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0 UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PRÓ-REITORIADE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS INSTITUTO A VEZ DO MESTRE EDUCAÇÃO AMBIENTAL: PROCESSO DE APRENDIZAGEM X PRÁTICA HERIK JOSÉ DO NASCIMENTO ORIENTADOR: PROFº CELSO SÁNCHEZ Salvador OUTUBRO / 2008 DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL

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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

PRÓ-REITORIADE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO

DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

EDUCAÇÃO AMBIENTAL:

PROCESSO DE APRENDIZAGEM X PRÁTICA

HERIK JOSÉ DO NASCIMENTO

ORIENTADOR:

PROFº CELSO SÁNCHEZ

Salvador

OUTUBRO / 2008

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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

PRÓ-REITORIADE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO

DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

EDUCAÇÃO AMBIENTAL:

PROCESSO DE APRENDIZAGEM X PRÁTICA

HERIK JOSÉ DO NASCIMENTO

Trabalho monográfico apresentado como

requisito parcial para obtenção do Grau de

Especialista em Educação Ambiental.

Salvador

OUTUBRO / 2008

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Agradecimentos

A Deus, o doador de toda sabedoria;

A minha esposa, pais, filha e irmãos, pelo apoio incondicional durante essa trajetória e

por suportarem minhas “ausências”;

Ao meu orientador, por facilitar meu processo de aprendizagem com respeito e

competência.

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“Mestre não é quem sempre ensina, mas quem de repente aprende”.

João Guimarães Rosa

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RESUMO:

O objetivo deste trabalho foi identificar as práticas educativas na formação de sujeitos

ecológicos em uma Escola Pública da cidade do Salvador. Para tanto, foram

entrevistados 20 alunos do Ensino Fundamental II de uma escola Estadual, buscando

identificar as práticas educativas e suas influências no comportamento e hábito dos

estudantes. O resultado desta pesquisa aponta para a ausência de informações no

contexto escolar, sobre a preservação ambiental, bem como as práticas que a

fundamentam. A partir desses resultados, verificamos a necessidade de divulgação e

incentivo a estudos referentes a este tema, já que uma parcela significativa de estudantes

não tem tido a oportunidade de trabalhar o tema em sala de aula, conseqüentemente, não

resultando em mudanças de hábitos que preservem o meio.

Palavras-chave: contexto escolar, educação ambiental, práticas educativas.

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SUMÁRIO:

INTRODUÇÃO..............................................................................................................06

CAPÍTULO I: EDUCAÇÃO: CONTEXTO HISTÓRICO E SUA LIGAÇÃO COM A

EDUCAÇÃO AMBIENTAL..................................................................................................14

CAPÍTULO II : FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA: Educação Ambiental e Educação.21

CAPÍTULO III: PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS.......................................28

CONCLUSÃO ...............................................................................................................34

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..........................................................................36

ANEXOS.........................................................................................................................39

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INTRODUÇÃO

Quando se fala em educação, é comum pensar em escola. Pode-se até pensar que um

indivíduo educado é alguém que alcançou um determinado nível de escolaridade, mas a

palavra educação em sua origem abrange a escolaridade e vai além dela. A palavra

Educação pode ser definida como ato ou efeito de educar, bem como civilidade,

polidez. Por civilidade entende-se o conjunto de formalidades observadas pelos

cidadãos entre si, regulados por normas do direito civil. Como este trabalho é sobre

educação ambiental, é importante saber que a palavra ambiental origina-se de ambiente,

que refere-se ao que cerca ou envolve os seres vivos ou as coisas (Ferreira, 2001).

Assim, Educação Ambiental remete às formalidades reguladas por normas que

envolvam o ambiente, envolvendo comportamentos que visem o bem estar do homem e

a preservação do meio em que vive. Em outras palavras, é possível afirmar que existem

regras que preservam o meio e que são respeitadas por pessoas “educadas”. Dentre as

definições existentes, Zeppone (1999) afirma que a educação ambiental deixa de ser

concebida enfatizando apenas um dos seus aspectos, que é o ecológico, e passa a

considerar o econômico, social, ético, político, científico, cultural e tecnológico.

De acordo com Andrade Júnior, Souza e Brochier (2006), a Educação Ambiental pode

ser definida como um processo no qual é incorporado critérios sócio-ambientais,

ecológicos, éticos e estéticos nos objetivos didáticos da educação, tendo como objetivo

a construção de novas formas de pensar incluindo a compreensão da complexidade e

das emergências inter-relações entre os diversos subsistemas que compõem a realidade.

O homem por si só já é um ser complexo, interagindo em sociedade e num meio

diversificado, depara-se com inúmeras interferências e fatores inter-relacionados, o que

dificulta sua compreensão sobre a relação indivíduo versus meio ambiente. Enquanto

educação interdisciplinar, Loureiro (2006) afirma que a educação ambiental é uma

dimensão essencial do processo pedagógico, situada no centro do projeto educativo de

desenvolvimento do ser humano, enquanto ser da natureza, e definida a partir dos

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paradigmas circunscritos no ambientalismo e do entendimento do ambiente como

realidade vital e complexa. Para Reigota (2006), deve-se entender a educação ambiental

como educação política, de forma a reivindicar e preparar os cidadãos para exigir justiça

social, cidadania nacional e planetária, autogestão e ética nas relações sociais e com a

natureza.

Como educação política, a educação ambiental dá ênfase ao “por que” fazer antes do

“como” fazer. Complementando a afirmação de Reigota, Loureiro afirma que:

“a educação ambiental se constitui de modo precário como política pública em educação. Algo que se manifesta até hoje na ausência de programas e recursos financeiros que possam implementá-la como parte constitutiva nas políticas sociais, particularmente a educacional, como uma política de estado universal e inserida de forma orgânica e transversal no conjunto de ações de caráter público que podem garantir a justiça social e a sustentabilidade” (Loureiro, 2006, p,82).

O autor acima ressalta que a educação ambiental ainda não se consolidou em termos de

política pública de caráter democrático, universal e includente, o que, inclusive, justifica

os recentes encaminhamentos em âmbito federal.

Para Souza e Brochier (2006), a educação ambiental é entendida como proposta

interdisciplinar de construção de conhecimentos relativa à integração do homem com a

natureza e em profunda interação com ecossistemas. Por isso é necessário compreender

a importância de diferentes segmentos, como por exemplo, a escola, no trabalho

conjunto à educação ambiental.

De acordo com Reigota (2006), a educação ambiental é comumente afirmada como

ensino da ecologia, envolvendo também a biologia e até mesmo geografia. O autor

salienta que são temas distintos e que muitas vezes encontra-se certa confusão

conceitual sobre eles. O mesmo se aplica ao termo meio ambiente, que dependendo das

fontes de consulta, possui diversas definições. Conforme o mesmo autor, para que a

educação ambiental seja realizada, é necessário que se defina o conceito de meio

ambiente. Reigota (2006) define, portanto, meio ambiente como:

“um lugar determinado e/ou percebido onde estão em relações dinâmicas e em constante interação os aspectos naturais e sociais. Essas relações acarretam processos de criação cultural e tecnológica e

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processos históricos e políticos de transformação e da sociedade” (p. 21).

Para Gonçalves (2000, apud Loureiro, 2006), ambiente exprime uma totalidade, que é

concretizada quando é preenchido por sujeitos com suas percepções de mundo. Assim

sendo, pode-se afirmar que ambiente é algo complexo por compreender as diferentes

percepções, visões de seres distintos, únicos. Ratificando, Loureiro (2006) enfatiza as

palavras de Leff (2001), que define ambiente como a complexidade do mundo.

Portanto, percebe-se que a tarefa da educação ambiental é árdua, pois compreende um

“mundo” complexo por si só.

Atrvés de tais colocações é importante remeter à palavra ambientalismo que é colocada

por Loureiro (2006) como:

“um movimento intrinsecamente plural, com finalidades de mudança social (absoluta ou não), composto por atores sociais individuais e coletivos que se identificam pelo modo como compreendem e atuam na ‘questão ambiental’, na construção de novos padrões na relação sociedade-natureza” (p. 64).

O ambientalismo, enquanto movimento, é algo abrangente, com objetivos que

compreendem tanto o indivíduo quanto a sociedade em que ele vive, buscando sempre

mudanças na relação homem-natureza.

Diante desta relação complexa indivíduo-meio ambiente, faz-se necessário uma análise

do contexto histórico pois, Carvalho (1989, apud Martinho e Tamoni, 2007) afirma que

embora a preocupação com as questões de degradação ambiental remonte à antiguidade,

passou a ter ênfase a partir de 1960 quando ocorreu uma série de movimentos sociais

por todo o mundo. Sempre houve preocupação com o meio, mas enquanto

“preocupação coletiva” somente após a década de sessenta com as manifestações da

sociedade.

Lima (1999) acrescenta que a questão ambiental “emerge como problema significativo a

nível mundial em torno dos anos 70, expressando um conjunto de contradições entre o

modelo dominante de desenvolvimento econômico-industrial e a realidade

socioambiental”(p.3). Analisando a evolução do movimento e consciência ambientalista

mundial e brasileira, Viola e Leis (1991, apud Lima 1999), constatam que o movimento

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no Brasil iniciou-se a partir de minorias de cientistas e ambientalistas que se organizam

em torno da denúncia de agressões e da defesa dos ecossistemas. Gradualmente o foco

de atenção foi expandindo-se para incluir questões como a ecologia política, a questão

demográfica, a relação entre desigualdade social e degradação ambiental, a questão

ética, as relações norte-sul e a busca de um novo modelo de desenvolvimento.

Em se tratando de Educação Ambiental no Brasil, Reigota (2006), afirma que no início

dos anos 70 foi criada a Secretaria Especial do Meio Ambiente (SEMA), subordinada

ao Ministério dos Transportes. “Projetos de educação ambiental desenvolvidos pelo

SEMA eram extremamente conservacionistas, e a política e práticas em vigor eram

completamente outras” (Reigota, 2006, p.51).

De acordo com o autor acima, a importância da educação ambiental neste período foi

apenas como referência histórica. Acompanhando outros países, uma consciência

ambiental crítica surge no Brasil e em 1984 ocorre o Primeiro Encontro Paulista de

Educação Ambiental, na cidade de Sorocaba, São Paulo. Os poucos praticantes e

pesquisadores em educação ambiental apresentaram seus trabalhos realizados nos

últimos anos; foi a primeira vez no Brasil que ocorreu esse tipo de encontro.

No Brasil, a educação ambiental começa a propagar-se e ter excessiva presença na

mídia após o assassinato de Chico Mendes e pressão internacional sobre o país devido

ao desmatamento da Amazônia. De acordo com Reigora (2006), após 1988 foram

realizados vários “Primeiro” Encontro Nacional de Educação Ambiental, o que torna

compreensível a confusão conceitual, filosófica e metodológica atual da educação

ambiental.

Em relação à contemporaneidade dos conhecimentos relacionados ao meio ambiente,

Martinho e Talamoni (2007), afirmam que tais conhecimentos encontram-se em plena

construção, não existindo consenso sobre esse termo nem mesmo na comunidade

científica.

A palavra educação remete muitas vezes à palavra escola e em se tratando de Educação

Ambiental percebe-se uma ligação à Educação formal, que exerce papel fundamental na

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formação de sujeitos “civilizados”. Desta forma, pode-se pensar na interligação das

práticas sociais e o papel da educação na formação de “sujeitos ecológicos” que também

podem ser chamados de “sujeitos civilizados”. Neste contexto, é importante que os

professores, uma das principais fontes mediadoras entre os alunos e o mundo, discutam

e reflitam a respeito das próprias representações e relações que mantém com o meio

ambiente, buscando uma reorientação das relações entre professores e alunos, na qual

todos têm algo a ensinar e muito a aprender sobre o ambiente (Barcelos, 2002, apud

Martinho e Talamoni, 2007).

Ao refletir sobre a Educação Ambiental, observa-se que grande número de cidadãos não

possui hábitos que visam à preservação do meio e a humanidade, de forma geral, tem

sentido os reflexos da degradação ambiental. Muitas vidas têm sido ceifadas em

conseqüência de desastres ambientais. Neste contexto, a educação é apontada

(Cavalcanti, 1999, apud Sorrentino et al, 2005), como um dos parâmetros fundamentais

para a regulação ambiental. Em se tratando de educação, as pessoas passam boa parte da

vida inserida no contexto escolar, que exerce grande influência em seus hábitos e

comportamentos, portanto, o desenvolvimento da educação ambiental no contexto

escolar é de fundamental importância.

Não é difícil detectar que a crise sócio-ambiental têm-se agravado a cada dia, segundo

Boff (2004, p. 23), “a terra se encontra em fase avançada de exaustão... terra e

trabalhador estão feridos e sangram perigosamente”. Para este autor, o importante é a

recuperação de uma visão global da natureza, incluindo as espécies e seus

representantes individuais.

Dentro deste contexto, Sorrentino e Colaboradores (2005), afirmam que a educação

ambiental nasce como um processo educativo que conduz a um saber ambiental

materializado nos valores éticos e nas regras políticas de convívio social e, que implica

a questão distributiva entre benefícios e prejuízos da aproximação e do uso da natureza.

É possível observar hoje, que existe um desequilíbrio muito grande entre esses

benefícios e prejuízos.

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Em se tratando de processo Educativo, Reigota (2006), aponta seis objetivos da

Educação Ambiental, sendo eles: a conscientização, conhecimento, comportamento,

competência, capacidade de avaliação e participação.

Por conscientização, o autor acima, define como o ato de levar os indivíduos e grupos a

tomarem consciência do meio ambiente global e de problemas conexos e

sensibilizarem-se diante dos mesmos. Portanto, um dos objetivos da Educação

Ambiental é atrair a atenção para os problemas planetários que afetam toda a população.

Abordando o conhecimento, Reigota (2006), afirma que o objetivo da Educação

Ambiental é proporcionar a compreensão essencial do meio ambiente global, dos

problemas que estão a ele interligados e o papel e lugar da responsabilidade critica do

ser humano. O autor complementa afirmando que o conhecimento sobre o meio

ambiente proporcionado pela ciência e pelas culturas deve ser democratizado. Desta

forma, a educação ambiental deve transmitir todo tipo de conhecimento que permita

melhores atuações frente aos problemas ambientais, deixando assim, de transmitir

apenas o conhecimento científico.

O que é claro e muito perceptível, é que o conhecimento por si só não é suficiente, é

necessário que ele seja acompanhado de atuações, de forma que caminhe na resolução

de inúmeros problemas ambientais. Se o conhecimento não der origem à ações, a

transformações no comportamento, será algo vazio, inerte.

Em se tratando de comportamento, a aquisição de sentido dos valores sociais é

fundamental. É importante que se adquira um sentimento profundo de interesse pelo

meio ambiente e a vontade de contribuir para sua proteção e qualidade. Para Reigora

(2006), o discurso sobre o meio ambiente não é suficiente, é necessário a mudança de

comportamentos individuais e sociais.

Ao relacionar a competência como outro objetivo da educação ambiental, o autor

supracitado afirma que nem todas as pessoas possuem capacidade técnica na resolução

dso problemas ambientais e o reconhecimento desta deficiência é o primeiro passo para

a superação desta. A educação ambiental, através da elaboração de meios técnicos com

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a ajuda de especialistas e conhecedores autodidatas do problema, pode auxiliar a

superação dessa deficiência.

Referindo-se à capacidade de avaliação, Reigota (2006), a relaciona ao ato de avaliar

medidas e programas relacionados ao meio ambiente em função de fatores em ordem

ecológica, política, econômica, social, estética e educativa. A capacidade de avaliação é

a responsável pela permissão ou não de que projetos duvidosos sejam realizados. “A

educação ambiental deve procurar traduzir a linguagem técnico-científica para a

compreensão de todos” (Reigota, 2006, p. 34).

Finalizando os objetivos da educação ambiental, o autor acima, afirma que a educação

ambiental busca encontrar nas pessoas o desejo de participar na construção de sua

cidadania. A compreensão e os deveres com uma melhor qualidade de vida faz parte dos

objetivos da educação ambiental.

Em relação a objetivos, Zeppone (1999), afirma que o número de objetivos da educação

ambiental é infinito, no entanto, a autora destaca a posição de Pereira (1993) como

objetivo principal em proporcionar ao educando um conjunto de situações e

experiências que possibilitem a colocação das pessoas em contato direto com o mundo

onde vivem; sensibilizando-as para a importância do ecossistema que as envolve.

Salienta-se também a discussão sobre a importância do ambiente para a saúde e o bem-

estar do indivíduo; desenvolvendo no educando o sentido ético-social diante dos

problemas ambientais. Outro aspecto importante é a orientação das pessoas para as

relações entre o ambiente em que vivem e o exercício da cidadania, sem deixar de

comparar o chamado desenvolvimento econômico com a degradação ambiental e a

qualidade de vida.

É notório que existe a necessidade de propiciar novas atitudes e comportamentos face

ao consumo desenfreado na sociedade e de estimular a mudança de valores individuais e

coletivos. E como a educação ambiental não é composta de um único conteúdo, a

transmissão de conteúdos deve ser diversificada, dependendo das faixas etárias a que se

destinam e dos contextos educativos em que se processam as atividades. Sendo,

portanto, as práticas educativas apontadas (Jacobi, 2005) como propostas à mudança de

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hábitos, atitudes e práticas sociais, esta pesquisa justificou-se na medida em que

investigou como essas práticas educativas têm exercido influências na formação de

“sujeitos ecológicos”.

Os autores Andrade Júnior, Souza e Brochier (2006, p.3), afirmam que “o esforço

normativo aponta para o surgimento de uma educação ambiental porque pressupõe o

reconhecimento de que a educação tradicional não tem abordado esse enfoque de forma

satisfatória”. Para tanto, a hipótese levantada nesta pesquisa referiu-se à ausência da

educação ambiental no contexto escolar como fator agravante dos problemas ambientais

em meio aos diversificados fatores.

Martinho e Talamoni (2007), acrescentam que se tornam urgentes e necessárias

discussões na escola sobre questões de degradação ambiental. Para tanto, este trabalho

buscou investigar como tem sido transmitida a educação ambiental no contexto intra-

escolar e suas influências nos hábitos dos estudantes, identificando os tipos de práticas

educativas que abordam a Educação Ambiental no contexto da educação pública, bem

como identificando as práticas e hábitos que visam à preservação ambiental.

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CAPÍTULO I

EDUCAÇÃO: CONTEXTO HISTÓRICO E SUA LIGAÇÃO COM A EDUCAÇÃO AMBIENTAL

Todo pesquisador sabe e reconhece a importância da educação formal em qualquer área

ou departamento de pesquisa; ela é a base, alicerce na vida de qualquer ser humano.

Portanto, conhecer a trajetória da própria educação, permite uma melhor compreensão

sobre a maneira de pensar de cada indivíduo e sociedade.

Ao abordar a palavra Educação, Loureiro, Azaziel e Franca (2003, p. 12), a definem

como “... uma prática social cujo fim é o aprimoramento humano daquilo que pode ser

aprendido e recriado a partir dos diferentes saberes existentes em uma cultura, de

acordo com as necessidades e exigências de uma sociedade”. Portanto, educar é uma

ação que envolve aprendizagem, recriação dos conhecimentos existentes em cada

cultura, conforme aquilo que estas necessitam.

Ao analisar o processo de Educação, Loureiro (2006) afirma que a educação é pensada e

realizada de diferentes formas. A veracidade de tal afirmação é percebida através de um

olhar sobre as diferentes culturas e suas formas de educar. As necessidades de cada

cultura exercem influência na forma de pensar e fazer a educação. O que é uma boa

educação para um povo, para uma cultura, não necessariamente o é para outra.

Ao descrever o processo histórico da Educação, Aranha (2006) aponta aspectos

específicos de cada cultura e/ou período histórico, apontando aspectos muito

interessantes. Para as sociedades tribais, a educação tinha uma finalidade comunitária,

de dar bases comuns de conhecimento e saberes sobre a vida, transmitindo de geração

para geração os conhecimentos, mitos, lendas e cosmogonia da tribo. Não havia um

espaço específico para a aprendizagem e esta, ocorria por meio dos rituais e atividades

cotidianas.

“Tanto nas tribos nômades como naquelas que já se sedentarizaram... as crianças aprendem para a vida e por meio da vida, sem que

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ninguém esteja especialmente destinado para a tarefa de ensinar” (Aranha, 2006, p. 35).

A educação na tribo caracteriza-se pelo aspecto difuso, a formação é integral por

abranger todo o saber da tribo e universal, pois todos possuem acesso ao saber e ao

fazer apropriados pela comunidade. Ao analisar a educação nas sociedades tribais, é

possível perceber que são diferentes e não inferiores, como alguns achavam e ainda

acham, das demais sociedades.

Já nas antigas sociedades orientais, a preocupação com a educação estava relacionada à

preservação dos costumes e com o objetivo de evitar a transgressão às normas, que por

sua vez eram definidas a partir de rígidos sistemas religiosos e morais. Não havia

propriamente uma reflexão predominantemente pedagógica. Como as sociedades foram

tornando-se complexas,houve necessidade de divisões, criando-se hierarquia de riqueza

e poder.

“Essas mudanças exigiram uma revolução na educação, que deixou de ser igualitária e difusa, portanto acessível a todos, como nas tribos. Enquanto alguns eram privilegiados, o restante da população não tinha direitos políticos nem acesso ao saber” (Aranha, 2006, p. 45).

Neste contexto, a diferença em relação às sociedades tribais, é que determinados

conhecimentos são privilégios de castas, elites religiosas e econômicas. Dentro desta

realidade, originou-se o que foi chamado de dualismo escolar, que se caracterizou por

um tipo de ensino para o povo e outro para os filhos dos nobres e de altos funcionários.

“A grande massa era excluída da escola e submetida à educação familiar informal”

(Aranha, 2006, p.45). O que se observa ainda hoje é a exclusão de determinadas classes,

pois ao necessitarem trabalhar para o próprio sustento, acabam sendo excluídas da

escola.

Em se tratando de sociedades de matriz ocidental, a educação começa a ser definida

como um processo de formação e construção consciente dos indivíduos. A educação

ocorre de acordo com as funções desempenhadas, uma educação para os ricos e nobres,

os que pensam; e outra para pobres e escravos, direcionada para a instrumentalização e

ação sobre a natureza, para os que executam.

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A cultura e educação ocidental hoje são tributárias da herança greco-romana e da

tradição judaica, o que não significa que as civilizações orientais destes saberes foram

assimiladas pelos povos que surgiram posteriormente.

Diante da expansão dos impérios, Aranha (1996) afirma que a educação é vista como o

principal meio de levar a cultura e linguagem aos territórios conquistados e assim

efetivar a dominação. De acordo com a autora acima, “após 1240 a. C., quando os

assírios conquistaram a Babilônia, foram criadas escolas públicas, com a intenção de

impor os valores dos conquistadores” (p. 47). Em Roma, a Educação é focalizada nos

aspectos morais e éticos, nas ações políticas e cotidianas.

Já na Idade Média, a ascensão do cristianismo supera o naturalismo e o intelectualismo

gregos. As concepções pedagógicas são dominadas pela igreja, que visa eliminar todo

conhecimento que pudesse conduzir a aos desvios da fé. A educação mediada pela fé

surge como instrumento para um fim maior, a salvação da alma e a vida eterna.

Predominava, portanto, de visão teocêntrica, a de Deus como fundamento de toda a

ação pedagógica e finalidade da formação do cristão.

Em se tratando do século XVI, a forma de organização da sociedade exerce influências

sobre a forma de pensar a educação. A revolução comercial e o início da consolidação

do modo de produção capitalista resultaram na decadência do feudalismo e ascensão da

classe burguesa. A educação renascentista visava afirmar o novo projeto de sociedade,

enfatizando valores antropocêntricos e a crença no poder absoluto dos homens no

domínio da natureza.

É neste período (séc. XVI), que surgem as escolas, enquanto espaços específicos para a

aprendizagem coletiva. Até então, a aprendizagem se dava exclusivamente para os

descendentes dos nobres.

De acordo com Patto (1999), no período feudal a educação era privilégio dos nobres,

que pagavam professores para ensinarem seus filhos na própria residência. Aqueles que

não possuíam recursos financeiros para manter professores em sua residência, ficavam

sem qualquer tipo de educação formal. Com a ascensão de uma nova classe, a

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burguesia, evidencia-se a necessidade de escola pública, pois os burgueses não

possuíam recursos para contratar professores exclusivos para seus filhos. Desta forma, a

educação passa a ser acessível às demais classe, deixando de ser exclusividade dos

nobres.

Aranha (2006) complementa afirmando que o surgimento de pequenas escolas nas

cidades mais importantes deu-se com a nomeação de professores leigos pela autoridade

municipal. Com o desenvolvimento do comércio as necessidades passam a ser outras, a

educação que era restringida à educação religiosa, busca atender aos burgueses que

procuraram uma educação que visasse os objetivos da vida prática.

Nos séculos seguintes (XVII e XVIII), com a consolidação da nova ordem por meio do

mercantilismo e depois da Revolução Industrial, a educação busca firmar a liberdade, a

capacidade de discernir e dentre outros aspectos, o domínio da natureza para uso em

benefício do crescimento econômico.

A partir do século XVII a educação passa a ter uma mudança significativa, pois deixa

de servir exclusivamente à sociedade governada por nobres. A Educação não deveria

apenas tornar o indivíduo apto para o trabalho e convívio social, mas também formá-lo

como cidadão ativo, capaz de realizar-se em sua individualidade, capaz de tomar

decisões sobre como deve ser a sociedade em que se quer viver (Aranha, 1996).

Já no século XVIII, o século das Luzes, a Educação destaca o fortalecimento da

tendência liberal e laica, em que se buscavam novos caminhos para a aprendizagem e a

autonomia do educando. A escola deveria ser leiga (não-religiosa) e livre (independente

de privilégios de classe).

O que se observa em toda a história da educação, é que as mudanças nas relações entre

os seres humanos (sociais, políticas, econômicas) passam a exigir transformações na

própria educação com o objetivo de alcançar diferentes metas.

No decorrer do século XIX, as escolas públicas expandiram-se e o Estado assumiu cada

vez mais o encargo da escolarização. Neste período, de acordo com Aranha (2006, p.

215), surgiram:

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“preocupações com os fins sociais da educação e a necessidade de preparar a criança para a vida em sociedade. Enfatixou-se a relação entre bem-estar social, estabilidade, progresso e a capacidade de transformação” (Aranha, 2006, p. 215).

Diante das diferentes formas de perceber a educação e das diferentes perspectivas,

Loureiro (2006) afirma que “a educação implica e é implicada por processos teóricos e

práticos políticos, culturais e sociais que definem os valores que são considerados, a

uma dada sociedade, adequados a uma vida digna e sustentável (ou não)”. p. 63. Assim,

é possível fazer uma estreita ligação entre escola e educação ambiental, pois ambas

partilham da preocupação com o bem-estar social, proporcionando transformações.

Ao analisar o contexto histórico e a importância da educação, é possível fazer uma

ligação entre a escola e a educação ambiental. De acordo com Zeppone (1999), o

desenvolvimento da Educação Ambiental formal se dá dentro da escola. Por educação

ambiental formal, entendem-se os trabalhos realizados dentro do âmbito escolar. A

importância da escola para a Educação ambiental está relacionada ao fato de que se

atribui à escola a função de transmitir conhecimentos sistematizados ao longo do tempo

e segundo Zeppone (1999), é no ambiente escolar que se concentra um grande número

de pessoas por um período razoável, o que dá ênfase à importância da escola para o

desenvolvimento da Educação Ambiental.

Como processo de mudança, seja de comportamento ou de pensamento, é complexo, se

faz necessário a execução de diferentes ações pedagógicas para que se compreenda o

processo de transformação proposto pela Educação Ambiental.

“É preciso que se entenda a complexidade do processo de transformação global a que se

dispõe a Educação Ambiental e a impossibilidade de alcançá-la baseando os

procedimentos pedagógicos apenas em um aspecto” (Loureiro, 2006, p. 21). Tais

mudanças começam na esfera individual, pois o mesmo autor afirma que “não há ação

educativa sem atitudes individuais coerentes e sinceras” (p.21).

De acordo com os Parâmetros Currículares Nacionais (PCN’s), “quando bem realizada,

a Educação Ambiental leva a mudanças de comportamento pessoal e a atitudes e valores

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19

de cidadania que podem ter fortes conseqüências sociais” (27). Loureiro (2006)

complementa esta afirmação ao colocar que a atuação da educação ambiental tanto no

plano das idéias e no da transmissão de informações, quanto no da existência. Segundo

o autor, é no plano da existência que o processo de conscientização é caracterizado pelo

compromisso com o outro e com a vida. “A educação ambiental promove a

conscientização e esta se dá na relação entre o ‘eu’ e o ‘outro’, pela prática social

reflexiva e fundamentada teoricamente (Loureiro, 2006, p. 29).

Em se tratando da escola enquanto espaço propício para o desenvolvimento da

Educação Ambiental Zeppone (1999) afirma que diante da necessidade de uma nova

forma de pensar e agir exigida pelo nosso planeta, com base em um novo estilo de

desenvolvimento e num cotidiano mais humano, um espaço que favorece o trabalho

desta nova maneira de pensar e agir, certamente é a escola. A autora acredita que

trabalhar um projeto de Educação Ambiental em uma escola pública brasileira é um

trabalho viável, e que se torna um ponto crítico dentro da escola.

Para Reigota (2006), o conteúdo mais indicado a ser trabalhado em sala de aula deve ser

a problemática ambiental vivida no cotidiano pelos alunos e que se queira resolver. Para

tanto, é necessário que seja feito um levantamento conjunto entre alunos e educadores e

seja identificado o que é melhor ser trabalhado no momento.

Os métodos a serem utilizados, devem ser estabelecidos por cada professor, de forma

que estes estejam direcionados às características de seus alunos. Quanto ao processo de

avaliação, este, pautar-se-á nos objetivos da prática educativa. Para que não haja

avaliação equivocada, Reigota (2006) recomenda que seja estimulada a auto-reflexão e

o diálogo solicitando aos alunos auto-avaliação.

Freire (1987) vê a educação como processo dialógico pelo qual os homens educam-se

mediados pelo mundo. Assim, pode-se afirmar que a Educação Ambiental tem o poder

de mediar transformações, principalmente se associada à Educação formal.

Complementando, Reigota (2006), percebe a educação ambiental como uma das mais

importantes exigências educacionais contemporâneas a nível mundial.

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“A Educação ambiental tem proposições teóricas que realmente podem ajudar o ensino

público brasileiro e educar seus alunos frente ao mundo, pois a escola brasileira abre

suas portas e clama por ajuda” (Zeppone, 1999, p. 150). Complementando, Loureiro

(2006,p. 39) afirma que:

“a atribuição da Educação Ambiental é fazer com que as visões ecológicas de mundo sejam discutidas, compreendidas, problematizadas e incorporadas em todo tecido social e suas manifestações simbólicas e materiais, em um processo integral e integrador e sem imposição de uma única concepção hegemonicamente vista com verdadeira”.

A Educação pode ser pensada e realizada de diferentes formas e portanto, fica evidente

a importância da educação ambiental para a educação escolar, pois partilham de

objetivos que visam o bem-estar do indivíduo e sua relação com o outro e com o meio.

A escola não tem como suprir a problemática ambiental, pois de acordo com Machado,

Velasco e Amim (2006), ela não atinge toda a sociedade, apenas uma parcela e nem

toda relação de transmissão de conhecimento passa por ela. No entanto, não se pode

descartar a participação da escola, pois, é possível afirmar que a união da Educação

Formal e Educação Ambiental proporcionam uma mudança na maneira de pensar e

concepção de espaço em que se vive. O trabalho conjunto de ambas pode influenciar o

indivíduo a procurar um novo estilo de vida, estilo que vise o bem-estar do homem e do

meio que o cerca.

Em se tratando de escola enquanto espaço propício à educação ambiental, Reigota

(2006, p. 24), afirma que “a escola é um dos locais privilegiados para a realização da

educação ambiental, desde que dê oportunidade à criatividade”.

Sobre a importância da educação, Loureiro (2006), afirma que é necessário efetuar uma

ação educativa plena, integral e articulada a outras esferas da vida social para que

consolidem iniciativas capazes de mudar o modelo contemporâneo de sociedade.

Portanto, a Educação Ambiental e a Educação formal são complementares na realização

de transformações no meio e no ser humano que habita o meio.

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CAPÍTULO II

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA: Educação Ambiental e Educação

Formal.

É imprescindível a necessidade de preservação e recuperação do meio ambiente. A cada

dia que se passa a cada informação transmitida pelos meios de comunicação, percebe-se

o estado lamentável e degradante que a natureza tem se transformado devido às ações

exploradoras do homem. Segundo Martinez (2004, p.4), “as questões ambientais afetam

diretamente a qualidade de vida da população e compõem um elenco de problemas e

situações com enorme potencial para a compreensão crítica da sociedade brasileira”.

Tais questões abrem espaços para debates e discussões; que resultam em intervenções

importantes ao bem-estar do homem e do meio habitado por ele.

Historicamente, o livro Primavera Silenciosa, de Rachel Carson, publicado em 1962,

revela-se um marco da questão ambiental contemporânea por denunciar questões como

devastação, poluição e ações tóxicas relacionadas aos alimentos. A partir de tais

denúncias, foram organizados eventos nacionais e internacionais que proporcionaram

um amplo debate em muitos países (Leite e Mininni-Medina, 2000, apud Machado,

Velasco e Amim, 2006).

Em termos cronológicos e mundiais, Loureiro (2006), afirma que o termo Educação

Ambiental foi adotado pela primeira vez em um evento de Educação promovido pela

Universidade de Keele, no Reino Unido, no ano de 1965.

De acordo com Machado, Velasco e Amim (2006), até 1968 não se falava em Educação

Ambiental. Através da reunião de profissionais de diferentes áreas do conhecimento,

dez países uniram-se à discussão sobre a pobreza e deterioração do meio ambiente,

tendo como resultado a criação do Clube de Roma e a publicação, em 1972, do livro

Limites do Crescimento.

“O livro Limites do Crescimento foi durante muitos anos uma referência internacional às políticas e projetos a longo termo e foi também alvo de muitas críticas, principalmente de intelectuais latino-americanos, que liam nas entrelinhas a indicação de que para se

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conservar um padrão de consumo dos países industrializados era necessário consolar o crescimento da população nos países pobres” (Reigota, 2006, p. 14).

Conforme o autor acima, as discussões do Clube de Roma tiveram resultados positivos,

dentre eles, está o fato de colocar o problema ambiental em nível planetário.

De acordo com Machado, Velasco e Amim (2006), em 1972 o tema Educação

Ambiental foi projetado internacionalmente. Em Estocolmo, Suécia, foi realizada a

Conferência das Nações Unidas sobre Ambiente Humano, tendo como base os

princípios estabelecidos no Programa Internacional de Educação Ambiental.

Diante de tais discussões e debates, “bandeiras” têm sido levantadas em defesa da

preservação ambiental, que se conceitua como a utilização dos recursos naturais de

forma adequada e com a consciência de que eles não são inesgotáveis (Mininni-Medina,

1997, apud Machado, Velasco e Amim, 2006). Martinez (2004) acrescenta que

preservar é mais barato do que regenerar danos ambientais. Em se tratando de

preservação, as preocupações mundiais em relação aos recursos naturais e ambientais

têm originado o desenvolvimento de pesquisas voltadas à identificação das principais

causas, causadores e principais conseqüências da degradação do meio ambiente, bem

como de pesquisas que buscam alternativas à resolução dos problemas causados pela

degradação (Waquil, Finco e Mattos, 2004).

As transformações no meio, automaticamente refletem na vida da sociedade, em

especial, na vida daqueles que são privados de usufruir da matéria extraída da natureza.

De forma geral, os recursos extraídos, são usufruídos por uma minoria da população.

No entanto, as conseqüências dessa exploração desenfreada, têm sido sentidas pela

maioria da população, que por sua vez é economicamente desfavorecida. Em relação à

classe desfavorecida, Waquil, Finco e Mattos (2004) afirmam que a associação entre

degradação ambiental e pobreza deu-se a partir do Relatório Brundtland, feito em 1987.

Tal associação deu origem a diversos estudos que visavam detectar alguma relação

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entre a condição de pobreza e a degradação do meio ambiente. Boff (2004, p.14)

acrescenta que “o ser mais ameaçado da natureza hoje é o pobre”.

Os riscos e conseqüências da degradação ambiental são facilmente perceptíveis na

sociedade moderna. De acordo com Jacobi (2005), “observa-se uma transformação da

sociedade industrial, originando a sociedade de risco”. Para o autor acima, o

entendimento das características, limites e transformações da nossa modernidade, passa

pela multiplicação dos riscos, em especial os ambientais e tecnológicos de graves

conseqüências.

A exploração ambiental, o consumo desenfreado, dentre outros aspectos, permitem

compreender a complexidade do processo de transformação da sociedade, que de acordo

com autor supracitado, é ameaçada e afetada de forma direta por riscos e agravos

socioambientais. De acordo com Ferreira (1999), atualmente, sente-se os efeitos

trágicos dos agrotóxicos, a perda da biodiversidade, da extinção das espécies, da

degradação ambiental e da perda da qualidade de vida. “Estamos em crise permanente...

Somos uma civilização do lixo - do doméstico ao atômico” (p.2).

Em se tratando de consumo, Gardner, Assadourian e Sarin (2004), afirmam que o

aumento disparado do consumo na última década e as projeções alucinantes que são

derivadas dele aponta para um grande dilema que o mundo todo irá se deparar em pouco

tempo. Se os níveis de consumo hoje replicarem-se pela metade dos cerca de nove

bilhões de pessoas que deverão ser adicionadas à população mundial em 2050, o

impacto em nossa oferta de água, qualidade do ar, florestas, clima, diversidade

biológica e saúde humana será extremamente grave.

Conforme os autores acima, o segredo é olhar criticamente não apenas para a

“quantidade” do consumo, mas também na “racionalidade”. O consumo em si não é

negativo, ele ameaça o bem-estar das pessoas e do meio ambiente quando se torna um

fim em si mesmo, quando passa a ser o principal objetibo de vida de um indivíduo ou a

medida máxima de sucesso da política econômica de um governo. A abundância do

século XX geradas pelas economias de consumo em massa depara-se com um desafio

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diferente no século XXI que o enfoque não no acúmulo indefinido de bens, mas em uma

melhor qualidade de vida para todos.

As práticas sociais possuem estreita ligação com a origem dos problemas ambientais.

Ao abordar a dimensão ecológica da crise aambiental, Loureiro (2006) afirma que a

dimensão ecológica da crise ambiental é enfatizada por muitos como se os problemas

ambientais fossem originados independentemente das práticas sociais. Cientes desse

reducionismo, alguns autores brasileiros criaram novas denominações para renomear a

educação de forma que se compreenda a Educação Ambiental não apenas como

instrumento de mudança cultural ou comportamental, mas como instrumento de

transformação social para se atingir a mudança ambiental.

Diante das ações exploratórias e degradantes da humanidade, a Educação Ambiental se

ergue com características peculiares. Para Tristão (2005), “ao longo de sua trajetória, a

educação ambiental foi constituindo uma narrativa que lhe é própria”. Na visão de

Sorrentino e colaboradores (2005), a Educação Ambiental trata de uma urgente

transformação social que visa à superação das injustiças ambientais, desigualdade

social, da apropriação capitalista e funcionalista da natureza e da própria humanidade.

Para os autores acima, a educação ambiental envolve mudança de paradigma,

implicando tanto uma revolução científica quanto política.

Na visão de Jacobi (2005), os riscos enfrentados pela sociedade contemporânea

explicitam os limites e as conseqüências das suas práticas, permitindo a introdução de

um novo elemento, a reflexibilidade. Segundo Reigota (2006), o componente

“reflexivo” da educação ambiental possui a mesma importância que o componente

“ativo” ou “comportamental”. Assim, deduz-se que refletir sobre os problemas, quer

sejam ambientais ou não, é o primeiro passo para a solução e ou mudança de

comportamento.

A reflexibilidade propicia a conscientização sobre a importância da preservação

ambiental. De acordo com o autor supracitado, é possível observar sinais crescentes de

conscientização por meio de alguns referenciais que agregam propostas de

sustentabilidade ambiental, social e desenvolvimento à dimensão do discurso. Para

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Martinez (2004), a escola pode sediar uma reflexão que aponte às condutas de

autonomia crítica, denunciando e tornando explícitos à consciência a presença de

diversos fatores, dentre eles, a degradação ambiental. Segundo Jacobi (2005), “a

Educação Ambiental promove instrumentos para a construção de uma visão crítica” e

sob uma perspectiva crítica, a inserção da Educação Ambiental vai ocorrer na medida

em que o professor assumir uma postura reflexiva.

Em se tratando de postura reflexiva, Tristão (2005) afirma que “a Educação Ambiental

precisa pensar em promover a autoconsciência para uma reflexão-ação de um saber

solidário”. Jacobi (2005) acrescenta que é possível observar a existência de uma

necessidade de incrementação dos meios e acessibilidade à informação, como

possibilidades de alteração do quadro atual de degradação socioambiental. Segundo o

autor acima, as práticas educativas “devem apontar para propostas pedagógicas

centradas na mudança de hábitos, atitudes e práticas sociais, desenvolvimento de

competências, capacidade de avaliação e participação dos educandos” (p.6). De acordo

com Lima (1999), a articulação entre educação e meio ambiente se deve à associação de

vários motivos, dentre eles, a importância da educação enquanto instrumento

privilegiado de humanização, socialização e direcionamento social. Na visão do autor

acima, a inserção da Educação Ambiental no cotidiano escolar depende do papel

decisivo estratégico dos educadores na qualificação dos alunos para um posicionamento

crítico face à crise socioambiental. Ao educar para a cidadania, a Educação Ambiental

pode construir a possibilidade de ação política, no sentido de contribuir para formação

de uma coletividade responsável pelo mundo que habita.

Machado, Velasco e Amim (2006, p.3) complementam afirmando que, “é preciso que a

parcela da população que desconhece as possíveis conseqüências do desequilíbrio

ecológico seja contagiada por uma nova cultura relacionada ao papel de cada indivíduo

na sociedade”. No entendimento de Lima (1999), a educação não é uma panacéia capaz

de solucionar todos os problemas sociais, mas também não é possível pensar em

exercitar a mudança social sem integrar a dimensão social.

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Na visão de Carvalho (2004, apud Jacobi, 2005), a relação entre meio ambiente e

educação abre um estimulante espaço para um repensar de práticas sociais e o papel dos

educadores na formação de um sujeito ecológico. Analisando a relação entre educação e

meio ambiente, Lima (1999, (p. 5), complementa ao afirmar que “não há ‘uma’

educação para o ambiente, mas múltiplas propostas, proporcionais em número e

variedade, às tantas concepções de mundo, de sociedade, e de questão ambiental

existente”. Desta forma, Reigota (2006) afirma que:

“A educação ambiental, como perspectiva educativa, pode estar presente em todas as disciplinas, quando analisa temas que permitem enfocar as relações entre a humanidade e o meio natural, e as relações sociais, sem deixar de lado as suas especificidades” (p. 25).

Ao abordar a educação ambiental na escola, a ênfase deve ser destinada ao estudo do

meio ambiente onde o aluno vive, sendo feito um levantamento dos principais

problemas da comunidade, conhecimentos importantes e possibilidades reais para a

solução de tais problemas. Reigota (2006) salienta que o fato da educação ambiental na

escola dar prioridade ao meio onde o aluno vive, não descarta a abordagem de questões

(aparentemente) distantes do seu cotidiano. É importante desenvolver a consciência e

participação de cidadãos locais e planetários. Sobre os programas de educação

ambiental, Wolsk (1977, apud Zeppone, 1999), afirma que estes têm por objetivo levar

os alunos a observarem seu meio ambiente e sua própria ocupação nele, com um olhar

mais exercitado, sentimento maior de participação e uma mente mais responsável.

Abordando os contextos possíveis para a educação ambiental, o autor acima apresenta o

contexto extra-escolar através de saídas da sala de aula e estudo da natureza in loco. O

maior contato deve ser com a comunidade e para isso, inúmeras possibilidades podem

ser identificadas. Reigota (2006) é enfático ao dizer que “o professor pode educar

ambientamente em qualquer lugar” (p. 30), que seja intra ou extra-escolar, podendo ser

em área de preservação ambiental ou não. É necessário, no entanto, que sejam

abordados objetivos específicos (já identificados neste trabalho), conteúdos, métodos e

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processo de avaliação de alunos para que sejam alcançados os objetivos da educação

ambiental. Uma base sólida de conhecimentos deve ser propiciada e desenvolvida

através do envolvimento e participação dos alunos (Krasilchik, 1986, apud Zeppone,

1999).

Neste contexto, a Educação Formal pode contribuir como uma proposta benéfica ao

meio ambiente, contribuindo com diferentes ações e mudanças não só de pensamento

como de comportamento.

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CAPÍTULO III

Procedimentos Metodológicos:

A pesquisa realizou-se na cidade do Salvador, num Colégio Estadual que atende

aproximadamente mil alunos, nos três turnos de funcionamento.

Foram selecionados vinte alunos disponíveis no momento da entrevista, matriculados

regularmente na instituição. O instrumento utilizado foi um questionário que procurou

identificar as práticas educativas e os hábitos diários dos estudantes.

A coleta dos dados ocorreu no mês de setembro, onde foram selecionados vinte

estudantes aleatoriamente e disponíveis no momento. Esta pesquisa delimitou-se à

cidade do Salvador, especificamente a uma Instituição de Ensino Público da Rede

Estadual da Bahia, investigando de forma geral, a Educação Ambiental transmitida em

sala de aula, a visão dos alunos e sua repercussão nos hábitos dos estudantes.

Resultados e Discussão:

Foram entrevistados vinte alunos, sendo 55% do sexo feminino e os demais do sexo

masculino, todos com idade de 10 a 15 anos. A maioria dos entrevistados reside em

casas cujo número de membros varia de 3 a 5. Em relação aos objetos que requerem o

uso de eletricidade, 80% dos entrevistados possuem mais de 5 unidades em suas

residências.

Apenas 10% esquecem de apagar as lâmpadas ou desligar as tomadas ao sair de um

ambiente da casa. Cinqüenta e cinco por cento raramente esquecem. Segundo 60% dos

entrevistados, as roupas são passadas uma de cada vez, conforme o uso e 15%

afirmaram que as roupas não são passadas. A energia utilizada na residência de 35% dos

entrevistados não ultrapassa 50 kWh, e para 45%, a utilização é entre 50 a 100 kWh.

É possível fazer uma relação entre o consumo de eletricidade e a classe econômica dos

consumidores, pois, o fato da maioria raramente esquecerem as lâmpadas ou tomadas

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ligadas, pode estar relacionado à questão financeira (economia), pois todos os

entrevistados moram num bairro periférico e suas famílias possuem baixa renda. Tal

fato permite refletir que alguns comportamentos “ecologicamente corretos” podem nem

sempre ter como causa a preocupação com o meio ambiente e sim a ausência de

recursos financeiros. No entanto, 60 % dos entrevistados revelaram que as roupas são

passadas conforme o uso, uma de cada vez. Tal hábito aumenta o consumo de energia,

mas não contradiz a reflexão acima devido à possibilidade de não haver uma pessoa

responsável em passar as roupas de uma vez só.

Em se tratando do uso da água, 75% não deixam a torneira ligada enquanto escovam os

dentes e/ou deixam o registro ligado enquanto tomam banho. Apenas 10% responderam

que sim. O Brasil possui a maior reserva de água doce do mundo e é um grande

desperdiçador de água potável. Parte da água tratada que sai das redes distribuidoras

não chega ao consumidor final por motivo de vazamento ou redes clandestinas. A água

sai através de tubulações e canos mal conservados que se rompem ou é desviada. O alto

consumo doméstico de água acaba gerando muito esgoto, que quando não tratado, polue

os rios.

Segundo Gardner, Assadourian e Sarin (2004), a água limpa e saneamento adequado,

além de serem necessidades básicas de consumo, são instrumentos que previnem a

disseminação de doenças contagiosas. De forma geral, grande parte dos bens é mais

acessível às populações mais ricas e com a água e o saneamento não é diferente.

Quanto ao desperdício, vale lembrar que o gotejamento de uma torneira desperdiça 46

litros por dia. Isto é, 1.380 litros por mês. Um filete de 2 milímetros totaliza 4.140 litros

num mês. E um filete de 4 milímetros, 13.260 litros por mês de desperdício. Um buraco

de 2 milímetros no encanamento pode causar um desperdício de 3.200 litros por dia,

isto é, mais de três caixas d’água.

Segundo o RDH – Relatório de Desenvolvimento Humano (PNUD – ONU, nov. 2006),

cerca de 1,1 bilhão de pessoas não tem acesso à água tratada no mundo; por volta de 2,6

bilhões não tem instalações básicas de saneamento (maioria dessa população vivendo na

África e na Ásia); metade dos leitos hospitalares é ocupado por doenças causadas pelo

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uso de água imprópria; a diarréia tira a vida de 4.900 crianças menores de cinco anos

por dia.

O acesso à água atinge 90% da população brasileira. Dos municípios brasileiros com

rede de distribuição de água, muitos convivem com racionamento. Em relação ao

saneamento básico, 75% da população brasileira têm coleta de esgoto, o que exclui

cerca de 43 milhões de pessoas. Apenas 32% do esgoto produzido no país recebe

tratamento, segundo o diagnóstico do Ministério das Cidades (dez. 2006). É importante

lembrar que o lançamento de esgoto não tratado em rios, córregos e mares são uma

grande ameaça à saúde pública.

A crise da água e do saneamento é uma crise dos pobres. Segundo a ONU, a maioria

dos países dispõe de água suficiente para satisfazer as necessidades domésticas,

industriais, agrícolas e ambientais. O problema está na gestão. O relatório (RDH, 2006)

defende um Plano de Ação Global, liderado pelos países do G8, que concentre os

esforços para a mobilização dos recursos e coloque a água e o saneamento no centro da

agenda de desenvolvimento. Um ponto crucial para essa ação seria a adoção da água

como um direito humano básico. Os governos deveriam ter como objetivo mínimo um

gasto de 1% do PIB para a água e saneamento.

Os países desenvolvidos precisam elevar sua contribuição para solucionar esta crise

emergencial. Água limpa e saneamento estão entre os mais eficientes remédios

preventivos para reduzir a mortalidade infantil. Diante da importância da água e da

escassez, há mais riscos de disputas e conflitos entre nações pelo controla das fontes

mundiais de água. Ela é um recurso vital. Todos podem colaborar fazendo a sua parte:

agricultores, poder público, empresas, instituições e a sociedade.

Sobre a coleta seletiva, 35% fazem coleta seletiva em casa, 35% não fazem, 25% fazem

coleta raramente e 1% não respondeu. A reciclagem fornece apenas uma pequena

parcela dos materiais utilizados nas economias mundiais. Cerca de metade do chumbo

consumido atualmente vem de fontes recicladas, como também um terço do alumínio,

aço e ouro. Apenas 13% do cobre vêm de fontes recicladas, em comparação a 20% em

1980. Enquanto isso, a reciclagem do lixo urbano continua, em geral, baixa mesmo nas

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nações que têm condições de implantar uma infra-estrutura de reciclagem. As 24 nações

que compõem a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE),

por exemplo, têm uma taxa média de reciclagem de apenas 16% para o lixo urbano;

sendo que metade deles recicla menos de 10% do seu lixo (Gardner, Assadourian e

Sarin, 2004).

Percebe-se através dos dados acima, que a aquisição do hábito de reciclar é um grande

desafio para a educação ambiental, pois de acordo com os autores supracitados, mesmo

nos países considerados líderes em política ambiental, como a Noruega, a redução dos

fluxos de lixo é um desafio constante.

É possível observar que há certa “consciência” em relação ao desperdício de água, pois

apenas 10% dos entrevistados deixam a torneira ou o registro ligado enquanto fazem

uso da água. Mas o mesmo não pode se aplicar ao uso de coleta seletiva, pois a maioria

não faz ou raramente a faz. Isso pode estar confirmando a hipótese levantada de que os

possíveis comportamentos “ecologicamente corretos” estão associados aos recursos

financeiros, já que aparentemente, coleta seletiva do lixo não traz recursos financeiros

imediatos.

Em termos de Educação Ambiental no ambiente escolar, 90% dos alunos não fizeram

trabalhos ou participaram de campanhas sobre o tema no corrente ano. Setenta por cento

(70%) afirmaram que o número de professores que abordaram o tema referido em suas

aulas não foram mais que três. E 60% acreditam que os trabalhos influenciam ou podem

influenciar o comportamento das pessoas.

Oitenta por cento (80%) não fez nenhum trabalho e/ou campanha significativa sobre

preservação ambiental e os demais não responderam.

Quarenta por cento (40%) dos entrevistados afirmaram não ter participado de nenhuma

campanha sobre preservação ambiental. O mesmo percentual respondeu “nenhuma” e

os demais (20%) não responderam. Tais dados confirmam a hipótese inicial de que o

ambiente escolar não tem promovido a educação ambiental, dado que indica uma

necessidade de revisão nos planejamentos pedagógicos para inserção de tais conteúdos,

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visando mudanças no comportamento e hábitos de forma a preservar o meio ambiente

e/ou minimizar a sua degradação.

Em relação à importância de serem realizadas campanhas sobre a preservação do meio

ambiente no meio educacional, apenas 5% considera que não é importante; 10% não

responderam e a maioria (85%) considera importante. A justificativa apontada pelos

candidatos para a realização de campanhas no ambiente escolar fundamentou-se na

necessidade de propagação do conhecimento, segundo os alunos, muitas outras pessoas

também passariam a ter “consciência” através das informações transmitidas por eles.

Por meio da “conscientização”, o meio ambiente seria beneficiado e dentre as

justificativas, o mundo se desenvolveria melhor.

Sobre a contribuição que cada um poderia fazer para preservar o meio ambiente, as

respostas se distribuíram entre plantar árvores, não poluir as ruas, o ar, os rios; não

desmatando, economizando água e energia. Apenas 5% mencionaram a coleta seletiva e

5% não respondeu.

Os dados revelados acima indicam que os indivíduos, apesar de possuírem alguns

comportamentos que não preservam o meio, acreditam na promoção da educação

ambiental como algo muito importante, no entanto o que se percebe é que o ambiente

escolar não tem favorecido tal ação. Como já constatado através dos dados, é possível

identificar uma defasagem na transmissão dos ensinos, na promoção de hábitos e

comportamentos, quando relacionados ao meio ambiente. Desta forma, percebe-se a

necessidade de melhorar a transmissão da educação ambiental no contexto intra-escolar.

Através dos dados acima, não foi possível identificar práticas educativas que abordem a

educação ambiental no contexto da Educação Pública. Dentre as práticas e hábitos dos

estudantes que visam a preservação do ambiente encontram-se o comportamento não

deixar as luzes acesas ao sair dos recintos, desligar a torneira ou registro ao escovar os

dentes e tomar banho, tendo uma parcela a fazer coleta seletiva. Vale ressaltar que a

maioria dos estudantes não fez ou participaram de trabalhos e/ou campanhas que visem

a preservação ambiental, no entanto, acreditam que tais atividades podem exercer

influências no comportamento das pessoas. Percebe-se assim, a necessidade de maior

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envolvimento dos profissionais de educação na divulgação e conscientização sobre

condutas que visem à preservação ambiental.

Jacobi (2005) descreve a importância do papel dos educadores na inserção da educação

ambiental no cotidiano escolar:

“os educadores tem um papel estratégico e decisivo na inserção da educação ambiental no cotidiano escolar, qualificando os alunos para um posicionamento crítico face á crise sócio-ambiental, tendo como horizonte a transformação de hábitos e práticas sociais e a formação de uma cidadania ambiental que os mobilize para a questão da sustentabilidade no seu significado mais abrangente”. (Jacobi, 2005, p. 1)

Diante da afirmação supracitada pelo autor e dos dados levantados nesta pesquisa,

observa-se a confirmação da hipótese de que os problemas ambientais têm sido

agravados, dentre diversos fatores (descaso das autoridades, desinformação, etc.),

devido à ausência da educação ambiental no contexto escolar. É possível associar essa

ausência ao aumento da degradação ambiental, pois se não há educação, se não há

informação, dificilmente haverá transformação, mudança de hábitos. Automaticamente,

não haverá aquisição de novas práticas que visem a preservação do ambiente.

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CONCLUSÃO:

A literatura aponta a educação escolar como um dos meios de promoção da educação

ambiental. O papel dos educadores é muito importante na formação e mudança de

hábitos, de forma que visem à preservação ambiental. Este trabalho revelou a ausência

de investimento na educação ambiental no contexto escolar e, portanto, salienta a

necessidade de propagar o tema de forma a incentivar os estudantes a adquirir ou a

cultivar hábitos que visem a preservação do meio. Os alunos revelaram alguns hábitos

como fechar a torneira e o registro ao escovar os dentes ou tomar banho, bem como

desligar as luzes ao sair de um recinto, no entanto, não foi possível identificar se tais

comportamentos visem à preservação ambiental ou se trata apenas de contenção de

custos. O fato é que eles acreditam que trabalhar o tema da Educação Ambiental no

ambiente escolar pode resultar em mudanças no comportamento.

Como já afirmado por Zeppone (1999), a escola pública brasileira é um espaço

importante e favorável para o desenvolvimento de projetos de Educação Ambiental e

Reigota (2006) complementa afirmando que o professor pode utilizar diferentes

recursos para inserir a Educação Ambiental no contexto escolar. A aplicação de tais

recursos dependerá da criatividade do professor para obter resultados positivos. O autor

salienta que a própria aula dada pelo professor, em seu cotidiano, encontra-se entre os

didáticos quando busca a relação entre os problemas ambientais enfrentados pelos

alunos e conhecimento científico sobre os mesmos.

No contexto intra-escolar, a própria escola pode criar debates, envolvendo os alunos e

propiciando a origem de idéias para solução de muitos problemas ambientais entrados

pela comunidade escolar. Podem-se criar murais, exposições de produtos feitos com

material reciclável, além de incentivar a dramatização. De acordo com Zeppone (1999),

os professores podem utilizar como recursos auxiliares, materiais gratuitos (embalagens,

caixas, etc), pois os recursos visuais e audiovisuais são muito importantes no processo

de aprendizagem.

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A criatividade é a “mola – mestra” para se implantar de forma prática a educação

ambiental no contexto intra-escolar, sem esquecer é claro, que “o professor pode educar

ambientalmente em qualquer lugar” (Reigota, 2006, p. 30).

Ao retratar o processo de mudanças, Carvalho (2006) afirma que a idéia de mudanças

radicais abarca uma nova sociedade e um novo sujeito da educação, que se inclui como

parte dessa mudança e compreende a reconstrução do mundo, que inclui o seu próprio

mundo interno e os estilos de vida pessoal.

Sendo as práticas educativas apontadas como propostas de mudanças de atitudes,

práticas sociais, esta pesquisa faz uma alerta pra necessidade de mudanças no

planejamento pedagógico, de forma que a educação ambiental seja inserida e divulgada

em sala de aula, estreitando a ligação entre educação ambiental e contexto escolar. Tal

ligação se faz necessária por resultar em informação não só aos estudantes, como já

revelado no próprio discurso dos entrevistados, mas também a outras pessoas da

comunidade. A afirmação abaixo esclarece perfeitamente a necessidade de se

estabelecer uma relação mais presente entre escola e meio ambiente:

“A postura de dependência e de não responsabilidade da população decorre principalmente da desinformação, da falta de consciência ambiental e de um déficit de práticas comunitárias baseadas na participação e no envolvimento dos cidadãos, que proponham uma nova cultura de direitos baseada na motivação e na co-participação na gestão do meio ambiente, nas suas diversas dinâmicas”

(Jacobi, 2005, p. 6)

Seria utopia pensar que a propagação da educação ambiental no contexto escolar seria a

solução para os inúmeros problemas da degradação do meio ambiente. No entanto, não

se pode dizer que não se teria resultados positivos, que gerariam mudanças nos

pensamentos e comportamentos. O que se pode afirmar e deve-se acreditar é que a

ligação entre a educação ambiental e o processo de aprendizagem (contexto escolar) é

um “elo” de uma corrente que puxa “outros elos” no processo de transformação.

De acordo com Reigota (2006, p. 58), “A educação ambiental deve ser ainda

considerada como uma grande contribuição filosófica e metodológica à educação em

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geral”. Desta forma, não pode e nem deve ser excluída das grades curriculares do meio

educacional. Antes sim, deve ser trabalhada, enfatizada e colocada em prática

individualmente e conseqüentemente coletivamente.

As palavras de Zeppone (1999) são propícias para finalizar este trabalho, pois a autora

afirma que o nosso planeta exige uma nova forma de pensar e agir, baseado em um

novo estilo de desenvolvimento e num cotidiano mais humano, e de acordo com a

autora, a escola é um espaço favorável para se trabalhar essa nova maneira de pensar e

agir. Portanto, cabe a cada indivíduo, a cada educador, buscar caminhos que conduzam

à mudanças de pensamento e conseqüentemente de comportamentos.

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ANEXOS

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QUESTIONÁRIO:

Data: ____/____/____

1 – Sexo: ( )F ( )M

2 – Idade:

( ) 10 a 15 anos.

( ) 15 a 18 anos.

( ) acima de 18 anos.

3 – Quantidade de membros na família que residem na mesma casa:

( ) 2 ( ) 3 ( ) 3 a 5 ( ) mais de 5.

4 – Assinale os objetos que possui em sua residência e especifique se for mais que uma unidade:

( )geladeira ( )microondas ( )ventilador

( )televisão ( )máquina de lavar ( )ar condicionado

( )forno elétrico ( )computador ( )ferro elétrico

( )aparelho de DVD ( )aparelho de vídeo-cassete ( )aparelho de som

( )chuveiro elétrico

5 – Em sua residência se faz uso da coleta seletiva?

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( ) sim. ( ) não. ( ) raramente.

6 – Você deixa a torneira ligada enquanto escova os dentes e/ou o registro ligado enquanto toma bamho?

( ) sim. ( ) não. ( ) raramente.

7 – Você esquece de apagar a lâmpada e/ou desligar as tomadas ao sair de um ambiente de sua casa?

( ) sim. ( ) não. ( ) raramente.

8 – As roupas são passadas em sua residência:

( ) uma de cada vez, conforme o uso;

( ) todas de uma só vez;

( ) não são passadas.

9 – Nos últimos 3 meses o consumo de energia elétrica em sua residência foi:

( ) até 50 KWh;

( ) de 50 a 100 KWh;

( ) de 100 a 200 KWh;

( ) mais 200 KWh.

10 – Quantos trabalhos fez e/ou campanhas sobre preservação do meio ambiente participou este ano?

( ) nenhum (a);

( ) 1 a 3;

( ) 4 a 6;

( ) mais que 6.

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11 – Quantos professores abordaram em suas aulas, temas sobre o meio ambiente este ano?

( ) nenhum (a);

( ) 1 a 3;

( ) 4 a 6;

( ) mais que 6.

12 – Qual foi o trabalho e/ou campanha mais significativa sobre preservação ambiental que você já fez? Por que foi tão significativa (o)?

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

13 – Como você acha que poderia contribuir para a preservação do meio ambiente?

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

14 – Você considera importante a realização de campanhas sobre a preservação do meio ambiente no meio educacional? Por que?

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

15 – Você acha que os trabalhos sobre a Educação Ambiental têm influenciado ou

influenciam o comportamento das pessoas?

( ) sim. ( ) não. ( ) às vezes.

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