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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA A NATAÇÃO COMO FERRAMENTA PARA O DESENVOLVIMENTO CEREBRAL EM CRIANÇAS AUTISTA Por: Flávio da Silva Lins Soares Orientador Prof. Marta Relvas Pires Rio de Janeiro 2015 DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL

DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · de animais, ela tornou-se uma profissional extremamente bem sucedida. Temple Grandin também ministra palestras pelo mundo todo,

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

A NATAÇÃO COMO FERRAMENTA PARA O DESENVOLVIMENTO

CEREBRAL EM CRIANÇAS AUTISTA

Por: Flávio da Silva Lins Soares

Orientador

Prof. Marta Relvas Pires

Rio de Janeiro

2015

DOCUMENTO PROTEGID

O PELA

LEI D

E DIR

EITO AUTORAL

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

A NATAÇÃO COMO FERRAMENTA PARA O DESENVOLVIMENTO

CEREBRAL EM CRIANÇAS AUTISTA

Apresentação de monografia à AVM Faculdade

Integrada como requisito parcial para obtenção do

grau de especialista em Neurociência Pedagógica

Por: Flávio da Silva Lins Soares

AGRADECIMENTOS

Em Primeiro lugar a Deus por permitir até

aqui. Aos meus amigos acadêmicos em particular

Pâmela Mendonça, Cíntia Euzébio e Raphael

Neves.

E todos os Mestres que pude conviver neste

período.

DEDICATÓRIA

... Aos meus pais e minha esposa Ana

Paula Soares.

RESUMO

O presente estudo tem o objetivo de mostrar como estímulos cognitivos e

motores dados a crianças com transtorno de espectro autista no meio aquático,

podem ajudar a melhorar sua coordenação motora, controle corporal,

comunicação, concentração e socialização, além de ser uma ferramenta a mais

que vem auxiliar na sua aprendizagem.

O primeiro capítulo apresenta a definição e diagnostico do Transtorno

Espectro Autismo (TEA), seguindo de uma breve história do Autismo. No

segundo Capitulo mostra o beneficio da natação para crianças autistas e

alguns aspectos como a capacidade sensorial, estereotipias, linguagem,

cognição, capacidade espacial, capacidade de simbolizar, subjetividade,

psicomotricidade. No Terceiro e ultimo capitulo nós colocamos na parte

neurológica do Transtorno do Espectro Autista, começa falando do cérebro e

suas funções, segue com as principais funções cerebrais, o cérebro e seus

hemisférios, sinapses cerebrais em crianças autistas e das funções executivas.

PALAVRAS-CHAVES

Autismo – Cognitivo – Psicomotor – Cérebro – Neurociência.

METODOLOGIA

Este estudo monográfico foi elaborado a partir de pesquisas em livros,

artigos científicos, revistas, sites e vídeos. Foram consultados textos para o

embasamento teórico dos seguintes autores: Marta Relvas, Fatima Alves,

Ricardo Brentani, Norman Geschwind, Temple Grandin, Leão Kanner, Paulo

Freire, Lev S Vigotsky, DSM-V, Lezak; Howieson; Loring, Saboya; Franco;

Mattos. Farias.

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO.............................................................................................08

CAPÍTULO I 1.0 Definição do Transtorno do Espectro Autista .......................................09 1.1Diagnostico do Transtorno Espectro Autismo ...................................... 09 1.2 Requisito de Diagnostico I................................................................... 09 1.3 Requisito de Diagnostico II...................................................................10 1.4 Uma Breve Historia Sobre o Autismo....................................................11

CAPÍTULO II

2.0Os Benefícios da Natação Para a Criança Autista..................................17 2.1 Capacidade Sensorial............................................................................18 2.2 Estereotipias..........................................................................................18 2.3 Linguagem.............................................................................................19 2.4 Cognição................................................................................................20 2.5 Capacidade Espacial...............................................................................20 2.6 Capacidade de Simbolizar.......................................................................21 2.7 Subjetividade..........................................................................................21 2.8 Psicomotricidade.....................................................................................22 2.9 Socialização............................................................................................23 2.10 Concepções da natação........................................................................23

CAPÍTULOIII

3.0 O Cérebro e suas funções......................................................................25 3.1 Principais Funções Cerebrais e sua Estrutura........................................25 3.2O cérebro e seus Hemisférios.................................................................27 3.3Sinapses Cerebrais em Crianças Autistas...............................................30 3.4 Funções Executivas no Autismo.............................................................32

Conclusão.....................................................................................................33 Bibliografia consultada..................................................................................34 Índice............................................................................................................35

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INTRODUÇÃO

A natação é uma das atividades físicas mais indicadas por médicos

pediatras, para qualquer criança em que os pais procuram uma iniciação de

seus filhos em um esporte. Por viver em um país onde o clima ajuda muito a

pratica dessa atividade, essa se torna um atrativo a mais para que entre no

gosto das crianças em geral e sabemos que crianças autistas, via de regra, tem

uma atração irresistível por água, devido suas propriedades, esta proporciona

uma melhora na integração sensorial deste.

Além de ser uma atividade divertida e melhorar diversas valências físicas,

o estudo foca no favorecimento do seu desenvolvimento psicomotor, cognitivo

e afetivo social.

O primeiro Capitulo apresenta a definição e diagnostico do Transtorno

Espectro Autismo (TEA), seguindo de uma breve história do Autismo. No

segundo Capitulo mostra o beneficio da natação para crianças autistas e

alguns aspectos como a capacidade sensorial, estereotipias, linguagem,

cognição, capacidade espacial, capacidade de simbolizar, subjetividade,

psicomotricidade. No Terceiro e ultimo capitulo nós colocamos na parte

neurológica do Transtorno do Espectro Autista, começa falando do cérebro e

suas funções, segue com as principais funções cerebrais, o cérebro e seus

hemisférios, sinapses cerebrais em crianças autistas e das funções executivas.

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CAPÍTULO I

1.0 - TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISMO (TEA)

Os Transtornos do Espectro do Autismo (TEA) referem-se a um grupo de

transtornos caracterizados por um espectro compartilhado de prejuízos

qualitativos na interação social, associados a comportamentos repetitivos e

interesses restritos pronunciados (Brentani et al, 2013). Os TEAs apresentam

uma ampla gama de severidade e prejuízos, sendo frequentemente a causa de

deficiência grave, representando um grande problema de saúde pública. Há

uma grande heterogeneidade na apresentação fenotípica do TEA, tanto com

relação à configuração e severidade dos sintomas comportamentais

(Geschwind, 2009).

1.1 - DIAGNOSTICO DO TRANSTORNO DO ESPECTRO

AUTISMO (TEA)

A nova revisão do DSM inclui uma definição diferente de TEA (ASD em

inglês). Para ser diagnosticado com TEA, o indivíduo deve ter apresentado

sintomas que comecem na infância precocemente e devem comprometer a

capacidade do indivíduo em função da sua vida e do dia a dia.

1.2 - REQUISITO DE DIAGINOSTICO I

Segundo o DSM-V, a fim de receber um diagnóstico de Transtorno do

Espectro do Autismo, uma pessoa deve ter os três seguintes déficits:

1) Problemas de interação social ou emocional alternativo – Isso pode

incluir a dificuldade de estabelecer ou manter o vai e vem de conversas

e interações, a incapacidade de iniciar uma interação e problemas com a

10

atenção compartilhada ou partilha de emoções e interesses com os

outros.

2) Graves problemas para manter relações – Isso pode envolver uma

completa falta de interesse em outras pessoas, as dificuldades de jogar

fingir e se engajar em atividades sociais apropriadas à idade e

problemas de adaptação a diferentes expectativas sociais.

3) Problemas de comunicação não verbal – o que pode incluir o contato

anormal dos olhos, postura, expressões faciais, tom de voz e gestos,

bem como a incapacidade de entender esses sinais não verbais de

outras pessoas.

1.3 – REQUISITO DE DIAGNOSTICO II

Além disso, o indivíduo deve apresentar pelo menos dois destes

comportamentos:

• Apego extremo a rotinas e padrões e resistência a mudanças nas

rotinas.

• Fala ou movimentos repetitivos.

• Interesses intensos e restritivos.

• Dificuldade em integrar informação sensorial ou forte procura ou evitar

comportamentos de estímulos sensoriais.

A última revisão do DSM foi lançada agora em maio de 2013, mas muitos

profissionais já estão trabalhando fora das revisões propostas. Há algumas

mudanças significativas para a definição de autismo. Anteriormente, havia

cinco transtornos do espectro do autismo, cada um dos quais tinha um

diagnóstico único: Transtorno Autista ou autismo clássico, Transtorno de

Asperger, Transtorno Invasivo do Desenvolvimento – Sem Outra Especificação

(PDD-NOS), Síndrome de Rett, Transtorno Desintegrativo da Infância.

Na última revisão do DSM, esses transtornos não existirão como

diagnósticos distintos no espectro do autismo. Em vez disso, com exceção da

síndrome de Rett, eles vão ser incluídos no diagnóstico de “Transtorno do

11

Espectro do Autismo.” Síndromede Rett vai se tornar uma entidade própria e

deixará de ser parte do espectro do autismo.

1.4 - UMA BREVE HISTÓRIA DO AUTISMO

Tudo começou em 1908, com Eugen Bleuler, psiquiatra suíço usa pela

primeira vez o termo “autismo” para descrever um paciente esquizofrénico que

se retirasse em seu próprio mundo. A palavra “autós” significou que o auto e a

palavra “autismo” estiveram usados por Bleuler para significar a auto-

admiração mórbido e a retirada dentro do auto. A palavra tem raízes no grego

“autos” (eu).

Os pioneiros nas pesquisas sobre o autismo eram Leão Kanner e Hans

Asperger. Que trabalhavam em distintas áreas de estudo nos anos 40.

Asperger descreveu crianças muito capazes quando Kanner descreveu as

crianças que eram severamente afetadas. Suas opiniões permaneceram úteis

para médicos para as próximas três décadas.

Leo Kanner, psiquiatra austríaco, radicado nos Estados Unidos e diretor

de psiquiatria infantil do Johns Hopkins Hospital, publica a obra “Distúrbios

Autísticos do Contato Afetivo”. Nela, descreveu casos de onze crianças que

tinham em comum “um isolamento extremo desde o início da vida e um desejo

obsessivo pela preservação da mesmice, denominando-as autistas” e usou o

termo “autismo infantil precoce”, pois sintomas já apareciam na primeira

infância. Ele observou que essas crianças respondiam de maneira incomum ao

ambiente, incluíam maneirismos motores estereotipados, resistência à

mudança ou insistência na monotonia, bem como aspectos não usuais das

habilidades de comunicação, tais como a inversão dos pronomes e a tendência

ao eco na linguagem. Leo Kanner contextualiza essas observações no

desenvolvimento, assim como enfatiza a predominância dos déficits de

relacionamento social e dos comportamentos incomuns.

Já Hans Asperger, psiquiatra e pesquisador austríaco, quase ao mesmo

tempo em que Leo Kanner, escreve o artigo “A psicopatia autista na infância”

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que um ano depois é publicado. Ele observou que o padrão de comportamento

e habilidades que descreveu, ocorria preferencialmente em meninos, que

essas crianças apresentavam deficiências sociais graves – falta de empatia,

baixa capacidade de fazer amizades, conversação unilateral, intenso foco em

um assunto de interesse especial e movimentos descoordenados. Apesar da

aparente precocidade verbal de seus assuntos, Asperger chamava as crianças

que estudou de pequenos professores, devido à habilidade de discorrer sobre

um tema de maneira detalhada. Em virtude de suas publicações terem sido

publicadas em alemão e seu principal trabalho na época da guerra, seu relato

recebeu reduzida atenção e só na década de 1980 seu nome foi reconhecido

como um dos pioneiros no estudo do autismo. A Síndrome de Asperger deve

seu nome a ele.

No inicio dos anos 50 a DSM-I, A Associação Americana de Psiquiatria

publica a primeira edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de Doenças

Mentais. Esse manual fornece uma nomenclatura e critérios padrão para o

diagnóstico de transtorno mental. Nesta primeira edição, sintomas autísticos

semelhantes eram classificados como um subgrupo da esquizofrenia infantil.

Autismo não era considerado como um diagnóstico separado. Muito foi se

falado durante os anos 50, sobre a natureza do autismo e sua etimologia, e o

que se acreditava na época era que a síndrome era causada por pais não

emocionalmente responsivos a seus filhos, a hipótese da “mãe geladeira”, e

atribuíam a causa à falta de calor maternal. Leo Kanner cunhou o termo, mas

foi o psicanalista Bruno Bettelheim que o popularizou. Após a 2ª Guerra

Mundial, havia vários trabalhos psicanalíticos sobre autismo, onde

pesquisadores analisavam apenas o impacto na vida das pessoas. Mas

nenhum deles considerou como a principal causa que é o papel da biologia ou

genético. A chegada dos anos 60 trouxeram grandes evidencias de que o

autismo era um transtorno cerebral presente desde a infância e encontrado em

todos os países, grupos socioeconômicos e étnico-racial investigados.

Em 1965 uma jovem americana autista, diagnosticado com a síndrome de

Asperger, cria a “Maquina do Abraço”, um aparelho para lhe pressionar como

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se estivesse sendo abraçada e que a acalmava, assim como a outras pessoas

com autismo. Ela revolucionou as práticas de abate para animais em fazendas

e suas técnicas e projetos de instalação são usados no mundo todo. Além de

prestar consultoria para a indústria pecuária em manejo, instalações e cuidado

de animais, ela tornou-se uma profissional extremamente bem sucedida.

Temple Grandin também ministra palestras pelo mundo todo, explicando a

importância em ajudar as crianças com autismo a desenvolverem suas

potencialidades.

Na segunda publicação do DSM (Manual Doenças Mentais), em 1968 que

refletia a predominância da psicodinâmica psiquiátrica. Sintomas não eram

especificados com detalhes em determinadas desordens. Eram vistos como

reflexos de grandes conflitos subjacentes ou reações de má adaptação aos

problemas da vida, enraizados em uma distinção entre neurose e psicose. Dez

anos depois Michael Rutter, classifica o autismo e propõe sua definição com

base em quatro critérios: 1) atraso e desvio sociais não só como deficiência

intelectual; 2) problemas de comunicação e novamente, não só em função de

deficiência intelectual associada; 3) comportamentos incomuns, tais como

movimentos estereotipados e maneirismos; e 4) início antes dos 30 meses de

idade. Ao classificar o autismo, Michael Rutter cria um marco divisor na

compreensão desse transtorno mental. Com a publicação do DSM lll em 1980

a definição de Rutter e a crescente produção de trabalhos sobre o autismo

influenciaram a definição desta condição no DSM-III, quando o autismo, pela

primeira vez foi reconhecido e colocado em uma nova classe de transtornos: os

Transtornos Invasivos do Desenvolvimento – TIDs. Esse termo foi escolhido

para refletir o fato de que múltiplas áreas de funcionamento do cérebro eram

afetadas no autismo e nas condições a ele relacionadas. Na época do DSM-III-

R, o termo TID foi instaurado e utilizado também na décima revisão da

Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados

à Saúde – CID-10.

Em 1981 a psiquiatra inglesa Lorna Wing, desenvolve o conceito de

autismo como um espectro de condições na década de 1970 e, posteriormente,

cunhou o termo síndrome de Asperger, numa referência à pesquisa de Hans

14

Asperger. Seu trabalho revolucionou a forma como o autismo era considerado,

e sua influência foi sentida em todo o mundo. Como pesquisadora e clínica,

bem como mãe de uma criança com autismo, ela sempre defendeu uma

melhor compreensão e serviços para pessoas com autismo e suas famílias.

Fundou a National Autistic Society – NAS, juntamente com Judith Gold, e o

Centro Lorna Wing. Foi uma das maiores e mais importantes figuras do mundo

do autismo.

Ivar Lovaas, psicólogo da Universidade da Califórnia Los Angeles –

UCLA, publica em 1988 “um estudo pioneiro no qual demonstra como a

intensidade da terapia comportamental pode ajudar crianças com autismo,

dando uma nova esperança para os pais. Nesse estudo sobre análise do

comportamento, 19 crianças entre 4 e 5 anos, diagnosticadas com autismo,

foram submetidas a 40 horas de atendimento – intervenção precoce intensiva.

Depois de dois anos, o Quociente de Inteligência (QI) dessas crianças havia

aumentado 20 pontos em média. Crianças que não foram submetidas à terapia

comportamental ABA, não apresentaram melhoras. O DSM substitui “autismo

infantil” com uma definição mais ampla para “Transtorno de Autismo”, e inclui

uma lista de critérios diagnósticos. Durante os anos 1980 e 1990, o papel da

terapia comportamental e uso de ambientes de aprendizagem altamente

controlados emergiram como os principais tratamentos para muitas formas de

autismo e condições relacionadas. Atualmente, os pilares da terapia do autismo

são terapia comportamental e terapia fonoaudiológica. Nesse mesmo ano Rain

Man torna-se um dos primeiros filmes comerciais a caracterizar um

personagem com autismo. Embora o filme tenha sido fundamental para

aumentar a conscientização e sensibilizar a opinião pública sobre o transtorno,

também contribuiu para o equívoco de que todas as pessoas com autismo

tenham habilidades “savant”.

Novos critérios potenciais para o autismo, surgiu com o lançamento do

DSM-IV em 1994, bem como as várias condições candidatas a serem incluídas

na categoria TID, foram avaliados em um estudo internacional, multicêntrico,

que incluiu mais de mil casos avaliados por mais de 100 avaliadores clínicos.

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Os sistemas de avaliação do DSM-IV e da CID-10 tornaram-se equivalentes

para evitar uma possível confusão entre pesquisadores e clínicos, que

trabalhavam em diferentes partes do mundo guiados por um ou por outro

sistema nosológico. A definição dos critérios foi decidida com base em dados

empíricos revelados em trabalhos de campo. A Síndrome de Asperger é

adicionada ao DSM, ampliando o espectro do autismo, que passa a incluir

casos mais leves, em que os indivíduos tendem a ser mais funcionais. O DSM-

IV-TR foi acompanhado de textos atualizados sobre autismo, síndrome de

Asperger e outros TIDs. Os critérios diagnósticos permaneceram os mesmos

que os do DSM-IV.

Uma das maiores polemica surgiu em 1998, a revista Lancet publicou um

artigo do cientista inglês Andrew Wakefield, no qual ele afirmava que algumas

vacinas, entre elas a tríplice (mmr – sarampo, catapora e rubéola), poderiam

causar autismo. Esses estudos foram totalmente desacreditados por outros

cientistas e descartados. Em maio deste ano (2014), o cientista perdeu seu

registro de médico. A revista Lancet também se retratou e retirou o estudo de

seus arquivos pela falta de comprovação dos resultados sugeridos pelo

cientista. Nos últimos anos, mais de 20 estudos mostraram que, de fato, a

associação da vacina ao autismo não tem fundamento. Recentemente, outro

estudo publicado nos Estados Unidos, reforça estudos anteriores e demonstra

que não existe evidência científica que comprove tal suspeita.

Dia Mundial da Conscientização do Autismo, para chamar a atenção para

esse transtorno e despertar o interesse da sociedade, em 2007 a ONU institui o

dia 2 de abril – como o Dia Mundial da Conscientização do Autismo. “Esse ato,

pelo seu simbolismo, abriu possibilidades para um maior diálogo entre as

famílias, profissionais da área e os próprios indivíduos com autismo. Veio como

um alerta necessário para que os Transtornos Invasivos do Desenvolvimento

(TID), antes considerados raros, fossem vistos com maior responsabilidade.

Pesquisas e interesse pelo TID, onde o autismo aparece como o mais

prevalente tem aumentado ano a ano, produzindo mais conhecimento,

desmitificando crenças e afastando o que não é científico.” – Ricardo Halpern.

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2013 – DSM-V – Com o lançamento da 5ª edição do DSM, os subtipos

dos transtornos do espectro do autismo são eliminados. Os indivíduos são

agora diagnosticados em um único espectro com diferentes níveis de

gravidade. O DSM-V passa a abrigar todas as subcategorias da condição em

um único diagnóstico guarda-chuva denominado Transtorno do Espectro

Autista – TEA. A Síndrome de Asperger não é mais considerada uma condição

separada e o diagnóstico para autismo passa a ser definido em duas

categorias: alteração da comunicação social e pela presença de

comportamentos repetitivos e estereotipados.

Um amplo estudo realizado na Suécia mostra que fatores ambientais são

tão importantes quanto a genética como causa do autismo. Estes fatores – não

analisados pelo estudo – poderiam incluir, segundo os autores, o nível

socioeconômico da família, complicações no parto, infecções sofridas pela mãe

e o uso de drogas antes e durante a gravidez. Os autores da pesquisa

trabalham no King’s College de Londres e no Instituto Karolinska de Estocolmo.

Eles se disseram surpresos ao descobrirem que a genética tem um peso de

cerca de 50%, muito menor do que as estimativas anteriores, de 80% a 90%,

segundo o artigo publicado no Journal of the American Medical Association –

JAMA. O resultado partiu da análise de dados de mais de 2 milhões de

pessoas na Suécia entre 1982 e 2006, e é o maior estudo já realizado sobre as

origens genéticas do autismo.

Dados recentes estima-se que o autismo atinja 1% da população, 70

milhões de pessoas no mundo, sendo 2 milhões no Brasil. O relatório de março

de 2014 do Centro de Controle e Prevenção de Doenças – CDC, alertou para

os novos dados sobre a prevalência de autismo nos Estados Unidos. Este

estudo de vigilância identificou 1 em 68 crianças (1 em cada 42 meninos e 1

em cada 189 meninas) com Transtorno do Espectro Autista. “Os critérios

diagnósticos se ampliaram e o olhar sobre o Autismo fez com que um número

maior de casos fosse diagnosticado”, conforme Ricardo Halpern. No Brasil, não

há estudos completos de prevalência.

17

CAPÍTULO ll

OS BENEFICIO DA NATAÇÃO PARA CRIANÇAS

AUTISTAS

Segundo Granato (2013), cientificamente ainda não se pode explicar a

imensa atração que a criança autista sente pela água. Numa época pensava-

se que esta seria à volta ao útero materno, mas não foi comprovado. O que se

tem de certo é que a natação melhora seu desenvolvimento motor. (Lopes,

2011, p. 9), afirma: [...] que as crianças que foram submetidas a um programa

de natação melhoraram as habilidades e capacidades físicas como:

coordenação dos membros superiores e inferiores, agilidade, equilíbrio e

lateralidade possibilitando melhora no desenvolvimento motor e no processo de

aprendizagem, prevenindo a obesidade infantil e proporcionando melhora na

qualidade de vida e na realização de tarefas do dia a dia.

[...] O desenvolvimento motor representa um aspecto do processo desenvolvimentista total e está intrinsecamente inter-relacionado às áreas cognitivas e afetivas do comportamento humano, sendo influenciado por muitos fatores. A importância do desenvolvimento motor ideal não deve ser minimizada ou considerada como secundária em relação a outras áreas do desenvolvimento. Portanto, o processo do desenvolvimento motor revela-se basicamente por alterações no comportamento motor, do bebê ao adulto, é um envolvido no processo permanente de aprender a mover-se eficientemente, em reação ao que enfrentamos diariamente em um mundo em constante modificação (GALLAHUE; OZMUN, 2002, apud BALBÉ, 2004).

E também é uma grande ferramenta para estimular a sua socialização, de

uma maneira sucinta, já que o autista demonstra dificuldade ou falta de

interesse em se relacionar com crianças da sua idade (principalmente as

desconhecidas), olhará pouco para os olhos das pessoas, e não responderá ao

chamado de seu nome com frequência.

Com isso pode-se considerar que a natação pode vir a melhorar alguns

aspectos como:

18

2.1 - CAPACIDADE SENSORIAL

É a parte do sistema nervoso responsável pelo processamento de

informações sensoriais. O Sistema sensorial consiste nos receptores

sensoriais, nos neurônios aferentes, e nas partes do cérebro envolvidas no

processamento da informação (Wikipédia, enciclopédia, 2015). Os sentidos são

os meios através dos quais os seres vivos percebem e reconhecem outros

organismos e as características do meio ambiente em que se encontram. E o

comportamento do ser humano irá depender de como ele percebe o exterior.

Segundo Cunha (2014), percebe-se no autista uma pungente busca de

sensações e ao mesmo tempo uma hipersensibilidade a alguns estímulos

oferecidos pelo ambiente. O tato, a audição e a visão são campos perceptivos

extremamente sensíveis, por vezes este ser e atraído facilmente a ruídos e

outras vezes não suportaram barulhos, que por seres ditos “normais” passaram

imperceptíveis. Há um interesse ativo em tocar objetos levando-os a pela de

formas diferentes e não formais já no seu campo visual geralmente ficam

presos a pequenos detalhes sem relevância ao ambiente não observando todo

o resto.

Neste contexto as aulas de natação podem vir a ajudar a sua percepção

tátil, pois esse sempre será um caminho para o seu desenvolvimento, por meio

de materiais onde proporcione a ele descobertas e oportunidades de vivencias,

com o auxilio de sua visão o educador necessita mostra-lhe constantemente o

material que esta sendo usado e dizendo-lhe sempre o nome de cada formato,

forma ou peça usada, assim estimulando sua concentração.

2.2 – ESTEREOTIPIAS

Segundo DSM-V (2013), transtorno de movimento estereotipado é um

transtornos comportamental e emocional com início habitualmente durante a

infância ou a adolescência e caracterizado por movimentos intencionais,

19

repetitivos, estereotipados, sem finalidade (e frequentemente ritmados), não

associados a outro transtorno psiquiátrico ou a um neurológico já identificado.

É uma característica bem ativa e fácil de se identificar no individuo autista,

e é de grande importância que pais e educadores desses observem a fim de

identificar quais mecanismos os levam a ocorrência dos movimentos

estereotipados. O controle das estereotipias representa uma tarefa muito

delicada e requer muita acuidade na observação (CUNHA, 2014). Não se pode

esquecer que as estereotipias podem causar problemas significativos como

prejuízos socialização, dores, dificuldade na escola entre outros. E por outro

lado é um forma que esses encontram de expressar sua alegria, ansiedade,

tristeza e emoções de origens diversas, no espaço aquático as estereotipias

devem ser controladas com todo cuidado possível a sensibilidade do educador

em diminuir essas constantes ocorrências é trocá-las por movimentos

adequados será de extrema importância.

2.3 – LINGUAGEM

Alguns autores como Baptista e Bosa (2002), esta é uma das

características que podem vir a definir a presença do Transtorno do Espectro

Autista no individuo a dificuldade apresentada por este na comunicação social.

Para que haja fala será necessária em sua essência a abstração e a

codificação e por isso, é de extrema importância a capacidade de simbolizar,

as alterações e atrasos de linguagem não são características exclusivas do

autismo, porém, estão presentes na maioria dos casos do espectro e podem

variar de acordo com o quadro, a grande maioria dessas crianças iram usar

gestos e ou outras pessoas para que haja essa comunicação. Esses

indivíduos possuem ainda dificuldades em relação à expressão facial; em geral

suas expressões faciais são pobres e elas não conseguem compreender as

expressões faciais das outras pessoas, o que dificulta a compreensão da

comunicação (SCHWARTZMAN, 2003). Salle (2005) acrescenta que:

As habilidades pré-linguísticas estão prejudicadas na criança autista: não apresentam a imitação social tão importante para o

20

desenvolvimento da linguagem, que se manifesta na reprodução de gestos como dar “tchau”, jogar beijinhos, não imitar os pais nos afazeres domésticos; não usam os brinquedos em atividades de faz-de-conta com conteúdo simbólico; utilizam o brinquedo em atividades repetitivas sem ligação com o objeto; não apresentam mímicas e gestos para se comunicar.

2.4 - COGNIÇÃO

Ato ou processo de conhecer inclui estados mentais e processos como

pensar, a atenção, o raciocínio, a memória, o juízo, a imaginação, o

pensamento, o discurso, a percepção visual e audível, a aprendizagem, a

consciência, as emoções (Wikipédia, enciclopédia, 2015). Segundo Piaget

(1977), o conhecimento não pode ser concebido como algo predeterminado

desde o nascimento (inatismo), nem como resultado do simples registro de

percepções e informações (empirismo). Resulta das ações e interações do

sujeito com o ambiente onde vive. Todo o conhecimento é uma construção que

vai sendo elaborada desde a infância, através de interações do sujeito com os

objetos que procura conhecer, sejam eles do mundo físico ou cultural.

Certamente que o autista irá apresentar algumas limitações no seu processo

cognitivo natural por causa da sua dificuldade de interação social e de

comunicação, porém diversos autistas mostram-se capazes de desempenho

excepcionais em campos específicos. Essas competências podem se

manifestar na matemática, em um esporte em especifico, na musica e em

outras, por tanto se torna necessário que se explore ao máximo suas

particularidades com o objetivo de oferecer a esse novas possibilidades de

aprendizagem.

2.5 - CAPACIDADE ESPACIAL

A inteligência espacial regula os sentidos de lateralidade e

direcionamento. Nos movimentos, o individuo aperfeiçoa a sua coordenação

motora e a percepção corporal, concedendo-lhe orientação física (CUNHA,

2014). Em virtude da incapacidade de organizar o ambiente em um conjunto

21

coerente, o individuo autista vive em um mundo feito de experiências globais

fracionadas, é muito comum um autista atravessar a rua sem olhar primeiro se

vêm carros, pois ele estará com a atenção voltada a algum objeto que estará

do outro lado. Gardner (2000) afirma que, de modo geral, as crianças

aprendem os valores e as habilidades de sua cultura, observando os adultos e

imitando-os. Nas aulas de natação tarefas simples como, passar por cima de

um tapete flutuador de diferentes maneiras e decúbitos, trabalha não só seu

equilíbrio como sua lateralidade, percepção corporal e sua força.

2.6 - CAPACIDADE DE SIMBOLIZAR

Como afirma Cunha (2014),

Uma criança típica quando tem em sua posse um lápis, canetinha, giz de cera e uma folha em branco ou com algum desenho podendo ela pintar, ela vai saber o que fazer, pois ela aprendeu o que é um lápis o seu nome e qual e sua função, assim como a folha em branco e quando há um desenho, por muitos será capaz de refazer uma copia idêntica das cores que viu naquele desenho se, por exemplo, um sapo, a criança autista possui dificuldades para reconhecer a utilidade das coisas, simbolizar, nomear, e, por isso, passa a ter prejuízos na linguagem.

O grande déficit de brincadeiras de teor imaginário e de “faz de conta”

vem prejudicar o processo de ensino aprendizagem do individuo, pois ele deixa

de ver funções em muitos objetos, deixando de interagir normalmente com os

outros amigos por não entender a brincadeira.

Vygotsky (1984) considera o brinquedo como uma importante fonte de

produção do desenvolvimento e dedica-se mais especialmente à brincadeiras

de faz de conta.

2.7 – SUBJETIVIDADE

É como ele vê, sente, pensa a respeito sobre algo e que não segue um

padrão, pois sofre influências da cultura, educação, religião e experiências

adquiridas. Para o individuo autista se torna muito difícil ter uma ideia a

22

respeito do que o outro pensa perceber suas expressões de alegria ou tristeza

e até mesmo o sentido de algumas ações (Wikipédia, enciclopédia, 2015).

Segundo Cunha (2007), para este compreender o que esta sendo feito, as

ideias que estão sendo colocado, o ponto de vista, tudo precisam ter um

objetivo ou possuir uma função. Por exemplo, se alguém levantar um braço em

uma sala de aula, pode-se ter a ideia que ele quer falar algo. No entanto para o

individuo autista isso não se torna tão claro. Esse tipo de dificuldade pode

provocar o isolamento desse. Normalmente nas aulas de natação quando

alguns alunos expressam algum sentimento, se torna de extrema importância

explicar e fazer com que ele mesmo e seus colegas de turma identifiquem os

motivos e seu significado. As atividades feitas têm como objetivo proporcionar

a eles identificar o contexto emocional sugerido e repetir através da imitação.

Por exemplo, visualizar um rosto de um animal alegre, triste, nervoso e dizer o

sentimento ali expressado e pedir para que reproduza.

2.8 - PSICOMOTRICIDADE

De acordo com Alves (2007), podemos dizer que a motricidade é o

resultado da ação do sistema nervoso sobre a musculatura, como resposta à

estimulação.

O Professor será de extrema importância para que essa criança autista

venha melhorar seu desenvolvimento psicomotor nas aulas de natação. Com o

uso correto de matérias que estimule sua motricidade grossa e fina, seu

raciocínio, lateralidade e equilíbrio (GRANATO, 2013). O uso de atividades

lúdicas para trabalhar o manejo de objetos com membros superiores e

inferiores coordenadamente em movimentos orientados, com o objetivo de

melhorar sua capacidade motora global.

A pesar de serem seres diferentes, de corpos diferentes e terem cada um

sua própria historia de vida, de vivencias e experiências, ainda há educadores

exigindo-os da mesma forma, com tantas diferenças. Logo, responderam de

maneiras diferentes a estímulos semelhantes. Ao se conhecer, este consegue

23

aproveitar o aprendizado da melhor maneira, evoluindo em todos os aspectos.

Quem não conhece seu corpo pode apresentar dificuldades de percepção do

ambiente, prejudicando seu envolvimento com o meio (CUNHA, 2014).

2.9 - SOCIALIZAÇÃO

Segundo estimativas das da Organização Mundial de Saúde, a síndrome

já atinge cerca de 70 milhões de pessoas no mundo e no Brasil já são cerca de

2 milhões. E cada vez mais se torna necessário que o diagnostico do individuo

autista seja realizado o mais precoce possível, pois “Quando a intervenção é

realizada em crianças menores de 3 anos, a melhora é de 80%. Aos 5 anos cai

para 70% e acima disso fica muito prejudicado” (Barbirato, 2015).

2.10 - CONCEPÇÕES DA NATAÇÃO

Nadar não significa somente a execução de um ato técnico da natação.

Nadar é um ato global e espontâneo que também envolve ambientação ao

meio líquido (Granato, 2013). Sabendo disso não se pode prender a tecnicismo

e nem em formar atletas e sim em melhorar e ou dar uma melhor qualidade de

vida a esses.

ELEMENTOS BÁSICOS DA NATAÇÃO

Ao iniciar a natação o seu aprendizado pode ser dividido em três

elementos essenciais, que são: Equilíbrio, Respiração e Propulsão. Esses são

subdivididos em fases, aonde se segue uma progressão que vai do mais fácil

para o mais difícil.

ü EQUILIBRIO - Condição de um sistema em que as forças que sobre

ele atuam se compensam, anulando-se mutuamente (Dicionários

Michaelis). O domínio desse estado permitira uma maior segurança aos

24

alunos, principalmente os iniciantes, dando os uma maior autonomia no

meio liquido e assim o encorajando a novos desafios.

ü RESPIRAÇÃO - Movimento duplo dos pulmões, de inspiração e

expiração; fôlego (Dicionários Michaelis). É trabalhada a conscientização

do movimento ativo e passivo da respiração durante as aulas, pois ao

contrário da terrestre a inspiração se dá pela boca e a expiração pelo

nariz. Esse processo trabalha o controle corporal e a sua concentração.

ü PROPULSÃO - Impulso para frente (Dicionário Michaelis). Esse

deslize para frente é feito após um impulso em uma superfície sem o

auxilio de nenhum de seus membros. Visa trabalhar o deslocamento em

decúbitos ventral, dorsal e lateral, com o objetivo de uma melhor

descontração global de seu corpo.

25

CAPITULO III

O CERÉBRO E SUAS FUNÇÕES

O cérebro é provavelmente o órgão mais fascinante do corpo humano.

Ele controla tudo, da respiração até nossas emoções e inclusive nosso

aprendizado (RELVAS, 2010).

O cérebro visto por um microscópio eletrônico, é possível ver algo

parecido com um emaranhado de fios, os prolongamentos e seus cerca de 75

bilhões de neurônios são constituídos de uma massa mole que pesa cerca de

1,3 quilo.

O cérebro é o principal órgão e centro do sistema nervoso em todos os animais vertebrados, e em muitos invertebrados. Alguns animais primitivos como os celenterados (água-viva e pólipo) e equinodermas (estrela-do-mar) possuem um sistema nervoso descentralizado sem cérebro, enquanto as esponjas-do-mar não possuem sistema nervoso. Nos vertebrados o cérebro localiza-se na cabeça protegido pelo crânio, próximo aos aparatos sensoriais primários: visão, audição, equilíbrio, paladar, e olfato (WIKIPÉDIA, ENCICLOPÉDIA, 2014).

Se você está lendo esse artigo agora, ouvindo ruídos, sentindo cheiros...

enfim é por que você possui seus sistemas biológicos integrados ao centro do

cérebro, que recebe, interpreta e responde aos estímulos provocados dos

ambientes, e sem dúvida envolvidos pelas memórias construídas ao longo de

nossas existências (RELVAS, 2010).

3.1 - PRINCIPAIS FUNÇÕES CEREBRAIS E SUA

ESTRUTURA

As principais funções do Cérebro são

Segundo Lent (2002):

• È o responsável pela aprendizagem, emoção, cognição e emoção.

26

• Controla e coordena os movimentos corporais, comportamento e também é

responsável em processar as informações sensoriais.

• Controla quase todas as atividades vitais necessárias à sobrevivência.

• Receber e interpretar os inúmeros sinais enviados pelo organismo e

pelo exterior.

Córtex Cerebral.

O Córtex Cerebral é a maior parte do cérebro humano, e esta associado

com funções cerebrais superiores como pensamento e ações. O córtex

cerebral esta dividido em quatro partes, chamadas de lóbulos cerebrais.

O Córtex Cerebral esta estruturado da seguinte forma:

• Lóbulo Frontal - Esta associado com o raciocínio e com o

planejamento, e com as partes da fala, os movimento, solução de

problemas e as emoções.

• Lóbulo Occipital - Esta associado com o processamento visual.

• Lóbulo Parietal - Esta associado com o movimento, a orientação e as

percepções dos estímulos e o reconhecimento.

• Lóbulo Temporal - Esta associado com a percepção e o

reconhecimento dos estímulos auditivos, da memorias e da linguagem.

Figura 1:. Fonte: Especialização dos hemisférios. (Roberto Lent, 2002)

27

3.2 - CERÉBRO E SEUS HEMISFÉRIOS

HEMISFÉRIOS CEREBRAIS

Através de uma proeminente ranhura chamada fissura longitudinal, o

cérebro é dividido em duas metades chamadas hemisférios. Na base desta

fissura encontra-se um espesso feixe de fibras nervosas, chamado corpo

caloso, o qual fornece um elo de comunicação entre os hemisférios. O

hemisfério esquerdo controla a metade direita do corpo e vice-versa, em razão

de um cruzamento de fibras nervosas no bulbo. (CARDOSO, S. 1997).

Figura 2:. Fonte: Especialização dos hemisférios. (Roberto Lent, 2002)

Segundo Cardoso, S (1997), ainda que os hemisférios direito e esquerdo

pareçam ser uma imagem em espelho um do outro, existe uma importante

distinção funcional entre eles. Na maioria das pessoas, por exemplo, as áreas

que controlam a fala estão localizadas no hemisfério esquerdo, enquanto áreas

que governam percepções espaciais residem no hemisfério direito.

28

3.2.1 - – FUNÇÕES DOS HEMISFÉRIOS

O cérebro humano possui dois hemisfério cerebrais que são o esquerdo

que controla o lado direito do corpo e o hemisfério direito que controla o lado

esquerdo. Na fissura do cerebro encontra-se o corpo caloso o qual faz o elo de

informações entre os dois hemisférios, transmitindo a memoria e o

aprendizado.”O corpo caloso possui cerca de 200 milhões de fibras, conectam

pelo córtex cerebral de ambos os hemisférios.”(LENT,2002, p.701, grifo nosso) O trabalho exercido pelos hemisférios cerebrais, através de uma divisão

das capacidades como: a fala, audição, capacidade espacial, reconhecimento

facial, destreza, logica, entre outros é uma capacidade considerada

exclusividade humana.

29

As diferenças dos hemisférios por Lent, Robert (2002):

HEMISFÉRIO ESQUERDO HEMISFÉRIO DIREITO

Verbal Não verbal

Usa palavra para manobrar,

descrever e definir.

Tem conhecimento das coisas,

através de uma relação não verbal.

Analítico Sintético

Soluciona as coisas passo a passo e

parte por parte.

Une as coisas para formar todos os

conjuntos.

Cálculos matemáticos. Prosódia.

Escrita. Compreensão musical.

Fala. Compreensão Prósodia.

Toma um pequeno fragmento de

informação e usa-o para representar o

todo.

Observa semelhança entre as coisas,

compreende as relações metafóricas.

Temporal Atemporal

Leva em conta o tempo e a ordem

das coisas em sucessão.

Não tem sentido de tempo.

Racional. Não racional.

Preferencias motoras lateralizadas. Reconhecimento de categorias de

pessoas.

Leitura.

Não Espacial Espacial

Identificação de abjetos animais. Reconhecimento de categorias de

objetos.

Linear Holista

Compreensão linguística. Relações espaciais quantitativas.

Lógico O lado esquerdo do cérebro interpreta

literalmente as frases ditas

Relações espaciais qualitativas.

Lent (2002)

30

3.3 - SINAPSES CEREBRAIS EM CRIANÇAS AUTISTAS

De acordo com um estudo feito por neurocientistas da Columbia

University Medical Center (CUMC), crianças e adolescentes com autismo

teriam um ‘excesso’ de sinapses no cérebro, e esse excesso seria devido a

uma desaceleração no processo de poda sináptica que naturalmente ocorre

durante o desenvolvimento. Como as sinapses representam o local onde os

neurônios se conectam e se comunicam uns com os outros, tal alteração

produziria profundos efeitos sobre a forma como o cérebro funciona. (FARIAS,

Revista Meu Cérebro, nº 197, 2014).

Já se sabe que uma explosão de novas sinapses ocorre na infância, em

particular no córtex, uma região envolvida no comportamento autista, durante o

desenvolvimento do cérebro. O normal é que a poda sináptica elimine a

metade dessas sinapses corticais no final da adolescência, essas regiões da

microanatomia cerebral são particularmente conhecidas por serem afetadas

por muitos genes ligados ao autismo.

Pesquisadores do mundo inteiro receberam essas evidencias como um

passo importante na compreensão do que está acontecendo no cérebro de

pessoas com autismo.

A imagem a baixo mostram os neurônios representativos de cérebros

autistas (à esquerda) e controle (à direita);

Figura 3:. Fonte: Revista Neuron edição on-line. Dia 21 de agosto de 2013.

A rapamicina medicamento restaurador da poda sináptica normal foi

capaz de melhorar o comportamento autista em camundongos, segundo

31

Jeffrey Lieberman “Este é um achado importante, que poderia levar a uma

nova estratégia terapêutica e muito necessária para o autismo”.

Embora a rapamicina, a droga estudada, tenha efeitos colaterais que

impeçam o seu uso em pessoas com autismo, as mudanças comportamentais

observadas sugerem que o autismo pode ainda ser tratado depois que uma

criança é diagnosticada, o que estimula o desenvolvimento de uma droga

melhor, aplicável a humanos.

“O facto que nós podemos ver que as mudanças no comportamento

sugerem que o autismo possa ainda ser tratável depois que uma criança está

diagnosticada, se nós podemos encontrar uma droga melhor,” disse o

investigador superior do estudo, David Sulzer, PhD, professor da neurobiologia

nos Departamentos da Psiquiatria, da Neurologia, e da Farmacologia em

CUMC.

3.4 - FUNÇÕES EXECUTIVAS E AUTISMO

Segundo J.Bruce Morton, PhD, University of Western Ontario, Canada. As

funções executivas são as habilidades cognitivas necessárias para controlar

nossos pensamentos, nossas emoções e nossas ações. Esse tema propõe

entender melhor como elas se desenvolvem, seu papel e seu impacto na vida

social, afetiva e intelectual desde a infância até a idade adulta. O

desenvolvimento dessas funções durante a infância proporciona gradualmente

a adequação e um melhor desempenho para a iniciação, persistência e

conclusão de tarefas (ANDERSON, 2002).

As funções executivas abrangem um conjunto de processos comportamentais complexos que permitem ao indivíduo a realização independente e autônoma de atividades dirigidas a metas. Essas funções dependem da integridade de processos volitivos como a capacidade de estabelecer objetivos a partir da motivação e consciência de si e do ambiente. Estão relacionados a vários processos cognitivos como planejamento, organização e prevenção das ações para atingir uma meta e um desempenho efetivo, através de tomada de decisões, desenvolvimento de estratégias, estabelecimento de prioridades, controle de impulsos, auto monitoramento, auto direção e auto regulação da intensidade, do ritmo e outros aspectos qualitativos comportamentais. Além disso, envolve processos emocionais e motivacionais como a ação intencional direcionada a um objetivo planejado, uma ação produtiva baseada na capacidade de dar início, manter, modificar ou interromper um complexo conjunto de ações e atitudes integradas

32

organizadamente (LEZAK; HOWIESON; LORING, 2004; SABOYA; FRANCO; MATTOS, 2002).

De acordo com Mattos, Saboya e Araújo (2002), as características da

síndrome disexecutiva são a diminuição da autocrítica, falta de preocupação

com o futuro, indiferença afetiva, diminuição ou ausência de senso crítico,

irritabilidade, desinibição, impulsividade, perseverações e euforia. Também são

comuns a presença de sintomas como baixa flexibilidade conceitual, excessiva

rigidez comportamental, tendência a indiferença, apatia, entre outros (BOSA;

CALLIAS, 2000; SCHEUER et al., 2005).

Klin (2006), afirma que o prejuízo das funções executivas no autismo causam

dificuldades no planejamento e manutenção de um objetivo na execução de

uma tarefa, podendo também gerar déficits no aprendizado por meio de

feedback e uma falta de inibição de respostas irrelevantes e ineficientes.

As funções executivas no autismo apresentam um déficit relevante, pois

há um prejuízo na capacidade atencional, na motivação, na memória, no

planejamento e execução de uma tarefa. Pela sintomatologia, o que se percebe

é que autistas não coordenam a percepção recebida do meio e a coordenação

de diferentes movimentos, a partir de informações recebidas do sistema

límbico, cerebelo e das regiões posteriores sensoriais. Sendo assim, os

achados neuropsicológicos e neuropatológicos das estruturas corticais

envolvidas através da neuroimagem auxiliam na explicação dos

comportamentos típicos do autismo, apesar de não poderem ser considerados

como marcadores biológicos próprios do autismo.

3.4.1 - Estudo de Planejamento de metas para Autistas

Em um estudo com um grupo de crianças com autismo e um grupo

controle Hughes e Russel (1993), utilizando-se de um experimento no qual a

criança deveria aprender a obter bolinhas de gude de dentro de uma caixa

usando uma entre duas diferentes estratégias, observou-se que o grupo com

autismo apresentou um déficit maior na capacidade de planejamento para

atingir uma meta, isto é, elas falharam em aprender a forma correta para obter

33

as bolinhas, demonstrando maior insistência na estratégia incorreta. No estudo

de McEvoy, Rogers e Pennington (1993) ocorreu o mesmo, pois o grupo de

crianças pré-escolares com autismo apresentou perseveração na estratégia

incorreta em uma tarefa de reversão espacial quando comparado ao grupo

controle.

As evidências nos estudos demonstraram que a perseveração, a

incapacidade de planejamento para atingir metas, a inflexibilidade cognitiva e a

rigidez para mudança no foco de atenção estão presentes nos autistas. Assim,

pode-se supor que os maneirismos e a estereotipia comportamental estão

diretamente ligados a desinibição e impulsividade, pois o lobo cerebral pré-

frontal parece não inibir os estímulos eferentes do sistema límbico. Do mesmo

modo, a dificuldade nos relacionamentos interpessoais, a dificuldade ao

brincar, a indiferença afetiva, as demonstrações inapropriadas de afeto

poderiam ser explicadas pelo déficit funcional do lobo frontal.

A hipótese do comprometimento das funções executivas no autismo é

possível, porém deve ser melhor investigada. A compreensão neuropatológica

e neuropsicológica da sintomatologia do autismo é uma área promissora e de

extrema relevância para o tratamento desta patologia, levando-se em

consideração os achados de imagem das disfunções cerebrais e a semelhança

com o quadro da síndrome disexecutiva, para o entendimento das lesões

apresentadas e consequentemente, para um tratamento efetivo.

Apesar dos avanços nas pesquisas acerca dos sintomas e tratamento do

autismo nos últimos anos, ainda há muito a ser descoberto sobre a etiologia

desse transtorno.

34

CONCLUSÃO

A construção deste trabalho monográfico foi todo elaborado no

conhecimento da Neurociência diante do processo de ensino da natação para

crianças com Transtorno do Espectro Autista.

Com grandes avanços e descobertas na área da neurociência, o

professor de hoje não pode ter uma formação sem conhecer como o cérebro

do educando funciona. Como as crianças já vem em seu primeiro dia de aula

com uma bagagem enorme de conhecimento e habilidades motoras adquiridas

com as novas tecnologias, o educador precisar saber que esse individuo

precisa de motivação para que a aprendizagem seja mais eficiente. Quando

esse professor descobre a neurociência ele proporciona a esses alunos

momentos de conhecimento emocionantes, com a construção de ambientes

prazerosos e aulas dinâmicas, vendo o seu aluno como um ser único que

precisa de estímulos para fortalecer a sua rede neural.

35

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42

ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO

AGRADECIMENTO

DEDICATÓRIO

RESUMO

METODOLOGIA

SUMÁRIO

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO.................................................................................................08

CAPÍTULO I

1.0 Definição do Transtorno do Espectro Autista ...........................................09

1.1 Diagnostico do Transtorno Espectro Autismo .........................................09

1.2 Requisito de Diagnostico I.........................................................................09

1.3 Requisito de Diagnostico II........................................................................10

1.4 Uma Breve Historia Sobre o Autismo........................................................11

CAPÍTULO II

2.0 Os Benefícios da Natação Para a Criança Autista.....................................17

2.1 Capacidade Sensorial................................................................................18

2.2 Estereotipias...............................................................................................18

2.3 Linguagem..................................................................................................19

43

2.4 Cognição.....................................................................................................20

2.5 Capacidade Espacial..................................................................................20

2.6 Capacidade de Simbolizar..........................................................................21

2.7 Subjetividade..............................................................................................21

2.8 Psicomotricidade.........................................................................................22

2.9 Socialização................................................................................................23

2.10 Concepções da natação............................................................................23

CAPÍTULO III

3.0 O Cérebro e suas funções...........................................................................25

3.1 Principais Funções Cerebrais e sua Estrutura.............................................25

3.2 O cérebro e seus Hemisférios....................................................................27

3.3 Sinapses Cerebrais em Crianças Autistas..................................................30

3.4 Funções Executivas no Autismo.................................................................32

Conclusão..........................................................................................................33

Bibliografia consultada.......................................................................................34

Índice.................................................................................................................35