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DOCENCIA E DIDÁCTICA O PROFESSOR COMO UM ESTRATEGA DO SUCESSO da aprendizagem dos alunos Maria do Céu Roldão FEP - Universidade Católica Portuguesa

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DOCENCIA E

DIDÁCTICA O PROFESSOR COMO UM ESTRATEGA DO

SUCESSO da aprendizagem dos alunos

Maria do Céu Roldão

FEP - Universidade Católica Portuguesa

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A QUE CHAMAMOS ENSINAR?

No plano histórico, duas visões:

– ensinar como “passar conhecimento”

associado a épocas de escassa difusão do

saber e sem objectivos de educação como fim

social;

- ou ensinar como conduzir intencionalmente

o outro à aquisição de saber, associado a um

tempo de escolarização universal e a uma

afirmação do docente como profissional de

ensino.

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A QUE CHAMAMOS ENSINAR?

Ensinar :

- desenvolver uma acção ESTRATÉGICA

especializada , fundada em conhecimento

próprio (DO PROFESSOR), que consiste em

fazer com que alguém (TODOS) aprenda

alguma coisa (o CURRÍCULO) , que se

considera socialmente necessária

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Que caracteriza um ensino com

estratégia?

A estratégia consiste na concepção global de

uma acção de ensino, articulada e organizada

com vista à sua eficácia [...]. (Roldão, 2009)

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Que é uma ESTRATÉGIA DE

ENSINO? No plano da concepção, a estratégia responde às

questões:

- como vou organizar a acção?

- porquê, tendo em conta o para quê, e o para quem?

No plano instrumental, a estratégia operacionaliza-se respondendo à questão:

- Com que meios, actividades, tarefas?..porquê estas e não outras? em que ordem/sequência? … porquê?

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Que (não)estratégias? alguns pontos

críticos

Não-estratégias versus estratégias.

Assimilação de estratégia a sequências de actividades.

Predomínio do modo apresentação – pergunta.

Predomínio de comunicação uni ou bidireccional.

Concretização de tarefas em formatos-tipo (fichas e outros).

Suporte das tarefas – apenas a pergunta-resposta.

Pesquisa confundida com procura aleatória

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Que (não) estratégias? alguns pontos

críticos

Fonte predominante – manual-programa versusmanual-instrumento.

Escassa concepção de materiais pelos professores.

Observação e experimentação – assimiladas a dimensões descritivas ou actividade não analisada.

Inferência e descoberta real pouco frequente.

Escassez de sistematização do aprendido

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Como ligar estratégia de ensino a

sucesso da aprendizagem?A

dimensão didáctica

Propor tarefas que exijam – e possuam - rigor conceptual, ao nível do aluno.

Organizar as estratégias como espaços de problematização e pensamento analítico.

Ligar a estratégia à mobilização útil de saberes prévios dos alunos

Prever modos de interacção no trabalho da aula, com comunicação multi-direcional e formas variadas de organização ( o grupo, o par, o grande grupo..)

Propor tarefas que levem à desconstrução de ideias prévias com (re)construção fundamentada de conceitos novos.

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Como ligar estratégia de ensino a

sucesso da aprendizagem? A

dimensão didáctica

Ligar o conhecimento ao seu uso – em contexto, noutras situações, para outros usos…

Propor actividades que requeiram análise e inferência sobre o observado ou experimentado – e não só constatação/repetição.

Incentivar actividades de raciocínio versus mecanização –ainda que também mecanizando operações e técnicas.

Pedir aos alunos (e apoiar processualmente) auto-regulação e meta-análise no decorrer da estratégia.

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AVALIAÇÃO no interior das

ESTRATÉGIAS DE ENSINO – interface

objetivos-estratégias-resultados-reorientação-

melhoria...

VERIFICAR SE……

O QUÊ? COMO?

1- Foram alcançados os objectivo(s) pretendidos , orientados para a competência (s), concretizado(s) naquele conteúdo(s) de aprendizagem?

2- Como é que o aluno o manifesta? Que operações cognitivas lhe pedimos na tarefa avaliativa? Servem-nos para ver o quê?

3- As estratégias do professor ( SUA OPÇÃO DIDÁCTICA ) foram eficazes/ adequadas ? Em que sim? Em que não?

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AVALIAÇÃO no interior das

ESTRATÉGIAS DE ENSINO– interface

objetivos-estratégias-resultados-reorientação-

melhoria...

INTERPRETAR RESULTADOS -ORIENTAR/REORIENTAR PARA….

O QUÊ? COMO?

1- O que o aluno alcançou – e não alcançou - do objectivo e competência pretendidos? Em que medida? Com que processos? Que precisa de trabalhar mais?

2.- Quais foram as operações mentais pretendidas que (não) activou?

3. - Como retomar /aprofundar as aprendizagens avaliadas?

4. - Que aspectos do modo como foi ensinado –ESTRATÈGIA -se revelaram inadequados? Porquê?

5.- Como fazer a seguir para modificar essa situação?

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O LUGAR DA DIDÁCTICA e DO CURRÍCULO

NO CONHECIMENTO PROFISSIONAL

DOCENTE(cf. Shulman, 1987, 2004)

Conhecer/dominar conteúdos curriculares (Content knowledge) enquanto aprendizagens a promover e porquê (curriculum knowledge)

Conhecer/dominar métodos de ensino enquanto instrumentos centrais da promoção da aprendizagem e da sua sustentabilidade (pedagogical- dydactic knowledge)

Conhecer/dominar conhecimentos sobre currículo (conceber, gerir, concretizar, avaliar o quê, e porquê, para quê, daquilo que se ensina)

Conhecer/ dominar os modos de operacionalizar didacticamente o currículo - o como (pedagogical-dydactic knowledge)- face aos diferentes sujeitos e contextos(student knowledge and context knowledge

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Ref. Bibliográficas

Roldão, MC. (2009) Estratégias de Ensino – o

saber e o agir do professor. Porto: Fundação

Manuel Leão

Shulman, L.(1987). Knowledge and teaching:

foundations of the new reform. Harvard

Educational Review,57, 4-14

Shulman, L. & Shulman, J. (2004). How and

what teachers learn: a shifting perspective.

Journal of Curriculum Studies, vol.36, nº 2,