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Do Império a República Fernando H. Casalunga

Do Império a República Fernando H. Casalunga. Quais são os autores clássicos do pensamento Político brasileiro? Visconde de Uruguai, Tavares Bastos,

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Do Império a República

Fernando H. Casalunga

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Quais são os autores clássicos do pensamento Político brasileiro? Visconde de Uruguai, Tavares Bastos, Sílvio Romero, Joaquim Nabuco,

Ruy Barbosa, Euclides da Cunha, Alberto Torres, Oliveira Vianna, Azevedo Amaral, Gilberto Freyre, Sérgio Buarque de Holanda, Nestor Duarte, Caio Prado Jr., Raymundo Faoro, Victor Nunes Leal, Guerreiro Ramos, Florestan Fernandes, Celso Furtado.

“Toda concepção de mundo é um campo de forças, mantém relações e ramificações em vários grupos sociais e manifestações espirituais, supõe uma direita, uma esquerda e um centro, comporta teorias e interpretações diferentes, de modo que alianças intelectuais entre pensadores politicamente distantes, mas próximos pela forma de pensar, são possíveis” [Gildo Marçal Brandão. Livre docente:Teoria Política Moderna pelo Departamento de Ciência Política da USP]

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Quais são as obras e autores brasileiros mais importantes do século XX?: Cientistas sociais

Os Sertões (1902), de Euclides da Cunha Populações Meridionais do Brasil (1920) e Instituições Políticas Brasileiras (1949), de Oliveira

Vianna; Casa Grande & Senzala (1933) e Sobrados e Mucambos (1936), de Gilberto Freyre; Raízes do Brasil (1936), de Sérgio Buarque de Holanda; Formação do Brasil Contemporâneo (1942) e Evolução Política do Brasil (1933), de Caio

Prado Júnior; Coronelismo, Enxada e Voto (1948), de Victor Nunes Leal; Formação Econômica do Brasil (1954), de Celso Furtado; Os Donos do Poder (1958), de Raymundo Faoro; A Função Social da Guerra na Sociedade Tupinambá (1952) e A Integração do Negro na

Sociedade de Classes (1964) de Florestan Fernandes;

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CONTEXTO HISTÓRICO DO BRASIL(1789 – 1808)

REVOLTAS SEPARATISTAS NO BRASIL (ANTES DA VINDA DA CORTE)

OBJETIVO: FIM DO PACTO COLONIAL ; LIBERDADE DE COMÉRCIO; E FIM DA OPRESSÃO DA METRÓPOLES

1. INCONFIDÊNCIA MINEIRA 1789 : - caráter elitista - fim da derrama, quinto do ouro - delação e perseguição

2. CONJURAÇÃO BAIANA (1798): - CARÁTER POPULAR; CRISE ECONÔMICA (AÇUCAR E ALGODÃO); QUERIAM O FIM DAS MANUFATURAS.

AMBAS TINHA CARÁTER ILUMINISTA.

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MOVIMENTOS SOCIAIS NO BRASIL (APÓS A VINDA DA CORTE 1808 - 1888)

1808: TRANSFERÊNCIA DA FAMÍLIA REAL PARA O BRASIL:

Revolução pernambucana (1817)

Reivindicavam por uma separação definfitiva de Portugal Sentimento de Lusofobia. Se revoltaram devidos aos LUXOS DA CORTE (aumento de impostos) e também com relação aos cargos

públicos mais importantes destinados aos portugueses. Primeira manifestação de um sentimento NACIONALISTA e separatista “propagadas pelas sociedades maçônicas (sociedades secretas), a crise econômica regional, o absolutismo monárquico português e os

enormes gastos da Família Real e seu séquito recém-chegados ao Brasil — o Governo de Pernambuco era obrigado a enviar para o Rio de Janeiro grandes somas de dinheiro para custear salários, comidas, roupas e festas da Corte, o que ocasionava o atraso no pagamento dos

soldados, gerando grande descontentamento do povo brasileiro.”

Criação do Estado Nacional

Organização do sistema burocrático (cargos administrativos para os portugueses que vieram junto com ele )

Abertura dos Portos as nações amigas (Inglaterra)

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As lutas socias do século XIX:

“Homens Brancos Livres, pequenos produtores ou comerciantes, almejavam diminuição dos impostos e liberdade para comercialização; soldados e outros militares queriam aumentos de soldos; padres e religiosos queriam a não-restrição a seus trabalhos [então perseguidos pelas leis pombalinas]; índios-trabalhadores, Pará, queriam liberdade de viver segundo seus costumes e cultura; negros alforriados queria empregos etc”.

Faltava: projeto político-social nas ações, as revoltas eram ações pragmáticas sem nenhuma ou pouca estrutura racional.

• Motins caóticos: construção de espaços nacionais [mercado de trabalho, legislação, poder político]

• A produção organizada privilegia as elites ligadas a Coroa.

• Quem Participa? Membros do clero; camadas médias [elite iintelectual e militares] acessorando líderes de camadas populares.

• Os movimentos estão atrelados a um partido ou instituição e tem dificuldades de se estabelecer e manter no poder. [massacrados pelas forças da legalidade imperial]

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1822: Independência ou má sorte?lusofobia e os conflitos com a Corte.

1800-1850 CRIAÇÃO DOS “PARTIDOS BRASILEIROS” RESTAURADORES (CARAMURUS) – monarquistas queriam a volta de D.João.

- MODERADOS (CHIMANGOS): monarquistas que queriam constituição (parlaemntar)

- EXALTADOS (JURURUBAS) : republicanos e federalistas

DIA DO FICO. LEI DO CUMPRE-SE CRIAÇÃO DA ASSEMBLÉIA CONSTITUINTE (disputa do poder pelas elites)

CONSTITUIÇÃO DA MANDIOCA”: “(Grupo de elite comandado pelos liberais exaltados criaram a base dessa constituição de cunho parlamentarista, diminuindo

poderes de D.PEDRO I)

A ideia de um projeto constituinte partiu de Antônio Carlos de Andrada e Silva. A partir dessa ideia ficou estabelecido que só teria direito ao voto quem possuísse uma renda anual equivalente a 150 alqueires de farinha de mandioca. AConstituição da Mandioca, como ficou conhecida, demostrou o poder e o interesse da elite agrária, através do voto censitário, com base na quantidade de terra e na quantidade de mandioca plantada.

Outra característica: foi a manutenção do trabalho escravo e a atribuição dada ao governo de zelar pela mão de obra escravista.

A divisão dos poderes executivo, legislativo e judiciário constou no projeto da constituição, que determinou o predomínio do poder legislativo sobre o executivo. Isso contrariou profundamente as pretensões absolutistas e centralizadoras de D. Pedro I. O próprio prestígio de José Bonifácio foi de encontro aos interesses pessoais de D. Pedro I.

Baseado nesse choque de interesses, o monarca demitiu o ministro e deu um golpe no dia 12 de novembro de 1823, apoiado pelos militares, dissociando a Assembleia Constituinte. Esse acontecimento ficou conhecido na história do Brasil como a Noite da Agonia. Dessa forma, podemos observar que a primeira constituição brasileira não nasceu de uma Assembleia Constituinte e sim dos interesses pessoais de um rei. O início da vida política do Brasil como Nação independente foi tortuoso.

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CONSEQUÊNCIAS DO PODER MODERADOS IMPLANTADO POR PEDRINHO.

(MOVIMENTOS SOCIAIS)1800-1850*GUERRA DE CISPLATINA: - Perda da Província de Cisplatina para o Uruguai (importante região de cultivo do gado para o sulistas). - O governo se viu obrigado a pedir ajuda para s ingleses e franceses, aumentando a dívida com esses países Crise do encilhamento ( aumento do número de moedas sem ter fundos monetários.

Fali o Banco do Brasil em 1829.

CONSTITUIÇÃO MODERADORA.- OUTORGADA (IMPOSTA)- AUTORITÁRIA, CENTRALIZADORA, VOTO CENSITÁRIO E CONTROLE SOBRE O CATOLICISMO - PADROADO (NOMEAÇÃO DE PADRES E BISPOS PELO REI)- BENEPLÁCITO (ORDENS DO PAPA PASSAVA PELO REI)

Repercussões:

*1823: Juntas Constitucionais e Infantarias Lusas [Bahia, Pará, Piauí e Paraíba] buscavam estabelecer o controle e autonomia das províncias através da administração pública local.

*1824: Confederação do Equador

1800-1850*1824: Confederação do Equador: emancipação da região Nordeste. [Paraíba, R.G norte e Alagoas] representação do povo no governo. Queriam o fim do poder moderador.

Os motivos: fome, abandono do governo, declínio do comércio açucareiro.

Seu líder: Frei Caneca

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CONSEQUÊNCIAS DO PODER MODERADOS IMPLANTADO POR PEDRINHO.

(MOVIMENTOS SOCIAIS)1800-1850ABDICAÇÃO 1831 - noite das garrafadas; confederação do equador;

assassinato do jornalista Libero Badaró

Instaurou-se o período REGENCIAL (Trina provisórioa, trina permanente, Una liberal e Una conservadora)

crise constitucional.

Províncias (criticavam o Estado Fraco, pobre e de elite portuguesa)

Grupos abolicionistas , nacionalistas, grupos federalistas

Disputa eleitoral (ora liberais, ora conservadores): “farinha do mesmo saco”

- Inúmeros movimentos sociais (campo e a cidade)

- Clube da Maioridade (liberais): 1840 (volta de Pedro II)

1831: Setembrada e Novembrada [PE] militares, estudantes de direito e populares.

1835-1849: Cabanagem [PA] setores liberais , nobres, juntas militares pela independência da província.

1835 – 1845: Farroupilhas A elite estancieira do sul; queriam nomear seu próprio governador; acabar com a tributação

imperial, e diminuir impostos sobre as importações do charque, do couro e do gado,

produtos oriundos da Arg e URU.

1837-1838: Sabinada [BA] liberais radicais camadas médias, imprensa, grupos maçons, tropas do governo.

1838-1841: Balaiada [MA] elites locais, negros e sertanejos pobres. Disputa do poder entre Bem te Vis (liberais) e cabanos (conservadores)

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A não-unidade das ações durante o período de 1800-1850 “Os conflitos entre as diferentes facções

das elites da aristocracia rural faziam com que as massas também fossem utilizadas como joguetes, nas manobras e pressões pelo poder lcoal. As rebeliões usualmente escapavam ao controle daqueles que as arquitetavam e tomavam caráter popular, revistindo-se de grande violência, de ambos os lados, devido ao ódio e às paixoes envolvidas, mas também devido à não-existência de canais e formas civilizadas de negociar e encaminhar os conflitos.

• A fragmentação e desorganização propriciava às elites dominantes o desmonte das lutas

• A democracia era uma idéia e não uma prática. Aparecia como aspiração longínqua e contraditória.

• 1817: Rev. Dos Padres composta por líderes comerciantes brasileiros e vários padres, principalmente da ordem dos carmelitas, destacando-se Frei Caneca.

• 1847: Rev. Praieira partido político liberal e conservador,

jornal do povo, elites inteectuais e políticas e 2mil homens em armas contra a oligarquia e o latifúndio. [abolição e ref.

Agrária; voto universal]Movimento anti-lusitano.

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PLANO ECONÔMICO 2º REINADO

O SURTO DA INDUSTRIALIZAÇÃO

Visconde de Mauá (Associoou-se aos banqueiros da Inglaterra, os Rothschilds e desenvolveu inumeros projetos)

ferrovias, instalação de estaleiros, iluminação a gás da cidade de Rio de Janeiro, telégrafo (ligando BRA e ING).

Chegada de famílias imigrantes (Proibição do tráfico negreiro)

Surto do Café e expansão rumo ao Oeste (linhas de escoamento)

CONFLITOS ARMADOS:

RIO DA PRATA E GUERRA DO PARAGUAI.

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A mordaça afrouxa: cidadania, identididade e a liberdade humana.

1850-1888 1850: Guerra Bacia do Prata demarcação

territorial, rompimento relações entre Br e Arg.

(O conflito foi devido a região desse rio importante para o Brasil, pois

permitia alcançar a parte oeste das províncias do SUL. O Brasil na

tentativa de ampliar seu império e sua influencia, entrou do lado dos

COLORADOS (comerciantes) e a Argentina ao lado dos BLANCOS

(pecuaristas). A vitória foi argentina e em 1854 foi assinado um

tratado de Comércio e Navegação , Amizade entre os dois países.)

1850: Lei Eusébio de Queirós: Abolição do tráfico negreiro no BR

1851: Rev Ibicaba [SP] contra sistema de parceria, em fazendas de produção de café, clasulas contratuais desfavoráveis [draconianas]

1857: 1º greve de escravos operários do brasil em Ponta da areia [RJ] indústria metalúrgica do Visconde de Maua, mil trabalhadores escravos.

GUERRA DO PARAGUAI (1864- 1870).

- CONTER O AVANÇO PARAGUAIO (REPÚBLICANO)

- MOTIVO DO PARAGUAI: ACESSO AO RIO DA PRATA

- - O AVANÇO ECONOMICO DO PARAGUAI E SUA INDUSTRIALIZAÇÃO, CAUSOU DESCONFORTO PARA OS INGLESES, POIS SEUS PRODUTOS NÃO CHEGAVAM LÁ.

- QUEM SE SAIU VITORIOSO E FORTE NESSA GUERRA FOI OS ALTOS MILITARES, QUE AGORA REVINDICAVAM MAIORES PARTICIPAÇÕS POLÍTICAS NO BRASIL, ASSIM COMO O MOVIMENTO DE LOBERTAÇÃO PARA OS NEGROS QUE LUTARAM AO LADO DOS BRANCOS. OS LIDERES DO EXÉRCITO APÓS A GUERRA SOFRERAM UMA INFLUENCIA DAS IDEIAS DE AUGUSTO COMTE (ORDEM E PROGRESSO)

1871: Ventre Livre e 1872: Quebra Quilos

1873-75: Mov. Contra o recrutamento Militar [PE, AL, PB, CE]

1874-1897: Canudos (MOVIMENTO MESSIÂNICO QUE QUERIA A VOLTA DA MONARQUIA)

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José Murillo de Carvalho: “República, democracia e federalismo Brasil, 1870-1891”

Recorte: 1860 – 1870 1870: Manifesto Nacional do Partido Republicano; Annaes da Constituição Republicana; Obras de Teóricos do Partido; Pauta das reivindicaçõs: Reformas no Poder Moderador, Senado Vitálicio;

Conselho de Estado e Expansão do Sufrágio.

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Quais eram as forças políticas em conflito no Partido Republicano?

Objetivos do Partido Rep:

Extinção Senado Vitálicio, Conselho de Estado; Poder Moderador.

1º Plano: Liberdade de palavra, ensino, reunião, associação e propriedade.

2º Plano: Liberdade direito civil, independência do judiciário, eletividade Política, extinção da guarda nacional

Expansão do Sufrágio; Exclusão: debate sobre Abolição.

Doutrina de Justificação da República:

Federalistas: Alberto Sales, Joaquim Francisco de Assis Brasil e Antônio Silva Jardim

Positivistas ortodoxos: Miquel Lemos, Teixeira Mendes, Tavares Bastos

(+) [SP] – organização e competição eleitoral

(-)[MG, R.Gsul, PE, PA] - baixa representação - poucos eleitos -

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1873: Itú-[SP] - Convenção Republicana -

Se algo tivesse que ser feito pelos republicanos, seria de maneira federativa, cada província por si, e com indenização aos proprietários.

Contudo, o fato não impediu que a monarquia fosse acusada de "manutenção obstinada da escravidão, como alavanca da propriedade territorial“ [PESSOA, Reynaldo Carneiro. A ideia republicana no Brasil através dos documentos. Alfa-Ômega, 1973, p.87, 91]

• Debate: Federação e indenização aos proprietários, em caso de Abolição

• ½ da população escrava • 133 presentes, 87

fazendeiros proprietários de cativos.

• O apoio à medida só foi dado no último manifesto, do Congresso Republicano Federal, realizado na Corte entre 30 de junho e 5 de julho de 1887.

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Republicanos Abolicionistas: Radicalismo

José Patrocínio que apoia Isabel e a abolição sem indenização ficou taxado como “último negro vendido” por membros do Partido como Silva Jardim que o chamava m de “homem de cor” de traidor da raça, do partido e da pátria. [JARDIM, Antônio da Silva. Propaganda republicana (1888-1889). Discursos, opúsculos, manifestos e artigos anotados e prefaciados por Barbosa Lima Sobrinho., 1978, p.312.]

[SP]: Rangel Pestana, Luís Gama, Bernardino e Américo Campos, [RJ] José Patrocínio e Silva JardimOs abolicionistas sofreram pressão dos proprietários de escravos: Campos Sales, Prudente de Morais e Francisco GlicérioFrancisco Glicério: defendia a abolição com ressarcimento: “julgava ser um dever dos republicanos fechar os olhos à incoerência em favor da causa” [posição oposta à de Patrocínio.[[SANTOS, José Maria dos. Os republicanos paulistas e a abolição, p.146, 151-152.]

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Constituinte, República e voto

Presidencialista ou Parlamentarista? Centralista ou Federalista? Democrática ou Ditatorial? Quem vota? / Voto direto ou indireto? / Aberto ou secreto? / Por estados

ou indivíduos? A Constituinte deve defender a divisão das rendas de forma Una ou

Dual?

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Democracia e Federalismo

Soberania popular representatia e Governo do país por si só Republicanos: a ideia de Democracia já existia desde a independência, mas

sofreu derrotas históricas: usurpação bragantina (1822), abdicação do Imperador (1831) moderados assumem o poder e excluem os radicais da participação.

Crítica do Manifesto 1870: “Aceitar que os poderes eram delegados da nação, como dizia a Constituição e, ao mesmo tempo, manter a hereditariedade e a irresponsabilidade do monarca seria, "ultrapassar as raias do absurdo". Daí que "a monarquia temperada é uma ficção sem realidade". A soberania só existiria quando o parlamento eleito exercesse a suprema direção política. A delegação da soberania teria que se exercer em funcionários eleitos e demissíveis.

A conclusão era simples: "o elemento monárquico não tem coexistência possível com o elemento democrático".

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Qual era a forma de governo apropriada? 1881: Assis Brandão: em “A república Federal” pontua: “só há

democracia na República, o governo de todos sempre sera democrático.”

Quintino Bocaiúva:[chefe do partido Republicano] “O regime do governo republicano é a fórmula prática da democracia”

Prudente de Morais: [Presidente da Constituinte]: “Somos a América e queremos ser americanos”. “A vitória da República considera o Brasil como parte da América e a América pertence à República, pertence à democracia". [Congresso Nacional. Annaes da Câmara dos Senhores Senadores, 1891, p.73].  

Ao promulgar a Constituição: O novo regime permitiria que o Brasil correspondesse "na América do Sul, ao seu modelo da América do Norte". [Câmara dos Deputados. Annaes do Congresso Constituinte da República, v.III, p.911, 1926. ]

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As Ideologias Republicanas

Republicanos radicais: República = Democracia 1860 Positivismo evolucionista : Liberais conservadores não

marcados por teorias evolucionistas: Alberto Sales e Assis Brasil. Principais marcos teóricos: Jeremy Bentham, Bejamin Constant, Alexis Tocqueville, François Guizot, Stuart Mill, W. Blackstone, Edouard Laboulaye. [valorização da história e da ação política, invidualismo].

Republicanos Liberais: Monarquia Constitucional é a Democracia moderna [Monarquia + Federação]

1870 Liberais Monarquistas: Republicanos marcados pelo evolucionismo: Tavares Bastos e Ruy Barbosa.

Principais marcos teóricos: Tocqueville e S. Mill; A.Comte, H.Spencer, Hackel, Litré, Teófilo Braga, Victorino Lastárria [desvalorização da história enquanto agência humana, passa a ser regida por leis naturais”

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Positivismo e Ditadura 1888 Manifesto do Partido Republicano de PE: Positivismo e

Ditadura Republicana – Anibal Falcão [PE]; Júlio de Castilhos {R.Gsul]; Silva Jardim[RJ]

Positivismo Comteano: Silva Jardim, Anibal Falcão, Júlio Castilho e Lauro Sodré;

“A República é a superação do “Estado metafísico da humanidade, pós estado teológico, é o caminho para o estado positivo”. O regime próprio dessa transição seria a ditadura republicana, um governo forte exercido por um ditador em benefício do bem coletivo, no qual o parlamento cumpriria apenas uma função orçamentária” [Aníbal Falcão] Positivismo Ortodoxo: - Miguel Lemos e Teixeira Mendes – O ditador republicano deveria ser o imperador D. Pedro II, o mais indicado para substituir o Parlamentarismo burguesocrático monárquico por um Parlamentarismo burguesocrático puro.

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Liberalismo Spenceriano vs autoritarismo Comteano

Modelo Comteano separatista: Silva Jardim: Direito Prcessual Penal "Democratas são também os liberais, democratas são os republicanos de 1870 até hoje, e os liberais fizeram isso que aí está, e os republicanos de 1870 pouco mais fizeram que deserções“

Modelo Liberal separatista: Alberto Sales: Ordem e progresso“Política Repúblicana”: "A federação é, pois, o único regime político que nos oferece as condições indispensáveis a uma perfeita conciliação da ordem com o progresso". [SALLES, Alberto. Política republicana. 1882, p.204]

“Pátria Paulista” [separatismo como fase preparatória para o Estado Republicano]: “A evolução social obedece as leis biológicas, passagem do homogeneo para o heterogeneo, desagregação/agregação. “Para neutralizar o aspecto antipático da proposta perante as outras províncias, dizia que seria uma fase preparatória para futura federação.[VITA, Luis Washington. “Alberto Sales, ideólogo da República”. 1965, p.37-39.]

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República, Federalismo e Democracia“A República era uma idéia democrática e deveria ser Federal

O Manifesto 1870: defende a federação com base no argumento da natureza e da topografia

Federalismo e supressão da Democracia: “A monarquia que derrotou as revoltas instaurou o despotismo e a centralização; o poder pessoal; a corrupção; comprimiu as liberdades; anulou a soberania nacional; bloqueou o progresso provincial.”

Ruy Barbosa: (min. da fazenda, senador da Bahia) defende a União [Federalismo do Império].

A constituinte não poderia cometer exageros: “Criara-se uma "superexcitação mórbida" em torno do federalismo: "Federação tornou-se moda, entusiasmo, cegueira, palavra mágica, a cuja simples evocação tudo há de ceder, ainda que a invoquem mal, fora de propósito e em prejuízo da federação mesma".[ROURE, Agenor de. “A Constituinte republicana”, 1979, citação p.41]

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A força do Partido Republicano na Constituinte de 1891

Federação: o poder deve permanecer centralizado. Descentralização: defesa do autogoverno do estado

Propostas: Modelo bicameral à moda americana: Congresso Federal - Senado

representa os estados – extinção do Senado vitálicio e do Conselho de Estado

Presidencialismo: Assembleias estaduais - eleição direta pelo votantes -. avanço democrático com relação a constituição dos Estados Unidos do Norte.

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Conclusão: Como se consolidou a República Brasileira?

Proclamada por militares, marcada por: instabilidades, guerras civis, crise financeira, falta de ordem e de progresso.

1889-1897: dois presidentes militares e um civil. O primeiro Marechal Deodoro foi forçado a renunciar, Floriano que

tomou seu lugar enfrentou duas guerras civis [contestado e RJ]. O Civil Prudente de Morais teve o governo perturbado por conflitos com

o Partido e com o Congresso, revoltas militares e populares e quase foi assassinado, deixou o país à beira da falência financeira