51
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA MATRIZ ENERGÉTICA- FONTES ALTERNATIVAS RENOVÁVEIS: Por: Carla Troyack Orientador Prof. Jorge Tadeu Vieira Lourenço Rio de Janeiro 2013 DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL

DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · 2013-08-17 · motriz, sem uma fonte de energia capaz de suprir todas as necessidades de consumo. Segundo Leonardo Boff (2012. pág

  • Upload
    others

  • View
    1

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · 2013-08-17 · motriz, sem uma fonte de energia capaz de suprir todas as necessidades de consumo. Segundo Leonardo Boff (2012. pág

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

MATRIZ ENERGÉTICA- FONTES ALTERNATIVAS RENOVÁVEIS:

Por: Carla Troyack

Orientador

Prof. Jorge Tadeu Vieira Lourenço

Rio de Janeiro

2013

DOCU

MENTO

PRO

TEGID

O PEL

A LE

I DE D

IREIT

O AUTO

RAL

Page 2: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · 2013-08-17 · motriz, sem uma fonte de energia capaz de suprir todas as necessidades de consumo. Segundo Leonardo Boff (2012. pág

2

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

MATRIZ ENERGÉTICA-FONTES ALTERNATIVAS RENOVÁVEIS

Apresentação de monografia à AVM Faculdade

Integrada como requisito parcial para obtenção do

grau de especialista em GESTÃO NO SETOR DE

PETRÓLEO E GÁS

Por: Carla Troyack

Page 3: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · 2013-08-17 · motriz, sem uma fonte de energia capaz de suprir todas as necessidades de consumo. Segundo Leonardo Boff (2012. pág

3

DEDICATÓRIA

À vida; pela oportunidade!

Aos que em todos os planos

estão sempre por perto....

Aos amigos de hoje e aos de

sempre!

Page 4: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · 2013-08-17 · motriz, sem uma fonte de energia capaz de suprir todas as necessidades de consumo. Segundo Leonardo Boff (2012. pág

4

AGRADECIMENTOS

Aos meus incondicionais incentivadores e

eventuais colaboradores: meu pai e

minha mãe e também a Fefe, pois mais

que um compromisso é uma honra ser

exemplo.

Page 5: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · 2013-08-17 · motriz, sem uma fonte de energia capaz de suprir todas as necessidades de consumo. Segundo Leonardo Boff (2012. pág

5

“A inspiração que você procura já está dentro de você.

Fique em silêncio e escute”.

(Rumi)

Page 6: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · 2013-08-17 · motriz, sem uma fonte de energia capaz de suprir todas as necessidades de consumo. Segundo Leonardo Boff (2012. pág

6

RESUMO

O objetivo do presente trabalho é explorar o histórico mundial da Matriz

Energética, com ênfase na Matriz Energética Brasileira: sua origem e

desenvolvimento apresentando também as fontes alternativas de energia

disponíveis que por serem renováveis podem não apenas substituir a atual

matriz baseada no Petróleo, uma fonte fóssil não renovável, mas também

evitar o desabastecimento, contribuindo de forma efetiva para o grande desafio

mundial: a geração de energia limpa, sustentável, renovável já que não se

pode pensar em conservação da vida na terra se a geração de energia se faz

por meio de consumo de fósseis. Por outro lado não se pode pensar em

desenvolvimento sem um grande consumo de energia para fazer andar a

grande máquina da produção industrial responsável por alimentar uma

sociedade cada vez mais consumista.

Page 7: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · 2013-08-17 · motriz, sem uma fonte de energia capaz de suprir todas as necessidades de consumo. Segundo Leonardo Boff (2012. pág

7

METODOLOGIA

O presente trabalho foi desenvolvido através de pesquisa bibliográfica

baseando-se na consulta a sites, programas de televisão , documentários,

relatórios, jornais, livros e revistas especializadas cujo tema central tenha sido

energia, petróleo, fontes alternativas de geração de energia , meio ambiente,

sustentabilidade, progresso, desenvolvimento econômico sustentável,

economia verde .

A proposta do estudo para o desenvolvimento dessa pesquisa tem como

base a preocupação com a eminente crise mundial para a geração de energia.

Como os paises manterão seu progresso sem exaurir os recursos hoje

disponíveis e explorados?

Já se fala em esgotamento das fontes fósseis. O que podemos fazer

para garantir um desenvolvimento economicamente viável , sustentável ?

Quais as alternativas para que gradativamente se possa substituir a atual

matriz por outra sem o risco de uma queda na produção?

Page 8: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · 2013-08-17 · motriz, sem uma fonte de energia capaz de suprir todas as necessidades de consumo. Segundo Leonardo Boff (2012. pág

8

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO..................................................................................................09

CAPÍTULO I - Matriz Energética.......................................................................12

CAPÍTULO II - Fontes Alternativas de Energia.................................................17

CAPÍTULO III - Uma Alternativa para o Brasil – Energia Eólica......................29

CONCLUSÃO...................................................................................................34

ANEXOS.....................................................................................................36

BIBLIOGRAFIA................................................................................................49

ÍNDICE..............................................................................................................52

Page 9: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · 2013-08-17 · motriz, sem uma fonte de energia capaz de suprir todas as necessidades de consumo. Segundo Leonardo Boff (2012. pág

9

INTRODUÇÃO

A História da vida humana na terra está diretamente ligada a sua

capacidade de sobrevivência; a sua capacidade de adaptação e a energia que

se faz necessária para a manutenção da vida, pois nada, ou quase nada do

que dispomos hoje para a nossa sobrevivência seria possível sem uma força

motriz, sem uma fonte de energia capaz de suprir todas as necessidades de

consumo.

Segundo Leonardo Boff (2012. pág 59):

“No Brasil é o Prof. Ladislau Dowbor da PUC de São Paulo que apresenta reflexões

na linha de Sachs, postulando uma democracia econômica (Democracia econômica:

alternativas de gestão social,2008) na qual o crescimento deve ser sustentável (o que

o planeta pode agüentar a longo prazo), suficiente (atender as necessidades sem

destruir as bases de reprodução da vida), eficiente (usar os recursos minimizando os

impactos e os desperdícios), equânime (que distribua entre todos os ônus e os

benefícios)”.

Poucas palavras são tão usadas hoje como sustentabilidade. Para uns

somente para não perder a pegada da modernidade do termo, outros para

passar a falsa idéia da preocupação e engajamento com produtos

sustentáveis, produção sustentável, consumo sustentável, economia

sustentável, para ocultar problemas de difícil solução sem uma real mudança

comportamental baseada em atitudes conscientes e planejadas.

Muitos, no entanto, já despertaram essa consciência e revelam que um

outro mundo além de necessário é possível. Desenvolvimento é em termos

Page 10: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · 2013-08-17 · motriz, sem uma fonte de energia capaz de suprir todas as necessidades de consumo. Segundo Leonardo Boff (2012. pág

10

gerais crescimento, ou seja, podemos continuar crescendo, mas de forma

ordenada.

Culturalmente coloca-se o homem como centro e senhor do Universo

mas depois de décadas de “crescimento desenfreado” a Terra já mostra sinais

de exaustão : aquecimento global, eventos naturais extremos, diminuição dos

recursos antes abundantes: águas, florestas, fertilidade do solo.

Ainda Segundo Leonardo Boff (2012, páginas 70 e 71):

“Os modernos imaginavam que a vocação do ser humano é o desenvolvimento, em

todas as áreas, e que isso se traduz por projeto de progresso ilimitado. Ora, uma Terra

limitada não suporta um projeto ilimitado. Ele é ilusório, mas propiciou uma sistemática

pilhagem dos recursos da natureza”

“Esse projeto de progresso ilimitado, além de desigual e por isso injusto, trouxe um

impacto sensível sobre a totalidade dos recursos do planeta. Pela pegada ecológica

pode-se dimensionar o estresse imposto à Terra” ... “importa reconhecer : temos que,

coletivamente, elaborar um projeto que atenda o anseio de desenvolvimento humano,

não pela via da quantidade de bens, mas pela via da qualidade de vida, compartilhada

por todos”.

A Terra até hoje se comportou como uma grande mãe, provedora

incondicional de todas as nossas necessidades, mas o que presenciamos hoje

é que o ser humano está exigindo mais do que ela pode suportar. Fazemos

uso de modernas técnicas para cortar montanhas, represar rios, explorar minas

e poços de petróleo, abrir estradas, criar cidades, fábricas, dominar os mares;

enfim, fazemos uso de todo um aparato para explorar a terra a uma

velocidade muito superior a que ela, apesar de sua enorme capacidade de

reação e resposta, é capaz de suportar.

Produzimos e consumimos destruindo um sistema, mas esbarramos

num obstáculo intransponível: os limites do Planeta Terra. Ou trabalhamos

Page 11: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · 2013-08-17 · motriz, sem uma fonte de energia capaz de suprir todas as necessidades de consumo. Segundo Leonardo Boff (2012. pág

11

para buscar fontes alternativas de geração de energia ou estaremos fadados a

uma grave crise social e ambiental.

Na Carta da Terra (anexo 1), elaborada entre os anos de (1992-2000)

com a participação de milhares de pessoas de muitos países, vemos

claramente um chamado acerca dos riscos que pesam sobre a humanidade,

valores e princípios a serem compartilhados por todos.

Para esse trabalho, em especial destaco o que podemos ler em:

II. INTEGRIDADE ECOLÓGICA 5. Proteger e restaurar a integridade dos sistemas ecológicos da Terra, com especial preocupação pela diversidade biológica e pelos processos naturais que sustentam a vida. a. Adotar planos e regulamentações de desenvolvimento sustentável em todos os níveis que façam com que a conservação ambiental e a reabilitação sejam parte integral de todas as iniciativas de desenvolvimento. f. Manejar a extração e o uso dos recursos não-renováveis, como minerais e combustíveis fósseis de forma que diminuam a exaustão e não causem dano ambiental grave.

No Capitulo 1, estuda-se o conceito de energia, de matriz energética e

sua evolução através do tempo. Aborda ainda a evolução da matriz energética

no Mundo e no Brasil. Como cada um está tratando do tema e sua

dependência nas fontes fósseis. As fontes alternativas de energia, como opção

para a substituição da “Era do Petróleo”, uma fonte fóssil não renovável,

vantagens e desvantagens serão descritas no Capítulo 2 . A energia eólica

como uma fonte alternativa para o Brasil será estudada no Capítulo 3.

Page 12: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · 2013-08-17 · motriz, sem uma fonte de energia capaz de suprir todas as necessidades de consumo. Segundo Leonardo Boff (2012. pág

12

CAPÍTULO I

Matriz Energética

Conceito

Energia é um termo que deriva do grego "ergos" cujo significado original é

trabalho. O conceito é utilizado para designar o vigor ou a atividade de uma

pessoa, objeto ou organização.

O que é Matriz Energética?

Por Matriz Energética entende-se a energia disponível para ser

transformada, distribuída e consumida nos diversos processos produtivos, ou

seja, é a soma dos recursos energéticos oferecidos por um país ou por uma

região.

A análise da matriz energética é fundamental para a orientação do

planejamento do setor energético, cuja preocupação é garantir a produção e o

uso adequado da energia produzida.

Uma das informações mais importantes é o resultado da medição dos

recursos naturais utilizado para saber se estão sendo usados de forma

racional, pois o resultado entre a oferta e o consumo é fator determinante para

o planejamento e distribuição de recursos do setor.

Page 13: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · 2013-08-17 · motriz, sem uma fonte de energia capaz de suprir todas as necessidades de consumo. Segundo Leonardo Boff (2012. pág

13

1 – No Brasil e no Mundo

Na atual matriz energética mundial predomina o uso do petróleo e seus

derivados utilizados principalmente nos setores de transporte e na indústria,

com menor participação para a geração de eletricidade. A maior parte dos

derivados é de combustíveis líquidos para utilização em veículos automotivos.

O setor petroquímico se constitui em um dos mais importantes ramos das

atividades industriais da atualidade.

Poucas questões são mais estratégicas do que o tema da energia. Há

uma crescente preocupação com o conceito de desenvolvimento sustentável,

com o uso mais eficiente dos recursos naturais e de preservação do meio

ambiente. Vivemos mundialmente uma competição acirrada por recursos; há

uma pluralidade de geopolíticas quando se analisa a competição econômica e

tecnológica que está sendo aplicada.

O planejamento, sobretudo em setores de infra-estrutura, é uma

atividade essencial em qualquer contexto econômico e mundialmente vê-se

uma crescente preocupação com o setor energético. O crescimento da

economia mundial aponta para um maior consumo energético, conforme

reportagem da Revista Época , segundo dados da Agência Internacional de

Energia (AIE) o consumo mundial de energia vai crescer 56% até 2040 e o

caminho para reduzir a demanda de petróleo é o investimento em fontes

renováveis de energia.

Na matriz energética mundial dos países desenvolvidos tem maior

participação as fontes renováveis, já nos países em desenvolvimento a

participação é bem menor. Segundo o Portal Brasil as fontes renováveis estão

distribuídas da seguinte forma: “13% nos países desenvolvidos e 6% nos

países em desenvolvimento”.

Page 14: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · 2013-08-17 · motriz, sem uma fonte de energia capaz de suprir todas as necessidades de consumo. Segundo Leonardo Boff (2012. pág

14

Ainda segundo o Portal Brasil “O Brasil possui a matriz energética mais

renovável do mundo industrializado com 45,3% de sua produção proveniente

de fontes como recursos hídricos, biomassa e etanol, além das energias eólica

e solar. As usinas hidrelétricas são responsáveis pela geração de mais de 75%

da eletricidade do País”.

Sob responsabilidade do Ministério de Minas e Energia, a matriz

energética brasileira é instrumento usado para medir os diferentes cenários de

mercado e avaliar seus efeitos: infra-estrutura, vulnerabilidades sistêmicas,

riscos ambientais, oportunidades de negócios, impactos de políticas públicas

entre outros.

Mudanças / Tendências da Matriz Energética

A expansão das energias renováveis e mais eficiência energética,

dariam ao mundo maior independência dos combustíveis fósseis e evitariam

entre outros a exploração do petróleo em regiões consideradas “frágeis” como

por exemplo o Ártico .

Oferecer ao mundo energia renovável é uma necessidade, e o mercado

de renováveis como forma de reduzir as emissões de gases do efeito estufa

responsáveis pelo aquecimento global é objeto de estudos e relatórios como,

por exemplo, o Relatório do Greenpeance International que identifica os 14

maiores projetos de energias sujas planejadas para a próxima década. O

objetivo do relatório é alertar os Governos mundiais para a iminência de uma

crise climática. Chamado de “Caminho sem Volta” (tradução livre do inglês

“Point of no Return”) o estudo mostra a quantidade de CO2 a ser emitida por

cada um dos projetos. Entre os maiores projetos de energia suja listados

Page 15: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · 2013-08-17 · motriz, sem uma fonte de energia capaz de suprir todas as necessidades de consumo. Segundo Leonardo Boff (2012. pág

15

estão: expansão da exploração de carvão na china, expansão das exportações

de carvão na Austrália, Estados Unidos e Indonésia, exploração não

convencional de petróleo nas areias betuminosas no Canadá, no Ártico,

Iraque, Golfo do México e Cazaquistão. Produção de gás natural na África e no

Mar Cáspio.

A necessidade de mudança/revisão dos componentes da matriz

energética mundial é indiscutível, no entanto existem diversos condicionantes

(tecnológicos, políticos, culturais, econômicos, sociais, comerciais ou

ambientais) que podem apressar ou retardar as mudanças:

a. acordos internacionais para geração energias através de fontes

renováveis e criação de reservas de mercado para a bioenergia;

b. programas de desenvolvimento para acelerar a taxa de utilização de

energias renováveis;

c. viabilização técnica e econômica das fontes renováveis de energia

que permitam a exploração comercial, o ganho e redução de custos;

d. co-geração de energia ;

e. preços moderados de combustíveis fósseis (poucas fontes de

energias renováveis são competitivas, como é o caso do etanol, derivado de

cana-de-açúcar, já claramente competitivo, ou da energia eólica, em

determinadas regiões em que se encontra em estágio pré-competitivo);

f. custos de obtenção de energia fortemente ligados às condições locais.

(locais de menores custos podem ser explorados em primeiro lugar gerando

diferenciais competitivos entre as diferentes regiões);

g. o aumento da participação das fontes de energia renovável na matriz

energética, em especial nos países ricos;

h. suporte decisivo e continuado dos governos para o processo de

introdução na matriz de novas fontes;

No caso do Brasil, a sinergia entre as vantagens comparativas naturais

(solo, água, radiação solar e mão de obra) e as captações de capital

Page 16: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · 2013-08-17 · motriz, sem uma fonte de energia capaz de suprir todas as necessidades de consumo. Segundo Leonardo Boff (2012. pág

16

proveniente de projetos vinculados aos programas de desenvolvimento para

geração de energia limpa tornarão o país ainda mais atrativo para os

investidores: radiação solar é grátis, a terra no Brasil ainda é farta e barata se

comprada aos padrões internacionais.

A matéria prima para a produção de combustíveis fósseis e para a

petroquímica é a mesma: o petróleo. O declínio na oferta afetará toda cadeia

produtiva. As fontes alternativas com toda uma gama de possibilidades já

estão disponíveis, dependendo somente de investimento e de programas de

geração. A transição gradativa da matriz e o sucesso dos programas poderá

ser antecipada ou retardada depedendo do nível de investimento e a

velocidade do processo.

Para alguns países em desenvolvimento, é de fundamental importância

que aspectos sociais e ambientais sejam considerados; é uma oportunidade

histórica para promover justiça social, alavancar pequenas propriedades/

produtores, interiorizar o desenvolvimento. Os Governos podem lançar mão de

instrumentos e ferramentas disponíveis como políticas públicas e incentivos

fiscais para adequação dos fornecedores de bens e serviços do setor,

integrando a cadeia logística oferecendo não somente preços competitivos

mas também uma cadeia produtiva integrada, qualificada, mobilizada,

sustentável e de acordo com os padrões sócio ambientais “impostos” ao setor.

Considerando-se o tempo entre a formulação de hipóteses para a

geração de fontes alternativas capazes de substituir ou complementar a atual

matriz energética e a apropriação de uma tecnologia para produção, é

importante visualizar não somente os cenários mas também atentar para os

modelos a serem utilizados para melhor direcionar as decisões do presente

que determinarão o futuro.

Page 17: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · 2013-08-17 · motriz, sem uma fonte de energia capaz de suprir todas as necessidades de consumo. Segundo Leonardo Boff (2012. pág

17

CAPÍTULO II

Fontes Alternativas de Energia

Vantagens e Desvantagens

As energias limpas/renováveis, alvo de estudos e discussões para

minimizar os problemas ambientais, são tidas como a melhor opção para a

obtenção de resultados com o menor impacto ambiental possível já que os

benefícios são muitos: diversidade da oferta, redução da poluição e emissão

de gases de efeito estufa, economia para o consumidor, geração de

empregos nas zonas rurais e geração de energia sustentável a longo prazo.

A crescente demanda terá impacto direto na indústria nacional exigindo

maior competitividade, inovação e integração do setor. Apesar dos

problemas conjunturais, podemos apontar perspectivas positivas no setor

energético:

a. implementação de novas tecnologias;

b. geração de empregos;

c.investimento em mão de obra especializada - qualificação profissional

para atender as normas internacionais do mercado;

d. adequação de fornecedores de bens e serviços;

e. integração da cadeia logística e produtiva : qualificação, mobilização,

sustentabilidade;

f. aumento da produtividade;

g. desenvolvimento e revitalização da indústria nacional;

Page 18: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · 2013-08-17 · motriz, sem uma fonte de energia capaz de suprir todas as necessidades de consumo. Segundo Leonardo Boff (2012. pág

18

No caso específico do Brasil, dentre as lições aprendidas com o

racionamento de energia elétrica ocorrido em 2001, conforme dados da

Eletrobras, a maior do país, deu-se não apenas por condições hidrológicas

bastante desfavoráveis nas regiões Sudeste e Nordeste, mas também pela

insuficiência de investimentos em geração e transmissão cujo resultado foi um

progressivo esvaziamento dos reservatórios do sistema evoluindo para uma

deficiência estrutural de energia obrigando o Governo a tomar ações para uma

redução compulsória do consumo (racionamento nas regiões Sudeste, Centro-

Oeste e Nordeste e parte da região Norte) para impedir o completo

esvaziamento dos reservatórios.

Como a base de geração em 2001 era hidráulica; a crise de

abastecimento trouxe à tona a limitação do modelo em atender a crescente

demanda já que a crise evidenciou o esgotamento da capacidade e as falhas

no modelo apontando para a real e imediata necessidade de mudança nos

rumos do setor de energia elétrica. Novas perspectivas foram desenhadas e

medidas adotadas para revitalização do setor e fontes alternativas passaram a

compor o modelo de geração de energia no país.

A produção e o consumo de energia de fontes limpas, muito além de ser

uma alternativa para o desabastecimento é de extrema importância para a

proteção do meio ambiente e a manutenção da qualidade de vida. Como não

geram gases do efeito estufa (ou geram muito pouco), não favorecem o

aquecimento global. Como não há queima de combustíveis fósseis, não há

geração de gases poluentes ou resíduos sólidos que são nocivos ao

ecossistema. A energia limpa é também um importante fator para se garantir o

desenvolvimento sustentável do planeta.

Uma Matriz Limpa minimiza os efeitos causados com a geração de

energia através da utilização de combustíveis fósseis, porém, faz-se

necessário ressaltar que apesar dos pontos fortes de sua utilização, alguns

Page 19: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · 2013-08-17 · motriz, sem uma fonte de energia capaz de suprir todas as necessidades de consumo. Segundo Leonardo Boff (2012. pág

19

pontos fracos também podem ser apontados para cada tipo de energia

conforme veremos a seguir.

ENERGIA HÍDRICA

As hidrelétricas possuem na queda d’água a sua principal fonte de geração de

energia. A água represada transforma-se em energia girando pás de turbina do

gerador da represas produzindo eletricidade.

No Brasil é muito utilizada devido aos grandes recursos hídricos (mananciais

de água) existentes, mas em função das mudanças climáticas (falta de chuva)

discute-se a utilização de fontes substitutivas para evitar uma nova crise de

abastecimento.

A maior usina hidrelétrica do Brasil é a de Itaipu (Foz de Iguaçu) que tem

capacidade de 12600 MW.

Desvantagens: inundação de grandes áreas causando destruição de florestas,

desequilíbrio ecológico e caos social com a inundação de cidades e povoados

que vivem no entorno.

Figura 1 - Usina hidrelétrica de Itaipu, fronteira Brasil x Paraguai (Extraído de http://www.portalsaofrancisco.com.br)

Page 20: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · 2013-08-17 · motriz, sem uma fonte de energia capaz de suprir todas as necessidades de consumo. Segundo Leonardo Boff (2012. pág

20

ENERGIA TÉRMICA

As usinas termoelétricas produzem energia elétrica através da queima de

combustíveis tais como: derivados do petróleo, carvão, óleo, biomassa (cana

de açúcar).

A produção da energia elétrica é realizada através da queima do combustível

que aquecer água, transformando-a em vapor. Conduzida a alta pressão por

uma tubulação faz girar as pás da turbina, acoplada ao gerador produzindo

energia elétrica. Em seguida o vapor é resfriado retornando ao estado líquido e

a água é reaproveitada, para novamente ser vaporizada.

*No Brasil é o segundo tipo de fonte de energia elétrica utilizada no entanto,

em função da iminência de uma nova crise de abastecimento este segmento

está em expansão.

Desvantagens: poluição atmosférica devido aos gases produzidos com a

queima do combustível. A água aquecida, não devidamente resfriada é

devolvida aos rios matando espécies aquáticas que não suportam as altas

temperaturas.

Figura 2 - Usina termoelétrica (Extraído de http://www.mundociencia.com.br)

Page 21: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · 2013-08-17 · motriz, sem uma fonte de energia capaz de suprir todas as necessidades de consumo. Segundo Leonardo Boff (2012. pág

21

ENERGIA NUCLEAR

Produzida através da fissão do núcleo do átomo de urânio enriquecido, libera

grande quantidade de energia. A água aquecida e transformada em vapor

movimenta pás das turbinas geradoras.

O urânio é colocado em cilindros metálicos no núcleo do reator que é

constituído de um material moderador (geralmente grafite) para diminuir a

velocidade dos nêutrons emitidos pelo urânio em desintegração, permitindo as

reações em cadeia. O resfriamento do reator do núcleo é realizado através de

líquido ou gás que circula através de tubos, pelo seu interior. Este calor

retirado é transferido para uma segunda tubulação onde circula água. Por

aquecimento esta água se transforma em vapor (a temperatura chega a

320°C) que movimenta as pás das turbinas que acionarão o gerador,

produzindo eletricidade.

Depois este vapor é liquefeito e reconduzido para a tubulação, onde é

novamente aquecido e vaporizado.

* Os Estados Unidos lideram este tipo de geração. Na França, Suécia,

Finlândia e Bélgica grande parte da energia elétrica consumida, provém de

usinas nucleares.

No Brasil a usina Angra 2 produz este tipo de energia mas com capacidade

insuficiente para abastecer a cidade do Rio de Janeiro, discute-se a construção

de uma nova usina: a Angra 3

Desvantagem: processo caro e complexo com geração de lixo atômico e

resíduos radioativos que causam doenças e morte.

Page 22: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · 2013-08-17 · motriz, sem uma fonte de energia capaz de suprir todas as necessidades de consumo. Segundo Leonardo Boff (2012. pág

22

Figura 3 - Diagrama de um reator de uma Usina Nuclear (Extraído de http://www.portalsaofrancisco.com.br)

Figura 4 - Reator de uma Usina Nuclear (Extraído de http://www.portalsaofrancisco.com.br)

Page 23: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · 2013-08-17 · motriz, sem uma fonte de energia capaz de suprir todas as necessidades de consumo. Segundo Leonardo Boff (2012. pág

23

ENERGIA EÓLICA

Produzida através do aproveitamento dos ventos. É uma energia de fonte

renovável e atualmente a mais limpa que existe. Sua turbina formada por duas

ou três pás aerodinâmicas (hélices) aciona os geradores.

Encontramos este tipo de geração de energia em localidades onde a

velocidade média anual de ventos é superior a 3,6 m/s razão pela qual, não

são muitos os locais que apresentam condições favoráveis ao aproveitamento

da energia eólica já que nem todas as localidade apresentam ventos

constantes e intensos. Na maioria dos casos é usada como energia

complementar à energia produzida nas usinas hidroelétricas e termoelétricas.

No mundo existem aproximadamente 200.000 turbinas eólicas em operação.

Até o ano 2030 estima-se gerar no continente europeu 10% da energia elétrica

a partir da eólica.

Maiores produtores: Alemanha, Espanha e Estados Unidos.

Desvantagem: alto custo com a implementação dos aerogeradores que são

grandes e em geral instalados em locais de difícil acesso demandando em

alguns casos abertura de vias; adequação do local para a instalação dos

aerogeradores (fundações para a instalação das torres). Por ser dependente

do vento, em muitas localidades enfrenta-se interrupções temporárias de

geração de energia; poluição visual (um parque eólico pode ter centenas de

cata-ventos), sonora (alguns cata-ventos são muito barulhentos) e morte de

pássaros que se chocam com as pás dos cataventos.

Figuras 5 e 6 - Aerogeradores de um Parque Eólico (Extraído de http://www.portalsaofrancisco.com.br)

Page 24: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · 2013-08-17 · motriz, sem uma fonte de energia capaz de suprir todas as necessidades de consumo. Segundo Leonardo Boff (2012. pág

24

ENERGIA SOLAR

Energia fornecida pela captação dos raios solares transformada em

eletricidade através de painéis de células fotovoltaicas. Fonte inesgotável de

energia; equipamentos de baixa manutenção. Armazenada em bancos de

bateria, para que possa ser utilizada em período sem sol ou a noite.

Usada em equipamentos encontrados em foguetes, satélites e astronaves.

No Brasil é mais utilizada para aquecimento de água.

*Maiores Produtores: Japão e EUA.

Desvantagem: ainda é uma energia cara; produção interrompida à noite e

diminuída em dias de chuva, neve ou em locais com poucas horas de sol

quando pode ser apenas aproveitada.

Figura 7 - Painéis Solares (extraído de http://www.brasilescola.com)

Page 25: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · 2013-08-17 · motriz, sem uma fonte de energia capaz de suprir todas as necessidades de consumo. Segundo Leonardo Boff (2012. pág

25

ENERGIA DAS MARÉS

Também conhecida como energia maremotriz é obtida por meio do

aproveitamento da energia proveniente do desnível das marés revertida em

eletricidade através de barragens que permitam a entrada e a saída da água e

unidades geradoras de energia. Fonte de energia abundante capaz de

abastecer cidades costeiras. As águas do mar movimentam uma turbina que

aciona um gerador de eletricidade, num processo similar ao da energia eólica.

Não existe tecnologia para exploração comercial.

*Os pioneiros na produção são França, Inglaterra e Japão.

Desvatagem: poucas localidades apresentam as condições propícias pois a

diferença de nível das mares ao longo do dia deve ser em torno de 5 /7 metros;

produção irregular devido ao ciclo das marés, que duram 12h30min.

Figura 8 - Barragem e eclusa (permite entrada e saída da água) (Extraído de http://www.portalsaofrancisco.com.br)

Page 26: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · 2013-08-17 · motriz, sem uma fonte de energia capaz de suprir todas as necessidades de consumo. Segundo Leonardo Boff (2012. pág

26

BIOGÁS

É um tipo de mistura gasosa de dióxido de carbono e metano com conteúdo

energético semelhante ao gás natural (derivado do petróleo), produzido em

meio anaeróbico. É obtido através da transformação de resíduos agrícolas,

lixo orgânico (restos de alimentos) ou mesmo excrementos de animais e

homens. A matéria-prima é fermentada dentro de determinados limites de

temperatura, humidade e acidez por bactérias num biodigestor, liberando gás

e adubo. Ao contrário do álcool da cana de açúcar e de óleos extraídos de

outras culturas, não compete com a produção agrícola. Pode ser usado para

geração de energia térmica, elétrica ou mecânica. O metano, principal

componente do Biogás não tem cheiro, cor ou sabor mas os outros gases

presentes faz com que apresente ligeiro odor desagradável.

Pode substituir o GLP (derivado do petróleo) com a vantagem de dar um fim

ecológico ao lixo orgânico.

Desvantagem: gás de difícil armazenamento e a quantidade de energia

gerada varia ao longo do período de produção. Por questões socio ambientais

realtivas aos aterros, projeta-se para o futuro a diminuição da deposição de

resíduos biodegradáveis em aterros, fazendo com que as instalações de

recuperação de biogás de aterro tenham um tempo limitado de existência;

Figura 9 - Usina de Biogás (extraído de http://www.brasilescola.com)

Page 27: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · 2013-08-17 · motriz, sem uma fonte de energia capaz de suprir todas as necessidades de consumo. Segundo Leonardo Boff (2012. pág

27

BIOCOMBUSTÍVEIS

Geração de combustíveis (etanol e biodiesel) para veículos automotores

obtidos através de processos físico-químicos, a partir do beneficiamento de

determinados produtos agrícolas, em geral oleaginosos (mamona, dendê,

cana-de-açúcar, soja, babaçu, macaúba, cascas, galhos e folhas de árvores).

Pesquisas relacionadas ao tema mostram novas fontes possíveis e o assunto

ganha apoio por parte dos Governos, pois pode contribuir de forma efetiva

para o bem estar do homem e do ambiente : isenção da emissão de enxofre

na combustão ( não contribui para a chuva ácida) e seus efeitos sobre a saúde

humana.

Os biocombustíveis possuem ainda a vantagem de ter origem em

fontes renováveis que podem facilmente serem adequadas às condições

agrícolas da região.

*O Brasil está entre os maiores produtores mundiais: variedade de matéria-

prima. Devemos considerar também as condições de clima e solo que

favorecem a regionalização do produto para a utilização/produção do biodiesel.

No Brasil afirma-se que o sucesso para a produção do Biodiesel está vinculado

a 4 fatores :

1) disponibilidade e potencial de matéria-prima (oleaginosas) com

aproveitamento de culturas convencionais;

2) políticas e incentivos à programas para a produção de combustível

alternativo ( Programa Nacional de Biodiesel, Brasil Eco-Diesel, ProBiodiesel);

3) desenvolvimento de pesquisas científicas voltadas para o tema;

4) experiências associativas que na prática podem agregar valor a matéria-

prima e inserir pequenos produtores/agricultura familiar na cadeia produtiva.

Desvantagem: redução de áreas florestais (desmatamento) para o plantio de

matéria-prima suficiente para atender a demanda (produção de grandes

quantidades); ocupação de terras destinadas a plantio de alimentos (redução

da oferta em escala mundial); maior utilização de recursos hídricos para a

Page 28: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · 2013-08-17 · motriz, sem uma fonte de energia capaz de suprir todas as necessidades de consumo. Segundo Leonardo Boff (2012. pág

28

plantação; risco de contaminação do solo e do ar com a utilização de

fertilizantes; processo produtivo faz uso de queimadas, derrubadas de árvores

e uso de máquinas que agridem o meio ambiente.

Figura 10- Biocombustível a partir de plantas (extraído de http://www.brasilescola.com)

Page 29: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · 2013-08-17 · motriz, sem uma fonte de energia capaz de suprir todas as necessidades de consumo. Segundo Leonardo Boff (2012. pág

29

CAPÍTULO III

Uma Alternativa para o Brasil

Energia Eólica

O termo eólico vem do latim aeolicus, que pertence a Éolo, o Deus dos Ventos

na mitologia grega.

Utilizada desde a antiguidade para mover barcos impulsionados por

velas ou para fazer funcionar a engrenagem de moinhos que ao mover suas

pás transforma a energia eólica em energia mecânica é uma das mais

promissoras fontes de energia : é limpa, renovável e se amplamente distribuída

pode ser utilizada para substituir fontes de combustíveis fósseis, auxiliando

ainda na redução do efeito estufa. No Brasil, apesar do grande potencial e

dos muitos planos para exploração dessa fonte de energia, esbarra-se no alto

custo para a instalação dos parques eólicos e a energia gerada ainda é mais

cara se comparada a mesma quantidade gerada por uma usina hidrelétrica.

De acordo Portal Brasil desde a criação do Proinfa (Programa de

Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica Decreto Nº 5.025, de 30

de Março de 2004), e, também aos leilões de compra e venda, a capacidade

instalada de geração no país passou de um pouco mais de 25 MW em 2005,

para 1.886 MW, em 2012. Com os parques eólicos em operação distribuídos

nas regiões nordeste 64% e sul 35% da capacidade instalada, já responde por

1% da geração elétrica brasileira e em 2012 já foram gerados 5.020 GWh de

energia eólica: 86% acima da energia gerada em 2011.

Em escala Global, a energia eólica vem se mostrando a cada ano mais

competitiva. De olho nesse promissor e crescente mercado e em consonância

as diretrizes estabelecidas pelo protocolo de Kyoto (anexo 2) cujo objetivo foi

Page 30: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · 2013-08-17 · motriz, sem uma fonte de energia capaz de suprir todas as necessidades de consumo. Segundo Leonardo Boff (2012. pág

30

o de firmar acordos e discussões internacionais para conjuntamente

estabelecer metas de redução na emissão de gases-estufa na atmosfera os

Governos estabeleceram metas e planos para diversificar a matriz energética

e a energia eólica além de ser uma fonte renovável e competitiva, se apresenta

como complementar à fonte hidrelétrica - os melhores ventos ocorrem nos

períodos de menor incidência de chuva - possibilitando a recomposição dos

níveis dos reservatórios para o acúmulo de água para geração futura.

O “fantasma do apagão” anualmente assombra o país - sem chuva cai

a produção e para evitar a interrupção na produção, as usinas térmicas (que

usam combustíveis fósseis: gás, carvão mineral e óleo combustível e emitem

gases de efeito estufa) são acionadas “sujando” a matriz energética.

No Brasil, durante o Fórum Nacional Eólico que aconteceu em Natal no

dia 18 de junho de 2009 foi assinada A Carta dos Ventos (anexo 3) que

define as regras, formulação de políticas públicas e mecanismos de atração de

investimentos em energia eólica para o Brasil. A Carta é o documento firmado

entre os envolvidos no setor eólico e o poder público (governantes e

parlamentares), expressa as necessidades e anseios do setor e visa

incrementar o desenvolvimento da atividade no Brasil.

Em termos de Brasil, ainda conforme o Portal Brasil Energia:

No caso da energia eólica, se espera que de 2012 a 2016 sejam instalados 7,6 GW, e entre 2016 e 2021, mais 6,2 GW. Neste contexto, a energia eólica deverá chegar em 2021 com 7,7% da capacidade instalada brasileira, contra 1,7% verificado ao final de 2012.O Brasil é o país mais promissor do mundo em termos de produção de energia eólica, na avaliação do Global Wind Energy Council, organismo internacional que reúne entidades e empresas relacionadas à produção desse tipo de energia. Ao final de 2012, o País ocupava o 20º lugar no mundo em capacidade instalada de geração de energia a partir da força dos ventos. De 2005 a 2012, a capacidade instalada aumentou 70 vezes e foi a que mais cresceu dentro todas as fontes de energia. Não obstante o forte crescimento, a capacidade instalada brasileira representa apenas 0,6% da capacidade mundial.Os mapas eólicos desenvolvidos pelo Centro Brasileiro de Energia Eólica apontam que os ventos brasileiros apresentam ótimas características para a geração elétrica, com boa velocidade , baixa turbulência e boa uniformidade, o que possibilita fatores de capacidade de geração em alguns parques de até 50%. No mundo, o fator de capacidade médio de geração eólica não chega a 20% (operação abaixo de 1800

Page 31: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · 2013-08-17 · motriz, sem uma fonte de energia capaz de suprir todas as necessidades de consumo. Segundo Leonardo Boff (2012. pág

31

horas por ano, para o total das 8.760 horas anuais), enquanto que no Brasil, o indicador foi de 34% em 2012. O potencial brasileiro de energia eólica é estimado em um pouco mais de 140 GW, avaliado para torres de 50 m de altura. Estima-se que o potencial possa mais que dobrar se forem consideradas torres de mais de 100 m de altura.Em breve, o Nordeste contará com cinco novos parques eólicos, a serem construídos na Bahia (no município de Caetité) e Rio Grande do Norte (em Bodó, Santana do Matos e Lagoa Nova), com capacidade instalada total de 150 MW. Para o Rio Grande do Sul está em marcha a expansão de mais de 20 parques eólicos, que somam uma potência acima de 600 MW. Em Santana do Livramento (RS), em 2012, a Eletrosul - subsidiária da Eletrobras-, colocou em operação o Complexo Eólico de Cerro Chato, com 90 MW de potência, sendo o primeiro empreendimento a entrar em operação entre os que foram contratados pelo primeiro leilão de fontes eólicas, realizado pelo Ministério de Minas e Energia em 2009. Ainda no Rio Grande do Sul, outros dois complexos serão construídos em Santa Vitória do Palmar e Chuí, no litoral sul, com capacidade total de 402 MW. Está também em marcha no litoral norte, no Balneário Cassino, um empreendimento de 108 MW.

Para Steve Sawyer, do GWEC (sigla em inglês para Conselho Global de

Energia Eólica):

“Em termos práticos, há duas opções técnicas para uma redução em larga escala das emissões de gases estufa até 2020. Uma é a eficiência energética; a outra é substiutuir os combustíveis fósseis por fontes renováveis e dentre elas a que tem maior potencial de escala é justamente a eólica.”

Segundo o artigo “Série de entraves limita o uso da energia eólica no Brasil”, publicado pela BBC :

De qualquer lado que se olhe, o setor eólico no Brasil é um dos mais promissores na área energética, segundo analistas e levantamentos recentes.As condições de clima e relevo e os avanços tecnológicos fizeram com que o Global Wind Energy Council, que agrupa organizações e empresas do setor, elegesse o Brasil como um dos países de maior potencial na geração de energia pelo vento.Sua participação na matriz energética brasileira deve obter o maior crescimento entre as diversas fontes de energia, saltando dos atuais 2% para 8% em oito anos, segundo Maurício Tolmasquim, presidente Empresa de Pesquisa Energética (EPE).Além disso, o uso do vento para gerar energia no país cresceu 73% em 2012, beneficiando 5 milhões de brasileiros por mês.E a discussão sobre as fontes eólicas ganharam ainda mais fôlego no início do ano, quando, diante de baixos níveis de reservatórios nas hidrelétricas, o país passou pelo risco de novos apagões ou racionamento. Para lidar com o problema, o governo usou as termoelétricas em caráter emergencial.No entanto, esse recurso foi criticado por ser uma fonte de energia fóssil, por isso não renovável, poluente e de geração mais cara. Segundo um levantamento feito pela ONG ambiental Greenpeace na época, cada real gasto para operar as usinas térmicas poderia fornecer cinco vezes mais de energia se ela fosse gerada em campos eólicos.Mas apesar dos argumentos ambientais e econômicos favoráveis, uma série de entraves continuam limitando a expansão da energia eólica e deixam seu aproveitamento no país muito aquém de todo seu potencial.

Page 32: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · 2013-08-17 · motriz, sem uma fonte de energia capaz de suprir todas as necessidades de consumo. Segundo Leonardo Boff (2012. pág

32

Alguns dos entraves :

1-Planejamento inadequado a longo prazo;

2- Mudanças de última hora para atender demandas emergenciais;

Para Elbia Melo, presidente-executiva da Associação Brasileira de

Energia Eólica (ABEEólica) "O setor eólico é uma indústria nascente, precisa

de fôlego, não pode ser algo que começa e depois é interrompido, pois isso

pode ser fulminante”.

3- Linhas de transmissão insufientes para fazer chegar aos consumidores a

energia gerada nos parques eólicos e como exemplo podemos citar a região

Nordeste onde algumas usinas já estão prontas mas ainda não geram energia

por falta de linhas de transmissão o que em termos práticos significa um

desperdício pois a produção gerada já poderia estar abastecendo os

consumidores finais;

4- Poucos recursos investidos em pesquisas e desenvolvimento tecnólogico;

Governos e Empresas ainda mantêm investimentos pesados na indústria de

combustíveis fósseis como o Petróleo em camadas cada vez mais profundas

(pré-sal) e distantes ameaçando ambientes intocáveis como Ártico.

5- O Brasil apesar do comprovado potencial eólico ainda apresenta aumento

na matriz energética das usinas termelétricas, que utilizam gás natural e

carvão, para complementar a matriz e garantir o abastecimento;

6- Fazendas eólicas podem afetar as condições metereológicas: elevação de

temperatura; cientistas acreditam que o aquecimento é provocado pelas

turbinas que liberam ar quente;

Page 33: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · 2013-08-17 · motriz, sem uma fonte de energia capaz de suprir todas as necessidades de consumo. Segundo Leonardo Boff (2012. pág

33

Possíveis Soluções :

1- Pequenas usinas geradoras distribuídas por diferentes localidades: conceito

chamado por seus criadores, o Dr. Kurt Rohrig e equipe do Instituto de

Energia Eólica e Tecnologia de Sistemas Energéticos (IWES, na sigla em

inglês) de "Usina Virtual" que é a conexação de pequenas usinas que juntas

somam megawatts de pequenas usinas geradores que em conjunto trabalham

como se fossem uma única grande usina. Com um controle central, a natureza

instável dessa fonte alternativa pode ter seu impacto de desabastecimento ou

interrupção de distribuição minimizado já que operando em conjunto, as

diferenças regionais quanto aos condições propícias de vento são balanceadas

pela operação e controle da energia armazenada.

*Esse projeto está sendo bancado pelo governo alemão em parceria com

diversos institutos de pesquisa, universidades e empresas.

2-Políticas energéticas, que incluam incentivos fiscais e tributários, voltadas ao

mercado com retirada de barreiras comerciais que impedem o crescimento:

3-Incentivos à pesquisa para por exemplo desenvolver turbinas mais

apropriadas para os ventos brasileiros;

4- Planos para desenvolvimento e investimentos para geração de energia

elétrica por meio de turbinas eólicas instaladas no mar favorecidos pela

extensão do nosso mar territorial, fartura de ventos e concentração do

mercado consumidor de eletricidade nas regiões costeiras;

Page 34: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · 2013-08-17 · motriz, sem uma fonte de energia capaz de suprir todas as necessidades de consumo. Segundo Leonardo Boff (2012. pág

34

CONCLUSÃO

“A necessidade num mundo globalizado de pensar uma solução globalizada

para a geração de energia faz do homem um buscador” .

O planeta dá sinais de exaustão; as fontes fósseis não são renováveis e

o seu esgotamento é uma questão de tempo. Sem energia a vida na terra está

ameaçada. Continuar crescendo sem colocar em risco o planeta é o grande

desafio hoje enfrentado em escala global ; a solução é a utilização de energia

através de fontes renováveis que para chegar ao nível de produção obtido

através de fontes não renováveis precisa além de vontade pública e privada,

de grandes investimentos e esse é um grande desafio a ser enfrentado nos

próximos anos.

A energia eólica se apresenta como opção em função de toda uma

possibilidade de expansão. No Brasil o setor é um dos mais promissores na

área energética com condições climáticas e de relevo favoráveis. Avanços

tecnológicos apontam o Brasil como um dos países de maior potencial na

geração de energia cuja participação crescente colocam o setor como o de

maior possibilidade de crescimento entre as diversas fontes .

A discussão sobre as fontes eólicas ganha fôlego se consideramos que

a energia hidrelétrica tem limitações para o crescimento (grandes

investimentos e impactos socio-ambientais) além do recorrente risco de novos

apagões ou racionamento apesar dos grandes recursos hídricos. Mudanças

climáticas (falta de chuva/secas cada vez mais frequentes ) apontam para uma

crise no setor diante dos baixos níveis dos reservatórios, e para lidar com o

problema o Governo lança mão dos recursos disponíveis: termoelétricas,

alimentadas por gás natural uma fonte de energia fóssil, não renovável,

poluente e de geração mais cara.

Page 35: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · 2013-08-17 · motriz, sem uma fonte de energia capaz de suprir todas as necessidades de consumo. Segundo Leonardo Boff (2012. pág

35

Novos recursos precisam ser adotados para diversificar a matriz

energética mas apesar dos argumentos ambientais e econômicos favoráveis,

intrisicamente ligados a responsabilidade social, uma série de entraves

continuam limitando a expansão da energia eólica e seu aproveitamento está

muito aquém do potencial comprovado.

Page 36: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · 2013-08-17 · motriz, sem uma fonte de energia capaz de suprir todas as necessidades de consumo. Segundo Leonardo Boff (2012. pág

36

ANEXO 1

Carta da Terra

PREÂMBULO Estamos diante de um momento crítico na história da Terra, numa época em que a humanidade deve escolher o seu futuro. À medida que o mundo torna-se cada vez mais interdependente e frágil, o futuro enfrenta, ao mesmo tempo, grandes perigos e grandes promessas. Para seguir adiante, devemos reconhecer que, no meio da uma magnífica diversidade de culturas e formas de vida, somos uma família humana e uma comunidade terrestre com um destino comum. Devemos somar forças para gerar uma sociedade sustentável global baseada no respeito pela natureza, nos direitos humanos universais, na justiça econômica e numa cultura da paz. Para chegar a este propósito, é imperativo que nós,os povos da Terra, declaremos nossa responsabilidade uns para com os outros, com a grande comunidade da vida, e com as futuras gerações. Terra, Nosso Lar A humanidade é parte de um vasto universo em evolução. A Terra, nosso lar, está viva com uma comunidade de vida única. As forças da natureza fazem da existência uma aventura exigente e incerta, mas a Terra providenciou as condições essenciais para a evolução da vida. A capacidade de recuperação da comunidade da vida e o bem-estar da humanidade dependem da preservação de uma biosfera saudável com todos seus sistemas ecológicos, uma rica variedade de plantas e animais, solos férteis, águas puras e ar limpo. O meio ambiente globalcom seus recursos finitos é uma preocupação comum de todas as pessoas. A proteção da vitalidade, diversidade e beleza da Terra é um dever sagrado. A Situação Global Os padrões dominantes de produção e consumo estão causando devastação ambiental, redução dos recursos e uma massiva extinção de espécies. Comunidades estão sendo arruinadas. Os benefícios do desenvolvimento não estão sendo divididos eqüitativamente e o fosso entre ricos e pobres está aumentando. A injustiça, a pobreza, a ignorância e os conflitos violentos têm aumentado e são causa de grande sofrimento. O crescimento sem precedentes da população humana tem sobrecarregado os sistemas ecológico e social. As bases da segurança global estão ameaçadas. Essas tendências são perigosas, mas não inevitáveis. Desafios Para o Futuro A escolha é nossa: formar uma aliança global para cuidar da Terra e uns dos outros, ou arriscar a nossa destruição e a da diversidade da vida. São necessárias mudanças fundamentais dos nossos valores, instituições e modos de vida. Devemos entender que, quando as necessidades básicas forem atingidas, o desenvolvimento humano será primariamente voltado a ser mais, não a ter mais. Temos o conhecimento e a tecnologia necessários para abastecer a todos e reduzir nossos impactos ao meio ambiente. O surgimento

Page 37: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · 2013-08-17 · motriz, sem uma fonte de energia capaz de suprir todas as necessidades de consumo. Segundo Leonardo Boff (2012. pág

37

de uma sociedade civil global está criando novas oportunidades para construir um mundo democrático e humano. Nossos desafios ambientais, econômicos, políticos, sociais e espirituais estão interligados, ejuntos podemos forjar soluções includentes. Responsabilidade Universal Para realizar estas aspirações, devemos decidir viver com um sentido de responsabilidade universal, identificando-nos com toda a comunidade terrestre bem como com nossa comunidade local. Somos, ao mesmo tempo, cidadãos de nações diferentes e de um mundo no qual a dimensão local e global estão ligadas. Cada um compartilha da responsabilidade pelo presente e pelo futuro, pelo bem-estar da família humana e de todo o mundodos seres vivos. O espírito de solidariedade humana e de parentesco com toda a vida é fortalecido quando vivemos com reverência o mistério da existência, com gratidão pelo dom da vida, e com humildade considerando em relação ao lugar que ocupa o ser humano na natureza. Necessitamos com urgência de uma visão compartilhada de valores básicos para proporcionarum fundamento ético à comunidade mundial emergente. Portanto, juntos na esperança,afirmamos os seguintes princípios, todos interdependentes, visando um modo de vida sustentável como critério comum, através dos quais a conduta de todos os indivíduos,organizações, empresas, governos, e instituições transnacionais será guiada e avaliada. PRINCÍPIOS I. RESPEITAR E CUIDAR DA COMUNIDADE DA VIDA 1. Respeitar a Terra e a vida em toda sua diversidade. a. Reconhecer que todos os seres são interligados e cada forma de vida tem valor,independentemente de sua utilidade para os seres humanos. b. Afirmar a fé na dignidade inerente de todos os seres humanos e no potencial intelectual, artístico, ético e espiritual da humanidade. 2. Cuidar da comunidade da vida com compreensão, compaixão e amor. a. Aceitar que, com o direito de possuir, administrar e usar os recursos naturais vem o dever de impedir o dano causado ao meio ambiente e de proteger os direitos das pessoas. b. Assumir que o aumento da liberdade, dos conhecimentos e do poder implica responsabilidade na promoção do bem comum. 3. Construir sociedades democráticas que sejam justas, participativas, sustentáveis e pacíficas. a. Assegurar que as comunidades em todos níveis garantam os direitos humanos e as liberdades fundamentais e proporcionem a cada um a oportunidade de realizar seu plenopotencial. b. Promover a justiça econômica e social, propiciando a todos a consecução de uma subsistência significativa e segura, que seja ecologicamente responsável. 4. Garantir as dádivas e a beleza da Terra para as atuais e as futuras gerações. a. Reconhecer que a liberdade de ação de cada geração é condicionada pelas necessidadesdas gerações futuras.

Page 38: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · 2013-08-17 · motriz, sem uma fonte de energia capaz de suprir todas as necessidades de consumo. Segundo Leonardo Boff (2012. pág

38

b. Transmitir às futuras gerações valores, tradições e instituições que apóiem, em longo prazo,a prosperidade das comunidades humanas e ecológicas da Terra .Para poder cumprir estes quatro amplos compromissos, é necessário: II. INTEGRIDADE ECOLÓGICA 5. Proteger e restaurar a integridade dos sistemas ecológicos da Terra, com especial preocupação pela diversidade biológica e pelos processos naturais que sustentam a vida. a. Adotar planos e regulamentações de desenvolvimento sustentável em todos os níveis que façam com que a conservação ambiental e a reabilitação sejam parte integral de todas as iniciativas de desenvolvimento. b. Estabelecer e proteger as reservas com uma natureza viável e da biosfera, incluindo terras selvagens e áreas marinhas, para proteger os sistemas de sustento à vida da Terra, manter a biodiversidade e preservar nossa herança natural. c. Promover a recuperação de espécies e ecossistemas ameaçadas. d. Controlar e erradicar organismos não-nativos ou modificados geneticamente que causem dano às espécies nativas, ao meio ambiente, e prevenir a introdução desses organismos daninhos. e. Manejar o uso de recursos renováveis como água, solo, produtos florestais e vida marinha de forma que não excedam as taxas de regeneração e que protejam a sanidade dos ecossistemas. f. Manejar a extração e o uso de recursos não-renováveis, como minerais e combustíveis fósseis de forma que diminuam a exaustão e não causem dano ambiental grave. 6. Prevenir o dano ao ambiente como o melhor método de proteção ambiental e, quando o conhecimento for limitado, assumir uma postura de precaução. a. Orientar ações para evitar a possibilidade de sérios ou irreversíveis danos ambientais mesmo quando a informação científica for incompleta ou não conclusiva. b. Impor o ônus da prova àqueles que afirmarem que a atividade proposta não causará dano significativo e fazer com que os grupos sejam responsabilizados pelo dano ambiental. c. Garantir que a decisão a ser tomada se oriente pelas conseqüências humanas globais, cumulativas, de longo prazo, indiretas e de longo alcance. d. Impedir a poluição de qualquer parte do meio ambiente e não permitir o aumento de substâncias radioativas, tóxicas ou outras substâncias perigosas. e. Evitar que atividades militares causem dano ao meio ambiente. 7. Adotar padrões de produção, consumo e reprodução que protejam as capacidades regenerativas da Terra, os direitos humanos e o bem-estar comunitário. a. Reduzir, reutilizar e reciclar materiais usados nos sistemas de produção e consumo e garantir que os resíduos possam ser assimilados pelos sistemas ecológicos. b. Atuar com restrição e eficiência no uso de energia e recorrer cada vez mais aos recursos energéticos renováveis, como a energia solar e do vento. c. Promover o desenvolvimento, a adoção e a transferência eqüitativa de tecnologias ambientais saudáveis.

Page 39: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · 2013-08-17 · motriz, sem uma fonte de energia capaz de suprir todas as necessidades de consumo. Segundo Leonardo Boff (2012. pág

39

d. Incluir totalmente os custos ambientais e sociais de bens e serviços no preço de venda e habilitar os consumidores a identificar produtos que satisfaçam as mais altas normas sociais e ambientais. e. Garantir acesso universal à assistência de saúde que fomente a saúde reprodutiva e a reprodução responsável. f. Adotar estilos de vida que acentuem a qualidade de vida e subsistência material num mundo finito. 8. Avançar o estudo da sustentabilidade ecológica e promover a troca aberta e a ampla aplicação do conhecimento adquirido. a. Apoiar a cooperação científica e técnica internacional relacionada a sustentabilidade, com especial atenção às necessidades das nações em desenvolvimento. b. Reconhecer e preservar os conhecimentos tradicionais e a sabedoria espiritual em todas as culturas que contribuam para a proteção ambiental e o bem-estar humano. c. Garantir que informações de vital importância para a saúde humana e para a proteção ambiental, incluindo informação genética, estejam disponíveis ao domínio público. III. JUSTIÇA SOCIAL E ECONÔMICA 9. Erradicar a pobreza como um imperativo ético, social e ambiental. a. Garantir o direito à água potável, ao ar puro, à segurança alimentar, aos solos nãocontaminados, ao abrigo e saneamento seguro, distribuindo os recursos nacionais e internacionais requeridos. b. Prover cada ser humano de educação e recursos para assegurar uma subsistência sustentável, e proporcionar seguro social e segurança coletiva a todos aqueles que não são capazes de manter-se por conta própria. c. Reconhecer os ignorados, proteger os vulneráveis, servir àqueles que sofrem, e permitir-lhes desenvolver suas capacidades e alcançar suas aspirações. 10. Garantir que as atividades e instituições econômicas em todos os níveis promovam o desenvolvimento humano de forma eqüitativa e sustentável. a. Promover a distribuição eqüitativa da riqueza dentro das e entre as nações. b. Incrementar os recursos intelectuais, financeiros, técnicos e sociais das nações em desenvolvimento e isentá-las de dívidas internacionais onerosas. c. Garantir que todas as transações comerciais apóiem o uso de recursos sustentáveis, a proteção ambiental e normas trabalhistas progressistas. d. Exigir que corporações multinacionais e organizações financeiras internacionais atuem com transparência em benefício do bem comum e responsabilizá-las pelas conseqüências de suas atividades. 11. Afirmar a igualdade e a eqüidade de gênero como pré-requisitos para o desenvolvimento sustentável e assegurar o acesso universal à educação, assistência de saúde e às oportunidades econômicas. a. Assegurar os direitos humanos das mulheres e das meninas e acabar com toda violência contra elas.

Page 40: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · 2013-08-17 · motriz, sem uma fonte de energia capaz de suprir todas as necessidades de consumo. Segundo Leonardo Boff (2012. pág

40

b. Promover a participação ativa das mulheres em todos os aspectos da vida econômica, política, civil, social e cultural como parceiras plenas e paritárias, tomadoras de decisão, líderese beneficiárias. c. Fortalecer as famílias e garantir a segurança e a educação amorosa de todos os membros da família. 12. Defender, sem discriminação, os direitos de todas as pessoas a um ambiente natural e social, capaz de assegurar a dignidade humana, a saúde corporal e o bem-estar espiritual, concedendo especial atenção aos direitos dos povos indígenas e minorias. a. Eliminar a discriminação em todas suas formas, como as baseadas em raça, cor, gênero, orientação sexual, religião, idioma e origem nacional, étnica ou social. b. Afirmar o direito dos povos indígenas à sua espiritualidade, conhecimentos, terras e recursos, assim como às suas práticas relacionadas a formas sustentáveis de vida. c. Honrar e apoiar os jovens das nossas comunidades, habilitando-os a cumprir seu papel essencial na criação de sociedades sustentáveis. d. Proteger e restaurar lugares notáveis pelo significado cultural e espiritual. IV.DEMOCRACIA, NÃO VIOLÊNCIA E PAZ 13. Fortalecer as instituições democráticas em todos os níveis e proporcionar-lhes transparência e prestação de contas no exercício do governo, participação inclusiva na tomada de decisões, e acesso à justiça. a. Defender o direito de todas as pessoas no sentido de receber informação clara e oportuna sobre assuntos ambientais e todos os planos de desenvolvimento e atividades que poderiam afetá-las ou nos quais tenham interesse. b. Apoiar sociedades civis locais, regionais e globais e promover a participação significativa de todos os indivíduos e organizações na tomada de decisões. c. Proteger os direitos à liberdade de opinião, de expressão, de assembléia pacífica, de associação e de oposição. d. Instituir o acesso efetivo e eficiente a procedimentos administrativos e judiciais independentes, incluindo retificação e compensação por danos ambientais e pela ameaça de tais danos. e. Eliminar a corrupção em todas as instituições públicas e privadas. f. Fortalecer as comunidades locais, habilitando-as a cuidar dos seus próprios ambientes, e atribuir responsabilidades ambientais aos níveis governamentais onde possam ser cumpridas mais efetivamente. 14. Integrar, na educação formal e na aprendizagem ao longo da vida, os conhecimentos,valores e habilidades necessárias para um modo de vida sustentável. a. Oferecer a todos, especialmente a crianças e jovens, oportunidades educativas que lhes permitam contribuir ativamente para o desenvolvimento sustentável. b. Promover a contribuição das artes e humanidades, assim como das ciências, na educação para sustentabilidade. c. Intensificar o papel dos meios de comunicação de massa no sentido de aumentar a sensibilização para os desafios ecológicos e sociais.

Page 41: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · 2013-08-17 · motriz, sem uma fonte de energia capaz de suprir todas as necessidades de consumo. Segundo Leonardo Boff (2012. pág

41

d. Reconhecer a importância da educação moral e espiritual para uma subsistência sustentável. 15. Tratar todos os seres vivos com respeito e consideração. a. Impedir crueldades aos animais mantidos em sociedades humanas e protegê-los de sofrimentos. b. Proteger animais selvagens de métodos de caça, armadilhas e pesca que causem sofrimento extremo, prolongado ou evitável. c. Evitar ou eliminar ao máximo possível a captura ou destruição de espécies não visadas. 16. Promover uma cultura de tolerância, não violência e paz. a. Estimular e apoiar o entendimento mútuo, a solidariedade e a cooperação entre todas as pessoas, dentro das e entre as nações. b. Implementar estratégias amplas para prevenir conflitos violentos e usar a colaboração na resolução de problemas para manejar e resolver conflitos ambientais e outras disputas. c. Desmilitarizar os sistemas de segurança nacional até chegar ao nível de uma postura nãoprovocativa da defesa e converter os recursos militares em propósitos pacíficos, incluindo restauração ecológica. d. Eliminar armas nucleares, biológicas e tóxicas e outras armas de destruição em massa. e. Assegurar que o uso do espaço orbital e cósmico mantenha a proteção ambiental e a paz. f. Reconhecer que a paz é a plenitude criada por relações corretas consigo mesmo, com outras pessoas, outras culturas, outras vidas, com a Terra e com a totalidade maior da qual somos parte. O CAMINHO ADIANTE Como nunca antes na história, o destino comum nos conclama a buscar um novo começo. Tal renovação é a promessa dos princípios da Carta da Terra. Para cumprir esta promessa, temos que nos comprometer a adotar e promover os valores e objetivos da Carta.Isto requer uma mudança na mente e no coração. Requer um novo sentido de interdependência global e de responsabilidade universal. Devemos desenvolver e aplicar com imaginação a visão de um modo de vida sustentável aos níveis local, nacional, regional e global. Nossa diversidade cultural é uma herança preciosa, e diferentes culturas encontrarão suas próprias e distintas formas de realizar esta visão. Devemos aprofundar expandir o diálogo global gerado pela Carta da Terra, porque temos muito que aprender a partir da busca iminente e conjunta por verdade e sabedoria.A vida muitas vezes envolve tensões entre valores importantes. Isto pode significar escolhas difíceis. Porém, necessitamos encontrar caminhos para harmonizar a diversidade com a unidade, o exercício da liberdade com o bem comum, objetivos de curto prazo com metas de longo prazo. Todo indivíduo, família, organização e comunidade têm um papel vital a desempenhar. As artes, as ciências, as religiões, as instituições educativas, os meios decomunicação, as empresas, as organizações não-governamentais e os governos são todos chamados a oferecer uma liderança criativa. A parceria entre governo, sociedade civil e empresas é essencial para uma governabilidade efetiva. Para construir uma comunidade global sustentável, as nações do mundo devem renovar seu compromisso com as Nações Unidas,

Page 42: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · 2013-08-17 · motriz, sem uma fonte de energia capaz de suprir todas as necessidades de consumo. Segundo Leonardo Boff (2012. pág

42

cumprir com suas obrigações respeitando os acordos internacionais existentes e apoiar a implementação dos princípios da Carta da Terra com um instrumento internacional legalmente unificador quanto ao ambiente e ao desenvolvimento. Que o nosso tempo seja lembrado pelo despertar de uma nova reverência face à vida, pelo compromisso firme de alcançar a sustentabilidade, a intensificação da luta pela justiça e pela paz, e a alegre celebração da vida. “A Carta da Terra parte de uma visão integradora e holística. Considera a pobreza, a degradação ambiental, a injustiça social, os conflitos étnicos, a paz, a democracia, a ética e a crise espiritual como problemas interdependentes que demandam soluções includentes. Ela representa um grito de urgência face as ameaças que pesam, sobre a biosfera e o projeto planetário humano. Significa também um libelo em favor da esperança de um futuro comum da Terra e Humanidade.” Leonardo Boff Teólogo e Presidente de Honra do CDDH ** Leonardo Boff é o representante da América Latina na Comissão da Carta da Terra **

Page 43: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · 2013-08-17 · motriz, sem uma fonte de energia capaz de suprir todas as necessidades de consumo. Segundo Leonardo Boff (2012. pág

43

ANEXO 2

Resumo do Protocolo de Kyoto segundo o

Greenpeace Histórico 1988: A primeira reunião entre governantes e cientistas sobre as mudanças climáticas,realizado em Toronto,Canadá., descreveu seu impacto potencial inferior apenas ao de uma guerra nuclear. Desde então, uma sucessão de anos com altas temperaturas têm batido os recordes mundiais de calor, fazendo da década de 1990 a mais quente desde que existem registros. 1990: O primeiro informe com base na colaboração científica de nível internacional foi o IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática, em inglês), onde os cientistas advertem que para estabilizar os crescentes níveis de dióxido de carbono (CO2) – o principal gás-estufa – na atmosfera, seria necessário reduzir as emissões de 1990 em 60%. 1992: Mais de 160 governos assinam a Convenção Marco sobre Mudança Climática na ECO-92. O objetivo era “evitar interferências antropogênicas perigosas no sistema climático”. Isso deveria ser feito rapidamente para poder proteger as fontes alimentares, os ecossistemas e o desenvolvimento social. Também foi incluída uma meta para que os países industrializados mantivessem suas emissões de gasesestufa, em 2000, nos níveis de 1990. Também contém o “princípio de responsabilidade comum e diferenciada”, que significa que todos os países têm a responsabilidade de proteger o clima, mas o Norte deve ser o primeira a atuar. 1995: O segundo informe de cientistas do IPCC chega a conclusão de que os primeiros sinais de mudança climática são evidentes: “a análise das evidências sugere um impacto significativo de origem humana sobre o clima global. Um evidente desafio para os poderosos grupos de pressão em favor dos combustíveis fósseis, que constantemente legitimavam grupos de cientistas céticos quanto a essa questão, para sustentar que não haviam motivos reais de preocupação. 1997: Em Kyoto, Japão, é assinado o Protocolo de Kyoto, um novo componente da Convenção, que contém, pela primeira vez, um acordo vinculante que compromete os países do Norte a reduzir suas emissões. Os detalhes sobre como será posto em prática ainda estão sendo negociados e devem ser concluídos na reunião de governos que se realizará entre 13 e 24 de novembro deste ano em Haia, Holanda. Essa reunião é conhecida formalmente como a COP6 (VI Conferência das Partes).

Page 44: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · 2013-08-17 · motriz, sem uma fonte de energia capaz de suprir todas as necessidades de consumo. Segundo Leonardo Boff (2012. pág

44

Do que trata o Protocolo de Kyoto Compromete a uma série de nações industrializadas (Anexo B do Protocolo) a reduzir suas emissões em 5,2% - em relação aos níveis de 1990 – para o período de 2008- 2012. Esses países devem mostrar “um progresso visível” no ano de 2005, ainda que não se tenha chegado à um acordo sobre o significado desse item. Estabelece 3 “mecanismos de flexibilidade” que permitem à esses países cumprir com as exigências de redução de emissões, fora de seus territórios. Dois desses mecanismos correspondem somente a países do Anexo B: a Implementação Conjunta (Joint Implemention) e o Comércio de Emissões (Emission Trading); o terceiro, o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo-MDL (Clean Development Mechanism), permite atividades entre o Norte e o Sul, com o objetivo de apoiar o desenvolvimento sustentável. Espera-se que os distintos “crédito de carbono”, destinados a obter reduções dentro de cada item, serão comercializados entre países de um mesmo mercado de carbono. As negociações acerca dos detalhes, incluindo a forma em que se distribuirão os benefícios, estão em andamento. O Greenpeace considera que os projetos relacionados com sorvedouros de carbono, energia nuclear, grandes represas e “carbono limpo” não cumprem com os requisitos necessários para receber “créditos” de emissão, de acordo com o MDL. O MDL requer que os projetos produzam “benefícios à longo prazo, reais e mensuráveis”. Especifica que as atividades compreendidas nos mecanismos mencionados devem ser desenvolvidas adicionalmente às ações realizadas pelos países industrializados dentro de seus próprios terriotórios. Entretanto, os Estados Unidos, como outros países, tentam, à todo custo, evitar limites sobre o uso que podem fazer desses mecanismos. Permite aos países ricos medir o valor líquido de suas emissões, ou seja, contabilizaras reduções de carbono vinculadas às atividades de desmatamento e reflorestamento. Atualmente existe um grande debate em relação à essas definições. Há outra cláusulaque permitiria incluir “outras atividades” entre os sorvedouros de carbono, algumas delas, como a fixação de carbono no solo, são motivo de preocupação especial. Determina que é essencial criar um mecanismo que garanta o cumprimento do Protocolo de Kyoto. Esses são alguns dos temas-chave no debate de novembro de 2000, na VI Conferência das Partes Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP6 - 6th Conference of the Parties - UNFCCC United NationsFramework Convention on Climate Change).A fim de entrar em vigência, o Protocolo de Kyoto deve ser ratificado por, no mínimo55 governos, que contabilizem 55% das emissões de CO2 produzidas pelos paísesindustrializados. Essa fórmula implica que os Estados Unidos não podem bloquear oProtocolo sem o respaldo de outros países. Até o momento, 23 países, incluindoBolívia, Equador, El Salvador e Nicarágua, já o ratificarame outros 84 países, entre eles os Estados Unidos, somente o assinaram (em 7 de agosto).

Page 45: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · 2013-08-17 · motriz, sem uma fonte de energia capaz de suprir todas as necessidades de consumo. Segundo Leonardo Boff (2012. pág

45

ANEXO 3 Carta dos Ventos

Com o intuito de contribuir para o aperfeiçoamento do uso eficiente de fontes renováveis de energia no Brasil, PROPÕEM-SE os participantes reunidos em Natal, Rio Grande do Norte, para a Primeira Edição do FÓRUM NACIONAL EÓLICO, representados pela GOVERNADORA WILMA DE FARIA (ANFITRIÃ DO ENCONTRO), e pelo Fórum Nacional de Secretários de Estado para Assuntos de Energia, aos demais signatários, MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA, MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE, ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE energia eólica - ABEEOLICA e poderes legislativos federal e estaduais, o acompanhamento integrado do processo de realização do leilão especificamente reservado para o setor, bem como o balanço dos seus resultados e lições com vistas a definir e consolidar, entre as esferas dos governos Federal e Estadual, ações e políticas públicas voltadas a efetivar, de forma eficiente e racional, a exploração do potencial eólico nacional como fonte energética. Natal, 18 de junho de 2009 ANEXO ÚNICO CONTEXTO E DIRETRIZES POTENCIAIS DA CARTA DOS VENTOS A proposição de consenso da Carta dos Ventos assenta-se no seguinte contexto: a) O Brasil apresenta condições excepcionais para o aproveitamento da energia contida na força dos ventos, devido não somente à sua extensão territorial, mas, sobretudo, em razão de suas características geográficas e climáticas. Estima-se em 143.000 MW o potencial eólico brasileiro, sem considerar a zona marítima; b) A energia eólica se apresenta como fonte complementar à hidroeletricidade, visto que os ventos são mais fortes nos períodos em que os rios estão com pouca vazão, sobretudo na região Nordeste; c) Além de suprir a demanda de energia elétrica, a expansão dos sistemas eólicos abre novas oportunidades tecnológicas para o país, fomenta a instalação de indústrias e de fornecedores, gera emprego e renda, vetores estes fundamentais para o desenvolvimento econômico nacional e regional; d) Sem desconsiderar os desafios quanto a eficiência, tecnologia e preço da energia, a fonte eólica contribui para a diversificação de nossa matriz energética e para a geração de energia limpa;e) A necessidade de manter

Page 46: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · 2013-08-17 · motriz, sem uma fonte de energia capaz de suprir todas as necessidades de consumo. Segundo Leonardo Boff (2012. pág

46

elevada a participação de energia renovável na matriz elétrica de acordo com um dos objetivos específicos do Plano Nacional sobre Mudança do Clima – PNMC. Em face do contexto enunciado, e tendo em vista nortear a condução dos debates para incentivar a energia eólica no Brasil, o Fórum Nacional Eólico, em sua primeira edição, em Natal-RN, se propõe discutir a necessidade e viabilidade das seguintes diretrizes: I. Promover a articulação institucional e a integração entre as diferentes instâncias do Governo Federal e dos Governos Estaduais quando da formatação de planos, projetos e programas de energia eólica; II. Realizar análise conjunta dos resultados do Leilão de Energia Eólica a ser realizado no segundo semestre de 2009, de sorte que os Estados possam contribuir para o aperfeiçoamento desse processo; III. Analisar a pertinência de ser estabelecido marco regulatório específico ao setor de energia eólica; IV. Desenvolver, em conjunto com os Estados, a infra-estrutura em regiões de potencial eólico reconhecido; V. Avaliar a necessidade de serem criados programas específicos de incentivos financeiros, fiscais e tributários que atendam a cadeia produtiva da indústria eólica no Brasil, desde o fornecimento dos equipamentos, construção dos empreendimentos, até a venda da energia elétrica; VI. Estabelecer metodologias padronizadas de coleta, sistematização e armazenamento de dados sobre o potencial eólico a nível nacional, regional e local; VII. Definir, em conjunto com os Estados, diretrizes para aperfeiçoar o processo de licenciamento ambiental dos projetos eólicos; VIII. Desenvolver o mercado fornecedor nacional de equipamentos e serviços para a cadeia eólica, incluindo a atração de investidores internacionais para favorecer a transferência de tecnologia; IX. Fomentar, com o apoio dos Estados, programas de capacitação e formação de recursos humanos para atuar em todas as etapas da cadeia produtiva de aerogeradores; X. Criar programas de P&D que assegurem o domínio da tecnologia eólica e coloquem o país em posição de destaque no cenário mundial; XI. Implantar, gradualmente, políticas de incentivo à nacionalização dos equipamentos e serviços contratados pelos empreendimentos, para que o

Page 47: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · 2013-08-17 · motriz, sem uma fonte de energia capaz de suprir todas as necessidades de consumo. Segundo Leonardo Boff (2012. pág

47

parque já existente de fornecedores nacionais venha a crescer com novos fabricantes de aerogeradores implantados no Brasil; XII. Atualizar o potencial eólico do Brasil, considerando as mudanças de tecnologia de geração elétrica e as limitações ambientais.

Page 48: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · 2013-08-17 · motriz, sem uma fonte de energia capaz de suprir todas as necessidades de consumo. Segundo Leonardo Boff (2012. pág

48

BIBLIOGRAFIA

BARBA, Mariana Della. Série de Entraves limita o uso da energia eólica no

Brasil, disponível em www.bbc.co.uk. Acesso em 13/06/2013.

Biodiesel BR, Energia Alternativa na Matriz Energética disponível em

www.biodieselbr.com/energia/alternativa.htm. Acesso em 30/05/2013.

BOFF, Leonardo . Sustentabilidade: O que é – O que não é . Petrópolis, RJ

Vozes , 2012.

BORGES, Leonardo. Autossustentável # EcoNotícias, disponível em

www.autossustentavel.com. Acesso em 20/05/2013.

Cidades Sustentáveis. Produção de usinas eólicas cresce 73% em um ano no

Brasil,disponível em www.cidadessustentaveis.org.br. Acesso em 20/05/2013.

CNPE – Conselho Nacional de Política Energética. Petróleo, Gas Natural e

Renováveis, disponível em www. mme.gov.br.Acesso em 30/05/2013.

Dilemas e Desafios do Desenvolvimento Sustentável no Brasil / Organizadores,

Elimar Pinheiro do Nascimento e João Nildo Vianna – Rio de Janeiro, RJ

Gramond, 2007.

ELETROBRAS. O Racionamento de 2001, disponível em

www.eletrobras.gov.br. Acesso em 09/06/2013.

FRANCISCO, Wagner de Cerqueira e. Fontes de Energia, disponível em www.brasilescola.com.br. Acesso em 19/07/2013.

Page 49: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · 2013-08-17 · motriz, sem uma fonte de energia capaz de suprir todas as necessidades de consumo. Segundo Leonardo Boff (2012. pág

49

GÓMES,José María; CHAMON, Paulo Henrique ; LIMA,Sérgio Britto Lima. Por

uma nova ordem energética global? Potencialidades e perspectivas da questão

energética entre os países BRICS, disponível em Scielo - Scientific Electronic

Library Online www.scielo.gov . Acesso em 07/06/2013

LEITE, Antonio Dias . A energia do Brasil . Editora Campus 2ª Edição.

Ministério do Meio Ambiente. Carta dos Ventos, disponível em

www.mma.gov.br. Acesso em 16/07/2013.

Movimento Gota D´Água. Usina Belo Monte, disponível em

www.movimentogotadagua.com.br. Acesso em 20/06/2013.

ONU, Carta da Terra disponível em www.mma.gov.br/estruturas/agenda21/

_arquivos/carta_terra. Acesso em 24/05/2013.

Point of No Return - The massive climate threats we must avoid. Relatório

Greenpeace Publicado em Janeiro de 2013 disponível em www.bit.ly/

XuAG7m.

Portal Brasil. Matriz Energética, disponível em www.brasil.gov.br/cop/panorama

/o-que-o-brasil-estafazendo/matriz-energetica. Acesso em 30/05/2013.

Portal Fator Brasil. Petróleo e Energia, disponível em www.

revistafatorbrasil.com.br. Acesso em 09/06/2013.

Portal Greenpeace. O Protocolo de Kyoto disponível em www.greenpeace.

org.br/clima/pdf/protocolo_kyoto.pdf. Acesso em 03/07/2013.

Portal São Francisco. Fontes Alternativas de Energia, disponível em www.portalsaofrancisco. com.br. Acesso em 19/07/2013.

Revista Greenpeace. Imagem manchada a petróleo, Juliana Tinoco – Julho/

Agosto / Setembro 2011.

Page 50: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · 2013-08-17 · motriz, sem uma fonte de energia capaz de suprir todas as necessidades de consumo. Segundo Leonardo Boff (2012. pág

50

Revista Greenpeace. Os Vilões do Clima , Nathalia Clark - Janeiro/

Fevereiro/Março 2013.

Revista Greenpeace. Paraíso cercado de petróleo, Leonardo Medeiros - Julho/

Agosto/Setembro 2011.

SCHNEIDER, François; KALLIS, George; ALIER, Joan Martinez. Economic

degrowth for social equity and ecological sustainability. (Decrescimento

econômico para a sustentabilidade ambiental e equidade social) disponível em

www.degrowth.net. Acesso em 30/05/2013.

SPITZCOVSKY, Débora. Energia alternativa pode crescer 40% no Brasil, disponível em www.exame.abril.com.br. Acesso em 20/06/2013.

TOLMASQUIM, Maurício. Matriz Energética Brasileira, disponível em

www.epe.gov.br. Acesso em 19/07/2013.

TV ALERJ. A História da Energia. Domingo 24 Fevereiro de 2013.

TV MULTI RIO. Energia Eólica. Domingo 03 Março 2013.

Page 51: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · 2013-08-17 · motriz, sem uma fonte de energia capaz de suprir todas as necessidades de consumo. Segundo Leonardo Boff (2012. pág

51

ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO.........................................................................................02

AGRADECIMENTO.......................................................................................03

DEDICATÓRIA.............................................................................................04

RESUMO.....................................................................................................05

METODOLOGIA..........................................................................................06

SUMÁRIO...................................................................................................07

INTRODUÇÃO..................................................................................................09

CAPÍTULO I

Matriz Energética...........................................................................................12

1 – No Brasil e No Mundo13

CAPÍTULO II

Fontes Alternativas de Energia – Vantagens e Desvantagens.........................17

CAPÍTULO III

Uma Alternativa para o Brasil – Energia Eólica..............................................29

CONCLUSÃO................................................................................................34

ANEXOS......................................................................................................36

BIBLIOGRAFIA..............................................................................................48

ÍNDICE.............................................................................................................51