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Documento Base Plano Municipal de Educação 2015-2025 da Cidade do Natal (RN) VERSÃO PRELIMINAR Natal, 2015.

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Documento Base

Plano Municipal de Educação

2015-2025

da Cidade do Natal (RN)

VERSÃO PRELIMINAR

Natal, 2015.

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PLANO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO DA CIDADE DO NATAL (2015-2025)

2

CARLOS EDUARDO NUNES ALVES Prefeito da Cidade do Natal VILMA MARIA DE FARIA Vice-Prefeita JUSTINA IVA DE ARAÚJO SILVA Secretária Municipal de Educação PLANO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO DA CIDADE DO NATAL-RN FÓRUM MUICIPAL DE EDUCAÇÃO Presidente Maria Cristina Leandro COMISSÃO DE ELABORAÇÃO Presidente Sírlia Fernandes de Lira Bezerra Equipe Técnica de Sistematização

Denise Cortez

João Oliveira

Jorge Araújo

Margarete Vale

Rosângela Nogueira

Thaysa Camargo

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PLANO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO DA CIDADE DO NATAL (2015-2025)

3

APRESENTAÇÃO

O Plano Municipal de Educação da Cidade do Natal, alinhado com o Plano Nacional de

Educação e Plano Estadual de Educação do Rio Grande do Norte, firma o compromisso político com

a universalização e a qualidade da educação pública no município, em articulação com os entes

federados. Com duração de dez anos, transcende governos e promove mudanças geradoras de

avanços no processo educacional, e em consequência, na qualidade de vida da sociedade potiguar.

As análises e a elaboração de metas e estratégias referem-se ao município de Natal, em sua

abrangência territorial, incluindo as redes públicas (municipal, estadual e federal) e as instituições

privadas de ensino, em todos os níveis, etapas e modalidades da educação básica e superior. No

entanto, cabe destacar que no âmbito municipal a oferta educacional pública abrange

exclusivamente a educação infantil, o ensino fundamental e a modalidade de Educação de Jovens e

Adultos no fundamental. Por essa razão, as metas e estratégias referentes ao ensino médio e

educação superior, são principalmente de responsabilidade das redes de ensino estadual, federal e

privada, para a rede municipal coube a inserção estratégias colaborativas que contribuem para a

melhoria e alcance de todas as metas contempladas nos Planos Nacional e Estadual de Educação.

Os dados do diagnóstico e as análises se referenciaram nas 20 (vinte) metas do PNE,

fornecendo um panorama da educação municipal, de modo a subsidiar o alinhamento dos Planos

de Educação de forma planejada e consequente, dimensionando as metas e estratégias do Plano

Municipal de Educação de acordo com as necessidades e possibilidades identificadas na Cidade do

Natal. Todo o processo de construção deste Plano seguiu as orientações do Ministério da Educação,

por meio da Secretaria de Articulação dos Sistemas de Ensino (SASE), e dos documentos

disponibilizados no Portal do PNE - Planejando a Próxima Década. As principais fontes de coleta de

dados foram: o IBGE (SIDRA) e o MEC (INEP e SIMEC).

Por fim, vale reforçar que é imprescindível à elaboração, acompanhamento e avaliação dos

Planos Municipais de Educação atender a três condições básicas: o alinhamento entre as metas e

estratégias dos Planos de Educação Estadual e Municipal com o Plano Nacional de Educação; o

estabelecimento de articulações institucionais e a participação social.

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PLANO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO DA CIDADE DO NATAL (2015-2025)

4

SUMÁRIO (Provisório)

INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12

1. PERFIL DO MUNICÍPIO DE NATAL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14

2. EDUCAÇÃO INFANTIL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18

3. ENSINO FUNDAMENTAL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27

4. ENSINO MÉDIO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34

5. EDUCAÇÃO ESPECIAL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39

6. ALFABETIZAÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49

7. TEMPO INTEGRAL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56

8. QUALIDADE DA EDUCAÇÃO BÁSICA/IDEB . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 62

9. EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 72

10. EDUCAÇÃO PROFISSIONAL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 84

11. EDUCAÇÃO SUPERIOR . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 90

12. FORMAÇÃO E VALORIZAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . 96

13. GESTÃO DEMOCRÁTICA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 113

14. FINANCIAMENTO DA EDUCAÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 125

15. METAS E ESTRATÉGIAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 132

16. AVALIAÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

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PLANO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO DA CIDADE DO NATAL (2015-2025)

5

LISTA DE QUADROS (Provisória)

Quadro 1 – População residente por região administrativa de Natal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15

Quadro 2 – Crescimento populacional e densidade demográfica de Natal . . . . . . . . . . . . . . . 15

Quadro 3 – Serviços e infraestrutura de Natal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16

Quadro 4 – Evolução e componentes do IDHM de Natal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17

Quadro 5 – Matrícula da Educação Infantil em Natal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18

Quadro 6 – População e matrícula da Educação Infantil em Natal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18

Quadro 7 – Projeção de evolução da matrícula em creche na rede pública municipal de Natal 19

Quadro 8 – População de Natal e demanda populacional para a Educação Infantil . . . . . . . 19

Quadro 9 – Demanda populacional para a Educação Infantil na Região Norte . . . . . . . . . . . . 20

Quadro 10 – Demanda populacional para a Educação Infantil na Região Sul . . . . . . . . . . . . . 22

Quadro 11 – Demanda populacional para a Educação Infantil na Região Leste . . . . . . . . . . . 23

Quadro 12 – Demanda populacional para a Educação Infantil na Região Oeste . . . . . . . . . . . 24

Quadro 13 – População residente de 6 a 14 anos e nível de escolaridade (Natal, 2010) . . . . 27

Quadro 14 – Estabelecimentos de Ensino Fundamental (Natal, 2014) . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28

Quadro 15 – Matrícula final do Ensino Fundamental (Natal, 2010 a 2014) . . . . . . . . . . . . . . . 29

Quadro 16 – População residente de 11 a 17 anos e nível de escolaridade . . . . . . . . . . . . . . 30

Quadro 17 – Taxas de reprovação e abandono no Ensino Fundamental (Natal, 2010) . . . . . 31

Quadro 18 – População de 15 a 17 anos por nível de escolaridade (Natal, 2010) . . . . . . . . . . 34

Quadro 19 – Estabelecimentos de Ensino Médio por Dependência Administrativa . . . . . . . . 35

Quadro 20 – Matrícula do Ensino Médio por Dependência Administrativa . . . . . . . . . . . . . . . 35

Quadro 21 – Taxa de distorção idade-série na Educação Básica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38

Quadro 22 – População e matrícula de pessoas com deficiência de 0 a 17 anos . . . . . . . . . . 39

Quadro 23 – População por tipo de deficiência e frequência em creche ou escola . . . . . . . . 41

Quadro 24 – Acessibilidade dos prédios escolares para as pessoas com deficiência . . . . . . . 42

Quadro 25 – Programa Escola Acessível em Natal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43

Quadro 26 – Salas de Recursos Multifuncionais em escolas da Educação Básica . . . . . . . . . . 44

Quadro 27 – Estabelecimentos de ensino regular da Educação Básica com AEE . . . . . . . . . . 45

Quadro 28 – Matrícula da Educação Especial por dependência administrativa e nível/etapa/modalidade da Educação Básica em Natal . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

46

Quadro 29 – População de 6 a 14 anos e escolaridade declarada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50

Quadro 30 – Taxa de alfabetização da população de 6 a 14 anos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50

Quadro 31 – Participação de escolas e alunos na ANA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51

Quadro 32 – Indicador de nível socioeconômico na ANA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52

Quadro 33 – Proficiência e indicador de nível socioeconômico na ANA . . . . . . . . . . . . . . . . . 52

Quadro 34 – Escolas da Educação Básica com matrículas em tempo integral . . . . . . . . . . . . . 57

Quadro 35 – Quantitativo de escolas com oferta do Programa Mais Educação . . . . . . . . . . . 57

Quadro 36 – Matrícula em tempo integral na Educação Básica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58

Quadro 37 – Escolas da Educação Infantil com matrículas em tempo integral . . . . . . . . . . . . 59

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PLANO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO DA CIDADE DO NATAL (2015-2025)

6

Quadro 38 – Escolas de Ensino Fundamental com matrículas em tempo integral . . . . . . . . . 60

Quadro 39 – Escolas de Ensino Médio com matrículas em tempo integral . . . . . . . . . . . . . . . 60

Quadro 40 – Ideb e metas para Natal – Rede Pública . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63

Quadro 41 – Ideb e metas do Ensino Fundamental por dependência administrativa . . . . . . 63

Quadro 42 – Ideb de Natal/RN e metas projetadas do Ensino Médio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 64

Quadro 43 – Resultado da Prova Brasil por dependência administrativa . . . . . . . . . . . . . . . . 65

Quadro 44 – Proficiência na Prova Brasil das escolas municipais de Natal (2009-2011) . . . . 65

Quadro 45 – Proficiência na Prova Brasil das escolas estaduais de Natal (2009-2011) . . . . . 65

Quadro 46 – Proficiência no ENEM por dependência administrativa e área do conhecimento 66

Quadro 47 – Taxas de rendimento do município de Natal no Ensino Fundamental – Anos Iniciais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

68

Quadro 48 – Taxas de rendimento do município de Natal no Ensino Fundamental – Anos Finais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

69

Quadro 49 – Taxa de reprovação do Ensino Médio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 70

Quadro 50 – População em extrema pobreza por faixa etária e distribuição em percentual 72

Quadro 51 – Porcentagem de jovens negros em relação a escolaridade e ocupação em 2010 72

Quadro 52 – População de Jovens e Adultos de 18 a 29 anos em Natal/RN . . . . . . . . . . . . . . 72

Quadro 53 – Matrículas na Educação de Jovens e Adultos de alunos de 18 a 29 anos . . . . . . 73

Quadro 54 – Quantitativo de alunos do Programa Brasil Alfabetizado . . . . . . . . . . . . . . . . . . 74

Quadro 55 – Matrículas inicial e final no PROJOVEM Urbano . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 74

Quadro 56 – Matrículas na Educação de Jovens e Adultos de alunos de 18 a 29 anos por cor/raça . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

75

Quadro 57 – Matrículas na Educação de Jovens e adultos por dependência administrativa . 76

Quadro 58 – População: pessoas de 15 anos ou mais de idade em 2010 . . . . . . . . . . . . . . . . 78

Quadro 59 – Alfabetização das pessoas de 15 anos ou mais de idade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 78

Quadro 60 – Matrículas na Educação de Jovens e Adultos na Rede Pública . . . . . . . . . . . . . . 78

Quadro 61 – Porcentagem de matrículas nos períodos diurno e noturno da Educação de Jovens e Adultos EJA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

79

Quadro 62 – Matrículas em Educação de Jovens e Adultos em unidades prisionais de Natal 79

Quadro 63 – EJA PROJOVEM - Ensino Fundamental . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 79

Quadro 64 – EJA PROJOVEM - Ensino Médio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 80

Quadro 65 – Matrículas de idosos na Educação de Jovens e adultos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 80

Quadro 66 – Matrículas de idosos por etapa Educação de Jovens e Adultos em Natal . . . . . 81

Quadro 67 – Matrículas de idosos na Educação de Jovens e Adultos por dependência administrativa em Natal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

81

Quadro 68 – Matrículas de EJA no Ensino Fundamental integradas à Educação Profissional 82

Quadro 69 – Matrículas de EJA no Ensino Médio integradas à Educação Profissional . . . . . . 83

Quadro 70 – Taxa de atendimento da Educação Profissional Técnica de Nível Médio em Natal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

84

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PLANO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO DA CIDADE DO NATAL (2015-2025)

7

Quadro 71 – Distribuição percentual de matrículas, por ano e modalidade de formação (2009-2013) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

85

Quadro 72 – Alunos matriculados por faixas de renda familiar per capita . . . . . . . . . . . . . . . 86

Quadro 71 – Número de ofertas de vagas para 2014 a 2018 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 86

Quadro 73 – Plano de Oferta de Cursos e Vagas do Campus Natal-Central (2014.2-2018) . . 87

Quadro 74 – Plano de Oferta de Cursos e Vagas do Campus Natal-Cidade Alta (2014.2-2018) 88

Quadro 75 – Plano de Oferta de Cursos e Vagas do Campus Natal-Zona Norte (2014.2-2018) 88

Quadro 76 – Matrícula da Educação Profissional Técnica, nas formas integrada, concomitante e subsequente em Natal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

89

Quadro 77 – Matrícula da Educação Profissional Técnica de nível médio por dependência administrativa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

89

Quadro 78 – Porcentagem de matrículas na Educação Profissional integrada de nível médio em relação ao total de matrículas do Ensino Médio . . . . . . . . . . . . . . . .

89

Quadro 79 – Instituições de Ensino Superior (IES) no Município de Natal (2012) . . . . . . . . . . 90

Quadro 80 – Matrícula nos Cursos de Graduação Presencial e à Distância (EaD) do Município de Natal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

91

Quadro 81 – Número de Professores nas IES Públicas e Privadas (Graduação) do Município de Natal 2010 – 2012 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

92

Quadro 82 – Nível de Formação dos Docentes da Educação Superior por Dependência Administrativa no Município de Natal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

93

Quadro 83 – Matrícula da Pós-Graduação Strito Sensu em Natal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 95

Quadro 84 – Formação dos Professores da Educação Básica de Natal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 96

Quadro 85 – Porcentagem de professores da Educação Básica com curso superior em Natal 97

Quadro 86 – Professores dos Anos Finais do Ensino Fundamental com licenciatura na área em que atuam . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

99

Quadro 87 – Professores do Ensino Médio com licenciatura na área em que atuam . . . . . . . 100

Quadro 88 – Professores da educação básica com Pós-Graduação em Natal . . . . . . . . . . . . . 103

Quadro 89 – Professores da Educação Básica com Pós-Graduação por dependência administrativa de Natal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

103

Quadro 90 – Professores da Educação Básica por tipo de Pós-Graduação . . . . . . . . . . . . . . . 104

Quadro 91 – Professores da Educação Infantil com Pós-Graduação por dependência administrativa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

105

Quadro 92 – Professores dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental com Pós-Graduação por dependência administrativa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

105

Quadro 93 – Professores dos Anos Finais do Ensino Fundamental com Pós-Graduação por dependência administrativa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

106

Quadro 94 – Professores do Ensino Médio com Pós-Graduação por dependência administrativa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

106

Quadro 95 – Ações de regulamentação e de valorização da carreira do magistério . . . . . . . 107

Quadro 96 – Professores da Rede Pública ocupantes de cargos de provimento efetivo . . . . 108

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PLANO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO DA CIDADE DO NATAL (2015-2025)

8

Quadro 97 - Professores da rede pública por quantidade de estabelecimentos em que trabalham . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

109

Quadro 98 – Professores da rede pública municipal por quantidade de estabelecimentos em que trabalham . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

109

Quadro 99 - Professores da rede pública estadual por quantidade de estabelecimentos em que trabalham . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

110

Quadro 100 - Professores da rede pública federal por quantidade de estabelecimentos em que trabalham. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

111

Quadro 101 - Existência de instrumentos de Gestão Democrática em Natal. . . . . . . . . . . . . . 116

Quadro 102 – Evolução da Rede Municipal de Natal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 117

Quadro 103 - Conselho Municipal de Educação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 118

Quadro 104 - Caráter do Conselho Municipal de Educação de Natal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 118

Quadro 105 – Evolução dos recursos destinados à educação 2010/2014 . . . . . . . . . . . . . . . . 124

Quadro 106 – Gasto anual por aluno, etapas e modalidades . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 127

Quadro 107 – Valor anual por aluno estimado pelo Fundeb . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 127

Quadro 108 – Participação da receita do município no PIB - 2010/2014 . . . . . . . . . . . . . . . . . 129

Quadro 109 – Participação das despesas com educação em relação ao PIB – 2010/2014 129

Quadro 110 – Previsão de recursos a serem aplicados em MDE no Município – 2016/2025 130

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PLANO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO DA CIDADE DO NATAL (2015-2025)

9

LISTA DE GRÁFICOS (Provisória)

Gráfico 1 – Demanda populacional para a Educação por Região Administrativa . . . . . . . . . . 20

Gráfico 2 – Demanda populacional para a Educação Infantil na Região Norte . . . . . . . . . . . . 21

Gráfico 3 – Demanda populacional para a Educação Infantil na Região Norte . . . . . . . . . . . . 22

Gráfico 4 – Demanda populacional para a Educação Infantil na Região Sul . . . . . . . . . . . . . . 23

Gráfico 5 – Demanda populacional para a Educação Infantil na Região Leste . . . . . . . . . . . . 24

Gráfico 6 – Região Oeste: Demanda populacional para a Educação Infantil . . . . . . . . . . . . . . 25

Gráfico 7 – Matrícula do Atendimento Creche/Esferas Administrativas . . . . . . . . . . . . . . . . 26

Gráfico 8 – População residente de 6 a 14 anos e nível de escolaridade (Natal) . . . . . . . . . . 27

Gráfico 9 – População residente de 6 a 14 anos (Natal, 2000-2010) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30

Gráfico 10 – Aprovação, reprovação e abandono na rede pública do Ensino Fundamental (Natal, 2010) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

31

Gráfico 11 – População residente de 15 a 17 anos (Natal, 2000-2010) . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36

Gráfico 12 – Distorção Idade-Série da Educação Básica na Rede Pública de Natal . . . . . . . . . 37

Gráfico 13 – Acessibilidade das escolas públicas de Natal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42

Gráfico 14 – Evolução da matrícula da Educação Especial na Educação Básica de Natal . . . . 47

Gráfico 15 – Proficiência de Leitura na ANA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53

Gráfico 16 – Proficiência de Escrita na ANA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53

Gráfico 17 – Proficiência de Matemática na ANA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54

Gráfico 18 – Escolas da Educação Básica com matrícula em tempo integral por dependência administrativa (Natal) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

56

Gráfico 19 – Escolas da Educação Básica com matrícula em tempo integral por etapa (Natal) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

61

Gráfico 20 – Evolução do IDEB no Ensino Médio por dependência administrativa (Natal) . . 64

Gráfico 21 – Reprovação, Abandono e Aprovação no Ensino Médio da Rede Pública de Natal – 2013 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

70

Gráfico 22 - Matrícula da população de negros e não negros de Natal . . . . . . . . . . . . . . . . . 75

Gráfico 23 - Evolução da matrícula na EJA em Natal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 76

Gráfico 24 - População de 15 anos ou mais alfabetizada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 78

Gráfico 25 - Evolução das matrículas diurno e noturno na Educação de Jovens e Adultos . . 79

Gráfico 26 - Matrículas na Graduação nas modalidades presencial e à distância em Natal. . 91

Gráfico 27 - Formação dos Docentes das IES Públicas de Natal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 94

Gráfico 28 - Formação dos Docentes das IES Privadas de Natal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 94

Gráfico 29 - Formação dos Professores da Educação Básica de Natal . . . . . . . . . . . . . . . . . . 97

Gráfico 30 - Evolução da formação dos professores da Educação Básica em Natal . . . . . . . . 99

Gráfico 31 - Professores dos Anos Finais do Ensino Fundamental com licenciatura na área em que atuam . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

100

Gráfico 32 - Professores do Ensino Médio com licenciatura na área em que atuam . . . . . . . 100

Gráfico 33 - Escolaridade dos docentes efetivos da rede pública municipal de Natal - 2015 101

Gráfico 34 - Professores da Educação Básica com curso superior em Natal . . . . . . . . . . . . . . 101

Gráfico 35 - Professores dos anos finais do Ensino Fundamental com curso superior na área em que atuam em Natal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

102

Gráfico 36 – Professores do Ensino Médio com curso superior na área em que atuam em Natal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

102

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10

Gráfico 37 - Professores da Educação Básica com Pós-Graduação em Natal . . . . . . . . . . . . . 103

Gráfico 38 - Professores da Educação Básica por tipo de Pós-Graduação em Natal . . . . . . . 104

Gráfico 39 - Professores da Rede Pública com Pós-Graduação com atuação por nível/etapa da Educação Básica de Natal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

106

Gráfico 40 - Professores da Rede Pública ocupantes de cargos de provimento efetivo . . . 108

Gráfico 41 - Professores da rede pública por quantidade de estabelecimentos em que trabalham . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

109

Gráfico 42 - Professores da rede pública municipal por quantidade de estabelecimentos em que trabalham . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

110

Gráfico 43 - Professores da rede pública estadual por quantidade de estabelecimentos em que trabalham . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

110

Gráfico 44 - Professores da rede pública federal por quantidade de estabelecimentos em que trabalham . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

111

Gráfico 45 – Evolução da proporção professor-aluno na educação básica . . . . . . . . . . . . . . 111

Gráfico 46 – Evolução dos recursos destinados à educação: 2010/214 . . . . . . . . . . . . . . . . . . 125

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Situação dos estados e municípios em relação a Meta Nacional 2A – Ensino Fundamental . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

28

Figura 2 – Situação dos estados e municípios em relação a Meta Nacional 2B – Ensino Fundamental . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

32

Figura 3 – Situação dos estados e municípios em relação a Meta Nacional 3A – Ensino Médio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

35

Figura 4 – Situação dos estados e municípios em relação a Meta Nacional 3B – Ensino Médio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

37

Figura 5 – Situação dos estados e municípios em relação a Meta Nacional 4 – Inclusão 40

Figura 6 – Situação dos estados e municípios em relação a Meta Nacional 6A – Educação Integral . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

57

Figura 7 – Situação dos estados e municípios em relação a Meta Nacional 6B – Educação Integral . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

58

Figura 8 – Composição do IDEB . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 62

Figura 9 – Situação dos estados e municípios em relação a Meta Nacional 8A – Escolaridade Média . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

77

Figura 10 – Situação dos estados e municípios em relação a Meta Nacional 8C – Escolaridade Média . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

77

Figura 11 – Situação dos estados e municípios em relação a Meta Nacional 8D – Escolaridade Média . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

77

Figura 12 – Situação dos estados e municípios em relação a Meta Nacional 9A – Taxa de alfabetização da população de 15 anos ou mais de idade . . . . . . . . . . . . . . . . . .

81

Figura 13 – Situação dos estados e municípios em relação a Meta Nacional 9B – Taxa de analfabetismos funcional da população de 15 anos ou mais de idade . . . . . . . .

82

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11

Figura 14 – Situação dos estados e municípios em relação a Meta Nacional 10 – Percentual de matrículas de educação de jovens e adultos na forma integrada à educação profissional . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

83

Figura 15 – Situação dos estados e municípios em relação à meta nacional 16 – Percentual de professores da educação básica com pós-graduação latu sensu ou stricto sensu . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

107

Figura 16 – Situação dos estados em relação à meta nacional 17 – Razão entre salários dos professores da educação básica, na rede pública (não federal) e não professores com escolaridade equivalente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

126

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INTRODUÇÃO (Em elaboração)

O Plano Municipal de Educação é um documento orientador de políticas públicas, que define, através de lei aprovada na Câmara Municipal e homologada pelo Chefe do Executivo, as metas e estratégias para o setor no prazo de dez anos. Sua elaboração está preconizada no Plano Nacional de Educação - PNE, aprovado pela Lei nº 13.005/2014, se constituindo em instrumento legal que resguarda e reafirma o direito constitucional do Estado para com a educação pública de boa qualidade para todos os cidadãos.

Em Natal, a Secretaria Municipal de Educação (SME-Natal) criada em 1959, é a gestora do Sistema Municipal de Educação, com atuação na Educação Infantil e Ensino Fundamental, atendendo ainda a Educação de Jovens e Adultos Fundamental.

Merece destaque, em seu histórico de lutas e conquistas na educação do município de Natal, a campanha De pé no chão também se a ler, desenvolvida na década de 60 e fundamentada no princípio da escola pública, laica e gratuita, que se propunha a erradicar o analfabetismo. A referida campanha se somavam às lutas sociais em prol da educação em todo o território nacional, culminando com os direitos constitucionais atualmente assegurados na Constituição Federal de 1988 e Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei nº 9.394/96), que priorizam a participação democrática do cidadão e o desenvolvimento humano.

Com a elaboração do atual Plano Nacional de Educação (2014-2024), se estabeleceu novo desafio: a construção do Sistema Nacional de Educação, por meio do qual são geridas as formas de colaboração entre os entes federados a fim de assegurar o alcance das metas pactuadas. Nesse sentido, a Secretaria de Articulação dos Sistemas de Ensino (SASE/MEC), esclarece que “os planos de educação devem ser feitos para um determinado território, onde vive o cidadão a quem o direito deve ser garantido”, e complementa com a observação de que é necessário a articulação entre a três esferas de governo e a participação de representações da sociedade historicamente ligadas aos interesses da educação.

A elaboração deste Plano está em consonância com a legislação vigente da Constituição Federal, Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei nº 9.394/1996), Plano Nacional de Educação (Lei 13.005/2014); Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica (Conselho Nacional de Educação – Resolução nº 4/2010) e demais orientações legais específicas e aplicáveis à educação.

O direito à educação no Plano Municipal da Educação de Natal está organizado em quatro eixos de ação: 1- universalização do atendimento escolar; 2 - melhoria da qualidade da educação; 3 - formação e valorização dos profissionais do magistério; 4 - gestão democrática e financiamento da educação.

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1. PERFIL DO MUNCÍPIO DE NATAL-RN

A gênese da atual capital do Rio Grande do Norte teve início com a construção da Fortaleza dos Reis Magos em 1598. Em 25 de dezembro do ano seguinte, registra-se a fundação da cidade de Natal. O processo de colonização proporcionou a formação de uma sociedade caracterizada pela pluralidade étnica e a diversidade cultural, resultantes das contribuições indígenas, africanas e europeias (portugueses, franceses e holandeses).

Durante muito tempo o desenvolvimento da Cidade de Natal ocorreu de forma inexpressiva (SEMURB, 2008), só havendo alteração significativa com a instalação da Base Aérea de Natal, criada em 1942, que durante a 2ª Guerra Mundial, serviu como base de apoio militar às tropas norte-americanas, recebendo o título de “Trampolim da Vitória”. Nesse período a população de Natal salta de 50.000 (cinquenta mil) para quase 100.000 (cem mil) habitantes (SEMURB, 2014). A partir desta época, Natal começa a ser delineada como um espaço urbano com todas as suas contradições.

O Pós-guerra foi caracterizado também com uma forte desaceleração da economia. A população crescente criava urgentes demandas por habitações, provocando a ocupação desordenada da cidade. Neste contexto a expansão urbana ocorre sem planejamento fazendo nascerem novos núcleos de moradia.

Atualmente, conforme o Anuário Estatístico 2014 (SEMURB), Natal “compõe uma região metropolitana com outros dez municípios: Ceará-Mirim, Extremoz, Macaíba, Monte Alegre, Nísia Floresta, Parnamirim, São Gonçalo do Amarante, São José do Mipibu, Vera Cruz e Maxaranguape”, com o seguinte perfil:

Fundação 25 de dezembro de 1599 Área 171,15 km²

Geomorfologia Relevo plano a suavemente ondulado, tabuleiros costeiros, dunas e vales costeiros

Hidrografia Rios Potengi/Jundiaí, Doce e Pitimbu

Limites Extremoz, ao norte. Parnamirim, ao sul. Macaíba e São Gonçalo do Amarante, a oeste. Oceano Atlântico, a leste.

Latitude 5° 47' 40'' Sul Longitude 35° 12' 40'' Oeste Microrregião Natal Mesorregião Leste Potiguar Altitude 30m Pressão Atmosférica 1.007,4 mb

Ventos Predominantes

Direção leste/sudeste Clima Tropical úmido com chuvas no inverno e verão seco

Temperatura Média Anual

26,2°C Média Mensal de Insolação

265 horas de sol/mês 300 dias/ano

Índice Pluviométrico 1.456,6 mm/ano Umidade Relativa do Ar

70%

Vegetação Formação de tabuleiro litorâneo

Zonas de Proteção Ambiental

10

População 803.739 hab. (Censo 2010)

Densidade Demográfica

4696,53 hab/km²

Idhm 2010 0,763 Faixa do Idhm Alto (entre 0,700 e 0,799)

Fonte: SEMURB. Anuário Estatístico 2014. Consulta ao portal <http://www.natal.rn.gov.br/semurb/paginas/ctd-102.html>. Acesso em 01/04/15. Atlas Brasil. Consulta ao portal <http://www.atlasbrasil.org.br>. Acesso em 31/03/15. Organizado por SME-Natal

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Conforme Lei Ordinária Nº 3.878/89, Natal está dividida em quatro Regiões Administrativas, nas quais se localizam os seguintes bairros:

Região Norte Lagoa Azul; Pajuçara; Potengi; Nossa Senhora da Apresentação; Redinha; Igapó; Salinas

Região Sul Lagoa Nova; Nova Descoberta; Candelária; Capim Macio; Pitimbu; Neópolis; Ponta Negra

Região Leste Santos Reis; Rocas; Ribeira; Praia do Meio; Cidade Alta; Petrópolis; Areia Preta; Mãe Luiza; Alecrim; Barro Vermelho; Tirol; Lagoa Seca

Região Oeste Quintas; Nordeste; Dix-sept Rosado; Bom Pastor; Nossa Senhora de Nazaré; Felipe Camarão; Cidade da Esperança; Cidade Nova; Guarapes; Planalto

Fonte: SEMURB. Anuário Estatístico 2014. Consulta ao portal <http://www.natal.rn.gov.br/semurb/paginas/ctd-102.html>. Acesso em 01/04/15. Organizado por SME-Natal.

A cidade de Natal conta com boa infraestrutura básica, no que se refere ao abastecimento de energia, água, coleta de lixo e telefonia. Boa parte de sua economia advém do comércio e turismo, devido aos atrativos naturais ao longo da costa potiguar. O turismo interno e internacional conta com uma boa rede de hotéis, pousadas, bares e restaurantes. A economia do estado se destaca na produção de petróleo, sal e na exportação de melão, coco, camarão e castanha.

Nas últimas três décadas, o crescimento de Natal vem ocorrendo de maneira bastante acelerada e desordenada devido às transformações ocorridas nas relações de trabalho e no modo de produção em vários setores e atividades, com grande concentração de população na periferia urbana. Essas mudanças desordenadas e descontroladas da cidade impactam negativamente na qualidade de vida de seus habitantes e na necessidade de reordenamento dos serviços públicos básicos a partir das novas demandas.

Quadro 1 – População residente por região administrativa de Natal

ANO

REGIÕES ADMINISTRATIVAS DE NATAL

TOTAL Norte Sul Leste Oeste

Abs. Rel. % Abs. Rel. % Abs. Rel. % Abs. Rel. %

2000 244.743 34,3 155.882 21,88 116.106 16,30 195.584 27,46 712.317

2007 285.831 36,92 160.646 20,75 117.900 15,23 209.843 27,10 774.230

2010 303.543 37,77 166.491 20,71 115.297 14,35 218.405 27,17 803.739

2013 338.411 39,62 171.940 20,13 114.898 13,45 228.675 26,80 853.928

Fonte: SEMURB - Anuário Estatístico 2014. SEMURB - Natal em Dados 2008. Consulta ao portal <http://www.natal.rn.gov.br/semurb/paginas/ctd-102.html>. Acesso em 01/04/15. Organizado por SME-Natal.

Quadro 2 – Crescimento populacional e densidade demográfica de Natal

Região Administrativa

Taxa de Crescimento da População Residente (2000-2013)

Densidade Demográfica 2013 (hab/ha)

Norte 2,52 57,47

Sul 0,76 37,62

Leste -0,08 71,15

Oeste 1,21 63,95

TOTAL 1,40 50,67

Fonte: SEMURB - Anuário Estatístico 2014. Consulta ao portal <http://www.natal.rn.gov.br/semurb/paginas/ctd-102.html>. Acesso em 01/04/15. Organizado por SME-Natal.

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Os Quadros 1 e 2 demonstram que a região Norte concentra a maior parte da população ao longo do período 2000-2013 e maior crescimento demográfico (2,52%). A região leste apresenta a maior densidade demográfica (71,15 hab/ha) e ao mesmo tempo a menor taxa de crescimento populacional. Embora a região norte seja a mais populosa é inversamente a que conta com a menor taxa de drenagem (41,28%) e pavimentação (44,64%) de vias públicas, conforme se vê a seguir:

Quadro 3 – Serviços e infraestrutura de Natal

Representação Política

Eleitores – 551.364 Vereadores – 29

Coleta de Lixo (2013)

Domicílios atendidos: 232.935 (98,90%) Produção Diária de Lixo Domiciliar Dia: 771 t.

Rede Elétrica (2012)

Domicílios atendidos: 235.062 (99,80%) Consumo Anual (2012): 1.367.096 MW/h

Telefonia Fixa (2013)

Linhas Particulares – 99.563 Linhas Públicas – 3.653

Água e Esgoto (2012)

Total de ligações de água: residenciais, comerciais, industriais e públicas – 239.361 Total de ligações de esgoto: residenciais, comerciais, industriais e públicas – 74.063 Consumo médio mensal de água: residencial, comercial, industrial e público – 3.423.225m3

Consumo médio mensal de esgoto: residencial, comercial, industrial e público – 1.696.585m3

Drenagem (2014)

Zona Administrativa Norte – 41,28% Zona Administrativa Sul – 76,42% Zona Administrativa Leste – 97,50% Zona Administrativa Oeste – 76,60%

Pavimentação (2014)

Zona Administrativa Norte – 44,64% Zona Administrativa Sul – 76,85% Zona Administrativa Leste – 97,66% Zona Administrativa Oeste – 78,30%

Transporte Público Rodoviário (2013)

Nº de linhas de ônibus – 100 Frota de ônibus – 740 Nº de linhas de transportes opcionais – 24 Frota de opcionais – 177 Ônibus - passageiros transportados/mês (média 2010) - 10.333.724 Opcionais - passageiros transportados/mês (média 2010) - 560.188

Equipamentos Urbanos (2013)

Mercados públicos – 08 Feiras livres – 22 Salas De Cinema – 14 Teatros – 04 Museus – 13 Praças – 254 Cemitérios – 11

Saúde (2013)

Unidade Básica: 52 Hospitais: 27 Policlínica: 5 Unidade Mista Maternidade: 5 Unidade Móvel de Nível Pré-Hospitalar: 1 Clínicas especializadas: 9 Unidade de Vigilância à Saúde:1 Serviço de Residência Terapêutica: 2

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Desporto (2013)

Quadras – 106 Campos e minicampos – 63 Estádios – 4 Ginásio – 6 Complexos desportivos – 2

Segurança Pública (2013)

Delegacias distritais – 15 Delegacias de plantão – 3 Delegacias especializadas – 19 Bases comunitárias – 24 Corpo de Bombeiros – 3 Unidades Penais – 12 Polícia militar e unidades subordinadas – 36

Fonte: SEMURB - Anuário Estatístico 2014. Consulta ao portal <http://www.natal.rn.gov.br/semurb/paginas/ctd-102.html>. Acesso em 01/04/15. Organizado por SME-Natal.

O Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) é uma medida composta de indicadores de três dimensões do desenvolvimento humano: longevidade, educação e renda. O índice varia de 0 a 1. Quanto mais próximo de 1, maior o desenvolvimento humano. O IDHM de Natal é 0,763, em 2010, situando-se na faixa de Desenvolvimento Humano Alto (IDHM entre 0,700 e 0,799).

O IDHM do município passou de 0,572, em 1991, para 0,763, em 2010. Isso implica em uma taxa de crescimento de 33,39% e uma taxa de redução do hiato de desenvolvimento humano de 55,37%. A dimensão que mais contribui para o IDHM do município é Longevidade, com índice de 0,835, seguida de Renda, com índice de 0,768, e de Educação, com índice de 0,694. A dimensão cujo índice mais cresceu em termos absolutos foi Educação (com crescimento de 0,287), seguida por Longevidade e por Renda.

Quadro 4 – Evolução e componentes do IDHM de Natal

Índice de Desenvolvimento Humano Municipal- Natal - RN

Evolução e componentes 1991 2000 2010

IDHM 0,572 0,664 0,763

IDHM Educação 0,407 0,547 0,694

% de 18 anos ou mais com ensino fundamental completo 44,41 51,83 65,89

% de 5 a 6 anos frequentando a escola 66,07 87,43 92,81

% de 11 a 13 anos frequentando os anos finais do Ensino Fundamental 47,32 64,60 87,76

% de 15 a 17 anos com ensino fundamental completo 25,00 42,94 56,46

% de 18 a 20 anos com ensino médio completo 17,46 29,66 47,80

IDHM Longevidade 0,693 0,752 0,835

Esperança de vida ao nascer (em anos) 66,59 70,11 75,08

IDHM Renda 0,663 0,712 0,768

Renda per capita (em R$) 496,15 673,38 950,34

Fonte: PNUD, Ipea e FJP. Acesso ao portal <http://www.atlasbrasil.org.br>. Consulta em 31/03/15.

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18

2. EDUCAÇÃO INFANTIL

O Município de Natal/RN, segundo os dados trabalhados em 2010, possui um total de 803.736 habitantes, sendo 64.077 crianças na faixa etária de -1 a 5 anos de idade. Significa que a população infantil representa 7,97% da população total do município, constituindo-se em demanda para a Educação Infantil. Dessa população 41.908 (65,40%) são crianças na faixa etária de -1 a 3 anos, consideradas demanda em potencial para creche, e 22.169 (34,60%) são crianças na faixa etária de 4 a 5 anos consideradas demanda obrigatória para pré-escola, conforme estabelece a Emenda Constitucional nº 59/2009.

Quadro 5: Matrícula da educação infantil em Natal

Ano Dependência Administrativa

Matrícula Educação Infantil

CRECHE PRÉ ESCOLA

0 a 3 anos 4 e 5 anos

2013

FEDERAL 114 39

ESTADUAL - -

MUNICIPAL 3.551 6.615

PRIVADO 3.940 11.407

TOTAL 7.605 18.061

2012

FEDERAL 69 58

ESTADUAL - -

MUNICIPAL 3.667 6.654

PRIVADO 3.997 11.552

TOTAL 7.733 18.264

2011

FEDERAL 106 88

ESTADUAL - -

MUNICIPAL 3.312 6.390

PRIVADO 3.086 12.689

TOTAL 6.504 19.167

2010

FEDERAL 112 (1,53%) 140 (0,71)

ESTADUAL - 86 (0,47)

MUNICIPAL 2.156 (29,39%) 5.232 em CMEI

1.438 em escolas (34%)

PRIVADO 4.933 (67,23%)

Conveniadas 136 (1,85%)

7.925 (40,42%) Conveniadas 4.240 (21,61%)

FUNDEB 547 (2,79%)

TOTAL 7.337 crianças 19.608 crianças

Fonte: Mec/Inep – Censo Escolar. Acesso ao portal <http://www.qedu.org.br>. Consulta em 24/03/15. Organizado por SME-Natal.

Quadro 6 – População e Matrícula da Educação Infantil em Natal - 2010

População Infantil 0 a 3 anos 4 a 5 anos

Absoluto Relativo % Absoluto Relativo %

Frequenta a escola 7.337 17,51 19.608 88,45

Não frequenta a escola 34.571 82,49 2.561 11,55

Total 41.908 100 22.169 100

Fonte: Ibge – Censo 2010. Consulta ao portal http://www.sidra.ibge.gov.br, acesso em 10/04/15. Organizado por SME-Natal

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Percebe-se que da população de crianças na faixa etária de -1 a 3 anos de idade, 17,51% tiveram acesso escolar em 2010, a maioria matriculada em creches privadas.

Considerando a meta que sinaliza para 50% de atendimento à população infantil em nível de creche até o final do PNE em vigência, o município de Natal/RN planeja alcançar gradativamente o índice, estabelecendo uma média de crescimento anual de aproximadamente 1.784 novas matrículas no período de 2016 a 2024, em relação a população projetada pelo IBGE no referido período para esta etapa da educação infantil, conforme Quadro 7.

Quadro 7 – Projeção de evolução da matrícula em creche na rede pública municipal de Natal

ANO População

Projetada de -1 a 3 anos*

População da Meta de -1 a 3

anos

Taxa de crescimento da

matrícula

Matrícula Prevista

Absoluto Percentual

relativo à meta

2014** 45.657 22.828 - 4.186 18,47%

2016 44.474 22.237 1,43% 5.970 26,84%

2017 43.917 21.958 1,29% 7.754 35,31%

2018 43.380 21.690 1,23% 9.538 43,97%

2019 42,860 21.430 1,18% 11.322 52,83%

2020 42.357 21.178 1,16% 13.106 61,88%

2021 41.870 20.935 1,14% 14.890 71,12%

2022 41.397 20.698 1,12% 16.674 80,55%

2023 40.935 20.467 1,10% 18.458 90,18%

2024 40.480 20.240 1,09% 20.242 100,00% Nota: *População projetada por meio de consulta ao IBGE em maio de 2015. **Os dados da matrícula 2014 foram retirados do Censo Escolar 2014 (MEC/INEP). Fonte: APA/SME-Natal, 2015.

A faixa etária considerada demanda obrigatória para o atendimento em pré-escola (4 a 5 anos) tem uma população de 22.169 crianças, dessa população 19.608 tiveram acesso escolar em 2010, o que representa em percentual 88,45%. Considerando a proposta de universalizar, até 2016, a educação infantil na pré-escola para as crianças de 4 (quatro) e 5 (cinco) anos de idade a rede municipal necessita ampliar a oferta para 22.997 matrículas, representando um crescimento de 4.716 novas vagas em 2016 tomando como referência a matrícula de 2014 e a população projetada pelo IBGE para 2016 nesta etapa da educação infantil.

No quadro 8 apresentamos o quantitativo populacional por região administrativa para melhor leitura dos dados da demanda da educação infantil por faixa etária -1 a 3 anos e 4 e 5 anos e ainda de -1 a 5 anos conforme encontra-se organizado no Plano de Atendimento da Educação Infantil no município de Natal (2013).

Quadro 8 - População de Natal e demanda populacional para Educação Infantil

Região Administrativa

População Total

Demanda populacional para a Educação Infantil

-1 a 3 anos 4 e 5 anos -1 a 5 anos

Abs. Rel.(%) Abs. Rel.(%) Abs. Rel.(%)

Norte 303.543 18.430 6,07 9.673 3,19 28.103 9,26

Oeste 218.405 12.896 5,9 6.973 3,19 19.869 9,1

Sul 166.491 6.061 3,64 3.079 1,85 9.140 5,49

Leste 115.297 4.521 3,92 2.444 2,12 6.965 6,04

Total 803.736 41.908 5,21% 22.169 2,76% 64.077 7,97%

Fonte: IBGE/2010

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2.1 Região Administrativa Norte

A visualização do gráfico 1, permite identificar que a maior demanda da população da educação infantil do Município de Natal/RN concentra-se na região Norte.

Gráfico 1 – Demanda populacional para Educação Infantil por Região Administrativa – Natal

Fonte: IBGE/2010

Sendo as regiões Norte e Oeste as mais populosas, juntas concentram 64,94% da população municipal (521.948 habitantes), correspondendo a 74,87% da população na faixa etária de -1 a 5 anos de idade (47.972 crianças). As referidas regiões apresentam o mesmo índice relativo para a população de 4 e 5 anos de idade, o que significa uma demanda para atendimento na pré-escola. Há predominância de crianças com idade de -1 a 3 anos na região Norte, sendo os índices relativos de 6,07% e 5,90% respectivamente.

Na análise por região administrativa, em Natal/RN é possível identificar como bairros mais populosos: Nossa Senhora da Apresentação, na região Norte; Felipe Camarão, na região Oeste; Lagoa Nova, na região Sul; e Alecrim, na região Leste, apresentando demanda escolar para a Educação Infantil nessa mesma ordem, o que implica em planejamento para atendimento dessas crianças, conforme especificado abaixo.

Quadro 9 - Demanda populacional para Educação Infantil na Região Norte (Natal, 2010)

BAIRRO População por bairro

Demanda populacional para a Educação Infantil

-1 a 3 anos 4 e 5 anos -1 a 5 anos

Abs. Rel.(%) Abs. Rel.(%) Abs. Rel.(%)

N. S. Apresentação 79.759 5.437 6,82 2.798 3,51 8.235 10,33

Lagoa Azul 61.289 3.758 6,13 2.037 3,32 5.795 9,46

Pajuçara 58.021 3.686 6,35 1.887 3,25 5.573 9,61

Potengi 57.848 2.657 4,59 1.416 2,45 4.073 7,04

Igapó 28.819 1.689 5,86 889 3,09 2.578 8,95

Redinha 16.630 1.120 6,73 598 3,60 1.718 10,33

Salinas 1.177 83 7,05 48 4,09 131 11,13

Total 303.543 18.430 6,07 9.673 3,19 28.109 9,26

Fonte: IBGE/2010

0 5.000 10.000 15.000 20.000 25.000 30.000

-1 a 5 anos

4 e 5 anos

-1 a 3 anos

28.103

9.673

18.430

19.869

6.973

12.896

9.140

3.079

6.061

6.965

2.444

4.521Leste

Sul

Oeste

Norte

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Conforme referido, anteriormente, há uma concentração da demanda para a Educação Infantil na região Norte. Dos 303.543 habitantes, 6,07% estão na faixa etária de -1 a 3 anos (18.430 crianças) e 3,19% na faixa etária de quatro e cinco anos de idade (9.673 crianças).

O Bairro de Nossa Senhora da Apresentação possui o maior índice populacional, evidenciando 79.759 habitantes, o que representa 26,27% da região. Na faixa etária de -1 a 5 anos de idade existe uma população de 8.235 crianças, o que equivale a 2,27% da população da região. Dessa população, a demanda para o atendimento creche é de 66,02% crianças e de pré-escola 33,98%.

O segundo bairro mais populoso da região é Lagoa Azul, possuindo 20,19% da população da região administrativa Norte, o que equivale a 61.289 habitantes. Desse total, 5.795 crianças estão na faixa etária de -1 a 5 anos; 64,85% de -1 a 3 anos e 35,15% de 4 e 5 anos de idade.

Gráfico 2 – Demanda populacional para Educação Infantil na Região Norte (Natal, 2010)

Fonte: IBGE/2010

Pajuçara é o terceiro bairro mais populoso da região, concentrando 58.021 habitantes, o que corresponde a 19,12% da população da região. A demanda populacional para a Educação Infantil é de 5.573 crianças, sendo 66,14% de -1 a 3 anos de idade e 33.86% de 4 e 5 anos de idade.

O Bairro de Potengi tem 19,06% da população da região. É o quarto em população e possui 4.073 crianças na faixa de -1 a 5 anos, sendo 65,23% desse total para atendimento em creche e 34,77% com idade de 4 e 5 anos.

O Bairro de Igapó, quinto em população (9,49% da região), possui uma demanda de 8,95% de crianças com idade de -1 a 5 anos. Dessa demanda, 65,66% para atendimento creche e 34,48% para atendimento pré-escola.

O Bairro da Redinha, sexto em população (5,58%), possui 1.718 crianças na faixa de -1 a 5 anos de idade e dessa demanda, 65,19% para atendimento creche e 34,81% para atendimento pré-escola.

O bairro Salinas se destaca com o maior índice relativo (11,13%), na faixa etária de -1 a 5 anos, ficando com 0,39% da região, totalizando 131 crianças. Desse total, 7,05% demandam atendimento em creche e 4,09 % em pré-escola. Mesmo sendo a menor população da região, em termos absolutos (1177), possui uma demanda que indica a necessidade de investimento em termos de construção e planejamento da Educação Infantil que assegure o atendimento e continuidade dessa etapa da Educação Básica. O atendimento creche inexiste no bairro de Salinas.

5.437

3.758 3.6862.657

1.689 1.12083

18.430

2.798 2.037 1.887 1.416 889598 48

9.673

0

2.000

4.000

6.000

8.000

10.000

12.000

14.000

16.000

18.000

20.000

N. S.Apresentação

Lagoa Azul Pajuçara Potengi Igapó Redinha Salinas Total

-1 a 3 anos 4 e 5 anos

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Gráfico 3 - Demanda populacional para Educação Infantil na Região Norte (Natal, 2010)

Fonte:

2.2 Região Administrativa Sul

A Região Administrativa Sul concentra 20,71% da população de Natal, sendo o terceiro índice mais alto do município. O bairro mais populoso é o de Lagoa Nova, com 22,54% da região. Na faixa etária de -1 a 5 anos, 66,15% corresponde a idade de -1 a 3 anos e 33,85%, de 4 e 5 anos.

Observa-se que o Bairro de Ponta Negra apresenta o segundo índice populacional da região e o maior índice relativo na faixa etária de -1 a 5 anos de idade. O mesmo fenômeno ocorre na faixa de 4 e 5 anos.

O Bairro Pitimbu, terceiro índice populacional, com 14,54% da população do Município, apresenta uma demanda de 1.282 crianças para a Educação Infantil. Dessa, existe um percentual de 66,93% para atendimento creche e 33,07% para atendimento pré-escola.

Capim Macio representa 13,67% da população municipal e quarto índice populacional. No Bairro há uma estimativa de 1.029 crianças de -1 a 5 anos e dessas 67,83% na faixa etária para atendimento creche e 32,17% para atendimento pré-escola.

Quadro 10 – Demanda populacional para Educação Infantil da Região Sul (Natal, 2010)

BAIRRO População por

Bairro

Demanda para a Educação Infantil

-1 a 3 anos 4 e 5 anos -1 a 5 anos

Abs. Rel. (%) Abs. Rel. (%) Abs. Rel. (%)

Lagoa Nova 37.518 1.323 3,53 677 1,8 2.000 5,33

Ponta Negra 24.681 1.155 4,68 584 2,37 1.739 7,05

Pitimbu 24.209 858 3,54 424 1,75 1.282 5,3

Capim Macio 22.760 698 3,07 331 1,45 1.029 4,52

Neópolis 22.465 804 3,58 412 1,83 1.216 5,41

Candelária 22.391 708 3,16 387 1,73 1.095 4,58

Nova Descoberta 12.467 515 4,13 264 2,12 779 6,25

Total 166.491 6.061 3,64 3.079 1,85 9.140 5,49

Fonte: IBGE/2010

Neópolis, quinto índice populacional (13,49%) da população do Município tem uma demanda para a Educação Infantil de 1.216 crianças. Dessas, 66,12% das crianças para atendimento creche e 33,88% para atendimento pré-escola.

275.440(90,74%)

18.430(6,07%)

9.673(3,18%)

População

-1 a 3 anos

4 e 5 anos

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Candelária com 13,45% da população regional é o sexto bairro e registra uma demanda de 64,66% para atendimento creche e 33,34% para pré-escola, haja vista existirem 1.095 crianças na faixa etária de -1 a 5 anos.

Nova Descoberta tem 7,48% da população da região. Das 779 crianças na faixa de -1 a 5anos, 66,11% é a demanda para atendimento creche e 33,89% para a pré-escola.

Gráfico 4 – Demanda populacional para Educação Infantil da Região Sul (Natal, 2010)

Fonte: IBGE/2010

2.3 Região Administrativa Leste

A Região Administrativa Leste possui 14,35% da população de Natal, o que corresponde ao quarto e menor índice populacional do município. O Bairro do Alecrim possui a maior concentração populacional, com 24,90% da região e o maior índice de população de -1 a 5 anos de idade. Das 1.675 crianças, 65,37% têm idade entre -1 e 3 anos e 34,63% têm idade de 4 a 5 anos.

Embora o Alecrim seja o bairro mais populoso, o Bairro de Mãe Luiza, terceiro em ordem decrescente da região, apresenta maior índice relativo para a população de -1 a 5 anos de idade. O mesmo apresenta 62,47% na idade de -1 a 3 anos e 37,53% na idade de 4 e 5 anos.

Quadro 11 – Demanda populacional para Educação Infantil da Região Leste (Natal, 2010)

Fonte: IBGE/2010

1.323 1.155 858 698 804 708 515

6.061

677 584 424 331 412 387 264

3.079

Lagoa Nova Ponta Negra Pitimbu Capim Macio Neópolis Candelária NovaDescoberta

Total

-1 a 3 anos 4 e 5 anos

BAIRRO População por Bairro

Demanda para a Educação Infantil

-1 a 3 anos 4 e 5 anos -1 a 5 anos

Abs. Rel. (%) Abs. Rel. (%) Abs. Rel. (%)

Alecrim 28.705 1.095 3,82 580 2,02 1.675 5,84

Tirol 16.148 533 3,3 254 1,57 787 4,87

Mãe Luiza 14.959 884 5,91 531 3,55 1.415 9,46

Rocas 10.452 443 4,24 251 2,4 694 6,64

Barro Vermelho 10.087 328 3,25 175 1,74 503 4,99

Cidade Alta 7.123 284 3,99 129 1,81 412 5,8

Lagoa seca 5.791 199 3,44 110 1,9 309 5,34

Santos Reis 5.641 276 4,89 160 2,84 436 7,73

Petrópolis 5.521 144 2,61 57 1,03 201 3,64

Praia do Meio 4.770 190 3,98 114 2,4 304 6,37

Areia Preta 3.878 74 1,91 40 1,03 114 2,94

Ribeira 2.222 71 3,19 43 1,93 114 5,13

Total 115.297 4.521 3,92 2.444 2,12 6.965 6,04

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Gráfico 5 – Demanda populacional para Educação Infantil da Região Leste (Natal, 2010)

Fonte: IBGE/2010

2.4 Região Administrativa Oeste

A Região Administrativa Oeste é a segunda mais populosa do munícipio (27,17%). O bairro com maior concentração populacional é o de Felipe Camarão com 23,36%, que concentra a maior população na faixa etária de -1 a 5 anos de idade. Em relação ao bairro, sua população de -1 a 3 anos corresponde a 63,75% e a de 4 e 5 anos a 36,25%.

Quadro 12 - Demanda populacional para Educação Infantil da Região Administrativa Oeste

Bairros População por Bairro

Demanda para a Educação Infantil

-1 a 3 anos 4 e 5 anos -1 a 5 anos

Abs. Rel. (%) Abs. Rel. (%) Abs. Rel. (%)

Felipe Camarão 50.997 3.251 6,37 1.849 3,63 5.100 10,00

Planalto 31.206 2.150 6,89 1.101 3,53 3.251 10,42

Quintas 27.375 1.385 5,06 804 2,94 2.189 7,99

Cidade da Esperança 19.356 864 4,46 409 2,11 1.273 6,58

Bom Pastor 18.224 1.105 6,06 594 3,26 1.699 9,32

Cidade Nova 17.651 1.136 6,44 592 3,35 1.728 9,80

N. S. Nazaré 16.136 790 4,90 407 2,52 1.197 7,42

Dix-sept Rosado 15.689 799 5,09 404 2,57 1.203 7,67

Nordeste 11.521 566 4,91 343 2,98 909 7,89

Guarapes 10.250 850 8,29 470 4,58 1.320 12,88

Total 218.405 12.896 5,90 6.973 3,19 19.869 9,10 Fonte: IBGE/2010

0 500 1.000 1.500 2.000 2.500 3.000 3.500 4.000 4.500 5.000

Alecrim

Tirol

Mãe Luiza

Rocas

B.Vermelho

Cidade Alta

Lagoa seca

Santos Reis

Petrópolis

Praia do Meio

Areia Preta

Ribeira

Total

1.095

533

884

443

328

284

199

276

144

190

74

71

4.521

580

254

531

251

175

129

110

160

57

114

40

43

2.444

4 e 5 anos -1 a 3 anos

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PLANO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO DA CIDADE DO NATAL (2015-2025)

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O Planalto é o segundo bairro mais populoso com 14,29% da população da região. Desse total, apresenta uma demanda para creche de 6,89% e 3,53% para pré-escola.

O Bairro do Guarapes, embora apresente a menor população regional (4,69%), possui o maior índice relativo na faixa etária de -1 a 5 anos de idade, correspondendo a 12,88%. A população do bairro na faixa de -1 a 3 anos corresponde a 64,39% e a de 4 a 5 anos a 35,61%.

Na análise dos dados da população e as demandas básicas trabalhadas em ordem decrescente, facilitou a compreensão do quantitativo que deveremos trabalhar para atendermos a Educação infantil por região e por bairros. Neste sentido, os três bairros com maiores demandas são: Nossa Senhora da Apresentação, Lagoa Azul e Pajuçara, todos na região Norte do município. Esses apresentam o maior quantitativo de crianças tanto para Creche como para pré-escola. Os bairros com menores demandas para essa mesma faixa etária são: Salinas na região Norte; Areia Preta e Ribeira na região Leste.

Gráfico 6 – Região Oeste: Demanda populacional para Educação Infantil

Fonte: Fonte: IBGE/2010

É importante destacar que a demanda não é só pelo acesso à vaga, mas também pelo direito da criança por uma educação de qualidade, a qual se cumpra a ação educativa em uma estrutura física adequada às especificidades dessa faixa etária e condições de trabalho que materializem as necessárias aprendizagens, de modo a assegurar à criança seu direito de viver a infância e se desenvolver de forma plena assumindo uma proposta de educação realmente inclusiva.

3.251

2.150

1.385

864

1.105

1.136

790

799

566

850

12.896

1.849

1.101

804

409

594

592

407

404

343

470

6.973

0 2.000 4.000 6.000 8.000 10.000 12.000 14.000

Felipe Camarão

Planalto

Quintas

Cidade da Esperança

Bom Pastor

Cidade Nova

N. S. Nazaré

Dix-sept Rosado

Nordeste

Guarapes

Total

4 e 5 anos -1 a 3 anos

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2.5 Matrícula na Educação Infantil nas diferentes esferas administrativas

No Município de Natal/RN, a matrícula na Educação Infantil em números absolutos, segundo dados de Censo Escolar/SEEC/SME-2010 é de 26.945 crianças matriculadas entre atendimento creche e atendimento pré-escola, independente de níveis escolares e da esfera administrativa. Na análise da população escolarizada foi identificado que na:

CRECHE– atende-se um total de 7.337 crianças nos níveis I e II.

PRÉ-ESCOLA– atende-se um total de 19.608 crianças nos níveis III e IV

Gráfico 7 – Matrícula do Atendimento Creche / Esferas Administrativas.

Fonte: Censo Escolar SEEC/SME

2.6 Infraestrutura das Unidades de Ensino com o Ensino Infantil da Rede Pública

É importante destacar que a demanda não é só pelo acesso à vaga, mas também pelo direito da criança por uma educação de qualidade, a qual se cumpra a ação educativa em uma estrutura física adequada às especificidades dessa faixa etária e condições de trabalho que materializem as necessárias aprendizagens, de modo a assegurar à criança seu direito de viver a infância e se desenvolver de forma plena assumindo uma proposta de educação realmente inclusiva.

A rede municipal de ensino do Natal organiza os Centros Municipais de Educação Infantil (CMEI) em 03 tipologias: tipologia A – 25 CMEI (atende acima de 150 crianças), tipologia B – 20 CMEI (atende até 149 crianças) e tipologia C – 26 CMEI (atende até 99 crianças). Ambos possuindo atendimento em creches e pré-escolas na sua maioria (52 CMEI possuem turmas de creche e pré-escola; 9 CMEI possuem turmas apenas de creche; 10 CMEI possuem turmas apenas de pré-escola).

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%

LESTE

NORTE

OESTE

SUL

Total

500

687

583

386

2.156

47

0

0

65

112

1.309

883

1.311

1.430

4.933

48

0

0

88

136 MUNICIPAL

ESTADUAL

FEDERAL

ParticularesNãoConveniadas

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3. ENSINO FUNDAMENTAL

Em Natal, de acordo com os dados demográficos e educacionais do IBGE (Quadro 13), pode-se observar que já em 2010, 96,34% da população de 6 a 14 anos tinha acesso à escola, já estando próxima da meta nacional de 100%. Observa-se, contudo, que o percentual de população que frequenta a escola diminui com o aumento da faixa etária. A justificativa pode estar nas taxas de abandono, que também aumentam nessa etapa do Ensino Fundamental, conforme se verá mais adiante.

Quadro 13 – População residente de 6 a 14 anos e nível de escolaridade (Natal, 2010)

Nível de Escolaridade 6 a 10 anos 11 a 14 anos 6 a 14 anos

Abs. Rel. % Abs. Rel. % Abs. Rel. %

Pré-escolar 3.354 5,71 81 0,15 3.435 3,9

Classe de Alfabetização 6.289 10,71 381 0,73 6.670 6,0

Alfabetização de Jovens e Adultos - 77 0,14 77 0,07

Regular do Ensino Fundamental 47.269 80,53 44.490 85,03 91.759 82,64

EJA Fundamental - 1.739 3,32 1.739 1,57

Regular do Ensino Médio - 3.279 6,27 3.279 2,95

Frequenta a escola 56.912 96,96 50.047 95,65 106.959 96,34

Não frequenta a escola 1.787 3,04 2.277 4,35 4.064 3,66

População total 58.699 100 52.324 100 111.023 100 Fonte: IBGE – Censo 2010. Consulta ao portal <http://www.sidra.ibge.gov.br>. Acesso em 10/04/15. Organizado por SME-Natal.

Gráfico 8 - População residente de 6 a 14 anos e nível de escolaridade (Natal,2010)

Fonte: IBGE – Censo 2010. Consulta ao portal <http://www.sidra.ibge.gov.br>. Acesso em 10/04/15. Organizado por SME-Natal.

É necessário observar que para alcançar a universalização do ensino fundamental, em sentido pleno, há que se corrigir as distorções que aparecem no Quadro 13, conforme se enumera a seguir:

a) Em relação a faixa etária de 6 a 10, que corresponde aos anos iniciais do Ensino Fundamental, precisa-se reparar: A matrícula na pré-escola (5,71%); A matrícula de crianças de 6 a 10 que ainda se encontra fora da escola (3,04%).

3,90%

6,00%

0,07%

82,64%

1,57%

2,95%

3,66%

Pré-escolar

Classe de Alfabetização

Alfabetização de Jovens e Adultos

Regular do Ensino Fundamental

EJA Fundamental

Regular do Ensino Médio

Não frequenta escola

População de 6 a 14 anos e escolaridade

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b) Em relação a faixa etária de 11 a 14 anos, que corresponde aos anos finais do Ensino Fundamental, precisa-se reparar: A matrícula na pré-escola (0,15%); A matrícula em classe de alfabetização (0,73%); A matrícula na alfabetização de jovens e adultos (0,14%); A matrícula na EJA do Fundamental (3,32%); A matrícula na EJA do Ensino Médio (6,27%); O percentual de adolescentes se encontram fora da escola (4,35%).

A leitura dos itens anteriormente listados possibilita destacar que aproximadamente 8,5% da população com faixa etária de 6 a 14 anos necessita de atenção para correção de distorções em relação a sua escolaridade. Cabe destacar o registro de pessoas na faixa etária de 11 a 14 anos em nível de pré-escola, o que pode indicar duas possibilidades, não excludentes: erro da informação e/ou matrícula da educação especial referente aos alunos que não conseguiram avançar. Questiona-se, igualmente, a informação sobre alunos nessa faixa etária matriculados na EJA do ensino médio.

Por outro lado, vale mencionar o percentual de 6,27% de alunos na faixa etária de 11 a 14 anos que concluíram o ensino fundamental e ingressaram antes da idade prevista no ensino médio.

De qualquer maneira, a taxa de população considerada pelo MEC como indicador da meta é o total de pessoas de 6 a 14 anos que frequenta a escola (106.959 – 96,34%), conforme figura 1:

Figura 1 – Situação dos estados e municípios em relação a Meta Nacional 2A - Ensino Fundamental

Fonte: MEC/PNE. Consulta ao Portal <http://simec.mec.gov.br/pde/graficopne.php>. Acesso em 24/03/15.

De acordo com os dados do Censo Escolar 2014 (MEC/Inep), as redes públicas federal, estadual e municipal somam um número menor de prédios escolares (171 escolas) do que os estabelecimentos privados com oferta de Ensino Fundamental (183 escolas). No entanto, reúnem o maior percentual de matrícula, conforme mostram os Quadros 14 e 15.

Quadro 14 – Estabelecimentos de Ensino Fundamental (Natal, 2014)

Dependência Administrativa Estabelecimentos de Ensino Fundamental

Absoluto Relativo %

Federal 1 0,28

Estadual 98 27,68

Municipal 72 20,34

Privada 183 51,70

Total 354 100 Fonte: Mec/Inep – Censo Escolar 2014. Consulta ao portal <http://www.dataescolabrasil.inep.gov.br/dataEscolaBrasil/>. Acesso em 01/04/15. Organizado por SME-Natal.

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Quadro 15: Matrícula Final do Ensino Fundamental (Natal, 2010 a 2014)

ANO DEPENDÊNCIA

ADMINISTRATIVA

ENSINO FUNDAMENTAL

ANOS INICIAIS ANOS FINAIS GERAL

Abs. Rel. % Abs. Rel. % Abs. Rel. %

2014

FEDERAL 119 0,21 - - 119 0,12

ESTADUAL 10.390 18,66 19.706 40,53 30.096 28,86

MUNICIPAL 21.608 38,82 12.689 26,10 34.294 32,88

PRIVADA 23.550 42,31 16.230 33,37 39.780 38,14

TOTAL 55.667 100 48.625 100 104.289 100

2013

FEDERAL 140 0,25 - - 140 0,13

ESTADUAL 11.637 20,44 21.026 41,48 32.663 30,35

MUNICIPAL 21.976 38,61 13.047 25,74 35.023 32,55

PRIVADA 23.164 40,70 16.618 32,78 39.782 36,97

TOTAL 56.917 100 50.691 100 107.608 100

2012

FEDERAL 157 0,27 - - 157 0,14

ESTADUAL 12.251 21,09 21.051 40,98 33.302 30,42

MUNICIPAL 22.825 39,28 13.510 26,30 36.335 33,19

PRIVADA 22.873 39,36 16.810 32,72 39.683 36,25

TOTAL 58.106 100 51.371 100 109.477 100

2011

FEDERAL 131 0,22 - 131 0,12

ESTADUAL 13.054 22,00 22.476 42,62 35.530 31,70

MUNICIPAL 24.380 41,08 13.858 26,28 38.238 34,12

PRIVADA 21.778 36,70 16.399 31,10 38.177 34,06

TOTAL 59.343 100 52.733 100 112.076 100

2010

FEDERAL 88 0,14 - - 88 0,08

ESTADUAL 14.233 23,39 23.308 42,60 37.541 32,48

MUNICIPAL 25.144 41,32 14.633 26,74 39.777 34,42

PRIVADA 21.390 35,15 16.776 30,66 38.166 33,02

TOTAL 60.855 100 54.717 100 115.572 100 Fonte: MEC/Inep/Censo Escolar – consulta no portal <http://portal.inep.gov.br/web/guest/basica-censo-escolar-matricula>, acesso em 24/03/2015. Organizado por SME-Natal.

Na análise sobre a universalização do Ensino Fundamental em Natal, pode-se inferir que as matrículas das redes públicas cobrem integralmente a camada da população de menor renda média mensal (até 2 salários mínimos), que é de aproximadamente 45% da população residente em 2010. Ressalve-se, porém, que a escola pública não é de acesso exclusivo ou prioritário às populações de baixa renda, e a taxa de natalidade é maior entre as mulheres com menor nível de renda e de escolaridade.

Observe-se, também no Quadro 15, que durante o período de 2010 a 2014, houve uma discreta redução de matrículas nas redes de ensino público em relação à matrícula nos estabelecimentos privados e, ao mesmo tempo, um decréscimo de aproximadamente 6,5% no total de matrículas, que era de 60.855 em 2010 e baixou para 56.917 em 2014. Nesse sentido, as matrículas acompanham a tendência de redução da população nessa faixa etária (Gráfico 9) em função da taxa de natalidade.

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PLANO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO DA CIDADE DO NATAL (2015-2025)

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Gráfico 9 – População residente de 6 a 14 anos (Natal, 2000-2010)

Fonte: IBGE/Censo 2000-2010. Consulta ao portal <http://www.sidra.ibge.gov.br>. Acesso em 10/04/15. Organizado por SME-Natal.

Estima-se, portanto, que não será necessário expandir significativamente o número de escolas para o Ensino Fundamental, mas investir na qualidade da oferta para a permanência com sucesso, corrigindo distorções, diminuindo as taxas de reprovação e abandono e melhorando o desempenho da aprendizagem.

Segundo a Resolução nº 7/2014, do Conselho Nacional de Educação, que trata das Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental de 9 (nove) anos, a idade para ingresso nessa etapa da Educação Básica é aos 6 anos e a idade recomendada para sua conclusão é aos 14 anos.

Em consulta ao portal do Plano Nacional de Educação, administrado pelo MEC, apenas 56% das pessoas com 16 anos, teriam pelo menos 9 anos de escolaridade declarada. Para esse cálculo, baseado no Censo 2010, considere-se que: - existe a margem de 1 (um) ano de atraso escolar; - no contingente informado de 56% não está revelado se a etapa do ensino fundamental foi ou não concluída.

Ainda segundo o Censo 2010, em consulta ao portal do IBGE, o Quadro 16 detalha a escolaridade das populações nos grupos etários 11 a 14 e 15 a 17 anos, uma vez que interessa saber quanto da população consegue concluir o ensino fundamental na idade recomendada:

Quadro 16 – População residente de 11 a 17 anos e nível de escolaridade.

Nível de Escolaridade 11 a 14 anos 15 a 17 anos

Pré-escolar 81 -

Classe de Alfabetização 381 -

Alfabetização de Jovens e Adultos 77 137

Regular do Ensino Fundamental 44.490 12.199

EJA Fundamental 1.739 2.051

Regular do Ensino Médio 3.279 20.154

EJA Médio - 861

Superior de Graduação - 712

População que frequenta a escola 50.047 36.114

População que não frequenta a escola 2.277 6.414

População total 52.324 42.528 Fonte: IBGE. Censo 2010. Consulta ao portal <http://www.sidra.ibge.gov.br/>. Acesso em 10/04/2015. Organizado por SME-Natal.

6415457770

5926352324

2000 2010

População Residente de 6 a 14 anos em Natal

6 a 10 anos 11 a 14 anos

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PLANO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO DA CIDADE DO NATAL (2015-2025)

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A partir da leitura do Quadro 16, cabe primeiramente ressaltar que existe incompatibilidade entre os resultados do Censo Escolar (MEC/INEP) e o Censo Demográfico 2010 (IBGE), uma vez que diferem em metodologia, temporalidades e níveis de agregação dos dados.

Outro indicativo importante do Quadro 16 são as pessoas de 15 a 17 anos que ainda estão matriculadas no ensino fundamental regular, na alfabetização de jovens e adultos e na EJA do Ensino Fundamental, que representa 39,8% da população nessa faixa etária que não conseguiu concluir o Ensino Fundamental na idade recomendada. Destaca-se, igualmente, o contingente da população de 11 a 14 anos inserido em classes de alfabetização, alfabetização de jovens e adultos e EJA do Ensino Fundamental, que representa 4,4% da população nessa faixa etária que se soma ao universo de pessoas que não conseguem concluir o Ensino Fundamental na idade recomendada.

Nesse sentido, pode-se inferir que em 2010, aproximadamente 56% [100 – (39,8 + 4,4)] da população teria concluído o Ensino Fundamental aos 14 anos. Para ajudar na análise da meta, considere-se também outra possibilidade de cálculo, a partir dos dados de reprovação e abandono registrados no Ensino Fundamental, tomando por base o Censo Escolar de 2010, no Quadro 17.

Quadro 17 – Taxas de reprovação e abandono no Ensino Fundamental (Natal, 2010)

DEPENDÊNCIA ADMINISTRATIVA

ENSINO FUNDAMENTAL

REPROVAÇÃO ABANDONO

A. Iniciais A. Finais Total A. Iniciais A. Finais Total

REDE ESTADUAL 15,3% 25,9% 21,9% 7,1% 10,1% 8,9%

REDE FEDERAL 1,1% - 1,1% 0 - 0

REDE MUNICIPAL 12,4% 26,1% 17,4% 2,4% 5,1% 3,4%

PRIVADA 2,9% 7,1% 4,8% 0,4% 0,4% 0,3%

TOTAL 9,8% 20,2% 14,7% 2,8% 5,8% 4,2% Fonte: MEC/Inep – Censo Escolar 2010. Consulta ao portal <http://portal.inep.gov.br/indicadores-educacionais>. Acesso em 10/04/15. Organizado por SME-Natal.

Gráfico 10 – Aprovação, reprovação e abandono na rede pública do Ensino Fundamental (Natal, 2010)

Fonte: MEC/Inep – Censo Escolar 2010. Consulta ao portal <http://portal.inep.gov.br/indicadores-educacionais>. Acesso em 10/04/15. Organizado por SME-Natal.

ABANDONO

4,1%

REPROVAÇÃO13,4%

APROVAÇÃO

EF - Anos Iniciais

ABANDONO8,0%

REPROVAÇÃO26,0%

APROVAÇÃO66,0%

EF - Anos Finais

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DIAGNÓSTICO – PLANO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO DA CIDADE DO NATAL (2015-2025)

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A grande preocupação na leitura do Quadro 17 e Gráfico 10 é com os altos índices de reprovação e de abandono nas redes públicas estadual e municipal, que se mantém bem acima da rede federal e escolas privadas. Urge a implementação de políticas específicas que objetivem a redução da reprovação, especialmente para a etapa dos anos finais do Ensino Fundamental, uma vez que o Ministério da Educação (MEC) já desenvolve desde 2013 o Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa.

Por fim, observe-se que a elaboração da meta para o Plano Municipal de Educação de Natal deve tomar por base a situação do município em relação à meta nacional, Figura 2, a fim de estabelecer o patamar mínimo de meta a alcançar, conforme orienta o MEC, por meio da Secretaria de Articulação com os Sistemas de Ensino e a Diretoria de Cooperação e Planos de Educação.

Figura 2 – Situação dos estados e municípios em relação a Meta Nacional 2B - Ensino Fundamental

Fonte: MEC/PNE. Consulta ao Portal <http://simec.mec.gov.br/pde/graficopne.php>. Acesso em 24/03/15.

Nesse caso, o crescimento do indicador de meta de Natal deverá corresponder, no mínimo, a mesma proporção de crescimento da meta Nacional, ou seja, a meta de Natal não poderá ser inferior a 84,3% até o final da vigência do Plano Nacional de Educação em 2024.

É importante reforçar que a elaboração das estratégias para que os alunos concluam o ensino fundamental na idade recomendada deve considerar as orientações legais das Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental de 9 (nove) anos (CNE/CEB Resolução nº 7/2010), que em vários de seus artigos orienta sobre:

a organização de tempos e espaços para a garantia de horas atividades para a participação no trabalho coletivo da escola, no planejamento, nas avaliações, na articulação com a comunidade e na formação continuada (cf. Art. 20, §4º); as condições adequadas de trabalho aos seus profissionais e o provimento de outros insumos, com vistas à criação de um ambiente propício à aprendizagem (Art.26); a disponibilização de recursos e oportunidades para progresso contínuo dos alunos, evitando que a trajetória escolar seja retardada ou indevidamente interrompida (cf. Art. 27 e parágrafos); a provisão de recursos para a utilização qualificada de tecnologia e conteúdo de mídias aliados ao desenvolvimento do currículo e em número suficiente para o atendimento dos alunos (Art.28); a articulação e continuidade da trajetória escolar, nas passagem da Educação Infantil para o Ensino Fundamental, dos anos iniciais para os anos finais no interior do Ensino Fundamental e deste para o Ensino Médio (Art. 29 e 30); a avaliação com caráter redimensionador da ação pedagógica, de modo a criar condições para intervir de modo imediato e a mais longo prazo para sanar dificuldades de alunos com baixa aprendizagem, para a oferta obrigatória de períodos de

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DIAGNÓSTICO – PLANO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO DA CIDADE DO NATAL (2015-2025)

33

recuperação, preferencialmente paralelos ao período letivo e para a reposição dos conteúdos curriculares aos alunos com frequência insuficiente, evitando, sempre que possível, a retenção por faltas (Art. 32); o cumprimento integral do currículo, não restrito ao conteúdo das avaliações externas (Art. 33); os resultados de aprendizagem dos alunos aliados à avaliação das escolas e de seus professores, com a garantia de dispositivos de carreira e condições de exercício e valorização do magistério (Art. 35).

Pelo que se percebe, as estratégias abrangem ações relativas a infraestrutura das escolas, aos recursos pedagógicos, aos equipamentos tecnológicos, a organização de tempos e espaços para atendimento adequado às demandas dos alunos faltosos e com baixo desempenho nas aprendizagens, a formação dos professores e a valorização do magistério.

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DIAGNÓSTICO – PLANO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO DA CIDADE DO NATAL (2015-2025)

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4. ENSINO MÉDIO

A universalização do Ensino Médio requer grande esforço, empenho e compromisso dos sistemas de ensino, pois não pode ser pensada isoladamente do desperdício (reprovação + abandono) que inflaciona a distorção idade-série do Ensino Fundamental e, consequentemente, a matrícula na modalidade da Educação de Jovens e Adultos do Fundamental. Em Natal, de acordo com os dados demográficos e educacionais do IBGE (Quadro 18), pode-se observar que 84,92% da população de 15 a 17 anos tinha acesso à escola em 2010.

Quadro 18 – População de 15 a 17 anos por nível de escolaridade (Natal, 2010)

Nível de Escolaridade 15 a 17 anos População que

frequenta a escola População que não frequenta a escola Abs. Rel. %

Alfabetização de Jovens e Adultos

137 0,32

36.114 (84,92%)

6.414 (15,08%)

Regular do Ensino Fundamental

12.199 28,69

EJA Fundamental 2.051 4,82

Regular do Ensino Médio 20.154 47,40

EJA Médio 861 2,02

Superior de Graduação 712 1,67

População total 42.528 Fonte: IBGE. Censo 2010. Consulta ao portal <http://www.sidra.ibge.gov.br/>. Acesso em 10/04/2015. Organizado por SME-Natal.

Conforme aponta o Quadro 18, o desperdício soma um contingente de 14.387 alunos ou 33,83% da população de 15 a 17, que apesar de estar frequentando a escola, está fora do Ensino Médio Regular. Além disso, 15,08% dessa população está fora da escola e somente 47,40% se encontra matriculada no Ensino Médio Regular. Isso indica que é necessário pensar em estratégias que assegurem conjuntamente as condições pedagógicas e demais recursos para a melhoria do ensino e da aprendizagem nas escolas públicas de ensino fundamental e ensino médio, de modo que se possa corrigir a:

Matrícula da população de 15 a 17 anos na Alfabetização de Jovens e Adultos (0,32%); Matrícula da população de 15 a 17 anos do Ensino Fundamental (28,69%); Matrícula da população de 15 a 17 anos na EJA (4,82% + 2,02%); Matrícula para a população de 15 a 17 anos que se encontra fora da escola (15,08%).

Por outro lado, vale mencionar o percentual de 1,67% de alunos na faixa etária de 15 a 17 anos que concluíram o ensino médio e ingressaram antes da idade prevista em cursos de graduação de nível superior.

É importante esclarecer, que apesar desse olhar mais acurado sobre a matrícula da população mencionada na Meta 3 do PNE, a taxa de matrícula considerada pelo MEC como indicador da meta é o total de pessoas de 15 a 17 anos que frequenta a escola (36.114 – 84,92%), conforme figura 3. Nesse sentido, um primeiro objetivo seria identificar e inserir a população que não frequenta a escola no sistema de ensino, de modo a atingir os 100% como estipula a meta.

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Figura 3 – Situação dos estados e municípios em relação a Meta Nacional 3A - Ensino Médio

Fonte: MEC/PNE. Consulta ao Portal <http://simec.mec.gov.br/pde/graficopne.php>. Acesso em 24/03/15.

Apesar do que mostra a Figura 3, é necessário observar que pelo menos 85% da população de 15 a 17 anos esteja matriculada no Ensino Médio, o que significa avançar a partir de 47,40%. Nesse sentido, é imperativo obter êxito com a Meta 2, que aponta para a finalização do Ensino Fundamental na idade recomendada. Por isso, não será suficiente apenas assegurar o ingresso das crianças e adolescentes no sistema de ensino, mas fazê-los avançar regularmente na escolaridade, de modo que se obtenha a taxa líquida de escolarização de 85% no Ensino Médio.

Ainda em relação a universalização do Ensino Médio é preciso observar as condições e capacidade de oferta de matrículas nas redes públicas estadual e federal, sendo que a rede municipal não atende a esta etapa de ensino.

De acordo com os dados do Censo Escolar 2014 (MEC/Inep), as redes públicas de Natal somam um número menor de prédios escolares (56 escolas) do que os estabelecimentos privados com oferta de Ensino Médio (80 escolas). No entanto, reúnem o maior percentual de matrícula, conforme mostram os Quadros 19 e 20.

Quadro 19 – Estabelecimentos de Ensino Médio por Dependência Administrativa (Natal, 2014)

Dependência Administrativa Estabelecimentos de Ensino Médio

Absoluto Relativo %

Federal 6 4,41

Estadual 50 36,77

Municipal - -

Privada 80 58,82

Total 136 100 Fonte: Mec/Inep – Censo Escolar 2014. Consulta ao portal <http://www.dataescolabrasil.inep.gov.br/dataEscolaBrasil/>. Acesso em 01/04/15. Organizado por SME-Natal.

Quadro 20: Matrícula do Ensino Médio por Dependência Administrativa de (Natal, 2010-2014)

PERÍODO DEPENDÊNCIA ADMINISTRATIVA ENSINO MÉDIO

Abs. Rel. %

2014

FEDERAL 2.117 5,92

ESTADUAL 23.565 65,87

PRIVADO 10.092 28,21

TOTAL 35.774 100

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2013

FEDERAL 1.919 5,18

ESTADUAL 24.458 65,98

PRIVADO 10.692 28,84

TOTAL 37.069 100

2012

FEDERAL 2.006 5,11

ESTADUAL 26.007 66,24

PRIVADO 11.249 28,65

TOTAL 39.262 100

2011

FEDERAL 2.009 4,90

ESTADUAL 27.231 66,47

PRIVADO 11.727 28,63

TOTAL 40.967 100

2010

FEDERAL 2.001 4,78

ESTADUAL 28.291 67,66

PRIVADO 11.524 27,56

TOTAL 41.816 100

Fonte: MEC/Inep/Censo Escolar – consulta no portal <http://portal.inep.gov.br/web/guest/basica-censo-escolar-matricula>, acesso em 24/03/2015.

Na análise sobre a universalização da escola para a população de 15 a 17 anos em Natal, pode-se inferir que as matrículas das redes públicas federal e estadual cobrem integralmente a camada da população de menor renda média mensal (até 2 salários mínimos), que é de aproximadamente 45% da população residente em 2010. Ressalve-se, porém, que a escola pública não é de acesso exclusivo ou prioritário às populações de baixa renda.

Observe-se, também no Quadro 20, que durante o período de 2010 a 2014, houve um decréscimo progressivo de matrículas no Ensino Médio, que era de 41.816 em 2010 e baixou para 35.774 em 2014, representado uma queda de aproximadamente 14,5%. Nesse sentido, as matrículas acompanham a tendência de redução da população nessa faixa etária (Gráfico 11).

Gráfico 11 – População residente de 15 a 17 anos (Natal, 2000-2010)

Fonte: IBGE/Censo 2000-2010. Consulta ao portal <http://www.sidra.ibge.gov.br>. Acesso em 10/04/15. Organizado por SME-Natal.

46034

42981

2000 2010

População Residente de 15 a 17 anos em Natal

15 a 17 anos

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Conforme dados do Censo Escolar 2010, Natal registrou uma média 34,2 alunos matriculados por turma no Ensino Médio da rede pública. Considerando a redução de população e a meta pretendida, estima-se que não será necessário expandir significativamente o número de escolas para o Ensino Médio, mas investir na qualidade da oferta para a permanência com sucesso, corrigindo distorções, desde o ensino fundamental e EJA, em relação às taxas de reprovação e abandono, o que significa investir em políticas de impacto real na melhoria do ensino e da aprendizagem e na redução da defasagem idade-série.

Segundo a Resolução nº 4/2010, do Conselho Nacional de Educação, que trata das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Básica, a qual orienta a sequencialidade entre as etapas da educação infantil, ensino fundamental e ensino médio, a idade regular para ingresso e frequência nessa última etapa é de 15 a 17 anos.

No Quadro 17, anteriormente apresentado, a taxa líquida de matrícula no ensino médio, que corresponde a porcentagem da população de 15 a 17 anos com matrícula no Ensino Médio Regular, é de apenas 47,4%, enquanto que a média nacional é de 55,3% e a meta nacional a ser alcançada até 2024 é de 85%, conforme figura 4.

Figura 4 – Situação dos estados e municípios em relação a Meta Nacional 3B - Ensino Médio

Fonte: MEC/PNE. Consulta ao Portal <http://simec.mec.gov.br/pde/graficopne.php>. Acesso em 24/03/15.

Apesar de 84,92% da população de 15 a 17 anos frequentar a escola, apenas 47,4% estão matriculadas na etapa adequada a sua faixa etária. É necessário reforçar estratégias que assegurem a conclusão do ensino fundamental na idade recomendada para que não haja distorções no fluxo escolar, ou seja, alunos com mais de dois anos de atraso escolar, seja por reprovação ou por abandono e posterior retorno.

Gráfico 12 – Distorção Idade-Série da Educação Básica na Rede Pública de Natal

Fonte: MEC/Inep – Censo Escolar 2014. Consulta ao portal <http://portal.inep.gov.br/indicadores-educacionais>. Acesso em 20/04/2015. Organizado por SME-Natal.

21,4%

51,0% 50,9%

1º ao 5º EF 6º ao 9º EF E. Médio

Distorção Idade/Série

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O Gráfico 12 e o Quadro 21, mostram os altos índices de distorção idade-série, tanto do ensino fundamental como do ensino médio, pois, reforçando o que foi explicado anteriormente, se o aluno não concluir o Ensino Fundamental na idade recomendada não será possível alcançar a taxa líquida de escolarização estipulada na Meta 3 do PNE.

Quadro 21 – Taxa de distorção idade-série na Educação Básica (Natal, 2014)

Dependência Administrativa 1º ao 5º ano 6º ao 9º ano Ensino Fundamental Ensino Médio

Rede Federal 1,5% -- 1,5% 16,9%

Rede Estadual 27,1% 54,0% 44,6% 53,9%

Rede Municipal 18,7% 46,5% 28,9% --

Redes Públicas 21,4% 51,0% 36,2% 50,9%

Escolas Privadas 5,4% 9,8% 7,2% 8,3%

Total 14,7% 37,4% 25,3% 38,9% Fonte: MEC/Inep – Censo Escolar 2014. Consulta ao portal <http://portal.inep.gov.br/indicadores-educacionais>. Acesso em 20/04/2015. Organizado por SME-Natal.

É importante ressaltar que as Diretrizes Curriculares Nacionais determinam que as escolas, com a colaboração dos sistemas de ensino, disponibilizem tempos e espaços, ao longo do ano letivo, para a oferta de atividades complementares, destinadas à recuperação dos alunos com baixa aprendizagem de modo que todos, indistintamente, obtenham sucesso em seus estudos. Nesse sentido, as estratégias para o alcance das Metas 2 e 3 do PNE, não podem prescindir desse cuidado com o aproveitamento do aluno ao longo do ano letivo, de modo que as dificuldades sejam sanadas em tempo hábil, ao invés de sentenciadas com a reprovação ao final do ano.

Para colocar em ação essa determinação legal, além dos tempos e espaços, será necessária, a disponibilidade de profissionais docentes qualificados para atender a demanda por meio de mapeamento da rede, segundo as avaliações de desempenho escolar, em especial a Prova Brasil e o Enem. Não se pode esquecer, também, a necessidade de os sistemas de ensino criarem e operarem sistemas próprios de avaliação, na forma como determina as Diretrizes Curriculares Nacionais.

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5. EDUCAÇÃO ESPECIAL

A escolaridade obrigatória no Brasil se estende para todas as crianças e adolescentes de 4 a 17 anos, indistintamente, de modo que os sistemas de ensino não podem, sob qualquer pretexto, recusar a matrícula de quem quer que seja. Por esse motivo a Meta 4 do PNE trata da inclusão dos alunos com deficiência no ensino regular, obedecendo ao que dispõe o parágrafo primeiro do Art. 29, das Diretrizes Nacionais da Educação Básica (Resolução CNE/CEB nº 4/2010):

§ 1º Os sistemas de ensino devem matricular os estudantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação nas classes comuns do ensino regular e no atendimento educacional especializado (AEE), complementar ou suplementar à escolarização ofertado em sala de recursos multifuncionais ou em centros de AEE da rede pública ou de instituições comunitárias, confessionais ou filantrópicas sem fins lucrativos.

Como se vê, a inclusão excede a simples inserção das pessoas com deficiência em classes regulares do sistema de ensino. No entanto, assegurar a matrícula é a primeira condição. Nesse sentido, os dados demográficos e educacionais do IBGE (Quadro 22), informam a matrícula em creches ou escolas das pessoas com pelo menos um tipo de deficiência (visual, auditiva, motora ou mental), na faixa etária de 0 a 17 anos, na cidade do Natal em 2010. Note-se que, no sistema de consultas do IBGE não foi possível obter informação acerca da população com 4 anos, associando-se as variáveis deficiência e matrícula em creche ou escola. Por esse motivo, utilizou-se a informação a partir de 0 anos, mesmo porque contempla as crianças com menos de 4 anos atendidas pela Educação Infantil em nível de creche.

Considere-se ainda que a utilização dos dados do IBGE difere do Censo Escolar, uma vez que o Inep coleta dados exclusivamente relativos à população matriculada na Educação Básica e a sua metodologia de pesquisa adota outros cálculos. Porém, segundo orientação do Ministério da Educação (MEC), a construção das estratégias para o alcance da Meta 4 dos Planos de Educação, deve se basear no Censo demográfico por dois motivos: é representativo da população residente no local de interesse e informa qual parcela da população não está sendo atendida na escola.

Quadro 22 – População e matrícula de pessoas com deficiência de 0 a 17 anos (Natal, 2010)

Faixa Etária Frequentavam a creche

ou a escola Não frequentavam a

creche ou a escola População Total Abs. Rel. % Abs. Rel. %

0 a 4 anos 804 41,25 1.145 58,75 1.949

5 a 9 anos 5.975 96,76 200 3,24 6.175

10 a 14 anos 9.450 94,78 520 5,22 9.970

15 a 17 anos 5.461 79,19 1.435 20,81 6.896

Total 21.690 86,8 3.300 13,20 24.990

Nota: Os totais apresentam a contagem de pessoas com pelo menos um tipo de deficiência. As pessoas incluídas em mais de um tipo de deficiência foram contadas apenas uma vez.

Fonte: IBGE – Censo 2010. Consulta ao portal <http://www.sidra.ibge.gov.br>. Acesso em 20/04/2015. Organizado por SME-Natal.

O que se evidencia na leitura do Quadro 22 é que há variação significativa no percentual de inclusão escolar das pessoas com deficiência segundo as faixas etárias. Desse modo, é necessário

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investir mais na ampliação da matrícula da Educação Especial nas etapas da Educação Infantil e no Ensino Médio, com as seguintes ressalvas:

A previsão da meta não abrange as crianças menores de 4 anos, no entanto, com essa idade elas já ingressam na rede escolar, em nível de pré-escola; É provável que a maior parte da população com deficiência, na faixa etária de 15 a 17 anos, não tenha alcançado o Ensino Médio, considerando as altas taxas de reprovação e distorção idade-série.

Corroborando com o Quadro 22, porém com uma pequena variação estatística, o Portal do PNE/MEC, informa o percentual da população de 4 a 17 anos com deficiência que frequenta a escola, conforme se vê na Figura 5. Nesse caso a referência do cálculo também foi o Censo Demográfico 2010 do IBGE.

Figura 5 - Situação dos estados e municípios em relação a Meta Nacional 4 - Inclusão

Fonte: MEC/PNE. Consulta ao Portal <http://simec.mec.gov.br/pde/graficopne.php>. Acesso em 24/03/15.

Importante frisar que a categorização da população considerada com deficiência pelo IBGE difere da categorização adotada na Política Nacional da Educação Especial na Perspectiva Educação Inclusiva (MEC, 2008). Para o MEC o registro da matrícula e o Atendimento Educacional Especializado na perspectiva inclusiva categoriza os alunos como: alunos com deficiência (de natureza física, mental ou sensorial), alunos com transtornos globais do desenvolvimento (síndromes e distúrbios que afetam a psicomotricidade e ou a comunicação) e alunos com altas habilidades ou superdotação. Atualmente, por força da Lei 12.764/2012 e Decreto 8.368/2014, os transtornos globais do desenvolvimento passam a ter nova nomenclatura: Transtorno do Espectro Autista, no entanto, o atual PNE não chegou a adotá-la. Para o IBGE, a população com deficiência foi categorizada em quatro grupos: deficiência visual, auditiva, motora e mental/intelectual. Os três primeiros tipos foram graduados, cada um em três níveis: não consegue de modo algum; grande dificuldade e alguma dificuldade.

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No Quadro 23, temos a síntese da população por tipo de deficiência e sua frequência ou não em creche ou escola por faixa etária.

Quadro 23 – População por tipo de deficiência e frequência em creche ou escola (Natal, 2010)

Faixa Etária

Situação Escolar

Visual Auditiva Motora Mental

Intelectual

Abs. Rel. % Abs. Rel. % Abs. Rel. % Abs. Rel. %

0 a 4 anos

Frequenta 547 55,93 190 50,13 118 19,60 68 35,23

Ñ frequenta 431 44,07 189 49,87 484 80,40 193 64,77

5 a 9 anos

Frequenta 4.489 99,18 1.248 100 553 87,08 425 75,89

Ñ frequenta 37 0,82 - - 82 12,92 135 24,11

10 a 14 anos

Frequenta 7.760 95,96 1.289 97,28 807 90,98 592 69,65

Ñ frequenta 326 4,04 36 2,72 80 0,02 258 30,35

15 a 17 anos

Frequenta 4.750 80,86 592 76,29 404 70,50 165 40,74

Ñ frequenta 1.124 19,14 184 23,71 169 29,50 240 59,26

Fonte: IBGE – Censo 2010 – Consulta ao portal <http://www.sidra.ibge.gov.br>. Acesso em 20/04/15. Organizado por SME-Natal.

Percebe-se, por meio da leitura do Quadro 23, que os tipos de deficiência com menor percentual de inclusão nas creches e escolas são:

Deficiência mental/intelectual, com um percentual médio de matrículas de 55,37%; Deficiência motora, com percentual médio de matrículas 67,04%.

Para a melhoria da inclusão e alcance da Meta 4, é necessário assegurar a execução articulada de políticas relativas a:

Acessibilidade dos prédios escolares e seus equipamentos; Salas de Recursos Multifuncionais (infraestrutura física, equipamentos e mobiliário, materiais didáticos, recursos pedagógicos e tecnologias assistivas); Atendimento Educacional Especializado (profissionais habilitados e funcionamento regular); Formação continuada de professores e profissionais da educação.

As políticas da educação inclusiva devem manter sua articulação com outros setores da administração pública, como a Saúde e a Assistência Social, seja sob a responsabilidade do município, estado ou união, a fim de assegurar a manutenção e ampliação no atendimento do Transporte com Acessibilidade Especial (Caminho da Escola e PRAE), e na assistência concedida pelo Benefício de Prestação Continuada (BPC) à pessoa com deficiência.

Retomando a informação sobre o baixo percentual de inclusão das pessoas com deficiência, observa-se no Quadro 24, baseado em dados do Censo Escolar (MEC/Inep), que muitos prédios escolares da rede pública estadual e municipal necessitam urgentemente de reforma/adequação para atender às necessidades das pessoas com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento (transtorno de espectro autista) e altas habilidades ou superdotação.

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Apesar de o percentual das escolas com boas condições de acessibilidade ainda ser muito baixo nas redes públicas estadual e municipal, o Gráfico 13, igualmente baseado no Censo Escolar (MEC/Inep), mostra uma evolução na adequação arquitetônica das escolas para atender as pessoas com deficiência.

Quadro 24 – Acessibilidade dos prédios escolares para as pessoas com deficiência (Natal, 2013)

Escolas acessíveis às pessoas com deficiência

Dependência Administrativa

Federal Estadual Municipal* Privada Total

Abs. Rel. Abs. Rel. Abs. Rel. Abs. Rel. Abs. Rel.

Dependências acessíveis 6 86% 58 51% 74 52% 142 61% 280 56%

Sanitários acessíveis 6 86% 70 61% 76 54% 151 65% 303 61% Nota: *No caso da rede municipal os valores referem-se aos prédios escolares, incluindo educação infantil e ensino fundamental. Fonte: Mec/Inep – Censo Escolar 2013 – Consulta no portal <http://www.qedu.org.br/>. Acesso em 01/04/15. Organizado por SME-Natal.

Gráfico 13 – Acessibilidade das escolas públicas de Natal

Fonte: Mec/Inep – Censo Escolar 2013 – Consulta no portal <http://www.qedu.org.br/>. Acesso em 01/04/15. Organizado por SME-Natal

Cabe, ainda, apurar a compatibilidade/atualização entre os dados do Censo Escolar (MEC/Inep) com os do Programa Escola Acessível (MEC/FNDE). Este último, é um programa de apoio financeiro que repassa recursos às escolas públicas para promoverem sua adequação arquitetônica, a fim de atender as pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida. Pelos dados do Censo 2013 seriam 132 escolas com dependências acessíveis e 152 escolas com sanitários acessíveis. Nos dados do Programa Escola Acessível são 154 até 2014.

133

140138

135

146

152

2011 2012 2013

Acessibilidade das Escolas Públicas de Natal

DEPENDÊNCIAS BANHEIROS

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Quadro 25 – Programa Escola Acessível em Natal.

PROGRAMA ESCOLA ACESSÍVEL

Ano Estadual Municipal Total

Escola(s) Reais R$ Escola(s) Reais R$ Escola(s) Reais R$

2008 15 236.000,00 10 154.000,00 25 390.000,00

2009 23 67.158,50 1 3.185,00 24 70.343,50

2010 14 208.000,00 8 130.000,00 22 338.000,00

2011 19 156.000,00 21 173.000,00 40 329.000,00

2012 21 236.600,00 3 24.900,00 24 261.500,00

2013 16 191.600,00 13 157.500,00 29 349.100,00

2014 9 102.500,00 10 117.500,00 19 220.000,00

Total Geral 89 1.197.858,50 65 760.085,00 154 1.957.943,50

Nota: - No cálculo dos totais foram consideradas apenas escolas distintas. Nota: - Averiguar as escolas atendidas e os recursos repassados pelo programa Escola Acessível. Nota: - Período referência: data do repasse/pagamento. O programa Escola Acessível promove a adequação de prédios escolares, visando promover um ambiente acessível para pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida. Com o PDE o programa passa a ser executado por meio do PDDE. Em 2009 as escolas foram atendidas pelo PDE-Escola.

FONTE: FNDE

Fonte: PNE – Ações do MEC no seu município. Consulta ao portal <http://painel.mec.gov.br/painel/detalhamentoIndicador/detalhes/municipio/muncod/2408102/captchadis/1>. Acesso em 28/04/15. Organizado por SME-Natal.

Além da matrícula e da acessibilidade nos prédios escolares, a Inclusão Escolar requer a oferta de Atendimento Educacional Especializado (AEE), de maneira complementar ou suplementar à escolarização regular.

Conforme o Art. 5º da Resolução CNE/CEB de nº 4/2009, que estabelece as Diretrizes Operacionais para o Atendimento Educacional Especializado na Educação Básica, o AEE é realizado, prioritariamente, nas Salas de Recursos Multifuncionais da própria escola ou em outra de ensino regular, no turno inverso da escolarização, não sendo substitutivo às classes comuns, podendo ser realizado em centro de atendimento educacional especializado de instituição especializada da rede pública ou de instituições especializadas comunitárias, confessionais ou filantrópicas sem fins lucrativos, conveniadas com a secretaria de educação ou órgão equivalente dos estados, do Distrito Federal ou dos municípios.

As Salas de Recursos Multifuncionais (SRM), implantadas pelo MEC, oferecem serviços especializados, por meio de profissionais qualificados, com o uso de materiais pedagógicos e tecnologias assistivas, a fim de viabilizar a plena participação dos estudantes, conforme suas necessidades específicas. No Quadro 26, observa-se a evolução das SRM no período de 2005 a 2011, por meio da assistência técnica e financeira do MEC que envia às redes públicas de Educação Básica todo os conjuntos (kits) de material pedagógico e demais equipamentos necessários para o Atendimento Educacional Especializado.

O MEC, de acordo com a demanda das matrículas, organiza e orienta o funcionamento das SRM, que são classificadas em tipo I e Tipo II. As salas de Tipo II contêm todos os recursos da sala Tipo I, adicionados os recursos de acessibilidade para alunos com deficiência visual. Os equipamentos, mobiliários e materiais pedagógicos das salas foram sendo revisados e ampliados ao longo dos anos, conforme esclarece o documento orientador para o programa de implantação de salas de recursos multifuncionais (MEC/SECADI).

Dentre os materiais pedagógicos e equipamentos das Salas de Recursos Multifuncionais estão computadores, softwares de acessibilidade, impressoras, scanners, impressoras e máquinas de escrever em Braille, TV com legenda, dominó em Libras, dominó com texturas, lupas eletrônicas,

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teclado colmeia, acionador de mouse. Já os Kits de atualização, distribuídos apenas a partir de 2011, foram compostos por recursos de tecnologia assistiva destinados ao atendimento educacional especializado de estudantes com deficiência visual.

Quadro 26 – Salas de Recursos Multifuncionais em escolas da educação básica (Natal)

ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO – SALAS DE RECURSOS MULTIFUNCIONAIS

ANO

Kits de Atualização

FEDERAL ESTADUAL MUNICIPAL

Escolas SRM Escolas SRM Escolas SRM

2011 - - 4 4 2 2

TOTAL - - 4 4 2 2

ANO

Tipo I

FEDERAL ESTADUAL MUNICIPAL

Escolas SRM Escolas SRM Escolas SRM

2005 - - - - 1 1

2007 - - 4 4 3 3

2008 - - 13 13 10 10

2009 - - 20 20 21 21

2010 - - 11 11 2 2

2011 - - 24 24 15 15

TOTAL - - 72 72 51 52

ANO

Tipo II

FEDERAL ESTADUAL MUNICIPAL

Escolas SRM Escolas SRM Escolas SRM

2005 - - - - - -

2007 - - 1 1 - -

2008 - - 1 1 - -

2009 - - - - - -

2010 1 1 - - - -

2011 - - 1 1 - -

TOTAL 1 1 3 3 - - Nota: No cálculo dos totais foram consideradas apenas escolas distintas. Averiguar o número de SRM e kits de atualização com implantação iniciada, considerando possíveis remanejamentos entre escolas. Fonte: MEC/PNE – Planejando a próxima década: trabalhando juntos. Consulta ao portal <http://painel.mec.gov.br/painel/detalhamentoIndicador/detalhes/municipio/muncod/2408102/captchadis/1>. Acesso em 20/04/15. Organizado por SME-Natal.

Na leitura do Quadro 26, pode-se ver a evolução na implantação das Salas de Recursos Multifuncionais para o AEE em Natal por dependência administrativa. Segundo informações coletadas no portal do MEC, até 2011 haviam 264 escolas públicas de Educação Básica de Natal, das quais 127 (48%) escolas eram equipadas com Salas de Recursos Multifuncionais. Considerando o Censo Escolar, o total de matrícula da Educação Especial inclusiva em escolas públicas da Educação Básica de Natal no ano de 2011 era de 2.066 alunos, o que perfaz uma média de 16 alunos para cada escola com Atendimento Educacional Especializado em Salas de Recursos Multifuncionais.

É importante destacar que o Atendimento Educacional Especializado também se destina aos alunos matriculados na EJA, tanto do Ensino Fundamental como do Ensino Médio, sendo possível que em uma mesma escola ocorra o atendimento para alunos de diferentes etapas/modalidades da Educação Básica (Educação Infantil, Ensino Fundamental, Ensino Médio e EJA), como mostra o Quadro 27, no qual figura as escolas com AEE em Natal.

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Quadro 27 – Estabelecimentos de Ensino Regular da Educação Básica com Atendimento Educacional Especializado em Natal (2013)

Escolas com AEE

Federal Estadual Municipal Privada Total

Abs. Rel. %

Abs. Rel. %

Abs. Rel. %

Abs. Rel. %

Abs. Rel. %

Educação Infantil

- - - - 9 81,82 2 18,18 11 100

Ens. Fundamental

- - 53 57,60 36 39,13 3 2,17 92 100

Ensino Médio - - 25 96,15 - - 1 3,84 26 100

M. Profissional - - 1 100 - - - - 1 100

EJA Fundamental

- - 25 59,52 17 40,47 - - 42 100

EJA Médio - - 5 100 - - - - 5 100 Nota: O percentual refere-se ao total das escolas com oferta de AEE e não ao total de escolas de ensino regular. Uma mesma instituição pode figurar nos diferentes níveis/etapas e modalidades de ensino. Fonte: Mec/Inep – Censo Escolar 2013 – Consulta ao portal <http://www.dataescolabrasil.inep.gov.br/dataEscolaBrasil/>. Acesso em 09/04/15. Organizado por SME-Natal

Além do AEE nas escolas de ensino regular, o Censo Escolar 2014 registra a existência de 7 instituições de atendimento à educação especial, sendo 3 delas administradas pela Secretaria de Estadual de Educação e Cultura (SEEC-RN) e de natureza suplementar ao ensino regular. As outras 4 instituições são comunitárias, confessionais ou filantrópicas sem fins lucrativos, que oferecem o atendimento educacional suplementar ou a escolarização substitutiva, como no caso do Instituto de Cegos de Natal.

Outro registro a se destacar é a evolução na matrícula da Educação Especial (Quadro 28), que aumentou ao longo dos anos, contrariamente ao cenário de redução da matrícula geral na Educação Básica. Pode-se inferir que se houve redução de matrícula geral e aumento da matrícula da Educação Especial as políticas de inclusão têm surtido efeito positivo no interior das escolas, no sentido de garantir o acesso do aluno com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento (ou transtorno de espectro autista) e altas habilidades ou superdotação. No entanto, cabe frisar que o crescimento da matrícula na educação especial não ocorre exclusivamente pelo aumento no atendimento de novos alunos, mas pela permanência do aluno por repetência, sem que este conclua as etapas de sua escolaridade.

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Quadro 28: Matrícula da Educação Especial por etapa/modalidade da Educação Básica e por dependência administrativa em Natal.

MATRÍCULA DA EDUCAÇÃO ESPECIAL (Alunos de escolas especiais e incluídos)

2014

Matrícula FEDERAL ESTADUAL MUNICIPAL PRIVADA TOTAL

Abs. Rel. %

Abs. Rel. %

Abs. Rel. %

Abs. Rel. %

Abs. Rel. %

Creche 5 10,42 - - 29 60,42 14 29,16 48 100

Pré-Escola 3 2,44 - - 71 57,72 49 39,83 123 100

AI Ens. Fund. 12 0,90 427 32,36 632 47,88 249 18,86 1.320 100

AF Ens. Fund. - - 464 51,21 287 31,68 155 17,11 906 100

EJA Fund. - - 200 62,50 115 35,94 5 1,56 320 100

Ens. Médio 2 0,60 272 80,47 - - 64 18,83 338 100

M. Profissional

3 30,00 - - - - 7 70,00 10 100

EJA Médio 1 4,35 20 86,95 - - 2 8,70 23 100

Total 26 0,84 1.383 44,79 1.134 36,72 545 17,65 3.088 100

2013

Matrícula FEDERAL ESTADUAL MUNICIPAL PRIVADA TOTAL

Abs. Rel. %

Abs. Rel. %

Abs. Rel. %

Abs. Rel. %

Abs. Rel. %

Creche 2 5,41 - - 22 59,46 13 35,13 37 100

Pré-Escola 4 3,77 - - 55 51,89 47 44,33 106 100

AI Ens. Fund. 13 1,03 374 29,73 639 50,79 232 18,45 1.258 100

AF Ens. Fund. - - 420 51,03 268 31,97 135 16,40 823 100

EJA Fund. - - 204 59,30 135 39,25 5 1,45 344 100

Ens. Médio 2 0,78 194 75,49 - - 61 23,73 257 100

M. Profissional

3 75,00 - - - - 1 25,00 4 100

EJA Médio 1 5,88 14 82,35 - - 2 11,77 17 100

Total 25 0,88 1.206 42,37 1.119 39,32 496 17,43 2.846 100

2012

Matrícula FEDERAL ESTADUAL MUNICIPAL PRIVADA TOTAL

Abs. Rel. %

Abs. Rel. %

Abs. Rel. %

Abs. Rel. %

Abs. Rel. %

Creche 4 12,90 - - 21 67,75 6 19,35 31 100

Pré-Escola 5 3,70 - - 69 51,11 61 45,19 135 100

AI Ens. Fund. 16 1,29 406 32,66 592 47,63 229 18,42 1.243 100

AF Ens. Fund. - - 377 48,51 270 34,75 130 16,73 777 100

EJA Fund. - - 201 127 8 336 100

Ens. Médio 2 0,83 179 73,97 - - 61 25,20 242 100

M. Profissional

4 57,14 - - - - 3 42,86 7 100

EJA Médio 2 10,00 14 70,00 - - 4 20,00 20 100

Total 33 1,18 1.177 42,17 1.079 38,66 502 17,99 2.791 100

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2011

Matrícula FEDERAL ESTADUAL MUNICIPAL PRIVADA TOTAL

Abs. Rel. % Abs. Rel. % Abs. Rel. % Abs. Rel. % Abs. Rel. %

Creche 3 11,54 - - 16 61,54 7 26,92 26 100

Pré-Escola 11 8,40 - - 62 47,33 58 44,27 131 100

AI Ens. Fund. 8 0,63 403 31,81 606 47,83 250 19,73 1.267 100

AF Ens. Fund. - - 289 46,38 222 35,62 112 17,98 623 100

EJA Fund. - - 157 53,77 125 42,80 10 3,43 292 100

Ens. Médio 3 1,60 137 72,87 - - 48 25,53 188 100

M. Profissional 2 25,00 - - - - 6 75,00 8 100

EJA Médio 2 8,00 20 80,00 - - 3 12,00 25 100

Total 29 1,13 1.006 39,30 1.031 40,27 494 19,30 2.560 100

2010

Matrícula FEDERAL ESTADUAL MUNICIPAL PRIVADA TOTAL

Abs. Rel. % Abs. Rel. % Abs. Rel. % Abs. Rel. % Abs. Rel. %

Creche 1 5,00 - - 12 60,00 7 35,00 20 100

Pré-Escola 6 4,84 - - 59 47,58 59 47,58 124 100

AI Ens. Fund. 1 0,09 342 31,64 514 47,55 224 20,72 1.081 100

AF Ens. Fund. - - 214 46,72 178 36,70 93 19,18 485 100

EJA Fund. - - 113 46,31 114 47,72 17 6,97 244 100

Ens. Médio 3 1,82 115 69,70 - - 47 28,48 165 100

M. Profissional 2 22,22 - - - - 7 77,78 9 100

EJA Médio 1 8,34 7 58,33 - - 4 33,33 12 100

Total 14 0,66 791 36,96 877 40,98 458 21,40 2.140 100 Fonte: MEC/Inep/Censo Escolar – consulta no portal <http://portal.inep.gov.br/web/guest/basica-censo-escolar-matricula>, acesso em 24/03/2015. Organizado por SME-Natal.

Note-se, na leitura do Quadro 28, que a matrícula registrada da Educação Especial excede a faixa etária de 4 a 17 anos, pelo fato de incluir a Educação Infantil em nível de creche (0 a 3 anos) e a Educação de Jovens e Adultos, como também as conhecidas taxas de distorção idade-série da Educação Básica.

O Gráfico 14, sintetiza a evolução da matrícula total das pessoas com deficiência na Educação Básica, considerando a somatória geral nas esferas federal, estadual, municipal e privada.

Gráfico 14 – Evolução da Matrícula da Educação Especial na Educação Básica de Natal

Fonte: MEC/Inep/Censo Escolar – consulta no portal <http://portal.inep.gov.br/web/guest/basica-censo-escolar-matricula>, acesso em 24/03/2015. Organizado por SME-Natal.

Por fim, é preciso lembrar que as estratégias para universalizar a inclusão não podem prescindir das orientações normativas constantes nas Diretrizes Operacionais para o Atendimento Educacional Especializado, na Educação Básica, modalidade Educação Especial (CNE/CEB, Resolução nº 4/2009) e das Especificidades Curriculares de cada etapa/modalidade da Educação Básica

2.1402.560

2.791 2.8463.088

2010 2011 2012 2013 2014

Matrícula da Educação Especial na Educação Básica

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(Educação Infantil, Ensino Fundamental, Ensino Médio, Educação de Jovens e Adultos, Educação Profissional Técnica), uma vez que a inclusão transversaliza todos níveis, etapas e modalidades da educação. No entanto, destaca-se, como estratégias comuns para todas as situações apontadas, que os sistemas de ensino se responsabilizem com:

a formação de professores para o AEE; as salas de recursos multifuncionais; os tradutores e intérpretes de LIBRAS e guia-intérprete; os profissionais de apoio ao aluno para atuar, principalmente, nas atividades de

alimentação, higiene e locomoção.

Noutras palavras, o alcance da meta de inclusão requer um conjunto coordenado de ações articuladas, devido a existência de condicionantes interdependentes.

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6. ALFABETIZAÇÃO

A meta 5 do Plano Nacional de Educação (PNE 2014-2024) desafia a escola pública a vencer o analfabetismo, cujas causas não estão mais na exclusão escolar, fortemente combatida pelas políticas emanadas a partir da atual Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBN, Lei nº 9.094/96). Hoje, o analfabetismo se assenta nos processos ineficientes de escolarização, desde os anos iniciais do Ensino Fundamental, e desafia os sistemas de ensino a alcançarem padrões adequados de qualidade, os quais se manifestam no rendimento e desempenho escolar, equacionados no índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). Ou seja, é preciso reduzir o desperdício (reprovação e abandono) e melhorar os resultados da aprendizagem, aferidos pelas avaliações externas: Provinha Brasil, Avaliação Nacional da Alfabetização (ANA) e Prova Brasil.

Em face dos problemas que historicamente impactam a qualidade do ensino público no Brasil, a Lei nº 11.114/2005, complementada pelas Leis nº 11.274/2006 e 11.330/2006, alterou a duração do Ensino Fundamental para 9 anos, com ingresso a partir dos 6 anos de idade. Por sua vez, as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental de 9 (nove) anos (CNE/CEB, Resolução nº 4/2010), estabelecem que os três primeiros anos de escolaridade compõem o ciclo de alfabetização. Durante esse período é vetada a reprovação, somente possível ao final do 3º ano se houver frequência insuficiente (inferior a 75%) determinada pela média cumulativa dos três anos no ciclo. A matrícula para ingresso no 1º ano do Ensino Fundamental é de 6 anos, desse modo, considerando a progressão continuada no ciclo de alfabetização a idade regular para ingresso no 3º ano é de 8 anos.

Dentre as políticas que visam a melhoria da qualidade do ensino, destaca-se o Plano de Metas Compromisso Todos pela Educação (Decreto nº 6.094/2007), o qual determinou a responsabilidade dos entes federativos com a alfabetização das “crianças até, no máximo, os 8 (oito) anos de idade, aferindo os resultados por exame periódico específico”. Visando colaborar com o sucesso do referido Plano, o Ministério da Educação (MEC) lançou no final de 2012 o Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa (Pnaic), com objetivos estruturados em quatro eixos de atuação:

1. Formação continuada para os professores alfabetizadores e seus orientadores de estudo; 2. Materiais didáticos, obras e de apoio pedagógico, jogos e tecnologias educacionais; 3. Avaliações sistemáticas; 4. Gestão, mobilização e controle social.

Em consonância com a legislação e as políticas voltadas para a melhoria da Educação Básica, o PNE estabeleceu na Meta 5 a necessidade de “alfabetizar todas as crianças, no máximo, até o 3º (terceiro) ano do ensino fundamental”.

Diante do exposto, é preciso observar que na Meta 5 a referência é feita em relação à criança e não à idade. Por essa razão a orientação do MEC, no portal do PNE 2014-20241, é que o conceito de “criança” seja fixado para pessoas de até 15 anos. Por outro lado, para a elaboração do Plano Municipal de Educação de Natal, a análise do indicador dessa Meta tomará por referência a população de até 14 anos, uma vez que a referida meta restringe sua abrangência ao Ensino Fundamental.

Os dados considerados para o diagnóstico relativo à Meta 5 foram coletados, principalmente, do Censo 2010 (IBGE), cabendo lembrar que o ciclo de alfabetização somente passa vigorar para o ano letivo de 2011, uma vez que a Resolução do Conselho Nacional de Educação data de dezembro de 2010. Nesse sentido, os dados de 2010 apresentam altos índices de distorção idade-série, justificados pela reprovação recorrente e pelas matrículas da educação especial.

1 A informação consta na nota técnica do indicador da meta 5, na página eletrônica do PNE/MEC, por meio de consulta no portal <http://simec.mec.gov.br/pde/pne/notas_tecnicas/NT_Indicador_5.pdf>. Acesso em 10/04/2015.

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A alfabetização de todas as crianças até o 3º ano, associada à progressão continuada, possibilita a continuidade do percurso escolar com maiores chances de sucesso, diminuindo-se a reprovação e, consequentemente, a distorção idade-série, o abandono escolar ou a matrícula precoce na Educação de Jovens e Adultos.

Segundo dados do Censo 2010 (IBGE), os Quadros 29 e 30 expõem a necessidade urgente de correção nas taxas relativas à distorção idade-série junto a população de 6 a 14 anos. A maior parte dos alunos encontrava-se matriculada em turmas diferentes daquela recomendada (marcada em negrito) para sua faixa etária, registrando-se, inclusive, matrícula na Educação Infantil de alunos com até 11 anos. Provavelmente casos de matrícula da educação especial e classes hospitalares.

Quadro 29 – População de 6 a 14 anos e escolaridade declarada (Natal, 2010)

Idade/Curso-Série que frequentava

6 anos 7 anos 8 anos 9 anos 10

anos 11

anos 12

anos 13

anos 14

anos

Pré-escolar 1.852 512 323 435 232 81 - -

Classe de Alfabetização

2.883 1.475 737 781 414 381 - -

EF - 1º Ano 3.247 1.473 301 77 109 18 29 57 70

EF - 1ª Série/2º ano 1.687 4.655 1.319 261 97 148 60 101 44

EF - 2ª Série/3º ano 325 2.344 4.794 1.456 702 97 41 - -

EF - 3ª Série/4º ano - 439 2.866 5.298 3.004 864 378 203 90

EF - 4ª Série/5º ano - - 647 2.658 5.670 2.672 1.115 662 566

EF - 5ª Série/6º ano - - - 467 3.115 5.749 3.287 1.928 1.243

EF - 6ª Série/7º ano - - - - 197 2.180 3.922 2.685 1.680

EF - 7ª Série/8º ano - - - - - 415 1.924 3.240 1.818

EF - 8ª Série/9º ano - - - - - - 319 2.629 4.167

EM - 1ª Série - - - - - - - 319 2.249

EM - 2ª Série - - - - - - - - 284

Alfabetização de Jovens e Adultos

- - - - - - - 34 43

EJA – Fundamental - - - - - - 450 561 728 Fonte: IBGE – Censo Demográfico 2010. Consulta ao portal <http://www.sidra.ibge.gov.br/>. Acesso em 28/04/15. Organizado por SME-Natal.

Quadro 30 - Taxa de Alfabetização da População 6 a 14 anos (Natal, 2010)

Idade Frequentava a

creche ou escola

Alfabetizada Matriculados no ano/série

recomendado

Matriculados com atraso

escolar

Matriculados com avanço

escolar

6 anos 94,40% 51,80% 61,33% -* 0,20%

7 anos 96,50% 69,71% 42,71% 31,75% 25,54%

8 anos 96,55% 80,73% 43,63% 24,39% 31,98%

9 anos 98,87% 87,08% 46,34% 26,33% 27,33%

10 anos 98,00% 90,88% 41,80% 33,60% 24,40%

11 anos 96,88% 94,05% 45,61% 20,59% 33,80%

12 anos 96,23% 95,12% 34,03% 46,51% 19,46%

13 anos 96,07% 96,01% 26,09% 50,17% 23,74%

14 anos 93,63% 96,70% 32,10% 48,39% 19,51%

6 a 14 anos 96,34% 85,78% 41,72% 34,31% 23,97% * Não se considerou como atraso escolar as crianças com 6 anos matriculadas na Educação Infantil. Fonte: IBGE – Censo Demográfico 2010. Consulta ao portal <http://www.sidra.ibge.gov.br/>. Acesso em 28/04/15. Organizado por SME-Natal.

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Eis algumas observações importantes possibilitadas pela leitura dos Quadros 29 e 30:

Não é possível discriminar qual parcela de crianças está, ou não, alfabetizada, combinando-se as variáveis idade e ano de escolaridade; É possível, como a experiência tem demonstrado, que existam alunos não alfabetizados no 3º ano e anos seguintes; Existe uma parcela menor de crianças que conseguem avançar mais rápido na sua escolaridade, e uma parcela maior de crianças que estão com atraso escolar, considerando a idade-série recomendada; A partir dos 7 anos de idade, o percentual de crianças matriculadas na turma adequada para sua idade diminui significativamente, não chegando em nenhum estrato etário a mais do que 46%; A taxa média de população de 6 a 14 anos não alfabetizada é de aproximadamente 15% e reforça a taxa de distorção idade-série.

Para acompanhar o processo de alfabetização foi criada a Avaliação Nacional da Alfabetização (ANA) que integra do Sistema de Avaliação da Educação Básica (SAEB). Trata-se de um indicador direcionado para unidades escolares e estudantes matriculados no 3º ano do ensino fundamental, fase final do Ciclo de Alfabetização. Insere-se no contexto de atenção voltada à alfabetização prevista no Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa (Pnaic) e os testes são destinados a aferir os níveis de alfabetização em relação ao desempenho em Língua Portuguesa (alfabetização e letramento) e Matemática (números e operações, geometria, grandezas e medidas, e tratamento da informação).

Em Natal, cabe destacar os seguintes resultados gerais da ANA 2013, relativos a participação, indicador de nível sócio econômico (INSE) e desempenho nas áreas avaliadas:

a. Participação:

Pontua-se a necessidade de incentivar e promover os meios para assegurar a participação dos 20% de alunos que não realizaram o exame, especialmente, se considerada a experiência prática de que grande parte desses alunos são aqueles que já se encontram em condições de aprendizagem mais fragilizadas ou dificultadas.

Quadro 31 – Participação de escolas e alunos na ANA (Natal, 2013)

Dependência Administrativa

Escolas Participantes Previsão de Alunos Alunos Avaliados

Estadual 51 2.138 1.696 (79,3%)

Municipal 57 4.160 3.351 (80,5%)

Total 108 6.298 5.047 (80,1%) Fonte: SEEC/RN. Dados da Avaliação Nacional de Alfabetização 2013 (ANA/INEP/MEC). Organizado por SME-Natal.

b. Indicador de nível socioeconômico (INSE)2:

Observa-se a predominância de escolas classificadas com nível socioeconômico 4. Isto significa, segundo a metodologia de pesquisa do INEP, que nestas escolas os alunos, de modo geral, indicaram que há em sua casa bens elementares como rádio, geladeira, telefones celulares,

2 O INSE pontua de 1 a 7 em escala crescente de nível, considerando a renda familiar, escolaridade média dos pais e condições de vida, moradia e consumo de bens e serviços. Para maiores esclarecimentos conferir nota técnica do INEP, disponível em <http://download.inep.gov.br/educacao_basica/saeb/ana/resultados/2014/nota_tecnica_inse.pdf>. Acesso em 08/05/2015.

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banheiro e dois ou mais televisores em cores. Possuem bens complementares como videocassete ou DVD, máquina de lavar roupas e computador (com ou sem internet), freezer, telefone fixo e carro. A renda familiar mensal está entre 1 e 2 salários mínimos; seus pais ou responsáveis completaram o ensino fundamental, podem ter concluído ou não o ensino médio, mas não completaram a faculdade.

Quadro 32 – Indicador de nível socioeconômico na ANA (Natal, 2013)

Dependência Administrativa

Classificação das Escolas pelo Indicador Socioeconômico Total

INSE 3 INSE 4 INSE 5

Estadual 7 (13,7%) 34 (66,7%) 10 (19,6%) 51 (47,2%)

Municipal 4 (7,0%) 49 (86,0%) 4 (7,0%) 57 (52,8%)

Total 11 (10,1%) 83 (76,9%) 14 (13,0%) 108 (100%) Fonte: SEEC/RN. Dados da Avaliação Nacional de Alfabetização 2013 (ANA/INEP/MEC). Organizado por SME-Natal.

As condições de vida e a escolaridade dos pais são fatores considerados como variável

condicionante do desempenho da aprendizagem. Nota-se que na rede estadual as escolas com INSE 3 e 4 tem média de desempenho equivalente em leitura (Quadro 33), enquanto nas escolas classificadas com INSE 5 observa-se acentuada melhoria nos resultados de desempenho dos alunos. No caso da rede municipal, registra-se um fato curioso, pois os alunos de melhor nível socioeconômico (INSE 5) não se destacaram dos demais, inclusive sequer pontuaram no nível 4 de proficiência em leitura. Estes alunos obtiveram, inclusive, um desempenho inferior em leitura se comparados aos alunos de INSE 3. Quadro 33 – Proficiência e indicador de nível socioeconômico na ANA (Natal, 2013)

Área de Conhecimento

Proficiência Rede Estadual Rede Municipal

INSE 3 INSE 4 INSE 5 INSE 3 INSE 4 INSE 5

Leitura

Nível 1 47,1% 40,5% 19,7% 44,6% 35,3% 43,7%

Nível 2 28,6% 34,0% 35,8% 31,9% 34,4% 25,0%

Nível 3 23,5% 21,0% 32,9% 21,4% 25,2% 31,3%

Nível 4 0,7% 4,5% 11,6% 2,1% 5,1% 0%

Escrita

Sem Pontuação 10,0% 9,3% 6,0% 11,1% 9,2% 6,4%

Nível 1 44,3% 37,0% 25,2% 43,4% 30,1% 25,0%

Nível 2 17,6% 18,7% 19,8% 19,2% 20,9% 20,3%

Nível 3 15,1% 23,4% 35,2% 14,9% 26,0% 27,9%

Nível 4 13,0% 11,6% 13,8% 11,4% 13,8% 20,4%

Matemática

Nível 1 44,2% 38,6% 20,8% 50,0% 36,1% 51,3%

Nível 2 31,9% 34,2% 43,7% 32,4% 37,4% 18,0%

Nível 3 7,2% 14,4% 13,4% 11,1% 15,1% 23,3%

Nível 4 16,7% 12,8% 22,0% 6,5% 11,4% 7,4% Fonte: SEEC/RN. Dados da Avaliação Nacional de Alfabetização 2013 (ANA/INEP/MEC). Organizado por SME-Natal.

c. Leitura

Em termos gerais, os dados de rendimento em leitura, aferidos na ANA foram sintetizados no Gráfico 15. Os alunos que pontuaram no nível 1 alcançaram até 425 pontos, no nível 2 até 525 pontos, no nível 3 até 625 e no nível 4 alcançaram pontuação maior que 625.

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Gráfico 15 – Proficiência de Leitura na ANA (Natal, 2013)

Fonte: SEEC/RN. Dados da Avaliação Nacional de Alfabetização 2013 (ANA/INEP/MEC). Organizado por SME-Natal.

Considerando a Matriz de Referência de Língua Portuguesa, os níveis 1 e 2 indicam um processo de alfabetização insuficiente e elementar, sendo necessário dobrar os esforços para se alcançar a meta 5 do PNE. Nesse sentido, observe-se que apenas 30% dos alunos do 3º ano estão seguramente enquadrados dentro do objetivo da referida meta. Entre as redes é possível perceber uma acentuada diferença na média de desempenho do nível 4, com vantagem para os alunos da rede estadual.

d. Escrita:

Em termos gerais, os dados de rendimento em escrita, aferidos na ANA foram sintetizados no Gráfico 16. Os alunos que pontuaram no nível 1 alcançaram até 400 pontos, no nível 2 até 500 pontos, no nível 3 até 580 e no nível 4 alcançaram pontuação maior que 580. Registrou-se, ainda, casos em que os cadernos de prova não foram pontuados por conter a escrita de palavras sem relação semântica com a imagem apresentada ou escrita incompreensível.

Gráfico 16 – Proficiência de Escrita na ANA (Natal, 2013)

Fonte: SEEC/RN. Dados da Avaliação Nacional de Alfabetização 2013 (ANA/INEP/MEC). Organizado por SME-Natal.

38,5%

31,6%

25,9%

4,0%

35,8%

32,8%

25,8%

5,6%

41,2%

30,4%

26,1%

2,5%

Nível 1

Nível 2

Nível 3

Nível 4

ANA - Proficiência em Leitura - Natal, 2013Municipal Estadual Média

8,9%

33,1%

19,4%

23,8%

14,0%

8,5%

35,5%

18,7%

24,6%

12,8%

8,9%

30,4%

20,1%

22,9%

15,2%

Sem Pontuação

Nível 1

Nível 2

Nível 3

Nível 4

ANA - Proficiência em Escrita - Natal, 2013Municipal Estadual Média

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Considerando a Matriz de Referência de Língua Portuguesa, os níveis 1 e 2, além dos casos em que sequer houve pontuação, indicam um processo de alfabetização insuficiente e elementar, sendo necessário dobrar os esforços para se alcançar a meta 5 do PNE. Nesse sentido, observa-se que apenas 37,8% dos alunos do 3º ano estão seguramente enquadrados no objetivo da referida meta, enquanto aproximadamente 3.000 alunos, necessitam de atenção pedagógica urgente. Entre as redes as diferenças de resultado são discretas em qualquer dos níveis de proficiência em escrita.

e. Matemática

Em termos gerais, os dados de rendimento em matemática, aferidos na ANA foram sintetizados no Gráfico 17. Os alunos que pontuaram no nível 1 alcançaram até 425 pontos, no nível 2 até 525 pontos, no nível 3 até 575 e no nível 4 alcançaram pontuação maior que 575. A Matriz de Referência em matemática é dividida em quatro eixos, a saber: numérico e algébrico, geometria, grandezas e medidas, e tratamento da informação.

Considerando a Matriz de Referência de Matemática, os níveis 1 e 2 indicam um processo de alfabetização matemática incipiente e elementar, sendo necessário dobrar os esforços para se alcançar a meta 5 do PNE. Nesse sentido, observe-se que somente 26,9% dos alunos do 3º ano, estão seguramente enquadrados dentro do objetivo da referida meta. Em comparação com o desempenho de leitura e escrita, a matemática é a área que conta com menor índice de alunos com proficiência adequada. Na comparação entre as redes houve uma variação nos percentuais obtidos em todos níveis, apontando um melhor resultado geral para a rede estadual que obteve 28,8% dos alunos com aprendizado adequado, enquanto na rede municipal são 24,9% dos alunos nesse mesmo nível de proficiência.

Gráfico 17 – Proficiência de Matemática na ANA (Natal, 2013)

Fonte: SEEC/RN. Dados da Avaliação Nacional de Alfabetização 2013 (ANA/INEP/MEC). Organizado por SME-Natal.

Dentre os fatores que viabilizam o sucesso das metas do PNE relacionadas à melhoria da qualidade da educação está a necessária articulação entre as etapas da educação básica e desta com a educação superior. No caso da Meta 5, em análise, cabe destacar a adoção de estratégias direcionadas para:

40,2%

32,9%

14,1%

12,8%

34,5%

36,6%

11,6%

17,2%

45,8%

29,3%

16,5%

8,4%

Nível 1

Nível 2

Nível 3

Nível 4

ANA - Proficiência em Matemática - Natal, 2013Municipal Estadual Média

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As políticas de oferta e de melhoria da formação inicial e continuada dos professores, especialmente os professores alfabetizadores;

O acompanhamento estruturado dos processos pedagógicos, de modo que a progressão continuada dos alunos não se transforme em frouxidão no controle do ensino e da aprendizagem;

A utilização de instrumentos específicos de avaliação da aprendizagem, capazes de informar, principalmente, sobre os processos de leitura e de escrita, sem descartar os demais componentes curriculares;

Os projetos permanentes de apoio pedagógico para alunos com baixo rendimento e baixa frequência;

O funcionamento regular e adequado das Salas de Recursos Multifuncionais para o Atendimento Educacional Especializado (AEE);

O uso de tecnologias educacionais e de práticas pedagógicas que favoreçam a melhoria da aprendizagem e do processo de alfabetização, contribuindo para a redução do desperdício escolar.

A garantia do planejamento coletivo articulado e em consonância com o currículo e o projeto político pedagógico da escola;

O cumprimento do calendário letivo com no mínimo de 200 dias e 800 horas de aula.

Dentre as ferramentas disponíveis para o acompanhamento dos processos pedagógicos cabe destacar a aplicação de diagnóstico escolar na forma como recomenda o INEP/PNUD/UNICEF por meio da cartilha Indicadores de Qualidade da Educação e do Plano de Desenvolvimento da Escola (PDE-Interativo) gerido pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE/MEC). Em relação à avaliação da aprendizagem cabe considerar a Provinha Brasil e a Avaliação Nacional de Alfabetização (ANA) como referência para a tomada de decisões político pedagógicas, uma vez que situam o desempenho escolar nas áreas de Língua Portuguesa e Matemática, para alunos do 2º e 3º anos respectivamente.

Por fim, é necessário salientar que o uso das referidas ferramentas de acompanhamento dos processos pedagógicos e de avaliação da aprendizagem possibilita aos gestores dos sistemas de ensino, gestores escolares e professores, cada um no âmbito de suas atribuições, maior objetividade, engajamento e compromisso com a alfabetização de todos os alunos até o 3º ano do ensino fundamental.

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7. EDUCAÇÃO INTEGRAL

Gráfico 18 – Escolas da Educação Básica com matrícula em tempo integral por dependência administrativa (Natal)

Fonte: Observatório do PNE. MEC/Inep/DEED/Censo Escolar/Preparação: Todos Pela Educação. Consulta ao Portal <http://www.observatoriodopne.org.br/ >. Acesso em 08/05/15. Organizado por SME-Natal.

2011 2012 2013

89,0% 86,7% 86,3%

27,1%20,1% 24,5%

Escolas Públicas e Privadas Matrículas em Tempo Integral

Pública Privada

A Educação em Tempo Integral é considerada pela comunidade educacional como uma

proposta de mudança qualitativa no currículo, por meio da qual se propõe a reorganização e a ampliação dos tempos e espaços que compõem os processos educativos, de modo a superar a maneira discursiva e abstrata presente na prática escolar e a ampliar e a ressignificar as aprendizagens, a formação e o desenvolvimento dos educandos. Assim, ampliar o tempo de permanência do aluno na escola não significa fazer mais do mesmo, mas viabilizar uma melhoria significativa dos processos educativos com repercussão qualitativa nos resultados do ensino e da aprendizagem.

Dentre as políticas públicas e programas do Governo Federal que mais contribuem para a oferta da Educação em Tempo Integral, que prevê uma jornada de atividades escolares de pelo menos 7 (sete) horas diárias, destaca-se o Programa Mais Educação, o Plano de Ações Articuladas (PAR), o Plano de Desenvolvimento da Escolas (PDE) e o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). Juntos, possibilitam a ampliação do tempo escolar, que requer uma diversidade de investimentos e recursos para o atendimento aos educandos nas escolas públicas.

O Programa Mais Educação, instituído pela Portaria Interministerial nº 17/2007 e regulamentado pelo Decreto 7.083/10, constitui-se como estratégia do Ministério da Educação para induzir a ampliação da jornada escolar e a organização curricular na perspectiva da Educação Integral. O programa promove a educação integral por meio de atividades socioeducativas no contraturno escolar, com vistas à ampliação do tempo e do espaço educativo das redes públicas de ensino.

A adesão ao Programa Mais Educação é realizada pelo site do PDDE Interativo. As escolas das redes públicas de ensino estaduais, municipais e do Distrito Federal fazem a adesão ao Programa e, de acordo com o projeto educativo em curso, optam por desenvolver atividades nos seguintes macrocampos: acompanhamento pedagógico, educação ambiental, esporte e lazer, direitos humanos em educação, cultura e artes, cultura digital, promoção da saúde, comunicação e uso de mídias, investigação no campo das ciências da natureza, e educação econômica.

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Quadro 34 – Escolas da Educação Básica com matrículas em tempo integral

Dependência Administrativa

2011 2012 2013

Abs. Rel. % Abs. Rel. % Abs. Rel. %

Pública 235 89,0 229 86,7 227 86,3

Privada 49 21,7 46 20,1 57 24,5

TOTAL 284 58,0 275 55,8 284 57,3 Fonte: Observatório do PNE. MEC/Inep/DEED/Censo Escolar/Preparação: Todos Pela Educação. Consulta ao Portal <http://www.observatoriodopne.org.br/>. Acesso em 08/05/15. Organizado por SME-Natal.

O Gráfico 18 e o Quadro 34 informam que a oferta da educação em tempo integral é mais ampla na rede pública do que nas escolas privadas, considerando que o número de estabelecimentos privados com oferta de educação básica é superior ao somatório dos estabelecimentos da rede pública estadual, municipal e federal.

O Quadro 35 informa o quantitativo de escolas com oferta do Programa Mais Educação em Natal, por meio do qual se percebe que na rede estadual a oferta oscila no período de 2008 a 2010 e no período seguinte se estabiliza. No caso da rede municipal observa-se um aumento progressivo da oferta, atingindo em 2014 a quase totalidade das escolas municipais de ensino fundamental.

Quadro 35 – Quantitativo de escolas com oferta do Programa Mais Educação em Natal

ANO ESCOLAS POR DEPENDÊNCIA ADMINISTRATIVA

TOTAL ESTADUAL MUNICIPAL

2008 45 17 62

2009 92 43 135

2010 104 51 155

2011 99 51 150

2012 92 60 144

2013 91 60 151

2014 92 65 157 Fonte: MEC/PNE. Ações do MEC no seu município. Consulta ao Portal <http://painel.mec.gov.br/painel/detalhamentoIndicador/detalhes/municipio/muncod/2408102/captchadis/1>. Acesso em 08/05/15. Organizado por SME-Natal.

As figuras 6 e 7 informam que o percentual de escolas em Natal com oferta de Educação Integral (87,9%) é bastante superior às médias nacional (34,7%), regional (27,5%) e estadual (41,6%), no entanto, o percentual de alunos com jornada escolar igual ou superior a 7h precisa aumentar, conforme se vê na taxa registrada de 24% no ano de 2013 no município de Natal.

Figura 6 – Situação dos estados e municípios em relação a Meta Nacional 6A – Educação Integral

Fonte: MEC/PNE. Consulta ao Portal <http://simec.mec.gov.br/pde/graficopne.php>. Acesso em 24/03/15.

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Figura 7 - Situação dos estados e municípios em relação a Meta Nacional 6B – Educação Integral

Fonte: MEC/PNE. Consulta ao Portal <http://simec.mec.gov.br/pde/graficopne.php>. Acesso em 24/03/15.

Conforme o exposto nas figuras 6 e 7 e no Quadro 36, cabe um estudo e reordenamento da rede, em regime de colaboração entre as Secretarias de Educação do estado e do município, de forma a reestruturar e ampliar a oferta de Educação em Tempo Integral, pois ao mesmo tempo em que as estatísticas apontam para uma redução progressiva da matrícula na educação básica, não gerando construção de novos prédios escolares, a jornada de 7h reduz a capacidade de atendimento da escola em número de matrículas devido as condições existentes de ocupação dos seus espaços.

Quadro 36 - Matrícula em tempo Integral na Educação Básica

EDUCAÇÃO INFANTIL – CRECHE

Dependência Administrativa 2011 2012 2013

Abs. Rel. % Abs. Rel. % Abs. Rel. %

Pública 3.230 94,0 3.618 96,2 3.498 94,8

Privada 238 7,7 302 7,5 364 9,2

TOTAL 3.468 53,1 3.920 50,5 3.862 50,5

EDUCAÇÃO INFANTIL – PRÉ-ESCOLA

Dependência Administrativa 2011 2012 2013

Abs. Rel. % Abs. Rel. % Abs. Rel. %

Pública 626 9,6 162 2,4 239 3,6

Privada 147 1,2 227 2,0 249 2,2

TOTAL 773 4,0 389 2,1 488 2,7

EDUCAÇÃO INFANTIL – GERAL

Dependência Administrativa 2011 2012 2013

Abs. Rel. % Abs. Rel. % Abs. Rel. %

Pública 3.856 38,6 3.780 35,8 3.737 35,9

Privada 385 2,4 529 3,4 613 4,0

TOTAL 4.241 16,4 4.309 16,5 4.350 16,9

ENSINO FUNDAMENTAL – ANOS INICIAIS

Dependência Administrativa 2011 2012 2013

Abs. Rel. % Abs. Rel. % Abs. Rel. %

Pública 12.154 31,5 11.656 32,2 11.611 33,4

Privada 139 0,6 160 0,7 204 0,9

TOTAL 12.293 20,3 11.816 19,9 11.815 20,3

ENSINO FUNDAMENTAL – ANOS FINAIS

Dependência Administrativa 2011 2012 2013

Abs. Rel. % Abs. Rel. % Abs. Rel. %

Pública 8.981 24,4 10.472 29,7 10.039 28,9

Privada 141 0,9 84 0,5 92 0,5

TOTAL 9.122 17,1 10.556 20,2 10.131 19,7

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ENSINO FUNDAMENTAL – GERAL

Dependência Administrativa 2011 2012 2013

Abs. Rel. % Abs. Rel. % Abs. Rel. %

Pública 21.135 28,0 22.128 31,0 21.650 31,1

Privada 280 0,7 244 0,6 296 0,7

TOTAL 21.415 18,8 22.372 20,1 21.946 20,0

ENSINO MÉDIO

Dependência Administrativa 2011 2012 2013

Abs. Rel. % Abs. Rel. % Abs. Rel. %

Pública 891 3,0 831 2,9 143 0,5

Privada 146 1,2 100 0,9 34 0,3

TOTAL 1.037 2,5 931 2,4 177 0,5

EDUCAÇÃO BÁSICA – GERAL

Dependência Administrativa 2011 2012 2013

Abs. Rel. % Abs. Rel. % Abs. Rel. %

Pública 26.288 19,1 27.504 20,7 25.588 19,9

Privada 1.074 1,4 1.056 1,4 1.251 1,7

TOTAL 27.362 12,8 28.560 13,7 26.839 13,2 Fonte: Observatório do PNE. MEC/Inep/DEED/Censo Escolar/Preparação: Todos Pela Educação. Consulta ao Portal <http://www.observatoriodopne.org.br/>. Acesso em 08/05/15. Organizado por SME-Natal.

No caso da Educação Infantil, a educação em tempo integral ocorre em quase 100% para os alunos da rede pública matriculados em creche, enquanto a maioria dos alunos da pré-escola tem uma jornada escolar de 4h diárias.

Quadro 37 – Escolas da Educação Infantil com matrículas em tempo integral

EDUCAÇÃO INFANTIL - GERAL

Dependência Administrativa 2011 2012 2013

Abs. Rel. % Abs. Rel. % Abs. Rel. %

Pública 63 70,8 61 68,5 59 68,6

Privada 17 9,2 15 8,1 20 10,4

TOTAL 80 29,3 76 27,7 79 28,4

EDUCAÇÃO INFANTIL – CRECHE

Dependência Administrativa 2011 2012 2013

Abs. Rel. % Abs. Rel. % Abs. Rel. %

Pública 57 93,4 58 93,5 58 95,1

Privada 9 11,1 11 11,5 16 16,3

TOTAL 66 46,5 69 43,7 74 46,5

EDUCAÇÃO INFANTIL - PRÉ-ESCOLA

Dependência Administrativa 2011 2012 2013

Abs. Rel. % Abs. Rel. % Abs. Rel. %

Pública 21 25,3 8 10,1 9 11,7

Privada 10 5,5 10 5,4 11 5,8

TOTAL 31 11,7 18 6,8 20 7,5

Fonte: Observatório do PNE. MEC/Inep/DEED/Censo Escolar/Preparação: Todos Pela Educação. Consulta ao Portal <http://www.observatoriodopne.org.br/ >. Acesso em 08/05/15. Organizado por SME-Natal.

No caso do Ensino Fundamental a média de escolas com atendimento de tempo integral aos alunos dos anos finais é de 94,4% no período analisado (2011-2013), não sofrendo variação significativa entre os anos. Já a média de escolas com atendimento de tempo integral aos alunos

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dos anos iniciais é de 90,1% no mesmo período, sendo que se observa uma evolução gradual entre os anos.

Quadro 38 – Escolas de Ensino Fundamental com matrículas em tempo integral

ENSINO FUNDAMENTAL - GERAL

Dependência Administrativa 2011 2012 2013

Abs. Rel. % Abs. Rel. % Abs. Rel. %

Pública 163 93,1 157 90,2 161 93,6

Privada 31 17,5 30 16,8 34 18,6

TOTAL 194 55,1 187 53,0 195 54,9

ENSINO FUNDAMENTAL – ANOS INICIAIS

Dependência Administrativa 2011 2012 2013

Abs. Rel. % Abs. Rel. % Abs. Rel. %

Pública 117 88,6 115 89,1 115 92,7

Privada 23 13,5 26 15,2 29 16,5

TOTAL 140 46,4 141 47,0 144 48,0

ENSINO FUNDAMENTAL – ANOS FINAIS

Dependência Administrativa 2011 2012 2013

Abs. Rel. % Abs. Rel. % Abs. Rel. %

Pública 96 95,0 96 95,0 94 93,1

Privada 15 17,4 8 8,5 14 14,4

TOTAL 111 59,4 104 53,3 108 54,5 Fonte: Observatório do PNE. MEC/Inep/DEED/Censo Escolar/Preparação: Todos Pela Educação. Consulta ao Portal <http://www.observatoriodopne.org.br/>. Acesso em 08/05/15. Organizado por SME-Natal.

Comparando-se os Quadros 38 e 39, observa-se que o percentual de escolas públicas com atendimento em tempo integral para alunos do ensino fundamental (93,1%) é bem superior ao percentual de atendimento das escolas públicas de ensino médio (44,2%).

Quadro 39 – Escolas de Ensino Médio com matrículas em tempo integral

ENSINO MÉDIO

Dependência Administrativa 2011 2012 2013

Abs. Rel. % Abs. Rel. % Abs. Rel. %

Pública 19 35,8% 23 41,1% 23 44,2%

Privada 7 13,5% 6 11,5% 5 9,3%

TOTAL 26 24,8% 29 26,9% 28 26,4% Fonte: Observatório do PNE. MEC/Inep/DEED/Censo Escolar/Preparação: Todos Pela Educação. Consulta ao Portal <http://www.observatoriodopne.org.br/ >. Acesso em 08/05/15. Organizado por SME-Natal.

O gráfico 19 sintetiza o percentual de escolas públicas com oferta de matrícula em tempo integral por etapa de ensino da Educação Básica no período de 2011 a 2013. Percebe-se na leitura desse gráfico que a creche na Educação Infantil e os anos finais do Ensino Fundamental são os segmentos com maior oferta. Já a Pré-escola é o segmento com menor atendimento em tempo integral, inclusive com decréscimo ao longo do período.

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Gráfico 19 – Escolas da Educação Básica com matrícula em tempo integral por etapa (Natal)

Fonte: Observatório do PNE. MEC/Inep/DEED/Censo Escolar/Preparação: Todos Pela Educação. Consulta ao Portal <http://www.observatoriodopne.org.br/>. Acesso em 08/05/15. Organizado por SME-Natal.

De acordo com o exposto, o grande desafio para Natal atingir a meta acerca da oferta de educação em tempo integral é buscar equalizar o atendimento nas diferentes etapas da Educação Básica, de modo a ampliar o atendimento na pré-escola e no ensino médio. Para tanto, é imprescindível realizar-se um estudo, mediante parceria dos sistemas estadual e municipal, a fim de determinar o quanto as redes podem ser otimizadas em seu atendimento, considerando que atualmente algumas escolas públicas tem déficit de matrícula. Ao mesmo tempo, quanto será necessário investir em reforma dos prédios existes ou construção de novos, priorizando o atendimento a crianças e adolescentes que vivem em situação de maior vulnerabilidade social.

Importante frisar o estabelecimento de parcerias com instituições ligadas à cultura e o desporto e o uso de equipamentos públicos e comunitários que possam contribuir para extensão da jornada escolar do aluno. Além disso, cabe reestruturar os tempos e espaços escolares, possibilitando o desenvolvimento de um currículo voltado para a formação plena dos alunos, sem seus aspectos físicos, psicoafetivo, sociais e cognitivos. Por fim, não se pode esquecer das condições de trabalho e da formação continuada dos professores e profissionais da educação, por se tratar de condição essencial para que o aumento da jornada escolar tenha sentido pedagógico.

35,80%

41,10%

44,20%

95,00%

95,00%

93,10%

88,60%

89,10%

92,70%

25,30%

10,10%

11,70%

93,40%

93,50%

95,10%

2013

2012

2011

Escolas Públicas - Matrículas em Tempo Integral

EI - Creche EI - Pré Escola EF - A Iniciais EF - A Finais E. Médio

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8. QUALIDADE DA EDUCAÇÃO BÁSICA

O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), conforme explica o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas em Educação (Inep) foi criado a partir da relação entre os resultados das avaliações de desempenho escolar e fluxo escolar. O Ideb tem por objetivo subsidiar a formulação, reformulação e o monitoramento das políticas públicas educacionais nas esferas municipal, estadual e federal, contribuindo para a melhoria da qualidade, equidade e eficiência do ensino.

O fluxo escolar é medido pelas taxas de aprovação, reprovação, abandono e distorção idade-série registradas no Censo Escolar. O desempenho é aferido pelo Sistema de Avaliação da Educação Brasileira (SAEB), por meio de duas avaliações: a ANEB e a ANRESC/Prova Brasil.

Figura 8 – Composição do Ideb

Nota: * O Inep, seguindo orientações do MEC, está introduzindo no SAEB a avaliação em Ciências, tendo aplicado em 2013 uma matriz piloto junto aos alunos do 9º ano do Ensino Fundamental, na sequência ampliará sua abrangência para o 5º ano do Ensino Fundamental. Para o Ensino Médio o ENEM está sendo tomado como referência. Fonte: MEC/Inep. Consulta ao portal <http://portal.inep.gov.br/saeb>. Acesso em 25/03/15. Organizado por SME-Natal.

Para o Ensino Médio o IDEB só pode ser calculado por unidade da federação, região e Brasil, uma vez que toma por referência a ANEB (mais conhecida como SAEB). Por outro lado, diferentemente da Prova Brasil inclui os resultados das escolas privadas.

Em relação à meta estabelecida (Quadro 40) Natal tem um grande desafio em todas as etapas, mesmo se observando que houve progressão nos resultados do 5º ano do Ensino Fundamental. Em exame detalhado, verificou-se a existência de algumas escolas mais próximas da meta nacional, com progressão contínua de seus resultados, indicando que é possível, com o apoio pertinente das Secretarias de Educação do Estado e do Município, obter-se essa realidade estendida para todas as escolas, alcançando-se assim a meta estabelecida.

Ideb

Fluxo (Censo Escolar)

CENSO ESCOLARAprovação / Reprovação / Abandono

Desempenho (SAEB)

ANEB- Aplicação por Amostragem- Escolas públicas e privadas

- 5º e 9º ano do Ensino Fundamental e 3º ano do Ensino Médio

- Periodicidade bienal, anos ímpares- Língua Portuguesa, Matemática, Ciências*

ANRESC/Prova Brasil- Aplicação Censitária

- Escolas públicas- 5º e 9º ano do Ensino Fundamental- Periodicidade bienal, anos ímpares

- Língua Portuguesa, Matemática, Ciências*

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Quadro 40 – Ideb e Metas para Natal – Rede Pública

IDEB 4ª série/5º ano Ensino Fundamental

2005 2007 2009 2011 2013 2015 2017 2019 2021

Observado 3,1 3,4 3,7 3,9 4,1 - - - -

Meta - 3,2 3,5 3,9 4,2 4,5 4,8 5,1 5,4

IDEB 8ª série/9º ano Ensino Fundamental

2005 2007 2009 2011 2013 2015 2017 2019 2021

Observado 2,8 2,8 3,0 3,0 3,1 - - - -

Meta - 2,9 3,0 3,3 3,7 4,1 4,3 4,6 4,9

IDEB 3º ano Ensino Médio

2005 2007 2009 2011 2013 2015 2017 2019 2021

Observado 2,6 2,6 2,8 2,8 2,7 - - - -

Meta - 2,6 2,7 2,9 3,2 3,5 3,9 4,2 4,4

Fonte: INEP/IDEB. Consulta ao portal <http://ideb.inep.gov.br/resultado/home.seam?cid=12342831>. Acesso em 10/03/2015. Organizado por SME-Natal.

No caso do 9º ano do Ensino Fundamental a situação é mais delicada, tendo em vista a quase estagnação dos resultados e uma defasagem acumulada de 0,6 pontos em relação à meta estabelecida para a rede pública de Natal. A situação do 3º ano do Ensino Médio é ainda mais grave, uma vez que além da defasagem de 0,5 pontos em relação à meta estabelecida para Natal, houve também o decréscimo de 0,1 ponto na média de 2013 em relação à média de 2011.

No Quadro 41 apresenta-se a série histórica de evolução do Ideb (2005-2013) em Natal, acompanhada das respectivas metas projetadas até 2021, tanto para o 5º ano como para o 9º do Ensino Fundamental, nas redes Municipal e Estadual.

Quadro 41 – Ideb e metas do Ensino Fundamental por dependência administrativa

IDEB

ANO

4ª série/5º ano - Ensino Fundamental 8ª série/9º ano - Ensino Fundamental

Rede Municipal Rede Estadual Rede Municipal Rede Estadual

Observado Meta Observado Meta Observado Meta Observado Meta

2005 3,5 - 2,9 - 3,0 - 2,8 -

2007 3,7 3,3 3,1 3,0 3,2 3,0 2,7 2,8

2009 3,7 3,7 3,6 3,3 3,2 3,2 2,9 2,9

2011 4,0 4,1 3,7 3,7 3,2 3,5 2,9 3,2

2013 4,3 4,4 3,9 4,0 3,2 3,0 3,0 3,6

2015 - 4,7 - 4,3 - 4,2 - 4,0

2017 - 4,9 - 4,6 - 4,5 - 4,2

2019 - 5,2 - 4,9 - 4,8 - 4,5

2021 - 5,5 - 5,2 - 5,0 - 4,8

Fonte: INEP/IDEB. Consulta ao portal <http://ideb.inep.gov.br/resultado/home.seam?cid=12342831>. Acesso em 10/03/2015. Organizado por SME-Natal.

Conforme dito anteriormente, o Ideb do Ensino Médio apresenta também os resultados das escolas privadas, como se lê no Quadro 42.

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Quadro 42 – Ideb e metas do Ensino Médio por dependência administrativa

Ano

3º ano Ensino Médio

Rede Estadual Escolas Privadas

Observado Meta Observado Meta

2005 2,6 - 5,1 -

2007 2,6 2,6 5,3 5,1

2009 2,8 2,7 4,4 5,2

2011 2,8 2,9 5,1 5,4

2013 2,7 3,2 4,8 5,6

2015 - 3,5 - 5,9

2017 - 3,9 - 6,3

2019 - 4,2 - 6,5

2021 - 4,4 - 6,7 Fonte: INEP/IDEB. Consulta ao portal <http://ideb.inep.gov.br/resultado/home.seam?cid=12342831>. Acesso em 10/03/2015. Organizado por SME-Natal.

Gráfico 20 – Evolução do IDEB no Ensino Médio por dependência administrativa (Natal)

Fonte: INEP/IDEB. Consulta ao portal <http://ideb.inep.gov.br/resultado/home.seam?cid=12342831>. Acesso em 10/03/2015. Organizado por SME-Natal.

Observa-se na leitura do Quadro 42 e Gráfico 20 que as escolas públicas apresentam um desempenho inferior às escolas privadas. Em nenhum dos casos a situação é confortável, mas é importante notar que a diferença entre as escolas públicas e privadas é de quase 100%. Faz-se necessária uma análise mais acurada para investigar a possível interferência de variáveis como, por exemplo, formação docente e indicador de nível socioeconômico, para orientar a respectiva adoção de políticas que visem superar as desigualdades.

2,6 2,62,8 2,8 2,7

5,15,3

4,4

5,14,8

2005 2007 2009 2011 2013

IDEB ENSINO MÉDIONatal/RN

E. Estaduais E. PrivadasMeta Estadual Meta Privadas

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Quadro 43 – Resultado da Prova Brasil por dependência administrativa

PROVA BRASIL

ANO

REDE ESTADUAL DE NATAL REDE MUNICIPAL DE NATAL

Matemática Língua Portuguesa Matemática Língua Portuguesa

5º ano 9º ano 5º ano 9º ano 5º ano 9º ano 5º ano 9º ano

2005 165.80 232.20 157.00 218.60 159.80 244.10 152.00 227.00

2007 172.26 234.83 155.50 221.97 172.52 248.03 155.20 232.53

2009 182.17 240.49 165.93 236.88 181.35 243.76 164.70 237.62

2011 185.93 238.15 170.93 232.70 188.3 245.27 173.08 237.59

2013 186.03 236.29 173.26 235.29 189.40 242.44 176.54 238.88

Fonte: Prova Brasil, Inep. Consulta no portal <http://www.qedu.org.br/>. Acesso em 13/05/15. Organizado por SME-Natal.

Quadro 44 – Proficiência na Prova Brasil das escolas municipais de Natal (2009-2013)

LÍNGUA PORTUGUESA

NÍVEL

5º Ano do EF 9º Ano do EF

2009 2011 2013 2009 2011 2013

Abs. % * Abs. % * Abs. % * Abs. % * Abs. % * Abs. % *

Avançado 199 4 244 4 312 6 56 3 55 3 S/I 4

Adequado 841 16 1.193 20 1.160 22 356 18 366 17 S/I 20

Básico 1.995 38 2.570 44 2.129 41 1.106 57 1.270 60 S/I 51

Insuficiente 2.229 42 1.866 32 1.577 31 419 22 425 20 S/I 25

MATEMÁTICA

NÍVEL

5º Ano do EF 9º Ano do EF

2009 2011 2013 2009 2011 2013

Abs. % * Abs. % * Abs. % * Abs. % * Abs. % * Abs. % *

Avançado 124 2 118 2 188 4 37 2 34 2 S/I 2

Adequado 725 14 899 15 851 16 204 10 194 9 S/I 10

Básico 1.914 36 2.546 44 2.138 41 980 51 1.173 55 S/I 51

Insuficiente 2.495 48 2.310 39 2.000 39 714 37 715 34 S/I 37 Nota: * Percentual calculado em relação ao total de alunos que realizaram as provas. Fonte: Prova Brasil, Inep. Consulta no portal <http://www.qedu.org.br/>. Acesso em 13/05/15. Organizado por SME-Natal.

Quadro 45 – Proficiência na Prova Brasil das escolas estaduais de Natal (2009-2011)

LÍNGUA PORTUGUESA

NÍVEL

5º Ano do EF 9º Ano do EF

2009 2011 2013 2009 2011 2013

Abs. % * Abs. % * Abs. % * Abs. % * Abs. % * Abs. % *

Avançado 89 3 153 4 S/I 5 78 2 93 2 S/I 3

Adequado 505 17 637 19 S/I 21 609 18 645 16 S/I 19

Básico 1.267 42 1.514 43 S/I 40 1.897 58 2.409 58 S/I 54

Insuficiente 1.162 38 1.194 34 S/I 34 709 22 1.020 24 S/I 24

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MATEMÁTICA

NÍVEL

5º Ano do EF 9º Ano do EF

2009 2011 2013 2009 2011 2013

Abs. % * Abs. % * Abs. % * Abs. % * Abs. % * Abs. % *

Avançado 51 2 90 3 S/I 3 53 2 36 1% S/I 1

Adequado 403 13 478 14 S/I 17 273 8 347 8% S/I 7

Básico 1.192 39 1.500 42 S/I 37 1.658 50 2.142 52% S/I 51

Insuficiente 1.376 46 1.465 41 S/I 43 1.308 40 1.642 39% S/I 41 Nota; * Valor calculado em relação ao total de alunos que realizaram as provas. Fonte: Prova Brasil, Inep. Consulta no portal <http://www.qedu.org.br/>. Acesso em 13/05/15. Organizado por SME-Natal.

Como medida de análise da proficiência dos alunos do ensino médio, expõe-se o Quadro 46 que informa o desempenho das escolas estaduais e privadas de Natal no Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM). O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) é uma avaliação cujos resultados podem ser utilizados para: - compor a avaliação de medição da qualidade do Ensino Médio no país; - a implementação de políticas públicas; - a criação de referência nacional para o aperfeiçoamento dos currículos do Ensino Médio; - o desenvolvimento de estudos e indicadores sobre a educação brasileira.

Por meio do ENEM, busca-se aferir as competências e habilidades desenvolvidas pelos estudantes ao fim da escolaridade básica. Esta aferição é realizada mediante uma prova de redação e mais quatro provas objetivas que avaliam as seguintes áreas do conhecimento: - Linguagens, Códigos e suas Tecnologias; - Ciências Humanas e suas Tecnologias, Ciências da Natureza e suas Tecnologias; e - Matemática e suas Tecnologias. Em 2013, participaram 5.459 estudantes de 69 escolas de Natal, sendo 22 públicas estaduais e 47 privadas. A taxa de participação dos estudantes das escolas públicas foi menor (62,32% - 2.260 alunos de 3.687 inscritos) do que a participação dos estudantes das escolas privadas (86,90% - 3.199 alunos de 3.435 inscritos).

Quadro 46 – Proficiência no ENEM por dependência administrativa e área do conhecimento

ENEM 2013 - NATAL LINGUAGEM E SEUS CÓDIGOS

Dependência Administrativa Média Nível 1 Nível 2 Nível 3 Nível 4 Nível 5

Escolas Estaduais 473,17 34,43% 53,60% 11,97% 0 0

Escolas Privadas 528,90 13,54% 46,38% 36,53% 3,51% 2,05%

ENEM 2013 - NATAL REDAÇÃO

Dependência Administrativa Média Nível 1 Nível 2 Nível 3 Nível 4 Nível 5

Escolas Estaduais 489,32 47,07% 28,30% 19,15% 4,67% 0,81%

Escolas Privadas 604,36 22,48% 26,92% 23,61% 15,32% 11,66%

ENEM 2013 - NATAL MATEMÁTICA

Dependência Administrativa Média Nível 1 Nível 2 Nível 3 Nível 4 Nível 5

Escolas Estaduais 474,96 40,17% 41,64% 16,57% 1,62% 0

Escolas Privadas 565,03 13,71% 31,86% 34,19% 15,72% 4,51%

ENEM 2013 - NATAL CIÊNCIAS HUMANAS

Dependência Administrativa Média Nível 1 Nível 2 Nível 3 Nível 4 Nível 5

Escolas Estaduais 492,59 27,21% 50,49% 21,54% 0,77% 0

Escolas Privadas 561,88 9,80% 33,67% 42,07% 13,69% 0,76%

ENEM 2013 - NATAL CIÊNCIAS DA NATUREZA

Dependência Administrativa Média Nível 1 Nível 2 Nível 3 Nível 4 Nível 5

Escolas Estaduais 449,50 53,09% 42,81% 4,08% 0,02% 0

Escolas Privadas 511,56 25,96% 41,23% 27,08% 5,32% 0,42%

Fonte: MEC/INEP. Enem por escola 2013. Consulta ao Portal <http://portal.inep.gov.br/web/enem/enem-por-escola>. Acesso em 07/05/2015. Organizado por SME-Natal.

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Note-se que no Ensino Médio, os alunos da rede pública estadual não pontuaram no nível 5 em todas as áreas exceto em Redação, e em todas as áreas o percentual de alunos com pontuação no nível 4 não atingiu sequer 5%. A área com maior fragilidade na proficiência dos alunos é a de Ciências da Natureza, tanto das escolas públicas como nas escolas privadas.

É importante observar que para o alcance da meta de qualidade da Educação Básica existe a necessidade de analisar as taxas de desempenho escolar (Quadro 44 e 45 para o Ensino Fundamental e Quadro 46 para o Ensino Médio), de modo a orientar a elaboração de estratégias direcionadas para a otimização da aprovação e redução do desperdício (reprovação e abandono), especialmente nos anos/séries mais críticos.

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Quadro 47 – Taxas de rendimento do município de Natal no Ensino Fundamental – Anos Iniciais

Ano Dependência 1º ano 2º ano 3º ano 4º ano 5º ano Total Anos Iniciais do EF

Reprov Aband Aprov Reprov Aband Aprov Reprov Aband Aprov Reprov Aband Aprov Reprov Aband Aprov Reprov Aband Aprov

2010

Estadual 2,7% 8,9% 88,4% 2,5% 6,5% 91,0% 6,3% 6,0% 87,7% 28,6% 6,4% 65,0% 19,5% 8,1% 72,4% 15,2% 7,1% 77,7%

Federal 0,0% 0,0% 100,0% 1,5% 0,0% 98,5% - - - - - - - - - 1,1% 0,0% 98,9%

Municipal 0,1% 2,9% 97,0% 0,0% 1,9% 98,1% 1,9% 2,0% 96,1% 27,8% 2,6% 69,6% 20,3% 2,8% 76,9% 12,4% 2,5% 85,2%

Privada 3,0% 0,7% 96,3% 2,5% 0,5% 97,0% 2,3% 0,3% 97,4% 3,1% 0,2% 96,7% 3,4% 0,3% 96,3% 2,9% 0,4% 96,7%

Total 1,8% 3,1% 95,1% 1,5% 2,1% 96,4% 3,0% 2,3% 94,7% 21,2% 2,9% 75,9% 14,9% 3,4% 81,7% 9,7% 2,8% 87,5%

2011

Estadual 3,7% 8,0% 88,3% 3,7% 5,6% 90,7% 6,5% 6,0% 87,5% 29,4% 6,2% 64,4% 19,0% 7,1% 73,9% 15,4% 6,6% 78,1%

Federal 0,0% 0,0% 100,0% 0,0% 0,0% 100,0% - - - - - - - - - 0,0% 0,0% 100,0%

Municipal 0,0% 4,4% 95,6% 0,0% 3,0% 97,0% 2,4% 2,6% 95,0% 29,5% 3,1% 67,4% 17,9% 3,6% 78,5% 12,6% 3,3% 84,1%

Privada 2,6% 0,9% 96,5% 2,5% 0,5% 97,0% 2,5% 0,4% 97,1% 2,5% 0,2% 97,3% 3,7% 0,2% 96,1% 2,8% 0,4% 96,8%

Total 1,8% 3,5% 94,7% 1,8% 2,3% 95,9%1 3,3% 2,4% 94,3% 21,5% 3,0% 75,5% 13,8% 3,4% 82,8% 9,6% 2,9% 87,5%

2012

Estadual 2,4% 7,2% 90,4% 2,4% 4,2% 93,4% 3,9% 4,2% 91,9% 28,2% 5,8% 66,0% 18,0% 5,5% 76,5% 13,5% 5,4% 81,2%

Federal 0,0% 0,0% 100,0% 0,0% 0,0% 100,0% - - - - - - - - - 0,0% 0,0% 100,0%

Municipal 0,0% 2,3% 97,7% 0,1% 2,1% 97,8% 3,7% 1,7% 94,6% 28,1% 2,9% 69,0% 16,6% 2,8% 80,6% 12,2% 2,4% 85,4%

Privada 1,8% 0,9% 97,3% 2,2% 0,4% 97,4% 2,1% 0,2% 97,7% 2,4% 0,3% 97,3% 2,9% 0,1% 97,0% 2,3% 0,4% 97,3%

Total 1,3% 2,4% 96,3% 1,5% 1,7% 96,8% 3,1% 1,6% 95,3% 19,9% 2,7% 77,4% 12,4% 2,6% 85,0% 8,6% 2,2% 89,2%

2013

Estadual 1,2% 4,7% 94,1% 1,1% 3,2% 95,7% 2,3% 2,4% 95,3% 28,6% 3,4% 68,0% 19,2% 4,8% 76,0% 13,2% 3,7% 83,1%

Federal 0,0% 0,0% 100,0% 0,0% 0,0% 100,0% 0,0% 0,0% 100,0% - - - - - - 0,0% 0,0% 100,0%

Municipal 0,1% 2,6% 97,3% 0,0% 2,3% 97,7% 2,4% 1,9% 95,7% 22,0% 3,2% 74,8% 13,2% 2,8% 84,0% 9,3% 2,6% 88,1%

Privada 1,5% 0,7% 97,8% 1,8% 0,4% 97,8% 1,8% 0,2% 98,0% 2,6% 0,2% 97,2% 2,2% 0,2% 97,6% 2,0% 0,3% 97,7%

Total 1,0% 2,0% 97,0% 1,0% 1,6% 97,4% 2,1% 1,3% 96,6% 17,1% 2,3% 80,6% 10,7% 2,4% 86,9% 7,1% 1,9% 91,0%

Fonte: Censo Escolar, Inep. Organizado a partir de consulta ao portal <http://portal.inep.gov.br/indicadores-educacionais>, acesso em 25/03/2015.

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Quadro 48 – Taxas de rendimento do município de Natal no Ensino Fundamental – Anos Finais

Ano Dependência 6º ano 7º ano 8º ano 9º ano Total Anos Finais do EF

Reprov Aband Aprov Reprov Aband Aprov Reprov Aband Aprov Reprov Aband Aprov Reprov Aband Aprov

2010

Estadual 38,1% 12,2% 49,7% 30,4% 10,1% 59,5% 14,7% 8,7% 76,6% 9,9% 7,8% 82,3% 25,9% 10,1% 77,7%

Federal - - - - - - - - - - - - - - -

Municipal 33,7% 7,0% 59,3% 26,5% 4,7% 68,8% 19,7% 4,1% 76,2% 14,4% 2,5% 83,1% 26,0% 5,1% 68,8%

Privada 5,7% 0,3% 94,0% 8,0% 0,2% 91,8% 7,3% 0,3% 92,4% 7,6% 0,7% 91,7% 7,1% 0,4% 92,5%

Total 28,8% 7,7% 63,5% 22,8% 5,7% 71,5% 13,3% 4,6% 82,1% 10,0% 4,1% 85,9% 20,2% 5,8% 74,0%

2011

Estadual 38,4% 13,8% 47,8% 29,3% 10,2% 60,5% 12,6% 10,4% 77,0% 8,7% 9,4% 81,9% 25,2% 11,3% 63,5%

Federal - - - - - - - - - - - - - - -

Municipal 33,9% 8,7% 57,4% 28,1% 5,2% 66,7% 20,7% 5,2% 74,1% 13,6% 4,2% 82,2% 26,3% 6,3% 67,1%

Privada 6,6% 0,2% 93,2% 7,6% 0,3% 92,1% 7,7% 0,4% 91,9% 7,8% 0,4% 91,8% 7,4% 0,3% 92,3%

Total 29,1% 8,8% 62,1% 22,4% 5,8% 71,8% 12,9% 5,6% 81,5% 9,4% 4,8% 85,8%8 20,0% 6,5% 73,5%

2012

Estadual 37,8% 9,3% 52,9% 28,4% 7,2% 64,4% 13,4% 6,4% 80,2% 11,6% 8,0% 80,4% 25,2% 7,9% 66,9%

Federal - - - - - - - - - - - - - - -

Municipal 29,2% 7,5% 63,3% 22,2% 5,0% 72,8% 14,3% 4,4% 81,3% 10,8% 3,6% 85,6% 21,4% 5,6% 73,0%

Privada 5,8% 0,2% 94,0% 7,1% 0,2% 92,7% 6,2% 0,1% 93,7% 6,7% 0,4% 92,9% 6,4% 0,2% 93,3%

Total 26,7% 6,4% 66,9% 20,0% 4,4% 75,6% 10,9% 3,6% 85,5% 9,5% 4,1% 86,4% 18,1% 4,8% 77,1%

2013

Estadual 41,4% 6,7% 51,9% 31,4% 6,0% 62,6% 17,5% 5,3% 77,2% 13,8% 4,6% 81,6% 28,2% 5,8% 66,0%

Federal - - - - - - - - - - - - - - -

Municipal 35,9% 7,8% 56,3% 29,1% 4,5% 66,4% 21,6% 3,3% 75,1% 14,0% 3,3% 82,7% 27,2% 5,2% 67,6%

Privada 6,3% 0,3% 93,4% 6,5% 0,4% 93,1% 6,7% 0,3% 93,0% 7,6% 0,3% 92,1% 6,8% 0,3% 92,9%

Total 30,1% 5,2% 64,7% 23,1% 3,8% 73,1% 14,5% 3,0% 82,5% 11,5% 2,6% 85,9% 20,9% 3,8% 75,3%

Fonte: Censo Escolar, Inep. Organizado a partir de consulta ao portal <http://portal.inep.gov.br/indicadores-educacionais>, acesso em 25/03/2015.

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Quadro 49 – Taxa de Rendimento (reprovação, abandono e aprovação) do Ensino Médio por dependência administrativa em Natal, 2013.

ENSINO MÉDIO NATAL - 2013

Taxa de Reprovação

Dependência Administrativa

1ª série 2ª série 3ª série 4ª série Total

Não Seriado Total

Médio

Estadual 24,8 19,1 14,6 0 8,5 19,9

Federal 16,6 8,9 7,8 5,4 -- 10,5

Municipal -- -- -- -- -- --

Particular 11,7 7,2 4,9 -- -- 8

Público 24,3 18,5 14,2 3,3 8,5 19,2

Total 21,0 15,1 11,2 3,3 8,5 16,0

Taxa de Abandono - Ensino Médio

Dependência Administrativa

1ª série 2ª série 3ª série 4ª série Total

Não Seriado Total

Médio

Estadual 15,2 13,0 11,2 3,7 10,1 13,3

Federal 1,4 0,6 0,7 2,1 -- 1,2

Municipal -- -- -- -- -- --

Particular 0,6 0,7 0,7 -- -- 0,7

Público 14,3 12,3 10,6 2,7 10,1 12,4

Total 10,7 8,8 7,3 2,7 10,1 9

Taxa de Aprovação - Ensino Médio

Dependência Administrativa

1ª série 2ª série 3ª série 4ª série Total

Não Seriado Total

Médio

Estadual 60,0 67,9 74,2 96,3 81,4 66,8

Federal 82,0 90,5 91,5 92,5 -- 88,3

Municipal -- -- -- -- -- --

Particular 87,7 92,1 94,4 -- -- 91,3

Público 61,4 69,2 75,2 94,0 81,4 68,4

Total 68,3 76,1 81,5 94,0 81,4 75,0 Fonte: Censo Escolar, Inep. Organizado a partir de consulta ao portal <http://portal.inep.gov.br/indicadores-educacionais>, acesso em 25/03/2015.

Gráfico 21 – Reprovação, Abandono e Aprovação no Ensino Médio da Rede Pública de Natal - 2013

Fonte: Censo Escolar, Inep. Organizado a partir de consulta ao portal <http://portal.inep.gov.br/indicadores-educacionais>, acesso em 25/03/2015.

Reprovação16,0%

Abandono9,0%

Aprovação70,2%

Ensino Médio - Rede Pública de Natal

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71

A leitura dos Quadros 47, 48 e 49, e do Gráfico 21 possibilita os seguintes destaques:

- 4º ano e 6º ano do Ensino Fundamental figuram as maiores taxas de reprovação;

- em nenhuma das dependências administrativas, exceto a federal, se respeita a proibição legal da reprovação no ciclo de alfabetização (1º, 2º e 3º ano);

- a taxa de abandono dos alunos 1º ao 5º ano do ensino fundamental da rede estadual chega quase a triplicar em relação à média geral e do 6º ao 9º chega quase ao dobro;

- no 1º ano do ensino fundamental enquanto a média geral de abandono em Natal foi de 3,1% em 2010 a média estadual foi de 8,9%; em 2011 a média geral foi 3,5% e a estadual 8,0%; em 2012 a média geral foi de 2,4% e a estadual 7,2%; em 2013 a média geral foi 2,0% e a estadual 4,7%.

- 5º e 6º ano do Ensino Fundamental figuram as maiores taxas de abandono;

- 1º ano do Ensino Médio figuram as maiores taxas de reprovação (21,0%) e abandono (10,7%) nessa etapa da Educação Básica.

Diante do exposto, as medidas pedagógicas para combater o desperdício devem buscar compreender qual a razão das altas taxas de evasão e de reprovação, questionando-se não apenas o que falta aos alunos da escola pública, mas o que falta às escolas para atendê-los adequadamente. Os desafios são diversos e não podem ser resolvidos isoladamente, porque tornam-se ineficazes. Nesse sentido, mais do nunca deve prevalecer uma política de Estado que ultrapasse a fragilidade de governos. Mais do que nunca a sociedade precisa tomar parte nos debates e no controle dos projetos educacionais, seja no espaço das escolas, dos municípios, dos estados ou da Nação.

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72

9. EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS

Conforme dados do Censo IBGE 2010, a população total do município era de 803.739 residentes, dos quais 33.353 encontravam-se em situação de extrema pobreza, ou seja, com renda domiciliar per capita abaixo de R$ 70,00. Isto significa que 4,1% da população municipal vivia nesta situação. Do total de extremamente pobres, (0%) viviam no meio rural e 33.353 (100,0%) no meio urbano. O Censo também revelou que no município havia 2.921 crianças na extrema pobreza na faixa de 0 a 3 anos e 1.736 na faixa entre 4 e 5 anos. O grupo de 6 a 14 anos, por sua vez, totalizou 8.208 indivíduos na extrema pobreza, enquanto no grupo de 15 a 17 anos havia 2.515 jovens nessa situação. Na faixa etária de 0 a 17 anos o percentual era de 46,1% em extremamente pobreza no município de Natal. Foram registradas 1.970 pessoas com mais de 65 anos na extrema pobreza.

Quadro 50 –População em extrema pobreza por faixa etária e distribuição em percentual Idade Quantidade Percentual

0 a 3 2.921 8,8

4 a 5 1.736 5,2

6 a 14 8.208 24,6

15 a 17 2.515 7,5

18 a 39 10.409 31,2

40 a 59 5.595 16,8

60 anos ou mais 1.970 5,9

Total 33.353

Fonte: MDS/Aplicações. Consulta ao portal <http://aplicacoes.mds.gov.br>. Acesso em 07/05/15.

Com base nos dados do Censo 2010, verifica-se que o município possuía 17.293 jovens de 15 a 17 anos fora do ensino médio. Entre esses jovens, 63,9% se identificaram como negros. Em relação ao ensino superior, 87.798 jovens de 18 a 24 anos encontravam-se fora do ensino superior, dos quais 58,4% negros.

Ainda a partir do Censo 2010, 15.085 jovens não estavam estudando, nem estavam ocupados, dentre esses constavam 8.701 jovens negros. No referente à juventude em geral, o percentual de jovens negros corresponde a 55,3%, entre os jovens que não estavam estudando nem estavam ocupados, o percentual de negros é de 57,7%.

Quadro 51 – Porcentagem de jovens negros em relação a escolaridade e ocupação em 2010

Escolaridade e ocupação Porcentagem de negros

Jovens em geral 55,3 %

Jovens de 15 a 17 anos fora do ensino médio 63,9 %

Jovens de 18 a 24 anos fora do ensino superior 58,4 %

Jovens que não estavam estudando e nem estavam ocupados 57,7 %

Fonte: MDS/Aplicações. Consulta ao portal <http://aplicacoes.mds.gov.br>. Acesso em 07/05/15.

Quadro 52 - População de Jovens e Adultos de 18 a 29 anos em Natal/RN

População 2000 2010

18 a 29 anos 163.472 188.625

Fonte: Observatório do PNE. MEC/Inep/DEED/Censo Escolar/Preparação: Todos Pela Educação. Consulta ao Portal <http://www.observatoriodopne.org.br/ >. Acesso em 08/05/15. Organizado por SME-Natal.

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73

A Educação de Jovens e Adultos (EJA) é uma modalidade de ensino integrante da Educação Básica, destinada àqueles que não tiveram acesso ou continuidade de estudos no ensino fundamental e médio, na idade própria. Os sistemas de ensino asseguram aos jovens e aos adultos, que não puderam efetuar os estudos na idade regular, oportunidades educacionais apropriadas, consideradas as características dos estudantes, seus interesses, condições vida e de trabalho, mediante cursos e exames. Ela vem se destacando cada vez mais na sociedade brasileira, por considerar que o domínio de habilidades de leitura e escrita são condições essenciais para o enfrentamento das exigências do mundo contemporâneo. Assim sendo, as atuais mudanças na divisão e organização do trabalho capitalista exigem dos profissionais a elevação no nível de conhecimento, especialmente aqueles repassados pela escolarização, bem como uma preparação mais qualificada dos jovens, adultos e idosos, para a vivência da cidadania crítica e participativa.

Os quadros demonstrativos a seguir, apresentam dados referentes às matrículas de atendimento da EJA.

Quadro 53 - Matrículas na Educação de Jovens e Adultos de alunos de 18 a 29 anos Ano EJA – 18 a 29 anos

2010 10.136

2011 10.754

2012 11.030

2013 10.635

Fonte: Observatório do PNE. MEC/Inep/DEED/Censo Escolar/Preparação: Todos Pela Educação. Consulta ao Portal <http://www.observatoriodopne.org.br/ >. Acesso em 08/05/15. Organizado por SME-Natal.

No âmbito da Secretaria Municipal de Educação, o Setor de Educação de Jovens e Adultos (SEJA), parte integrante do Departamento de Ensino Fundamental (DEF), coordena os projetos Tecendo o Saber e Tecendo Caminhos que têm o objetivo de proporcionar a continuidade de estudos às pessoas alfabetizadas (jovens, adultos e idosos) que não concluíram o Ensino Fundamental I, através da Telesala, cuja metodologia pedagógica é diferenciada.

Por sua vez, o Ministério da Educação (MEC) realiza, desde 2003, o Programa Brasil Alfabetizado (PBA), voltado para a alfabetização de jovens, adultos e idosos. O programa é uma porta de acesso à cidadania e o despertar do interesse pela elevação da escolaridade. O Brasil Alfabetizado é desenvolvido em todo o território nacional, com o atendimento prioritário a municípios que apresentam alta taxa de analfabetismo, sendo que 90% destes localizam-se na região Nordeste. Esses municípios recebem apoio técnico na implementação das ações do programa, visando garantir a continuidade dos estudos aos alfabetizados. O objetivo é promover a superação do analfabetismo entre jovens com 15 anos ou mais, adultos e idosos e contribuir para a universalização do ensino fundamental no Brasil. Em sua concepção o referido programa reconhece a educação como direito humano e a oferta pública da alfabetização como porta de entrada para a educação e a escolarização das pessoas ao longo de toda a vida

O programa Geração Cidadã – Brasil Alfabetizado tem por objetivo oferecer o letramento aos jovens e adultos, e tinha como meta em 2013 alfabetizar 2.500 (dois mil e quinhentos alunos), alcançando 1.800 (mil e oitocentos alunos).

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Quadro 54 – Quantitativo de alunos do Programa Brasil Alfabetizado

Ano Não alfabetizados

Alfabetizados

Não matriculados na EJA Matriculados na EJA

Absoluto Relativo % Absoluto Relativo % Absoluto Relativo %

2009 1.297 57,67 679 30,19 273 12,14

2010 2.775 73,51 662 17,54 338 8,95

2011 2.467 62,84 764 19,46 695 17,70

2012 1.330 63,55 527 25,18 236 11,28

Fonte: MEC/Brasil Alfabetizado. Consulta ao Portal <http://brasilalfabetizado.fnde.gov.br/>. Acesso em 25/05/15. Organizado por SME-Natal.

A leitura do Quadro 54 evidencia que o número de alfabetizados e não matriculados da EJA (alfabetizados pelo programa e que não continuaram os estudos) e também, os alfabetizados e matriculados na EJA. Neste segmento observa-se um crescimento no ano de 2011, o que consequenciou a diminuição do percentual de não alfabetizados. Em 2012 houve uma inversão, reduzindo o número de alfabetizados matriculados e não matriculados na EJA, e o percentual dos não alfabetizados voltou a crescer.

Em 02 de outubro de 2012, o MEC por meio da Resolução Nº 48, estabeleceu critérios e procedimentos para a transferência automática de recursos financeiros aos estados, municípios e Distrito Federal para a manutenção de novas turmas de Educação de Jovens e Adultos, a partir do exercício de 2012, possibilitando o atendimento aos egressos do Programa Brasil Alfabetizado.

Dentre as políticas e programas voltados à Educação de Jovens e Adultos, cabe ainda destacar o Programa Nacional de Inclusão de Jovens (Projovem Urbano). Trata-se de um programa financiado pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) com adesão dos municípios, para garantir aos jovens de 18 a 29 anos que possuem letramento e que não concluíram o ensino fundamental, ações de elevação de escolaridade, na forma de curso, qualificação profissional inicial e participação cidadã.

O Projovem Urbano teve sua primeira adesão pelo Município do Natal em 2005, ano em que foi o Programa nacionalmente implementado. No início era denominado apenas Projovem e o curso tinha duração de 12 meses. A partir de 2008 passou a ser chamado Projovem Urbano com duração de 18 meses.

Quadro 55 - Matrícula inicial e final no PROJOVEM urbano Período de execução Matrícula inicial Matrícula final Evasão (%)

06/04/2009 a 05/10/2010 4.500 1.142 74,63%

24/05/2010 a 23/11/2011 3.459 2.049 40,76%

18/06/2012 a 20/12/2013 600 183 69,50%

23/02/2015 a 22/08/2016 1.413*

TOTAL 9.972 3.374 66,16%

Nota: * A matrícula inicial relativa a esse período, que encerrou em 22/05/15, ainda não estava com os totais consolidados para a elaboração deste quadro e por se tratar de um período em execução ainda não existe registro de matrícula final e evasão.

Fonte: PROJOVEM - SME-Natal

Os números presentes no Quadro 55 demonstram contínua redução no total de matrículas nos períodos de 2010/2011 e, principalmente, em 2012/2013, este decréscimo justificado em parte, pela criação do PRONATEC. Em referência à evasão, percebe-se uma diminuição no período 2010/2011. É importante investigar o motivo dessa redução, para replicá-la na definição das estratégias de combate ao desperdício no Projovem.

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Quadro 56 - Matrículas na Educação de Jovens e Adultos de alunos de 18 a 29 anos por Cor/Raça Ano Não declarada Branca Preta Parda Amarela Indígena

2010 5.745 1.450 149 2.768 10 14

2011 5.990 1.667 142 2.938 8 9

2012 5.970 1.698 127 3.210 13 12

2013 5.865 1.567 135 3.047 10 11 Fonte: Observatório do PNE. MEC/Inep/DEED/Censo Escolar/Preparação: Todos Pela Educação. Consulta ao Portal <http://www.observatoriodopne.org.br/ >. Acesso em 08/05/15. Organizado por SME-Natal.

A análise dos dados do Quadro 56 possibilita verificar, que a matrícula da população de negros apresentou uma redução gradativa no período de 2010 a 2012, voltando a crescer em 2013. Verificam-se oscilações, apresentando decréscimo no ano de 2011 na população amarela e indígena e acréscimo nas populações branca, parda e não declarada. No ano de 2012 houve aumento de matrícula em todos os estratos, exceto para a população negra e não declarada. Em 2013, aconteceu o inverso: todos os estratos sofreram redução exceto o da população negra, que inclusive cresceu.

O Gráfico 22 sintetiza as oscilações da matrícula da população de jovens e adultos na EJA, segundo sua etnia no período de 2010 a 2013 em Natal.

Gráfico 22 – Matrícula da população de negros e não negros de Natal

Fonte: Observatório do PNE. MEC/Inep/DEED/Censo Escolar/Preparação: Todos Pela Educação. Consulta ao Portal <http://www.observatoriodopne.org.br/ >. Acesso em 08/05/15. Organizado por SME-Natal.

Os números do Quadro 57, que são demonstrados no Gráfico 23, mostram contínua redução no total de matrículas na Educação de Jovens e Adultos, na etapa fundamental, acompanhando a tendência nacional. Esse decréscimo na matrícula da EJA ocorre, em parte, devido ao aumento das taxas de alfabetização e de escolarização média e ao envelhecimento da população.

5.7455.990 5.970 5.865

149 142 127 135

4.2424.622

4.9334.635

0

1.000

2.000

3.000

4.000

5.000

6.000

7.000

2010 2011 2012 2013

Matrícula da População de negros e não negros

Não Declarada Negro Não Negros

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Quadro 57 - Matrículas na Educação de Jovens e Adultos por dependência administrativa EJA

Ano Dependência Fundamental Médio

Presencial (Semi-presencial) Presencial (Semi-presencial)

2010

Estadual 7.659 3.921 40 0

Federal 31 286 0 0

Municipal 6.753 0 0 0

Privada 2.549 2.572 43 0

Total 16.992 6.779 83 370

2011

Estadual 7.837 4.916 70 0

Federal 0 186 0 0

Municipal 6.992 0 0 0

Privada 1.408 1.348 447 995

Total 16.238 6.450 517 995

2012

Estadual 7.261 4.842 0 0

Federal 0 203 0 0

Municipal 6.891 0 0 0

Privada 1.571 1.735 487 1004

Total 15.723 6.780 487 1004

2013

Estadual 6.169 3.273 674 1.158

Federal 0 157 0 0

Municipal 6.561 0 0 0

Privada 1.171 1.340 397 896

Total 13.907 4.770 1.071 2.054

2014

Estadual 5.562 3.498 627 1.156

Federal 0 162 0 0

Municipal 5.147 0 0 0

Privada 871 1.202 410 873

Total 11.670 4.862 1.037 2.029

Fonte: MEC/Inep/Censo Escolar – consulta no portal <http://portal.inep.gov.br/>, acesso em 24/03/2015. Organizado por SME-Natal.

Gráfico 23 – Evolução da matrícula na EJA em Natal

Fonte: Observatório do PNE. MEC/Inep/DEED/Censo Escolar/Preparação: Todos Pela Educação. Consulta ao Portal <http://www.observatoriodopne.org.br/ >. Acesso em 08/05/15. Organizado por SME-Natal.

16.992 16.238 15.72313.907

11.670

6.779 6.450 6.7804.770 4.862

370 995 1.0042.054 2.029

2010 2011 2012 2013 2014

Evolução da Matrícula na EJAFundamental e Médio

F. Presencial F. Semi Presencial M. Presencial M. Semi Presencial

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Atualmente, a escolaridade média da população brasileira na faixa etária de 18 a 29 anos é de 9,8 anos de estudo. No tocante a Região Nordeste essa escolaridade média é de 9,0 anos e no Rio Grande do Norte esse número aumenta em relação a nossa região, atingindo 9,4. Em Natal essa média chega aos 9,7, quase igualando a média nacional (Figura 9).

Figura 9 – Situação dos estados e municípios em relação a Meta Nacional 8A – Escolaridade Média

Fonte: MEC/PNE. Consulta ao Portal <http://simec.mec.gov.br/pde/graficopne.php>. Acesso em 24/03/15.

Figura 10 - Situação dos estados e municípios em relação a Meta Nacional 8C – Escolaridade Média

Fonte: MEC/PNE. Consulta ao Portal <http://simec.mec.gov.br/pde/graficopne.php>. Acesso em 24/03/15.

Figura 11 - Situação dos estados e municípios em relação a Meta Nacional 8D – Escolaridade Média

Fonte: MEC/PNE. Consulta ao Portal <http://simec.mec.gov.br/pde/graficopne.php>. Acesso em 24/03/15.

Mesmo que a escolaridade média da população de 18 a 29 anos no município de Natal seja superior ao nosso estado e a nossa região, as Figuras 13 e 14 evidenciam as desigualdades no acesso e no sucesso escolar dos grupos mais vulneráveis da população, como é o caso dos 25% mais pobres e dos negros. Diante deste cenário, para elevar a escolaridade média desta população para 12 anos de estudo, é necessário o envolvimento de toda sociedade, priorizando os recortes sociais de gênero, etnia, geração, território e culturas específicas, buscando superar as desigualdades sociais existentes. O aumento da escolaridade pode ser obtido tanto a partir da ampliação da oferta da EJA quanto do ensino regular, garantindo, com qualidade no processo de ensino e aprendizagem, a inclusão da população de 18 a 29 anos de idade.

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Quadro 58 – População: pessoas de 15 anos ou mais de idade em 2010 População residente 15 anos ou mais de idade

Ano Absoluto Percentual %

2010 628.860 78,24 Fonte IBGE. Censo demográfico 2010. Consulta ao portal <http://www.sidra.ibge.gov.br/>. Acesso em 10/04/2015. Organizado por SME-Natal.

No ano de 2010, o grupo de pessoas na faixa etária de 15 anos ou mais de idade representava 78,24% da população residente no município.

Natal tem empregado esforços, para garantir o direito ao acesso e/ou a conclusão dos estudos àqueles que não puderam fazê-lo na idade escolar obrigatória. Essa política de inclusão social tem como meta oportunizar a todos os cidadãos com quinze anos ou mais de idade, o acesso à escolaridade, proporcionando além do conhecimento científico, o direito à cidadania.

Quadro 59 - Alfabetização das pessoas de 15 anos ou mais de idade

Ano Pessoas de 15 anos ou mais de idade

Alfabetizadas Taxa de alfabetização

2000 456.207 70,37

2010 576.579 85,42 Fonte IBGE. Censo demográfico 2010. Consulta ao portal <http://www.sidra.ibge.gov.br/>. Acesso em 10/04/2015. Organizado por SME-Natal.

Gráfico 24 – População de 15 anos ou mais alfabetizada

Fonte IBGE. Censo demográfico 2010. Consulta ao portal <http://www.sidra.ibge.gov.br/>. Acesso em 10/04/2015. Organizado por SME-Natal.

A elevação da alfabetização da população de 15 anos ou mais de idade é um indicativo de que esses esforços estão dando resultados satisfatórios. De acordo com os censos demográficos de 2000 e 2010, a população natalense alfabetizada passou de 70,37% para 85,42%, em uma década, seguindo a tendência nacional de diminuição do analfabetismo como evidencia o Quadro 59 e o Gráfico 24.

Quadro 60 – Matrículas na Educação de Jovens e Adultos na Rede Pública Ano Total Até 17anos De 18 a 29 anos De 30 a 59 anos 60 anos ou mais

2010 18.925 5.352 7.781 5.523 269

2011 20.306 5.803 8.784 5.505 214

2012 19.541 5.339 8.913 5.074 215

2013 18.349 4.436 8.678 5.002 233

Fonte: Observatório do PNE. MEC/Inep/DEED/Censo Escolar/Preparação: Todos Pela Educação. Consulta ao Portal <http://www.observatoriodopne.org.br/ >. Acesso em 08/05/15. Organizado por SME-Natal.

70,37%

85,42%

2000 2010

População de 15 anos ou mais alfabetizada

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Quadro 61 – Porcentagem de matrículas nos períodos diurno e noturno da Educação de Jovens e Adultos EJA

Ano EJA diurno EJA noturno

Absoluto Relativo % Absoluto Relativo %

2010 6.456 26,4 18.025 73,6

2011 5.510 22,5 19.013 77,5

2012 6.187 25,4 18.169 74,6

2013 5.389 24,3 16.781 75,7

Fonte: Observatório do PNE. MEC/Inep/DEED/Censo Escolar/Preparação: Todos Pela Educação. Consulta ao Portal <http://www.observatoriodopne.org.br/ >. Acesso em 08/05/15. Organizado por SME-Natal.

Gráfico 25 - Evolução das matrículas diurno e noturno na Educação de Jovens e Adultos

Fonte: Observatório do PNE. MEC/Inep/DEED/Censo Escolar/Preparação: Todos Pela Educação. Consulta ao Portal <http://www.observatoriodopne.org.br/>. Acesso em 08/05/15. Organizado por SME-Natal.

O que se revela na análise dos quadros 60 e 61 é um decréscimo no número de matrículas na EJA da rede pública a partir do ano de 2012, com uma variação na faixa etária de 18 a 29 anos, apresentando um acréscimo no mesmo ano. Esse decréscimo na matrícula da Educação de Jovens e Adultos ocorre, em parte, devido à existência de programas como o Brasil Alfabetizado e Projovem e a falta de motivação para a modalidade. Desse modo, é necessário investir mais na ampliação de programas com metodologia diferenciada na Educação de Jovens e Adultos para se alcançar a meta.

Quadro 62 – Matrículas na Educação de Jovens e Adultos em unidades prisionais de Natal Ano Matrícula EJA em unidades prisionais

2010 106

2011 49

2012 48

2013 27

Fonte: Observatório do PNE. MEC/Inep/DEED/Censo Escolar/Preparação: Todos Pela Educação. Consulta ao Portal <http://www.observatoriodopne.org.br/>. Acesso em 08/05/15. Organizado por SME-Natal.

O quadro 62 apresenta a matrícula inicial na EJA em unidades prisionais no período de 2010

a 2013, apontando um acentuado decréscimo. No município de Natal existem turmas de alfabetização do Programa Brasil Alfabetizado, RN caminhando (Estado) e Geração Cidadã (município) no Complexo Penal Dr. João Chaves (Pavilhão Feminino). Na Cadeia Pública de Natal Raimundo Nonato e na Unidade Psiquiátrica de Custódia e Tratamento e Casa de Custódia. O

26,40%22,50% 25,40% 24,30%

73,60%77,50% 74,60% 75,70%

2010 2011 2012 2013

DIURNO NOTURNO

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governo do estado desenvolve ações que contribuem para a continuidade da formação educacional com o Programa Projovem.

Quadro 63 – EJA PROJOVEM - Ensino Fundamental Ano EJA diurno EJA noturno

2010 17,3% 3.000 82,7% 14.320

2011 15,3% 2.610 84,7% 14.439

2012 18,6% 3.083 81,4% 13.466

2013 18,2% 2.787 81,8% 12.540 Fonte: Observatório do PNE. MEC/Inep/DEED/Censo Escolar/Preparação: Todos Pela Educação. Consulta ao Portal <http://www.observatoriodopne.org.br/ >. Acesso em 08/05/15. Organizado por SME-Natal.

Quadro 64 – EJA PROJOVEM - Ensino Médio

Ano EJA diurno EJA noturno

2010 48,3% 3.456 51,7% 3.703

2011 38,8% 2.900 61,2% 4.574

2012 39,8% 3.104 60,2% 4.703

2013 38,0% 2.602 62,0% 4.241 Fonte: Observatório do PNE. MEC/Inep/DEED/Censo Escolar/Preparação: Todos Pela Educação. Consulta ao Portal <http://www.observatoriodopne.org.br/ >. Acesso em 08/05/15. Organizado por SME-Natal.

Os quadros 63 e 64 apresentam a matrícula inicial da EJA de 2010 a 2013, na rede pública de ensino, demonstrando que os percentuais apontam um decréscimo nas etapas da EJA diurno e noturno no Ensino Fundamental e EJA diurno no Ensino Médio, mas na EJA noturno do Ensino Médio houve um gradual acréscimo, refletindo a necessidade das pessoas em buscar alternativas de qualificação, por exigência do mundo do trabalho, principalmente no que tange a competitividade.

Quadro 65 – Matrículas de idosos Educação de Jovens e Adultos de Natal Ano Matrícula de Idosos na EJA

2010 391

2011 284

2012 295

2013 273

Fonte: Observatório do PNE. MEC/Inep/DEED/Censo Escolar/Preparação: Todos Pela Educação. Consulta ao Portal <http://www.observatoriodopne.org.br/>. Acesso em 08/05/15. Organizado por SME-Natal.

O quadro 65 apresenta a matrícula inicial de idosos na EJA, na rede pública de ensino, revelando um declínio, passando de 391 matrículas em 2010 para 273 matrículas em 2013. A realidade demanda, portanto, propostas pedagógicas distintas e complementares, inclusive integradas à educação profissional ou que tornem possível a retomada e conclusão com êxito da trajetória educacional destes sujeitos.

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Quadro 66 – Matrículas de idosos por etapa da Educação de Jovens e Adultos em Natal Matrícula de Idosos na EJA

Ano Ensino Fundamental Ensino Médio

2010 331 60

2011 247 37

2012 270 25

2013 253 20 Fonte: Observatório do PNE. MEC/Inep/DEED/Censo Escolar/Preparação: Todos Pela Educação. Consulta ao Portal <http://www.observatoriodopne.org.br/ >. Acesso em 08/05/15. Organizado por SME-Natal.

Quadro 67 – Matrículas de idosos Educação de Jovens e Adultos por dependência administrativa em Natal

Matrícula de Idosos na EJA

Ano Pública Privada

2010 269 122

2011 214 70

2012 215 80

2013 233 40 Fonte: Observatório do PNE. MEC/Inep/DEED/Censo Escolar/Preparação: Todos Pela Educação. Consulta ao Portal <http://www.observatoriodopne.org.br/ >. Acesso em 08/05/15. Organizado por SME-Natal.

Os quadros 66 e 67 demonstram a redução no número de matrículas de idosos tanto no Ensino Fundamental e Médio como nas redes, pública e privada. A explicação para esse fato está na ideia de que muitos idosos usam o Ensino Fundamental como etapa final de estudo. Faz-se necessária a continuidade e ampliação de políticas, programas e ações que contribuam para a continuidade da formação educacional dos trabalhadores, que não tiveram oportunidade de concluírem o ensino fundamental e médio em tempo oportuno.

Figura 12 – Situação dos estados e municípios em relação a Meta Nacional 9A – Taxa de alfabetização da população de 15 anos ou mais de idade

Fonte: MEC/PNE. Consulta ao Portal <http://simec.mec.gov.br/pde/graficopne.php>. Acesso em 24/03/15.

O Portal do PNE/MEC informa a taxa de alfabetização da população de 15 anos ou mais de idade, conforme se vê na Figura 12. O que se evidencia na leitura da figura é que o município de Natal apresenta um percentual mais elevado que o estado do Rio Grande do Norte (82,8%), a região Nordeste (83,1%) e o Brasil (91,5%), atingindo (91,7%). Nesse caso a referência do cálculo também foi o Censo Demográfico 2010 do IBGE e a PNAD 2013.

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Figura 13 – Situação dos estados e municípios em relação a Meta Nacional 9B – Taxa de analfabetismos funcional da população de 15 anos ou mais de idade

Fonte: MEC/PNE. Consulta ao Portal <http://simec.mec.gov.br/pde/graficopne.php>. Acesso em 24/03/15.

Quando se trata da taxa de analfabetismo funcional da população de 15 anos ou mais de idade, o Portal do PNE/MEC informa o inverso conforme se vê na Figura 13. O que se evidencia na leitura da figura é que o município de Natal apresenta um percentual mais baixo que o estado do Rio Grande do Norte (37,9%), a região Nordeste (40,8%) e o Brasil (29,4%), atingindo apenas (18,0%). A referência do cálculo também foi o Censo Demográfico 2010 do IBGE e a PNAD 2013.

Mesmo com o advento do Fundeb (Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica), que ampliou a possibilidade de financiamento de programas de Educação de Jovens e Adultos, as matrículas nessa modalidade de ensino vêm caindo nos últimos anos. Experiências de programas mais ligados à formação profissional tem obtido algum sucesso e precisam ser acompanhados de perto. Mas é necessária a adoção de projetos pedagógicos diferenciados e específicos, capazes de atender à enorme diversidade do público que demanda por essa modalidade de ensino.

Neste indicador, podemos acompanhar o número de matrículas de Jovens e Adultos no Ensino Fundamental integradas à Educação Profissional. Percebe-se que a evolução das matrículas nessa modalidade tem sido bem insipiente nos últimos anos.

Para o cálculo do indicador foi considerado o número de matrículas de Ensino Fundamental na Educação de Jovens e Adultos integradas à Educação Profissional, nas modalidades semipresencial e presencial, bem como sua proporção do total de matrículas de Ensino Fundamental na Educação de Jovens e Adultos.

Quadro 68 – Matrículas de EJA no Ensino Fundamental integradas à Educação Profissional

EJA Fundamental integrada à Educação Profissional – Natal/RN BRASIL

ANO Municipal Estadual Federal Privada TOTAL TOTAL

2010 0 0 0 0 0 14.126

2011 0 159 0 49 208 (1,2%) 23.995

2012 0 0 0 0 0 18.622

2013 0 0 0 0 0 20.194

Fonte: Observatório do PNE. MEC/Inep/DEED/Censo Escolar/Preparação: Todos Pela Educação. Consulta ao Portal <http://www.observatoriodopne.org.br/ >. Acesso em 08/05/15. Organizado por SME-Natal.

Observe-se que a modalidade de EJA fundamental integrada à Educação Profissional é praticamente inexistente, com registro mínimo de oferta apenas no ano de 2011, na rede pública estadual e em escolas privadas.

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No caso da matrícula da EJA no ensino médio integrada à Educação Profissional, a porcentagem total oscila em valores abaixo de 10%, tendo inclusive regredido nos anos posteriores a 2010.

Quadro 69 – Matrículas de EJA no Ensino Médio integradas à Educação Profissional

EJA Ensino Médio integrada à Educação Profissional – Natal/RN BRASIL

ANO Municipal Estadual Federal Privada TOTAL TOTAL

2007 0 0 163 0 163 (3,3%) 9.747 (0,6%)

2008 0 98 212 265 575 (9,6%) 14.939 (0,9%)

2009 0 172 218 0 390 (5,7%) 19.533 (1,2%)

2010 0 85 216 331 632 (8,8%) 38.152 (2,7%)

2011 0 93 188 202 483 (6,5%) 41.971 (3,1%)

2012 0 124 205 137 466 (6,0%) 35.993 (2,7%)

2013 0 0 158 0 158 (2,3%) 41.296 (3,1%) Fonte: Observatório do PNE. MEC/Inep/DEED/Censo Escolar/Preparação: Todos Pela Educação. Consulta ao Portal <http://www.observatoriodopne.org.br/>. Acesso em 08/05/15. Organizado por SME-Natal.

Observe-se na figura 14, que União, estados e municípios deverão realizar investimentos significativos em programas e ações para atingir ao percentual de 25% de matrículas da EJA integrada a educação profissional.

Figura 14 – Situação dos estados e municípios em relação a Meta Nacional 10 – Percentual de matrículas de educação de jovens e adultos na forma integrada à educação profissional.

Fonte: MEC/PNE. Consulta ao Portal <http://simec.mec.gov.br/pde/graficopne.php>. Acesso em 24/03/15.

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10. EDUCAÇÃO PROFISSIONAL TÉCNICA

Quadro 70 - Taxa de atendimento da Educação Profissional Técnica de Nível Médio em Natal

PERÍODO DEPENDÊNCIA ADMINISTRATIVA

EDUCAÇÃO PROFISSIONAL TÉCNICA DE ENSINO MÉDIO

MATRÍCULA NO ENSINO MÉDIO PROFISSIONAL

TAXA DE MATRÍCULA NO ENSINO MÉDIO PROFISSIONAL

2013

FEDERAL 4238

ESTADUAL

MUNICIPAL

PRIVADO

TOTAL

2012

FEDERAL 4089

ESTADUAL

MUNICIPAL

PRIVADO

TOTAL

2011

FEDERAL 4134

ESTADUAL

MUNICIPAL

PRIVADO

TOTAL

2010

FEDERAL 4209

ESTADUAL

MUNICIPAL

PRIVADO

TOTAL 16670

Fonte: Relatórios de Gestão do IFRN (2009-2013).

O IFRN, dentro de suas competências estabelecidas em lei, obriga-se a garantir o mínimo de 50% (cinquenta por cento) de suas vagas para oferta de educação profissional técnica de nível médio, prioritariamente na forma de cursos integrados, para os concluintes do ensino fundamental e para o público da educação de jovens e adultos (LEI Nº 11.892, DE 29 DE DEZEMBRO DE 2008). O IFRN estabeleceu, para os campi que estão instalados em Natal, as seguintes capacidades:

Campus Natal-Central = 6.000 (seis mil) matrículas, envolvendo os cursos técnicos de nível médio, os cursos de graduação e de pós-graduação. Destas, o mínimo de 3.000 (três mil) para cursos técnicos. Para isto, o Campus Natal-Central possui 300 (trezentos) professores, estabelecendo uma relação aluno/professor de 20/1. Campus Natal-Cidade Alta= 1.200 (mil e duzentas) matrículas, envolvendo os cursos técnicos de nível médio, os cursos de graduação e de pós-graduação. Destas, o mínimo de 600 (seiscentas) para cursos técnicos. Para isto, o Campus Natal-Cidade Alta possui 60 (sessenta) professores, estabelecendo uma relação aluno/professor de 20/1.

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Campus Natal-Zona Norte= 1.200 (mil e duzentas) matrículas, envolvendo os cursos técnicos de nível médio, os cursos de graduação e de pós-graduação. Destas, o mínimo de 600 (seiscentas) para cursos técnicos. Para isto, o Campus Natal-Zona Norte possui 60 (sessenta) professores, estabelecendo uma relação aluno/professor de 20/1.

O IFRN possui ainda 3 campi na região metropolitana de Natal, ou seja:

Campus Parnamirim= 1.200 (mil e duzentas) matrículas, envolvendo os cursos técnicos de nível médio, os cursos de graduação e de pós-graduação. Destas, o mínimo de 600 (seiscentas) para cursos técnicos. Para isto, o Campus Natal-Parnamirim possui 60 (sessenta) professores, estabelecendo uma relação aluno/professor de 20/1. Campus São Gonçalo do Amarante= 1.200 (mil e duzentas) matrículas, envolvendo os cursos técnicos de nível médio, os cursos de graduação e de pós-graduação. Destas, o mínimo de 600 (seiscentas) para cursos técnicos. Para isto, o Campus São Gonçalo do Amarante possui 60 (sessenta) professores, estabelecendo uma relação aluno/professor de 20/1. Campus Ceará-Mirim= 1.200 (mil e duzentas) matrículas, envolvendo os cursos técnicos de nível médio, os cursos de graduação e de pós-graduação. Destas, o mínimo de 600 (seiscentas) para cursos técnicos. Para isto, o Campus Ceará-Mirim possui 60 (sessenta) professores, estabelecendo uma relação aluno/professor de 20/1.

Observa-se, nos dados apresentados no quadro, que já existe uma certa estabilidade nas matrículas de ensino médio profissional com os campi existentes na cidade de Natal pois praticamente todos já estão com sua capacidade operacional estabelecida. Para o atingimento da meta de triplicar a oferta de educação profissional dentro da cidade de Natal, necessário se faz, ou a criação de novos campi da rede federal, ou um aumento da oferta através das outras esferas (estadual, municipal ou privada).

Existe, em processo de construção/reforma, a implantação de uma unidade avançada do campus Natal - Cidade Alta no bairro Rocas, que deverá ser concluído em 2016.

Em comparação com outras ofertas que o IFRN possui, observa-se, na tabela abaixo, a predominância dos cursos técnicos de nível médio e de Formação Inicial e Continuada (FIC).

Quadro 71 – Distribuição percentual de matrículas, por ano e modalidade de formação (2009-2013)

Matrículas por modalidade de ensino 2009 2010 2011 2012 2013

Formação Inicial Continuada (FIC) 35,1% 31,9% 37,9% 39,1% 28,5%

Cursos Técnicos Integrados 26,0% 30,6% 27,3% 24,9% 31,1%

Cursos Técnicos Subsequentes 20,7% 19,8% 19,2% 20,9% 21,5%

Graduação Tecnológica 7,5% 5,4% 5,2% 6,1% 6,7%

Licenciatura 4,5% 6,0% 6,2% 7,8% 7,5%

Pós-graduação 6,2% 6,4% 4,2% 1,2% 4,7%

TOTAL DE MATRÍCULAS 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0%

Fonte: Relatórios de Gestão do IFRN (2009-2013).

Um dado que merece destaque é a faixa de renda dos alunos do IFRN, onde observa-se que a maioria se encontra na faixa de renda familiar que vai de zero a um salário mínimo per capita.

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Quadro 72 - Alunos matriculados por faixas de renda familiar per capita

Faixa (salário mínimo) 2011 2012 2013

Estudantes % Estudantes % Estudantes %

Até 0,5 4.851 64 5.853 63,59 9.937 57,67

Entre 0,5 e 1 0 0 2.120 23,03 4.504 26,14

Entre 1 e 1,5 1.414 18 632 6,87 1.436 8,33

Entre 1,5 e 2 0 0 262 2,85 565 3,28

Entre 2 e 2,5 502 6 159 1,73 354 2,05

Entre 2,5 e 3 0 0 54 0,59 135 0,78

Maior ou igual a 3 726 9 124 1,34 299 1,74

Fonte: Relatório de Gestão do IFRN (2013).

No ano de 2014, o IFRN aprovou o PDI – Plano de Desenvolvimento Institucional para os próximos 5 anos e estabelecendo o planejamento estratégico de oferta de cursos para todos os campi do IFRN, que é apresentado na tabela abaixo:

Quadro 71 - Número de ofertas de vagas para 2014 a 2018

Vagas por modalidade de Ensino 2014.2 2015 2016 2017 2018

Integrado 148 3.032 3.736 4.052 4.252

Integrado EJA 80 400 516 512 508

Subsequente 2.160 5.240 4.866 4.946 5.106

Licenciatura 196 938 1.050 1.130 1.210

Aperfeiçoamento para professores 160 510 535 470 555

Especialização para professores 200 1.310 685 1.390 1.270

FIC para Professores 270 540 540 540 540

Tecnologia 536 1.326 1.770 1.762 1.622

Engenharia 0 0 224 224 224

Especialização 440 120 516 606 76

Mestrado 0 55 55 55 115

PROEJA FIC Fundamental 80 120 470 120 390

Total de Vagas 4.270 13.591 14.963 15.807 15.868

Fonte: IFRN/PROEN.

No caso particular dos campi que estão estabelecidos no município de Natal, os quadros a seguir apresentam o planejamento do Instituto.

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Quadro 73 - Plano de Oferta de Cursos e Vagas do Campus Natal-Central (2014.2-2018)

Tipo Nível Forma Previsão de Oferta de Novas Vagas

DESCRIÇÃO 2014.2 2015 2016 2017 2018

NATAL-CENTRAL 756 2091 2351 2351 2371

Técnico Médio

Integrado

Edificações 80 80 80 80

Eletrotécnica 72 72 72 72

Mecânica 36 36 36 36

Informática para Internet 36 72 72 72 72

Manutenção e Suporte em Informática 36 72 72 72 72

Administração 36 72 72 72 72

Controle Ambiental 72 72 72 72

Mineração 36 36 36 36

Geologia 36 36 36 36

Subsequente

Mineração 36 72 72 72 72

Geologia 36 72 72 72 72

Segurança do Trabalho 36 108 108 108 108

Petróleo e Gás 72 144 144 144 144

Eletrotécnica 36 72 72 72 72

Mecânica 36 108 108 108 108

Edificações 80 160 160 160 160

Estradas 40 80 80 80 80

Outras ofertas

Graduação

Tecnologia

Construção de Edifícios 40 80 80 80 80

Redes de Computadores 40 80 80 80 80

Análise e Desenvolvimento de Sistemas 40 80 80 80 80

Comércio Exterior 40 40 40 40

Gestão Pública 40 80 80 80 80

Gestão Ambiental 36 72 72 72 72

Engenharia

Engenharia Mecânica 80 80 80

Engenharia de Minas 72 72 72

Engenharia Ambiental e Sanitária 72 72 72

Pós-graduação

Especialização Gestão Ambiental 40 40 40 40 40

Segurança do Trabalho 36 36 36

Mestrado Profissional

Computação Aplicada 20 20 20 20

Mestrado Profissional

Ensino de Física 20 20 20 20

Mestrado Profissional

Uso Sustentável de Recursos Naturais 20 20 20 40

Mestrado Profissional

Gestão Ambiental 20 20 20 20

Formação de Professores

Graduação Licenciatura

Licenciatura em Física 40 40 40 40

Licenciatura em Geografia 40 40 40 40

Licenciatura em Espanhol 40 40 40 40 40

Licenciatura em Matemática 40 40 40 40

Pós-graduação

Mestrado Mestrado em Educação Profissional 15 15 15 15

Fonte: IFRN/PROEN.

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Quadro 74 - Plano de Oferta de Cursos e Vagas do Campus Natal - Cidade Alta (2014.2-2018)

Tipo Nível Forma DESCRIÇÃO Previsão de Oferta de Novas Vagas

2014.2 2015 2016 2017 2018

NATAL-CIDADE ALTA 80 500 540 500 500

Técnico Médio

Integrado

Multimídia 80 80 80 80

Curso Técnico num dos Eixos Tecnológicos (produção cultural

e Design; Turismo, Hospitalidade e Laser) de

Atuação do Campus* 40 40 40

Subsequente

Composição Visual 80 80 40 40

Guia de Turismo 40 80 80 80 80

Eventos 40 80 80 80 80

Formação de Professores

Pós-graduação

Aperfeiçoamento para professores

Artes 50 50 50 50

Especialização para professores

Gestão do Lazer 50 50 50 50

Outras ofertas

Graduação Tecnologia Produção Cultural 40 40 40 40

Gestão Desportiva de Lazer 40 40 40 40 Fonte: IFRN/PROEN.

Quadro 75 - Plano de Oferta de Cursos e Vagas do Campus Natal-Zona Norte (2014.2-2018)

Tipo Nível Forma DESCRIÇÃO Previsão de Oferta de Novas Vagas

2014.2 2015 2016 2017 2018

NATAL-ZONA NORTE 76 376 376 412 412

Técnico Médio

Integrado

Eletrônica - 72 36 36 36

Informática - 36 36 36 36

Comércio - 36 36 36 36

Integrado EJA

Comércio - 40 40 40 40

Subsequente Manutenção e Suporte em

Informática 40 80 80 80 80

Formação de Professores

Graduação Licenciatura Informática - 40 40 40 40

Outras ofertas Graduação Tecnologia Marketing 36 72 72 72 72

Engenharia Engenharia de Computação - - 36 72 72 Fonte: IFRN/PROEN.

Apesar do aumento de matrículas na Educação Profissional registrado nos últimos anos, escola e mundo do trabalho carecem de sintonia. As rápidas transformações proporcionadas pelas novas tecnologias e os novos perfis profissionais, que valorizam muito mais a criatividade e a capacidade de relacionar conhecimentos de forma interdisciplinar, na busca pela resolução de problemas, ainda são características pouco valorizadas nos cursos de formação profissional. Além disso, a amarra das disciplinas obrigatórias sobrecarrega o Ensino Médio profissionalizante, pois o aluno é obrigado a cumprir não apenas as disciplinas relacionadas ao curso como também toda a carga do Ensino Médio regular. Em 2013, o Ministério da Educação registrou 474 novas matrículas de Educação Profissional Técnica na rede pública de Natal.

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Quadro 76 – Matrícula da Educação Profissional Técnica, nas formas integrada, concomitante e subsequente em Natal

EDUCAÇÃO PROFISSIONAL TÉCNICA

ANO Integrada Concomitante Subsequente Total

2007 1.250 293 2.673 4.216

2008 1.721 537 3.027 5.285

2009 2.263 399 4.774 7.436

2010 2.204 597 5.249 8.050

2011 2.504 1.202 6.769 10.475

2012 2.599 412 6.981 9.992

2013 2.721 1.113 7.767 11.601 Fonte: Observatório do PNE. MEC/Inep/DEED/Censo Escolar/Preparação: Todos Pela Educação. Consulta ao Portal <http://www.observatoriodopne.org.br/ >. Acesso em 08/05/15. Organizado por SME-Natal.

Quadro 77 – Matrícula da Educação Profissional Técnica de nível médio por dependência administrativa

Dependência Administrativa 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013

Pública 2.692 3.609 4.637 4.639 5.225 5.834 6.308

Privada 1.524 1.676 2.799 3.411 5.250 4.158 5.293

Total 4.216 5.285 7.436 8.050 10.475 9.992 11.601 Fonte: Observatório do PNE. MEC/Inep/DEED/Censo Escolar/Preparação: Todos Pela Educação. Consulta ao Portal <http://www.observatoriodopne.org.br/ >. Acesso em 08/05/15. Organizado por SME-Natal.

Quadro 78 – Porcentagem de matrículas na Educação Profissional integrada de nível médio em relação ao total de matrículas do Ensino Médio em Natal.

Educação Profissional 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013

Matrículas Ed. Profissional Integrada de Nível Médio

1.250 1.721 2.263 2.204 2.504 2.599 2.721

Porcentagem em relação às matrículas do Ensino Médio

2,7% 3,7% 5,2% 5,2% 6,1% 6,6% 7,3%

Fonte: Observatório do PNE. MEC/Inep/DEED/Censo Escolar/Preparação: Todos Pela Educação. Consulta ao Portal <http://www.observatoriodopne.org.br/ >. Acesso em 08/05/15. Organizado por SME-Natal.

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11. EDUCAÇÃO SUPERIOR

O direito à Educação Superior de qualidade está instituído na Constituição Federal de 1988, como também na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional e, atualmente, reforçado nos Planos Nacional, Estaduais e Municipais, nestes fazem-se presentes a elevação de matrícula na educação superior em nível de graduação (tecnólogo, licenciatura e bacharelado), de pós-graduação (especialização, mestrado e doutorado) de extensão e cursos sequenciais, oferecidos pelas redes de ensino públicas ou privadas, nas modalidades presenciais e à distância, para isto ter-se-á que definir diretrizes, objetivos, metas e estratégias, contribuindo para a promoção das transformações sociais, para o fortalecimento dos valores humanitários e para a formação profissional. Assim, corrobora-se a necessidade de elaboração de políticas institucionais com propostas didático-pedagógicas inovadoras e criativas, capazes de melhorar a quantidade sem abrir mão da qualidade.

O Sistema Federal de Educação é composto pelas instituições federais criadas por decreto ou lei federal, recredenciadas periodicamente pelo Ministério de Educação (MEC) e pelas instituições privadas de ensino superior, credenciadas e recredenciadas pelo MEC.

Atualmente, muitos são os desafios da educação superior que necessitam ser superados para a democratização e para a oferta de uma educação de qualidade, mesmo perante os avanços ocorridos, como exemplo a maior acessibilidade ao ensino superior, ante as políticas públicas de acesso.

De acordo com os dados do Censo da Educação Superior 2012, divulgados pelo Ministério da Educação (INEP), o território de Natal contabilizou quinze Instituições de Ensino Superior (IES), destas, duas de administração Federal, duas de administração estadual e onze instituições privadas, dentre as quais, dois Centros Universitários e nove Faculdades. Conforme quadro abaixo:

Quadro 79 - Instituições de Ensino Superior (IES) no Município de Natal (2012)

Dependência administrativa 2012

Federal UFRN 01

IFRN 01

Estadual Kennedy 01

UERN 01

Privada Centro Universitário 02

Faculdade 09

Total 15 Fonte: MEC/INEP. Censo do Ensino Superior (2012). Organizado por SME-Natal.

A análise e interpretação das informações coletados no Portal do INEP referentes às matrículas de graduação presenciais e à distância contidas na tabela tornam-se a base do trabalho interpretativo e das inferências feitas a partir do conjunto dos dados que apontam um crescimento gradual de forma a seguir uma linha que aponta um desemboque na efetivação do que aspira a meta 12 deste PME.

Seguindo uma tendência nacional, das 15 instituições de nível superior em 2012, a maioria é de faculdades privadas, consequenciando em um maior atendimento em relação à taxa de matrícula, que corresponde, aproximadamente a 66%, tendo em vista que das 72.670 matrículas presenciais, efetuadas no ano de 2012, 47.975 correspondem a rede privada e 24.695 são públicas. Das 2.958 matrículas à distância, 2.674 correspondem a rede privada e 284 a rede pública. De acordo com o quadro a seguir:

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Quadro 80 - Matrícula nos Cursos de Graduação Presencial e à Distância (EaD) do Município de Natal

Período Dependência Administrativa Presencial EaD

2010

Estadual 986 297

Federal 21.142 255

Privada 38.780 1.485

Total 60.908 2.037

2011

Estadual 1.420 -

Federal 23.614 149

Privada 43.005 1.648

Total 68.039 1.797

2012

Municipal - 53

Estadual 1.452 -

Federal 23.243 231

Privada 47.975 2.674

Total 72.670 2.958

Fonte: MEC/INEP. Microdados do Censo do Ensino Superior (2010 – 2012)

Gráfico 26 - Matrículas na Graduação nas modalidades presencial e à distância em Natal

Fonte: MEC/INEP. Microdados do Censo do Ensino Superior (2010 – 2012)

Segundo os dados propalados pelo Ministério da Educação (Inep, 2012), as matrículas na

educação superior do município de Natal totalizam 75.628 de alunos. Esse número afere um aumento de 16,77%, no período de 2010 a 2012, detalhando que o número de matrículas das instituições particulares cresceu quantitativamente de 40.265, em 2010, para 50.649 estudantes matriculados, em 2012, um número absoluto maior do que nas instituições públicas que cresceu de 22.680, em 2010, para 24.979 estudantes matriculados, em 2012, isto é, a rede pública representa 9,2% e a particular de 20,50%, ressalta-se ainda, que as instituições federais representam, aproximadamente, 94% da rede pública da educação superior.

Na continuidade dos dados do Inep, o total de alunos que ingressaram no ensino superior em 2012 é de 75.628, o que significa um de aumento de 12.683, alusivo ao ano de 2010. Em referência aos cursos à distância, entre os anos de 2010 e 2012, houve um acréscimo de 921

75.628

69.836

62.945

2.958

1.797

2.037

72.670

68.039

60.908

Matrículas na Graduação Presencial e EAD

Presencial EAD TOTAL

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estudantes matriculados. Ressalta-se que, com esse crescimento, a modalidade à distância já representa, aproximadamente, 3,9% do total de matrículas em graduação.

Destaca-se, ainda, que o município de Natal tem parceria com a Universidade Aberta do Brasil (UAB), é um polo apto, em virtude disso recebe qualquer curso ofertado, cujo mantenedor é a Prefeitura Municipal de Natal, com isso o município é parceiro da citada Universidade, que é um sistema integrado por universidades públicas e busca expandir a oferta de cursos de educação superior, por meio da educação à distância. Ao plantar a semente da universidade pública de qualidade, incentiva o desenvolvimento das escolas com baixo IDEB, pois tem a prioridade de oferecer formação inicial a professores em efetivo exercício na educação básica, ainda sem graduação, além de formação continuada àqueles já graduados, como também, apetece ofertar cursos a dirigentes, gestores e outros profissionais da educação básica da rede pública. A UAB tem polos de apoio para o desenvolvimento de atividades pedagógicas presenciais, em que os alunos entram em contato com tutores e professores e têm acesso à biblioteca e laboratórios de informática.

No município de Natal, apesar da ampliação no atendimento aos discentes do ensino superior (Quadro 80), este crescimento ainda não foi suficiente para reverter algumas taxas desfavoráveis, especialmente quando comparadas às de outros estados. As desigualdades também são acentuadas se forem comparados entre os municípios de outras regiões do país e até mesmo entre os municípios do Rio Grande do Norte.

Numa visão geral da educação superior, destacam-se, dentre outras prioridades, a necessidade de aumento do número de matrículas e investimentos nesse nível de ensino, sobretudo no ensino público superior, buscando, em especial, uma articulação entre as precisões de formação dos profissionais de educação e a oferta de cursos e vagas que atendam a essa demanda. Assim, torna-se imprescindível consolidar a democratização do ensino superior de qualidade, articulando ensino, pesquisa e extensão de forma a colaborar para o desenvolvimento local.

Diante do panorama da educação superior, destaca-se a necessidade de articulação entre os poderes públicos municipal e estadual, em conjunto com as instituições de ensino superior, no sentido de realizarem sua missão na área da educação, para isto, haverá a necessidade de realizar-se parcerias, de modo a atender a formação de novos profissionais no campo do ensino superior, na esfera de estágios supervisionados e programas de formação em serviço, atendendo os professores da Educação Básica, assim como, são desejáveis parcerias que resultem na oferta de cursos de extensão e atualização de cursos específicos de pós-graduação lato e stricto senso, como estratégia de fortalecimento dos programas de formação continuada e em serviço, a fim de alcançar as metas de titulação estipuladas para os profissionais das redes de ensino.

Quadro 81 - Número de Professores nas IES Públicas e Privadas (Graduação) do Município de Natal

ANO

Docentes

IES Públicas Privadas

UFRN IFRN UERN KENNEDY

2010 1.930 443 906 39 1.700

2011 2.287 445 875 43 1.773

2012 2.247 515 882 42 1.885 Fonte: MEC/INEP. Microdados do Censo do Ensino Superior (2010 – 2012)

Outro desafio à Educação Superior é elevar a qualidade e ampliar a proporção de mestres e doutores do corpo docente em efetivo exercício no conjunto do sistema de educação superior. Presentemente, o município de Natal tem 5.571 docentes em efetivo exercício na Educação superior. Deste total, 223 possuem graduação, 1.352 possuem especialização, 2.063 possuem mestrado e 1.933 possuem doutorado. Estes números modificam-se nos últimos dois anos, tendo

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em vista que os professores com nível de graduação e especialização apresentam um decréscimo e o de mestrado e doutorado crescem consideravelmente. O total de mestres e doutores é de 3.996, no ano de 2012, representando 71,7% do total da função docente em exercício, como também, 1.933 doutores, representando 34,7.

Observa-se que diante dos dados a meta 13 vem apresentando evolução crescente, já se aproximando, da pretensão da citada meta. O município de Natal tem um percentual acima do Nacional (31,7%). Conforme o quadro abaixo:

Quadro 82 - Nível de Formação dos Docentes da Educação Superior por Dependência Administrativa no Município de Natal

Período Dependência

Administrativa Graduação Especialização Mestrado Doutorado

2010

Estadual Kennedy

1 (2,55%)

15 (38,46%)

18 (36,73%)

5 (10,2%)

UERN 139 (15,34%) 298

(32,89%) 334

(36,87%) 135

(14,90%)

Federal UFRN

122 (6,32%)

161 (8,34%)

458 (19,03%)

1.189 (61,61%)

IFRN 52

(11,74%) 101

(22,80%) 225

(50,79%) 65

(14,67%)

Privada 18

(1,05%) 779

(45,82%) 706

(41,53%) 197

(11,58%)

Total 332 (6,62%)

1.354 (26,98%)

1.741 (34,70%)

1.591 (31,70%)

2011

Estadual Kennedy

1 (2,30%)

15 (34,88%)

21 (48,83%)

6 (13,95%)

UERN 99

(11,31%) 294

(33,60%) 320

(36,57%) 162

(18,51%)

Federal UFRN

111 (4,85%)

199 (8,70%)

596 (26,06%)

1.381 (60,38%)

IFRN 49

(11,01%) 82

(18,43%) 233

(52,36%) 81

(18,20%)

Privada 8

(0,45%) 777

(43,82%) 769

(43,37%) 219

(12,35%)

Total 268 (4,94%)

1.367 (25,21%)

1.939 (35,75%)

1.849 (34,00%)

2012

Estadual Kennedy

1 (2,38%)

12 (28,57%)

23 (54,76%)

6 (14,28%)

UERN 81

(9,18%) 276

(31,29%) 331

(37,53%) 194

(22,00%)

Federal UFRN

102 (4,54%)

205 (9,12%)

573 (25,50%)

1.367 (60,84%)

IFRN 39

(7,57%) 89

(17,28%) 282

(54,76%) 105

(20,39%)

Privada --

770

(40,85%) 854

(45,30%) 261

(13,85%)

Total 223 (4,0%)

1.352 (24,27%)

2.063 (37,03%)

1.933 (34,70%)

Fonte: MEC/INEP. Microdados do Censo do Ensino Superior (2011 – 2013)

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Gráfico 27 – Formação dos Docentes das IES Públicas de Natal

Fonte: MEC/INEP. Microdados do Censo do Ensino Superior (2011 – 2013). Organizado por SME-Natal.

Gráfico 28 – Formação dos Docentes das IES Privadas de Natal

Fonte: MEC/INEP. Microdados do Censo do Ensino Superior (2011 – 2013). Organizado por SME-Natal.

2010 2011 2012

Formação dos Docentes das IES Públicas

Graduação Especialização Mestrado Doutorado

2010 2011 2012

Formação dos Docentes das IES Privadas

Graduação Especialização Mestrado Doutorado

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Este plano contempla, também, a meta de elevar gradualmente o número de matrículas na pós-graduação stricto sensu, de forma a alcançar a titulação de 2.400 mestres e 900 doutores. Conforme dados apresentados pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte, no município de Natal o número de alunos matriculados no mestrado foi de 2.952 e no doutorado foi de 1.863, no ano 2013 (Quadro 83).

Quadro 83 - Matrícula da Pós-Graduação Strito Sensu em Natal

Período Dependência Administrativa Matrícula da Pós-Graduação Stricto Sensu

Mestrado Doutorado Total

2010 Federal UFRN 2.668 1.382 4.050

IFRN

2011 Federal UFRN 2.236 1.366 3.602

IFRN

2012 Federal UFRN 2.890 1.658 4.548

IFRN

2013 Federal UFRN 2.952 1.863 4.815

IFRN

Total 10.746 6.269 17.015

Fonte: MEC/INEP. Microdados do Censo do Ensino Superior (2011 – 2013)

O Município de Natal, gradativamente, tem contribuído para a redução das desigualdades de acesso e permanência na Educação Superior, para o desenvolvimento regional, além da pesquisa e extensão. Principalmente por meio da Universidade Federal do Rio Grande do Norte e neste ano o Instituto Federal do Rio Grande do Norte passa a oferecer, anualmente, 55 vagas para mestrado, favorecendo o ingresso de alunos na Pós-Graduação stricto sensu, o que impulsiona a sociedade para novos e promissores rumos.

No âmbito do governo federal são necessárias ações que contribuam para a expansão da Educação Superior, o fortalecimento da pós-graduação, a realização das pesquisas, bem como a qualificação dos profissionais da educação.

Diante do exposto, para que os índices melhorem, ainda mais, é necessária a continuidade do desenvolvimento, da aplicação de políticas públicas, estratégias e ações que envolvam os diferentes atores, movimentos sociais, instituições e, maiormente, as esferas governamentais, com incentivo a evolução científica e tecnológica, além de atender as necessidades do desenvolvimento profissional ou de aperfeiçoamento dos docentes, nas dimensões formativa, experimental e profissional.

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12. FORMAÇÃO E VALORIZAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO

A formação em nível superior como condição para o exercício docente no Brasil passou a ser exigida a partir da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN - Lei nº 9.394/96). Até então, as estatísticas educacionais mostravam uma situação precária, sobretudo em relação aos professores das séries iniciais das redes públicas, registrando-se, inclusive, a existência de professores sem o Ensino Fundamental completo, principalmente entre aqueles que trabalhavam nas escolas rurais e os mais antigos.

Por força da Lei, os sistemas públicos de ensino foram progressivamente formando seu quadro de professores em serviço, de modo que a quantidade de professores da Educação Básica que tenham cursado até o Ensino Fundamental é praticamente inexistente e a de professores com apenas ensino médio é de 18,2%. Conforme demonstra o Quadro 84, a maior taxa de professores com graduação de nível superior continua sendo do grupo de docentes que atua no Ensino Médio e a menor taxa de professores com a mesma escolaridade é do grupo de docentes que atua na Educação Infantil.

Quadro 84 – Formação dos Professores da Educação Básica de Natal

PROFESSORES DA EDUCAÇÃO BÁSICA

ANO Ensino Fundamental

Ensino Médio Normal Magistério

Ensino Médio Ensino Superior

Absol. Relat. % Absol. Relat. % Absol. Relat. % Absol. Relat. %

2007 52 0,7 1,170 15,8 381 5,2 5.785 78,3

2008 54 0,7 1.450 18,1 916 11,5 5.570 69,7

2009 40 0,5 1.243 16,5 792 10,5 5.479 72,5

2010 43 0,6 1.216 15,8 820 10,6 5.632 73,0

2011 14 0,2 999 13,1 723 9,5 5.912 77,3

2012 10 0,1 605 7,8 756 9,8 6.337 82,2

2013 11 0,1 585 7,7 804 10,5 6.241 81,7

PROFESSORES DA EDUCAÇÃO INFANTIL

ANO Ensino Fundamental

Ensino Médio Normal Magistério

Ensino Médio Ensino Superior

Absol. Relat. % Absol. Relat. % Absol. Relat. % Absol. Relat. %

2007 41 2,9 568 40,6 144 10,3 645 46,1

2008 39 2,6 597 39,2 183 12 705 46,3

2009 26 1,7 516 33,2 195 12,5 817 52,6

2010 36 2,3 531 33,5 220 13,9 796 50,3

2011 8 0,5 461 29,5 224 14,3 868 55,6

2012 5 0,3 252 15,9 290 18,3 1.041 65,6

2013 10 0,6 250 16 283 18,1 1.020 65,3

PROFESSORES DA ENSINO FUNDAMENTAL

ANO Ensino Fundamental

Ensino Médio Normal Magistério

Ensino Médio Ensino Superior

Absol. Relat. % Absol. Relat. % Absol. Relat. % Absol. Relat. %

2007 9 0,2 556 12,6 206 4,7 3.633 82,5

2008 14 0,3 795 16 576 11,6 3.590 72,2

2009 12 0,3 719 15,1 504 10,6 3.534 74,1

2010 7 0,1 688 14,2 531 11 3.611 74,7

2011 6 0,1 573 11,9 453 9,4 3.784 78,6

2012 5 0,1 358 7,4 426 8,8 4.026 83,6

2013 4 0,1 338 7,1 10,2 483 3.932 82,7

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PROFESSORES DA ENSINO MÉDIO

ANO Ensino Fundamental

Ensino Médio Normal Magistério

Ensino Médio Ensino Superior

Absol. Relat. % Absol. Relat. % Absol. Relat. % Absol. Relat. %

2007 - - 20 1,2 60 3,6 1.587 95,2

2008 4 0,2 86 4,4 242 12,2 1.645 83,2

2009 2 0,1 67 3,6 190 10,2 1.608 86,1

2010 - - 60 3,3 137 7,6 1.614 89,1

2011 - - 31 1,7 98 5,4 1.672 92,8

2012 - - 17 0,9 90 4,9 1.716 94,1

2013 - - 5 0,3 102 5,6 1.721 94,1

Fonte: Observatório do PNE. MEC/Inep/DEED/Censo Escolar/Preparação: Todos Pela Educação. Consulta ao Portal <http://www.observatoriodopne.org.br/ >. Acesso em 08/05/15. Organizado por SME-Natal.

Gráfico 29 – Formação dos Professores da Educação Básica de Natal

Fonte: Observatório do PNE. MEC/Inep/DEED/Censo Escolar/Preparação: Todos Pela Educação. Consulta ao Portal <http://www.observatoriodopne.org.br/ >. Acesso em 08/05/15. Organizado por SME-Natal.

Atualmente, as redes públicas de Educação Básica de Natal contam com 93,6% dos professores graduados em nível superior, dentre esses 67,5% possuem licenciatura. A média de qualificação dos docentes das redes públicas é maior do que média dos docentes que atuam nas escolas privadas 68,5%, sendo que desse percentual 56,2% possuem licenciatura (Quadro 85).

Quadro 85 – Porcentagem de professores da Educação Básica com curso superior em Natal

PROFESSORES DA EDUCAÇÃO BÁSICA, COM CURSO SUPERIOR - GERAL

ANO COM SUPERIOR COM LICENCIATURA SEM LICENCIATURA

Absoluto Relativo % Absoluto Relativo % Absoluto Relativo %

2007 6.015 78,9 5.378 70,5 637 8,4

2008 5.762 70,2 5.449 66,4 313 3,8

2009 5.732 73,1 5.359 68,3 373 4,8

2010 6.107 74,1 5.576 68,9 431 5,2

2011 6.399 78,2 5.220 63,8 1.179 14,4

2012 6.685 82,8 5.460 67,5 1.235 15,3

2013 6.695 82,4 5.502 67,5 1.193 14,7

2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013

Professores da Educação Básica por Escolaridade

Ens Fundamental Ens. Normal Magistério Ens. Médio Ensino Superior

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PROFESSORES DA EDUCAÇÃO BÁSICA COM CURSO SUPERIOR – REDE PÚBLICA

ANO COM SUPERIOR COM LICENCIATURA SEM LICENCIATURA

Absoluto Relativo % Absoluto Relativo % Absoluto Relativo %

2007 4.013 85,0 3.662 77,6 351 7,4

2008 4.074 77,4 3.855 73,2 219 4,2

2009 4.209 82,2 3.962 77,4 247 4,8

2010 4.362 83,0 4.109 78,4 253 4,8

2011 4.638 87,4 4.638 71,1 857 16,1

2012 4.796 94,4 4.796 77,0 885 17,4

2013 4.642 93,6 4.642 77,6 796 16,1

PROFESSORES DA EDUCAÇÃO BÁSICA COM CURSO SUPERIOR – ESCOLAS PRIVADAS

ANO COM SUPERIOR COM LICENCIATURA SEM LICENCIATURA

Absoluto Relativo % Absoluto Relativo % Absoluto Relativo %

2007 2.299 77,1 2.006 62,5 293 9,1

2008 2.029 61,3 1.932 58,4 97 2,9

2009 1.044 61,0 1.811 56,8 133 4,2

2010 2.195 62,8 2.005 57,4 190 5,4

2011 2.198 66,0 1.854 55,6 344 10,3

2012 2.322 67,6 1.937 56,4 385 11,2

2013 2.446 68,5 2.007 56,2 439 12,3

Fonte: Observatório do PNE. MEC/Inep/DEED/Censo Escolar/Preparação: Todos Pela Educação. Consulta ao Portal <http://www.observatoriodopne.org.br/ >. Acesso em 08/05/15. Organizado por SME-Natal.

Observe-se que nas escolas privadas a qualificação dos professores decresceu no período de 2007 a 2009, voltando a crescer nos anos seguintes, contudo sem atingir o mesmo percentual verificado em 2007. Também a proporção de professores com licenciatura decresceu no período de 2007 a 2011, e tornou a crescer em 2012 e 2013. Por outro lado, na rede pública, com exceção do ano de 2008, observa-se uma progressão contínua na formação dos professores em nível superior. No entanto a proporção de professores com licenciatura permanece igual no início e no final do período analisado (2007-2013).

Conforme sintetiza o Gráfico 30, há uma tendência crescente de professores na Educação Básica com graduação em nível superior, porém sem licenciatura. Possivelmente haja alguma correlação com o aumento de docentes da Educação Infantil na rede municipal de educação, gerado pela necessidade de atender às demandas de matrícula em creche e pré-escola. Para ocupar o cargo de educador infantil não há exigência de curso superior, desde que o professor apresente diploma de curso médio na modalidade magistério. Nesse sentido, o educador infantil pode ingressar com o diploma de magistério, já possuindo formação de nível superior fora da sua área de atuação docente

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Gráfico 30 - Evolução da formação dos professores da educação básica em Natal

Fonte: Observatório do PNE. MEC/Inep/DEED/Censo Escolar/Preparação: Todos Pela Educação. Consulta ao Portal <http://www.observatoriodopne.org.br/ >. Acesso em 08/05/15. Organizado por SME-Natal.

De qualquer modo, os dados sobre a formação dos professores são intrigantes quando observados os resultados de avaliações dos processos de ensino e aprendizagem. Pesquisa realizada pela Fundação Carlos Chagas – comentada em artigo da Fundação Vitor Civita no Portal Observatório do PNE (http://www.observatoriodopne.org.br/) – pondera que muitas faculdades de Pedagogia não fornecem o embasamento teórico necessário para lidar com as diferentes etapas da aprendizagem, enquanto as licenciaturas se concentram no domínio de conteúdo e esquecem-se da fundamentação didática. Nesse sentido, cabe cuidar para que: - a formação do professor não se restrinja à formação inicial; - os currículos dos cursos de licenciatura sejam revisados; - as secretarias de educação, em parceria com as universidades e Ministério da Educação, promovam a formação continuada dos docentes, vinculada aos desafios cotidianos da sala de aula da escola pública.

Outro dado necessário para elaborar as estratégias de formação e valorização dos profissionais da educação, refere-se à formação específica de nível superior, obtida em curso de licenciatura na área de conhecimento em que os professores da Educação Básica atuam.

Quadro 86 - Professores dos Anos Finais do Ensino Fundamental com licenciatura na área em que atuam

PORCENTAGEM DE PROFESSORES DOS ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL QUE TEM LICENCIATURA NA ÁREA EM QUE ATUAM

ANO TOTAL Com superior Com licenciatura

Com licenciatura na área em que atua

Absol. Relat. % Absol. Relat. % Absol. Relat. % Absol. Relat. %

2009 2.056 100 1.691 82,2 516 25,1 345 16,8

2010 2.111 100 1.824 86,4 605 28,7 426 20,2

2011 2.629 100 2.410 91,7 2.155 82,0 1.683 64,0

2012 2.677 100 2.487 92,9 2.185 81,6 1.647 61,5

2013 2.697 100 2.572 95,4 2.202 81,6 1.656 61,4

Fonte: Observatório do PNE. MEC/Inep/DEED/Censo Escolar/Preparação: Todos Pela Educação. Consulta ao Portal <http://www.observatoriodopne.org.br/>. Acesso em 08/05/15. Organizado por SME-Natal.

78,9%

70,20%73,10% 74,10%

78,20%82,80% 82,40%

70,50%66,40% 68,3% 68,9%

63,8%67,5% 67,5%

8,4%3,8% 4,8% 5,2%

14,4% 15,3% 14,7%

2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013

Formação dos Professores da Educação Básica

SUPERIOR COM LICENCIATURA SEM LICENCIATURA

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Gráfico 31 - Professores dos Anos Finais do Ensino Fundamental com licenciatura na área em que atuam

Fonte: Observatório do PNE. MEC/Inep/DEED/Censo Escolar/Preparação: Todos Pela Educação. Consulta ao Portal <http://www.observatoriodopne.org.br/ >. Acesso em 08/05/15. Organizado por SME-Natal.

Quadro 87 - Professores do Ensino Médio com licenciatura na área em que atuam

ANO TOTAL COM SUPERIOR COM LICENCIATURA

COM LICENCIATURA NA ÁREA EM QUE ATUA

Absol. Relat. % Absol. Relat. % Absol. Relat. % Absol. Relat. %

2009 1.674 100 1.449 86,6 314 18,8 214 12,8

2010 1.779 100 1.595 89,7 415 23,3 265 14,9

2011 1.991 100 1.879 94,4 1.692 85,0 1.292 64,9

2012 1.996 100 1.943 97,3 1.715 85,9 1.290 64,6

2013 2.072 100 2.046 98,7 1.799 86,8 1.313 63,4

Fonte: Observatório do PNE. MEC/Inep/DEED/Censo Escolar/Preparação: Todos Pela Educação. Consulta ao Portal <http://www.observatoriodopne.org.br/ >. Acesso em 08/05/15. Organizado por SME-Natal.

Gráfico 32 - Professores do Ensino Médio com licenciatura na área em que atuam

Fonte: Observatório do PNE. MEC/Inep/DEED/Censo Escolar/Preparação: Todos Pela Educação. Consulta ao Portal <http://www.observatoriodopne.org.br/ >. Acesso em 08/05/15. Organizado por SME-Natal.

2009 2010 2011 2012 2013

Professores do Fundamental com Licenciatura na Área de Atuação

Com Superior Com Licenciatura Com Licenciatura na Área que Atua

2009 2010 2011 2012 2013

Professores do Ensino Médio com licenciatura na área em que atuam

Com Superior Com Licenciatura Com Licenciatura na Área que Atua

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Para alcançar o percentual de 100% dos professores dos anos finais do Ensino Fundamental e do Ensino Médio com licenciatura na área de atuação, considerando o quantitativo de 2013, será teoricamente necessário envolver 1.042 (38,6%) do Ensino Fundamental e 758 (36,6%) do Ensino Médio, perfazendo um total de 1.800 professores em cursos de licenciatura variados. No entanto, é preciso recalcular esse quantitativo por conta da possibilidade de um mesmo professor atuar simultaneamente no Ensino Fundamental e Ensino Médio, bem como pela ausência de discriminação no dado a respeito do seu vínculo de trabalho, se é público ou privado.

Em consulta ao Portal Observatório do PNE, que disponibiliza dados do Censo Escolar, as áreas/disciplinas com maior necessidade de professores com licenciatura específica no Ensino Fundamental são: Artes (56 professores – 80%) e Ed. Física (35 professores – 52,2%). No Ensino Médio as áreas/disciplinas com maior necessidade de professores com licenciatura específica são: Filosofia (33 professores – 86,8%) e Artes (32 professores – 86,5%).

Também é necessário contabilizar os professores dos anos iniciais do Ensino Fundamental e, principalmente da Educação Infantil, além dos professores da Educação de Jovens e Adultos. No âmbito da Secretaria Municipal de Educação (SME-Natal), o Departamento de Recursos Humanos informou que em 2015 a rede possui 3.528 docentes, com atuação na Educação Infantil, Ensino Fundamental e Educação de Jovens e Adultos. Desse total 995 possuem licenciatura plena, 2.486 possuem pós-graduação, 45 possuem o magistério de nível médio e 2 possuem graduação licenciatura curta. Na Educação Infantil são 649 docentes com licenciatura e em toda a rede municipal são 151 mestres e 19 doutores.

Gráfico 33 – Escolaridade dos docentes efetivos da rede pública municipal de Natal - 2015

Fonte: SME-NATAL. Departamento de Recursos Humanos, 2015. Organizado por SME-Natal.

Gráfico 34 - Professores da educação básica com curso superior em Natal

Fonte: Observatório do PNE. MEC/Inep/DEED/Censo Escolar/Preparação: Todos Pela Educação. Consulta ao Portal <http://www.observatoriodopne.org.br/ >. Acesso em 08/05/15. Organizado por SME-Natal.

Licenciatura Plena

Pós-Graduação

Magistério Licenciatura Curta

ESCOLARIDADE DOS DOCENTES DA REDE PÚBLICA MUNICIPAL

74,80% 100,00%

Atual (2013) Meta (2015)

PROFESSORES DA ED. BÁSICA COM CURSO SUPERIOR

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Gráfico 35 – Professores dos anos finais do ensino fundamental com curso superior na área em que atuam em Natal.

Fonte: Observatório do PNE. MEC/Inep/DEED/Censo Escolar/Preparação: Todos Pela Educação. Consulta ao Portal <http://www.observatoriodopne.org.br/ >. Acesso em 08/05/15. Organizado por SME-Natal.

Gráfico 36 – Professores do ensino médio com curso superior na área em que atuam em Natal.

Fonte: Observatório do PNE. MEC/Inep/DEED/Censo Escolar/Preparação: Todos Pela Educação. Consulta ao Portal <http://www.observatoriodopne.org.br/ >. Acesso em 08/05/15. Organizado por SME-Natal.

Do que foi exposto, considera-se que a formação de professores precisa ser encarada como um processo permanente e integrante da atividade profissional cotidiana, de modo que as políticas públicas de valorização do magistério devem considerar as diferentes dimensões pelas quais passa a formação inicial e continuada, incluindo a pós-graduação.

Atualmente, segundo dados do Censo Escolar 30,1% dos professores da Educação Básica possuem Pós-Graduação. Em relação aos quantitativos cabe esclarecer que: 1- os professores são contados uma única vez em cada dependência administrativa, porém podem atuar em mais de uma rede, portanto a soma das desagregações não equivale à soma do total do indicador; 2- os dados consideram apenas os professores em efetiva regência de classe e não incluem os professores de turmas de atividade complementar e de atendimento educacional especializado.

Do ponto de vista da meta do Plano Nacional de Educação a formação continuada em nível de Pós-Graduação responsabiliza o poder público pelo desempenho e pela carreira dos professores da Educação Básica. Nesse sentido, representa a possibilidade de: 1- suprir lacunas na formação inicial do professor, interferindo na melhoria da atuação docente e nos resultados da aprendizagem; 2- valorização profissional quando aliada aos incentivos instituídos em Planos de Carreira.

O Quadro 88, apresenta a evolução no percentual de professores da Educação Básica, indicando um crescimento 15,1% para o período de 2007 a 2013 no Município de Natal. No Gráfico 38 os dados aparecem sintetizados para uma melhor visualização.

74,80%100,00%

Atual (2013) Meta (2015)

PROFESSORES DOS ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL COM CURSO SUPERIOR NA ÁREA QUE ATUAM

74,80%100,00%

Atual (2013) Meta (2015)

PROFESSORES DOS ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL COM CURSO SUPERIOR NA ÁREA QUE ATUAM

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DIAGNÓSTICO – PLANO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO DA CIDADE DO NATAL (2015-2025)

103

Quadro 88 – Professores da educação básica com pós-graduação em Natal

PROFESSORES DA EDUCAÇÃO BÁSICA COM PÓS-GRADUAÇÃO

ANO Absoluto Relativo %

2007 1.147 15,0

2008 1.908 23,2

2009 1.816 23,2

2010 1.954 23,7

2011 2.194 26,8

2012 2.404 29,7

2013 2.443 30,1

Fonte: Observatório do PNE. MEC/Inep/DEED/Censo Escolar/Preparação: Todos Pela Educação. Consulta ao Portal <http://www.observatoriodopne.org.br/ >. Acesso em 08/05/15. Organizado por SME-Natal.

Gráfico 37 – Professores da Educação Básica com Pós-Graduação em Natal

Fonte: Observatório do PNE. MEC/Inep/DEED/Censo Escolar/Preparação: Todos Pela Educação. Consulta ao Portal <http://www.observatoriodopne.org.br/>. Acesso em 08/05/15. Organizado por SME-Natal.

O quadro seguinte apresenta a evolução dos professores com Pós-Graduação agrupados por dependência administrativa no município de Natal, durante o período de 2007 a 2013, tomando por base os dados do Censo Escolar (MEC/Inep).

Quadro 89 - Professores da Educação Básica com Pós-Graduação por dependência administrativa de Natal.

Professores da Educação Básica com Pós-Graduação

ANO FEDERAL ESTADUAL MUNICIPAL PRIVADA

Abs. Rel. % Abs. Rel. % Abs. Rel. % Abs. Rel. %

2007 186 63,9 244 9,6 458 20,6 397 12,4

2008 253 73,3 416 15,1 999 39,8 513 15,5

2009 297 74,6 455 18,1 917 35,0 463 14,5

2010 328 77,2 473 19,5 912 32,5 544 15,6

2011 334 77,7 660 27,3 948 32,1 594 17,8

2012 333 78,5 714 31,3 1.091 38,3 604 17,6

2013 371 75,1 866 30,2 1.086 39,8 641 18,0

Fonte: Observatório do PNE. MEC/Inep/DEED/Censo Escolar/Preparação: Todos Pela Educação. Consulta ao Portal <http://www.observatoriodopne.org.br/>. Acesso em 08/05/15. Organizado por SME-Natal.

15,0%

23,2% 23,2% 23,7%26,8%

29,7% 30,1%

2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013

Professores da Ed. Básica com Pós-Graduação

Professores da Ed. Básica com Pós-Graduação

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DIAGNÓSTICO – PLANO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO DA CIDADE DO NATAL (2015-2025)

104

Conforme a leitura do Quadro 89, percebe-se que em 2007 grande disparidade na formação dos professores, com maior vantagem para os professores da rede federal de ensino (48,9% acima da média) e menor vantagem para os professores da rede estadual (5,4% abaixo da média). Em 2013 ainda essa disparidade ainda persiste, porém com maior desvantagem para os professores das escolas particulares (12,1% abaixo da média), cuja taxa cresceu apenas 5,6%. A rede estadual é a que apresenta maior crescimento da taxa (20,6%) no período de 2007 a 2013, já a rede federal cresceu 11,2% e a rede municipal, que apresenta a segunda melhor taxa de formação dos professores da Educação Básica em nível de Pós-Graduação, cresceu 19,2%.

Em relação à meta nacional do PNE, que prevê 50% dos professores com Pós-Graduação, se considerada a dependência administrativa, percebe-se que o maior investimento deverá recair sobre as escolas particulares 32% abaixo da meta, enquanto a rede federal já ultrapassa a meta desde em 25,1%. Insiste-se, portanto, na necessidade de um esforço conjunto para equalizar as taxas de formação dos professores da Educação Básica em Natal.

Quanto ao tipo de Pós-Graduação, apresentado no Quadro 90, percebe-se que o percentual de professores com especialização compõe a quase totalidade do indicador (30,1%) da meta apontado anteriormente no Quadro 88. No entanto, diferentemente do que ocorre na evolução da formação dos professores por dependência administrativa, a proporção do crescimento da taxa em cada segmento analisado (especialização, mestrado e doutorado) é mais uniforme: em todos eles praticamente se dobrou o percentual, na comparação dos anos 2007 com 2013.

Quadro 90 – Professores da Educação Básica por tipo de Pós-Graduação

Professores da Educação Básica por tipo de Pós-Graduação

ANO ESPECIALIZAÇÃO MESTRADO DOUTORADO

Absoluto Relativo % Absoluto Relativo % Absoluto Relativo %

2007 923 12,1 208 2,7 31 0,4

2008 1.640 20,0 305 3,7 43 0,5

2009 1.513 19,3 345 4,4 62 0,8

2010 1.640 19,9 352 4,3 52 0,6

2011 1.852 22,6 383 4,7 56 0,7

2012 2.044 25,3 397 4,9 66 0,8

2013 2.041 25,1 449 5,5 70 0,9

Fonte: Observatório do PNE. MEC/Inep/DEED/Censo Escolar/Preparação: Todos Pela Educação. Consulta ao Portal <http://www.observatoriodopne.org.br/>. Acesso em 08/05/15. Organizado por SME-Natal.

Gráfico 38 – Professores da Educação Básica por tipo de Pós-Graduação em Natal

Fonte: Observatório do PNE. MEC/Inep/DEED/Censo Escolar/Preparação: Todos Pela Educação. Consulta ao Portal <http://www.observatoriodopne.org.br/ >. Acesso em 08/05/15. Organizado por SME-Natal.

2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013

Professores da Educação Básica por tipo de Pós-Graduação

Especialização MestradoDoutorado Linear (Especialização)

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105

Os quatro quadros seguintes apresentam um recorte do indicador por etapa da Educação Básica e por dependência administrativa no período de 2007 a 2013, no município de Natal. Percebe-se, que além da disparidade entre as dependências administrativas, na qual as taxas das escolas privadas são sempre inferiores à média, as etapas com maior com maior necessidade de investimento são: 1- Educação Infantil, na rede municipal e privada; 2- anos iniciais do Ensino Fundamental nas redes estadual, federal e privada, 3- anos finais do Ensino Fundamental e Ensino Médio da rede estadual e escolas privadas.

Quadro 91 – Professores da Educação Infantil com Pós-Graduação por dependência administrativa de Natal

ETAPA EDUCAÇÃO INFANTIL

ANO TODAS AS REDES MUNICIPAL ESTADUAL FEDERAL PRIVADA

Abs. Rel. % Abs. Rel. % Abs. Rel. % Abs. Rel. % Abs. Rel. %

2007 130 9,3 74 14,4 2 40,0 10 25,0 44 5,0

2008 221 14,7 157 27,1 1 33,3 20 51,3 44 5,0

2009 208 13,6 150 22,9 1 0 19 51,4 39 4,6

2010 218 13,5 141 21,1 - - 22 61,1 55 6,0

2011 219 13,9 150 18,3 - - 12 40,0 58 7,9

2012 267 16,7 198 24,3 - - 12 83,2 59 7,6

2013 288 18,1 191 21,8 - - 15 62,5 84 10,5

Fonte: Observatório do PNE. MEC/Inep/DEED/Censo Escolar/Preparação: Todos Pela Educação. Consulta ao Portal <http://www.observatoriodopne.org.br/ >. Acesso em 08/05/15. Organizado por SME-Natal.

Quadro 92 - Professores dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental com Pós-Graduação por dependência administrativa de Natal

ETAPA ENSINO FUNDAMENTAL – ANOS INICIAIS

ANO TODAS AS REDES MUNICIPAL ESTADUAL FEDERAL PRIVADA

Abs. Rel. % Abs. Rel. % Abs. Rel. % Abs. Rel. % Abs. Rel. %

2007 362 13,9 228 22,2 26 4,0 - - 120 12,1

2008 616 21,8 476 41,8 34 5,1 6 54,5 127 11,7

2009 585 20,7 460 37,2 42 6,9 5 83,3 113 10,4

2010 614 20,4 461 34,4 41 7,1 7 58,3 137 11,5

2011 719 24,5 490 36,8 118 21,4 5 31,3 156 13,3

2012 786 27,4 542 43,9 121 23,3 8 30,8 166 13,5

2013 800 27,8 552 45,4 111 22,2 4 20,0 178 14,1

Fonte: Observatório do PNE. MEC/Inep/DEED/Censo Escolar/Preparação: Todos Pela Educação. Consulta ao Portal <http://www.observatoriodopne.org.br/ >. Acesso em 08/05/15. Organizado por SME-Natal.

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Quadro 93 - Professores dos Anos Finais do Ensino Fundamental com Pós-Graduação por dependência administrativa de Natal

ETAPA / ENSINO FUNDAMENTAL - ANOS FINAIS

ANO TODAS AS REDES MUNICIPAL ESTADUAL FEDERAL PRIVADA

Abs. Rel. % Abs. Rel. % Abs. Rel. % Abs. Rel. % Abs. Rel. %

2007 310 14,3 114 19,9 71 8,7 - - 152 16,3

2008 608 24,0 287 43,2 157 16,0 - - 225 21,5

2009 569 23,4 269 39,2 189 19,7 - - 195 19,3

2010 607 24,4 275 37,0 199 21,6 - - 213 20,3

2011 644 25,8 262 35,0 265 27,4 - - 210 20,3

2012 591 28,1 318 41,9 233 27,5 - - 219 20,5

2013 703 28,2 326 44,6 243 28,4 - - 213 19,0

Fonte: Observatório do PNE. MEC/Inep/DEED/Censo Escolar/Preparação: Todos Pela Educação. Consulta ao Portal <http://www.observatoriodopne.org.br/>. Acesso em 08/05/15. Organizado por SME-Natal.

Quadro 94 – Professores do Ensino Médio com Pós-Graduação por dependência administrativa de Natal

ETAPA / ENSINO MÉDIO

ANO TODAS AS REDES MUNICIPAL ESTADUAL FEDERAL PRIVADA

Abs. Rel. % Abs. Rel. % Abs. Rel. % Abs. Rel. % Abs. Rel. %

2007 304 18,1% - - 104 11,1% 85 69,7% 133 19,0%

2008 496 24,8% - - 206 18,0% 133 76,0% 186 32,7%

2009 526 28,1% - - 232 21,8% 160 76,9% 171 23,7%

2010 565 29,8% - - 229 22,5% 182 79,1% 181 23,7%

2011 629 33,1% - - 281 27,7% 157 82,0% 187 24,4%

2012 632 34,1% - - 302 30,7% 176 80,0% 182 24,1%

2013 655 34,2% - - 308 31,1% 190 78,5% 184 23,2% Fonte: Observatório do PNE. MEC/Inep/DEED/Censo Escolar/Preparação: Todos Pela Educação. Consulta ao Portal <http://www.observatoriodopne.org.br/ >. Acesso em 08/05/15. Organizado por SME-Natal.

O Gráfico 39, sintetiza os dados dos Quadros 91, 92, 93 e 94, sem considerar as dependências administrativas isoladamente. Percebe-se, na leitura do referido gráfico, que a trajetória de cada etapa da Educação Básica é ascendente com algumas oscilações de retração, como se observa, por exemplo, nos anos de 2009 e 2010 para os anos iniciais do Ensino Fundamental.

Gráfico 39 – Professores da Rede Pública com Pós-Graduação com atuação por nível/etapa da Educação Básica de Natal

Fonte: Observatório do PNE. MEC/Inep/DEED/Censo Escolar/Preparação: Todos Pela Educação. Consulta ao Portal <http://www.observatoriodopne.org.br/ >. Acesso em 08/05/15. Organizado por SME-Natal.

2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013

Professores da Rede Pública com Pós-Graduação por nível/etapa da Educação Básica

Ed. Infantil EF Anos Iniciais EF Anos Finais Ensino Médio

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107

A Figura 15 apresenta a situação do município de Natal em relação à meta nacional. Segundo informa o Portal do PNE é taxa de professores com Pós-Graduação em Natal é superior às taxas do estado do Rio Grande do Norte, da região nordeste e do Brasil. No entanto, essa melhoria na qualificação dos professores em nível de pós-graduação não tem sido acompanhada na melhoria dos resultados do ensino e da aprendizagem. Essa é uma questão que merece estudo mais aprofundado para adoção de medidas mais eficazes.

Figura 15 – Situação dos estados e municípios em relação à meta nacional 16 – percentual de professores da educação básica com pós-graduação lato sensu ou stricto sensu

Fonte: PNE/MEC – Planejando a próxima década. Consulta ao portal: < http://simec.mec.gov.br/pde/graficopne.php>. Acesso em 15/04/2015.

De acordo com o Plano Nacional de Educação, entende-se que a profissionalização dos professores também deve estar associada à valorização na sua carreira por meio de planos de cargos que assegurem rendimentos compatíveis com os demais profissionais que tenham o mesmo nível de formação. Nesse sentido, o referido Plano delega aos sistemas públicos de ensino a responsabilidade em assegurar planos de carreira que definam salários, vantagens e promoções aliados à qualificação profissional e aos resultados de desempenho, de modo que o professor possa progredir motivado ao longo dos anos, sem a necessidade de abandonar a docência ou de ter outros empregos para complementar sua renda.

Quadro 95 - Ações de regulamentação e de valorização da carreira do magistério

EXISTÊNCIA DE AÇÕES DE REGULAMENTAÇÃO E DE VALORIZAÇÃO DA CARREIRA DO MAGISTÉRIO

Ano Adota medidas de valorização?

2006 SIM

2009 SIM Fonte: IBGE/Munc

Fonte: Observatório do PNE. MEC/Inep/DEED/Censo Escolar/Preparação: Todos Pela Educação. Consulta ao Portal <http://www.observatoriodopne.org.br/ >. Acesso em 08/05/15. Organizado por SME-Natal.

Em nível de política nacional, o Governo Federal instituiu em 1996 (Emenda Constitucional nº 14/1996, Lei nº 9.424/1996 e Decreto nº 2.264/1997) o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (Fundef), que definiu uma nova sistemática de redistribuição dos recursos destinados ao Ensino Fundamental. Com o Fundef implantado uma parcela dos recursos constitucionalmente destinados à Educação foi subvinculada ao Ensino Fundamental. Em 2006 o Fundef, sendo substituído pelo Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização do Magistério Fndeb (Emenda Constitucional nº 53/2006, Lei nº 11.494/2007 e Decreto nº 6.253/2007).

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DIAGNÓSTICO – PLANO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO DA CIDADE DO NATAL (2015-2025)

108

Quadro 96 - Professores da Rede Pública ocupantes de cargos de provimento efetivo

Ano Rede Pública

Total Municipal Estadual Federal

2011 79,4% 4.223 77,8% 2.297 83,2% 2.011 83% 357

2012 87% 4.420 88,3% 2.512 86,8% 1.978 91% 386

2013 89,4% 4.431 86% 2.344 98% 2.159 79,1% 391

Fonte: MEC/Inep/DEED/Censo Escolar / Preparação: Todos Pela Educação

Fonte: Observatório do PNE. MEC/Inep/DEED/Censo Escolar/Preparação: Todos Pela Educação. Consulta ao Portal <http://www.observatoriodopne.org.br/ >. Acesso em 08/05/15. Organizado por SME-Natal.

Gráfico 40 - Professores da rede pública ocupantes de cargos de provimento efetivo

Fonte: Observatório do PNE. MEC/Inep/DEED/Censo Escolar/Preparação: Todos Pela Educação. Consulta ao Portal <http://www.observatoriodopne.org.br/>. Acesso em 08/05/15. Organizado por SME-Natal.

Em destaque a porcentagem de docentes que possuem pelo menos um vínculo de trabalho estável. Um componente importante para a estruturação do plano de carreira dos profissionais da Educação é o vínculo ao qual ele estará submetido na rede pública. Garantir a contratação dos profissionais por meio de concursos é um meio de assegurar a qualidade dos docentes.

O indicador mostra a porcentagem de professores que possuem vínculo estável de trabalho. É considerado como vínculo estável o profissional contratado por meio de concurso público e/ou que goza de estabilidade no emprego. Os outros tipos de contratação possíveis são através de vínculos temporário, terceirizado ou celetista (contratado pelo regime da CLT). Os vínculos não são excludentes, ou seja, um mesmo docente pode exercer funções com vínculos distintos.

Este indicador considerou como professores com vínculo estável aqueles que possuíssem vínculo efetivo (contratação via concurso ou que gozem de estabilidade) em pelo menos um de seus possíveis vínculos.

77,80%

88,30% 86%83,20% 86,80%

98%

83%91%

79,10%79,40%87% 89,40%

2011 2012 2013

Professores ocupantes de cargos efetivos

Municipal Estadual Federal TOTAL

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DIAGNÓSTICO – PLANO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO DA CIDADE DO NATAL (2015-2025)

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Quadro 97 - Professores da rede pública por quantidade de estabelecimentos em que trabalham

PROFESSORES DA REDE PÚBLICA E ESTABELECIMENTOS DE TRABALHO

ANO 1 ESTABELECIMENTO 2 ESTABELECIMENTOS 3 OU MAIS ESTABELECIMENTOS

Absoluto Relativo % Absoluto Relativo % Absoluto Relativo %

2007 3.613 76,5 884 18,7 224 4,7

2008 3.984 75,7 985 18,7 296 5,6

2009 3.524 68,8 1.195 23,3 400 7,8

2010 3.533 67,4 1.281 24,5 425 8,1

2011 3.438 64,7 1.387 26,1 492 9,3

2012 3.270 64,4 1.389 27,3 421 8,3

2013 3.139 63,3 1.345 27,1 475 9,6

Fonte: Observatório do PNE. MEC/Inep/DEED/Censo Escolar/Preparação: Todos Pela Educação. Consulta ao Portal <http://www.observatoriodopne.org.br/>. Acesso em 08/05/15. Organizado por SME-Natal.

Gráfico 41 - Professores da rede pública por quantidade de estabelecimentos em que trabalham

Fonte: Observatório do PNE. MEC/Inep/DEED/Censo Escolar/Preparação: Todos Pela Educação. Consulta ao Portal <http://www.observatoriodopne.org.br/>. Acesso em 08/05/15. Organizado por SME-Natal.

Quadro 98 – Professores da rede pública municipal por quantidade de estabelecimentos em que trabalham

PROFESSORES DA REDE PÚBLICA MUNICIPAL E ESTABELECIMENTOS DE TRABALHO

ANO 1 ESTABELECIMENTO 2 ESTABELECIMENTOS 3 OU MAIS ESTABELECIMENTOS

Absoluto Relativo % Absoluto Relativo % Absoluto Relativo %

2007 1.505 67,5 598 26,8 125 5,6

2008 1.652 65,9 687 27,4 169 6,7

2009 1.570 60,0 809 30,9 239 9,1

2010 1.702 60,7 865 30,8 238 8,5

2011 1.756 59,4 931 31,5 267 9,0

2012 1.652 58,0 943 33,1 251 8,8

2013 1.556 57,1 927 34,0 243 8,9

Fonte: Observatório do PNE. MEC/Inep/DEED/Censo Escolar/Preparação: Todos Pela Educação. Consulta ao Portal <http://www.observatoriodopne.org.br/>. Acesso em 08/05/15. Organizado por SME-Natal.

76,50% 75,70%68,80% 67,40% 64,70% 64,40% 63,30%

18,70% 18,70%23,30% 24,50% 26,10% 27,30% 27,10%

4,70% 5,60% 7,80% 8,10% 9,30% 8,30% 9,60%

2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013

Professores e estabelecimentos de trabalho

1 ESTABELECIMENTO 2 ESTABELECIMENTOS 3 OU MAIS ESTABELECIMENTOS

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DIAGNÓSTICO – PLANO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO DA CIDADE DO NATAL (2015-2025)

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Gráfico 42 - Professores da rede pública municipal por quantidade de estabelecimentos em que trabalham

Fonte: Observatório do PNE. MEC/Inep/DEED/Censo Escolar/Preparação: Todos Pela Educação. Consulta ao Portal <http://www.observatoriodopne.org.br/>. Acesso em 08/05/15. Organizado por SME-Natal.

Quadro 99 - Professores da rede pública estadual por quantidade de estabelecimentos em que trabalham

PROFESSORES DA REDE PÚBLICA MUNICIPAL E ESTABELECIMENTOS DE TRABALHO

ANO 1 ESTABELECIMENTO 2 ESTABELECIMENTOS 3 OU MAIS ESTABELECIMENTOS

Absoluto Relativo % Absoluto Relativo % Absoluto Relativo %

2007 1,834 72,4 538 21,2 161 6,4

2008 2,011 72,8 547 19,8 204 7,4

2009 1,595 63,1 666 26,3 268 10,6

2010 1.460 60,1 664 37,3 305 12,6

2011 1.304 54,0 756 31,3 356 14,7

2012 1.225 53,8 763 33,5 291 12,8

2013 1.126 51,1 728 33,0 349 15,8

Fonte: Observatório do PNE. MEC/Inep/DEED/Censo Escolar/Preparação: Todos Pela Educação. Consulta ao Portal <http://www.observatoriodopne.org.br/>. Acesso em 08/05/15. Organizado por SME-Natal.

Gráfico 43 - Professores da rede pública estadual por quantidade de estabelecimentos em que trabalham

Fonte: Observatório do PNE. MEC/Inep/DEED/Censo Escolar/Preparação: Todos Pela Educação. Consulta ao Portal <http://www.observatoriodopne.org.br/>. Acesso em 08/05/15. Organizado por SME-Natal.

67,50% 65,90%60,00% 60,70% 59,40% 58,00% 57,10%

26,80% 27,40%30,90% 30,80% 31,50% 33,10% 34,00%

5,60% 6,70% 9,10% 8,50% 9,00% 8,80% 8,90%

2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013

Professores e estabelecimentos de trabalho

1 ESTABELECIMENTO 2 ESTABELECIMENTOS 3 OU MAIS ESTABELECIMENTOS

72,40% 72,80%

63,10%60,10%

54% 53,80% 51,10%

21,20% 19,80%26,30%

37,30%31,30% 33,50% 33%

6,40% 7,40%10,60% 12,60% 14,70% 12,80%

15,80%

2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013

Professores e estabelecimentos de trabalho

1 ESTABELECIMENTO 2 ESTABELECIMENTOS 3 OU MAIS ESTABELECIMENTOS

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Quadro 100 - Professores da rede pública federal por quantidade de estabelecimentos em que trabalham

PROFESSORES DA REDE PÚBLICA FEDERAL E ESTABELECIMENTOS DE TRABALHO

ANO 1 ESTABELECIMENTO 2 ESTABELECIMENTOS 3 OU MAIS ESTABELECIMENTOS

Absoluto Relativo % Absoluto Relativo % Absoluto Relativo %

2007 274 94,2% 14 4,8% 3 1%

2008 321 93% 15 4,3% 9 2,6%

2009 359 90,2% 27 6,8% 12 3%

2010 371 87,3% 45 10,6% 9 2,1%

2011 378 87,9% 40 9,3% 12 2,8%

2012 393 92,7% 28 6,6% 3 0,7%

2013 457 92,5% 28 5,7% 9 1,8%

Fonte: Observatório do PNE. MEC/Inep/DEED/Censo Escolar/Preparação: Todos Pela Educação. Consulta ao Portal <http://www.observatoriodopne.org.br/>. Acesso em 08/05/15. Organizado por SME-Natal.

Gráfico 44 - Professores da rede pública federal por quantidade de estabelecimentos em que trabalham

Fonte: Observatório do PNE. MEC/Inep/DEED/Censo Escolar/Preparação: Todos Pela Educação. Consulta ao Portal <http://www.observatoriodopne.org.br/ >. Acesso em 08/05/15. Organizado por SME-Natal.

Gráfico 45 – Evolução da proporção professor-aluno na educação básica

Fonte: Observatório do PNE. MEC/Inep/DEED/Censo Escolar/Preparação: Todos Pela Educação. Consulta ao Portal <http://www.observatoriodopne.org.br/ >. Acesso em 08/05/15. Organizado por SME-Natal.

94,20% 93% 90,20% 87,30% 87,90%92,70% 92,50%

4,80% 4,30% 6,80%10,60% 9,30% 6,60% 5,70%

1% 2,60% 3% 2,10% 2,80% 0,70% 1,80%

2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013

Professores e estabelecimentos de trabalho

1 ESTABELECIMENTO 2 ESTABELECIMENTOS 3 OU MAIS ESTABELECIMENTOS

30,84

28,26

29,06

28,03 27,90

27,1026,68 26,55

2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

Proporção Professor-Aluno

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Figura 16 – Situação dos estados em relação à meta nacional 17 – razão entre salários dos professores da educação básica, na rede pública (não federal), e não professores, com escolaridade equivalente

Fonte: MEC/PNE. Consulta ao Portal <http://simec.mec.gov.br/pde/graficopne.php>. Acesso em 24/03/15.

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13. GESTÃO DEMOCRÁTICA

No cenário educacional contemporâneo a questão da gestão democrática tem sido alvo de grandes debates, principalmente, na escola pública que muitas vezes interioriza uma gestão pautada no conservadorismo e tradicionalismo. A escola vista como uma organização social, cultural e humana requer que cada sujeito envolvido tenha o seu papel definido num processo de participação efetiva para o desenvolvimento das propostas a serem executadas.

A institucionalização da democracia e, simultaneamente o aprimoramento da eficiência e da qualidade da educação pública, tem sido uma força poderosa a estimular o processo de mudanças na forma de gerir escolas no Brasil. A participação da comunidade escolar, incluindo professores, especialistas, pais, alunos, funcionários e diretor, é parte desse esforço, que promove afastamento das tradições corporativas e clientelistas, prejudiciais à melhoria do ensino, por visarem o atendimento a interesses pessoais e de grupos. Preparar a comunidade escolar para a gestão democrática é a essência da transformação do sistema de ensino.

Este enfoque deve ser percebido a partir de uma perspectiva de descentralização e energização, pois assim a participação se transforma em uma série de ferramentas refinadas capazes de aprimorar a qualidade da educação baseada: comportamento de autoridade, delegação de poder, responsabilidades assumidas em conjunto, valorização e mobilização da sinergia de equipe, canalização de talentos e iniciativas de todos os segmentos da organização, compartilhamento constante e aberto de informações. O movimento em favor da descentralização e da democratização da gestão das escolas públicas, iniciado no princípio da década de 80, tem encontrado apoio nas reformas legislativas.

A gestão democrática da educação nas instituições educativas e nos sistemas de ensino baseia – se é um dos princípios constitucionais garantidos ao ensino público, segundo o art. 206 da Constituição Federal de 1988. Por sua vez, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB – Lei nº 9.394/1996), confirmando esse princípio e reconhecendo a organização federativa, no caso da educação básica, repassou aos sistemas de ensino a definição de normas de gestão democrática, explicitando dois outros princípios a ser considerados: a participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto político-pedagógico da escola e a participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou equivalentes.

A gestão democrática da educação envolve, portanto, a garantia de marcos legais, por meio da regulamentação deste princípio constitucional em leis específicas pelos entes federativos (o que é reforçado pelo texto do PLC 103/2012 – PNE) e a efetivação de mecanismos concretos que garantam a participação de pais, estudantes, funcionários, professores, bem como da comunidade local na discussão, elaboração e implementação de planos de educação, de planos e projetos político- pedagógicos das unidades educacionais, assim como no exercício e efetivação da autonomia dessas instituições em articulação com os sistemas de ensino. Nessa direção, o novo PNE ratifica os preceitos constitucionais e estabelece a gestão democrática da educação como uma das diretrizes para a educação nacional.

ANÁLISE

As reformas apresentam uma forte tendência de mudança da organização institucional e do sistema educativo por meio do fortalecimento e da autonomia da escola. Mas o propósito de tornar o sistema educativo menos burocrático e mais dinâmico deve vir acompanhado de uma política educativa de articulação e unidade do sistema educativo, para não provocar sua fragmentação e, assim, legitimar os mecanismos de diferenciação e segmentação institucional.

Compete verificar que historicamente a postura do Estado brasileiro no cumprimento de seu dever se caracterizou como um país com frágeis políticas, o que lhe imprimiu dois traços marcantes: uma das maiores desigualdades sociais em convívio com uma das mais altas concentrações de renda do mundo. O Brasil atualmente procura efetivar o seu Sistema Nacional de Educação, por perceber

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que a sua ausência pode ser considerada como um dos fatores que têm contribuído para a existência de altas taxas de analfabetismo e para a frágil escolarização formal de sua população como demonstram os dados dos institutos de pesquisas.

De acordo com o artigo 23 da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, com as modificações dadas pela Emenda Constitucional nº. 53, de 2006, União, estados, Distrito Federal e municípios possuem competências comuns. Segundo o parágrafo único desse artigo, as “leis complementares fixarão normas para a cooperação entre a União e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, tendo em vista o equilíbrio do desenvolvimento e do bem-estar em âmbito nacional”.

A construção de um Sistema Nacional De Educação, articulando os sistemas municipais, estaduais, distrital e federal de ensino, deve considerar as metas do Plano Nacional de Educação (Lei 10.172/2001) e os princípios explicitados no artigo 206 da Constituição Federal.

O Sistema Nacional de Educação assume, assim, o papel de articulador, normatizador, coordenador e regulamentador do ensino público e privado e financiador dos sistemas de ensino público – federal estadual e/ou distrital e municipal – garantindo finalidades, diretrizes e estratégias educacionais comuns, mas mantendo as especificidades próprias de cada um. Em tal sistema, os Conselhos Nacional, Estaduais, do Distrito Federal e Municipal, com gestão democrática, são fundamentais para a supervisão e manutenção das finalidades, diretrizes e estratégias comuns.

Na medida em que a Constituição e a LDB/1996 definem a abrangência e a responsabilidade de cada um dos sistemas de ensino (federal, distrital, estaduais e municipais) no sentido de autorizar, credenciar e supervisionar todas as instituições de ensino sob sua jurisdição, assim como organizar, manter e desenvolver os órgãos e instituições oficiais dos seus sistemas de ensino, isso implica o envolvimento de todas as instituições públicas e privadas de ensino no interior da configuração do Sistema Nacional de Educação. Nesse caso, é imprescindível a determinação das atribuições de cada ente federado para com a educação. Além disso, em respeito ao pacto federativo, é fundamental o respeito à autonomia já construída pelos sistemas de ensino.

Assim, uma legislação comum (LDB e PNE) e normas comuns (pareceres e resoluções do CNE), de certa forma, já existentes, em consonância com a legislação vigente, a construção do Sistema Nacional de Educação propiciará mais organicidade e articulação na proposição e materialização das políticas educativas. Assim, faz-se necessário o esforço integrado e colaborativo, a fim de consolidar novas bases na relação entre os entes federados, para garantir o direito à educação e à escola de qualidade social.

Nesse contexto, lei de caráter nacional, advinda do Congresso, deve indicar as diretrizes e bases da educação e organizar a educação escolar em instituições próprias (LDB), retratadas num Plano Nacional de Educação (PNE), que estabelece os mecanismos para: erradicar o analfabetismo; universalizar o atendimento escolar; melhorar a qualidade do ensino; formar para o pleno exercício da cidadania e para o trabalho; e promover humanística, científica e tecnologicamente o País, preservando a diversidade cultural e regional.

A gestão democrática da escola é responsabilidade conjunta de uma equipe gestora, composta por direção, conselhos escolares, coordenadores pedagógicos, professores e demais funcionários, com representantes de todos os segmentos da comunidade mais ampla. Essa equipe é responsável por construir uma educação voltada para a transformação da sociedade e não para a manutenção das condições vigentes. É responsável, também, pelas decisões e ações vividas na escola. Pela definição de seus objetivos estratégicos, de seus valores e dos trabalhos de equipe, elaborados para a vivência social.

Para atingir plenamente a gestão democrática há de se perceber que a escola necessita de um envolvimento nessa perspectiva, os avanços dentro dos propósitos estabelecidos devem ser apreciados, avaliados e reavaliados no coletivo. As medidas desenvolvidas dentro de uma percepção

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conjunta ganham, por excelência, parâmetros competentes que se transformam em realidade que, certamente, mudam de forma contínua e gradual os aspectos do cotidiano escolar.

Para se construir uma cultura democrática e uma cultura de direitos humanos nesse cotidiano escolar, é necessária a articulação entre gestão democrática e controle social, tendo os conselhos escolares como mediadores. Esses conselhos serão instrumentos mobilizadores da com unidade a qual a escola pertence para tomar conhecimento das atividades desenvolvidas e do seu projeto político pedagógico de formação e capacitação. Eles identificarão as demandas apresentadas pela comunidade e pelas famílias, para o acesso à educação, para o atendimento de suas demandas específicas e para a melhoria da qualidade oferecida.

Contudo, para que se efetive essa construção, faz-se necessário não só a participação e envolvimento do gestor como de toda a comunidade escolar. Dessa forma, é indispensável à colaboração de todos os participantes no contexto e na elaboração destes documentos que devem ser vistos como balizadores do trabalho pedagógico e administrativo da escola. O grande desafio da gestão democrática está em fazer com que toda a comunidade escolar se mobilize em busca de uma escola que ofereça ensino qualitativo, tendo como princípio norteador o seu Projeto Político Pedagógico, o qual deve estar retratando fielmente a realidade da escola.

Partindo desse pressuposto, a escola deve ser entendida como um universo de transformações constantes, necessitando da interação de toda a comunidade escolar com objetivos de fazer com que esse espaço seja realmente utilizado para o devido processo ensino-aprendizagem. Por este motivo tenho pautado o meu trabalho na preocupação de ouvir os demais participantes da comunidade escolar (professores, funcionários, estudantes e pais), afim de obter uma avaliação de ideias e sugestões para um melhor desempenho escolar, pois a gestão democrática tem como maior objetivo o bom aproveitamento institucional.

De acordo com o artigo 23 da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, com as modificações dadas pela Emenda Constitucional nº. 53, de 2006, União, estados, Distrito Federal e municípios possuem competências comuns. Segundo o parágrafo único desse artigo, as “leis complementares fixarão normas para a cooperação entre a União e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, tendo em vista o equilíbrio do desenvolvimento e do bem-estar em âmbito nacional”.

A construção de um Sistema Nacional De Educação, articulando os sistemas municipais, estaduais, distrital e federal de ensino, deve considerar as metas do Plano Nacional de Educação (Lei 13.005/2014) e os princípios explicitados no artigo 206 da Constituição Federal.

Portanto, a construção desse sistema requer o redimensionamento das ações dos entes federados, garantindo diretrizes educacionais comuns a serem implementadas em todo o território nacional, tendo como perspectiva a superação das desigualdades regionais. Dessa forma, objetiva-se o desenvolvimento de políticas públicas educacionais nacionais universalizáveis, por meio da regulamentação das atribuições específicas de cada ente federado no regime de colaboração e da educação privada pelos órgãos de Estado.

O Plano Estadual de Educação reforça no seu diagnóstico a participação, responsabilização e autonomia dos Sistemas de ensino Escolar Público. Registra a importância da luta popular na conquista de uma sociedade democrática tendo como eixo norteador o envolvimento de todos os cidadãos e cidadãs que formas as instituições a conscientização da importância do seu envolvimento com compromisso no sentido de garantir os espaços nas discussões, elaboração de projetos e execução de ações propostas.

No quadro 69, referente ao Diagnóstico, tivemos um demonstrativo de escolas, votantes por segmento da Comunidade escolar, abrangendo: professores, servidores, Pais, Alunos e Diretores e Vice-Diretores Eleitos nos anos de 2005 a 2014 que passaram. Foram apresentados no Quadro 70 os Municípios que possuem sistema próprio de ensino e Conselho Municipal de Educação, sendo que 132 possui Conselho, não possui 02 e não informou 33, no que se refere ao Sistema Municipal

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de Ensino, 36 possui, 92 não possui e 38 não informaram. Na análise realizada destaca – se como desafio a união das instituições envolvidas para o devido suporte no sentido de garantir condições favoráveis para a construção coletiva, dando ênfase a quatro aspectos: organização dos sistemas de ensino, capacitação de diretores e gestores, dos conselheiros de conselhos, dos sistemas e dos Conselhos de Escolas, criação do sistema de avaliação institucional e de desempenho e participação da comunidade nas ações que requer o envolvimento da comunidade de forma consciente e democrática.

Garantir a educação para todos é um desafio de toda a sociedade e um direito do cidadão. A esse respeito, Cury (2005, p. 6) afirma que “o direito à educação parte do reconhecimento de que o saber sistemático é mais do que uma importante herança cultural”. Como parte da herança cultural, o cidadão torna-se capaz de se apossar de padrões cognitivos e formativos pelos quais tem maiores possibilidades de participar dos destinos de sua sociedade e colaborar na “sua transformação”. Portanto, discutir as políticas de gestão da educação é um desafio para todos: professores, direção, pais, funcionários, estudantes e comunidade local, no sentido de fazer valer o direito de garantir a participação dos indivíduos na sociedade e sua formação cidadã.

O Sistema de Ensino no Brasil e às políticas de organização de Gestão Democrática no Brasil estão incluídas na promulgação da Constituição da República Federativa do Brasil. A rede estadual na proposta de suas estratégias reforça o suporte técnico que será dado aos municípios do Estado do Rio Grande do Norte.

Assim, a gestão democrática, entendida como espaço de deliberação coletiva, deve ser assumida como dinâmica que favorece a melhoria da qualidade da educação e de aprimoramento das políticas educacionais, como políticas de Estado articuladas com as diretrizes nacionais em todos os níveis, etapas e modalidades da educação.

Quadro 101 - Existência de instrumentos de Gestão Democrática em Natal

EXISTÊNCIA DE INSTRUMENTOS DE GESTÃO DEMOCRÁTICA NOS MUNICÍPIOS

ANO CONSELHO

FUNDEB CONSELHO ESCOLAR

CONSELHO ALIMENTAR

CONSELHO TRANSPORTE ESCOLAR

2011 SIM SIM SIM NÃO

FONTE: IBGE/PERFIL DOS MUNICÍPIOS BRASILEIROS (MUNIC) / PREPARAÇÃO: TODOS PELA EDUCAÇÃO

Fonte: Observatório do PNE. MEC/Inep/DEED/Censo Escolar/Preparação: Todos Pela Educação. Consulta ao Portal <http://www.observatoriodopne.org.br/ >. Acesso em 08/05/15. Organizado por SME-Natal.

A gestão democrática da educação nas instituições educativas e nos sistemas de ensino é um dos princípios constitucionais garantidos ao ensino público, segundo o art. 206 da Constituição Federal de 1988. Por sua vez, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB – Lei nº 9.394/1996), confirmando esse princípio e reconhecendo a organização federativa, no caso da educação básica, repassou aos sistemas de ensino a definição de normas de gestão democrática, explicitando dois outros princípios a ser considerados: a participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto político-pedagógico da escola e a participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou equivalentes.

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Quadro 102 - Evolução da Rede Municipal de Ensino de Natal

ANO ESTABELECIMENTOS DE ENSINO CMEIs* ESCOLAS MUNICIPAIS

2008 129 63 66

2009 127 57 70

2010 129 58 71

2011 141 69 72

2012 143 71 72

2013 141 69 72

2014 144 72 72

Nota: * CMEI – Centro Municipal de Educação Infantil

Fonte: SME-Natal

Decréscimo de 1,55% - 2008 para 2009

Crescimento de 1,57% - 2009 para 2010

Crescimento de 9,30% - 2010 para 2011

Crescimento de 1,42% - 2011 para 2012

Crescimento de 1,40% - 2012 para 2013

Crescimento de 2,13% - 2013 para 2014

De acordo o Observatório do Plano Nacional de Educação, MEC/Inep/DEED/Censo Escolar/Preparação: Todos Pela Educação, 08/05/15, organizado por SME-Natal, apresenta no quadro 110 a existência de instrumentos de Gestão Democrática em Natal e registra a existência do Conselho Municipal de Acompanhamento e Controle Social do FUNDEB que tem o papel de acompanhar a gestão dos recursos do Fundo em relação à receita, despesas ou uso desses recursos e acompanhar e controlar socialmente a utilização dos recursos públicos municipais do fundo de manutenção e desenvolvimento da Educação Básica e Valorização dos Profissionais da Educação.

O conselho escolar sendo um órgão colegiado e permanente do Sistema Municipal de Ensino - SME - política e administrativamente autônomo, tem caráter deliberativo, normativo, consultivo e fiscalizador sobre os temas de sua competência o objetivo é assegurar aos grupos representativos da comunidade o direito de participar na definição de diretrizes da educação no âmbito do sistema, concorrendo para elevar a qualidade dos serviços educacionais,

O Conselho Municipal de Alimentação Escolar (CAE) é um colegiado deliberativo e autônomo composto por representantes do Poder Executivo, Poder Legislativo e da Sociedade Civil, Professores e Pais de Alunos, com mandato de dois anos. O Conselho de Alimentação Escolar é um, órgão colegiado de caráter fiscalizador, permanente, deliberativo e de assessoramento, regulamentado pelo Decreto nº 7.263 de 02/10/2003. Foi criado pela Lei nº 4.642 de 18/07/1995, alterada pela Lei nº 5.151 de 22/12/1999 e Lei nº 5.230 de 01/09/2000. Consiste em serviço público relevante, não remunerado.

Com a inexistência do Conselho Municipal de Transporte Escolar requer uma análise para que seja feita uma análise situacional para integrar as ferramentas de Gestão já existentes no Município do Natal, onde terá por finalidade assessorar o Governo Municipal no acompanhamento e fiscalização do programa municipal de transporte escolar, destinado ao atendimento de aluno da educação infantil e ensino fundamental. Também administrar junto aos transportes contratados e os próprios municipais a fiscalização, controle e aplicação dos programas municipais. Diante de suas atribuições também elaborar regulamentos próprios que visem a atender otimamente a demanda do aluno da rede de ensino municipal; fixar critérios para o estabelecimento de roteiros, itinerários e horários de circulação do transporte escolar com também articular-se com os órgãos ou serviços

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governamentais nos âmbitos federal e estadual e com outras entidades a fim de obter cooperação escolar junto às escolas municipais e estaduais.

Quadro 103 – Conselho municipal de educação

CARÁTER DO CONSELHO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO

ANO POSSUI CONSELHO MUNICIPAL

DE EDUCAÇÃO? O CONSELHO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO REALIZOU

REUNIÃO NOS ÚLTIMOS 12 MESES?

2006 SIM NÃO

2009 SIM SIM

2011 SIM SIM FONTE: IBGE/PERFIL DOS MUNICÍPIOS BRASILEIROS (MUNIC) / PREPARAÇÃO: TODOS PELA EDUCAÇÃO

Fonte: Observatório do PNE. MEC/Inep/DEED/Censo Escolar/Preparação: Todos Pela Educação. Consulta ao Portal <http://www.observatoriodopne.org.br/ >. Acesso em 08/05/15. Organizado por SME-Natal.

No quadro visto, está sendo o município do Natal, no que se refere à existência de Conselho Municipal de Educação nos anos de 2006, 2009 e 2011 e registra que em 2006 não foi realizada nenhuma reunião entre os seus membros o que expressa o início de um processo ainda tímido de Gestão Democrática, avançando de forma crescente nos anos seguintes.

A gestão Democrática das Unidades de Ensino do Município do Natal – RN estão alicerçadas nas dimensões de autonomia política, administrativa, financeira e pedagógica, baseadas em uma administração descentralizada e com foco no gerenciamento de recursos financeiros tendo como ponto central a participação da comunidade escolar. Diante desta realidade o seu principal objetivo é fortalecer a participação de toda comunidade escolar, garantindo o seu pleno desenvolvimento e sua aprendizagem fazendo valer o direito de cidadão.

Estes princípios estão inscritos na Constituição Federal, na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, e na Lei Orgânica do Estado e do Município.

Na Lei complementar nº 147 de 04 de fevereiro de 2015 dispõe sobre a democratização da Gestão escolar no âmbito da rede municipal de ensino do Natal RN.

Fortalece assim uma perspectiva ampla de gestão democrática da educação, capaz de envolver os sistemas e as instituições educativas públicas e privadas, deve considerar, portanto, os níveis de ensino, as etapas e as modalidades educativas, bem como as instâncias e mecanismos de participação coletiva. Para tanto, exige a definição dos conceitos de autonomia, democratização, descentralização, qualidade e participação, conceitos esses que devem ser debatidos coletivamente, para maior legitimidade e concretude no cotidiano.

Quadro 104 - Caráter do Conselho Municipal de Educação de Natal

CARÁTER DO CONSELHO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO

ANO DELIBERATIVO FISCALIZADOR NORMATIVO CONSULTIVO

2006 SIM NÃO NÃO SIM

2009 SIM SIM SIM SIM

2011 SIM SIM SIM SIM FONTE: IBGE/PERFIL DOS MUNICÍPIOS BRASILEIROS (MUNIC) 2006, 2009, 2011/PREPARAÇÃO: TODOS PELA EDUCAÇÃO.

Fonte: Observatório do PNE. MEC/Inep/DEED/Censo Escolar/Preparação: Todos Pela Educação. Consulta ao Portal <http://www.observatoriodopne.org.br/ >. Acesso em 08/05/15. Organizado por SME-Natal.

O caráter do Conselho Municipal de Educação, observatório, fonte IBGE, nos anos de 2006 a 2011, neste cenário observa – se que nos anos de 2009 e 2011 houve um avanço nos aspectos fiscalizador e normativo. Com esta realidade apresentada à política Educacional do Município tem

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realizado um grande esforço para que o Conselho Municipal de Educação seja efetivo e dinâmico, atendendo as suas funções que integram a sua realidade:

Função Consultiva que aconselha e emitir opiniões sobre determinado assunto ou problema relacionado à escola, assessorando e encaminhando questões dos diversos segmentos,

Função Deliberativa: examinar uma situação concreta com vista a uma decisão; dar parecer sobre determinados assuntos e a ele submetido; elaborar normas internas da escola sobre questões referentes ao funcionamento nos aspectos pedagógico, administrativo ou financeiro,

Função Fiscalizadora, acompanha, fiscaliza e avalia as ações pedagógicas, administrativas e financeiras.

Função Mobilizadora, promove, estimula e articula a participação integrada dos segmentos representativos da escola e da comunidade local, em diversas atividades, contribuindo para a efetivação da democracia e para a melhoria da qualidade social da educação, Função Executora: para efeito de recebimento e movimentação dos recursos públicos financeiros destinados ao estabelecimento de ensino.

O Conselho Municipal de Educação compete elaborar as políticas e diretrizes para o Sistema Municipal de Ensino, estabelecendo normas e medidas para seu funcionamento como também acompanhar a aplicação de recursos para a educação, nos termos estabelecidos pela Constituição Federal; estabelecer normas para autorização e funcionamento das escolas públicas que compõem o Sistema Municipal de Ensino de Natal.

Estabelecer normas para o credenciamento e autorização das Escolas de Educação Infantil do Sistema Municipal de Ensino de Natal: aprovar o Plano Municipal de Educação e suas alterações, autorizar a organização de cursos ou escolas experimentais em estabelecimentos de ensino da rede municipal; fixar normas para a inspeção e supervisão das escolas integrantes da rede municipal de ensino; dispor sobre normas para matrícula, transferência, classificação, reclassificação, avanço e aceleração de estudos da rede municipal de ensino; estabelecer normas para avaliação do rendimento escolar e estudos de recuperação nas unidades escolares do município e escolas conveniadas; desenvolver esforços para melhorar a qualidade e elevar os índices de produtividade do ensino, em relação ao seu custo, adotando, entre outras, as medidas seguintes subsequentes.

Acompanhar o processo de ensino do Município; promover estudos e debates com a sociedade civil, a respeito de assuntos relativos à educação e ao ensino; deliberar sobre alterações no currículo escolar, observando o disposto na Lei de Diretrizes e Bases de Educação Nacional e nas normas constitucionais e legais pertinentes; manter intercâmbio e permanente regime de cooperação com os demais sistemas de educação.

A escola está inserida em uma totalidade social que se constitui historicamente com formas de organização, valores, normas e regras. Neste contexto, e por se tratar de uma instituição que tem como função social a apropriação do conhecimento de forma a tornar possível a compreensão da realidade e a atuação consciente sobre ela pelos cidadãos que a compõem, é que se faz necessária a construção de todos os elementos que estruturam a Gestão Democrática do município do Natal.

É nessa construção coletiva da comunidade escola, a qual se organiza para efetivar uma educação de qualidade, gratuita e para todos, formando cidadãos críticos em relação à sua realidade e capazes de transforma-la. A rede municipal do Natal tem conseguido avanços em direção a esta Escola eficiente e eficaz, onde os seus parâmetros estão focados na modernização da Gestão Democrática.

Constitui-se em elemento articulador e fundamental para a construção de uma escola participativa e atuante na sociedade, de modo que atenda às necessidades de seu público.

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Sendo assim, o gestor escolar constitui-se em elemento articulador e fundamental para a construção de uma escola participativa e atuante na sociedade, de modo que atenda às necessidades de seu público.

Nesse contexto, a gestão deve ser compreendida como a união de esforços individuais e coletivos em torno da consecução de objetivos comuns, amplamente pensados e estruturados na Proposta Pedagógica da escola.

A Rede Municipal de Ensino é pioneira na realização de eleições diretas para diretor de escola, desde 1987 que fazemos a escolha dos gestores por meio da eleição, com a participação de toda a comunidade escolar no processo eleitoral.

“Secretaria Municipal de Educação (SME), de acordo com a Lei Complementar nº 147, de 04 de fevereiro de 2015, publicada no Diário Oficial do Município (DOM) do dia 05/02, torna público o processo eleitoral sob a responsabilidade da Comissão Eleitoral Central, para a escolha das equipes gestoras das Unidades de Ensino do Município de Natal, por meio da Comissão Eleitoral Central, torna pública a abertura do processo eleitoral.”

Quanto ao projeto político-pedagógico para a escola, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN 9.394/96), no artigo 15, concedeu à escola progressivos graus de autonomia pedagógica, administrativa e de gestão financeira, isto significa construir um espaço de liberdade e de responsabilidade para elaborar seu próprio plano de trabalho, definindo seus rumos e planejando suas atividades de modo a responder às demandas da sociedade, ou seja, atendendo ao que a sociedade espera dela.

A autonomia permite à escola a construção de sua identidade e à equipe escolar uma atuação que a torna sujeito histórico de sua própria prática. Pensar no processo de construção de um projeto político-pedagógico requer uma reflexão inicial sobre seu significado e importância. Vamos verificar como a LDBEN ressalta a importância desse instrumento em vários de seus artigos:

Artigo 12, inciso I, que vem sendo chamado o “artigo da escola” a Lei dá aos estabelecimentos de ensino a incumbência de elaborar e executar sua proposta pedagógica, inciso VII define como incumbência da escola informar os pais e responsáveis sobre a frequência e o rendimento dos alunos, bem como sobre a execução de sua proposta pedagógica,

Artigo 13, chamado o “artigo dos professores”, aparece como incumbências desse segmento, entre outras, as de participar da elaboração da proposta pedagógica do estabelecimento de ensino (Inciso I) e elaborar e cumprir plano de trabalho, segundo a proposta pedagógica do estabelecimento de ensino (Inciso II). No artigo 14, em que são definidos os princípios da gestão democrática, o primeiro deles é a participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto pedagógico da escola. Dessa forma, essa é uma exigência legal que precisa ser transformada em realidade por todas as escolas do país. Entretanto, não se trata apenas de assegurar o cumprimento da legislação vigente, mas, sobretudo, de garantir um momento privilegiado de construção, organização, decisão e autonomia da escola.

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Um projeto político-pedagógico voltado para construir e assegurar a gestão democrática se caracteriza por sua elaboração coletiva e não se constitui em um agrupamento de projetos individuais, ou em um plano apenas construído dentro de normas técnicas para ser apresentado às autoridades superiores.

Em síntese, suas finalidades são: estabelecer diretrizes básicas de organização e funcionamento da escola, integradas às normas comuns do sistema nacional e do sistema ou rede ao qual ela pertence reconhecer e expressar a identidade da escola de acordo com sua realidade, características próprias e necessidades locais, definir coletivamente objetivos e metas comuns à escola como um todo, possibilitar ao coletivo escolar a tomada de consciência dos principais problemas da escola e as alternativas de solução, definindo as responsabilidades coletivas e pessoais.

Em relação aos grêmios estudantis, é importante destacar a sua importância como entidade que representa o estudante e contribui na formação de sua cidadania. O Grêmio é a organização que representa os interesses dos estudantes na escola. Ele permite que os alunos discutam, criem e fortaleçam inúmeras possibilidades de ação, tanto no próprio ambiente escolar como na comunidade. O Grêmio Estudantil é também um importante espaço de aprendizagem, cidadania, convivência, responsabilidade e de luta por direitos. Tem como objetivo contribuir para aumentar a participação dos alunos nas atividades de sua escola, organizando campeonatos, palestras, projetos e discussões, fazendo com que eles tenham voz ativa e participem – junto com pais, funcionários, professores, coordenadores e diretores – da programação e da construção das regras dentro da escola. Ele tem o potencial de integrar mais os alunos entre si, com toda a escola e com a comunidade.

A constituição dos grêmios inclui-se no processo de gestão democrática da escola e está assegurada pela Lei Constitucional nº 7.398/85 04 de novembro de 1985 que dispõe sobre a organização de entidades representativas dos estudantes de primeiro e segundo graus, por isso o DGE implementou no ano de 2014 o trabalho com grêmios estudantis.

Dentre os instrumentos e programas que contribuem para o desenvolvimento da gestão democrática destaca-se o Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), que pode ser definido como um processo gerencial que utiliza a metodologia de planejamento estratégico, sendo preferencialmente coordenado pela liderança da escola e elaborado de maneira participativa pela comunidade escolar.

A Rede Municipal contou com a inserção das 144 Unidades de Ensino elaborando o diagnóstico de sua situação, analisando os seus critérios de eficácia escolar, seus objetivos, bem como as estratégias, metas e plano de ação para alcançá-los. O objetivo final é a melhoria da qualidade do ensino que a escola oferece, medida pelo nível de conhecimento adquirido por seus alunos, pelos índices de aprovação, reprovação e abandono e pelo desenvolvimento de atitudes que estimulam a uma inserção crítica e produtiva na sociedade.

O Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE) consiste na destinação anual, pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), de recursos financeiros, em caráter suplementar, às escolas públicas, e privadas de educação especial, que possuam alunos matriculados na educação básica e a polos presenciais do sistema Universidade Aberta do Brasil (UAB) que ofertem programas de formação inicial ou continuada aos profissionais da Educação Básica.

Tem como propósito de contribuir para o provimento das necessidades prioritárias dos estabelecimentos educacionais beneficiários que concorram. O Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE) integra em sua plataforma outros programas: PDDE Interativo: Mais Educação. Escola Sustentável, Ensino Médio Inovador, Atleta na Escola, PDE Escola e Formação Docente.

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O Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação – Fundeb foi criado pela Emenda Constitucional nº 53/2006 e regulamentado pela Lei nº 11.494/2007 e pelo Decreto nº 6.253/2007, em substituição ao Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério - Fundef, que vigorou de 1998 a 2006.

É um fundo especial, de natureza contábil e de âmbito estadual (um fundo por estado e Distrito Federal, num total de vinte e sete fundos), formado, na quase totalidade, por recursos provenientes dos impostos e transferências dos estados, Distrito Federal e municípios, vinculados à educação por força do disposto no art. 212 da Constituição Federal.

Com vigência estabelecida para o período 2007-2020, sua implantação começou em 1º de janeiro de 2007, sendo plenamente concluída em 2009, quando o total de alunos matriculados na rede pública foi considerado na distribuição dos recursos e o percentual de contribuição dos estados, Distrito Federal e municípios para a formação do Fundo atingiu o patamar de 20%.

O aporte de recursos do governo federal ao Fundeb, de R$ 2 bilhões em 2007, aumentou para R$ 3,2 bilhões em 2008, R$ 5,1 bilhões em 2009 e, a partir de 2010, passou a ser no valor correspondente a 10% da contribuição total dos estados e municípios de todo o país.

No Art. 5º, compete ao Conselho do FUNDEB: acompanhar e controlar a repartição, transferência e aplicação dos recursos do Fundo; supervisionar a realização do Censo Escolar e a elaboração da proposta orçamentária anual do Poder Executivo Municipal.

No âmbito do Município de Natal Fica criado o Conselho Municipal de Acompanhamento e Controle Social do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação-Conselho do FUNDEB, em consonância com os preceitos constitucionais e regras estabelecidas pela Medida Provisória nº 339, de 28 de dezembro de 2006, que regulamentou o Art. 60 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias.

Com base nessa reflexão se pode afirmar que ao pensar as políticas Educacionais, para que a instituição educacional cumpra a sua função social, deve-se considerar tanto um enlace entre educação, território e desenvolvimento quanto o enlace entre a qualidade, equidade e potencialidade, ou seja, no contexto de uma perspectiva sistêmica, dar consequência, em regime de colaboração, às normas gerais da educação (Leis de Diretrizes e Bases da Educação, e Plano Nacional de Educação), na articulação com o desenvolvimento socioeconômico que se realiza no território, ordenado segundo a lógica de um arranjo educativo – local, regional, ou nacional, conforme explicitado na publicação intitulada o “Plano de Desenvolvimento da Educação: Razões, Princípios e Programas” e na relação permanente entre os entes federados, a secretaria de educação, escola e a comunidade, materializada na construção coletiva e participativa nos fóruns e nos colegiados.

A gestão democrática da educação envolve, portanto, a garantia de marcos legais, por meio da regulamentação deste princípio constitucional em leis específicas pelos entes federativos (o que é reforçado pelo texto do PLC 103/2012 – PNE) e a efetivação de mecanismos concretos que garantam a participação de pais, estudantes, funcionários, professores, bem como da comunidade local na discussão, elaboração e implementação de planos de educação, de planos e projetos político- pedagógicos das unidades educacionais, assim como no exercício e efetivação da autonomia dessas instituições em articulação com os sistemas de ensino. Nessa direção, o novo PNE ratifica os preceitos constitucionais e estabelece a gestão democrática da educação como uma das diretrizes para a educação nacional.

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Assim, a gestão democrática, entendida como espaço de deliberação coletiva, deve ser assumida como dinâmica que favorece a melhoria da qualidade da educação e de aprimoramento das políticas educacionais, como políticas de Estado articuladas com as diretrizes nacionais em todos os níveis, etapas e modalidades da educação.

Uma perspectiva ampla de gestão democrática da educação, capaz de envolver os sistemas e as instituições educativas públicas e privadas, deve considerar, portanto, os níveis de ensino, as etapas e as modalidades educativas, bem como as instâncias e mecanismos de participação coletiva. Para tanto, exige a definição dos conceitos de autonomia, democratização, descentralização, qualidade e participação, conceitos esses que devem ser debatidos coletivamente, para maior legitimidade e concretude no cotidiano.

A gestão democrática da educação não constitui um fim em si mesma, mas um importante princípio que contribua para o aprendizado e o efetivo exercício da participação coletiva nas questões atinentes a organização e gestão da educação nacional, incluindo: as formas de escolha de dirigentes e o exercício da gestão, a constituição e fortalecimento da participação estudantil e de pais, por meio de grêmios estudantis e de associação de pais e mestres; a constituição e o fortalecimento de conselhos escolares e conselhos de educação, assegurando a formação de seus conselheiros; a constituição de fóruns permanentes de educação com o intuito de coordenar as conferências municipais, estaduais e distrital de educação e efetuar o acompanhamento do PNE e dos planos de educação de estados/DF e municípios.

Na rede Municipal de ensino, o processo de gestão democrática iniciou – se em 1987, a escolha dos gestores das escolas da rede municipal de ensino do Município de Natal se dá através do voto direto da comunidade escolar (pais, estudantes, funcionários e professores).

No ano 2006, com a transferência da responsabilidade de atendimento da Educação Infantil da Secretária da Assistência para a Secretaria Municipal de Educação a rede pública municipal de ensino passou a ter duas formas de provimento ao cargo de gestor escolar, nas escolas de ensino fundamental a forma de provimento se dava por eleição e nos Centros Municipais de Educação Infantil (CMEIs) ocorria através de indicação política, pois a Lei 087/2008 restringia as eleições só para os gestores das escolas de ensino fundamental.

Em 04 de fevereiro de 2015 foi aprovada a Lei 147/2015 que dispõe sobre a gestão democrática das Unidades de Ensino (Escolas e CMEIs) no âmbito da rede pública do município de Natal. Considera – se as eleições de 2015 como um marco para gestão democrática dos CMEIS.

Nas escolas a gestão democrática participativa vem se consolidando através da atuação dos órgãos colegiados, especialmente, os conselhos escolares.

Em 2014 foram realizadas eleições para conselheiros escolares em todas as cento e quarenta e cinco (145) unidades de ensino. Os conselheiros escolares são eleitos através do voto direto dos seus pares para um mandato de três anos podendo ser reconduzido

Para a consecução dessa meta e de suas estratégias é fundamental aprimorar as formas de participação e de efetivação dos processos de autonomia pedagógica, administrativa e de gestão financeira, bem como aprimorar os processos de prestação de contas e controle social.

Vários programas e ações direcionam-se à melhoria e democratização dos processos de organização e gestão dos sistemas de ensino e das instituições educativas que o compõem.

Dentre estes programas destacam-se o Plano de Ações Articulada - PAR, o programa Dinheiro Direto na Escola, PDDE WEB o Programa Nacional de Fortalecimento dos Conselhos Escolares, o programa Escola de Gestores, entre outros.

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14. FINANCIAMENTO DA EDUCAÇÃO

Garantir uma Política Educacional de propósito universalizante, de qualidade, de natureza laica, assegurada a todos à luz da Constituição de 1988, constitui-se um grande desafio para os municípios brasileiros, tendo em vista dois componentes básicos: os beneficiários da política educacional e o processo de financiamento da referida política. O financiamento da Política Pública de Educação caracteriza se como expressão da intervenção do Estado em resposta às demandas sociais que se institucionalizaram e foram reconhecidas como direitos.

No município de Natal, a Educação é financiada por quatro principais fontes de recursos: Recursos Ordinários do Tesouro Municipal que, em obediência ao Art. 212 da Constituição Federal e à Lei Municipal nº 5.650, de 20.05.05, destina 30% sobre as receitas previstas na legislação; por recursos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação – FUNDEB, criado pela Emenda Constitucional nº 53/2006 e regulamentado pela Lei nº 11.494/2007 e pelo Decreto nº 6.253/2007, cuja vigência deverá estender-se até 2020; por recursos do Salário Educação, contribuição social à educação, resultante da destinação de 2,5% do recolhimento do INSS patronal; e, finalmente, recursos provenientes de transferências diretas do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação – FNDE.

No período 2010/2014, Tais recursos apresentaram o comportamento mostrado no quadro I e no gráfico que se seguem:

Quadro 105 - Evolução dos recursos destinados à Educação - 2010/2014

Fonte de Recursos

Exercício

2010 2011 2012 2013 2014

Ordinário Municipal

119.277.184,26 143.013.152,62 154.399.617,53 181.604.584,71 199.724.429,00

FUNDEB 91.611.781,57 116.103.542,00 123.665.857,01 135.200.288,96 143.834.224,06

Salário Educação

3.725.007,43 4.366.161,00 4.870.333,33 5.436.294,60 5.922.865,19

Transferências Diretas do FNDE

13.516.234,90 13.279.404,76 9.683.882,90 13.420.098,78 9.897.574,92

Total 228.132.218,16 276.762.260,38 292.619.690,77 335.661.267,05 359.379.093,17 Nota: Preços correntes em reais (R$). Fonte: Balanços Anuais – SEFIN/SME/2015

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2010 2011 2012 2013 2014

100,0

119,9129,4

152,3167,4

Ordinário

2010 2011 2012 2013 2014

100,0

126,7135,0

147,6157,0

FUNDEB

Gráfico 46 - Evolução dos recursos destinados à educação: 2010/2014

Nota: Variável: 2010 = 100,0

Fonte:

Os recursos Ordinários do Tesouro Municipal, em relação a 2010, apresentam no período de 2011- 2014 crescimento de 19,9%%, 29,4%, 52,3% e 67,4%, respectivamente. Já a variação média de crescimento do período de 2010 a 2014 é de 14 %. Em relação a 2010, as receitas do Fundeb apresentam um crescimento em 2011 de 26,7%, em 2012 de 35%, em 2013 de 47,6% e em 2014, 57%. A variação média de crescimento no período foi de 12,25%. O Salário Educação apresenta variação de crescimento médio de 12,5% no período considerado. As Transferências Diretas do FNDE, em relação a 2010, apresentam decréscimo de 1,8 em 2011, 28,4%, em 2012 0 ,7% em 2013 e 26,8% em 2014.

Ao considerar os indicadores institucionais legalmente estabelecidos pela Constituição federal e por legislação específica, como o Percentual Mínimo de Aplicação dos Recursos Vinculados a Educação em Manutenção e Desenvolvimento do Ensino (MDE); Percentual de Aplicação do Fundeb na Remuneração de Profissionais do Magistério; Percentual de Aplicação do Fundeb na despesa com MDE e, finalmente, Percentual das Receitas do FUNDEB não aplicadas no exercício corrente, verificou-se o perfeito atendimento aos parâmetros estabelecidos.

2010 2011 2012 2013 2014

100,0117,2

130,7145,9

159,0

Salário Educação

2010 2011 2012 2013 2014

100,0 98,2

71,6

99,3

73,2

Transf. Diretas do FNDE

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Com relação ao Percentual Mínimo de Aplicação dos Recursos Vinculados a Educação em Manutenção e Desenvolvimento do Ensino (MDE), cujo limite mínimo é de 25%, o Município aplicou, no período 2010/2014, um percentual médio de 27,53%. Todavia, em 2012 o município não cumpriu com a obrigatoriedade de aplicação do limite mínimo de 25% (art. 212 da CF), o que ocasionou um Termo de Ajustamento de Gestão (TAG) pactuado entre a Prefeitura do Natal e o Tribunal de Contas do Estado (TCE) para aplicação do valor correspondente à complementação do percentual no ano subsequente.

No Percentual de Aplicação do FUNDEB na Remuneração dos Profissionais do Magistério, estipulado em um mínimo de 60%, o Município aplicou, no período considerado, um valor médio correspondente a 97,69%. Cabe ressaltar que, embora tenha sido utilizado em grande escala, os recursos do FUNDEB não são suficientes para cobrir a totalidade da despesa decorrente com a remuneração do magistério.

No que se refere ao Percentual dos Recursos do FUNDEB destinados às demais despesas com o MDE, cujo limite máximo está estipulado em 40%, o Município aplicou em média, no período, 1,45%. Quanto ao percentual, dos recursos do FUNDEB, não aplicado no exercício corrente, que está fixado em no máximo 5%, verifica-se que no período, tal percentual foi, em média, 0,82%.

Os dados relativos a cada exercício podem ser verificados na Figura 17 que é mostrada a seguir.

Figura 17 – Indicadores institucionais da educação municipal

Fonte: MEC/FNDE. Indicadores financeiros e educacionais. Consulta ao portal: <https://www.fnde.gov.br/siope/indicadoresFinanceirosEEducacionais.do?acao=PESQUISAR&anoPaginacao=&paginacao=&pag=result&periodos=1&cod_uf=24&municipios=240810>, acesso em 08/05/2015.

No que se refere ao indicador de gasto por aluno constata-se que, a despeito do incremento anual no número de alunos matriculados no sistema municipal de educação, o valor per capita tem

29

,65

%

98

,78

%

1,2

2%

0,0

0%

26

,85

%

97

,57

%

0,4

3%

1,9

8%

24

,90

%

97

,69

%

0,2

1%

2,1

0%

25

,59

%

94

,48

%

5,5

2%

0,0

0%

29

,64

%

99

,95

%

0,0

2%

0,0

3%

Receitas de impostos etransferencias vinculadas

à educação em MDE(Mínimo de 25% para

municípios)

FUNDEB na remuneraçãodos profissionais do

magistério (mínimo de60%)

FUNDEB em despesascom MDE, que não

remuneração domagistério (máximo de

40%)

Receitas do FUNDEB nãoaplicadas no exercício

(máximo de 5%)

Indicadores legais

2010

2011

2012

2013

2014

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sido crescente, o que demonstra a ampliação dos investimentos e melhoria no atendimento às demandas dos educandos.

Quadro 106 - Gasto anual por aluno, etapas e modalidades.

Indicador Anos

2010 2011 2012 2013 2014

Gasto educacional por aluno da educação infantil

R$ 3.849,24 R$ 4.071,24 R$ 3.696,29 R$ 5.703,14 R$ 7.936,54

Gasto educacional por aluno do ensino fundamental

R$ 4.569,12 R$ 5.257,95 R$ 5.449,11 R$ 6.020,49 R$ 7.354,05

Gasto educacional por aluno da educação de jovens e adultos

R$ 2.446,53 R$ 3.629,69 R$ 1.903,84 R$ 2.156,44 R$ 1.980,12

Gasto educacional por aluno da educação especial

R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 4.950,33

Gasto educacional por aluno da educação básica

R$ 4.196,46 R$ 4.843,49 R$ 4.659,57 R$ 5.469,62 R$ 6.772,61

Despesa com professores por aluno da educação básica

R$ 2.698,62 R$ 3.126,66 R$ 3.249,88 R$ 3.239,34 R$ 3.638,66

Despesas com profissionais não docentes da área educacional por aluno da educação básica

R$ 596,34 R$ 940,82 R$ 657,85 R$ 477,07 R$ 307,30

Fonte: MEC/FNDE – Indicadores financeiros e educacionais. Consulta ao portal: <https://www.fnde.gov.br/siope/indicadoresFinanceirosEEducacionais.do?acao=PESQUISAR&anoPaginacao=&paginacao=&pag=result&periodos=1&cod_uf=24&municipios=240810>. Acesso em 08/05/2015. Organizado por SME- Natal.

Quadro 107 - Valor anual por aluno estimado pelo Fundeb

Valor anual por aluno estimado, por etapas, modalidades e tipos de estabelecimentos de ensino da educação básica - R$1,00

UF

ENSINO PÚBLICO

EDUCAÇÃO INFANTIL ENSINO FUNDAMENTAL

Creche Integral

Pré-Escola Integral

Creche Parcial

Pré-Escola Parcial

Séries Iniciais Urbana

Séries Iniciais Rural

Séries Finais Urbana

Séries Finais Rural

Tempo Integral

RN 3.349,27 3.349,27 2.576,36 2.576,36 2.576,36 2.962,82 2.834,00 3.091,64 3.349,27

Nota: Portaria Interministerial nº 17, de 29 de dezembro de 2014.

Fonte: MEC/FNDE. Consulta ao portal: <http://www.fnde.gov.br/financiamento/fundeb/fundeb-consultas/matr%C3%ADculas-da-educa%C3%A7%C3%A3o-b%C3%A1sica,-estimativa-da-receita-anual-e-coeficientes-de-distribui%C3%A7%C3%A3o-dos-recursos>.

Acesso em 07/06/2015.

Ao comparar o gasto por aluno/ano dos níveis e modalidades da educação, especialmente na educação básica (Quadro XX), e o valor aluno estimado no âmbito do Fundeb(Quadro XX), verifica-se que são significativamente inferiores aos requeridos para os insumos adequados a um ensino de qualidade.

Urge aumentar os valores aplicados por estudante destinados à manutenção e ao desenvolvimento da educação básica pública, para fazer face aos inúmeros desafios estabelecidos Pelo Plano Nacional de Educação (PNE 2014-2024) e consonantemente, pelo Plano Municipal de Educação (PME/2015-2025). É necessário que haja uma mudança na forma como se organiza a

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distribuição do orçamento, com a finalidade de efetivação do papel redistributivo e supletivo da União para a área da educação.

A Constituição Federal de 1988, mais precisamente no seu artigo 30, lista nove competências atribuídas aos municípios, que podem ser assim resumidas:

legislar sobre assuntos de interesse local;

organizar e prestar serviços públicos de interesse local;

manter, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, em

programas de educação infantil e de ensino fundamental;

Prestar, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, serviços de

atendimento à saúde da população;

promover, no que couber, adequado ordenamento territorial, mediante

planejamento e controle do uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano.

A realidade é que, a partir de então, o município tornou-se o principal provedor das ações de governo, cabendo-lhe, em síntese, prover predominantemente as ações nas áreas de educação infantil e ensino fundamental, bem como de saúde e, exclusivamente, aquelas de transporte e trânsito urbanos, infraestrutura e equipamentos urbanos, ocupação e uso do solo.

Para cumprir tais obrigações, o município conta com as transferências institucionais da União e do Estado que representam, em média, 63% de sua Receita Total, cabendo aos Recursos arrecadados diretamente os restantes 37%.

As duas fontes, todavia, compõem um quadro insuficiente de possibilidades de mobilização de recursos. De um lado, nos deparamos com o fato de que os critérios estabelecidos para as transferências institucionais não foram definidos a partir de uma análise criteriosa sobre o impacto financeiro advindo das novas responsabilidades repassadas pela União e pelo Estado. Por outro lado, sem atentar para a capacidade contributiva da população, bem como para a aplicação de uma política fiscal justa, não foi prevista qualquer modificação na competência tributária municipal, permanecendo inalterado o mesmo conjunto de impostos que já estava sendo aplicado sobre as atividades urbanas.

Tais impropriedades resultam numa implacável realidade, onde se configura a possibilidade de um sério desequilíbrio entre a oferta e a demanda de serviços e equipamentos sociais, cuja busca em reduzi-lo, quase sempre, tem resultado no comprometimento do equilíbrio das contas públicas municipais.

A fragilidade do porte das Receitas Municipais pode ser facilmente constatada ao tomarmos como referência o Produto Interno Bruto (PIB) do Município. No período 2010/1014, a representatividade das receitas municipais, considerando todos os recursos mobilizados, entre os quais aqueles de destinação específica, ou oriundos de operações de crédito, oscilou entre 9,90% e 14,32%.

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Quadro 108 - Participação da Receita Municipal no PIB 2010/2014

Especificação Exercício

2010 2011 2012 2013 2014

Receita Total (RT) 1.141.481 1.284.853 1.400.283 1.553.907 2.004.904

Rec. Correntes (RC) 1.137.991 1.282.725 1.392.735 1.553.907 1.772.184

Rec. Tributária (RTrib.) 278.133 322.889 361.036 412.340 493.181

Outras R. Correntes (ORC) 859.858 959.836 1.031.699 1.141.567 1.279.003

Rec. Capital (RCap.) 3.490 2.128 7.548 0 232.720

PIB Natal 11.532.080 12.273.091 13.291.177 13.889.280 13.996.227

RT/PIB (%) 9,90 10,47 10,54 11,19 14,32

RC/PIB (%) 9,87 10,45 10,48 11,19 12,66

RTrib./PIB (%) 2,41 2,63 2,72 2,97 3,52

ORC/PIB (%) 7,46 7,82 7,76 8,22 9,14

Nota: Preços Correntes (Em R$ 1.000,00)

Fonte: Balanços Anuais –SEMPLA /IBGE.

Ao considerarmos as despesas realizadas com a Educação, verificaremos que, a despeito de absorver uma parcela considerável dos recursos municipais, tais despesas possuem pouca representatividade em relação ao PIB, conforme quadro a seguir.

Quadro 109 - Participação da despesa com educação em relação ao PIB - 2010/2014

Exercício Despesa com Educação Receita Corrente (%) PBI (%)

2010 228.130.208,16 20,1 1,98

2011 276.762.260,38 21,6 2,26

2012 292.619.690,77 21,0 2,20

2013 335.661.267,05 21,6 2,42

2014 359.379.093,17 20,3 2,57 Nota: Preços correntes em reais (R$) Fonte: Balanços Anuais – SEFIN/SME/SEMPLA /2015

Os dados mostram que, para as despesas com Educação alcançarem um percentual de participação no PIB de 7%, no quinto ano e 10% ao final do decênio de vigência da Lei no 13.005/2014, é necessário que as receitas municipais sejam triplicadas no primeiro caso e quadruplicadas no segundo, para que seja mantida a mesma representatividade de 20% do total das Receitas Correntes, limite máximo de participação para que não ocorram sérios prejuízos na manutenção da máquina administrativa e desenvolvimento de ações nas demais áreas de atuação da administração municipal.

As perspectivas da evolução das Transferências Correntes estão longe de permitir uma facilitação na manutenção de um quadro de equilíbrio das contas públicas municipais. Mais recentemente, de acordo com análises realizadas nas contas federais, o esforço do governo terá que ser bem maior que o previsto inicialmente para fazer face à queda de arrecadação já computada no primeiro trimestre de 2015.

Números levantados por pesquisadores do Instituto Brasileiro de Economia – IBRE, da Fundação Getúlio Vargas, mostram que uma das quedas mais bruscas entre as fontes de receita foi

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a do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica, que recuou 10,6% no primeiro trimestre de 2015, em comparação com o de 2014.

Tal fato evidencia um resultado operacional comprometedor do setor produtivo o que, consequentemente, resultará em redução na arrecadação dos impostos formadores das Transferências Constitucionais. O Imposto Sobre Produtos Industrializados – IPI, por exemplo, experimentou uma redução de 8,2% no trimestre, mesmo com a recomposição das alíquotas que incidem sobre os preços dos automóveis.

Este quadro projeta cenários de graves dificuldades em ampliar as possibilidades de mobilização dos recursos necessários ao cumprimento das metas estabelecidas no Plano Nacional de Educação – 2014/2024 e, em particular ao Plano Municipal – 2015/2025, que, sem dúvida, requererá uma intensificação considerável no processo de colaboração entre os entes federados.

Considerando o cenário e perspectivas mostrados, bem como as dificuldades decorrentes da crise econômica e as consequências das medidas de ajuste das contas públicas, foi realizada a projeção conservadora de 8% na evolução das receitas municipais e, consequentemente, dos recursos destinados ao financiamento da Educação no município.

Na projeção do PIB municipal para 2016, utilizamos o redutor de 1,5% em relação aquele de 2015, para 2016 considerou-se um crescimento de 1% e de 1,5% para 2017. Para o período de 2018/2025 o percentual de incremento utilizado foi de 2%.

Em decorrências de tais limitações, prever-se um plano de aplicação de recursos, cujos desembolsos anuais são mostrados no quadro a seguir, não se considerando aqueles oriundos do Salário Educação e de Outras Transferências do FNDE.

Quadro 110 - Previsão de recursos a serem aplicados em MDE no Município 2016/2025

Exercício Fonte de Recursos

PIB Municipal % do PIB Ordinários Transferências (*) Total

2016 232.045 153.686 385.731 13.924.146 2,77

2017 250.609 165.981 416.589 14.133.009 2,95

2018 270.657 179.259 449.917 14.415.669 3,12

2019 292.310 193.600 485.910 14.703.982 3,30

2020 315.695 209.088 524.783 14.998.062 3,50

2021 340.950 225.815 566.765 15.298.023 3,70

2022 368.226 243.880 612.107 15.603.983 3,92

2023 397.684 263.391 661.075 15.916.063 4,15

2024 429.499 284.462 713.961 16.234.384 4,40

2025 463.859 307.219 771.078 16.559.072 4,66

Nota: (*) refere-se ao Fundeb ou a outro mecanismo que vier a substituí-lo a partir de 2021.

Preços correntes em reais (R$ 1.000,00)

Fonte: SEMPLA/2015

Os dados mostrados podem sofrer alterações em função de mudanças na conjuntura econômica nacional, cujos reflexos se farão sentir no município. Convém salientar, todavia, que mesmo não se considerando a previsão dos demais recursos destinados à MDE municipal, constata-se a dificuldade de, no tempo estabelecido pelo PNE, fazer-se cumprir a sua meta 20, alcançando-se 7% e 10% do PIB municipal.