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DO RASCUNHO DA CÂMERA AO CADERNO DE NOTAS IMAGÉTICO: O Cinema se Bifurca com a ESCRITA de Si e uma Vida se INVENTA

Do Rascunho da Câmera ao caderno de notas imagético

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Apresentação da dissertação de mestrado

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DO RASCUNHO DA CÂMERA AO CADERNO DE NOTAS IMAGÉTICO: O Cinema se Bifurca com a ESCRITA de Si

e uma Vida se INVENTA

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Paisagem e fragmentos“Em tempos de grandeza, espetáculo, produções de milhões de dólares” , trazemos aqui filmes que investem na implicação de seu realizador com a sua história de vida, com os espaços, com as ações cotidianas. Trazemos aqui um cineasta que se pronuncia em nome das “pequenas e invisíveis ações do espírito humano, tão sutis que morrem sob os holofotes” .

Encontramo-nos, então, com o cinema de Jonas Mekas. O que fazer com seus filmes? O que eles fazem com o cinema? O que eles fazem de nós? Que tensões e forças estão implicadas nes-sas obras?

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como este realizador marcado por esses processos de subjetivação (re)monta experiencias em seus filmes? Que tipo de presença ele produz nesses documentários? Como se dá essa produção de si?

Deste modo lançamos a hipótese que a câmera compartilha nas obras de Mekas uma certa produção de si que se constrói na ex-periência cotidiana que explora a si e o mundo.

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A montagem em formato de um caderno de notas, de um diário, de uma carta, é fundamental nessas produções, pois trazem aos filmes uma essência inacabada e um estado de continuidade, ou seja, carrega sempre uma narrativa que pode ser repensada, re-escrita, revivida.

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Estariam nessas imagens o regate da experiência? A imagem uma vez que é pensada como experiência, pode con-vocar não só quem a constrói mas também quem a observa.

Cada obra pode desencadear relações que se dão no acontecimento fílmico. Partindo da proposta de um cinema como partilha de mundo que convoca o espectador à experiência do realizador, propomos pensar não apenas como a existência de alguém é representada no cinema, mas como este cinema cria, (re)inventa uma vida, como ele pode criar uma comunidade de imagens, de devires, de pessoas dispersas em vários lugares que partilham seus afetos, memórias, anseios durante travessias pelos mundos que as obras (re)inven-tam.

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Não faremos aqui um estudo dos filmes-diário como catego-ria, mas como um gesto. Gesto esse que se deu na urgência, no “desespero”, na experiência. O próprio Mekas fala em seu texto, “Filme diário” (1978), que essa forma de filmar como quem toma notas não foi algo calculado.

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Das metodologias

Buscaremos “atravessar as teorias como paisagens e conceitos como imagens” (LOPES, 2008, p.18) através da cartografia como método de pesquisa-intervenção, para pensar essas obras cine-matográficas que se estabelecem na relação entre a produção de si e a imagem. A partir de Jonas Mekas, buscaremos uma fricção entre a escrita de si imagética e a escrita ensaística. Cada obra nos conduzirá a um encontro entre a experiência e a imagem que se dissolvem em devaneios e impressões.

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Nosso desejo é que, de alguma forma, esta dissertação pos-sa ter múltiplas entradas e possa ser percorrida de modo que o leitor não se prenda a uma linearidade cronológica. Assim como o realizador sobre o qual vos escrevemos, assumimos uma postura do “amador, que recusa a autoridade dos especialistas, sempre a reexaminar o modo como as fronteiras entre suas áreas se traçam na encruzilhada das experiências e dos saberes” tomando aqui o pensamento de Rancière (2012, p.16).

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cartografia da pesquisa

A paisagem afetiva da pesquisa se abre para três cam-pos de possibilidades. Iremos atravessar o que seria essa escrita de si imagética.

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O debate que nos conduzirá a pensar a escrita de si mais pela ordem da experiência de si e da invenção de si do que nos contextos que envolvem a ideia de escrita autobiográfica.

Em seguida vamos às obras, pontuaremos aspectos que en-volvem na pratica essa escrita de si, assim como tentaremos desdobrar mais questões que as obras nos oferecerão.

Adiante, pontuaremos questões que envolvem a presença do autor como um gesto que se faz pela imagem. Nas obras que iremos investigar, veremos que o realizador não se dirige a ele, mas aos amigos, de modo que sua presença na obra se dá de maneira mais estética do que propriamente física

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Fronteiras * Escrita de Si e Cinema: Autobiografia Ou Autorretrato?

* Fragmentos de Si: Diário, Notas e Esboços... Os hypomnemata e a correspondência.

* Entre a Invenção de si e a ExperiênciaO Resgate da experiência

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Lampejos * Gestos de Reter Vestígios da Vida em Imagens Walden, dairies, notes and sketches (1969)

* O Inventário de uma Vida:Reminiscências de uma Viagem a Lituânia (1972) * A imagem De Si e do Cotidiano Como Invenção de si e do mundo:

* Lost, Lost, Lost: Um Encontro Com a Vida Lost, Lost, Lost (1976)

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Gestos e Vestígios * Fragmentos de muitas biografias inacabadasThis Side of Paradise (1999)

* A Presença Como um Gesto O que é um autor? (FOUCAULT, 2009)O autor como um gesto ( AGAMBEN,

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Parêntese

* Bifurcações

O que reverbera?

* Lampejos de Beleza

Ao Caminhar Entrevi Lampejos de Beleza (2001)

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RefererêciasAutores que nos ajudaram a trilhar esse caminho:Michel Foucault(2009) e sua obra, “O que é um autor”, Jacques Rancière com o “Distancias do Cinema” (2012) e “Aisthesis: Scenes from the Aesthetic Regime of Art” (2013). Deleuze e Guattari Georges Didi-Huberman, Walter Benjamin, Giorgio Agamben, Jorge Larossa Bondía e Phillipe Lejeune. Trabalhamos, também, com teóricos contemporâneos: Phillipe Dubois, Beatriz Furtado e Cezar Migliorin.