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1 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES AVM FACULDADE INTEGRADA PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU O USO DA COMUNICAÇÃO FERRAMENTA NA GESTÃO DE PROJETOS DE SAÚDE E EDUCAÇÃO Aline Macena dos Santos ORIENTADOR: Profª ÚRSULA GOMES Rio de Janeiro 2015 DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL

DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · sanitários existentes naquela época no país (POLIGNANO, 2001). Embora a utilização da comunicação como ferramenta pelos profissionais

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

AVM – FACULDADE INTEGRADA

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

O USO DA COMUNICAÇÃO FERRAMENTA NA GESTÃO DE PROJETOS DE SAÚDE E EDUCAÇÃO

Aline Macena dos Santos

ORIENTADOR: Profª ÚRSULA GOMES

Rio de Janeiro 2015

DOCUMENTO PROTEGID

O PELA

LEI D

E DIR

EITO AUTORAL

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

AVM – FACULDADE INTEGRADA

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

Apresentação de monografia à AVM Faculdade Integrada como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em MBA em Gestão de Projetos. Por: Aline Macena dos Santos

Rio de Janeiro 2015

O USO DA COMUNICAÇÃO FERRAMENTA NA GESTÃO DE PROJETOS DE SAÚDE E EDUCAÇÃO

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AGRADECIMENTOS

A todos que me incentivaram a continuar

estudando e aprendendo sempre.

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RESUMO

Este trabalho buscou uma compreensão e reflexão do processo de

Comunicação como uma ferramenta de Gestão de Projetos de Saúde e Educação

através do entendimento de seus limites e possibilidades de utilização, tendo

como propósito contribuir para o desenvolvimento de redes de políticas Públicas

de Saúde no âmbito do Sistema Único de Saúde – SUS.

Através de um estudo bibliográfico, buscou-se um entendimento da

contextualização histórica da Saúde e da Comunicação no Brasil, seus aspectos

conceituais, sua origem e dimensão dentro SUS e os meios pelos quais se

processam os princípios organizacionais de uma gestão comunicativa e o porquê

de sua importância e aplicação nos ambientes organizacionais, principalmente os

ligados à área Gestão de Projetos de Saúde e Educação.

Nesse contexto foi possível concluir, que para se comunicar não basta

apenas querer é necessário que haja um envolvimento do grupo, principalmente

daqueles que exercem uma liderança, além disso, é fundamental a realização do

planejamento das ações e da definição dos objetivos e metas do que se quer

atingir.

Esses aspectos são essenciais para que a Comunicação como

ferramenta de Gestão em Saúde possa contribuir para o desenvolvimento e

efetivaçao de um modelo assistencial calcado na integralidade da atenção à

saúde, na universalização do acesso, na humanização, na equidade, na

participação social dos usuários do SUS.

A partir dessa compreensão e tendo como base à situação atual da

nossa sociedade, este estudo também apontou como perspectiva a Gestão em

Redes, cujo alicerce principal é a comunicação e que se processa através da

descentralização de poderes, do envolvimento de uma diversidade de atores e

organizações, que se encontram vinculados a partir do estabelecimento e

manutenção de objetivos comuns.

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METODOLOGIA

Esse trabalho foi realizado por meio de uma pesquisa social através de

um estudo exploratório de bibliografias e artigos, envolvendo áreas da saúde,

comunicação e gestão de projetos. Buscando uma compreensão e entendimento

dos processos e estratégias da gestão de projetos com base na comunicação.

Segundo Gil (1991, p.142), a pesquisa social pode ser definida como:

“.o processo, que utilizando a metodologia científica, permite a obtenção de novos

conhecimentos no campo da realidade social ...”

Para Alves (2002) uma pesquisa atualmente não se restringe apenas à

área acadêmica, pois se encontra inserida nas práticas organizacionais de forma

geral, possibilitando que a informação pormenorizada sobre determinado assunto

proporcione uma melhor detecção e interpretação de diferentes fenômenos.

Sendo uma atividade que nunca se esgota devido à dinamicidade da sociedade.

Da mesma forma, Mattar (apud TAVARES, 2002) expõe que a

pesquisa exploratória permite a utilização de amplas e múltiplas metodologias,

tais como levantamentos, estudos de caso e observação informal. Essa afirmação

é complementada quando Gil (1991, p.143) expõe que a pesquisa exploratória é a

que permite maior flexibilidade, envolvendo geralmente o levantamento

bibliográfico e estudo de caso.

Desse modo, buscou-se também uma reflexão dos processos de

comunicação e gestão de projetos a partir da experiência de trabalho realizado no

Programa de Formação de Agentes Locais de Vigilância em Saúde –

PROFORMAR, Projeto desenvolvido entre a Fundação Oswaldo Cruz e a

Fundação Nacional de Saúde, cujo objetivo era a formação de cerca de 24.000

agentes de saúde, trabalhadores do SUS, localizados em todo país, com exceção

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do estado de São Paulo. Bem como, seu papel e integração na construção das

redes de Políticas Públicas em Saúde.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I

A trajetória da Comunicação em Saúde no Brasil

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CAPÍTULO II

Aspectos Conceituais

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CAPÍTULO III

Desafios para qualificar a Comunicação na Gestão de Projetos de

Saúde e Educação

23

CONCLUSÃO 31

BIBLIOGRAFIA 34

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INTRODUÇÃO

Atualmente, a área da saúde encontra-se com uma gestão calcada na

racionalidade instrumental, cujos processos de trabalho dificultam a reflexão e

percepção de responsabilidade do trabalhador. Nesse contexto, o processo

comunicativo institucional tem se desenvolvido de forma predominantemente

formal e lógica, de modo a preservar as hierarquias, normas e regras (CORREA E

ROZENDO, 2002).

Essa postura de gestão tem sido motivo de preocupação por parte de

autores como Rivera (1991); Rivera & Artmann (1999) e Maria Helena Weber

(1994), pois não dá conta de responder a proposta de implementação de um

modelo assistencial calcado na integralidade da assistência, na universalização,

na humanização, na equidade, na participação social do usuário, dentre outros

princípios do Sistema Único de Saúde. (KOPF E HORTALE, 2005)

O Ministério da Saúde vem implementando projetos que buscam uma

modificação dessa visão, como a Política Nacional de Humanização (PNH), cuja

proposta busca a participação e integração dos gestores, trabalhadores e

usuários no fortalecimento do Sistema Único de Saúde.

Nesse sentido, a comunicação no processo de gestão vem se

revelando como uma ferramenta que propicia a descentralização de poder, de

informação, que privilegia o conhecimento e dignifica o trabalhador e o usuário,

além de possibilitar o diálogo das redes de saúde.

Todavia, seu emprego necessita de um direcionamento eficaz para que

não se perca no contexto, nem por falta, ou excesso.

A partir desse contexto, esse trabalho teve como objetivo geral a

compreensão dos limites e possibilidades de utilização da comunicação como

uma ferramenta gestão em Saúde, a fim de contribuir para o desenvolvimento das

Redes de Políticas Públicas de Saúde no âmbito do Sistema Único de Saúde.

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Para o alcance dos objetivos, realizou-se uma pesquisa de bibliográfica

com base no processo metodológico de levantamento bibliográfico e documental.

Após esse primeiro momento, houve um levantamento sobre o

processo histórico de inserção da comunicação nas práticas e no campo da

saúde no Brasil e sua contextualização no âmbito do Sistema Único de Saúde.

Em seguida, buscou-se um entendimento dos aspectos conceituais da

comunicação tendo em conta sua origem e dimensão, as formas e os meios pelos

quais ela se processa. Através desse estudo foi possível a compreensão do

processo comunicativo, sua ligação com a origem da civilização humana e os

processos sociais. Bem como, descrever os elementos comunicativos, como o

dado, a informação e conhecimento, essenciais no processo de tomada de

decisões no âmbito da gestão.

Visando entender as possibilidades da comunicação nos processos de

gestão de projetos, sua importância e aplicação nos ambientes organizacionais,

principalmente os ligados ao campo da saúde, que por conta dos serviços

prestados à sociedade possuem maior comprometimento com a comunicação e

suas consequências (WEBER, 1994).

Nesse sentido foi necessário também, um estudo do papel atual da

Comunicação em Saúde no País, as dificuldades e os desafios para qualificação

do processo de gestão em serviços, sistemas e programas no âmbito do Sistema

Único de Saúde.

Ressalta-se esse processo através de uma análise do trabalho realizado

pelo Programa de Formação e Agentes Locais de Vigilância em Saúde –

PROFORMAR, promovido pelo Ministério da Saúde, que envolveu as esferas

municipais, estaduais e federais, no período de 2001 a 2014, e buscou o

desenvolvimento de novas redes de solidariedade social através da capacitação

de trabalhadores de nível médio vinculados ao SUS (BATISTELLA at all, 2003).

Nesse contexto, a experiência de trabalho desenvolvido primeiramente

como secretária executiva e posteriormente como coordenadora administrativa

financeira permitiu uma reflexão do processo de gestão de projeto e o uso da

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comunicação realizada no Programa. Bem como sua aplicabilidade nos processos

gerenciais.

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CAPÍTULO I

A SAÚDE NO BRASIL E A TRAJETÓRIA DA

COMUNICAÇÃO

Na época em que o Brasil era colônia não existia um interesse na

criação de um modelo de atenção à saúde e somente com a vinda da família real

é que se começou a organizar uma estrutura sanitária mínima, para dar suporte

ao poder que se instalava no Brasil. Essa situação permaneceu a mesma até a

república (FILHO, 2005).

No início do século passado as atividades de promoção sanitária e de

saúde pública eram permeadas por práticas de força e repressão. Não existia na

época, um movimento de aproximação da população.

Um grande exemplo dessas práticas pode ser relatado na Revolta da

Vacina, que foi um movimento popular contra a vacinação obrigatória da varíola

realizada no Rio de Janeiro, no ano 1904 (SANCHES, 2005).

A cidade do Rio de Janeiro, naquela época capital do País, passava

por grandes problemas urbanos, pois possuía uma infra-estrutura de água, esgoto

e coleta de lixo insuficiente para atender ao aumento populacional, principalmente

a população mais carente. Em decorrência dessa situação havia uma

vulnerabilidade a diversas epidemias entre elas a febre amarela e a varíola. Como

a cidade era portuária essa situação acabava por interferir economicamente, o

que preocupava os governantes da época (SANCHES, 2005).

Em 1904, Oswaldo Cruz foi convidado pelo então prefeito Pereira

Passos a comandar o Departamento Nacional de Saúde Pública para realização

de uma reforma sanitária. Contudo, esse movimento ocorreu de forma repressiva

e agressiva, sem nenhum processo de esclarecimento da população.

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Sobretudo por parte das pessoas que viviam nas áreas de maior risco,

removidas de suas casas de forma agressiva e sem muitas explicações o que

gerou uma revolta por parte da população e a várias manifestações (SANCHES,

2005).

A revolta contra a vacina só teve fim no momento em que forças militares

junto com policiais ocuparam o bairro da Saúde e quando Carlos Chagas revogou

a lei de obrigatoriedade de vacinação contra a varíola (SANCHES, 2005).

Após esse processo, as ações sanitárias passam a se preocupar mais com

a Comunicação, procurando agregar conceitos que possibilitassem promover o

esclarecimento e a persuasão da população, com vista a superar as resistências

(PITTA, 1995).

A década de 20 é caracterizada pela implementação dos Centros de Saúde

e da busca pela inserção de práticas de higiene nos núcleos sociais. Os centros

de saúde, além da prática, eram utilizados para promover a higiene junto à

população, principalmente a mais pobre, por meio de palestras e da exibição de

filmes (CARDOSO, 2001, apud PITTA, 2001).

Há uma consolidação da comunicação em massa através do rádio e do

cinema, na década de 30, o que propicia a difusão da comunicação e saúde,

através de palestras e conferências transmitidas por esses meios (SANCHES,

2005).

Também é nesta década, que ocorrem as políticas sociais através da

Constituição de 1934, que regulamenta e determina o novo pacto social. Entre as

ações contidas na Constituição está a criação dos sindicatos, a jornada de oito

horas de trabalho e a determinação do repouso semanal (PITTA, 2001).

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No entanto, mesmo com essas ações devido à redução de recursos e de

pessoal entre diversos órgãos e setores, associados a problemas gestão e de

jurisdição política, ocorre uma redução das ações de saúde pública a meros

aspectos normativos, sem a prática de soluções concretas dos problemas

sanitários existentes naquela época no país (POLIGNANO, 2001).

Embora a utilização da comunicação como ferramenta pelos profissionais

de saúde no Brasil seja antiga, ela só tomou fôlego a partir da década 60. Nesse

período foram criadas as Coordenadorias de Comunicação Social e Serviços de

Informação, que eram vinculados ao Serviço Nacional de Informações (SNI). Esse

movimento separou e especificou as atividades de educação e de comunicação,

que passaram a ter perfis e a pertencer a áreas de atuação diferenciadas

(SANCHES, 2005).

A partir da década de 70 as ações sanitárias passaram a incluir no seu

perfil a Educação e a Comunicação como estratégias para romper as resistências

da população às práticas e hábitos de manutenção e promoção à saúde. Através

da identificação de líderes locais buscaram interagir de forma mais próxima,

obtendo maior eficiência na transferência de informações a população. Esses

líderes passaram ser veículos de comunicação e informação e ajudaram no ajuste

de linguagem para uma melhor compreensão da “população-alvo”. Nesse sentido,

as professoras foram fundamentais, pois promoviam uma interligação entre o

campo de prática e saberes (PITTA, 1995, 2001).

A Constituição de 1988 ao determinar que o direito a saúde era uma

conquista universal, abriu espaço para transformações no sistema de saúde,

originando uma nova dimensão ao conceito de rede, tendo em vista que ampliou

vínculos e relações interorganizacionais no campo das políticas de saúde, através

da criação e introdução de novas instâncias e atores na estrutura de gestão

(TEXEIRA E FLEURY, 2007).

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Dessa forma a partir da criação do Sistema Único de Saúde (SUS) que

estabeleceu o direito universal da saúde aos cidadãos, coube ao Estado organizar

uma nova estrutura de serviços de saúde através do desenvolvimento de

sistemas municipais e estaduais de saúde que exigiram uma nova estruturação e

articulação da esfera governamental com os novos instrumentos de participação

social (idem, 2007).

Essa transformação nas políticas de saúde exigiu o estabelecimento de um

novo e desafiador quadro de gestão uma vez que implementou uma estrutura

organizacional mais democrática e descentralizadora. Dessa maneira as redes de

políticas públicas foram se ampliando.

Para Lucchese (2003) essa modificação tem haver com a

democratização da gestão no âmbito da saúde e envolveu a realização de:

“..Conferências de Saúde, com representação dos vários

segmentos sociais, para a proposição de diretrizes para a política

de saúde, 2) a institucionalização dos Conselhos de Saúde como

órgãos colegiados permanentes e de caráter deliberativo sobre a

política de saúde; e 3) a criação das Comissões Intergestores, nas

esferas federal e estadual, como fóruns de negociação e

pactuação entre os gestores das três instâncias de direção do

SUS para o gerenciamento do processo de descentralização.”

A VIII Conferência Nacional de Saúde de 1986, destaca a expressão da

informação e da educação quando em seu relatório final relata “a educação e

informação plenas, participação da população na gestão e controle dos serviços e

ações de saúde”. Em decorrência há uma mudança de necessidades para os

domínios da Comunicação em Saúde. Os eventos de comunicação e saúde

passam a discutir os novos papéis a serem realizados pela comunicação

institucional e seu processo dentro das redes públicas de saúde (PITTA, 2001).

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O ano de 1989 é caracterizado por uma discussão crítica sobre a

hegemonia do saber técnico de práticas de comunicação e educação em saúde,

pois se encontravam voltados para adesão de normas de comportamento e

prevenção através do histórico de doenças e das metodologias aplicadas. Há

também uma discussão sobre os veículos de comunicação, principalmente

televisão, pela forma como transmitem e divulgam as campanhas e programas

voltados para a saúde pública. Ora são vistos como importantes aliados no

processo de divulgação da informação, ora são criticados pela falta de informação

adequada e de visibilidade a posições contrárias dos serviços de saúde

governamentais (PITTA, 2001).

Contribuem para o processo de discussão crítica contemplada em 1989 o

direito ao acesso a informação em poder governamental, a necessidade de

garantia de autonomia dos movimentos sociais, a independência editorial de

publicações do sistema público e o seu uso indevido, além da preocupação por

uma transparência das Secretarias de Saúde (PITTA, 2001).

Em 1990, no então governo Collor há uma suspensão de publicações e

impressões de materiais no Ministério da Saúde que passa a ser “orientado e

disciplinado” pela Assessoria de Comunicação por conta da instituição do

Subsistema de Comunicação Social. E a pedido do Ministro da Saúde a

Fundação Oswaldo Cruz recebe a incumbência de preparar um “Plano de

Comunicação Social” (PITTA, 2001).

O documento elaborado pela Fundação ressaltava entre outras coisas a

necessidade de: uma visão interdisciplinar do tema comunicação, o acesso amplo

a informação pelos diversos setores da sociedade brasileira, maior

esclarecimento dos direitos de cidadania, ressaltando a importância da

organização dos Sistemas de Informação para apoio aos processos de tomada de

decisão, além de propor como princípios “comunicação de mão dupla” e

descentralização das ações de comunicação e educação de acordo com as

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especificidades regionais, respeitando as diferenças culturais, epidemiológicas e

interdisciplinaridade nas ações.

No entanto, o Ministério da Saúde ao publicar preliminarmente o Plano de

Comunicação Social utiliza-se de parte desse documento e introduzem outros no

campo do maketing social. Voltando o contexto de ações centralizadoras

apresentando nesse documento uma visão populista, assistencialista e

nacionalista (PITTA, 2001).

A Comunicação Social volta a ser pauta na IX Conferência Nacional de

Saúde, que é destacada pela tendência governamental de conceber as práticas

de comunicação e informação nos serviços de saúde de forma campanhista e

desenvolvimentista (PITTA, 2001).

Muitas discussões e debates setoriais são realizados no âmbito da

Associação Brasileira de Pós-Graduação em Saúde Coletiva, em 1992. Entre os

debates realizados prepondera uma crítica as teorias “especulares” ou “lineares”

da Comunicação, além do desenvolvimento de uma nova concepção a chamada

“matemática da comunicação”, tendo embasamento a comunicação como uma

“oferta informacional”, buscando assim a democratização do Estado (PITTA,

2001).

Na X Conferência de Nacional de Saúde, realizada em 1996, há um

aprofundamento das relações entre Saúde, Comunicação e Cidadania, buscando

o delineamento de uma política mais concreta no exercício da comunicação e da

cidadania, assim como coloca a liberdade expressão como direito à comunicação.

Também procurou promover a implantação de um Sistema Nacional de

Informação em Saúde, tendo como base a Lei Federal nº8080/90, com a

finalidade de possibilitar uma maior transparência e permeabilidade do controle

social nos diferentes âmbitos do SUS (PITTA, 2001).

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O Conselho Nacional de Saúde aprova em setembro de 2000, o

“Subsídio para o debate e Formulação de uma Política de (tele) Comunicação”

documento que é definido como uma “carta de princípios” para uma Política

Pública de Comunicação entre o governo e a sociedade.

Que possuía como objetivo a promoção da Saúde e o debate coletivo

dentro dos espaços dos Conselhos de Saúde, com a participação da população.

E propondo que as políticas de comunicação sejam formuladas e acompanhadas

pelos respectivos Conselhos (PITTA, 2001).

A XI Conferência Nacional de Saúde realizada no ano 2000 teve como

ponto a perspectiva de garantia do acesso da população brasileira aos serviços

de saúde e aos processos decisórios setoriais, pressupondo uma formulação de

uma Política Setorial de (Tele) Comunicações (PITTA, 2001).

O encontro foi pautado, por entre outras propostas a formação e

implementação de uma Rede Nacional de Centros de Documentação,

Informação, Educação e Comunicação em Saúde disponível a população e de

uma Rede Nacional de Comunicação composta pelos Conselhos de Saúde,

entidades, movimentos sociais e demais poderes (PITTA, 2001).

No término dos debates, chegou-se a conclusão de que a comunicação é

uma proposta adjetiva que não acontece sem estar vinculada a uma ação, e que

não pode existir sem uma articulação social concreta.

Também foi falado sobre a representação dos Conselhos de Saúde e sua

participação e interiorização nos movimentos sociais, não apenas como espaços

que facilitam e se adequaram a uma linguagem das informações educadoras e

administrativas do SUS, mas também como um espaço de ampla definição de

políticas de comunicação descentralizada, com a possibilidade de inclusão de

diversos atores sociais responsáveis pelas políticas públicas de saúde do país e

pelo controle social do Estado (PITTA, 2001).

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Além disso, a articulação de uma convergência das redes existentes em

uma “rede de comunicação” passou a ser um desafio, tendo em vista o

autoritarismo da gestão e do planejamento em nosso país (PITTA, 2001).

O que vemos hoje é que a comunicação passou a ser uma preocupação

presente nas políticas públicas do país. Na área da saúde ela não é mais vista

como apenas um processo de assessoria de imprensa e sim como o meio que

pode proporcionar a interação entre os profissionais de saúde, conselhos e

cidadãos. Ultrapassando assim, as dificuldades de articulação e de uma melhor

utilização das ferramentas de comunicação por parte das três esferas

governamentais (CORREA E ROZENDO, 2002).

A busca para um melhor entendimento da Comunicação e Informação por

parte dos representantes sociais e da própria sociedade se torna essencial para o

desenvolvimento e fortalecimento do Sistema Único de Saúde.

Mas o que é Comunicação? E o que é Informação?

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CAPÍTULO II

ASPECTOS CONCEITUAIS

Para uma melhor compreensão sobre a Comunicação e sua utilização

como uma ferramenta gestão em saúde se faz necessário, primeiramente,

entender conceitualmente o que ela é e a que se destina.

A palavra comunicar tem sua origem no latim “comunicare” e significa

“tornar comum; fazer saber, pôr em contato ou relação; ligar, unir”,

da mesma forma comunicação é definida no Novo Dicionário Aurélio

da Língua Portuguesa como um “Processo de emissão, transmissão e recepção

de mensagens por meio de métodos e/ou sistemas convencionados.”, ou ainda,

“A capacidade de trocar ou discutir idéias, de dialogar, com vista ao bom

entendimento entre pessoas.”.

Para o filósofo J. Dewey ( apud Angeloni, 1993) a comunicação “...é o

processo de repartir a experiência para que ela se torne patrimônio comum e que

modifica a disposição mental das partes associadas.”.

Os meios ou formas pelos quais ela se processa podem ser

relacionados como interpessoal, de massa e não-verbal, sendo entendidas como:

A comunicação interpessoal é aquela realizada entre duas ou mais

pessoas diretamente ou com o auxílio do telefone, carta ou internet;

A comunicação em massa se realiza por meio dos rádios, televisão,

jornais e revistas, abrangendo uma quantidade maior de pessoas que podem

estar em diversos locais;

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Comunicação não-verbal que ocorre através de símbolos, sem o uso

da fala ou escrita (ROZEMBERG E XAVIER, 2004).

A partir dos conceitos e das formas pelas quais se processa a

comunicação é possível compreender a sua ligação com a origem de toda

civilização humana, pois através do seu ato intrínseco aos indivíduos, possibilitou

a aproximação e convivência, o compartilhamento de conhecimento e o

aprendizado, proporcionando a interação, as manifestações populares e culturais,

sendo assim pode ser entendida como um ato social (ROZEMBERG E XAVIER,

2004).

A comunicação é o meio por onde fluem os dados, a informação e o

conhecimento, essenciais no processo de comunicação e indispensáveis na

tomada de decisões dentro das organizações.

Mas o que são dados, informação e conhecimento?

Para Angeloni (2003, p. 17-22) dados são “elementos em estado bruto,

sem significado, desvinculados da realidade” ou ainda “Elementos que constituem

a matéria-prima da informação”, ou seja, palavras que se agrupam ou não mais

que não possuem um significado aparente.

A palavra informação provém do verbo informar que segundo o Novo

Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa significa “comunicar, participar”, sendo

assim informação é um conjunto de dados cujo objetivo é comunicar/participar.

Para o autor Malhotra (apud ANGELONI, 1993) informação é algo mais: “a

matéria-prima para se obter o conhecimento”.

É certo que existe uma ligação da informação com o “poder”, quando

por exemplo um grupo comanda o outro por conta de maiores “saberes”, esse

estado não é necessariamente pernicioso, no entanto, quando utilizado de forma

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incorreta leva a perda do diálogo e do processo de troca de informação. Portanto

essa relação deve ser encarada com responsabilidade (Rozemberg e Xavier,

2004).

Para Weber (1995, p. 153), o poder só existe quando as pessoas agem

de forma coletiva, sendo o elemento essencial para a vida em grupo.

O conhecimento segundo Angeloni (2003, p.17-22) é a informação

assimilada pelos indivíduos, dessa forma, pode-se entender que a informação é o

meio do individuo obter o conhecimento, o aprendizado.

A mesma autora relata que o conhecimento esta estritamente ligado ao

individuo, sua percepção e a maneira como a utiliza, para ela o grande desafio “é

o de transformar dados em informação e informação em conhecimento,

minimizando as interferências individuais nesse processo”.

Todavia, para Rozemberg e Xavier (2004, p. 21-22) o conhecimento é

quando o conhecimento é adquirido “a partir de informações corretas, criteriosas,

e de um processo de reflexão crítica e consciente, e fruto de uma decisão

fundamentada que leva a mudanças”. Para eles, o processo de conhecimento não

é apenas individual, mas também coletivo e compartilhado. Além disso, ressaltam

que tanto o conhecimento como a comunicação, são construídos de forma

“dialógica e dialética”.

A partir do detalhamento de cada um desses elementos e sua ligação

com a comunicação é possível compreender a sua importância e o seu papel

dentro de uma gestão nas instituições e redes sociais, bem como entender que

um agir comunicativo favorece um processo reflexivo conjunto, tomada de

decisão e auxilia na ação comunitária (HABBERMAS APUD MARTINS, 2003).

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No entanto, vale ressaltar que o processo comunicativo não se dá de

forma aleatória, principalmente dentro dos projetos. É necessário que ocorra um

planejamento e um fluxo.

No qual são desenhadas as redes e os participantes, bem como os

meios pelos quais ela será processada.

Isso é importante para que não haja uma perda, tal qual telefone sem

fio, pois sem a uma gestão comunicativa muitos projetos se perdem e as

informações ficam tal qual telefone sem fio.

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CAPÍTULO III

Desafios para qualificar a Comunicação na

Gestão de Projetos de Saúde e Educação

Na atualidade, o desenvolvimento das redes públicas de saúde remete

a necessidade de uma reflexão e adequação dos desafios imediatos e das

consequentes implementações de abordagens descentralizadoras, buscando o

compartilhamento das decisões e a participação dos trabalhadores, visando

formar um consenso, a cooperação interdisciplinar e o aumento da qualidade do

processo de responsabilidade nos serviços, sistemas e programas de saúde

(KOPF E HORTALE, 2005).

Dando seguimento a esse posicionamento, a comunicação apresenta-

se como um elemento importante e estratégico no processo de desenvolvimento

da gestão em redes, pois é a base para que haja a descentralização de poder e

da informação, privilegiando o conhecimento, proporcionando o diálogo das redes

e contribuindo para dignificar o trabalhador e o usuário (KOPF E HORTALE,

2005).

Consequentemente, o papel da comunicação dentro das instituições

está deixando de ser veiculado meramente a um departamento exclusivamente

técnico e operacional, passando a ser entendido como uma importante ferramenta

de trabalho que pode ser utilizada por todos os membros das organizações, além

de ser um elemento imprescindível no estabelecimento das redes intersetoriais e

interorganizacionais (WEBER, 1994, p.152).

O desenvolvimento das redes e mudança de visão tem como objetivo

garantir uma abertura na comunicação, permitindo que a informação não fique

restringida apenas uma parte dos profissionais envolvidos, mas a todos os

envolvidos. Dando a eles o empoderamento e capacidade de manifestação.

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No entanto, no campo da saúde pública ainda é frequente limitar a

utilização da comunicação ao que é feito pela mídia e as assessorias de

imprensa, como as megacampanhas que pouco esclarecem e as cartilhas que

utilizam uma linguagem infantil e unilateral (ROCHA, 2006). Demonstrando que o

emissor pouco se importa com o resultado do processo e colocando o receptor

como um agente passivo, que não interage de forma efetiva no processo da

comunicação.

Isso está mudando com o advento tecnológico, principalmente por

conta das redes sociais. Que permitem aos indivíduos se manifestarem

espontaneamente.

Tal situação gera, atualmente, uma modificação, pois o emissor deve

estar atento e aberto às opiniões, críticas e sugestões do seu receptor, pois só

sendo uma via de mão dupla é que a comunicação pode ser eficiente para que os

objetivos das redes sejam alcançados.

Através desse entendimento, o processo de comunicação interna deve

ser visto prioritariamente, pois os colaboradores são os verdadeiros

multiplicadores dos valores, atividades e serviços de uma organização. É

importante que esse público esteja envolvido, motivado e aberto a informação.

Para isso, a rede interna de comunicação deve adotar estratégias organizacionais

que busquem incentivar o diálogo, a inovação e a participação (TAVARES at all,

2005).

O processo de comunicação e o trabalho em equipe são importantes e

essências para tomadas de decisão, bem como para buscar o consenso e

adequação de diferentes planos de ação. Pois através do trabalho em equipe é

possível obter o maior número de informações e visões diferentes,

proporcionando uma validação de propostas e ações mais pertinentes com os

resultados desejados (ANGELONI, 2003).

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Para Tavares (at all, 2005) a promoção de consenso entre pessoas é

uma tarefa difícil, tendo em vista que cada indivíduo possui expectativas

diferentes. Todavia, expõe que a busca por esse senso comum é necessária

“para que todos caminhem numa mesma direção”.

Angeloni (2003) reforça esse pensamento quando expõe que:

“...A ação comunicativa realmente ocorre quando as pessoas,

livres de autodefesas, buscam chegar a um acordo sobre

determinada situação de decisão, ouvindo e respeitando outros

pontos de vista” (ANGELONI, 2003, p.20).

O consenso nem sempre ocorre, todavia a sua abertura concede aos

indivíduos a oportunidade de expor e explorarem seus aspectos.

Além disso, o uso da comunicação como um elemento da gestão de

projetos precisa ser flexível a todos os níveis e se adequar à cultura do ambiente

onde esta se inserindo. Pois segundo Rivera e Artmann (1999) a: “... A cultura

impõe um elemento de moderação que dificulta o estabelecimento de prazos para

mudança organizacional, que se alimenta da indeterminação do processo de

mudança cultural ...”.

Essas são características similares aos ambientes organizacionais de

saúde, devido à abrangência de trabalho, cuja impossibilidade de uma

uniformização “mecanicista” e a grande dispersão de poderes, sugerem como

melhor caminho uma gestão negociada, mútua e comunicativa (Rivera at

Artmann, 1999).

Durante o I Seminário Nacional de Informação, Comunicação e

Informática em Saúde, realizado em Brasília, no ano de 2005 ocorreram alguns

debates entre os participantes entre eles que a comunicação, antes pensada para

se atingir primeiramente a grande mídia, deve percorrer o caminho oposto,

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iniciando seu processo de mobilização, articulação e integração dos conselhos,

profissionais de saúde e cidadãos (ROCHA, 2006).

Vasconcelos (2006, p.10) enfatiza esse contexto quando expõe que:

“...Cada conselho de saúde, movimento social, entidade sindical

ou instituição deve exercer seu direito de comunicar, produzindo

uma polifonia realmente democrática no campo da saúde...”

Para o autor, as políticas de comunicação em saúde devem buscar o

compartilhamento de poder, com vias à interação e à mobilização populacional.

O mesmo Vasconcelos (2006, p.10) destaca mais uma vez que:

“A comunicação e a informação são vitais para a construção do SUS,

e a falta de conhecimento impede o fortalecimento do Sistema ...”

Segundo o autor, o motivo do entendimento equivocado das pessoas,

que resumem o sistema de saúde ao atendimento hospitalar e a superficialidade e

distorções das matérias vinculadas na imprensa são provenientes da falta de

comunicação.

A Resolução CNS nº. 333/2003 cita que uma das competências dos

Conselhos de Saúde é:

“Estabelecer ações de informação, educação e comunicação em

saúde e divulgar as funções e competências do Conselho de

Saúde, seus trabalhos e decisões por todos os meios de

comunicação, incluindo informações sobre as agendas, datas e

local das reuniões.”.

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Todavia algumas dificuldades como falhas nas informações

requisitadas aos conselhos, as dificuldades de comunicação entre as secretarias

de saúde e os conselhos de saúde e a inclusão digital foram ressaltadas por

representantes e participantes do I Seminário Nacional de Informação,

Comunicação e Informática em Saúde (VASCONCELOS, 2006).

Com vistas a superar essas dificuldades por parte dos conselhos,

algumas estratégias foram adotadas como o cadastro nacional e a implementação

de um projeto de inclusão digital, uma parceria do Ministério da Saúde, a

Fundação Oswaldo Cruz e o Banco do Brasil, na intenção de diminuir as

assimetrias do país no que diz respeito à infra-estrutura de comunicação

(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006).

Da mesma forma que os conselhos de saúde muitas instituições estão

descobrindo o valor da informação e da comunicação em saúde.

O Ministério da Saúde vem procurando implementar políticas com a

finalidade de proporcionar e auxiliar esses processos, como a Política Nacional de

Gestão Estratégica e Participativa no SUS (Participa SUS) e a Política Nacional

de Humanização (PNH), (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2004; 2006).

A Política Nacional de Gestão Estratégica e Participativa no SUS

(Participa SUS), tem como finalidades principais à promoção e o aperfeiçoamento

da gestão estratégica e democrática das políticas públicas no campo do Sistema

Único de Saúde (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006).

No mesmo sentido, a Política Nacional de Humanização (PNH), tem

como proposta a busca da participação e integração dos gestores, trabalhadores

e usuários no fortalecimento do Sistema Único de Saúde (Ministério da Saúde,

2004).

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O Programa de Formação de Agentes Locais de Vigilância em Saúde –

PROFORMAR procurou justamente o desenvolvimento de novas redes de

solidariedade social, através da capacitação de trabalhadores de nível médio das

esferas federal, estaduais e municipais, envolvidos nas atividades da Vigilância,

incluindo as operações de campo no controle de endemias (BATISTELLA at all,

2003).

Dessa forma, este trabalho buscou também uma reflexão do processo

de comunicação e gestão realizadas a partir da experiência com o trabalho na

secretaria executiva do Programa de Formação de Agentes Locais de Vigilância

em Saúde – PROFORMAR e seu entendimento como parte integrante das redes

de Políticas Públicas em Saúde.

Para uma melhor compreensão do programa, no contexto

organizacional o PROFORMAR era composto por uma comissão de coordenação

geral, coordenação de técnico-pedagógica, coordenadores regionais, gerentes

estaduais, tutores, apoios administrativos e dando suporte a todas essas esferas

as secretarias executivas, administrativas e pedagógicas.

Essa estrutura foi necessária devido a sua abrangência territorial (26

estados integrantes) e do envolvimento de instituições federais, estaduais e

municipais, que possibilitou o desenvolvimento de uma gestão comunicativa

calcada na integração, articulação e na descentralização de responsabilidades.

Para a realização do Projeto, foi necessária a implementação de uma

estrutura tecnológica nos estados e o desenvolvimento dos sistemas acadêmicos

e pedagógicos on line, a implementação de um serviço de linha 0800 para que

facilitar a comunicação entre os alunos e tutores para que houvesse a integração

dos dados e informações de todos os estados.

Dessa forma, o Programa precisou também, desenvolver um trabalho

de inclusão digital de seus profissionais, bem como adequar e prover aos espaços

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físicos condições tecnológicas para que as aulas fossem ministradas (Núcleos de

Apoio a docência – NAD).

Toda essa estrutura só foi possível através do desenvolvimento de um

planejamento e de um cronograma de comunicação, que foi sofrendo alterações

conforme o andamento do projeto para poder se adequar as realidades locais. E

envolveram um longo processo de discussão nos estados e municípios.

O projeto precisou intermediar várias discussões entre gestores das

áreas envolvidas, inclusive participando dos conselhos Municipais e Estaduais de

Saúde, para promover um diálogo e um senso comum entre todas as partes

envolvidas.

Isso exigiu por parte da coordenação um acompanhamento frequente

junto aos estados e municípios, que ocorria em alguns momentos a distância e

outros presencialmente de modo que houvesse sempre uma comunicação

articulada e integrada entre em os membros da equipe.

Esse processo de trabalho a superação de dificuldades e uma

flexibilização da gestão por parte dos profissionais.

Em alguns momentos a proposta do curso precisou ser defendida de

modo a não se perder nos processos negociação.

Tal aspecto remete a Weber (1995), quando esta expõe que o

processo comunicativo nas instituições de saúde deve ocorrer de forma planejada

e organizada de modo a possibilitar uma visão ampliada e flexível do ambiente

institucional, para promover o equilíbrio e a integração organizacional, de todos os

envolvidos com o projeto.

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CONCLUSÃO

O desenvolvimento deste estudo possibilitou a compreensão dos

limites e possibilidades de utilização da Comunicação como ferramenta de Gestão

em Projetos de Saúde e Educação no âmbito do SUS , além de proporcionar um

conhecimento de seu processo histórico e uma reflexão sobre o contexto atual no

desenvolvimento das redes de Políticas Públicas de Saúde.

Assim foi possível concluir que a Comunicação em Saúde realizada no

início do século passado através de atividades de promoção sanitária e de saúde

pública era permeada por práticas de força e repressão. E após esse processo,

as ações sanitárias passam a se preocupar mais com a Comunicação,

procurando agregar conceitos que possibilitassem promover o esclarecimento e a

persuasão da população, com vista a superar as resistências (PITTA, 1995).

A partir da década de 70 as ações sanitárias passaram a incluir no seu

perfil a Educação e a Comunicação como estratégias para romper as resistências

da população às práticas e hábitos de manutenção e promoção à saúde (PITTA,

2001).

Esse processo foi consolidado quando em 2000 o Conselho Nacional

de Saúde aprovou os princípios para uma Política Pública de Comunicação entre

o governo e a sociedade, cujo objetivo era o de promover a saúde e o debate

coletivo dentro dos espaços dos Conselhos de Saúde, com a participação da

sociedade.

Atualmente a comunicação passou a ser uma preocupação presente

em todas as políticas públicas do país, no âmbito da saúde, ela não é mais vista

como apenas restrita a uma área de trabalho, mas como um meio que transpassa

a todos os setores de trabalho e que pode proporcionar a integração entre os

profissionais de saúde, conselhos e a sociedade.

Como citado pelo autor J. Dewey (1859-1952, apud Angeloni, 1993) a

comunicação “é o processo de repartir a experiência para que ela se torne

patrimônio comum e que modifica a disposição mental das partes associadas.”.

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Que tem sua base na origem da civilização humana, pois esta intrinsecamente

ligada aos indivíduos e suas manifestações populares e culturais, dessa forma

podendo ser entendida como um ato social (ROZEMBERG E XAVIER, 2004).

Dentro das organizações de saúde e educação o comprometimento

com a comunicação é maior por conta dos serviços prestados à sociedade,

tornando o seu processo essencial para o desenvolvimento adequado dos

trabalhos realizados.

Todavia, a implementação de uma política de comunicação institucional

depende de uma aceitação e abertura por parte de seus profissionais, pois em

algumas vezes incide em mudanças estruturais e de posicionamento (WEBER,

1994).

É necessário destacar que todo processo de comunicação necessita de

um suporte qualificado aos seus projetos, uma mudança na forma de se registrar,

pesquisar e difundir dados e informações por parte de seus trabalhadores e da

compreensão e mobilização de seus profissionais junto ao seu público alvo

(TAVARES at all, 2005).

Para que isso aconteça é importante à estruturação de um

planejamento realizado através da uma análise do ambiente, da percepção das

estratégias institucionais, do equilíbrio e da integração entre os interesses

organizacionais, de seus colaboradores e do público a qual atende (WEBER,

1995).

Não basta apenas querer, é necessário um direcionamento e o

entendimento dos objetivos e metas do processo comunicativo, além da

realização de um acompanhamento contínuo e planejado, que deve ser flexível a

alterações que se façam necessárias no seu decurso. Sem isso, a chance de se

obter um retorno, desse trabalho, fica comprometida.

A adequação de uma nova visão dos elementos e características da

Gestão no Sistema Público de Saúde remete a reflexão da necessidade da

implementação de abordagens descentralizadoras, que propiciem a participação

dos profissionais nas tomadas de decisão, tornando o diálogo algo importante e

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essencial para a construção e o direcionamento de ações consensuais, da

cooperação interdisciplinar e o aumento do processo de responsabilidade nos

serviços, sistemas e programas (KOPF E HORTALE, 2005).

A abertura do diálogo e mudança de visão por parte dos envolvidos nos

projetos é essencial para que o mesmo ocorra de acordo com seus objetivos e

metas.

É necessário compreender que nem sempre haverá um consenso por

parte de todos os envolvidos, entretanto isso não desqualifica o processo de

gestão. Pelo contrário, significa que o mesmo está no caminho ao qual se propôs

no que tange a interação das partes envolvidas.

A busca por ultrapassar um contexto de solidariedade calcada na

lógica capital-trabalho, produziu o surgimento no cenário social de novas

modalidades de organização dos movimentos políticos-culturais, com base na

complexidade de novas redes de solidariedade social e na mistura de classes,

ideologias, etnias, que acabam por impactar numa nova configuração de

fronteiras geopolíticas e administrativas (PITTA E MEGAJEWSKI, 2000).

Sendo assim, a comunicação é um elemento estratégico de uma

gestão possibilitando a descentralização de poder, de informação, privilegia o

conhecimento, dignifica o trabalhador e o usuário, além de possibilitar o diálogo

das redes de saúde (KOPF E HORTALE, 2005).

Também foi possível refletir sobre a realização do processo de

comunicação, com suas dificuldades e superações, dentro um programa com

abrangência nacional como o PROFORMAR.

Através da percepção do Programa de Formação de Agentes Locais de

Vigilância em Saúde - PROFORMAR como parte integrante das redes de

Políticas Públicas em Saúde, e um Projeto que teve como objetivo proporcionar a

Educação em Saúde através de uma “(...) mudança organizacional da atenção da

Saúde (...)” (BATISTELLA at All, 2003) a interlocução, articulação e integração

das esferas federais, estaduais e municipais de saúde e educação no âmbito do

Sistema Único de Saúde.

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Uma gestão bem sucedida só irá acontecer quando o planejamento da

comunicação com seus desdobramentos for levado a sério como uma ferramenta

importante para que a mesma ocorra sem que haja prejuízos para o projeto.

Ainda mais os que envolvem uma abrangência e uma gama grande de atores

estratégicos envolvidos.

Encontrar o equilíbrio nesse processo é um dos desafios para os

gestores, pois o excesso de comunicação também prejudica.

O volume muito grande informação pode confundir ao invés de elucidar

e interagir os envolvidos. Levando assim muitas vezes ao projeto a perder um

tempo grande na minimização dos danos causados. Atrasando

consequentemente seu cronograma de execução.

É o que ocorre hoje nas redes sociais e outras mídias de informação.

Onde o volume de informação é tão grande em determinados assuntos que acaba

virando uma colcha de retalhos, com informações muitas desencontradas e

descabidas.

Nesse aspecto, o uso de uma Gestão em Rede se mostra como

possibilidade no fortalecimento das Políticas Públicas de Saúde e algo a ser

pesquisado com maior profundida, pois se utiliza também da comunicação como

ferramenta para promover a descentralização de poder e auxilia os gestores e os

profissionais de Saúde.

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