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| UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA A Importância do Planejamento Tributário na Tomada de Decisão Por: Viviane Mendes do Nascimento de Souza Matos Orientador Prof. Flavio Souza Rio de Janeiro 2013 DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

A Importância do Planejamento Tributário na Tomada de

Decisão

Por: Viviane Mendes do Nascimento de Souza Matos

Orientador

Prof. Flavio Souza

Rio de Janeiro

2013

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

A Importância do Planejamento Tributário na Tomada de

Decisão

Apresentação de monografia à AVM Faculdade

Integrada como requisito parcial para obtenção do

grau de especialista em Gestão e Planejamento

Tributário.

Por: Viviane Mendes do N. de Souza Matos.

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AGRADECIMENTOS

Aos meus filhos Gabriel e Gabriela

Souza e meu esposo Marcio Matos,

pelos momentos que me fiz ausente.

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RESUMO

Estudo tem demonstrado que um grande número de empresas e

empresários e até Contadores falham no enquadramento no regime fiscal,

acarretando assim cobrança excessiva de tributos. Grandes partes das

empresas passam por momentos delicados em relação aos tributos, muitos

chegam a praticar atos ilícitos. Para que isso não ocorra tendem a modificar a

forma de gestão, dando mais ênfase ao planejamento tributário visando a não

sonegação fiscal. Ao se promover um planejamento tributário tem que se ter

clara a função de obter e analisar informações sobre os tributos visando à

economia de impostos, sendo ainda uma pratica preventiva, auxiliando na

tomada de decisão, evitando que o empresário possa praticar atos que não

estejam aparados legalmente, evitando cobrança excessiva por parte dos

órgãos fiscalizadores. Partindo deste pressuposto este trabalho é de extrema

importância, pois tende a identificar a necessidade das empresas em relação

à forma de tributação, e evidenciando procedimentos legais passando a

ajudar empresários e contadores na melhor escolha de procedimentos legais

para a redução no recolhimento de impostos.

Palavras-chave: Planejamento Tributário. Atos Ilícitos. Gestão. Elisão.

Evasão. Elusão.

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METODOLOGIA

O método a ser utilizado será o dedutivo, o presente estudo será

realizado por meio de pesquisas bibliográficas em fontes secundárias de

informações, tais como: livros, artigos, regulamento do ICMS, dissertações,

revistas especializadas, entre outros. A pesquisa bibliográfica procura explicar

um problema a partir de referências teóricas publicadas em documentos.

Pode ser realizada independentemente ou como parte da pesquisa

dissertativa ou experimental. Em ambos os casos, busca conhecer e analisar

as contribuições culturais ou científicas do passado existente sobre um

determinado assunto, tema ou problema. Parte da pesquisa será feita com o

intuito de recolher informações e conhecimentos prévios acerca de um

problema para o qual se procura respostas, ou acerca de uma hipótese que

se quer experimentar.

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SUMÁRIO

1. Introdução ................................................................................................ 06

2. Capitulo I - Tributos .................................................................................. 08

2.1. Origem do Tributo ............................................................................................ 08

2.2. Carga Tributária no Brasil ................................................................ 08

2.3. Caracterização do Tributo ............................................................................. 09

2.4. Fato Gerador ................................................................................... 10

2.5. Base de Calculo ............................................................................. 11

2.6. Alíquota ........................................................................................... 12

2.7. Ciclo Tributário ............................................................................... 12

3. Capitulo II - Gestão Empresarial e Planejamento Tributário ................. 15

3.1. Planejamento Tributário .................................................................. 15

3.2. Aspectos Conceituais do Planejamento Tributário .......................... 17

3.3. Tipos de Planejamento Tributário .................................................... 18

3.4. Finalidade do Planejamento Tributário ............................................ 19

3.5. Elisão Fiscal ................................................................................... 20

3.6. Evasão Fiscal .................................................................................. 24

3.7. Elusão Fiscal ................................................................................... 26

3.8. Validade do Ato Jurídico .................................................................. 27

3.9. Principio da Tipicidade ou Reserva Absoluta .................................. 28

3.10. Principio da Estrita Legalidade ...................................................... 29

4. Capitulo III - O Papel do Gestor e a competitividade ........................... 31

5. Conclusão ................................................................................................. 35

6. Bibliografia ............................................................................................... 37

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1. INTRODUÇÃO

A tributação é um fenômeno essencial para a manutenção da

máquina do Estado, para que este funcione e cumpra seu objetivo de

promover o bem estar social deve receber o aporte proveniente da

transferência de recursos das pessoas físicas e jurídicas dependentes do

mesmo. Os tributos influenciam diretamente a vida da população e das

empresas, entender o sistema tributário é essencial. No Brasil o sistema

tributário influencia principalmente as operações das empresas, pois temos

uma elevada carga tributária e um grau de complexidade alto na

normatização tributária, um tema como planejamento tributário e de essencial

importância para a competitividade das empresas.

O Planejamento Tributário é uma técnica gerencial que visa projetar

as atividades inerentes da empresa, visando conhecer as obrigações e os

encargos fiscais inseridos em cada uma das alternativas legais, para

mediante meio e instrumentos legítimos adotar aquela que possibilita a

anulação, redução ou adiamento do ônus fiscal. É o processo de escolha de

ação lícita, não simulada, anterior à ocorrência do fato gerador, que visa,

direta ou indiretamente, a economia de tributos.

Pressupõe necessariamente a existência e a análise dos efeitos

fiscais de duas ou mais alternativas possíveis obedecendo sempre à

legislação que será ferramenta essencial para encontrar a melhor forma de

tributação para a empresa

O planejamento tributário é simplesmente atividade preventiva, dando

suporte para a tomada de decisão, evitando que o empresário possa praticar

atos que não estejam aparados legalmente, evitando cobrança excessiva por

parte dos órgãos fiscalizadores.

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Partindo deste pressuposto este trabalho é de extrema importância,

pois tende a identificar a necessidade das empresas em relação à forma de

tributação, e evidenciando procedimentos legais passando a ajudar

empresários e contadores na melhor escolha de procedimentos legais para a

redução no recolhimento de impostos.

Para que o planejamento tributário seja eficaz é necessário que exista

uma parceria entre empresário e contador, este por sua vez deve manter-se

constantemente atualizado devido às mudanças continuas na legislação, o

contador deve seguir sempre a legislação vigente, as Normas Brasileiras de

Contabilidade e os Princípios Contábeis estabelecidos pelo Conselho Federal

de Contabilidade e deve estar sempre orientando da melhor forma o

empresário.

CAPÍTULO I

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TRIBUTOS

2.1 ORIGEM DO TRIBUTO

Os tributos tiveram origem com a evolução do homem, foi na Grécia

que se instituiu o imposto administrado pelo Estado. O maior objetivo do

pagamento de tributos é para a diminuição das diferenças econômicas entre

as classes, pois o pagamento de tributos conforme a constituição é conforme

o poder contributivo do contribuinte, sendo os tributos um meio moderno de

geração de recursos para que o Estado cumpra suas finalidades.

O Estado tem como competência a gerência de seus recursos

financeiros para garantir as necessidades sociais de sua população, o Estado

realizará a gestão de seus recursos, a fim poder utiliza-lo com despesas que

visam sanar as necessidades publicas. A finalidade essencial do Estado é a

realização do bem comum.

2.2 CARGA TRIBUTARIA NO BRASIL

O Brasil é um dos países com uma das maiores cargas tributárias do

mundo, a carga tributária brasileira em 2012 chegou a 36,27%(PIB) o Produto

Interno Bruto. O baixo PIB registrado no ano passado e a alta arrecadação

tributária ocasionaram o aumento da carga tributária, superando inclusive o

índice de 2011, que foi de 36,02% a preocupação com o planejamento

tributário deve ser essencial para o progresso de uma instituição, em um país

onde em média 33% do faturamento empresarial destinado aos cofres do

governo, nada mais importante do que um estudo da legislação para uma

aplicação legal com o intuito de amenizar o ônus financeiro decorrente do

pagamento dos tributos. Com a administração dos mesmos as empresas

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podem garantir sua estabilidade ou até mesmo a sobrevivência dentro do

mercado globalizado. (Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário).

2.3 CARACTERIZAÇÃO DO TRIBUTO

Tributo pode ser caracterizado como o valor pago por pessoas físicas

ou jurídicas ao Estado, pela ocorrência do fato gerador, que pode ser em

dinheiro ou bens.

De acordo com o art. 3º do CTN:

Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela possa se exprimir que não constitua sanção por ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada.

Ao analisarmos o artigo 3º do CTN, verificamos que o tributo é:

Um pagamento obrigatório, pelo poder coercitivo do Estado, e independente da vontade do agente passivo da incidência tributária, devendo para isso ser feito nos prazos e formas instituídos na legislação tributária, e em moeda corrente no país, como regra geral da extinção da obrigação tributária, cabendo o pagamento de tributos em outras espécies em situações especiais, quando autorizado em lei do ente federativo competente, mas sem ser in natura ou in labore.

Ressalte-se, por fim, a previsão do princípio da legalidade, que

encontra colo no art. 150, inciso I de nossa Carta Magna, que dispõe sobre a

necessidade da existência de lei strito sensu, anterior à realização tipificada

do fato tributável, para a sua devida cobrança mediante atividade

administrativa plenamente vinculada ao ente federativo constitucionalmente

competente Segundo Machado (2001, p.64), “o sistema tributário brasileiro

possui cinco espécies de tributo, a saber: os impostos, as taxas, as

contribuições de melhoria, as contribuições sociais e os empréstimos

compulsórios”.

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Conforme o CTN, no artigo 16: “O imposto é o tributo que tem por fato

gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica,

relativa ao contribuinte”.

Ainda, para o CTN, no artigo 77: “A taxa tem por fato gerador o exercício

regular do poder de polícia, ou a utilização efetiva ou potencial, de serviço

público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto a sua

disposição”.

Segundo Martins (2005, p. 162), “contribuição de melhoria é o tributo

que visa a custear a obra pública, decorrente de valorização imobiliária”. De

acordo com Martins (2005, p. 163), “contribuição social é o tributo destinado a

custear atividades estatais específicas, que não são inerentes ao Estado”.

2.4 FATO GERADOR

Entende-se como fato gerador a materialização da obrigação

pecuniária ou administrativa da norma jurídica tributária, ocorrendo no exato

momento de sua realização e adequação à norma que prevê a hipótese da

obrigação tributária, caracterizando a incidência tributária.

Fato gerador trata-se de expressão dúbia que deu margem a

exaustivas críticas de doutrinadores. É locução que tanto alude à descrição

abstrata de um comportamento passível de tributação, como se refere

também ao próprio comportamento verificado no plano fenomênico. Além

disso, o legislador, por vezes, utiliza o termo como componente temporal da

hipótese de incidência. Assim, no patamar abstrato, o fato gerador é utilizado

como sinônimo de hipótese de incidência e nesse sentido qualifica como

tributável um dado comportamento. De outro lado, no campo factual, o fato

gerador indica a ocorrência de um comportamento que rende margem ao

nascimento da obrigação tributária. O CTN se ocupa do tema por meio dos

artigos 114 a 118, além de focalizar especificamente a matéria ao cuidar dos

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tributos por espécie, quando proclama os fatos geradores de cada gravame,

no Livro Primeiro do Sistema Tributário Nacional.

2.5 BASE DE CÁLCULO

A base de cálculo passa a ser o valor em moeda corrente no país, ou

suas somas devidamente convertidas, pela qual incidirá a alíquota

(percentual) para a apuração do valor do tributo devido. Deve ser definida por

lei complementar, conforme artigo 146 da CF/88, e abrange a concepção da

capacidade contributiva do agente passivo, resguardando assim o princípio

constitucional tributário do não confisco.

São de salientar as observações do jurisconsulto Ataliba (2005),

quando fala do caráter imponível da base de cálculo, ao citar referendado em

Amílcar Falcão, Roque Carraza e Paulo de Barros Carvalho:

Quanto à base imponível, parece-nos que, adota hipótese de incidência de imposto, ela será necessariamente comensurada à capacidade contributiva, se adorada hipótese de incidência de contribuição, será uma medida direta ou indireta detrimento ou do beneficio, referidos aos sujeitos passivos, ou alguma medida de repercussão da ação estatal, desde que essa os atinja de algum modo.

Logo, verifica-se que a base de cálculo possui limem norteador da

aplicabilidade coerente do tributo em função da capacidade contributiva do

agente passivo, evitando exageros e excesso na carga tributaria e, por fim,

efeito inconstitucional e confiscatório.

2.6 ALÍQUOTA

É o percentual definido em lei que, aplicado à base de cálculo,

determina o valor original do tributo a ser pago pelo contribuinte; logo, suas

alterações implicam a necessidade da aplicação dos princípios

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constitucionais tributários, como também a aplicação das limitações previstas

na Constituição Federal, no Código Tributário Nacional e nas demais

legislações complementares, com exceção dos casos previstos na

Constituição para os impostos de caráter regulatórios.

2.7 CICLO TRIBUTÁRIO

O ciclo tributário fundamenta-se na materialização de um eixo do

fenômeno causa/ efeito, derivado da regimentação interposta pela legislação

tributária, que interpõe a hipótese da incidência, que, uma vez provocada pela

ação do agente passivo, vem a ser tipificada na norma vigente e consequente

materialização do fato gerador da obrigação tributária. Desta dita, o ciclo

encontra seu ápice na realização do crédito tributário e consequente receita

para o Estado.

Ao verificarmos as hipóteses previstas no diploma legal, a obrigação

tributária é gerada abstratamente, possibilitando a ocorrência do fato gerador

dentro dos princípios constitucionais tributários da anterioridade, da

legalidade, da moralidade e da irretroatividade da lei, na realidade prática, o

que ainda não é obrigação exigível, sendo, pois necessário que o Estado

constitua o crédito decorrente do lançamento.

Logo, temos que o crédito tributário decorre da obrigação tributária,

tendo a mesma natureza desta (art. 139 do CTN), o que leva à dedução de

que a obrigação sempre precederá o crédito, sendo sim, uma condição, sob

pena de nulidade e constituição de crime previsto no art. 316, §§ 1º e 2º, do

Código Penal Brasileiro - CP.

A obrigação tributária, segundo Ataliba (2005), caracteriza-se em três

fases:

a) Fase Abstrata – Quando do surgimento da norma (legis), regulamentando

os fenômenos, quando de seu surgimento.

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b) Fase Concreta – Com a realização da tipicidade jurídica prevista

(fenômeno), previsto na norma, originando o fato gerador da obrigação

tributária.

c) Fase do Lançamento – Ocorrida por força de ato do sujeito ativo (Estado)

quando do reconhecimento do crédito tributário.

Para melhor entendimento do caminho percorrido na materialização

do fato gerador tipificado na norma tributante, apresentamos o diagrama

abaixo, que ornamenta os caminhos da não tipificação da incidência prevista

e o caminho da tipificação prevista. Analisando o fluxograma abaixo,

verificamos que a conduta dita elisiva, ou evasiva, define-se no momento da

realização do fato, que posteriormente passa pelo critério da valoração

jurídica, aplicando-se lhe a norma e suas obrigações, ou desviando-se dele a

aplicabilidade das obrigações previstas por inadequação da previsibilidade

legal.

Diante de tantas normas não é difícil supor que haja certa dificuldade

por parte do contribuinte em se organizar para atender a todos os requisitos

impostos pelo Estado de Direito. Contudo, mais do que cumprir com suas

obrigações, deve o contribuinte, em diversas ocasiões até por questão de

sobrevivência, buscar meios de minimizar – dentro de limites legais – o

impacto que tais obrigações têm em seu resultado econômico.

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CAPÍTULO II

GESTÃO EMPRESARIAL E PLANEJAMENTO

TRIBUTÁRIO

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3.1 PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO

Uma gestão empresarial voltada para o planejamento estratégico tem

cada dia mais, uma importância fundamental para garantir a competitividade

no mercado. Com o intuito de reduzir e até mesmo evitar a incidência da

carga tributária, os contribuintes, principalmente empresários, buscam

planejar suas atividades de modo a atenderem os princípios da organização,

da profissionalidade e da economicidade.

Pelo princípio da organização, segundo Cardoso (2004, p. 214)

acolhem-se aquelas atividades que, sendo de criação de riquezas, portanto,

econômicas, implicam na coordenação e organização dos fatores de

produção. Já pelo princípio da profissionalidade, abrangem-se todas as

atividades que, sendo econômicas e organizadas, são exercidas

habitualmente e sistematicamente, não se incluindo neste conceito as

empresas ocasionais.

Por fim, pela economicidade, atingem-se as atividades referentes à

criação de riquezas, ou seja, bens e serviços para o mercado Cardoso (2004,

p. 214). Quando tratar-se de contribuintes pessoas jurídicas, há o dever de

planejar a gestão empresarial no sentido buscar, licitamente, a menor carga

tributária possível.

O planejamento tributário é elemento essencial que deve ser inserido

na gestão empresarial e preceder a qualquer novo negócio ou alteração

empresarial. É o planejamento tributário tão importante quanto um

planejamento econômico, técnico, comercial, de mercado HUCK (1997, p.

148). Vogel (2002, p. 16) afirma que são as organizações empresariais os

contribuintes que recebem a maior carga tributária imposta pelo Estado, além

de serem elas alvos frequentes de investidas fiscais toda vez que for

necessário o aumento da arrecadação.

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Com a utilização do planejamento tributário como forma de gestão

empresarial visando à redução lícita da carga tributária, a empresa tornar-se-

á mais competitiva, reduzindo seus custos e colocando no mercado produtos

com um preço mais atraente.

Segundo Cardoso (2004, p. 220):

E, nos atos de gestão praticados pelos dirigentes empresariais ou por aqueles que detenham o poder de mando visando essencialmente às finalidades empresariais, podemos verificar a necessidade cada vez mais emergente da prática de atos visando à economia fiscal em virtude da altíssima carga tributária.

Assim, a gestão empresarial deve estar intimamente ligada à redução

dos custos empresariais, dentre eles a carga tributária. A partir do momento

que o contribuinte, utilizando-se de meios legais e lícitos consegue reduzir

seus gastos com o pagamento de tributos, tornar-se-á mais competitiva, além

de possibilitar um aumento na margem de lucros.

Vogel (2002, p. 17) afirma também que a carga tributária, por ser um

dos fatores mais importantes na formação do custo, tem uma relação íntima

na determinação da capacidade competitiva das organizações empresariais.

Dificilmente, a organização empresarial conseguirá, licitamente, excluir por

completo os custos tributários, entretanto, utilizar maneiras que reduzam

estes custos sem infringir a lei, possibilitará á organização oferecer produtos

a um preço inferior aos de seus concorrentes, tendo então sua vantagem

competitiva no preço que é ofertado seu produto.

Considerando que a carga tributária é um fator que influencia

diretamente na capacidade competitiva das organizações, o planejamento

tributário é um instrumento que deve ser adotado como forma de estratégia

para as gestões empresariais.

3.2 ASPECTOS CONCEITUAIS DO PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO

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Em todo início de ano, contadores e empresários necessitam tomar

decisões, nem sempre tão simples, sobre qual regime de tributação será o

mais vantajoso, sob a ótica de economia tributária, respeitando as premissas

legais.

É através da busca de maior economia tributária que se realiza um

estudo sobre planejamento tributário, onde se pretende encontrar um

conjunto de medidas que visam à economia de tributos, de forma legal,

levando em conta as possíveis mudanças na legislação em aproveitamento

das diferentes formas de tributação nos diversos segmentos econômicos

existentes.

O planejamento tributário consiste em um conjunto de medidas que visam a economia de tributos, levando-se em conta as possíveis mudanças rápidas e eficazes, na hipótese do fisco alterar as regras fiscais (DOMINGUES, 2000).

O planejamento tributário é a atividade desenvolvida de forma

estritamente preventiva, que busca, em última análise, a economia

tributária, alcançada como decorrência da avaliação de várias opções legais,

procurando evitar o procedimento mais oneroso do ponto de vista fiscal.

O planejamento tributário é uma valiosa ferramenta de gestão

empresarial que permite a organização fiscal da entidade reduzindo a sua

despesa tributária, a fim de preservar a continuidade da empresa e de elevar

seus lucros.

Como diz Oliveira et al. (2002, p.36):

Redução de custos é a estratégia que mais se ouve ser empregada nos dias atuais, em todo o mundo globalizado. Sem dúvida, para obter o melhor resultado numa economia tão instável como a brasileira, um dos mais significativos instrumentos de que dispõem as empresas, para que possam racionalizar seus custos tributários, sem afrontar as diversas legislações que regem os mais diversificados tributos, é o planejamento tributário, em todas as fases da cadeia de valores do ciclo produtivo comercial..

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Reduzir a carga fiscal de forma lícita exige eficiente conhecimento

técnico, sendo necessário um estudo prévio da organização, levando em

conta à atividade da empresa, a projeção das vendas, a margem de lucros

que se deseja alcançar, os regimes de tributação e os efeitos jurídicos, com o

objetivo de encontrar a alternativa legal menos onerosa para o contribuinte e

preservar a continuidade de empresa.

Desta forma torna-se o planejamento tributário uma valiosa

ferramenta de gestão empresarial permitindo a organização fiscal da

entidade. A busca da desoneração tributária de forma lícita leva ao encontro

da elisão fiscal, representando a execução de procedimentos, antes do fato

gerador, legítimos, éticos, para reduzir, eliminar ou postergar a obrigação

tributária, caracterizando assim o planejamento tributário.

3.3 TIPOS DE PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO Na visão do tributarista Amaral (2001) apud Oliveira (2005)

considerando os efeitos fiscais no tempo, existem três tipos de planejamento

tributário:

Preventivo - quando desenvolvido continuadamente por intermédio de

orientação, manuais de procedimentos e reuniões; abrange, sobretudo, as

atividades de cumprimento da legislação tributária;

Corretivo - detectada determinada anormalidade, procede-se ao estudo e

alternativas de correção da anomalia indicada; normalmente, não deve existir

o tipo corretivo em uma empresa que adote o tipo preventivo;

Especial - surge, por exemplo, na abertura de uma filial, no lançamento de

novos produtos, aquisição ou alienação de empresas, reestruturação de

empresas por meio de cisão, fusão ou incorporação.

O planejamento pode ser desenvolvido em qualquer empresa, desde

que esta seja compatível com o tipo de operações, tamanho das receitas,

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incentivos fiscais, pagamentos de juros sobre capital, arrendamento

mercantil.

3.4 FINALIDADE DO PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO

Pode-se dizer a finalidade do Planejamento Tributário é a economia

e/ou redução da quantidade de impostos a serem pagos ao governo. Os

tributos (impostos, taxas e contribuições) representam importante parcela dos

custos das empresas, tornando-se questão de sobrevivência empresarial a

correta administração do ônus tributário.

No Brasil, conforme Andrade Filho (2009) existe mais de 80

diferentes taxas, impostos e contribuições. Toda sociedade direta ou

indiretamente, é contribuinte desses encargos. Além disso, em média cerca

de 33% do faturamento empresarial são dirigidos aos pagamentos de tributos,

do lucro, até 47% vai para o governo. Da somatória dos custos e despesas,

mais da metade do valor é representada pelos tributos, sendo imprescindível

a adoção de um sistema de economia legal.

Podem ser estabelecidas três finalidades para o planejamento

tributário: evidenciar a incidência do fato gerador (com o conhecimento dos

impostos e contribuições a que estarão sujeitas a empresa conforme regime

escolhido); reduzir o montante do tributo, sua alíquota ou reduzir a base de

calculo do tributo; e retardar o pagamento do tributo (é necessário conhecer

as formas de tributação, postergando o seu pagamento sem a ocorrência de

multas).

Entretanto o planejamento tributário é uma ferramenta que pode ser

utilizada em qualquer ramo empresarial, auxiliando na redução dos encargos

diretos, dos custos dos bens e serviços adquiridos.

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Conforme Andrade Filho (2009), o planejamento tributário não dever

ser utilizado pelo empresário apenas quando já existe o conhecimento dos

custos tributários, mas sim como um instrumento de administração que se

baseia em resultados. Com isso o planejamento ganha uma dimensão

estratégica na medida em passa acondicionar certas dimensões gerencias

que vale desde a contratação de um prestador de serviços, o lançamento de

um novo produto.

Ressalta-se ainda que importante reconhecer que um bom

planejamento tributário apresente as opções e condições impostas, de forma

clara, para que todos os profissionais envolvidos possam tomar decisões

muito bem fundamentadas com a particularidade de cada caso e com o zelo

necessário na adoção de medidas que efetivarão as decisões estratégicas. A

aplicação dele no cotidiano da empresa deve ser encarada como um

investimento e não um custo.

3.5 ELISÃO FISCAL A forma de planejamento tributário é também conhecida como elisão

fiscal Marins, (2002, p. 33). Ao se referir à elisão tributária, está se tratando

de uma das formas de planejamento tributário, ou seja, o uso de meios lícitos

para o pagamento de tributos da maneira menos onerosa ao contribuinte.

A elisão fiscal se caracteriza por ser uma obra da criatividade dos

planejadores tributários, sempre se utilizando de meios legais permitidos ou

não proibidos em lei, visando à efetivação do negócio com o menor ônus

possível.

Visa a elisão evitar a incidência do tributo, adotando-se medidas que

evitem a ocorrência do fato gerador, a redução do montante a ser pago,

reduzindo se a base de cálculo ou a alíquota a ser aplicada, e ainda o

retardamento do pagamento do tributo, sem que isto implique a ocorrência de

multa para o contribuinte.

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São, na verdade, favores fiscais concedidos aos contribuintes. Estes

favores podem ser expressos em leis, como podem ser brechas legais,

havendo uma opção do contribuinte em utilizar-se do meio mais vantajoso

para si. Há um detalhamento de todas as alternativas possíveis de serem

seguidas para o cumprimento de determinada obrigação tributária, levando-se

em conta qual delas apresentará uma melhor e mais vantajosa forma de

pagamento. Busca-se um menor impacto no caixa da empresa ou nos

recursos do contribuinte.

Para Amaral (in AMARAL (coord.), 2002, p. 49):

Elisão fiscal é um conjunto de procedimentos previstos em lei ou não vedados por ela que visam diminuir o pagamento de tributos. O contribuinte tem o direito de estruturar o seu negócio da maneira que melhor lhe pareça, procurando a diminuição dos custos de seu empreendimento, inclusive dos impostos. Se a forma celebrada é jurídica e lícita, a fazenda pública deve respeitá-la.

Segundo este autor, a utilização da elisão fiscal é um direito que

assiste ao contribuinte, uma vez que ele pode optar pela forma que seja mais

econômica no pagamento de seus tributos. A única coisa que deve ser

observada quando da utilização da elisão fiscal, é que a forma a ser escolhida

esteja prevista ou não vedada em lei, sendo considerado um procedimento

lícito.

Uma vez seguidos estes requisitos, a fazenda pública está obrigada a

respeitar a escolha feita pelo contribuinte. Marins (2002, p. 31) também traz

um conceito esclarecedor acerca da elisão fiscal, para ele:

A adoção pelo contribuinte de condutas lícitas que tenham por finalidade diminuir, evitar ou retardar o pagamento do tributo é considerada como prática elisiva. Dá-se através de expedientes, omissivos ou comissivos, que evitam licitamente a prática do fato imponível da obrigação tributária.

Este autor afirma que a conduta do contribuinte pode ser um fazer ou

um deixar de fazer, desde que ambas sejam condutas lícitas, estarão

amparadas pelo direito e serão consideradas válidas.

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Pode-se afirmar então, que a doutrina nacional considera a elisão

fiscal como o procedimento que, antes da ocorrência do fato gerador, evita

que este ocorra ou então que ocorra de maneira mais econômica. Nota-se

que a licitude está presente em todos os conceitos de elisão tributária. Uma

vez transgredida a lei, o que era elisão será considerado como evasão, não

sendo mais considerado um comportamento lícito.

Entretanto, esta conceituação de elisão fiscal não é uníssona na

doutrina brasileira. Machado (2004, p. 356), ao se referir às diferenças nas

formas lícitas e ilícitas de planejamento tributário, considera como elisão a

forma ilegítima. Para o mesmo autor (2004, p. 356) outra característica

diferenciadora entre elisão e evasão reside na cronologia dos atos. Assim,

pode-se afirmar que o fator tempo marca a fronteira do lícito e do ilícito,

devendo ser verificado quando da prática dos atos destinados a evitar, reduzir

ou retardar o pagamento dos impostos. Sendo os atos praticados antes da

ocorrência do fato gerador, estaremos diante de elisão tributária. Caso sejam

praticados posteriormente, estará constatada a evasão tributária, uma vez

que o tributo já era devido Huck, (1997, p. 28).

Para Martinez (2002):

A elisão fiscal representa a execução de procedimentos, antes do fato gerador, legítimos, éticos, para reduzir, eliminar, ou postergar a tipificação da obrigação tributária, caracterizando, assim, a legitimidade do planejamento tributário. Elisão é uma conduta lícita do contribuinte antes da ocorrência do fato gerador, que ele pratique sem que esteja revestida de nenhuma prática simulatória, com a qual ele obtenha uma menor carga tributária legalmente possível.

No mesmo sentido, Pereira (In ROCHA (coord.), 2002, p. 25) afirma

que:

A elisão tributária é realizada por meios lícitos e sempre antes da ocorrência do pressuposto normativo. Através dela, pretende-se

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evitar a ocorrência desse pressuposto de fato.[...] O critério distintivo, portanto, está na comparação entre o momento da conduta elisiva e o da ocorrência do fato imponível.

Existem duas espécies de elisão fiscal, uma decorrente da própria lei,

onde, o próprio dispositivo legal permite ou até mesmo induz a economia de

tributos. Existe uma vontade clara e consciente do legislador de dar ao

contribuinte determinados benefícios fiscais. Os incentivos fiscais são

exemplos típicos de elisão induzida por lei, uma vez que o próprio texto legal

dá aos seus destinatários determinados benefícios.

E a outra espécie é aquela que resulta de lacunas e brechas

existentes na própria lei, onde, o contribuinte opta por configurar seus

negócios de tal forma que se harmonize com um menor ônus tributário,

utilizando-se de elementos que a lei não proíbe ou que possibilitem evitar o

fato gerador de determinado tributo com elementos da própria lei.

3.6 EVASÃO FISCAL

Caracteriza-se a evasão, quando o contribuinte deixa de transferir ou

pagar integralmente ao Fisco uma parcela do tributo devida, através de

atitudes que sabe não serem lícitas.

Conforme Marins (2001, p. 30):

A evasão tributária é a economia ilícita ou fraudulenta de tributos porque sua realização passa necessariamente pelo incumprimento de regras de conduta tributária ou pela utilização de fraudes. A transgressão às regras tributárias caracteriza a evasão.

Para caracterizar a figura da evasão, o contribuinte deve utilizar-se de

um comportamento proibido pelo ordenamento jurídico, visando com isto à

redução ou a supressão do imposto devido. Torna-se, assim, indispensável à

ocorrência da ilicitude, qual seja, a intenção de fraudar. O agente evasivo tem

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a intenção de, com a sua conduta, proibida pela norma jurídica, ocasionar

um prejuízo aos cofres públicos.

Para a doutrina brasileira, existem graus de evasão, podendo ser

desde a ilicitude meramente administrativa, como a desobediência quanto ao

prazo fixado na lei ou no lançamento para o adimplemento da prestação

tributária, que conduz a uma penalidade pecuniária punitiva, e a ilicitude

penal, geralmente relacionada à prática de fraude, mais grave portanto, como

a adulteração de dados contábeis para a finalidade de obter a redução de

base de cálculo de tributo e que gera como consequência a persecução e a

punição de natureza criminal Marins,(2002, p. 30). Huck (1997, p. 32) cita

algumas das características que identificam um comportamento evasivo por

parte do contribuinte:

- a presença de um negócio artificial, o qual ocorreria de outra forma não fosse a preocupação do agente fraudador com o não pagamento do tributo devido, ou seja, a economia fiscal; - a utilização de lacunas da lei para a obtenção de vantagens ilícitas e a utilização de institutos jurídicos para finalidades diversas das que se destinam; - o sigilo nas operações evasivas.

Destas características, as duas primeiras caracterizam a conduta

evasiva, e a terceira, apesar de não caracterizá-la, está presente em quase

todas, uma vez que o contribuinte terá interesse no sigilo de suas operações,

a fim de não despertar a curiosidade do fisco.

Pode-se citar como exemplos de evasão fiscal a venda de

mercadorias sem a respectiva emissão de notas fiscais, com o intuito de

fraudar o fisco, deixando de registrar a operação. A não declaração de

rendimentos, com a intenção de sonegar o imposto de renda. Declarar o valor

do imóvel a menor no caso de uma compra e venda com o intuito de reduzir o

valor do Imposto de Transmissão de Bens Imóveis (ITBI).

Assim, é correto afirmar que a evasão será sempre um

comportamento ilegal do contribuinte, utilizando-se de fraude, simulação ou

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de qualquer meio ardiloso com o fito único de supressão ou redução da carga

tributária. Sua conduta dar-se-á de forma trapaceira, geralmente forjando algo

irreal para se livrar dos encargos tributários. Esta trapaça, em nenhum

momento é amparada pela legislação vigente, nem representa lacunas da lei.

Apesar de tênues e muitas vezes confusos, não se deve jamais confundir o

conceito de elisão tributária com o de evasão. A utilização de um ou de outro

meio terá consequências jurídicas completamente diversas.

Como visto, o uso da elisão fiscal é perfeitamente aceito, e não

ocasiona nenhuma sanção por parte do fisco. Há, neste caso, um

comportamento lícito que não pode ser reprimido. Na evasão fiscal, o

comportamento do indivíduo, como vimos, é ilícito, sendo uma conduta

reprovável para o direito. Desta forma, o ato evasivo será passível de sanção

por parte da autoridade fazendária. Uma vez caracterizado o ato evasivo, a

autoridade fiscal cobrará o tributo que seria devido sem a utilização da

evasão, mais as penalidades cabíveis, como por exemplo, juros e multas.

Assim como na elisão fiscal, o principal objetivo do contribuinte ao

utilizar esta forma de economia de tributos, será o não pagamento ou a

redução no montante a ser pago aos cofres públicos.

Entretanto, a diferença entre este instituto e os demais anteriormente

estudados, está no fato de que aqui os meios utilizados são ilegais. Para

Fabretti (2002), a evasão fiscal geralmente é cometida após a ocorrência do

fato gerador da obrigação tributária, objetivando reduzi-la ou ocultá-la.

Entretanto, podem ocorrer condutas evasivas anteriores ao fato gerador

Perin, (2004).

O que vai diferenciar os comportamentos entre elisivos e evasivos,

não pode ser tão somente o fator cronológico, mas sim os meios utilizados

pelo contribuinte para atingir a redução no pagamento dos tributos.

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3.7 ELUSÃO FISCAL

Perin (2004) traz ainda a figura da Elusão Fiscal como uma das

formas de comportamento que podem ser adotados pelo contribuinte.

Caracteriza-se a elusão, quando o contribuinte utiliza-se de meios atípicos, a

fim de evitar a subsunção do negócio praticado ao fato típico imponível, ou

seja, busca evitar a incidência do fato gerador.

No caso da elusão, o contribuinte assume o risco pelo resultado,

utilizando-se de meios atípicos para obter uma tributação menos onerosa,

seja pela não incidência do fato gerador, seja pela incidência de uma norma

menos onerosa.

Difere-se da evasão, pois a elusão seria um comportamento anterior

ao fato gerador, onde o contribuinte buscaria a subsunção de seu

comportamento em uma norma menos onerosa tributariamente. Também não

se encaixa no conceito de elisão, pois os meios utilizados para o

enquadramento do negócio em uma norma tributária menos onerosa não são

lícitos. Este é um dos motivos pelo qual a doutrina, algumas vezes, chega a

chamar a elusão fiscal de elisão fiscal ineficaz.

3.8 Validade do ato jurídico

A validade do ato jurídico é entendida, conforme o Código Civil

Brasileiro no artigo 104, como todo ato praticado por agente capaz, objeto

licito e forma prescrita ou não defesa em lei.

No planejamento tributário, deve-se ir além e observar se “não há

abuso de direito” ou “ato de fraude” (Huck, 1997, p.143) por parte do

contribuinte. Se atos desta natureza não forem constatados não há

fundamento legal ou razão de ordem social que não obstaculize o

planejamento tributário uma vez que ao organizar negócios da forma menos

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onerosa, garante a competitividade de sua atividade empresarial perante o

mercado globalizado.

Ressalta-se, todavia, que a falta de impedimento legal não afasta a

necessidade de serem observadas no que tange aos limites da intervenção

estatal nos negócios privados: a autonomia privada, a autonomia da vontade

e a liberdade de contratar (Torres, 2003).

Segundo Alberto Xavier, a Constituição brasileira não permite

estabelecer limites ao Principio da Legalidade, de forma a fundamentar a

norma antielesiva, e assim entender:

A questão de saber se podem ser estabelecidas restrições aos direitos e garantias individuais como os princípios da legalidade da tributação e da liberdade de contratar e, caso afirmativo, quais as fontes de produção jurídica competentes para o efeito, deve ser examinada a luz da moderna teoria da reserva de Constituição que visa definir o papel respectivo das leis constitucionais no domínio dos referidos direitos e garantias (2011, p. 111).

São infestáveis as ponderações que o planejamento não pode

comportar a simulação ou o abuso de direito no uso das formas jurídicas. São

limitações quando da pratica utilizada para a diminuição, postergação ou

anulação de incidência de tributação, tanto pelo ordenamento jurídico pátrio,

quando pelo ordenamento s estrangeiros. Os envolvidos na atividade da

economia fiscal não devem ultrapassar ao que entendem por ético e moral

nos negócios.

3.9 Principio da tipicidade ou reserva absoluta:

O principio da tipicidade exige que a lei seja minuciosa ao descrever a

hipótese de incidência do tributo de modo a evitar o uso da analogia ou da

discricionariedade, na atividade de interpretação das normas tributárias.

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Alberto Xavier leciona que esse principio, tal qual no direito penal exige que os elementos integrantes do tipo sejam de tal modo precisos e determinados na sua formulação legal que o órgão de aplicação do direito não possam introduzir critérios subjetivos de apreciação na sua aplicação concreta (2001).

Como o tributo só incide em caso de fato ou situação típica, ou seja,

de fato ou situação descrita na lei, o principio da tipicidade da tributação

encontra-se implícito na formulação do principio da legalidade como reserva

absoluta de lei.

Para o planejamento tributário importa destacar que: o principio da

tipicidade consagra uma garantia individual do cidadão da liberdade de

contratar, retratada na liberdade fiscal ou, de opção fiscal, que permite aos

contribuintes agir e planejar, desde que não o façam dentro dos limites

demarcados pelos tipos legais, sendo livres para optar pelas condutas fiscais

menos onerosas.

3.10 Principio da estrita legalidade

O principio constitucional tributário da estrita legalidade está inserto

no art. 5º, inciso II da Constituição Federal de 1988, onde está explicito que

ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa, senão em

virtude da lei.

Para o direito tributário esse principio é tomado de maneira mais

estrita, de forma que Paulo de Barros Carvalho ressalta a respeito:

O veiculo introdutor da regra tributária no ordenamento há de ser sempre a lei, porém o principio da estrita legalidade diz mais do que isso, estabelecendo a necessidade de que a lei adventícia traga no seu bojo os elementos descritores do fato jurídico e os dados pescritores da relação obrigacional (2004, p. 157-158).

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Planejar o pagamento de tributos não significa deixar de cumprir as

obrigações com o fisco. É permitida a elisão fiscal, mas não a evasão fiscal -

praticar atos ilícitos ou não pagar tributos.

O conflito ou a ausência de normas não implicam na contradição ou

plenitude do direito. No entanto, o sistema jurídico pode apresentar tais

características, e por hábito é, com base nas lacunas dos sistemas jurídicos

tributários, que se baseiam os planejamentos tributários.

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CAPÍTULO III

O PAPEL DO GESTOR E A COMPETITIVIDADE

Ao fazer o planejamento tributário, o gestor passa a ter uma visão

integrada da administração econômica e operacional da empresa, renovando

quando necessário à forma de administrar, corrigindo os erros da

administração que influenciam na incidência dos impostos.

Ao utilizar as ferramentas próprias para o planejamento tributário, o

gestor implanta métodos administrativos com base técnica, elaborando ações

necessárias que facilite a administração e conduza a redução dos impostos,

consequentemente a maximização dos lucros. Uma boa administração

empresarial resulta em agilidade na elaboração e implantação do

planejamento tributário, influenciando diretamente no fluxo do caixa,

viabilizando a economia no pagamento de impostos, portanto, o administrador

deve entender que planejar é necessário, tornando-se determinante para a

economia da empresa.

Ao gestor cabe a analise da relação custo/beneficio para a empresa,

escolhendo as medidas viáveis, de acordo à classificação da empresa, se de

pequeno ou grande porte. Um bom planejamento tributário é garantia de bom

rendimento para a empresa, representando uma maior capitalização do

negócio, a possibilidade de menores preços, facilita a geração de novos

empregos, pois os recursos economizados poderão possibilitar novos

investimentos, contribuindo com os gestores para tomada de decisões.

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Contudo um estudo do Planejamento Tributário pode possibilitar ao

gestor visualização do estado patrimonial da empresa, garantindo resultados

dentro dos aspectos legais da elisão fiscal. Com um sistema tributário

elevado, o Brasil é considerado como um dos maiores taxadores de impostos

do mundo, com seus inúmeros tributos chega a inviabilizar a abertura de

pequenas empresas, deixando o empreendedor de fora do mercado

competitivo, pois chegam a viver na ilegalidade.

Para competir às empresas, precisam de agilidade e competência,

com colaboração dos sócios proprietários, administrado e funcionários, para

viabilizar os custos finais da mercadoria ou serviço, que devem ter qualidade

que acarreta na produção e geração de lucros.

Um dos fatores predominantes é a observação e cumprimento dos

prazos estabelecidos, conduzindo as empresas a angariar novos clientes.

Para isso, o administrador deve planejar a agenda produtiva das empresas,

verificando os custos e as necessidades da empresa, para produzir e

capacitar o setor produtivo e administrativo, gerando a ampliação do

faturamento.

As empresas procuram meios para se modernizar, aliando-se a

projetos do governo ou particulares para profissionalizar os funcionários e

implantar a eliminação do desperdício que prejudica o bom funcionamento e

produz ônus para o contribuinte.

A cadeia produtiva da empresa pode participar do esforço na redução

de custos, estabelecendo metas, para a redução do custo final da mercadoria

ou serviço, que influencia diretamente sobre os tributos, dando alternativas

licitas para a redução de taxas.

O planejamento tributário é necessário, tem que ser bem feito, dando

liberdade à busca de menor custo e maiores lucros, para isso, o profissional

tem que ser dotado de inteligência, conhecendo tanto o direito privado quanto

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os direitos públicos, que tenham formação multidisciplinar, apresentando

aptidão para criar e adaptar formas que supra as necessidades das

empresas, evitando o fato gerador.

O gestor deve ter consciência da formula de custo benefício, na

tentativa de reduzir o fato gerador dos impostos, com sabedora e habilidade.

A ausência de planejamento tributário geralmente acarreta desvantagem no

campo da competitividade do mercado. Quando uma empresa prima por tal

planejamento surge forte perspectiva de ganhos significativos em relação aos

seus concorrentes. Não é compensador, portanto, o fato de determinada

empresa apresentar uma grande receita, se esta ficar comprometida por uma

alta carga tributária, vindo em consequência prejudicar o lucro líquido. Surge

daí a possibilidade de menor custo tributário, de forma a planejar com melhor

capacidade sua estratégia de atuação.

Com a redução das obrigações mediante o sucesso no planejamento

tributário, a empresa poderá aumentar sua liquidez e diminuir as

necessidades de recursos em curto prazo, tornando possível obter vantagem

na formação do preço final do produto ou mercadoria. (MACHADO, 2006).

É condição fundamental para execução, controle e analise do

planejamento tributário a existência de informações contábeis que expressem

a realidade da empresa uma vez que estas informações viabilizam a

otimização da carga tributária decorrente da atividade empresarial. E não é

sem motivo que isso ocorre, posto que sem parâmetros o gestor da empresa

não poderá comparar e prever resultados, analisar, analisar decisões ou

indicar possibilidades de ganhos.

Assim as informações contábeis são geradas, tendo como finalidade,

não a única a indicação de parâmetros para a tomada de decisão dos

gestores da empresa, visando o resultado operacional positivo.

No Brasil, uma correta avaliação dos custos tributários pode ser a

diferença entre o sucesso e o fracasso empresarial. A escolha da incorreta

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forma tributária de uma empresa pode levá-la ao pagamento de uma carga

tributária excessiva, ou seja, além que lhe compete legalmente. O papel do

gestor empresarial evidencia-se através do processo decisório, onde utiliza

suas capacidades administrativas na maximização dos recursos financeiros e

a solução de conflitos junto ao fisco, conduzindo e mantendo uma estreita

relação com seus colaboradores da contabilidade e o do jurídico, a fim de

fundamentar e tomar as melhores decisões possíveis.

A Lei 6404/76 (Lei das S/A) prevê a obrigatoriedade do planejamento

tributário, por parte dos administradores de qualquer companhia, pela

interpretação do artigo 153 ("O administrador da companhia deve empregar,

no exercício de suas funções, o cuidado e a diligência que todo homem ativo

e probo costuma empregar na administração dos seus próprios negócios").

Portanto, antes de ser um direito, uma faculdade, o planejamento

tributário é obrigatório para todo bom administrador. Desta forma, no Brasil,

tem ocorrido uma "explosão" do Planejamento Tributário como prática das

organizações. No futuro, a omissão desta prática irá provocar o descrédito

daqueles administradores omissos. Atualmente, não temos conhecimento de

nenhuma causa ou ação, proposta por acionista ou debenturista com

participação nos lucros, neste sentido. Mas, no futuro, a inatividade nesta

área poderá provocar ação de perdas e danos por parte dos acionistas

prejudicados pela omissão do administrador em perseguir o menor ônus

tributário.

Verifica-se com isso a importância das informações para a empresa

alcançar seu principal objetivo o desempenho operacional com sucesso. Sem

a informação contábil, o planejamento tributário será meramente empírico e o

gestor da empresa nunca terá certeza do resultado positivo do esforço

desprendido na racionalização da carga tributária.

5. CONCLUSÃO

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Devido à alta carga tributária e as diversas normas é difícil por parte

do contribuinte em se organizar para atender todos os requisitos que o

Estado impõe por esse motivo um grande numero de empresas buscam

meios para minimizar os impactos que as obrigações têm em seu resultado

econômico

Diante de exigências cada vez maiores do fisco e da busca das

empresas por uma lucratividade de crescimento constante, surge a

necessidade de encontrar alternativas na busca destes melhores resultados e

cumprimento de novas exigências fiscais. Torna-se então imprescindível a

figura do planejamento tributário, o qual vem corroborar com a ideia de

buscar alternativas para diminuir a carga tributária sem o descumprimento

das obrigações legais.

A utilização do planejamento tributário como indicativo de economia

dos impostos, respaldada em demonstrações contábeis, torna-se

indispensável, apesar dos gestores criticarem o Governo pela alta carga

tributária, pela falta de recursos - fatores que, sem sombra de dúvidas,

contribuem para enfraquecer as empresas. No entanto, são manobras que,

segundo as organizações, são competentes para gerenciar, desde que

elaborem os instrumentos eficazes e os tornem significativos para a

convergência dos objetivos.

Para minimizar o fato gerador a empresa procura meios legais que

reduza tributos, auxiliada por profissionais competentes, que planeje encontre

alternativas baseando se na lei, tornando a empresa competitiva e pronta

para enfrentar o árduo mercado empresarial.

O planejamento tributário é elemento essencial que deve ser inserido

na gestão empresarial e preceder a qualquer novo negócio ou alteração

empresarial. Dificilmente, a organização empresarial conseguirá, licitamente,

excluir por completo os custos tributários, entretanto, utilizar maneiras que

reduzam estes custos sem infringir a lei, possibilitará á organização oferecer

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produtos a um preço inferior aos de seus concorrentes, tendo então sua

vantagem competitiva no preço que é ofertado seu produto.

Ao fazer o planejamento tributário, o gestor passa a ter uma visão

integrada da administração econômica e operacional da empresa, renovando

quando necessário à forma de administrar, corrigindo os erros da

administração que influenciam na incidência dos impostos.

Esse trabalho teve como principal foco, aumentar o conhecimento

sobre os conceitos de planejamento tributário, fazendo um comparativo entre

as formas de atuação lícitas e ilícitas (elisão, evasão e elusão fiscal), assunto

esse importante para a formação profissional do contador, sem, contudo,

esgotar o tema, que possui ainda diversos questionamentos referentes à

possibilidade da utilização da elisão fiscal como forma de planejamento

tributário. Diante do exposto podemos observar que uma empresa que

possuía um planejamento tributário eficaz terá o gestor uma ferramenta

primordial para a tomada de decisão.

6. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

ANDRADE FILHO, E O. Planejamento Tributário e inteligência empresarial tributária. Disponível em http://www.apet.org.br/artigos/ver.asp?art_id=332. Acesso em 02/09/2012.

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