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Documento Assunto Global Tenant
Autor International Union of Tenants Magazine
Edição Janeiro de 2016
Artigo
O mercado não resolverá a escassez de habitação
Resumo
do
Conteúdo
Existe, atualmente, um consenso generalizado de que são necessárias medidas mais
inclusivas e sociedades mais fortes e mais democráticas. Todos compreendemos que o
acesso a uma habitação digna e acessível, numa sociedade integrada onde todos se
“sentem em casa” é um dos pilares fundamentais de uma sociedade democrática em
funcionamento. A exclusão, pobreza e insegurança alimentam o medo e os ambientes
hostis.
Devido ao recente número de ataques terroristas, é difícil não associar estas atrocidades
à situação social de muitas das nossas comunidades. A pobreza, alienação e a
desesperante falta de esperança no futuro são algumas das principais causas destes
processos.
Será que as nossas sociedades têm garantido o direito humano à habitação? Para aqueles
que conseguem ter um trabalho fixo, sim. E para todos os outros? Não. Nem a sociedade,
nem os mercados providenciam habitação, acessível e digna, suficiente e em ambientes
seguros para cidadãos com baixos rendimentos.
Ao longo dos anos, os mercados têm sido progressivamente desregulados e a
responsabilidade da habitação social tem sido progressivamente descurada. Os mercados
sozinhos não providenciam habitação acessível a famílias de baixos rendimentos, porque
conceitos como oferta e procura não se aplicam ao mercado da habitação, como a outros
mercados.
Cada vez mais, a aquisição de habitação própria tem sido promovida pelas autoridades
públicas através de financiamentos, benefícios fiscais, etc. Mas porquê apoiar as famílias
que já têm uma condição de habitação suficientemente razoável, para dar garantias a uma
instituição de crédito? As cidades e as autoridades locais deveriam manter a posse das
suas propriedades e comprar os lotes disponíveis, em vez de vendê-los a investidores
privados; como ocorre em Viena. Assim, evitariam a privatização da habitação
pública/social.
São necessários mecanismos de controlo das rendas, também no setor de arrendamento
privado, que sejam associados à variação do Índice de Preço no Consumidor, à inflação,
mecanismos de comparação de rendas ou limites de rendas, como em Berlim e Paris. São
necessários novos subsídios e apoios às rendas, que sejam orientados para o objeto
(definição dos edifícios) ou para o sujeito (definição dos arrendatários). Mas também que
permitam aos proprietários ficarem nas suas casas nos períodos de maiores dificuldades
económicas.
Resumindo, o Estado, os governos e as autoridades locais deveriam ter a iniciativa de
assumir a tarefa de garantir que todos os cidadãos têm uma habitação digna e acessível.
O mundo necessita de mais habitação pública e de mais envolvimento político na
habitação. Precisamos de mais construção, administração e posse de habitação social e
pública pelos governos e pelas autoridades locais, ou por ONG sem fins lucrativos. O setor
privado poderá contribuir desde que garanta os princípios da acessibilidade.
As rendas só poderão ser totalmente desreguladas, livres e baseadas nas lógicas de
mercado, quando o mercado da habitação estiver equilibrado, ou seja, quando os
princípios da oferta e da procura forem atingidos.
Crónica
Alemanha e o “travão de rendas”
Conteúdo: A Alemanha, onde as grandes cidades (Berlim, Munique, Hamburgo e Colónia) têm entre 75 a 85% das habitações arrendadas, introduziu recentemente uma nova legislação que trava os aumentos das rendas a fim de garantir a acessibilidade da habitação e evitar os processos de gentrificação.
Artigo
Setor da Habitação precisa de reformas na Austrália Ocidental
Resumo
do
Conteúdo
Na Austrália, a propriedade sempre foi considerada uma parte do “sonho australiano” –
sendo que muitas pessoas acreditam que a posse de habitação própria é a chave para
um melhor estilo de vida e símbolo do sucesso, gerando mais estabilidade.
Desde há algum tempo que os australianos vêm o mercado imobiliário como um bom
investimento. Cerca de 1/3 dos australianos são donos da sua habitação; outro 1/3 dos
australianos arrenda a sua habitação e o restante 1/3 não só é dono da sua habitação como
tem outras propriedades, como investimento. Como resultado direto, a Austrália tem
experienciado uma crise de acessibilidade no setor da habitação, o que afeta
principalmente os jovens, as famílias de rendimentos baixos e as mulheres idosas.
Relatórios recentes demonstram que esta tendência pode estar a diminuir, mas falta levar
a cabo as reformas estruturais necessárias para garantir a acessibilidade à habitação de
todos os cidadãos. Infelizmente, e apesar de tanto o Senado como o Relator especial da
ONU para as questões de Habitação, já terem chamado à atenção para esta questão, o
aumento de procura de habitação social, associado a décadas de desinvestimento, tornou
a acessibilidade muito diminuta. Muitas destas pessoas não tem outra opção senão
recorrer a formas alternativas de habitação privada, parques de caravanas, acomodação
em residências, ou estadias curtas em casas de amigos e família.
Há muito que a Associação de Inquilinos da Austrália Ocidental tem vindo a pedir reformas
legais e mudanças sistémicas num grande número de áreas. É, antes de mais, necessário
promover uma mudança de cultura: a habitação precisa de passar de investimento e tem
de haver um reconhecimento do parque habitacional, como lares para famílias que
necessitam delas, como um direito humano. Uma das propostas passa por alterar a lei dos
contratos de arrendamento com duração standard de 12 meses para períodos mais longos.
Os povos indígenas sofrem muitas vezes de discriminação no setor da habitação e, por
isso, experienciam muitas vezes fenómenos de casas sobrelotadas, falta de habitação,
despejos de habitações públicas etc.
Na restante população, a violência doméstica é a principal causa da ocorrência de
mulheres e crianças sem-abrigo. A Austrália Ocidental é o único dos Estados da Austrália
que ainda não introduziu legislação que assegure que as vítimas de violência doméstica
possam ficar com o contrato de arrendamento individual ou encontrar-lhes habitação
segura rapidamente, para que possam abandonar as habitações que partilham com o
agressor.
Artigo Os Desafios Futuros da Habitação Social na Europa
Conteúdo A Europa presencia, atualmente, uma necessidade de habitação acessível que não era
sentida, provavelmente, desde o final da 2ª Guerra Mundial. Centenas de milhares de
refugiados do Médio Oriente e de África precisam de habitação, não para amanhã, mas
hoje. Isto ocorre ao mesmo tempo que muitos jovens também necessitam de habitação
acessível. Além disso, muito do nosso parque habitacional, construído nos anos de 1960
e 1970, precisa desesperadamente de reabilitação. Os desafios parecem ser
avassaladores – mas não impossíveis.
Este era o contexto quando 35 peritos do setor europeu de habitação se reuniram em
novembro para debater os desafios da habitação social na Europa.
A reunião, no Vienna House, em Bruxelas, juntou peritos dos setores da habitação social,
municipal, cooperativa e privada, das cidades e das regiões e também representantes da
Comissão Europeia, do Conselho, do Banco Europeu de Investimento, entre outras
instituições.
O workshop lidou com modelos de financiamento, financiamento europeu, o impacto das
recomendações específicas de cada país e como a regulamentação das ajudas estatais
afetam a habitação social e acessível.
Michaela Kauer, diretora da Vienna House afirmou que “temos assistido à tomada de
decisões que põem em causa os sistemas de habitação social estabelecidos em vários
estados-membros da UE.” Michael Kauer deu como exemplo a sua cidade natal: “Viena
cresce 30.000 novos habitantes a cada ano; assim, há uma clara necessidade de investir
em habitação acessível, que constitui um grande desafio para o orçamento da cidade.
Infelizmente, perante a atual legislação da UE, o investimento público de longo prazo é
definido como dívida, somando-se assim ao défice nacional.”
Orna Rosenfeld, professora adjunta no Instituto de Ciência Política de Paris e conselheira
sobre habitação social da Comissão Económica das Nações Unidas para a Europa, liderou
a sessão sobre “Modelos de financiamento de habitação em cidades, regiões e estados”.
A Dr.ª Rosenfeld declarou que: “A questão mais fundamental que se põe à Europa hoje é
saber se os europeus ainda conseguem viver na Europa. A acessibilidade da habitação tem
ramificações sérias para a saúde dos europeus, assim como para as economias nacionais.
Custos de habitação elevados e níveis de endividamento elevados reduzem a poupança e
afetam o investimento noutros setores que são essenciais para o crescimento de longo
prazo da economia.”
Sorcha Edwards, Secretária Geral da HousingEurope explicou que “a Comissão Europeia
estima que mais de um milhão de habitações eram reabilitadas com a ajuda dos Fundo
Estruturais e de Investimento Europeus 2014-2017. A HousingEurope relata que 77% dos
programas operacionais permitem investimento em habitação. Agora o desafio é a
mobilização a nível local para realizar este projeto.”
Sorcha Edwards acrescentou que: ”Quando se misturam fundos privados e fundos públicos
é necessário acautelar duas questões: (i) como é que os riscos são partilhados entre os
investidores privados e os contribuintes e (ii) quais as garantias dos critérios de alocação.”
Barbara Steenbergen, Chefe da Divisão de Bruxelas da International Union of Tenants,
falou sobre o impacto das ajudas sociais e das políticas de compensação, dos Estados da
UE, na habitação social.
Barbara Steenbergen disse que: “Com a revisão dos pacotes de ajuda estatal e a agenda
do programa para a Regulação de Fitness e Performance (REFIT) da Comissão Europeia,
temos uma dupla oportunidade de nos libertarmos dos fardos legais, financeiros e
administrativos que dificultam o investimento na habitação social e acessível. Uma das
dificuldades é a definição estreita dos grupos-alvo para a habitação social criado pela
Comissão, que promove a instabilidade e a cautela dos mercados.”
Outros participantes sublinharam a necessidade de reservar financiamento para a
habitação social nos orçamentos públicos, bem como quotas mínimas de habitações para
arrendamento social em áreas de escassez. Para além, o foco deveria ser na atribuição de
subsídios “à habitação”, para ajudar a aumentar a oferta e evita a alteração do foco para
subsídios “à pessoa”, que resultam, na maioria dos casos, em preços inflacionados no setor
do arrendamento.
Outro ponto importante é a questão da atividade de construção e se as associações de
habitação social privadas teriam o mesmo acesso aos mercados quando constroem
habitação social. O problema é que, neste momento, falta investimento em ambos os
setores, tanto privado como social. A habitação acessível deveria ser vista como um
serviço, um investimento com retorno social.
Entrevista
O Modelo de habitação Sueco – Mariell Juhlin
Resumo
do
Conteúdo
Mariell Juhlin é a chefe do departamento de políticas da União Sueca de Inquilinos.
Na Suécia, as rendas são determinadas sem intervenção estatal, através de acordos
coletivos entre três partes: os representantes locais da União Sueca de Inquilinos,
representantes dos senhorios públicos e representantes dos senhorios privados. As
negociações geralmente têm dois pontos de partida: o valor da utilidade dos apartamentos
de uma área em particular e as alterações ao custo de manutenção do edifício e da
habitação. O sistema de avaliação de utilidade dá um enquadramento para as negociações
de renda e garante que a diferença de renda entre dois apartamentos semelhantes na
mesma zona não varie mais de 5%.
As disputas entre os senhorios privados e os arrendatários são geralmente resolvidas pelo
Tribunal Regional do Arrendamento. Estes tribunais são autoridades administrativas do
governo central, geridas pelo delegado regional do tribunal e pelos membros
representantes dos senhorios públicos e privados e dos arrendatários.
As disputas de renda entre os senhorios públicos e os arrendatários passam por uma
entidade arbitrária especifica.
Este sistema é vantajoso para ambas as partes: os arrendatários têm mais poder negocial
e os senhorios conseguem despoletar processos de aumento de rendas para todos os
arrendatários, sem terem de passar por processos negociais individuais.
Os aumentos de renda devem estar sempre associados à taxa de inflação, podendo ser
inferiores. Os aumentos podem variar, dependendo se os senhorios conseguem
demonstrar que levaram a cabo grandes obras de melhoria da propriedade. O último
aumento de renda, na Suécia, foi na ordem dos 1.1%.
De referir que o controlo de rendas para o setor da habitação pública foi abolido em 1958
e substituído por negociações anuais entre a associação de arrendatários e os senhorios
públicos, aos quais se juntaram, mais tarde, os senhorios privados.
A Suécia tem registado uma séria falta de investimento em habitação nos últimos anos,
reflexo da perda de destaque na agenda política. Esta situação tem levado a uma
diminuição do investimento público e, consequentemente, uma escassez de habitação.
Desde 1991 que a Suécia não tem um ministério dedicado à habitação.
Artigo
Mais pessoas recorrem ao arrendamento em Espanha e na Catalunha
Resumo
do
Conteúdo
Atualmente, em Espanha, oito em cada dez habitações são propriedade de quem as
habita, a mais alta taxa de propriedade de habitação em toda a Europa Ocidental. Mas
a Catalunha, como toda a Espanha, enfrenta uma alteração na perceção da propriedade.
A combinação de restrição ao crédito, o desemprego e a incerteza generalizada sobre o
futuro de Espanha, têm moldado o mercado imobiliário e as pessoas que necessitam de
habitação recorrem cada vez mais ao setor do arrendamento. Na Catalunha, o peso das
famílias que arrendam, aumentou de 16,6% para 19,8%, entre 2001 e 2011.
A lei do arrendamento urbano introduzida pelo governo espanhol veio ceder aos
Municípios autónomos a competência para regular o arrendamento urbano, mas apenas
a Catalunha apresentou o seu regulamento.
Em julho de 2015, foi imposta uma multa de 30.000€ à empresa AirBnB, por o seu modelo
de negócio ter sido considerado ilegal (anuncia casas que não estão registadas junto das
autoridade e quartos em habitações privadas, o que é ilegal na Catalunha). Esta multa foi
imposta em setembro de 2015. De acordo com a Reuters, o site contava com cerca de
18.600 listagens de habitações em Barcelona, apenas durante o mês de agosto. Críticos do
site acreditam que muitos senhorios preferem recorrer a arrendamentos de curta duração
através deste processo, em vez de arrendar as habitações em contratos mais longos a
residentes, agravando a crise de acessibilidade. Neste momento, decorrem negociações
entre as autoridades de Barcelona e a AirBnB sobre os requisitos para que esta possa atuar
na cidade.
Artigo O Presidente da cidade de Nova Iorque
Resumo
do
Conteúdo
O projeto Housing, em Nova Iorque, consiste num plano para construir e preservar
200.000 fogos de alta qualidade a preços acessíveis, ao longo dos próximos 10 anos.
Além disso, o plano tem como objetivo reforçar a regulamentação das rendas e a
proteção dos arrendatários.
“A cidade deverá criar oportunidades para os nova-iorquinos com rendimentos, desde os
mais baixos até às classes médias, e irá apoiar as comunidades vibrantes e diversificadas”
diz o Presidente Bill de Blasio.
A crise de habitação em Nova Iorque – o contexto: o fosso entre as rendas e os
rendimentos:
Ao longo da última década, as rendas aumentaram mais de 10%, enquanto os salários
estagnaram. As rentas altas sobrecarregam os arrendatários: 55% dos arrendatários estão
sobrecarregados com as rendas e 30% estão extremamente sobrecarregados com a renda.
Tem existido uma disponibilização insuficiente de habitações, sendo que o mercado não
suprimiu as necessidades dos residentes já instalados, quanto mais dos novos residentes.
Existe uma oferta limitada de fogos acessíveis: apesar do investimento público
significativo, apenas uma fração dos nova-iorquinos conseguem ter acesso.
Nova Iorque é uma cidade em crescimento: 230.000 novos residentes desde 2010, e são
esperados mais 600.000, até 2040.
Artigo
UNECE lança publicação sobre habitação social
Resumo
do
Conteúdo
A habitação acessível e digna é o primeiro passo na construção de uma vida saudável, de
cidades resilientes e fortalecidas e de economias sociais prósperas. O setor da habitação
ainda está a tentar recuperar da crise financeira de 2008.
Este novo estudo aponta para, pelo menos, 100 milhões de pessoas, com rendimentos
médios e baixos, sobrecarregadas pelo valor dos custos de habitação, despendendo mais
de 40% dos seus rendimentos líquidos em habitação.
Os custos elevados com habitação, para famílias de baixos rendimentos, deixam recursos
limitados para outras necessidades básicas, como alimentação, saúde, vestuário e
transportes. Mesmo nos países com fundos substanciais atribuídos à habitação social, as
listas de espera para atribuição de habitações atingem recordes históricos. A falta de
acesso a habitação digna e acessível corrói as vizinhanças, a economia e o futuro. As
ambições para o desenvolvimento sustentável serão provavelmente contrariadas pela sua
ausência.
Em praticamente todos os países da UNECE existe algum tipo de apoios para aqueles que
não podem pagar habitação a custos de mercado, e que podem passar pela atribuição de
habitação social. Contudo, para além dos grupos tradicionalmente vulneráveis, grupos
com baixos ou nenhuns rendimentos, refugiados e sem abrigos, novos grupos de
população vulnerável estão a emergir e que incluem os idosos e os jovens, que arrendam
ou compram habitação pela primeira vez.
Como consequência, mesmo os países com uma longa tradição de habitação social e
consideráveis fundos atribuídos à habitação social, debatem-se com listas de espera que
ultrapassam recordes históricos, atingindo 1.8 milhões de pessoas no Reino Unido, 1.7
milhões em França e 1.17 milhões na Ucrânia. Nos EUA, existe uma escassez de 5.3 milhões
de fogos de habitação social, enquanto o tempo médio de espera na Federação Russa são
20 anos.
O setor da habitação precisa de responder às necessidades atuais em termos de habitação,
ajustando-se às novas dinâmicas do mercado e às novas ambições, como eficiência
energética e design ajustado ao consumidor. A maioria dos estados membros está neste
momento em processo de reavaliação das suas políticas de habitação.
O estudo providencia uma revisão completa das tendências atuais na provisão de
habitação, incluindo oferta, escolha e qualidade. A publicação também demonstra como a
habitação é financiada nas várias regiões e as idiossincrasias dos sistemas nacionais de
habitação através da análise das definições de “habitação social” adotadas. Além disso,
examina os desafios relacionados com a descentralização e governação.
Falta de habitação acessível e falhas fundamentais do mercado da habitação estão
descritas, e o estudo sugere formas de lidar com estas falhas e deficiências. O estudo
propõe uma abordagem integrada que une esforços para melhorar a oferta e
financiamento de habitação social, eficiência energética, saúde, decisões em habitação
ajustadas às alterações demográficas. Também analisa o modo de promover uma melhor
governação da habitação social, como desenvolver parcerias público-privadas para melhor
eficiência de custos e como passar de um sistema focado na propriedade da habitação
para um sistema de políticas neutras.
O estudo da UNECE “Habitação Social na Região da UNECE: Modelos, tendências e
Desafios” tem um importante papel ao trazer o tema da habitação social para a agenda
política nos 56 países membros da região da UNECE. É uma parte do esforço integral para
apoiar o desenvolvimento urbano sustentável na região e o seu desenvolvimento
económico. O estudo examina as tendências atuais, desafios e modelos de habitação social
na UNECE. Providencia recomendações para possíveis atividades futuras baseadas numa
extensa revisão bibliográfica sobre questões de habitação em mais de 50 países e
entrevistas com representantes de 30 governos, organizações privadas e do terceiro setor.
Relatório Completo
Artigo AirBnb contínua em São Francisco
Resumo
do
Conteúdo
Eleitores de São Francisco rejeitaram proposta para restringir o arrendamento de curta
duração.
Este chumbo veio contrariar os desejos das associações de arrendatários, que culpam a
empresa pelo aumento dos preços das rendas na cidade.
Artigo BEI empresta 500 milhões de euros para habitação acessível arrendada
Conteúdo A 3 de novembro de 2015, o governo francês assinou um acordo com o BEI, para um
empréstimo de 500 milhões de euros, destinados a financiar um programa de construção.
A somar a este empréstimo, está o aumento de capital de 900 milhões de euros do Grupo
SNI, pela Caisse de Dépôt.
Este montante total irá permitir ao Grupo SNI construir 12.000 habitações de
arrendamento acessível, até 2019, em áreas onde há escassez.
De referir que o Grupo SNI é o principal senhorio de habitação acessível em França, gerindo
263.000 fogos.
Artigo Novo conceito de Habitação Social
Conteúdo O Governo da República Checa aprovou o novo conceito de habitação social, conforme
proposto pelo Ministério do Trabalho e dos Assuntos Sociais. O conceito, que servirá de
enquadramento para a legislação em habitação social, prevê três formas de habitação para
os mais desfavorecidos:
1. Habitação de emergência para pessoas em necessidade aguda de habitação, com uma duração máxima de 6 meses.
2. Habitação social providenciada pelos municípios e com baixos standards. 3. Habitação acessível, também providenciado pelos municípios, com standards de
habitação normais. Os arrendatários destas habitações assinam um contrato inicial de 2 anos, sendo que a sua situação financeira era aferida anualmente, e as rendas poderão ser aumentadas até 15% se o rendimento familiar aumentar.
O Ministério Checo do Trabalho está a contar que grandes partes das verbas atualmente
cabimentadas para benefícios à habitação sejam transferidas para financiar o sistema
nacional de habitação social, no futuro.
Artigo Sérvia - Habitações para ciganos
Conteúdo Abriu em Belgado, no passado mês de setembro, um prédio com 15 apartamentos
destinado a acolher para famílias ciganas mais vulneráveis.
O edifício foi construído no âmbito do programa “Let’s build a Home Together”, financiado
pela UE e implementado pela cidade de Belgrado em parceria com o Centro de Habitação
e o Conselho dos Refugiados Dinamarqueses. O principal parceiro na implementação do
projeto é o Gabinete das Nações Unidas para os Serviços e Projetos – UNOPS.
O projeto pretende providenciar habitações com condições dignas de habitabilidade para
200 famílias ciganas, em situações muito vulneráveis e deslocadas do Bairro de Beleville.
Este bairro foi, até 2012, o lar de mais de 100 famílias ciganas, muitas das quais refugiadas
da guerra no Kosovo e da crise económica no sul da Sérvia.
Artigo
Arrendatário Eslovenos e os Direitos Humanos
Resumo
do
Conteúdo
Em junho de 2014 e ao fim de 10 anos, o Tribunal Europeu dos Direitos do Homem (TEDH)
proferiu a sentença final a favor da Republica da Eslovénia e considerou que o estado
não tinha violado os direitos dos queixosos – arrendatários dos fogos desnacionalizados
e restituídos.
Devido à privatização de fogos de habitação pública, ao abrigo de uma reforma do setor
da habitação, ocorrida em 1991, 90% das habitações sociais passaram a ser detidas pelos
ocupantes e apenas 10% são arrendados. As privatizações não foram possíveis para os
arrendatários de habitações desnacionalizadas que eram propriedade privada antes da sua
nacionalização, em 1945. Em consequência, os arrendatários afirmavam ter sido
discriminados, em relação aos restantes arrendatários que puderam comprar a sua
habitação.
O Programa Nacional de Habitação da Eslovénia, aprovado pelo Parlamento em novembro
de 2015, consiste em boas intenções e programas sem financiamento. O Programa
Nacional de Habitação pretende abolir as “rendas sem lucros” e substitui-las por “rendas
a preços de custo”, baseando-se nos valores de mercado e um lucro calculado para o
senhorio. Esta situação poderá agravar as dificuldades de muitas famílias que já agora têm
dificuldade em pagar as “rendas sem lucros”. Um suplemento de apoio à habitação deverá
assistir, financeira e socialmente, as famílias mais desprotegidas, mas há dúvidas quanto à
capacidade dos recursos de satisfazerem as necessidades.
Existem atualmente 6.600 candidatos a habitações “sem lucros”, mas apenas 450 destas
habitações têm sido atribuídas anualmente, nos últimos 6 anos. Assim, as listas de espera
são longas e apenas 8.000 novas habitações para arrendamento poderiam satisfazer as
necessidades da população.