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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
AVM FACULDADE INTEGRADA
AUDITORIA EXTERNA ÊNFASE NO PROCESSO DE APLICAÇÃO À
GESTÃO DE ESTOQUE
Por: Vicente Polo Puati
Orientadora Prof. Luciana Madeira
Rio de Janeiro 2016
DOCUMENTO PROTEGID
O PELA
LEI D
E DIR
EITO AUTORAL
2
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
AVM FACULDADE INTEGRADA
AUDITORIA EXTERNA ÊNFASE NO PROCESSO DE APLICAÇÃO À
GESTÃO DE ESTOQUE Apresentação de monografia à AVM
Faculdade integrada para obtenção do grau de especialista em Auditoria e
Controladoria Por: Vicente Polo Puati
3
AGRADECIMENTOS
À minha família, noiva e professores que me guiaram até hoje.
4
DEDICATÓRIA
Dedico aos meus pais que dia pós dia lutaram arduamente na construção do indivíduo que sou hoje, à minha noiva que tem sido o maior presente dos céus e aos meus irmãos que foram testemunhas da caminhada para lograr êxitos na minha vida educacional e profissional.
5
RESUMO
A área de estoque oferece aos auditores excelentes oportunidades para desenvolverem
recomendações por intermédio de procedimentos técnicos. A auditoria externa verifica
o planejamento da produção, os procedimentos de compra, a recepção dos materiais,
armazenamento, as quantidades de bens declarados, exames de documentos, inventários
físicos, confirmação de estoques de terceiros, fazendo assim, maior número de testes
onde necessário. Este é o ponto que me levou a pesquisar sobre o tema, mostrar como a
auditoria em estoques ajuda a melhorar o controle interno e respondendo ao problema
que vai ser investigado. A auditoria em estoque requer atenção extrema, é necessário
um planejamento rigoroso, as chances de fraudes são grandes e a auditoria se mostra
uma ferramenta de grande importância na ajuda da administração da empresa.
6
METODOLOGIA
A pesquisa foi desenvolvida através de levantamento
bibliográfico/documental e pesquisas em artigos da internet como sites
especializados, www.portaldeauditoria.com.br para sua realização me fiz valer de
obras baseadas em autores nos últimos 19 anos, sendo os principais Marcelo
Almeida,William Attie, José Carlos Carvalho e Osni Moura Ribeiro no tema de
auditoria.
7
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 8
CAPÍTULO I - A Auditoria o conceito 11
1.1 Origem e evolução histórica 12 1.2 Objetivo da auditoria 14 1.3 Finalidade da auditoria 15 1.4 Tipos de auditoria 16 1.5 Auditoria interna 18 1.6 Etapas do ciclo de vida da auditoria interna 19 1.7 Objetivo da auditoria interna 20
CAPÍTULO II – Controle interno 22
2.1 A importância do controle interno 23 2.2 O sistema de controle interno 25 2.3 Características do sistema de controle interno 26
CAPÍTULO III – Auditoria em estoques 28 3.1 A auditoria de estoques e a necessidade da mensuração de desperdícios 30 3.2 Controle interno nos estoques 31 3.2.1 Contabilização 32 3.2.2 Inventários físicos 32 3.2.3 Ajustes no inventário 33
3.3 Avaliação dos estoques 34 3.4 Cut-off dos estoques 36
CONCLUSÃO 37 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 38
8
INTRODUÇÃO
Os estoques são materiais e suprimentos que uma empresa utiliza para a
produção de seu produto ou suprimir a necessidade da própria empresa. Nos estoques
muitas vezes é possível encontrar matérias-primas, suprimentos, componentes, materiais
em processo ou produtos acabados, que geralmente é feito a rigor um controle, tanto de
processo como de disponibilidade dos itens. É sempre importante para empresa manter
seus estoques abastecidos, muitas vezes, são constituídos por seus próprios produtos.
Com isso, a área de estoques sempre vai ser um local de grande atenção da empresa,
pois é onde esta concentrada a maior parte do capital da empresa.
Os estoques são bens destinados á venda ou fabricação, relacionados com os
objetivos e atividades da empresa. Eles são importantes na apuração do lucro líquido de
cada exercício social e na determinação do valor capital circulante líquido
representando uma parcela significativa do ativo de uma empresa comercial ou
industrial, por isso, são motivos de atenção especial por parte dos auditores.
Considerando o fato de eles representarem bens físicos suscetíveis de cobiça por parte
de seus manuseadores ou mesmo de terceiros. Sob este contexto, o problema a ser
investigado na presente pesquisa, será: como a auditoria externa através de seus
procedimentos ajuda na detecção e correção de falhas nesta atividade?
9
Desta forma, o objetivo da pesquisa busca analisar como a auditoria externa em
estoques ajuda a melhorar o controle interno da empresa. Esta pesquisa é importante
para que a auditoria externa apure falhas nos controles de estoque e os corrija para a
administração da empresa. Através do controle de estoques os auditores irão conferir se
as normas de estocagem estão sendo feitas de forma correta no intuito de ajudar as
empresas com a detecção de possíveis erros de fraude nas suas gestões.
O primeiro capítulo deste trabalho estará centralizado na auditoria, falarei da
sua origem, bem como as primeiras tentativas de implementação das suas técnicas nas
organizações, abrindo caminho para o segundo capítulo, onde falarei sobre o controle
interno, a gestão de estoque requer tempo, aplicação e controle. Dependendo da área de
atuação da empresa, o gerenciamento do estoque deve ser feito de forma a reduzir falhas
ou contratempos.
O patrimônio de uma empresa é formado pelo conjunto dos elementos
necessários à sua existência e, dentre esses elementos, destaca-se o estoque físico por
constituir o principal item do ativo de muitas empresas. As atividades envolvendo a área
de estoques oferecem ao auditor excelentes oportunidades para ele desenvolver
recomendações construtivas, visando ao aprimoramento dos controles, redução de
custos e mensuração dos resultados, assunto que tratarei no terceiro capítulo deste
trabalho.
10
Palavras chave: Auditoria, Estoques, Controle interno, Procedimentos de
Auditoria
11
CAPÍTULO I
A AUDITORIA
O CONCEITO
Osni Ribeiro (2013) define a auditoria como “técnica contábil que consiste na
verificação da exatidão e fidedigna dos dados contidos nas demonstrações contábeis,
por meio do exame minucioso dos registros de contabilidade e dos documentos que
deram origem a eles”.
É um exame sistemático das atividades em determinada instituição ou setor,
que tem por objetivo averiguar se elas estão de acordo com as disposições planejadas
estabelecidas previamente, se foram implementadas com eficácia e se estão adequadas.
A auditoria das demonstrações contábeis constitui o conjunto de
procedimentos técnicos que tem por objetivo a emissão de parecer
sobre a sua adequação, consoante os Princípios Fundamentais da
Contabilidade e as Normas Brasileiras de Contabilidade e, no que for
pertinente, a legislação específica. (CARVALHO, 2008, p.01)
12
1.1 Origem e evolução histórica
No trabalho “Origem e Conceitos de Auditoria”, o Professor Julio Sergio S.
Cardozo (FAF – UERJ, 2003 p.27 a 29) faz uma dissertação sobre o surgimento e a
evolução da auditoria.
A auditoria como a conhecemos nos dias atuais, nasceu no Reino Unido no
século passado, após inúmeros processos de falência de empreendimentos que captavam
dinheiro do povo, para aplicação em negócios altamente especulativos e, na maior parte
das vezes, pouco sérios. O volume de dinheiro em giro era muito grande como
decorrência do progresso trazido pela Revolução Industrial. Isto fez com que os
contadores da época sentissem a necessidade de se organizarem para a prestação de
serviços capaz de suprir aquele mercado profissional emergente, uma vez que eles
entendiam ser possível desenvolver uma atuação de apoio e proteção aos investidores,
através do exame das demonstrações financeiras e outros processos técnicos.
A maior preocupação dos contadores era o estabelecimento dos padrões
profissionais, de tal modo que pudessem servir de orientação para a condução dos
trabalhos de auditoria. Foi pensando assim que se organizaram associações
profissionais, sendo a primeira delas, a Sociedade dos Contadores de Edimburgo,
fundada em 1853. A partir de então, formaram-se muitas outras entidades, com
idênticos objetivos. Atualmente o “Istitute of Chartered Accountants” é a instituição
que conta com maior prestigio na Grã Bretanha.
Embora tenha sido uma invenção, por assim dizer, inglesa, a auditoria recebeu
grande impulso nos Estados Unidos, de onde são emanados os procedimentos técnicos
adotados por contadores de quase todos os países do chamado mundo capitalista
inclusive o Brasil.
Nos Estados Unidos, a auditoria foi introduzida por contadores ingleses
enviados para auditarem as firmas norte-americanas pertencentes a capitais britânicas. A
13
primeira firma de auditoria a ser estabelecida na America o fez em 1893. Aqui, também,
os contadores procuram formar associações profissionais valendo-se sempre da
experiência britânica, sendo que a associação americana de contadores públicos foi
fundada em 1987.
O “American Institute of Certified Public Accounts – AICPA”, fundado em
1916, é a entidade máxima que congrega os auditores americanos. Cabe ao AICPA a
função de orgão examinador dos candidatos a auditores independentes e, paratanto,
organiza exames de sufuciecia semi-anuais, em todos os estados americanos. O
resultado desses exames é reconhecido oficialmente .
No Brasil, somente a partir dos anos 70 é que a auditoria tomou maior impulso,
motivando a comunidade contabil a pós a promulgação de uma série de dispositivos
legais sobre o assunto. Historicamente, o desenvolvimente da auditoria em nosso País
pode ser dividido em trés fases.
1ª Até 1946, quando tivemos a promulgação do decreto-lei 9.295.
2ª De 1964 até até 1967, com oss decretos-lei 199 e 200, ambos de 25/02/67, e,
finalmente
3ª Após 1967
Até 1946, a atividade de auditoria no Brasil praticamente não existia, exceto
em empresas estrangeiras, como uma continuidade dos hábitos adotados por sua
matrizes. A esta altura só se recorria aos contadores de maior gabarito profissional, os
medalhões quando se desejava apurar alguma fraude, esclarecer suspeita de desfalque,
falência fraudulenta ou dirimir controvérsia envolvendo apuração de haveres. Era um
trabalho pericial, bem diferente de uma auditoria.
A partir de 1946, com o advento do Decreto-lei 9.295 que regulamentou a
profissão de contabilista no Brasil, nos moldes atuais, estabeleceu-se para o contador a
prerrogativa de exclusividade na execução dos trabalhos de auditoria e perícia.
Conv+em assinalar que naquela época o termo “auditoria” não era corrente, preferindo-
se “revisão de escrita” para assinalar as atividades típicas desta especialização da
profissão contábil. Nunca é de mais lembrar que o Decreto-lei em questão não criou de
14
auditor, tão somente atribuiu ao contador a exclusividade para o desenvolvimento da
auditoria no Brasil, o Decreto-lei 9.295/46, teve o indiscutível mérito de preservar a
qualidade dos trabalhos, a partir do momento que exigiu maior qualificação técnica para
os profissionais executores, reservando aos bacharéis em Ciências Contábeis o direito
de praticar a auditoria.
Deacordo com Ribeiro (2013), surgiu da necessidade de se garantir a
veracidade das informações derivadas dos registros contábeis.
1.2 Objetivo da Auditoria
O objetivo geral da auditoria com o staff da administração é assessorar no
desempenho de suas funções e responsabilidades, de acordo com o planejamento e com
o programa de trabalho, avaliando se a organização, o departamento, as atividades, os
sistemas, os controles, as funções ou as operações estão atingindo os objetivos da
empresa ou organização. Também é preciso considerar como premissa a busca dos três
“Es”, sendo eles; Eficiência, Eficácia e Economicidade.
Ao falar sobre o objetivo da auditoria, Ribeiro (2013) diz que, é aumentar o
grau de confiança dos usuários em relação a seu objeto. Quando se tratar de auditoria
independente, por exemplo, cujo objeto são as demonstrações contábeis, seu objetivo
será aumentar o grau de confiança dos usuários em relação às informações contidas
nessas demonstrações que foram examinadas, corroborando desta forma
(MARCONDES, 2003, p.4), “é a emissão do parecer sobre a adequação com que as
demonstrações financeiras representam a posição financeira.”
15
Desta forma ambos autores expressam que o objetivo da auditoria denota transparência
a partir dos pareceres, aumentando a confiança na empresa.
1.3 Finalidade da auditoria
Tendo em vista que a auditoria é uma técnica contábil com múltipla ação para
Ribeiro (2013). Sua finalidade variará conforme os objetivos desejados. Quando o
objetivo da auditoria for o exame das demonstrações contábeis, sua finalidade será
expressar a opinião que assegure aumentar o grau de confiança dos usuários em relação
às respectivas demonstrações contábeis.
Quando se tratar de auditoria independente das demonstrações contábeis, o
auditor expressará a opinião garantindo, por exemplo, que as demonstrações contábeis
tenham sido elaboradas, em todos os aspectos relevantes, em conformidade com uma
estrutura de relatório financeiro aplicável.
A finalidade da auditoria é propiciar um ambiente estável nas organizações, o
uso da técnica da auditoria no controle e segurança das informações do dia a dia, deve
transmitir confiabilidade e segurança, tanto aos usuários internos como externos, além
do caráter da própria fiscalização.
16
1.4 Tipos de auditoria
Pelos conceitos emitidos, verifica-se que a auditoria compreende uma atividade
bem diversificada quanto à sua aplicação. Para maior compreensão do assunto, pode-se
dividir a auditoria em vários tipos, de acordo com a utilidade que se espera.
Objetivos pretendidos
Quanto aos objetivos a atingir, existem dois tipos de auditoria;
- Auditoria Contábil
- Auditoria Operacional
Auditoria Contábil é um sistema coordenado de verificações
especializadas praticadas em organizações administrativas, abrangendo; levantamento
dos requisitos legais atinentes à atividade desenvolvida pela organização, observação
do sistema de controles internos; exame detalhado dos registros e documentos
contábeis; verificação física dos bens declarados como existentes; confirmação de
créditos e débitos relativos a transações realizadas e comprovação se as demonstrações
contábeis expressam a realidade financeira e patrimonial do empreendimento.
A realização da Auditoria Contábil, depende da existência de critérios estabelecidos,
promulgados pelas autoridades competentes. Estas normas fornecem as bases para a
mensuração quanto à conformidade ou não da entidade auditada em relação ao
estabelecido.
A base de atuação da Auditoria Contábil é fornecida pelos princípios de
contabilidade promulgados pelo Conselho Federal de Contabilidade. A documentação
contábil e o sistema de controles internos consistem nos elementos a serem examinados
pelo auditor. Finalmente, o relatório de auditoria e o método pelo qual o auditor se
17
comunica com os usuários das demonstrações contábeis, informando-lhes de seu
julgamento a respeito.
Auditoria Operacional consiste em um sistema coordenado de
verificações especializadas realizadas em organizações administrativas, abrangendo:
coleta de dados e informações; análises específicas e cálculo de produtividade e
rentabilidade.
Este tipo especial de auditoria surgiu ao fim da II Guerra Mundial, com objetivos muito
mais amplos do que aqueles atribuídos à Auditoria Contábil. Diferentemente da
Auditoria Contábil, a Auditoria Operacional não conta com uma fonte autorizada que
lhe forneça critérios para servir de base à sua atuação. Isto é verdadeiro porque a
Auditoria Operacional se preocupa com a efetividade e eficiência de uma organização,
entendendo “efetividade” como uma medida de como uma entidade é bem sucedida na
consecução das metas e objetivos estabelecidos. “Eficiência” diz respeito como uma
organização utiliza bem os seus recursos em um nível particular de atividade. Devido à
natureza extensa da Auditoria Operacional, ela é executada por uma variedade de
profissionais. O grupo de auditoria pode ser composto por contadores, engenheiros,
analistas de sistemas, economistas e advogados. O relatório de auditoria, em
consequência, assume uma variedade de formas, a fim de atender a esta diversificação.
A Auditoria Contábil está intimamente ligada à contabilidade, fornecendo aos
usuários a certeza quanto à verdade contida nas demonstrações contábeis. Já a Auditoria
Operacional está ligada à administração, aferindo desempenhos não necessariamente
objeto de apreciação da contabilidade tradicional.
18
1.5 Auditoria interna
Para Ribeiro (2013) é a atividade de avaliação estabelecida ou fornecida como
um serviço para a entidade. Suas funções incluem, dentre outras: exame, avaliação e
monitoramento da adequação e efetividade do controle interno.
Segundo estabelecem as normas internacionais para o exercício profissional da
auditoria interna, derivadas do Institute of Internal Auditors, a auditoria interna é uma
atividade independente e objetiva, que presta serviços de avaliação e de consultoria e
tem como objetivo adicionar valor e melhorar as operações de uma organização.
Portanto, a auditoria interna, também conhecida por auditoria operacional,
desenvolve-se, principalmente, por meio do exame, da avaliação e do monitoramento da
adequação e efetividade do controle interno, com o propósito, conforme vimos, de
adicionar valor e melhorar as operações de uma organização.
A principal função da auditoria interna é auxiliar a organização a alcançar seus
objetivos. Ela pode ser realizada tanto por auditores internos, empregados da própria
empresa, como por auditores independentes contratados para esse fim. Os auditores
internos são as pessoas que executam as atividades da função de auditoria interna. Eles
podem fazer parte de um departamento de auditoria interna ou de uma função
equivalente, corroborando desta forma Carvalho (2008, p.305), o auditor interno “é um
empregado da empresa e, dentro de uma organização, não deve estar subordinado
àqueles cujo trabalha examina. Além disso, o auditor interno não deve desenvolver
atividades que possa vir um dia a examinar”.
19
1.6 Etapas do ciclo de vida da auditoria interna
Conforme Ribeiro (2013), o ciclo da vida da auditoria interna pode ser dividido
em quatro etapas: planejamento, execução, relatório e follow-up.
O planejamento consiste na definição de estratégia global para o trabalho e
para o desenvolvimento de plano de auditoria. A execução consiste no desenvolvimento
dos trabalhos de auditoria com a realização dos testes necessários. É o trabalho de
campo realizado nas dependências da empresa auditada. Nesta etapa, o auditor ou a
equipe de trabalho aplica os procedimentos de auditoria conforme o planejamento. O
relatório de auditoria, que será entregue ao cliente, é um documento no qual o auditor
interno expressa sua opinião como resultado dos trabalhos de auditoria. Follow-up
consiste na auditoria das ações que foram implementadas pela administração após tomar
conhecimento das evidências de distorções existentes e devidamente incluídas no
relatório.
20
1.7 Objetivos da auditoria interna
Segundo Ribeiro (2013) as atividades da função de auditoria interna podem
incluir um ou mais dos itens a seguir:
- Monitoramento do controle interno – compreendem as responsabilidades específicas
de revisão de controles, monitoramento de sua operação e recomendação de melhorias
nestes;
- Exame das informações contábeis e operacionais – compreendem as responsabilidades
pela revisão dos meios usados para identificar, mensurar, classificar e reportar
informações contábeis e operacionais e fazer indagações específicas sobre itens
individuais, incluindo o teste detalhado de transações, saldos e procedimentos.
- Revisão das atividades operacionais – compreendem as responsabilidades por revisar a
economia, eficiência e eficácia das atividades operacionais, incluindo as atividades não
financeiras de uma entidade;
- Revisão da conformidade com leis e regulamentos – compreendem as
responsabilidades por revisar a conformidade com leis, regulamentos e outros
requerimentos externos e com políticas e normas da administração e outros
requerimentos internos;
- Gestão de risco – corresponde a ajudar a organização mediante a identificação e
avaliação das exposições significativas a riscos e a contribuição para a melhoria da
gestão de risco e dos sistemas de controle;
- Governança – consiste em avaliar o processo de governança quanto à realização de
seus objetivos de ética e valores, administração de desempenho e prestação de contas,
comunicando informações sobre risco e controle para as áreas apropriadas da
organização, e da eficácia da comunicação entre as pessoas responsáveis pela
governança, os auditores internos e independentes e a administração;
Percebe-se que os objetivos das funções de auditoria interna variam
amplamente e dependem do tamanho e da estrutura da entidade e dos requerimentos da
administração.
21
O American institute of Certified Public Accountants, define o controle interno
como o “conjunto coordenado dos métodos e medidas, adotados pela empresa, para
proteger seu patrimônio, verificar a exatidão e a fidedignidade de seus dados contábeis,
promover a eficiência operacional e adesão à política traçada pela administração”.
O controle interno exerce papel fundamental para o alcance dos objetivos pré-
estabelecidos pelas empresas e instituições para que não haja desvios do planejamento
efetuado, evitando riscos operacionais de imagem e de legalidade, assunto que falarei no
próximo capítulo.
22
CAPÍTULO II – CONTROLE INTERNO
Almeida (2012) define o controle interno como; “o conjunto de procedimentos,
métodos ou rotinas com os objetivos de proteger os ativos, produzir dados contábeis
confiáveis e ajudar a administração na conduta ordenada dos negócios da empresa”. Já
Carvalho (2008) define o controle interno como “o conjunto de procedimentos adotados
pela auditoria com vistas à salvaguarda dos ativos e à eficácia operacional”.
“O AICPA, American Institute of Certified Public Accountants (Comitê de
Procedimentos de Auditoria do Instituto Americano de Contadores Públicos
Certificados), por meio de Relatório Especial da Comissão de Procedimentos de
Auditoria, definiu o controle interno como sendo “o plano da organização e todos os
métodos e medidas coordenados, aplicados a uma empresa, a fim de proteger seus bens,
conferir a exatidão e a fidelidade de seus dados contábeis, promover a eficiência e
estimular a obediência às diretrizes administrativas estabelecidas”.
Na realidade, estas definições reconhecem que um sistema de controle interno
se projeta além das questões diretamente relacionadas com as funções dos
departamentos de contabilidade e de finanças. Sendo assim, sem o perfeito
conhecimento do que foi planejado, é improvável que se faça um controle interno
adequado. O controle interno é essencial para efeito de todo o trabalho de auditoria e,
assim, a existência de um satisfatório sistema de controle interno reduz a possibilidade
de erros e irregularidades. Essa indicação está incorporada nas normas de auditoria e
reforça a importância do estudo e da avaliação do sistema de controle das empresas,
pelo auditor, com base na determinação da natureza, extensão e oportunidade dos
exames a serem aplicados. Note-se que a suposição é de que a probabilidade de erros e
irregularidades é reduzida, não eliminada. Dado esse fato, procedimentos de auditoria
podem ser restringidos, mas nunca eliminados pela confiança que se tenha no sistema
de controles internos.
23
2.1 A importância do controle interno
Em uma organização o controle interno representa os procedimentos ou rotinas
cujos objetivos são proteger os ativos, produzir os dados contábeis confiáveis e ajudar
na condução ordenada dos negócios da empresa, representando os controles contábeis e
administrativos de maneira clara e prática. Entende-se então que todas as empresas que
têm controle interno adequado podem ter com exatidão as informações necessárias para
uma melhor gestão, auxiliando os administradores no aperfeiçoamento as operações em
busca dos objetivos a serem atingidos, aprimorando a eficiência dos processos
produtivos com redução de custos e melhoria na qualidade dos produtos e serviços,
tornando a empresa cada vez mais competitiva.
Conforme Carvalho (2008), o auditor deve efetuar o estudo e a avaliação do
sistema contábil e de controles internos da entidade, como base para determinar a
natureza, oportunidade e extensão da aplicação dos procedimentos de auditoria,
considerando:
- O tamanho e a complexidade das atividades da entidade;
- Os sistemas de informação contábil, para efeitos tanto internos quanto externos;
- As áreas de risco de auditoria;
- A natureza da documentação, em face dos sistemas de informatização adotados pela
entidade;
- O grau de descentralização de decisão, adotado pela administração da entidade;
- O grau de envolvimento da auditoria interna.
Na avaliação do sistema contábil e de controles internos pelo auditor devem ser
considerados os seguintes aspectos:
- O ambiente de controle existente na entidade;
- Os procedimentos de controle adotados pela administração da entidade.
O primeiro grupo contempla:
- A definição de funções de toda a administração;
- O processo decisório adotado na entidade;
24
- A estrutura organizacional da entidade e os métodos de delegação de autoridade e
responsabilidade;
- As políticas de pessoal e a segregação de funções;
- O sistema de controle de administração, incluindo as atribuições da auditoria interna,
se existente.
Os procedimentos de controle incluem:
- As normas para a elaboração de demonstrações contábeis e quaisquer outros informes
contábeis e administrativos, para fins internos ou externos;
- A elaboração, a revisão e a aprovação de conciliações de contas;
- A sistemática revisão da exatidão aritmética dos registros;
- A adoção de sistemas de informação computadorizados e os controles adotados na sua
implantação, alteração, acesso a arquivos e geração de relatórios;
- Os controles adotados sobre as contas que registram as principais transações da
entidade;
- O sistema de aprovação e a guarda de documentos;
- A comparação de dados internos com fontes externas de informação;
- Os procedimentos de inspeções físicas periódicas em ativos da entidade;
- A limitação do acesso físico a ativos e registros;
- A comparação dos dados realizados com dados projetados.
Um sistema de controle interno adequado garante não só ao auditor
independente obter maior credibilidade nas informações contidas nas demonstrações
contábeis, como também auxilia a administração no aperfeiçoamento das suas
operações em busca dos seus objetivos, aprimorando a eficiência dos processos
produtivos com a redução de custos e melhoria na qualidade dos produtos e serviços.
Conclui-se que controle interno é responsabilidade de todos nas organizações, e seus
mecanismos devem ser eficazes do ponto de vista dos resultados esperados, e eficientes
em termos de funcionalidade e rapidez de resposta. O controle interno não deve gerar
trabalho desnecessário tampouco encarecer ou tornar pesada a burocracia da
organização.
25
2.2 O sistema de controle interno
Um sistema de controle é uma combinação de políticas, procedimentos,
sistemas operacionais, de informação e outros instrumentos, mantidos pelas
organizações.
Deve ser estabelecido por determinação dos proprietários, controladores ou
administradores.
De acordo com o Boletim IOB – Temática Contábil e Balanços (2003, p37), ao
desenvolverem seus sistemas de controle interno, as empresas devem considerar um
conjunto de características, para que o controle alcance a eficácia desejada:
- Proteger o patrimônio e os resultados: do ponto de vista da proteção ao patrimônio, os
ativos devem refletir seu efetivo potencial de benefícios futuros. Os passivos devem
espelhar as obrigações assumidas, considerando as estratégias definidas para as decisões
de funcionamento (curto prazo) e de financiamento (longo prazo) das atividades da
empresa. Para os resultados, as receitas devem refletir os preços de venda dos produtos
e serviços, validados pelo mercado consumidor, e as despesas devem espelhar o
sacrifício consciente empreendido para obter as receitas;
-Auxiliar a administração na condução eficiente e ordenada dos negócios: aqui se
considera a delegação de autoridade para tomada de decisões operacionais pelos
empregados, no exercício das diversas atividades. Essa delegação permite estabelecer
canais adequados de comunicação, planejamento, execução e controle por toda a
organização;
-Promover e avaliar a eficiência operacional de todos os aspectos das atividades
empresariais: aqui é preciso reconhecer a ocorrência das atividades, definidas como
processos operacionais que consomem recursos para obter produtos e serviços, que
causam a ocorrência dos eventos;
- Comunicar diretrizes administrativas e estimular seu cumprimento: a gestão eficaz das
organizações considera a definição de diretrizes estratégicas, sua conversão em
objetivos de negócios, a materialização destes objetivos por meio de orçamentos, a
execução ordenada e o controle das atividades empresariais.
26
2.3 Características do sistema de controle interno
Segundo Attie (1998, p.114) Um sistema de controle interno bem desenvolvido
pode incluir o controle orçamentário, custo-padrão, relatórios operacionais periódicos,
análises estatísticas, programa de treinamento do pessoal e, inclusive auditoria interna.
Pode também, por conveniência, abranger atividades em outros campos, como por
exemplo, estudo de tempos e movimentos e controle de qualidade.
De acordo com o Boletim IOB – Temática Contábil e Balanços (2003, p.37),
um adequado sistema de controle interno deve possuir algumas características:
- ser confiável;
- estar adequado à realidade, complexidade e porte da empresa;
- ser estável para propiciar um adequado ambiente de controle, e flexível o suficiente
para permitir modificações que contribuam para a rápida adaptação da empresa ao novo
ambiente de negócios;
- possibilitar o acompanhamento e o controle tempestivo das atividades, processos de
negócios e ciclos de transações;
- propiciar a salvaguarda dos ativos;
- permitir a otimização no uso dos recursos;
- prevenir e detectar roubos e fraudes
Além das características apresentadas, um sistema de controle interno deve
verificar se a qualificação profissional dos empregados é compatível com suas
atribuições; se a estrutura contábil é adequada e se existe uma hierarquia organizacional.
O objetivo da auditoria é a apreciação das demonstrações financeiras, as quais
não existem por si só, mas dependem de uma multiplicidade de fatores internos e
externos e de um fluxo de informações que as canalizem por meio de sistemas de
controles internos. O patrimônio de uma empresa é formado pelo conjunto dos
27
elementos necessários à sua existência e, dentre esses elementos, destaca-se o estoque
físico por constituir o principal item do ativo de muitas empresas. As atividades
envolvendo a área de estoques oferecem ao auditor excelentes oportunidades para ele
desenvolver recomendações construtivas, visando ao aprimoramento dos controles,
redução de custos e mensuração dos resultados. Em virtude da grande concorrência
existente em qualquer setor da economia e da necessidade que as empresas têm em
controlar os seus ativos, a auditoria de estoques passou também a ser utilizada como
uma ferramenta estratégica de gestão. Logo essa auditoria constitui um conjunto de
procedimentos que tem por objetivo examinar se os recursos estão sendo aplicados de
maneira eficiente, assim como verificar se os resultados das operações e programas
estão compatíveis com o que foi planejado. A auditoria de estoques representa um elo
fundamental entre o inventário e os resultados, externando de forma analítica os
possíveis atores causadores da ineficiência, tema que falarei no capítulo seguinte.
28
CAPÍTULO III – AUDITORIA EM ESTOQUES
Estoque é a quantidade de um bem armazenado ou em conservação (matérias-
primas, produtos semiacabados ou acabados). Os bens podem ser estocados para venda,
abastecimento de entressafra ou simplesmente para especulação. (Sandromi, 2000
p.223)
O rol de contas que representam o estoque varia de empresa para empresa,
podendo assim ser classificado:
- mercadoria para revenda: são mercadorias adquiridas de terceiros especificamente para
revenda;
- produtos acabados: são os produtos disponíveis para revenda que foram fabricados na
própria empresa
- produtos em elaboração: são os bens adquiridos que estão no processo de
transformação;
- matérias-primas: são os materiais ou insumos que ainda serão aplicados na produção;
- materiais auxiliares: são os itens destinados a manutenção das atividades de produção
e de consumo em geral;
- material de embalagem: são os itens destinados a embalagem ou acondicionamento de
produtos acabados;
- almoxarifado: são os estoques de consumo em geral, podendo incluir produtos de
alimentação do pessoal, materiais de escritório, peças em geral dentre outros;
- estoque em transição: material em movimento entre duas ou mais localidades, que
geralmente encontram-se geograficamente separados;
- estoques consignados: estoque, geralmente de produtos acabados, que estão em posse
de clientes, distribuidores ou agentes, cuja propriedade continua sendo do fabricante por
acordo firmado entre eles.
Segundo Almeida (2012), a verificação dos estoques para o trabalho de
auditoria é de extrema importância, nos últimos anos têm se verificado que alterações
nos estoques podem ocasionar mudanças importantes nas empresas. Os próprios
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empresários têm mostrado interesse nos estoques devido a pressão sobre preços e lucros
e a informatização que acaba ajudando no controle de estoques evitando assim erros e
fraudes tendo assim demonstrações contábeis mais concretas.
O trabalho de João Lúcio (1998) “auditoria dos estoques”, diz que a auditoria
nos estoques têm a importância de conferir a exatidão dos saldos demonstrados no
Balanço Patrimonial e/ou declarado no livro próprio de registro de inventário das
empresas, utilizando alguns procedimentos que visam assegurar a existência e a
propriedade dos estoques. O auditor deve efetuar testes de contagem, anotando-os em
seus papéis de trabalho e examinar as folhas do inventário para confirmar a existência
dos itens por ele testados. Esses testes devem ser tanto mais numerosos quanto maior
for ou mais complexo e diversificado for o inventário.
Pela auditoria em estoques, podem-se descobrir métodos utilizados pelos
sonegadores para tentar ocultar do auditor fiscal, tal prática, como é o caso da
superavaliação e a subavaliação de estoques.
Dentre os procedimentos de auditoria dos estoques, o levantamento específico,
tem sido uma técnica útil. Alguns consideram indiferente o procedimento de auditoria
dos estoques, porém, nunca deixará de ser sempre uma questão atual e um instrumento
de grande valia para o auditor.
Para Gellati e Meneghetti (2007) que em seu trabalho “a importância da
auditoria nos estoques”, explica sobre a avaliação do controle interno feito pelos
auditores dentro da empresa.
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3.1 A auditoria de estoques e a necessidade da mensuração de
desperdícios
Uma vez que os estoques constituem um dos principais ativos da organização,
uma ação necessária à eficácia da auditoria é determinar as quantidades e a qualidade
dos mesmos, assim como conferir a exatidão dos cálculos referentes a seu valor. A
empresa deve buscar uma organização no sentido de controlar e fazer vigilância
permanente de seus estoques, sua guarda e movimentação.
O controle, portanto, deve ser relacionado relacionalmente dimensionado, não
podendo ser maior do que o necessário para que a empresa não comprometa o seu
capital de giro, nem muito pequeno para que não comprometa o suprimento das
necessidades da empresa. O descontrole dos estoques pode ocasionar sérias
consequências à empresa, como o aumento de custos e de despesas financeiras,
ociosidade de recursos e redução da lucratividade. Outro aspecto que deverá ser
mensurado são as perdas provocadas pelas rupturas, furtos, erros operacionais, avarias e
alguns outros tipos de desperdícios.
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3.2 Controle interno nos estoques
Attie (1998) comenta em seu trabalho que o controle interno tem por objetivo a
determinação do escopo de trabalho para o auditor, os procedimentos a utilizar, a data e
a extensão dos trabalhos. Cada companhia tem seu controle interno de acordo com suas
necessidades, muito embora isto seja variável de companhia para companhia, a
administração deve estabelecer os controles internos que lhe concedam alguma
segurança para efeito de sua gestão. Para Attie, alguns exemplos de controle interno
são:
- Segregação de funções entre a guarda física dos estoques e a contabilização;
- Autorização de compra por pessoa de nível;
- Utilização de requisição de materiais para produção;
- Utilização de coleta de preços para compra;
- Apontamentos das horas trabalhadas na produção;
- Registro perpétuo do estoque;
- Determinação de ponto mínimo de estoque;
- Conciliação periódica entre o registro perpétuo e o razão sintético de estoques;
- Contagens rotativas de estoques;
- Sistema de custo integrado à contabilidade;
- Segregação de funções entre o setor de compras e o de recebimento;
- Contagem física quando da recepção e emissão de documento comprobatório.
Através do conhecimento das vendas e compras realizadas a partir desse
controle, poderão ser visualizados pela empresa os registros de controle de estoque e a
viabilidade financeira da empresa.
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3.2.1 contabilização
Almeida (2012, p.117) diz que os estoques são classificados no ativo
circulante, observando sempre os produtos acabados em primeiro lugar, os produtos em
processo em segundo e as matérias-primas em terceiro, sendo classificados em ordem
decrescente de grau de liquidez.
3.2.2 Inventários físicos
Segundo Franco e Marra (2001), o inventário físico faz a contagem e inspeção
de todos os estoques existentes, fazendo também a avaliação dos mesmos.
Ao auditor cabe observar o desenvolvimento do inventário físico.
Todavia, o auditor deve inteirar-se antecipadamente do programa de
realização de inventário, não só para comparecer, mas, para verificar
se o programa é satisfatório e para poder sugerir procedimentos que
julgar necessários. (Franco e Marra, 2001, p.400)
Franco e Marra (2001), listam pontos fundamentais para um auditor na
elaboração de um inventário físico;
- Estabelecer horário para a realização do inventário;
- Estabelecer que haja arrumação adequada dos estoques;
- Definir quantas contagens serão necessárias;
- Realizar antecipadamente um pré inventário, em alguns setores, quando possível;
- Determinar que os produtos acabados sejam os primeiros a serem inventariados;
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- Determinar que seja efetuada com antecedência a indicação quanto aos itens com
pouca movimentação ou obsoletos;
- Determinar quais os critérios de contagem;
- Determinar que as fichas de controle dos estoques fiquem sob custódia do responsável
pelo setor e sejam liberadas somente quando do final do inventário
- Indicar pessoa exclusiva para ser responsável pelos serviços de “corte” de
documentação, isto é, entradas, saídas, requisições, ordens de produção e etiquetas;
- Estipular a paralisação da produção e de setores do almoxarifado;
- Determinar que no controle das etiquetas de inventário seja elaborado um quadro de
distribuição, que identifique as emitidas, canceladas e rasuradas;
- Na ocorrência de etiquetas rasuradas, sejam estas canceladas, emitindo-se outras.
Quanto maior for o estoque, maior será o risco de fraude ou roubos, o auditor
deve se ater a este fato e fazer maiores números de testes.
3.2.3 Ajustes do inventário
O ajuste no inventário apura e corrige as diferenças após os inventários,
alterando qualquer erro não visto na montagem do inventário.
Franco e Marra (2001, p.403), mostram que depois do inventário é normal que
sejam apuradas diferenças em relação aos registros. Se tais diferenças forem relevantes,
devem ser propostos ajustes nos registros para que o montante que venha a figurar no
ativo do balanço seja correto e adequado.
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3.3 Avaliação dos estoques
Não basta apenas manter um controle e planejamento dos estoques em termos
de quantidade, o estoque deve ser avaliado, também em termos de preço.
A avaliação dos estoques segundo Franco e Marra (2001) deve ser feita pelos
preços de custo ou mercado, escolhendo o menor. É um princípio derivado na prudência
administrativa, do conservadorismo. Os critérios são utilizados baseados na função da
empresa, organização e seu controle.
Segundo Franco e Marra (2001), depois de escolher o critério de avaliação, este
deve ser conservado exercício após exercício, para que os próximos resultados que
vierem a ser apurados sejam uniformes. Caso não ocorra, há o risco de se chegar a um
resultado operacional errado.
“As mudanças não são proibidas, mas quando ocorrer, seus efeitos devem ser
quantificados e revelados. A revelação é feita através de nota explicativa
esclarecedora”. (FRANCO e MARRA, 2001, p.405)
Os métodos de avaliação mais conhecidos são:
- Custo real específico, onde cada item dos estoques tem seu custo conhecido e por ele é
avaliado;
- Custo médio ponderado, onde se apura o custo ponderado de cada espécie de produto,
durante o exercício, aplicando-se essa média ao estoque final desse produto;
- Sistema de custo peps, onde se fez a avaliação pelo custo da primeira entrada;
- Sistema ueps, onde a avaliação é pelo custo da última entrada.
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Sistema peps: primeiro a entrar, primeiro a sair ou (first in, first out), este
sistema usa o custo do lote mais antigo quando da venda da mercadoria até que se
esgotem as quantidades desse estoque, partindo posteriormente ao lote mais antigo,
assim sucessivamente.
Sistema UEPS: Último a entrar, primeiro a sair ou (last in, first out), diferente
do peps, este sistema visa a saída do último lote a entrar.
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3.4 Cut-off dos estoques
Segundo Attie (1998), o cut-off tem como meta a correta contabilização das
transações em seus períodos de competência. O auditor deve verificar se todos os
estoques existentes de propriedade da companhia foram apropriadamente incluídos nos
estoques, e os que não pertencem foram retirados. O cut-off trabalha com a
independência de dois exercícios sociais separados apenas pela mudança cronológica de
uma data previamente definida pela administração, como sendo a de encerramento do
exercício social.
Pode acontecer de mercadorias terem sido incluídas no estoque sem que
tenham feito a devida contabilização, ou de vendas realizadas em períodos errados. Com
o tempo esses feitos irão se compensar, mas o exercício social ora auditado, terá sido
influenciado pelos erros da contabilização em exercícios errados.
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Conclusão
Como a auditoria externa através de seus procedimentos ajuda na
detecção e correção de falhas nesta atividade?
A auditoria nos estoques propõe a verificação da organização, o
planejamento e o controle do estoque, adotando alguns procedimentos para
verificar o inventário físico, para ter a certeza de que os materiais existem nos
devidos estoques, evitando assim erros ou fraudes. A auditoria em estoques
requer um planejamento cuidadoso e investimentos em tempo, empenho e
custo. O auditor efetuará testes de contagem, fazendo anotações em seus
papéis de trabalho. Esses testes devem ser mais numerosos o quanto maior for
o tamanho do estoque e a quantidade de seus itens. Algumas empresas tratam
os estoques apenas como despesas já pagas, em outras representam o ativo
mais importante a ser auditado, por isso as chances de ocorrerem erros ou
fraudes são grandes e a auditoria através de seus procedimentos ajudará
nesse trabalho para a administração da empresa ter um controle melhor neste
setor evitando tais problemas, acarretando desta forma em mais credibilidade
no seu ativo e maior transparência.
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BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
ATTIE, WILLIAM, AUDITORIA CONCEITOS E APLICAÇÕES 3ª Ed. São Paulo
Atlas, 1988
CARVALHO, JOSÉ CARLOS DE OLIVEIRA, AUDITORIA GERAL E PUBLICA 2ª
Ed São Paulo, Elsever 2008
FRANCO, HILÁRIO, MARRA, ERNESTO. AUDITORIA CONTÁBIL 4ª Ed São
Paulo, Atlas, 2001
PROFESSOR (L.D) JULIO SERGIO S. CARDOZO FAF-UERJ, 2003
RIBEIRO, OSNI MOURA, AUDITORIA FÁCIL 2ª Ed São Paulo, 2013
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