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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
ACESSIBILIDADE NAS RELAÇÕES DE CONSUMO VIA
INTERNET
Por: Dionysio da Cunha Soares
Orientador
Prof. Mario Luiz
Rio de Janeiro
2015
DOCUMENTO PROTEGID
O PELA
LEI D
E DIR
EITO AUTORAL
2
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
ACESSIBILIDADE NAS RELAÇÕES DE CONSUMO VIA
INTERNET
Apresentação de monografia à AVM Faculdade
Integrada como requisito parcial para obtenção do
grau de especialista em Gestão Empresarial.
Por: Dionysio da Cunha Soares
3
AGRADECIMENTOS
Aos meus pais e amigos que sempre
estiveram ao meu lado, me apoiando e
me orientando para seguir sempre
rumo ao melhor caminho.
5
RESUMO
A contemporaneidade é marcada pelo desafio de levar aos diversos
cidadãos, em suas diferenças, a mesma qualidade e possibilidade de acesso
aos inúmeros serviços disponíveis na área das Tecnologias da Informação.
Objetivando elencar os protocolos e formatos de dados cujo alvo seja a
acessibilidade à Web, assim como apresentar as tecnologias disponíveis no
mercado desenvolveu-se esse projeto final. Serão apresentados, então, o
conceito de acessibilidade, a legislação que a aborda, as diretrizes que a
viabilizam e as tecnologias existentes que visam a sua efetivação.
6
METODOLOGIA
A metodologia empregada no trabalho utiliza a consulta e análise de
artigos publicados em revistas especializadas, monografias e principalmente
protocolos e projetos instituídos que visam à acessibilidade no meio digital.
Uma das referências norteadoras serão os padrões e tecnologias propostas
pelo World Wide Web Consortium (W3C). Esse foi instituído em 1994, tendo
por objetivo desenvolver protocolos que aperfeiçoem a interoperabilidade,
promovendo a evolução da World Wide Web. É formado por mais de 500
organizações mundiais, tendo ganhado reconhecimento internacional ímpar.
7
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I - Aspectos Normativos e Legais da Acessibilidade 09
CAPÍTULO II - Validação das Páginas Web para Acessibilidade 25
CAPÍTULO III – Tecnologias Assistivas 31
CONCLUSÃO 59
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 62
ÍNDICE 66
8
INTRODUÇÃO
Segundo López (1986), uma das perguntas mais óbvias e nem por isso
mais fácil de responder, é a que se refere aos motivos que levaram o homem a
trabalhar. A resposta de que o faz para satisfazer suas necessidades não
resolve a questão, pois encerra outra pergunta: Quais são estas necessidades?
Todo mundo concorda que os homens trabalham para satisfazer suas
necessidades. O desacordo começa a aparecer no momento em que se
procura concretizar quais são estas necessidades. É claro que os filósofos
trataram ampla e inteligentemente desse tema ao longo dos séculos, mas com
frequência suas elaborações serviram unicamente de base para formular
teorias, sem buscar com elas um direcionamento da ação prática. Entretanto,
ao denunciar situações reais em que certas necessidades ficavam insatisfeitas,
essas teorias se tornaram um elemento influente para provocar mudanças na
realidade.
Na opinião de López, como as empresas dedicam-se à produção de
bens e serviços que satisfazem necessidades humanas, parece claro que, se
uma pessoa emprega seu esforço numa empresa, o faz para conseguir uma
parte destes bens e serviços, ou o seu equivalente em valor econômico. Se a
empresa funciona bem, será capaz de gerar suficiente valor econômico para
satisfazer os que contribuem com seu trabalho para gerá-lo.
O trabalho está organizado da seguinte forma: no primeiro capítulo os
aspectos normativos de padronização a partir dos protocolos desenvolvidos
para tornar a Web mais acessível; no segundo trata da validação de páginas
Web segundo os normativos e padronizações e no terceiro capítulo as
tecnologias capazes de auxiliar os cidadãos que apresentem deficiência a
acessar o meio digital.
9
CAPÍTULO I
ASPECTOS NORMATIVOS E LEGAIS DA ACESSIBILIDADE
A acessibilidade na Web tem como objetivo maior permitir aos indivíduos
com algum tipo de necessidade especial aprender, entender, navegar e
interagir, de forma que também possam contribuir para a Web (CHISHOLM &
VANDERHEIDEN, 1999).
A acessibilidade digital é um conceito que deve ser incorporado à cultura
popular, de modo que o respeito às suas propriedades deixe de ser exceção,
tornando-se regra. Nesse capítulo, serão abordados os princípios
regulamentadores nacionais e internacionais que visam o estabelecimento da
acessibilidade, bem como os princípios normativos estabelecidos para tanto.
1.1 - A regulamentação nacional e internacional da acessibilidade digital
A movimentação em prol da acessibilidade teve suas primeiras vitórias
no campo do espaço físico, as quais se ratificaram através dos projetos livres
de barreiras, assim como da introdução da pesquisa de satisfação do usuário
no que se refere à usabilidade de produtos.
Atualmente, não se pode considerar como efetiva a política de
acessibilidade no território brasileiro, em virtude da continuidade dos déficits
para o acesso de cidadãos com necessidades especiais. Contudo, os
movimentos pró-acessibilidade permanecem buscando um constante avanço,
sendo um de seus principais objetivos contemporâneos, o alcance a
acessibilidade no espaço digital (TORRES & MAZZONI, 2004).
10
Para assegurar os direitos a acessibilidade foi aprovado o Decreto nº
5.296, de 2/12/04, o qual regulamentou e estabeleceu prazos para a execução
da Lei nº 10.048/2000 e da Lei nº 10.098/2000. A primeira delas versa sobre a
prioridade de atendimento às pessoas que possuem deficiência, enquanto a
segunda dispõe sobre as normas gerais e critérios para a promoção da
acessibilidade no meio físico, nos meios de transporte e nos meios de
comunicação. A partir de dois de dezembro de 2005, todos os sítios de
administração pública e portais deverão apresentar conteúdos acessíveis para
os cidadãos portadores de deficiências visuais. No caso de não cumprimento
ao decreto, penalidades como o corte de empréstimos e recursos públicos,
sanções administrativas e penais serão aplicadas.
A Lei da Acessibilidade (10.098/2000, regulamentada em 2004 por
decreto- lei) atende a uma questão histórica dos movimentos sociais que lutam
pelos direitos das pessoas com necessidades especiais, visto que representa
uma etapa decisiva para a inserção de crianças, jovens, adultos e idosos
nessas condições nos vários campos da sociedade, incluindo escola, acesso à
cultura, serviços de saúde, mercado de trabalho, lazer e turismo (UNESCO,
2007).
A Lei não menciona a questão dos indivíduos com deficiências motoras,
auditivas e cognitivas, não abordando também sobre a acessibilidade em
plataformas e dispositivos.
Foi publicado pelo Governo Eletrônico o Modelo de Acessibilidade, que é
composto pelas recomendações que visam à elaboração e adaptação dos sites
do governo brasileiro (PIMENTEL, 2005).
A abordagem europeia objetivando a acessibilidade em sites públicos
está incluída no Plano de Ação Europe 2002, o qual foi adotado pelo Conselho
Europeu da Feira em Junho de 2000. Tal plano de ação compõe-se de cinco
metas para promover a “Participação de todos na economia do conhecimento”
11
e destaca que “Os sites do setor público e o seu conteúdo nos Estados-
Membros e nas Instituições Europeias devem ser concebidos para serem
acessíveis, de forma que os cidadãos com deficiências possam ter acesso às
informações e utilizar plenamente os benefícios da administração”. Esse plano
de ação deve ser efetuado por todas as instituições europeias e pelos 15
membros da União Européia, por meio da adoção das diretrizes da iniciativa
para a acessibilidade da Web (COMISSÃO DAS COMUNIDADES
EUROPÉIAS, 2001).
O departamento WAI (Web Accessibility Initiative), pertencente ao W3C
(World Wide Web Consortium), disponibiliza o WCAG 1.0 e 2.0 (Web Contents
Accessibility Guidelines), que constituem guias internacionais de
acessibilidade, sendo conhecidos como diretrizes de acessibilidade do W3C e
utilizadas em âmbito mundial. A Iniciativa para Acessibilidade na Web foi criada
em 1997.
O WCAG 1.0 foi criado em 1999 e está sendo substituído pelas diretrizes
do WCAG 2.0 do próprio W3C. De acordo com o consórcio, essas diretrizes
devem ser utilizadas com preferência, entretanto ainda é possível empregar as
normas da versão 1.0 (PIMENTEL, 2005).
A utilização de tais guias é realizada por diversos países como padrão,
sendo chamados de Web Standards para os desenvolvimentos de sítios Web
acessíveis.
1.2 – Design universal e o uso de padrões
Um conteúdo digital que preencha os requisitos de design universal deve
apresentar suas informações principais disponíveis às pessoas, independente
de suas limitações orgânicas e/ou de equipamento. Dois cuidados são, para
tanto, necessários, sendo esses a possibilidade de aceder aos conteúdos
12
digitais através de tecnologias mais simples e a utilização de alternativas
relativas à forma de acesso a tais informações (TORRES & MAZZONI, op. cit.).
Assim, o design universal constitui-se como o processo de criação de
produtos, que sejam comercialmente viáveis e ao mesmo tempo tenham a
capacidade de serem utilizados por pessoas com diversas habilidades e em
múltiplas situações. Alcançar plenamente tais requisitos mostra-se impossível,
porém deve-se ter o conceito de design universal como norteador dos diversos
projetos de produtos comerciais. Assim, os produtos têm de ser desenvolvidos
sem a necessidade de quaisquer modificações, sendo também compatíveis
com as tecnologias assistivas necessárias para aqueles que não são capazes
de acessar diretamente os produtos.
Visando atingir as premissas supracitadas, o design universal adota sete
princípios: uso equitativo, flexibilidade, uso simples e intuitivo, informação
perceptível, tolerância ao erro, baixo esforço físico e dimensão e espaço para
uso e interação. O uso equitativo diz respeito à possibilidade de aquisição do
design por indivíduos com diversas habilidades. A flexibilidade compreende a
ideia de que o design deve atender a uma grande variedade de pessoas,
acomodando uma gama ampla de preferências, assim como habilidades. O uso
simples e intuitivo refere-se à facilidade de entender, de forma independente
das experiências anteriores, do nível de concentração e da habilidade
linguística. A informação perceptível remonta à eficácia do design, isto é, à
apresentação da informação necessária de modo efetivo, de forma
independente dos fatores do ambiente e das habilidades sensoriais do
indivíduo. A tolerância ao erro visa minimizar o risco de consequências avessas
de procedimentos acidentais e/ou não intencionais. O baixo esforço remete ao
conforto e ao mínimo de lassidão pelo uso. A dimensão e espaço para uso e
interação referem-se ao tamanho e espaço apropriados para as múltiplas
individualidades.
13
O desenvolvimento de sítios da Web a partir dos princípios do Design
Universal favorece ao acesso de pessoas com necessidades especiais
orgânicas ou não, tornando o conteúdo navegável e compreensível (DIAS,
2003).
A acessibilidade é uma qualidade que se ratifica pela satisfação de
alguns requisitos que estão descritos pelo W3C (TORRES & MAZZONI, op.
cit.). O W3C, embasado no conceito de Design Universal, produz as
especificações, softwares e ferramentas que favorecem e garantem a
acessibilidade na Web. É um consórcio que visa trazer à Web seu máximo
potencial. Objetiva, assim, sete pontos de melhoria na Web, os quais
compreendem o acesso universal, a Web semântica, o ambiente de confiança,
a interoperabilidade, a evolução para uma Web simples, modular, compatível e
extensível e a descentralização (PIMENTEL, 2005).
Iniciar-se-á uma explanação restrita às recomendações visando ao
acesso universal, as quais constituirão o bojo desse capítulo.
De acordo com Zeldman (2003), o uso de padronização e a
acessibilidade são elementos afins, visto que afiançam a utilidade e
disponibilidade de sites a um número maior de visitantes e clientes.
Assim, com a finalidade de estabelecer padrões e orientações para a
Web, o W3C apontou algumas questões que constituem os objetivos para sua
otimização levando-a ao seu máximo potencial. São eles:
1. Acesso Universal: visa contribuir para efetivação da acessibilidade na Web
através de tecnologias que abarquem as diferenças educacionais, culturais e
as restrições físicas.
2. Web semântica: os ambientes devem ser desenvolvidos de modo a permitir
a automatização de tarefas e otimizar o uso dos recursos pelos usuários.
14
3. Web confiável: o desenvolvimento na Web deve ser guiado considerando-
se os aspectos comerciais, legais e sociais, de forma a permitir que os
indivíduos tomem para si a responsabilidade e autoria dos conteúdos expostos.
O W3C explicita também as três principais tarefas que constituem a direção
elementar de seus esforços, as quais são a visão, o design e a padronização. A
visão está relacionada ao futuro da Web, efetivando-se através da eleição de
elementos de cunho técnico que tornem a Internet um ambiente universal. O
design dispõe sobre as tecnologias necessárias para ratificar a visão, sendo
embasado por três princípios: interoperabilidade (refere-se à compatibilidade
entre as recomendações de linguagem, especificações e protocolos de
desenvolvimento para Web entre si), evolução (diz respeito à capacidade da
Web em comportar as tecnologias futuras) e descentralização (princípio que
elucida a importância de eliminação das dependências relacionadas às centrais
de registro, de modo a permitir o desenvolvimento de um ambiente flexível). A
padronização aponta para as recomendações que permeiam as fases de
desenvolvimento de tecnologias Web. Tais recomendações encontram-se
acessíveis sem custo para quaisquer pessoas (DIAS & SANTOS, 2001).
O Web Content Accessibility Guidelines 1.0 explicita, então, como
desenvolver o conteúdo Web acessível para cidadãos com necessidades
especiais de modo que não haja restrição no uso da imagens e vídeos,
elucidando como proceder para que esses conteúdos possam ser visualizados
por um maior contingente de usuários. O respeito às recomendações no
desenvolvimento de um projeto faz com que seus conteúdos tornem-se de
simples acesso para todos os indivíduos, não dependendo das ferramentas
utilizadas, tais como laptop, celular, computador de mesa, bem como das
restrições para seu uso (PIMENTEL, 2005). Tal documento é destinado aos
programadores de ferramentas para Web, desenvolvedores de conteúdo
(projetistas de sites, autores de páginas Web, etc.) e desenvolvedores de
ferramentas para avaliação da acessibilidade. Engloba quatorze guias com os
princípios generalistas que visam um projeto acessível. As diretrizes são
compostas por um ou
aplica a uma área em
sendo fornecido també
prioridades são reme
satisfação a esses po
documentos disponíve
acessibilidade. Para ca
ser utilizado no site indi
Figura 1 – Selos de co
As três prioridade
Prioridade 1 – el
Web deve satisfazer ple
básico, visto que em ca
aceder aos documentos
Prioridade 2 –
forma que significam a
Prioridade 3 – co
não satisfação dos mes
Os três níveis de
Nível de conform
verificação da prioridad
ou mais checkpoints os quais apontam com
a em específico. Cada checkpoint possui u
também um link para as técnicas em cada
remetidas de acordo com o impacto na ac
es pontos permite o acesso de determinad
oníveis na Web, promovendo a remoção
ra cada nível de prioridade é atribuído um s
te indicando o nível em que ele se encontra.
de conformidade do W3C
ridades compreendem:
elementos de verificação aos quais o criad
zer plenamente. O cumprimento a esse ponto
em caso contrário alguns grupos apresentarã
entos.
são pontos que o desenvolvedor deveri
am a remoção de barreiras relevantes à acess
compreende elementos que o projetista po
s mesmos implica na exclusão de alguns grup
eis de conformidade são:
onformidade “A”: utilizado quando todos os
ridade 1 foram satisfeitos;
15
m como a diretriz se
ssui uma prioridade,
cada um deles. As
na acessibilidade. A
minados grupos aos
ção das barreias à
um selo, que deverá
Fonte: W3C
criador das páginas
ponto é considerado
ntarão dificuldade de
everia satisfazer, de
acessibilidade;
sta pode satisfazer. A
grupos de usuários.
os os elementos de
16
Nível de conformidade “Duplo A”: empregado quando todos os pontos de
verificação das prioridades 1 e 2 foram contemplados;
Nível de conformidade “Triplo A”: aplicado quando todos os pontos de
verificação das prioridades 1, 2 e 3 foram atingidos.
No WCAG 1.0 são abordados dois temas em especial: a garantia de
uma transformação harmoniosa e de conteúdo navegável e inteligível. Assinala
também alguns pontos-chave, além das recomendações 1 e 11 (as quais serão
elucidadas a frente), que permitem o desenvolvimento de páginas com uma
transformação harmoniosa, dentre os quais:
1. Separar a estrutura de apresentação: A estrutura de um documento
compreende o modo como o mesmo encontra-se organizado em termos
racionais. Como exemplos têm-se a divisão por capítulos, com ou sem
introdução e sumário.
2. Inclusão de equivalentes textuais: O texto deve ser incluído de forma
a possibilitar a interpretação por diversos dispositivos de navegação.
3. Desenvolver documentos que desempenhem sua finalidade,
independente da capacidade do usuário em ouvir e ver.
4. Desenvolver documentos independentes de um tipo específico de
equipamento.
O desenvolvimento de conteúdos compreensíveis e navegáveis também
é abordado no WCAG 1.0. Explicita-se que os criadores do conteúdo devem
preocupar-se não só com a simplicidade e clareza da linguagem, mas também
com a inclusão de meios inteligíveis para a navegação entre as páginas e no
interior das mesmas. Assim, é de extrema relevância a inclusão de ferramentas
17
de navegação e de orientação nas páginas. As recomendações 12 e 14
dispõem sobre o tema de navegabilidade e percepção.
Dessa forma, têm-se, de acordo com o WCAG 1.0, as recomendações
visando à acessibilidade na Web:
1. Ofertar alternativas análogas aos conteúdos sonoros e visuais – Os
indivíduos que não puderem acessar diretamente vídeos, imagens ou sons
terão a possibilidade de obter informações análogas. Os equivalentes textuais
são extremamente relevantes, visto que um texto também pode ser
reproduzido pelos sintetizadores de voz ou em Braille, sendo o próprio texto
visível um elemento relevante. Cada um desses dispositivos direciona a um
sentido distinto, abarcando respectivamente a audição, o tato e a visão. A
recomendação não desaconselha o uso de imagens, somente explicita que o
equivalente textual tem o potencial de torná-las acessíveis. Entretanto, deve-se
sempre transmitir a função ou finalidade coerente com a imagem. Além dos
benefícios aos usuários com necessidades especiais, os equivalentes textuais
colaboram para que todos os usuários localizem as páginas mais rapidamente,
visto que os mecanismos de busca podem utilizar o elemento textual em sua
indexação. Vale ressaltar que o provimento dos equivalentes textuais é de
competência dos desenvolvedores dos conteúdos Web, porém é de
responsabilidade dos agentes do usuário (navegadores e tecnologias de apoio,
como monitores Braille, leitores de tela) a apresentação das informações. Há
também os equivalentes não textuais de texto (ícones, discursos gravados
previamente ou vídeos com tradução do texto para a linguagem de sinais) que
tornam o conteúdo acessível aos cidadãos com deficiências cognitivas e
auditivas.
2. Não utilizar somente a cor como recurso – No caso de uso das cores
com a finalidade de transmissão de informações, as mesmas podem tornar-se
prejudiciais para aqueles usuários que não as diferenciam, bem como para os
usuários que fazem uso de dispositivos não coloridos ou com monitores não
18
visuais. Logo, é relevante que haja contraste entre o fundo e o primeiro plano,
de forma a permitir que as dados exibidos em cores, também estejam
disponíveis sem o uso das mesmas.
3. Fazer o uso adequado das marcações e folhas de estilo – O uso de
marcações de apresentação em detrimento de marcações estruturais pode
dificultar o entendimento da apresentação da página a partir de outros
dispositivos. A utilização de uma marcação ou efeito de apresentação de forma
errônea torna a compreensão da organização da página e a navegação na
mesma difícil para os usuários com software especializado. Quando houver
uma linguagem de marcação apropriada, deve-se utilizar marcações em
detrimento de imagens para a transmissão das informações.
4. Advertir de forma clara o idioma em uso – Devem-se utilizar
marcações que auxiliem na interpretação e pronuncia de documentos em
língua estrangeira ou abreviações. A partir das marcações, os dispositivos
Braille e os sintetizadores poderão alterar automaticamente para uma leitura
adequada. O fornecimento de versões por extenso das siglas e abreviações
também é imprescindível para tornar o conteúdo mais acessível a todos os
usuários. Caso essa recomendação não seja cumprida, as informações podem
se tornar inteligíveis quando do uso de comandos de voz ou sistemas Braille.
5. Desenvolver tabelas que sejam passíveis de uma transformação
harmoniosa – O uso de tabelas só deverá ser realizado para a marcação de
informações tabulares genuínas. O uso para paginação não é recomendado. A
utilização de tal recurso em qualquer condição gera problemas para os
usuários de leitores de tela. Determinados agentes do usuário comportam a
navegação entre as células das tabelas, de modo a acessar o cabeçalho e
demais informações sobre as células. Caso tais tabelas não sejam
devidamente marcadas, não serão fornecidas informações adequadas aos
agentes do usuário. Assim, nas tabelas de dados, devem ser identificados os
cabeçalhos de linha e de coluna. Nas tabelas de dados com dois ou mais
19
níveis de cabeçalhos de linha ou de coluna, indica-se a utilização das
marcações de forma a associar as células de dados às células de cabeçalho.
6. Certificar a transformação harmoniosa das páginas que utilizam novas
tecnologias – Essa recomendação considera o fato de que nem todos os
usuários utilizam versões recentes de navegadores e que nem todas as
funcionalidades estão sempre disponíveis, visto que alguns usuários podem
optar pela sua desativação. Assim, o uso de novas tecnologias não será
sempre recompensador. Os documentos devem ser organizados de modo a
permitir que sejam lidos sem recursos a folhas de estilo.
7. Garantir que as alterações de conteúdo temporais estarão sobre
controle do usuário – Deve-se assegurar a possibilidade de interrupção, pelo
usuário, de transcursos, atualizações automáticas, movimentos, intermitências
de forma definitiva ou momentânea. Os leitores de tela não têm a capacidade
de ler documentos em movimento e alguns indivíduos com necessidades
especiais também podem não conseguir acompanhar os objetos com
movimentação. Vale ressaltar que os pontos de verificação de tal
recomendação dependem exclusivamente dos criadores de conteúdos.
8. Garantir que as interfaces dos usuários integradas tenham
acessibilidade direta – As interfaces dos usuários devem seguir os princípios
do design universal, tais como operacionalidade pelo teclado, emissão
automática de voz e acesso independente de dispositivos.
9. Desenvolver páginas apreciando a independência de dispositivos – A
página deve ser elaborada de modo a permitir a ativação dos elementos
através de grande variedade de dispositivos para entrada de comandos, sejam
esses um teclado, mouse, ponteiro de cabeça, voz, dentre outros. O
provimento de equivalentes textuais dos mapas de imagem ou das imagens
usadas como links possibilitam aos usuários a interação sem a necessidade de
dispositivos apontadores.
20
10. Empregar soluções de transição – Utilizar as soluções de
acessibilidade transitórias, com a finalidade de que as tecnologias assistivas e
os navegadores antigos mantenham a funcionalidade adequada. Deve-se
evitar o aparecimento de janelas de sobreposição de forma repentina e a
modificação do conteúdo da janela sem aviso prévio ao usuário, visto que pode
gerar-se desorientação nos usuários.
11. Fazer uso das recomendações e tecnologias do W3C – As
recomendações de acessibilidade devem ser norteadores do processo de
desenvolvimento. Nos casos em que não seja possível utilizar as tecnologias
do W3C, opções alternativas devem ser elencadas. Entretanto, os criadores de
conteúdo Web somente deverão utilizar páginas alternativas no caso de falha
de todas as demais opções.
12. Prover orientações e informações de contexto – A fim de que os
usuários possam compreender as páginas e elementos de maior
complexidade. Beneficia tanto os usuários com deficiências cognitivas e
visuais, quanto os demais usuários em geral.
13. Prover mecanismos de navegação claros – Ofertar aos usuários a
possibilidade de uso de mecanismos lógicos para a navegação tais como mapa
do site, barras de navegação, entre outros. Os desenvolvedores devem
viabilizar maiores facilidades para que um indivíduo consiga encontrar aquilo
que procura num determinado site. Tal recomendação também beneficia os
usuários em geral, não somente àqueles com necessidades especiais.
14. Asseverar a simplicidade e clareza dos documentos – A partir do uso
de linguagem clara e objetiva e paginação coerente, de modo a beneficiar até
mesmo os indivíduos cuja língua materna não seja a mesma da página
(CHISHOLM & VANDERHEIDEN, 1999).
21
O WCAG 2.0 sucede o WCAG 1.0, entretanto é plausível estar em
conformidade com a versão 1.0 ou com a 2.0, e até mesmo com ambas. O
WCAG 2.0 também aponta inúmeras recomendações a fim de promover a
acessibilidade ao conteúdo Web. O W3C aconselha que os novos conteúdos e
atualizações utilizem como referência esta versão. Também é recomendado
que políticas de acessibilidade na Web tenham como ponto de referência
o WCAG 2.0. O WCAG 2.0 tem como base o WCAG 1.0, sendo concebido para
aplicação em diferentes tecnologias, atuais e futuras, de modo testável, seja de
forma automática ou por validação humana.
Os diversos níveis de abordagem listados incluem princípios,
recomendações generalistas, critérios de sucesso testáveis, diversas técnicas
dos tipos aconselhado e suficiente, assim como as falhas comuns.
Os princípios apresentam-se em número de 4 (quatro), os quais são:
perceptível, operável, compreensível e robusto. As recomendações encontram-
se no número de 12 (doze), apresentado os objetivos elementares os quais os
desenvolvedores devem cumprir para atingir a acessibilidade. Cada uma das
recomendações apresenta os critérios de sucesso testáveis que permitem o
uso do WCAG 2.0 em caso de necessidade de requisitos e testes de
conformidade, como em especificação das concepções, compras,
regulamentação e acordos contratuais. São definidos também três níveis de
conformidade: A (o mais baixo), AA e AAA (o mais elevado). Cada uma das
recomendações e critérios de sucesso possui uma ampla diversidade de
técnicas especificadas no WCAG 2.0. As técnicas apresentam finalidade
informativa e se apresentam em duas categorias: tipo suficiente, indo ao
encontro dos critérios de sucesso e tipo aconselhada.
O WCAG 2.0 inclui novos termos chave que o diferem da versão WCAG
1.0, os quais são “Página Web”, “Determinado de forma programática” e
“Suportada por acessibilidade”. Esses podem ser descritos como:
22
1. Página Web – têm a função de abranger mais do que a definição de
páginas estáticas em HTML. Abarca também as páginas Web que se
encontram com maior dinamismo, como aquelas que possuam comunidades
interativas virtuais.
2. Determinado de forma programática – implica na apresentação do
conteúdo aos agentes de usuários de modo que os mesmos possam
proporcionar as informações fidedignas ao usuário de diferentes maneiras.
3. Suportada por acessibilidade – capacidade das páginas serem
acessadas com o suporte de tecnologias assistivas.
Os quatro princípios estabelecidos no WCAG 2.0 (Perceptível, Operável,
Compreensível e Robusto) serão explicitados abaixo juntamente às suas
recomendações:
1. Perceptível – Os componentes da interface e as informações devem
ser proporcionados aos usuários de modo que eles sejam capazes de
perceber.
Recomendações:
1.1 – Opções em texto: prover alternativas em forma de texto para
quaisquer conteúdos não textuais, de forma a permitir a modificação dos
mesmos de acordo com as necessidades dos usuários, quais sejam Braille,
fala, símbolos, linguagem mais simples ou impressão em caracteres ampliados.
1.2 – Mídias tendo por base o tempo: ofertar opções alternativas para as
mídias embasadas no tempo.
1.3 – Adaptável: desenvolver conteúdos que tenham a capacidade de
apresentação em diferentes formas de modo a não perder as informações e
estrutura.
23
1.4 – Discernível: promover facilidade na visualização e escuta dos
conteúdos aos usuários, abrangendo a distinção entre o plano de fundo e o
primeiro plano.
2. Operável – A navegação e os componentes da interface de usuário
devem ser operáveis.
Recomendações:
2.1 – Acessível via teclado: todas as funcionalidades devem ser
disponíveis através do teclado.
2.2 – Tempo suficiente: ofertar o tempo necessário para que os usuários
sejam capazes de ler e utilizar o conteúdo.
2.3 – Ataques epilépticos: não desenvolver conteúdos que sejam
capazes de promover ataques epilépticos nos indivíduos susceptíveis.
2.4 – Navegável: promover maneiras de auxiliar os usuários na
navegação, localização de conteúdos e determinação do local onde se
encontram.
3. Compreensível – A operação de interface de usuário e as informações
devem ser compreensíveis.
3.1 – Legível: desenvolver conteúdo de texto compreensível e legível.
3.2 – Previsível: desenvolver páginas Web com funcionalidade
previsível.
3.3 – Assistência de entrada: auxiliar os usuários a não cometer e a
corrigir seus erros.
24
4. Robusto – Os conteúdos devem ser suficientemente robustos para
que possam ser interpretados pelos diversos agentes do usuário, o que inclui
as tecnologias assistivas.
4.1 – Compatível: Otimizar a compatibilidade entre os agentes de
usuário atuais e futuros, de modo a incluir as tecnologias de apoio (CALDWELL
et al, 2008).
25
CAPÍTULO II
VALIDAÇÃO DAS PÁGINAS WEB PARA A ACESSIBILIDADE
A acessibilidade deve ser validada através de revisão manual ou de
ferramentas automáticas. Apesar de ágeis na verificação, os meios
automáticos são incapazes de mensurar absolutamente todos os pontos
referentes à acessibilidade (CONFORTO & SANTAROSA, 2002).
De acordo com Zúnica (1999) existem vantagens e desvantagens em
relação aos tipos de avaliações – manual e automática – das páginas Web,
sendo o ideal a conjunção de ambos. A seguir, serão estabelecidas tais
vantagens e desvantagens de acordo com o método.
2.1 – Comparações entre validação automática e revisão manual
A validação automática apresenta como vantagem a possibilidade de
avaliação rápida, em que é viável analisar, ao mesmo tempo, diversos
aspectos, de modo a permitir uma qualificação global em relação à
acessibilidade da página.
Como desvantagens têm-se a alta complexidade para a interpretação
dos resultados objetivos, de forma que para compreendê-los são necessários
conhecimentos elementares sobre o tema. Ademais, alguns aspectos só
poderão ser analisados a partir da revisão manual, não sendo viável a
avaliação automática.
Em relação à revisão manual há maior possibilidade de compreensão a
respeito dos problemas nas páginas. Compreende um procedimento intuitivo
26
de experimentação direta dos problemas que podem ser encontrados pelos
usuários. Ela é adequada para a detecção imediata de algumas falhas básicas
sobre a acessibilidade, sendo, às vezes, o único instrumento para a revisão de
determinados aspectos.
Todavia, a revisão manual demanda mais tempo para sua execução,
sendo dependente do discernimento pessoal do examinador. Ela está sujeita a
falhas pela ausência de simulação de determinadas condições, corroborando
para tal aspecto, o fato de que algumas situações são de difícil simulação
(CONFORTO & SANTAROSA, 2002).
2.2 – Validações automáticas
Para assegurar a acessibilidade das páginas Web, seus
desenvolvedores podem realizar a verificação das mesmas através de
validadores online. Esses compreendem serviços em linha, sendo softwares
que captam o código HTML das páginas, analisando o conteúdo, em geral a
partir da iniciativa de acessibilidade W3C.
As ferramentas automáticas para validação, gratuitas em sua maioria,
analisam o código das páginas em busca de erros na sintaxe da linguagem
utilizada e verificam se alguns mecanismos de acessibilidade estão presentes.
Ao final de uma validação, um relatório é apresentado, mostrando os erros e
sugerindo melhorias, ou um selo de conformidade é disponibilizado para o
documento. Um validador automático é capaz, por exemplo, de verificar a de
presença descrições alternativas equivalentes para imagens, ao encontrar o
atributo alt preenchido. Apesar disso, é necessário ressaltar que tais
ferramentas não abrangem todas as questões da acessibilidade, sendo
incapazes de avaliar a clareza e simplicidade de textos, ou, ainda, se a
descrição textual equivalente fornecida a uma imagem faz sentido para o
usuário.
27
Tais validadores apontam os problemas das páginas Web caso as
mesmas não estejam de acordo com os padrões de acessibilidade (SOARES,
2005). A seguir, dispor-se-á a respeito de alguns deles.
2.2.1 ASES O Avaliador e Simulador de Acessibilidade de Sítios constitui ferramenta
oriunda do DaSilva, entretanto, apresenta mais funcionalidades. É um validador
em português, cujo objetivo é ofertar instrumentos que permitam a
acessibilidade nas páginas dos órgãos do governo.
Apresenta:
1. Avaliador de acessibilidade (e-MAG e WCAG);
2. Avaliador de CSS;
3. Avaliador de HTML (4.01 e XHTML);
4. Simuladores com leitor de tela (tempo) e baixa visão (miopia,
daltonismo, catarata);
5. Ferramenta para seleção do DocType;
6. Conteúdo alternativo;
7. Associador de rótulos;
8. Links Redundantes;
9. Corretor de eventos;
10. Preenchimento de formulários;
Disponível em: <http://www.governoeletronico.gov.br> (RENAPI, 2010).
2.2.2 DaSilva
Ferramenta que verifica a acessibilidade de páginas HTML/XHTML
através das normas do W3C/WAI e do e-Gov. Permite a realização de correção
automática e manual através da interferência do desenvolvedor. Após realizar a
28
avaliação automática, um quadro resumindo o número de erros pelas diretrizes
de acessibilidade é apresentado ao desenvolvedor.
É um instrumento na língua portuguesa, que se encontra disponível
gratuitamente no site < http://www.dasilva.org.br> (RENAPI, 2010).
2.2.3 Examinator
Realiza a avaliação automática da página, atribuindo, posteriormente,
uma nota de zero a dez de acordo com sua classificação de acessibilidade. É
baseado nas Diretrizes de Acessibilidade para o conteúdo WEB 1.0 (WCAG
1.0). Para verificação do código (X)HTML realiza-se a ligação com o <
http://validator.w3.org> e para CSS a ligação com <http://jigsaw.w3.org>.
Apresenta informações qualitativas e um quadro mostrando verificações a
serem realizadas, bem como sugestões e exemplificação destinadas às
correções. Há uma opção de ajuda, busca mapa do sítio e sugestões. É um
software em português, livre, disponível em <http://www.acesso.umic.pt>
(RENAPI, 2010).
2.2.4 HERA
Na página inicial há esclarecimentos sobre a ferramenta. Um resumo
com a análise automática é apresentado após a verificação, contendo a
duração da avaliação, o número de erros, os pontos a serem verificados de
forma manual, assim como uma tabela com o estado dos pontos da verificação.
Fornece também visualização do código da página com coloração destacada
nos pontos onde os erros foram encontrados. É um software livre, em língua
portuguesa, disponível em < http://www.sidar.org> (RENAPI, 2010).
29
2.3 - Testes com usuários
O último método de avaliação da acessibilidade proposto pelo W3C é a
revisão das páginas por deficientes visuais, para que se verifique o grau de
acessibilidade e facilidade de utilização.
Testes com usuários devem incluir diferentes habilidades e deficiências,
e podem ser realizados no próprio ambiente em que estes usuários utilizam
seus computadores ou em laboratórios específicos para testes, que dispõem
de câmeras, gravadores de áudio, espelhos de face única e softwares de
monitoramento. Os testes incluem orientações aos usuários, listas de tarefas a
realizar (por exemplo, acessar determinada página e comprar um produto) e
questionários de avaliação que podem ser respondidos pelos participantes
(DIAS, 2007).
Seguramente os testes com usuários podem ser simples, não há razões
para superestimar estrutura ou investimentos. Se os testes forem realizados no
início do desenvolvimento, o número de usuários pode ser menor. Em sua
coluna Alertbox sobre usabilidade Nielsen fornece razões pelas quais a maioria
dos testes só precisaria de no máximo cinco usuários. Entre elas: com muitos
usuários, se aprende menos. Os avaliadores começam a ver erros repetidos. O
recomendado é testar com poucos usuários, efetuar as modificações
necessárias e realizar novos testes (Nielsen, 2000).
Com o objetivo de auxiliar a profissionais que geram conteúdo para a
web, um modelo de site acessível encontra-se disponível no endereço: <
www.acessibilidadeweb.com.br>. O modelo demonstra, de forma prática, várias
técnicas para aplicar a acessibilidade abordada durante esta pesquisa. O
modelo proposto consiste em um site acessível que pode, portanto, ser
acessado por deficientes visuais e visa despertar o interesse e facilitar o
aprendizado de projetista e desenvolvedora web sobre a acessibilidade. O
modelo passou por todos os métodos de avaliação de acessibilidade
31
CAPÍTULO III
TECNOLOGIAS ASSISTIVAS
As Tecnologias Assistivas (TA) compreendem um arsenal de serviços e
recursos, cuja finalidade é promover a ampliação das habilidades dos
indivíduos com necessidades especiais, de modo a permitir maior
independência de tais cidadãos, promovendo a inclusão social dos mesmos.
Visam possibilitar a ampliação da capacidade de comunicação, controle do
ambiente, aprendizado, mobilidade e trabalho. (BERSCH, 2008).
Constituem, assim, uma série de equipamentos, acessórios,
ferramentas, utensílios, dispositivos, artefatos, técnicas, serviços, adaptações e
estratégias que permitam autonomia, independência e segurança para os
jovens, crianças e adultos que deles necessitarem (PIMENTEL, op. cit.).
A expressão “Tecnologia Assistiva” foi utilizada pela primeira vez no
ano de 1988, sendo um componente jurídico presente na legislação norte-
americana, denominada Public Law 100-407, que junto a outras leis, formam o
ADA – American with Disabilities Act. Tal conjunto de leis regulamenta os
direitos dos cidadãos estadunidenses com necessidades especiais. Essa
legislação estabelece as bases e critérios regulamentadores da concessão de
verbas públicas para aquisição dos instrumentos necessários (GALVÃO
FILHO, 2009).
As Tecnologias Assistivas englobam também os processos, estratégias
e metodologias a serem empregados. Tal fato fica evidente na legislação norte-
americana supracitada a partir da descrição dos serviços de TA contida na
mesma:
32
1. A avaliação da necessidade das Tecnologias Assistivas para os
indivíduos com necessidades especiais, assim como a ponderação da
funcionalidade e impacto do fornecimento de uma TA apropriada e dos serviços
adequados para o cidadão.
2. Serviços que permitem a compra ou que de alguma forma
possibilitam a aquisição de recursos de TA para indivíduos com necessidades
especiais.
3. Serviços que englobam a seleção, desenvolvimento, customização,
experimentação, aplicação, adaptação, manutenção, reparo, substituição ou
doação dos recursos de TA.
4. Uso de terapias, intervenções e serviços que visem à educação e
reabilitação.
5. Assistência técnica ou treinamento aos cidadãos com necessidades
especiais, ou quando necessário, aos integrantes da família, cuidadores ou
responsáveis pelo indivíduo.
6. Assistência técnica ou treinamento para profissionais,
empregadores, serviços provedores de treinamento e emprego, ou que estão
de alguma forma ligada às principais funções da vida dos indivíduos com
necessidades especiais.
7. Serviço que compreende a expansão da disponibilidade no acesso
às tecnologias, o que inclui as tecnologias eletrônicas e de informação para os
cidadãos com necessidades especiais.
O conceito de TA é, na Europa, referido através das expressões
“Ajudas Técnicas” ou “Tecnologia de Apoio”. Entre 1997 e 1999, o Consórcio
EUSTAT – Empowering User Through Assistive Technology – realizou um
estudo, através do Programa de aplicações Telemáticas da Comissão
Européia, destinado às pessoas com necessidades especiais, idosos,
familiares, profissionais assistentes, a fim de que os mesmos sejam capazes
de realizar escolhas adequadas e informadas acerca das tecnologias
assistivas. Tal estudo considerou imprescindível a participação do usuário final
33
na escolha das tecnologias de apoio a serem utilizadas, resultando em quatro
relevantes documentos publicados pela Comissão Européia:
1. Vamos a Isso! Manual de Ajudas Técnicas para o utilizador final.
2. Educação em Tecnologias de Apoio para Utilizadores Finais: Linhas
de Orientação para Formadores.
3. Programas de Educação em Tecnologias de Apoio para Utilizadores
Finais na Europa.
4. Fatores Críticos que Envolvem a Educação de Utilizados Finais em
Relação às Tecnologias de Apoio.
Tal qual a legislação estadunidense, os documentos do Consórcio
EUSTAT conceituam as Tecnologias Assistivas não só como produtos, mas
também serviços.
Há, no Brasil, terminologias distintas que remontam ao conceito de
Tecnologia Assistiva, como “Tecnologias de Apoio”, “Ajudas Técnicas” e
“Adaptações”. Entretanto, alguns autores, acreditam que os termos “Tecnologia
Assistiva” e “Tecnologia de Apoio” referem-se a um conceito amplo, que
envolve os dispositivos, os serviços e as metodologias, enquanto a expressão
“Ajuda Técnica” refere-se apenas aos recursos (GALVÃO FILHO, 2011).
A legislação brasileira utiliza o termo “Ajudas Técnicas” no decreto
3298 de 1999, bem como no Decreto 5296 de 2004. No decreto 3298/1999,
Ajudas Técnicas são definidas, no artigo 19, como:
Os elementos que permitem compensar uma ou mais
limitações funcionais motoras, sensoriais ou mentais da
pessoa portadora de deficiência, com o objetivo de superar
as barreiras de comunicação e da mobilidade e de
possibilitar sua plena inclusão social (CEDIPOD, 2011).
34
O Decreto 5296/2004 também define as Ajudas Técnicas, no artigo
61:
Para fim deste Decreto, consideram-se ajudas técnicas os
produtos, instrumentos, equipamentos ou tecnologia
adaptados ou especialmente projetados para melhorar a
funcionalidade da pessoa portadora de deficiência ou com
mobilidade reduzida, favorecendo a autonomia pessoal,
total ou assistida (BRASIL, 2004).
A necessidade de padronização na terminologia adotada no país foi
abordada pelo Comitê de Ajudas Técnicas, criado pela Secretaria Especial dos
Direitos Humanos da Presidência da República, ligada a Coordenadoria
Nacional para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência. Tal Comitê
sugere que os termos “Tecnologia Assistiva”, “Ajudas Técnicas” e “Tecnologia
de Apoio” sejam entendidos como sinônimos, entretanto, propõe somente a
utilização do termo “Tecnologia Assistiva” em seus documentos próprios,
aceitando-o como o mais apropriado. As razões que levaram a tal escolha são:
1. A tendência de âmbito nacional firmada no meio acadêmico, nas
organizações de pessoas com necessidades especiais, nos setores
governamentais (MEC, CNPq, MCT), institutos de pesquisas, assim como no
mercado de produtos no uso de tal terminologia.
2. Maior compatibilidade da expressão “Tecnologia Assistiva” como
denotativa de uma área do conhecimento.
3. Pela maior especificidade ao conceito, ao contrário das outras
denominações como “Tecnologia de Apoio” e “Ajudas Técnicas” consideradas
genéricas. O Comitê também determinou os marcos norteadores da Tecnologia
Assistiva, os quais são:
1. Área de Conhecimento
2. Multidisciplinaridade
35
3. Objetivos: promulgar a atividade, participação de pessoas com
necessidades especiais, mobilidade prejudicada, ou idosos, com vistas a sua
autonomia, qualidade de vida, independência e inclusão social.
4. Composição: recursos, produtos, práticas, estratégias, processos,
serviços e métodos.
5. Presença dos princípios do Design Universal e da Tecnologia
Social. (GALVÃO FILHO, op cit.).
Em 2007, o Comitê de Ajudas Técnicas estabeleceu a seguinte definição
para o conceito de Tecnologia Assistiva:
Tecnologia Assistiva é uma área do conhecimento, de
característica interdisciplinar, que engloba produtos,
recursos, metodologias, estratégias, práticas e serviços
que objetivam promover a funcionalidade, relacionada à
atividade e participação de pessoas com deficiência,
incapacidades ou mobilidade reduzida, visando sua
autonomia, independência, qualidade de vida e inclusão
social. (CAT, 2007)
Serão apresentados nesse capítulo alguns elementos da tecnologia
assistiva, subdivididos em recursos de Software e recursos de Hardware.
3.1 Recursos de Software
As soluções de software constituem opções de grande utilidade e custo
inferior quando comparadas a muitos dispositivos de hardware. A seguir, serão
apresentados alguns dos recursos de software disponíveis.
36
3.1.1 Dosvox
O DOSVOX é um exemplo de tecnologia assistiva gratuita elaborada
pelo grupo de pesquisas do Núcleo de Computação Eletrônica (NCE) da
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Tal sistema é destinado aos
microcomputadores da linha PC que utilizam ambiente Windows, apresentando
um total de mais de setenta programas que podem ser divididos em:
1. Sistema de síntese de fala para língua portuguesa;
2. Sistema operacional que contém os elementos de interface com o
usuário;
3. Editor, leitor e impressor/formatador de textos;
4. Aplicações para uso geral: caderno de telefones, agenda, calculadora,
preenchimento de cheques;
5. Impressor / formatador para Braille;
6. Jogos diversos;
7. Utilitários de internet: FTP, acesso a WWW, um ambiente de "chat",
um editor html, etc.;
8. Programas multimídia, como o processador multimídia (áudio midi
CD), gravador de som, controlador de volumes;
9. Programas destinados à educação de crianças com deficiência visual;
10. Um sistema genérico de telemarketing, dirigido aos profissionais
desta área;
11. Leitores de janelas para Windows;
12. Ampliador de tela para pessoas com visão reduzida.
O sistema utiliza a comunicação com usuário via síntese de voz, de
forma que a interação do indivíduo com o computador é feita através do
teclado. O DOSVOX vem sendo amplamente utilizado no Brasil pelos cidadãos
que apresentam necessidades especiais. Há também uma versão simplificada
com linguagem em espanhol, a fim de abarcar a crescente demanda originária
de países da América do Sul.
37
O DOSVOX apresenta uma relevante aceitação dentre o público pelos
seguintes elementos:
1. Língua portuguesa: foi o primeiro recurso para deficientes visuais, no
mundo, que utiliza a língua portuguesa na síntese de voz;
2. Apresenta alto grau de interatividade, tendo seu desenvolvimento
baseado numa interface especializada, havendo também a preocupação em
diminuir da melhor forma possível os comprometimentos técnicos em grau
elevado.
3. Custo: é gratuito, estando disponível na Internet.
O acionamento do DOSVOX pode ser feito ligando-se o micro
normalmente. Os sons característicos da entrada do Windows são relevantes
para que os indivíduos com deficiência visual reconheçam o momento em que
é possível iniciar a execução do DOSVOX. O acionamento é realizado
pressionando as teclas "Ctrl + Alt + D", sendo então sintetizada a frase
"DOSVOX - O que voce deseja ?". Tal frase poderá ser repetida nos momentos
em que o sistema carecer de uma nova informação. Clicando em F1 é possível
tomar conhecimento das opções do DOSVOX. A figura 2 demonstra a tela de
abertura do sistema. A figura 3 apresenta algumas funções disponíveis no
projeto, demonstrando que ao clicar em apenas uma tecla é possível acionar a
opção desejada.
Na maior parte dos utilitários do sistema DOSVOX a tecla F1 encontra-
se disponível como tecla de ajuda. Podem-se utilizar também as setas como
método de escolha das opções. A opção desejada deve ser escolhida clicando-
se ENTER. A barra de espaços é utilizada para limpar a tela.
Figura 2 - Tela inicial do DOSVOX
38
Fonte: http://intervox.nce.ufrj.br
Deve-se realizar o teste do teclado, cujo maior objetivo é permitir ao
usuário o reconhecimento da posição das teclas com funções especiais, bem
como das teclas alfanuméricas (Figura 4). A finalização de tal teste ocorre
pressionando-se ESC, quando, então, soa a pergunta “DOSVOX – o que você
deseja?”.
O DOSVOX apresenta jogos cujos objetivos são o entretenimento e a
aprendizagem do ambiente, ao passo em que, jogando, o indivíduo também
aperfeiçoa a interação com o teclado e com o sistema de um modo geral. O
acionamento dos jogos é realizado teclando a opção “J”, seguida da letra que é
representante da abreviatura do jogo desejado. O “menu de jogos” é
apresentado através da tecla “F1” (Figura 5).
Figura 3 –Menu do DOSVOX
39
Fonte: http://intervox.nce.ufrj.br
É válido ressaltar que mesmo nos jogos que apresentam interface
gráfica, o comando é realizado somente pelo teclado, sendo os componentes
visuais úteis para permitir a interação entre os indivíduos com deficiências
visuais e àqueles que não as possuem (Figura 6).
Figura 4 – Teste do teclado
Fonte: http://intervox.nce.ufrj.br
Figura 5 – Menu de jogos DOSVOX
40
Fonte: http://intervox.nce.ufrj.br
Figura 6 – Exemplo de jogo no sistema DOSVOX
Fonte: http://intervox.nce.ufrj.br
O DOSVOX possui também um número extenso de utilitários que visam
ao acesso a Internet. Ele é o sistema que possibilitou o acesso a Internet aos
indivíduos comuns, não especializadas, a partir do seu Projeto Intervox I que
41
colocou entre 1995/97 cerca de 500 usuários conectados. Posteriormente, no
Projeto Intervox II, a qualidade e variedade do recurso foi expandida através de
parcerias com o Instituto Benjamin Constant e a Rede SACI - Solidariedade,
Apoio, Comunicação e Informação. Os utilitários de acesso a internet estão
demonstrados na figura 7.
Figura 7 – Utilitários de acesso a internet
Fonte: http://intervox.nce.ufrj.br
Assim, tem-se no ambiente DOSVOX a combinação de estilos clássicos
de interface - seleção em menus e perguntas, respostas e linguagem de
comandos, considerando-se os seguintes objetivos:
1. Alta velocidade no uso corrente;
2. Alta velocidade de aprendizado;
3. Redução na taxa de erros de operação;
4. Rápida assimilação da operação da interface;
5. Operação agradável (PROJETO DOSVOX, 2002).
3.1.2 MecDaisy
O MecDaisy representa uma solução tecnológica que visa à produção de
livros acessíveis no formato digital, contemplando o padrão Daisy. É
42
desenvolvido através de parceria entre o Núcleo de Computação Eletrônica da
Universidade Federal do Rio de Janeiro - NCE/UFRJ e o MEC.
O formato DAISY é mais uma alternativa que visa à acessibilidade,
tratando-se de uma tecnologia que permite conjugar texto, imagens e áudio
para representar os conteúdos dispostos em livros, artigos, dentre outros. Tal
formato possibilita ao leitor o acesso a diversos recursos similares aos que ele
encontraria ao ler um livro impresso em papel. Ao realizar a leitura de um livro
em DAISY, o indivíduo poderá:
1. Acessar diretamente uma determinada página,
2. Realizar anotações no livro,
3. Destacar um determinado trecho,
4. Navegar pelo índice do livro, optando diretamente por um capítulo ou
seção.
O sistema MecDaisy possibilita o desenvolvimento de livros digitais
falados, assim como a sua reprodução em áudio, em modo gravado ou
sintetizado. Oferece facilidade de navegação pelo texto, proporcionando a
reprodução sincronizada dos trechos escolhidos, o recuo e o avanço nos
parágrafos e a pesquisa de seções ou capítulos. Permite anexar anotações aos
arquivos do livro, exportar o texto para impressão em Braille e possibilita a
leitura com caracteres ampliados. Todos os textos são indexados, visando
facilitar a manipulação a partir de índices e buscas rápidas (PROJETO
MECDAISY, 2002).
3.1.3 microFênix
O projeto do programa microFênix v 2.0 foi desenvolvido objetivando
tornar o microcomputador um instrumento valioso no processo de inclusão
social dos cidadãos com deficiências motoras.
43
O nome do programa teve como referência o pássaro Fênix, o qual é um
elemento da mitologia grega. Conforme refere à história, Fênix era um pássaro,
similar a uma águia, que vivia 500 anos. Após viver esse período, o Fênix
colocava fogo em seu ninho, deixando-o consumir pelas chamas, de modo a
transformar seu corpo em cinzas. De tais cinzas renascia um novo Fênix, que
vivia novamente 500 anos.
O microFênix v2.0 é uma ferramenta hábil em promover a muitos
indivíduos o renascimento de suas potencialidades. É, então, o uso desse
programa, útil não somente para acesso ao computador, mas também para
permitir a realização de trabalhos, jogos e navegação na Internet, contribuindo
para que pessoas com necessidades especiais sejam socialmente incluídas.
Tal sistema simula o uso do teclado e mouse, possibilitando o
acionamento de programas e funções no ambiente Windows. A interação com
o programa é realizada através de menus disponíveis na tela. Cada opção,
contida no menu, é iluminada uma após outra, até o momento em que o
usuário utilize o acionador para confirmar a sua escolha.
O microFênix v 2.0 possibilita a utilização dos seguintes acionadores:
1. Microfone - os usuários emitem um som para acionar alguma das
opções contidos nas telas de menu;
2. Tecla Control da esquerda do teclado - os usuários clicam nessa tecla
para acionar alguma das opções contidas nas telas de menu.
Assim que o programa for acionado surgirá a tela explicitada na figura 8.
Figura 8 - Tela iniciação microFênix
44
Fonte: http://intervox.nce.ufrj.br
A tela de iniciação permite optar por dois elementos de definição da
configuração do programa:
1. Volume – definição da sensibilidade do microfone. Quanto menor for a
numeração digitada, maior será a captação de ruídos sutis.
2. Delay – velocidade do processo de varredura. Quanto maior a
numeração digitada, de forma mais vagarosa a luminosidade vermelha cursará
através do menu.
Não há uma numeração ideal para cada um dos itens, sendo essa
estabelecida de acordo com as necessidades do usuário. Depois de digitar-se
o número em cada um dos itens, deve-se clicar no “Enter”.
Realizada a configuração do programa, a tela representada pela Figura
9 será apresentada ao usuário.
Figura 9 – Menu microFênix
45
Fonte: http://intervox.nce.ufrj.br
Tal tela apresenta as opções:
1. Clicar – Realizar um clique;
2. Sobe, Desce, Esquerda, Direita – Mover o cursor do mouse pela tela;
3. Realizar outros cliques – Permite o clique duplo, clique com o botão
da direita do mouse, etc;
4. Mouse rápido – Permitir que o movimento do mouse torne-se mais
rápido;
5. Comanda janela – Abrir outro menu, que permite o controle de
detalhes da exibição da janela que está sendo utilizada;
6. Digita – Abrir outro menu onde é possível digitar textos;
7. Visualiza - Esconder o menu (PROJETO MICROFENIX, 2002).
3.1.4 Projeto MOTRIX
O MOTRIX é um software que possibilita o acesso a microcomputadores
pelos indivíduos com deficiências motoras graves, principalmente tetraplegia e
distrofia muscular. Permite que, através da Internet, tais sujeitos tenham
acesso amplificado à escrita, leitura e comunicação.
46
O acionamento do sistema é realizado por meio de comandos de voz
feitos em um microfone. Seu uso torna viável a execução pelos indivíduos com
deficiência motora de diversas ações que são executadas por sujeitos não
portadores de deficiência. Proporciona o acesso a jogos, em que o computador
desempenha a atividade motora necessária ao cumprimento das tarefas. O
sistema pode ser associado a outros dispositivos externos de home automation
para auxiliar a interação do usuário com o ambiente de sua própria residência.
A criação do Motrix foi motivada pela médica radiologista Lenira Luna,
tetraplégica, que assistindo a uma entrevista de Antonio Borges (coordenador
do projeto) no programa Sem Censura da TV Educativa, constatou que a opção
de acionamento por voz poderia ser uma boa alternativa para o acesso de
tetraplégicos aos microcomputadores.
No momento, os idealizados do projeto encontram-se realizando novos
testes no Motrix com equipamentos para controle doméstico. Dessa forma, já
estão sendo realizadas, através do uso de equipamentos externos (tomadas
eletrônicas ligadas ao computador), tarefas como acender a luz, trocar o canal
de TV, ligar o ventilador, dentre outras, sempre que o Motrix estiver ligado
(PROJETO MOTRIX, 2002).
3.2 Recursos de Hardware
São todos os aparelhos e/ou adaptação em componentes físicos de
computadores, bem como nos periféricos e até mesmo quando os periféricos
são desenvolvidos com finalidades de adaptação. Serão abordadas a seguir
algumas opções de hardware disponíveis.
3.2.1 Switch Mouse
47
Constitui um dispositivo que visa substituir a função do mouse a partir de
sete acionadores de toques simples, possibilitando os movimentos do cursor do
mouse, o clique simples ou duplo, assim como o clique direito do mouse (Fig.
10). Os acionadores são caixas independentes, que podem ser dispostas de
acordo com a necessidade e/ou habilidade do individuo. O utilitário apresenta
também a opção liga/desliga para a função arrastar.
Figura 10 – Switch Mouse
Fonte: http://intervox.nce.ufrj.br
3.2.2 Roller Mouse
O mouse é substituído através de dois roletes, que permitem o controle dos
movimentos direcionais do cursor (Fig. 11). Permite a execução do clique
simples, duplo, tendo também uma chave do tipo liga/desliga referente à
função arrastar.
3.2.3 Mouse ++
Adaptação de mouse que apresenta três teclas grandes e individuais as
quais possibilitam o clique simples, duplo e a função arrastar (Fig. 12).
48
Figura 11 – Roller Mouse
Fonte: http://intervox.nce.ufrj.br
Figura 12 – Mouse ++
Fonte: http://intervox.nce.ufrj.br
3.2.4 Mouse +
É um mouse convencional com adaptações para receber um acionador
que permite o clique.
3.2.5 Máscara de teclado (Colméia)
49
Compreende uma placa em acrílico ou plástico que apresenta
perfurações as quais correspondem às teclas de um teclado (Fig. 13). Quando
utilizada fixada acima do teclado tem como objetivo impedir que o indivíduo
portador de movimentos involuntários clique em teclas não desejadas.
Figura 13 – Máscara de teclado (Colméia)
Fonte: http://intervox.nce.ufrj.br
3.2.6 Teclado adaptado
Compreende o teclado tradicional adaptado a sete lâminas (Fig. 14).
Substitui funções que demandam o uso do mouse e auxiliam no processo de
alfabetização, navegação na internet e acesso a funcionalidades que
demandam o clique em duas teclas de forma simultânea. Há possibilidade de
ajuste das lâminas de acordo com a necessidade do usuário (NCE, 2002).
3.2.7 Teclado sensível
Prancha com adaptação em espaços de inúmeros tamanhos (Fig. 15). É
necessária a instalação de programa para a sua utilização. Pode ser associado
a um sintetizador de voz. Há também um teclado disponível em que não
existem teclas, sendo o mesmo sensível ao toque.
Figura 14 – Teclado adaptado
50
Fonte: http://intervox.nce.ufrj.br
Figura 15 – Teclado sensível ao toque
Fonte: http://www.tugatronica.com
3.2.8 Wireless Table
É uma mesa digitalizadora comercializada para engenheiros e/ou
desenhistas que utilizam programas gráficos, apresentando baixo custo (Fig.
16). Estão inclusos mouse magnético com dois botões e um scroll roller e uma
51
caneta gráfica com dois botões, sensível a inclinação, sem fio com bateria, que
possibilita a realização de recursos de navegação que o mouse não permite.
Possui suporte para caneta com inúmeras posições para manuseio, de modo
adaptável a demanda do usuário.
Figura 16 – Modelo de Wireless Table
Fonte: FERRADA, 2009
3.2.9 Tela Táctil
Tela sensível ao toque dos dedos, respondendo aos usuários de
acordo com os comandos táteis (Fig. 17).
3.2.10 Câmera mouse
Capaz de mover o cursor a partir dos movimentos gerados pela parte
do corpo em maior evidência (Fig. 18).
Figura 17 – Modelo de Tela Táctil
52
Fonte: http://www.planeta-informatica.com
Figura 18 – Câmera mouse
Fonte: http://www.tajonline.tolshop.com
3.2.11 Magic Key
Uma Webcam é ligada ao computador e as imagens da face do usuário
adquiridas a partir dela são transmitidas a aplicação (Fig. 19). Essa
determinará o local do monitor para onde o usuário está virado, posicionando,
assim, o cursor do mouse. Ao fechar dos olhos do usuário, a aplicação
interpretará um sinal condizente com o clique do mouse.
Figura 19 – Modelo de uso de Magic Key
Fonte: http://design-ergonomia.blogspot.com
53
3.2.12 Magic Joystick
Possibilita a transformação do Joystick em um dispositivo para controlar o
mouse (Fig. 20). É possível realizar o controle da velocidade do cursor, sua
aceleração e as funções dos botões. É destinado a todos os indivíduos que
possuam comorbidades que atinjam os membros superiores e apresentem
dificuldade no uso do teclado e/ou mouse.
Figura 20 – Modelo de acessórios Magic Joystick
Fonte: http://design-ergonomia.blogspot.com
3.2.13 Magic Key Eye Control
Possibilita que os indivíduos controlem o mouse através dos olhos,
sem exigir que a cabeça se encontre imóvel (Fig. 21). Utiliza uma câmera de
alta definição com a finalidade de adquirir as imagens dos olhos do usuário
com uma frequência de 45 imaginas por segundo. Com o programa de
Processamento Digital da Imagem será determinado o local do monitor para o
qual o indivíduo se encontra olhando, permitindo o controle do cursor do
mouse. Há uma aplicação do Magic Key Eye Control que integra algumas
54
funcionalidades, tais quais a escrita com um dicionário em português (Portugal)
contendo 700.000 palavras, ligações entre as palavras, síntese de voz,
reconhecimento de voz para ativação das funções e um controlador de
ambiente.
Figura 21 – Modelo de uso do Magic Key Eye Control
Fonte: http://design-ergonomia.blogspot.com
3.2.14 Magic Vision
Destinado a crianças em idade escolar que apresentam dificuldade de
visão do quadro em sala de aulas e/ou cadernos, bem como adultos com
dificuldades visuais (Fig. 22). É um ampliador digital que possibilita alteração,
em tempo real, do contraste, cores, zoom, assim como a gravação das
imagens para visualização posterior.
Figura 22 – Modelo de Magic Vision
55
Fonte: http://design-ergonomia.blogspot.com
3.2.15 Jouse
Mouse de sopro que permite a realização de clique esquerdo, direito e
duplo (Fig. 23). Há a possibilidade de ajuste da movimentação de acordo com a
demanda do usuário. Um filtro de saliva acompanha o mouse a fim de realizar
a higiene do mesmo.
Figura 23 – Jouse
Fonte: http://www.disabledonline.com
3.2.16 Mouse Ocular
Através dos movimentos oculares é possível realizar o controle do cursor
do mouse (Fig. 24). É uma invenção do amazonense Manoel Cardoso, que
56
possibilita aos tetraplégicos navegar na internet e redigir textos com o
movimento dos olhos.
Figura 24 – Modelo de Mouse Ocular
Fonte: http://rogeliocasado.blogspot.com
3.2.17 Acionador de Pedal
É um sensor de pedal que possibilita o acionamento de um dispositivo
através dos membros inferiores (Fig. 25). Determinados modelos apresentam
um feedback sonoro e tátil.
Figura 25 – Modelo de Acionador de Pedal
Fonte: FERRADA, 2009
3.2.18 Acionador Puxe-Clik
57
Sua função se dá através de um cadarço que ao ser puxado pelo
usuário produz o contato elétrico (Fig. 26). Pode ser amarrado ao pé, punho,
dentre outros locais. Com pouco força é possível ligar/desligar o que se
encontra conectado a ele. Sua fixação é feita através de velcro autoadesivo.
Figura 26 – Acionador Puxe Clik
Fonte: FERRADA, 2009
3.2.19 Apontador ou ponteira de cabeça
Possibilitam o acesso dos usuários com comorbidades nos membros
superiores ao teclado ou quaisquer outros dispositivos (Fig. 27). É fixado a
cabeça do usuário através de bandas elásticas, sendo possível afixar diversos
objetos tais como lápis, pincel, caneta, dentre outros. Licórnio é uma das
denominações possíveis para tal tecnologia.
3.2.20 Estabilizadores de punho e abdutor com ponteira para digitação
Destinado principalmente aos indivíduos com paralisia cerebral,
compreendem órteses que se adaptam a mão e braço do indivíduo (Fig. 28)
(FERRADA, 2009).
Figura 27 – Modelo de Ponteira de Cabeça
58
Fonte: http://tecnologiasassistivaemgeral.pbworks.com
Figura 28 – Modelo de estabilizadores de punho e abdutor
Fonte: http://trocadeideias.pbworks.com
59
CONCLUSÃO
O grande desafio que se estabelece no alcance da acessibilidade
encontra-se na transposição dos elementos do campo teórico para o prático, de
modo a abranger o maior número de cidadãos possível. Apesar dos avanços
apresentados na legislação brasileira, ainda há longa trilha a ser percorrida que
exige a participação social constante e expressiva para a aquisição de
melhorias não só teóricas, como também e, principalmente, na vida prática
cotidiana.
O acesso ao computador e a Internet mostra-se como meio
extraordinário para o aumento da qualidade de vida dos indivíduos com
necessidades especiais, havendo através deles a oportunidade não somente
de aquisição de informações, mas também de estabelecimento de vínculo
empregatício, educacional e interpessoal.
O acesso às Tecnologias Assistivas ainda se encontra restrito em virtude
dos altos custos das mesmas, da precariedade de informações para os
cidadãos com necessidades especiais e seus cuidadores, assim como do
déficit na disponibilidade de produtos em âmbito nacional.
Apesar da existência de grandes pesquisadores e universidades
nacionais que trabalham a questão da acessibilidade de forma global, o Brasil
ainda não desenvolveu plenamente a igualdade de direitos entre os cidadãos
estabelecidos legalmente. Há grande potencialidade para executá-la, haja vista
as ferramentas de software e hardware desenvolvidas em território brasileiro e
que se encontram em nível de exportação.
Os desenvolvedores de páginas Web devem sempre ter em mente que
um juízo correto condizente com os princípios de solidariedade, ética e justiça
deve sempre nortear a elaboração de seus projetos, respeitando as diretrizes
validadas e distribuídas a âmbito global. Deve-se obedecer também ao critério
60
de simplicidade aliado à qualidade das interfaces, de modo que o primeiro
venha somente ratificar o segundo, com vistas ao acesso universal.
Almejamos que, em um futuro próximo, as normas e tecnologias
estabelecidas ao longo desse trabalho não sejam a exceção na realidade dos
brasileiros que delas necessitam e que, em paralelo, instrumentos que
possibilitem maior equidade entre os cidadãos sejam não somente
desenvolvidos, como também distribuídos.
A partir desse projeto, temos a convicção de que há uma longa jornada a
ser perseguida para que as barreiras à acessibilidade sejam quebradas,
entretanto tal caminho, apesar de desafiador, mostra-se viável e próximo.
61
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
WWW – Word Wide Web
W3C – World Wide Web Consortium
WAI – Web Acessibility Initiative
WCAG – Web Content Accessibility Guidelines
HTML – HyperText Markup Language
XHTML – eXtensible HyperText Markup Language
CSS – Cascading Style Sheets
e-MAG – Modelo de Acessibilidade de Goverrno Eletrônico
MEC – Ministério da Educação
MCT – Ministério da Ciência e Tecnologia
CNPq – Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
NCE – Núcleo de Computação Eletrônica
TV – Televisão
PC – Personal Computer
ADA – American with Disabilities Act
EUSTAT – Empowering User Through Assistive Technology
62
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
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em Desenvolvimento Infantil. Porto Alegre.
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65
PROJETO MOTRIX – Computação para deficientes motores, 2002. Núcleo de
Computação Eletrônica (NCE) da UFRJ. Disponível em
<http://intervox.nce.ufrj.br/motrix/>. Acessado em 09 de julho de 2015.
PROJETO microFênix – Computação para deficientes motores, 2002. Núcleo
de Computação Eletrônica (NCE) da UFRJ. Disponível em
<http://intervox.nce.ufrj.br/motrix/>. Acessado em 09 de julho de 2015.
PROJETO MecDaisy – Computação para deficientes motores, 2002. Núcleo
de Computação Eletrônica (NCE) da UFRJ. Disponível em
<http://intervox.nce.ufrj.br/motrix/>. Acessado em 09 de julho de 2015.
RENAPI. [2010] Validação Automática. Disponível em
<http://www.renapi.gov.br/acessibilidade/ferramentas/validacao-de-
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ZUNICA, RR. Diseño de Páginas Web Accesibles. I Jornada sobre
Comunicación Aumentativa y Alternativa – ISAAC. Anais. Espana. Vitória –
09 a 11 de setembro de 1999. Disponível em
<http://acceso.uv.es/unidad/pubs/1999-DiseAcces/index.html>. Acessado em
10 de julho de 2015.
66
ÍNDICE
1 Introdução 08
1 Aspectos normativos e legais da acessibilidade
09
1.1 Regulamentação nacional e internacional da acessibilidade digital 09
1.2 Design universal e o uso de padrões 11
2 Validação das páginas Web para a acessibilidade
25
2.1 Comparação entre validação automática e revisão manual 25
2.2 Validação automática 26
2.2.1 ASES 27
2.2.2 DaSilva 27
2.2.3 Examinator 28
2.2.4 HERA
28
2.3 Testes com usuários
3 Tecnologias assistivas
29
31
3.1 Recursos de Software 35
3.1.1 Dosvox 36
3.1.2 Mecdaisy 41
3.1.3 MicroFênix 42
3.1.4 Projeto MOTRIX 45
3.2 Recursos de Hardware 46
3.2.1 Switch Mouse 46
3.2.2 Roller Mouse 47
3.2.3 Mouse ++ 47
3.2.4 Mouse + 48
3.2.5 Máscara de teclado (Colméia) 48
3.2.6 Teclado adaptado 49
3.2.7 Teclado sensível 49
3.2.8 Wireless Table 50
67
3.2.9 Tela Táctil 51
3.2.10 Câmera mouse 51
3.2.11 Magic Key 52
3.2.12 Magic Joystick 53
3.2.13 Magic Key Eye Control 53
3.2.14 Magic Vision 54
3.2.15 Jouse 55
3.2.16 Mouse Ocular 55
3.2.17 Acionador de Pedal 56
3.2.18 Acionador Puxe-Clik 56
3.2.19 Apontador ou ponteira de cabeça 57
3.2.20 Estabilizadores de punho e abdutor com ponteira para digitação 57
Conclusão
59
Lista de Siglas e Abreviaturas Bibliografia Consultada Webgrafia Índice
61
62
63
66