41
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS GRADUAÇÃO LATO SENSU FACULDADE INTEGRADA AVM DIFICULDADES DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA NO MERCADO DE TRABALHO MARCUS VINÍCIUS BAIA MARCELO SALDANHA RIO DE JANEIRO 2013 DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL

DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · 2.1.1 Constituição Federal de 1988 estabeleceu como fundamentos principais da República Federativa do Brasil a cidadania, a dignidade

  • Upload
    dinhthu

  • View
    221

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · 2.1.1 Constituição Federal de 1988 estabeleceu como fundamentos principais da República Federativa do Brasil a cidadania, a dignidade

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS GRADUAÇÃO LATO SENSU FACULDADE INTEGRADA AVM

DIFICULDADES DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA NO MERCADO

DE TRABALHO

MARCUS VINÍCIUS BAIA

MARCELO SALDANHA

RIO DE JANEIRO

2013

DOCU

MENTO

PRO

TEGID

O PEL

A LE

I DE D

IREIT

O AUTO

RAL

Page 2: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · 2.1.1 Constituição Federal de 1988 estabeleceu como fundamentos principais da República Federativa do Brasil a cidadania, a dignidade

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS GRADUAÇÃO LATO SENSU FACULDADE INTEGRADA AVM

DIFICULDADES DA PESSOA DEFICIENTE NO MERCADO DE TRABALHO

Monografia apresentada ao Instituto A Vez do

Mestre – Universidade Candido Mendes como parte dos requisitos para obtenção do Grau de especialista em Gestão de Recursos Humanos.

Aluno: Marcus Vinicius Baia

RIO DE JANEIRO 2013

Page 3: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · 2.1.1 Constituição Federal de 1988 estabeleceu como fundamentos principais da República Federativa do Brasil a cidadania, a dignidade

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus por mais esta grande realização na minha

vida;

Aos meus pais Antonio e Fátima, por estarem sempre ao meu lado, ouvindo minhas histórias e compartilhando todos os momentos importantes da minha vida; A Ana Paula Ferreira da Silva minha querida noiva e amor da minha vida;

Às pessoas portadoras de deficiência pela sua persistência e grandeza em enfrentar as próprias limitações; À Empresa MARCOPOLO e sua afiliada CIFERAL pela abertura e disponibilidade para realizar esse estudo, e a todas as empresas que são inclusivas e possibilitam a disseminação desse tipo de conduta no meio empresarial; Ao Coordenador da Empresa CIFERAL Sr. Eugênio Antero da Silva e também a psicóloga Beatriz Pimentel Lopes, responsável pelo processo seletivo dos funcionários da empresa; A todos os demais amigos e parentes, que sempre me apoiaram e me desejaram o melhor; A todos que, direta ou indiretamente, contribuíram para que este estudo se tornasse realidade; Os meus mais sinceros agradecimentos!

Page 4: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · 2.1.1 Constituição Federal de 1988 estabeleceu como fundamentos principais da República Federativa do Brasil a cidadania, a dignidade

DEDICATÓRIA

Dedico esta Monografia aos meus pais Antonio Azevedo Baia e Geralda de

Fátima, pelo apoio que me deram para romper barreiras e ultrapassar as

dificuldades enfrentadas e que com toda simplicidade e sabedoria me

ensinaram sobre o respeito e o convívio com a diversidade.

Page 5: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · 2.1.1 Constituição Federal de 1988 estabeleceu como fundamentos principais da República Federativa do Brasil a cidadania, a dignidade

RESUMO

Este estudo tem como objetivo fazer uma reflexão sobre as dificuldades e sobre a inclusão social das pessoas com deficiência no mercado de trabalho, uma vez que o trabalho tem um papel central na constituição da subjetividade dos indivíduos e da sociedade. A legislação trabalhista brasileira, através do Art. 93 da Lei nº 8213/91 na qual foi instituído o plano de Cotas para pessoas com deficiência garante a essas pessoas a possibilidade de inserção no mercado de trabalho. Porém a legislação não diminui a dificuldade da inclusão. Além da questão de falta de qualificação das pessoas com deficiência, existe também dificuldade dos empregadores em lidar com estas questões, não só pelo preconceito como também pela falta de informação. Percebem-se várias dificuldades para a inclusão do deficiente no mercado de trabalho, Mas o problema advém dos dois lados, tanto das empresas, quanto dos próprios deficientes. As empresas precisam de uma estrutura para recebê-los e estes, de capacitação e interesse em desenvolver seu lado intelectual para ocuparem tais vagas. Cabe aos órgãos governamentais capacitá-los e às empresas, disponibilizar espaço físico para que todos consigam alcançar seus objetivos. Diante dessa realidade, buscou-se através de uma empresa, desenvolver uma análise sobre a inclusão das pessoas com deficiência no mercado de trabalho, examinando-se efetivamente o cumprimento de cotas e as medidas de inclusão dessas pessoas.

Palavras-chave: Pessoa com Deficiência; Legislação Brasileira; Mercado de Trabalho; ambiente organizacional.

Page 6: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · 2.1.1 Constituição Federal de 1988 estabeleceu como fundamentos principais da República Federativa do Brasil a cidadania, a dignidade

ABSTRACT

This study aims to reflect on the difficulties and the social inclusion of people with disabilities in the labor market, since the work has a central role in subjectivity of individuals and society. The Brazilian labor legislation, by Article 93 of Law No. 8213/91 in which the plan was instituted quotas for disabled guarantee these people the possibility of entering the labor market. But the legislation does not diminish the difficulty of inclusion. Besides the issue of lack of qualification of persons with disabilities, there is also the difficulty of employers in dealing with these issues, not only by prejudice but also by a lack of information. Perceive themselves several difficulties to include the poor in the labor market, but the problem comes from both sides, both the companies, as the disabled themselves. Companies need a structure to receive them and these, training and interest in developing his intellectual side to fill such vacancies. It is up to government agencies and enables them to companies, provide physical space so that everyone can achieve their goals. Given this reality, we sought through a company, develop an analysis of the inclusion of people with disabilities in the labor market, effectively examining compliance with quotas and measures to include these people.

Keywords: People with disabilities; Brazilian law; Labour Market; organizational environment.

Page 7: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · 2.1.1 Constituição Federal de 1988 estabeleceu como fundamentos principais da República Federativa do Brasil a cidadania, a dignidade

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ......................................................................................... 08

2.LEGISLAÇÃO PREVISTA PARA PESSOAS COM DEFICIÊNCIA ........... 11

2.1 Legislação Brasileira ............................................................................ 12

2.2 Lei nº 8.213, de 1991 ..............................................................................12

2.3 Decreto nº 3.298, de 1999 ........................................................................ 13

2.4 Tipos de Deficiência para o Mercado de Trabalho ............................ 14

3. CONCEITUAÇÕES PRÁTICAS DE EXCLUSÃO E INCLUSÃO DE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA NO MERCADO DE TRABALHO ................. 22

3.1 Responsabilidade Social: confusão terminológica ............................. 25

3.2 A Importância do Trabalho para a Pessoa com Deficiência ............... 26

4. PLANEJAMENTO E IMPLANTAÇÃO DE PROGRAMA DE INCLUSÃO PARA PESSOA COM DEFICIÊNCIA ............................................................. 30 4.1 A Importância da Atuação do Ministério do Trabalho e Emprego na Efetivação de pessoas com Deficiência ........................................... 32 4.2 A Inserção de Pessoas com Deficiência no Mercado de Trabalho...... 33 5. CONCLUSÃO .............................................................................................. 38 6. BIBLIOGRAFIA ........................................................................................... 40

Page 8: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · 2.1.1 Constituição Federal de 1988 estabeleceu como fundamentos principais da República Federativa do Brasil a cidadania, a dignidade

1 INTRODUÇÃO

O objetivo desta pesquisa é apresentar a importância da inclusão

dos deficientes no Mercado de Trabalho, bem como seus reflexos no meio

social. O primeiro passo para a inclusão é deixar de lado o preconceito e

entender que as pessoas com deficiência também são capazes de exercer

funções e serem bem sucedidos no que fazem.

Ao se falar na inclusão do deficiente no mercado de trabalho, muitos

aspectos devem ser levados em consideração, por isso este trabalho reúne

leis, dificuldades encontradas tanto pelo deficiente quanto pelas empresas no

processo de inclusão que podem auxiliar os deficientes no desenvolvimento do

trabalho e dados sobre os deficientes no Brasil.

O que me motivou a fazer essa pesquisa foi sua relevância social. É

importante esclarecer um pouco mais, a sociedade e as empresas, que as

pessoas com deficiência têm um grande potencial no mercado de trabalho.

Além de se mostrar como um dos aspectos da função social da empresa, a

contratação das pessoas com deficiência é uma forma efetiva de integração

destas na sociedade, eis que por meio do trabalho elas se tornam autônomas

para realizar suas necessidades essenciais.

A inclusão de pessoas deficientes no Mercado de trabalho é um

movimento recente, tendo surgido há cerca de vinte anos, em âmbito mundial.

No Brasil, ele começou nos últimos dez anos, tendo maior repercussão de

cinco anos pra cá.

Um dos suportes para a inclusão de pessoas portadoras de

deficiência no mercado de trabalho é a Lei de Cotas. A legislação tende a

garantir o direito fundamental ao trabalho à pessoa portadora de deficiência,

dispondo de vagas no mercado de trabalho a fim de que esta possa

desempenhar suas tarefas e atividades da melhor forma possível, possibilidade

criada pela Lei 10.098/2000 regulamentada pelo Decreto 5.296/2004.

Segundo Sassaki (2003), inclusão social é o processo pelo qual a

sociedade se adapta para que possa incluir pessoas e grupos em seus

Page 9: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · 2.1.1 Constituição Federal de 1988 estabeleceu como fundamentos principais da República Federativa do Brasil a cidadania, a dignidade

9

sistemas. E importante ressaltar que para que essa inclusão seja efetiva,

também cabe à pessoa ou grupo passar por uma adaptação para assumir seu

novo papel. O ideal seria se o desenvolvimento fosse concomitante ao

processo de inclusão para a pessoa com deficiência, e não ser pré-requisito

para a inserção na sociedade.

São inúmeros os fatores que conspiram contra a inserção das

pessoas com deficiência no mercado de trabalho. De acordo com a pesquisa,

um dos grandes problemas das empresas hoje é não encontrar pessoas

qualificadas, para exercer as funções. Muitos dos deficientes também não

estão preparados para o mercado de trabalho por falta de incentivo do governo

que não cria mecanismos para que essas pessoas possam ser preparadas em

trabalhos que possam executar, tornando mais fácil sua adaptação no cenário

empresarial.

Num país de estrutura econômica instável como o Brasil, com um

quadro alarmante de desemprego, a competitividade para conseguir um

espaço no mercado de trabalho é imensa. Além disso, a falta de informação

sobre deficiência, aliada à possível crença de que a pessoa deficiente não irá

corresponder ao ritmo imposto pela produtividade, acaba gerando dificuldade

quanto à contratação dessa mão-de-obra pela empresa.

Visando atingir o objetivo, a pesquisa foi estruturada em três

capítulos teóricos. O primeiro capítulo é dedicado ao estudo da legislação. Na

Constituição da República e na legislação vigente, a pessoa com deficiência

tem proteção especial e diversos direitos assegurados. O segundo capitulo

analisa as questões éticas e sociais sobre a inclusão das pessoas com

deficiência no mercado de trabalho numa proposta reflexiva acerca de

confusões terminológica existente entre os termos que norteiam os programas

e ações voltados à responsabilidade social.

Apesar de ser um assunto bastante discutido, mas por se tratar de

um assunto relativamente novo, ainda existe pouca bibliografia a este respeito.

Page 10: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · 2.1.1 Constituição Federal de 1988 estabeleceu como fundamentos principais da República Federativa do Brasil a cidadania, a dignidade

10

Neste contexto, utilizamos algumas referências bibliográficas e

elaboramos um estudo com a empresa CIFERAL, para identificação de alguns

dados referentes à questão da inclusão da pessoa com deficiência no mercado

de trabalho. Vamos analisar como o gerentes lida com a contratação de

funcionários com deficiência; como a empresa trata as pessoas com

deficiência; como o deficiente se sente trabalhando na empresa, descrever os

reflexos que a inserção de funcionários com deficiência causa no

comportamento dos gestores como um todo. No quarto e último capítulo,

formulam-se as considerações finais a respeito do assunto.

Para o desenvolvimento do tema proposto, será empregada

pesquisa bibliográfica através de livros, revistas especializadas, artigos

científicos pertinentes, além do exame da legislação brasileira que assegura os

direitos da pessoa com deficiência.

Page 11: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · 2.1.1 Constituição Federal de 1988 estabeleceu como fundamentos principais da República Federativa do Brasil a cidadania, a dignidade

11

2 LEGISLAÇÃO PREVISTA PARA PESSOAS COM DEFICIÊNCIA

Nos últimos anos, algumas vitórias foram conquistadas em defesa

das pessoas com deficiência que, hoje são amparadas por lei no seu direito de

acesso ao trabalho. Na área trabalhista, diversas leis e convenções foram

definidas no sentido de garantir às pessoas com deficiência o acesso ao

mercado de trabalho.

A inclusão do portador de deficiência no mercado de trabalho vem

crescendo constantemente. De acordo com o último Censo do IBGE1 – Instituto

Brasileiro de Geografia e Estatística, cerca de 45,6 milhões de brasileiros são

portadores de algum tipo de deficiência, ou seja, 23,91% da população. Dessa

parcela, apenas 48% trabalham ou desempenham algum tipo de atividade

remunerada. No universo de 26 milhões de trabalhadores formais ativos,

somente 537 mil são pessoas com deficiência, representando 2,05% do total

de empregados.

No Brasil, a reserva de postos de trabalho nos setores públicos e

privados para pessoas com deficiência e a respectiva percentagem estão

previstas em uma série de dispositivos legais desde a Constituição de 1988. No

entanto, a sua aplicabilidade e a fiscalização do Ministério do Trabalho e

Emprego só tiveram início após a edição do Decreto nº 3.298 de 1999, que

trouxe a definição de quem são os beneficiários da lei. Um atraso de quase

sete anos para atender às recomendações da OIT – Organização Internacional

do Trabalho, que recomenda aos países membros que considerem que o

“objetivo da readaptação profissional é permitir que pessoas portadoras de

deficiência consigam e mantenham um emprego conveniente, progridam

1INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Resultados do Censo 2010. Endereço do sítio virtual do Censo 2010. Disponível em: <http://www.censo2010.ibge.gov.br>. Acesso: Outubro de 2012.

Page 12: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · 2.1.1 Constituição Federal de 1988 estabeleceu como fundamentos principais da República Federativa do Brasil a cidadania, a dignidade

12

profissionalmente e, por conseguinte, facilitem sua inserção ou sua reinserção

na sociedade” (OIT, 1983) 2

2.1 Legislação Brasileira

2.1.1 Constituição Federal de 1988 estabeleceu como fundamentos principais

da República Federativa do Brasil a cidadania, a dignidade da pessoa humana

(Art. 1º, II e III) considerando um de seus objetivos primordiais a promoção do

bem de todos, sem preconceito de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer

outras formas de discriminação (Art.3º, IV).

Dispõe no Art. 7º (Constituição Federal 2009) a proibição de

qualquer tipo de discriminação no tocante a salário e critério de admissão de

trabalhadores com qualquer tipo de deficiência.

Sendo assim, propomos expor aqui algumas das normas jurídicas

que asseguram condições mínimas de inserção da pessoa com deficiência no

mercado de trabalho e as dificuldades enfrentadas para efetivação desses

direitos previstos constitucionalmente.

2.1.2 Lei nº 8.213, de 1991

Também conhecida como Lei de Cotas, criada em 24 de Julho de

1991, estabelece a reserva de vagas de emprego para pessoas com

deficiência (habilitadas) ou para pessoas que sofreram acidentes de trabalho,

beneficiárias da Previdência Social (reabilitados). A Lei nº 8.213/91 que trata

sobre as cotas de inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho

começou a ser abordada a partir do surgimento da Lei em 1991. Porém, só

passou a ter sua aplicabilidade cobrada em 1999, motivada pelo Decreto

Federal nº 3.298/99, que a regulamentou. Um atraso de quase sete anos para

atender às recomendações da OIT – Organização Internacional do Trabalho.

2 Secretaria Internacional do Trabalho. Gestão de questões relativas à deficiência no local de trabalho: Repertório de recomendações práticas da OIT / Tradução de Edilson Alkmin Cunha; revisão técnica de João Baptista Cintra Ribas. – 1 ed., rev. – Brasília: OIT, 2006.

Page 13: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · 2.1.1 Constituição Federal de 1988 estabeleceu como fundamentos principais da República Federativa do Brasil a cidadania, a dignidade

13

A obrigação vale para empresas com cem ou mais funcionários e as

cotas variam entre 2% e 5% dos postos de trabalho.

O percentual a ser aplicado é sempre de acordo com o número

total de empregados das empresas, dessa forma:

I – de 100 a 200 empregados: 2%.

II – de 201 a 500: 3%.

III – de 501 a 1.000: 4%.

IV – de 1.001 em diante: 5%

Este artigo encontra-se também na Portaria nº 4.677, do Ministério

da Previdência e Assistência Social (BRASIL, 1998). O Decreto nº 3.298

(BRASIL, 1999c), além de reeditar este mesmo texto, em seu Art. 36. Ainda

incumbe o Ministério do Trabalho e Emprego de fiscalizar seu cumprimento.

A empresa privada pode demitir funcionários com deficiência, pois

os mesmos estão sujeitos às determinações da CLT – Consolidação das Leis

do Trabalho, que regem todos aqueles que estão no mercado de trabalho

formal.

No caso de a empresa demitir uma pessoa com deficiência, o Art.

93, § 1º, da Lei nº 8.213, diz que a dispensa do trabalhador reabilitado ou de

pessoa com deficiência habilitada ao final do contrato por prazo determinado

de mais de 90 (noventa) dias e a dispensa imotivada, no contrato por prazo

indeterminado, só poderão ocorrer após a contratação de substituto de

condição semelhante.

2.1.3 Decreto nº 3.298, de 1999

Regulamentou a Lei nº 7.853/89 depois de quase dez anos e

permitiu a aplicabilidade das políticas pela integração ao definir o que é

“deficiência, deficiência permanente e incapacidade”, assim como quem são as

Page 14: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · 2.1.1 Constituição Federal de 1988 estabeleceu como fundamentos principais da República Federativa do Brasil a cidadania, a dignidade

14

pessoas que se enquadram na legislação definidas como “portadoras de

deficiência”.3

Essa definição permitiu também a aplicabilidade da Lei nº 8.213/91

ao delimitar quem se enquadra nas cotas. O decreto assegura “o pleno

exercício dos direitos à educação, à saúde, ao trabalho, ao desporto, ao

turismo, ao lazer, à previdência social, à assistência social, ao transporte, à

edificação pública, à habitação, à cultura, ao amparo à infância e à

maternidade, e outros que propiciem seu bem-estar pessoal, social e

econômico”.

2.1.4 Tipos de Deficiência para o Mercado de Trabalho

O Decreto nº 5.296, de 2004 regulamentou duas leis federais: a Lei

nº 10.048/2000, que dá prioridade de atendimento às pessoas com deficiência

e mobilidade reduzida, e a Lei nº 10.098/2000, que estabelece normas e

critérios para a promoção da acessibilidade4.

O Decreto nº 5.296/2004 trouxe em seu texto modificações

importantes com relação às deficiências que podem ser contabilizadas para a

cota legal da empresa. As mais relevantes são as redefinições de deficiência

visual, auditiva e física – com a inclusão do nanismo pela primeira vez em uma

legislação.

3 BRASIL. Decreto n. 3.298, de 20 de dezembro de 1999. Regulamenta a Lei nº 7.853, de 24 de outubro de 1989, dispõe sobre a Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ civil/decreto/d3298.htm>. Acesso em: 12 Nov. 2012. 4 BRASIL. Decreto n. 5.296, de 02 de dezembro de 2004. Regulamenta as Leis nos10. 048, de 08 de novembro de 2000, que dá prioridade às pessoas que especifica, e 10.098, de 19 de dezembro de 2000, que estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil/_ato2004-2006/2004/decreto/d5296.htm>. Acesso em: 12 Nov. 2012.

Page 15: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · 2.1.1 Constituição Federal de 1988 estabeleceu como fundamentos principais da República Federativa do Brasil a cidadania, a dignidade

15

A redefinição dos tipos de deficiência que podem ser contemplados

pela Lei de Cotas buscou incluir as pessoas com deficiências consideradas

mais severas, uma vez que, até então, a grande parte das pessoas que

estavam sendo incluídas no mercado de trabalho possuía deficiências

consideradas mais leves. A partir do Decreto nº 5.296/2004, pessoas cegas de

um olho, surdas de um ouvido ou com perdas leves de audição, por exemplo,

passaram a não ser mais contempladas pela cota.

O conhecimento de cada tipo de deficiência e suas implicações é

importante para que a sociedade, em geral, entenda as limitações e,

principalmente, as potencialidades das pessoas com deficiência.

As deficiências recebem classificação de acordo com as partes

atingidas do corpo ou com o tipo de função cujo desempenho fica

comprometido. De acordo com o Decreto Federal 5.296, de 02 de Dezembro

de 2004 a pessoa passou a ser considerada como deficiente quando se

enquadra nas seguintes categorias:

Deficiência Física – Decreto nº 5.296/04, Art. 5º, § 1º, I “a”, C/C Decreto nº

3.298/99 Art. 4º, I. Alteração completa ou parcial de um ou mais segmentos do

corpo humano, acarretando o comprometimento da função física, como por

exemplo: paraplegia, tetraplegia. Amputação ou ausência de membro, paralisia

cerebral, nanismo, membros com deformidade congênita ou adquirida, exceto

as deformidades estéticas e as que não produzam dificuldades para

desempenho de funções.

Deficiência Auditiva – Decreto nº 5.296/04, Art. 5º,§ 1º, I, “b”, C/C Decreto nº

5.298/99, Art. 4º, II. É considerado deficiente auditivo, o indivíduo que possui

perda bilateral, parcial ou total de 41 decibéis (dB) ou mais, aferido por

audiograma nas freqüências de 500 Hz, 1.000Hz, 2.000Hz e 3.000Hz;

Deficiência Visual – Decreto nº 3.298/99 e o Decreto nº 5.296/04. Pode ser

enquadrado como deficiente visual o indivíduo que apresentar: cegueira na

qual a acuidade visual é igual ou menos que 0,05 no melhor olho, com a

Page 16: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · 2.1.1 Constituição Federal de 1988 estabeleceu como fundamentos principais da República Federativa do Brasil a cidadania, a dignidade

16

melhor correção óptica; Baixa visão acuidade visual compreendida entre 0,3 e

0,05 no melhor olho, com a melhor correção óptica;

Pessoas com baixa visão são aquelas que mesmo usando óculos

comuns, lentes de contato ou simplesmente de lentes intra-osculares, não

conseguem ter uma visão nítida; Essas pessoas podem ter sensibilidade ao

contraste, percepção das cores e intolerância a luminosidade, dependendo da

patologia causadora da perda visual.

Casos nos quais a somatória da medida do campo visual em ambos

os olhos for igual ou menor que 60º. Ocorrência simultânea de quais quer das

condições anteriores.

Ocorrência simultânea de quaisquer das condições anteriores. A

inclusão das pessoas com baixa visão como deficientes se deu a partir da

edição do Decreto nº 5.296/04.

Deficiência Mental – Decreto nº 5.296/04, Art. 5º, § 1º, I, “d”, e Decreto nº

3.298/99, Art. 4º, I. O deficiente mental é aquele que apresenta o

funcionamento intelectual significativamente inferior a média, com manifestação

antes dos 18 anos e limitações associadas a duas ou mais áreas de

habilidades adaptativas, sendo ela: comunicação, cuidado pessoal, habilidades

sociais, utilização dos recursos da comunidade, saúde e segurança,

habilidades acadêmicas, lazer e trabalho.

Deficiência Múltipla – Decreto nº 3.298/99. É conceituada como deficiência

múltipla a associação de duas ou mais deficiências. Deve-se atentar que

somente são considerados deficientes aqueles que estão enquadrados nas

definições acima. A Lei nº 8.213/91 não beneficia pessoas com visão

monocular, surdez em um ouvido, com deficiência mental leve ou deficiência

que não implique impossibilidade de execução normal das atividades do corpo.

Page 17: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · 2.1.1 Constituição Federal de 1988 estabeleceu como fundamentos principais da República Federativa do Brasil a cidadania, a dignidade

17

Segundo a Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) 5, realizada em 2010

existem no mercado de trabalho 323,2 mil trabalhadores com deficiência. Os

homens têm a maior representatividade, com participação de 64,32%. Os

dados ainda apontam que a remuneração média desses profissionais é de

1.717,00, superior à média dos rendimentos do total de vínculos formais que é

de 1.494,66. Embora essas leis tenham surgido para ampliar as oportunidades

de acesso ao mercado de trabalho para a pessoa com deficiência, na prática, o

processo não é tão simples.

Na Legislação estipulam-se critérios técnicos para definição das deficiências

(comprovadas em laudo médico com o CID – Classificação Estatística

Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde correspondente

à sua limitação)

Por tipo de deficiência, esse estudo revela que os deficientes físicos

representam 55,24% dos trabalhadores. Em seguida estão os auditivos, com

24,65% e os visuais com 3,86%. Os mentais representam 3,37% e os

portadores de deficiências múltiplas, 1,09%. Na situação de reabilitados foram

declarados 11,78% dos deficientes com vínculo trabalhista.

De acordo com o Decreto nº 3.298/99, Art. 3º, aprovado pelo

CONADE (Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência),

“Deficiência é toda perda ou anormalidade de uma estrutura ou função

psicológica, fisiológica ou anatômica que gere incapacidade para o

desempenho de atividade, dentro do padrão considerado normal para o ser

humano”.

A deficiência pode ser permanente ou não, quando não, o indivíduo

não é considerado deficiente para a lei de cotas, não podendo integrar o

quadro de funcionários de uma empresa para tal finalidade. A deficiência

permanente é definida pelo Decreto nº 3.298/99, Art. 3º, II como: “aquela que

ocorreu ou se estabilizou durante um período de tempo suficiente para não

5 RELAÇÃO ANUAL DE INFORMAÇÕES SOCIAIS 2010 (RAIS 2010). Ministério do Trabalho e Emprego - Programa de disseminação de estatísticas do trabalho (PDET). Endereço do sítio virtual do programa. Disponível em:<http://www.mte.gov.br/pdet/index.asp>. Acesso: Nov. de 2012 (Decreto nº 76.900/75).

Page 18: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · 2.1.1 Constituição Federal de 1988 estabeleceu como fundamentos principais da República Federativa do Brasil a cidadania, a dignidade

18

permitir recuperação ou tem probabilidade de que se altere, apesar de novos

tratamentos”.

Pessoas incapazes podem ser consideradas como deficientes para

a inclusão na Lei de Cotas. Verifica-se abaixo a descrição válida para

incapacidade:

Incapacidade por sua vez, é conceituada como redução efetiva e acentuada da capacidade de integração social com a necessidade de equipamentos a adaptação, meios ou recursos especiais para que a pessoa com deficiência possa receber ou transmitir informações necessárias a seu bem estar pessoal e ao desempenho da função ou atividade a ser exercida (Decreto nº 3.298/99, Art. 3º, III).

Os deficientes reabilitados somam cotas, porém na divisão de

Reabilitação, não recebem o nome de Deficientes, mas não deixam de ter

alguma incapacidade, pois estes recebem qualificações e estão aptos a

exercerem funções diferentes das exercidas anteriormente à situação de

deficiente. Reabilitados são definidos conforme a seguir: “Reabilitados, são

aqueles que se submeteram a programas oficiais de recuperação da atividade

laboral, perdida em decorrência de um infortúnio. Tal condição é atestada por

documentos públicos oficiais, expedidos pelo Instituto Nacional de Seguro

Social (INSS) ou órgão que exerçam função por ele delegada” (Decreto nº

3.298/99, Art. 31º).

Sendo assim, deficiência é qualquer alteração nas funções normais

de um indivíduo, podendo ser permanente, quando é irreversível e estabilizada

apesar dos tratamentos aplicados, ou não permanente, sendo um estado que

será alterado dependendo das condições em que o indivíduo for submetido.

Incapazes são aqueles com redução efetiva da capacidade da integração

social e os reabilitados aqueles que mesmo deficientes foram qualificados e

estão aptos a exercer funções mesmo diferentes das exercidas antes da

deficiência.

Page 19: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · 2.1.1 Constituição Federal de 1988 estabeleceu como fundamentos principais da República Federativa do Brasil a cidadania, a dignidade

19

Depois que o sistema de cotas foi implementado, o sistema de

contratações começou a funcionar de forma favorável as pessoas com

deficiência, que passaram a ter possibilidade de adquirir o seu sustento por

conta própria, através do serviço que lhe foi oportunizado. Essa foi a melhor

maneira de se dar concretude à norma prevista no Art. 37, VIII, da Constituição

Federal de 1988, evitando-se artifícios que reduz de forma proposital o número

de vagas disponíveis em concursos públicos.

O § 2º do Art. 5º da Lei nº 8.112,6 que dispõe sobre o regime

jurídico dos servidores públicos civil da União, das autarquias e das fundações

Públicas Federais, assegura às pessoas com deficiência o direito de se

inscrever em concurso público para provimento de cargos cujas atribuições

sejam compatíveis com sua deficiência. Devem ser reservadas para essas

pessoas até 20% (vinte por cento) das vagas oferecidas no concurso. O

Decreto nº 3.298,7 em seus artigos 37 a 43, que assegura à pessoa deficiente o

direito de se inscrever em concurso público, em igualdade de condições com

os demais candidatos, para provimento de cargo cujas atribuições sejam

compatíveis com a sua deficiência.

Em especial, para este trabalho, é importante destacar a Subseção

II – Da Habilitação e Reabilitação Profissional que compreende o Art. 89 a 93.

O primeiro artigo da subseção II, Art. 89, identifica como função da habilitação

e a reabilitação profissional e social para que os beneficiários incapacitados –

devido a acidente de trabalho, por exemplo – e às pessoas com deficiência

tenham novamente acesso ao mercado de trabalho.

Ainda referente à subseção II, relevante destacar para o nosso

trabalho o Art. 93, seus incisos e parágrafos, porque este institui o importante

Sistema de Cotas, ou seja, a determinação de reserva de percentual de vagas

nas empresas privadas. O referido dispositivo de Lei se apresenta da seguinte

forma:

6 Lei no 8.112, de 11 de dezembro de 1990. Diário Oficial da União, Brasília, 12 dez. 1990. Republicado no D.O.U de 18 mar. 1998. 7 Decreto nº 3.298 de 20 de dezembro de 1999. Diário Oficial da União, Brasília, 21 dez. 1999. (c)

Page 20: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · 2.1.1 Constituição Federal de 1988 estabeleceu como fundamentos principais da República Federativa do Brasil a cidadania, a dignidade

20

§ 1º A dispensa de trabalhador reabilitado ou de deficiente habilitado ao final de

contrato por prazo determinado de mais de 90 (noventa) dias, e a imotivada, no

contrato por prazo indeterminado, só poderá ocorrer após a contratação de

substituto de condição semelhante.

§ 2º O Ministério do Trabalho e da Previdência Social deverá gerar estatísticas

sobre o total de empregados e as vagas preenchidas por reabilitados e

deficientes habilitados, fornecendo-as, quando solicitadas, aos sindicatos ou

entidades representativas dos empregados.

As empresas que não cumprem com a legislação estarão sujeitas a

multas elevadas, podendo chegar a R$-161.710,08, além das intervenções do

Ministério Público do Trabalho – MPT que atua fiscalizando as relações entre

empregados empregadores.

Por meio das investigações, o Ministério Público do Trabalho –

MPT, quando encontra alguma irregularidade, emite o termo de compromisso

de ajustamento de conduta, pelo qual as empresas estabelecem metas e

prazos para cumprir a lei. Para quem não cumpre estas metas, o MPT propõe

ações civis públicas visando assegurar o direito previsto na legislação

trabalhista.

De acordo com o Art. 2º, § 1º, da CLT, a pessoa com deficiência

deve ter um horário flexível e reduzido, com proporcionalidade de salário,

quando tais procedimentos forem necessários em razão de seu grau de

deficiência, como, por exemplo, necessidades especiais de locomoção e

tratamento médico.

Com relação à assinatura da Carteira de Trabalho E Previdência

Social – CTPS – e a formalização do contrato de trabalho, não há nenhuma

regra específica. Aplicam-se as normas gerais da CLT.

Apesar de existir legislação, instituições de formação e

profissionalização para pessoas com deficiência com o objetivo de inclusão no

mercado de trabalho, isso não garante que estejam de fato ocorrendo, visto

Page 21: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · 2.1.1 Constituição Federal de 1988 estabeleceu como fundamentos principais da República Federativa do Brasil a cidadania, a dignidade

21

que leis e programas esbarram em dificuldades de ordem práticas que muitas

vezes não são estudadas ou identificadas a tempo por todos os envolvidos.

É notório que as pessoas com deficiência carregam em si, uma

desvantagem em relação aos demais trabalhadores. As pessoas com

deficiência ainda enfrentam, aqui no Brasil, grandes dificuldades no mercado

de trabalho e também de uma maneira geral. É necessário sensibilizar e

derrubar resistências e barreiras psicológicas e comportamentais de ambos os

lados e para que isso aconteça é primordial o investimento organizacional no

esclarecimento sobre mudanças e sobre a inclusão da pessoa deficiente neste

contexto.

Page 22: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · 2.1.1 Constituição Federal de 1988 estabeleceu como fundamentos principais da República Federativa do Brasil a cidadania, a dignidade

22

3 CONCEITUAÇÕES E PRÁTICAS DE EXCLUSÃO E INCLUSÃO DE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA NO MERCADO DE TRABALHO

A discriminação ou a exclusão de seres humanos considerados

diferentes, sempre foi uma realidade na história da humanidade. Apesar de

todos os esforços em defesa dos direitos humanos, a igualdade ainda não

passa de uma idéia abstrata.

Para discutir sobre a inserção das pessoas com deficiência no

mercado de trabalho, é importante discorrer a respeito dos seguintes conceitos

que permeiam esse cenário: exclusão, integração, inserção, inclusão,

igualdade e equidade.

Definir um ser humano como deficiente é tarefa árdua. Também

extremamente importante. A busca da igualdade entre as pessoas e o

entendimento de que a dignidade humana perpassa a eliminação de todas as

barreiras que impeçam seu desenvolvimento completo trouxe a necessidade da

criação de mecanismos de efetivação desta igualdade.

A princípio se faz uma ligação de deficiência com limitação. Este

conceito, no entanto, abrangeria toda espécie humana. Em maior ou menor

grau todos nós possuímos algum tipo de limitação, seja de ordem física,

mental, psicológica, etc. Somos limitados por natureza e a aceitação de nossa

limitação é o primeiro passo para a efetivação de nossa dignidade. Nesse caso,

não seria a limitação que caracteriza a deficiência em si, mas as barreiras

impostas pela sociedade. Neste contexto Hannah Arendt nos diz:

Se não fossem iguais, os homens não seriam capazes de compreender-se entre si e aos seus ancestrais, nem de prever as necessidades das gerações futuras. Se não fossem diferentes, os homens dispensariam o discurso ou a ação para se fazerem entender, pois com simples sinais e sons poderiam comunicar suas necessidades

imediatas e idênticas (ARENDT, 1999, p.188).

Page 23: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · 2.1.1 Constituição Federal de 1988 estabeleceu como fundamentos principais da República Federativa do Brasil a cidadania, a dignidade

23

Desta maneira, não obstante todo o empenho na defesa dos direitos

humanos e pela inclusão de pessoas deficientes no mercado de trabalho e em

todos os setores da sociedade, fazem-se necessárias políticas públicas que

visem à efetivação da integração dessas pessoas.

Para Sassaki, a ideia de integração surgiu para derrubar a prática

de exclusão social a que foram submetidas às pessoas deficientes por vários

séculos. A exclusão ocorria em seu sentido total, ou seja, as pessoas com

deficiência eram excluídas da sociedade para qualquer atividade porque

antigamente elas eram consideradas inválidas, sem utilidades para a

sociedade e incapazes para trabalhar, características estas atribuídas

indistintamente a todos que tivessem alguma deficiência.

Segundo Sassaki, o conceito de inclusão social é o movimento pelo

direito incondicional de todo ser humano em participar ativamente da vida

pública, sem qualquer restrição de credo, religião, posição política, etnia, opção

sexual ou grau de deficiência. Essa definição é diferente da de integração, que

é o movimento pelos direitos de quase todo ser humano participar ativamente

da sociedade, desde que esteja devidamente preparado. (SASSAKI, 1997).

Embora esses dois vocábulos sejam sinônimos no dicionário, têm conotações

diferentes quando se trata de temas ligados a pessoas com deficiência.

De acordo com Sassaki, a inclusão das pessoas com deficiência é

uma das mais importantes conseqüências do princípio de normatização:

Segundo ele:

O processo pelo qual a sociedade se adapta para poder Incluir em seus sistemas sociais gerais, pessoas com deficiência e, simultaneamente estas se preparam para assumir seus papeis na sociedade. A inclusão social constitui, então um processo bilateral no qual as pessoas ainda excluídas, e a sociedade buscam, em parceria, equacionar problemas, decidir sobre soluções e efetivar a equiparação de oportunidades para todos (SASSAKI, 1997, p. 41).

Page 24: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · 2.1.1 Constituição Federal de 1988 estabeleceu como fundamentos principais da República Federativa do Brasil a cidadania, a dignidade

24

É preciso esclarecer que ainda estamos vivendo a fase de transição

entre integração e a inclusão. Portanto, como nos coloca Sassaki (1997, p. 43)

é inevitável que os dois termos sejam falados e escritos com diversos sentidos

por diferentes pessoas.

Algumas pessoas utilizam as palavras integração e inclusão, já em

conformidade com a moderna terminologia da inclusão social, ou seja, com

sentidos distintos. A integração, segundo Sassaki, significa inserção da pessoa

com deficiência preparada para conviver na sociedade e a inclusão significa

modificação da sociedade como pré-requisito para a pessoa com deficiência

buscar seu desenvolvimento e exercer a cidadania. Outras pessoas utilizam os

termos integração e integração total ou plena da seguinte forma: o primeiro

termo (integração com sentido de inserção da pessoa com deficiência

preparada para conviver na sociedade) e o segundo (integração total)

corresponde ao moderno conceito de inclusão sem, no entanto, usarem a

palavra ‘inclusão’.

Para Sassaki (SASSAKI, 1997), a noção de inclusão não é

compatível com a integração, porém institui a inserção de uma forma mais

radical, completa sistemática. O vocabulário integração é abandonado, uma

vez que o objetivo é incluir pessoas com deficiência que já foram anteriormente

excluídas. A meta primordial da inclusão é a de não deixar ninguém de fora. A

inclusão causa uma mudança de perspectiva social, pois não se limita a ajudar

somente as pessoas com deficiência, mas apóia a todos.

Segundo Sassaki o pano de fundo do processo de inclusão é o

Modelo Social da Deficiência. Este Modelo nos remete a entender a questão da

deficiência por outra ótica. Ele chama nossa atenção para o fato de que “para

incluir todas as pessoas, a sociedade deve ser modificada a partir do

entendimento de que ela é que precisa ser capaz de atender às necessidades

de seus membros e não o contrário” (SASSAKI, 1997, p. 47).

Pelo Modelo Social da Deficiência, Sassaki (1997, p. 47) acredita

que os problemas da pessoa com deficiência não estão nela tanto quanto estão

na sociedade. Assim, a sociedade é chamada a ver que ela cria problemas

para as pessoas com deficiência, causando-lhes desvantagens no

Page 25: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · 2.1.1 Constituição Federal de 1988 estabeleceu como fundamentos principais da República Federativa do Brasil a cidadania, a dignidade

25

desempenho de papéis sociais em virtude de: Seus ambientes restritivos; suas

políticas discriminatórias e sua atitude preconceituosa que rejeitam a minoria e

todas as formas de diferença; seus discutíveis padrões de normalidade; seus

objetivos e outros bens inacessíveis do ponto de vista físico; seus pré-

requisitos atingíveis apenas pela maioria aparentemente homogênea; sua

quase total desinformação sobre deficiência e sobre o direito das pessoas com

deficiência; suas práticas discriminatórias em muitos setores da atividade

humana.

Cabe, portanto, à sociedade eliminar todas as barreiras físicas para

que as pessoas com deficiência possam ter acesso aos serviços, lugares,

informações e bens necessários ao seu desenvolvimento pessoal, social,

educacional e profissional.

Portanto, a inclusão social é um processo que contribui para a

construção de um novo tipo de sociedade através de pequenas e grandes

transformações nos ambientes físicos (espaços internos e externos,

equipamentos, aparelhos e utensílios, mobiliários e meios de transporte) na

mentalidade de todas as pessoas, inclusive as pessoas com deficiência.

3.1. Responsabilidade Social: confusão terminológica

Por vezes, o conceito de função social da empresa é confundido

com a definição de responsabilidade social, o que demonstra que, de fato, não

há uma definição consensual a respeito do tema. Contudo, é importante

destacar que, apesar de caminharem juntos, os termos são totalmente

distintos, não podendo ser confundidos.

Enquanto a função social está relacionada à observância legal de

alguns deveres por parte da empresa, a responsabilidade social é uma atitude

empresarial que não decorre de obrigação legal, mas do desejo moral de

solidarizar-se com os outros.

Page 26: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · 2.1.1 Constituição Federal de 1988 estabeleceu como fundamentos principais da República Federativa do Brasil a cidadania, a dignidade

26

A previsão legal da responsabilidade social está contida no artigo

154, §4º, da Lei n. 6.40424,8 de 1976, que dispõe que “o conselho de

administração ou a diretoria podem autorizar a prática de atos gratuitos

razoáveis em benefício dos empregados ou da comunidade de que participe a

empresa, tendo em vista suas responsabilidades sociais”

Nesse contexto, surgem as ações afirmativas que se tratam de

políticas sociais compensatórias a serem praticadas por entidades públicas,

privadas e por órgãos jurisdicionais, com o objetivo de promover igualdade

entre os diferentes grupos que compõem uma sociedade. Álvaro Ricardo de

Souza Cruz define ação afirmativa como:

As ações afirmativas são, em nossa opinião, uma necessidade Temporária de correção de rumos na sociedade, um corte estrutural na forma de pensar, na maneira de impedir que as relações sociais, culturais e econômicas sejam deterioradas em função da discriminação (CRUZ, 2003, p. 173).

Logo, a ação afirmativa possui tal caráter de participação, cujo

Estado chama as demais entidades a contribuir na concessão de

possibilidades ao grupo discriminado.

3.2 A Importância do Trabalho para a Pessoa com Deficiência

Como já vimos anteriormente, a integração da pessoa com

deficiências no mercado de trabalho é atualmente entendida como um fator

decisivo para a inclusão social, independência econômica e conseqüente

valorização e realização pessoal destes cidadãos.

8 BRASIL. Lei n. 6404, de 15 de dezembro de 1976. Dispõe sobre as Sociedades por Ações. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L6404consol.htm>. Acesso em: 26 Nov. 2012.

Page 27: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · 2.1.1 Constituição Federal de 1988 estabeleceu como fundamentos principais da República Federativa do Brasil a cidadania, a dignidade

27

Desse modo, considerando o trabalho como possibilidade de

transformação social e de melhoria da qualidade de vida do ser humano, além

de uma condição essencial de autonomia e de realização pessoal é

interessante destacar alguns aspectos que interferem negativamente nos seus

relacionamentos de modo geral e na inserção no mercado de trabalho.

Atualmente a pessoa com deficiência depara-se com uma realidade

de mercado competitivo, onde as vagas são disputadas acirradamente, devido

à escassez de postos de trabalho para ocupar toda a população apta e ou

disposta a trabalhar. A Coordenadoria Nacional para a Integração da Pessoa

Deficiente (CORDE) acrescenta que as pessoas com deficiência também são

afetadas por dificuldades relacionadas à educação, a acessibilidade e ao

treinamento profissional, quando buscam o mercado de trabalho (RIBAS,

1983).

O que se vê no mercado atualmente é uma grande dificuldade por

parte da empresa que busca empregar o deficiente. Este, ainda não é visto

com bons olhos. Além disso, as empresas adotam a política de escolher o tipo

de deficiência que melhor se adapte aos seus serviços, produtos ou

instalações, tornando falsa esta inclusão, ou seja, o candidato não é aceito em

sua plenitude, mesmo que tenha capacidade para tal. Ele acaba por ser

“escolhido” pela deficiência mais leve, ou seja, por aquela que melhor se

adapte ao ambiente estrutural da empresa.

Ao se falar de ambiente de trabalho para pessoas com deficiência,

primeiramente destacaríamos a falta de acessibilidade no próprio ambiente de

trabalho, muitas vezes tomado por escadas, corredores estreitos e banheiros

inadequados. Mas, devemos destacar também, “a visão preconceituosa que

patrões e colegas de trabalho costumam lançar sobre essa parcela da

sociedade. A maioria as vê com pena ou as considera incapazes”

(CLEMENTE, 2003, p. 61).

Por falta de informação, muitos empregadores só conseguem

enxergar os problemas que o cumprimento da Lei de Cotas lhes trará. Entre os

problemas visualizados por eles podemos destacar: o argumento de gastos

para adaptar a empresa ao novo funcionário (rampas e banheiros adaptados),

Page 28: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · 2.1.1 Constituição Federal de 1988 estabeleceu como fundamentos principais da República Federativa do Brasil a cidadania, a dignidade

28

treinamento diferenciado a esse trabalhador. A percepção dos benefícios que a

presença de uma pessoa com deficiência pode trazer ao ambiente de trabalho

fica ofuscada, perante a falta dessas informações.

Se as empresas se organizarem melhor, não haverá motivos para

que as pessoas com deficiência não possam participar ativamente e de forma

eficaz e capaz no seu ambiente de trabalho, afinal elas têm as sua

potencialidades, aptidões, talentos, tanto quanto as pessoas que não são

consideradas com deficiência. Afinal não se deve antecipar um julgamento

supondo que está ou aquela pessoa com deficiência é incapaz de ocupar um

determinado posto de trabalho. Pois a maioria das empresas desconhece o

potencial das pessoas com deficiência.

Segundo PASTORE (2000), as empresas brasileiras estão sendo

desafiadas a implantar e desenvolver políticas internas em quatro áreas quais

sejam:

Superação das apreensões – A primeira providência é separar os conceitos

dos preconceitos. Essa área é de grande valia para a compreensão adequada

da natureza dos problemas que impedem uma maior participação das pessoas

com deficiência no mercado de trabalho;

Definir o trabalho certo para a pessoa certa – A empresa deverá identificar

atividades nas quais as pessoas com deficiência possam exercer seu trabalho

sem prejudicar o “desempenho” desejado;

Preparar o ambiente de trabalho – Envolverá providências físicas, educacionais

e sociais, ou seja, a empresa deverá fazer as modificações necessárias no

ambiente de trabalho, uma vez selecionado o cargo e o candidato;

Capacitar-se para recrutar e reter as pessoas com deficiência – O processo de

recrutamento dessas pessoas pelas empresas é uma tarefa complexa,

portanto, as empresas podem recorrer às organizações que, geralmente, estão

se formando para identificar pessoas qualificadas e vagas que podem ser

preenchidas por elas, no mercado de trabalho. A retenção do candidato

também é muito delicada. Se o ajustamento a uma nova situação é um desafio

Page 29: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · 2.1.1 Constituição Federal de 1988 estabeleceu como fundamentos principais da República Federativa do Brasil a cidadania, a dignidade

29

para a pessoa com deficiência, ele é muito maior para a empresa que o

contratou. Na verdade, a empresa precisará se organizar para absorver e

utilizar o talento dessa pessoa.

Nesse contexto, depreende-se que não basta contratar as pessoas

com deficiência; é preciso que lhes sejam oferecidos ambientes de trabalho

saudáveis e condições para que possam se desenvolver como pessoas e

profissionalmente e que lhes possibilitem permanecer na empresa (GIL, 2002).

Page 30: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · 2.1.1 Constituição Federal de 1988 estabeleceu como fundamentos principais da República Federativa do Brasil a cidadania, a dignidade

30

4 PLANEJAMENTO E IMPLANTAÇÃO DE PROGRAMA DE INCLUSÃO PARA PESSOA COM DEFICIÊNCIA

Com a exigência imposta pela Lei de Cotas o setor empresarial tem

sido oficialmente convocado pelo Ministério Público do Trabalho, a contratar

profissionais com deficiência. No Brasil há cerca de 7,7 milhões de pessoas

com deficiência no Brasil, numa faixa etária que possibilita a inclusão no

mercado formal. Deste contingente, apenas 4%, pouco mais de 300 mil

pessoas está, de fato, no mercado formal de trabalho. Pela RAIS 2010, caso a

“Lei de Cotas” fosse cumprida na íntegra, seriam geradas atualmente no Brasil

900 mil vagas.

No decorrer da pesquisa, percebemos que o que compromete a

inclusão da pessoa com deficiência no mercado de trabalho é a dificuldade por

parte das empresas em encontrar profissionais que estejam capacitados e

possuam as competências individuais necessárias ao desempenho das

atividades e funções do ambiente de trabalho em igualdade de oportunidades

com os demais funcionários. Obstáculos que são decorrentes da

desinformação, exclusão, carência de ações que viabilizem o aprendizado e a

reabilitação e que requerem a adoção de medidas efetivas na abordagem de

direitos, de diversidade e de políticas públicas inclusivas (SOUZA, J;

RAMALHO, E. 2006).

A pessoa com deficiência, para que esteja em condições de

igualdade de oportunidades necessita de algumas habilidades bem

desenvolvidas que assegurem sua autonomia além de favorecer o

relacionamento interpessoal permitindo independência para executar sozinha

as atividades do dia-a-dia. É preciso também que a pessoa com deficiência

tenha consciência de suas perdas e noção de suas limitações.

Nos últimos anos o Governo Federal, mediante a adoção de

políticas públicas afirmativas, passou a empreender esforços e dispensar

atenção especial à defesa da emancipação das populações excluídas, dentre

as quais se inserem as pessoas com deficiência, quase sempre sujeitas a

tratamentos incompatíveis com a sua dignidade, objeto de proteção

constitucional. Sobre isso, vale lembrar o Plano Nacional dos Direitos das

Page 31: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · 2.1.1 Constituição Federal de 1988 estabeleceu como fundamentos principais da República Federativa do Brasil a cidadania, a dignidade

31

Pessoas com Deficiência (”Viver sem Limites”), recentemente editado pela

Presidente Dilma Rousseff, que envolve em torno de 15 Ministérios e do

Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência – CONADE que

trouxe a contribuição da sociedade civil. Deverá ser criado, pelo menos, algo

em torno de 150 mil vagas para os cursos do Programa Nacional de Acesso ao

Ensino Técnico e Emprego (PRONATEC). Além do mais, esse plano tem um

orçamento previsto de R$- 7,6 bilhões até 2014.9

Ao lançar o Plano Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência

– Viver sem Limites, por meio do Decreto 7.612, de 17 de Novembro de 2011,

o Governo Federal ressalta o compromisso do Brasil com as prerrogativas da

Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, da ONU, ratificada

pelo Brasil com equivalência de emenda constitucional.

Segundo a Ministra Chefe da Secretaria de Direitos Humanos da

Presidência da República Maria do Rosário, o Viver sem Limite foi construído

com inspiração na força e no exemplo das próprias pessoas com deficiência,

que historicamente estiveram condenadas à segregação. “Trata-se de um

conjunto de políticas públicas estruturadas em quatro eixos: acesso à

educação; inclusão social; atenção à saúde e acessibilidade. Cada ação

presente nesses eixos é interdependente e articulada com as demais,

construindo redes de serviços e políticas públicas capazes de assegurar um

contexto de garantia de direitos para as pessoas com deficiência, considerando

suas múltiplas necessidades nos diferentes momentos de suas vidas”.

As mudanças legais e econômicas nesta área são merecedoras de

comemoração, mas há muito a evoluir. Sabemos que as principais dificuldades

enfrentadas são a falta de cultura inclusiva no Brasil, o reduzido entendimento

sobre a Lei de Cotas e a falta de preparo da pessoa com deficiência. Não é

difícil encontrar gestores despreparados pela cultura social, empresas

contratando só parta cumprir cota e pessoas deficientes sem saber seus

9 (http://www.mds.gov.br/saladeimprensa /noticias/2011/novembro/pessoas-com-deficiencia-terao-estimulo-para-estudar-e-trabalhar

Page 32: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · 2.1.1 Constituição Federal de 1988 estabeleceu como fundamentos principais da República Federativa do Brasil a cidadania, a dignidade

32

direitos e deveres. É importante que a inclusão deva investir em cultura. O

entendimento leva ao respeito e aumenta as chances de sucesso.

4.1 A Importância da Atuação do Ministério do Trabalho na Efetivação das Pessoas com Deficiência.

O Ministério do Trabalho e do Emprego tem um importante papel a

ser desempenhado na defesa dos direitos dos trabalhadores. No que diz

respeito a pessoas com deficiência, tal tarefa mostra-se indispensável,

promovendo a observância ao preceito legal que atribui à obrigatoriedade das

cotas nas empresas.

Com o objetivo de atuar no combate a qualquer tipo de

discriminação nas relações de trabalho, o Ministério do Trabalho criou a

Coordenadoria dos Direitos da Igualdade em 2002, pela portaria nº. 273 da

Procuradoria Geral do Trabalho. O Art. 5º do Regimento Interno define como

atribuições:

I – Discutir e deliberar sobre questões, temas e estratégias relativos à

igualdade de oportunidades e à eliminação da discriminação no trabalho, para

que a atuação da instituição se dê de forma articulada e integrada;

II – Encaminhar aos órgãos competentes as questões e temas que não forem

do âmbito de atuação da Instituição;

III – Articular ações com outros ramos do Ministério Público, demais instituições

e órgãos governamentais, e entidades não-governamentais, incentivando um

trabalho em parceria, formalizando, sempre que possível convênio para esse

fim;

IV – Realizar estudos, seminários e encontros sobre a temática;

V – Formalizar publicações a respeito do tema para utilização interna e externa;

VI – Formar banco de dados contendo os procedimentos administrativos e

ações judiciais na área de atuação da Coordenadoria.

Page 33: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · 2.1.1 Constituição Federal de 1988 estabeleceu como fundamentos principais da República Federativa do Brasil a cidadania, a dignidade

33

Assim, o Ministério Público do Trabalho e Emprego atua no sentido

de verificar o cumprimento dos percentuais estabelecidos na Lei, como também

investiga outros tipos de discriminação com as pessoas com deficiência. O

Ministério Público do Trabalho e Emprego tem um papel importante na correta

observância das leis que tratam das pessoas com deficiência, organizando

audiências públicas, seminários e cursos para promover o esclarecimento e a

conscientização acerca do tema. Poderá ainda firmar termos de ajustes de

conduta visando à regularização das empresas, quanto à adequação às cotas

ou, até mesmo, propor ações judiciais cabíveis.

4.2 A Inserção de Pessoas com Deficiência

Apesar de termos no Brasil uma legislação que tenta garantir que

pessoas com deficiência tenham cada vez mais oportunidade no mercado de

trabalho, a realidade não é tão simples assim. Embora as empresas estejam

começando a mudar de postura e tenham se mostrado mais dispostas a

contratar as pessoas com deficiência, apresentam dificuldades em recrutar

profissionais com deficiência com qualificação adequada para o preenchimento

das vagas.

Para Sassaki, as pessoas com deficiência têm sido excluídas do

mercado de trabalho por inúmeros motivos: falta de qualificação para o

trabalho, falta de reabilitação profissional e física, falta de escolaridade, falta de

meios de transporte e apoio das famílias e quando a qualificação é realizada

está distante das necessidades do mercado de trabalho (SASSAKI, 1997).

De acordo com a pesquisa, para a maioria das empresas, a

escolaridade é o critério mais relevante, sendo sempre exigido no processo

seletivo. Os candidatos a qualquer cargo precisam ter no mínimo, o ensino

Médio completo. Neste momento se inicia o grande entrave, pois na maioria

das vezes, a pessoa com deficiência não alcançou essa condição. A falta de

escolaridade se torna então uma barreira para que as pessoas com deficiência

sejam inseridas no mercado de trabalho.

Page 34: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · 2.1.1 Constituição Federal de 1988 estabeleceu como fundamentos principais da República Federativa do Brasil a cidadania, a dignidade

34

De acordo com Ministério do Trabalho e do Emprego10 o Art. 28, §

2º, do Decreto 3.298/99 estabelece que instituições públicas e privadas que

ministram educação profissional devem oferecer cursos profissionalizantes de

nível básico para as pessoas com deficiência, o que possibilitaria mais ampla

inserção no mercado de trabalho.

O Ministério do Trabalho e Emprego11 também divulgou os dados da

RAIS 2010, onde é possível visualizar que grande parte das pessoas com

deficiência, empregadas no mercado de trabalho tem o ensino médio completo.

São 360 mil empregados no Brasil sendo 121,1 mil deficientes, destes 39,5%

concluíram o ensino médio, 13,4% o ensino fundamental e somente 12,1% tem

o ensino superior. Com os estudos incompletos estão 4,12% no curso superior,

8,4% no ensino médio, 21,1% no ensino fundamental e ainda 1,18% são

analfabetos. Ainda segundo a RAIS 2010, foi registrado um aumento de 6%

nas contratações de pessoas com deficiência, no entanto o número de

empregos no Brasil cresceu 6,9%.

Neste contexto marcado por elevado número de pessoas com

deficiência, com baixa escolaridade e em idade economicamente ativa, faz-se

necessária a implementação de medidas de prevenção específicas para esses

deficientes. Essas medidas podem se dar por meio de ações educacionais com

direcionamento de recursos para as escolas profissionalizantes, que dêem a

essas pessoas deficientes qualificação e capacitação profissional para a

inclusão no mercado de trabalho.

A contratação de pessoas com deficiência é apenas uma das etapas

da inclusão, mas a permanência no cargo requer outras medidas importantes.

O principal deles é não excluir estes pessoas do convívio com os demais

funcionários e não isolá-los, pois essas medidas são fundamentais para que

ocorra um real processo de inclusão. Outro ponto relevante é ter em mente que

10 Brasil. Ministério do Trabalho e do Emprego. A inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho. 2ª ed. Brasília: TEM; 2007. 100 p. 11 PORTARIA. Ministério do Trabalho e Emprego – Portaria nº 1.199, de 28 de Outubro de 2003. Extraído via <http://portal.mte.gov.br/legislacao/portaria-n-1-199-de-28-10-2003.htm> em 12 Janeiro de 2013.

Page 35: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · 2.1.1 Constituição Federal de 1988 estabeleceu como fundamentos principais da República Federativa do Brasil a cidadania, a dignidade

35

ajustes serão necessários durante a implantação do programa, pois novas

questões, complexas ou não, podem surgir.

O desempenho do profissional com deficiência deve ser avaliado

dentro dos critérios previamente estabelecidos e acordados entre empregado e

empregador. Esta análise deve levar em conta a limitação que a deficiência

pode causar em sua produtividade. Os critérios também devem ser entendidos

pelos colegas de trabalho, para que todos possam compartilhar uma

experiência que agregue valor, enriqueça as relações humanas no ambiente de

trabalho e desenvolva o potencial de todos dentro da empresa.

A inserção de pessoas com deficiência no mercado de trabalho vem

acontecendo de maneira muito lenta, e em pequena escala, através de

empregadores compreensivos que reconhecem a necessidade de a sociedade

abrir espaços para as pessoas com deficiência qualificadas para a força de

trabalho, fazendo inclusive modificações em suas empresas: adaptações no

ambiente físico, adaptação de procedimentos e instrumentos de trabalho e

treinamento de pessoal na questão da inclusão de pessoas com deficiência

(SASSAKI, 1997)

Para que uma empresa seja socialmente responsável, não é

suficiente cumprir a lei. É preciso agir de forma humanitária, preocupando-se

com a integridade física e moral dos indivíduos que nela trabalham.

Para que se possa realizar uma análise da responsabilidade social

através da inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho, é

imprescindível conhecer o contexto que serviu de sustentação para esta

questão.

Um bom exemplo é a empresa CIFERAL, filial da empresa

Marcopolo, que atua no ramo industrial e criou o projeto Envolver – Programa

de Inclusão Marcopolo, com o compromisso de acolher, cuidar e respeitar as

diferenças. O Envolver nasceu da constatação da empresa de que muitas

pessoas com deficiência não possuíam qualificação profissional requerida e,

por isso, as dificuldades para a inclusão eram evidentes.

Page 36: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · 2.1.1 Constituição Federal de 1988 estabeleceu como fundamentos principais da República Federativa do Brasil a cidadania, a dignidade

36

A empresa Marcopolo procura propiciar uma relação harmônica

entre a organização e os empregados. Por isso, tornou-se importante o

desenvolvimento de um programa que não se preocupe apenas em colocar a

pessoa com deficiência na empresa, mas também proporcionar a sua inclusão

enquanto cidadão produtivo.

Segundo o Departamento de Recursos Humanos, através do seu

coordenador Eugênio Antero da Silva, a empresa não só contrata profissionais

com necessidades especiais, mas também investe em sua qualificação no

próprio exercício das atividades, mesmo treinamento que é realizado com

pessoas que não possuem nenhuma deficiência.

Para o Coordenador do RH, Eugênio Antero da Silva não há

discriminação em relação à pessoa com deficiência no mercado de trabalho,

mas sim falta de parâmetros de como a pessoa com deficiência executaria o

seu trabalho. No princípio havia dúvidas em relação à contratação de pessoas

com deficiência, pois não havia como saber se encontraria pessoas

qualificadas e se essas pessoas seriam bem aceitas pelos colegas e se

sentiram profissionalmente realizados. O resultado do programa é um sucesso.

A empresa acredita que o apoio, a persistência e a criatividade para superar

obstáculos foram fundamentais para esse sucesso.

Hoje a empresa emprega 108 pessoas com diferentes tipos de

deficiência. A maioria são deficientes auditivos que participam de um programa

chamado Comunicação Inclusiva que tem como objetivo proporcionar a

comunicação eficaz entre colaboradores e profissionais da empresa,

fornecendo a pessoa com deficiência auditiva o atendimento devido. O

programa, Interpretação Libras/Português e Português/Libras evita que ele

entre e saia da empresa desorientado, sem entendimento. Após o início do

acompanhamento com o intérprete, o funcionário passou a se expressar, tirar

dúvidas, entender qual o seu trabalho e o que precisa fazer para alcançar a

qualidade de serviço desejado. Para a coordenadoria é fundamental oferecer

treinamento adequado para as pessoas com deficiência a fim de tornar

equilibrada a relação com o empregador.

Page 37: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · 2.1.1 Constituição Federal de 1988 estabeleceu como fundamentos principais da República Federativa do Brasil a cidadania, a dignidade

37

Com relação ao processo seletivo, verificou-se que a empresa

utiliza os mesmos critérios de seleção tanto para pessoas com deficiência

quanto para as pessoas que não são deficientes. Para a empresa essa é a

maneira correta, pois se houvesse distinção seria encarado como preconceito

ou discriminação, pois segundo o coordenador o que deve ser avaliado são as

características, o perfil, a qualificação e o potencial do candidato em relação à

vaga a ser preenchida.

Segundo o coordenador, outro fator importante nesse processo é o

relacionamento amigável entre todos, porque dessa maneira o ambiente da

empresa torna-se saudável de se trabalhar. Tantos os gestores quanto à

equipe apresentam um bom relacionamento com os funcionários com

deficiência e vice-versa.

Na questão da infra-estrutura, observou-se que abrange toda

estrutura física da empresa. A partir do momento em que a empresa começou

a fazer contratações de pessoas com deficiência foram providenciadas as

adaptações necessárias para a limitação dos mesmos. Adaptações estas que

foram rampas de acesso a todas as dependências, banheiros, vagas no

estacionamento, balcões, mesas e cadeiras adequadas, entre outras. Para o

coordenador é importante desmitificar a idéia de que a inclusão traria problema

para a empresa, como gastos para adequação física do espaço, queda de

produtividade ou dificuldades de relacionamento no ambiente de trabalho.

Segundo a empresa, são funcionários interessados, comprometidos e

confiáveis.

Se a pessoa com deficiência tiver atribuições claras e definidas e

receber treinamento adequado para desenvolvê-las, ela terá responsabilidades

e será produtiva como os outros funcionários. É um ganho tanto para o

empregado, quanto para o empregador.

Page 38: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · 2.1.1 Constituição Federal de 1988 estabeleceu como fundamentos principais da República Federativa do Brasil a cidadania, a dignidade

38

5 CONCLUSÃO

Após o término deste estudo podemos constatar que a integração

da pessoa com deficiência no mercado de trabalho é um fator decisivo para

sua inclusão social, independência econômica e conseqüentemente

valorização e realização enquanto cidadão.

O presente estudo apesar de sua limitação foi capaz de levantar

alguns aspectos tidos como importantes para o entendimento de inclusão da

pessoa com deficiência no mercado de trabalho.

Apesar de haverem leis que reconhecem e asseguram os direitos

de pessoas com deficiência no mercado de trabalho, o convívio exige

mudanças e adaptações recíprocas. A sociedade deve se tornar mais

participativa e justa enxergando a pessoa com deficiência como todas as

outras, dotada de pensamentos, interesses, poder de decisão e respeitando o

seu ritmo de desenvolvimento.

Durante a pesquisa, percebemos o quanto é importante a relação

entre educação, conhecimento e interação, autonomia profissional nas fases de

inclusão da pessoa com deficiência. Desfazer preconceitos envolve esforço

social e identificação, levando em conta o outro e o seu direito ater condições

dignas de existência.

Felizmente a elaboração de políticas públicas através do Plano

Nacional Dos Direitos da Pessoa com Deficiência – Viver sem Limites, já está

sendo implantado no Brasil. O programa quer garantir ações em prol do

exercício pleno dos direitos da pessoa com deficiência.

Para o desenvolvimento do trabalho também foi importante analisar

a realidade de uma empresa e como ela atua na contratação de pessoas com

deficiência no mercado de trabalho.

Tivemos em contato com a empresa CIFERAL, localizada na cidade

de Duque de Caxias – RJ, através do seu coordenador Eugênio Antero da

Silva. Realizou-se, juntamente com o Departamento de Recursos Humanos da

Page 39: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · 2.1.1 Constituição Federal de 1988 estabeleceu como fundamentos principais da República Federativa do Brasil a cidadania, a dignidade

39

empresa um levantamento de dados sobre as pessoas com deficiência e

percebemos que a empresa oferece ótimas oportunidades para essas pessoas,

pois a mesma dispõe de uma estrutura toda adaptada a fim de facilitar sua vida

profissional. Também podemos perceber a preocupação da empresa diante do

desenvolvimento profissional das pessoas com deficiência que fazem parte do

quadro de funcionários, participando de programas de treinamento e

desenvolvimento que a empresa oferece, sem nenhum tipo de discriminação.

Dessa forma, com a realização dessa pesquisa tentamos contribuir

para o enriquecimento do debate a cerca da dificuldade da pessoa deficiente e

o papel da empresa na inclusão dessas pessoas no mercado de trabalho.

Procuramos colocar em pauta, questionamentos mais freqüentes, sem a

pretensão de esgotá-los. Ao contrário, espera-se que esses aspectos

abordados sirvam também para incentivar outras análises.

Page 40: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · 2.1.1 Constituição Federal de 1988 estabeleceu como fundamentos principais da República Federativa do Brasil a cidadania, a dignidade

40

6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ARENDT, Hannah. A condição Humana. 9ª Edição: Forense Universitária –

Rio de Janeiro 1999.

CARVALHO-FREITAS, Maria Nivalda de. Inserção de Gestão de Trabalho de Pessoas com Deficiência: Um Estudo de Caso. Revista RAC, Curitiba, v.13, Edição Especial, art. 8, p. 121-138, Jun. 2009. CRUZ, Álvaro Ricardo de Souza. O direito à diferença: as ações afirmativas como mecanismo de inclusão social de mulheres, negros, homossexuais e portadores de deficiência. Belo Horizonte: Del Rey. 2003, p.173. DINIZ, Débora ET al. Diversidade Corporal e Perícia Médica: Novos Contornos da Deficiência para o Benefício da Prestação Continuada. Revista de Textos e Contextos. Porto Alegre, v.8, n.2, p. 377-390, dez. 2009. FONSECA, Milena Pires Angelini. A Lei nº 8.213/91 e o Projeto de Lei nº 2973/11, que aumenta a cota de portadores de deficiência nas empresas privadas. GIL, M. O Que as Empresas Podem Fazer Pela Inclusão das Pessoas com Deficiência. São Paulo: Instituto Ethos, 2002.

MOLTAL, Zélia Maria Cardoso. O trabalho como Direito Humano da Pessoa com Deficiência. In: PIOVESAN, Flávia;

PASTORE José. Oportunidades de Trabalho para Portadores de Deficiência. São Paulo: LTr, 2000. RIBAS, João. O que são pessoas deficientes? São Paulo, Brasiliense, 1983. RIBAS, João. Preconceito contra as pessoas com deficiência. São Paulo: Cortez, 2007. Coleção Preconceito, v. 4. SOUZA, João Batista Rezende; RAMALHO, Ednéia Cristina. Dificuldades da Inclusão do Deficiente Físico no Mercado de Trabalho. Revista Científica Eletrônica de Ciências Contábeis. São Paulo, Ano IV, n.8, out. 2006. SASSAKI, Romeu Kazumi. Vida independente: história movimento, liderança, conceito, reabilitação, emprego e terminologia. São Paulo/SP. Revista Nacional de Reabilitação. 2003. SASSAKI, Romeu Kazumi. Inclusão, construindo uma sociedade para todos. Rio de Janeiro: WVA, 1999. SCHWARZ, Andrea. HABER, Jaques. Cotas: como vencer os desafios da contratação de pessoas com deficiência. São Paulo. 1976

Page 41: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · 2.1.1 Constituição Federal de 1988 estabeleceu como fundamentos principais da República Federativa do Brasil a cidadania, a dignidade

41