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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
FACULDADE INTEGRADA - AVM
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
A IMPORTÂNCIA DA NEUROCIÊNCIA NAS ATIVIDADES FÍSICAS
VISANDO A SUPERAÇÃO DOS TRANSTORNOS SÓCIO-EDUCATIVOS
RICARDO VICENTE DA COSTA PALAZZO
ORIENTADORA – PROFª. MARTA RELVAS
RIO DE JANEIRO
2013
DOCU
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5
RESUMO
Este trabalho tem como objetivo ser mais uma contribuição da
neurociência ao trabalho realizado pelos educadores, mas, também, por todos
aqueles comprometidos e envolvidos, direta ou indiretamente, com a educação
infanto-juvenil e que têm como referência a prática constante de atividades
físicas, particularmente, jogos e brincadeiras infantis como forma de superação
para as dificuldades e/ou transtornos de aprendizagem e uma melhoria do
aproveitamento socioeducativo dos educandos.
Palavras chave: Neurociência, atividades físicas, transtornos
socioeducativos, infanto-juvenil.
6
METODOLOGIA
Para realizar este trabalho escolheu-se uma pesquisa descritiva
participativa visando à participação direta do indivíduo e também levando em
consideração suas aspirações e potencialidades de conhecer e agir
incentivando-o em seu crescimento autônomo e de autoconfiança na reflexão
de novas ações a serem realizadas.
De acordo com o autor A. Gressler, a pesquisa descritiva “tem como
objetivo a descrição de fatos, fenômenos e características presentes em uma
determinada população ou área de interesse. Sua principal preocupação está
voltada para o presente e consiste em descobrir “o que é?” e não procurar
explicações para as relações interpessoais ou testar hipóteses provando
causa e efeito.”
Nesse sentido foi elaborado um questionário com 13 perguntas que
seria aplicado junto aos professores de educação física de cinco escolas da
rede privada do 2º distrito do município de Duque de Caxias, envolvendo
crianças pré adolescentes na faixa etária dos 05 aos 13 anos, isto é, da
educação infantil até o 8º ano do ensino fundamental.
Como não havia tempo hábil para entrevistar cada um dos
professores de educação física, porque todos os professores lecionam em 2, 3
escolas, no mesmo dia, optou-se em deixar o questionário na escola para que
eles o respondessem.
O objetivo da pesquisa era conhecer as atividades físicas e/ou
recreativas desenvolvidas pelos professores e se seguiam alguma orientação
socioeducativa voltada para a correção de possíveis dificuldades apresentadas
pelos alunos em sala de aula.
Infelizmente, das cinco escolas escolhidas em função de sua relativa
proximidade, uma da outra, só três devolveram o questionário totalmente
respondido. As outras duas escolas, após 30 dias, alegaram que o “professor
não teve tempo para respondê-lo”.
Em função dessa realidade, optou-se em apurar os dados obtidos
dos três professores que indicavam as atividades físicas por eles
desenvolvidas junto as turmas, principalmente, do ensino fundamental, visavam
7
“ensinar” os alunos a conviver em sociedade e a prática de esporte em busca
de novos talentos. Enquanto a educação infantil era voltada para pura
recreação. Ou seja, as três escolas não tinham atividades físicas que fossem
voltadas para os possíveis transtornos de aprendizagem e nem contavam com
profissionais especialistas nessa área que pudessem colaborar encaminhando
casos necessários a um atendimento mais específico. Essa ação é de inteira
responsabilidade dos pais quando percebem que seu filho não vai bem na
escola e está na iminência de ser reprovado.
8
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ................................................................................................. 09
CAPÍTULO 1
UM POUCO DE HISTÓRIA ............................................................................. 11
CAPÍTULO 2
A ESCOLA ....................................................................................................... 23
CAPÍTULO 3
DIFICULDADES E PROBLEMAS NA COORDENAÇÃO MOTORA............... 31
CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................ 44
NOTAS ............................................................................................................ 45
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................... 47
ÍNDICE ............................................................................................................. 50
ÍNDICE DE TABELAS ..................................................................................... 52
ÍNDICE DE FIGURAS ...................................................................................... 53
ANEXOS .......................................................................................................... 54
9
INTRODUÇÃO
Há alguns anos, tem-se notado o crescente número de crianças
portadoras de “transtornos” psico-sócio-educativos (dislexias, dislalia,
discalculia, déficit de atenção) nas escolas. Imediatamente, surgem as
seguintes questões: será que no passado esses transtornos existiam? As
crianças eram mais saudáveis? Como eram tratadas as que apresentavam tais
“transtornos”? Ou será que tais “transtornos” são frutos da atual sociedade,
mais competitiva, mais agitada, mais populosa e globalizada?
Certamente, com o enorme avanço da tecnologia da informática, a
sociedade internacionalmente apresenta uma enorme “rede” de conexões
jamais vistas na face da terra. Qualquer acontecimento, por menor que seja é
postado nas redes sociais da internet e em questões de segundos é visto no
mundo todo ao vivo e a cores. Milhões de pessoas passam a ter acesso a um
acontecimento que a segundos atrás era privado. As barreiras da privacidade
deixam de existir em função da divulgação da noticia a qualquer preço. A
privacidade é coisa do passado. Todo mundo quer viver o aqui e agora e no
palco da felicidade.
A educação, enquanto instrumento de poder e dominação não
poderia ficar de fora dessa realidade da globalização. Na qual todos estão
“interligados” e “ligados” a milhões de conexões sociais ao mesmo tempo e a
quilômetros de distância um do outro.
Com todo esse aparato tecnológico e o avanço ininterrupto do
consumo da sociedade contemporânea, cresce a necessidade da mulher estar
recorrendo a novas alternativas de trabalho porque o trabalho do lar já se torna
insuficiente para aplacar seus desejos. Gradativamente, o sexo feminino, que
ao longo dos séculos foi taxado de sexo frágil, vai galgando e conquistando o
seu lugar de destaque na sociedade e no mercado de trabalho. Atualmente, ela
disputa “lado a lado” com os homens as poucas vagas disponíveis no mercado
atualmente competitivo onde não há espaço para os mais fracos. A qualificação
profissional é cada vez mais exigente e todos querem dela participar.
Consequentemente, no interior das famílias começam a surgir
“problemas” que até então estavam guardados a sete chaves e não eram de
10
conhecimento de todos - crianças com vários transtornos socioeducativos tais
como: dislexia, discalculia, falta de atenção, desinteresse pelos estudos,
agressividade etc...
Apesar do desenvolvimento da sociedade e a enorme expansão da
economia permitindo às famílias de menor poder aquisitivo ter acesso aos bens
de consumo que até então só conheciam por intermédio dos programas de
televisão, a educação continua apresentando um quadro desalentador: o nível
educacional é cada vez pior e o número de crianças com transtornos
socioeducativos é maior.
Nesse sentido, este trabalho procura, a partir de um referencial da
neuropedagogia, contribuir com a educação resgatando a importância das
atividades físicas nas escolas, principalmente nas séries iniciais do ensino
fundamental, como forma de ampliar as conexões cerebrais dos educandos e
com isso proporcionar-lhes um melhor processo de aprendizagem.
11
CAPÍTULO 1
UM POUCO DE HISTÓRIA
1.1. As civilizações primitivas de ontem e de hoje
O período que vai do aparecimento do ser humano sobre a face da
terra até a introdução da escrita, está estimado em cerca de sete milhões de
anos, é o que se denomina de pré-história. Para estuda-lo formulou-se várias
hipóteses e procura-se interpretar os vestígios deixados pelo homem primitivo,
através de pedras trabalhadas ou não, ossadas de animais, crânios humanos,
pinturas rupestres, monumentos de pedras e, mais tarde, utensílios de bronze
e ferro, câmaras mortuárias, estradas e aquedutos.
Convém ressaltar, que nem todos os povos atravessaram os
mesmos estágios simultaneamente.
Enquanto o Egito dos Faraós já vivia em plena época histórica em franco desenvolvimento, próximo a ele, não longe do mediterrâneo, numerosas populações, viviam no maior primitivismo. (RAMOS, 1982, p.51)
Ainda hoje, em pleno século XXI, muitos aglomerados humanos
vivem em estágio selvagem, como algumas tribos isoladas na Floresta
Amazônica; no interior da África ou nos desertos australianos, continuam
paradas no tempo e no espaço. Em tais regiões centenas de indígenas, sem
contato efetivo com as populações civilizadas, mantém-se quando não em
situação pior, em plena fase neolítica ou pedra polida: toscas cabanas como
moradia, meio errantes e preocupados com a sobrevivência; andam nus ou
seminus alimentando-se da caça, da pesca e de coleta de produtos silvestres;
realizando, nem sempre, uma agricultura bastante rudimentar. Como seus
ancestrais, continuam sendo mais músculos do que cérebro.
Pelo visto, tanto ontem como hoje, o homem no estado primitivo
realizava toda sorte de exercícios naturais, praticando uma verdadeira
“educação física” espontânea e ocasional. Nômade como era, andava
12
distâncias consideráveis em terrenos mais ou menos acidentados; rastejavam
escondido na vegetação ou entre às árvores para aproximar-se de sua presa;
trepava em árvores para observar, pegar frutos ou para fugir dos seus inimigos
e animais ferozes. Saltava grandes alturas e transpunha abismos, fossos e
obstáculos; levantava e transportava pedras e troncos e outros objetos. Corria
em velocidade ou por longo tempo atrás de caça ou para fugir das
tempestades. Arremessava paus e pedras em alvos quase sempre móveis.
Usava seus punhos e machados para golpear ou executar certos trabalhos.
Lutava em terrível corpo a corpo empregando sua experiência e conhecimentos
adquiridos pela vida para vencer homens e animais. As caminhadas constantes
e as corridas em particular, constituíam para o homem primitivo questão de
vida ou morte. Pelo visto era uma vida cruel, difícil e perigosa, imposta pela
dureza dos tempos e pelas necessidades de conservar a existência.
Consequentemente, a postura e a marcha bípedes, além de
libertarem as mãos de funções de locomoção, abriram o caminho para a
exploração e a colonização locomotora total do planeta desde o berço africano
até o médio oriente, a Europa, a Ásia, a Austrália e ate Américas.
Com a faculdade de caminhar e correr certo (disposição vertical da coluna vertebral) e com passos largos e firmes, equilibrados e pendulares sem balançar o tronco e a cabeça, a conquista de outros continentes em distâncias cada vez maiores foi possível, exatamente, porque a locomoção humana se tornou mais perfeita, eficaz e menos energética. A partir dessa agilidade motora, novos estilos de vida mais nômade, baseados em migrações, novas modificações esqueléticas e novos desenhos anatômicos culminaram com a expansão evolucionária do cérebro. (FONSECA, 2010, p.75)
Nesse longo processo de hominização, o homem foi-se equipando
melhor com instrumentos de pedra lascada e organização material cada vez
mais avançada. Durante este período, surgiram vários objetos e utensílios:
pedras polidas servindo de raspador; arpões pontiagudos de madeira; agulhas
e facas de ossos. A caça e a pesca constituíam, sem dúvida, a tarefa principal,
ou quase a única da vida do antepassado paleolítico. Nas paredes de suas
habitações, as cavernas, deixou gravado ou desenhado rusticamente os
13
animais que lhe eram familiares, demonstrando assim, a importância da pesca
e da caça nos seus afazeres.
Desde os Australopitecos Robustus e o Homo Habilis até o Homo Erectus, surgidos, respectivamente, há cerca de quatro milhões, dois milhões e meio e um milhão e meio de anos, para chegar ao aparecimento do Homo Sapiens, surgido há cerca de 150 a 200.000 anos, a bipedia e a bimania sofreram aperfeiçoamento neuromotores extraordinários. Os principais deram origem às magnificas histórias da civilização, só possíveis em virtude do aumento do volume do cérebro que se operou na HOMINIZAÇÃO. (FONSECA, 2010, p. 78)
A passagem do primata ao homem, no sentido neuropsicomotor,
além das conquistas corporais e motoras, está intimamente associada ao
surgimento do EU enquanto sujeito da ação mas, também, à emergência da
linguagem e do pensamento, proporcionando assim, novas organizações
cerebrais próprias e únicas da espécie humana. Os efeitos produzidos pela
motricidade no ser humano são, também psíquicos, pois revelam ao sujeito
tanto à sua própria subjetividade e identidade, como revelam as propriedades
dos objetos e do meio ambiente, que o rodeia. Este desenvolvimento da
motricidade nos animais não ocorre, pois os seus níveis de explicação são
genéticos e dependentes dos instintos, enquanto os da motricidade humana
são biopsicossociais e dependentes do processo histórico social. O que é
próprio do homem é sua consciência e percepção do outro, a sua postura,
apraxia, linguagem, cognição social e a sua extraordinária capacidade para
aprender a aprender.
Toda esta história da psicomotricidade, que retrata a infinita superioridade da espécie humana sobre todas as outras, está reunida no cérebro, órgão do corpo libertado por ele ao longo da hominização, e que permite captar, analisar e recuperar as informações provenientes do mundo envolvente e, paralelamente, elaborar e executar respostas adaptativas em contínuo auto-organização e eco organização. (FONSECA, 2010, p.83)
O desenvolvimento neuropsicomotor da criança e a sua significação
evolucionista revelam como se deu a hominização da espécie humana e
podem ser sintetizada no seguinte quadro:
14
Podem roubar nosso carro, bicicleta, casa, celular ou qualquer outra coisa. Porém, ninguém consegue roubar aquilo que aprendemos. Mesmo que abram nossa cabeça ao meio, jamais vão conseguir retirar qualquer tipo de conhecimento que adquirimos ao longo da vida. Por isso, ele é a maior riqueza que um ser humano pode obter. Ele é tão especial que fica guardado em um lugar, que nem mesmo o próprio dono pode retirar. *Foco/Faetec (Boletim informativo/2013)
15
1.2. O sistema nervoso e o desenvolvimento do cérebro
O estudo do sistema nervoso demonstra como se verificou a
evolução do ser humano. O homem para sobreviver enquanto individuo e como
espécie foi obrigado a se adaptar continuamente ao meio ambiente que
constantemente estava sofrendo transformações, caso contrário ele deixaria de
existir como aconteceu com milhões de espécies.
Para que houvesse essa continua adaptação do ser humano ao
meio ambiente hostil foi preciso que ocorresse três aspectos determinantes:
irritabilidade, condutibilidade e contratilidade (movimento-motricidade), ou seja:
Através da irritabilidade, a célula detecta as modificações do meio ambiente. Essa sensibilidade celular causada por um estimulo é conduzida à outra parte da célula através da condutibilidade, possibilitando uma resposta a este estimulo. Essa resposta pode ser o encurtamento da célula pela propriedade chamada contrabilidade. Essa reação normalmente ocorre no sentido de fugir a um estímulo nocivo ou para se aproximar de um estímulo agradável. (RELVAS, 2009, p.12)
O desenvolvimento filogenético permitiu que essas células
especializadas em conduzir sinais se agrupassem e formassem o sistema
nervoso central, o qual é formado pelo encéfalo (cérebro, tronco encefálico e
cerebelo), e pela medula espinhal, finalizando na coluna vertebral.
O sistema nervoso central conta com neurônios aferentes, também
chamados de sensitivos que são responsáveis pelas informações originais do
meio ambiente e que são reenviadas ao sistema nervoso central para serem
processadas e retornarem sob a forma de resposta ou de uma ação. Isto só é
possível porque as informações retornam por outros neurônios, chamados de
eferentes ou motores. As respostas podem ser processadas em qualquer ponto
do sistema nervoso central, como encéfalo, medula oblonga, tronco encefálico
etc...
Além desses dois tipos de neurônios1 (aferentes e eferentes)
existem também os responsáveis pela ligação entre as diferentes regiões do
sistema nervoso central, os quais são responsáveis pela organização dos
16
diversos tipos de informações e pela elaboração das respostas a serem
devolvidas aos estímulos: neurônios de associação.
O crescimento do número de neurônios da associação aconteceu de
forma agrupada e em uma das extremidades dos seres vivos dando origem
mais tarde a sua cabeça. Durante os deslocamentos, os animais notavam
mais rapidamente as mudanças ocorridas no meio ambiente através dos
neurônios associativos concentrados nessa região e assim poderiam elaborar
respostas mais rápidas de forma a livrá-los dos perigos, para conseguir
alimentos, sobreviver e perpetuar a espécie.
Essa extremidade por se concentrar em explorar meios ambientes, acabou sendo dotados de boca, ouvidos, olhos, pele, nariz, enfim todos os órgãos dos sentidos. Em virtude da sua importância, esse agrupamento de neurônios foi protegido por um crânio e deu ao homem a capacidade de elaborar tarefas mais finas, como um simples movimento de pegar o garfo e leva-lo à boca ou segurar um lápis e realizar um registro no papel. (Relvas, 2009, p14)
Foi no ser humano onde ocorreu o maior e mais perfeito
desenvolvimento do encéfalo2 na escala filogenética. Os neurônios de
associação concentrados no encéfalo, foram os responsáveis pelo surgimento
das funções psíquicas superiores, chegando ao máximo da evolução do
sistema nervoso. Com isso, o ser humano foi capaz de sentir, pensar,
relacionar-se afetiva e emocionalmente utilizando-se da motricidade corporal
como canal de expressão dos sentidos como nenhum outro ser vivo da face da
terra.
1.3. Estrutura e funcionamento dos neurônios
Os neurônios são células especializadas, feitos para receber certas
conexões específicas, realizar funções apropriadas e repassar suas decisões a
outros neurônios ligados àquelas decisões. São formados por três partes: o
corpo celular, os axônios3 e os dendritos4.
A parte central do corpo celular contém o núcleo celular. O corpo
celular é formado por diversos prolongamentos que na sua extremidade
17
formarão pequenos “arbustos”, chamados de dendritos, e que realizarão a
função de receber as informações provenientes dos outros neurônios aos quais
está associado. Quanto maior for o número de neurônios melhor será para a
célula nervosa porque permitirá uma maior área disponível para receber
informações aferentes. À medida que se afasta do núcleo, há um filamento
longo e fino, os axônios, que servem como “fios” condutores para estímulos
criados no corpo celular, como resposta aos estímulos recebidos de outras
células de um círculo neural, constituindo assim, as respostas aos estímulos
recebidos pelos sentidos.
A região de contato entre um terminal de fibra nervosa e um dendrito
ou o corpo de uma segunda célula chama-se sinapse5, região especializada na
transformação dos estímulos elétricos gerados no corpo celular em estímulos
químicos mediados pelos neurotransmissores6 como: adrenalina,
noradrenalina, acetilcolina, dopamina e serotonina como ação excitatória ou
inibitória.
Com isso, pode-se concluir que os neurônios são responsáveis pela
recepção, interpretação, produção e condução de impulsos nervosos de um
sistema biológico para outro.
Assim, de forma a perceber mais claramente a influência dos
neurotransmissores na cognição é importante desenvolver jogos de memória
ou dinâmicas de grupo nos quais a resolução de problemas seja o mais
importante e cuja argumentação seja criada e elaborada pelos próprios alunos
18
cabendo ao professor ou educador uma posição de mediador das posições, um
incentivador e orientador das ideias abordadas estimulando sempre a
curiosidade dos alunos de forma a manter viva e incandescente a chama do
conhecimento pelo novo, por aquilo que ainda não conhece. Nesse sentido, o
cérebro estará sempre aberto para os desafios provocando a liberação de
substâncias naturais (neurotransmissores) tais como: serotonina, dopamina
relacionadas à satisfação, ao prazer e ao humor favorecendo a aprendizagem.
Aprender é criar associações eficazes de neurônios e desconectar
aquelas células que se organizaram para sugerir uma “má decisão”. Aprender
não é um processo localizado, mas envolve alterações das relações mantidas
por neurônios distribuídos por várias áreas do cérebro.
Uma boa rede neural não se forma, necessariamente, pelo acúmulo
de conteúdos, mas sim pela capacidade crítica da pessoa em descobrir se a
solução encontrada foi válida e se causou dor ou satisfação.
Portanto, os professores deveriam estar mais atentos a essas
situações para desenvolver um estilo de aula mais reflexivo e crítico, mesmo
que fosse um trabalho com um conteúdo programático maior: “ensinar é levar o
aluno a estabelecer relações com o mundo, com os outros e com ele mesmo.”
(Relvas, 2012).
De nada adianta uma grande quantidade de conteúdo sem o menor
sentido para os alunos, pois as sinapses se fortalecem na medida em que a
informação seja significativa para a rede neural. As alterações sinápticas e
novas formações na rede, também causam alterações no próprio cérebro e a
aprendizagem, quando consolidada, produz alterações sinápticas. Portanto,
quanto maior for a capacidade do cérebro de desenvolver essas mudanças,
maior será a capacidade de aprendizagem do organismo.
Aprender, contudo, é muito mais do que acumular dados na
memória, os quais serão trocados na primeira oportunidade por outros de maior
relevância através do afrouxamento e do reposicionamento sináptico.
Outra questão importante, é o sistema límbico, gerador das
emoções, que fica no centro do cérebro, tudo que vai ao córtex para ser
decodificado, processado e armazenado é influenciado por ele. Não se pode
desconsiderar, então, que as emoções podem ser um ótimo sistema regulador
19
do organismo em relação ao que vai chegar ao córtex. As relações de prazer e
desprazer são controladas pelo mesmo sistema límbico. Portanto, quanto mais
prazerosa for a atividade, mais haverá facilidade de internalização do conteúdo
nas áreas do cérebro correspondentes.
As neurociências, procuram mostrar que quando um conteúdo
intelectual chega ao córtex carregado de energia emocional, mais facilmente é
registrado no sistema de memórias (Hipocampo).
A memória é obra de todo o cérebro, quanto mais estímulos
acionarem as várias áreas cerebrais e por diversas vias sensoriais, mais
rapidamente o conteúdo programático será memorizado.
O lúdico ainda é a melhor maneira de acessar o cérebro por várias
áreas sensoriais, pois, desde muito cedo o cérebro “gosta de brincar”. Isto é
válido tanto para as crianças quanto para s adolescentes e adultos. Na
brincadeira, o sistema límbico permite maiores impressões de prazer do que de
desprazer.
Ao lúdico pode ser associado conteúdos importantes para a vida
toda do aluno. Atualmente, os profissionais da educação ainda demonstram
muita dificuldade para justificar a introdução do “brincar” no currículo escolar.
A neurociência pode contribuir, em muito, para a formação destes
profissionais na elaboração de suas propostas curriculares. No entanto, é
necessário para entender o tipo de aprendizagem que provém do uso bem
empregado das brincadeiras e das oportunidades para “brincar” que os
professores sejam capacitados nessa formação bem como gostem de “brincar”.
O conteúdo a ser apresentado não pode ignorar que todos os alunos
têm suas tendências e interesses e que precisam ser polidos caso contrário
ficarão desinteressados e causarão cansaço mental provocando um baixo nível
de concentração, atenção e consequentemente, falta de retenção.
De acordo com Roberto Lent: “Quando a cognição é bem
estimulada, provoca tanto a repaginação do movimento cerebral de aprender,
quanto na recuperação de sujeitos aparentemente desestimulados. Os
exercícios orientados têm por finalidade estimular as sinapses nervosas para
que ocorra um (re) arranjo dessas informações neurais, sensitivas e/ou
motoras.
21
cérebro se remodela para aprender a sentir-se melhor ou o induz a um
autorretrato que no fundo potencializa o pensar, permitindo a construção de um
novo conhecimento.
O cérebro reage como os músculos: aumenta de volume com o uso e se atrofia com a inatividade. Os neurônios se conectam uns aos outros por meio de ramificações em suas extremidades, que podem ser comparadas a galhos cobertos com folhas. O exercício faz esses ramos crescerem e florescerem. Assim as células neurais tornam-se mais aptas para se ligar umas às outras, o que aumenta a função cerebral de forma significativa. (RATEY e HAGERMAM, 2012)
Uma característica marcante do sistema nervoso é então a sua
permanente plasticidade, ou seja, a sua capacidade de fazer e desfazer
ligações entre os neurônios como consequência das interações constantes
com o ambiente externo e interno do corpo.
Aprendizagem perceptiva = aprender a reconhecer os estímulos
sensoriais;
Aprendizagem estímulo-resposta = aprender a executar
automaticamente uma resposta específica na presença de um estímulo
específico;
Aprendizagem motora = aprender a executar uma nova resposta;
22
Aprendizagem relacional = mudanças baseadas na relação entre muitos
estímulos.
O cérebro humano aprende através das vivências e
experimentações que se arquivam em memórias para serem associadas de
acordo com as necessidades. Os seres humanos nascem com 88 bilhões de
neurônios prontos para realizarem sinapses eletroquímicas que são
desencadeadas através dos estímulos sensoriais (som-visão-gustação e
olfação), advindos do meio ambiente.
Desde os primórdios da existência, seja como individuo ou como
espécie, a sobrevivência está profundamente associada à capacidade de se
reinventar. Faz-se isso por meio de processos que se realizam de maneira
“natural” na medida em que ocorrem de várias formas a todo momento, com
tanta sutileza ao ponto de ser imperceptível – bem como de maneira
“complexa”, já que para se configurarem, os aprendizados dependem de
fatores bioquímicos, cognitivos, sociais, culturais, afetivos entre tantos outros.
O fato é que em um mundo no qual as informações se tornam cada
vez mais acessíveis, isso não significa que serão incorporadas de maneira útil
ao bem estar social. A sabedoria ainda continua a ser um artigo de luxo, pois
eleger aprendizados que verdadeiramente signifiquem acréscimo, parece ser
fundamental.
Não é só aprender, mas sim a qualidade desse aprender.
A escola bem como a família têm hoje uma função muito importante
que é fazer o indivíduo pensar sobre questões fundamentais para o
desenvolvimento e o aprimoramento da inteligência humana.
23
CAPÍTULO 2
A ESCOLA
2.1. Refletindo sobre o comportamento de professores e alunos
em sala de aula
Os professores de aprendizagem se manifestam de diferentes
formas dentro da escola, e sintomas divergentes se apresentam para revelar
que algo não vai bem. Cada criança é única na sua forma de ser, de aprender,
bem como de não aprender. Por que alguns conseguem aprender e outros não,
se a forma de ensinar é a mesma?
Certamente, não são os mesmos os vínculos entre professor e todos
os alunos, porque cada criança tem um temperamento, comportamento,
família, culturas diferentes. Alunos que conversam muito se desconcentram e
não participam são chamados à atenção, quase sempre carregadas de broncas
e ameaças, destruindo a autoestima da criança e um vínculo que é
fundamental para a aprendizagem.
Mas não é somente o aluno que sai prejudicado nessa relação
conturbada, o professor também apresenta sintomas que interferem no seu
equilíbrio.
De acordo com pesquisas do Instituto Academia de Inteligência, no Brasil, 92% dos professores estão com três ou mais sintomas de estresse e 41% com dez ou mais. É um número altíssimo, indicando que quase a metade dos professores não deveria estar em sala de aula, mas internada em uma clínica antiestresse. (CURY, 2003, p.62)
Refletir sobre sintomas apresentados pelo professor e pelo aluno é
uma grande oportunidade para repensar a prática pedagógica. Situações de
desgaste experimentadas pelo professor, chamando a atenção do aluno a todo
o momento, podem evidenciar um conjunto de fatores inadequados, que
poderão ser consequência de erros na prática pedagógica, tais como: má
24
organização do espaço em sala de aula, má distribuição do tempo para a
realização das atividades e das avaliações incoerentes. Não deixando de
considerar, que muitas vezes, o estresse docente advém de longas jornadas de
trabalho, desgaste com a coordenação e com os alunos, condições
inapropriadas de trabalho (precariedade das condições de trabalho falta de
material didático pedagógico, agravamento das cordas vocais).
Não é só o comportamento agitado da criança que influência nesta
escalada negativa. O aluno quieto demais, calado, pode estar entre aqueles
que não aprendem bem. Por serem extremamente tímidos, quase nunca se
manifestam, permanecendo com suas dúvidas acumuladas, tendo como
consequência um baixo rendimento.
Quando notamos, normalmente por suas notas baixas, alguns
chegam a ser encaminhados para um atendimento especializado (psicólogo,
psicopedagogo), e acabam apresentando um outro comportamento: gostam de
ler, interagem, participam, apresentando um perfil bem diferente da queixa
apresentada inicialmente, porém não rendem na escola o quanto poderiam. Em
muitos casos, não há nada de errado com o seu cognitivo, mas sim com um
sistema de ensino fechado, ultrapassado.
Observa-se que, muitas vezes, a escola não abre espaço para estes
alunos se manifestarem, e a timidez os impede, de se posicionarem. Ao invés
de serem estimulados, com recursos diversificados, a mostrarem o que fazem
de melhor, são-lhes oferecidos o papel de coadjuvantes enquanto o papel
principal fica para os alunos mais extrovertidos e desinibidos.
Todos os alunos são capazes, é claro que de forma diferente, e um
olhar diferenciado poderá descobrir o que cada um tem de especial, ajudando-
os no desenvolvimento de novas competências.
O sonho de consumo de vários professores, muitos deles
despreparados ou cansados, seria ter uma classe com alunos que só
participassem ativamente, fizessem todas as tarefas com autonomia, ficassem
atentos à aula, diminuindo assim o desgaste de ficar chamando-lhes a atenção,
o que, em contrapartida, daria a entender que estão dando uma boa aula.
Esperar ter em sua classe alunos que se enquadram neste perfil
“ideal” é iniciar um processo de exclusão daquelas crianças que têm
25
dificuldades reais de aprendizagem. Muitas deixam de aprender porque não
podem. Aprendem menos ainda quando não encontram na figura do professor
um verdadeiro mediador.
... Ser professor é despertar futuros; é criar gente que pensa, aprende, faz, avalia e refaz tudo de novo, se for preciso. Ser professor traz ainda a garantia de que todos os alunos tenham sucesso na sua trajetória escolar. (ALVES, 2009, P.59)
Tal reflexão se faz necessária sempre, embora haja professores que
façam esta reflexão, sabem o que precisam mudar, mas não conseguem ou
não podem, porque alegam que trabalham em dois ou três turnos e não
dispõem de tempo para preparar uma boa aula, ganham pouco e não dão
apoio pedagógico ao professor. Quem sofre com tudo isso é o aluno, que fica
impossibilitado de assistir a uma boa aula programada mesmo em algumas
escolas que possuem certa estrutura, como laboratórios, informática, aulas de
música, teatro e artes, não trabalham com a interdisciplinaridade, para que o
aluno possa desenvolver-se de forma global e ter uma ampla possibilidade de
interação de conhecimentos. Sua aprendizagem, desta forma, fica
comprometida e limitada, dependendo do esforço do próprio aluno, como
sustenta WEISS:
Professores em escolas desestruturadas, sem apoio material e pedagógico, desqualificados pela sociedade, pelas famílias, pelos alunos não podem ocupar bem o lugar de quem ensina tornando o conhecimento desejável pelo aluno. É preciso que o professor competente e valorizado encontre o prazer de ensinar para que possibilite o nascimento do prazer de aprender. A má qualidade do ensino provoca um desestimulo na busca do conhecimento. (2003,p.18)
Muitos professores do ensino fundamental, que ocupam este lugar
de impotência, sendo em sua maioria de escola pública, manifestam o desejo
de uma prática renovada, porém, ainda acreditam na aprendizagem pela pura
repetição, pela transmissão de informações técnicas e, consequentemente,
creem no modelo tradicional.
Encontra-se em sala de aula professores que acreditam estar
trabalhando com o construtivismo; contudo, sua atuação é de que a criança
26
possa reproduzir “corretamente” o que lhe foi transmitido. Nesse sentido, a
cada resposta correta (na visão do professor), vão sendo apresentadas novas
informações, cujas respostas dadas pelos alunos, vão sendo substituídas por
outras mais bem elaboradas. O papel da criança é de receptor e, na visão
destes professores, é necessária a utilização de cartazes, recursos
audiovisuais, materiais em grande quantidade e variedade, além de algumas
técnicas como condicionamento e reforço, tendo como resultado a modelagem
de um comportamento que se julga desejável. As informações são oferecidas
aos poucos (“doses homeopáticas”), para que cada aluno possa ser treinado,
com informações soltas dissociadas de sua realidade.
O condicionamento funciona, quando a criança ao ouvir o “está
certo”, procura repetir a mesma resposta em outra situação e, se ouvir o “está
errado”, ela irá procurar não repeti-la. Para estes professores, o aluno deverá
ficar quieto, atento e em silêncio. Cabe ao professor repetir quantas vezes
forem necessárias para que ele possa “aprender”. Isto gera a passividade
intelectual, a uma uniformidade conceitual, na qual a criança acaba se
transformando num ser passivo não tendo que refletir sobre nada, porque o
professor já fez isto por ela e, consequentemente, há uma padronização ou
uniformidade de pensamento. Como todos acabam tendo uma única forma de
pensamento, as reflexões em conjunto são reduzidas, o que acaba estimulando
o individualismo.
Para que a criança possa se desenvolver e aprender, é preciso que
ela tenha construído condições internas de raciocínio, a fim de que possa
interpretar o conteúdo, do contrário, sem essas condições internas, ela irá
apenas reproduzir mecanicamente a resposta, esquecendo-a logo depois; fato
este que presenciamos diariamente em diversas escolas.
As condições internas de raciocínio serão conquistadas à medida
que as crianças possam ter oportunidades de agir sobre os objetos, manipulá-
los, deformá-los, dividi-los em partes, reunir as partes em um todo e desloca-
los. Diante disso, poderão perceber que os objetos possuem diferentes
critérios, como formas, tamanhos e cores (crianças com defasagem cognitiva
não conseguem perceber todas as mudanças de critérios nas provas
27
operatórias de Piaget). Adquiridas estas condições, serão capazes de seriar,
classificar, incluir, etc.
Como diz Piaget (Saraiva, P.70), não se pode aprender a nadar
simplesmente olhando os banhistas, sentado comodamente no banco do cais.
Os professores por desconhecerem o modo de pensar da criança, já
que não se dispõem a questioná-las, não se preocupam se o tema está
vinculado a coisas que despertem sua curiosidade. Os temas, em geral, são
escolhas baseadas na visão do adulto, não despertando o interesse da criança.
São exemplos disso cartazes bem confeccionados, distribuídos nas paredes
para serem vistos e revistos por todos. Acreditam que a criança vai assimilando
aos pouquinhos.
Os conteúdos escolares são necessários, mas para que possam promover a aprendizagem, o professor precisa saber distinguir por quais meios esses conteúdos são acessíveis às crianças. Tudo depende da etapa de desenvolvimento. Sem conhecer as características que definem tais etapas, torna-se mais difícil ensinar a criança de modo que ela aprenda. (SEBER, 1995,p.231)
2.2. A importância do reconhecimento das etapas do
desenvolvimento cognitivo em sala de aula
De acordo com Jean Piaget, as etapas do desenvolvimento cognitivo
estão classificadas da seguinte forma:
1º período sensório-motor (do nascimento até os 02 anos,
aproximadamente).
2º período pré-operatório ou simbólico (de 2 aos 7-8 anos).
3º período operatório-concreto (de 7-8 a 11-12 anos).
4º período operatório formal (a partir dos 12 anos).
2.3. Período sensório-motor
Este período corresponde ao primeiro estágio do desenvolvimento
lógico, indo desde o nascimento até o aparecimento da linguagem por volta dos
28
18 meses a 2 anos. É assim chamado porque existe uma coordenação
sensório-motora da ação, com base na evolução da percepção e da
motricidade. A criança não tem consciência da diferenciação do eu e do outro.
A efetividade está centrada no próprio corpo e na sua ação. A criança alterna
momentos de tensão e relaxação em busca de momentos agradáveis e fugindo
dos desagradáveis.
2.4. Período pré-operatório
Até os dois anos, o desenvolvimento é centrado na própria criança,
mas a partir dos dois anos, a criança se volta para a realidade exterior,
tentando descobri-la, é também chamado de período simbólico, pois instala-se
a representação mental e aquisição da linguagem.
Neste período, a criança ainda não se coloca segundo o ponto de
vista do outro, existindo o egocentrismo infantil, que é caracterizado pelo
animismo (quando a criança atribui vida a todos os seres vivos e inclusive os
inanimados).
A criança na fase pré-operatória é incapaz de descentrar o
pensamento, ou seja, centra a atenção em apenas um traço. Não é capaz de
acompanhar as transformações, sendo seu pensamento dita estático.
Na prova operatória de conservação de matéria, quando inicialmente
a criança tem duas bolas e verifica que possui a mesma quantidade de massa
e, quando uma delas é transformada em salsicha, ela não é capaz de
responder que ambas tem a mesma quantidade e que uma apenas mudou a
forma (compensação), ou que não tirou nem colocou nada (identidade), ou que
tem a mesma quantidade porque antes era bola (reversibilidade), ou seja, a
criança fixa no produto final (forma da salsicha) como se não tivesse
acompanhado o processo de transformação.
Entre cinco anos e meio e sete, a criança já começa a dar respostas
intermediárias, algumas conservativas outras não. Se tudo correr bem, aos
sete, ela já estará no período operatório concreto.
29
2.5. Período concreto
Neste período, o pensamento já se torna reversível e conservador. A
criança é capaz de realizar a reversibilidade de pensamento diante da
transformação do objeto de um formato a outro, concluído que não houve
modificação em relação à quantidade, apenas no formato. Quando aplicada a
prova de conservação de líquido, a criança é capaz de afirmar que,
independente do formato do copo, a quantidade de líquido continua a mesma,
não se altera. Consequentemente, esta criança terá conservado a quantidade
de líquido.
2.6. Período operatório formal
Neste período, o da inteligência hipotético-dedutivo ou formal, o
pensamento da criança se torna independente do concreto, partindo de
premissas cuja verdade é admitida a título hipotético, podendo operar de
acordo com a lógica que implica todas as combinações possíveis, ou seja,
capacidade de abstrair fatos por meio do raciocínio hipotético-dedutivo. A
dedução lógica, agora, não se efetua mais sobre o real percebido, mas sobre
hipóteses.
Estes quatro estágios obedecem, de certa forma, uma ordem de sucessão, ou seja, uma característica não aparecerá antes de outra em um conjunto de sujeitos e depois em outro conjunto. Estes estágios possuem, também, caráter integrativo, o que quer dizer que as estruturas construídas em um período são integradas nas estruturas do período seguinte, isto significa que as estruturas sensório-motoras são parte integrante das estruturas operatório-concretas e estas das formais. (DOLLE, 2002, p.52)
É importante ressaltar que esta etapa de desenvolvimento da
criança é de fundamental conhecimento por parte do professor. Pois, se a
criança ainda não estiver com uma estrutura cognitiva condizente com o que
está sendo ensinado, e se este fato não for observado pelo professor, poderá
30
acarretar desestímulo, falta de interesse e, consequentemente, rejeição do
aluno.
Identificar estes períodos é de grande relevância para o trabalho pedagógico, pois é baseado neles que o professor saberá quais atividades mais adequadas para cada idade. Ei este um dos grandes problemas enfrentados pelos alunos e que aparentemente ainda não foram solucionados. Professores aplicam problemas matemáticos correspondentes ao nível de inteligência operatória formal (a partir dos 12 anos) para que estas crianças, que ainda atuam no operatório concreto, tentem solucionar. Levantar hipóteses fazer suposições ainda não correspondem a esta faixa etária, isto só irá acontecer mais tarde. (ARAÚJO, 2004)
As hipóteses da criança deverão ser formuladas e reformuladas à
medida que possam atuar concretamente sobre diferentes objetos. Observando
estas ações é que o professor irá estimular a curiosidade, por meio de
questionamentos desafiadores que agucem seu raciocínio. Deverá também,
em alguns momentos, devolver seus questionamentos de forma que induza o
aluno a pensar sobre suas próprias ideias.
Nesse sentido, a aula deverá ser sempre reflexiva, dinâmica e
atuante. O aluno ao estar na sala de aula necessita estar constantemente
sendo “provocado” pelos desafios apresentados pelo professor, tornando-se o
ritmo das aulas mais dinâmico e criativo à aprendizagem.
31
CAPÍTULO 3
DIFICULDADES E PROBLEMAS NA COORDENAÇÃO
MOTORA
3.1. Dificuldades na coordenação motora e a falta de noção de
espaço
Existe atualmente uma verdadeira avalanche de diagnósticos com
situações relacionadas ao aprendizado, principalmente no que diz respeito à
faixa etária infantil. Diante disso pergunta-se se, realmente, as crianças de hoje
têm mais dificuldades para aprender que as do passado ou se os adultos de
hoje é que são mais exigentes e têm maior facilidade em atribuir diagnósticos
de doenças a qualquer alteração ou dificuldades que surjam durante o
processo da aprendizagem?
Entretanto, não são raras as queixas escolares sobre dificuldades
para aprender a ler, escrever, realizar operações matemáticas e compreender
o significado e o uso da pontuação.
Apesar do forte investimento na educação, cursos paralelos de
esportes, idiomas, artes, assessoria de profissionais como fonoaudiólogos,
psicólogos, pedagogos, psicopedagogos, consultas médicas, o número de
crianças “com problemas” não tem diminuído, muito pelo contrário, tem
aumentado e são rotuladas como portadoras de transtornos de aprendizagem.
Aí surge uma avalanche de nomes “bonitos” e “pomposos” para
nomear a situação que nem a criança e nem a família conseguem entender
bem, mas que precisam cuidar a todo custo: dislexia, discalculia, dislalia, déficit
de atenção, disgrafia, transtorno de déficit de atenção com hiperatividade
(TDA/H)
Observando com mais cuidado, verifica-se que não se trata de um
problema individual, mas de queixas frequentes em todos os segmentos
socioeconômicos: crianças agitadas, desatentas, desajeitadas, com
dificuldades para compreender os símbolos gráficos e usá-los corretamente na
32
escrita. Apresentam enormes dificuldades na coordenação motora e muitas
vezes não conseguem ordenar as palavras para organizar as frases.
Algumas destas crianças não conseguem perceber os lados direito e
esquerdo do corpo, bem como as várias dimensões do espaço. Não
conseguem perceber o espaço posterior ao seu corpo e quando colocam uma
mochila nas costas, saem por aí batendo em tudo e em todos sem sequer
perceber isto. Essa falta de noção de espaço pode ser verificada na própria
escrita, quando há inversão de letras (espelhamento) e dificuldade para grafar
nos limites do papel, bem como traçados irregulares e ilegíveis.
3.2. Desordem física e cognitiva
Em relação à ordenação de sequencias de letras e palavras verifica-
se que sua falha está relacionada a uma dificuldade para perceber ritmos com
o próprio corpo, isto é, não há a correta percepção do tempo em relação às
ações que se sucedem.
Hoje em dia é comum encontrar crianças dormindo após a meia-
noite e acordando ao meio dia, tomando um rápido café da manhã substituindo
o almoço e indo direto para a escola., Isso, em última instancia, altera todo o
ritmo biológico do sono-vigília, sem falar na grave alteração do ritmo e da
qualidade alimentar.
Embora possa parecer um problema menor, essa alteração do ritmo
de sono é um dos fatores que mais alteram a quantidade e a qualidade da
atenção, inclusive em indivíduos que não apresentam qualquer doença
orgânica ou psíquica.
Somando-se a esse caos de sono e alimentação está o
sedentarismo, tão presente na sociedade contemporânea e em qualquer faixa
etária. Em função dos pequenos espaços para brincar, dos perigos da rua que
impedem as crianças de ficarem soltas como antigamente e, também pela
sedução dos brinquedos e jogos eletrônicos, cada vez mais há a troca da
atividade física por um “lazer virtual”, fazendo com que a criança deixe de
experimentar seu próprio corpo, seus movimentos, suas possibilidades, o
espaço que ocupa e as sensações provocadas e percebidas pelo seu corpo.
33
Nesse sentido, nota-se um certo distanciamento do corpo e de suas
experiências reais, principalmente entre faixas etárias menores, o que significa
um sintoma de algumas alterações dos costumes e comportamentos dos
tempos atuais.
Qualquer individuo criado e um espaço confinado onde a ele tudo é
negado, é proibido quando chega à escola e encontra uma quadra ao ar livre,
salas amplas e arejadas, espaços abertos e muitas outras crianças alegres e
cheias de vitalidades, sentirá o maior impulso para sair correndo, explorar
todos os espaços, pular, gritar. Nesse sentido, o excesso de energia e agitação
não deveriam estar sendo associados À doença, mas sim como reação natural
a uma situação de privação cotidiana de atividades corporais sadias e
necessárias.
A partir dessas observações vários trabalhos estão sendo realizados
(Gallahue, 2005; Fonseca, 2012; Damasio, 2012; Sampaio, 2010),
considerando o trabalho corporal como meio para identificar e ajudar a corrigir
alguns problemas relacionados ao aprendizado, principalmente aqueles
relacionados às dificuldades para ordenar letras, sílabas e palavras, os quais
significam indícios de alguma falha na percepção corporal de ritmos e também
dos problemas de grafia, que denotam falha na percepção do espaço.
O trabalho corporal consiste na realização de exercícios simples,
porém baseados em princípios neurofisiológicos de equilíbrio, andar,
deslocamento em todas as direções do espaço (inclusive para cima e para
baixo), percepção de lados (lateralidade), realização de movimentos rítmicos
com várias partes do corpo, coordenação motora manual ampla e refinada.
Há alguns anos, o pesquisador em educação Mathew T. Mahar, da universidade da Carolina do Norte, relatou ter concedido a 243 alunos de 3ª e 4ª séries uma pausa de 10 a 20 minutos durante o período de aulas. Os professores pediram às crianças que se levantassem e praticassem atividades agitadas como bater palmas, saltar, bater os pés e fazer outros movimentos. A prática foi mantida por um período médio de 6 semanas. Avaliadores treinados observaram os pequenos ante, durante e depois medindo seu comportamento durante as atividades escolares como concentrar-se nas instruções do professor e participar de discussões em classe. Os pesquisadores descobriram que a participação no programa tornou os estudantes em média 8% mais atentos às tarefas
34
durante as explicações. Alunos mais distraídos melhoraram os períodos de atenção em 20%. Assim, não só mudanças permanentes na aptidão física favoreceram o desempenho, mas também o fato de dar às crianças a oportunidade de se movimentar durante o período de aulas melhorou sua capacidade de aprendizagem. (AYAN, 2012, p.44)
3.3. Convivendo com o problema: dificuldades e transtornos da
aprendizagem
É importante que os educadores tenham um maior conhecimento do
processo de aprendizagem considerando o aumento significativo de casos de
alunos com transtornos e/ou dificuldades de aprendizagem.
A relativa importância dada a esses aspectos relacionados ao
processo de aprendizagem tem crescido, ultimamente, em função da
necessidade do indivíduo alcançar o “estrelato” em um curto espaço de tempo
tendo como referência o seu bom desempenho escolar.
Um número cada vez maior de crianças e adolescentes estão sendo
encaminhados aos diversos consultórios terapêuticos: psiquiátricos, psicólogos,
psicopedagogos e fonoaudiólogos com os mais diferentes problemas para
serem tratados e superar as “dificuldades” que tanto os transtornam na
aprendizagem bem como no seu desenvolvimento educacional.
Os termos utilizados como distúrbios, dificuldades, transtornos, são
encontrados fartamente na literatura especializada enquanto palavras com o
mesmo significado, porém designando problemáticas diferentes. Na tentativa
de colaborar para uma maior integração entre os profissionais que atuam na
mesma área da aprendizagem, é de extrema importância que todos passem a
adotar uma mesma terminologia de forma a garantir uma prática mais coesa e
consistente.
A existência de uma dificuldade de aprendizagem não significa,
necessariamente, que haja um transtorno. O transtorno de aprendizagem
ocorre em função de um conjunto de sintomas biológicos, que provocam
diversas perturbações no ato de aprender da criança, afetando,
significativamente, o processo de aquisição e manutenção das informações.
35
Ele pode ser identificado em crianças aparentemente normais de bom nível
cultural e socioeconômico e sem comprometimento motores e sensoriais.
De acordo com os manuais internacionais de diagnósticos de
doenças CIO-10 e DSM-IV* são considerados transtornos de aprendizagem:
transtorno da leitura (dislexia); transtorno da matemática (discalculia) e
transtorno da escrita (disgrafia).
Contudo, as dificuldades de aprendizagem não estão relacionadas
apenas aos sintomas biológicos. Podem ser causados por problemas
passageiros relacionados ao conteúdo escolar, que nem sempre oferecem à
criança condições adequadas para o seu desenvolvimento. Mas também,
podem estar vinculados à situação psico-sócio familiar, ocasionando diversos
problemas de ordem psicológica, comportamental e gerando um desinteresse
pelos estudos além de uma enorme baixa autoestima no educando.
_________________________
CID-10 – Classificação estatística internacional de doenças e problemas relacionados à saúde organizado
pela organização mundial de saúde (OMS).
DSM-IV – Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais.
36
3.4. Marcador somático
A ideia de relacionar os pensamentos e a linguagem aos
movimentos corporais foi desenvolvida pelo neurologista português, Antônio
Damásio, autor do livro “O erro de descartes”, no qual expõe a hipótese do
marcador somático, que é o estado corporal apresentado no momento em que
há um pensamento, ou seja, os pensamentos não são meras abstrações, mas
estão ligados a todo um estado corporal onde inclui o cérebro, as emoções, o
prazer, o desprazer, o interesse. A cada pensamento sobre as ações a serem
tomadas estão associadas as melhores alternativas possíveis.
O autor entende a linguagem como um relato dos pensamentos que
já ocorreram e precisam ser exteriorizados de alguma forma, ou seja, a
situação tem por base o estado corporal determinado e selecionado pelos
pensamentos que serão, posteriormente, refletidos na linguagem. Portanto a
origem do processo de linguagem está nas ações corporais, motivo pelo qual
se houver um inadequado marcador somático de tempo, os pensamentos
serão desordenados em relação à sequencia e se não houver organização
corporal de espaço, a expressão gráfica da linguagem poderá apresentar
desordem na falta de percepção de lados direito e esquerdo (lateralidade); na
inversão de letras ou números e em outras tantas dificuldades relacionadas à
percepção da forma do símbolo gráfico.
A partir desses conhecimentos, compreende-se porque a escrita
apresenta mais dificuldade que a fala. As letras e os fonemas são
representações dos sons, portanto, são relatos de uma linguagem falada. Se
as ações corporais forem desordenadas em termos de tempo e espaço os
pensamentos também refletirão essa desordem que será relatada por uma
linguagem verbal sem ritmo e sequência adequados e isso refletirá numa
escrita sem ordenação de tempo e espaço.
Na prática os exercícios físicos contribuem para que o individuo
perceba melhor as diversas partes do seu corpo e como estão seus
movimentos em relação ao espaço; ao seu deslocamento e à sua própria
lateralidade. A maioria dos exercícios trabalha, também, com os ritmos, ou
seja, sequências de movimentos possibilitando uma nova organização dos
37
marcadores sociais de tempo e de espaço, auxiliando o praticante a entender
melhor suas ações corporais e, assim, auxiliá-lo na reorganização de suas
sequências de pensamento e de linguagem. Uma outra vantagem da prática de
atividades físicas com ritmos ordenados e harmônicos é a melhor qualidade da
atenção ao contrário da agitação sem finalidade e sem o menor objetivo que
provoca a desatenção e aumenta a ansiedade que poderia ser controlada por
uma atividade corporal sadia, prazerosa e lúdica.
3.5. Brincadeiras de crianças
A “velha” brincadeira de pular corda exige a percepção de ritmos
com o corpo, pois precisa-se calcular o tempo certo para pular a corda com
todo o corpo. Ao realizar o exercício, todo o corpo vive a experiência de tempo,
ou seja, ações que se sucedem. Ao pular corda, essas ações se repetem a
intervalos regulares, gerando a experiência corporal de ritmos.
Há uma série de jogos infantis que são exemplos para estarem
sendo utilizados enquanto exercícios em atividades físicas, tais como: pular
elástico; corrida de estafetas; andar de pedestais feitos com latas de cereais;
pular amarelinha; corrida sinuosa, corrida no túnel, e outros tantos jogos
populares, nos quais é fundamental obedecer aos princípios de estar usando
sempre os dois lados do corpo e realizar movimentos que incluam ritmo e
orientação espacial, possibilitando assim identificar e ajudar a corrigir alguns
problemas relacionados ao aprendizado.
Não é novidade que a maioria das crianças apresenta mais
dificuldades para realizar os exercícios com os pés e as mãos ao mesmo
tempo. Um dos mais difíceis tem sido pular corda individualmente, em função
do sedentarismo e à falta de prática em realizar deslocamento no espaço, ao
mesmo tempo em que é realizado um movimento sincronizado com os braços
e pernas. Este é um dos principais exercícios para que a criança incorpore
ritmos melhorando assim o ritmo da coordenação motora e ordenação verbal.
38
3.6. Sugestões de atividades práticas a serem utilizadas em
aulas de educação física infantil(*)
Atividade 1
Nome: cabra cega curiosa
Faixa etária: 4 à 6 anos
Objetivos: desenvolver memórias auditiva e táctil; percepção corporal e
aumentar a identificação entre os componentes do grupo.
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Material necessário: 1 lenço de pano (escuro)
Resumo da atividade:
Divisão da turma em dois grupos.
Apresentação de todos os componentes entre si.
Cada um dos grupos deve escolher um representante, devendo um
deles ser o “cabra-cega”, e do outro grupo o “manequim”.
Escolhidos os representantes de cada grupo, o primeiro dos “cabra-
cega” terá um tempo determinado para descobrir quem é o primeiro
representante dos “manequins” através, exclusivamente, do toque.
Caso consiga dizer o nome do seu colega, o seu grupo marca ponto,
caso contrario, o ponto vai para o adversário.
O jogo deve continuar até que todos os componentes tenham
participado tanto de um lado como de outro.
Atividade 2
Nome: bola no túnel
Faixa etária: 4 à 6 anos
Objetivos: desenvolver a velocidade de deslocamento, integração dos
componentes do grupo, agilidade e proporcionar a capacidade de organização
em grupos.
Material necessário: 2 bolas de tamanho médio e peso regular.
Resumo da atividade:
Divisão da turma em 2 grupos com o mesmo número (ou aproximado)
de crianças.
Disposição das mesmas em duas colunas.
Orientá-los para que assumam a posição de pé, com as pernas
afastadas lateralmente.
As bolas deverão estar nas mãos dos primeiros de cada coluna.
40
Ao ser dado o sinal, a primeira criança deverá lançar a bola por entre as
suas pernas, e as de seus colegas, tentando fazê-la chegar até as mãos
do último da sua coluna.
Este, ao receber a bola, deverá correr até a primeira posição da sua
equipe, fazendo o mesmo que seu colega anterior fez.
Esta operação deverá repetir-se até que o aluno que iniciou a
brincadeira retorne a ser o primeiro da sua coluna, vencendo o jogo a
equipe que completar primeiro o circuito.
Atividade 3
Nome: corrida sinuosa
Faixa etária: 4 à 6 anos
Objetivos: desenvolver agilidade em deslocamentos frontais e laterais, além da
coordenação motora e percepção espacial e temporal.
Material necessário: qualquer material que possa ser utilizado como obstáculo
(baldes, bolas, cadeiras, cones de plásticos, etc...)
Resumo da atividade:
Divisão da turma em 2 equipes com o mesmo número de crianças.
Colocação de duas colunas de obstáculos em fileiras alternadas.
Estando as crianças sentadas ou em pé, a uma certa distância dos
obstáculos, e tendo nas mãos um bastão de giz, ao ser dado o sinal de
largada deverão partir (os primeiros de cada equipe) em direção ao
quadro, cumprindo as passagens pelos obstáculos (todos). Ao chegar ao
quadro, deverão fazer uma marcação previamente combinada e retornar
ao seu grupo quando entregarão o bastão ao seu colega de equipe, que
deverá partir em direção ao mesmo alvo, cumprindo as mesmas tarefas
do seu colega anterior.
Será declarada vencedora a equipe que conseguir (com todos os seus
componentes) completar todos os percursos.
41
Atividade 4
Nome: telefone sem fio
Faixa etária: 4 à 6 anos
Objetivos: desenvolver a sensibilidade pelo toque, a velocidade de reagir aos
estímulos e a capacidade de verbalizar suas ideias.
Resumo da atividade:
Divisão da turma em dois corpos com o mesmo número de crianças
Solicitar que todos fiquem sentados e que deem as mãos, umas às
outras
Ao ser dado o sinal para o início da atividade, a criança de uma das
extremidades de cada equipe, deverá apertar a mão do seu colega ao
lado, ao mesmo tempo em que dirá no ouvido dele a palavra-chave de
sua equipe.
Este, por sua vez, deverá proceder de modo idêntico com o seu colega
adiante.Quando a palavra-chave chegar à outra extremidade da equipe,
o último componente deverá sair correndo até a professora, localizada a
uma certa distância dos alunos, e dizer, em voz alta, a palavra-chave do
seu grupo.
Será declarada vencedora a equipe que conseguir completar primeiro
esta tarefa.
Sugestão:
Pode ser usado o recurso da passagem de objetivo de objetos variados
pelos alunos, ao invés de palavras.
Atividade 5
Nome: colmeia
Faixa etária: 4 à 6 anos
Objetivos: desenvolver a agilidade nos deslocamentos, capacidade de
percepção e capacidade de organização mental.
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Material necessário: uma corda elástica ou barbante, bolas de tamanho médio,
cones de plástico, etc.
Resumo da atividade:
Divisão da turma em dois grupos com um número semelhante de
componentes.
Entrega de um bastão a um dos componentes de cada grupo.
Colocação de dois outros objetos (bolas, por exemplo), diferentes dos
anteriores, a uma certa distância de ambos os grupos, e afastados entre
si.
Ao ser dado sinal de início da atividade, o primeiro componente de cada
grupo que possui o bastão nas mãos, deverá correr até o local das
bolas, devendo para isto, saltar sobre a corda.
Ao chegar ao local onde está a bola, deverá fazer a troca do bastão pela
mesma, retornando rapidamente para sua equipe, saltando novamente
sobre a corda, e entregar ao seu colega de equipe a bola que tem nas
mãos.
Em seguida, os próximos competidores deverão agir da mesma forma
devendo sempre fazer a troca da bola pelo bastão, sucessivamente.
Será considerada vencedora a equipe que conseguir completar, com
todos os seus componentes, os percursos descritos acima.
Sugestões:
Aumentar o número de obstáculos a serem vencidos pelas crianças, até
chegar ao local da troca de objetos.
Modificar a posição dos competidores (sentados, agachados, em pé)
Atividade 6
Nome: jogo das diferenças
Faixa etária: a partir do 4 anos
Objetivos: desenvolver a atenção concentrada e a capacidade de percepção,
além da memória visual.
43
Material necessário: um lenço de tamanho médio
Resumo da atividade:
Dividindo a turma em dois subgrupos, pedir que cada grupo escolha
entre seus componentes aquele que deverá fazer as modificações de
posição (é importante que o outro grupo não perceba quem foi
escolhido).
Após estar decidido, estabelecer o tempo de cada tarefa
(aproximadamente 15 segundos)
Um dos grupos deverá assumir um conjunto de posições, que depois de
ser mostrado ao outro grupo, deverá sofrer mudanças enquanto o
adversário deverá estar com o rosto escondido.
O grupo “adivinhador” deverá tentar dizer, dentro do tempo estabelecido,
quais foram as modificações feitas, descrevendo ainda a mudança.
Caso o grupo adivinhador acerte, marcará pontos, caso contrário o
grupo que representou as mudanças é que marcará os pontos.
44
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A relação que o ser humano desenvolveu com o meio ambiente não
só permitiu que ele o transformasse adaptando-o às suas necessidades
básicas, mas também garantiu a sua constante evolução ao longo dos séculos.
Evolução essa tão presente e marcante na espécie humana.
A enorme plasticidade cerebral7 responsável pela permanente e
contínua evolução do homem tem sido responsável, também, por um dos
maiores “desastres” que se abateu sobre a raça humana. O desenvolvimento
social, político, cultural e econômico da sociedade com sua enorme
industrialização e robotização tem oferecido ao homem contemporâneo um
consumismo desenfreado e inigualável. Consequentemente, tem provocado um
sedentarismo doentio, o qual tem sido responsável por uma verdadeira
epidemia de doenças relacionadas à falta de atividades físicas, tais como:
estresse, obesidade, hipertensão, diabetes, doenças cardiovasculares, varizes
e neurodegenerativas.
O aumento de incidência dessas doenças, certamente está
relacionado às mudanças socioculturais que poupam o esforço físico,
transformando-as num verdadeiro mau do século abatendo-se sobre todas as
faixas etárias de crianças e adolescentes até aos mais idosos.
A neurociência aplicada à educação ressurge nesse momento com
mais uma ferramenta de apoio a todos aqueles envolvidos e comprometidos
com uma abordagem mais crítica e científica da aprendizagem, assim como
contribuir para estreitar os laços do conhecimento nas diversas áreas do saber:
biológica, psicológica, afetiva, emocional e social, promovendo o
reconhecimento de que ensinar a um sujeito cerebral uma habilidade nova
implica promover ao máximo o potencial de funcionamento de seu cérebro.
Aprender exige, necessariamente, planejar novas maneiras de solucionar desafios e de atividades que estimulem as diferentes áreas cerebrais, afim de desvendar com eficiência o desenvolvimento das potencialidades humanas e a capacidade de pensar.(RELVAS,2012,p.145)
45
NOTAS
1 – Neurônios – constitui a unidade básica e funcional de receber, integrar,
processar e transmitir informações.
2 – Encéfalo – é formado pelo cérebro, tronco encefálico e cerebelo.
3 – Axônio – é um prolongamento fino, geralmente mais longo que os
dendritos, cuja função é transmitir para outras células os impulsos nervosos
provenientes do corpo celular.
4 – Dendritos – são fibras do neurônio que se ramificam como galhos de uma
árvore e servem como o principal aparato para receber sinais de outras células
nervosas. Funcionam como “antenas” no neurônio e são cobertos por milhares
de sinapses.
5 – Sinapses – a junção de axônios e dendritos de dois neurônios adjacentes.
Nos axônios, os impulsos elétricos são traduzidos em mensageiros químicos
(neurotransmissores), para levarem instruções através da fenda sináptica. Nos
dendritos, o sinal do neurotransmissor é convertido novamente em impulso
elétrico, levando o neurônio receptor a cumprir uma tarefa.
6 – Neurotransmissores - são substâncias liberadas por um neurônio,
considerado como neurônio pré-sináptico em resposta a um estímulo. Esses
neurotransmissores são jogados no espaço sináptico e se unem a um
neuroreceptor específico no neurônio seguinte, chamado então neurônio pós-
sináptico.
Dopamina – neurotransmissor essencial ao movimento, à atenção, à cognição,
à motivação, ao prazer e ao vício. Às vezes assume um papel contraditório em
diferentes partes do cérebro. O metilfenidato (ritalina), alivia o transtorno de
déficit de atenção com hiperatividade (TDAH), aumentando a dopamina e com
isso acalmando a mente.
46
Cortisol – um hormônio glicocorticoide liberado por humanos quando estão em
situações de estresse, influencia o cérebro por meio de receptores moleculares
especializados em neurônios.
Epinefrina – também chamada de adrenalina, é ao mesmo tempo um
neurotransmissor no cérebro e um hormônio liberado pelas glândulas
suprarrenais. É liberada, imediatamente, durante a reação de estresse,
preparando o sistema nervoso para reagir aos desafios à sobrevivência.
Glutamato – principal neurotransmissor excitatório do cérebro. É essencial à
aderência celular e, portanto, a neuroplasticidade.
Norepinefrina – neurotransmissor que afeta o estado de alerta, vigilância,
atenção e o humor. Os sinais de norepinefrina ativam o sistema nervoso
simpático e aguçam os sentidos. Influência também a ansiedade e a
depressão.
Serotonina – neurotransmissor vital para o humor, a ansiedade, a
impulsividade, o aprendizado e a autoestima. A serotonina ajuda a abrandar
uma reação hiperativa ou descontrolada em uma ampla gama de sistemas
cerebrais.
7 – Plasticidade cerebral – é a capacidade do sistema nervoso alterar o
funcionamento do sistema motor e perceptivo baseado em mudanças no
ambiente, por meio da conexão e da (re)conexão das sinapses nervosas,
organizando e (re)organizando as informações dos estímulos motores e
sensitivos.
47
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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50
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO ......................................................................................... 02
AGRADECIMENTOS ...................................................................................... 03
DEDICATÓRIA ................................................................................................ 04
RESUMO ......................................................................................................... 05
METODOLOGIA .............................................................................................. 06
SUMÁRIO ........................................................................................................ 08
INTRODUÇÃO ................................................................................................. 09
CAPÍTULO 1
UM POUCO DE HISTÓRIA ............................................................................. 11
1.1 As civilizações primitivas de ontem e de hoje .......................................... 11
1.2. O sistema nervoso e o desenvolvimento do cérebro ................................ 15
1.3. Estrutura e funcionamento dos neurônios ................................................ 16
1.4. Plasticidade cerebral.................................................................................. 20
CAPÍTULO 2
A ESCOLA ....................................................................................................... 23
2.1 Refletindo sobre o comportamento de professores e alunos em sala de aula
.......................................................................................................................... 23
2.2. A importância do reconhecimento das etapas do desenvolvimento cognitivo
em sala de aula ................................................................................................ 27
2.3. Período sensório-motor ........................... ................................................ 27
2.4. Período pré-operatório .............................................................................. 28
2.5. Período operatório-concreto ..................................................................... 29
2.6. Período operatório-formal ......................................................................... 29
51
CAPÍTULO 3
DIFICULDADES E PROBLEMAS DA COORDENAÇÃO MOTORA ............... 31
3.1. Dificuldades na coordenação motora e a falta de noção de espaço ........ 31
3.2. Desordem física e cognitiva ...................................................................... 32
3.3. Convivendo com o problema: dificuldades e transtornos da aprendizagem
.......................................................................................................................... 34
3.4. Marcador somático ................................................................................... 36
3.5. Brincadeiras de crianças ........................................................................... 37
3.6. Sugestões de atividades práticas a serem utilizadas em aulas de educação
física infantil ..................................................................................................... 38
CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................ 44
NOTAS ............................................................................................................ 45
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................... 47
ÍNDICE ............................................................................................................. 50
ÍNDICE DE TABELAS ..................................................................................... 52
ÍNDICE DE FIGURAS ...................................................................................... 53
ANEXOS .......................................................................................................... 54
52
ÍNDICE DE TABELAS
Tabela 1 – Hominização da espécie humana .................................................. 14
Tabela 2 – Como as crianças aprendem ......................................................... 20
Tabela 3 – Reforço para as crianças ............................................................... 20
53
ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 1 – Estrutura de um neurônio ............................................................... 17
Figura 2 – Processos neurocientíficos de aprendizagem ................................ 21
Figura 3 – Criança com baixa autoestima ....................................................... 35
Figura 4 – Criança pulando corda .................................................................... 38
54
ANEXOS
Índice de anexos Anexo 1 – Perfil do aluno(a) ............................................................................ 55
Anexo 2 – Questionário do professor .............................................................. 56
55
ANEXO 1
PERFIL DO ALUNO(A)
NOME: ___________________________________ IDADE:_________ ESCOLARIDADE: _______________________ NOME DA ESCOLA: _____________________________________________________________________ HÁ QUANTO TEMPO NA ESCOLA: _________________ DATA: _________________________
PARA CADA ITEM, MARQUE COM UM (X) A COLUNA QUE MELHOR DESCREVA ESTA CRIANÇA.
NEM UM POUCO
UM POUCO BASTANTE DEMAIS
1 に Não consegue prestar muita atenção a detalhes ou comete erros por descuido nos trabalhos da escola ou tarefas.
2 に Tem dificuldade de fazer a leitura e não consegue compreender o texto lido.
3 に Tem dificuldade nas atividades em conjunto com outros colegas.
4 に Não segue as instruções até o fim e não consegue terminar os deveres da escola, tarefas ou atividades.
5 に Evita ou não gosta de se envolver em tarefas que exigem esforço mental prolongado.
6 に Se distrai com muita facilidade com estímulos externos.
7 に Sai do lugar em sala de aula ou em outras situações em que se espera que fique sentado.
8 に Tem medo e insegurança e forte dependência do adulto.
9 に Tem dificuldades em brincar ou envolver-se em atividade de lazer com os outros alunos de forma calma.
10 に Não para ラ┌ aヴWケ┌WミデWマWミデW Wゲデ= さ; マキノ ヮラヴ エラヴ;ざ
11 に Fala em excesso
12 に Tem dificuldade de aguardar a sua vez
13 に Responde as perguntas de forma precipitada. Não espera terminar.
14 に Não é controlado emocionalmente
15 に Desafia atividade e se recusa atender pedidos ou regras dos adultos
16 に Culpa os outros pelos seus erros ou mau comportamento
17 に Faz coisas de propósito para incomodar os outros
18 に Não tem cuidado com seu material e com os pertences da escola.
19 に É indisciplinado e desinteressado
20 に É questionador e participativo
OBS.: ______________________________________________________________________ Preenchido por: _______________________________________________________________
56
ANEXO 2
QUESTIONÁRIO DO PROFESSOR
1 に Tem curso superior? ( ) SIM ( ) NÃO Há quanto tempo: __________
2 に Tem pós に graduação? ( ) SIM ( ) NÃO Qual: _____________________
3 に Há quanto tempo trabalha com Educação Física? ___________________________
4 に Em quantas turmas leciona?____________________________________________
5 に Quantas vezes por semana? ____________________________________________
6 に Quais às séries? ______________________________________________________
7 に Qual a faixa etária de seus alunos por série? ______________________________________________________________________________________________________________________________________________
8 に Quantos alunos tem por turma? _____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
9 に Quais atividades físicas você desenvolve com seus alunos? _____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
10 に Quais os objetivos você deseja alcançar com tais atividades físicas? _____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
11 に Há alguma interação entre as atividades físicas desenvolvidas por você e algum outro professor? ( ) SIM ( ) NÃO Porque? _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________
12 に Em que nível se verifica essa interação? ______________________________________________________________________________________________________________________________________________
13 に Você deseja acrescentar alguma informação? ______________________________________________________________________________________________________________________________________________