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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
O IMPACTO DA TECNOLOGIA NA NATUREZA
Marcelo Ferreira Da Silva
Orientador
Jorge Tadeu Vieira Lourenço
Rio de Janeiro 2015
DOCUMENTO PROTEGID
O PELA
LEI D
E DIR
EITO AUTORAL
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
O IMPACTO DA TECNOLOGIA NA NATUREZA
Marcelo Ferreira da Silva
Apresentação de monografia à AVM Faculdade Integrada
como requisito parcial para obtenção do grau de
especialista em Gestão de Sistemas Integrados em
QSMS/SGI.
RESUMO
Esse estudo tem como objetivo demonstrar que a implantação de um setor de
qsms na casa de saúde Bonsucesso vai contribuir muito para o
desenvolvimento do hospital economicamente e ambientalmente, com a
substituição de tecnologia é possível reduzir em grande escala o impacto da
tecnologia no meio ambiente, diante de um grande problema que hoje o
hospital estar enfrentando com muito desperdício com energia, água e
materiais de escritório, com essa mudança e com treinamento de
conscientização é possível que seja atingido os resultados significativos diante
das modificações e do novo modelo de gestão implantada, a pesquisa também
propõe um modelo que apresenta algumas das principais ações, buscando
alternativas tecnológicas (software, hardware e infraestrutura), que devem ser
cumpridas por empresas que desejam alcançar de forma gradativa a
excelência em sustentabilidade no setor de TI, apontando direções para futuras
investigações e melhorias nesta área, tendo como premissa a responsabilidade
socioambiental e econômica.
METODOLOGIA
Com o objetivo de contextualizar a TI Verde como fator fundamental frente às
políticas educacionais profissionalizantes, voltados para a tecnologia, fez-se
necessário desenvolver um estudo que fundamentou os pontos que foram
analisados junto ao hospital Casa de Saúde Bonsucesso que é fonte deste
estudo. Trata-se da formulação de um estudo que, entendeu-se uma
necessidade ambiental e econômica, é um Estudo de Caso, referindo-se à área
de abrangência de aplicação da pesquisa.
Sumário 1 - Introdução ................................................................................................................................ 6
2 - O Impacto Tecnológico na Natureza ........................................................................................ 6
2.1 - Desenvolvimento E Sustentabilidade................................................................................ 7
2.2 - Emissões de Gases ............................................................................................................ 8
2.3 - Consumo de energia ......................................................................................................... 9
2.4 - Lixo Eletrônico ................................................................................................................. 10
3 - Adoção da Estratégia de TI Verde .......................................................................................... 13
3.1 - Definição ......................................................................................................................... 13
3.2 - A Tendência Verde .......................................................................................................... 13
3.3 - Os Níveis de Implementação........................................................................................... 15
3.4 - Tipos de Medidas ............................................................................................................ 16
4 - Racionalização de energia nos equipamentos de TI .............................................................. 18
4.1 - Energy Star ...................................................................................................................... 18
4.2 - Gerenciamento do Consumo Pelos Profissionais de TI ................................................... 18
4.3 – Virtualização ................................................................................................................... 19
4.4 - Abdicando do físico ......................................................................................................... 21
4.5 - Performance de aplicativos abaixo da média ................................................................. 21
4.6 - Segurança falha ............................................................................................................... 22
4.7 - Aprisionamento ............................................................................................................... 22
4.8 - Custos de licenciamento ................................................................................................. 23
4.9 - Barreiras virtuais ............................................................................................................. 23
4.10 – Thin Client..................................................................................................................... 23
5 – Sistema de Gestão Ambiental ............................................................................................... 26
6 – Panorama atual – Estudo Comparativo ................................................................................. 30
7 - Considerações Finais .............................................................................................................. 35
8 - REFERÊNCIAS .......................................................................................................................... 36
6
1 - Introdução É do conhecimento de todos que a crise no país tem afetados todos os setores,
e a casa de saúde Bonsucesso não poderia ficar de fora desse problema que
afeta milhões de brasileiros e de muitos empresários. Hoje o hospital estar
passando por um problema econômico muito ruim e que viu nessa crise a
necessidade de mudanças, pois o modelo de gestão que hoje estar implantado
no hospital não tem atendido os resultados esperados para reduzir os custos e
reduzir seus impactos no meio ambiente. Disposto a melhora seu desempenho
ambiental e como consequência melhorar a economia do hospital, a diretoria
da casa de saúde Bonsucesso encontra-se dispostas a mudar sua gestão e
implantar um setor de QSMS cuja o objetivo é mudar a filosofia dos
colaboradores e levar conscientização para todos, visando atingir uma grande
melhoria em sua gestão e atingir as metas estabelecidas no projeto. As novas
tecnologias que hoje o mercado oferece irá com certeza trazer ganhos ao
hospital desde que sejam implantadas da maneira correta e os procedimentos
seguidos corretamente. Uma vez iniciados os serviços já são possíveis
observar os resultados, uma vez que os colaboradores receberam os
treinamentos adequado a utilizar as novas tecnologias disponibilizadas pelo
hospital bem como as palestras de conscientização que tem como objetivos
implantar uma nova filosofia na empresa, gerando menos emissões e quando
geradas utilizando equipamentos que venha a filtrar esses gases, diminuindo
também o consumo de energia com as novas tecnologias que são projetadas
para consumir menos, gerenciando melhor o seu resíduo eletrônico que antes
não era destinado corretamente. A tecnologia de virtualização que antes era
uma novidade hoje se tornou uma necessidade onde equipamentos bem
menores substituindo os PCs normais que se é usando em muitas empresas
ainda. Essa tecnologia de virtualização tem trago bastante benefícios ao
hospital reduzindo consideravelmente os custos com energia e equipamentos,
uma vez modificado as tecnologias os resultados esperados começam a
surgirem e a casa de saúde Bonsucesso começa a “respirar” economicamente
mostrando que o novo modelo de gestão estar realmente funcionando e
trazendo benefícios para o hospital.
7
2 - O Impacto Tecnológico na Natureza
2.1 - Desenvolvimento Sustentável Segundo a ONU, sustentabilidade "é o atendimento das necessidades das
gerações atuais, sem comprometer a possibilidade de satisfação das
necessidades das gerações futuras". Porém, na atualidade, esse conceito é
muito mais amplo, atrelando aspectos sociais, econômicos, ambientais.
O tema desenvolvimento sustentável vem sendo amplamente discutido há um
bom tempo, porém somente em 1992 no encontro Eco-Rio 92 houve atitudes
concretas e um documento chamado Agenda 21 foi escrito. A Agenda 21 é um
documento que estabeleceu a importância de cada país a se comprometer à
refletir, global e localmente, sobre a forma pela qual governos, empresas,
organizações não governamentais e todos os setores da sociedade poderiam
cooperar no estudo de soluções para os problemas sócio-ambientais. Cada
país desenvolve a sua Agenda 21 e no Brasil as discussões são coordenadas
pela Comissão de Políticas de Desenvolvimento Sustentável e da Agenda 21
Nacional (CPDS). A Agenda 21 se mostrou um importante instrumento para a
transformação da sociedade industrial, rumo a um novo paradigma, que exige a
reinterpretação do conceito de progresso, contemplando maior harmonia e
equilíbrio entre o “todo” e as “partes”, promovendo não só a quantidade, mas
também a qualidade da forma com que se é feita o desenvolvimento. Foi à
partir dessa Agenda que tornou-se viável a criação de novas formas para se
repensar o planejamento do desenvolvimento. Abriu-se o caminho capaz de
ajudar a construir politicamente as bases de um plano de ação e de um
planejamento participativo em âmbito global, nacional e local, de forma gradual
e negociada, tendo como meta um novo paradigma econômico e civilizatório.
Segundo Cairncross (1992), o "desenvolvimento sustentável", tem por
premissa a idéia de que o crescimento econômico e a proteção ambiental
podem ser compatíveis. E é esse aspecto que tanto chama a atenção dos
cargos de liderança das grandes empresas. Atrelar a consciência ecológica,
sem perda de lucratividade e, em alguns casos, obter uma diminuição nos
gastos existentes.
8
2.2 - Emissões de Gases Poluentes O efeito estufa é um fenômeno natural, que mantém a terra aquecida
impedindo que o planeta perca seu calor, mantendo assim a vida na Terra. As
florestas têm papel fundamental no equilíbrio da temperatura da Terra, porém,
como a quantidade delas está diminuindo, fenômenos naturais não desejados
estão ocorrendo nos dias atuais em uma escala crescente. A emissão dos
gases que poluem a atmosfera do planeta aumentam o efeito estufa, são
auxiliados pela atual matriz energética mundial, que é 80% dependente da
queima de combustíveis fósseis. A queima desses combustíveis para geração
de energia gera grande parte do óxido de enxofre (SOx), óxidos de nitrogênio
(NOx), metano (CH4) e o dióxido de carbono (CO2) que são emitidos para a
atmosfera. A emissão de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera é vista como
“o maior vilão” de todos, pois é emitido em maior quantidade, em relação a
outros gases com maior poder de aquecimento, como por exemplo, o metano
(CH4). A concentração desses gases modifica a intensidade da radiação
térmica, causando desastres naturais como chuvas ácidas, alagamento de
áreas costeiras, doenças respiratórias, entre outros fenômenos classificados
como desequilíbrio do ecossistema. A utilização de fontes renováveis de
energia pode diretamente contribuir para a diminuição desses problemas, mas
até que uma mudança significativa na matriz energética mundial aconteça, a
eficiência energética hoje se mostra como excelente alternativa de
apresentação de resultados a curto prazo. Os computadores hoje fazem parte
de um grupo que é considerado um dos grandes consumidores de energia
elétrica. Cada fase da vida de um computador: sua produção; seu tempo de
uso; e seu descarte; representa de forma direta ou indireta, aumento nas
emissões de CO2 e impacto no meio ambiente. De acordo com um relatório
feito pelo Climate Group, a emissão total de CO2 por computadores em 2009,
incluindo data Centers, periféricos e dispositivos de rede é de 830 milhões de
toneladas, o equivalente a 2% da produção total de CO2. A Figura 1 apresenta
esses dados em comparação à emissão total de alguns países.
9
Grafico 1 - As emissões de CO2 e PIB per capita
Fonte: http://colunas.revistaepoca.globo.com/fazcaber/2011/03/page/2/
2.3 - Consumo de Energia A Tecnologia da Informação também é responsável por imensos gastos de
energia, muitas vezes até desnecessários. A maioria das empresas hoje possui
um parque de máquinas com PCs, impressoras, servidores e equipamentos de
rede que além de consumir energia elétrica, também necessitam de
resfriamento. Esse resfriamento acontece com infraestruturas prediais de ar-
condicionado e circulação e ar que por sua vez gastam ainda mais energia.
Deve-se pensar também que com a demanda crescente de tecnologia pelas
empresas, surgem novas empresas de tecnologia para suprir esse mercado.
Em termos de energia, uma fábrica típica de fabricação de computadores gasta
entre US$ 1 e 2 milhões por mês. No mundo inteiro existem novas fábricas em
planejamento que representam um valor de US$ 170 bilhões, com uma
superfície total de mais de 3,34 milhões de metros quadrados de área. Isso
equivale a um custo energético de aproximadamente US$ 30 bilhões, o que
representa 18% do capital a investir. A carga contabilizada de todas essas
fábricas soma mais de 5000 megawatts e 40 bilhões de KWh; isso equivale
mais de cinco vezes a capacidade geradora de Chernobyl. Segundo Romm
(2004), “o setor da indústria de fabricação de computadores que utiliza energia
não é o que monta componentes, é o da fabricação de chips e hardware que
10
constituem esses componentes”. A fabricação de semicondutores é uma das
indústrias que cresce mais rapidamente no mundo e que usa muita energia.
Somente na região noroeste dos EUA, onde se encontra aproximadamente
metade da produção americana de semicondutores, podem ser construídas
nos próximos anos, novas fábricas avaliadas em US$ 20 bilhões e com uma
carga de energia excedendo 500 megawatts.
2.4 – Lixo Eletrônico O Lixo Eletrônico (ou e-lixo) é um termo designado para qualquer equipamento
eletrônico que perdeu a sua vida útil e conseqüentemente, foi descartado para
outro fim, podemos citar como exemplos um desktop, monitores, celulares
dentre outros. Outra possível semântica para o Lixo Eletrônico é para todos os
equipamentos eletrônicos que não atingem o seu propósito original, ou seja,
um produto que não consegue mais satisfazer as necessidades de seu dono.
Os produtos eletrônicos possuem em sua estrutura metais e compostos
químicos como mercúrio, chumbo, cádmio, dentre outros que podem afetar
diversas formas de vida e inclusive o ser humano, podendo causar dentre
diversos males, anemia, câncer, problemas nos rins, pulmões e afetar o
sistema nervoso e reprodutivo, podendo levar ao óbito. Tais objetos sendo
descartados em locais não apropriados como lixões podem contaminar o solo e
até mesmo o lençóis freáticos causando assim danos irreversíveis a saúde da
população. Uma pesquisa realizada nos Estados Unidos aponta que as
pessoas trocam de computadores a cada dois anos e não é difícil imaginar que
nem todo este equipamento substituído é descartado da maneira correta. O
mercúrio, muito utilizado em computadores, monitores e TVs de tela plana,
podem causar danos cerebrais e ao fígado. Já o chumbo, o componente mais
usado em computadores, além de televisores e celulares pode causar náuseas,
perda de coordenação e memória. Em casos mais graves, pode levar ao coma
e, consequentemente, à morte. A Convenção de Basileia (The Basel
Convention on the Control of Transboundary Movements of Hazardous Wastes
and their Disposal) é um tratado internacional firmado em 1989, que tem como
objetivo fiscalizar o tráfico de lixo eletrônico no mundo. A Convenção de
Basileia estabelece as normas para a transferência de resíduos perigosos, a
11
qual tem como objetivo garantir a segurança ambiental e a saúde humana,
quer em termos de transporte, ou em termos de produção e gestão desses
resíduos, promovendo, equitativamente, uma transferência de tecnologia
relativamente a uma gestão segura de resíduos produzidos localmente.
Tabela 1 – Danos dos Metais nos seres Humanos
Fonte: http://www.robertofrancodoamaral.com.br/blog/alimentacao/efeitos-dos-metais-pesados-na-saude-humana/
Tabela 2 – Porcentagens dos materiais em um Computador
Fonte: http://www.robertofrancodoamaral.com.br/blog/alimentacao/efeitos-dos-metais-pesados-na-saude-humana
O grande problema do Brasil é que não há muitas alternativas de onde
depositar o lixo eletrônico acumulado, então a sugestão é fazer doação dos
equipamentos, muitas vezes o que é lixo para uns é melhoria para outros.
Descartando pilhas e baterias em centros de coletas, os 15 computadores
12
podem ser doados a instituições que investem na inclusão digitais além de
fazer um bem social previne o planeta de contaminação, e caso o computador
já não tenha nenhuma funcionalidade, o ideal é separar as partes de plástico,
metal, vidro e encaminhar ao lixo de maneira correta porque cada centro de
reciclagem tem uma especialização, uns para vidros, outros para plásticos e
assim por diante.
13
3 - Adoção da Estratégia de TI Verde
3.1 - Definição Tecnologia Verde ou TI Verde é o conjunto de boas práticas passíveis de
serem adotadas por empresas, usuários e fabricantes no intuito de utilizar
equipamentos serviços e técnicas que visem diminuição do consumo de
energia e emissão de gás carbônico para a atmosfera. A adoção das práticas
de TI Verde podem proporcionar ao hospital uma grande estratégia de
marketing para atrair mais clientes, pois os mesmos estão cada vez mais
preocupados em utilizar produtos e serviços que não causem ou que diminuam
os impactos no meio ambiente devido ao seu uso ou ao seu descarte. Essa
expressão que tem sido utilizada pelo setor de tecnologia para incorporar a
preocupação com o meio ambiente e a sustentabilidade, as maiores
discussões sobre o assunto abordam o consumo eficiente de energia, mas
como o tema envolve o meio ambiente, essa discussão é ampliada. Com isso,
usuários e empresas se tornam conscientes de suas escolhas, sabendo que de
acordo com suas necessidades técnicas, esses equipamentos trarão
determinado impacto sobre o meio ambiente. TI Verde é a soma de economia
de energia com gestão de recursos desde as cadeias produtivas, e todo o ciclo
que vai da extração de matéria-prima até o final da vida útil do equipamento,
incluindo o seu descarte.
3.2 - A Tendência Verde A consciência ambiental tornou-se uma das preocupações das organizações
em adotar práticas ambientais coerentes, e de tecnologias que apoiam o
desenvolvimento das empresas, sem prejudicar as gerações futuras.
Considerando, portanto, como fundamento inicial, a Tecnologia da Informação
Verde (TI Verde) procura desenvolver melhores práticas que atenuem o
impacto negativo de tecnologias no mercado (GREEN IT-GUIDE, 2008).
Para fins conceituais, o mercado atual considera a TI Verde ou Green IT como
um produto, solução de serviço ou prática que podem melhorar a eficiência
energética, reduzir o impacto ambiental, e contribuir para o desenvolvimento
sustentável. Nesse sentido, a TI Verde apresenta como fundamentação um
vínculo muito próximo à questão ambiental, é o que revela o Green IT - Guide
14
(2008), afirmando que a TI Verde pode ser conceituada como uma TI voltada
para a proteção ambiental com vistas à eficiência energética, auxiliando ao
desenvolvimento organizacional sem prejudicar as gerações futuras, através da
racionalização de seus recursos. A TI Verde procura estimular o teletrabalho e
ao desenvolvimento da tecnologia digital como uma alavanca de
transformação, além de buscar reduzir o consumo de energia e desenvolver a
concepção ecológica e reciclagem de produtos e serviços. A TI Verde faz parte
de uma mudança fundamental na economia e na sociedade com tendência
pelo uso nas organizações, que concilia as práticas empresariais sustentáveis
com operações comerciais rentáveis. Na Indústria de TI, tanto os fornecedores
como os compradores estão chegando à conclusão em perceber que eles
deveriam incorporar os princípios da TI Verde para o desenvolvimento de
projeto, fabricação, operação e alienação de ativos de TI. O impulso para a
mudança em adotar as práticas da TI Verde tem várias origens, dentre elas
está os órgãos governamentais, órgãos reguladores e fiscalização nos
aspectos de produtos de TI e operações, incluindo materiais tóxicos utilizados
na produção de computadores, eliminação de equipamentos eletrônicos, e as
emissões de dióxido de carbono e outros gases que geram o efeito estufa,
causados pelo consumo de energia e de outras fontes. A Figura 2 mostra as
visões de presente e futuro no universo da TI Verde quanto às
regulamentações verdes, consumidor verde, foco do investidor, visão do
executivo, iniciativas empresarias, imposto de carbono e a TI Verde, de
maneira a destacar a representatividade de cada ponto questionado, acerca da
importância que a TI Verde tende a apresentar.
E o que se pode perceber são os esforços dos gestores para melhorar a
eficiência em TI e de adotar essas práticas, sinaliza uma mudança de
comportamento organizacional frente a esse novo cenário com características
sustentáveis. Demonstrando, portanto, que as iniciativas verdes na área de TI
apresentam um crescente alinhamento dos negócios organizacionais com
incentivos ambientais. O início das mudanças no comportamento das
organizações em relação a TI pode viabilizar o surgimento de Indústrias e
empresas mais comprometidas com as questões ambientais, porém em um
planejamento de longo prazo. De acordo com o relatório anual apresentado
15
pela divisão de pesquisas da empresa Symantec Enterprise (2009), sobre a TI
Verde, as empresas pesquisadas informaram que para eles, a TI Verde
significa redução de custos com energia elétrica, bem como o desenvolvimento
de práticas de energias sustentáveis. A TI Verde pode gerar para a empresa,
portanto, uma estratégia de desenvolvimento sustentável através da redução
do impacto ambiental e da racionalização do processamento de transformação
dos dados; utilização mais eficiente de seus recursos com o objetivo de atender
ou melhorar o desempenho de todas as atividades.
3.3 - Os Níveis de Implementação Nas empresas, podemos observar diversos níveis de investimentos e
comprometimentos com a TI verde, por isso vamos dividi-los. Pode-se observar
três níveis de implementação, que são medidos pelos objetivos, metas, planos
de ação e abordagens de cada empresa.
Abordagem incremental – Este nível de implementação é o mais simples e o
que requer menos investimentos por parte das empresas. Normalmente é
utilizado por empresas que não estão interessadas em criar grandes planos e
objetivos com investimentos em TI. Essa abordagem preserva a infraestrutura
atual de TI, incorporando políticas e medidas simples, para atingir objetivos
pequenos. Essas medidas geralmente são de fácil implantação e sem muito
custo. O retorno é quase imediato e pode ser observado, analisando a redução
no consumo de energia elétrica e redução no descarte de materiais.
Abordagem estratégica – Esta abordagem é utilizada normalmente por
empresas maiores e que estão buscando aderir às medidas verdes para
marketing empresarial e uma redução considerável nos gastos. É realizada
uma auditoria na infraestrutura de TI e todos os equipamentos são analisados
de maneira individual ou em grupos que podem ser formados por tipo de
equipamentos ou divididos por aplicação. Comparam-se as tecnologias atuais
com novas tecnologias, assim servindo como base para se optar por
remanejamento de recursos, reutilização através de upgrade´s, descarte
desses equipamentos ou até a substituição por novas tecnologias. Observa-se
que embora o motivo principal ainda seja a relação custo-benefício, a
diminuição de geração de CO2 é considerada como um benefício de marketing.
16
Abordagem radical e profunda – Esse tipo de abordagem é somente
implementada pelas maiores empresas do mundo, porque requerem enormes
investimentos, mas também geram profundos cortes de gastos e melhoras de
infraestruturas. Esse nível agrega as medidas da abordagem estratégica, como
a implementação de uma política de compensação de carbono por neutralizar a
emissão de gases gerada no efeito estufa, mas também aplica conceitos
muitos mais profundos, incluindo o plantio de árvores, a compra de créditos de
carbono, geração de energia limpa, reutilização de recursos naturais como
água das chuvas por meio de cisternas, e criação de programas de incentivo
para que os funcionários, alunos e comunidade comprem essas idéias e as
torne parte do seu dia a dia na medida do possível.
3.4 - Tipos de Medidas Existem inúmeras medidas que estão relacionadas com a TI verde, desde a
fabricação de PCs com materiais menos tóxicos, até a implementação de
virtualização nos servidores. Qualquer medida relacionada a tecnologia que
contribui diretamente ou indiretamente com a sustentabilidade, pode estar no
contexto da TI Verde. Nesse trabalho foram identificadas as principais medidas
utilizadas no mercado e que são a tendência do futuro.
Figura 2 - Medidas relacionadas a TI Verde elaborada pelo autor
3.5 - Auditoria e Monitoramento Ambiental
A auditoria ambiental é uma ferramenta que permite fazer avaliações na
empresa para fiscalizar e limitar os impactos de seus processos perante o meio
ambiente. A avaliação pode ser voluntária por decisão da empresa, pode ser
pela legislação ou resultante de ocorrências especiais. Podem ser feitas
internamente por funcionários ou externamente que são realizadas por
TI VERDE
RACIONALIZAÇÃO
DE ENERGIA
RACIONALIZAÇÃO
DE INSUMOS
GREEN
DATACENTER
GESTÃO DE LIXO
ELETRÔNICO
17
agencias especializadas. A auditoria define as responsabilidades ambientais
que devem ser implantadas pelas empresas para sempre alcançar a melhoria
continua em suas atividades conforme a política ambiental imposta pela
empresa. Já o monitoramento ambiental é um sistema de observação, medição
e avaliação contínua das condições dos recursos naturais em um determinado
momento, que tem como objetivo documentar, alertar ou oferecer informações
sobre a região estudada. O monitoramento deve ser realizado em diversos
locais, para obter dados mais completos, assim aumentando o conhecimento
da área, permitindo tomar decisões ambientalmente corretas e fazer um
planejamento adequado.
18
4 - Racionalização de energia nos equipamentos de TI
4.1 - Energy Star Uma das principais formas de implementar a TI Verde em uma empresa é
através da racionalização da energia. Para diminuir o consumo podemos
utilizar vários métodos e técnicas. A mais simples e que requer menos
planejamento e mudanças de infraestrutura, é a compra de produtos com o
selo Energy Start, criado pela Agência de Proteção ao Meio Ambiente dos
Estados Unidos (EPA). Este selo tem por objetivo incentivar o uso de
tecnologia mais eficaz, certificando que o produto tem grande eficiência
energética. Como exemplo de produção de máquinas mais eficientes temos a
Dell Computadores. Recentemente a empresa criou uma linha de PCs que têm
design específico e consomem 40% a menos de energia do que os modelos
anteriores (GX760). Outra gigante da tecnologia que investe pesadamente
nesses equipamentos é a HP. Praticamente todos nos novos PCs e
impressoras têm o selo Energy Star, e os equipamentos tem um sistema de
refrigeração inteligente que detecta pontos quentes e equilibra a carga
deslocando refrigeração de um ponto a outro. Uma ótima oportunidade para os
executivos é a adesão a estes equipamentos. Se contarmos que praticamente
todos os funcionários de uma empresa hoje utilizam computadores,
impressoras e monitores, com o Energy Star, pode-se reduzir o consumo de
energia de todo parque de máquinas em até 50%. O site da Energy Star
disponibilizou uma calculadora virtual onde podemos calcular os gastos de
energia, refrigeração e aquisição de equipamentos, inserindo os dados dos
produtos (potência, horas ligado, etc). O sistema é tão complexo que serve
como ferramenta para as empresas calcularem os gastos e projetar a
economia de novas aquisições (http://www.eu-energystar.org).
4.2 - Gerenciamento do Consumo Pelos Profissionais de TI Além da compra de equipamentos mais eficientes, os profissionais de TI devem
utilizar todas as ferramentas e softwares possíveis para diminuir o consumo de
energia. Analisar quando se pode desligar ou quando se pode colocar o
computador num estado que ele economize energia, é uma tarefa para os
administradores de infraestrutura de TI que normalmente são auxiliados pelos
19
softwares de gestão e gerenciamento de energia. Existem softwares que
analisam o estado do PC e o coloca no modo de menor consumo de energia
diminuindo a potência do processador, colocando o computador em modo de
espera, modo de hibernação ou até mesmo programando um desligamento.
Isso também ocorre com os monitores e outros periféricos como as
impressoras. Esses softwares obtêm as informações de medidas de grandezas
como tensão e corrente, através do software de gerenciamento da placa mãe
do PC. Os softwares de energia apresentam relatórios do consumo de cada
equipamento, fornecendo assim aos administradores, informações valiosas que
servem de base para tomadas de decisão e procedimentos para reduzir o
consumo de energia. O Environmental Protection Agency (EPA) estimou que
os computadores com essas funções habilitadas, utilizam de 60 a 70% da
energia de um computador em funcionamento. Muitas pessoas acreditam de
maneira equivocada que o desligamento total do computador possa diminuir o
tempo de vida do equipamento. Com as novas tecnologias, a vida de um
equipamento eletrônico depende do seu tempo acumulado de funcionamento e
sua temperatura e desligando-o estes dois fatores são eliminados. Os picos de
tensão e corrente que podem ocorrer ao ligar/desligar o equipamento são
amenizados pelos fabricantes através de novos modelos de projetos.
Para resolver isso as áreas de TI podem implantar os recursos já existentes no
sistema operacional do computador, como também campanhas de
conscientização fazendo com que isso se expanda fora dos limites da
instituição.
4.3 – Virtualização Com a crise econômica mundial, a chamada TI Verde ganhou ainda mais força
e projeção. A necessidade da criação de um convívio mais equilibrado entre as
tecnologias e o ambiente corrobora para o contexto do surgimento de novas
alternativas de desenvolvimento, sinalizando que o assunto TI Verde ainda
continuará em debate por muito tempo. Segundo Amauri Pereira de Barros,
gerente de Prática de Infraestrutura da Kaizen, a TI verde, além de indicar um
posicionamento politicamente correto, significa economizar recursos, cortar
custos, o que em tempos de crise é questão de sobrevivência. Se antes os
20
CIOs não se preocupavam com a conta de energia elétrica, com o descarte
desnecessário de equipamentos no meio ambiente, com o espaço físico
ocupado pelas máquinas ou com quanto a empresa gasta com refrigeração de
ambiente, por exemplo, agora, no novo cenário, precisam estar bastante
atentos a todos esses custos, buscando continuamente maneiras de reduzi-los.
O autor também afirma que a virtualização, capaz de potencializar a utilização
de processamento dos servidores de rede, é uma tecnologia que se encaixa
perfeitamente nesse contexto, tanto na onda da TI verde quanto em seu
objetivo maior: a economia de recursos. Uma empresa de 500 funcionários
atinge facilmente a marca de 50 servidores, e cada um desses equipamentos
consomem recursos de administração, manutenção, energia, ar-condicionado
entre outros. Num ambiente de virtualização, no entanto, o número de
servidores de uma companhia do mesmo porte pode cair para um patamar de
duas a quatro máquinas, uma vez que a tecnologia consolida e centraliza
aplicações, tirando o máximo de aproveitamento dos recursos existentes nas
máquinas físicas. Dessa forma, reduz-se a emissão de CO2 na atmosfera e
economiza-se com aquisições futuras de hardware, refrigeração e energia
elétrica. A forma de se fazer backup, algo sempre preocupante e muito custoso
para TI, também é otimizada em um ambiente virtualizado. Além do custo
acessível e de todas essas vantagens citadas, há um ponto significativo que
precisa ser considerado quando se fala em virtualização:
Confiabilidade - A tecnologia de virtualização para ambientes x86 existe há
cerca de 10 anos e nesse tempo vem evoluindo continuamente, ganhando
novas funcionalidades para aplicações maiores. Hoje já se nota no mercado
que a aceitação aos servidores virtualizados vem crescendo inclusive para
aplicações críticas, como as de ERP(Enterprise Resource Planning Sistemas
Integrados de Gestão Empresarial). O amadurecimento da tecnologia de
virtualização dá garantia às empresas de que o nível de proteção é alto. Sem
um ambiente de virtualização, a necessidade de se criar redundância para as
aplicações críticas – buscando minimizar assim os riscos - é algo
extremamente dispendioso, mostrando mais uma vez que a adoção da
tecnologia impacta positivamente nos custos das empresas. Esse panorama
favorável à virtualização sinaliza que há um grande mercado a ser explorado
21
entre as empresas brasileiras. As que ainda não adotaram a tecnologia tendem
a aderir em um ritmo cada vez mais acelerado. Aquelas que já virtualizaram
parte de suas aplicações caminham para ampliar a utilização da tecnologia
inclusive para o que é considerado crítico, conforme dito anteriormente. Uma
empresa com servidores 100% virtualizados é algo possível e concreto
atualmente. Já se fala inclusive dos benefícios de se estender a virtualização
aos desktops, ampliando a economia, reduzindo os custos com helpdesk e
facilitando o processo de realização de backup dos computadores. Nota-se,
portanto, que a tecnologia de virtualização não é só um discurso pró-ecologia.
Os benefícios são concretos e comprováveis. As empresas que aderem à
virtualização buscam muito mais do que simplesmente levantar uma bandeira a
favor do meio ambiente. O que elas procuram são formas de racionalizar seus
gastos, o que acaba refletindo em ganhos para o meio ambiente. A saúde
financeira das empresas agradece e a natureza também. A economia
promovida pela virtualização é enorme, mas o processo ainda tem seus
transtornos. Dentre os principais desafios levantados pela NetworkWorld
(NetworkWorld, 2009), estão:
4.4 - Abdicando do físico A idéia de migrar para um ambiente virtual é executar mais cargas de trabalho
virtuais em um número menor de sistemas físicos, mas isso não significa que o
hardware desce no rol de prioridades. As organizações podem ter problemas
se não se dedicarem a analisar atentamente quais recursos físicos serão
necessários para dar suporte a cargas de trabalho virtuais e a monitorar esses
recursos de hardware. Alguns profissionais acham que, para se ter um
ambiente virtual, basta comprar um sistema barato da Dell ou da HP,
acrescentar o hardware e colocar a virtualização em cima, observa David
Payne, CTO da Xcedex, empresa norte-americana de consultoria em
virtualização. Muitas vezes, esta receita leva em conta mais o preço do que as
próprias cargas de trabalho virtuais.
4.5 - Performance de aplicativos abaixo da média Embora a virtualização esteja cada vez mais disseminada, muitos aplicativos
ainda não foram ajustados para ambientes virtuais. Daniel Burtenshaw,
22
engenheiro sênior de sistemas da Universidade Health Care, nos Estados
Unidos, por exemplo, implementou o ESX Server da VMware, da EMC, há
cerca de um ano e os resultados, no geral, foram bons.
A organização de serviços de saúde possui um grande ambiente Citrix, mas,
quando migrou alguns servidores Citrix para o ambiente VMware, descobriu
que a performance não se manteve.
4.6 - Segurança Falha Quando você implementa um ambiente virtual, elimina o vínculo entre hardware
e software, o que pode gerar confusão na hora de proteger sua infra-estrutura.
"Esta desvinculação tem o risco de cegar os profissionais especializados
quanto ao que está acontecendo por trás de seus hardware de segurança da
rede", diz Allwyn Sequeira, vice-presidente sênior de operações de produto da
Blue Lane Technologies, especializada em patching.
O ambiente de servidor fica mais fluido, mais complexo, e os profissionais de
segurança acabam perdendo a estabilidade que o hardware proporcionava.
Qualquer tipo de varredura de vulnerabilidades pode tornar-se obsoleta em
questão de minutos.
A virtualização otimiza provisionamento e processos, mas também acrescenta
complicações que os profissionais de TI talvez não estejam cogitando.
Portanto, o trabalho de manter um ambiente seguro e documentar isso para
fins de adequação, pelo simples fato de acrescentar uma camada de tecnologia
de virtualização, torna tudo muito mais complexo.
4.7 - Aprisionamento O mercado de virtualização está evoluindo rapidamente e até a VMware está
fomentando uma maneira-padrão de criar e gerenciar máquinas virtuais. Mas
padrões e interoperabilidade virão lentamente. As empresas que não forem
cautelosas poderão acabar presas ao enfoque de determinados fornecedores,
tornando-se difícil – além de caríssimo – mudar de enfoque à medida que as
tecnologias amadurecem. É sempre aconselhável tentar escolher produtos que
possam ser considerados padrões e que sejam abertos ao mercado de
virtualização.
23
4.8 - Custos de Licenciamento Assim como as empresa discutem com fornecedores de software
independentes – que estabelecem taxas de licença baseadas no uso de CPU –
em torno do preço em servidores com múltiplos processadores, elas também
têm surpresas com as licenças em ambientes virtuais. "As licenças de software
podem ser uma barreira”, aponta John Enck, vice presidente de pesquisa do
Gartner. ”Talvez você queira rodar um aplicativo em um grande servidor
virtualizado, mas a licença foi criada para os núcleos de processador físicos na
máquina. Se, por exemplo, você migrar este aplicativo de um servidor com dois
processadores para um servidor virtualizado com quatro processadores, seu
custo de licença de software poderá aumentar, apesar de o software só usar
dois processadores no ambiente virtual", explica Enck.
4.9 - Barreiras virtuais Com servidores AMD e Intel funcionando lado a lado em muitos data centers,
algumas empresas talvez pensem que máquinas virtuais móveis podem ser
movidas em qualquer hardware x86, mas não é bem assim. Segundo
Humphreys, da IDC, "a questão com que as pessoas estão se confrontando é:
à medida que movimento estas máquinas virtuais, preciso ter hardware
similar?". As máquinas virtuais de hoje não podem comutar entre sistemas
baseados em Intel e AMD, explica Raghu Raghuram, vice-presidente de
marketing de produtos e soluções da VMware.
4.10 – Thin Client A maioria dos recursos dos computadores convencionais, hoje em dia, não é
totalmente aproveitada. Muitos recursos ficam ociosos a maior parte do tempo.
Geralmente um computador em uma empresa realiza atividades como
confecção de planilhas, acesso à internet, leitura de documentos, dentre outras
operações comuns ao funcionamento da parte administrativa da empresa. Este
uso não corresponde a mais do que 30% do que uma máquina comum pode
realmente oferecer. Pensando nesse desperdício foi criado um equipamento
ainda pouco utilizado nas empresas, mas que utiliza uma ferramenta antiga, o
acesso remoto. O thin client é um equipamento que funciona como um mini PC,
mas não possui em sua estrutura interna, HD, processador e memória (não
24
como os convencionais). Apesar de sua estrutura simples, com ele é possível
obter uma rede de baixo custo e de fácil manutenção, dentre outros benefícios.
Com a implantação de thin clients e apenas um computador (host ou servidor)
é possível gerar várias estações de acesso. A configuração do servidor
depende do número de terminais e das necessidades dos usuários da rede.
Esta deve ser bastante pensada antes de elaborar e formatar o ambiente
utilizado. Além de ser bastante econômico, o thin client é ecologicamente
correto. O consumo de energia é desprezível quando comparado às soluções
convencionais. Outro ponto importante para a sustentabilidade é que os
terminais são bastante resistentes (menos gastos com manutenção), não
precisando ser trocados com a mesma frequência de um computador normal,
gerando assim menos lixo eletrônico. A figura abaixo exemplifica uma estrutura
com thin client havendo a necessidade de ter pelo menos um servidor de
qualidade para sustentar determinada quantidade de equipamentos.
Figura 2 - Estrutura com Thin Client
Fonte: http://www.thinclientbrasil.com/thin-client.php
Um thin client conta com um servidor de aplicativos que realiza as tarefas mais
relevantes de sua lógica interna. O aparelho possui o mínimo de hardware e
software na sua arquitetura. A partir de outro software, esse instalado no
servidor (host), é possível utilizar os recursos do computador pelo thin client.
25
As estações de thin client são equipadas apenas com o próprio thin client, com
um monitor, teclado e mouse. A comunicação entre o servidor e essas
estações se dá através de rede (com ou sem fio). Os usuários desta rede
utilizam suas estações de forma independentes o que faz parecer que eles
estão utilizando máquinas convencionais. A instalação deste software é
bastante simples. Com ele é possível ter total controle das políticas de acesso
aos recursos e demais programas (softwares) do sistema operacional existente
no servidor. Em relação à instalação da rede, esta é feita da mesma forma que
a convencional. Pode-se utilizar switches e roteadores sem nenhum problema.
Segundo a Inove Informática, a primeira empresa no Brasil especializada nessa
tecnologia, com os Thin Clients, temos um menor custo na aquisição e
manutenção total do parque de máquinas, pois cada terminal custa bem menos
do que uma máquina comum. Outro ponto positivo é o ganho de espaço nas
estações de trabalho, pois esses terminais são muito menores proporcionando
também melhor organização de cabos e aproveitamento dos espaços. Para os
profissionais de TI também há diversas vantagens, pois, para instalar novas
estações, não é preciso fazer nenhum tipo de instalação, basta plugar o
equipamento na rede.
Figura 3 - Custos com Implementação de Thin Client
Fonte: http://www.thinclientbrasil.com/thin-client.php
26
A Microsafe, outra empresa especializada na tecnologia dos Thin Clients,
também fez pesquisas de mercado e concluiu que o uso desses terminais,
além de ajudar na prática da TI verde, também contribui consideravelmente
com o corte de gastos nas empresas.
5 – Sistema de Gestão Ambiental
Todas as atitudes e iniciativas em relação a TI Verde devem estar inseridas em
um Sistema de Gestão Ambiental (SGA), que consiste em um conjunto de
atividades, previamente planejadas e formalizadas e que tem como objetivos
gerir os impactos da empresa ao meio ambiente e a adoção de uma atitude
social e ambientalmente positiva. Um SGA traz uma série de benefícios às
empresas, desde melhoria das condições de trabalho e segurança, respeito à
comunidade, passando pela redução do desperdício de materiais e energia até
o ganho de novos clientes e satisfação dos já existentes, sempre calcados nos
aspectos econômicos, sociais e ambientais. Como suporte, a metodologia
PDCA é de grande ajuda. Essa metodologia japonesa consiste em um ciclo
que deve passar pelo planejamento (Plan), execução (Do), verificação (Check)
e ação (Act) e tornam mais claros e ágeis os processos de um sistema de
gestão, nesse caso um SGA, tendo como base tecnológica e administrativa a
TI Verde. Antes da execução do projeto, é necessário estabelecer objetivos e
metas a serem alcançados com a adoção da TI Verde e analisar o impacto de
um projeto dessa magnitude na estrutura política e corporativa da empresa. A
gerência deve ter em mente que a TI Verde requer uma reestruturação
profunda e contínua. A figura 1 a seguir mostra as fases constituintes do ciclo
de um processo PDCA.
O funcionamento do PDCA é bem simples. Basta seguir as fases no sentido
horário, iniciando pelo “Planejamento”, como se fosse um relógio ao meio dia.
Ao longo das fases serão realizadas as seguintes atividades:
Planejar: Definir um processo (tarefa) e elaborar metas de execução. As metas
devem ser possíveis de serem avaliadas dentro de determinado prazo. Por
exemplo, aplicação de vermífugo em 800 cabeças em um dia, com perda de
doses abaixo dos 10%; fechamento do silo em no maximo 7 dias; 85% de
prenhez na estação de monta de 3 meses, etc. O plano deve conter uma série
27
de recomendações que permitam cumprir as metas definidas. As metas devem
ser factíveis e ousadas.
Desenvolver: Essa etapa envolve o treinamento dos operadores, ou seja,
aqueles que serão responsáveis pela execução. É interessante que os
mesmos, inclusive, participem da elaboração das metas. Quem melhor para
dar idéias do que quem está na operação no dia a dia?
Depois de explicadas as metas, e a forma de execução combinada, parte-se
para a operação propriamente dita.
Checar: Nesta fase são avaliados os resultados. A execução, conforme
proposto, permitiu que as metas fosse atingidas? Quais resultados da operação
em relação a meta?
Agir: A ação é a decisão, ou as decisões, que será tomada após a análise da
execução do plano. Se foi satisfatório, pode-se padronizar o processo, ou seja,
sempre que for realizado daquela maneira, há maiores chances das metas
serem atingidas. O produto do trabalho ficará de acordo com as especificações,
que nada mais é do que uma das melhores definições de qualidade, e melhor,
com economia.
Figura 4 – Ciclo PDCA
Fonte: http://www.coanconsultoria.com.br/especialistas.asp?id=76
A formalização dessas atividades traz um caráter de certificação. Segundo
Coen (2007), para uma empresa ter sucesso com a TI Verde é preciso se
adequar também a algumas legislações e normas, como por exemplo, a ISO
14.001, série de normas desenvolvidas pela International Organization for
Standardization (ISO) que estabelece diretrizes sobre a área de gestão
28
ambiental dentro de empresas, auxiliando na criação de um sistema de gestão
ambiental nas organizações. A ISO é uma organização não governamental
fundada em 23 de fevereiro de 1947 e tem sede em Genebra na Suíça. Seu
objetivo é de ser o fórum internacional de normalização e assim atuar como
interface das diversas agências nacionais. No Brasil a ISO é representada pela
Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e como fundadora e
associada tem direito a voto no fórum internacional de normalização. Foi
fundada em 1940 e em 1994 criou o Grupo de Apoio à Figura 7 - Ciclo PDCA.
Normalização Ambiental (GANA) que tinha como objetivo estudar os impactos
da série ISO 14001 nas empresas e indústrias brasileiras. A Diretriz 14.000
especifica os elementos de um SGA e oferece ajuda prática para sua
implantação ou aprimoramento. A ISO 14.001 inclui os elementos centrais do
SGA e são esses os elementos utilizados para certificação. Cumprindo todos
os pré-requisitos da norma, desde o cumprimento da legislação ambiental até
procedimentos para diminuir o impacto ambiental, a empresa é certificada, ou
seja, ela é reconhecida como uma empresa ambientalmente responsável.
Poucas empresas vêem partir do departamento de tecnologia qualquer
iniciativa de proteção ambiental. Quando parte da presidência é sempre
melhor, você consegue comprometimento maior e permeia toda a companhia.
Para obter êxito em qualquer movimento ecológico, de acordo com
Cairncross,(1992), o verdadeiro líder deve tomar algumas ações:
• Colocar uma pessoa de mais alto grau possível a cargo da política ambiental;
• Elaborar uma política e torná-la pública de forma a estabelecer metas claras e
prazos;
• Medir (nada concentra tanto a mente como números);
• Instalar uma auditoria periódica;
• Ter uma boa política de comunicação (mostre a todos o que está fazendo);
• Reduzir a quantidade de materiais poluentes utilizados na empresa;
• Considerar os materiais existentes em seu produto;
• Admitir que as normas verdes tendam a convergir para cima;
• Pensar sempre de forma flexível, pois o pensamento ambiental pode mudar e
• Principalmente lembrar que o movimento verde é um elemento de qualidade
aos olhos de seus clientes, trabalhadores e gerentes.
29
O ideal é o que SGA esteja inserido em um Sistema de Gestão Integrada
(SGI), englobando assim meio ambiente, qualidade, saúde e segurança no
trabalho, facilitando assim a integração entres as metodologias da ISSO 14001
– Sistema de Gestão Ambiental, OHSAS 18001 – Sistema de Gestão em
Saúde e Segurança do Trabalho (SGSST) e ISO 9000 - Sistema de Gestão de
Qualidade (SGQ). Essa integração é algo natural, já que a série ISO 14001 é
baseada na série ISO 9000, que já está bastante difundida entre as empresas.
A ISO 14001 define o SGA como “a parte do Sistema de Gerenciamento Global
que inclui a estrutura organizacional, o planejamento de atividades,
responsabilidades, práticas, procedimentos, processos e recursos para o
desenvolvimento, implementação, alcance, revisão e manutenção da política
ambiental”, ou seja, tem seu papel bem definido, porém faz parte de um
sistema muito maior. Alcançar um desempenho ambiental requer
comprometimento organizacional, o SGA deve ser continuamente monitorado e
renovado e deve haver uma mobilização por parte de todos os setores da
empresa. Deve-se ter sempre em mente o conceito de Melhoria Contínua, que
visa sempre atingir aprimoramentos no sistema de gestão, sem esquecer
também das auditorias como uma forma de evidenciar e validar as ações da
empresa dando base para as novas iniciativas a serem tomadas. A empresa
deve ter o foco na melhora de seu desempenho ambiental, buscando sempre o
menor impacto de suas ações no meio ambiente e o respeito à sociedade na
qual está inserida.
30
6 – Panorama atual – Estudo Comparativo Nos dias atuais a temática da preservação do ambiente e a sustentabilidade do
Desenvolvimento humanos estão figurando entre os principais temas de
discussão mundial, o que acaba por levar a diferentes opiniões, condutas de
postura e o questionamento dos métodos e processos utilizado nos mais
diversos meios de produção, inclusive na área da tecnologia da informação.
Milagre (2008) cita algumas dessas controvérsias, principalmente a teoria do
Reciclável poluidor, onde afirma que “a reciclagem tecnológica é tão poluente
quando a eliminação do lixo eletrônico em aterros”. Temos ainda outra teoria
que aponta a redução do ciclo de vida dos componentes eletrônicos, pois as
tecnologias livres de solda à base de chumbo demandam uma alta temperatura
nas ligas dos componentes, o que geraria um desgaste muito maior, daí a fama
dos produtos verdes serem menos duráveis. Porém o que mais pesa contra as
tecnologias verdes é o preço da reciclagem. A reciclagem está em um estágio
onde a tecnologia ainda é cara, o gasto para produzir outros produtos a partir
dos já existentes é muito maior do que fabricar a partir do zero e muitas vezes
o resultado da reciclagem é um subproduto, assim como acontece com o
papel, que ao ser reciclado, se transforma em papelão, papel higiênico ou
papel de embrulho e não papel para impressão como muitos pensam. Em uma
análise mais profunda percebemos ainda outra dificuldade em tornar os
produtos verdes competitivos. Ao comprar o produto, é pago um imposto e
após a transformação e reciclagem do produto há uma nova carga de
impostos. Com isso temos um desestímulo por parte do governo, quando na
verdade o que deveria acontecer era exatamente o oposto, um incentivo fiscal
ou até mesmo um subsídio. Apesar de todas as críticas, a exposição do meio
ambiente aos metais perigosos continua sendo mais nocivo do que os
problemas apresentados e essa insatisfação com as tecnologias atuais só gera
um interesse maior em criar novas tecnologias que satisfaça o público e gere
um novo mercado. Podemos perceber com isso que há um grande interesse
principalmente pela reciclagem, porém a reciclagem não é o único caminho
para a sustentabilidade. Primeiramente deve se passar pela redução da
produção de resíduos seja utilizando produtos fabricados de formas diferentes
31
ou prolongando o tempo de vida útil do produto. Depois deve se pensar na
reutilização desses produtos, tática já explorada pela indústria do pneu
recauchutado. E por fim temos a reciclagem, reaproveitando a matéria-prima
que constitui o produto para produzir outros. Esse princípio tem o nome de 3
R’s (Reduzir, Reutilizar e Reciclar) e surgiu exatamente porque foi percebido
que somente a reciclagem não resolve o problema da nossa sociedade de
consumo. Mas o 3 R’s não sobreviverá se continuar a ser apenas um princípio.
É necessário incentivo por parte do governo, pois o que está sendo proposto é
uma profunda reformulação da nossa sociedade industrial. Uma lógica que
favoreça os bens duráveis, inviabilizando sua substituição precoce. Para
ilustrar bem esse novo cenário, podemos observar o mercado do software livre.
Nesse ramo, o lucro está na captação, no suporte e na personalização do
produto para uma necessidade específica do cliente e não na venda do produto
em si. Esse processo acaba por criar uma nova ética no trabalho, em que as
relações passam a funcionar de modo cooperativo, permitindo uma interação
muito maior entre projetistas, desenvolvedores e usuários já que o produto tem
seu código aberto. Pelo fato de ser um produto livre, as empresas buscam
outras formas de gerar receitas para a empresa, principalmente pela prestação
de serviço. Esse mesmo preceito pode se aplicar para empresas de outros
setores, até mesmo para indústrias de TI que não são do ramo de software.
Cada vez mais as indústrias buscam soluções completas (consultoria,
aquisição dos equipamentos e execução do projeto) e não apenas o produto,
portanto esse novo cenário não é desfavorável ao mercado, só muda o foco e
cabe aos gestores se anteciparem. Esses incentivos de que tanto se espera
dos governos não tarda a chegar, principalmente em forma de legislação. Já
existem muitas iniciativas a esse respeito, o destaque vai para a União
Européia, com a edição de junho de 2006 da Lead-Free ou RoHS Directive que
proibiu algumas substâncias de serem aplicados em equipamentos eletrônicos.
Os componentes proibidos são cádmio (Cd), mercúrio (Hg), cromo hexavalente
(Cr(VI)), bifenilos polibromados (PBBs), éteres difenilpolibromados (PBDEs) e
chumbo (Pb). As empresas de TI já se apressam para se adequarem a essas
normas, já que a solda que liga os componentes eletrônicos em uma placa é
composta por 60% de estanho e 20% de chumbo. Outra iniciativa importante
32
vem do governo japonês, que editou a norma JISC0950:2005, conhecida como
J-Moss, uma Lei de Incentivo a Utilização Eficaz de Recursos (Law for the
Promotion of Effective Utilization of Resources). Essa lei prevê a divulgação por
parte dos fabricantes dos componentes químicos perigosos em equipamentos
eletrônicos. A Coréia do Sul, adotou o padrão europeu RoHS, por meio do Act
for Resource Recycling of Electrical and Electronic Equipment and Vehicles (Bill
6319 of 30 March 2007). Essas iniciativas asiáticas são fundamentais, já que
muitas das indústrias e empresas de produtos eletrônicos se encontram nesses
países. Nos EUA também pode se observar algumas medidas adotadas. Na
Califórnia onde está situado o vale do silício, reduto das principais empresas de
tecnologia do mundo, foi adotado a Electronic Waste Recycling Act of 2003
(EWRA), legislação que restringe o limite máximo de substâncias perigosas na
fabricação de monitores de displays. Já no Texas, foi levada a aprovação a
House Bill 2714, uma lei estadual que legitima a responsabilidade dos
fabricantes por todo o ciclo do produto eletrônico, desde a venda até o seu
retorno e reciclagem. Segundo Cairncross (1992), “o crescimento da política
verde ainda é visto como uma faca de dois gumes, que por um lado protege o
meio ambiente e por outro impede o crescimento da maioria das atividades
econômicas”, mas esse pensamento está mudando, já que a consciência
ecológica tem atuado sobre o progresso industrial. Cada vez mais empresas
procuram certificações, porém a padronização das normas ainda é um
problema. “Não existem normas brasileiras”, apontou Hugo Valério, diretor de
Informática da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica
(ABINEE). “As empresas se adaptam às regras de outros países e acabam
repassando para cá”. Uma exceção é a resolução 257 do Conselho Nacional
do Meio Ambiente (CONAMA), que define regras para a coleta de pilhas e
baterias usadas pela indústria no País. É inevitável o interesse das grandes
corporações pela atitude verde. O número de empresas que já aderiu a TI
Verde só cresce. A otimização de processos e a minimização de desperdícios
aumentam expressivamente a produtividade e os lucros das empresas. Muitos
empresários com essa visão vêm se destacando entre os demais, pelos
excelentes resultados nos negócios e zelo pelo meio ambiente.A seguir, um
exemplo de empresa:
33
• Google: primeira empresa que vem a mente quando se pensa em
sustentabilidade no setor de TI, já que vem investindo fortemente em sua
consciência ecológica não somente em seus data centers, como também em
todos os seus processos administrativos. A empresa foi pioneira em instalar
placas de células fotovoltaicas para a geração de energia solar em seus
escritórios e que também é utilizada pelos seus carros híbridos, os quais
possuem autonomia de 48 km até acionarem o seu sistema de gás. O Google
firmou parcerias com vários gigantes da indústria de TI, como Microsoft, Intel,
Dell, EDS, EPA, HP, IBM, Lenovo e outras 25 organizações para a participação
de uma iniciativa chamada Climate Savers Computing, com o objetivo de reunir
consumidores, governo, indústria e organizações de proteção para determinar
metas para a produção de componentes e equipamentos, aumentando assim
sua eficiência energética. Em 2007 juntamente com a fabricante de bicicletas
Specialized, realizaram o concurso Innovate or Die, que tinha como objetivo
buscar por invenções de emissãozero que transformam energia humana em
resultados antes nunca vistos e que podem ajudar a salvar o nosso planeta. A
empresa vem intrigando muitos especialistas por essa postura contra-cultura
corporativa. Rick Wartzman (2007) em um artigo para a BusinessWeek afirma
que o Google aplica de forma integral os princípios de Peter Drucker, que é
considerado o pai da gestão moderna. Em sua biografia Drucker (1998) revela
que “queria trabalhar para refletir os valores sociais como a oportunidade, a
comunidade, a solidariedade e as realizações individuais, e não apenas valores
do negócio como custo e eficiência”. O principal exemplo que comprova essa
afirmação de Rick Wartzman é uma política da empresa no qual o empregado
pode gastar até 20% do seu tempo, com projetos pessoais, que acredite ter
potencial, fugindo um pouco do core business da empresa. Esse 20% de tempo
livre gerou grandes produtos, como o Gmail, o AdSense e o Google News.
Toda essa política a coloca muito próxima da crença de Drucker de que “a
empresa não é apenas um instrumento econômico, mas sim uma instituição
social”. Não é de se espantar que Larry Brilliant, presidente do Google.org,
braço filantrópico do Google, entrou na lista da revista Time das pessoas mais
influentes do mundo. Ele ocupou o 42º lugar da categoria “Cientistas e
34
Pensadores” por trabalhar no desenvolvimento de energias renováveis e
automóveis híbridos.
Figura 5 – Painel solar cobre escritório da Google
Fonte: www.reuters.com
35
7 - Considerações Finais A presente pesquisa deve ser analisada por todas as empresas que atualmente
estão ou desejam ser inseridas no contexto da sustentabilidade tecnológica. É
um processo sistemático que promove várias questões que não possuem a
atenção necessária por parte das mesmas. Podem ser muitos os desafios no
período de implantação do projeto, porém se feito de forma correta, trará
diferencial competitivo e reconhecimento por parte do mercado, governo e
sociedade. A falta de padronização em relação às iniciativas de
sustentabilidade no setor de TI, a não existência de uma certificação única que
englobe todo o conceito de TI Verde, e até mesmo o seu termo vago fazem
com que empresas tomem atitudes isoladas e muitas vezes simplórias, que
não englobam todos os objetivos ambientais, sociais, econômicos e
tecnológicos da temática. Porém deve-se ter em mente que o assunto não se
restringe aos setores técnicos, exigindo máxima sinergia com os setores
administrativos. Após intensa reflexão, foi identificada a necessidade de criação
imediata de uma certificação própria a partir de normatizações baseadas na
ISO 14001, adaptadas à realidade da gestão da Tecnologia da Informação.
Mas foi nesse ínterim, entre a realidade atual e a futura realidade com ações
normatizadas, que foi baseada a maior parte das observações. A partir do
estudo realizado neste trabalho, através do qual foi possível conhecer e
analisar diversos passos que devem ser seguidos para alcançar o objetivo
proposto, é possível produzir um resumo das principais ações que caracterizam
uma metodologia para sustentabilidade em Tecnologia da Informação que mais
se aproxime da ideal. Tendo como premissa a responsabilidade socioambiental
e econômica.
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8 - Referências ABNT NBR ISO 14001:2004, Sistema da gestão ambiental - Requisitos com
orientação para uso.
AGENDA Sustentável. Disponível em (http://www.agendasustentavel.com.br/)
ONU. Organização das Nações Unidas. Disponível em: (http://www.onu-
brasil.org.br).
TCO do Thin Client. Disponível em
(http://http://www.datacombrasil.com.br/datacom.qps/Ref/QUIO-6RALDD).
THE GREEN 500 LIST, The Green List: Year One. Disponível em
(http://www.green500.org)
Recursos e ferramentas para profissionais Microsoft em
(http://technet.microsoft.com).
COMPUTERWORLD, 51% das empresas brasileiras já implantaram TI Verde.
Disponível em (http://computerworld.uol.com.br/gestao/2009/08/19/51-
dasempresas- brasileiras-ja-implantaram-ti-verde/).