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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
A IMPORTÂNCIA DA FILOSOFIA NA FORMAÇÃO DO DOCENTE
DO ENSINO SUPERIOR
Por: Emmanuel Rodrigues de Oliveira Neto
Orientadora
Prof. Mônica Ferreira de Melo
Rio de Janeiro
2014
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
A IMPORTÂNCIA DA FILOSOFIA NA FORMAÇÃO DO
DOCENTE DO ENSINO SUPERIOR
Apresentação de monografia à AVM Faculdade
Integrada como requisito parcial para obtenção do
grau de especialista em docência do ensino superior
Por: Emmanuel Rodrigues de Oliveira Neto.
3
AGRADECIMENTOS
A minha esposa Sandra por ter me incentivado e
ajudado na digitação, a minha orientadora Mônica
Melo, Aos meus amigos da pós-graduação que me
incentivaram e acreditaram em mim.
4
DEDICATÓRIA
A todos filósofos por deixarem tesouros
magníficos em seus ensinos.
5
RESUMO
O primeiro capítulo destaca a importância da Filosofia para a formação do
ser humano, com argumentações de diferentes autores. No segundo capítulo
apresento a Proposta Curricular da AVM Faculdade Integrada e no capítulo
terceiro contém a explanação da Filosofia na prática docente. A filosofia na
prática docente vai nos explicar os pressupostos dos atos de educar, ensinar e
apreender em relação às situações de transformação cultural da sociedade.
6
METODOLOGIA
O estudo será desenvolvido pela Pesquisa Bibliográfica, Webgráfica,
documental, entrevistas, legislação etc, mediante aos seguintes autores:
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda; MARTINS, Maria Helena Pires, CHAUÍ,
Marilena, COTRIN, Gilberto, GHIRALDELLI JR. Paulo, JASPERS, Karl,
LORIERI, Marcos Antônio; Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei
nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996.
7
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 8
CAPÍTULO I - IMPORTÂNCIA DA FILOSOFIA PARA A
FORMAÇÃO DO SER 12
CAPÍTULO II - PROPOSTA CURRICULAR 18
CAPÍTULO III – FILOSOFIA NA PRÁTICA DOCENTE 22
CONCLUSÃO 30
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 33
ÍNDICE 36
8
INTRODUÇÃO
A Filosofia é uma cadeira de reflexão profunda, acerca de uma dada
realidade, com o fim de encontrar a “verdade”, por muitas pessoas ela é vista
pela como algo inútil, principalmente num contexto onde a ênfase por questões
práticas domina, considerando útil apenas o que apresenta resultados
imediatos em forma de dinheiro, poder e fama.
Assim é fundamental que se resgate na mentalidade do docente a
utilidade da Filosofia, que em última análise reflete sobre a realidade, não
apenas para constatar como é, mas como pode ser.
Com frequência ouvimos os acadêmicos dizendo que, a cadeira de
Filosofia é inútil e demasiado complexa, não há empenho em aprofundar-se na
busca do sentido e do valor da Filosofia.
Esta situação acontece porque não se faz a relação da Filosofia com o
cotidiano, ficando esta, desconectada da realidade. A partir da nossa
experiência como aluno na AVM Faculdade Integrada, percebemos que alguns
professores não a utilizam em suas disciplinas como se esta fosse algo
desvinculado do processo de ensino e aprendizagem e da construção do
9
conhecimento. Impera a idéia de que Filosofia é o estudo dos filósofos, como
se fosse um conhecimento do passado da humanidade e que nada tem a ver
com o presente e o futuro.
Neste contexto está situado nosso problema de pesquisa:
Qual a percepção que o acadêmico tem da Filosofia e sua importância na
formação docente?
No Brasil, durante o Regime Militar, a Filosofia foi excluída dos
currículos escolares, sendo considerada subversiva, e agora a partir da
abertura política retorna aos currículos escolares, porém somente se torna
obrigatória no Ensino Médio, ficando mais uma vez limitada a áreas
específicas, geralmente àquelas ligadas à formação de professores. Nos
cursos de graduação, não se torna conhecida e passa a ser desdenhada pelos
acadêmicos principalmente dos cursos de ciências exatas e técnicas.
Assim, são propósitos deste estudo, tanto em âmbito geral quanto
específico, analisar, investigar, e provocar a reflexão acerca da concepção que
o acadêmico tem da Filosofia e da sua importância para a formação humana e
docente.
10
Nenhum docente pode considerar-se capacitado no momento em que
recebe o diploma de graduação, pois ele nada mais é do que uma “chave” com
a qual abrirá novas portas em busca de novos desafios, assim refletir acerca do
conhecimento e da utilização do mesmo torna-se essencial no processo da
formação do docente do ensino superior.
O conhecimento traz à luz da realidade e a partir dele é que a mesma
pode ser transformada. Do ponto de vista da Filosofia o conhecimento que se
pode ter do mundo humano pode oferecer bases mais sólidas nas interações
sociais que produzem, mantêm ou transformam a sociedade.
Partimos da premissa de que o Ensino Superior é o espaço favorável
para formar indivíduos capazes de efetivarem essa mudança, que
supostamente estaria construindo conhecimentos e que o indivíduo ao
construí-los, assume uma responsabilidade social da qual não poderá se
esquivar.
Especialmente no caso da Faculdade que é responsável pela difusão e
construção do conhecimento através do tripé, ensino, pesquisa e extensão,
constata-se a necessidade de formar acadêmicos comprometidos com seu
papel social e que assumam essa responsabilidade que, etimologicamente e
11
em última instância, significa responder, dar respostas, entendo que sem
Filosofia torna-se quase impossível a efetivação desta “verdade” que o
acadêmico deve perceber.
Mediante aos estudos no ensino médio o autor dessa monografia
observava a dificuldade de aceitação da disciplina por parte dos alunos, bem
como a descaracterização da mesma por alguns professores que muitas vezes
a transformam em aulas de debates sobre artigos de revistas ou questões de
adolescentes que pouco contribuem para o desenvolvimento da reflexão
filosófica. Quando estes alunos chegam a Faculdade sem uma fundamentação
do que seja a Filosofia rejeitam-na.
Consciente de que esta visão ingênua da Filosofia está vinculada ao
despreparo do professor do Ensino Médio e consequentemente daquele que
será professor no Ensino Superior, reafirmamos a importância de pesquisar
qual a percepção da Filosofia pelos alunos do Ensino Superior para a partir daí
sugerir um trabalho de reformulação da postura docente e curricular nas
diferentes áreas do conhecimento.
O primeiro capítulo destaca a importância da Filosofia para a formação
do ser humano, com argumentações de diferentes autores. Fiz também uma
12
explanação na qual apresento a relação existente entre educação e sociedade,
partindo do fato de que o contexto social, político e econômico determina a
estruturação do sistema educacional, influenciando assim a formulação dos
objetivos educacionais, bem como a escolha de conteúdos e métodos de
ensino.
No segundo capítulo apresento a Proposta Curricular da AVM
Faculdade Integrada e o ensino da Filosofia, considerando seus aspectos
gerais os quais são fundamentados na teoria histórico-cultural de Karl Marx.
Com base na teoria histórico-cultual de Marx pretende constituir um sistema
educacional que favoreça a construção de sujeitos históricos.
O capítulo terceiro contém a explanação da Filosofia na prática
docente. A filosofia na prática docente vai nos explicar os pressupostos dos
atos de educar, ensinar e apreender em relação às situações de transformação
cultural da sociedade.
Desta maneira se estrutura esta monografia, onde ao final exponho
minhas conclusões e pareceres a partir das experiências que vivenciei em
busca de respostas ao problema apresentado, bem como as referências
bibliográficas nas quais fundamentei meu trabalho.
13
CAPÍTULO I
IMPORTÂNCIA DA FILOSOFIA PARA
A FORMAÇÃO DO SER
Dentro do contexto da educação, é possível perceber um certo número
de literaturas que discutem a Filosofia na formação do docente, o que nos leva
a pensar se aqueles que ingressam no Ensino Superior concebem a idéia do
que é ser acadêmico, já que, segundo Josef Pieper, em seu livro “Que é
acadêmico? Que é Filosofia?”, o termo nada tem a ver com a definição pura
que nos remete a escola de Platão, mas sim a essência da academia, já que é
certo e “incontestável que a escola platônica de Atenas era uma escola
filosófica, um círculo de Filosofia” (1981, p. 57).
Com isso o que a caracterizava era a Filosofia, “o modo filosófico de
encarar o mundo” (1981, 57 p.) Podemos então a princípio estabelecer que
“acadêmico quer dizer filosófico. Diríamos então que formação acadêmica é
formação filosófica, ou, pelo menos baseada na Filosofia. Conclui-se então que
um estudo sem Filosofia não é um estudo acadêmico”. É necessário também
que se conceba o que quer dizer Filosofia. Geralmente há uma visão clássica
em que “encarar uma coisa filosoficamente significa, abstrair-se completamente
de tudo que costuma chamar-se de ‘vida-prática.’ ”
14
Podemos observar que para que o estudante do Ensino Superior
elabore o conceito de acadêmico, faz-se necessário que este possa conceituar
Filosofia e conhecimento filosófico.
No portal do Mec (//portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/ldb.pdf) temos a Lei
de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LBD) Lei nº 9.394, de 20 de
dezembro de 1996. Esta Lei estabelece as diretrizes e bases da educação
nacional, no CAPÍTULO IV que fala sobre a Educação Superior no Artigo 43º
temos as seguintes orientações:
Art. 43º. A educação superior tem por finalidade:
I - estimular a criação cultural e o desenvolvimento
do espírito científico e do pensamento reflexivo;
II - formar diplomados nas diferentes áreas de
conhecimento, aptos para a inserção em setores
profissionais e para a participação no
desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar
na sua formação contínua;
III - incentivar o trabalho de pesquisa e investigação
científica, visando o desenvolvimento da ciência e da
tecnologia e da criação e difusão da cultura, e, desse
modo, desenvolver o entendimento do homem e do
meio em que vive;
15
IV - promover a divulgação de conhecimentos
culturais, científicos e técnicos que constituem
patrimônio da humanidade e comunicar o saber
através do ensino, de publicações ou de outras
formas de comunicação;
V - suscitar o desejo permanente de
aperfeiçoamento cultural e profissional e possibilitar
a correspondente concretização, integrando os
conhecimentos que vão sendo adquiridos numa
estrutura intelectual sistematizadora do
conhecimento de cada geração;
VI - estimular o conhecimento dos problemas do
mundo presente, em particular os nacionais e
regionais, prestar serviços especializados à
comunidade e estabelecer com esta uma relação de
reciprocidade;
Na LBD no artigo 43º temos vários parâmetros filosóficos, onde se cada
instituição e futuros docentes seguirem estarão desenvolvendo um espírito
filosófico necessário para a realidade do contexto no nível superior.
16
Partindo do pré-suposto de que “filosofar” é um ato em que é
ultrapassado do mundo do trabalho, da utilidade, do oportunismo, da
produtividade, do exercício de uma função, o mundo das necessidades e do
produto, o mundo da fome e do modo de saciá-la, o qual é dominado pelo
objetivo, realização do bem comum, mundo do trabalho na medida em que
trabalho significa o mesmo que atividade útil, a qual tem o caráter de atividade
e esforço ao mesmo tempo.
Assim quando se diz que filosofar é um ato que ultrapassa, transcende
o mundo do trabalho, percebemos que “filosofar” aparentemente um ato
teórico, “abstrato” transforma-se de repente num ato historicamente de extrema
atualidade.
Como são infindáveis as perspectivas desde as quais um assunto pode ser abordado, vemos aí então que a aprendizagem não termina nunca, o que torna perigosa, diria mesmo ridícula a postura de quem se acha o dono do saber (MORAIS, p.12).
Porém podemos afirmar que a hodierna situação da Filosofia é, antes
de tudo, caracterizada por esse agravamento, por essa ameaça do totalitarismo
por parte do mundo do trabalho e não pela problemática interna da própria
Filosofia.
17
A Filosofia aparece cada vez mais, com aspecto de algo estranho, de
mero luxo intelectual, de algo incompatível e indigno de ser tomado a sério,
quando a exigência do mundo do trabalho, cada vez mais exclusivamente
embarga os passos do homem (1981, p. 4). Recordemos as ocupações que
dominam o dia de trabalho do homem de hoje, encontramos a correria diária
atrás da existência meramente física, alimentação, vestuário, habitação, enfim
as necessidades de progresso, de desenvolvimento, as lutas pelo
aproveitamento dos bens da terra, as oposições de interesses. E neste mundo
do trabalho encontramos também formas espúrias e mentirosas de pseudo-
atitudes fundamentais no que se refere a religião, a arte, aos comportamentos,
ao amor e a Filosofia.
Num mundo onde não pode florescer o aspecto religioso, onde a arte
não encontra lugar, onde o abalo da morte e do erro sé privado de sua
profundidade, e banalizado, aí não poderá florescer a Filosofia. (1981, p. 7)
Todas essas pseudo-atitudes fundamentais concordam em não só não
transcender, mas ainda em fechar o mundo mais e mais debaixo da cúpula, e
em enclausurar totalmente os homens no mundo do trabalho. (1981, p. 8).
É possível ratificar aqui através das palavras de Josef Pieper,
18
a importância da Filosofia que é “in-úitil”, no sentido de ausência de utilidade e de aplicação imediata, porém extremamente útil na busca do saber. Devemos aqui considerar as palavras de Francis Bacon, que disse: “saber e poder são a mesma coisa”, e: “o sentido de todo saber é dotar a vida humana de novas invenções e meios de subsistência”, ou ainda de Karl Marx ” A Filosofia até agora só viu como tarefa sua interpretar o mundo: trata-se agora de transformá-lo (p.11)
Assim a tese de Josef Pieper afirma que pertence a essência do ato de
filosofar que ele transcenda o mundo do trabalho (1981, p.12). Vamos agora
considerar o aspecto filosófico da formação acadêmica, acreditamos que todo o
estudante universitário que se decide por determinada profissão espera que o
saber adquirido se torne frutuoso e útil. Assim entendemos que a finalidade do
estudo universitário, é, precisamente, formar médios, químicos e juristas
capazes encontramos aí a importância de preocupar-se com a finalidade do
conhecimento ou daquele que vai adquiri-lo.
“Todo aquele que quer ensina-aprender, deve estar de posse da arte de manter-se firme em suas convicções sem ser dogmático, e respeitoso das convicções alheias sem ser subserviente” (p.12).
Por isso se faz necessário que se determine concretamente a “maneira
filosófica” de estudar um ramo espacial da ciência, por exemplo, a química (p.
60). É importante que fique claro o fato de que a Filosofia não é uma “matéria”
ao lado de outras matérias de estudo, até mesmo a Filosofia pode ser estudada
enquanto matéria de estudo de maneira bem pouco filosófica. Assim a
19
formação universitária só terá um caráter acadêmico, quando a Filosofia for de
fato, o princípio orientador da pesquisa e for encarada como uma atitude
fundamental diante do mundo.
Na LBD encontramos no artigo 44 e 45 as abrangências que o nível
superior deve ter:
Art. 44º. A educação superior abrangerá os seguintes
cursos e programas:
I - cursos seqüenciais por campo de saber, de diferentes
níveis de abrangência, abertos a candidatos que atendam
aos requisitos estabelecidos pelas instituições de ensino;
II - de graduação, abertos a candidatos que tenham
concluído o ensino médio ou equivalente e tenham sido
classificados em processo seletivo;
III - de pós-graduação, compreendendo programas de
mestrado e doutorado, cursos de especialização,
aperfeiçoamento e outros, abertos a candidatos diplomados
em cursos de graduação e que atendam às exigências das
instituições de ensino;
IV - de extensão, abertos a candidatos que atendam aos
requisitos estabelecidos em cada caso pelas instituições de
ensino.
20
Art. 45º. A educação superior será ministrada em
instituições de ensino superior, públicas ou privadas, com
variados graus de abrangência ou especialização.
O nível superior permite que aquele saiu do ensino médio ingresse
numa realidade de maior reflexão, que é o um dos fundamentos da filosofia.
Para Josef Pieper “a maneira filosófica de se estudar uma matéria
particular poderia ser o remédio contra aquilo que, desde há muito, é
considerado a ruína da vida acadêmica em nossas universidades: a demasiada
especialização” (p. 63).
Nas palavras de Edgar Morin (1999):
“Nossa tarefa como educadores do futuro está em
unir/globalizar, tomar consciência de que o
conhecimento só será pertinente e válido, na medida
em que reconhecer o contexto, o global, o
multidimensional, o complexo”. (p.46)
Dentre as argumentações do autor, existem dois aspectos que, a meu
ver, são problemáticos na Universidade Brasileira. Um, refere-se á supremacia
do conhecimento fragmentado, que impede de operar o vínculo entre as partes
e a totalidade. Existe a dificuldade de se perceber que as partes e o todo se
21
relacionam e influenciam-se mutuamente. Sem a tomada de consciência de
que é necessário situar, conhecimento político, econômico, antropológico,
ecológico, filosófico enfim, tudo no contexto e no complexo planetário, a
Universidade não será capaz de cumprir sua função.
Karl Jaspers em seu livro ‘Introdução ao pensamento filosófico’, afirma:
“Estamos no mundo, mas nunca temos, por objeto, a totalidade do mundo. Aos
olhos do nosso conhecimento o mundo não aparece como unidade inteiriça,
mas fragmentada.” Além disso, vivemos um momento de crise em um mundo
de enigmas que se conflitam, o gênero humano está infeliz, a ciência dá lugar a
superstição da ciência e esta sob a máscara de pseudociência lembra um
amontoado de extravagâncias onde não está presente ciência, nem filosofia
nem fé. Ao refletir diante das colocações de Karl Jaspers pude concluir o
quando é urgente trazer à luz a consciência do homem, e esta é sem dúvida a
missão da Filosofia.
A produção do conhecimento que visa o bem comum é
responsabilidade de todos, especialmente do Ensino Superior que não pode se
omitir dessa (CHAUÍ, p. 17) “reflexão ampla em busca do fundamento e do
sentido da realidade em suas múltiplas formas indagando o que são, qual sua
permanência e qual a necessidade interna que as transforma em outras. O que
é o ser e o aparecer-desaparecer dos seres” (CHAUÍ, p. 26).
22
Partindo por esta premissa é possível aplicar uma nova pedagogia ao
currículo escolar, a partir do momento em que professores e professoras
percebam que suas disciplinas pouco contribuem se não estiverem
relacionadas ao contexto histórico e social do processo de construção do
conhecimento. é certo que não é simples, já que, como se sabe, existem
muitos docentes que ainda se sentem os donos do saber e resistem em aceitar
que o aluno é um sujeito histórico e a educação, um processo dialético.
“Quem se dedica a filosofia põe-se a procura do homem, escuta o que ele diz, observa o que ele faz e se interessa por sua palavra e ação, desejoso de partilhar, com seus concidadãos, do destino comum da humanidade.” (JASPERS, 2003, p. 140).
Tendo então discorrido sobre a importância da filosofia para formação do ser
humano e principalmente do docente do ensino superior, refletiremos no
próximo capítulo sobre a proposta curricular do curso para formação de
docentes para o ensino superior na AVM Faculdade Integrada.
23
CAPÍTULO II
PROPOSTA CURRICULAR
Neste capítulo o autor vai apresentar a Proposta Curricular da
Faculdade AVM Integrada no Curso de Docência do Ensino Superior,
destacando tanto os aspectos gerais que a fundamentam, quando os
específicos, referentes à Filosofia.
2.1.Curso de Docência do Ensino Superior
EMENTA
O curso de docência do ensino superior visa
favorecer profissionais, já graduados, que atuam ou
desejam atuar na prática docente em instituições de
ensino superior, através de uma metodologia
diferenciada, fundamentação teórica e legal, além de
ferramentas pedagógicas e administrativas,
desenvolvendo, implementando e aprimorando
processos educacionais, possibilitando assim
resultados eficientes e eficazes durante a prática.
2.1.1.Disciplinas
24
A) DIDÁTICA DO ENSINO SUPERIOR
B) DINÂMICA DE GRUPO
C) DIREITO E LEGISLAÇÃO EDUCACIONAL
D) FUNDAMENTOS BIOLÓGICOS DA EDUCAÇÃO
E) FUNDAMENTOS PSICOLÓGICOS DA EDUCAÇÃO
F) METODOLOGIA DA PESQUISA E MONOGRAFIA
G) POLÍTICAS EDUCACIONAIS
H) PRÁTICA DE ENSINO
Esta exposição da Proposta Curricular da AVM Faculdade Integrada foi
retirado do site: http://www.avm.edu.br/ o autor desta monografia conclui que a
AVM Faculdade Integrada poderia acrescentar uma disciplina que trabalhasse
mais a filosofia e as suas relações com a docência, pois desta forma ela
ofereceria aos futuros docentes uma visão educacional mais aprofundada da
Filosofia.
Para atingir esta perspectiva mais filosófica no curso de formação de
docentes do ensino superior, poderia unir as seguintes disciplinas DIREITO E
LEGISLAÇÃO EDUCACIONAL e POLÍTICAS EDUCACIONAIS e acrescentar
a disciplina FUNDAMENTOS FILOSÓFICOS DA EDUCAÇÃO.
Então a proposta curricular ficaria assim:
A) DINÂMICA DE GRUPO
B) DIDÁTICA DO ENSINO SUPERIOR
25
C) DIREITO E LEGISLAÇÃO EDUCACIONAL e POLÍTICAS
EDUCACIONAIS
D) FUNDAMENTOS BIOLÓGICOS DA EDUCAÇÃO
E) FUNDAMENTOS PSICOLÓGICOS DA EDUCAÇÃO
F) METODOLOGIA DA PESQUISA E MONOGRAFIA
G) PRÁTICA DE ENSINO
Como uma proposta podemos destacar:
H) FUNDAMENTOS FILOSÓFICOS DA EDUCAÇÃO.
UNIDADE I - FILOSOFIA E FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO:
1.1. A especificidade do saber filosófico.
1.2. O campo de saber da Filosofia da Educação: questões e
tarefas específicas.
UNIDADE II - REFLEXÕES CRÍTICAS ACERCA DO HOMEM E
SUAS IMPLICAÇÕES PARA A EDUCAÇÃO:
2.1. A relação homem-mundo, sob uma perspectiva histórica.
2.2. A relação homem-mundo como ponto de partida da teoria e
da prática pedagógica.
2.3. A vivência do fenômeno educativo.
26
2.4. A educação como fato histórico, político, social e cultural.
UNIDADE III - METODOLOGIA DIALÉTICA NA EDUCAÇÃO:
3.1. A dialética entre o afetivo e o cognitivo.
3.2. A educação como passagem do senso comum à consciência
filosófica.
UNIDADE IV- PRESSUSPOSTOS FILOSÓFICOS DAS TEORIAS
EDUCACIONAIS
4.1. Teorias não críticas.
4.2. Teorias críticas.
UNIDADE V - PRÁXIS EDUCATIVA CONTEMPORÂNEA: UMA
ANÁLISE CRÍTICA
6. METODOLOGIA
A disciplina Filosofia da Educação I será desenvolvida através dos
seguintes procedimentos metodológicos: aulas expositivas e
dialógicas, trabalhos individuais e coletivos (em grupo), estudo
com leitura de textos indicados, debates, seminários e reflexões
de temas específicos.
7- AVALIAÇÃO
27
A avaliação ocorrerá ao longo do processo didático-pedagógico,
utilizando-se de diversos instrumentos para a atribuição das
notas. Constará, basicamente, de atividades integradoras, auto-
avaliação, avaliação da disciplina, resenhas e pesquisas
bibliográficas, obedecendo a critérios estabelecidos
coletivamente.
8. BIBLIOGRAFIA
Este conteúdo programático foi retirado da ementa do
curso de pedagogia da Universidade Federal do Amapá do site:
http://www2.unifap.br/borges.
Os conteúdos das disciplinas acima ficariam os mesmos da proposta
curricular da AVM Faculdade Integrada. Apenas seria acrescentado a disciplina
Fundamentos Filosóficos da Educação.
28
CAPÍTULO III
FILOSOFIA NA PRÁTICA DOCENTE
Neste capítulo o autor traz uma reflexão sobre a importância do papel
da filosofia na prática docente. A proposta deste capítulo é atingir o específico
da filosofia na educação, superando a identificação com a sociologia, como
compreensão da realidade e ideologia dominante; a moral, como ensino de
valores; ou a história da filosofia, pelo estudo dos pensadores e suas idéias.
Do docente do ensino superior espera-se a suficiente qualificação para
pensar na Faculdade como espaço educacional. Pois, quem não pensa é
pensado ou alienado a outrem. Maneira que, cabe a filosofia proporcionar a
tríplice reflexão: antropológica, axiológica e epistemológica.
Neste capítulo será possível ter uma consciência mais aprofundada da
importância da filosofia no cotidiano e na participação da realidade social que
envolve a docência. Mostrando a filosofia como elemento para a leitura e visão
crítica da realidade, com certo grau de rebeldia e com vigor de transformação
social, para os alunos do ensino superior. No entanto, inexpressivo mostram-se
respostas que conduzem a pensar a presença da Faculdade no conjunto da
sociedade. A filosofia na prática do planejamento, como reflexão, pensar e
projetar a Faculdade que queremos, se esmorece. Convém perguntar: a final,
a Faculdade continua sendo pensada por quem? Neste sentido, baseado em
alguns filósofos da educação o autor partilha esta reflexão com acadêmicos e
profissionais da área, sobre a importância da filosofia na prática docente.
29
No mundo, que nos recebe para a existência, a filosofia parece ser algo
obsoleto. Raramente sobrevivem as reformas dos cursos e currículos das
graduações e pós-graduações, com certa indiferença consta nos currículos das
Faculdades. Na sua maioria, os filósofos, para fugir do desemprego e
conseguir seu sustento, abraçam outras áreas do saber, renegando a filosofia a
segundo plano de aperfeiçoamento.
No entanto, a filosofia serve e comanda tudo. Está presente em toda a
decisão e estratégia de ação.
A filosofia se manifesta ao ser humano como uma forma de
entendimento que tanto propicia a compreensão de sua
existência, como lhe oferece um direcionamento para sua
ação, um rumo para seguir ou, ao menos, para lutar por
ele. Ela estabelece um quadro organizado e coerente de
visão de mundo, sustentando uma proposição organizada e
coerente de agir. [...] A filosofia não de modo algum uma
simples abstração independente da vida. Ela é, ao
contrário, a própria manifestação da vida humana e a sua
mais alta expressão. Traduz o sentir, o pensar e o agir do
homem. (LUCKESI, p.23).
Evidente que o ser humano, não se alimenta de filosofia, mas sem
dúvida nenhuma, vive com a ajuda da filosofia. Neste sentido prossegue o
autor em referência,
O que importa ter claro, por ora, é o fato de que a
filosofia nos envolve, não temos como fugir dela. Ela
é como o ar que respiramos, está permanentemente
30
presente. Se nós não escolhermos qual é a nossa
filosofia, qual o sentido que vamos dar à nossa
existência, a sociedade na qual vivemos nos dará,
nos imporá sua filosofia. E como se diz que o
pensamento do setor dominante da sociedade tende
a ser o dominante da própria sociedade,
provavelmente aqueles que não buscam
criticamente o sentido para sua existência assumirão
esse pensamento dominante como o seu próprio
pensamento, a sua filosofia. Quem não pensa é
pensado! [...] a filosofia, portanto, não é tão somente
uma interpretação do já vivido e do que se está
objetivando, mas também a interpretação e desejos
do que está por vir, do que está para chegar. [...] É
um instrumento de ação e arma política e, como tal,
tem se utilizada, em todo o tempo, consciente ou
inconscientemente. [...] é uma interpretação do
mundo e é uma força de ação (p.25-27).
Segundo Luckesi (p.31), as relações entre filosofia e educação parecem
naturais. Enquanto a educação trabalha o desenvolvimento das novas
gerações de uma sociedade, a filosofia é a reflexão sobre o que e como devem
ser ou se desenvolver as gerações e a sociedade. É a filosofia que exige
postura do educador. Por isso diz:
Nas relações entre filosofia e educação só existem
realmente duas opções: ou se pensa e se reflete sobre o
que se faz e assim se realiza uma ação educativa
consciente; ou não se reflete criticamente e opaca o
existente na cultura da vida do dia-a-dia e assim se realiza
uma ação educativa com baixo nível de consciência. [...]
Filosofia e educação, pois, estão vinculadas no tempo e no
31
espaço. Não há como fugir dessa ‘fatalidade’ da nossa
existência. Assim sendo, parece-nos ser mais válido e
mais rico, para nós e para a vida humana, fazer esta junção
de uma maneira consciente, como bem cabe a qualquer
ser humano [...] (LUCKESI, p.32-33).
A propósito do ser humano, vale complementar que os objetivos
educacionais devem sempre compreender a constituição de sujeitos
conscientes, críticos e responsáveis.
Pelo visto, a educação se delineia a partir de uma posição filosófica
definida. Convém compreender as relações entre educação e sociedade, ou
seja, o papel ou a função da educação em relação à sociedade, para a
realização de uma educação comprometida com esta sociedade.
Compreende-se o homem pela sua cultura, por meio do trabalho, com o
qual transforma a natureza e a si mesmo, e que pelo aperfeiçoamento da sua
atividade, é possível mediante a educação, como fator fundamental, a
humanização e a socialização. Compreendo educar como um processo
contínuo, que visa a alcançar na pessoa aquilo que ela possui de mais
humano, isto é, sua intelectualidade, sua afetividade e seus hábitos, para levá-
la à realização de um ideal, perseguido pela sociedade em que se encontra
inserida.
3.1. Natureza da Educação
Quanto a sua natureza, a educação não é simples transmissão da
herança dos antepassados, porém, é processo pelo qual também se torna
possível a gestação do novo e a ruptura com o velho. Isso ocorre de maneira
variável, conforme são as sociedades, estáveis ou dinâmicas. Para Libâneo
(2002), educar (em latim: educare) é conduzir de um estado para outro, é
modificar numa certa direção o que é suscetível de educação. O ato
32
pedagógico pode ser definido como uma atividade sistemática de interação
entre seres sociais, tanto no nível interpessoal, como no nível da influência do
meio. Interação essa que se configura numa ação exercida sobre sujeitos ou
grupos de sujeitos, visando provocar neles mudanças tão eficazes que os
tornem elementos ativos desta própria ação exercida. Presume-se, a
interligação, no ato pedagógico, de três componentes: um agente (um
sujeito(s), num meio social, etc.), uma mensagem transmitida (conteúdos,
métodos, etc.) e um educando (aluno(s), uma geração etc.).
Aqui convém estabelecer algumas nuanças entre educação, ensino e
doutrinação. Educação é um conceito genérico, amplo, que supõe o homem
integral, isto é, de sua capacidade física, intelectual e moral, visando não só a
formação de habilidades, mas também do caráter e da personalidade social. O
ensino consiste na transmissão de conhecimentos; enquanto a doutrinação é
uma pseudo-educação que não respeita a liberdade do educando, impondo-lhe
conhecimentos e valores. No processo da doutrinação, todos são submetidos
a uma só maneira de pensar e agir, destruindo cada qual o pensamento
divergente e com objetivo de manter a tutela. Ao contrário da doutrinação, a
educação tende a dissolver a assimetria entre educador e educando, pois, se
há inicialmente uma desigualdade, esta deve desaparecer à medida que se
torna eficaz a ação do agente da educação (ARANHA, p.50-51).
3.2. Conceitos de Ensino
Quanto aos conceitos de educação e ensino, não há como separar
esses dois pólos, pois como se poderia educar alguém sem informá-lo sobre o
mundo em que vive? É necessário ponderar a consciência e experiência de
humanidade, pois fazem o homem ter condições de tornar-se um ser moral e
político. A informação, por vezes, pretensamente tida como neutra, está
carregada de valores. Logo, a função, a coerência e a eficácia da educação na
sociedade, como afirma Aranha, “sendo intencional, será mais coerente e
33
eficaz se souber explicitar de antemão os fins a serem atingidos no processo
“(p.51).
Na educação, constituída como uma prática humana, direcionada por
uma concepção teórica, denominada filosofia, a pedagogia se traduz como
uma concepção filosófica do papel da educação, em relação à sociedade e ao
homem que vive nesta sociedade. Ora, sobre tudo isso a reflexão se constitui
uma Filosofia da Educação. Ou seja, se a Filosofia se resume numa reflexão
radical, rigorosa, e de conjunto sobre o homem, o mundo e a realidade
circundante, então a Filosofia da educação pode ser definida como uma
reflexão radical, rigorosa e de conjunto, sobre os problemas educacionais.
Assim, pela filosofia, a pedagogia carrega o tom que lhe garante a
compreensão de valores que deverão orientá-la no futuro. No dizer de
Luckesi, “não há como se ter uma proposta pedagógica sem pressuposições,
(no sentido de (Fundamentos) e proposições filosóficas, desde que tudo o mais
depende desse Direcionamento “(p.33).
Outrossim, também cabe a filosofia a tarefa de fomentar a
interdisciplinaridade, inserindo os componentes curriculares na intencionalidade
do projeto educacional. (SEVERINO, p.10). Segue o mesmo autor, dizendo:
O que se espera da Filosofia da Educação no
currículo do curso de Formação ao Magistério é que
ela realize um trabalho integrador, Mediante o
desenvolvimento de uma reflexão sistemática,
metódica, rigorosa e crítica sobre as várias
dimensões em que se desdobra a existência dos
sujeitos/educandos. Cabe a essa disciplina destacar
os aspectos relacionados com a própria condição da
existência dos educandos e com a natureza
34
simultaneamente teórica e prática do Processo
educativo (p.10).
Continuando a investigação no pensamento de Antônio Joaquim
Severino, é possível atribuir a Filosofia da Educação uma tríplice tarefa de
reflexão: nas dimensões antropológicas, epistemológicas e axiológicas.
Numa tarefa antropológica, ampla e aberta, a filosofia contribui no
sentido de não se deter ao tradicional da nossa cultura, ou seja, a essência
abstrata do homem, dada pela filosofia clássica ou a partir da ciência positiva.
Igualmente, insere o pedagogo numa reflexão Filosófica existencial de
educação. Ou segundo Marcel (1969, p.15), a educação se processa a partir
do sujeito encarnado, dos envolvidos na educação, que educam e se educa
não configurável a modelos abstratamente concebidos de uma natureza
humana.
Construir a imagem do homem em sua situação de
sujeito/educando. Integrando as contribuições das
ciências humanas [...] o sentido da existência do
homem só pode ser apreendida em suas mediações
e históricas e sociais concretas. A imagem que a
filosofia deve construir do homem só será
consistente se baseada nessas condições Reais da
existência (SEVERINO, p.37-38).
Compreendendo a educação como uma prática social, a reflexão
axiológica, faz a filosofia contribuir para a compreensão e efetivação dos
valores que norteiam e sustentam a educação. Bem como, a investigação da
dimensão valorativa da consciência e a expressão do agir humano relacionado
aos valores (SEVERINO, p.34).
35
3.3. A epistemologia filosófica da Educação.
Uma terceira tarefa da Filosofia da Educação é a tarefa epistemológica.
Cabe-lhe instaurar uma discussão sobre questões
que envolvam os processos de produção,
sistematização e transmissão do conhecimento
presente no processo específico da educação...
porque a educação pressupõe também a
intervenção da subjetividade de todos aqueles que
se encontram envolvidos por ela... a filosofia da
educação investe no esclarecimento das relações
entre a produção do conhecimento e o processo de
educação. A construção de um sistema de saber no
âmbito Da educação, no estatuto científico da
própria educação, a natureza interdisciplinar do
conhecimento educacional, bem como o processo de
ideologização presente na teoria e na prática da
educação, seja, entre outros, os campos da
indagação epistemológica da filosofia da Educação
(SEVERINO, p. 38-39).
Destarte, no sentido intrínseco da filosofia da educação, é possível
entender sua presença no currículo, como exigência, dos cursos de formação
de docentes e na prática do profissional da educação. Trata-se de capacitar o
educador a refletir, olhar sobre e si e sua maneira humana. Ressaltando que,
a filosofia da educação não estabelece métodos ou Técnica de educação não
visa fornecer meios de educação. Seu objeto é distinto da pedagogia, da
sociologia ou da psicologia dos sujeitos envolvidos na educação.
36
Enfim, não é por nada que Anísio Teixeira diz:
O professor de hoje tem que usar a legenda do
filósofo: Nada que é humano me é estranho [...] Tem
de ser um estudioso dos mais embaraçosos
problemas, [...] da civilização, [...] da sociedade e [...]
do homem; [...] enfim, filósofo [...] Ao lado da
informação e da técnica, deve possuir uma clara
filosofia da vida humana, e uma visão delicada e
aguda da natureza do homem, concorrendo para
tornar a vida humana mais rica, mais bela, mais
plena e mais feliz (TEIXEIRA apud (SCHMIDT,
p.119).
A Filosofia na educação é uma ferramenta integrante do elenco curricular dos
cursos para formação de docentes, ela proporciona aos educandos a
compreensão dos fundamentos filosóficos que alicerçam as teorias
pedagógicas contemporâneas, visando ainda instigar os futuros docentes a
buscarem novas alternativas à sua práxis educativa.
37
CONCLUSÃO
Ao finalizar esta monografia, o autor da mesma pode afirmar que esta
foi uma experiência enriquecedora sob vários aspectos. Pelo fato de conhecer
uma série de autores que tratam, em suas obras, do tema ao qual foi proposto
neste trabalho, e pelo fato de que o problema que foi levantado nesta
monografia é relevante e está sendo discutido por muitos autores.
A realização dessa monografia foi sem dúvida uma experiência impar
na vida do autor o qual lhe proporcionou uma visão mais ampla e segura no
campo da filosofia na formação de docentes, este trabalho também
proporcionou a oportunidade de conhecer diferentes metodologias de pesquisa
muitas das quais desconhecidas pelo autor. Sem dúvida, é um aspecto
importante, pois sempre que trilhamos novos caminhos na busca do
conhecimento vamos enriquecendo-nos e consequentemente descobrimos o
quanto há para se saber e que o que sabemos é muito pouco.
Esta monografia, tratou da questão A IMPORTÂNCIA DA FILOSOFIA
NA FORMAÇÃO DO DOCENTE DO ENSINO SUPERIOR, mediante as
pesquisas realizadas o autor pode chegar a uma resposta razoável a respeito
do problema proposto nesta monografia, foi possível perceber claramente, que
há uma grande defasagem, no campo da filosofia no que dez respeito a sua
utilidade. Existe nas Faculdades uma visão pouco clara, diria mesmo, ingênua
por parte dos acadêmicos, a respeito da Filosofia e de seu papel na sua
formação do docente. Visão esta que também não é muito diferente por parte
dos professores, já que me pareceu não haver clareza a respeito do papel que
a Filosofia pode e deve exercer na formação do docente do Ensino Superior.
38
Enfim, o autor espera que a partir dessa pesquisa possam ser
elaborados, estudos mais aprofundados a respeito deste fenômeno.
Especialmente no que tange aos currículos dos cursos de nível superior para
formação de docentes, com o objetivo de ampliar a cadeira de filosofia,
levando-a para um número maior de cursos. Bem como buscar rever e elaborar
métodos didático - pedagógicos que permitam uma maior compreensão do
papel e da utilidade da Filosofia na formação do profissional do Ensino
Superior.
Podendo assim buscar e construir melhores subsídios para uma
reformulação dos currículos e P.P.Ps dos cursos visando maior espaço para a
Filosofia na Faculdade.
Sem dúvida há muito por fazer. e a caminhada não é fácil porém na
perspectiva de se chegar ao ótimo podemos realizar o bom, por isso educação
na Faculdade são instrumentos capazes de humanizar o homem através da
Filosofia, tornando assim a educação um fenômeno e um processo social,
neste aspecto reside a importância e o papel da Faculdade.
Consideramos aqui a real contribuição da reflexão filosófica, a qual
poderá efetivamente melhorar o trabalho de educadores e acadêmicos no
contexto do Ensino Superior.
39
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
1- ARANHA, Maria Lúcia de Arruda; MARTINS, Maria Helena Pires,
Filosofando–
2- COTRIN, Gilberto, Fundamentos da Filosofia– Ser, Saber e Fazer. 11ª
ed. São Paulo: Saraiva, 1995
3- HIRALDELLI JR. Paulo, O que é Filosofia da Educação, D.P.A.
4- JASPERS, Karl, Introdução ao pensamento filosófico. São Paulo: Cultrix,
2003.
5- LORIERI, Marcos Antônio; RIOS, Terezinha Azeredo, Filosofia na escola
– O prazer da reflexão. São Paulo: Moderna, 2004
6- LUCIANO, Fábia Liliã, Metodologia científica e da pesquisa. Criciúma:
Ed.do autor, 2001.
7- MINAYO, Maria Cecília de Souza, Org. Pesquisa Social– Teoria, Método
e Criatividade. 16ª ed. Petrópolis-RJ: Vozes, 2000.
8- PIEPER, Josef, Que é Filosofia? Que é Acadêmico? São Paulo: E.P.U.,
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9- RICHARDSON, Roberto Jarry e colaboradores, Pesquisa Social–
Métodos e Técnicas. 3ªed. São Paulo: Atlas, 1999.
10- SCHMIDT, Irineu Aloísio. A filosofia da educação de Anísio
Teixeira e o pragmatismo.
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11- SEVERINO, Antônio Joaquim. Filosofia da Educação: construindo a
cidadania. São Paulo: FTD, 1994.
12- ALVES, Rubens. Conversa com quem gosta de ensinar. 22ed. São
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13- ARANHA, Maria Lúcia Arruda. Filosofando. São Paulo: Moderna, 1986.
14- ________. Filosofia da educação. 2ed. São Paulo: Moderna, 1996.
15- BORDIEU, Pierre. A reprodução: elementos para uma teoria do sistema
de ensino, em coautoria com Jean-Claude Passeron. Rio de Janeiro:
Francisco Alves, 1982.
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17- BORGES FILHO, João Nascimento. Política Cultural na Educação
Superior: os casos das Universidades Federal e do Estado do Amapá -
UNIFAP e UEAP (Dissertação de Mestrado). Fortaleza: UECE, 2010.
18- ________. Educação e luta popular: o projeto político alternativo da
UNIPOP.
19- Belém: UFPa, 1992 (mimeo).
20- ________. Superdotação e projeto político-pedagógico: o caso do
Estado do Pará. Belém: UFPa, 1991 (mimeo).
21- BUZZI, Arcângelo. Introdução ao pensar. 22ed. Petrópolis, RJ: Vozes,
1994.
22- CECCON, Claudius et al. A vida da escola e a escola da vida. 15ed.
Petrópolis, RJ: Vozes/IDAC, 1986.
23- CHAMADOIRA, Luiz (Org.). Educação integral pela trilogia analítica.
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25- ________. Convite à filosofia. São Paulo: Ática, 1994.
26- CHISHOLM, R. Teoria do conhecimento. Rio de Janeiro: Zahar, 1989.
27- COTRIM, Gilberto. Fundamentos da filosofia: história e grandes temas.
15ed. São Paulo: Saraiva, 2000.
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BIBLIOGRAFIA CITADA
1- PIEPER, Josef, Que é Filosofia? Que é Acadêmico? São Paulo:
E.P.U. , 1981.
2- CHAUÍ, Marilena, Convite à Filosofia. 6ª ed. São Paulo: Àtica, l997.
3- CHAUÍ, Marilena, Filosofia – Série Novo Ensino Médio. São Paulo:
Àtica, 2002.
4- JASPERS, Karl, Introdução ao pensamento filosófico. São Paulo:
Cultrix, 2003.
5- MORAIS, Regis de, Org. Sala de aula– Que espaço é esse?
Campinas-SP: Papirus, l986.
6- LUCKESI, Cipriano Carlos. Filosofia da Educação. São Paulo:
Cortez, 1995.
7- SEVERINO, Antônio Joaquim. Filosofia da Educação: construindo a
cidadania. São Paulo: FTD, 1994.
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8- MARCEL, Gabriel. Diário Metafísico. Madri: Ediciones Guadarrama,
1969.
9- SCHMIDT, Irineu Aloísio. A filosofia da educação de Anísio Teixeira e
o pragmatismo.
10- Morin, Edgar. Os Sete Saberes Necessários a Educação do Futuro.
Cortez Editora, 1999.
11- Site da AVM Faculdade Integrada
44
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATÓRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMÁRIO 7
INTRODUÇÃO 8
CAPÍTULO I - IMPORTÂNCIA DA FILOSOFIA PARA A
FORMAÇÃO DO SER 12
CAPÍTULO II - PROPOSTA CURRICULAR DA AVM
FACULDADE INTEGRADA 18
2.1.Curso de Docência do Ensino Superior 20
EMENTA 20
2.1.1.Disciplinas 20
A) DIDÁTICA DO ENSINO SUPERIOR 21
45
B) DINÂMICA DE GRUPO 21
C) DIREITO E LEGISLAÇÃO EDUCACIONAL 21
D) FUNDAMENTOS BIOLÓGICOS DA EDUCAÇÃO 22
E) FUNDAMENTOS PSICOLÓGICOS DA EDUCAÇÃO 22
F) METODOLOGIA DA PESQUISA E MONOGRAFIA 23
G) POLÍTICAS EDUCACIONAIS 23
H) PRÁTICA DE ENSINO 23
CAPÍTULO III – FILOSOFIA NA PRÁTICA DOCENTE 22
3.1. Natureza da Educação 31
3.2. Conceitos de Ensino 32
3.3. A epistemologia filosófica da Educação 34
CONCLUSÃO 30
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 33
BIBLIOGRAFIA CITADA 36
ÍNDICE 44