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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES / AVM PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU UNITIZAÇÃO E A MOVIMENTAÇÃO DE CONTÊINERES EM TERMINAIS CARLA PEDERSANE DE OLIVEIRA ORIENTADOR: Prof. Vinicius Calegari RIO DE JANEIRO 2018 DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEIDE DIREITO AUTORAL

DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEIDE DIREITO AUTORAL · Dedico aos que estão comigo nesta jornada e que contribuíram para a concretização deste sonho. RESUMO ... acondicionados em contêineres

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES / AVM

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

UNITIZAÇÃO E A MOVIMENTAÇÃO DE CONTÊINERES EM

TERMINAIS

CARLA PEDERSANE DE OLIVEIRA

ORIENTADOR:

Prof. Vinicius Calegari

RIO DE JANEIRO

2018 DOCUMENTO P

ROTEGID

O PELA

LEID

E DIR

EITO A

UTORAL

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES / AVM

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

UNITIZAÇÃO E A MOVIMENTAÇÃO DE CONTÊINERES EM

TERMINAIS

Apresentação de monografia à AVM como

requisito parcial para obtenção do grau de especialista em MBA em Logística Empresarial.

Por: Carla Pedersane de Oliveira

Rio de Janeiro

2018

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AGRADECIMENTOS

Deus, aos amigos, em particular à Eliana

Oliveira, familiares, professores e companheiros

de trabalho.

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DEDICATÓRIA

Dedico aos que estão comigo nesta jornada e

que contribuíram para a concretização deste

sonho.

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RESUMO

Este estudo tem como objetivo, demonstrar através de informações e

dados coletados, como a unitização de cargas é feita. Conhecer o universo dos

contêineres e terminais que operam com este equipamento. O contêiner é hoje

essencial para o transporte de mercadorias, de qualquer natureza, e de grande

importância para a logística. Um país com extensões como o Brasil, precisa conhecer

as vantagens e desvantagens da movimentação de cargas utilizando o contêiner e os

terminais disponíveis para esta prática.

É possível reduzir custos logísticos com a integração intermodal, utilizando

a unitização das cargas movimentadas. O contêiner é o elo desta cadeia. O

conhecimento de como funciona, como opera, como transporta o operador logístico,

certamente reduzirá os custos logísticos brasileiros.

Diante da importância do tema e da carência de literatura sobre o assunto

este estudo tem por objetivo destacar conceitos básicos sobre Unitização,

demonstrando a importância do contêiner nas movimentações dentro de um mercado

cada vez mais competitivo, exigente e principalmente preocupado com o meio-

ambiente.

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METODOLOGIA

O estudo quanto aos seus fins trata-se de uma pesquisa explicativa, pois tem

como objetivo pesquisar a unitização de cargas e a movimentação nos terminais de

contêineres. Quanto aos meios, o estudo é embasado através de pesquisas

bibliográfica e pesquisas realizadas através da internet. Bibliográfica, pois são

oriundas de livros já publicados de autores conceituados e pela internet, pois são

extraídas informações através de sites, principalmente de entidades ligadas ao setor

e de regulamentação dos mesmos. Consulta aos sites das entidades envolvidas foi o

pilar das informações contidas neste estudo.

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INDICE DE FIGURAS

Figura 1 - Contêiner Carga Seca (Fonte: Blogisticando) ................................. 15

Figura 2 - Contêiner Ventilado (Fonte: Blogisticando)...................................... 16

Figura 3 - Contêiner Bluk (Fonte: Blogisticando)............................................... 16

Figura 4 - Contêiner Open Top (Fonte: Blogisticando)..................................... 17

Figura 5 - Contêiner Refrigerado (Fonte: Blogisticando) ................................. 17

Figura 6 - Contêiner Tanque (Fonte: Blogisticando) ......................................... 17

Figura 7 - Contêiner Flat Rack (Fonte: Cmadobrasil) ....................................... 18

Figura 8 - Contêiner Plataforma (Fonte: Cmadobrasil) .................................... 18

Figura 9 - Contêiner Open Side (Fonte: Blogisticando) ................................... 19

Figura 10 - Contêiner Dry High Cube (Fonte: Blogisticando) .......................... 19

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SUMARIO

INTRODUÇÃO.....................................................................................................................9

CAPITULO I – OS CONTÊINERES UTILIZADOS E AS CARGAS

TRANSPORTADAS ........................................................................................................ 11

1.1. O CONTÊINER................................................................................................... 11

1.1.1. VANTAGENS E DESVANTAGENS DO USO DO CONTÊINER ............... 12

1.1.2. A PROPRIEDADE DO CONTÊINER.............................................................. 13

1.1.3. EQUIPAMENTOS UTILIZADOS NA MOVIMENTAÇÃO DO CONTÊINER

14

1.1.4. TIPOS DE CONTÊINER ................................................................................... 15

CAPITULO II – GESTÃO NA ALOCAÇÃO DE CONTÊINER ................................. 21

2.1. PROBLEMAS NA ALOCAÇÃO E MOVIMENTAÇÃO DO CONTÊINER .. 21

2.1.1. PREPARAÇÃO PARA O TRANSPORTE EM CONTÊINERES................. 25

2.1.2. INSPEÇÃO DO CONTÊINER ANTES E APÓS O CARREGAMENTO .... 28

CAPITULO III – LOGÍSTICA NA MOVIMENTAÇÃO DE CONTÊINERES EM

TERMINAIS....................................................................................................................... 32

3.1. LOGÍSTICA NA MOVIMENTAÇÃO DE CONTÊINERES CHEIOS E

VAZIOS............................................................................................................................ 33

3.1.1. LOGÍSTICA REVERSA DOS CONTÊINERES ............................................. 37

CONCLUSÃO ................................................................................................................... 41

BIBLIOGRAFIA................................................................................................................ 42

INDICE ............................................................................................................................... 45

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INTRODUÇÃO

Atualmente, a logística vem passando por mudanças significativas.

Tempos atrás, era vista como um suporte operacional, exercendo suas funções

de transportar, armazenar e disponibilizar bens para os processos de

transformação e consumo. O objetivo da Logística é prover ao cliente os níveis

de serviços por ele requeridos, com a entrega do produto certo, no lugar certo,

no tempo exato, nas condições certas ao menor custo possível (BALLOU, 2010).

Em meio as turbulências do mercado, o alta competitividade e clientes

cada vez mais exigentes, tornou-se imprescindível para as empresas buscarem

estratégias de planejamento e controle na operação, possibilitando redução de

custos, melhoria no nível de serviços, e melhoria na rentabilidade da empresa,

através de soluções intermodais em seus canais de distribuição.

O aumento da movimentação de cargas no transporte marítimo

internacional e a capacidade de transporte de bens e serviços através das

fronteiras a um custo reduzido tornou-se uma realidade para a maioria dos

países. A utilização de contêineres é comum para promover a unitização de

mercadorias, em geral a serem transportadas por navios. Diversas cargas como

remédios, eletrônicos, tecidos, automóveis, alimentos, entre outras, utilizam os

contêineres para o seu transporte.

Os contêineres normalmente são empregados em variados modos de

transporte para locomoção de diversas cargas e em diferentes veículos

automotores como navios, trens e caminhões.

O carregamento e o descarregamento de mercadorias nos contêineres

devem ser realizados de maneira controlada. Para proceder estas operações é

necessário conhecer as especificações das mercadorias e a melhor forma de

acomodá-las. No Brasil, mesmo sendo um país cujo maior volume em toneladas

exportadas é de granéis sólidos e líquidos, a importância dos produtos

acondicionados em contêineres vem crescendo de forma significativa. Gerenciar

as operações com contêineres requer um elevado grau de conhecimento técnico

e especializado.

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A utilização de contêineres na logística de cargas possibilitou mais

agilidade em todo processo de movimentação de mercadorias, reduzindo o

tempo de entrega e permitindo maior rapidez ao transporte intermodal, além de

proporcionar mais segurança e menos avarias nas cargas. Para garantir essa

celeridade, é necessário conhecer os procedimentos que devem ser seguidos

no embarque das cargas.

Para que se evitem danos às mercadorias, deve-se manter extrema

cautela no decorrer da viagem em contêineres, e esse cuidado diz respeito à sua

amarração. Essa amarração é extremamente importante para diversas classes

de mercadorias, já que sempre há a probabilidade de deslocamentos no decorrer

da viagem. Alguns aspectos devem ser considerados na fixação e estabilização

das mercadorias durante o transporte em contêineres, garantindo total

segurança na movimentação.

A necessidade de unitização dos carregamentos é bastante crescente

na atualidade, além de ser uma metodologia bastante requerida, não importando

os modos de transporte envolvidos na operação. Essa unitização pode

proporcionar diversas vantagens às operações de transporte de mercadorias, no

entanto, para benefício das cargas e dos próprios operadores, a inspeção dos

contêineres é importante e obrigatória, bem como os procedimentos realizados

antes de sua devolução. Na gestão de contêineres devem ser consideradas as

atividades de inspeção, anteriores ao carregamento e posteriores ao

carregamento, e os procedimentos para a realização de sua devolução.

O gerenciamento das operações que utilizam contêineres é um processo

complexo que envolve muitas decisões, já que estes equipamentos chegam e

saem dos terminais utilizando diversos modos de transporte e carregando uma

enorme variedade de mercadorias. Por isso, todas as operações relacionadas

com o fluxo de contêineres devem ser avaliadas para atingir uma maior

eficiência.

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CAPITULO I – OS CONTÊINERES UTILIZADOS E AS

CARGAS TRANSPORTADAS

Os contêineres são equipamentos de grande porte utilizados como

auxiliares para o deslocamento de mercadorias. São construídos de materiais

resistentes como: metal, alumínio e fibra, visando conter a carga com segurança

e para ser utilizado por inúmeras vezes. Permitem um fácil carregamento e

descarregamento e destinam-se principalmente ao transporte intermodal.

1.1. O CONTÊINER

Em 1950 os contêineres surgem durante a segunda guerra mundial

como cofres de aço medindo oito pés em cada lado para acelerar as operações

de transporte ferroviário até os portos e navios (RIBEIRO, 2011).

Em 1955 o americano Malcom McLean, fundou a Sea Land Service,

mediante a aquisição de 37 navios adaptados para o transporte de contêineres

e estabeleceu as seguintes dimensões para sua “embalagem”: 35x8x8¹/²

pés(LUDOVICO, 2007).

Malcom McLean foi um americano nascido na Carolina do Norte, que após

terminar os estudos juntou dinheiro para ingressar no ramo de transportes

rodoviários, comprando um caminhão. E durante uma entrega para um dos seus

clientes que Malcom viu como eram realizados os carregamentos e

descarregamentos das cargas, de maneira totalmente braçal. Logo ele constatou

o tempo que demorou para que tudo fosse realizado, e percebeu que quanto

mais tempo parado, menos dinheiro ele ganhava, já que o seu negócio estava

totalmente ligado ao tempo de trabalho. Com o tempo o negócio de transporte

rodoviário de McLean foi crescendo e ele chegou a ser um gigante do setor,

possuindo mais de 1.800 caminhões e 37 terminais de transportes espalhados

pelos USA. Com o crescimento do mercado, foram surgindo várias restrições de

peso e taxas de cobranças para o transporte rodoviário. E estas taxações

impactaram diretamente no bolso do Sr. McLean.

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Foi aí que ele teve a ideia de criar um trailer de tamanho padrão, que

poderia ser transportado em centenas de unidades através dos mares, ao

contrário dos caminhões que podiam transportar apenas um ou dois “trailers” por

viagem. Desta forma ele foi deixando o negócio dos caminhões num segundo

plano e focando suas energias no transporte marítimo de contêineres.

De acordo com Rodrigues (2007), os contêineres são estruturas

padronizadas internacionalmente, com formato retangular, normalmente

construída em aço, podendo ainda ser de alumínio ou fibra, cada uma delas

registrada com uma numeração exclusiva composta por quatro letras e sete

algarismos, sendo não considerado como embalagem e sim um acessório de

veículo transportador.

Podem ser usadas para unitização, acondicionamento de granéis,

cargas consolidadas ou constituídas de peças única, indivisíveis. O contêiner

desempenha uma série de funções dentre as quais mais relevantes estão à

unidade de transporte combinado/multimodal; acessório de transporte que

protege a carga e contribui no serviço.

Os contêineres possuem dimensões padronizadas, que seguem a

norma da International Standard Organization (ISO), ou organização de padrão

internacional, em português. Os tamanhos mais utilizados possuem

comprimento de vinte pés ou um TEU (twenty- feet-equivalent-unit), e de

quarenta pés ou dois TEUs.

1.1.1. Vantagens e Desvantagens do Uso do Contêiner

Os contêineres oferecem vantagens para a logística de cargas, como:

Redução de danos, perdas e roubos de cargas; redução nos custos com

embalagem e rotulagem dos produtos; possibilidade de estocagem de

mercadorias em áreas descobertas; rapidez maior nas operações de

carregamento e descarregamento dos caminhões, vagões e navios.

Para Filho e Tizato (2009), a conteinerização oferece desvantagens, tal

como o alto nível de investimento necessário para sua adoção na cadeia de

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transporte, além da própria necessidade de se dispor de um sistema logístico

efetivamente integrado.

O contêiner deve preencher, entre outros, os seguintes requisitos

(MOURA, BANZATO, 1997): Ter caráter permanente e ser resistente para

suportar o seu uso repetido; ser projetado de forma a facilitar sua movimentação

em uma ou mais modalidades de transporte, sem necessidade de descarregar a

mercadoria em pontos intermediários; ser provido de dispositivos que assegurem

facilidade de sua movimentação, particularmente durante a transferência de um

veículo para outro, em uma ou mais modalidades de transporte, ser projetado de

modo a permitir seu fácil enchimento e esvaziamento; ter o seu interior facilmente

acessível à inspeção aduaneira, sem a existência de locais onde se possam

ocultar mercadorias.

O custo do transporte utilizando este tipo de embalagem unitizada é

favorecido pelas tarifas de fretes reduzidas (em função da facilidade de alocação

e do próprio gerenciamento do transporte) e também por prêmios de seguros

menores, quando comparados a embarques de cargas acondicionadas em

embalagens não unitizadas (FILHO; TIZATO, 2009).

1.1.2. A Propriedade do Contêiner

Em relação à propriedade, é comum que os contêineres sejam (LAI;

LAM; CHAN, 1995):

Os que pertencem à companhia – armazenados em depósitos

terceirizados quando não estão sendo utilizados, sendo cobradas diárias pela

armazenagem.

Aqueles arrendados por curto prazo - entregues para a firma de leasing

quando não estão sendo utilizados, lembrando-se do limite de retorno mensal

que varia conforme o porto, ou que ficam armazenados em depósitos de

terceiros aguardando demanda de clientes.

Aqueles que são arrendados por longo prazo – submetidos a

procedimentos similares aos de propriedade das companhias, já que não são

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permitidos retornos em um período específico de tempo (usualmente de 3 a 5

anos, determinados pelo arrendatário).

Na chegada de um navio ao porto, pode haver o carregamento dos

contêineres ou simplesmente a permanência a bordo para o atendimento em

outros portos na continuação da viagem.

São incluídos nas disponibilidades do porto os contêineres que são

desembarcados dos navios, os que se encontram nos pátios dos terminais, os

que vão retornar aos clientes e os arrendados de companhias de leasing. Esses

contêineres podem ser utilizados para atender a demanda imediata de clientes

ou armazenados como estoque nos terminais.

1.1.3. Equipamentos Utilizados na Movimentação do Contêiner

Os principais equipamentos e estruturas disponíveis são:

Portêineres: também conhecidos como guindastes pórticos de cais, são

empregados para embarque e desembarque dos contêineres nos navios;

equipamento composto por uma lança em balanço equipada com um trilho que

guia o volume. É utilizado na área portuária, realizando as operações de

embarque e desembarque de contêineres em um navio. Considerado como

equipamento básico de todos os terminais, destina-se a atender as frotas

internacionais, reduzindo o tempo de atracação.

Transtêineres: são empregados para movimentação de contêineres no

pátio dos terminais. Existem dois tipos destes equipamentos, os que se movem

sobre trilhos (RMG) e os que se movem sobre pneus (RTG); Desenvolvido para

a movimentação, carregamento e descarregamento de contêineres de carretas

com rapidez, é um equipamento constituído por uma estrutura metálica auto-

portante que se movimenta sobre caminhos pré-definidos no piso. Sobre a

estrutura de vigas duplas move-se um carro-guincho. Assim, a carga do

transtêiner é movimentada tridimensionalmente. O equipamento oferece

diferentes configurações para o empilhamento e enfileiramento de contêineres e

pode ser projetado para atender a uma ampla gama de formas e dimensões. Os

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transtêineres são mais comumente encontrados em docas secas, mas também

podem ser instalados dentro de galpões.

Reachstackers: equipamentos utilizados para movimentar e empilhar

contêineres no pátio dos terminais; usado na movimentação de contêineres em

curtas distâncias em terminais de pequeno e médio porte. Eles ganharam terreno

na movimentação de contêineres na maioria dos mercados devido à sua

flexibilidade e maior capacidade de armazenamento e empilhamento quando

comparado com empilhadeiras.

Armazéns: estruturas onde os contêineres são armazenados antes de

serem embarcados nos navios, trens ou caminhões e devem ser prestados

serviços acessórios.

As empilhadeiras, caminhões porta contêineres, carretas, veículos

adaptados e outros, são equipamentos de portes menores, porém são

fundamentais na atuação no dia a dia dos terminais, realizando operações no

deslocamento dos contêineres.

1.1.4. Tipos de Contêiner

Conforme Moura e Banzato (1997), existem diversos tipos de

contêineres, cada um destinado ao seu tipo de carga, alguns são citados abaixo:

Contêiner Carga seca – O primeiro a ser criado e o mais utilizado para

cargas secas gerais como alimentos, roupas, móveis, etc. Capacidade: 33,2 m³

geralmente são feitos de alumínio.

Figura 1 - Contêiner Carga Seca (Fonte: Blogisticando)

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Contêiner Ventilado - Equipado com portas ventiladas nos finais ou nas

laterais e são muito utilizadas para aquelas cargas que requerem proteção contra

avaria de condensação, como cacau, cebola, alho, fumo, café, entre outros.

Capacidade: 33,2 m³.

Figura 2 - Contêiner Ventilado (Fonte: Blogisticando)

Contêiner Bulk (Graneleiro) - É fechado em quase sua totalidade, com

aberturas apenas no topo, utilizado para transporte de cargas como produtos

agrícolas a granel, em geral de grãos, em que se executa a descarga por

gravidade ou pressão/sucção. Capacidade: 33,2 m³.

Figura 3 - Contêiner Bluk (Fonte: Blogisticando)

Contêiner Open Top (Teto Aberto) – tipo convencional com teto

removível (lona). Neles são transportadas máquinas, bobinas, sacaria pré-

ligada, etc. Capacidade: 32,4 m³.

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Figura 4 - Contêiner Open Top (Fonte: Blogisticando)

Contêiner Refrigerado - Este possui encaixe para gerador de energia,

chão de alumínio, portas de aço reforçadas além de ser revestida em aço

inoxidável. Ele dá vida longa às cargas perecíveis, podendo chegar a 20º

negativos dentro do contêiner, mesmo que fora estejam 40º positivos tornando-

se ideal para cargas transportadas como: carne, leite, sucos, frutas, peixes, etc.

A capacidade de 27,7 m³.

Figura 5 - Contêiner Refrigerado (Fonte: Blogisticando)

Contêiner Tanque – Projetados para qualquer tipo de líquido, com

revestimento especial para corrosivos, por exemplo, produtos químicos, óleos,

sucos, etc. Capacidade: 20/25 m³.

Figura 6 - Contêiner Tanque (Fonte: Blogisticando)

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Contêiner Flat Rack (cargas especiais) - Sem paredes laterais e sem

teto. São ideais para transportar cargas de tamanhos irregulares e formas

diversas como máquinas, barcos, geradores, tanques, caminhões, veículos, etc.

Capacidade: 28,9 m³.

Figura 7 - Contêiner Flat Rack (Fonte: Cmadobrasil)

Contêiner Plataforma - Possui as mesmas características e materiais

transportados do contêiner só que este possui apenas o piso (sem as laterais).

Comumente usado para o transporte de cargas muito grandes.

Figura 8 - Contêiner Plataforma (Fonte: Cmadobrasil)

Contêiner Open Side (lado aberto) - Este não tem uma parede lateral (ou

possui abertura para as mesmas), pois é um contêiner adequado para aquelas

cargas que excedam a sua largura. São transportadas peças grandes como

máquinas, granito, madeira, etc. Capacidade: 33,28 m³.

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Figura 9 - Contêiner Open Side (Fonte: Blogisticando)

Contêiner Dry High Cube (cubo alto seco) - Estes contêineres são

usados para cargas de alto-volume, baixo peso e pode aumentar a área cúbica.

Os contêineres “high-cube” são de 2,89m de altura e comprimento de no

máximo de 12m.

Figura 10 - Contêiner Dry High Cube (Fonte: Blogisticando)

A estrutura do contêiner citada viabiliza muito o transporte de cargas

diminuindo os custos com embalagem, porém não elimina a embalagem.

Entretanto, pode- se obter uma redução nos custos dependendo da mercadoria

a ser transportada através do tempo de estocagem e viagem, modo e o tipo de

contêiner a ser utilizado conforme a necessidade da empresa (AMORIM, 2009).

Material de construção - Excetuada a sua estrutura, feita com uma liga

especial de aço, o contêiner pode ser de alumínio, fibra, aço ou uma combinação

desses materiais, como por exemplo: teto de fibra e laterais de alumínio. O chão

do contêiner pode ser de aço, ferro ou assoalhado.

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Capacidade de carga do contêiner - Deve-se levar sempre em

consideração que as medidas internas não são padronizadas e, portanto, estão

sujeitas a uma pequena variação de fabricante para fabricante.

Esforços do contêiner - Como qualquer outro elemento de transporte, o

contêiner sofre esforços laterais, longitudinais, de dinâmica e de resistência

enquanto ao fator dos veículos que o tracionam, ou quando estocados uns sobre

os outros. Entretanto, todos esses fatores são levados em consideração quando

da construção do contêiner e devem ser lembrados pelo exportador quando da

estivagem da carga no contêiner.

Estivagem da carga no contêiner - A carga acondicionada dentro de um

contêiner deve ter seu peso distribuído o mais perfeitamente possível. Se

sobrarem espaços laterais inadequados à segurança da carga, devem os

mesmos ser preenchidos com material de proteção. Pode, também, a carga ser

amarrada em olhais ou pregada ao chão, para maior segurança.

Embalagem da carga - Cargas em geral fracionadas e transportadas por

métodos convencionais são tradicionalmente embaladas com proteções

adicionais de segurança. Em muitos casos, nota-se que tal cuidado, que

reconhecemos ser necessário, aumenta o volume e peso da mercadoria de tal

forma que algumas vezes chega a tornar um produto não competitivo.

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CAPITULO II – GESTÃO NA ALOCAÇÃO DE

CONTÊINER

No Brasil, mesmo sendo um país cujo maior volume em toneladas

exportadas é de granéis sólidos e líquidos, a importância dos produtos

acondicionados em contêineres vem crescendo de forma significativa. Gerenciar

as operações com contêineres requer um elevado grau de conhecimento técnico

e especializado.

2.1. PROBLEMAS NA ALOCAÇÃO E MOVIMENTAÇÃO DO CONTÊINER

Diversas vantagens ao transporte de cargas foram obtidas por meio da

conteinerização, tanto do ponto de vista econômico, quanto da segurança. Com

essa padronização, houve um significativo aumento do volume das cargas

transportadas, tornando-se necessário o aparecimento de maneiras de

integração mais eficientes entre os vários modos de transportes, além de se

otimizar a distribuição de contêineres vazios e cheios.

Essa otimização envolve gerenciar a distribuição em terra, as operações

de transporte, despachar contêineres vazios, reposicionar contêineres em

depósitos ou portos para armazenagem, antecipar demandas futuras, entre

outras operações.

Como o transporte é faturado por intermédio dos contêineres cheios, é

bastante comum o tratamento prioritário destes, mesmo que os contêineres não

possam ficar parados, já que são necessários para novos carregamentos.

Os contêineres vazios têm sua gestão baseada na realocação dos

contêineres disponíveis, na determinação da quantidade a ser arrendada, no

atendimento às necessidades dos clientes e no tempo necessário para cada

operação.

Os contêineres vazios, diferentemente dos cheios, não possuem origem

e destino previamente fixados, e é difícil que os operadores dispensem

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contêineres cheios. Porém, os contêineres vazios disputam no balanceamento

dos fluxos mundiais de contêineres, evitando assim, um colapso da rede de

contêineres.

A movimentação de contêineres cheios é mais simples de gerenciar,

pois, uma vez definidos a origem e o destino, o problema é encontrar a melhor

rota (menor custo ou menor tempo).

A movimentação de contêineres vazios é mais complexa porque

envolve, além da movimentação, a alocação dos contêineres para outros pontos

de demanda.

Se os contêineres vazios não forem suficientes para atender à demanda,

é necessário arrendar contêineres ou realocar contêineres vazios de outros

terminais, situações que acarretam perda de eficiência e possíveis custos

adicionais.

O tratamento dos contêineres próprios e que não estão sendo utilizados

por clientes como espaço de armazenagem pelas companhias é frequente por

pequenos prazos. Caso estes contêineres sejam arrendados, eles podem ser

devolvidos à empresa de leasing.

A gestão dos contêineres precisa apreciar as interações entre as cargas

arrendadas e as cargas armazenadas, além de ser responsável por três

decisões: a realocação dos contêineres vazios; o retorno dos contêineres para a

companhia de leasing; o arrendamento dos contêineres da companhia de

leasing.

Pode existir o transporte de contêineres sob condições diversas. Os

principais tipos de movimentação de contêineres são:

House to House (H/H)

Transporte porta a porta, no qual a responsabilidade de colocar ou retirar

o carregamento do contêiner recai sobre o embarcador/ consignatário.

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Pier to Pier (P/P)

Transporte porto a porto, no qual a responsabilidade de colocar ou retirar

o carregamento do contêiner, no porto de destino, recai sobre o transportador;

House to Pier (H/P)

A responsabilidade de esvaziar o contêiner recai sobre o embarcador e

a continuidade da movimentação da carga no porto de destino fica a cargo do

transportador;

Pier to House (P/H)

A carga do contêiner pertence a um único remetente e a um único

destinatário;

Less than Container Load (LCL)

Fluxo em que o conteúdo do contêiner pertence a mais de um remetente

e/ou destinatário;

Full Container Load (FCL)

Fluxo no qual o carregamento do contêiner pertence a um único

remetente e a um único destinatário.

Há algumas restrições operacionais a serem observadas:

A limitação de espaço físico

Refere-se à gestão dos contêineres vazios. Caso o navio não comporte

todos os contêineres vazios necessários, o operador terá que providenciar o

arrendamento;

A limitação de devolução

Refere-se ao número de contêineres que retornou no período do mês e

que pode ter um limite superior fixado pela empresa de leasing. As locações que

forem diferentes podem contar com limites de retorno distintos;

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As incertezas referentes à obtenção

Referem-se à opção do arrendamento de contêineres por prazos curtos

e a qualquer momento. Pode existir também a possibilidade de os contêineres

não estarem disponíveis ou não serem suficientes para o cumprimento da

demanda;

As variações das projeções da demanda

Referem-se às projeções fornecidas anteriormente e às diferenças entre

a demanda projetada e a real.

Outros parâmetros devem ser observados, tais como: nível de

segurança dos estoques, fatores de correção desses níveis de segurança, ponto

de equilíbrio da alocação, prioridades dos portos, dependendo dos custos de

manipulação.

O contêiner é um ativo importante para o carregamento de mercadorias,

por isso seu ciclo "Vazio-Cheio-Vazio" é amplamente considerado como um

objeto de controle em sua gestão. Suas características intrínsecas diminuem os

custos, paralelamente à potencialização do nível de serviço para movimentação,

otimizando todas as operações logísticas.

Neste ciclo, considera-se extremamente importante a gestão de

contêineres vazios primeiramente, já que os movimentos rentáveis dos

contêineres cheios geram movimentos de contêineres vazios, que não são

rentáveis.

Após a entrega dos contêineres cheios para os clientes ou responsáveis

pelo desembarque, eles são retornados vazios para os proprietários ou postos à

disposição dos interessados. Quando são descarregados, os contêineres vazios

devem ser recolhidos e podem retornar ao porto de onde foram despachados

inicialmente ou ser transportados para qualquer outro depósito, porto ou terminal

terrestre.

Esta devolução pode ser realizada pelo mesmo veículo usado para a

locomoção do contêiner desembarcado no porto de origem para o cliente. Nas

operações de fluxo de contêineres são disponibilizadas opções para redução de

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custos referentes à movimentação de contêineres em larga escala e em longas

distâncias procedendo em movimentações terrestres de contêineres vazios entre

depósitos.

Assim, pelo choque gerado pela necessidade do contêiner, a

movimentação de contêineres vazios exerce um papel fundamental no

gerenciamento da distribuição e transporte.

Os custos para a movimentação de produtos em contêineres vazios são

derivados dos movimentos destes. Estes custos de descarga e de transporte dos

contêineres vazios normalmente são muito maiores que os custos referentes ao

carregamento em si. A armazenagem de contêineres vazios nos portos também

gera custos, porém, ao realizar o arrendamento de contêineres de uma

companhia de leasing, o custo total inclui também o custo da retirada e do

retorno.

O arrendamento é normalmente mais caro do que a utilização dos

contêineres próprios, porém, as empresas de leasing podem adotar benefícios

aos operadores de marítimos sugerindo a retirada dos contêineres arrendados

de um porto específico logo que uma certa quantidade seja acumulada

(CHEUNG; CHEN, 1987).

2.1.1. PREPARAÇÃO PARA O TRANSPORTE EM CONTÊINERES

A utilização de contêineres na logística de cargas possibilitou mais

agilidade em todo processo de movimentação de mercadorias, reduzindo o

tempo de entrega e permitindo maior rapidez ao transporte intermodal, além de

proporcionar mais segurança e menos avarias nas cargas. Para garantir essa

celeridade, é necessário conhecer os procedimentos que devem ser seguidos

no embarque das cargas.

Um contêiner-padrão normalmente suporta cerca de trinta toneladas de

peso, porém, já existem contêineres que podem suportar pesos mais elevados,

a depender do material de que são constituídos e da maneira como são

fabricados.

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Como os contêineres são muito utilizados no transporte multimodal e

para exportação de diversas mercadorias, é necessário que se avalie, além do

limite superior de carga para cada exemplar de contêiner, os limites de peso para

o transporte por caminhões e trens de cada país.

Existem três principais razões para a preparação de um plano de

carregamento de contêineres (estufagem) antes de carregá-lo:

A capacidade de carregamento; A simplificação e agilidade do

carregamento e descarregamento; O cálculo prévio da amarração necessária

para as cargas e para a garantia da segurança.

Anteriormente à elaboração dos planos de carregamento, é imperativo

que se conheçam as características relacionadas à embalagem, ao peso e

dimensão da carga, além das dimensões do contêiner e sua capacidade de peso

suportado. Deve ser escolhido o contêiner apropriado para cada carga,

considerando-se os tópicos a seguir:

• O peso máximo e mínimo de carregamento, além de sua

distribuição pelo perímetro;

• A legislação pertinente ao peso da carga nos países em que a

carga será embarcada e desembarcada;

• As disponibilidades do destino para a realização do

descarregamento do contêiner.

Algumas cargas não são admitidas no mesmo contêiner. Podem-se

ressaltar alguns exemplos dessas cargas:

• Carregamentos empoeirados com produtos que possuam algum

tipo de sensibilidade à poeira;

• Carregamentos que emitam algum tipo de odor junto a produtos

sensíveis a odores;

• Produtos com pontas cortantes com mercadorias não resistentes;

• Objetos úmidos com produtos secos ou não resistentes a umidade;

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• Produtos pesados sobre materiais ou mercadorias leves.

Não havendo a possibilidade de o carregamento combinado ser evitado,

os produtos úmidos têm de estar abaixo das cargas secas, onde possam ser

utilizadas tábuas ou qualquer material isolante.

Um dos principais fatores que podem causar danos à carga é a umidade.

Anteriormente ao carregamento, é necessária a determinação do mecanismo de

proteção adequado. Lembre-se de que se o percurso começar em uma zona de

temperatura mais elevada e terminar em uma localidade com temperatura mais

baixa, existe a possibilidade de haver condensação.

As cargas e os utensílios normalmente utilizados para amarrar as

mercadorias devem ser alocados em posições apropriadas no interior do

contêiner, logo, deve-se armazená-los em locais sem umidade para evitar que

absorvam umidade.

A amarração das cargas deve ser feita com materiais próprios, que não

causem qualquer dano às mercadorias, sempre atentando à possibilidade de o

material escolhido enferrujar ou ceder pela temperatura ou umidade do

ambiente.

Esses contêineres são refrigerados e, normalmente, utilizados para o

transporte de cargas que requerem controle de temperatura ou fluxo de ar. Eles

possuem sistemas elétricos programados para o atendimento às necessidades

especificadas, que vão desde apenas ventilar, até aquecer e realizar a troca de

ar interno.

Produtos químicos e farmacêuticos ou cargas perigosas são

transportados em "contêineres refrigerados para produtos não alimentícios" -

esse procedimento garante que itens alimentícios não sejam carregados em

contêineres anteriormente utilizados em produtos perigosos aos seres humanos

ou animais.

Tais contêineres, normalmente, são projetados para manter a

temperatura, logo, algumas mercadorias sensíveis à variação de temperatura

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devem estar já em suas especificações apropriadas, para que possam ser

mantidas assim durante o transporte.

Pode-se observar que a maneira com que os produtos são arrumados

no contêiner refrigerado pode fazer com que haja influência na temperatura e

movimento do ar. Os fatores a seguir devem ser observados, para garantia de

melhor controle da temperatura:

a. Resfriamento: a colocação das mercadorias deve ser feita

separadamente, de maneira a que o ar possa circular, além de utilizarem-se

caixas com furos para ventilação;

b. Congelamento: se der, pode-se colocar calços abaixo da carga e,

se não houver esta possibilidade, pode-se utilizar papéis ou materiais similares

nas áreas livres para que o ar circule de maneira mais eficiente.

Deve haver, também, uma folga de pelo menos doze centímetros entre

a carga e o revestimento superior do contêiner, além de faixas vermelhas nas

laterais indicando a altura permitida para o empilhamento das mercadorias.

2.1.2. INSPEÇÃO DO CONTÊINER ANTES E APÓS O

CARREGAMENTO

Todos os contêineres utilizados em rotas internacionais devem

contar com uma placa CSC de Aprovação de Segurança válida, segundo o

estabelecido na Convenção Internacional para Segurança de Contêineres,

ocorrida em dezembro de 1972.

Deve-se realizar inspeções dos contêineres após cada utilização e

recomenda-se que seja feito um exame cauteloso dos seguintes itens, após

a recepção do contêiner:

Lista de inspeção externa:

Verificar buracos ou rachaduras nas paredes e no teto;

Verificar abertura e fechamento de portas;

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Testar travas e alavancas;

Procurar etiquetas adesivas relativas à carga anterior. Decalques de

produtos perigosos são permitidas somente quando transportados;

Verificar se a placa CSC está válida.

Itens adicionais que podem ser observados para os contêineres

especiais:

Flat-rack (aberturas na parte frontal e traseira): as divisórias das pontas

devem estar levantadas e firmemente travadas;

Open-top (aberturas no teto): a cobertura não deve ter danos, além de

possuir as dimensões adequadas, e suas cordas não devem apresentar

avarias;

Hard-top (contêiner com teto removível): a parte superior do contêiner não

deve estar danificada, e as travas devem se encaixar e funcionar

corretamente;

Para os contêineres que possuem conexões elétricas: as condições dos

equipamentos elétricos (cabos e tomadas) devem ser examinadas antes

da unidade ser conectada à fonte de eletricidade;

Contêiner à prova de água: um teste deve ser realizado na parte interior

do contêiner. Deve-se fechar corretamente as portas e verificar se alguma

luz passa através de fissuras, rachaduras, furos ou da vedação da porta.

A parte interior do contêiner tem de estar totalmente seca. Deve-se retirar

toda a condensação ou cristais de gelo, para que se evitem a corrosão e

os danos à carga que podem ser causados pela umidade;

O contêiner deve estar limpo, sem resíduos de carga e sem odores;

Não deve haver pregos ou demais objetos perfurantes que possam

comprometer as cargas.

Caso sejam encontradas quaisquer irregularidades, o fornecedor deve ser

imediatamente informado, para que um contêiner não danificado possa

ser fornecido em substituição.

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Após o carregamento, os seguintes artigos devem ser examinados:

o contêiner deve estar carregado seguindo as especificações das cargas

para que possam resistir às possíveis tensões durante a viagem;

o carregamento não deve extrapolar o limite máximo de carga suportado

pelo contêiner.

uma reprodução da lista de embarque (descrição da mercadoria) deve ser

posta de maneira visível para as inspeções realizadas pela alfândega;

se houver a utilização de madeira na embalagem, deve ser seguida a

legislação de quarentena do país de destino. Um certificado de

fumigação, ou declaração de que ela foi tratada, deverá ser colocado de

forma visível no contêiner;

é preciso certificar-se de que as portas e os tetos removíveis estejam

fechados adequadamente;

a proteção das mercadorias contra roubos pode ser feita com cabos de

aço e cadeados;

nos contêineres de teto removível, open-tops, a lona deve ter dimensões

adequadas e as cordas devem estar corretamente colocadas (lacre

alfandegário).

as lonas utilizadas para a proteção da carga em contêineres especiais

devem estar amarradas de modo adequado;

as etiquetas adesivas envelhecidas precisam ser removidas;

para os contêineres refrigerados, deve-se ajustar a ventilação e a

temperatura, e o indicador de temperatura deve mostrá-la;

para o carregamento de cargas perigosas, as exigências de carregamento

e segregação devem ser cumpridas. A etiqueta de identificação da carga

deve ser colocada no lado de fora do contêiner;

toda a documentação deve estar em dia e corretamente preenchida.

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Posteriormente à sua utilização para a movimentação das mercadorias,

o contêiner é geralmente devolvido a um fornecedor ou terminal pré-

determinado. O contêiner deve estar:

Livre de resíduos e limpo de qualquer sujeira;

Livre de qualquer odor;

Sem pregos ou pontas cortantes;

Sem comprometimentos nas paredes e portas;

Sem sinalização de que outras cargas foram transportadas anteriormente;

Sem danos na cobertura (no caso de contêineres open-tops);

Completo e com todos os acessórios.

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CAPITULO III – LOGÍSTICA NA MOVIMENTAÇÃO DE

CONTÊINERES EM TERMINAIS

Segundo Ballou (2010), nesta área encontram-se algumas atividades

importantes para atingir os objetivos logísticos de custo e nível de prestação de

serviços numa empresa que são: Transporte, Manutenção de estoques e

Processamento de pedidos.

Essas atividades são consideradas primárias por contribuírem com

parcela do custo total da logística e são essenciais coordenação e cumprimento

da tarefa logística. Empresas vislumbram na Logística atingir tal objetivo, mais

especificamente na função de transporte, uma forma de obter um diferencial

competitivo.

Conforme Ballou (2010), o contêiner padrão é um equipamento

transferível a todos os modais de transporte de superfície, exceto o dutoviário.

Como o frete conteinerizado entre um remanejo oneroso de pequenas cargas no

ponto de transferência intermodal oferece uma capacidade de serviço porta-a-

porta quando combinado com caminhão, os transportadores marítimos usam

navios porta-contêiner, que lhes dão condições de proporcionar as melhores

combinações de serviços navio-caminhão.

Em meio às turbulências do mercado atual e a diversificação de produtos

e serviços ofertados com clientes cada vez mais exigentes, esse tipo de serviço

está em constante expansão, especialmente em decorrência da intensificação

do comércio exterior.

Os terminais intermodais de contêineres têm como finalidade dar maior

fluidez nos processos de carga e descarga, transbordo e armazenagem. São

utilizadas máquinas e equipamentos específicos para cada etapa dos processos

e de grandes instalações cobertas ou não e ainda estão integrados com outros

modais.

A evolução dos contêineres favoreceu diretamente para criação e

evolução dos terminais, pois garante maior segurança no deslocamento e

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armazenamento das cargas e possuem uma regulamentação internacional a ser

cumprida garantindo uma maior confiabilidade.

A combinação de diferentes modais traz grande vantagem para a

multimodalidade proporcionando uma opção eficiente de transporte. A utilização

de contêiner viabiliza a multimodalidade tornando mais ágeis nas operações de

transbordo de carga ao longo do percurso.

Intermodalidade – designa a conjunção de duas ou mais modalidades

em uma simples integração física e operacional, nesse segmento a emissão de

documentos de transportes é independente, onde cada transportador assumiu a

responsabilidade pelo seu transporte, com o uso de um mesmo contêiner, um

único prestador de serviço e documento único.

Multimodalidade – Visa designar muito mais do que uma simples inter-

relação física, nesse transporte é emitido apenas um documento realizado pelo

Operador de Transporte Multimodal(OTM), que é responsável pela carga desde

ponto de partida até a entrega final ao destinatário, além de envolver do mesmo

uma integração de conhecimento, programações, cobrança de frete e entre

outras despesas, pode ser definida como a integração entre modais, com o uso

de vários equipamentos, como contêineres.

O gerenciamento das operações que utilizam contêineres é um processo

complexo que envolve muitas decisões, já que estes equipamentos chegam e

saem dos terminais utilizando diversos modos de transporte e carregando uma

enorme variedade de mercadorias. Por isso, todas as operações relacionadas

com o fluxo de contêineres devem ser avaliadas para atingir uma maior

eficiência.

3.1. LOGÍSTICA NA MOVIMENTAÇÃO DE CONTÊINERES CHEIOS E

VAZIOS

O contêiner pronto para a utilização pelo interessado, ou seja, o que está

vazio, raramente está próximo ao carregamento que precisa ser despachado,

logo, os operadores precisam retirá-lo vazio em um determinado terminal e

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transferi-lo para o local de embarque. No final de sua viagem, o contêiner

deverá ser descarregado no local previamente acordado e, posteriormente,

devolvido ao terminal.

Quando o contêiner é esvaziado e não é utilizado pelo transportador, o

ciclo é chamado aberto e, neste intervalo, entre o descarregamento e o

carregamento, podem ser realizadas vistorias. No momento em que o contêiner

é descarregado e imediatamente depois carregado para a viagem de retorno, o

ciclo é chamado fechado.

O manuseio dos contêineres vazios é importante para a solução de

problemas relacionados ao descontrole dos fluxos logísticos. Diga-se que esta

é uma situação comum no Brasil, o saldo das transações correntes é,

normalmente, positivo.

Deve-se realizar o prévio planejamento da localização dos contêineres,

antes mesmo da reserva de espaços nos navios, com o auxílio de previsões de

demanda e rotas de passagem nas viagens subsequentes.

O gestor de contêineres deve definir a alocação de contêineres e suas

rotas baseando-se em estatísticas que contenham informações sobre os

números de contêineres vazios disponíveis, a área disponível nos terminais, o

programa de partida dos navios, as necessidades de contêineres por tipo, e

pela programação de devolução dos contêineres aos terminais operadores.

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Fonte: Nobre, Robles e Santos, 2005

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Em um processo onde se prioriza a integração, as informações são

constatadas pelo responsável pela gestão logística da localidade, que agrupa

as informações geradas em um único documento, que posteriormente é

enviado ao controle central do operador, todos os dias. Normalmente, o método

para transmissão utilizado é o EDI (Eletronic Data Interchange, ou Intercâmbio

Eletrônico de Dados, em português).

As estatísticas adquiridas nos terminais de contêineres sobre a

quantidade e a situação dos contêineres constituem uma base importante a ser

utilizada pelo gestor.

Os estudos de oferta e demanda permitem a determinação do local e o

momento em que o contêiner será necessário ou irá estar. Para isso, sistemas

de rastreamento de embasamento à informação podem ser utilizados.

A determinação da produtividade do contêiner é constatada pelo tempo de

duração de cada ciclo – quanto mais o contêiner se movimenta, maior é a sua

produtividade. No Brasil, as regras da Aduana estipulam prazos para a

nacionalização da carga, que são de 90 dias da descarga e até 120 dias da

entrada da mercadoria na alfândega.

A geração de custos para a permanência do equipamento com o

importador é estipulada pelos armadores e é normal o estabelecimento de dez

dias, a partir do desembarque.

Dentre os motivos para a demora na devolução de unidades vazias estão

os atrasos para o começo dos trâmites com os armadores, falhas documentais

das entidades governamentais, apreensões de mercadorias fora dos padrões

legais, abandono de carga, falta de espaço ou de condições para receber as

mercadorias, entre outros.

Os contêineres recebidos são inspecionados e as eventuais avarias são

descritas para que sejam aprovados pela execução de reparos, retirando-se de

circulação os contêineres sem condição de novas operações.

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3.1.1. LOGÍSTICA REVERSA DOS CONTÊINERES

A logística reversa consiste no gerenciamento do fluxo de material que

se dá de forma oposta ao fluxo de suprimento convencional. Ela abrange as

atividades logísticas de todo o caminho de retorno que os produtos, já utilizados

e não mais necessários aos usuários, fazem para que se tornem produtos

novamente utilizáveis, ou de descarte.

Segundo Leite (2003), o objetivo da logística reversa é possibilitar o

retorno dos bens ou dos materiais que o compõem ao ciclo produtivo ou de

negócios, agregando valor econômico, ecológico e legal ao planejar e

operacionalizar o fluxo desde a coleta dos bens de pós-consumo e pós venda

até a reintegração ao ciclo.

A maior questão que deve ser discutida na distribuição reversa de

contêineres é como os canais normais e reversos devem ser integrados.

As empresas modernas utilizam a Logística Reversa de pós-venda como

fator de competitividade, obediência a legislação e garantia da imagem

corporativa.

A padronização dos contêineres começou a ser pensada pela ISO

(International Organization for Standardization), e pela ASA (American Standard

Association). O Brasil, por ter ratificado as especificações da ISO, fundamentou

toda a sua regulamentação, tanto para o uso como para a construção desses

cofres no nosso País.

Os contêineres são normalizados pela Associação Brasileira de Normas

Técnicas (ABNT), e Instituto de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial

(INMETRO), que é um órgão técnico da Secretaria de Tecnologia Industrial do

Ministério da Indústria e Comércio, devendo atender às condições técnicas

e de segurança previstas pela legislação nacional e pelas convenções

internacionais ratificadas pelo país.

Em 1971 foram emitidas as primeiras normas relativas ao contêiner, sua

terminologia, classificação, dimensões, especificações entre outros (ROSILDA,

2009).

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Quanto ao regime aduaneiro de entrada no Brasil, o contêiner

estrangeiro tem um prazo de 180 dias para permanecer no país, que pode ser

prorrogável, é admitido pelo Regime de Admissão Temporária. Quando em

trânsito com carga pelo território nacional destino a outros países, estão sujeito

ao mesmo Regime e o prazo também é de 180 dias para permanecer sujeito no

país.

É comum nas empresas de transportes o surgimento de problema

relacionado aos contêineres vazios que influencia no desequilíbrio entre as

quantidades de contêiner que entraram e que saíram, constituindo uma tarefa

relevante devido aos custos envolvidos, direta ou indiretamente, como espaço,

armazenamento, aluguel, etc. Os contêineres podem ser empilhados até 12

unidades quando vazios.

O gerenciamento de contêineres vazios é tido como um problema típico

de logística reversa, associado à movimentação e à falta de interação entre a

distribuição e o transporte dos contêineres cheios dessas unidades, quando

vazias para serem reutilizadas.

Muitas coisas que compramos, consumimos, ou que usamos podem ter

sido transportado dentro de um contêiner. Esses contêineres são usados para o

transporte de mercadorias no mundo inteiro, estima-se que 90% do movimento

de mercadorias no mundo utilizam contêineres como forma de transporte e 100

milhões de cargas cruzam os oceanos do mundo em mais de 5.000 navios de

contêineres a cada ano.

A reutilização de produtos pode ser classificada por alguns critérios, tais

como:

Motivo da busca pela reutilização (econômico, ambiental etc.);

Tipo de itens recuperados (embalagens, componentes, produtos);

Forma de reutilização (direta, reparada, reciclada ou

remanufaturada).

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Considerando os critérios mencionados, os contêineres estão

classificados na motivação econômica, no tipo de embalagem e na forma de

reutilização direta.

Uma particularidade das redes de distribuição reversas é o alto grau de

incerteza do estado em que os itens irão retornar à sua origem, ou seja, a

maneira como vão estar os itens após sua utilização. No caso dos contêineres,

muitas vezes são necessárias profundas reformas para que possam voltar a ser

utilizados.

O que agrega complexidade ao ciclo reverso é a interação entre os fluxos

de contêineres retornando e os fluxos normais. Esses dois fluxos não podem ser

tratados de forma independente, mas precisam ser considerados

simultaneamente, a fim de permitir um planejamento adequado.

A área da TI tem evoluído para uma posição estratégica, apresentando

ganhos com o uso de ferramentas, tais como a ferramenta denominada

Intercâmbio Eletrônico de Dados (EDI) e E-commerce (pela Internet) nas suas

operações.

Armadores, agentes marítimos, operadores portuários, terminais de

contêineres, depósitos, autoridades portuárias e outras instituições do setor de

transporte de cargas despertaram nos últimos anos para os benefícios dessas

ferramentas.

Há pouco tempo, a tecnologia utilizada para a gestão de contêineres

incluía apenas os sistemas de controle de folha de pagamento e outros sistemas

de escopo administrativo para o Gerenciamento Operacional, Administrativo e

Financeiro, auxiliados por Sistemas de Apoio à Decisão (SAD) e Sistemas de

Apoio Executivo (SAE).

A busca por melhores ferramentas de TI ocorreu para:

• atender às necessidades de autoridades locais de fiscalização;

• garantir a qualidade em todas as operações;

• gerar informações para a tomada de decisão à gestão;

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• reduzir os custos de todas as operações;

• localizar espacialmente os contêineres;

• permitir controles básicos de todas as atividades com os

contêineres

A escolha da tecnologia mais adequada para solucionar os problemas

de sua empresa depende de diversos fatores.

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CONCLUSÃO

Com base no estudo, a unitização ou conteinerização é o processo de

agrupamento de mercadorias em uma unidade física, que facilita o manuseio ou

transporte de materiais.

O conceito inclui todas as formas de agrupamento de produtos. O

contêiner é uma peça fundamental para este fim e conforme o estudo demonstra,

é o elo que integra os modais, na busca do aumento do nível de serviço e na

redução dos custos logísticos.

O potencial para a aplicação dos contêineres por toda a cadeia de

suprimentos é promissor. Verificou-se durante a pesquisa, que a principal missão

da unitização é facilitar o fluxo de produtos de modo ordenado e eficiente desde

o fabricante até o ponto de venda.

Temos demonstrado no estudo, terminais em operação no país, com

bons profissionais, máquinas e equipamentos, espaço físico porém, alguns

entraves políticos e econômicos, que travam a boa gestão da movimentação de

contêineres em terminais.

Passos importantes foram dados mas é preciso disseminar e incentivar

a utilização maciça do contêiner em larga escala, desenvolvendo o comércio

exterior, a cabotagem e a economia brasileira.

O contêiner é a chave que abre as portas de um desenvolvimento

logístico com eficiência, competitividade e capaz de propulsionar o crescimento

econômico do país.

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BIBLIOGRAFIA

ABRATEC. Avaliação de Demanda e Capacidade do Segmento Portuário de

Contêineres no Brasil. Portal da internet, 2018. Disponível em:

<http://www.abratecterminais.org.br/files/Portos2021_Avaliacao_de_Demanda_

e_Capacidade_do_Segmento_Portuario_de_Conteineres_no_Brasil.pdf>.

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AMORIM, Tailand Oliveira de; OLIVEIRA, Gysele Martins de. Indústria Naval

Porta Contêiner. 2009. Disponível em:

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INDICE

FOLHA DE ROSTO .................................................................................................. 1

AGRADECIMENTOS ............................................................................................... 3

DEDICATÓRIA .......................................................................................................... 4

RESUMO .................................................................................................................... 5

METODOLOGIA ....................................................................................................... 6

INDICE DE FIGURAS .............................................................................................. 7

SUMÁRIO................................................................................................................... 8

INTRODUÇÃO........................................................................................................... 9

CAPITULO I – OS CONTÊINERES UTILIZADOS E AS CARGAS

TRANSPORTADAS ............................................................................................... 11

1.1. O CONTÊINER.......................................................................................... 11

1.1.1. VANTAGENS E DESVANTAGENS DO USO DO CONTÊINER ...... 12

1.1.2. A PROPRIEDADE DO CONTÊINER..................................................... 13

1.1.3. EQUIPAMENTOS UTILIZADOS NA MOVIMENTAÇÃO DO

CONTÊINER .......................................................................................................... 14

1.1.4. TIPOS DE CONTÊINER .......................................................................... 15

CAPITULO II – GESTÃO NA ALOCAÇÃO DE CONTÊINER ........................ 21

2.1. PROBLEMAS NA ALOCAÇÃO E MOVIMENTAÇÃO DO CONTÊINER

21

2.1.1. PREPARAÇÃO PARA O TRANSPORTE EM CONTÊINERES........ 25

2.1.2. INSPEÇÃO DO CONTÊINER ANTES E APÓS O

CARREGAMENTO ............................................................................................... 28

CAPITULO III – LOGÍSTICA NA MOVIMENTAÇÃO DE CONTÊINERES EM

TERMINAIS.............................................................................................................. 32

3.1. LOGÍSTICA NA MOVIMENTAÇÃO DE CONTÊINERES CHEIOS E

VAZIOS................................................................................................................... 33

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3.1.1. LOGÍSTICA REVERSA DOS CONTÊINERES .................................... 37

CONCLUSÃO .......................................................................................................... 41

BIBLIOGRAFIA....................................................................................................... 42

INDICE ...................................................................................................................... 45