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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA CONTRATO DE IMAGEM X SALÁRIO Por: Felipe Guilherme Alves Castelo Branco da Nova Orientador Prof. WILLIAM ROCHA Rio de Janeiro 2013 DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL

DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · Dentro do futebol moderno, não existe apenas o “jogo” a ser jogado, existem uma série de componentes que devem ser analisados

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

CONTRATO DE IMAGEM X SALÁRIO

Por: Felipe Guilherme Alves Castelo Branco da Nova

Orientador

Prof. WILLIAM ROCHA

Rio de Janeiro

2013

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

CONTRATO DE IMAGEM X SALÁRIO

Apresentação de monografia à AVM Faculdade

Integrada como requisito parcial para obtenção do

grau de especialista em Direito Desportivo....

Felipe Guilherme Alves Castelo Branco da Nova

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AGRADECIMENTOS

A todos os professores da faculdade,

aos colegas de turma que contribuíram

de forma direta e indireta para a

confecção desse trabalho acadêmico.

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DEDICATÓRIA

À minha família, que me proporcionou

todo conhecimento desde a infância, e

que me fez chegar até aqui.

À Lais Gialluise e Vasconcelos, que me

ajuda e me da força a cada dia.

Felipe Castelo Branco

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RESUMO

No contexto da atividade jurisdicional atual, é importante frisar alguns

pontos controversos, e no presente trabalho, alguns pontos serão enumerados.

Dentro do futebol moderno, não existe apenas o “jogo” a ser jogado,

existem uma série de componentes que devem ser analisados individualizados,

para que haja de fato uma compreensão completa do assunto.

Desse modo, um dos problemas que mais geram controvérsia na

relação clube x atleta, é em relação a remuneração, com intuito de economizar,

fazem dois contratos, um de trabalho e um de imagem, mesmo sem explorar a

imagem dos atletas, pagando até 90% da remuneração nesse contrato, que por

ser na esfera cível, não engloba os direitos trabalhistas, tais como, férias,

FGTS e etc.

Dessa forma, os direitos previstos na CLT, incidem somente na parcela

que é paga no contrato de trabalho, o que posteriormente gera muita briga

judicial, pois quando os atletas deixam o clube, querem caracterizar que toda

essa remuneração era de fato salário.

Para por fim a essa questão, deveria ser criada uma legislação própria

para essa categoria de profissionais, estabelecendo limites a serem seguidos e

critério que permitissem a divulgação da imagem, estabelecendo um número

de aparições que justificassem a proporção desses valores.

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METODOLOGIA

Os métodos utilizados para realização desse trabalho, foram

principalmente pesquisas jurisprudenciais e experiência na atuação nesse

ramo do direito.

Após algum tempo pesquisando, a monografia foi sendo produzida

passo a passo.

Em um primeiro momento, foram pesquisados casos concretos para o

entendimento da sistemática do tema, logo após, foi analisada a jurisprudência

para que fosse entendida como os tribunais vem se posicionando sobre o

assunto.

Por fim, pelo tema ser amplo, foram pesquisadas algumas curiosidades

e peculiaridades, para posterior apresentação dentro do tema proposto.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I - A remuneração do atleta profissional de futebol 09

CAPITULO II - Definição de Salário e remuneração 17

CAPITULO III - O Contrato de trabalho do atleta de futebol 21 CAPÍTULO IV - Direito de Imagem 26

CAPÍTULO V – Cláusula Indenizatória e Compensatória 33

CONCLUSÃO 37

ANEXOS 39

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 43

BIBLIOGRAFIA CITADA 45

ÍNDICE 45

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INTRODUÇÃO

No tocante a remuneração do atleta profissional de futebol, é importante

frisar que diferente das outras profissões, por envolver muitos personagens e

principalmente muito dinheiro, existem muitas peculiaridades sobre o tema.

Dentro dessa seara, o salário previsto na CLT, é muito menos

importante do que em qualquer outra atividade, visto que na maioria dos casos,

os jogadores de futebol recebem muitos menos do que na verdade é, como por

exemplo: determinado atleta recebe R$ 5.000,00 (cinco mil reais) na “carteira”

e por direito de imagem recebe R$ 100.000,00 (cem mil reais), ou seja, a

remuneração real é R$ 105.000,00 (cento e cinco mil reais), o que causa

divisão na doutrina, uma vez que essa pode ser uma manobra para não pagar

encargos trabalhistas, ou então, realmente se justifica a utilização da imagem

do atleta.

Outro aspecto abordado é em relação ao direito de arena e suas

peculiaridades, uma vez que os clubes recebem a maior parte do valor, 80% e

os atletas somente 20%, seguindo o argumento dos clubes, é que o jogo é

interessante por causa das camisas e não por causa dos jogadores, que por

sua vez entendem que deveriam receber mais, uma vez que são eles quem

jogam.

Por último, a cláusula indenizatória e compensatória, que estipulam as

regras de rescisão contratual, tanto por parte do clube, como por parte do

atleta, criando multas para ambos, buscando prevenir e equilibrar as relações

contratuais, evitando fraudes de ambos os lados.

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CAPÍTULO I

A REMUNERAÇÃO DO ATLETA PROFISSIONAL DE

FUTEBOL

A remuneração do atleta profissional de futebol, é composta de

inúmeros valores que são pagos aos mesmos, fato este, que faz com que essa

atividade seja totalmente diferente de qualquer outra, tendo em vista que pela

quantidade de personagens envolvidos no futebol atual, é difícil encontrar

semelhanças com a remuneração de um trabalhador comum, que tem previsão

no artigo 457 da CLT.

Por existirem algumas peculiaridades, é importante conhecer alguns

institutos que regem o futebol, bons exemplos a serem explorados são o direito

de arena e a premiação por vitória, chamado de “bicho”.

1.1 – Direito de Arena

Como se bem sabe, a grande fonte de renda atualmente dos clubes de

futebol, é das cotas de televisão.

Nessa seara, é que aparece com grande relevância, o direito de arena,

ele está preceituado no artigo 42 da Lei 9.615/98, que estabelece a cobrança

por parte da entidade empregadora, da transmissão do evento desportivo.

Esse assunto, por si só já trás uma grande discussão, uma vez que os

percentuais não são divididos igualmente, entre empregados e empregadores,

ficam 80% para os empregadores e 20% para os empregados.

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Nessa discussão, vale as seguintes perguntas: quem joga deveria ficar

mais? Porém quem joga? São os jogadores como personagens, ou como

agentes do clubes? Enfim, nessa “gangorra” cada um defende seu lado, na

opinião do doutrinador ZAINAGHI ele entende da seguinte forma:

“Apesar de parecer estranho que um atleta não detenha a

titularidade de um direito ligado a sua imagem, a opção é

explicada pelo fato de que seria impossível conseguir-se a

anuência de todos os atletas, e ainda, pelo fato de ser o

clube quem oferece o espetáculo, as disputas são entre

os clubes e não entre os atletas, além do que, o que faz

com que desperte o interesse do público são as cores de

uma determinada equipe, independente dos atletas que a

compõem". [1]

Sendo assim, há de fato um argumento forte, no sentido da

legitimidade dos clubes em negociar o direito de arena, e repassar somente um

percentual aos atletas, porém o que mais é intrigante nesse caso, é a natureza

jurídica dessa verba, que será apresentada mais adiante.

1.2 – Natureza Jurídica Direito de Arena

A maioria da doutrina e da jurisprudência vem fazendo uma analogia

entre as verbas recebidas pelo direito de arena com as “gorjetas”, que tem

previsão no artigo 475 da CLT.

Dessa forma, uma corrente, vem dizendo que essa relação se da, em

virtude do pagamento não ser feito pelo empregador, e sim, por outra pessoa,

um terceiro.

De toda exposição deste capítulo, forçoso é concluir que o direito de

arena, quanto à parte do pagamento ao jogador de futebol, tem natureza

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jurídica de remuneração, pois guarda similitude com as gorjetas previstas no

art. 457 da CLT e assim a jurisprudência entende:

SALÁRIO. JOGADOR DE FUTEBOL. DIREITO DE ARENA. OUTROS

GANHOS PELO USO DA IMAGEM POR TERCEIROS. NATUREZA JURÍDICA.

VALORES ALEATÓRIOS E VARIADOS. PREFIXAÇÃO EM CONTRATO DE

TRABALHO. FRAUDE. EFEITOS. O chamado direito de arena, valor que é

pago por terceiros, detentores dos meios de comunicação, aos atletas, como

remuneração pela transmissão dos jogos dos quais eles são os principais

atores e os catalisadores da motivação popular para angariar audiências, não

constitui salário, direto ou indireto, no sentido técnico do instituto, sobre

quaisquer de suas modalidades, eis que não se destina, nem mesmo remota

ou indiretamente, ao custeio do trabalho prestado ao clube contratante, nem

tem relação alguma com a execução do contrato de trabalho. Tratando-se de

pagamento originário, pelos compradores dos direitos dos espetáculos, aos

seus astros, sob a forma de negócios comerciais distintos e paralelos aos

contratos de trabalho. Da mesma forma os demais direitos conexos pagos pelo

uso do nome ou imagem do atleta profissional em campanhas publicitárias,

institucionais e licenciamento de produtos e serviços diversos. Que se referem

sempre à pessoa do jogador, nos seus atributos intrínsecos da não se

vinculando ao contrato de trabalho nem se restringindo ao tempo de duração

dele, pois como apanágios do ser humano, acompanham-no do berço ao

túmulo e deitam memória no tempo posterior ao da duração da sua vida. O que

está conforme à moderna perspectiva de que tudo tem valor comercial para

uma gama tão infindável quanto diversificada de negócios mercantis que se

valem de toda sorte de apelos ao consumidor para viabilizar mercados. Ainda

que recebidos em bloco pelo clube empregador e distribuído por este a cada

atleta, segundo a quantidade que lhe caiba, não perde a natureza de ganho

extra-salarial. Não caracterizando, pois, fraude ao salário o fato de serem

pagos fora da folha de pagamento e até mesmo por intermédio de cômodas

empresas constituídas para gerenciar tais atividades. Não servindo de base

para cálculo dos demais direitos trabalhistas que se fundam no salário

contratado. Haverá fraude, no entanto, mesmo com a conivência do atleta

empregado, quando o empregador, vendo na hipótese uma atraente

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possibilidade de deslocar para esta rubrica uma parte do salário combinado,

para safar-se dos encargos sociais e tributários, pré-contrata com ele uma

quantia fixa, sempre igual, mensal, a este título. Pois os direitos de arena e

demais ganhos pelo uso da imagem e nome que não configuram salário são

aqueles específicos e inequívocos. E que dependem, por isso, de negociação

concreta e dos valores para tanto combinados. Caso em que, verificada a

fraude, manda-se fazer a exata separação, por apuração em liquidação de

sentença, do que, no valor lançado nesta rubrica, seja efetivamente pagamento

dos direitos conexos do atleta e salário camuflado, para que sobre esta

segunda parte calculem-se os demais direitos trabalhistas. Recurso

parcialmente provido direto ou indireto. (TRIBUNAL: 3ª Região DECISÃO: 06

02 2002 TIPO: RO NUM: 16695 ANO: 2001 NÚMERO ÚNICO PROC: RO -

TURMA: Terceira Turma Relator Juiz Paulo Araújo)

Porém, mesmo que as decisões sejam de fato na inteligência de que

essas verbas tem de fato natureza de remuneração, existem julgados

contrários, conforme o Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região, de Minas

Gerais, em especial na pessoa de Alice Monteiro de Barros, que vem adotando

posicionamento diverso, concedendo ao direito de arena natureza jurídica de

salário, por entender que este é pago pela contraprestação do serviço, ainda

que pago por terceiro. Vejamos:

DIREITO DE ARENA. O direito de arena está garantido no artigo 5º, XXVIII,

"a", da Constituição Federal de 1988, que assegura, nos termos da lei, a

proteção às participações individuais em obras coletivas e à reprodução da

imagem e voz humanas, inclusive em atividades desportivas. Em consonância

com esse preceito, o artigo 42 da Lei 9.615/98 prevê que as entidades de

prática desportiva possuem o direito de negociar, autorizar e proibir a fixação, a

transmissão ou retransmissão de imagem de espetáculo ou eventos

desportivos de que participem, dispondo o seu parágrafo 1º que "salvo

convenção em contrário, vinte por cento do preço total da autorização, como

mínimo, será distribuído, em partes iguais, aos atletas profissionais

participantes do espetáculo ou evento". Ausente nos autos prova de que as

partes tenham convencionado no sentido de retirar do atleta o direito de

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participar dos ganhos obtidos com a divulgação da imagem dos jogos de

futebol que contaram com a sua presença e, considerando o princípio da

continuidade da prestação de serviços, a presunção é de que ele tenha

participado de todos os jogos do clube, cuja imagem foi produzida ou

reproduzida, competindo ao demandado provar possíveis ausências do atleta

nos eventos desportivos, o que não se verificou. Assim, defere-se ao atleta, a

título de direito de arena, o pagamento da fração de 1/14 (considerando-se o

número de atletas que podem participar de um jogo de futebol) do percentual

de 20% incidente sobre o preço total das autorizações concedidas pelo Clube,

durante todo o período contratual, para transmissão ou retransmissão de

imagem de eventos desportivos, conforme se apurar em liquidação de

sentença.

(TRIBUNAL: 3ª Região DECISÃO: 16 04 2002 TIPO: RO NUM: 2479 ANO:

2002. NÚMERO ÚNICO PROC: RO - 01661-2001-010-03-00 TURMA:

Segunda Turma Relatora Juíza Alice Monteiro de Barros)

A posição tomada por esse tribunal tem sua justificativa, e merece

respeito, porém o primeiro entendimento afigura-se mais razoável, pois a

transmissão do evento é faculdade da entidade desportiva, podendo ser

negociado ou não, como alguns clubes têm optado quando consideram baixos

os valores oferecidos pelas empresas que desejam efetuar a transmissão do

evento.

Nesse caso, como não há transmissão, não há também o repasse ao

atleta, o que deixa ainda mais clara a semelhança com as gorjetas, onde o

empregador é mero intermediário do pagamento. Portanto, pode-se dizer, que

o direito de arena irá integrar a remuneração do atleta, para todos os fins

jurídicos desta, mas não fará parte do salário do empregado.

1.3 - Prêmio por vitória “bicho”

A questão que envolve o “bicho”, é discutida a muitos anos, e com

certeza será discutida por mais alguns, isto se dá, porque alguns fatos que

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ocorrem nos bastidores do futebol, dificilmente são revelados, e esse com

certeza é um dos mais polêmicos.

A Lei 6.354/76 estabelece que prêmios e gratificações possuem

natureza remuneratória, não integrando o salário dos atletas por estarem

estritamente relacionados à sorte, o que no caso do futebol, ocorre com as

vitórias nos jogos.

O número de decisões encontradas acerca do tema é muito grande e,

tem-se entendido que a natureza desse pagamento é salarial, integrando-se a

este para todos os efeitos. Vejamos:

JOGADOR DE FUTEBOL. VERBAS SALARIAIS PAGAS EXTRAFOLHA. Se do

contrato de trabalho não consta estipulação com relação a bichos, prêmios e

luvas, se a lei exige que haja previsão contratual (Lei nº 9.615/98, art. 31, § 1º)

e se o reclamado expressamente confessou a existência de pendências

trabalhistas, estas dizem respeito às verbas salariais pagas à margem das

folhas de pagamentos. (TRT 12ª R. – RO 04059/2000 - 1ª T. - Primeira turma

Juiz IDEMAR ANTÔNIO MARTINI DJ/SC 14.02.2001 – p. 212)

RECURSO ORDINÁRIO. QUITAÇÃO DOS DÉBITOS TRABALHISTAS.

RENÚNCIA. Os documentos acostados aos autos pelo recorrido, quando da

instrução, revelam a existência de "quitação de débitos trabalhistas", e não a

renúncia de direitos por parte do recorrente. Logo, dá-se provimento ao recurso

para acrescer ao condeno as verbas não quitadas. ACORDAM, os Juízes do

Tribunal Regional do Trabalho da 19ª Região, em sua composição plena, por

unanimidade, dar provimento ao recurso para acrescer ao condeno as

diferenças salariais no valor de R$1.200,00 (hum mil e duzentos reais)

mensalmente; a integração dos "bichos" ao salário para efeito de liquidação

bem como as férias e 13os salários proporcionais e multa do art. 477, da CLT.

(TRT 19ª R. – RO 00516.1999.002.19.00-7 - TP - TRIBUNAL PLENO JUIZ

JOÃO SAMPAIO DOE/AL 23.03.2000)

ATLETA PROFISSIONAL - NATUREZA DAS PARCELAS LUVAS, BICHOS E

PARTICIPAÇÃO NO PASSE:

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1. LUVAS - A TEOR DO DISPOSTO NO ARTIGO DOZE DA LEI SEIS MIL

TREZENTOS E CINQÜENTA E QUATRO DE SETENTA E SEIS,

CONSUBSTANCIAM IMPORTÃNCIA PAGA PELO EMPREGADOR AO

ATLETA, NA FORMA DO CONVENCIONADO, PELA ASSINATURA DO

CONTRATO. RESULTA DO FATO DE O ATLETA OBRIGAR-SE À

PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS, REVELANDO-SE CONTRAPRESTAÇÃO. O

PAGAMENTO ANTECIPADO OU EM PRESTAÇÕES SUCESSIVAS.

NÃO DESCARACTERIZA A PARCELA COMO SALARIAL. PRECEDENTES:

PROC:RR NUM:1973 ANO:84 TURMA:01 AC. NUM:3046 ANO:85 FONTE:DJ

DATA:30-08-85 RELATOR: MINISTRO JOÃO WAGNER; PROC:RR NUM:4495

ANO:84 TURMA:03 AC. NUM:2686 ANO:85 FONTE:DJ DATA:23-08-85

RELATOR: MINISTRO ORLANDO TEIXEIRA DA COSTA; PROC:RR

NUM:1957

ANO:81 TURMA:01 AC. NUM:1927 ANO:82 FONTE:DJ DATA:02-07-82

RELATOR: MINISTRO MARCO AURELIO.

2. ''''BICHOS'''' - VOCÁBULO CONSAGRADO E QUE COMPÕE O JARGÃO

FUTEBOLÍSTICO. A ORIGEM EM SI - VITÓRIAS OU EMPATES – BEM

REVELA TRATAR-SE DE GRATIFICAÇÃO, POSSUINDO, ASSIM, NÍTIDA

NATUREZA SALARIAL.

3. PARTICIPAÇÃO NO VALOR DO PASSE - QUANDO DA CESSÃO DO

PASSE DO ATLETA, E DADO AO CLUBE CEDENTE EXIGIR DO

CESSIONÁRIO O PAGAMENTO DO VALOR DO PASSE ESTIPULADO DE

ACORDO COM AS NORMAS DESPORTIVAS - ARTIGO TREZE DA LEI ''''

SUPRA ''''. TRATANDO-SE DE MERA PARTICIPAÇÃO, O DIREITO MOSTRA-

SE ACESSÓRIO, SEGUINDO A SORTE DO PRINCIPAL - ARTIGOS

CINQÜENTA E OITO E CINQÜENTA E NOVE DO CÓDIGO CIVIL.

IMPOSSÍVEL E EMPRESTAR-LHE NATUREZA SALARIAL, SOB PENA DE

CAMINHAR-SE PARA A ESDRÚXULA ASSERTIVA SEGUNDO A QUAL O

CLUBE CEDENTE RECEBE DO CESSIONÁRIO PARCELA POSSUIDORA DE

FEIÇÃO TAMBÉM SALARIAL. (TST ACÓRDÃO NUM: 1764 RR 4970/1986

REGIÃO: 03 UF: MG RECURSO DE REVISTA - ÓRGÃO JULGADOR -

PRIMEIRA TURMA – DJ 28.08.1987 PG: 17671 REL. MINISTRO MARCO

AURELIO)

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Porém, existem também algumas decisões contrárias, como por

exemplo:

JOGADOR DE FUTEBOL. HORAS EXTRAS SOBRE O PERÍODO DE

CONCENTRAÇÃO. DESDE QUE NÃO EXCEDA DE TRÊS DIAS POR

SEMANA, NÃO É ESTRANHO À JORNADA, NÃO PODENDO SER TIDAS

COMO EXTRAS AS HORAS DESTINADAS A TAL FIM, POR SE

ENQUADRAREM NAS ATIVIDADES NORMAIS DO ATLETA. A

CONCENTRAÇÃO É OBRIGAÇÃO CONTRATUAL, LEGALMENTE

ADMITIDA. OS "BICHOS" SÃO VERBAS ALEATÓRIAS REGIDAS POR

CRITÉRIOS SUBJETIVOS, CONDICIONADAS AO ÊXITO DA ATIVIDADE,

SEM VALOR PREDETERMINADO, AO ARBÍTRIO DO EMPREGADOR, NÃO

SE INTEGRANDO, CONSEQÜENTEMENTE, AO SALÁRIO PARA

QUALQUER FIM. REVISTA DA EMPRESA PROVIDA. (TST ACÓRDÃO NUM:

375 11 03 1986 RR NUM: 6884 ANO: 1984 REGIÃO: 00 UF: UF: RECURSO

DE REVISTA ÓRGÃO JULGADOR - SEGUNDA TURMA REL. MINISTRO

MARCELO PIMENTEL)

O posicionamento predominante dos tribunais nos afigura como mais

sensato razoável, tendo em vista que para os atletas de menor expressão o

"bicho" representa quantia muito mais significativa no seu orçamento do que o

salário fixo que recebe e, por conta disso, gera expectativas e por ser habitual

preserva uma relação entre empregado e empregador.

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CAPÍTULO II

SALÁRIO E REMUNERAÇÃO

2.1 - O conceito de Salário

Historicamente, o conceito de salário, tem origem no latim salarium

argentum, "pagamento em sal" – forma primária de pagamento oferecida

aos soldados do Império Romano.

O salário pode ser definido, como um conjunto de parcelas

contraprestativas recebidos pelo empregado em função de um contrato de

trabalho firmado com um empregador, para exercer alguma função.

As parcelas salariais são devidas e pagas diretamente pelo empregador

ao empregado, conforme o (art. 457, caput, e art. 76, CLT).

O salário tem o seu valor fixado de acordo com a lei da oferta e da

procura, sempre respeitado o mínimo legal. O salário deve constar

obrigatoriamente do contrato de trabalho. O salário não é devido tão somente

pela contraprestação do serviço, mas também pelo tempo em que o

empregado fica à disposição do empregado, conforme artigo 4º da CLT.

Destaca-se o caráter retributivo do salário, isto é, ele retribui o trabalho,

sendo este o seu fim. Para ser salário, o dinheiro ou a utilidade deve ser

fornecido pelo trabalho e não para o trabalho, sendo sempre clara as funções

de quem recebe e quem vai pagar.

Do mesmo modo, não são consideradas salário as indenizações pagas

ao empregado, as quais não possuem o referido caráter retributivo, sendo por

muitas vezes situações confusas, tendo em vista que no “dia a dia” nem tudo

ocorre como a CLT preceitua, o que é um perigo na relação de trabalho.

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2.2 - O conceito de Salário do Direito Comparado

Na Espanha, a lei utiliza diversas denominações para se referir à

contraprestação paga ao empregado - salário a mais comum, remuneração,

retribuição – sendo elas expressões sinônimas na ordem jurídica espanhola.

O conceito de salário está expresso no art. 26, §1º, do Estatuto dos

Trabalhadores (ET), nos seguintes termos:

"Se considerará salário la totalidad de las percepciones

econômicas de los trabajadores, en dinero o en espécie,

por la prestación profesional de los servicios laborales por

cuenta ajena, ya retribuyan el trabajo efectivo, cualquiera

que sea la forma de remuneración, o los períodos de

descanso computables como de trabajo".

Tal norma traz expressa a observação acima efetuada: a de que o

salário é contraprestação à existência da relação empregatícia.

2.3 - O Conceito de Remuneração Podemos identificar ao menos três conceitos de remuneração na

doutrina: a que é muito usada na prática, a remuneração como sinônimo de

salário, remuneração como gênero das parcelas contraprestativas, sendo o

salário a espécie mais importante; remuneração como somatório do salário

mais as gorjetas. Para essa terceira corrente, a CLT definiu o salário com base

na origem da parcela contributiva, sendo o conjunto de parcelas devidas e

pagas diretamente pelo empregador, conforme artigos. 29, §1º, 76 e

457, caput, CLT, ao passo que as gorjetas são pagas por terceiros.

A partir do terceiro conceito acima exposto, desenvolveram-se duas

correntes. A primeira vertente, muito importante no passado, entendeu que

"remuneração" foi a fórmula utilizada pela CLT para incluir as gorjetas

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habituais na base de cálculo do salário, para fazê-las incidir nas demais

parcelas salariais 13º salário, férias e respectiva gratificação de 1/3, adicionais

calculados sobre o salário contratual, horas-extras, repouso semanal

remunerado, aviso-prévio, FGTS e multa de 40%, etc.

A segunda vertente defende que a CLT, em seus artigos. 76 e

457, caput, criou dois tipos legais distintos: o salário, pago diretamente pelo

empregador, e a remuneração, paga diretamente por terceiros. Assim, as

parcelas remuneratórias, como as gorjetas, não produzem efeitos próprios às

parcelas salariais não compõem o salário mínimo legal, nem integram o salário

contratual do empregado, não produzindo, portanto, reflexos em outras

parcelas.

Nesse sentido é a Súmula n. 354 do TST, in verbis: "as gorjetas,

cobradas pelo empregador na nota de serviço ou oferecidas espontaneamente

pelos clientes, integram a remuneração do empregado, não servindo de base

de cálculo para as parcelas de aviso prévio, adicional noturnos, horas extras e

repouso semanal remunerado".

Todavia, para alguns cálculos deve-se levar em conta a média das

gorjetas habituais, como o recolhimento previdenciário (a estimativa das

gorjetas deve, inclusive, ser anotada na CTPS – art. 29, §1º, da CLT), os

depósitos do FGTS (o art. 15 da Lei n. 8036/90 fala em "remuneração" e

menciona expressamente o art. 457 da CLT, o qual, ao definir a remuneração,

inclui aí as gorjetas), 13º salário (as Leis n. 4090/62 e n. 4749/65 mencionam a

remuneração do mês de dezembro como base de cálculo dessa parcela

salarial).

A segunda vertente, em contraponto à primeira, leva à diminuição da

contraprestação paga ao empregado que recebe gorjetas habituais, pois estas

produzem menos reflexos. Mas abre caminho para uma outra interpretação: se

a remuneração é o conjunto das parcelas pagas por terceiros, ela incluiria não

somente as gorjetas, mas outras verbas (v.g., honorários advocatícios do

advogado empregado, participação em publicidade paga por terceiro,

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habitualmente recebida por atleta ou artista), que teriam reflexos nos depósitos

FGTS, no 13º salário e no recolhimento previdenciário. A crítica que é feita a

essa interpretação é que o art. 457 da CLT, ao definir a remuneração,

menciona somente as gorjetas, não dando espaço para a inclusão de outras

verbas.

Pelas normas supra, vê-se que o montante do salário mínimo sempre

deverá ser pago diretamente pelo empregador, o qual não pode incluir as

gorjetas no seu cálculo.

2.4 - Salário Mínimo

O salário mínimo representa a contraprestação mínima devida e paga

diretamente pelo empregador a todo empregado, sem distinção de sexo, por

dia normal de trabalho e capaz de satisfazer as suas necessidades normais.

A Constituição Federal determina que o salário mínimo será fixado em

lei, nacionalmente unificado, capaz de atender às suas necessidades vitais

básicas e às de sua família, como moradia, alimentação, educação, saúde,

lazer, higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe

preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim.

Desse modo, o salário mínimo é a condição básica para a subsistência

de qualquer trabalhador, pois como o nome já diz, o mínimo, deve ser

respeitado para garantir o mínimo de dignidade ao trabalhador.

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CAPÍTULO III

O CONTRATO DE TRABALHO DO ATLETA

PROFISSIONAL DE FUTEBOL

3.1 - O Contrato de Trabalho

O contrato do jogador de futebol é um contrato de trabalho, onde o

empregado-atleta se obriga a laborar a um clube-empregador. Este contrato de

trabalho possui regramento especial previsto tanto na Lei n. 6354/76, como na

Lei n. 9.615/98, pouco se aplicando as disposições previstas na Consolidação

das Leis do Trabalho (CLT) acerca dos contratos.

Contudo, "Aplicam-se ao atleta profissional de futebol as normas gerais

da legislação do trabalho e da previdência social, exceto naquilo que forem

incompatíveis com as disposições desta lei art. 28 da Lei n. 6.354/76". O § 1º

da Lei n. 9.615/98 dispôs quase com as mesmas palavras: "Aplicam-se ao

atleta profissional as normas gerais da legislação trabalhista e da seguridade

social, ressalvadas as peculiaridades expressas nesta Lei ou integrantes do

respectivo contrato de trabalho."

Assim, a CLT e outras normas trabalhistas aplicam-se subsidiariamente

aos contratos dos atletas profissionais de futebol em tudo no que não contrariar

as disposições da legislação especial.

3.2 - Prazo de Duração do Contrato

Não obstante a regra geral no Direito do Trabalho seja de que os

contratos são por prazo indeterminado, de acordo com o artigo 30 da Lei

9.615/98, o contrato de trabalho do atleta profissional de futebol será sempre

por prazo determinado.

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O artigo 445 da CLT prevê que o contrato de trabalho por prazo

determinado não poderá ser estipulado por mais de dois anos, sendo que na

hipótese de o contrato de trabalho por prazo determinado for prorrogado por

mais de uma vez, será tido como de prazo indeterminado artigo 451 da CLT.

O desrespeito ao parâmetro máximo do prazo contratual (contrato a

contento que ultrapasse os 90 dias, por exemplo) conduz à automática

modificação objetiva do contrato – que se indetermina, em consequência.

Contudo, a legislação especial trata diferentemente os contratos

dos jogadores profissionais de futebol.

Inicialmente, a vigência da Lei n. 6.354/76 regulou a duração do contrato de

trabalho do jogador profissional de futebol, estabelecendo que ele não poderia

ser inferior a três meses ou superior a dois anos (artigo 3º, inciso I).

A Lei n. 9.615/98 de começo estabeleceu que o contrato

do jogador profissional de futebol teria prazo determinado, com vigência nunca

inferior a três meses (artigo 30 original).

O prazo de três meses foi considerado mínimo para que o atleta

pudesse se adaptar ao clube e demonstrar a sua capacidade técnica, por isso

vedou-se a celebração de contrato por tempo inferior.

Note-se que a Lei Pelé originariamente não estabeleceu o prazo máximo

do contrato do atleta, o que poderia causar transtornos, principalmente aos

atletas, que se vinculariam por um prazo muito longo, ficando prejudicada a sua

transferência para outros clubes.

É de se sinalar, ainda, que o "passe", previsto no artigo 11 da Lei

6.354/76 foi extinto pelo artigo 28, § 2º, da Lei n. 9.615/98, que estabeleceu

que o vínculo desportivo tem natureza acessória ao contrato de trabalho e se

extingue juntamente com este.

Em 2003 o dispositivo foi alterado, nos seguintes termos:

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§ 2º O vínculo desportivo do atleta com a entidade desportiva contratante tem

natureza acessória ao respectivo vínculo trabalhista, dissolvendo-se, para

todos os efeitos legais:

I - com o término da vigência do contrato de trabalho desportivo; ou

II - com o pagamento da cláusula penal nos termos do caput deste artigo; ou

ainda

III - com a rescisão decorrente do inadimplemento salarial de responsabilidade

da entidade desportiva empregadora prevista nesta Lei

A Lei Pelé substituiu o "passe" por uma cláusula penal para o caso de

rompimento ou rescisão do contrato de trabalho, que é reduzida a cada ano de

cumprimento do acordo. A lei beneficia, assim, os atletas, que após encerrado

o liame inicial têm o "passe livre", no chavão futebolístico.

Permitir a fixação de prazo alongado para a duração do contrato

acabava por permitir que a cláusula penal fizesse as vezes do passe, pois não

haveria como o atleta se transferir para outro clube sem pagar integralmente ou

grande parte da multa contratual.

Na regra antiga, mesmo após encerrado o contrato, o atleta, mesmo

sem receber salários, permanecia vinculado ao clube, pois não poderia ser

registrado junto a outra entidade sem a anuência do antigo time, que era

concedido apenas após o pagamento do "passe".

Seguindo esta linha de libertação do atleta, o artigo 30 acima

mencionado foi modificado pela Lei n. 9.998/00, assim dispondo: "Art. 30. O

contrato de trabalho do atleta profissional terá prazo determinado, com vigência

nunca inferior a três meses nem superior a cinco anos."

Estabeleceu-se, portanto, um prazo máximo para a duração do contrato

do jogador profissional de futebol, alinhando os termos da lei à vontade do seu

idealizador, Pelé, que era a de modificar o sistema em que os atletas eram

comprados e vendidos como mercadorias.

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O parágrafo único do artigo 30 da Lei Pelé previu expressamente que

não se aplica ao vínculo de trabalho do atleta profissional de futebol o artigo

445 da CLT. Por essa disposição, também se afasta a aplicação do artigo 451

da CLT, pois não teria sentido os clubes não poderem renovar os contratos

com seus atletas.

Com efeito, a pré-determinação de prazo do contrato de trabalho

do jogador profissional de futebol nada mais é do que a fixação de um lapso

que, decorrido, retira do clube a obrigação de pagar seus salários e do atleta a

de permanecer no clube. Mas isso não veda que as partes, de comum acordo,

resolvam por assinar um novo contrato por prazo determinado, desde que com

duração até cinco anos.

Note-se que o tempo de cinco anos não é o limite que

um jogador poderá permanecer no mesmo empregador, mas o tempo máximo

que poderá ser estabelecido em cada contrato de trabalho. Ao final, poderá

haver casos em que o jogador permaneceu toda a sua carreira em um único

clube, dez, quinze ou vinte anos, mas todos os contratos firmados entre o

empregado e o empregador devem obrigatoriamente respeitar o limite de cinco

anos cada.

As decisões do Tribunal Superior do Trabalho se orientam pela

inaplicabilidade do artigo 451 da CLT aos contratos dos jogadores profissionais

de futebol. Veja-se, a propósito, o seguinte aresto:

ATLETA PROFISSIONAL. CONTRATO DE TRABALHO. PRAZO

DETERMINADO. PRORROGAÇÃO. REDUÇÃO SALARIAL. O contrato de

trabalho celebrado entre o clube e o atleta profissional é sempre por prazo

determinado, consoante exigência do artigo 30, parágrafo único, da Lei nº

9.615/1998, que revogou o disposto no artigo 3º, II, da Lei nº 6.354/76, e, por

isso, ainda que celebrados vários contratos sucessivamente, não podem ser

tomados de forma unificada. Os artigos 451 e 452 da Consolidação das Leis do

Trabalho não se aplicam ao atleta profissional do futebol, porquanto

incompatíveis com as disposições especiais previstas para esse trabalhador.

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Não há falar, tampouco, em redução salarial, porquanto não fora configurada a

hipótese de unicidade contratual. Recurso de revista não conhecido.

(PROCESSO: 660130. ANO: 2000. PUBLICAÇÃO: DJ - 24/11/2006).

3.2.1 - Prazo de contrato para atletas menores de idade

Outra peculiaridade reside na possibilidade de a entidade de prática

desportiva poder firmar o primeiro contrato com o atleta a partir dos 16 anos de

idade, cujo prazo, logicamente, não poderá ser superior a cinco anos (artigo 29,

caput, da Lei Pelé).

A princípio, nada de diferente diz o dispositivo em comento, já que,

conforme estudaremos a seguir, a liberdade de contratar do atleta nasce aos

16 anos de idade e o contrato não poderá ser firmado em tempo superior a

cinco anos.

Insta-se registrar, contudo, que na hipótese de o atleta não ter exercido

a atividade como não-profissional por pelo menos dois anos o vínculo somente

poderá ser estabelecido a partir dos 18 anos de idade.

A entidade desportiva formadora possui, ainda, o direito à primeira

renovação contratual do atleta profissional, a qual, entretanto, não poderá ser

estabelecida por prazo superior a dois anos, nos exatos termos do § 3º do

artigo 29 da Lei Pelé.

É de se sinalar que o direito de preferência à renovação somente poderá

ser exercido em igualdade de condições com as demais entidades, isto é, a

título de salários e demais acordos, a oferta do clube formador deverá, no

mínimo, se igualar aos demais pretendentes do atleta. Caso não igualada a

oferta, o direito de preferência não poderá ser exercido.

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Não há confundir, outrossim, o tempo máximo de duração do contrato de

trabalho com o tempo máximo de duração do vínculo do atleta não-profissional

com o clube.

Aquele deve sempre ser celebrado por prazo determinado, cuja duração

não poderá ser inferior a três meses e nem superior a cinco anos (artigo 30 da

Lei n. 9.615/98), enquanto este, onde o atleta não-profissional recebe um

auxílio financeiro, pode ser livremente pactuado.

Não há, pois, prazo mínimo ou máximo no pacto de formação de atleta.

Esta "aprendizagem", contudo, pela melhor exegese do § 4º do artigo 29 da Lei

Pelé, somente poderá existir até o atleta completar 21 anos de idade.

CAPÍTULO IV

DIREITO DE IMAGEM

4.1 - Definição de direito de imagem

O direito de imagem, consagrado e protegido pela Constituição

Federal da República de 1988 e pelo Código Civil Nacional de 2002 como

um direito de personalidade autônomo , se trata da projeção da personalidade

física da pessoa, incluindo os traços fisionômicos, o corpo, atitudes, gestos,

sorrisos, indumentárias,etc.

Alguns juristas ainda distinguem, como direito de imagem, a

personalidade moral do indivíduo, o que incluiria traços como a aura, fama,

reputação, etc., o que, com a devida maxima venia, pedimos licença para

discordar.

Em nosso entender, essa alcunhada personalidade moral pode até

constituir algum outro direito de personalidade, porém não de imagem. Difícil

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crer, em nosso entendimento, que a simples aura de uma pessoa possa ser

protegida através do exercício do direito de imagem.

Talvez, para algumas pessoas mais espiritualizadas, isto até seja

possível, mas nós, operadores do direito e habituados desde a época da

graduação com o brocardo quod non est in actis non est in mundo ( o que não

está nos autos não está no mundo ), fica difícil conceder tal abrangência ao

direito de imagem.

Como já exposto acima, o direito de imagem encontra previsão legal em

nossa Constituição Federal no artigo 5º, X e XXVIII, a, tratado, portanto, dentre

os Direitos e Garantias Fundamentais e como um Direito de Personalidade. Da

mesma forma, em 2002, o Código Civil Nacional albergou a matéria em seus

artigos 11 e seguintes.

O direito de imagem, de acordo com os citados dispositivos, é

irrenunciável, inalienável, intransmissível, porém disponível . Significa dizer

que a imagem da pessoa ou sua personalidade física jamais poderá ser

vendida, renunciada ou cedida em definitivo, porém, poderá, sim, ser licenciada

por seu titular a terceiros.

Daí, em nosso sentir, a impropriedade por parte de alguns doutrinadores

ao se referirem à possibilidade de cessão de imagem. A rigor, e de acordo com

a interpretação sistemática dos citados dispositivos legais, dita expressão é

contraditória, sendo o mais correto falar-se apenas em licença de uso de

imagem.

A imagem do indivíduo, apesar de possuir certa relação com os demais

direitos de personalidade e, por vezes, até com eles confundir-se, é um direito

autônomo ou próprio, o que repercute diretamente no momento de eventual

ação indenizatória ante o uso indevido da imagem do indivíduo.

Basta lembrar que, enquanto o direito a honra, por exemplo, demanda a

existência de dano para aferição de eventual indenização (artigo 20 do Código

Civil de 2002), o uso indevido de imagem independe de comprovação do

prejuízo, sendo este inerente à utilização não-autorizada. Tal questão, já fora,

inclusive, pacificada pelo STJ Superior Tribunal de Justiça em Súmula:

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Súmula 403 - Independe de prova ou prejuízo a indenização pela

publicação não autorizada da imagem de pessoa com fins econômicos ou

comerciais..

Ademais, é preciso ter em mente que, muito embora a divulgação não

autorizada de uma imagem possa ferir mais de um direito de personalidade,

estes, efetivamente, não se confundem.

Entretanto, note que a divulgação indevida da imagem, além de violar a

imagem do ex-atleta, ainda infringe seu direito a privacidade, já que a imagem

fora captada dentro de sua residência.

Observem que, se a imagem fosse uma republicação de outra

anterior/prévia, até poderíamos discorrer ou discutir sobre a violação da

imagem do jogador, entretanto jamais de sua privacidade que já fora violada no

passado. Em contrapartida, caso o fotógrafo apenas tivesse penetrado na casa

do jogador sem autorização, haveria nítida violação ao direito de privacidade,

porém não de imagem. II Condições para violação ao direito de imagem:

A nosso ver, e de acordo com o que vem sendo decidido pela

jurisprudência pátria, a ação para fazer cessar o uso indevido de imagem

(clássica obrigação de não fazer), assim como àquela para pleitear a

conseqüente indenização (obrigação de pagar quantia), demandam

duas condições alternativas ; 1) exploração econômica através da imagem

e/ou; 2) lesão da pessoa retratada.

Apesar das restrições, já consagradas pela jurisprudência, ao direito de

imagem, como se verá a seguir, esses requisitos ou, ao menos um deles,

certamente, estará no cerne das decisões dos magistrados nacionais, no

momento de acolherem ou não as pretensões dos indivíduos que tiverem suas

imagens divulgadas desautorizadamente, sejam essas (pretensões)

condenatórias, mandamentais ou executivas lato sensu, de acordo com a

classificação quinária das ações.

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4.2 - Direito de Imagem no Futebol

A imagem é direito personalíssimo, portanto indisponível e

intransmissível. A licença do uso do direito à imagem não se confunde com a

disponibilidade e transmissibilidade desse direito. A indisponibilidade deve ser

entendida como a impossibilidade de abdicar-se aos direitos personalíssimos e

a intransmissibilidade deve ser entendida como a impossibilidade de

transmissão do direito personalíssimo de um sujeito para outro.

A licença do uso da imagem do atleta profissional não significa que o

contratante passará a ser titular do direito à imagem do atleta, ao contrário

consiste no acordo firmado entre as partes, cujo objeto será a permissão dada

pelo contratado ao contratante de utilizar sua imagem para os fins específicos

firmados no instrumento contratual.

No contrato de licença de uso de imagem, o objeto é a autorização

para exploração da imagem do atleta e o bem jurídico protegido é o limite do

uso da imagem.

Quanto ao contrato de trabalho, o objeto é a prestação da atividade

física ou intelectual, sendo que o bem resguardado é a dignidade

humana.

Ainda que os objetos sejam diferentes, estes dois contratos

permanecem intimamente ligados.

No esporte, a exploração da imagem dos atletas é uma realidade. Isto

porque, além de serem pessoas públicas de grande destaque na mídia, há

enorme interesse em associar a imagem do clube ou de um evento à imagem

do atleta vencedor. Não há dúvida de que os atletas são verdadeiros artistas e,

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por serem estrelas de um mundo milionário, sua exploração comercial é mais

do que natural.

Financeiramente, a comercialização da imagem de um atleta agrega

vantagens e desvantagens.

As vantagens podem ser observadas em vários meios. Para o clube,

significa a identificação do ídolo com a entidade o que, em longo prazo, pode

arrebanhar torcedores. Para o atleta, a comercialização representa nova fonte

de grandes receitas. Para os patrocinadores, a imagem do ídolo pode significar

um estímulo ao consumo de determinado produto e, finalmente, para terceiros,

porque aumenta a oferta de produtos no mercado, pois, com o aumento do

interesse na veiculação da imagem, mais produtos serão comercializados.

Como desvantagem, pode-se dizer que a simples utilização não

autorizada da imagem pode gerar pedidos de reparação de danos morais e

patrimoniais.

Na prática, tem-se verificado significativo crescimento do comércio da

imagem dos atletas e, em assim sendo, estudo mais pormenorizado se faz

necessário.

Os atletas, ao firmarem seus contratos, podem, se assim lhes convier,

licenciar o direito de exploração de sua imagem à agremiação para a qual irão

atuar.

Entretanto, ao contrário do que muitos possam pensar, a imagem do

atleta não está, obrigatoriamente, vinculada à do clube. O aumento do

interesse econômico sobre este direito personalíssimo permite ao seu titular a

maximização de receitas, desde que tomadas as medidas adequadas e

escolhido o instrumento contratual apropriado. Em existindo a intenção de

permitir a exploração de sua imagem, as partes celebram um contrato, que

pode ser a título gratuito ou oneroso, devendo, sempre, respeitar a forma

escrita.

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Ainda, deve, explicitamente, ajustar quais os limites do acordo,

estipulando o prazo de validade, a finalidade, a remuneração e a

exclusividade.

Por ser direito personalíssimo de seu titular – o atleta – o contrato de

licença pode ser rescindido a qualquer tempo, sendo as perdas e danos

apuradas na esfera cível. O limite de multa a ser aplicada em virtude da

rescisão antecipada apenas do contrato de licença de uso de imagem regular-

se-á pelo artigo 412 do Código Civil, isto é limita-se ao próprio valor do contrato

"O valor da cominação imposta na cláusula penal não pode exceder da

obrigação principal".

Vale lembrar que a entidade de prática desportiva pode pagar o atleta e

não utilizar sua imagem para nada, isto é, ao remunerar o profissional, o clube

não está automaticamente vinculado à utilização da imagem do jogador em

campanhas de publicidade e/ou produtos. Pode simplesmente pagá-lo com o

intuito de que outro clube não utilize a imagem do mesmo atleta.

A receita proveniente do contrato de cessão de uso da imagem do atleta

não constitui remuneração, tendo em vista ser alheia e estranha ao contrato de

trabalho desportivo. Uma prova disso é a exclusão desses valores para fins de

cálculo da cláusula penal prevista na Lei nº 9.615/98 alterada pela Lei nº

9.981/00.

Nesse sentido bem preleciona o autor especialista em Direito

Desportivo, Álvaro de Melo Filho:

“Com efeito, somente as cláusulas financeiras e pagamentos

concretizados que decorram do contrato de trabalho desportivo

do atleta profissional serão considerados para fins de cálculo

da cláusula penal acordada, ficando excluídos quaisquer

valores pagos em razão da exploração da imagem do jogador

por seu empregador desportivo.”

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O contrato de licença do uso da imagem do atleta profissional é

autônomo, paralelo e inconfundível com o contrato que rege a relação laboral

entre as partes, e comporta a previsão de sua própria cláusula penal, prevista

no Código Civil.

Outra modalidade de contrato de licença do uso da imagem é o firmado

entre atleta e entidade desportiva que tem, como objeto, o uso da imagem do

atleta para fins de propaganda e divulgação de produtos do clube que

imprimem a imagem ou o nome do atleta.

É o chamado licenciamento, atividade lucrativa desenvolvida pelos

clubes de futebol que consiste na venda de produtos do próprio clube. Essa

modalidade também está limitada às normas civilistas.

Nessa espécie, o cedente, atleta, consente que o clube, geralmente com

o intermédio de um patrocinador, autorize o lançamento de produtos que

tenham sua imagem reproduzida. Não se vê nesse contrato as características

de um contrato de trabalho.

Ao contrário do que pode parecer, não admitimos como contrato de

natureza civil e autônoma o artifício utilizado por muitos clubes, a fim de

desviarem a natureza salarial da verba paga aos jogadores.

Nesse caso, uma vez comprovada a fraude em fugir do fisco- através do

pagamento de “direito de imagem”, ao invés de salário, deve-se enquadrar a

verba como salarial e fazer incidir esta, bem como todos os seus reflexos nos

demais títulos do contrato de trabalho.

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CAPÍTULO V

Cláusula Indenizatória e Compensatória

5.1 - Cláusulas de extinção

As cláusulas de extinção (indenizatória e compensatória) do contrato de

trabalho desportivo surgiram como aprimoramento e substituição da cláusula

penal desportiva. No intuitivo de solver o problema do reiterado dissenso

jurídico da unilateralidade x bilateralidade da antiga cláusula penal desportiva,

essas cláusulas de extinção do contrato laboral desportivo deverão regular a

resolução dos contratos trabalhistas dos jogadores.

Com o advento da recente Lei nº 12.395, em 16 de março de 2011,

a cláusula penal desportiva foi expurgada do nosso sistema jurídico e passou a

existir a cláusula indenizatória desportiva, instrumento jurídico a ser acionado

em favor dos clubes por descumprimento contratual imotivado dos atletas, e a

cláusula compensatória desportiva ferramenta jurídica a ser aplicada em favor

dos jogadores por incumprimento contratual desmotivado dos clubes, casos de

despedida sem justa causa. ,

Existiam muitas controvérsias jurídicas a respeito da aplicabilidade

isonômica da cláusula penal desportiva, a despeito das decisórias que

tentaram firmar entendimento uniforme de unilateralidade na SBDI-1 do

Tribunal Superior do Trabalho (TST, E-RR 1077/2004-054-02-00.0 AC SBDI-1,

Relª Min. Maria de Assis Calsing, DJ 14.11.2008 e TST, RR 1173/2007-013-08-

00.2, 5ª T., Rel. Min. Emmanoel Pereira, DJ 13.11.2009).

Algumas arestas jurisprudenciais defendiam ferrenhamente o

posicionamento bilateral, sob o argumento de igualdade, sinalagma, boa-fé,

função social dos contratos, para direcionar o direito de recebimento da multa

do clausulado penal aos praticantes desportistas (TST, RR 592/2004-401-04-

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00.9, 4ª T., Rel. Min. Ives Gandra Martins Filho, DJ 08.06.2007 e TST, RR

400/2005-721-04-00, 4ª T., Rel. Min. Barros Levenhagen, DJ 30.04.2009).

Diante da recente divergência da jurisprudência, inclusive no col.

Tribunal Superior do Trabalho (TST), veremos como se comportará a doutrina

e a jurisprudência sobre os valores proporcionais da cláusula indenizatória

desportiva e da cláusula compensatória desportiva, sob os auspícios da

recente Lei nº 12.395/2011.

5.2 - Cláusula Indenizatória e Compensatória

A primeira grande novidade da Lei nº 12.395/2011 são algumas formas

expressas de terminação do contrato de trabalho desportivo, subscritas no art.

28, § 5º e seus incisos, tais como: término da vigência contratual, distrato,

pagamentos das cláusulas indenizatória e compensatória desportivas, rescisão

indireta por inadimplemento contratual do empregador desportivo ou demais

hipóteses de rescisão indireta prevista na legislação trabalhista, dispensa

imotivada do atleta.

Crítica inicial se realiza à falta de previsão da justa causa ou despedida

motivada do atleta, pois sabemos que, ao regular-se a dispensa imotivada do

praticante, o legislador, por via transversa, resolveu o problema da justa causa

atlética.

Entretanto, e em que pese a rarefeita situação de justa causa do jogador

na relação empregatícia desportiva, a nova lei poderia ter aproveitado a

oportunidade da enumeração de modos de extinção contratual para prever

também a dispensa motivada do atleta que, induvidosamente, teria a mesma

solução dos contratos a prazo determinado do trabalho comum.

A noviça Lei nº 12.395, de 16 de março de 2011, implementou o novo

sistema da regência e terminação do contrato de trabalho desportivo, criando a

cláusula indenizatória desportiva, devida exclusivamente à entidade de prática

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desportiva empregadora do atleta que está promovendo a ruptura contratual

antes do termo final do seu pacto laboral, seja para transferências nacionais ou

internacionais, ou, ainda, na hipótese mais nova trazida pela referida lei, em

caso de retorno à atividade profissional pelo atleta para outro clube dentro do

período de trinta (30) meses, conforme o art. 28, I, da atual Lei Pelé.

Esta última previsão é digna de “elogios” entre as diversas mudanças

ocorridas com a adventícia lei. É que estabelecer esse prazo de trinta (30)

meses impõe uma pena pecuniária clausular àqueles que, de má-fé e em

conluio, orquestram o desaparecimento de jogadores que, depois de um

tempo, reaparecem jogando em outro clube sem restituir um centavo ao antigo

empregador desportivo investidor.

O art. 28, § 1º, da lei, determina que o valor da cláusula indenizatória

deve ser expressamente pactuado no contrato laboral desportivo. O inciso I

desse parágrafo expõe que a cláusula indenizatória poderá ser celebrada entre

as partes até o montante de duas mil (2.000) vezes o valor do salário médio

contratual para as transferências nacionais.

Nesse ponto, merece comentário o vocábulo “valor médio do salário”,

descrito no inciso referenciado anteriormente, o que significa uma confusa

apreciação do legislador sobre os institutos jurídicos do “salário” e da

“remuneração”, pois o salário não deve variar, mas o que pode variar é a

remuneração, com os acréscimos de bichos e premiações. Portanto,

acreditamos que bastava a descrição “valor mensal do salário”, ou, se quisesse

estabelecer cálculo sobre a remuneração, que descrevesse “valor médio da

remuneração contratual” e não o anteriormente sobredito e exposto na lei.

Essa nomenclatura gerará dissídios interpretativos, e, de hoje em

diante, estaremos todos atentos às decisões judiciais.

A respeito das transferências internacionais, quando o atleta rompe

antecipadamente o contrato para contrair novo contrato laboral com clube do

exterior, a nova lei manteve a fixação ilimitada para o valor da cláusula

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indenizatória desportiva, em seu art. 28, § 1º, II, assim como existia no antigo

art. 28, § 5º, da Lei Pelé.

Tal manutenção ilimitada de valores na cláusula indenizatória desportiva

internacional é bastante salutar, pois se intenta, com essa formulação, uma

proteção dos investimentos dos nossos clubes e da magia do andamento das

nossas competições em face do poder econômico dos clubes estrangeiros

mais abonados.

Por outro lado, a nova lei também instituiu a cláusula compensatória

desportiva, consoante o art. 28, II, a cláusula compensatória desportiva é

devida pela entidade de prática desportiva ao empregado desportivo nas

hipóteses de rescisão indireta supradelineadas e na despedida imotivada,

sendo o seu valor pactuável no contrato laboral desportivo com o mínimo

relativo ao restante dos salários mensais a que teria direito o praticante até o

termo final do contrato, podendo subir até quatrocentas 400 vezes o valor do

salário mensal no momento da rescisão contratual atual art. 28, § 3º.

Notabilize-se que o antigo art. 28, § 4º, foi expurgado pela novíssima Lei

nº 12.395/2011, inexistindo, desde então, a amortização, o escalonamento

redutivo do valor da cláusula penal por cada ano de cumprimento do contrato

pelo atleta. Esse redutor, muito criticado por nós, não tinha razão de ser, na

medida em que estabelecer redução legal automática de cláusula penal é

afrontar o aforismo constitucional fundamental da “justa indenização causada

por aquele que cometeu o dano”.

Nesses termos, o rompedor do contrato laboral desportivo – na maioria

das vezes, o atleta – diminuía o seu clausulado penal pelo simples

cumprimento contratual, ainda que, ao rescindir o contrato, causasse prejuízos

enormes ao clube empregador.

Rememore-se que, quem arca com as despesas das multas rescisórias,

quase sempre, são as próprias entidades empregadoras desportivas e os

empresários, sendo, raríssimas vezes, os atletas. Por conseguinte,

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entendemos, com a nova sistemática das cláusulas indenizatória e

compensatória desportivas, que o Magistrado trabalhista apenas pode se

utilizar dos instrumentos subsidiários, art. 28, § 4º, c/c art. 8º da CLT para

aplicar o Código Civil, art. 413 aos conflitos sobre montantes das mencionadas

cláusulas se forem estipulados valores exorbitantes, desarrazoados e

descondizentes com a realidade, ou se não descritos os valores em contrato

cláusulas valorativas em branco ou não descritas, reparando os valores

clausulados a partir da real extensão do dano provocado pela rescisão

contratual e a partir da valorização real do trabalho do jogador, servindo esse

raciocínio para a aplicação das duas cláusulas sobreditas.

No entanto, frise-se que a regra, quase sem exceção, é a

inaplicabilidade dos dispositivos da cláusula penal do Código Civil, uma vez

que são incompatíveis com as necessidades laborais desportivas,

exemplifique-se o art. 412 do CC.

Por fim, impende destacar que o novel § 10 do art. 28, c/c art. 31 da Lei

Pelé excluíram de vez do contrato de trabalho desportivo os desajustados arts.

479 e 480 da CLT, criados para outros tipos e realidades de trabalho.

CONCLUSÃO

Ante todo o elaborado, é necessário que todos os segmentos

desportivos, impulsionadores da doutrina, jurisprudência, bem como o

intérprete/aplicador do direito laboral desportivo, entendam as vigas minuciosas

da atividade trabalhista desportiva em conexão com as novas mudanças legais,

sob pena de distorcermos a realidade do nosso sistema jurídico desportivo

laboral, em que, de um lado, temos a legislação trabalhista desportiva ainda

precária, e, de outra parte, um conjunto de interesses alheios ao facit juslaboral

desportivo.

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No entanto, a crítica maior deve continuar a recair sobre a falta de uma

lei específica acerca do contrato laboral desportivo, sendo mera parte do

Capítulo V da Lei nº 9.615/1998, que, por ser confusa de tantas modificações,

permite uma gama de interpretações contraditórias e nem sempre

contextualizadas à nossa realidade social do trabalho esportivo.

Reconstituímos que a Lei nº 12.395/2011, modificadora da Lei Pelé,

executou algumas reparações essenciais para a lapidação da referida lei geral

de desportos; todavia, repisamos pela necessidade de uma lei específica para

a prática desportiva profissional, à semelhança do que existia atinente ao

jogador de futebol na ab-rogada Lei nº 6.354/1976, e do que ocorreu de

maneira mais geral em outros países.

Todavia, todos os esforços legislativos serão vilipendiados se a maioria

dos “operários jurídicos” permanecer desintegrada do espírito laboral

desportivo.

Em síntese, a partir dessa “batida de centro”, é preciso acompanhar

como se manifestará a doutrina e a jurisprudência a respeito das novas

mudanças legais, para atestar se, trajando o uniforme do direito do trabalho

desportivo, a nossa comunidade jurídica contribuirá para o aperfeiçoamento e o

avanço da legislação desportiva, ou se ruirá os aprimoramentos até aqui

conquistados pelos esforços campestres do direito do trabalho desportivo.

Sendo assim, o objetivo desse trabalho, foi demonstrar como funciona

a sistemática do futebol, no seu aspecto trabalhista, adentrando as questões

controversas em relação a remuneração dos atletas e a discrepância com os

demais trabalhadores, além das curiosidades que envolvem todo esse “mundo”

do futebol.

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ANEXOS

Anexo 1 >> Internet

Anexo 2 >> Reportagem;

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Made No BrasiSER FE ITO NO BPROBLEMAS

Salários astronômifutebol. Justo?18/0

• Postei algum tempo atrás um artigo falandoNeymar uma estrela milionária - e neste mesm

Futebol que possui apenas 19

O que eu realmente quero expor nos jogadores de futebol mundial. Vmas o que mais me assusta é realmexorbitantes, seria necessário trabaganham em apenas um mês.

Futebol Finance - os jogadores decom fazer com estes altos valores

Conforme consta no site – link parmundo, recebendo o equivalente aaproximadamenteR$ 2.200.000,0

Agora eu pergunto: Quanto ga

ANEXO 1

INTERNET

Brasil NO BRAS IL É O MENOR DOS

onômicos para jogadores de o?18/07/2011

• •

alando um pouco sobre o Neymar, e seu salario astre mesmo artigo coloquei uma questão “Será que ums 19 anos é merecedor de um salário tão alto?”.

xpor neste artigo não está relacionado apenas ao jogador Neydial. Vivemos em uma sociedade totalmente desigual, isto né realmente saber que jogadores dos mais diversos esportes trabalharmos a vida inteira para que tivéssemos o que este

Segundo levantamento realizado e dires de futebol recebem salários tão altos que seria difícil imalores.

ink para acesso – o jogador Cristiano Ronaldo é o jogador mlente a € 1.000.000 mensais, se convertermos isto para Real,00,00 mensais. Bom daria para fazer algumas coisas.

nto ganha um Professor?

40

DOS

io astronômico – ue um jogador de ”.

or Neymar, mas a todos isto não temos duvida,

portes ganham salários ue estes jogadores

do e divulgado no site –imaginarmos o que

dor mais bem pago do Real, seria o valor de

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Segundo dados publicados no site da Folha um professor brasileiro ganha em média R$ 1.527,00, como você pode conferir no próprio site da Folha – Salário médio de professor sobe de R$ 994,00 a R$ 1.527,00 – apenas este exemplo já mostra bem como é a desigualdade social.

Vamos colocar um exemplo brasileiro, segundo dados divulgados no site, o Ronaldinho Gaúcho é o jogador mais bem pago no Brasil, com um salário equivalente a € 416.000,00 mensais, se convertermos para o real, este valor seria de aproximadamente, R$ 915.000,00 mensais, nada mal para um jogador em fim de carreira.

Nada de errado em um jogador receber um salario tão alto pelo que já fez ou vem fazendo, mas o que eu quero expor aqui é: (segue alguns pontos e perguntas a se observar):

• De que forma um jogador de futebol contribui para uma sociedade melhor? • Um jogador é capaz de dar exemplo, mas ele é capaz de ensinar? • As atitudes dos jogadores realmente serão copiadas pela sociedade? Se sim, o que

dizer sobre Maradona, Adriano, Ronaldinho Gaucho? • O que é mais importante para a sociedade um jogador de Futebol ou um

Professor?

Estas perguntas foram importantes para que passasse a pensar melhor sobre a vida de esportistas. Algum tempo atrás ouvindo uma pessoa comentar sobre sua visita a Europa há alguns anos, disse à situação e frase que mais lhe marcou na viagem.

Em uma escola de Ensino Médio o guia que era funcionário da escola estava apresentando como era o ensino, quando disse: Enquanto no Brasil vocês lutam para serem os melhores no Futebol, nós lutamos para sermos os melhores em Ciências.

Bom eu só teria uma reação perante a uma declaração dessas se a mesma fosse feita no próprio Brasil, Aplaudir.

Está frase mostra bem como somos vistos fora daqui, pois nos somos um dos países que mais valorizam o Futebol, em vez de valorizarmos os Professores, Médicos, Educadores de forma geral, enquanto os jogadores vão a Baladas todos os dias, usam drogas, são pegos no exame antidoping, estão metidos em brigas, envolvidos em acidentes, vivem bêbados, deixam de pagar pensão para os seus filhos, mesmo com tudo isto, o Brasileiro insiste em idolatrar estes caras.

Obs.: Os dados divulgados com relação aos salários dos jogadores, são relacionados apenas ao salario bruto pago pelo clube em que atuam, não incluindo propagandas, prêmios por jogos entre outros. (Segundo o site Futebol Finance).

Sinta-se a vontade para deixar sua opinião, caso concorde ou discorde dos pontos expostos no texto.

Abraço e até mais.

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ANEXO 2

REPORTAGEM

Neymar tem o sexto melhor salário do

Barcelona, diz jornal espanhol. Do UOL, em São Paulo

Segunda contratação mais cara da história do Barcelona (57 milhões de euros), o atacante Neymar não figura entre os top do time no quesito salário. De acordo com o periódico espanhol Mundo Deportivo, o brasileiro terá o sexto maior vencimento do elenco, atrás de Messi, Xavi, Inesta, Villa e Piqué.

Barcelona e o jornal espanhol não divulgaram a cifra que Neymar receberá mensalmente do Barça, mas informa que o jogador pertencerá ao segundo bloco de salários do clube, massa superior a Fabregas, Pedro e Sanchez.

Messi é o jogador de futebol mais bem remunerado no planeta. O meia argentino fatura cerca de R$ 90 milhões de salários por ano (R$ 7,5 mi por mês). Messi pegou a primeira posição que era de David Beckham, que se aposentou em maio.

No Santos, Neymar ganhava mais de R$ 3 milhões por mês de salários, bancados quase que totalmente por patrocinadores. No acordo com o Barcelona, Neymar terá uma vantagem: não precisará repassar ao time espanhol parte dos ganhos com patrocinadores.

Quando defendia o Santos, o jovem de 21 anos repassava 10% dos que recebia com publicidade.

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BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

.

Referências Bibliográficas ALVES, Geraldo Magela. Manual Prático dos Contrato: doutrina, legislação, jurisprudência e formulários. Rio de Janeiro: Forense, 1996. BITTAR, Carlos Alberto. Os Direitos da Personalidade. 5. ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária. BRASIL. Consolidação das Leis do Trabalho. Decreto-lei nº 5.452, de 1 de maio de 1943. Aprova a consolidação das leis do trabalho. BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília; DF: Senado. 1988. CALVET, Otávio Amaral. Sentença da rescisão contratual de Edmundo com o Vasco da Gama. CRETELLA JÚNIOR, José. Comentários à Constituição de 1988: Arts. 1º a 5º LXII. Forense Universitária, 1989. 1 v. D´AZEVEDO, Regina Ferreto. Direito à imagem. . Diniz, Maria Helena. Dicionário Jurídico. São Paulo: Saraiva, 1998. GAGLIANO, Pablo Stolze; PAMPLONA FILHO Rodolfo. Novo curso de DireitoCivil: Parte Geral. Saraiva, 2002. KRIEGER, Marcílio. Lei Pelé e Legislação Desportiva Brasileira Anotadas. Rio de Janeiro: Forense, 1999. LEITE, Eduardo de Oliveira. A Monografia Jurídica. 5. ed. [s.n] Revista dos Tribunais, 2001. MARTINS, Sérgio Pinto. Direito do Trabalho. 16. ed. São Paulo: Atlas, 1998. MELO FILHO, Álvaro. Novo Ordenamento Jurídico- Desportivo. ABC Fortaleza, 2000. MOREIRA, Luiz Roberto Curado. A problemática do dano à imagem. NASCIMENTO, Amauri Mascaro. Iniciação ao Direito do Trabalho. 26. ed. São Paulo: LTR, 2000. PINTO, José Augusto Rodrigues. Curso de Direito Individual do Trabalho. 3. ed. São Paulo: LTR, 1997.

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SANTOS, Antônio Sérgio Figueiredo. Prática Desportiva. Belo Horizonte: Inédita, 2001. ZAINAGHI, Domingos Sávio. In: Síntese trabalhista: Administrativa e Previdênciária. Porto Alegre: Síntese, 2003. _____________________________. Nova Legislação Desportiva: Aspectos Trabalhistas. 1ª ed. São Paulo: Ltr, 2001. _____________________________. Os atletas Profissionais de Futebol no Direito do Trabalho: Lei n. 9.615/98 “Lei Pelé”. 1ª ed. São Paulo: Ltr, 1998.

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.

BIBLIOGRAFIA CITADA

1 - [1]ZAINAGHI, Domingos Sávio, Os atletas profissionais de futebol no Direito do Trabalho. São Paulo: LTr., 1998. P 148

ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I

A Remuneração do Atleta Profissional de Futebol 09

1.1 – Direito de Arena 09

1.2 – Natureza Jurídica do direito de arena 10

1.3 – Prêmio por vitória “bicho” 14

CAPÍTULO II

Salário e Remuneração 17

2.1 – O conceito de Salário 17

2.2 – O Salário no direito comparado 18

2.3 – O conceito de Remuneração 18

2.4 – Salário mínimo 20

CAPÍTULO III

Contrato de trabalho do atleta de futebol 21

3.1 – O Contrato de Trabalho 21

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3.2 – Prazo de Duração do Contrato 22

3.2.1 – Prazo para atletas menores 25

CAPÍTULO IV

Direito de Imagem 27

4.1 – Definição de direito de imagem 27

4.2 – Direito de Imagem no futebol 30

CAPÍTULO V

Cláusula Indenizatória e Compensatória 34

5.1 – Cláusulas de extinção 34

5.2 – Cláusulas Indenizatória e Compensatória 35

CONCLUSÃO 39

ANEXOS 41

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 45

BIBLIOGRAFIA CITADA 47

ÍNDICE 47