneie a malana parecia estacionar, se tem extendido repetidas vezes sob afrma epidemica ou de fcos isolados a zonas muito distantes. Foi durante o vero de 1917 que presencimos amais extensa e mais cruel epidemia de malaria em todo onorte paranaense.

    Ento, mesmo as zonas consideradas. salubres, foramattingidas pelo _mal; e as zonas tidas como completamente indemnes, campos e serras, mesmo de altitude superiora 900 m., tornaram-se fcos de impaludismo. De todo onorte s foram _poupadas duas cidades e uma vilIa: Ribei

    ro Claro, Jacarzinho e Jaboticabal, tendo sido entretan,t(>.os seus municipios egualmente abrangidos pela epidemia.

    Nas demais cidades e viiias, nos povoados e arraiaes,a epidemia foi inclemente. Mesmo nos Campos Geraes,em cidades de perto de 900 m. de altitude, registraram-sefcos de milaria. A regio marginal do Itarar e do Pa

    ranapanema foi inteiramente dominda pela epidemia. Aparte central dos sertes do norte foi a que maist soffreu:de S. Jos da Ba Vista at o rio do Peixe a morbilidadefoi enorme e a lethalidade cruel. Grande morbilidade verificmos nos municipios de S. Jos, Thomazina e districtodo Jatahy (municipio do Tibagy). Os fcos de maiormortalidade que visitmos foram: Sangs, (J aguariahyva), ci:Jacle de S. Jos e arrabalde J, e povoados prox:mos ao rio do Peixe, no municipio do Tibagy. Calculmospara todo o norte paranaense um total de 15000 impaludados durante o vero de 1917. Eramos ento trez medicos incumbidos de combater a terrivel epidemia. Ns,que per~ orremos nessa pocha 8 municipios, tratmos, em

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    tecidos, barrigudos ... e indifferentes -o que muito.peior. A sua vida to mal vivida, que aqueUes. infelizes.patricios tornam~se muito cedo imprestaveis si mesmos. familia e sociedade.

    Os habitantes daquelles sertes apresentam estampa~dos nas suas faces os estygmas do impaludismo chron.ico ,que lhes rouba as actividades physicas, deprime a intelli~gencia - j de si incUlta -, debelita o organismo, e tor~na o homem indifferente e apath~o na lucta pela vida.E, s tem direito vida e liberdade q uem obrigado aconquistal~as cada dia, como diz Goethe.

    Esse negro quadro sertanejo no s de um pequenorinco, ou de uma pequena faixa de terra ou de um valleinsignificante ...

    Elle representa as condies de vida communs a p~vos inteiros de immenso territorio paludico. Nessas lon~gas excurses que fizemos pelos sertes do ~norte parana~ense observmos municipios em que 90 1dos seus habi~tantes estavam soffrendo de impaludismo agudo ou chro~nico, e arraiaes que foram totalmente devastados pelo mal.

    O que o Professor Celli diz com referencia s novasgeraees das regies paludicas da Italia, repetimos com rereI cnciJ aos habitantes das zonas paJudicas brazileins.os flhos dessas regies quando se criam, aos 20 annos noservem p

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    do~se muito mais que na pandema de 1915, no foi, felizmen~,egualmente mortltera para todo o norte.

    Para todo elie, I municlpios, calculamos em maisde 1000 o numero de obitos occorridos durante a ultimaepidemia. A epidemia de 1915 causou tambem egual nu~mero de victimas, segundo nos informou o Dr. ManoeiCarro, que, commissionado pelo GovernodO Estado, com~batera a epidemia. A epidemia de 1913 tambem produzio,

    . com certeza, mais de 1000 mortos. E assim, de 1908 a1917 o impludismo consumio no interior do Paran cer~ca de 10.000 vidas

    A esse collossal prejuzo de vidas, to preciosas agricultura, addicionem~se os prejuizos materiaes soffridoscom as repetidas epidemias. taes como o abandono dasplantaes e de habitaes, o lucro cessante pela perdade tempo devida infeco e mais as despezas decorren~tes da cura. Verificada de visu et de uditu a precariasituao das populaes que vivem naquelles sertes evalles. certificmo~nos de que ella se assenta na seguinteserie de factores: 1 a absoluta falta de assistencia medica.official ou privada, na regio. e o Completoabandono emque se acham os impaludados agudos e chronicos dos nossos sertes; 2 a pessima condio de vida dos nossos sertanejos. no que respeita habitao, vestuario. alimenta~o e trabalho; 3 o analphabetismo e o alto estado deignorancia dos nossos sertanejos em geral. que no comprehendem a necessidade da hygiene a mais rudimentar,e a insufficiente aco dos professores primarios (onde osha) em educal~os; 4 o habito que tm os sertanejos deconstruirem as suas habitaes(?) nas baixadas. na beirados rios e corregos; 5 a devastao das florestas nos montes, trazendo o desapparecimento de mananciaes ou a re~du.c:odas suas correntezas; a m distribuio das aguase o seu estancamento ou desvio para a movimentao demonjolos e a formao de extensos tanques e inestingui~

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    Lith. A. Henkoel, Cur ityba

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    Adoptado pelo Servio de Prophylaxia Ruralno Estado do Paran

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    I rente

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    diversas obras de hydrographia sanitaria e hygiene urbana para cada uma das sdes dos municipios do Norte paranaense, a fundao de 4 postos anti-:>aldicos em regies differentes, diri~idos por medicos da hygiene do Estado ou especialmente contractados para esse fim, tendocada posto alm dos medicamentos indispensaveis umacampanha anti-paldica, um laboratorio bacteriologico,ainda que rudimentar mas suffi~iente para nelIe seremfeitos todos os exames de microscopia clinica.

    O )0 posto teria por sde a cidade de S. Jos da BaVista e seria fixo. Este posto soccorreria todo o municipio dessa comarca e mais a parte do municipio de Jaguariahyva que lhe fica fronteira e a baixada do rio Itarar.

    O 2 posto, tambem fixo, deveria ser instalIado nacidade de Thomazina e soccorreria todo este municipioe mais toda a zona paludica do muni:eipio do Tibagy.

    O 3 posto funccionaria apenas durante o vero nacidade de Ribeiro Claro, e se destinaria a soccorrer estemunicipio e mais o de Jaboticabal.

    O 4 posto funccionaria tambem s durante o vero

    e teria por sde a cidade de Jacarzinho, afim de soccorreras populaes das zonas paludicas deste municipi O e mais() municipio de Platinopolis.

    ~onselhmos tambem que estes 2 ultimos postosambulantes fossem transferidos, no comeo de cada inverno, para o liUotal paranaense, afim de ahi iniciarem acampanha contra a ancylostomose.

    Aconselhmos ainda ao Governo do nosso Estado na tal que regulamentasse a campanha anti-paldica estipulando as obrigaes dos municipios e de certas emprezas.a~icolas e industriaes, situads em zonas palc ~.cas. Aconselhmos mais a creao da quinina official para avenda a baixo preo em todo o Estado e para distribuiogratuita s. pOP1. laesdas zonas de malaria endemica e

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    jurisdico no municipio do mesmo nome e nos de Thoma~.nna e S. Jos de Ba Vista.

    Tinhamos ~onselhado a fundao de 4 postoS dessegenero na regio Norte mas o Governo estadoal s poudeinstallar um.

    Na mesma cidade installmos tambem uma estaometeorologica federal que hoje a melhor do Paran ecujas observaes serviro de base para os nossos fu~tUlos estudos de climatologia da regio.

    Durante os 9 mezes que dirigimos esse servio con~tra a mala ria conseguimos realizar diversas obras de sa~neamento que merecem ser citada~ . E4n Jaguariahyva

    alm das diversas medidas de hygiene urbana postas empratica conseguimos fazer construir 120 latrinas novase melhorar dezenas de outras no perimetro urbar.o onde

    acabmos tambem com os chiqueiros. Auxiliado pelaPrefeitura pudmos realizar diversas obras de hydrogra~phia sanitaria. Mandmos roar um vasto terreno e desseccar todos os brjos existentes nos arredores da cida

    dade tendo canalizado as aguas do Lagoo para o rioCapivary numa extenso de 1000 metros cujo canalcomeou com 1 metro de profundidade e foi augmentan-Capivary numa extenso de 1000 metros cujo ::analdo at 2 e comportou sangradouros da lado esquerdoperfazendo um total de 1509 metros. Junto Estrada de Ferro havia enorme pantano prolifico criadouro de mos~

    quitos . Deseccmol-o e canalizmos as suas aguas parao rio Capivary por meio de 1 canal de 170 m. de extenso por 1 e 2m. de profundidade.

    Na rua que vae dar Estao as aguas paradasnt mca desappareciam; fizemos construir ahi uma avenida de 600 m. de extenso por 20 de largo a qual vaeser arborizada comeucalyptos

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    OBSERVAO:

    Comprimento lateral X do tambor baseia-se pela largura de umafolha de porta mais20em conforme a planta, tendo abertura parafora.

    Em portas do interior de casabasta o comprimento lateral de6Qcm a SOem.',

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    DESCRIMINAO:

    1.0 A armao do presente tambor feita de ripas de espessura de2.5cm x 5cm.

    2:0 Tela de arame envernizado, tendo4m/m a 5m1m de xadrez,3.0 Porta com mola para poder fechar automaticamente.4.0 O tambor pode ser adaptado em qualquer porta de casa e

    mudado conforme a passagem mais frequentada.

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    Plano

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    ~olas e industriaes de qualquer natureza, localizados nas~onas consideradas paludicas e nos termos dest~ regUlamento.

    Art. 47 - Cumpre s auctoridades sanitarias com~bater as causas coadjuvantes da infeco paludica; melhorando as habitaes insalubres, procurando fazer a educao hygienica do povo, intervindo junto aos Governospara que se fundem escolas, em certas regies e povoados, emfim ~ombatendo os demais factores que compromettam aefficacia da prophylaxia.

    Art. 48 - Nas zonas de impaludismo endemio ascondies domiciliares obedecero seguintes regras:

    a as habitaes sero, sempre que possivel, edificadas em local afastado, pelo menos 500 metros, das, colleces de agua que possam servir procriao de culi~cideos;

    b sero preferidos para as cons,truces domiciliares os logares elevados, bem expostos ao sol, e afastadosquanto possivel das mattas;

    c as ~asas a serem construidas devero obedecer aostypos fornecidos pelo Servio Sanitario do Estado e peloServio de Prophylaxia Rural;

    d os edificios publicos, pertencentes ao Estado, sero protegidos por tlas metallicas, de modo a ficarem prova de mosquitos.

    e as emprezas particulares. de qualquer natureza,

    sero obrigadas, a proteger tambem contra os mosquitostodas as habitaes que sirvam de residencia aos seus empregados.

    f as emprezas, de estradas de ferro estadoaes e particulares devero proteger do mesmo modo as suas estaes e as residenas de seus funccionarios e operarios;

    g quanto s estradas de ferl O e emprezas federae,.

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    -280-Art. 49 - As medidas relativas ao slo nas mesmas

    zonas sero as seguintes:a) sempre que necessario, sero realizados trabalhos

    de hydrographia sarutaria destinados a impedir a formao,de collecesl de aguas, ou a remover as j existentes,em uma rea de raio mnimo de 500 metros em tornodas habitaes;

    b) os cursos d agua de qualquer natureza, rios, riachos, carregas etc., sero tratados de modo a serem evitadas nas suas margens aguasestagnadas;

    c) dentro da rea determinada sero aterrados oudrenados todos os brejos;

    d) as outras collClCesde agua irremoviveis, quaes

    sejam os audes, as represas e congeneres, devero teras suas margens rectificadas e regularizadas, de maneiraa serem nellas evitadas as aguas empoadas e deveroter a sua superficie livre de vegetaes aquaticas;

    s) nas colleces de agua referidas, na lettra d, serotomadas medidas que evitem a procriao de culicideos(criao de peixes, petrolagem da superficie, ele.);

    f) as cisternas, os poos, os reservatorios de abastecimento dagua, ele., sero sempre protegidos de modoa se impedir nelles a prOjCI iaode mosquitos;

    g) as bromeliaceas (gravats e outras plantas congeneres), que possam servir criao de culicideos, serosupprimidas numa rea de raio minimo de 500 metros

    em torno das habitaes;. h) nas olarias e estabelecimentos da mesma natureza no ser permittida a existencia de excavaes quepossam reter agua e facilitem a procriao de mosquitos;

    i) as culturas que exigem o emprego de aguas paradas devero ficar a um kilometro, no minimo, das habitaes;

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    b sero considerados elementos epidemiologicos pe~rigosos todos os individuos que apresentarem esplenomegalia com acceS50s periodicos de reaco febril;

    c quanto possvel, ser feita a verificao parasitaria dos infectados ~hronicos, afim de serem determinados aquelles individuos portadores de ~rmas sexuadasdo parasito da malaria;

    d as pessoas referidas nas alineas b e c sero submettidas a tratamento prolongado at cura parasitaria definitiva da infeco, ou at que se verifique a ausenci duradoura das manifestaes da doena;

    e nas frmas chronicas da malaria sero aproveitados essencialmente os accidentes agudos de reaco febril para o tratamento intensivo com dses mais elevadasde ses de quinina;

    f taes doentes soffrero, alem disso, tratamentopermanente especifico;

    g as auctoridades sanitarias devero collocar, sempre que possivel, os impaludados chronicosao abrigo daspicadas de mosquitos, no proprio domicilio ou nos postos prophylacticos acaso creados nas zonas palustres;

    h os casos de nova infeco sero tratados de modointensivo at cura clinica parasitaria difinitiva;

    i nas pochas de surtos epidemicos ser realisada,a criterio das auctoridades sanitarias, a quininizao preventiva;

    j para a boa execuo da medida anterior, seropelo Estado mantidos postos de distribuio da quin~naofficial.

    Art. 51 Nos estabelecimentos fabris de qualquernatureza, nas emprezas agrcolas, de minerao, companhias de estradas de ferro, etc., a responsabilidade dasmedidas sanitarias determinadas neste capitulo caber aosrespectivos directores ou gerentes, ou aos seus represen

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    -282-os solicitarem, todos os elementos necessarios execuc;.odas medidasl prophylacticas.

    Art. 52 - Nas escolas, asylos, hospitaes, quarteis.cadeias, etc., e outros estabelecimentOlSlde habitao colle.ctiva, sero responsaveis pelas medidas de prophylaxia

    antipaludica os respectivos director,eSl,chefes ou administradores.Art. 53 - Nos centros populosos das zonas palus

    tres, aSImedidas prophylacticas sero realizadas de accrdo com o estudo prvio, feito pelas auctoridades sani:talias, das condies epidemiologcas do logar.

    Art. 54 - A distribuio da quinina official obedecer as regras 5eguintes:

    1o o Estado manter em todas as zonas paludosaspostos de distribuio de quinina;

    2 de prefere~a sero encarregados destes post~s.os funq::ionarios estadoaes ou federaes. de idoneIdade reconhecida juizo das auctoridades sanitarias;

    3 estes encarregadoSl sero obrigados a fornecer quinina pelo preo estabelecido officialmente. cabendo-lhes'pela execuo deste servio uma commsso de 101;

    4 nas pocas epidemicas a auctoridade sanitariapoder determinar a distribuio gratuita da quinina. quercom fins curativos. quer como medida preventiva;

    5 as dses prophyla,cticas e curativas para o caso

    de distribuio gratuita, sero fixadas pelas auctoridadessanitarias;6 os encarregados da distribuio da quinina, sero

    obrigados a entregar trimestralmente Directoria deHy-giene do Estado um .balancete referente venda do medicamento e o saldo apurado;

    7 na hypothese de distribuio gratuita, ser obri

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    tari~, melhores garantias para a efficiente execuo doserVIo;

    . 0 vedado a qualquer pessoa a venda da quininado Estado, a no ser pelo preo fixado officialmente. Ain aco desta de'terminao ser punida com multa eapprehenso do medicamento;

    110as emprezas e estabelecimentos industriaels, fabris, p~storis, agricolas, industri:~ extractivas. etc .sero obrigadas a fornecer gratuitamente a quinina offi~cial ou no. necessaria aos fins curativos e preventivosdos seus operarios ou empregados.

    A taes emprezas o Estado fornecer a quinina precisa com abatimento proporcional quantidade adquirida.

    A applicao da quiIJ ina omcial no nosso servioficou regulamentada pelos artigos 4 e 5 das instrucesministeriaes baixada sl em portaria de 5 de Junho desteanno.

    Art. 4 - Nos postos medicos e nos hoslPitaes, logoque estes sejam instaIlados, haver deposito de quininaofficial, para applicao gratuita no respectivo 'servio.

    Parag. 1- A quinina depositada tambem ser vendida pelo pl)eOda produco com101 de abatimento,aos lavradores ou emprezas industriaes que realizaremassistencia medica e mediamentosa e executarem medidas de prophylaxia em suas propriedades, sob a fiscalisao da commisso medica federal.

    Parag. 2 - Nos outros casos. a quinina ser vendida pelo preo da produco, de conformidade com os decretos numeros 13. 159, de 28 de ag'sto de 1918, e13.527, de 26 de maro de 1919.

    Parag. 3 - Nas pocas de maior intensidade epid i i i di t ib id g t it t

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    -284-emquaIljto ell~sfizerem effec't{ivasas medidla ii aconselhadas, a juizo da commsso .

    At hoje no recebemos quinina official por isso temos empregado, em todos os nossos postos e gratuitamente, solues injectaveis de saes de quinina preparadasno Instituto de Butantan. e comprimidos .do Instituto Medicamenta, de S. Paulo.