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DOPING E ESPORTE: AGORA O QUE VALE É No … notícias sensacionalistas sobre o doping no esporte de alto rendimento têm feito com que o fato seja conhecido por todos. Os grandes

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Page 1: DOPING E ESPORTE: AGORA O QUE VALE É No … notícias sensacionalistas sobre o doping no esporte de alto rendimento têm feito com que o fato seja conhecido por todos. Os grandes

DOPING E ESPORTE: AGORA O QUE VALE É A VITÓRIA A QUALQUER PREÇO?

(...) "Um ser humano perfeito, imbatível, capaz de quebrar recordes e acumular vitórias. Para alcançar esse objetivo, muitos atletas utilizam métodos ou substâncias proibidas" (...). Fica largamente perceptível que a mídia expõe atletas de alto rendimento e suas conquistas, entre elas, medalhas olímpicas ou troféus de competições. No entanto, quando os efeitos do treinamento não são suficientes e acabam não suprindo as necessidades atléticas e de performance desses atletas, buscam-se recursos externos para melhoria no desempenho fisiológico, mesmo que isso seja contra os valores de igualdade de condições para a obtenção da vitória.

O QUE É DOPING?

O doping (ou dopagem) não é mais que um termo inglês que designa o uso de drogas ou substâncias que aumentam as capacidades físicas de atletas. O doping pode também ser considerado pelo uso de certas técnicas ou métodos que alteram o estado físico do atleta para aumentar o seu rendimento desportivo. Também é considerado doping o uso de substâncias que disfarçam outras substâncias dopantes.

O DOPING NA HISTÓRIA

Os recentes casos de doping têm chamado à atenção da mídia e do público, mas essa prática não tem nada de novo: na realidade, ela faz parte da história do homem há milênios.

A história do uso de substâncias que melhoram o desempenho físico é mais antiga do que os jogos olímpicos. Os chineses, há 4 mil anos, conhecem os efeitos do chá da planta chamada “Ma Huang”, que contém efedrina, substância química utilizada para aumentar a capacidade de trabalho.

Nos jogos olímpicos da Antiguidade, em 800 a.C., os atletas bebiam chás de diversas ervas e usavam óleos e cogumelos para melhorar do seu desempenho. Já no século XIX se tornou popular entre os atletas uma bebida chamada “Vin Mariani”, à base de folhas de coca, que levava o nome do alquimista que a produzia.

Os primeiros Jogos da Era Moderna, organizados pelo barão de Coubertin, em Atenas, em 1896, marcaram o aparecimento das “bolinhas”, esferas contendo diversas substâncias estimulantes como cocaína, efedrina e estriquinina. O termo “usar bolinhas” no esporte adveio desse episódio na história.

Pensa-se que esta prática começou-se a desenvolver intensamente a partir do momento em que começaram a haver grandes eventos desportivos, onde vários países competiam entre si. Por volta de 1936, pensa-se que os atletas da Alemanha já usavam os primeiros esteroides a base de testosterona. Em 1954, houve rumores que durante o campeonato do Mundo de levantamento de pesos os desportistas soviéticos usavam injeções de testosterona (o que é certo é que nesse ano vários recordes mundiais foram batidos pelos soviéticos). Mais tarde, em 1962, o doutor John Ziegler, antigo médico da União Soviética, foi trabalhar para a equipe dos EUA. Nesse ano, a equipe dos EUA dominou no levantamento de pesos, alegando que o médico deu aos atletas americanos um esteroide anabolizante chamado dianabol.

No período inicial do século 20, as Olimpíadas eram momentos de celebração e esporte. O espírito olímpico prevalecia e o uso do doping era eventual, pois os atletas competiam pelo prazer da superação individual.

Por volta de 1960 é que se iniciou a era moderna do doping, quando o ciclista dinamarquês Knut Jensen morreu durante o Giro de Itália, uma das mais importantes provas de ciclismo do mundo. Depois deste acontecimento o Comité Olímpico Internacional decidiu adotar medidas antidopings em todas as provas oficiais e principalmente nos Jogos Olímpicos.

O número de casos de atletas que foram banidos por utilizarem substâncias ilegais foi maior entre os anos de 2000 a 2005, pois até então a fiscalização com o objetivo de eliminar atletas nos exames antidopings pela comissão ética do Comitê Olímpico Internacional (COI) era realizada sempre antes das competições o que mascarava o uso de tais substâncias. Após a mudança na conduta do COI em flagrar atletas realizando exames alguns meses antes das competições fez com que o número de casos se elevasse.

Casos atuais de atletas renomados demonstram a face obscura do esporte de rendimento, entre eles estão o atleta americano Tyson Gay, corredor de 100 metros e grande rival do atleta jamaicano Usain Bolt, foi flagrado no dia 16 de maio de 2013, onde foi detectado uma substância proibida que estimulava o aumento de adrenalina e desenvolvimento muscular.

O atleta paraolímpico Oscar Pistorius, grande nome dos 200 metros rasos e recordista olímpico foi flagrado no exame antidoping com esteroides anabolizantes que aumentam a capacidade de desempenho do atleta nas competições.

No entanto, o caso que houve maior repercussão foi o caso do ciclista americano Lance Armstrong em 2012, maior ciclista vencedor da volta da França, foi pego no exame onde foi constatada a presença de substâncias que aumentavam o potencial muscular. Esse foi um dos casos de maior repercussão mundial, fazendo com que Lance perdesse os últimos três títulos da volta da França.

TIPOS DE DOPING Durante a preparação, os atletas fazem uso de diversas substâncias dependendo do período em que se encontra, variando o uso e a manipulação dessas substâncias. PERÍODO PRÉ-COMPETITIVO:

Hormônio de Crescimento (GH): favorece o aumento da resistência e da capacidade de transporte de oxigênio. Aumento da massa muscular em poucos meses, logo aumenta a força. Diminuição do tempo de adaptação a treinamentos intensos. Este tipo de substâncias é preferencialmente utilizado por halterofilistas, culturistas e lançadores. Esteroides Anabolizantes: São drogas derivadas

do hormônio masculino (testosterona), aumentando o anabolismo sendo absorvido via oral ou injetável. Assim, o uso de esteroides anabolizantes provoca o aumento da massa muscular e da resistência, aumento da agressividade e melhora a capacidade de treino. Diuréticos: A introdução deste tipo de doping é via

oral, sendo muito utilizados pelos atletas devido à rápida redução de peso em esportes que envolvam categorias de peso, como no boxe e no halterofilismo; Redução da concentração de substâncias químicas na urina, de forma a iludir o controle.

Nota:

Aluno: N°: 9º ano Prof.: Carlos

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DURANTE A COMPETIÇÃO: Doping Calmante: O seu efeito consiste em inibir a

taquicardia (diminuição da frequência cardíaca) e diminuir o tremor. Estes compostos são controlados em modalidades em que a capacidade física, fator determinante, mas onde a precisão e o autodomínio são fatores importantes, como, por exemplo, no tiro. Os beta-bloqueantes são substâncias calmantes mais utilizadas. Doping Analgésico: Atua como analgésico para o

tratamento de dores moderadas ou fortes, sendo representada pela morfina e os seus derivados. Doping Estimulante: Este tipo de substâncias atua

ao nível do sistema nervoso central e podem dividir-se em estimulantes fracos (cafeína) e estimulantes fortes (anfetaminas e cocaína). As anfetaminas são as drogas mais frequentemente utilizadas produzindo os seguintes efeitos:

Redução da fadiga; Aumento da competitividade, da agressividade,

dos reflexos e da concentração; Estimulação mental; Aumento do fluxo sanguíneo.

DOPING SANGUÍNEO

Consiste num aumento no volume sanguíneo através de transfusão, com o objetivo de aumentar a capacidade de transporte de oxigênio. Normalmente o sangue usado na transfusão é do próprio atleta. Este terá que realizar um programa de treino em altitude, para que o déficit de oxigénio provoque o aumento do número de eritrócitos (células sanguíneas), assim como a concentração de hemoglobina. DOPING GENÉTICO É a preparação laboratorial de células humanas que permitem reações endógenas, auxiliando a uma melhor performance física. Para atletas que realizam doping genético, o próprio corpo é responsável pela formação da substância dopante, pois como essa produção é fisiológica, não exigindo a ingestão ou injeção de substâncias proibidas, o doping se torna invisível e indetectável.

ÉTICA NO ESPORTE DE RENDIMENTO As notícias sensacionalistas sobre o doping no esporte de alto rendimento têm feito com que o fato seja conhecido por todos. Os grandes ídolos flagrados, os casos de mortes precoces bem como os inesperados relatos e publicações de ex-esportistas, fazem com que o Comitê Olímpico Internacional (COI), entidade maior do esporte mundial se preocupe com tal fato. A questão ética prende-se ao fato comprovado que o doping provoca uma vantagem tão grande daqueles que utilizam sobre os que não fazem uso, que dificilmente um talento natural, por melhor que seja, conseguirá destacar-se no alto nível.

Nesta perspectiva, poderíamos discutir a questão das medalhas conquistadas sob suspeita de doping. A Revista Veja publicou em janeiro de 1998 um artigo intitulado "Medalhas sujas", onde questiona muitos resultados alcançados em olimpíadas e campeonatos mundiais, pela extinta Alemanha Oriental: são 103 casos no atletismo e 86 na natação (masculino e feminino).

O que preocupa é o fato de que cada vez mais os atletas de diversas modalidades têm se valido de meios ilícitos para auferir vantagens nas diversas competições, e assim atendendo interesses de forma escusa. Algumas substâncias são controladas nos exames antidoping, contudo cada vez mais surgem estudos que desenvolvem mecanismos para mascarar e dificultar a possibilidade de

identificar o uso de substâncias proibidas, que favoreçam durante a competição e que posteriormente pode produzir tremendos prejuízos a saúde dos atletas.

EFEITOS FISIOLÓGICOS CAUSADOS PELO DOPING

A prática de doping pode assumir muitas formas e existem inúmeras maneiras de aumentar as várias capacidades físicas humanas, dependendo do desporto em causa. No entanto, as substâncias utilizadas na dopagem dos atletas oferecem um alto risco à saúde devido à hiperdosagem ministrada pelos treinadores causando efeitos até então irreversíveis.

Esta utilização frequente dessas substâncias provoca efeitos tais como:

Hemorragias; Edemas; Diabetes e risco de fratura (osteoporose); Úlcera gástrica; Insuficiência renal; Atrofia muscular; Cicatrização dificultada e infecções. Dor de cabeça, ansiedade e tremores; Arritmia cardíaca (batimento irregular do coração); Taquicardias, excitação, insónias, alucinações e

emagrecimento; Pressão sanguínea elevada (hipertensão arterial); Morte por colapso.

O doping gera muita controvérsia no mundo

esportivo. As posições normalmente encontradas são antagônicas. De um lado, dirigentes esportivos, empresários e industriais do esporte e alguns técnicos, não demonstram qualquer tipo de preocupação com os aspectos éticos e morais abordados anteriormente. Com isso, deve-se pensar prioritariamente na saúde do atleta, pois mesmo com as exigências que o esporte de rendimento carrega, a conscientização deve partir tanto das entidades esportivas como pelos atletas fazendo assim com que o esporte não seja ofuscado com essas práticas difamantes.